Tese - Es..[1].pdf - UTL Repository - Universidade Técnica de Lisboa
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sugere que é benéfica a sua integração na dieta para per<strong>de</strong>r peso (Borne et al., 1996). A<br />
sua contribuição começa por limitar a ingestão <strong>de</strong> alimento, ao aumentar o volume presente<br />
no tracto gastrointestinal. <strong>Es</strong>se volume aumentado dilui enzimas e os constituintes das<br />
micelas, bem como absorve ácidos biliares e fosfolípidos no intestino. Tudo isso reduz a<br />
digestibilida<strong>de</strong> do alimento e a disponibilida<strong>de</strong> das calorias, ao interferir com a digestão e a<br />
absorção dos lípidos, proteínas e hidratos <strong>de</strong> carbono solúveis (Burkhol<strong>de</strong>r & Toll, 2000;<br />
Diez & Nguyen, 2007). A fibra também aumenta a quantida<strong>de</strong> e consistência das fezes e a<br />
frequência da <strong>de</strong>fecação, ao estimular o movimento do tracto intestinal.<br />
Em teoria, a fibra aumenta a sacieda<strong>de</strong>. A dificulda<strong>de</strong> em documentar e medir a sacieda<strong>de</strong><br />
em cães <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong>sta ser “uma sensação subjectiva <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong> e falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />
<strong>de</strong> comer” (Burkhol<strong>de</strong>r & Toll, 2000, p. 488, tradução livre). Como tal, subjectivamente,<br />
po<strong>de</strong>mos inferir se a sacieda<strong>de</strong> aumenta ou diminui através da procura <strong>de</strong> alimento e da<br />
ingestão da porção <strong>de</strong> alimento oferecido. Jewell & Toll (1996) concluíram que, baixos níveis<br />
<strong>de</strong> fibra não afectam a sacieda<strong>de</strong> em grau suficiente, enquanto níveis elevados po<strong>de</strong>m<br />
reduzir a ingestão calórica diária. A regulação da sacieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser dividida em regulação<br />
<strong>de</strong> curto prazo (prevenção <strong>de</strong> excessos alimentares durante uma refeição) e regulação a<br />
longo prazo (relacionado com a manutenção a longo prazo dos <strong>de</strong>pósitos <strong>de</strong> energia)<br />
(Debraekeleer, 2005). Geralmente, a diminuição da regulação a longo prazo constitui a<br />
razão para os animais terem mais fome durante a fase <strong>de</strong> manutenção, após a perda <strong>de</strong><br />
peso.<br />
Proteínas<br />
Num programa <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> peso preten<strong>de</strong>-se minimizar a perda <strong>de</strong> MM enquanto se induz a<br />
perda <strong>de</strong> MG. Taxas elevadas <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> peso resultam, na maioria dos casos, em<br />
gran<strong>de</strong>s perdas <strong>de</strong> MM e, se o conteúdo proteico da dieta for limitado, essas perdas po<strong>de</strong>m<br />
ser exacerbadas (Case et al., 2000). A concentração <strong>de</strong> proteínas <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> na dieta<br />
<strong>de</strong>ve ser aumentada em proporção à diminuição calórica, <strong>de</strong> modo a cobrir as necessida<strong>de</strong>s<br />
em aminoácidos essenciais e a manter a MM. Uma dieta com elevada concentração<br />
proteica e reduzida <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> calórica tem bons resultados na redução do peso e MG em<br />
cães obesos. Blanchard et al. (2004) mostraram que essa dieta permite uma perda <strong>de</strong> peso<br />
muito satisfatória em cães obesos, tanto quantitativa como qualitativamente, uma vez que<br />
estes retornaram ao peso e MM iniciais. O sucesso <strong>de</strong> dietas com elevada concentração<br />
proteica <strong>de</strong>ve-se também à maior sacieda<strong>de</strong> em relação a dietas ricas em lípidos e hidratos<br />
<strong>de</strong> carbono e à preservação do peso na fase <strong>de</strong> manutenção (Diez & Nguyen, 2007).<br />
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