Revista Periodontia dez 2011 - 2ª REV - 09-12-11 ... - Revista Sobrape
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Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04<br />
CONHECIMENTO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS E<br />
ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA SOBRE O ESPAÇO<br />
BIOLÓGICO PERIODONTAL<br />
Evaluation of the knowledge of dentists and dentistry academics about periodontal biologic width<br />
Lorena Rodrigues de Almeida 1 , Ana Luísa Teixeira Meira 2 , Renato Casarin 3 , Sandro Bittencourt 4 , Érica Del Peloso Ribeiro 4<br />
1<br />
Graduada em Odontologia (EBMSP-SSa-Ba-Brasil)<br />
2<br />
Especialista em <strong>Periodontia</strong> (ABO-Ba), Mestranda em <strong>Periodontia</strong> (EBMSP- SSa-Ba-Brasil)<br />
3<br />
Professor titular do mestrado em odontologia (UNIP-SP-Brasil)<br />
4<br />
Doutores em Clínica Odontológica, área de <strong>Periodontia</strong> (FOP/Unicamp-SP-Brasil)<br />
Recebimento: 05/08/<strong>11</strong> - Correção: 31/10/<strong>11</strong> - Aceite: 10/<strong>11</strong>/<strong>11</strong><br />
RESUMO<br />
O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de Odontologia, clínicos-gerais, periodontistas<br />
e protesistas sobre o espaço biológico periodontal. Este foi um estudo do tipo observacional transversal, que utilizou<br />
de questionário, como único instrumento de coleta de dados. O questionário foi distribuído pessoalmente para 226<br />
indivíduos: 75 alunos do último semestre do curso de Odontologia, 80 clínicos-gerais e 71 especialistas, sendo 35<br />
protesistas e 36 periodontistas. Os resultados mostraram que, de modo geral, os periodontistas são os que mais<br />
conhecem o espaço biológico periodontal, seguidos dos estudantes. Muitos protesistas, apesar de afirmarem lembrar o<br />
que é espaço biológico, souberam menos que os estudantes sobre suas estruturas e seu tamanho. O padrão de resposta<br />
dos periodontistas foi diferente dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de próteses e restaurações, ao<br />
limite cervical dos preparos, às medidas e estruturas do espaço biológico bem como à indicação do aumento de coroa<br />
clínica. Em relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas ocorreram no que tange ao conhecimento do<br />
limite cervical dos preparos e medidas do espaço biológico. Conclui-se que, com o passar do tempo, os clínicos-gerais<br />
esquecem ou ignoram os conhecimentos adquiridos na graduação e que a especialização em <strong>Periodontia</strong> influencia<br />
positivamente no conhecimento sobre o espaço biológico.<br />
UNITERMOS: espaço biológico, anatomia periodontal, conhecimento. R <strong>Periodontia</strong> <strong>20<strong>11</strong></strong>; 21:66-75.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A inter-relação entre a <strong>Periodontia</strong> e a Odontologia<br />
Restauradora é um dos temas mais discutidos na<br />
Odontologia atual. A necessidade da devolução de tecidos<br />
perdidos e a restauração da função, sem que ocorra uma<br />
modificação dos tecidos periodontais, é um dos dilemas<br />
mais comuns na clínica diária (Belli, 2002). Nesse contexto,<br />
um dos assuntos de maior impacto no cotidiano dos<br />
cirurgiões-dentistas é a invasão do espaço biológico. Apesar<br />
do conceito das distâncias biológicas periodontais ser familiar<br />
para a maioria dos clínicos, ainda tem seu significado e<br />
relevância clínica pouco valorizados (Lima et al., 2006).<br />
Em 1959, Sicher descreveu uma união dentogengival<br />
constituída por uma inserção epitelial e por uma inserção<br />
conjuntiva. Gargiulo et al. (1961) avaliaram as medidas da<br />
junção dentogengival, considerando as fases da erupção e as<br />
faces do dente, obtendo as seguintes médias: profundidade<br />
do sulco gengival – 0,69 mm, comprimento do epitélio<br />
juncional – 0,97 mm e comprimento da inserção conjuntiva<br />
– 1,07 mm. Dessas distâncias, a inserção conjuntiva foi a que<br />
se apresentou mais constante, enquanto que a parte mais<br />
variável foi o comprimento do epitélio juncional. Portanto,<br />
o espaço localizado coronariamente à crista óssea alveolar<br />
pode ser arredondado para aproximadamente 3 mm. No<br />
entanto esta medida pode variar de dente para dente e nas<br />
diferentes faces de um mesmo dente, estando presente em<br />
toda dentição saudável (Santos & Sartori, 2000).<br />
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Cohen (1962) definiu a junção dentogengival como<br />
“espaço biológico periodontal”, se referindo à distância<br />
de 2,04 mm entre o fundo do sulco gengival e o topo da<br />
crista óssea alveolar. Já para Nevins & Skurow (1984) o sulco<br />
gengival também faz parte do “espaço biológico”. Tristão<br />
(1992) analisou as distâncias biológicas por meio de uma<br />
análise histométrica e encontrou resultados semelhantes aos<br />
de Gargiulo et al (1961). Posteriormente, Vacek et al. (1994)<br />
avaliaram 171 superfícies de dentes de cadáveres e também<br />
encontraram medidas similares.<br />
O sulco gengival é a fenda ou o espaço em torno do<br />
dente, limitado de um lado pela superfície dentária e do outro<br />
pelo epitélio que reveste a margem livre da gengiva (Itoiz &<br />
Carranza, 1997). O epitélio reduzido do órgão do esmalte<br />
é substituído gradualmente por um epitélio juncional que<br />
participa da inserção entre dente e gengiva e é mais largo<br />
na parte coronária. Ele não está apenas em contato com o<br />
esmalte, mas fisicamente ligado a este por hemidesmossomas<br />
(Borghetti & Monnet-Corti, 2002). O tecido conjuntivo supraalveolar<br />
é constituído, principalmente, de células, fibras,<br />
processos nervosos e vasos sanguíneos embebidos em tecido<br />
conjuntivo denso (Löe et al., 1996).<br />
A partir da década de 60, foram iniciados diversos<br />
estudos com a finalidade de aprofundar os conhecimentos<br />
acerca da inter-relação entre os processos restauradores e<br />
o periodonto (Padbury et al., 2003). Silness (1970) realizou<br />
uma pesquisa que indicou que em áreas onde as margens<br />
das restaurações estavam em uma localização subgengival<br />
desenvolvia-se gengivite mais severa. Newcomb (1974)<br />
analisou 66 coroas anteriores com margens subgengivais<br />
de diferentes profundidades. Os resultados mostraram que<br />
quanto mais perto uma coroa com margem subgengival<br />
estiver do epitélio juncional, mais provável é a ocorrência de<br />
inflamação gengival grave. Em 1986, Tarnow et al. (1986)<br />
fizeram uma análise histológica de 13 dentes extraídos que<br />
possuíam coroas subgengivais e encontraram presença de<br />
reabsorção óssea. Orkin et al. (1987) demonstraram que a<br />
gengiva em torno de restaurações subgengivais teve maior<br />
chance de sangramento.<br />
Nogueira-Filho et al. (2001) concluíram que o término<br />
supragengival oferece menor frequência de inflamação<br />
gengival associada à falta ou excesso de material restaurador.<br />
Quando o espaço biológico, compreendido pela inserção<br />
conjuntiva supracrestal e epitélio juncional, é violado tem-se<br />
como consequência uma resposta inflamatória que resulta<br />
em alterações passageiras ou permanentes destes tecidos,<br />
representados, clinicamente, pela ocorrência de edema e<br />
vermelhidão da gengiva com tendência a sangramento,<br />
dores, alterações funcionais e estéticas. Uma vez não<br />
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restabelecido este espaço, mais tarde poderão aparecer<br />
lesões do periodonto de sustentação, representadas por<br />
perda óssea e formação de bolsa periodontal ou recessão<br />
gengival (Nery, 20<strong>09</strong>).<br />
Assim, quando o término “subgengival” é indicado,<br />
o operador precisa ter o cuidado de colocar a margem<br />
cervical dentro dos limites do sulco gengival histológico,<br />
que convencionalmente mede aproximadamente 0,5 mm<br />
(Gargiulo et al., 1961). Determinadas condições exigem a<br />
colocação de margens de restaurações em uma posição além<br />
do sulco gengival. Estas podem incluir preocupações estéticas,<br />
necessidade de maior retenção, cárie de raiz, abrasão cervical,<br />
e sensibilidade radicular (Parma-Benfenati et al., 1985). Para<br />
isso, é necessário restabelecer o espaço biológico em posição<br />
mais apical, lançando mão de procedimentos cirúrgicos e/ou<br />
ortodônticos (Guênes et al., 2006).<br />
Assim, diante da importância do espaço biológico<br />
periodontal para a saúde dos tecidos periodontais em<br />
procedimentos restauradores e protéticos, o objetivo<br />
deste estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de<br />
Odontologia, clínicos-gerais e especialistas sobre o mesmo.<br />
Este trabalho mostra-se de grande relevância diante da sua<br />
aplicabilidade clínica e da pequena quantidade de estudos<br />
que abordam este tema.<br />
MATERIAIS E MÉTODOS<br />
Seleção da amostra<br />
O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética<br />
e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública,<br />
sob o número de protocolo 002/10. Todos os voluntários<br />
consentiram com a participação no estudo, assinando o<br />
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.<br />
Foram selecionados, aleatoriamente, 226 indivíduos: 75<br />
alunos do último semestre do curso de Odontologia (com a<br />
intenção de que todos eles já tivessem cursado a disciplina<br />
de <strong>Periodontia</strong>), dentre estes 16 da Universidade Federal da<br />
Bahia (UFBA), 20 da Escola Bahiana de Medicina e Saúde<br />
Pública (EBMSP), 20 da União Metropolitana de Educação e<br />
Cultura (UNIME) e 19 da Universidade Estadual de Feira de<br />
Santana (UEFS); 80 clínico-gerais e 71 especialistas, sendo 36<br />
periodontistas e 35 protesistas. Todos os entrevistados eram<br />
residentes no Estado da Bahia.<br />
Delineamento do estudo<br />
Este é um estudo do tipo observacional transversal, que<br />
utilizou de questionário, como único instrumento para coleta<br />
de dados, para avaliação do conhecimento sobre o espaço<br />
biológico periodontal (Figura 1).<br />
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IDENTIFICAÇÃO<br />
Figura 1: Questionário aplicado na população estudada.<br />
( ) ESTUDANTE -SEMESTRE:<br />
( ) PROFISSIONAL<br />
( )CLÍNICO-GERAL - ANO DE FORMADO:<br />
O SR.(A) CONFECCIONA PRÓTESES OU FAZ PROCEDIMENTOS PERIODONTAIS EM SEU CONSULTÓRIO? ( )SIM ( )NÃO<br />
( )ESPECIALISTA<br />
( )PERIODONTISTA<br />
( )PROTESISTA<br />
QUESTIONÁRIO<br />
Na sua opinião, por que a gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações?<br />
O (A) Sr.(a) costuma realizar preparos subgengivais?<br />
( ) Não ( ) Sim Quando?<br />
Em preparos subgengivais, o Sr.(a) utiliza qual limite cervical dos preparo?<br />
( )0,5mm ( )1mm ( )2mm ( )3mm ou mais ( )quanto necessário<br />
Na sua opinião, o limite cervical dos preparos deve estar no sulco:<br />
( )clínico ( )histológico ( )não se lembra<br />
O Sr.(a) se lembra o que é espaço biológico?<br />
( )Não ( )Sim/Qual o tamanho? Quais as estruturas?<br />
Quando o Sr.(a) realiza aumento de coroa clínica?<br />
Este questionário é uma adaptação do modelo utilizado<br />
no estudo de Lima et al. (2006). Cada questionário foi<br />
distribuído pessoalmente pela pesquisadora. Os estudantes<br />
foram abordados em sala de aula ou em atividades<br />
acadêmicas, enquanto que os profissionais responderam aos<br />
questionários em seus consultórios ou em eventos científicos.<br />
Após a entrega do questionário o sujeito ficou à vontade para<br />
respondê-lo, sem estabelecimento prévio de tempo para isso<br />
nem observação da prática do sujeito.<br />
Análise estatística<br />
Foi realizada uma análise dos dados agrupados segundo<br />
a especialidade, comparando a frequência de respostas às<br />
perguntas do questionário. As frequências foram comparadas<br />
pelo teste Exato de Fisher, em uma análise 2x2, considerando<br />
o nível de significância de 5%.<br />
RESULTADOS<br />
Os clínicos-gerais que participaram da pesquisa tinham,<br />
em média, <strong>11</strong> anos de formados. Os protesistas concluíram<br />
a especialização há, aproximadamente, 8,5 anos e os<br />
periodontistas há 10 anos, em média.<br />
Quando perguntados a respeito da inflamação gengival<br />
ao redor das próteses ou restaurações, foi encontrada<br />
diferença estatisticamente significante entre estudantes<br />
e periodontistas. Diferença próxima da estatisticamente<br />
significante foi encontrada na comparação entre clínicos e<br />
periodontistas (Tabela 1).<br />
Quanto à realização de preparos subgengivais, 38,66%<br />
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dos estudantes, 57,5% dos clínicos gerais, 25% dos<br />
periodontistas e 97,1% dos protesistas afirmaram realizálos.<br />
Nessa comparação, os protesistas realizam mais<br />
preparos subgengivais que todos os outros grupos (p
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Sobre o limite cervical utilizado nos preparos dentários<br />
subgengivais, obteve-se diferença (p
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*<br />
Quanto ao tamanho, mais de 50%, em todos os grupos,<br />
responderam entre 2 e 3 mm, mas periodontistas tinham<br />
respostas estatísticamente diferentes de protesistas e clínicos.<br />
Sobre as estruturas que compõe o espaço biológico, clínicos<br />
e protesistas tinham menos de 50% de respostas corretas,<br />
mas diferença estatística foi apenas observada entre clínicos e<br />
periodontistas. Foram consideradas corretas as respostas que<br />
citavam inserção conjuntiva e epitélio juncional, incluindo ou<br />
não sulco gengival. As respostas que não possuíam uma ou<br />
mais dessas estruturas ou que se referiam a estruturas que<br />
não essas, foram consideradas erradas.<br />
Em relação à resposta sobre quando realizam aumento de<br />
coroa clínica, a maior parte, de todos os grupos, respondeu<br />
que em situações onde há invasão do espaço biológico, com<br />
o intuito de restabelecê-lo (Tabela 3).<br />
Figura 6: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao<br />
questionamento “Quais as estruturas do espaço biológico periodontal?”<br />
* Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,01).<br />
Tabela 3<br />
Distribuição da população estudada, em porcentagem (N), de acordo com a resposta ao questionamento<br />
“Quando realiza aumento de coroa clínica?”.<br />
RESPOSTAS ESTUDANTES* CLÍNICOS† PERIODONTISTAS*† PROTESISTAS<br />
Não respondeu 5,3% (4) 5% (4) 5,55% (2) 0% (0)<br />
Outras 5,3% (4) 1,25% (1) 0% (0) 0% (0)<br />
Tratamento de sorriso gengival e/ou<br />
hiperplasia gengival e/ou estética e/<br />
ou coroa curta<br />
Extensa destruição ou fratura<br />
coronária/ necessidade de retenção/<br />
preparos subgengivais<br />
8% (6) 0% (0) 0% (0) 2,8% (1)<br />
21,33% (16) 21,25%(17) 8,33% (3) 20% (7)<br />
Quando há invasão do espaço<br />
biológico, para restabelecê-lo<br />
40% (30) 37,5% (30) 52,77% (19) 51,4% (18)<br />
Para que não haja invasão do espaço<br />
biológico<br />
Necessidade estética + quando há<br />
invasão do espaço biológico, para<br />
restabelecê-lo<br />
1,33% (1) 7,5% (6) 5,55% (2) <strong>11</strong>,4% (4)<br />
8% (6) 7,5% (6) 27,77% (10) 8,5% (3)<br />
Não realiza/indica 10,66% (8) 20% (16) 0% (0) 5,7% (2)<br />
* Diferença estatisticamente significante entre estudantes e clínicos (p= 0,003). † Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,007).<br />
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DISCUSSÃO<br />
Para que a saúde, a função e a estética do órgão dental<br />
sejam mantidas, há necessidade de se preservar as estruturas<br />
que formam a junção dentogengival. Assim sendo, é de<br />
extrema importância o conhecimento anatômico e biológico<br />
dos tecidos que envolvem o dente (Jardini & Pustiglioni, 2000).<br />
Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o<br />
conhecimento de cirurgiões-dentistas, especialistas ou não,<br />
e estudantes de Odontologia a respeito do espaço biológico<br />
periodontal.<br />
Em linhas gerais, os periodontistas apresentaram<br />
conhecimento diferenciado em relação ao espaço biológico<br />
periodontal quando comparado aos estudantes, clínicos gerais<br />
e protesistas. Isso foi detalhado na observação de diferenças<br />
estatísticas entre periodontistas e estudantes quanto à razão<br />
da inflamação ao redor de próteses e restaurações, limite<br />
cervical dos preparos (extensão), lembrança do conceito de<br />
espaço biológico e indicação do aumento de coroa clínica. O<br />
padrão de resposta dos periodontistas também era diferente<br />
dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de<br />
próteses e restaurações, limite cervical dos preparos (extensão<br />
e tipo de sulco envolvido), as medidas e estruturas do espaço<br />
biológico e indicação do aumento de coroa clínica. Em<br />
relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas<br />
ocorreram no que tange ao conhecimento do limite cervical<br />
dos preparos (extensão e tipo de sulco envolvido) e medidas<br />
do espaço biológico.<br />
De acordo com os resultados obtidos no presente estudo,<br />
a maioria dos estudantes e clínicos gerais relataram que a<br />
gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações devido<br />
ao acúmulo de placa associado à higiene oral precária, áreas<br />
retentivas e má adaptação de próteses e restaurações. A<br />
maioria dos periodontistas (55,55%) e protesistas (48,57%)<br />
ainda adicionaram a essa resposta a invasão do espaço<br />
biológico. A inflamação da gengiva ao redor das restaurações<br />
deve ser decorrente, primariamente, do acúmulo de biofilme e<br />
invasão do espaço biológico, sendo que, em geral, a irritação<br />
mecânica é um fator mínimo. Nesse processo, superfícies<br />
ásperas facilitam a retenção do biofilme bacteriano e a<br />
inflamação gengival severa, tão frequentemente vista próxima<br />
a restaurações (Waerhaug, 1960).<br />
Segundo Padbury et al. (2003), existe um consenso geral<br />
de que a colocação de margens de restaurações no espaço<br />
biológico periodontal, frequentemente, leva a inflamação<br />
gengival, a perda de inserção clínica e a perda óssea. Assim,<br />
pode-se perceber que, no geral, os entrevistados sabem<br />
sobre os fatores causadores da inflamação gengival, visto<br />
que a maioria citou o acúmulo de placa, associado ou não<br />
a invasão do espaço biológico, como causa da gengivite ao<br />
redor de prótese e restaurações: 81,33% dos estudantes,<br />
85% dos clínicos, 86,05% dos periodontistas e 85,71% dos<br />
protesistas. Os periodontistas foram os únicos que tiveram<br />
0% de não resposta a essa pergunta, enquanto 2,66% dos<br />
estudantes, 2,5% dos clínicos e 5,7% dos protesistas não<br />
responderam a mesma.<br />
De maneira previsível, dos 226 sujeitos entrevistados,<br />
os protesistas foram os que mais realizavam preparos<br />
subgengivais (97,1%), seguidos dos clínicos-gerais (57,5%),<br />
estudantes (38,66%) e periodontistas (25%). Segundo o<br />
estudo de Lima et al. (2006) com 317 cirurgiões-dentistas,<br />
sendo 65 periodontistas, 42 protesistas e, o restante clínicosgerais,<br />
77,4% destes, independentemente da especialidade,<br />
realizavam preparos subgengivais.<br />
A estética, hiperplasia gengival e dentes com coroas<br />
curtas foram os maiores motivos que levaram os clínicos,<br />
periodontistas, protesistas e estudantes a realizarem preparos<br />
subgengivais. Citaram ainda situações que exigem maior<br />
retenção de prótese fixa, cáries ou fraturas subgengivais.<br />
Apenas protesistas (<strong>11</strong>,7%) responderam que sempre realizam<br />
preparos subgengivais, parecendo não se importar com as<br />
reais indicações de sua realização.<br />
Embora muitos profissionais realizem restaurações<br />
com margens subgengivais, os seus efeitos prejudiciais são<br />
bem documentados (Valderhaug & Birkeland, 1976). Em<br />
função disso, a maioria dos periodontistas prefere margens<br />
restauradoras supragengivais. Entretanto, é entendido<br />
que existem determinadas condições que necessitam da<br />
colocação de margens intra-sulculares. Estas podem incluir<br />
preocupações estéticas, necessidade de maior retenção,<br />
refinamento de margens pré-existentes, cárie de raiz, abrasão<br />
cervical, e sensibilidades radiculares. No entanto, se nenhum<br />
destes fatores é motivo de preocupação, afigura-se prudente<br />
colocar as margens de restaurações supragengivalmente, já<br />
que a presença de restaurações subgengivais irá resultar em<br />
maior acúmulo de placa (Parma-Benfenati etal., 1985; Padbury<br />
et al., 2003). Além disso, o posicionamento das restaurações<br />
em nível supragengival é o ideal para a confecção de um bom<br />
preparo e acabamento das restaurações, bem como possibilita<br />
uma melhor higienização pelo paciente (Guênes et al., 2006).<br />
Diante da necessidade de preparos subgengivais, o<br />
conhecimento sobre o limite cervical destes é imprescindível.<br />
Para esse conhecimento, a especialização em <strong>Periodontia</strong><br />
levou a um melhor conhecimento sobre o tópico, permitindo<br />
que 77% dos periodontistas afirmassem que o limite cervical<br />
dos preparos subgengivais deveria ser de 0,5 mm. Isso foi<br />
afirmado por 70% dos estudantes, 53% dos clínicos, e 68%<br />
dos protesistas. Os resultados encontrados no estudo de<br />
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Lima et al.(2006), em que apenas 38% dos entrevistados<br />
relataram que o limite cervical dos preparos deveria se localizar<br />
a 0,5 mm da margem gengival, mostraram que a maioria<br />
dos profissionais não considerava conceitos importantes<br />
para a manutenção da homeostasia periodontal quando da<br />
realização de preparos e restaurações .<br />
A situação biologicamente ideal seria a de manter o<br />
término dos preparos supragengivalmente, sendo que em<br />
situações estéticas, seria permitido 0,5 mm a 0,8 mm abaixo<br />
da margem gengival, na região correspondente ao epitélio<br />
sulcular oral sem, no entanto, atingir ou invadir o epitélio<br />
juncional (Nery, 20<strong>09</strong>). Nevins & Skurow (1974) relataram que<br />
quando margens subgengivais estão indicadas, a restauração<br />
não deve romper o epitélio juncional ou a inserção conjuntiva.<br />
Eles recomendam limitar a extensão da margem subgengival<br />
a 0,5-1,0 mm porque é impossível para os clínicos detectar<br />
onde o epitélio sulcular termina e o epitélio juncional começa.<br />
Assim, fica claro que o término cervical dos preparos deve<br />
limitar-se ao sulco histológico, que em média é de 0,69 mm<br />
(Gargiulo et al., 1961).<br />
Apesar disso, chama atenção o fato de que 69% dos<br />
estudantes, 75% dos clínicos, 55% dos periodontistas e 86%<br />
dos protesistas ainda responderam que o limite cervical do<br />
preparo subgengival deve estar no sulco gengival clínico.<br />
Apenas 16% dos estudantes, 14% dos clínicos, 42% dos<br />
periodontistas e <strong>11</strong>% dos protesistas responderam que o<br />
limite cervical dos preparos deve estar no sulco gengival<br />
histológico. De maneira similar, Lima et al. (2006) observaram<br />
que de 317 cirurgiões dentistas, 101 realizavam os preparos<br />
no sulco gengival clínico e 49 consideravam o sulco gengival<br />
histológico como limite cervical dos preparos, observando<br />
o desconhecimento deles a respeito da diferença entre os<br />
dois sulcos.<br />
Os periodontistas (97%) e os protesistas (91%) foram<br />
os que mais relataram recordar o que é o espaço biológico<br />
periodontal, demonstrando parecer haver uma relação entre<br />
o fator especialização e essa declaração. Porém, quando<br />
perguntados sobre as suas estruturas e tamanho, os<br />
estudantes se saíram melhor que os protesistas, mostrando<br />
serem os que mais, realmente, sabiam sobre este espaço<br />
depois dos periodontistas. O termo “espaço biológico” é<br />
familiar à maioria dos clínicos, mas ainda existe confusão<br />
quanto ao seu significado e relevância para os procedimentos<br />
clínicos (Padbury et al., 2003).<br />
Alguns autores, tais como Gargiulo et al. (1961) e<br />
Newcomb (1984), consideram o sulco gengival uma estrutura<br />
integrante das distâncias biológicas, pois os procedimentos<br />
clínicos não podem ignorá-lo, principalmente por apresentar<br />
uma medida muito variável nas diferentes faces de um<br />
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mesmo dente e ainda, restaurações com margens localizadas<br />
subgengivalmente apresentam maior inflamação gengival<br />
quando comparadas com dente hígidos. No entanto, outros<br />
autores, como De Wall & Castellucci (1993), não consideram<br />
o sulco gengival como um constituinte do espaço biológico,<br />
visto que o mesmo pode ser invadido por procedimentos<br />
restauradores.<br />
O respeito ao espaço biológico é, portanto, fundamental<br />
na preservação da saúde periodontal durante o preparo de<br />
uma prótese intra-sulcular. Quando este espaço é violado há<br />
como consequência uma resposta inflamatória que resulta<br />
em alterações destes tecidos. Desta maneira, podemos<br />
ter uma “autocorreção” do espaço biológico, porém de<br />
forma totalmente imprevisível e, na maioria das vezes, com<br />
consequências estéticas. Portanto, o espaço biológico deve<br />
ser respeitado ou recriado, por meio de procedimentos de<br />
aumento de coroa clínica (Nery, 20<strong>09</strong>).<br />
Existem diversas conseqüências atreladas à cirurgia para<br />
aumento de coroa clínica quando esta é feita de maneira<br />
displiscente. Portanto, deve-se realizar um diagnóstico de<br />
invasão de espaço biológico o mais preciso possível, associando<br />
ao exame clínico o exame radiográfico interproximal, para<br />
evitar indicar procedimentos cirúrgicos desnecessários<br />
(Neves et al., 2008). Segundo Jardini & Pustiglioni (2000),<br />
a importância do conhecimento das medidas do espaço<br />
biológico relaciona-se principalmente com o ato cirúrgico para<br />
aumento de coroa clínica.<br />
De maneira geral, o aumento de coroa clínica é realizado<br />
classicamente para restabelecimento do espaço biológico,<br />
mas também pode ser feito preventivamente em situações<br />
que exigem a colocação de margens subgengivalmente<br />
(aumento de retenção ou necessidade estética). Para isso,<br />
pode-se lançar mão de procedimentos cirúrgicos com ou<br />
sem osteotomia e ortodônticos, todos estes com indicações<br />
específicas, sendo necessário um conhecimento em relação<br />
às limitações, indicações e contra-indicações de cada técnica<br />
(Guênes et al., 2006).<br />
CONCLUSÃO<br />
Pode-se concluir que os periodontistas, de modo geral,<br />
possuem maior conhecimento sobre o espaço biológico<br />
periodontal, o que demonstra efeito positivo da especialização<br />
em <strong>Periodontia</strong> no entendimento deste assunto. Além disso,<br />
o estudo sugere também que após alguns anos de formados,<br />
os clínicos-gerais parecem desconhecer, esquecer ou ignorar<br />
conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos enquanto<br />
estudantes. Os estudantes neste estudo mostraram, em<br />
algumas situações, ter um nível de conhecimento similar ao<br />
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dos periodontistas.<br />
ABSTRACT<br />
The aim of the study was to assess the knowledge of<br />
dentistry students, clinicians, periodontists and prosthetists<br />
about the periodontal biological width. This is a cross-sectional<br />
study, that used a questionnaire, as an unique instrument<br />
for data collection. This questionnaire was distributed to 226<br />
subjects: 75 last semester students of Dentistry, 80 clinicians<br />
and 71 specialists, 35 prosthetists and 36 periodontists. The<br />
results showed that, in general, periodontists are those who<br />
understand more about the periodontal biological width,<br />
followed by students. Many prosthetists, despite claiming<br />
to remember what is the biological width, knew less than<br />
students about their structures and their size. There was a<br />
difference between the answer pattern of periodontists and<br />
clinicians regarding the cause of the inflammation around<br />
prostheses and restorations, cervical limit of preparations,<br />
measures and structures of the biologic width and the<br />
biological indication for crown lengthening procedures.<br />
Differences between prosthetists and periodontists occurred<br />
in regard to the knowledge of cervical limit preparations and<br />
measures of the biologic width. It follows therefore that, over<br />
time, the clinicians forget or ignore the knowledge acquired<br />
during the graduation and that specialization in Periodontics<br />
positively influenced knowledge about the biological width.<br />
UNITERMS: periodontium, periodontal anatomy,<br />
knowledge.<br />
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27- Os autores declaram a inexistência de conflito de interesse e apoio<br />
financeiro relacionados ao presente artigo.<br />
Endereço para correspondência:<br />
Rua Professsor Jairo Simões, 279 - apt. <strong>12</strong>04 - Ed. Jatobá – Imbuí<br />
CEP: 41720-375 – Salvador – BA<br />
Tel.: (71) 3232-1547<br />
E-mail: ericapeloso@yahoo.com.br<br />
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