10.06.2014 Views

Revista Periodontia dez 2011 - 2ª REV - 09-12-11 ... - Revista Sobrape

Revista Periodontia dez 2011 - 2ª REV - 09-12-11 ... - Revista Sobrape

Revista Periodontia dez 2011 - 2ª REV - 09-12-11 ... - Revista Sobrape

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04<br />

CONHECIMENTO DE CIRURGIÕES-DENTISTAS E<br />

ACADÊMICOS DE ODONTOLOGIA SOBRE O ESPAÇO<br />

BIOLÓGICO PERIODONTAL<br />

Evaluation of the knowledge of dentists and dentistry academics about periodontal biologic width<br />

Lorena Rodrigues de Almeida 1 , Ana Luísa Teixeira Meira 2 , Renato Casarin 3 , Sandro Bittencourt 4 , Érica Del Peloso Ribeiro 4<br />

1<br />

Graduada em Odontologia (EBMSP-SSa-Ba-Brasil)<br />

2<br />

Especialista em <strong>Periodontia</strong> (ABO-Ba), Mestranda em <strong>Periodontia</strong> (EBMSP- SSa-Ba-Brasil)<br />

3<br />

Professor titular do mestrado em odontologia (UNIP-SP-Brasil)<br />

4<br />

Doutores em Clínica Odontológica, área de <strong>Periodontia</strong> (FOP/Unicamp-SP-Brasil)<br />

Recebimento: 05/08/<strong>11</strong> - Correção: 31/10/<strong>11</strong> - Aceite: 10/<strong>11</strong>/<strong>11</strong><br />

RESUMO<br />

O objetivo desse estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de Odontologia, clínicos-gerais, periodontistas<br />

e protesistas sobre o espaço biológico periodontal. Este foi um estudo do tipo observacional transversal, que utilizou<br />

de questionário, como único instrumento de coleta de dados. O questionário foi distribuído pessoalmente para 226<br />

indivíduos: 75 alunos do último semestre do curso de Odontologia, 80 clínicos-gerais e 71 especialistas, sendo 35<br />

protesistas e 36 periodontistas. Os resultados mostraram que, de modo geral, os periodontistas são os que mais<br />

conhecem o espaço biológico periodontal, seguidos dos estudantes. Muitos protesistas, apesar de afirmarem lembrar o<br />

que é espaço biológico, souberam menos que os estudantes sobre suas estruturas e seu tamanho. O padrão de resposta<br />

dos periodontistas foi diferente dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de próteses e restaurações, ao<br />

limite cervical dos preparos, às medidas e estruturas do espaço biológico bem como à indicação do aumento de coroa<br />

clínica. Em relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas ocorreram no que tange ao conhecimento do<br />

limite cervical dos preparos e medidas do espaço biológico. Conclui-se que, com o passar do tempo, os clínicos-gerais<br />

esquecem ou ignoram os conhecimentos adquiridos na graduação e que a especialização em <strong>Periodontia</strong> influencia<br />

positivamente no conhecimento sobre o espaço biológico.<br />

UNITERMOS: espaço biológico, anatomia periodontal, conhecimento. R <strong>Periodontia</strong> <strong>20<strong>11</strong></strong>; 21:66-75.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A inter-relação entre a <strong>Periodontia</strong> e a Odontologia<br />

Restauradora é um dos temas mais discutidos na<br />

Odontologia atual. A necessidade da devolução de tecidos<br />

perdidos e a restauração da função, sem que ocorra uma<br />

modificação dos tecidos periodontais, é um dos dilemas<br />

mais comuns na clínica diária (Belli, 2002). Nesse contexto,<br />

um dos assuntos de maior impacto no cotidiano dos<br />

cirurgiões-dentistas é a invasão do espaço biológico. Apesar<br />

do conceito das distâncias biológicas periodontais ser familiar<br />

para a maioria dos clínicos, ainda tem seu significado e<br />

relevância clínica pouco valorizados (Lima et al., 2006).<br />

Em 1959, Sicher descreveu uma união dentogengival<br />

constituída por uma inserção epitelial e por uma inserção<br />

conjuntiva. Gargiulo et al. (1961) avaliaram as medidas da<br />

junção dentogengival, considerando as fases da erupção e as<br />

faces do dente, obtendo as seguintes médias: profundidade<br />

do sulco gengival – 0,69 mm, comprimento do epitélio<br />

juncional – 0,97 mm e comprimento da inserção conjuntiva<br />

– 1,07 mm. Dessas distâncias, a inserção conjuntiva foi a que<br />

se apresentou mais constante, enquanto que a parte mais<br />

variável foi o comprimento do epitélio juncional. Portanto,<br />

o espaço localizado coronariamente à crista óssea alveolar<br />

pode ser arredondado para aproximadamente 3 mm. No<br />

entanto esta medida pode variar de dente para dente e nas<br />

diferentes faces de um mesmo dente, estando presente em<br />

toda dentição saudável (Santos & Sartori, 2000).<br />

66 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

Cohen (1962) definiu a junção dentogengival como<br />

“espaço biológico periodontal”, se referindo à distância<br />

de 2,04 mm entre o fundo do sulco gengival e o topo da<br />

crista óssea alveolar. Já para Nevins & Skurow (1984) o sulco<br />

gengival também faz parte do “espaço biológico”. Tristão<br />

(1992) analisou as distâncias biológicas por meio de uma<br />

análise histométrica e encontrou resultados semelhantes aos<br />

de Gargiulo et al (1961). Posteriormente, Vacek et al. (1994)<br />

avaliaram 171 superfícies de dentes de cadáveres e também<br />

encontraram medidas similares.<br />

O sulco gengival é a fenda ou o espaço em torno do<br />

dente, limitado de um lado pela superfície dentária e do outro<br />

pelo epitélio que reveste a margem livre da gengiva (Itoiz &<br />

Carranza, 1997). O epitélio reduzido do órgão do esmalte<br />

é substituído gradualmente por um epitélio juncional que<br />

participa da inserção entre dente e gengiva e é mais largo<br />

na parte coronária. Ele não está apenas em contato com o<br />

esmalte, mas fisicamente ligado a este por hemidesmossomas<br />

(Borghetti & Monnet-Corti, 2002). O tecido conjuntivo supraalveolar<br />

é constituído, principalmente, de células, fibras,<br />

processos nervosos e vasos sanguíneos embebidos em tecido<br />

conjuntivo denso (Löe et al., 1996).<br />

A partir da década de 60, foram iniciados diversos<br />

estudos com a finalidade de aprofundar os conhecimentos<br />

acerca da inter-relação entre os processos restauradores e<br />

o periodonto (Padbury et al., 2003). Silness (1970) realizou<br />

uma pesquisa que indicou que em áreas onde as margens<br />

das restaurações estavam em uma localização subgengival<br />

desenvolvia-se gengivite mais severa. Newcomb (1974)<br />

analisou 66 coroas anteriores com margens subgengivais<br />

de diferentes profundidades. Os resultados mostraram que<br />

quanto mais perto uma coroa com margem subgengival<br />

estiver do epitélio juncional, mais provável é a ocorrência de<br />

inflamação gengival grave. Em 1986, Tarnow et al. (1986)<br />

fizeram uma análise histológica de 13 dentes extraídos que<br />

possuíam coroas subgengivais e encontraram presença de<br />

reabsorção óssea. Orkin et al. (1987) demonstraram que a<br />

gengiva em torno de restaurações subgengivais teve maior<br />

chance de sangramento.<br />

Nogueira-Filho et al. (2001) concluíram que o término<br />

supragengival oferece menor frequência de inflamação<br />

gengival associada à falta ou excesso de material restaurador.<br />

Quando o espaço biológico, compreendido pela inserção<br />

conjuntiva supracrestal e epitélio juncional, é violado tem-se<br />

como consequência uma resposta inflamatória que resulta<br />

em alterações passageiras ou permanentes destes tecidos,<br />

representados, clinicamente, pela ocorrência de edema e<br />

vermelhidão da gengiva com tendência a sangramento,<br />

dores, alterações funcionais e estéticas. Uma vez não<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393<br />

restabelecido este espaço, mais tarde poderão aparecer<br />

lesões do periodonto de sustentação, representadas por<br />

perda óssea e formação de bolsa periodontal ou recessão<br />

gengival (Nery, 20<strong>09</strong>).<br />

Assim, quando o término “subgengival” é indicado,<br />

o operador precisa ter o cuidado de colocar a margem<br />

cervical dentro dos limites do sulco gengival histológico,<br />

que convencionalmente mede aproximadamente 0,5 mm<br />

(Gargiulo et al., 1961). Determinadas condições exigem a<br />

colocação de margens de restaurações em uma posição além<br />

do sulco gengival. Estas podem incluir preocupações estéticas,<br />

necessidade de maior retenção, cárie de raiz, abrasão cervical,<br />

e sensibilidade radicular (Parma-Benfenati et al., 1985). Para<br />

isso, é necessário restabelecer o espaço biológico em posição<br />

mais apical, lançando mão de procedimentos cirúrgicos e/ou<br />

ortodônticos (Guênes et al., 2006).<br />

Assim, diante da importância do espaço biológico<br />

periodontal para a saúde dos tecidos periodontais em<br />

procedimentos restauradores e protéticos, o objetivo<br />

deste estudo foi avaliar o conhecimento de estudantes de<br />

Odontologia, clínicos-gerais e especialistas sobre o mesmo.<br />

Este trabalho mostra-se de grande relevância diante da sua<br />

aplicabilidade clínica e da pequena quantidade de estudos<br />

que abordam este tema.<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

Seleção da amostra<br />

O projeto deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética<br />

e Pesquisa da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública,<br />

sob o número de protocolo 002/10. Todos os voluntários<br />

consentiram com a participação no estudo, assinando o<br />

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.<br />

Foram selecionados, aleatoriamente, 226 indivíduos: 75<br />

alunos do último semestre do curso de Odontologia (com a<br />

intenção de que todos eles já tivessem cursado a disciplina<br />

de <strong>Periodontia</strong>), dentre estes 16 da Universidade Federal da<br />

Bahia (UFBA), 20 da Escola Bahiana de Medicina e Saúde<br />

Pública (EBMSP), 20 da União Metropolitana de Educação e<br />

Cultura (UNIME) e 19 da Universidade Estadual de Feira de<br />

Santana (UEFS); 80 clínico-gerais e 71 especialistas, sendo 36<br />

periodontistas e 35 protesistas. Todos os entrevistados eram<br />

residentes no Estado da Bahia.<br />

Delineamento do estudo<br />

Este é um estudo do tipo observacional transversal, que<br />

utilizou de questionário, como único instrumento para coleta<br />

de dados, para avaliação do conhecimento sobre o espaço<br />

biológico periodontal (Figura 1).<br />

67


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

IDENTIFICAÇÃO<br />

Figura 1: Questionário aplicado na população estudada.<br />

( ) ESTUDANTE -SEMESTRE:<br />

( ) PROFISSIONAL<br />

( )CLÍNICO-GERAL - ANO DE FORMADO:<br />

O SR.(A) CONFECCIONA PRÓTESES OU FAZ PROCEDIMENTOS PERIODONTAIS EM SEU CONSULTÓRIO? ( )SIM ( )NÃO<br />

( )ESPECIALISTA<br />

( )PERIODONTISTA<br />

( )PROTESISTA<br />

QUESTIONÁRIO<br />

Na sua opinião, por que a gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações?<br />

O (A) Sr.(a) costuma realizar preparos subgengivais?<br />

( ) Não ( ) Sim Quando?<br />

Em preparos subgengivais, o Sr.(a) utiliza qual limite cervical dos preparo?<br />

( )0,5mm ( )1mm ( )2mm ( )3mm ou mais ( )quanto necessário<br />

Na sua opinião, o limite cervical dos preparos deve estar no sulco:<br />

( )clínico ( )histológico ( )não se lembra<br />

O Sr.(a) se lembra o que é espaço biológico?<br />

( )Não ( )Sim/Qual o tamanho? Quais as estruturas?<br />

Quando o Sr.(a) realiza aumento de coroa clínica?<br />

Este questionário é uma adaptação do modelo utilizado<br />

no estudo de Lima et al. (2006). Cada questionário foi<br />

distribuído pessoalmente pela pesquisadora. Os estudantes<br />

foram abordados em sala de aula ou em atividades<br />

acadêmicas, enquanto que os profissionais responderam aos<br />

questionários em seus consultórios ou em eventos científicos.<br />

Após a entrega do questionário o sujeito ficou à vontade para<br />

respondê-lo, sem estabelecimento prévio de tempo para isso<br />

nem observação da prática do sujeito.<br />

Análise estatística<br />

Foi realizada uma análise dos dados agrupados segundo<br />

a especialidade, comparando a frequência de respostas às<br />

perguntas do questionário. As frequências foram comparadas<br />

pelo teste Exato de Fisher, em uma análise 2x2, considerando<br />

o nível de significância de 5%.<br />

RESULTADOS<br />

Os clínicos-gerais que participaram da pesquisa tinham,<br />

em média, <strong>11</strong> anos de formados. Os protesistas concluíram<br />

a especialização há, aproximadamente, 8,5 anos e os<br />

periodontistas há 10 anos, em média.<br />

Quando perguntados a respeito da inflamação gengival<br />

ao redor das próteses ou restaurações, foi encontrada<br />

diferença estatisticamente significante entre estudantes<br />

e periodontistas. Diferença próxima da estatisticamente<br />

significante foi encontrada na comparação entre clínicos e<br />

periodontistas (Tabela 1).<br />

Quanto à realização de preparos subgengivais, 38,66%<br />

68 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

dos estudantes, 57,5% dos clínicos gerais, 25% dos<br />

periodontistas e 97,1% dos protesistas afirmaram realizálos.<br />

Nessa comparação, os protesistas realizam mais<br />

preparos subgengivais que todos os outros grupos (p


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

Sobre o limite cervical utilizado nos preparos dentários<br />

subgengivais, obteve-se diferença (p


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

*<br />

Quanto ao tamanho, mais de 50%, em todos os grupos,<br />

responderam entre 2 e 3 mm, mas periodontistas tinham<br />

respostas estatísticamente diferentes de protesistas e clínicos.<br />

Sobre as estruturas que compõe o espaço biológico, clínicos<br />

e protesistas tinham menos de 50% de respostas corretas,<br />

mas diferença estatística foi apenas observada entre clínicos e<br />

periodontistas. Foram consideradas corretas as respostas que<br />

citavam inserção conjuntiva e epitélio juncional, incluindo ou<br />

não sulco gengival. As respostas que não possuíam uma ou<br />

mais dessas estruturas ou que se referiam a estruturas que<br />

não essas, foram consideradas erradas.<br />

Em relação à resposta sobre quando realizam aumento de<br />

coroa clínica, a maior parte, de todos os grupos, respondeu<br />

que em situações onde há invasão do espaço biológico, com<br />

o intuito de restabelecê-lo (Tabela 3).<br />

Figura 6: Distribuição da população estudada, em porcentagem, de acordo com a resposta ao<br />

questionamento “Quais as estruturas do espaço biológico periodontal?”<br />

* Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,01).<br />

Tabela 3<br />

Distribuição da população estudada, em porcentagem (N), de acordo com a resposta ao questionamento<br />

“Quando realiza aumento de coroa clínica?”.<br />

RESPOSTAS ESTUDANTES* CLÍNICOS† PERIODONTISTAS*† PROTESISTAS<br />

Não respondeu 5,3% (4) 5% (4) 5,55% (2) 0% (0)<br />

Outras 5,3% (4) 1,25% (1) 0% (0) 0% (0)<br />

Tratamento de sorriso gengival e/ou<br />

hiperplasia gengival e/ou estética e/<br />

ou coroa curta<br />

Extensa destruição ou fratura<br />

coronária/ necessidade de retenção/<br />

preparos subgengivais<br />

8% (6) 0% (0) 0% (0) 2,8% (1)<br />

21,33% (16) 21,25%(17) 8,33% (3) 20% (7)<br />

Quando há invasão do espaço<br />

biológico, para restabelecê-lo<br />

40% (30) 37,5% (30) 52,77% (19) 51,4% (18)<br />

Para que não haja invasão do espaço<br />

biológico<br />

Necessidade estética + quando há<br />

invasão do espaço biológico, para<br />

restabelecê-lo<br />

1,33% (1) 7,5% (6) 5,55% (2) <strong>11</strong>,4% (4)<br />

8% (6) 7,5% (6) 27,77% (10) 8,5% (3)<br />

Não realiza/indica 10,66% (8) 20% (16) 0% (0) 5,7% (2)<br />

* Diferença estatisticamente significante entre estudantes e clínicos (p= 0,003). † Diferença estatisticamente significante entre clínicos e periodontistas (p=0,007).<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393<br />

71


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

DISCUSSÃO<br />

Para que a saúde, a função e a estética do órgão dental<br />

sejam mantidas, há necessidade de se preservar as estruturas<br />

que formam a junção dentogengival. Assim sendo, é de<br />

extrema importância o conhecimento anatômico e biológico<br />

dos tecidos que envolvem o dente (Jardini & Pustiglioni, 2000).<br />

Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar o<br />

conhecimento de cirurgiões-dentistas, especialistas ou não,<br />

e estudantes de Odontologia a respeito do espaço biológico<br />

periodontal.<br />

Em linhas gerais, os periodontistas apresentaram<br />

conhecimento diferenciado em relação ao espaço biológico<br />

periodontal quando comparado aos estudantes, clínicos gerais<br />

e protesistas. Isso foi detalhado na observação de diferenças<br />

estatísticas entre periodontistas e estudantes quanto à razão<br />

da inflamação ao redor de próteses e restaurações, limite<br />

cervical dos preparos (extensão), lembrança do conceito de<br />

espaço biológico e indicação do aumento de coroa clínica. O<br />

padrão de resposta dos periodontistas também era diferente<br />

dos clínicos gerais quanto à razão da inflamação ao redor de<br />

próteses e restaurações, limite cervical dos preparos (extensão<br />

e tipo de sulco envolvido), as medidas e estruturas do espaço<br />

biológico e indicação do aumento de coroa clínica. Em<br />

relação aos protesistas as diferenças para os periodontistas<br />

ocorreram no que tange ao conhecimento do limite cervical<br />

dos preparos (extensão e tipo de sulco envolvido) e medidas<br />

do espaço biológico.<br />

De acordo com os resultados obtidos no presente estudo,<br />

a maioria dos estudantes e clínicos gerais relataram que a<br />

gengiva inflama ao redor das próteses ou restaurações devido<br />

ao acúmulo de placa associado à higiene oral precária, áreas<br />

retentivas e má adaptação de próteses e restaurações. A<br />

maioria dos periodontistas (55,55%) e protesistas (48,57%)<br />

ainda adicionaram a essa resposta a invasão do espaço<br />

biológico. A inflamação da gengiva ao redor das restaurações<br />

deve ser decorrente, primariamente, do acúmulo de biofilme e<br />

invasão do espaço biológico, sendo que, em geral, a irritação<br />

mecânica é um fator mínimo. Nesse processo, superfícies<br />

ásperas facilitam a retenção do biofilme bacteriano e a<br />

inflamação gengival severa, tão frequentemente vista próxima<br />

a restaurações (Waerhaug, 1960).<br />

Segundo Padbury et al. (2003), existe um consenso geral<br />

de que a colocação de margens de restaurações no espaço<br />

biológico periodontal, frequentemente, leva a inflamação<br />

gengival, a perda de inserção clínica e a perda óssea. Assim,<br />

pode-se perceber que, no geral, os entrevistados sabem<br />

sobre os fatores causadores da inflamação gengival, visto<br />

que a maioria citou o acúmulo de placa, associado ou não<br />

a invasão do espaço biológico, como causa da gengivite ao<br />

redor de prótese e restaurações: 81,33% dos estudantes,<br />

85% dos clínicos, 86,05% dos periodontistas e 85,71% dos<br />

protesistas. Os periodontistas foram os únicos que tiveram<br />

0% de não resposta a essa pergunta, enquanto 2,66% dos<br />

estudantes, 2,5% dos clínicos e 5,7% dos protesistas não<br />

responderam a mesma.<br />

De maneira previsível, dos 226 sujeitos entrevistados,<br />

os protesistas foram os que mais realizavam preparos<br />

subgengivais (97,1%), seguidos dos clínicos-gerais (57,5%),<br />

estudantes (38,66%) e periodontistas (25%). Segundo o<br />

estudo de Lima et al. (2006) com 317 cirurgiões-dentistas,<br />

sendo 65 periodontistas, 42 protesistas e, o restante clínicosgerais,<br />

77,4% destes, independentemente da especialidade,<br />

realizavam preparos subgengivais.<br />

A estética, hiperplasia gengival e dentes com coroas<br />

curtas foram os maiores motivos que levaram os clínicos,<br />

periodontistas, protesistas e estudantes a realizarem preparos<br />

subgengivais. Citaram ainda situações que exigem maior<br />

retenção de prótese fixa, cáries ou fraturas subgengivais.<br />

Apenas protesistas (<strong>11</strong>,7%) responderam que sempre realizam<br />

preparos subgengivais, parecendo não se importar com as<br />

reais indicações de sua realização.<br />

Embora muitos profissionais realizem restaurações<br />

com margens subgengivais, os seus efeitos prejudiciais são<br />

bem documentados (Valderhaug & Birkeland, 1976). Em<br />

função disso, a maioria dos periodontistas prefere margens<br />

restauradoras supragengivais. Entretanto, é entendido<br />

que existem determinadas condições que necessitam da<br />

colocação de margens intra-sulculares. Estas podem incluir<br />

preocupações estéticas, necessidade de maior retenção,<br />

refinamento de margens pré-existentes, cárie de raiz, abrasão<br />

cervical, e sensibilidades radiculares. No entanto, se nenhum<br />

destes fatores é motivo de preocupação, afigura-se prudente<br />

colocar as margens de restaurações supragengivalmente, já<br />

que a presença de restaurações subgengivais irá resultar em<br />

maior acúmulo de placa (Parma-Benfenati etal., 1985; Padbury<br />

et al., 2003). Além disso, o posicionamento das restaurações<br />

em nível supragengival é o ideal para a confecção de um bom<br />

preparo e acabamento das restaurações, bem como possibilita<br />

uma melhor higienização pelo paciente (Guênes et al., 2006).<br />

Diante da necessidade de preparos subgengivais, o<br />

conhecimento sobre o limite cervical destes é imprescindível.<br />

Para esse conhecimento, a especialização em <strong>Periodontia</strong><br />

levou a um melhor conhecimento sobre o tópico, permitindo<br />

que 77% dos periodontistas afirmassem que o limite cervical<br />

dos preparos subgengivais deveria ser de 0,5 mm. Isso foi<br />

afirmado por 70% dos estudantes, 53% dos clínicos, e 68%<br />

dos protesistas. Os resultados encontrados no estudo de<br />

72 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

Lima et al.(2006), em que apenas 38% dos entrevistados<br />

relataram que o limite cervical dos preparos deveria se localizar<br />

a 0,5 mm da margem gengival, mostraram que a maioria<br />

dos profissionais não considerava conceitos importantes<br />

para a manutenção da homeostasia periodontal quando da<br />

realização de preparos e restaurações .<br />

A situação biologicamente ideal seria a de manter o<br />

término dos preparos supragengivalmente, sendo que em<br />

situações estéticas, seria permitido 0,5 mm a 0,8 mm abaixo<br />

da margem gengival, na região correspondente ao epitélio<br />

sulcular oral sem, no entanto, atingir ou invadir o epitélio<br />

juncional (Nery, 20<strong>09</strong>). Nevins & Skurow (1974) relataram que<br />

quando margens subgengivais estão indicadas, a restauração<br />

não deve romper o epitélio juncional ou a inserção conjuntiva.<br />

Eles recomendam limitar a extensão da margem subgengival<br />

a 0,5-1,0 mm porque é impossível para os clínicos detectar<br />

onde o epitélio sulcular termina e o epitélio juncional começa.<br />

Assim, fica claro que o término cervical dos preparos deve<br />

limitar-se ao sulco histológico, que em média é de 0,69 mm<br />

(Gargiulo et al., 1961).<br />

Apesar disso, chama atenção o fato de que 69% dos<br />

estudantes, 75% dos clínicos, 55% dos periodontistas e 86%<br />

dos protesistas ainda responderam que o limite cervical do<br />

preparo subgengival deve estar no sulco gengival clínico.<br />

Apenas 16% dos estudantes, 14% dos clínicos, 42% dos<br />

periodontistas e <strong>11</strong>% dos protesistas responderam que o<br />

limite cervical dos preparos deve estar no sulco gengival<br />

histológico. De maneira similar, Lima et al. (2006) observaram<br />

que de 317 cirurgiões dentistas, 101 realizavam os preparos<br />

no sulco gengival clínico e 49 consideravam o sulco gengival<br />

histológico como limite cervical dos preparos, observando<br />

o desconhecimento deles a respeito da diferença entre os<br />

dois sulcos.<br />

Os periodontistas (97%) e os protesistas (91%) foram<br />

os que mais relataram recordar o que é o espaço biológico<br />

periodontal, demonstrando parecer haver uma relação entre<br />

o fator especialização e essa declaração. Porém, quando<br />

perguntados sobre as suas estruturas e tamanho, os<br />

estudantes se saíram melhor que os protesistas, mostrando<br />

serem os que mais, realmente, sabiam sobre este espaço<br />

depois dos periodontistas. O termo “espaço biológico” é<br />

familiar à maioria dos clínicos, mas ainda existe confusão<br />

quanto ao seu significado e relevância para os procedimentos<br />

clínicos (Padbury et al., 2003).<br />

Alguns autores, tais como Gargiulo et al. (1961) e<br />

Newcomb (1984), consideram o sulco gengival uma estrutura<br />

integrante das distâncias biológicas, pois os procedimentos<br />

clínicos não podem ignorá-lo, principalmente por apresentar<br />

uma medida muito variável nas diferentes faces de um<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393<br />

mesmo dente e ainda, restaurações com margens localizadas<br />

subgengivalmente apresentam maior inflamação gengival<br />

quando comparadas com dente hígidos. No entanto, outros<br />

autores, como De Wall & Castellucci (1993), não consideram<br />

o sulco gengival como um constituinte do espaço biológico,<br />

visto que o mesmo pode ser invadido por procedimentos<br />

restauradores.<br />

O respeito ao espaço biológico é, portanto, fundamental<br />

na preservação da saúde periodontal durante o preparo de<br />

uma prótese intra-sulcular. Quando este espaço é violado há<br />

como consequência uma resposta inflamatória que resulta<br />

em alterações destes tecidos. Desta maneira, podemos<br />

ter uma “autocorreção” do espaço biológico, porém de<br />

forma totalmente imprevisível e, na maioria das vezes, com<br />

consequências estéticas. Portanto, o espaço biológico deve<br />

ser respeitado ou recriado, por meio de procedimentos de<br />

aumento de coroa clínica (Nery, 20<strong>09</strong>).<br />

Existem diversas conseqüências atreladas à cirurgia para<br />

aumento de coroa clínica quando esta é feita de maneira<br />

displiscente. Portanto, deve-se realizar um diagnóstico de<br />

invasão de espaço biológico o mais preciso possível, associando<br />

ao exame clínico o exame radiográfico interproximal, para<br />

evitar indicar procedimentos cirúrgicos desnecessários<br />

(Neves et al., 2008). Segundo Jardini & Pustiglioni (2000),<br />

a importância do conhecimento das medidas do espaço<br />

biológico relaciona-se principalmente com o ato cirúrgico para<br />

aumento de coroa clínica.<br />

De maneira geral, o aumento de coroa clínica é realizado<br />

classicamente para restabelecimento do espaço biológico,<br />

mas também pode ser feito preventivamente em situações<br />

que exigem a colocação de margens subgengivalmente<br />

(aumento de retenção ou necessidade estética). Para isso,<br />

pode-se lançar mão de procedimentos cirúrgicos com ou<br />

sem osteotomia e ortodônticos, todos estes com indicações<br />

específicas, sendo necessário um conhecimento em relação<br />

às limitações, indicações e contra-indicações de cada técnica<br />

(Guênes et al., 2006).<br />

CONCLUSÃO<br />

Pode-se concluir que os periodontistas, de modo geral,<br />

possuem maior conhecimento sobre o espaço biológico<br />

periodontal, o que demonstra efeito positivo da especialização<br />

em <strong>Periodontia</strong> no entendimento deste assunto. Além disso,<br />

o estudo sugere também que após alguns anos de formados,<br />

os clínicos-gerais parecem desconhecer, esquecer ou ignorar<br />

conhecimentos que deveriam ter sido adquiridos enquanto<br />

estudantes. Os estudantes neste estudo mostraram, em<br />

algumas situações, ter um nível de conhecimento similar ao<br />

73


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

dos periodontistas.<br />

ABSTRACT<br />

The aim of the study was to assess the knowledge of<br />

dentistry students, clinicians, periodontists and prosthetists<br />

about the periodontal biological width. This is a cross-sectional<br />

study, that used a questionnaire, as an unique instrument<br />

for data collection. This questionnaire was distributed to 226<br />

subjects: 75 last semester students of Dentistry, 80 clinicians<br />

and 71 specialists, 35 prosthetists and 36 periodontists. The<br />

results showed that, in general, periodontists are those who<br />

understand more about the periodontal biological width,<br />

followed by students. Many prosthetists, despite claiming<br />

to remember what is the biological width, knew less than<br />

students about their structures and their size. There was a<br />

difference between the answer pattern of periodontists and<br />

clinicians regarding the cause of the inflammation around<br />

prostheses and restorations, cervical limit of preparations,<br />

measures and structures of the biologic width and the<br />

biological indication for crown lengthening procedures.<br />

Differences between prosthetists and periodontists occurred<br />

in regard to the knowledge of cervical limit preparations and<br />

measures of the biologic width. It follows therefore that, over<br />

time, the clinicians forget or ignore the knowledge acquired<br />

during the graduation and that specialization in Periodontics<br />

positively influenced knowledge about the biological width.<br />

UNITERMS: periodontium, periodontal anatomy,<br />

knowledge.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1- Belli G. Inter-relação entre <strong>Periodontia</strong> e Odontologia Restauradora.<br />

Medcenter; 2002. [Acesso em 2010 nov. 5]. Disponível em http://<br />

www.odontologia.com.br/artigos.asp?id=323<br />

2- Lima LL, Ribeiro EDP, Fanton A, Sallum EA, Nociti Jr FH, Casati<br />

MZ. Estudo do conhecimento de cirurgiões-dentistas sobre espaço<br />

biológico. Rev Assoc Paul Cir Dent 2006; 60 (3):197-200.<br />

3- Sicher H. Changing concepts of the supporting dental structures. Oral<br />

Surg Oral Med Oral Pathol 1959; <strong>12</strong> (1): 31-5.<br />

4- Gargiulo AW, Wentz FM, Orban B. Dimensions and Relations of the<br />

Dentogingival Junction in Humans. J Periodontol 1961; 32 (3): 261-7.<br />

5- Santos FA, Sartori R. Cirurgia periodontal para o restabelecimento das<br />

distâncias biológicas: relato de um caso clínico. Biological and Health<br />

Sciences 2000; 6 (1): 89-101.<br />

6- Cohen B. A Study of the Periodontal Epithelium. Br Dent J 1962;<br />

1<strong>12</strong> (2): 55-68.<br />

7- Nevins M, Skurow HM. The Intracrevicular Restorative Margin, the<br />

Biologic Width, and the Maintenance of the Gingival Margin. Int J<br />

Periodontics Restorative Dent 1984; 3: 31-49.<br />

8- Tristão GC. Espaço Biológico: Estudo Histométrico em Periodonto<br />

Clinicamente Normal de Humanos [Tese Doutorado]. São Paulo:<br />

Faculdade de Odontologia da USP; 1992.<br />

9- Vacek JS, Gher ME, Assad DA, Richardson AC, Giambarresi LI. The<br />

Dimensions of the Human Dentogingival Junction. Int J Periodontics<br />

Restorative Dent 1994; 14 (2): 155-65.<br />

10- Itoiz ME, Carranza Jr FA. A Gengiva. In: Carranza Jr FA, Newman<br />

MG. <strong>Periodontia</strong> Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997.<br />

p. <strong>12</strong>-31.<br />

<strong>11</strong>- Borghetti A, Monnet-Corti V. Anatomia e histologia do complexo<br />

mucogengival. In: Borghetti A, Monnet-Corti V. Cirurgia Plástica<br />

Periodontal. Porto Alegre: Artmed; 2002. p. 28-9.<br />

<strong>12</strong>- Löe H, Listgarten MA, Terranova VP. A gengiva. In: Genco RJ, Cohen<br />

W, Goldman HM. <strong>Periodontia</strong> Contemporânea. São Paulo: Livraria<br />

Santos Editora; 1996. p. 3-31.<br />

13- Padbury A, Eber R, Wang H-L. Interactions between the gingiva<br />

and the margin of restorations. J Clin Periodontol 2003; 30: 379-85.<br />

14- Silness J. Periodontal conditions in patients treated with dental bridges.<br />

J Periodontal Res 1970; 5: 60-8.<br />

15- Newcomb GM. The Relationship Between the Location of Subgingival<br />

Crown Margins and Gingival Inflamation. J Periodontal 1974; 45:151-<br />

4.<br />

16- Tarnow D, Stahl SS, Magner A, Zamzok J. Human Gingival Attachment<br />

Responses to Subgingival Crown Placentment. J Clin Periodontol<br />

1986; 13 (6): 563-9.<br />

17- Orkin DA, Reddy J, Bradshaw D. The relationship of the position of<br />

crown margins to gingival health. J Prosthet Dent 1987; 57 (4): 421-4.<br />

18- Nogueira-Filho GR, Stefani CM, Casati MZ, Nakai CM, Plaza CAS,<br />

Nociti Jr FH, Sallum EA, Toledo S et al. Necessidade de tratamento<br />

periodontal avaliada pelo CPITN e sua relação com a qualidade de<br />

acabamento cervical das restaurações. Pesq Odontol Bras 2001; 15<br />

(1): 51-5.<br />

19- Nery CF. A Prótese em parceria com a <strong>Periodontia</strong>. Rev PerioNews<br />

20<strong>09</strong>; 3 (2): 94-9.<br />

74 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393


Braz J Periodontol - December <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 04 - 21(4):66-75<br />

20- Parma-Benfenati S, Fugazzotto PA, Ruben MP. The Effect of<br />

Restorative Margins on the Postsurgical Development and Nature of the<br />

Periodontium. Pat I. Int J Periodontics Restorative Dent 1985; 6: 31-51.<br />

21- Guênes GMT, Gusmão ES, Loretto SC, Braz R, Dantas EM, Lyra AMVC.<br />

Cirurgias periodontais aplicadas à dentística. Rev. Cir. Traumatol. Buco-<br />

Maxilo-Fac. 2006; 6 (4): 9-16.<br />

22- Jardini MAN, Pustiglioni FE. Estudo biométrico do espaço biológico<br />

em humanos por meio de sondagem transulcular. RPG Ver Pós Grad<br />

2000; 7 (4): 295-302.<br />

23- Waerhaug J. Histologic Considerations Which Govern Where the<br />

Margins of Restorations Should Be Located in Relation to Gingiva.<br />

Dent Clin North Am 1960; 4: 161-76.<br />

24- Valderhaug J, Birkeland JM. Periodontal conditions in patients 5 years<br />

following insertion of fixed prostheses. J Oral Rehabil 1976; 3: 237-43.<br />

25- De Wall H, Castellucci G. The Importance of Restorative Margin<br />

Placement to the Biologic Width and Periodontal Health. Part I. Int J<br />

Periodontics Restorative Dent 1993; 13 (5): 460-71.<br />

26- Neves FS, Oliveira LF, Burgos V, Viana AC, Ribeiro EDP. Importância<br />

do exame radiográfico intrabucal no diagnóstico de invasão do espaço<br />

biológico. Int J Dent 2008; 7 (3): 173-77.<br />

27- Os autores declaram a inexistência de conflito de interesse e apoio<br />

financeiro relacionados ao presente artigo.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Rua Professsor Jairo Simões, 279 - apt. <strong>12</strong>04 - Ed. Jatobá – Imbuí<br />

CEP: 41720-375 – Salvador – BA<br />

Tel.: (71) 3232-1547<br />

E-mail: ericapeloso@yahoo.com.br<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393<br />

75

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!