editorial e indice junho 2011- 1ª REV - 06-05-11 ... - Revista Sobrape
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Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02<br />
ESTUDO DA OBESIDADE COMO INDICADOR DE RISCO<br />
PARA A DOENÇA PERIODONTAL<br />
Study of obesity as a risk indicator for periodontal disease<br />
Rosane Borges Dias¹, Mário Osvaldo Santana de Almeida¹, Érica Del Peloso Ribeiro², Roberta Catapano Naves³<br />
¹ Graduados em Odontologia pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).<br />
² Doutora em Clínica Odontológica com área de concentração em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP) e Professora Adjunta da EBMSP.<br />
³ Mestre em Estomatologia pela EBMSP, Especialista em Periodontia pela ABO-BA e Professora Assistente da EBMSP.<br />
Recebimento: 21/12/10 - Correção: 25/02/<strong>11</strong> - Aceite: 31/03/<strong>11</strong><br />
RESUMO<br />
A prevalência da obesidade vem aumentando nas últimas décadas, representando uma preocupação para a<br />
saúde pública, pois esta condição é um importante fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças sistêmicas.<br />
Estudos epidemiológicos recentes demonstraram uma possível relação entre a obesidade e a doença periodontal. Esta<br />
associação está diretamente relacionada ao processo imuno-inflamatório, pois mediadores inflamatórios são secretados<br />
pelo tecido adiposo, o que faz com que estejam presentes em maior quantidade em pacientes obesos, podendo, por<br />
conseguinte levar a um estado hiperinflamatório, aumentando o risco ou a progressão da doença periodontal. A partir<br />
disso, o objetivo deste trabalho foi verificar, por meio de um estudo transversal, a possível associação entre a obesidade<br />
e a doença periodontal. A amostra consistiu de 100 pacientes não fumantes, sistemicamente saudáveis, que não<br />
receberam tratamento periodontal nos últimos 6 meses ou usado antibiótico e/ou anti-inflamatório nos últimos 3 meses.<br />
O exame clínico periodontal completo, o índice de massa corporal (IMC) e a medida da circunferência abdominal foram<br />
realizados. A periodontite foi encontrada em 79% dos indivíduos avaliados, o sobrepeso em 34% e a obesidade em<br />
23% dos casos. Já a circunferência abdominal encontrada foi > 88 cm em 54,79% das mulheres avaliadas e > 102 cm<br />
em 25,93% dos homens. Neste estudo, não houve associação entre a periodontite e a obesidade, porém, estas foram<br />
prevalentes, tornando-se uma preocupação para a saúde pública. A partir disso, medidas preventivas são necessárias,<br />
visando à prevenção e promoção de saúde para a população estudada.<br />
UNITERMOS: Doença periodontal, obesidade. R Periodontia <strong>20<strong>11</strong></strong>; 21:70-78.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a<br />
obesidade como uma condição de acúmulo excessivo de<br />
gordura corporal em um determinado grau, onde a saúde<br />
e o bem estar dos indivíduos podem ser prejudicialmente<br />
afetados. Esta condição alcançou proporções epidêmicas<br />
globais, onde 300 milhões apresentam obesidade clínica<br />
em todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos (World<br />
Health Organization/WHO, 2003).<br />
A obesidade é um importante fator de risco para o<br />
desenvolvimento de doenças sistêmicas como o diabetes<br />
mellitus tipo II, hiperlipidemia, hipertensão, doenças<br />
cardiovasculares, colelitíase e alguns tipos de câncer (WHO,<br />
2003). Os efeitos adversos da obesidade estão relacionados<br />
não apenas com o peso corporal total, mas também com a<br />
distribuição da gordura armazenada (Kane & Kumar, 20<strong>05</strong>). A<br />
obesidade central ou visceral, caracterizada pelo acúmulo de<br />
gordura no tronco e na cavidade abdominal, está associada<br />
a um risco muito maior de várias doenças do que o acúmulo<br />
excessivo de gordura distribuída difusamente no tecido<br />
subcutâneo (Kane & Kumar, 20<strong>05</strong>).<br />
Durante as duas últimas décadas, avanços extraordinários<br />
foram feitos sobre o entendimento dos mecanismos<br />
etiológicos e de patogênese das doenças periodontais<br />
(Quirynen et al., 2001). A etiologia envolve dois grupos de<br />
fatores: o hospedeiro susceptível e a presença de bactérias<br />
patogênicas (Quirynen et al., 2001). O processo de doença<br />
se desenvolve quando há uma quebra do equilíbrio existente<br />
entre a resposta do hospedeiro e o desafio microbiano<br />
70 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393
Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />
(Quirynen et al., 2001). Neste contexto, o biofilme dental<br />
tem papel fundamental e é considerado o fator etiológico<br />
primário da doença periodontal. Este atua por meio de<br />
mecanismos diretos, causando destruição tecidual pela<br />
liberação de enzimas líticas e produtos citotóxicos; e indiretos,<br />
desencadeando as reações de defesa do hospedeiro que<br />
podem resultar em destruição progressiva do periodonto<br />
(Page et al., 1997).<br />
No que tange a resposta do hospedeiro, alguns fatores<br />
sistêmicos podem interferir no início e progressão da doença<br />
periodontal. Alguns desses fatores são reconhecidamente de<br />
risco para periodontite, como diabetes mellitus, mas outros,<br />
como a obesidade são atualmente denominados indicadores<br />
de risco (Albandar, 2002).<br />
Um dos critérios para a determinação do fator de risco<br />
é a existência de uma plausibilidade biológica (Bezerra et<br />
al., 2007). As hipóteses que sustentam essa plausibilidade<br />
devem ser amparadas em estudos longitudinais (Bezerra et<br />
al., 2007). A plausibilidade biológica que explica a associação<br />
entre a obesidade e a periodontite está relacionada a um<br />
processo imuno-inflamatório, sendo que, o tecido adiposo<br />
secreta citocinas pró-inflamatórias proporcionais à massa<br />
corporal do indivíduo (Pischon et al., 2007; Ritchie, 2007). Esses<br />
mediadores inflamatórios como fator de necrose tumoral alfa,<br />
interleucina-1 beta e a interleucina- 6, secretados em maior<br />
quantidade em pacientes obesos, podem levar a um estado<br />
hiperinflamatório, aumentando o risco de desenvolvimento<br />
da doença periodontal ou a sua progressão (Ritchie, 2007).<br />
O efeito da obesidade também pode alterar a produção<br />
e liberação de importantes células de defesa, como os<br />
neutrófilos, reconhecidos como a primeira linha de defesa<br />
dos tecidos periodontais, e os linfócitos T e B, responsáveis<br />
pelas respostas celulares e humorais (Saito & Shimazaki, 2008).<br />
O aumento dos níveis de glicose e lipídios nos obesos<br />
pode contribuir para uma reposta exacerbada e até inibir<br />
a produção de fatores de crescimento pelos macrófagos,<br />
reduzindo a capacidade de reparo dos tecidos periodontais<br />
(Gaio, 2008).<br />
Na década de 70, Perlstein e Bissada investigaram em<br />
ratos se a obesidade e/ou hipertensão poderiam ocasionar<br />
mudanças histopatológicas no periodonto, na ausência ou<br />
na presença de periodontite. Eles observaram que os ratos<br />
obesos/hipertensos apresentaram destruição periodontal mais<br />
severa, seguido pelo grupo de ratos obesos, enquanto que<br />
a hipertensão isolada não foi um fator significante (Perlstein<br />
& Bissada, 1977). Recentemente, a possibilidade de uma<br />
associação entre a doença periodontal e a obesidade tem sido<br />
estudada por outros autores (Saito et al., 2001; Dalla Vechia<br />
et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et<br />
An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />
al., 2008; Khader et al., 2008; Ylostalo et al., 2008).<br />
Uma vez que a doença periodontal e a obesidade são<br />
altamente prevalentes na população, buscar esclarecer a<br />
relação entre elas pode ser uma importante descoberta<br />
para a comunidade médica e odontológica. Diante disso, o<br />
objetivo deste estudo foi verificar a possível associação entre<br />
a obesidade e a periodontite.<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
Desenho do estudo e Seleção da amostra<br />
Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da<br />
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (CEP/EBMSP),<br />
sob o protocolo 87/2009, foi desenvolvido um estudo<br />
observacional do tipo transversal. A participação dos indivíduos<br />
na pesquisa era efetivada após a assinatura do Termo de<br />
Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução 196/96).<br />
O estudo foi realizado no Ambulatório Docente<br />
Assistencial da Bahiana (ADAB) da Unidade Acadêmica Cabula<br />
do Curso de Odontologia da Escola Bahiana de Medicina<br />
e Saúde Pública (EBMSP). A amostra de conveniência foi<br />
composta por 100 indivíduos com idades entre 30 a 65 anos.<br />
Estes participantes foram triados na Unidade de Triagem<br />
e Urgência (UTU/EBMSP) no período de fevereiro a agosto<br />
de 2010. A seleção da amostra foi realizada segundo os<br />
critérios de inclusão: ter entre 30 a 65 anos de idade e ter<br />
pelo menos 15 dentes permanentes na boca, excluindo os<br />
terceiros molares. E os critérios de exclusão foram: realização<br />
de tratamento periodontal nos últimos 6 meses; pacientes<br />
portadores de aparelho ortodôntico; uso de medicamentos<br />
que pudessem interferir na condição periodontal (antibiótico<br />
e/ou anti-inflamatório) nos últimos 3 meses; tabagismo;<br />
pacientes portadores de diabetes mellitus ou outra doença<br />
sistêmica que possa interferir no curso da doença periodontal,<br />
como osteoporose; gestante ou lactante.<br />
Entrevista<br />
Os participantes foram submetidos a uma entrevista<br />
sobre dados pessoais, história médica e odontológica. Para<br />
entrevistá-los foi usado um roteiro estruturado, o qual foi a<br />
eles aplicado antes do exame periodontal. Outro examinador<br />
treinado conduziu as entrevistas e preencheu os roteiros.<br />
Avaliação do IMC e Circunferência abdominal<br />
O índice de massa corporal (IMC) é definido pela divisão<br />
do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura em<br />
metros (WHO, 2003). A altura dos indivíduos foi mensurada<br />
em centímetros por meio de uma fita métrica instalada<br />
verticalmente na parede. O peso foi aferido em quilogramas<br />
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por uma balança digital (G-Life®, São Paulo, SP, Brasil), com<br />
graduação de 100 gramas e capacidade de 180 Kg. Suas<br />
categorias podem ser definidas da seguinte forma: abaixo<br />
do peso [IMC abaixo de 18,5], peso normal [IMC entre 18,5<br />
e 24,9], sobrepeso [IMC entre 25,0 e 29,9], obesidade grau I<br />
[IMC entre 30,0 e 34,9], obesidade grau II [IMC entre 35,0 e<br />
39,9] e obesidade grau III [IMC acima de 40,0] (WHO, 2003).<br />
Posteriormente, a medida da circunferência abdominal<br />
era realizada com uma fita métrica não elástica na altura da<br />
cicatriz umbilical. Esta medida tem sido utilizada para avaliar<br />
o acúmulo de gordura visceral, sendo considerados os limites<br />
normais a circunferência < 102 cm para homens e < 88 cm<br />
para mulheres (Janssen et al., 2002).<br />
Tanto o IMC como a medida da circunferência abdominal<br />
foram realizadas por um único examinador padronizado<br />
previamente.<br />
Avaliação periodontal<br />
O exame clínico periodontal foi realizado em todas as<br />
unidades dentárias permanentes, excluindo os terceiros<br />
molares. As unidades foram examinadas em seis sítios (mésiovestibular,<br />
vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual, lingual,<br />
disto-lingual). Este exame utilizou uma sonda periodontal<br />
milimetrada do tipo Carolina do Norte (PS-15 mm - Hu<br />
Friedy®, Chicago, IL). Neste exame, os parâmetros clínicos<br />
periodontais avaliados foram: Índice de Placa (Ainamo & Bay,<br />
1975), Índice Gengival (Ainamo & Bay, 1975), Profundidade<br />
de Sondagem (Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>), Sangramento a<br />
Sondagem (Mühlemann & Son, 1971), Posição da Margem<br />
Gengival (Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>) e Nível de Inserção Clínica<br />
(Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>).<br />
Todo exame clínico foi realizado por uma única examinadora<br />
calibrada. Esta foi submetida a um teste de concordância<br />
intra-examinador, os resultados deste teste foi avaliado pelo<br />
coeficiente de correlação intraclasse (ICC). O ICC obtido foi de<br />
0,87 para a medição do NIC.<br />
Em relação ao diagnóstico da doença periodontal, os<br />
indivíduos foram classificados com periodontite, aqueles com 4<br />
dentes com 1 ou mais sítios com profundidade de sondagem<br />
et<br />
al., 20<strong>06</strong>).<br />
Os indivíduos que precisaram de tratamento odontológico<br />
foram encaminhados para as Clínicas do Curso de Odontologia<br />
(EBMSP).<br />
Análise Estatística<br />
Inicialmente, realizou-se a análise descritiva das variáveis<br />
estudadas obtendo-se as frequências simples e relativas<br />
para todas as variáveis. Em seguida todas as variáveis foram<br />
transformadas em dicotômicas, de acordo com a distribuição<br />
que apresentaram.<br />
A amostra foi dividida em duas categorias de efeito, de<br />
acordo com a presença/ausência da doença periodontal.<br />
A obesidade foi avaliada através das variáveis: Índice de<br />
Massa Corporal (IMC – peso normal/sobrepeso-obesidade)<br />
e circunferência abdominal (presença/ausência de gordura<br />
visceral). A doença periodontal como variável independente<br />
principal foi definida como presente nos indivíduos que<br />
apresentaram 4 dentes com 1 ou mais sítios com profundidade<br />
<br />
(Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>). Para determinar a prevalência da<br />
doença periodontal nos estratos das covariáveis, realizou-se<br />
análise descritiva, testando as diferenças estatisticamente<br />
significativas entre os grupos através do Teste do 2 de<br />
Pearson, considerando o nível de significância o valor de “p”<br />
correspondente à alfa () menor ou igual a 5%.<br />
Na análise bivariada, foi possível determinar a associação<br />
entre obesidade e doença periodontal, além de avaliar os<br />
possíveis fatores de risco para a doença periodontal nesta<br />
população. Utilizou-se como medida de associação a Razão<br />
de Prevalência.<br />
As médias das variáveis contínuas foram obtidas e a<br />
comparação entre os grupos foi realizada por meio do Teste<br />
T de Student. Os programas estatísticos utilizados foram<br />
Microsoft Office Excel (versão 2007) e o SPSS versão 18.0.<br />
RESULTADOS<br />
A amostra constituiu-se de 100 indivíduos, sendo 73<br />
participantes do sexo feminino e 27 do sexo masculino. Os<br />
dados em relação aos aspectos sociais e comportamentais<br />
podem ser observados na tabela 1. As características<br />
comportamentais em relação aos hábitos de higiene oral e de<br />
saúde bucal podem ser observadas na tabela 2.<br />
O sobrepeso e a obesidade foram encontrados,<br />
respectivamente, em 34% e 23% da população estudada.<br />
Quando estes valores foram estratificados por gênero, 36,98%<br />
das mulheres apresentaram sobrepeso e 21,91% obesidade.<br />
Já 22,22% dos homens apresentaram sobrepeso e 25,93%<br />
obesidade. O peso normal, considerado saudável (IMC <<br />
25kg/m²), foi encontrado em 40% dos indivíduos e apenas<br />
3% estiveram abaixo do peso corporal estabelecido pela OMS.<br />
Em relação à medida da circunferência abdominal,<br />
48% apresentaram obesidade visceral, sendo que 25,93%<br />
dos homens e 54,79% das mulheres apresentaram uma<br />
circunferência abdominal maior que o normal.<br />
A gengivite foi encontrada em 76% dos indivíduos da<br />
população estudo e a periodontite em 79%.<br />
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Tabela 1 Tabela 2<br />
CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE SAÚDE GERAL<br />
DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />
Variáveis Nº<br />
Sexo<br />
Feminino 73<br />
Masculino 27<br />
Estado civil<br />
Casado 42<br />
Solteiro/outros 58<br />
Problema cardíaco<br />
Ausente 99<br />
Presente 1<br />
Hipertensão arterial<br />
Ausente 82<br />
Presente 18<br />
Acompanhamento médico da hipertensão<br />
Ausente 64<br />
Presente 36<br />
Prática de atividade física<br />
Ausente 65<br />
Presente 35<br />
Uso de contraceptivo oral*<br />
Ausente 53<br />
Presente 20<br />
Reposição hormonal*<br />
Ausente 72<br />
Presente 01<br />
Uso de medicamento<br />
Ausente 69<br />
Presente 31<br />
Presença de Inflamação/infecção<br />
Ausente 97<br />
Presente 3<br />
Índice de massa corporal<br />
Normal 43<br />
Sobrepeso/Obesidade 57<br />
Circunferência abdominal<br />
Sem obesidade visceral 52<br />
Com obesidade visceral 48<br />
N=100 indivíduos; *N=73 (mulheres).<br />
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CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS E DE SAÚDE BUCAL<br />
DA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />
Variáveis Nº<br />
Freqüência de escovação<br />
Nenhuma/uma vez ao dia 8<br />
Duas ou mais vezes ao dia 92<br />
Uso de fio dental<br />
Sim 52<br />
Não 48<br />
Uso de enxaguatório<br />
Sim 26<br />
Não 74<br />
Freqüência de visita ao dentista<br />
Até duas vezes/ano 21<br />
Três ou mais vezes/ano 79<br />
Realização de Tratamento restaurador<br />
Sim 77<br />
Não 23<br />
Realização de Raspagem e Alisamento Radicular<br />
Sim 71<br />
Não 29<br />
Realização de Exodontia<br />
Sim 91<br />
Não 9<br />
Índice Gengival<br />
Normal (< 25%) 24<br />
Com gengivite (> 25%) 76<br />
Doença Periodontal<br />
Sem periodontite 21<br />
Com periodontite 79<br />
N=100 indivíduos.<br />
A prevalência da periodontite segundo as principais<br />
variáveis estudadas é descrita na tabela 3. Houve diferença<br />
estatisticamente significante entre os grupos apenas, em<br />
relação ao estado civil (p< 0,047) e uso do fio dental (p<<br />
0,003).<br />
A tabela 4 mostra a média e desvio padrão das variáveis<br />
contínuas relacionadas com a doença periodontal. Houve<br />
diferença estatisticamente significante em relação ao índice<br />
de placa visível (p
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Tabela 3<br />
P<strong>REV</strong>ALÊNCIA DA DOENÇA PERIODONTAL SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE SAÚDE GERAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />
Variáveis<br />
Sem Doença<br />
Periodontal<br />
Com Doença<br />
Periodontal<br />
RP<br />
p<br />
N % N %<br />
IMC<br />
Normal 9 22,5 34 77,5 0,99<br />
Sobrepeso/obesidade 12 21,1 45 78,9<br />
0,865<br />
Circunferência abdominal<br />
Sem obesidade visceral 10 19,2 42 80,8 0,84<br />
Com obesidade visceral <strong>11</strong> 22,9 37 77,1<br />
0,651<br />
Sexo<br />
Feminino 15 20,5 58 79,5 0,92<br />
Masculino 6 22,2 21 77,8<br />
0,855<br />
Estado civil*<br />
Casado 5 <strong>11</strong>,9 37 81,1 0,43<br />
Solteiro 16 27,6 42 72,4<br />
0,047<br />
Atividade física<br />
Presente 7 20,0 28 80,0 0,93<br />
Ausente 14 21,5 51 78,5<br />
0,857<br />
Uso de contraceptivo* **<br />
Ausente 10 18,9 43 81,1 0,76 0,537<br />
Presente 5 5 15 75<br />
Uso de fio dental<br />
Sim 17 32,7 35 67,3 3,92<br />
Não 4 8,3 44 91,7<br />
0,003<br />
Uso de enxaguatório<br />
Sim 4 15,4 22 84,6 0,67<br />
Não 17 23,0 57 77,0<br />
0,578<br />
Freqüência de visita ao dentista<br />
Até duas vezes/ano 6 28,6 15 71,4 0,66<br />
Três ou mais vezes/ano 15 19,0 64 81,0<br />
0,338<br />
Análise Bivariada utilizando o Teste o X² de Pearson. N= 100 indivíduos. RP (Razão de Prevalência). Valor de p < 0,<strong>05</strong>.<br />
* Teste de Fisher. ** N=73 (Mulheres).<br />
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Tabela 4<br />
Variáveis<br />
MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS CONTÍNUAS E DOENÇA PERIODONTAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />
Sem Doença Periodontal (N=21) Com Doença Periodontal(N=79)<br />
Média Dp Média Dp<br />
p*<br />
IMC 26,57 4,34 26,32 4,82 0,824<br />
Circunferência abdominal 91,81 12,99 89,28 12,17 0,428<br />
Índice de placa visível 31,75 16,47 53,81 22,85 0,000<br />
Ìndice gengival 26,63 16,82 41,31 18,87 0,001<br />
Idade 36,43 5,66 42,13 9,00 0,001<br />
Médias das variáveis contínuas utilizando o Teste T de Student. Dp (Desvio padrão). Valor de p< 0,<strong>05</strong>.<br />
Tabela 5<br />
MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS CONTÍNUAS DE ACORDO COM SEXO E PRESENÇA DE DOENÇA PERIODONTAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />
Variáveis (N=100)<br />
Sem Doença Peridontal<br />
Com Doença Periodontal<br />
Média Dp Média Dp<br />
p *<br />
Masculino (N=27) N=6 N=21<br />
IMC 28,16 6,23 25,83 5,87 0,443<br />
Circunferência abdominal 98,50 20,84 91,95 15,09<br />
0,498<br />
Feminino (N=73) N=15 N=58<br />
IMC 25,94 3,41 26,50 4,43 0,600<br />
Circunferência abdominal 89,13 7,69 88,31 10,92<br />
0,739<br />
Médias das variáveis contínuas utilizando o Teste T de Student. Dp (Desvio padrão). Valor de p < 0,<strong>05</strong>.<br />
A média e o desvio padrão das variáveis IMC e<br />
circunferência abdominal de acordo com o sexo e presença<br />
de doença periodontal são descritas na tabela 5, e não foi<br />
observada uma diferença estatisticamente significante entre<br />
os grupos.<br />
DISCUSSÃO<br />
A prevalência da obesidade vem aumentando nas últimas<br />
décadas, representando uma preocupação para a saúde<br />
pública, pois esta condição é um importante fator de risco para<br />
o desenvolvimento de várias doenças como diabetes mellitus<br />
tipo II, hiperlipidemia, hipertensão e doenças cardiovasculares<br />
(WHO, 2003).<br />
No presente estudo, o sobrepeso e a obesidade<br />
foram encontrados em 57% dos indivíduos avaliados por<br />
meio do IMC, mostrando uma população de risco para o<br />
An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />
desenvolvimento de doenças sistêmicas. Quando este valor<br />
foi estratificado por gênero, o sexo feminino apresentou<br />
uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade quando<br />
comparado com o sexo masculino. Resultados semelhantes<br />
foram encontrados em um estudo realizado por Abrantes et<br />
al. (2003). Os autores avaliaram a prevalência de sobrepeso<br />
e obesidade em crianças, adolescentes, adultos e idosos nas<br />
regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, encontrando uma maior<br />
prevalência de sobrepeso e obesidade nas mulheres do que<br />
nos homens adultos.<br />
O acúmulo de gordura visceral avaliado pela medida da<br />
circunferência abdominal foi também mais prevalente nas<br />
mulheres. Este resultado pode ser explicado pelas mudanças<br />
ocorridas nas últimas décadas relacionadas aos hábitos<br />
alimentares e de vida, indicando uma exposição cada vez<br />
mais intensa aos riscos cardiovasculares para as mulheres<br />
(Almeida et al., 2009).<br />
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A maioria dos estudos epidemiológicos utiliza o IMC como<br />
método para avaliar o excesso de gordura corpórea devido à<br />
sua fácil aplicabilidade em pesquisas (Saito et al., 2001; Dalla<br />
Vechia et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007;<br />
Ekuni et al., 2008; Ylostalo et al., 2008). Porém, a precisão do<br />
IMC para a definição de obesidade pode ser questionada, pois<br />
não faz distinção entre a massa adiposa e músculos (Khader<br />
et al., 2008). Desta maneira, faz-se necessário a associação<br />
do IMC com a medida da circunferência abdominal, pois esta<br />
elimina as incoerências do IMC (Khader et al., 2008). Assim,<br />
neste estudo, o IMC e a circunferência abdominal foram<br />
utilizados para uma melhor avaliação da obesidade.<br />
Neste estudo, foi encontrada uma alta prevalência de<br />
periodontite, o que também se torna uma preocupação para<br />
a saúde pública, pois estes indivíduos possuem uma maior<br />
susceptibilidade a perda dentária. Esta prevalência pode ser<br />
justificada pela grande procura por tratamento periodontal no<br />
Curso de Odontologia da EBMSP, já que as Unidades Básicas<br />
de Saúde da região não oferecem este tipo de tratamento.<br />
Houve uma diferença estatisticamente significante<br />
entre os grupos com doença periodontal e sem doença<br />
periodontal em relação às variáveis: índice de placa visível<br />
e índice gengival. Estes resultados são coerentes com os<br />
achados de Löe et al. (1965), que mostraram que o acúmulo<br />
de biofilme nas superfícies dos dentes é um fator de risco para<br />
o desenvolvimento da inflamação gengival.<br />
Foi também observada uma diferença estatisticamente<br />
significante em relação à idade. Evidências iniciais desta<br />
relação demonstraram que a prevalência e a gravidade da<br />
periodontite aumentam com a idade, sugerindo que esta<br />
possa ser um fator de risco para a perda de tecido periodontal<br />
de suporte (Van der Velden, 1984; Locker et al., 1998).<br />
Entretanto, evidências mais recentes mostram que indivíduos<br />
idosos não são mais susceptíveis à perda de inserção. A<br />
observação de que a prevalência de doença periodontal<br />
aumenta com a idade é decorrente do maior tempo de<br />
exposição ao fator etiológico e maior acúmulo das seqüelas<br />
da doença (Ragghianti et al., 2004; Arora et al., 2009).<br />
Não foi observada uma diferença estatisticamente<br />
significante entre os grupos sem periodontite e com<br />
periodontite em relação às variáveis IMC e circunferência<br />
abdominal, discordando com alguns estudos epidemiológicos<br />
(Saito et al., 2001; Dalla Vechia et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al.,<br />
20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et al., 2008; Khader et al.,<br />
2008; Ylostalo et al., 2008). Pórem, resultados semelhantes<br />
foram encontrados por outros autores (Izumi et al., 2009;<br />
Kongstad et al., 2009).<br />
Esta falta de associação pode ser justificada pelo tamanho<br />
da amostra, pois os estudos transversais realizados, que<br />
avaliaram a relação entre a periodontite e a obesidade e que<br />
mostraram associação, possuíram uma amostra com mais de<br />
600 indivíduos (Saito et al., 2001; Dalla Vechia et al., 20<strong>05</strong>;<br />
Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et al., 2008;<br />
Ylostalo et al., 2008).<br />
A dificuldade em associar ambas as doenças está também<br />
na falta de padronização na definição da periodontite, pois cada<br />
estudo utiliza critérios de diagnóstico diferentes, e isto dificulta<br />
a comparação entre os estudos. Alguns autores utilizaram<br />
protocolos parciais de exame periodontal (Saito et al., 2001;<br />
Ekuni et al., 2008). O Índice de Necessidades de Tratamento<br />
Periodontal Comunitário (CPITN), preconizado pela OMS, tem<br />
sido o mais utilizado nos estudos epidemiológicos sobre os<br />
problemas periodontais, devido à sua simplicidade e rapidez<br />
(Corraini et al., 2007). Apesar de suas vantagens, o CPITN<br />
apresenta algumas limitações em expressar a prevalência,<br />
extensão e gravidade da periodontite, podendo sub ou<br />
superestimar a doença (Corraini et al., 2007). Nesta pesquisa,<br />
utilizou-se o exame periodontal completo, associando dois<br />
parâmetros clínicos: a profundidade de sondagem e o nível<br />
de inserção clínica. Tomando-se como referência o trabalho<br />
de Andriankaja et al. (20<strong>06</strong>), o qual mostrou que diferentes<br />
classificações de doenças periodontais promovem graus<br />
diferentes de associação entre periodontite e infarto agudo<br />
do miocárdio. Eles verificaram que seria mais sensato utilizar<br />
a profundidade de sondagem e o nível de inserção clínica<br />
juntos para a classificação desta doença. O delineamento do<br />
estudo, excluindo indivíduos fumantes e diabéticos também<br />
pode explicar a não observação da obesidade como indicador<br />
de risco para periodontite. Tanto o fumo como o diabetes<br />
mellitus são fatores de risco para a doença periodontal, pois<br />
modulam a resposta do hospedeiro e, consequentemente,<br />
interferirem na associação entre a obesidade e a periodontite<br />
(Albandar, 2002).<br />
Um indicador de risco é um possível fator de risco<br />
identificado em estudos transversais e de caso-controle, que<br />
pode ou não ser confirmado como fator de risco em estudos<br />
longitudinais ou ensaios clínicos (Albandar, 2002). Apesar de a<br />
literatura atual mostrar uma associação entre a periodontite<br />
e a obesidade, estudos longitudinais e experimentais são<br />
necessários para determinação da obesidade como um fator<br />
de risco para periodontite.<br />
CONCLUSÃO<br />
Pode-se concluir que não houve associação entre<br />
a doença periodontal e a obesidade. Entretanto, tanto<br />
a periodontite como o sobrepeso e a obesidade foram<br />
prevalentes, tornando-se uma preocupação para a saúde<br />
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pública. A partir disso, medidas preventivas são necessárias,<br />
visando à prevenção e promoção de saúde da população<br />
avaliada.<br />
ABSTRACT<br />
The prevalence of obesity has increased in recent<br />
decades, representing a public health concern because this<br />
condition is an important risk factor for the development of<br />
several systemic diseases. Recent epidemiological studies<br />
have shown a possible link between obesity and periodontal<br />
disease. This association is directly related to the immunoinflammatory<br />
process, because inflammatory mediators are<br />
secreted by adipose tissue, which causes that are present in<br />
greater quantities in obese patients and may therefore lead<br />
to a state hiperinflamatório, increasing the risk or progression<br />
periodontal disease. From this, the objective was to verify,<br />
through a cross-sectional study of the possible association<br />
between obesity and periodontal disease. The sample<br />
consisted of 100 non-smoking patients, systemically healthy,<br />
who had not received periodontal treatment within the last<br />
6 months or used antibiotics and / or inflammatory in the last<br />
three months. The clinical examination is complete, the body<br />
mass index (BMI) and waist circumference were performed.<br />
Periodontitis was found in 79% of the individuals, overweight<br />
and obesity in 34% to 23% of cases. Already found waist<br />
circumference was > 88 cm in 54,79% the women studied<br />
and > 102 cm in 25, 93% of me. In this study, no association<br />
between periodontitis and obesity, but these were prevalent,<br />
becoming a concern for public health. From this, preventive<br />
measures are necessary, aiming at prevention and health<br />
promotion for this population.<br />
UNITERMS: periodontal disease; obesity.<br />
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Endereço para correspondência:<br />
Rosane Borges Dias<br />
Rua Pará, 440 – apto. 1301 B – Pituba<br />
CEP: 41830-070 – Salvador – BA<br />
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