10.06.2014 Views

editorial e indice junho 2011- 1ª REV - 06-05-11 ... - Revista Sobrape

editorial e indice junho 2011- 1ª REV - 06-05-11 ... - Revista Sobrape

editorial e indice junho 2011- 1ª REV - 06-05-11 ... - Revista Sobrape

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02<br />

ESTUDO DA OBESIDADE COMO INDICADOR DE RISCO<br />

PARA A DOENÇA PERIODONTAL<br />

Study of obesity as a risk indicator for periodontal disease<br />

Rosane Borges Dias¹, Mário Osvaldo Santana de Almeida¹, Érica Del Peloso Ribeiro², Roberta Catapano Naves³<br />

¹ Graduados em Odontologia pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).<br />

² Doutora em Clínica Odontológica com área de concentração em Periodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba (UNICAMP) e Professora Adjunta da EBMSP.<br />

³ Mestre em Estomatologia pela EBMSP, Especialista em Periodontia pela ABO-BA e Professora Assistente da EBMSP.<br />

Recebimento: 21/12/10 - Correção: 25/02/<strong>11</strong> - Aceite: 31/03/<strong>11</strong><br />

RESUMO<br />

A prevalência da obesidade vem aumentando nas últimas décadas, representando uma preocupação para a<br />

saúde pública, pois esta condição é um importante fator de risco para o desenvolvimento de várias doenças sistêmicas.<br />

Estudos epidemiológicos recentes demonstraram uma possível relação entre a obesidade e a doença periodontal. Esta<br />

associação está diretamente relacionada ao processo imuno-inflamatório, pois mediadores inflamatórios são secretados<br />

pelo tecido adiposo, o que faz com que estejam presentes em maior quantidade em pacientes obesos, podendo, por<br />

conseguinte levar a um estado hiperinflamatório, aumentando o risco ou a progressão da doença periodontal. A partir<br />

disso, o objetivo deste trabalho foi verificar, por meio de um estudo transversal, a possível associação entre a obesidade<br />

e a doença periodontal. A amostra consistiu de 100 pacientes não fumantes, sistemicamente saudáveis, que não<br />

receberam tratamento periodontal nos últimos 6 meses ou usado antibiótico e/ou anti-inflamatório nos últimos 3 meses.<br />

O exame clínico periodontal completo, o índice de massa corporal (IMC) e a medida da circunferência abdominal foram<br />

realizados. A periodontite foi encontrada em 79% dos indivíduos avaliados, o sobrepeso em 34% e a obesidade em<br />

23% dos casos. Já a circunferência abdominal encontrada foi > 88 cm em 54,79% das mulheres avaliadas e > 102 cm<br />

em 25,93% dos homens. Neste estudo, não houve associação entre a periodontite e a obesidade, porém, estas foram<br />

prevalentes, tornando-se uma preocupação para a saúde pública. A partir disso, medidas preventivas são necessárias,<br />

visando à prevenção e promoção de saúde para a população estudada.<br />

UNITERMOS: Doença periodontal, obesidade. R Periodontia <strong>20<strong>11</strong></strong>; 21:70-78.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a<br />

obesidade como uma condição de acúmulo excessivo de<br />

gordura corporal em um determinado grau, onde a saúde<br />

e o bem estar dos indivíduos podem ser prejudicialmente<br />

afetados. Esta condição alcançou proporções epidêmicas<br />

globais, onde 300 milhões apresentam obesidade clínica<br />

em todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos (World<br />

Health Organization/WHO, 2003).<br />

A obesidade é um importante fator de risco para o<br />

desenvolvimento de doenças sistêmicas como o diabetes<br />

mellitus tipo II, hiperlipidemia, hipertensão, doenças<br />

cardiovasculares, colelitíase e alguns tipos de câncer (WHO,<br />

2003). Os efeitos adversos da obesidade estão relacionados<br />

não apenas com o peso corporal total, mas também com a<br />

distribuição da gordura armazenada (Kane & Kumar, 20<strong>05</strong>). A<br />

obesidade central ou visceral, caracterizada pelo acúmulo de<br />

gordura no tronco e na cavidade abdominal, está associada<br />

a um risco muito maior de várias doenças do que o acúmulo<br />

excessivo de gordura distribuída difusamente no tecido<br />

subcutâneo (Kane & Kumar, 20<strong>05</strong>).<br />

Durante as duas últimas décadas, avanços extraordinários<br />

foram feitos sobre o entendimento dos mecanismos<br />

etiológicos e de patogênese das doenças periodontais<br />

(Quirynen et al., 2001). A etiologia envolve dois grupos de<br />

fatores: o hospedeiro susceptível e a presença de bactérias<br />

patogênicas (Quirynen et al., 2001). O processo de doença<br />

se desenvolve quando há uma quebra do equilíbrio existente<br />

entre a resposta do hospedeiro e o desafio microbiano<br />

70 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

(Quirynen et al., 2001). Neste contexto, o biofilme dental<br />

tem papel fundamental e é considerado o fator etiológico<br />

primário da doença periodontal. Este atua por meio de<br />

mecanismos diretos, causando destruição tecidual pela<br />

liberação de enzimas líticas e produtos citotóxicos; e indiretos,<br />

desencadeando as reações de defesa do hospedeiro que<br />

podem resultar em destruição progressiva do periodonto<br />

(Page et al., 1997).<br />

No que tange a resposta do hospedeiro, alguns fatores<br />

sistêmicos podem interferir no início e progressão da doença<br />

periodontal. Alguns desses fatores são reconhecidamente de<br />

risco para periodontite, como diabetes mellitus, mas outros,<br />

como a obesidade são atualmente denominados indicadores<br />

de risco (Albandar, 2002).<br />

Um dos critérios para a determinação do fator de risco<br />

é a existência de uma plausibilidade biológica (Bezerra et<br />

al., 2007). As hipóteses que sustentam essa plausibilidade<br />

devem ser amparadas em estudos longitudinais (Bezerra et<br />

al., 2007). A plausibilidade biológica que explica a associação<br />

entre a obesidade e a periodontite está relacionada a um<br />

processo imuno-inflamatório, sendo que, o tecido adiposo<br />

secreta citocinas pró-inflamatórias proporcionais à massa<br />

corporal do indivíduo (Pischon et al., 2007; Ritchie, 2007). Esses<br />

mediadores inflamatórios como fator de necrose tumoral alfa,<br />

interleucina-1 beta e a interleucina- 6, secretados em maior<br />

quantidade em pacientes obesos, podem levar a um estado<br />

hiperinflamatório, aumentando o risco de desenvolvimento<br />

da doença periodontal ou a sua progressão (Ritchie, 2007).<br />

O efeito da obesidade também pode alterar a produção<br />

e liberação de importantes células de defesa, como os<br />

neutrófilos, reconhecidos como a primeira linha de defesa<br />

dos tecidos periodontais, e os linfócitos T e B, responsáveis<br />

pelas respostas celulares e humorais (Saito & Shimazaki, 2008).<br />

O aumento dos níveis de glicose e lipídios nos obesos<br />

pode contribuir para uma reposta exacerbada e até inibir<br />

a produção de fatores de crescimento pelos macrófagos,<br />

reduzindo a capacidade de reparo dos tecidos periodontais<br />

(Gaio, 2008).<br />

Na década de 70, Perlstein e Bissada investigaram em<br />

ratos se a obesidade e/ou hipertensão poderiam ocasionar<br />

mudanças histopatológicas no periodonto, na ausência ou<br />

na presença de periodontite. Eles observaram que os ratos<br />

obesos/hipertensos apresentaram destruição periodontal mais<br />

severa, seguido pelo grupo de ratos obesos, enquanto que<br />

a hipertensão isolada não foi um fator significante (Perlstein<br />

& Bissada, 1977). Recentemente, a possibilidade de uma<br />

associação entre a doença periodontal e a obesidade tem sido<br />

estudada por outros autores (Saito et al., 2001; Dalla Vechia<br />

et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />

al., 2008; Khader et al., 2008; Ylostalo et al., 2008).<br />

Uma vez que a doença periodontal e a obesidade são<br />

altamente prevalentes na população, buscar esclarecer a<br />

relação entre elas pode ser uma importante descoberta<br />

para a comunidade médica e odontológica. Diante disso, o<br />

objetivo deste estudo foi verificar a possível associação entre<br />

a obesidade e a periodontite.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

Desenho do estudo e Seleção da amostra<br />

Após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da<br />

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (CEP/EBMSP),<br />

sob o protocolo 87/2009, foi desenvolvido um estudo<br />

observacional do tipo transversal. A participação dos indivíduos<br />

na pesquisa era efetivada após a assinatura do Termo de<br />

Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução 196/96).<br />

O estudo foi realizado no Ambulatório Docente<br />

Assistencial da Bahiana (ADAB) da Unidade Acadêmica Cabula<br />

do Curso de Odontologia da Escola Bahiana de Medicina<br />

e Saúde Pública (EBMSP). A amostra de conveniência foi<br />

composta por 100 indivíduos com idades entre 30 a 65 anos.<br />

Estes participantes foram triados na Unidade de Triagem<br />

e Urgência (UTU/EBMSP) no período de fevereiro a agosto<br />

de 2010. A seleção da amostra foi realizada segundo os<br />

critérios de inclusão: ter entre 30 a 65 anos de idade e ter<br />

pelo menos 15 dentes permanentes na boca, excluindo os<br />

terceiros molares. E os critérios de exclusão foram: realização<br />

de tratamento periodontal nos últimos 6 meses; pacientes<br />

portadores de aparelho ortodôntico; uso de medicamentos<br />

que pudessem interferir na condição periodontal (antibiótico<br />

e/ou anti-inflamatório) nos últimos 3 meses; tabagismo;<br />

pacientes portadores de diabetes mellitus ou outra doença<br />

sistêmica que possa interferir no curso da doença periodontal,<br />

como osteoporose; gestante ou lactante.<br />

Entrevista<br />

Os participantes foram submetidos a uma entrevista<br />

sobre dados pessoais, história médica e odontológica. Para<br />

entrevistá-los foi usado um roteiro estruturado, o qual foi a<br />

eles aplicado antes do exame periodontal. Outro examinador<br />

treinado conduziu as entrevistas e preencheu os roteiros.<br />

Avaliação do IMC e Circunferência abdominal<br />

O índice de massa corporal (IMC) é definido pela divisão<br />

do peso (em quilogramas) pelo quadrado da altura em<br />

metros (WHO, 2003). A altura dos indivíduos foi mensurada<br />

em centímetros por meio de uma fita métrica instalada<br />

verticalmente na parede. O peso foi aferido em quilogramas<br />

71


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

por uma balança digital (G-Life®, São Paulo, SP, Brasil), com<br />

graduação de 100 gramas e capacidade de 180 Kg. Suas<br />

categorias podem ser definidas da seguinte forma: abaixo<br />

do peso [IMC abaixo de 18,5], peso normal [IMC entre 18,5<br />

e 24,9], sobrepeso [IMC entre 25,0 e 29,9], obesidade grau I<br />

[IMC entre 30,0 e 34,9], obesidade grau II [IMC entre 35,0 e<br />

39,9] e obesidade grau III [IMC acima de 40,0] (WHO, 2003).<br />

Posteriormente, a medida da circunferência abdominal<br />

era realizada com uma fita métrica não elástica na altura da<br />

cicatriz umbilical. Esta medida tem sido utilizada para avaliar<br />

o acúmulo de gordura visceral, sendo considerados os limites<br />

normais a circunferência < 102 cm para homens e < 88 cm<br />

para mulheres (Janssen et al., 2002).<br />

Tanto o IMC como a medida da circunferência abdominal<br />

foram realizadas por um único examinador padronizado<br />

previamente.<br />

Avaliação periodontal<br />

O exame clínico periodontal foi realizado em todas as<br />

unidades dentárias permanentes, excluindo os terceiros<br />

molares. As unidades foram examinadas em seis sítios (mésiovestibular,<br />

vestibular, disto-vestibular, mésio-lingual, lingual,<br />

disto-lingual). Este exame utilizou uma sonda periodontal<br />

milimetrada do tipo Carolina do Norte (PS-15 mm - Hu<br />

Friedy®, Chicago, IL). Neste exame, os parâmetros clínicos<br />

periodontais avaliados foram: Índice de Placa (Ainamo & Bay,<br />

1975), Índice Gengival (Ainamo & Bay, 1975), Profundidade<br />

de Sondagem (Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>), Sangramento a<br />

Sondagem (Mühlemann & Son, 1971), Posição da Margem<br />

Gengival (Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>) e Nível de Inserção Clínica<br />

(Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>).<br />

Todo exame clínico foi realizado por uma única examinadora<br />

calibrada. Esta foi submetida a um teste de concordância<br />

intra-examinador, os resultados deste teste foi avaliado pelo<br />

coeficiente de correlação intraclasse (ICC). O ICC obtido foi de<br />

0,87 para a medição do NIC.<br />

Em relação ao diagnóstico da doença periodontal, os<br />

indivíduos foram classificados com periodontite, aqueles com 4<br />

dentes com 1 ou mais sítios com profundidade de sondagem<br />

et<br />

al., 20<strong>06</strong>).<br />

Os indivíduos que precisaram de tratamento odontológico<br />

foram encaminhados para as Clínicas do Curso de Odontologia<br />

(EBMSP).<br />

Análise Estatística<br />

Inicialmente, realizou-se a análise descritiva das variáveis<br />

estudadas obtendo-se as frequências simples e relativas<br />

para todas as variáveis. Em seguida todas as variáveis foram<br />

transformadas em dicotômicas, de acordo com a distribuição<br />

que apresentaram.<br />

A amostra foi dividida em duas categorias de efeito, de<br />

acordo com a presença/ausência da doença periodontal.<br />

A obesidade foi avaliada através das variáveis: Índice de<br />

Massa Corporal (IMC – peso normal/sobrepeso-obesidade)<br />

e circunferência abdominal (presença/ausência de gordura<br />

visceral). A doença periodontal como variável independente<br />

principal foi definida como presente nos indivíduos que<br />

apresentaram 4 dentes com 1 ou mais sítios com profundidade<br />

<br />

(Gomes Filho et al., 20<strong>06</strong>). Para determinar a prevalência da<br />

doença periodontal nos estratos das covariáveis, realizou-se<br />

análise descritiva, testando as diferenças estatisticamente<br />

significativas entre os grupos através do Teste do 2 de<br />

Pearson, considerando o nível de significância o valor de “p”<br />

correspondente à alfa () menor ou igual a 5%.<br />

Na análise bivariada, foi possível determinar a associação<br />

entre obesidade e doença periodontal, além de avaliar os<br />

possíveis fatores de risco para a doença periodontal nesta<br />

população. Utilizou-se como medida de associação a Razão<br />

de Prevalência.<br />

As médias das variáveis contínuas foram obtidas e a<br />

comparação entre os grupos foi realizada por meio do Teste<br />

T de Student. Os programas estatísticos utilizados foram<br />

Microsoft Office Excel (versão 2007) e o SPSS versão 18.0.<br />

RESULTADOS<br />

A amostra constituiu-se de 100 indivíduos, sendo 73<br />

participantes do sexo feminino e 27 do sexo masculino. Os<br />

dados em relação aos aspectos sociais e comportamentais<br />

podem ser observados na tabela 1. As características<br />

comportamentais em relação aos hábitos de higiene oral e de<br />

saúde bucal podem ser observadas na tabela 2.<br />

O sobrepeso e a obesidade foram encontrados,<br />

respectivamente, em 34% e 23% da população estudada.<br />

Quando estes valores foram estratificados por gênero, 36,98%<br />

das mulheres apresentaram sobrepeso e 21,91% obesidade.<br />

Já 22,22% dos homens apresentaram sobrepeso e 25,93%<br />

obesidade. O peso normal, considerado saudável (IMC <<br />

25kg/m²), foi encontrado em 40% dos indivíduos e apenas<br />

3% estiveram abaixo do peso corporal estabelecido pela OMS.<br />

Em relação à medida da circunferência abdominal,<br />

48% apresentaram obesidade visceral, sendo que 25,93%<br />

dos homens e 54,79% das mulheres apresentaram uma<br />

circunferência abdominal maior que o normal.<br />

A gengivite foi encontrada em 76% dos indivíduos da<br />

população estudo e a periodontite em 79%.<br />

72 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

Tabela 1 Tabela 2<br />

CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE SAÚDE GERAL<br />

DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />

Variáveis Nº<br />

Sexo<br />

Feminino 73<br />

Masculino 27<br />

Estado civil<br />

Casado 42<br />

Solteiro/outros 58<br />

Problema cardíaco<br />

Ausente 99<br />

Presente 1<br />

Hipertensão arterial<br />

Ausente 82<br />

Presente 18<br />

Acompanhamento médico da hipertensão<br />

Ausente 64<br />

Presente 36<br />

Prática de atividade física<br />

Ausente 65<br />

Presente 35<br />

Uso de contraceptivo oral*<br />

Ausente 53<br />

Presente 20<br />

Reposição hormonal*<br />

Ausente 72<br />

Presente 01<br />

Uso de medicamento<br />

Ausente 69<br />

Presente 31<br />

Presença de Inflamação/infecção<br />

Ausente 97<br />

Presente 3<br />

Índice de massa corporal<br />

Normal 43<br />

Sobrepeso/Obesidade 57<br />

Circunferência abdominal<br />

Sem obesidade visceral 52<br />

Com obesidade visceral 48<br />

N=100 indivíduos; *N=73 (mulheres).<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS E DE SAÚDE BUCAL<br />

DA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />

Variáveis Nº<br />

Freqüência de escovação<br />

Nenhuma/uma vez ao dia 8<br />

Duas ou mais vezes ao dia 92<br />

Uso de fio dental<br />

Sim 52<br />

Não 48<br />

Uso de enxaguatório<br />

Sim 26<br />

Não 74<br />

Freqüência de visita ao dentista<br />

Até duas vezes/ano 21<br />

Três ou mais vezes/ano 79<br />

Realização de Tratamento restaurador<br />

Sim 77<br />

Não 23<br />

Realização de Raspagem e Alisamento Radicular<br />

Sim 71<br />

Não 29<br />

Realização de Exodontia<br />

Sim 91<br />

Não 9<br />

Índice Gengival<br />

Normal (< 25%) 24<br />

Com gengivite (> 25%) 76<br />

Doença Periodontal<br />

Sem periodontite 21<br />

Com periodontite 79<br />

N=100 indivíduos.<br />

A prevalência da periodontite segundo as principais<br />

variáveis estudadas é descrita na tabela 3. Houve diferença<br />

estatisticamente significante entre os grupos apenas, em<br />

relação ao estado civil (p< 0,047) e uso do fio dental (p<<br />

0,003).<br />

A tabela 4 mostra a média e desvio padrão das variáveis<br />

contínuas relacionadas com a doença periodontal. Houve<br />

diferença estatisticamente significante em relação ao índice<br />

de placa visível (p


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

Tabela 3<br />

P<strong>REV</strong>ALÊNCIA DA DOENÇA PERIODONTAL SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE SAÚDE GERAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />

Variáveis<br />

Sem Doença<br />

Periodontal<br />

Com Doença<br />

Periodontal<br />

RP<br />

p<br />

N % N %<br />

IMC<br />

Normal 9 22,5 34 77,5 0,99<br />

Sobrepeso/obesidade 12 21,1 45 78,9<br />

0,865<br />

Circunferência abdominal<br />

Sem obesidade visceral 10 19,2 42 80,8 0,84<br />

Com obesidade visceral <strong>11</strong> 22,9 37 77,1<br />

0,651<br />

Sexo<br />

Feminino 15 20,5 58 79,5 0,92<br />

Masculino 6 22,2 21 77,8<br />

0,855<br />

Estado civil*<br />

Casado 5 <strong>11</strong>,9 37 81,1 0,43<br />

Solteiro 16 27,6 42 72,4<br />

0,047<br />

Atividade física<br />

Presente 7 20,0 28 80,0 0,93<br />

Ausente 14 21,5 51 78,5<br />

0,857<br />

Uso de contraceptivo* **<br />

Ausente 10 18,9 43 81,1 0,76 0,537<br />

Presente 5 5 15 75<br />

Uso de fio dental<br />

Sim 17 32,7 35 67,3 3,92<br />

Não 4 8,3 44 91,7<br />

0,003<br />

Uso de enxaguatório<br />

Sim 4 15,4 22 84,6 0,67<br />

Não 17 23,0 57 77,0<br />

0,578<br />

Freqüência de visita ao dentista<br />

Até duas vezes/ano 6 28,6 15 71,4 0,66<br />

Três ou mais vezes/ano 15 19,0 64 81,0<br />

0,338<br />

Análise Bivariada utilizando o Teste o X² de Pearson. N= 100 indivíduos. RP (Razão de Prevalência). Valor de p < 0,<strong>05</strong>.<br />

* Teste de Fisher. ** N=73 (Mulheres).<br />

74 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

Tabela 4<br />

Variáveis<br />

MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS CONTÍNUAS E DOENÇA PERIODONTAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA.<br />

Sem Doença Periodontal (N=21) Com Doença Periodontal(N=79)<br />

Média Dp Média Dp<br />

p*<br />

IMC 26,57 4,34 26,32 4,82 0,824<br />

Circunferência abdominal 91,81 12,99 89,28 12,17 0,428<br />

Índice de placa visível 31,75 16,47 53,81 22,85 0,000<br />

Ìndice gengival 26,63 16,82 41,31 18,87 0,001<br />

Idade 36,43 5,66 42,13 9,00 0,001<br />

Médias das variáveis contínuas utilizando o Teste T de Student. Dp (Desvio padrão). Valor de p< 0,<strong>05</strong>.<br />

Tabela 5<br />

MÉDIA E DESVIO PADRÃO DAS VARIÁVEIS CONTÍNUAS DE ACORDO COM SEXO E PRESENÇA DE DOENÇA PERIODONTAL DA POPULAÇÃO ESTUDADA<br />

Variáveis (N=100)<br />

Sem Doença Peridontal<br />

Com Doença Periodontal<br />

Média Dp Média Dp<br />

p *<br />

Masculino (N=27) N=6 N=21<br />

IMC 28,16 6,23 25,83 5,87 0,443<br />

Circunferência abdominal 98,50 20,84 91,95 15,09<br />

0,498<br />

Feminino (N=73) N=15 N=58<br />

IMC 25,94 3,41 26,50 4,43 0,600<br />

Circunferência abdominal 89,13 7,69 88,31 10,92<br />

0,739<br />

Médias das variáveis contínuas utilizando o Teste T de Student. Dp (Desvio padrão). Valor de p < 0,<strong>05</strong>.<br />

A média e o desvio padrão das variáveis IMC e<br />

circunferência abdominal de acordo com o sexo e presença<br />

de doença periodontal são descritas na tabela 5, e não foi<br />

observada uma diferença estatisticamente significante entre<br />

os grupos.<br />

DISCUSSÃO<br />

A prevalência da obesidade vem aumentando nas últimas<br />

décadas, representando uma preocupação para a saúde<br />

pública, pois esta condição é um importante fator de risco para<br />

o desenvolvimento de várias doenças como diabetes mellitus<br />

tipo II, hiperlipidemia, hipertensão e doenças cardiovasculares<br />

(WHO, 2003).<br />

No presente estudo, o sobrepeso e a obesidade<br />

foram encontrados em 57% dos indivíduos avaliados por<br />

meio do IMC, mostrando uma população de risco para o<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />

desenvolvimento de doenças sistêmicas. Quando este valor<br />

foi estratificado por gênero, o sexo feminino apresentou<br />

uma maior prevalência de sobrepeso e obesidade quando<br />

comparado com o sexo masculino. Resultados semelhantes<br />

foram encontrados em um estudo realizado por Abrantes et<br />

al. (2003). Os autores avaliaram a prevalência de sobrepeso<br />

e obesidade em crianças, adolescentes, adultos e idosos nas<br />

regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, encontrando uma maior<br />

prevalência de sobrepeso e obesidade nas mulheres do que<br />

nos homens adultos.<br />

O acúmulo de gordura visceral avaliado pela medida da<br />

circunferência abdominal foi também mais prevalente nas<br />

mulheres. Este resultado pode ser explicado pelas mudanças<br />

ocorridas nas últimas décadas relacionadas aos hábitos<br />

alimentares e de vida, indicando uma exposição cada vez<br />

mais intensa aos riscos cardiovasculares para as mulheres<br />

(Almeida et al., 2009).<br />

75


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

A maioria dos estudos epidemiológicos utiliza o IMC como<br />

método para avaliar o excesso de gordura corpórea devido à<br />

sua fácil aplicabilidade em pesquisas (Saito et al., 2001; Dalla<br />

Vechia et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007;<br />

Ekuni et al., 2008; Ylostalo et al., 2008). Porém, a precisão do<br />

IMC para a definição de obesidade pode ser questionada, pois<br />

não faz distinção entre a massa adiposa e músculos (Khader<br />

et al., 2008). Desta maneira, faz-se necessário a associação<br />

do IMC com a medida da circunferência abdominal, pois esta<br />

elimina as incoerências do IMC (Khader et al., 2008). Assim,<br />

neste estudo, o IMC e a circunferência abdominal foram<br />

utilizados para uma melhor avaliação da obesidade.<br />

Neste estudo, foi encontrada uma alta prevalência de<br />

periodontite, o que também se torna uma preocupação para<br />

a saúde pública, pois estes indivíduos possuem uma maior<br />

susceptibilidade a perda dentária. Esta prevalência pode ser<br />

justificada pela grande procura por tratamento periodontal no<br />

Curso de Odontologia da EBMSP, já que as Unidades Básicas<br />

de Saúde da região não oferecem este tipo de tratamento.<br />

Houve uma diferença estatisticamente significante<br />

entre os grupos com doença periodontal e sem doença<br />

periodontal em relação às variáveis: índice de placa visível<br />

e índice gengival. Estes resultados são coerentes com os<br />

achados de Löe et al. (1965), que mostraram que o acúmulo<br />

de biofilme nas superfícies dos dentes é um fator de risco para<br />

o desenvolvimento da inflamação gengival.<br />

Foi também observada uma diferença estatisticamente<br />

significante em relação à idade. Evidências iniciais desta<br />

relação demonstraram que a prevalência e a gravidade da<br />

periodontite aumentam com a idade, sugerindo que esta<br />

possa ser um fator de risco para a perda de tecido periodontal<br />

de suporte (Van der Velden, 1984; Locker et al., 1998).<br />

Entretanto, evidências mais recentes mostram que indivíduos<br />

idosos não são mais susceptíveis à perda de inserção. A<br />

observação de que a prevalência de doença periodontal<br />

aumenta com a idade é decorrente do maior tempo de<br />

exposição ao fator etiológico e maior acúmulo das seqüelas<br />

da doença (Ragghianti et al., 2004; Arora et al., 2009).<br />

Não foi observada uma diferença estatisticamente<br />

significante entre os grupos sem periodontite e com<br />

periodontite em relação às variáveis IMC e circunferência<br />

abdominal, discordando com alguns estudos epidemiológicos<br />

(Saito et al., 2001; Dalla Vechia et al., 20<strong>05</strong>; Genco et al.,<br />

20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et al., 2008; Khader et al.,<br />

2008; Ylostalo et al., 2008). Pórem, resultados semelhantes<br />

foram encontrados por outros autores (Izumi et al., 2009;<br />

Kongstad et al., 2009).<br />

Esta falta de associação pode ser justificada pelo tamanho<br />

da amostra, pois os estudos transversais realizados, que<br />

avaliaram a relação entre a periodontite e a obesidade e que<br />

mostraram associação, possuíram uma amostra com mais de<br />

600 indivíduos (Saito et al., 2001; Dalla Vechia et al., 20<strong>05</strong>;<br />

Genco et al., 20<strong>05</strong>; Linden et al., 2007; Ekuni et al., 2008;<br />

Ylostalo et al., 2008).<br />

A dificuldade em associar ambas as doenças está também<br />

na falta de padronização na definição da periodontite, pois cada<br />

estudo utiliza critérios de diagnóstico diferentes, e isto dificulta<br />

a comparação entre os estudos. Alguns autores utilizaram<br />

protocolos parciais de exame periodontal (Saito et al., 2001;<br />

Ekuni et al., 2008). O Índice de Necessidades de Tratamento<br />

Periodontal Comunitário (CPITN), preconizado pela OMS, tem<br />

sido o mais utilizado nos estudos epidemiológicos sobre os<br />

problemas periodontais, devido à sua simplicidade e rapidez<br />

(Corraini et al., 2007). Apesar de suas vantagens, o CPITN<br />

apresenta algumas limitações em expressar a prevalência,<br />

extensão e gravidade da periodontite, podendo sub ou<br />

superestimar a doença (Corraini et al., 2007). Nesta pesquisa,<br />

utilizou-se o exame periodontal completo, associando dois<br />

parâmetros clínicos: a profundidade de sondagem e o nível<br />

de inserção clínica. Tomando-se como referência o trabalho<br />

de Andriankaja et al. (20<strong>06</strong>), o qual mostrou que diferentes<br />

classificações de doenças periodontais promovem graus<br />

diferentes de associação entre periodontite e infarto agudo<br />

do miocárdio. Eles verificaram que seria mais sensato utilizar<br />

a profundidade de sondagem e o nível de inserção clínica<br />

juntos para a classificação desta doença. O delineamento do<br />

estudo, excluindo indivíduos fumantes e diabéticos também<br />

pode explicar a não observação da obesidade como indicador<br />

de risco para periodontite. Tanto o fumo como o diabetes<br />

mellitus são fatores de risco para a doença periodontal, pois<br />

modulam a resposta do hospedeiro e, consequentemente,<br />

interferirem na associação entre a obesidade e a periodontite<br />

(Albandar, 2002).<br />

Um indicador de risco é um possível fator de risco<br />

identificado em estudos transversais e de caso-controle, que<br />

pode ou não ser confirmado como fator de risco em estudos<br />

longitudinais ou ensaios clínicos (Albandar, 2002). Apesar de a<br />

literatura atual mostrar uma associação entre a periodontite<br />

e a obesidade, estudos longitudinais e experimentais são<br />

necessários para determinação da obesidade como um fator<br />

de risco para periodontite.<br />

CONCLUSÃO<br />

Pode-se concluir que não houve associação entre<br />

a doença periodontal e a obesidade. Entretanto, tanto<br />

a periodontite como o sobrepeso e a obesidade foram<br />

prevalentes, tornando-se uma preocupação para a saúde<br />

76 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

pública. A partir disso, medidas preventivas são necessárias,<br />

visando à prevenção e promoção de saúde da população<br />

avaliada.<br />

ABSTRACT<br />

The prevalence of obesity has increased in recent<br />

decades, representing a public health concern because this<br />

condition is an important risk factor for the development of<br />

several systemic diseases. Recent epidemiological studies<br />

have shown a possible link between obesity and periodontal<br />

disease. This association is directly related to the immunoinflammatory<br />

process, because inflammatory mediators are<br />

secreted by adipose tissue, which causes that are present in<br />

greater quantities in obese patients and may therefore lead<br />

to a state hiperinflamatório, increasing the risk or progression<br />

periodontal disease. From this, the objective was to verify,<br />

through a cross-sectional study of the possible association<br />

between obesity and periodontal disease. The sample<br />

consisted of 100 non-smoking patients, systemically healthy,<br />

who had not received periodontal treatment within the last<br />

6 months or used antibiotics and / or inflammatory in the last<br />

three months. The clinical examination is complete, the body<br />

mass index (BMI) and waist circumference were performed.<br />

Periodontitis was found in 79% of the individuals, overweight<br />

and obesity in 34% to 23% of cases. Already found waist<br />

circumference was > 88 cm in 54,79% the women studied<br />

and > 102 cm in 25, 93% of me. In this study, no association<br />

between periodontitis and obesity, but these were prevalent,<br />

becoming a concern for public health. From this, preventive<br />

measures are necessary, aiming at prevention and health<br />

promotion for this population.<br />

UNITERMS: periodontal disease; obesity.<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1- World Health Organization (WHO). Obesity and overweight. Geneva:<br />

WHO; 2003.<br />

2- Kane AB, Kumar V. Patologia Nutricional e Ambiental. In: Kumar V,<br />

Abbas AK, Fausto N. Robbins e Cotran: Bases Patológicas das doenças.<br />

São Paulo: Editora Elsevier; 20<strong>05</strong>. p.482-486.<br />

3- Quirynen M, Teughels W, De Soete M, van Steenberghe D. Topical<br />

antiseptics and antibiotics in the initial therapy of chronic adult<br />

periodontitis: microbiological aspects. Periodontol 2000 2002;<br />

28:72-90.<br />

4- Page RC, Offenbacher S, Schroeder HE, Seymour GJ, Kornman<br />

KS. Advances in the pethogenesis of periodontitis: summary of<br />

developments, clinical implications and future directions. Periodontol<br />

2000. 1997; 14:216-248.<br />

5- Albandar JM. Global risk factors and risk indicators for periodontal<br />

diseases. J Periodontol 2002; 29:177-2<strong>06</strong>.<br />

6- Bezerra BB, Sallum EA, Sallum AWP. Obesity and periodontal disease:<br />

why suggest such relationship? An overview. Braz J Oral 2007;<br />

6(23):1420-1422.<br />

7- Pischon N, Heng N, Bernimoulin JP, Kleber BM, Willich SN, Pischon<br />

T. Obesity, inflammation and periodontal disease. J Dent Res 2007;<br />

86:400-409.<br />

8- Ritchie CS. Obesity and periodontal disease. Periodontol 2000, 2007;<br />

.44:154-63.<br />

9- Saito T, Shimazaki Y. Trastornos metabólicos relacionados con la<br />

obesidad y enfermedad periodontal. Periodontol 2000 (Ed Esp) 2008;<br />

18:162-170.<br />

An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393<br />

10- Gaio EJ. Efeito da obesidade na progressão da perda de inserção<br />

periodontal: estudo de Porto Alegre. [Tese de Mestrado]. Porto Alegre:<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Curso de Odontologia.<br />

Departamento de Clínica Odontológica – Periodontia, 2008. 53p.<br />

<strong>11</strong>- Perlstein MI, Bissada NF. Influence of obesity and hypertension on<br />

severity of periodontites rats. Oral Surg Oral Med Oral Pathol 1977;<br />

43:707-719.<br />

12- Saito T, Shimazaki Y, Koga T, Tsuziki M, Ohshima A. Relationship<br />

between upper body obesity andperiodontitis. J Dent Res 2001;<br />

28:1631-1636.<br />

13- Dalla Vechia CF, Susin C, Rosing CK, Oppermann RV, Albandar JM.<br />

Overweight and Obesity as risk indicators for Periodontitis in adults.<br />

J Periodontol 20<strong>05</strong>; 76(10):1721-1728.<br />

14- Genco RJ, Grossi SG, Ho A, Nishimura F, Murayama Y. A proposed<br />

model linking inflammation to obesity, diabetes and periodontal<br />

infections. J Periodontol 20<strong>05</strong>; 76(<strong>11</strong>):2075-2084.<br />

15- Linden G, Patterson C, Evans A, Kee F. Obesity and periodontitis in<br />

60-70- year-old men. J Clin Periodontol 2007; 32:461-466.<br />

16- Ekuni D. Yamamoto T, Koyama R, Tsuneishi M, Naito K, Tobe K. ,<br />

Relationship between body mass index and periodontitis in young<br />

Japanese adults. J Periodontal Res 2008; 43:417-421.<br />

17- Khander YS, Bawadi HÁ, Haroun TF, Alomari M, Tayyem RF. The<br />

association between periodontal disease and obesity among adults<br />

in Jordan. J Clin Periodontol 2008; 36:18-24.<br />

18- Ylostalo P, Suominentaipal EL, Reunanen A, Knuuttila M. Association<br />

between body weight and periodontal infection. J Clin Periodontol<br />

77


Braz J Periodontol - June <strong>20<strong>11</strong></strong> - volume 21 - issue 02 - 21(2):70-78<br />

2008; 35:297-302.<br />

19- Janssen I, Katzmarzyk PT, Ross R. Body Mass Index, Waist Circumference<br />

and Health Risk. Arch Intern Med 2002; 162:2074-2079.<br />

20- Ainamo J; Bay I. Problems and proposals for recording gingivitis and<br />

plaque. Int. Dent. J 1975; 25: .229-35.<br />

21- Gomes Filho IS, Macedo TCN, Cruz SS, Soledade KR, Trindade SC,<br />

Sarmento VA. Comparação de critérios que determinam o diagnóstico<br />

clínico da doença periodontal. Rev Odont Ciênc 20<strong>06</strong>; 21(51):77-81.<br />

22- Mühlemann HR; Son S. Gingival sulcus bleeding-aleading symptom<br />

in initial gingivitis. Helvetica Odontologica Acta 1971; 15: 107-<strong>11</strong>3.<br />

23- Abrantes MM, Lamounier JA, Colosimo EA. Prevalência de sobrepeso<br />

e obesidade nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Rev da Asso<br />

Med Bras 2003; 49(2):162-166.<br />

24- Almeida RT, Almeida MMG, Araújo TM. Obesidade abdominal e risco<br />

cardiovascular: Desempenho de indicadores antropométricos em<br />

mulheres. Arq Bras Cardiol 2009; 92(5):375-380.<br />

25- Löe H, Theilade E, Jensen SB. Experimental gingivitis in man. J<br />

Periodontol 1965; 36(3):177-187.<br />

26- Van der Velden U. Effect of age on the periodontium. J Clin Periodontol<br />

1984;<strong>11</strong>:281-294.<br />

27- Locker D, Slade GD, Murray H. Epidemiology of periodontal disease<br />

among older adults: a review. Periodontol 2000 1998; 16:16-33.<br />

28- Ragghianti MS, Gregh SLA, Lauris JRP, Sant’ana ACP, Passanezi E.<br />

Influence of age, sex, plaque and smoking on periodontal conditions<br />

in a population from Bauru, Brazil. J Appl Oral Sci 2004; 12(4)273-279.<br />

29- Arora M, Weuve J, Weisskopf MG, Sparrow D, Nie H, Garcia RI et al.<br />

Cumulative lead exposure and tooth loss in men: the normative aging<br />

study. Env Health Persp 2009; <strong>11</strong>7(10):1531-1534.<br />

30- Izumi A, Yoshihara A, Hirotomi T, Miyazaki H. The relationship between<br />

serum lipids and periodontitis in elderly non-smokers. J Periodontol<br />

2009; 80:740-748.<br />

31- Kongstad J, Hvidtfeldt UA, Gronbaek M, Stoltze K. The relationship<br />

between Body Mass Index and Periodontitis in the Copenhagen City<br />

Heart Study. J Periodontol 2009; 80 (8):1246-1253.<br />

32- Corraini P, Pannuti CM, Pustiglioni FE. Aspectos metodológicos em<br />

estudos epidemiológicos analíticos avaliando doenças periodontais<br />

destrutivas – Revisão de Literatura. <strong>Revista</strong> Periodontia 2007; 17(4):13-<br />

19.<br />

33- Andriankaja OM, Genco RJ, Dorn J, Dmochowski J, Hovey K et al. The<br />

use of different measurements and definiti of periodontal disease<br />

in the study of association between periodontal disease and risk of<br />

myocardial infarction. J Periodontol 20<strong>06</strong>; 77:1<strong>06</strong>7-1073.<br />

Endereço para correspondência:<br />

Rosane Borges Dias<br />

Rua Pará, 440 – apto. 1301 B – Pituba<br />

CEP: 41830-070 – Salvador – BA<br />

Tel: (71) 9254-7433 / (71) 9974-1358<br />

E-mail: rosanebd@gmail.com<br />

78 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN0103-9393

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!