avaliação prospectiva da periodontite materna e ... - Revista Sobrape
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R. Periodontia - Dezembro 2009 - Volume 19 - Número 04<br />
AVALIAÇÃO PROSPECTIVA DA PERIODONTITE MATERNA<br />
E BAIXO PESO AO NASCER<br />
Prospective evaluation of <strong>materna</strong>l periodontitis and low birth weight<br />
Isaac Suzart Gomes-Filho¹, Simone Seixas <strong>da</strong> Cruz², Johelle Santana Passos³, Ana Claudia Morais Godoy Figueiredo 4 , Luise<br />
Maria Souza 5<br />
RESUMO<br />
Na tentativa de aumentar o corpo de evidências sobre<br />
o tema controverso <strong>da</strong> doença periodontal <strong>materna</strong> e desfechos<br />
gestacionais indesejáveis, essa investigação teve por<br />
objetivo avaliar se a doença periodontal em gestantes está<br />
associa<strong>da</strong> ao baixo peso ao nascer. Realizou-se um estudo<br />
de coorte <strong>prospectiva</strong> em uma amostra que consistiu de<br />
198 gestantes: 53 do Grupo Exposto (portadora de<br />
<strong>periodontite</strong>) e 145 do Grupo Não exposto (sem<br />
<strong>periodontite</strong>). As mulheres do Grupo Exposto optaram por<br />
não receber o tratamento periodontal (<strong>da</strong>do que este estudo<br />
foi aninhado a um estudo de intervenção), ao passo<br />
que aquelas do Grupo Não Exposto foram acompanha<strong>da</strong>s<br />
pelo mesmo período. Após o parto, foram obti<strong>da</strong>s as informações<br />
do recém-nascido referentes ao peso ao nascer.<br />
Os procedimentos de análise consistiram de regressão<br />
logística precedi<strong>da</strong> de análise estratifica<strong>da</strong>. A frequência do<br />
baixo peso ao nascer no grupo de mulheres com<br />
<strong>periodontite</strong> foi de 24,53%, enquanto no grupo sem a referi<strong>da</strong><br />
doença foi de 13,10%. A diferença não se mostrou<br />
estatisticamente significante quando a associação bruta<br />
(RR bruto<br />
= 1,87 [0,98 4,27]) foi estima<strong>da</strong>. Porém ao se efetuar<br />
os devidos ajustes por i<strong>da</strong>de, número de consultas de<br />
pré-natal, hábito de fumar e ren<strong>da</strong> houve significância estatística<br />
na associação (RR ajustado<br />
=2,43 IC 95% [1,04 5,68]).<br />
Esses achados sugerem, assim, que a doença periodontal<br />
é um fator de risco para peso ao nascer.<br />
UNITERMOS: Periodontite, Recém-Nascido de Baixo<br />
Peso, Epidemiologia. R Periodontia 2009; 19:121-128.<br />
1<br />
Doutor em Periodontia/Professor Titular <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil<br />
2<br />
Doutora em Epidemiologia/Professora Adjunta <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Vale do São Francisco,<br />
Pernambuco, Brasil<br />
3<br />
Mestre em Saúde Coletiva/Professora Visitante <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil<br />
4<br />
Graduan<strong>da</strong> em Enfermagem <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Vale do São Francisco, Pernambuco, Brasil<br />
5<br />
Cirurgiã-Dentista<br />
Recebimento: 10/09/09 - Correção: 13/11/09 - Aceite: 03/12/09<br />
INTRODUÇÃO<br />
Inúmeros fatores associados à prematuri<strong>da</strong>de e<br />
ao baixo peso ao nascer, tais como condições<br />
socioeconômicas desfavoráveis, atenção pré-natal<br />
inadequa<strong>da</strong>, gravidez em i<strong>da</strong>des extremas,<br />
primipari<strong>da</strong>de, estado nutricional materno, hábito de<br />
fumar e presença de infecção, particularmente a do<br />
trato geniturinário (Beck, 1988; Offenbacher et al.,<br />
2006; Tarannum et al., 2007; Ague<strong>da</strong> et al., 2008a),<br />
têm sido amplamente estu<strong>da</strong><strong>da</strong>s, em função de sua<br />
relevância no cenário de morbimortali<strong>da</strong>de neonatal.<br />
No entanto mesmo quando considerados em seu<br />
conjunto, os determinantes supracitados não explicam,<br />
plenamente, esses eventos gestacionais indesejáveis,<br />
sendo cerca de 50% deles ain<strong>da</strong> desconhecidos<br />
nos respectivos processos de causali<strong>da</strong>de (Barros<br />
et al., 1992).<br />
Interagindo sinergicamente com alguns desses<br />
fatores de risco, a doença periodontal poderia induzir<br />
nascimentos prematuros (López et al., 2005), uma<br />
vez que segundo alguns estudiosos a <strong>periodontite</strong><br />
atuaria como um reservatório de bactérias,<br />
endotoxinas e mediadores inflamatórios (IL-1 beta,<br />
TNF, PGE-2) que levariam a irritação do útero grávido<br />
e consequente estimulação <strong>da</strong>s contrações uterinas,<br />
bem como rompimento precoce <strong>da</strong> membrana, res-<br />
121
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ponsáveis pelo parto pré-termo (Offenbacher et al. 2001;<br />
Ague<strong>da</strong> et al., 2008a).<br />
Porém, essa hipótese de que a doença periodontal constitui<br />
um fator de risco para estes desfechos adversos <strong>da</strong> gravidez<br />
ain<strong>da</strong> tem sido alvo de inúmeros debates. Diversos estudos<br />
têm encontrado associação positiva entre infecção<br />
periodontal e prematuri<strong>da</strong>de/baixo peso ao nascer (Moreu<br />
et al., 2005; Xiong et al., 2006; Saddki et al., 2008; Cruz et<br />
al. 2009a). Em recente estudo de coorte, Ague<strong>da</strong> et al.<br />
(2008b) detectaram uma associação modera<strong>da</strong> na ordem de<br />
1,77 (IC95%: 1,08 - 2,88) apenas para o desfecho<br />
prematuri<strong>da</strong>de. No entanto, outros trabalhos semelhantes<br />
evidenciaram ausência de associação com estes eventos<br />
gestacionais (Holbrook et al. 2004; Rajapakse et al. 2005;<br />
Vettore et al. 2008) seja avaliando a influência <strong>da</strong> progressão<br />
<strong>da</strong> doença periodontal no período gestacional (Michalowicz<br />
et al., 2009) ou do tratamento não cirúrgico periodontal no<br />
risco de nascidos prematuros/baixo peso (Michalowicz et al.,<br />
2006).<br />
Assim este trabalho pretende apresentar um estudo de<br />
coorte <strong>prospectiva</strong> testando a hipótese referi<strong>da</strong>, em tempo<br />
que apresenta alguns dilemas metodológicos e éticos envolvidos<br />
no percurso de uma investigação com esse delineamento,<br />
sendo o mais relevante deles a seguinte questão: é<br />
ético acompanhar mulheres com doença periodontal não<br />
trata<strong>da</strong> para avaliar o risco de prematuri<strong>da</strong>de/baixo peso ao<br />
nascer?<br />
MATERIAL E MÉTODO<br />
Processo seletivo dos grupos de comparação<br />
Foram formados dois grupos de gestantes, do município<br />
de Feira de Santana, Bahia, Brasil, a saber: 1) Grupo exposto<br />
composto por 53 mulheres diagnostica<strong>da</strong>s com<br />
<strong>periodontite</strong> durante a gestação, que optaram por não serem<br />
trata<strong>da</strong>s durante a gravidez; 2) Grupo não exposto formado<br />
por 145 mulheres sem <strong>periodontite</strong> durante a<br />
gestação.<br />
Contexto do estudo<br />
Ambos os grupos foram constituídos por mulheres no<br />
início <strong>da</strong> gestação (até 16 semanas) que buscaram atendimento<br />
pré-natal, no período de novembro de 2005 a março<br />
de 2007, em doze uni<strong>da</strong>des municipais de saúde <strong>da</strong> zona<br />
urbana de Feira de Santana, Bahia, Brasil. Foram seleciona<strong>da</strong>s<br />
por conveniência operacional, dentre as 15 uni<strong>da</strong>des básicas<br />
de saúde, e as 74 uni<strong>da</strong>des do Programa de Saúde <strong>da</strong><br />
Família localiza<strong>da</strong>s na sede do município, distribuí<strong>da</strong>s entre<br />
as áreas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de e que oferecem atenção pré-natal, em<br />
geral, destina<strong>da</strong> a uma clientela de baixo nível<br />
socioeconômico.<br />
Aspectos Éticos<br />
Aquelas mulheres que se interessaram em ingressar no<br />
estudo foram ca<strong>da</strong>stra<strong>da</strong>s, bem como receberam informação<br />
adicional sobre o protocolo <strong>da</strong> pesquisa. Este estudo foi<br />
previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil (Protocolo<br />
Nº 020/2002).<br />
Critérios de inclusão e exclusão<br />
Foram incluí<strong>da</strong>s no estudo gestantes que se encontravam<br />
no início <strong>da</strong> gravidez (até 16 semanas) e buscaram atendimento<br />
pré-natal, no período de novembro de 2005 a agosto<br />
de 2007, em 12 (doze) uni<strong>da</strong>des municipais de saúde <strong>da</strong><br />
zona urbana <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de de Feira de Santana, Bahia, Brasil,<br />
portadoras de <strong>periodontite</strong> durante a gestação, que optaram<br />
por não serem trata<strong>da</strong>s durante a gravidez, bem como<br />
aquelas sem doença periodontal nesta fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.<br />
Os critérios de exclusão para os dois grupos compreenderam<br />
história de doença cardiovascular ou alguma outra<br />
alteração sistêmica que necessitasse de profilaxia antibiótica<br />
para os procedimentos odontológicos, uso atual de<br />
corticosteroide, doença renal crônica e gravidez múltipla,<br />
avalia<strong>da</strong> por ultrassonografia. Também foram excluí<strong>da</strong>s<br />
mulheres com mais de 16 semanas de gestação e com menos<br />
de cinco dentes.<br />
PROCEDIMENTOS DE COLETA DA MEDIDA DE<br />
EXPOSIÇÃO<br />
O fator exposição (<strong>periodontite</strong>) foi definido através de<br />
exame clínico periodontal completo padronizado realizado<br />
em to<strong>da</strong>s as participantes do estudo, com o emprego dos<br />
seguintes descritores clínicos periodontais obtidos nos seis<br />
sítios de uni<strong>da</strong>de dentária (disto-vestibular, médio-vestibular,<br />
mesio-vestibular, disto-lingual, médio-lingual, mesio-lingual):<br />
profundi<strong>da</strong>de de son<strong>da</strong>gem, recessão gengival, nível<br />
de inserção e sangramento à son<strong>da</strong>gem. To<strong>da</strong>s as medi<strong>da</strong>s<br />
clínicas foram obti<strong>da</strong>s por um único examinador, dentista<br />
clínico geral, para todos os grupos, o qual recebeu treinamento<br />
prévio de um experiente especialista em periodontia.<br />
A reprodutibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s clínicas foi assegura<strong>da</strong> pela<br />
concordância intra-examinador do diagnóstico de<br />
<strong>periodontite</strong> calcula<strong>da</strong> através do índice kappa, obtendo-se<br />
um valor de 0,823, para um diferença de +/- 1 mm.<br />
O critério diagnóstico de <strong>periodontite</strong> adotado considerou<br />
apenas como doente a mulher com pelo menos quatro<br />
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dentes, nos quais um ou mais sítios tinham uma profundi<strong>da</strong>de<br />
de son<strong>da</strong>gem maior ou igual a 4 mm, com per<strong>da</strong> de<br />
inserção clínica maior ou igual a 3 mm no mesmo sítio, e<br />
presença de sangramento à son<strong>da</strong>gem (Gomes-Filho et al.,<br />
2007).<br />
Medi<strong>da</strong> de desfecho<br />
A variável desfecho (baixo peso ao nascer) foi avalia<strong>da</strong><br />
de acordo com os critérios definidos pela Organização Mundial<br />
de Saúde. O baixo peso ao nascer foi considerado como<br />
positivo quando o recém-nascido apresentou um peso inferior<br />
a 2.500 g. Após o parto, o registro do peso ao nascer foi<br />
coletado do certificado de nascimento ou cartão do recémnascido.<br />
Quanto à quali<strong>da</strong>de do exame pré-natal, salientase<br />
que foi teoricamente a mesma para to<strong>da</strong>s as participantes,<br />
visto que o protocolo de atendimento para mulheres<br />
gestantes é seguido dentro do serviço municipal de saúde.<br />
Medi<strong>da</strong>s de co-variáveis<br />
As mulheres gestantes responderam ain<strong>da</strong> a um questionário,<br />
elaborado para este estudo, estruturado em duas<br />
seções temáticas, cujo conteúdo engloba <strong>da</strong>dos de: 1) identificação<br />
e sócio-demográficos; 2) história gestacional; 2.1)<br />
hábitos de vi<strong>da</strong>; 2.2) aspectos relacionados com a saúde<br />
bucal.<br />
Procedimentos estatísticos<br />
A análise do estudo compreendeu basicamente uma<br />
comparação de risco de nascimentos de baixo peso nos dois<br />
grupos de estudo. Inicialmente, foi procedi<strong>da</strong> a análise de<br />
distribuição percentual de to<strong>da</strong>s as co-variáveis considera<strong>da</strong>s<br />
relevantes a temática. A aplicação dos testes estatísticos<br />
Qui-quadrado ou Exato de Fisher, com nível de significância<br />
de 5%, auxiliou na avaliação de diferenças estatísticas entre<br />
as freqüências <strong>da</strong>s co-variáveis supracita<strong>da</strong>s para os grupos<br />
do estudo.<br />
Da<strong>da</strong> a impossibili<strong>da</strong>de de lançar mão <strong>da</strong> alocação aleatória<br />
dos estudos experimentais, alguns procedimentos de<br />
controle e ajuste de covariáves devem ser utilizados nesses<br />
tipos de estudo. A análise estratifica<strong>da</strong> é um desses recursos<br />
que serve para identificar os potenciais confundidores e<br />
modificadores de efeito. Neste estudo, o critério de interação<br />
adotado foi o <strong>da</strong> não colapsibili<strong>da</strong>de dos estratos, em que<br />
ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s estrato-específica não deve estar<br />
conti<strong>da</strong> no intervalo de confiança do estrato complementar.<br />
Nas situações limítrofes utilizou-se o teste de homogenei<strong>da</strong>de<br />
(Breslow-Day), com significância de 20%. A seleção dos fatores<br />
de confundimento foi realiza<strong>da</strong> com base na fun<strong>da</strong>mentação<br />
teórica em torno <strong>da</strong> hipótese, bem como através<br />
do critério empírico, no qual foi considera<strong>da</strong> confundidora<br />
aquela variável que promoveu uma diferença proporcional,<br />
entre as medi<strong>da</strong>s ajusta<strong>da</strong>s e a medi<strong>da</strong> de associação bruta,<br />
de pelo menos 10%. Na análise bivaria<strong>da</strong>, adotou-se como<br />
medi<strong>da</strong> de efeito o Risco Relativo (RR) bruto, com intervalo<br />
de confiança de 95% (IC95%).<br />
O procedimento de análise multivaria<strong>da</strong> escolhido foi<br />
o de regressão de Poisson, normalmente indicado para<br />
modelar <strong>da</strong>dos de coorte, retrospectivos ou prospectivos,<br />
uma vez que a odds ratio obti<strong>da</strong> com a regressão logística<br />
pode superestimar a medi<strong>da</strong> de associação quando o risco é<br />
muito alto (>10%). As co-variáveis significantes na<br />
análise bivaria<strong>da</strong> foram testa<strong>da</strong>s para confundimento,<br />
empregando-se os procedimentos backward. To<strong>da</strong> a análise<br />
dos <strong>da</strong>dos foi realiza<strong>da</strong> usando programa estatístico STATA,<br />
versão 9.0.<br />
RESULTADOS<br />
Algumas características sociodemográficas e de estilo de<br />
vi<strong>da</strong> são apresenta<strong>da</strong>s na Tabela 01, detectando diferenças<br />
estatisticamente significantes entre os grupos expostos e não<br />
expostos a doença periodontal apenas para a covariável<br />
primipari<strong>da</strong>de (p
R. Periodontia - 19(4):121-128<br />
Tabela 1<br />
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS, OBSTÉTRICAS E DE ESTILO DE VIDA (Nº E %) DOS GRUPOS EXPOSTO E NÃO EXPOSTO .<br />
FEIRA DE SANTANA, BAHIA, BRASIL, 2008. (N=198)<br />
Características Exposto (n=53) Não Exposto (n=145) P<br />
Nº % Nº %<br />
Situação Conjugal<br />
Não 4279,25 106 73,10 0,38<br />
Sim 11 20,75 39 26,90<br />
Nº de Pessoas no Domicílio<br />
Menor ou igual a 4 41 77,36 11277,23 0,98<br />
Mais que 5 12 22,64 33 22,77<br />
I<strong>da</strong>de (em anos)<br />
15 – 19 43 81,13 11277,24 0,57<br />
20-35 7 13,21 26 17,93<br />
36 ou mais 1 3 5,66 7 4,83<br />
Diabetes<br />
Sim 23,77 1 0,69 0,12<br />
Não 51 96,23 144 99,31<br />
Hábito de Fumar 0,43<br />
Sim 5 9,43 9 6,21<br />
Não 48 90,57 136 93,79<br />
Primipari<strong>da</strong>de<br />
Não 41 77,36 7249,66
R. Periodontia - 19(4):121-128<br />
Tabela 2<br />
DISTRIBUIÇÃO DE VARIÁVEIS DA CONDIÇÃO PERIODONTAL, NO INÍCIO DO<br />
ESTUDO, DOS GRUPOS COM DOENÇA PERIODONTAL (COM DP) E SEM DOENÇA<br />
PERIODONTAL (SEM DP).<br />
Características Com DP Sem DP<br />
Sangramento à<br />
Son<strong>da</strong>gem (%)<br />
Mediana 53 15,2<br />
Média ± DP 53,8 ± 24,9 19,5± 10,7<br />
Limites 19,4 a 97,0 0,0 a 87,0<br />
Profundi<strong>da</strong>de de<br />
Son<strong>da</strong>gem (mm)<br />
Mediana 2,6 1,9<br />
Média ± DP 2,7 ± 0,6 2,0 ± 0,3<br />
Limites 1,7 to 3,9 1,6 to 2,7<br />
apenas as co-variáveis acima referi<strong>da</strong>s para evitar um<br />
superajustamento e conseqüentemente interferências na<br />
medi<strong>da</strong> de associação final.<br />
Por outro lado, na tentativa de assegurar maior rigor<br />
metodológico, tanto a medi<strong>da</strong> de exposição (Gomes-Filho<br />
et al., 2007) quanto a de desfecho (Organização Mundial de<br />
Saúde) para o presente estudo, foram cui<strong>da</strong>dosamente escolhi<strong>da</strong>s<br />
por serem critérios clínicos reconhecidos na literatura<br />
sobre o tema em questão.<br />
Quanto a definição <strong>da</strong> doença periodontal, evidenciase<br />
a ausência de consenso na literatura sobre o ponto de<br />
corte mais apropriado para as medi<strong>da</strong>s clínicas periodontais<br />
em estudos de associação com doenças sistêmicas ( Manau<br />
et al. 2008). No presente trabalho, o exame periodontal completo<br />
<strong>da</strong> boca, em todos os seis sítios de ca<strong>da</strong> dente, foi<br />
empregado visando minimizar a subestimação <strong>da</strong> doença,<br />
como observa<strong>da</strong> em exames parciais. A prevalência <strong>da</strong> doença<br />
e a magnitude <strong>da</strong> associação também são influencia<strong>da</strong>s<br />
pelo número mínimo de sítios e dentes doentes estabelecidos<br />
para definição de um caso. Neste estudo, foram considera<strong>da</strong>s<br />
mulheres com diagnóstico de <strong>periodontite</strong> apenas<br />
aquelas que tivessem pelo menos quatro dentes envolvidos,<br />
com pelo menos um sítio, pelos critérios estabelecidos<br />
no método, além <strong>da</strong> combinação de três parâmetros<br />
clínicos. Desse modo, a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> doença foi considera<strong>da</strong><br />
para <strong>da</strong>r robustez ao método de classificação.<br />
Em Lunaderlli & Peres (2005), a não associação pode ter<br />
sido decorrente do frágil critério escolhido para a <strong>periodontite</strong><br />
(apenas um sítio com profundi<strong>da</strong>de de son<strong>da</strong>gem > 3,5 mm),<br />
mesmo tendo realizado exame periodontal completo nos<br />
seis sítios. Empregar critérios diagnósticos mais robustos<br />
Tabela 3<br />
RISCO RELATIVO (RR) E INTERVALO DE CONFIANÇA (IC 95%) OBTIDOS MEDIANTE<br />
REGRESSÃO DE POISSON PARA A ASSOCIAÇÃO ENTRE DOENÇA PERIODONTAL EM<br />
GESTANTES E BAIXO PESO AO NASCER, NOS GRUPOS EXPOSTO E NÃO EXPOSTO.<br />
FEIRA DE SANTANA, BAHIA, BRASIL, 2008. (N=198)<br />
MODELOS N RR 2 IC 95%<br />
Bruto 198 1,87 [0,98 4,27 ]<br />
ajustado 1 198 2,34 [1,04 5,68]<br />
1 – Ajustado por i<strong>da</strong>de, número de consultas pré-natais, e hábito de fumar, ren<strong>da</strong>;<br />
2- A medi<strong>da</strong> de associação foi converti<strong>da</strong> de OR para RR com modelo de Poisson<br />
como o adotado por este estudo diminuem a ocorrência de<br />
falsos positivos na amostra e conseqüentemente as<br />
distorções dos achados.<br />
To<strong>da</strong>via, no cenário em que um estudo de coorte é desenhado<br />
para testar a hipótese de que a doença periodontal<br />
é um fator de risco para baixo peso ao nascer surge uma<br />
questão importante: é ético acompanhar mulheres grávi<strong>da</strong>s,<br />
em geral de baixo poder sócio-econômico, portadoras de<br />
doença periodontal com a possibili<strong>da</strong>de de intervenção sem<br />
o fazê-lo? Essa preocupação justifica-se, independente de<br />
haver ou não a associação referi<strong>da</strong>, por ser essa enfermi<strong>da</strong>de<br />
defini<strong>da</strong> como infecção dos tecidos em torno dos dentes,<br />
que promove sangramento, edema, halitose, mobili<strong>da</strong>de<br />
dentária e, eventualmente, processos dolorosos acompanhados<br />
<strong>da</strong> per<strong>da</strong> dentária. Justifica-se, ain<strong>da</strong>, pela existência<br />
de possíveis associações causais <strong>da</strong> infecção<br />
periodontal com outras doenças, tais como complicações<br />
cardiovasculares.<br />
Para aproximação desta questão com mais proprie<strong>da</strong>de,<br />
pode ser toma<strong>da</strong> como exemplo, uma pesquisa desenvolvi<strong>da</strong><br />
no Alabama, EUA, por Jeffcoat et al. (2001). Nesta investigação,<br />
sob a égide de que os estudos de caso-controle são<br />
vulneráveis a vieses de seleção, pela dificul<strong>da</strong>de de escolher<br />
um grupo controle adequado, o estudo foi realizado no desenho<br />
de coorte <strong>prospectiva</strong>. Assim, foram recruta<strong>da</strong>s 1313<br />
mulheres entre a 21ª e 24ª semanas de gestação. Os autores<br />
desse trabalho defendem através de seus resultados, claros<br />
e de boa quali<strong>da</strong>de metodológica, que a hipótese em<br />
estudo é ver<strong>da</strong>deira.<br />
Retoma-se, então, a questão supracita<strong>da</strong>: diagnosticar<br />
a doença periodontal em gestante, acompanhá-las e<br />
iniciar o tratamento após o parto poderia ferir a ética em<br />
pesquisa?<br />
Embora a ética seja culturalmente dependente, uma resposta<br />
negativa a tal in<strong>da</strong>gação, parece ir de encontro às recomen<strong>da</strong>ções<br />
éticas pauta<strong>da</strong>s por órgãos internacionais<br />
quando expressam orientações para a pesquisa em popula-<br />
125
R. Periodontia - 19(4):121-128<br />
ções de países em desenvolvimento, como o Council for<br />
International Organization of Medical Sciences (CIOMS) em<br />
que devem ser oferecidos benefícios aos participantes, em<br />
tempo que deve ser respeitado o princípio <strong>da</strong> não<br />
maleficência (Cioms, 2002).<br />
De acordo com as interpretações <strong>da</strong>s recomen<strong>da</strong>ções<br />
desse órgão para todos os participantes <strong>da</strong> pesquisa, devem<br />
ser garantidos os mais efetivos procedimentos para controle<br />
<strong>da</strong> doença detecta<strong>da</strong>. Ou seja, o benefício mais justo às gestantes<br />
com diagnóstico de doença periodontal seria, portanto,<br />
a realização <strong>da</strong> terapia simultânea à gestação, tendo<br />
em vista que a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> infecção pode ser em função<br />
do tempo pelo qual o indivíduo é exposto às injúrias<br />
periodontais (Lindhe et al., 2005).<br />
Considerando que a maioria dos estudos que investigam<br />
a temática, incorporam em suas amostras gestantes<br />
com dificul<strong>da</strong>des de acesso ao tratamento odontológico,<br />
parece razoável propor um estudo aninhado a um estudo<br />
de intervenção não randomizado (Cruz, 2008). Assim, no<br />
estudo aqui apresentado, participaram <strong>da</strong> coorte as gestantes<br />
que não se submeteram, por vontade própria, ao tratamento<br />
periodontal.<br />
A investigação, assim desenha<strong>da</strong>, passaria a assumir o<br />
ônus de dificultar a operacionalização <strong>da</strong> pesquisa, vez que<br />
haveria necessi<strong>da</strong>de de desenvolver simultaneamente um<br />
estudo de intervenção não randomizado (Cruz, 2008) elevando<br />
os custos <strong>da</strong> investigação, no entanto, sem tornar o<br />
grupo estu<strong>da</strong>do, apenas um instrumento para satisfazer as<br />
necessi<strong>da</strong>des e interesses <strong>da</strong> investigação. Para essa conduta,<br />
seria deman<strong>da</strong>do um esforço adicional para captação de<br />
recursos junto a órgãos financiadores de pesquisa acerca do<br />
tema.<br />
Por outro lado, sob o ponto de vista metodológico, os<br />
estudos de coorte são considerados padrão-ouro entre estudos<br />
observacionais por modelarem as medi<strong>da</strong>s de incidência,<br />
considera<strong>da</strong>s a melhor medi<strong>da</strong> para avaliar o risco de<br />
uma exposição determinar o desfecho, pois se respeita<br />
um dos princípios de causali<strong>da</strong>de de Hill - antecedência<br />
temporal.<br />
Tal princípio é claramente ferido nos estudos transversais,<br />
e considerado duvidoso em estudo de caso-controle,<br />
visto que nos primeiros a exposição e o desfecho são<br />
medidos no mesmo momento, não havendo preocupação<br />
com a linha do tempo. Já nos estudos de caso-controle,<br />
embora se almeje determinar, retrospectivamente, a<br />
temporali<strong>da</strong>de entre a “causa” e o “efeito” por algumas vezes,<br />
essa temporali<strong>da</strong>de se mostra duvidosa. Por exemplo,<br />
em estudos dessa natureza, que em tese, as mulheres são<br />
examina<strong>da</strong>s no puerpério, garantir que a <strong>periodontite</strong> esteve<br />
presente, desde o início <strong>da</strong> gestação, não constitui uma<br />
tarefa fácil.<br />
Outra limitação do estudo de caso-controle, diz respeito<br />
à escolha do grupo controle, o que torna esse desenho<br />
vulnerável a vieses de seleção e, conseqüentemente,<br />
distorções <strong>da</strong> medi<strong>da</strong>, em geral para uma superestimação<br />
<strong>da</strong> mesma cuja ordem é função <strong>da</strong> magnitude do viés incorporado.<br />
Um exemplo clássico dessa situação encontra-se em<br />
estudo publicado por Gazolla et al. (2007). A medi<strong>da</strong> de associação,<br />
estima<strong>da</strong> em Odds Ratio, foi <strong>da</strong> ordem <strong>da</strong> centena<br />
com intervalo de confiança bastante elástico (OR e IC), isto<br />
é, segundo o estudo de caso-controle a mulher que é portadora<br />
de doença periodontal tem 100 vezes mais chances<br />
de ter filho de baixo peso que a mulher com periodonto<br />
saudável. Já, no estudo de coorte, aqui apresentado, a<br />
medi<strong>da</strong> de associação encontra<strong>da</strong> foi em torno de dois,<br />
o que equivale a dizer que a mulher com doença<br />
periodontal tem o dobro do risco de ter filho de baixo peso<br />
ao nascer.<br />
Esse resultado, além de depor contra os estudos de casocontrole,<br />
causa estranheza à comuni<strong>da</strong>de epidemiológica,<br />
já que na grande maioria <strong>da</strong>s vezes as medi<strong>da</strong>s de associação<br />
encontram-se numa faixa inferior a dezena, para quase<br />
to<strong>da</strong>s as hipóteses de associações causais investiga<strong>da</strong>s pela<br />
comuni<strong>da</strong>de científica. Reforçando assim, a superiori<strong>da</strong>de<br />
metodológica de estudos de seguimentos para avaliação <strong>da</strong><br />
hipótese, desde que sejam guar<strong>da</strong>dos os elementos essenciais<br />
<strong>da</strong> ética, visto que a amostra, forma<strong>da</strong> por mulheres<br />
grávi<strong>da</strong>s, não deve ser toma<strong>da</strong> apenas como instrumento,<br />
mesmo sob o argumento do almejado desenvolvimento<br />
científico.<br />
Desse modo, esta investigação apresenta mais elementos<br />
para adicionar ao campo de conhecimento sobre a possível<br />
associação entre a doença periodontal <strong>materna</strong> e baixo<br />
peso ao nascer.<br />
CONCLUSÃO<br />
Observou-se uma associação marginal estatisticamente<br />
significante entre <strong>periodontite</strong> e baixo peso ao nascer, somente<br />
quando se incluiu i<strong>da</strong>de, número de consultas de prénatal,<br />
hábito de fumar e ren<strong>da</strong> no modelo estatístico, sugerindo<br />
que a doença periodontal é um potencial fator associado<br />
ao referido desfecho gestacional.<br />
AGRADECIMENTOS<br />
À Fun<strong>da</strong>ção de Amparo a Pesquisa do Estado <strong>da</strong> Bahia<br />
(FAPESB) pelo suporte financeiro.<br />
126
R. Periodontia - 19(4):121-128<br />
ABSTRACT<br />
In an attempt to increase the body of evidence regarding<br />
the controversial topic of <strong>materna</strong>l periodontal disease and<br />
undesirable gestational outcomes, this investigation had<br />
the aim of evaluating whether periodontal disease in<br />
pregnant women is associated with low birth weight.<br />
A prospective cohort study was conducted on a sample of<br />
198 pregnant women: 53 in the exposed group<br />
(with periodontitis) and 145 in the non exposed<br />
group (without periodontitis). The women in the<br />
exposed group had chosen not to receive periodontal<br />
treatment (given that this study was nested inside<br />
an intervention study), whereas the women in the non<br />
exposed group were followed up over the same period. After<br />
delivery, information on the newborns’ birth weight was<br />
obtained. The analysis consisted of logistic regression<br />
preceded by stratified analysis. The frequency of low birth<br />
weight among the women with periodontitis was 24.53%,<br />
while among those without periodontitis, it was 13.10%.<br />
This difference was not statistically significant in the crude<br />
comparison (RR crude<br />
= 1.87; [0.98 4.27]), but after making<br />
the due adjustments for age, number of prenatal<br />
consultations, smoking habit and income, the association<br />
presented statistical significance (RR adjusted<br />
= 2.43; 95% CI [1.04<br />
5.68]). These findings suggest that periodontal disease is a<br />
risk factor for birth weight.<br />
UNITERMS: Periodontitis; Infant, Low Birth Weight ;<br />
Epidemiology.<br />
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Endereço para correspondência:<br />
Isaac Suzart Gomes Filho<br />
Av. Getúlio Vargas, 379 – Centro<br />
CEP: 44025-010 - Feira de Santana – Bahia - Brasil<br />
E-mail: isuzart@gmail.com<br />
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