o passo a passo da terapia antitabágica na ... - Revista Sobrape

Braz J Periodontol - March 2012 - volume 22 - issue 01 - 22(1):10-15
O medicamento bupropiona, originalmente desenvolvido
como antidepressivo, aumenta as taxas de sucesso no
abandono do tabagismo e reduz o índice de recaídas (Wu
et al., 2006). Já a vareniclina, desenvolvida especificamente
para a interrupção do tabagismo, liga-se com alta afinidade
aos receptores nicotínicos, aliviando os sintomas de desejo
intenso e síndrome de abstinência.
A chave do sucesso para a cessação do tabagismo está
no paciente querer de fato parar de fumar e ser bem assistido
para que assim possa se desligar deste vício letal.
A figura 1 apresenta um roteiro que o cirurgião dentista
pode utilizar para realização da terapia antitabágica.
Quadro B -Aplique a Técnica dos 5 As :
“ASK”: perguntar a todo e qualquer paciente sobre o uso do tabaco, quantos cigarros fuma por dia, há quanto tempo,
o interesse em abandonar o vício, e documentar as informações para avaliar o progresso do paciente.
“ADVISE”: aconselhar o paciente a abandonar o hábito, de maneira clara, objetiva e personalizada, citando os efeitos
deletérios do fumo para a saúde geral e bucal.
“ASSESS”: avaliar se o paciente realmente deseja abandonar o hábito de fumar. Se o paciente ainda não está preparado
para abandonar o hábito, o profissional deve fornecer informações motivacionais, ou esperar até a próxima consulta.
“ASSIST”: auxiliar o paciente no abandono do cigarro. Oferecer ajuda, identificar problemas potenciais e negociar um
prazo para o início do processo (por exemplo, associando a datas importantes, para o paciente, que estarão por vir –
casamentos, aniversários). Materiais autoexplicativos também podem ajudar nesta etapa. Para os fumantes pesados,
somente o aconselhamento não é suficiente para o sucesso do tratamento, sendo necessário o emprego da técnica de
reposição de nicotina, ou o encaminhamento do paciente para centros especializados.
“ARRANGE”: acompanhar o paciente em consultas de controle para prevenir recaídas. A primeira consulta após a
parada não deve exceder 2 semanas. Telefonemas no intervalo entre as consultas podem ajudar no esforço do paciente,
além de reforços positivos. Deve-se sempre encorajar o paciente a não desistir, e parabenizá-lo pelo sucesso quando
conseguir abandonar o hábito. Se necessário, ajudar o paciente que tem uma recaída a definir uma nova data para a
cessação do fumo.
An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393
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