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Morcegos hematófagos em áreas urbanas

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PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO<br />

CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES<br />

SETOR DE QUIRÓPTEROS<br />

MIRIAM SODRÉ<br />

Bióloga Sanitarista


MORCEGOS<br />

HEMATÓFAGOS<br />

EM ÁREAS URBANAS


Macro alterações ambientais provocadas pela intervenção humana<br />

Exploração de recursos naturais<br />

Desmatamentos, queimadas<br />

Construções de represas e rodovias<br />

Falta de informação<br />

Modificação na composição e na abundância espécies animais<br />

ANIMAIS SINANTRÓPICOS<br />

(pombos, baratas, mosquitos, ratos, escorpiões, morcegos etc.)


morcegos<br />

Mundo – 1198 espécies<br />

Brasil – 174espécies<br />

SP – 43 espécies<br />

Desmodus rotundus<br />

Diphylla ecaudata


DEMANDA<br />

E LOCAIS DE ABRIGOS<br />

DE MORCEGOS HEMATÓFAGOS<br />

EM ÁREAS<br />

URBANA E PERIURBANA<br />

DA CIDADE DE SÃO PAULO


São Paulo / Guarulhos<br />

Gruta Cantareira


Eng. Marsilac<br />

Colônia (+ou- 60) D. ecaudata 06 D. rotundus<br />

Diphylla ecaudata e Desmodus rotundus


Sete Praias<br />

Colônia aprox.<br />

40 animais:<br />

37 D. rotundus<br />

e<br />

02 Vespert.


Grajaú<br />

Não coletou mas<br />

haviam muitos<br />

animais espoliados


Jd. Iguat<strong>em</strong>i<br />

Prox. Pq. Carmo<br />

Espoliavam cavalos


Jd. Helena - túnel


Pedreira/ Colônia de aprox. 30 ind.


QUALQUER ESPÉCIE DE MORCEGO PODE<br />

ADQUIRIR A RAIVA<br />

TRANSMISSÃO : MORDEDURA, ARRANHADURA<br />

E EVENTUALMENTE PELA LAMBEDURA


HEMATÓFAGOS EM ÁREA URBANA<br />

Riscos de transmissão a humanos<br />

Desmodus rotundus<br />

Diphylla ecaudata<br />

Dia<strong>em</strong>us young


ÁREAS DE MATA UTILIZADAS P/ ORAÇÃO, MUNIC DE S. PAULO


Áreas de Proteção Ambiental- APAS do Carmo (Itaquera), Iguat<strong>em</strong>i (Cidade<br />

Tiradentes) , Cantareira , Capivari-mono 9 Parelheiros), Monte de Taipas (Perus)<br />

PARQUE DO CARMO


PARQUE DO CARMO - Arraial


Ferimento por D. rotundus


Agressões por <strong>Morcegos</strong> H<strong>em</strong>atófagos <strong>em</strong> Grupos de<br />

Oração, município de São Paulo, 2007 a 2010”<br />

Caracterização das Agressões Causadas por morcegos foi<br />

realizada através da aplicação de Inquérito Epid<strong>em</strong>iológico,<br />

a partir das Notificações de Atendimentos Anti-rábicos no<br />

Sinan, Município de São Paulo, 2007 A 2010


Pesquisa/ questionário<br />

56 pessoas entrevistadas : 89,3% residia <strong>em</strong> São Paulo,<br />

5,3% Taboão da Serra<br />

5,3% Embu das Artes<br />

Locais de oração:<br />

São Paulo 29 agressões;<br />

Embu 14 agressões;<br />

Itapecerica da Serra 2 agressões;<br />

Ferraz de Vasconcelos 1 agressão;<br />

não informaram 10 pessoas<br />

94,6% tiveram contato com morcego à noite


Notificações de Atendimento Anti-rábico no SINAN<br />

por contato com morcego nos Montes:<br />

Sexo: Mulheres (87,5%)<br />

Faixas etárias : 31 a 50 anos - mulheres (55,1%);<br />

41 a 50 anos - homens (42,9%);<br />

Local lesões:<br />

pés (80,4%)- mulheres : ajoelhadas (24,5%) ou <strong>em</strong> pé (24,5%);<br />

- homens : ajoelhados (42,9%) ou deitados (28,6%);<br />

53,6% relatos de fuga do animal;<br />

41,1% não viram o morcego


Notificações de Atendimento Anti-rábico no SINAN<br />

por contato com morcego nos Montes:<br />

Informação sobre transmissão da raiva:<br />

39,3% não tinham recebido - destes, 45,5% não retornaram ao local;<br />

Independente de saber<strong>em</strong> do risco de transmissão da raiva por<br />

mordida de morcego:<br />

18 pessoas (32,1%) referiram não mais ir ao monte orar X contra<br />

15 (26,8%) retornaram ao local após a agressão.<br />

Destas, 02 mulheres (13,3%) houve repetição da atividade, com<br />

nova agressão.<br />

O tratamento foi indicado <strong>em</strong> 94,6% (três abandonos);<br />

5,4% dos casos ignorado.


CONCLUSÕES<br />

•Risco de transmissão da raiva pela situação particular de pessoas que se<br />

expõ<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> de mata para oração, pela ocorrência de agressão por<br />

morcegos <strong>h<strong>em</strong>atófagos</strong> é que n<strong>em</strong> todas as vítimas procuram<br />

atendimento médico por desconhecimento ou descrença no risco;<br />

• Embora o numero de agressões <strong>em</strong> pessoas que oravam tenha sido<br />

observado mais <strong>em</strong> mulheres, não se pode dizer que seja<br />

significant<strong>em</strong>ente maior que dos homens, pois a maioria dos<br />

freqüentadores é do sexo f<strong>em</strong>inino;<br />

• Este fato também pode ser explicado pela característica das vestimentas<br />

das mulheres evangélicas que habitualmente usam vestidos, saias e<br />

calçados abertos, expondo <strong>áreas</strong> do corpo mais acessíveis ao morcego<br />

(pés) facilitando a espoliação pelos <strong>h<strong>em</strong>atófagos</strong>;


CONCLUSÕES<br />

•Frequentadores de “montes de oração”acreditam que mesmo que os<br />

morcegos mordam e possam transmitir a raiva - “Deus cura” – aliado<br />

à falta de informação - nº subestimado de notificações;<br />

•Embora as APAs ou <strong>áreas</strong> de mata estejam inseridas no cenário<br />

urbano, elas são habitats naturais para morcegos de vários hábitos<br />

alimentares, como também de outros silvestres que estão cumprindo<br />

seu papel na natureza;<br />

•Necessidade de trabalho educativo/informativo amplo, <strong>em</strong> meios de<br />

comunicação de massa, sobre o risco de transmissão da raiva, formas<br />

de proteção das agressões por morcegos e necessidade de procurar<br />

atendimento médico;


VIGILÂNCIA E CONTROLE<br />

DA RAIVA URBANA


Organograma<br />

Prefeitura Municipal<br />

Secretaria Municipal da Saúde<br />

CCZ<br />

Gerente<br />

Coordenação de Vig. <strong>em</strong> Saúde<br />

Assessoria Técnica<br />

Asses de Informática<br />

Núcleo Técn Vigilância<br />

Núcleo Técn Informação<br />

SVCAD<br />

SVZ<br />

LABZOO<br />

SUACRE<br />

SUSIN<br />

LABFAUNA<br />

SUGEPE<br />

SUAS<br />

PLANTÃO<br />

SETOR QUIRÓPTEROS


Vigilância de Zoonoses e Agravos<br />

- Investigação de rumores ou notificações: zoonoses e agravos;<br />

- Programa de Vacinação contra a Raiva <strong>em</strong> cães e gatos;<br />

- Atividades multisetoriais;<br />

- Atividades Educacionais


RUMOR OU CASO SUSPEITO<br />

D<strong>em</strong>anda 156<br />

CCZ<br />

(Labzoo / S.Quirópteros)<br />

-Investigação do foco<br />

-Identificação espécie morcego<br />

- Busca por novos casos animais<br />

- Medidas de contr./prevenção no<br />

ambiente e nos animais<br />

Laboratórios<br />

SUVIS<br />

Confirmação ou<br />

não do caso<br />

GVISAM<br />

- Investigação do foco <strong>em</strong> humanos<br />

- Busca por novos casos ou pessoas<br />

envolvidas<br />

- Medidas de controle e prevenção para<br />

humanos


Fluxo de<br />

informação<br />

Confirmação diagnóstico (+)<br />

(Labzoo)<br />

morcego positivo<br />

para raiva<br />

Identificação<br />

Setor Quirópteros<br />

RESULTADO<br />

Resultado<br />

I. Pasteur<br />

Solicitante<br />

Vigilância<br />

epid<strong>em</strong>iológica


RAIVA: PROFILAXIA E CONTROLE<br />

Animais (cães e gatos)<br />

• Vacinação anual de suscetíveis;<br />

• Diagnóstico laboratorial de animais que venham a óbito com sintomatologia<br />

nervosa e tb. de todos os morcegos encontrados <strong>em</strong> situação não habitual;<br />

• Cobertura de foco:<br />

– vacinação de cães e gatos num raio de 500m;<br />

– localização da colônia de morcegos;<br />

• Observação cães/gatos agressores por 10 dias após a agressão;<br />

• Orientação à população;<br />

• Controle populacional de cães e gatos – esterilização;<br />

• Controle das populações de morcegos <strong>h<strong>em</strong>atófagos</strong>;


RAIVA EM MORCEGOS<br />

CONTROLE E VIGILÂNCIA<br />

CCZ atende as recomendações citadas Programa Estadual Controle<br />

da Raiva / SP (publicado Boletim Epid<strong>em</strong>iológico Paulista - BEPA, 36(3), 2006)<br />

Conteúdo:<br />

•Ações de prevenção da raiva transmitida por morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>;<br />

•Ações profiláticas de controle e manejo <strong>em</strong> área de foco de raiva <strong>em</strong><br />

morcegos<br />

• Ações a ser<strong>em</strong> desencadeadas <strong>em</strong> caso de morcego positivo para raiva <strong>em</strong><br />

<strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>;<br />

• Ficha de encaminhamento de morcegos para laboratório;<br />

•Ações educativas


Norma Técnica 19/ 2012 – CGDT/DEVEP/SVS/ Ministério da Saúde<br />

“Diretrizes da vigilância <strong>em</strong> saúde para atuação diante de casos de raiva<br />

<strong>em</strong> morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>”<br />

Prevenção, vigilância e controle da raiva transmitida por morcegos, <strong>em</strong><br />

área <strong>urbanas</strong> <strong>em</strong> âmbito Federal e Estadual:<br />

• Produção material educação;<br />

• Fomento as pesquisas e estudos de interesse a saúde pública;<br />

• Elaborar diretrizes junto aos órgãos competentes visando harmonizar a<br />

convivência hom<strong>em</strong>-ambiente-morcegos, minimizando riscos;<br />

• Capacitação profissional <strong>em</strong> vigilância;<br />

• Capacitação de técnicos para identificação das espécies de morcegos.


NT 19/ 2012 – CGDT/DEVEP/SVS/ Ministério da Saúde<br />

“Diretrizes da vigilância <strong>em</strong> saúde para atuação diante de casos de raiva<br />

<strong>em</strong> morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>”<br />

Prevenção, vigilância e controle da raiva transmitida por morcegos,<br />

<strong>em</strong> área <strong>urbanas</strong> <strong>em</strong> âmbito Municipal:<br />

• Avaliação do impacto ambiental quando da r<strong>em</strong>oção, morte ou<br />

deslocamento de morcegos nos licenciamento de <strong>em</strong>preendimentos <strong>em</strong><br />

<strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>;<br />

• Investigar todas as notificações de contatos de morcegos com humanos e<br />

animais de estimação – vistoria domiciliar e avaliar riscos;<br />

• Encaminhar imediatamente às Unidades de Saúde, pessoas que tiveram<br />

contato ou agressão por morcegos – medidas profiláticas antirrábica;


NT 19/ 2012 – CGDT/DEVEP/SVS/ Ministério da Saúde<br />

“Diretrizes da vigilância <strong>em</strong> saúde para atuação diante de casos de<br />

raiva <strong>em</strong> morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>”<br />

Prevenção, vigilância e controle da raiva transmitida por morcegos,<br />

<strong>em</strong> área <strong>urbanas</strong> <strong>em</strong> âmbito Municipal:<br />

• Disponibilizar vacina antirrábica e soro na rede municipal;<br />

• Encaminhar todo morcego suspeito para diagnóstico laboratorial;<br />

• Identificar a espécie morcego;<br />

• Orientações de manejo ambiental;<br />

• Ações educativas:orientação, apresentação teatro, entrega folhetos etc.


NT 19/ 2012 – CGDT/DEVEP/SVS/ Ministério da Saúde<br />

“Diretrizes da vigilância <strong>em</strong> saúde para atuação diante de casos de raiva<br />

<strong>em</strong> morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>”<br />

Contato com cães e gatos não vacinados:<br />

1- realizar isolamento do animal por 180 dias (termo de responsabilidade),<br />

domicilio, com acompanhamento medico veterinário;<br />

2- tratamento antirrábico preconizado;<br />

3 -Em caso negativo (morcego) suspender as medidas adotadas. Caso positivo do<br />

morcego, orientar que o animal seja submetido a eutanásia.


NT 19/ 2012 – CGDT/DEVEP/SVS/ Ministério da Saúde<br />

“Diretrizes da vigilância <strong>em</strong> saúde para atuação diante de casos de raiva <strong>em</strong><br />

morcegos <strong>em</strong> <strong>áreas</strong> <strong>urbanas</strong>”<br />

Contato com cães e gatos vacinados<br />

1- Isolar animal por 180 dias, dias (termo de respons.) domicilio, com<br />

acompanhamento médico veterinário;<br />

2- Tratamento antirrábico preconizado;<br />

3- Em caso resultado negativo (morcego) suspender as medidas adotadas.<br />

Caso positivo, manter as medidas.


MEDIDAS<br />

PREVENTIVAS /<br />

RECOMENDAÇÕES


MEDIDAS DE PREVENÇÃO/ RECOMENDAÇÕES<br />

• Todas as pessoas envolvidas na captura ou manuseio de morcegos deverão<br />

estar imunizados contra a raiva e com a titulação <strong>em</strong> dia;<br />

• Não manipular morcegos pois todas as espécies mord<strong>em</strong> e pod<strong>em</strong><br />

estar infectados como vírus da raiva;<br />

• Todo morcego com comportamento anormal, agressivo, caído no chão<br />

ou voando durante o dia é considerado suspeito;<br />

• O animal capturado ou morto (com os devidos cuidados) deve ser<br />

encaminhado ao laboratório para diagnóstico e identificação da espécie;<br />

• Em caso acidente de mordedura, arranhadura ou lambedura,<br />

<strong>em</strong> humanos, procurar orientação médica.<br />

• Caso ocorrer acidentes com cães e gatos encaminhar para um<br />

Médico Veterinário e observar por 180 dias;<br />

• Não eliminar indiscriminadamente os morcegos, são protegidos<br />

e de grande valia para a natureza.<br />

Lei Federal 9605 de 12 de fevereiro de 1998.


Toda espécie t<strong>em</strong> o direito de existir;<br />

Todas as espécies são interdependentes;<br />

Os humanos viv<strong>em</strong> dentro das mesmas limitações<br />

<strong>em</strong> que viv<strong>em</strong> outras espécies;<br />

A sociedade t<strong>em</strong> a responsabilidade de proteger a Terra.<br />

Profa. S. E. Beu


OBRIGADA<br />

MIRIAM SODRÉ<br />

CCZ/SP (11) 2221 3345<br />

miriamm@prefeitura.sp.gov.br

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