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<strong>R$</strong><br />
Edição 27<br />
ISSN 16776968
Estenda o braço.<br />
Doe sangue nessas férias.<br />
Julho é sinal de vida, de alegria e<br />
descontração. E o HEMOPA realiza novamente<br />
a sua campanha pela doação de sangue no<br />
verão.uma iniciativa que ajuda a sensibilidade<br />
sobre a responsabilidade de cada um com a<br />
sua própria vida e com a do outro.<br />
Informações<br />
para o doador<br />
Pré-requisitos do doador:<br />
! Gozar de boa saúde;<br />
! Ter idade entre 18 e 65 anos;<br />
! Pesar a partir de 50kg;<br />
! Apresentar documento de identidade<br />
(Original com foto e assinatura);<br />
! Não estar em jejum.<br />
Segurança:<br />
! Todo o material utilizado na coleta de<br />
sangue é descartável. No ato da doação<br />
você será acompanhado por profissionais<br />
de saúde experientes.<br />
Obs. Doar sangue não afina nem engrossa<br />
o sangue, não engorda, não emagrece e<br />
não vicia.<br />
Como seu sangue será utilizado:<br />
! Em pessoas que necessitam de transfusões;<br />
! Pessoas queimadas ou acidentadas;<br />
! Pessoas submetidas a cirurgias.<br />
Cuidados pós-doação:<br />
! Não dirigir por pelo menos 30 minutos;<br />
! Ingerir bastante líquido no dia da doação;<br />
! Não fazer exercícios;<br />
! Não fazer esforços com o braço utilizado para doar sangue;<br />
! Não fumar por duas horas.<br />
Dicas de Trânsito<br />
para um verão<br />
seguro e na paz<br />
Antes de viajar:<br />
! Verifique se a sua documentação e a do seu veículo estão em<br />
dia;<br />
! Faça revisão no seu veículo: motor, sistema de freios, pneus<br />
(inclusive o step), amortecedores, extintores de incêndio, luzes e<br />
Segurança:<br />
! Dirija sempre de acordo com a velocidade permitida na via;<br />
! Jamais faça ultrapassagens em curvas, lombadas, acostamentos ou<br />
locais proibidos;<br />
! Sempre utilize o cinto de segurança, tanto nos bancos da freente<br />
quanto nos de trás;<br />
! Nunca dirija alcoolizado;<br />
! Não fale ao celular enquanto estiver dirigindo;<br />
! Não transporte crianças menores de 10 anos no banco da frente.<br />
Elas devem ir no banco de trás e utilizando o cinto de segurança;<br />
! Não transportes crianças menores de 7 anos na garupa de<br />
motocicletas.<br />
Juntos a gente faz.<br />
NÃO ESQUEÇA - O HEMOPA TAMBÉM FUNCIONA AOS SÁBADOS, DAS 7hs30 ÀS 13hs
nestaedição<br />
Férias no PARÁiso<br />
O período de férias é um momento lúdico<br />
que as pessoas esperam chegar, e<br />
quando termina já estão sonhando com<br />
as férias que virão.<br />
Adenauer Góes Pág. 06<br />
O Zoneamento<br />
Ecológico Econômico<br />
Governo do Pará deverá apresentar até<br />
agosto a proposta de Zoneamento Ecológico<br />
Econômico (ZEE) do Estado ao Governo<br />
Federal.<br />
Celso Freire/Douglas Dinelli Pág. 22<br />
A importância<br />
histórica da “casa<br />
de Camilo Salgado”<br />
Sérgio Pandolfo Pág. 36<br />
Chutado de volta<br />
Hélio Titan<br />
Civilizações perdidas<br />
na Amazônia<br />
Camillo Vianna<br />
O Pará expõe opções<br />
para o Verão Amazônico<br />
Pág. 10<br />
A Griffo Comunicação<br />
A Griffo foi fundada oficialmente em 7 de abril<br />
de 1981, essencialmente como uma agência<br />
de prestação de serviços jornalísticos -<br />
assessoria de imprensa, edição de house<br />
organs e boletins, entre outros.<br />
Celso Freire Pág. 28<br />
Cuidados com a pele no verão<br />
Debora Aben-Athar Pág. 15<br />
Seus cabelos no verão<br />
Alcione Oliveira & Salão Pêlo Cabelo<br />
Pág. 16<br />
Vivo e Motorola apresetam<br />
novas tecnologias Pág. 26<br />
Pág. 39<br />
Pág. 46<br />
Bombeiros<br />
Pág. 18<br />
Cultura<br />
democratizada<br />
Paulo Rocha Pág. 34<br />
I Jogos Tradicionais<br />
Indigenas<br />
Neste Julho de Férias<br />
Acyr Castro Pág. 33 O município de Tucuruí, no sudeste do<br />
Pará, viveu uma semana de fortes e<br />
intensas emoções por conta da realização<br />
dos I Jogos Tradicionais Indígenas do<br />
Pará...<br />
Aurea Gomes Pág. 41<br />
+CULTURA +INFORMAÇÃO +ENTRETENIMENTO<br />
+SAÚDE +LAZER +ARTE +ESPORTE +ECOLOGIA<br />
PUBLICAÇÃO<br />
Editora Círios S/C Ltda<br />
CNPJ: 03.890.275/0001-36<br />
Inscrição (Estadual): 15.220.848-8<br />
Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos<br />
Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 223-0799<br />
ISSN: 1677-6968<br />
CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil<br />
www.paramais.com.br revista@paramais.com.br<br />
Í N D I C E<br />
DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, João Modesto<br />
Vianna, Márcia Chalu Pacheco, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO:<br />
Celso Freire, Ronaldo G. Hühn; ESTAGIARIA: Luana de Oliveira; REVISÃO: Paulo Coimbra da Silva;<br />
COLABORADORES: Acyr Castro, Adenauer Goes, Aurea Gomes, Camillo Martins Vianna, Debora Aben-Athar Unger,<br />
Hélio Rodrigues Titan, Paulo Rocha, Sérgio Martins Pandolfo; FOTOGRAFIAS: Arquivo Paratur, Arquivo Griffo,<br />
Geraldo Ramos, Heitor Reali, Jarbas Souza, João Ramid, João Vianna, Ray Nonato, Paula Sampaio, Sérgio M.<br />
Pandolfo ; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios<br />
*Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
período de férias é um momento lúdico<br />
que as pessoas esperam chegar, e quando<br />
termina já estão sonhando com as férias<br />
que virão. Um julgamento apressado diria<br />
*Adenauer Góes<br />
que isto é manifestação da preguiça e da fuga<br />
do trabalho, enfim um mau exemplo aos outros.<br />
Entretanto, trata-se do justo momento do ócio que<br />
todos merecem e pelo qual muitos lutaram e<br />
trabalharam até que as políticas públicas, a partir da<br />
França nos anos 30 do século passado, em todo<br />
mundo instituissem férias pagas aos<br />
assalariados e trabalhadores.<br />
Vendo-se assim, o paraíso não é grátis, mas<br />
algo que precisa ser conquistado. Como, na<br />
cultura dos nossos índios, a busca de uma « terra
Lago da princesa. Foto: J. Ramid<br />
sem males » onde não havia trabalhos, doenças e<br />
morte, lugar de eterna juventude ; que precisava de<br />
muita luta e sacrifícios. Assim, as férias são um<br />
pedacinho do paraíso conquistado, seja ele pelo<br />
trabalho, pelo estudo ou a simples espera em que<br />
todos se animem em busca da imitação da Idade de<br />
Ouro.<br />
De todo modo, férias é sobretudo um estado de<br />
espírito em que se preparam viagens e mudança de «<br />
ares ». Uns vão para longe, outros se contentam de<br />
ficar por perto. Porém valeria perguntar se para o<br />
morador de Belém não haverá como « viajar » numa<br />
cidade em que habitamos e que é desconhecida para<br />
nós ? Penso que sim, um programa de férias em<br />
Belém para belenenses pode ser interessante.<br />
Porque cada um pode fazer o seu « paraíso » onde<br />
bem entender. Então, por que não fazê-lo onde<br />
passamos a maior parte dos nossos dias ? Nem falta<br />
para isto motivação religiosa, quando oramos aos céus<br />
dizendo « venha a nós o vosso reino »...<br />
Penso que Belém não é muito conhecida a seus<br />
habitantes, principlamente os que moram mais longe<br />
do centro. Enfim, será que esta cidade é melhor<br />
conhecida por aqueles que moram perto das suas jóias<br />
arquitetônicas e naturais, como as praças e a famosa<br />
arborização que lhe dá o título sem rival de « cidade<br />
das mangueiras » ? Será que já curtiram os novos<br />
lugares turísticos, como o São José Liberto, o<br />
Forte do Castelo, o Museu do Estado e<br />
Museu de Arte Sacra ? Os arredores<br />
de Belém são um convite<br />
especial, passeios pela<br />
ilha do Combu, Icoaraci,<br />
Cotijuba, Mosqueiro...
Não falo da Ilha das Onças, uma jóia ecoturística<br />
bem diante da cidade, que tem tudo para ser roteiro<br />
da Cabanagem.<br />
Para quem se dispuser a ir mais longe, é<br />
indispensável pensar na ilha do Marajó este lugar<br />
de férias, por excelência. Com o nosso turismo rural<br />
indo a toda pressa, temos diversas fazendas prontas<br />
para os visitantes passarem as melhores férias de<br />
suas vidas, tanto em Soure como Salvaterra e já<br />
Ponta de Pedras se apresentando com um bom<br />
produto, perto da Alça Viária, com acesso de lancha<br />
através de Vila do Conde. Quem fala em Vila do<br />
Conde está dizendo Barcarena, com Caripi e tudo ;<br />
está pensando na praia de Beja, Abaetetuba e mais<br />
além. Por que não em Muaná, no outro lado ?<br />
Mas, o veraneio mesmo é a cara de Salinas, princesa<br />
da Amazônia Atlântica. Algodoal não será<br />
esquecida, como também Marudá, Crispim e<br />
adjacências são sinônimos de férias e preguiça de<br />
bom tamanho. Começar a falar aqui e ali é sempre<br />
correr o risco de esquecer, injustamente, algum<br />
desses lugares maravilhosos que às vezes até se<br />
escondem, porque paraísos não se oferecem a toda<br />
hora. Mas, assim mesmo, dá para esquecer o<br />
Tocantins com seus encantos tamanhos ? Desde<br />
Breu Branco, que agora tem até praia, Tucuruí,<br />
Cametá, Baião, Mocajuba, Marabá. Nesta marcha,<br />
o Xingu chama atenção em toda a sua extensão. E<br />
logo quem se prepara para férias há de sonhar em<br />
esticar a viagem até o Tapajós, Trombetas,<br />
Geraldo Ramos<br />
Nhamundá... Meu Deus ! Quanta terra e beleza,<br />
quem duvidaria de que o paraíso é aqui no Pará A<br />
Obra Prima da Amazônia?<br />
O turismo é, sem dúvida, padrinho de casamento<br />
do ócio com a tecnologia, donde nasceu a nova<br />
economia de que o sociólogo Domenico de Masi se<br />
fez apóstolo. Muitos ainda não prestaram atenção<br />
para essa revolução social em curso. Ainda não<br />
acostumamos a procurar uma agência de turismo e<br />
comprar um ''pacote de produto turístico<br />
genuinamente paraense''. Portanto, a economia de<br />
serviços de turismo, cultura, educação, esportes e<br />
lazer oferece a chance não mais para recuperar a<br />
velha economia, nos moldes ordinários de<br />
exploração de matéria-prima e mão-de-obra. Mas,<br />
Alter do Chão<br />
J. Ramid J. Ramid<br />
Mosqueiro<br />
Rio Araguaia<br />
08 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
Salinas (Atalaia)<br />
J. Ramid<br />
Geraldo Ramos<br />
serve para inovação tecnológica no uso sustentável<br />
da biodiversidade e na pesquisa científica. Que<br />
melhor lugar do mundo há do que a Amazônia para<br />
isto, e as férias locais para pensar sobre o assunto<br />
vivendo-se concretamente esta experiência?<br />
Há estatísticas que nos dão uma idéia geral da<br />
economia do veraneio, que podemos chamar da<br />
indústria do ócio. Mas, a verdade é que escapam<br />
detalhes importantes para se ter a visão completa<br />
deste fenômeno, quando se pensa sobre as viagens<br />
familiares para o interior nas localidades as mais<br />
afastadas e nas condições mais modestas, que<br />
certamente mobilizam toda uma economia não<br />
monetária e não contabilizada, porém<br />
importântíssima no seu alcance sócio-econômico<br />
em torno do lazer.<br />
O desafio do novo paradigma leva-nos a todos, nos<br />
países e regiões ricas ou pobres; em direção à<br />
melhoria das condições de vida nos lugares onde,<br />
em realidade, vivem as pessoas: nas cidades e no<br />
meio rural. O problema é a miopia de certa<br />
“mundialização” hegemônica e unilateral, que<br />
finge desconhecer a máxima: “o vento que sopra<br />
aqui também sopra lá”... Pensar que o povo das<br />
favelas, das periferias das cidades ou que os povos<br />
da floresta e habitantes ribeirinhos da Amazônia<br />
podem viver atrasados e isolados enquanto o<br />
mundo desenvolvido se enfarta em consumo é uma<br />
ilusão.<br />
Os economistas do desenvolvimento sustentável,<br />
empresários do turismo e gestores de fomento<br />
sabem que o turismo é um negócio, mas não é um<br />
Praia Grande (Salvaterra)<br />
negócio qualquer. Ele é o elo catalisador entre a<br />
proteção ambiental e a responsabilidade social.<br />
Porém, a maioria da sociedade ainda não despertou<br />
para este fato, que as férias como um todo mete<br />
bem debaixo do nosso nariz.<br />
O grande público acredita em planos mirabolantes<br />
para agradar o povo, com promessa de milhões de<br />
empregos conforme o velho receituário. Quando a<br />
mágica não funciona todos gritam. Mas, de<br />
desengano em desengano o tempo passa, aumenta o<br />
crime, a droga, a violência, a pobreza e a solidão das<br />
multidões. O turismo é uma grande estratégia que<br />
exige cultura de segurança e paz social pela própria<br />
sociedade e não pode ficar apenas sob a<br />
responsabilidade dos dirigentes públicos ou<br />
privados. Numa palavra, o que faz a diferença nos<br />
dias de hoje é o mercado solidário, onde o turismo é<br />
um dos componentes dos mais importantes de<br />
fomento geral da nova economia e o veraneio é a<br />
sua prática mais efetiva.<br />
Tenhamos todos ótimas férias e ao votar ao batente,<br />
mais do que nunca, estejamos convencidos de que<br />
somos capazes de construir o nosso próprio<br />
paraiso, agradecendo as riquezas que a<br />
Providência nos concedeu para uso e não para<br />
abuso. Pois está visto que a natureza pode atender a<br />
todas as necessidades do homem, só não pode<br />
atender à sua ambição.<br />
*Presidente da PARATUR e do Fórum Nacional de<br />
Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo.<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 09
O Pará expõe<br />
Verão Am<br />
O<br />
Brasil tem como metas para o turismo até<br />
2007, criar condições para gerar um milhão<br />
e duzentos mil empregos; aumentar para 9<br />
milhões o número de turistas estrangeiros<br />
no país; gerar 8 bilhões de dólares em divisas;<br />
aumentar para 65 milhões a chegada de passageiros<br />
nos vôos domésticos e ampliar a oferta turística,<br />
desenvolvendo produtos de cada estado da Federação.<br />
O Estado do Pará, através da PARATUR, fez o seu<br />
dever de casa, estruturou o seu Plano Estadual de<br />
Turismo, com consultoria da empresa espanhola,<br />
THR, uma das mais conceituadas no mundo, criou o<br />
Fórum Estadual de Turismo e dividiu o vasto território<br />
estadual de 1.248.042 km², que representa 16,66% do<br />
território brasileiro, 26% da Amazônia e 49,9% dos<br />
atrativos naturais da Amazônia Legal, em seis pólos<br />
turísticos (Belém, Amazônia Atlântica, Marajó,<br />
Tapajós, Araguaia-Tocantins e Xingu). Julho é o mês<br />
de veraneio amazônico, com uma ampla diversidade<br />
de opções para os seus habitantes e turistas, com<br />
inúmeras praias oceânicas e de rio, igarapés, além de<br />
variados eventos culturais, esportivos e de lazer.<br />
O Governo do Estado do Pará vem nos últimos nove<br />
anos dotando os municípios de infra-estrutura<br />
necessária e determinante para o desenvolvimento do<br />
turismo. Obras como a macrodrenagem de Belém,<br />
energia firme em todos os municípios paraenses,<br />
construção e recuperação de estradas, a Alça Viária<br />
ligando Belém ao centro-sul e nordeste paraense,<br />
Estádio Olímpico do Pará, Estação das Docas, Projeto<br />
Feliz Lusitânia, Pólo Joalheiro, restauração do Forte<br />
Ray Nonato<br />
Salvaterra<br />
Crispim Forte de Óbidos<br />
10 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
opções para o<br />
azônic<br />
de Óbidos, construção da Orla do Maçarico e do<br />
acesso à praia do Atalaia, em Salinópolis e tantas<br />
outras iniciativas públicas. Neste verão, o Governador<br />
Simão Jatene inaugura a orla do balneário de Marudá,<br />
no município de Marapanim, resultado de um<br />
investimento de <strong>R$</strong>1,5 milhão. O novo cartão-postal<br />
do Pólo Amazônia Atlântica terá uma praça de cerca de<br />
quatro mil metros quadrados, com brinquedos,<br />
aparelhos de ginástica, bancos e arborização, além de<br />
outros melhoramentos como muro de arrimo, abrigos,<br />
estacionamento para 100 veículos, banheiros,<br />
chuveiros e palco para apresentação de shows. Com o<br />
objetivo de facilitar o acesso ao balneário, o Governo<br />
do Estado, através da Secretaria Especial de<br />
Integração Regional, está pavimentando a PA 318, que<br />
parte do entroncamento da PA 136 e termina na orla de<br />
Marapanim. Também serão asfaltados os oito<br />
quilômetros de estrada de acesso à praia do Crispim e<br />
quem vai para Algodoal já conta, desde o final de abril,<br />
com o novo Terminal Fluvial de Passageiros.<br />
Pólos Turísticos<br />
Belém é o portão de entrada da Amazônia, centro<br />
cultural e gastronômico da região, conta com<br />
importante patrimônio arquitetônico, em fase<br />
progressiva de revitalização, como o Forte do<br />
Presépio, Museu de Arte Sacra, Pólo Joalheiro,<br />
Theatro da Paz e Igreja de Santo Alexandre. Outros<br />
destaques são o Mercado Ver-o-Peso, Estação das<br />
Docas, Parque da Residência e em setembro será<br />
inaugurado o Mangal das Garças, um símbolo de<br />
conservação ambiental no coração da capital paraense,<br />
com borboletário, farol e outras novidades para<br />
encantar paraenses e visitantes. O Mosqueiro, com<br />
suas praias de rio, com ondas, é um recanto bucólico e<br />
obrigatório para vivenciar o verão amazônico.<br />
A Amazônia Atlântica une as belas praias oceânicas a<br />
cenários verdejantes, oferecendo aos visitantes um<br />
espetáculo único de sol, sal e equilíbrio ambiental. As<br />
praias, manguezais e ilhas selvagens são os principais<br />
atrativos e as praias de<br />
S a l i n ó p o l i s<br />
(Atalaia, Corvina,<br />
Maçarico, Farol<br />
Velho, Cocal,<br />
Marieta , Pilão,<br />
entre outras), de<br />
M a r a p a n i m<br />
( M a r u d á e<br />
C r i s p i m ) e<br />
Maracanã, com<br />
Algodoal são os<br />
destaques do pólo,<br />
mas uma ida aos<br />
m u n i c í p i o s d e<br />
Vigia, Bragança,<br />
São Caetano de<br />
Odivelas, Augusto<br />
Corrêa e Viseu são<br />
boas opções para<br />
este verão.<br />
O s í n d i o s<br />
t u p i n a m b á s<br />
apontavam o El<br />
Dourado, a terra<br />
divina, na direção do<br />
A r q u i p é l a g o d o<br />
Marajó, encantado<br />
pela passagem dos<br />
índios caruanas e<br />
encantador pelas<br />
belezas naturais das<br />
praias, manguezais,<br />
a c o n c h e g a n t e s<br />
pousadas, hotéisfazenda<br />
com criações<br />
de búfalos, arborismo,<br />
cavalgadas e passeios<br />
de canoa. Há ainda a<br />
revoada de guarás, os<br />
sítios arqueológicos, a<br />
cerâmica marajoara e o<br />
João Ramid<br />
Paula Sampaio<br />
Heitor Reali<br />
Heitor Reali<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 11
J. Ramid<br />
Ray Nonato<br />
Rio Xingu<br />
Manguezal em Marapanim<br />
J. Ramid<br />
Salvaterra<br />
Ray Nonato<br />
Gruta em Viseu<br />
Ray Nonato<br />
artesanato em couro de boi e de búfalo, além de<br />
manifestações folclóricas originais.<br />
O Pólo Tapajós é um importante referencial para os<br />
praticantes do ecoturismo, pois encontrarão na região<br />
representações únicas da Floresta Amazônica, aliada à<br />
exuberância de paisagens inesquecíveis. Alter do<br />
Chão, em Santarém é considerado o Caribe de água<br />
doce. Praias próximas a Santarém e Belterra formam<br />
um vasto painel de opções para o verão. O pólo, que<br />
abriga inúmeras atrações nos municípios de Alenquer,<br />
Monte Alegre, Oriximiná, Óbidos e outros, com áreas<br />
com águas cristalinas, florestas, grutas, com<br />
gravações rupestres, monumentos naturais e<br />
arquitetônicos.<br />
A aventura, turismo ecológico, torneios de pesca<br />
esportiva e balneários são encontrados no Pólo<br />
Araguaia-Tocantins, com belas praias fluviais, sendo<br />
que algumas somente aparecem no verão amazônico.<br />
A riqueza mineral, as serras, os vales e campos de<br />
pastagens são encantos naturais para visitantes e<br />
12 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
nativos. Os municípios de Marabá, Barcarena, Tucuruí<br />
e Conceição do Araguaia são os destaques deste pólo.<br />
O maior município em extensão territorial do mundo,<br />
Altamira, é o principal representante do Pólo Xingu,<br />
com refúgios para a prática da pesca esportiva e<br />
ecoturismo. Florestas virgens e reservas indígenas<br />
compõem o cenário da região, que possui também<br />
inúmeras corredeiras, ao longo do rio Xingu e a reserva<br />
pesqueira do rio São Benedito, em Jacareacanga.<br />
O mês de julho tem ainda eventos importantes em todo<br />
o estado, com destaque para o IX TOPAM Torneio de<br />
Pesca Esportiva da Amazônia, em Tucuruí, entre os<br />
dias 1º e 4 de julho; o Tranzamazônica Expedição, em<br />
Porto de Moz, entre os dias 1º e 4 de julho; o XXII<br />
Festival do Caranguejo, em Quatipuru, entre 8 e 11 de<br />
julho; o X Maraluar, no dia 17 de julho, em Marabá; o<br />
II Festival de Carimbo, em Marudá, em Marapanim,<br />
nos dias 16 e 17 de julho; o XXII Festival do camarão,<br />
em Afuá; no Marajó, o Festival Folclórico de Alenquer<br />
de 28 a 30 de julho; XI Festival do Peixe, de 30 de julho<br />
a 1º de agosto, em Barcarena e o surpreendente XIX<br />
Festival das Tribos de Juruti, de 29 a 31 de julho.<br />
Segundo o presidente da PARATUR, Adenauer Góes,<br />
o empresariado paraense em consonância com as ações<br />
das prefeituras municipais e Governo do Estado<br />
oferecem pacotes econômicos de viagens a diversos<br />
pontos do Estado do Pará a preços convidativos,<br />
profissionalizando o segmento e oferecendo aos<br />
Alter do Chão<br />
Cotijuba<br />
Jarbas Souza<br />
J. Ramid<br />
paraenses que viajam internamente e aos turistas,<br />
novos produtos turísticos, com a busca na melhoria da<br />
qualidade dos serviços ofertados. Os 1084 atrativos,<br />
catalogados no estado, credenciam o Pará, como a<br />
obra-prima da Amazônia, opção consistente para o<br />
paraense e turistas usufruírem o melhor do verão<br />
amazônico.<br />
Cidade dos Deuses (Monte Alegre)<br />
*Assessoria de Comunicação Social da Paratur<br />
Sundown<br />
48 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
*Drª Deborah Aben-Athar Unger<br />
verão chegou, e com ele as inúmeras<br />
oportunidades de viajar ou mesmo curtir as<br />
O férias na cidade; porém é importante ter alguns<br />
cuidados para que o aproveitamento seja completo. Seu<br />
dermatologista poderá esclarecer todas as suas dúvidas.<br />
É sabido que o sol tem efeito cumulativo na pele,<br />
portanto os cuidados precisam ser iniciados desde a<br />
infância e devem ser diários já que o sol é parte<br />
integrante da nossa vida, seja no lazer, no esporte ou<br />
mesmo na profissão.<br />
A exposição no horário das 10 ás 15 hs é mais prejudicial<br />
já que os raios solares alcançam a superfície terrestre<br />
com mais intensidade.<br />
O protetor solar pode ser utilizado a partir dos 6 meses de<br />
idade e geralmente produtos com fator de proteção<br />
(FPS) igual ou maior que 15 são recomendados, de<br />
acordo com a cor da pele. Devemos optar por um filtro<br />
que tenha proteção contra os raios ultravioleta A e B; que<br />
seja resistente a água e que cosmeticamente melhor se<br />
adeque a pele de cada um. A indústria farmacêutica põe a<br />
disposição produtos a base de creme, loção, gel, spray,<br />
oil free e stick labial cujos FPS variam de 15 a 60.<br />
Deve-se aplicar uma camada uniforme em toda pele<br />
exposta ao sol (inclusive orelhas, nuca, pés e couro<br />
cabeludo nos calvos) 30 minutos antes de se expor e<br />
reaplicar a cada duas horas.<br />
Guarda sol, chapéu, barraca, óculos escuros ajudam na<br />
proteção.<br />
É preciso estarmos atentos também nos dias nublados, já<br />
que os raios solares atravessam as nuvens. Na sombra<br />
recebemos cerca de 50% das radiações ultravioletas; e a<br />
água e a areia refletem as radiações solares.<br />
O efeito cumulativo do sol na pele é o responsável pelo<br />
aparecimento de sardas, manchas claras, escuras, rugas<br />
e o espessamento da pele; que caracterizam o<br />
fotoenvelhecimento, além do surgimento do efeito mais<br />
grave que é o câncer de pele.<br />
Algumas patologias pioram ou são desencadeadas pela<br />
exposição solar como acne, herpes, lupus, rosácea<br />
dentre outros.<br />
O uso de perfumes cosméticos e bronzeadores são<br />
inadequados durante a exposição.<br />
Eventualmente alguns medicamentos sistêmicos e/ou<br />
tópicos devem ser evitados ou usados com cautela como<br />
os ácidos por exemplo para o tratamento de manchas ou<br />
rugas.<br />
Após o sol utilizar loções hidratantes para evite a<br />
descamação.<br />
Uma dica para quem quer ter aparência bronzeada sem<br />
os riscos da exposição é a utilização de<br />
autobronzeadores.<br />
MICOSES<br />
Freqüentes no verão , causadas por fungos que se<br />
adaptam bem em ambientes úmidos e climas quentes e<br />
tem preferência por locais de dobras (virilha, espaços<br />
entre os dedos), por isso é importante:<br />
Evitar uso de tênis, botas e meias de<br />
tecido sintético que aumentam a<br />
transpiração;<br />
Trocar as meias diariamente;<br />
Usar sandálias em ambientes<br />
comunitários como piscina e<br />
vestiários;<br />
Secar bem a pele após o banho.<br />
*Médica especialista em dermatologia pela SBD,<br />
Profª de Dermatologia da UFPa<br />
Kit básico de verão<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 15
Seus cabelos no<br />
verão<br />
Alcione Oliveira<br />
Salão Pêlo Cabelo<br />
No verão (e em qualquer<br />
época do ano) exposição<br />
demasiada aos<br />
raios solares, à água<br />
do mar e à piscina, deixa os<br />
fios dos cabelos secos e<br />
quebradiços, como conseqüência<br />
da perda de seus<br />
nutrientes. O mesmo ocorre<br />
com os cabelos que passam<br />
por processos químicos como<br />
colorações, alisamentos e<br />
descolorações, que fazem com<br />
que os fios apresentem porosidade<br />
intensa, perda da elasticidade,<br />
maleabilidade e umidade natural. Os<br />
cabelos ficam cheios de pontas, primeiro<br />
sinal de que a estrutura capilar foi danificada e não<br />
consegue mais reter seus nutrientes essenciais.<br />
Utilize sempre produtos que contenham hidratante e<br />
filtro solar. Eles protegem os cabelos do Sol e não da<br />
água e precisam ser combinados com algum creme de<br />
tratamento que forme uma película protetora. Esses<br />
produtos devem ser aplicados e reaplicados a cada<br />
mergulho, sempre nos cabelos<br />
úmidos, facilitando<br />
assim, a aderência<br />
dos protetores e<br />
melhorando e<br />
o poder penetração<br />
dos hidratantes.<br />
Jamais use nos cabelos filtros<br />
solares para o corpo e nem<br />
protetores artesanais. Além de<br />
não funcionar como protetor<br />
capilar, o produto poderá<br />
ressecar ou deixar os cabelos<br />
mais oleosos.<br />
É imprescindível o uso<br />
semanal de um shampoo<br />
antiresídual. Ele limpa<br />
profundamente os fios e<br />
remove resíduos de protetor<br />
solar, creme de tratamento, sal e<br />
cloro. Outra medida que não deve<br />
ser esquecida é a hidratação. Os<br />
processos de hidratação, normalmente são<br />
muito utilizados em cabelos ressecados, ou seja,<br />
aqueles que possuem uma sensação áspera ao toque,<br />
não possuem brilho, são elétricos, tendendo a um<br />
aspecto “arrepiado” e freqüentemente são de difícil<br />
manuseio ao pentear e desembaraçar.<br />
Mas há casos em que os cabelos não mais respondem<br />
ao tratamento de hidratação. Está na hora de recorrer a<br />
técnicas mais modernas e eficazes. Tratamentos de<br />
reconstrução à base de queratina, devolvem aos<br />
cabelos suas propriedades naturais, reestruturando o<br />
fio danificado. Reconstrução é um processo que<br />
consiste na reposição de agentes reconstrutores como<br />
a própria queratina no córtex , a camada interna da<br />
fibra capilar. Também o própolis e o girassol que<br />
penetram de forma intensa nos fios agindo como tais<br />
agentes.<br />
Nos dias de hoje, a beleza dos cabelos, está ao<br />
alcance de todos.<br />
Procure um profissional de sua confiança<br />
(cabelo é coisa séria) e recorra ao que têm<br />
de mais moderno no momento, a<br />
Retexturização: Cabelos lisos<br />
através de íons negativos.<br />
Essa nova técnica alinha<br />
queratina dos cabelos<br />
trans-formando os fios<br />
d i s f o r m e s e m<br />
uniformes. Os<br />
Edição 27
cabelos crespos ou anelados ganham um aspecto<br />
mais liso através da energia dos íons negativos,<br />
22 minerais são inseridos com secadores e<br />
escovas de cerdas especiais e ionizada,<br />
reconstituindo a estrutura interna e externa do<br />
fio.<br />
A Reestruturação restaura e rejuvenesce os<br />
cabelos através de minerais naturais de água<br />
ionizados: hidrata a camada mais profunda dos<br />
fios, alisa, amacia e restaura a elasticidade,<br />
suaviza os mesmos, proporcionando um brilho<br />
intenso.<br />
Salientamos, que todas as pessoas que recorrem<br />
a estes serviços não devem deixar de enfatizar a<br />
manutenção, utilizando produtos que dêem<br />
continuidade ao serviço realizado nos salões.<br />
Hoje, o Pará é considerado o estado que mais<br />
cresce no segmento da beleza, pois além da<br />
necessidade natural de cada um, os paraenses<br />
têm se mostrado cada vez mais preocupados<br />
com a aparência.<br />
Mantenha os devidos cuidados com seus cabelos<br />
e se for viajar passe antes em um bom salão, faça<br />
um tratamento capilar e não esqueça de retornar<br />
após a viagem para fazer uma avaliação e<br />
manter-se sempre linda. Boas férias!<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 17
BOMBEI<br />
Heróis em Nova Casa comemoram data magna.<br />
Nas praias cuidam dos veranistas<br />
A nova sede<br />
Luana de Oliveira<br />
Reconhecidos por seus préstimos na<br />
salvação em incêndios, o<br />
bombeiro militar também é peça<br />
fundamental em outros tipos de<br />
atendimentos como resgates,<br />
salvamentos em altura, desmoronamentos,<br />
guarda-vidas em<br />
praias e balneários, combate a<br />
incêndios florestais, administração para<br />
redução de desastres, ou ainda na vistoria de<br />
prédios, que são acompanhados desde o<br />
projeto de sua construção até a freqüente<br />
fiscalização sobre equipamentos<br />
de segurança.<br />
Vale lembrar que<br />
o Comandante Geral do<br />
Corpo de Bombeiros<br />
Militar também responde<br />
pela Coordenadoria<br />
Estadual de<br />
Defesa Civil.<br />
Distingue-se então do<br />
restante do corpo mili-<br />
18 Pará+<br />
p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
R S<br />
tar por não ter função punitiva ou treinamentos de<br />
defesa e ataque, exceto em situações extraordinárias,<br />
por estar submetido à tutela dos governos estaduais,<br />
pode eventualmente exercer uma função acessória.<br />
Seu papel é inerente à valorização da vida, luta-se por<br />
ela com a sua própria, como repetem em seu<br />
juramento. O cunho socorrista lhe faz um profissional<br />
carismático e inspirador de confiança, um amigo.<br />
Sobre o foco que a novela “Celebridades” direcionou<br />
aos bombeiros, o cap. BM Reis, tomou por negativo,<br />
pois a mesma mostra o bombeiro Vladimir<br />
enfrentando situações com total imprudência. O<br />
personagem é tomado por heroísmo, chegando a ser<br />
inconseqüente ao pular de prédios, descer morros ou<br />
entrar em poços para o resgate, desprovido de<br />
equipamentos de segurança, o que infringe as<br />
normas de proteção pessoal aliada ao raciocínio<br />
lógico e rápido para possibilitar a salvação da<br />
vítima.<br />
A crítica vem do fato de não só desse espírito heróico<br />
viver um bombeiro. O Coronel BM Raimundo<br />
Nonato explica os meios de ingressar na Corporação<br />
e os cursos de especialização que o acompanham<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 19
para a formação de um bom<br />
profissional. Como praça ou oficial, o<br />
soldado pode seguir carreira<br />
dedicando 3 anos para a formação de<br />
aspirante oficial, 6 meses para 2º<br />
tenente, 2 anos para 1º tenente, 3 anos<br />
para capitão, 6 anos até tornar-se<br />
major, 4 anos para tenente coronel,<br />
concluindo com o “mestrado” militar<br />
que é a patente de Coronel.<br />
No centro, o Cel. BM Raimundo Nonato, o comandante dos Bombeiros<br />
O major Menezes fala sobre os conhecimentos que com o funcionalismo público não permite a<br />
um bombeiro deve ter, sobre química, biologia, manutenção de um maior pessoal. Os salários também<br />
física, engenharia e tudo o que envolva o seu trabalho não são muito compensatórios, um soldado iniciante<br />
com o local em questão e a vítima. Para isso, ganha por volta de <strong>R$</strong>500,00 e o coronel tem o salário<br />
acontecem constantemente cursos de capacitação bruto de <strong>R$</strong>2.000,00, fica claro então que apesar da<br />
como os de guarda-vidas, mergulhador, combate a estabilidade militar o que conta mesmo é a vontade de<br />
incêndio florestal e socorristas, entre outros, servir, alias nem todo mundo se aventuraria na rotina<br />
inclusive com a extensão dos mesmos em de bombeiro.<br />
forma de palestras em<br />
Com as férias de julho metade do<br />
colégios e prédios,<br />
efetivo irá atender 30 municípios<br />
alertando para as<br />
do Pará, os mais visitados devido<br />
medidas de segurança.<br />
interiores onde não há infra-<br />
as praias e balneários. Nos<br />
Além dos critérios de<br />
estrutura militar, os bombeiros<br />
formação, os bombeiros<br />
têm uma espé-<br />
prefeituras, o importante é não<br />
contam com a parceria das<br />
cie de código de ética,<br />
deixar de estar presente, apesar<br />
uma legislação que<br />
do número insuficiente. O<br />
rege sua vida dentro e<br />
exemplo de Salinas retrata essa<br />
fora da farda. Entre elas<br />
realidade, onde temos 7Km de<br />
estão o estatuto, a lei de<br />
praia numa proporção de 1<br />
promoção e a lei disciplinar,<br />
a qual avalia os<br />
100m. Acrescenta-se também o<br />
homem para monitorar cada<br />
comportamentos. Atitudes<br />
permitidas a<br />
nas estradas do estado junto à<br />
trabalho auxiliar que executarão<br />
civis podem ser motivos de<br />
Polícia Rodoviária.<br />
problemas para o BM no<br />
O histórico da corporação no<br />
quartel, visto que a “indisciplina” pode levar desde Pará é incerto devido a falta de registro, no entanto,<br />
uma suspensão até a exclusão do Corpo de pressupõe-se que já no início do século XIX havia um<br />
Bombeiros.<br />
Corpo organizado se comparado com os antigos<br />
O atual aparato humano do Corpo de Bombeiros é de aguadeiros ou o Arsenal de Marinha que prestavam<br />
2.200 homens, sendo que o ideal para atender a socorro aos incêndios ocorridos em Belém, nos<br />
demanda social seria 3.139. Empecilhos políticos Casarões ou centros comerciais, geralmente feitos de<br />
como a lei Camata, a qual rege a contenção de gastos madeira ou tabique. O local onde se encontrava, até o<br />
20 Pará+<br />
p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
dia 27 de junho, a sede administrativa e quartel da 5ª<br />
Seção do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, na Rua<br />
João Diogo, próximo ao Colégio Paes de Carvalho, foi<br />
construída a 100 anos, na era Antônio Lemos.<br />
Ainda no dia 27 de junho, a 5ª Seção foi transferida<br />
para o novo prédio na Avenida Júlio César, o qual foi<br />
simbolicamente marcada por uma marcha do efetivo,<br />
que saiu da antiga “casa”, na Rua João Diogo, até a Av.<br />
Júlio César, bem como ocorreu há 100 anos na<br />
ocupação do antigo prédio.<br />
Mas a comemoração não parou por aí, desde o dia 25 ,<br />
ocorrereu a Semana de Prevenção Contra Incêndio,<br />
constando de missas, entrega de prêmios, almoços de<br />
confraternização, passeios ciclísticos e mostra de Arte<br />
Contemporânea, muitas das quais produzidas por<br />
bombeiros pintores. No dia 02 de julho, dia nacional<br />
dos bombeiros, foi inaugurado o novo quartel do<br />
Comando Geral, e aconteceu o fato pelo qual os BMs,<br />
esperavam ansiosos - a entrega do navio Grão Pará,<br />
que possibilitará a assistência à população ribeirinha,<br />
levando assistência social (médicos, dentistas, etc.)<br />
bem como o combate a incêndios na orla.<br />
A entrega solene pelo governo do Estado deu-se às 10h<br />
da manhã e o evento da Semana culminou com o baile<br />
alusivo ao dia nacional do Corpo de Bombeiros no<br />
Clube de Oficiais da Aeronáutica/T1.<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 21
O Zoneamento Eco<br />
das potencialidad<br />
Celso Freire/Douglas Dinelli<br />
OGoverno do Pará deverá apresentar até<br />
agosto a proposta de Zoneamento Ecológico<br />
Econômico (ZEE) do Estado ao Governo<br />
Federal. Depois do diálogo com os técnicos<br />
da União, o ZEE será enviado para apreciação da<br />
Assembléia Legislativa do Estado.<br />
Até lá, a idéia é discutir a metodologia do projeto com<br />
os diversos segmentos da sociedade. Ele já foi<br />
apresentado a Fiepa; a 53 prefeitos do Pará, além de<br />
vices, assessores e lideranças comunitárias e de<br />
associações; deputados estaduais e federais; Tribunal<br />
de Justiça do Estado e do Ministério Público Estadual;<br />
as instituições de ensino superior, além de centros de<br />
pesquisa, como o Museu Emílio Goeldi e a Embrapa, e<br />
também para 10 Organizações Não-Governamentais<br />
(Ong's) que atuam na área ambiental.<br />
O governador pretende formar um conselho consultivo<br />
para acompanhar o projeto do Zoneamento. O objetivo<br />
é fazer os ajustes necessários durante as fases de<br />
planejamento e de<br />
execução. Além disso,<br />
o Governo também<br />
estimula a participação<br />
efetiva das<br />
universidades e de<br />
institutos de pesquisa<br />
científica, na formatação<br />
final do<br />
projeto. O Instituto<br />
de Ensino Superior<br />
(Iesam), por exemplo,<br />
deve capacitar<br />
os técnicos que vão<br />
O secretário Gabriel Guerreiro trabalhar no projeto.<br />
O governador Simão Jatene,<br />
segundo Guerreiro, teve<br />
importante participação na<br />
elaboração do ZEE em função<br />
de sua formação técnica/<br />
universitária e profundo<br />
conhecedor do Estado do Pará<br />
O ZEE foi elaborado pela secretaria Executiva de<br />
Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectam), que<br />
tem como secretário Gabriel Guerreiro. É uma das<br />
bandeiras prioritárias estabelecidas na Agenda<br />
Mínima do Governo com uma previsão de recursos na<br />
ordem de <strong>R$</strong> 9,2 milhões. O ZEE despertou o<br />
interesse do Banco Mundial em financiar o projeto. O<br />
custo está estimado entre <strong>R$</strong>30 milhões e <strong>R$</strong> 40<br />
milhões.<br />
O principal executivo do Banco Mundial no Brasil, e<br />
em Washington, Virnold Thomas, avaliou<br />
positivamente o projeto. Ele disse que a carta-consulta<br />
para financiamento do ZEE, como um dos<br />
componentes do programa Pará Rural, que tem valor<br />
total US$ 207 milhões, permanece sob análise da<br />
Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), do<br />
Ministério do Planejamento, para concessão de aval<br />
do governo brasileiro. A Cofiex deverá autorizar<br />
brevemente a remessa de US$ 700 mil, doados pelo<br />
governo japonês, para o Governo do Estado avançar<br />
em ações previstas na fase inicial do projeto.<br />
22 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
lógico Econômico<br />
es do Pará<br />
MAPA DE SUBSÍDIOS A<br />
GESTÃO TERRITORIAL<br />
CONVEÇÕES CARTOGRÁFICAS<br />
Sede Municipal<br />
Hidrografia<br />
Limite Municipal<br />
Estrada Vicinal<br />
Rodovia<br />
Limite de Bacias<br />
Como tudo começou<br />
O Zoneamento começou a ser elaborado há cerca de<br />
um ano com o objetivo de ordenar as atividades<br />
econômicas no Pará e definir as áreas que deverão ter<br />
proteção integral. Foi produzido um verdadeiro banco<br />
de dados sobre a ocupação e as vocações do território<br />
paraense, que tem 1.250 milhão de quilômetros<br />
quadrados.<br />
Este acervo é formado por mapas, análises e dados<br />
estatísticos disponíveis nos meios acadêmicos e na<br />
Sectam. Nele há informações como os tipos de solos,<br />
potencialidade mineral, de energia hidráulica, tipo de<br />
clima, ocupação populacional, biodiversidade.<br />
Atualmente o Pará possui 1,32% de seu território com<br />
proteção integral e 8,63% destinado para uso<br />
sustentado. As terras indígenas ocupam 22,08% do<br />
solo paraense e quilombolas outros 0,4%, totalizando<br />
32,45% do território. Pela proposta do governo, seri-<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 23
am incorporadas novas áreas de proteção integral<br />
(9,08%) e de uso susten-tável (19, 93%), totalizando<br />
29,01%.<br />
O resultado final propõe que 61,46% do Estado do Pará<br />
passe a ser considerado área protegida. Apenas as áreas<br />
já alteradas, que somam cerca de 400 mil quilômetros<br />
quadrados, serão utilizadas no desenvolvimento de<br />
atividades produtivas.<br />
O governador Simão Jatene revelou a Revista Pará+,<br />
que a idéia do Zoneamento vai alterar substancialmente<br />
o modelo do uso do solo paraense, privilegiando<br />
a preservação ambiental sem privar o homem dos<br />
benefícios socioeconômicos que podem ser<br />
proporcionados pela natureza.<br />
"Com o ZEE, cada palmo de terra do Pará terá seu<br />
potencial e limitação do uso sustentável identificado.<br />
Com a formatação do Zoneamento, continuará havendo<br />
espaço para a agroindústria e agropecuária",<br />
destacou Jatene. Porém, destaca o governador, o<br />
Governo defende que é necessário conhecê-lo melhor<br />
para usar de forma adequada, pois se trata de um<br />
patrimônio que abrange recursos da produção agrícola<br />
e pecuária, dos sistemas agroflorestais, das florestas,<br />
do extrativismo, da exploração madeireira, das áreas<br />
protegidas e dos rios.<br />
A palavra de Guerreiro<br />
Pará+ O que o caboclo, o camponês, o ribeirinho<br />
podem esperar de um projeto dessa envergadura em<br />
termos de ganhos sociais e econômicos futuramente?<br />
GG Em primeiro lugar, o mapeamento detalhado, que<br />
precisamos fazer, como fizemos no Mojú, no mínimo<br />
na escala 1:100.000, ele vai atingir todas as<br />
comunidades, uma por uma, dos nossos municípios,<br />
isso é uma coisa fundamental, porque vai nos permitir<br />
o conhecimento das comunidades, o modo de viver, o<br />
modo de fazer, dessas comunidades. Vai nos permitir<br />
projetar alterações nessas áreas, modificando os<br />
sistemas produtivos, aproveitando a cultura...vai nos<br />
ensinar a cultura, realmente, do caboclo, vai nos<br />
permitir planejar, por exemplo, onde se planta<br />
mandioca, como fazer com que essa mandioca seja<br />
mais produtiva, potencializar o que os caboclos fazem,<br />
para que se torne mais econômico, eficiente, mais<br />
adequado enfim. Esse é um projeto que vai atingir<br />
EIXO DE DESENVOLVIMENTO<br />
realmente o cidadão e atinge a empresa, também,<br />
porque nós poderemos fazem grandes consórcios de<br />
empresas com esses caboclos, pra que eles produzam<br />
o que as empresas precisam. Nós já estamos fazendo<br />
isso, por exemplo, com a Agropalma, na questão do<br />
dendê, é incentivando que famílias se organizem pra<br />
produzir dendê para a empresa comprar. Então, isso<br />
são exercícios, que podem ser feitos com outros<br />
setores, com outras cadeias produtivas, e isso vai ao<br />
encontro do enriquecimento da população, das<br />
melhorias das condições de vida, que o grande<br />
objetivo do desenvolvimento, que é ser economicamente<br />
viável, socialmente justo e ecologicamente<br />
correto. Esse é o grande objetivo do trabalho do<br />
Zoneamento Ecolóligo-Econômico e é o grande<br />
objetivo das políticas públicas do Estado do Pará.<br />
Pará+ Por que o Mojú foi o município escolhido para<br />
o projeto-piloto?<br />
GG Sobretudo porque já havia uma quantidade de<br />
informações sociais, econômicas e ambientais<br />
24 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
interessantes levantadas por outros instituições, o que<br />
facilitou o trabalho de campo e fechamento de novas<br />
informações, junto à comunidade, pelos técnicos da<br />
SECTAM. A questão de o município ser uma fronteira<br />
em expansão, e é fundamental a ação dos municípios<br />
que são atingidos por essas fronteiras, por exemplo,<br />
São Félix do Xingú, algumas áreas da Calha Norte,<br />
Monte Alegre, Santarém, e uma série de locais onde a<br />
fronteira de avanço sobre a floresta está acontecendo.<br />
Nós precisamos tomar conta e mapear isso, trabalhar<br />
projetos imediatos sobre essas áreas.<br />
Pará+ E a sua visão sobre os Pólos de Desenvolvimento<br />
estabelecidos no zoneamento?<br />
GG Nós não podemos descurar dos Pólos de<br />
Desenvolvimento, porque se nós transformamos esses<br />
pólos em atrativos para geração de empregos e renda,<br />
ele trabalhar no sentido de inverter o vetor da<br />
migração. Porque invés do cidadão chegar ao Pará e ir<br />
pra floresta ele vai para os pólos de desenvolvimento.<br />
E, justamente, os mapeamentos que o zoneamento vai<br />
fazer nos demais municípios permite que você<br />
flexibilize a legislação ( não a legislação ambiental,<br />
mas a legislação de Reserva Legal etc.), que possa nos<br />
ajudar a desenvolver e atrair capital, pra esses pólos e<br />
com isso fazer o exercício do desenvolvimento<br />
sustentado, atraindo gente para esses pólos, ao invés<br />
de deixar esse pessoal atrás do "eldorado" da floresta,<br />
que na realidade acaba destruindo a floresta e não<br />
gerando nenhuma riqueza, já que essa maneira de fazer<br />
as coisas não vem dando certo, tanto que nossa<br />
população está a 50% abaixo da linha de pobreza, e nós<br />
precisamos mudar isso.<br />
governador do Estado<br />
está integrado<br />
no zoneamento, interferindo<br />
no zoneamento,<br />
de forma<br />
positiva, conversando,<br />
discutindo,<br />
com a equipe técnica<br />
da SECTAM,<br />
discutindo com as<br />
outras instituições,<br />
universidades, setores<br />
produtivos,<br />
Gabriel Guerreiro explicando<br />
o ZEE à Pará+<br />
poderes constituídos, ele faz questão de em todas as<br />
apresentações estar presente, e fazer o exercício da<br />
divulgação e da argumentação, ele participa como<br />
técnico, não como governador, isso nos facilita<br />
enormemente todas as decisões políticas, porque é um<br />
homem que aderiu ao projeto, compreendendo que não<br />
é um projeto do governo, é um projeto do Estado do<br />
Pará. Isso coloca o projeto do zoneamento acima das<br />
questões, digamos assim, de decisão política, é<br />
intermediária, é uma decisão política do governador,<br />
diretamente, que entende que esse é um projeto, crítico<br />
para o avanço do desenvolvimento sustentado do<br />
Estado do Pará, como todos nós queremos.<br />
Pará+ O governador Simão Jatene como um técnico<br />
que é, como o senhor destacaria a participação do dele,<br />
na discussão, elaboração, sugestões, análises e<br />
encaminhamentos dessa primeira proposta para a<br />
discussão com os vários segmentos da sociedade<br />
paraense?<br />
GG Isso pra mim é uma coisa que me agrada,<br />
sobremaneira, o governador do Estado está<br />
participando do zoneamento como mero chefe que<br />
aprecia, ou que olha se o projeto está bem feito. O<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 25
Vivo e Motorola<br />
apresentam novas tecnologias.<br />
E<br />
m um Road Show oferecido aos seus<br />
parceiros/revendedores, a Vivo e a<br />
Motorola apresentaram semana<br />
passada no Hilton, a mais nova<br />
tecnologia da maior operadora de<br />
telefonia celular do Hemisfério Sul - o<br />
portifólio de aparelhos CDMA.<br />
A partir já desta 2ª quinzena de Julho, a nova<br />
tecnologia em CDMA estará sendo implantada.<br />
Para João Truram, o diretor regional da Vivo no<br />
Pará e Amapá “com o CDMA atenderemos uma<br />
das grandes necessidades dos nossos clientes,<br />
que é a transmissão de dados em alta<br />
velocidade”.<br />
O Road Show foi um sucesso, antecipando o<br />
lançamento, motivando e preparando ainda<br />
mais os parceiros/revendedores da Vivo e da<br />
Motorola.<br />
Para Ed Lameira, gerente regional de vendas da<br />
Motorola. “a parceria com a Vivo significa<br />
sucesso absoluto nas vendas”.<br />
Novidades da Motorola que<br />
estarão brevemente no mercado<br />
através da parceria com a Vivo.<br />
V710 De última geração, com reprodução de<br />
músicas MP3; câmara de vídeo (1.2 Mpixels) com<br />
controle de zoom; acesso rápido<br />
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próximo à ponte é o grande barato - a novidade<br />
maior do veraneio em Salinas. A área é<br />
arborizada, com coqueiros, às margens do rio<br />
Mandaratura, é ideal para a prática de esportes radicais, e<br />
abrigará palco para shows, tenda para música eletrônica,<br />
além de quiosques com alimentos e bebidas. “O local é<br />
maravilhoso, um verdadeiro<br />
oásis” disse Lílian Salgado, do<br />
marketing da VIVO<br />
Em todas as praias a VIVO esta e<br />
estará ao longo de todo o verão<br />
distribuindo camisas, bonés e<br />
outros produtos com sua marca.<br />
A VIVO está aproveitando para<br />
apresentar em primeira mão o<br />
novo sistema CDMA, 1xRTT que<br />
está sendo lançado neste 14 de<br />
julho.<br />
Segundo o<br />
diretor regional<br />
da VIVO,<br />
João Truran “<br />
é um sistema<br />
top de linha<br />
em velocidade de transmissão<br />
de dados por telefone, muito<br />
mais avançado que o GMS,<br />
tecnologia já estagnada. Pelo novo sistema é possível enviar fotos, vídeo e conectar-se à Internet muito mais rápido”. “O<br />
veraneio, com nossas programações, ficará muito mais saudável e gostoso, vamos arrebentar”, concluiu Truran.<br />
PROGRAMAÇÃO VIVO DO VERÃO 2004
A<br />
COMUNICAÇÃO<br />
Antônio Natsuo<br />
Orly Bezerra<br />
O time da Griffo<br />
28 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
A partir desta edição estamos homenageando as principais<br />
Agências de Publicidade do Pará e oferecendo aos nossos<br />
leitores um pouco um pouco de suas histórias. Deleitem-se.<br />
“A Griffo fica na Tv.<br />
Perebebuí, a menos de<br />
100 metros do<br />
“pulmão”de Belém, o<br />
Bosque Rodrigues Alves.<br />
Muito perto dos<br />
principais veículos de<br />
comunicação do Pará.<br />
Nada distante de<br />
algumas produtoras de<br />
comerciais e outros<br />
fornecedores. O local é<br />
estratégico e a rua calma,<br />
muito calma. É nesse<br />
local, que queremos<br />
agradável e produtivo,<br />
que a gente vai continuar<br />
aprofundando nosso<br />
trabalho e ampliando<br />
nossos horizontes de<br />
atendimento”.<br />
AGriffo foi fundada oficialmente<br />
em 7 de abril de<br />
1981, essencialmente<br />
como uma agência de<br />
prestação de serviços<br />
jornalísticos -<br />
assessoria de imprensa, edição de<br />
house organs e boletins, entre<br />
outros. Seus fundadores, Orly<br />
Bezerra e Antonio Natsuo, tinham<br />
acabado de sair do jornal O Estado<br />
do Pará, que fechou no último dia<br />
do ano de 1980. Orly era o diretor<br />
de redação e Natsuo, secretário de<br />
redação, os dois cargos mais altos<br />
da redação de um jornal. Nélio<br />
Palheta, que se uniu aos dois logo<br />
depois e mais tarde se retiraria da<br />
sociedade, também tinha uma<br />
formação jornalística, mas, na<br />
época, trabalhava numa empresa<br />
(Telepará), na área de Relações<br />
Públicas. "Com a experiência dos<br />
três, o caminho natural foi a<br />
criação de uma empresa voltada<br />
para a área", destacou Orly. A<br />
publicidade, porém, já estava na<br />
origem da Griffo, com uma<br />
pequena conta, a do Cearense Pré-<br />
Vestibular. Com o tempo, as contas<br />
de publicidade começaram a<br />
aumentar e a Griffo reforçou o<br />
atendimento nessa área, transformando-se<br />
na primeira a assumir o<br />
conceito de agência de comunicação<br />
global - publicidade, relações<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r Pará+ 29
De cima para baixo: antigo casarão<br />
cituado na Assis deVasconcelos,<br />
edifício Mercúrio na 28 de setembro,<br />
edifíco Carajás na Travessa São<br />
Pedro, Gaspar Vianna e Perebebuí<br />
onde se encontra atualmente<br />
públicas, assessoria de imprensa.<br />
Isto, ainda nos anos 80. Antônio Natsuo lembra que aconquista da primeira<br />
conta do Governo do Estado, na administração Hélio Gueiros, ajudou a<br />
mudar o perfil da agência, que passou a atuar, na década de 90, fortemente<br />
no marketing político, participando de eleições e administrando contas<br />
públicas como as do Governo e da Prefeitura de Belém. "A Griffo,<br />
contudo, nunca deixou de atender a contas privadas", afirmou.<br />
O primeiro endereço da Griffo foi um casarão antigo na Assis de<br />
Vasconcelos, cedido pelo então diretor do Cearense Antonio Rocha. Do<br />
casarão, a agência ocupava não mais que duas salas, com suas duas mesas e<br />
uma máquina de escrever de segunda mão. Com o crescimento, lento,<br />
porém gradual, a agência foi se mudando para locais melhores - edifício<br />
Mercúrio (na 28 de Setembro), uma casa na Campos Sales, edifício<br />
Carajás (Trav. São Pedro), Gaspar Vianna e, por último, Trav. Perebebuí,<br />
onde se encontra atualmente. A partir do edifício Carajás, a sede sempre<br />
foi própria. Mas somente esta última foi<br />
projetada e<br />
construída para ser uma agência d e<br />
propaganda. A mudança<br />
aconteceu<br />
em outubro de 2003,<br />
coroando<br />
uma história de 22 anos e m e i o ,<br />
recheada de momentos de<br />
dificuldad<br />
es e também de vitórias. " N o<br />
início, os sócios eram<br />
obrigados a manter um<br />
e m p r e g o<br />
f i x o ,<br />
p a r a l e l o ,<br />
para ter de<br />
onde tirar<br />
um salário<br />
mensal. Ou seja, tinham jornada dupla. Tudo que rendia na agência era<br />
30 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
Alguns dos cases que fazem parte da história da Griffo
einvestido, depois de pagar as despesas", conta Orly.<br />
"Todos os investimentos eram feitos com muito<br />
cuidado e critério, como acontece até hoje", completa.<br />
Não é à toa que esse último e maior investimento - a<br />
construção da agência - tenha demorado mais de duas<br />
décadas. Mas a mudança não foi apenas de endereço.<br />
Com um lugar maior, mais bem equipado, a Griffo<br />
iniciou uma nova fase, que começa pelo aumento da<br />
equipe e a conquista de novas contas. Uma das<br />
primeiras foi a da Cerpa, cujo comercial<br />
"Supermercado", criado pela Griffo, ainda está no ar.<br />
Agora, em 2004, o lançamento do primeiro portfólio,<br />
com capa dura, fechou o "ano da mudança".<br />
Propaganda<br />
Orly e Natusuo acham que a propaganda paraense<br />
vive mais um momento de agitação, com o<br />
surgimento de novas e a consolidação de agências que<br />
nasceram nos últimos anos, e que trouxeram um sopro<br />
de renovação para o mercado. "É interessante o
Neste Julho de Férias<br />
Neste julho, 2004 correndo, passar minhas<br />
férias nesta Santa Maria da Graça de Belém<br />
do Grão Pará, lendo ou vendo filmes e<br />
ouvindo canções. Existe algo tão melhor?<br />
O Pará é lindo. Tem praias por toda parte e festivais de<br />
verão para dar e vender. Os irmãos (filho e pai)<br />
Rodrigo e Ronaldo Hühn já falaram disso demais.<br />
Viseu, Cametá, Chaves, Marapanim, Breves, Igarapé-<br />
Açu, Ourém, Afuá, Bragança, Tracateua, Limoeiro do<br />
Ajuru, Barcarena, Santarém, Alenquer, Juruti,<br />
Capanema, Castanhal, Itupiranga, Salvaterra, Augusto<br />
Corrêa, Salinas, Maracanã, Altamira, Palestina do<br />
Pará, Marabá, Nova Timbotêua, Curralinho, Muaná,<br />
Acará, Quatipuru, Soure...<br />
E Belém, com seu fascínio próprio, seus encantos de<br />
mulher dona ou virgem cabocla da cidade, moça como<br />
só ela, e dengosa. Uma denguice de mulher faceira,<br />
noiva a correr atrás do noivo, todas as formas de amar e<br />
de amor à disposição do candidato e da candidata.<br />
Belém, morena, Princesa do Norte, Rainha da<br />
Amazônia, olho de feitiço e de mandinga, a pele da cor<br />
do desejo, esse fogoso objeto da paixão.<br />
E que livros a se oferecem! São tantos e muitos.<br />
Ildefonso Guimarães, contista maior de “Senda Bruta”<br />
e de “Histórias Sobre o Vulgar”, o romancista forte e<br />
raro de “ Os Dias Recurvos”, o romance de Óbidos<br />
apoiando a Revolução constitucionalista de São Paulo<br />
pela democra-tização do Brasil, acaba de lançar<br />
“Sombras do Entardecer!”, uma cole-tânea linda de<br />
crônicas. Este, sim, um grande cronista, o Ildefonso,<br />
autor de “Coisas de Maçonaria, Ensaios e Discursos”.<br />
Vale a pena ler/ reler.<br />
Ildefonso Pereira Guimarães, que chegou a ser, até,<br />
repórter de polícia, jornalista de primeira ordem.<br />
E há o romance forte, delicioso do Roberto Carvalho<br />
de Faro, nascido Roberto Monteiro de Carvalho e<br />
artista dos bons, dos legítimos, da palavra escrita:<br />
“Depois da Tempestade” obteve menção honrosa no<br />
concurso Samuel Wallace MacDowell” da Academia<br />
*Acyr Castro<br />
Paraense de Letras / Imprensa Oficial do Estado 2002,<br />
tão bem impresso pelo Altino Pinheiro, velho amigo de<br />
priscas eras.<br />
O concurso Samuel Wallace MacDowell, um dos mais<br />
importantes do País, foi ganho, no gênero ensaio, pelo<br />
admirável Oswaldo Coimbra de “A Saga dos<br />
Primeiros Construtores de Belém”. O livro é<br />
documentação impressionante, e Oswaldo, nascido<br />
“numa das primeiras vias de Belém, a antiga Rua da<br />
Alfama, (hoje, Rodrigo dos Santos) em pleno Centro<br />
Histórico”, evoca a memória e reergue pela arte de<br />
escrever, essa área tão linda da nossa amada capital.<br />
Professor de Jornalismo, Oswaldo Coimbra tem<br />
buscado resgatar a nossa história e o nosso passado<br />
com sabedoria e rigor literário e jornalístico. Um<br />
homem que sabe, esse mestre, tão sensível e humano<br />
que é esse estudioso das nossas coisas, sabedor dos<br />
quase 40 anos vividos por Landi no Pará. Como o<br />
professor Coimbra estuda bastante e conhece as<br />
misérias do Estado e da Cidade, inclusive 1964,<br />
procuram sabotá-lo os donos da vida, do mundo e das<br />
editoras. Não é coisa de irritar o Senhor da justiça e<br />
nosso Pai Eterno, que tudo vê e ouve? Cinema? Já<br />
foram aos “Diários da Motocicletas” de Walter Salles?<br />
Já? Quem não foi, tente ir. Falaram que estar chegando<br />
ao DVS e ao VHS. Um belíssimo na pele do ator<br />
mexicano Cael Garcia Bernal como o jovem médico<br />
argentino, Ernesto “Che” Guevara da fase pré-<br />
Revolução Cubana no filme, com base em texto<br />
diários do grande mito, Ernesto Guevara sem o “Che”,<br />
viaja com um colega bioquímico, pela América do Sul<br />
até o Peru, até a Venezuela. O roteiro, do argentino<br />
José Rivera, a cinegrafia e a direção de Walter Moreira<br />
Salles Jr valorizam o ator que já é praticamente, um<br />
grande ator. Aproveitem julho e as férias. Até agosto se<br />
Deus quiser.<br />
*Escritor, jornalista e o mais antigo crítico de<br />
cinema de todo o Norte do Brasil<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 33
CUL<br />
DEMO<br />
A<br />
s pessoas de baixa renda ou da periferia não<br />
podem ser simplesmente excluídas do<br />
processo cultural, quer seja como criadoras<br />
quer seja como apreciadoras. Por isso as<br />
manifestações culturais não podem ser<br />
inteiramente privatizadas. Não se pode admitir que a<br />
cultura seja apenas um acessório. A cultura tem que ser<br />
entendida como espaço de realização da cidadania, da<br />
superação da exclusão social e como fator econômico,<br />
capaz de atrair divisas para o país e, internamente, gerar<br />
emprego e renda. Neste sentido, a cultura depende de um<br />
decisivo e continuado apoio governamental. Esta é<br />
também a regra no resto do mundo, ou, pelo menos, nos<br />
países em que a cultura é considerada como um valor a ser<br />
preservado e promovido.<br />
Assim, no nosso caso, em particular, o financiamento do<br />
Estado tem outra importante função, qual seja a de<br />
equalizar o acesso e democratizar os benefícios dos<br />
34 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
URA<br />
CRATIZADA<br />
*Paulo Rocha<br />
produtos culturais, disseminando-os entre os<br />
segmentos excluídos da sociedade.<br />
Foi pensando numa maneira de democratizar a cultura<br />
que, junto com os deputados Gilmar Machado, Zezeu<br />
Ribeiro, Fátima Bezerra e outros, apresentei uma<br />
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê a<br />
destinação constitucional de recursos da União, dos<br />
Estados e dos Municípios para, a exemplo do que já<br />
ocorre nas áreas de educação e saúde, a valorização da<br />
cultura nacional. A proposta acrescenta o art. 216-A à<br />
Constituição Federal, com a seguinte redação:<br />
"Art. 216-ª A União aplicará anualmente nunca menos de<br />
2%, os Estados e o Distrito Federal, 1,5%, e os<br />
Municípios, 1%, da receita resultante de impostos,<br />
compreendida a proveniente de transferências, na<br />
preservação do patrimônio cultural brasileiro e na<br />
produção e difusão da cultura nacional”.<br />
A proposta prevê ainda que, desses recursos, a União<br />
destinará 25 % aos Estados e ao Distrito Federal, e 25<br />
% aos Municípios. Os critérios de rateio dos recursos<br />
destinados aos Estados, ao Distrito Federal, e aos<br />
Municípios serão definidos em lei complementar.<br />
Estamos pensando em garantir, com essa emenda<br />
constitucional, recursos para a cultura como estão<br />
garantidos recursos para a educação e a saúde, através<br />
de repasses constitucionais a serem obrigatoriamente<br />
investidos nesse setor.<br />
Apesar das imensas dificuldades principalmente em<br />
áreas críticas como saúde e educação, não podemos<br />
relegar a cultura a um segundo plano. Um povo que<br />
não zela pela sua cultura perde sua identidade, o seu<br />
caráter de Nação. Nossas conquistas nesse segmento<br />
têm que ser preservadas senão podemos correr o risco<br />
de, futuramente, termos um povo saudável mas<br />
totalmente aculturado e escravizado do ponto de vista<br />
cultural.<br />
Precisamos, portanto, de recursos para preservar nosso<br />
imenso patrimônio histórico e cultural, nossas danças<br />
e músicas típicas, nossa culinária, nosso teatro, dança,<br />
música, cinema, balé, literatura, artes plásticas, nossa<br />
cultura afro-religiosa, nossa cultura indígena, nossa<br />
cultura popular, enfim, toda a imensa conquista que<br />
nossos antepassados nos deixaram e graças às quais<br />
somos hoje o que somos, um povo peculiar, alegre e<br />
porque não dizer, feliz, porque nenhum outro povo no<br />
mundo tem o que nós temos que é a nossa riqueza<br />
cultural.<br />
*Deputado Federal<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 35
“Todos os dias a criatura humana, mesmo que nem o perceba, está a<br />
Importâ<br />
“Casa de<br />
Placa afixada na lateral da fachada frontal do prédio da<br />
Faculdade de Medicina, nomeando a Praça Camilo<br />
Salgado (antigo Largo de Sta Luzia)<br />
Oatual Curso de Medicina da UFPA que<br />
registrou, a 1º de maio p.p., 85 anos de<br />
instalado, sendo o primeiro da Região Norte<br />
e o 7º do País, funcionou, desde 1923,<br />
tradicionalmente, no prédio locado na Praça<br />
Camilo Salgado, nº 1 (Largo de Santa Luzia), defronte<br />
do vetusto Hospital da Santa Casa , núcleo de<br />
aprendizado e formação dos seus estudantes. Consta<br />
ser intenção da Direção do Centro de Ciências da<br />
Saúde transferir de lá para o Campus do Guamá, todas<br />
as atividades do Curso, o que se nos afigura medida de<br />
todo desacertada e temerária.<br />
O prédio tem duplo valor histórico: arquitetônico, por<br />
suas privilegiadas linhas de construção (algo<br />
descaracterizadas, ao longo do tempo, por<br />
malconduzidas reformas) e temporal, pelo ter sido<br />
erigido na fase áurea da economia gomífera do Grão-<br />
Pará (1880-1912), na profícua administração de<br />
Montenegro & Lemos, que dotaram nossa capital de<br />
inigualáveis monumentos arquitetônicos, que devem<br />
36 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
escrever um fragmento de sua própria história e das razões de seu viver.”<br />
Luiz Alberto F.Soares, médico e escritor<br />
ncia Histórica da<br />
Camilo Salgado”<br />
O vetusto e imponente prédio da Faculdade de Medicina e<br />
Cirurgia do Pará em seus traços arquitetônicos originais<br />
do início do século passado, quando ainda abrigava o<br />
6º Grupo Escolar da Capital.<br />
*Sérgio Martins PANDOLFO<br />
ser a todo custo preservados, recompostos,<br />
revalorizados. Construído na mesma época, com o<br />
mesmo esmero arquitetural e destinação do atual<br />
Grupo Escolar Barão do Rio Branco, funcionou, a<br />
princípio, como 6º Grupo Escolar do Estado, até ser<br />
adquirido, em 1923, por Camilo Salgado, para sediar a<br />
Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará.<br />
Suas instalações internas são exuberantes, a destacar o<br />
Salão Nobre, e precisam ficar resguardadas das<br />
mutilações mediante tombamento pelos Institutos que<br />
cuidam do patrimônio histórico. Preservar a memória<br />
e a identidade desse imóvel é tarefa inalienável da<br />
classe médica de nosso Estado e fazer convergir para<br />
lá, novamente, as atividades do curso de formação<br />
acadêmica, até mesmo pela proximidade do velho<br />
Hospital da Caridade, parece não só de bom senso<br />
como é fazer reflorir a perfeita e benéfica simbiose que<br />
as duas entidades sempre entretiveram, assistencial e<br />
de ensino. Não se trata de saudosismo ou pieguice<br />
ufanística, mas da imperiosidade de manter incólume<br />
essa edificação que a memória histórica da cidade<br />
exige, evitando que siga o triste destino de tantos<br />
outros edifícios, igualmente importantes, que se<br />
foram. E quem o fará melhor que os médicos?<br />
Estivemos em novembro passado em Salvador,<br />
participando do VIII Congresso Brasileiro de História<br />
da Medicina, no primitivo e histórico prédio da Escola<br />
de Medicina baiana e pudemos constatar o esforço<br />
estóico e hercúleo de abnegados médicos, lentes<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 37
aposentados da escola<br />
primaz do Brasil, amparados<br />
pelo atual reitor da<br />
UFBA, que é médico, para<br />
a recuperação e reativação<br />
desse pomposo e multissecular<br />
edifício, patrimônio<br />
de todo o Brasil e, hoje,<br />
também da Humanidade,<br />
eis que instalado em área<br />
tombada do Terreiro de<br />
Jesus, no Pelourinho. Para<br />
lá se pretende fazer voltar<br />
algumas práticas do<br />
ensino de graduação<br />
médica.<br />
A conservação e revivificação do imóvel belenense se<br />
faz imperiosa, pois “Desfalcar uma cidade de seus<br />
monumentos históricos, de seus prédios, de seu<br />
patrimônio cultural, é como ir desgastando, mutilando,<br />
extirpando as partes da alma de uma pessoa”, a redizer<br />
J.J. Paes Loureiro, poeta paraense. Imóvelsímbolo da<br />
identidade médica parauara e amazônica, há que<br />
restaurar seus ambientes internos nobres e sua fachada<br />
original, para que possa retornar e continuar, por muito<br />
Feição atual do prédio da<br />
Faculdade de Medicina da<br />
UFPA, bastante alterado na<br />
sua fachada externa.<br />
tempo, como templo maior da<br />
Medicina em nosso Estado.<br />
No momento em que a<br />
prefeitura e o IPHAN elaboram<br />
projeto visando à inclusão de<br />
nossa capital como Patrimônio<br />
Paisagístico da Humanidade,<br />
pela UNESCO, mais do que<br />
nunca urge conservar e<br />
restaurar seus bens imóveis,<br />
como é este da “Casa de<br />
Camilo Salgado”, fazendo-o<br />
voltar ao viço e ao esplendor de<br />
suas linhas arquitetônicas<br />
primitivas, que são preciosas,<br />
devolvendo à cidade um<br />
O centenário mas sempre eficiente e prestimoso Hospital<br />
da Santa Casa tem sido, desde seus primórdios, o<br />
verdadeiro campo de aprendizado e adestramento dos<br />
alunos de Medicina em nosso Estado<br />
edifício majestoso que foi, ao longo dos anos e por<br />
desmandos sucessivos, sendo despossuído de seus<br />
atavios originais.<br />
* Da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores.<br />
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38 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
*Hélio Rodrigues Titan<br />
Já faz décadas (em torno de 1968) que, como<br />
médico pediatra, fui nomeado para trabalhar<br />
em regime de plantão, juntamente com um<br />
colega clínico geral, no recém-inaugurado SPA<br />
(Serviço de Pronto-Atendimento) do antigo INPS<br />
(Previdência Social). Era, na época, Ministro, o ilustre<br />
conterrâneo Jarbas Passarinho.<br />
O serviço, na realidade era uma espécie de<br />
atendimento de urgência, em regime diuturno, com 2<br />
médicos: Um pediatra e um clínico geral. Funcionava<br />
na Pres. Vargas c/ Osvaldo Cruz, 1° andar.<br />
A equipe consistia, além dos médicos, de 1 motorista,<br />
1 enfermeiro e 1 atendente burocrático.<br />
Existem fatos e acontecimentos nas nossas atividades<br />
profissionais, que em certos casos, beira à um humornegro.<br />
Certa noite, de plantão, lá pela madrugada, quando o<br />
galo já consertava a garganta para anunciar o novo dia,<br />
eis que rompe em nosso serviço, 4 “parrudos”<br />
cidadãos de quase 2 metros de altura, carregando um<br />
doente desmaiado nas mesmas configurações físicas.<br />
Nesta altura, eu estava na sala de espera, matutando<br />
sobre a vida,sobre o meu micro salário (como a vida<br />
vale tão pouco!) e o meu colega fazendo um breve<br />
“cochilo” na sala de repouso.<br />
“Doutor”, berrou um dos que carregavam o doente.<br />
“Nosso irmãozinho desmaiou, e para confirmar<br />
estamos aqui para o senhor dá um jeito”.<br />
Kooly<br />
Chamei urgente, o meu colega, pois se tratando de um<br />
caso clínico, só ele poderia atender o paciente.<br />
“Marcelo! (o enferme-iro), coloca o doente no Box 4,<br />
que eu já vou examiná-lo”,berrou o meu colega, um<br />
médico conceituado, mas de “pavio-curto”!<br />
Ao ausculta-lo, o referido Galeno, cobriu o paciente<br />
com o lençol e disse aos irmãos: “Infelizmente, o<br />
cidadão aqui já passou desta para a melhor, ou pior!<br />
Vou dar o atestado de óbito; vocês devem apanhar o<br />
formulário de obituário numa funerária para eu<br />
assinar. Isto deve ser feito já, pois isto aqui não é<br />
necrotério. Depois levem o corpo do seu “ irmãozinho<br />
e enterrem onde vocês quiserem. Façam isto rápido<br />
que eu e o meu colega não queremos deixar nenhum<br />
defunto para o outro plantão!<br />
Cerca de 1 hora depois, os “irmãozinhos” chegaram:<br />
“Pronto, doutor, aqui está o documento”. Meu colega<br />
dirigiu-se para o Box 4. Surpresa! O “morto” estava<br />
sentado, enrolando um “baseado” dos bons, na maior<br />
descontração possível; numa “Nice”!<br />
Meu amigo e colega, quase desmaiou num misto de<br />
raiva e espanto. “Que negócio é este? O homem à<br />
pouco estava morto!”.<br />
“Sabe o que é doutor? Nós esquecemos de dizer que o<br />
maninho de vez em quando tem isto! Morre e depois<br />
vive!” (era portador de Catalepsia, um mal do sistema<br />
nervoso central em que as funções vitais, os<br />
movimentos voluntários e a sensibilidade chegam<br />
quase à zero!). “Mas isto não é possível! Peguem o seu<br />
defunto e sumam daqui!”.<br />
Foi quando eu entrei em cena, e cutuquei no ouvido do<br />
meu colega “Vamos com calma, companheiro! O<br />
defunto é viciado e forte, e se não agirmos com<br />
cautela, quem vai amarelar, com esta história, aqui e já,<br />
somos nós”.<br />
Juro que foi verdade!<br />
Ano do episódio: 1970<br />
*Médico e Escritor<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 39
I Jogos<br />
Tradicionais<br />
Indigenas<br />
do Pará<br />
município de Tucuruí,<br />
no sudeste do<br />
P a r á , v i v e u u m a<br />
semana de fortes e<br />
intensas emoções por<br />
conta da realização<br />
dos I Jogos<br />
Tradicionais Indígenas<br />
do Pará,<br />
que foram promovidos<br />
no período<br />
de 15 a 20 de junho<br />
pelo Governo<br />
do Estado, por<br />
meio das secretarias<br />
Especial de<br />
Promoção Social<br />
(Sepros) e Executiva<br />
de Esporte e<br />
Lazer (Seel).<br />
*Áurea Gomes<br />
Fotos: Ray Nonato<br />
Participaram do<br />
evento 500 índios<br />
das tribos Xicrin do<br />
Catete, Kaiapó do<br />
Gorotire, Gavião<br />
Parkatejê e Gavião<br />
Kykatejê, Wai-Wai,<br />
Parakanã Apytew,<br />
Parakanã do<br />
Tocantins,<br />
Aikewara,<br />
Assurini do<br />
Tocantins,<br />
Guarani,<br />
Munduruku,<br />
Tembé,<br />
Xipaya, Karajá e<br />
Bororo.
Eles receberam da Secretaria<br />
Executiva de Esporte e Lazer (Seel)<br />
toda a infra-estrutura necessária<br />
durante o período em que ficaram em<br />
Tucuruí, desde alimentação com<br />
supervisão nutricional, vestuário,<br />
artigos de higiene, medicamentos,<br />
atendimento médico, segurança,<br />
transporte e diárias, entre outros<br />
benefícios. O Governo do Pará<br />
investiu <strong>R$</strong> 540 mil nos jogos que<br />
m o b i l i z a r a m a c i d a d e e<br />
movimentaram a economia local,<br />
gerando dezenas de empregos diretos<br />
e indiretos.<br />
Patrocinaram os I Jogos Tradicionais<br />
Indígenas do Pará, além do Governo<br />
do Estado, as empresas Camargo<br />
Correia Metais S/A, Eletronorte,<br />
Odebrecht Engenharia e Construção,<br />
e Construções e Comércio Camargo<br />
Correia S/A.<br />
Afora a participação nas competições<br />
desportivas, os índios tiveram<br />
oportunidade de assistir a oficinas culturais,<br />
coordenadas pelos antropólogos Antonio Carlos<br />
Magalhães e Maria Helena Barata, do Museu Paraense<br />
Emílio Goeldi, abordando temas voltados à questão<br />
indígena e vídeos temáticos sobre as comunidades. As<br />
oficinas tiveram como palco o Parque Ecológico da<br />
Usina Hidrelétrica de Tucuruí, local onde também os<br />
índios realizaram as quatro refeições diárias oferecidas<br />
pelo Governo do Estado. Os temas abordados<br />
pelos palestrantes versaram sobre 'O<br />
Fortalecimento da Identidade Indígena através<br />
do Esporte Tradicional', ministrada pelo índio<br />
Marcos Terena, da etnia Terena, do Pantanal<br />
Matogrossense; 'Formação de Professores<br />
Indígenas', ministrada por Fausto da Silva<br />
Mandulão, da etnia Macuxi, do Estado de<br />
Roraima; e "O Papel das Organizações<br />
Políticas Indígenas", por Lúcio Flores, índio da etnia<br />
Terena, membro da Comissão das Organizações<br />
Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab).<br />
Arena<br />
- Na arena onde foram apresentadas as<br />
manifestações culturais indígenas, através de danças e<br />
rituais das tribos, e disputadas as competições de arco e<br />
flecha, arremesso de lança, corrida de fundo, cabo de<br />
guerra, atletismo, corrida de tora e lutas corporais,<br />
ficou localizado o chamado complexo indígena. A<br />
obra, localizada na orla da cidade, com área de seis mil<br />
metros quadrados, teve como um dos grandes atrativos<br />
o portal de entrada, sinalizando um gigantesco cocar,<br />
pintado em verde, amarelo, terra e suas variações,<br />
cores oficiais do evento. Dentro da<br />
arena, além do espaço destinado para<br />
as competições e para a imprensa<br />
nacional e internacional que realizou a<br />
cobertura dos jogos, foram instaladas<br />
arquibancadas para três mil pessoas e<br />
palanque com capacidade para 100<br />
autoridades. Também foram montadas<br />
o u t r a s d u a s m a l o c a s , o n d e<br />
funcionaram o posto de saúde e o<br />
acesso dos índios. Ao centro, a pira<br />
olímpica, acessa na noite de abertura<br />
dos jogos, durante um espetáculo<br />
pirotécnico que levou a platéia ao<br />
delírio, além de várias tochas<br />
perfiladas ao longo da arena,<br />
completavam o belo visual às margens<br />
do rio Tocantins.<br />
No entorno da arena, a feira de<br />
artesanato, onde foram vendidos pelos<br />
índios inúmeros produtos originários<br />
da herança cultural de cada etnia; a<br />
exposição fotográfica do fotógrafo<br />
francês Sérge Guiraud sobre os índios<br />
Zoé e a cinemateca, montadas em uma maloca<br />
medindo 70 metros quadrados, também foram<br />
bastante visitadas e prestigiadas pelas milhares de<br />
pessoas que assistiram aos jogos.<br />
Segundo o secretário Executivo de Esporte e Lazer,<br />
José Angelo Miranda, todos que foram a Tucuruí<br />
viveram dias de muita emoção ao terem a<br />
oportunidade de ficar frente a frente com os<br />
representantes das etnias paraenses. "Este é um<br />
grande momento que o Governo do Pará está<br />
proporcionando ao público que veio prestigiar os I<br />
Jogos Tradicionais Indígenas. Todos puderam<br />
presenciar a cultura e as tradições dos nossos<br />
indígenas, num verdadeiro espetáculo étnico-cultural.<br />
Durante esses dias, milhares de pessoas tiveram<br />
acesso a competições seculares que se restringiam<br />
apenas aos ambientes de cada tribo. Esta é mais uma<br />
forma que se encontrou para preservar a identidade<br />
dos nossos precursores", explicou o secretário.<br />
Pira<br />
- A pira olímpica foi confeccionada pelo<br />
artesão Wanderley Machado, que há 30 anos reside<br />
42 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
em Tucuruí. A peça foi entalhada na madeira<br />
timborana, pesando 900 quilos, com 2m20 de<br />
circunferência e 3,70m de altura. A obra foi totalmente<br />
esculpida à mão, num trabalho que durou dois meses.<br />
Para confeccionar a pira, o escultor, que trabalhou<br />
sozinho, envelheceu a madeira em betume e talhou<br />
todos os detalhes seguindo desenhos do artesanato<br />
Parakanã, uma das etnias participantes dos jogos.<br />
Além da pira, colocada na arena, 20 tochas entalhadas<br />
em angelim pedra também ficaram acesas durante o<br />
período de realização do evento. Wanderley, que é<br />
presidente da Associação dos Artistas e Artesãos de<br />
Tucuruí, considera o fato de ter sido convidado para<br />
confeccionar as peças como o reconhecimento e a<br />
valorização de anos de trabalho. "Agradeço ao<br />
Governo do Pará e a Seel pelo espaço que me<br />
ofereceram de mostrar ao mundo meu potencial<br />
artístico.”<br />
Calendário<br />
- A partir deste ano, os Jogos<br />
Tradicionais Indígenas do Pará irão fazer parte da<br />
agenda de compromisso do Governo do Estado. O<br />
anúncio foi feito pelo governador Simão Jatene<br />
durante a visita realizada a Tucuruí.<br />
No município onde se realizou o evento, o governador<br />
acompanhou as exibições de corrida de toras e arco e<br />
flecha, praticadas pelas guerreiras da tribo Gavião.<br />
Jatene também recebeu uma homenagem do povo<br />
Assurini, que lhe entregou várias lembranças - arco e<br />
flechas, cocar e artesanatos indígenas -<br />
Carimbó<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 43
confeccionadas por essa etnia. A pedido dos próprios<br />
índios, o governador carregou uma tora pesando cem<br />
quilos, a mesma que os guerreiros Gavião utilizaram<br />
nas competições. O gesto arrancou calorosas palmas<br />
do público presente que lotava as arquibancadas.<br />
Ainda na arena, o governador recebeu das mãos do<br />
índio Marcos Terena, idealizador do Jogos, uma carta<br />
das nações indígenas, onde as lideranças que<br />
participaram dos I Jogos Indígenas do Pará pedem a<br />
criação de um fundo especial para realização dos jogos<br />
e ações físico-desportivas dentro das aldeias e<br />
comunidades indígenas.<br />
Segundo Terena, a carta entregue ao governador, é a<br />
palavra dos povos presentes em Tucuruí. A carta<br />
solicita que o governador Simão Jatene interceda junto<br />
ao ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, no sentido de<br />
que seja criado um fundo específico para realização<br />
dos jogos e programas de fortalecimento físicodesportivo<br />
dentro das aldeias e comunidades. Sugere<br />
ainda o documento que, ao realizar os jogos indígenas,<br />
os Governos Estaduais e Prefeituras procurem<br />
respeitar as tradições das etnias, evitando transformar a<br />
riqueza cultural dos povos em meras competições<br />
esportivas, desagregando os valores dos índios, ao<br />
invés de consolidar a união e o respeito mútuo. A<br />
leitura da carta foi acompanhada pelo governador,<br />
lideranças indígenas e jornalistas, no centro da arena<br />
dos jogos.<br />
Respeito e Valorização<br />
- O governador<br />
do Pará, agradecendo o apoio e o empenho de todos os<br />
que colaboraram para a realização do evento, disse que<br />
os Jogos Indígenas estão sendo vistos pelo mundo<br />
inteiro como um ato de respeito e valorização da<br />
cultura, da história e da memória<br />
dos primeiros habitantes do Brasil.<br />
"O Brasil é um país maravilhoso<br />
com uma diversidade enorme. Nós<br />
só temos que saber utilizar esta<br />
diversidade para reduzir a pobreza e<br />
as desigualdades sociais", destacou.<br />
Jatene enfatizou que os Jogos<br />
marcaram a história do Pará e estão<br />
servindo de modelo para o Brasil,<br />
um país que, na visão do<br />
governador, precisa cada vez mais<br />
respeitar as suas tradições.<br />
A realização de outras edições dos<br />
jogos tradicionais indígenas foram<br />
garantidas pelo governador em<br />
virtude do sucesso alcançado pelo<br />
evento e pela marca que o mesmo<br />
trouxe para história paraense. "Os<br />
jogos indígenas não são apenas<br />
competições, são momentos de<br />
resgate da nossa história e nossa<br />
memória. Por isso, já estão em nosso<br />
calendário de compromisso de<br />
Governo", anunciou.<br />
Campeões<br />
- O povo Gavião<br />
liderou as provas de atletismo,<br />
futebol e cabo de guerra durante os<br />
Jogos Indígenas. O índio Zeca<br />
Gavião, líder Gavião Kykatejê,<br />
explicou que o resultado positivo se<br />
deu graças aos constantes<br />
treinamentos, dedicação e esforço<br />
dos guerreiros.<br />
A programação envolveu ainda a apresentação dos<br />
guerreiros Karajá, povo convidado da ilha do<br />
Bananal, que fez demonstração de lutas corporais. O<br />
líder Uraro Karajá falou à platéia que seu povo vive<br />
em 14 aldeias e por lá são comuns os guerreiros<br />
treinarem as lutas para se apresentarem em tempo de<br />
festa e competir nos Jogos Indígenas Brasileiros.<br />
Após a luta, iniciaram as competições de cabo de<br />
44 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
guerra, nas modalidades feminino e<br />
masculino, onde entre os homens, a<br />
disputa foi bastante acirrada. Os<br />
Xikrin e os Tembé foram para a final.<br />
Os Xikrin venceram a prova.<br />
As provas de canoagem e natação,<br />
feminina e masculina, foram realizadas<br />
no rio Tocantins, em frente à<br />
arena. Na canoagem os índios<br />
Tembé, de Paragominas, ficaram em<br />
primeiro lugar; em segundo foram<br />
os Munduruku e em terceiro os<br />
Gavião Parkatejê. O índio Komartinô<br />
Xipaya venceu a<br />
prova de natação.<br />
Em segundo lugar<br />
ficou o índio Rodrigo<br />
Gavião Kyikatejê<br />
e em terceiro o índio<br />
Edvaldo Munduruku.<br />
Na natação feminina,<br />
a primeira colocada<br />
foi a índia Pará<br />
Gavião Parkatejê,<br />
seguida da índia<br />
Gilda Munduruku<br />
que ficou em segundo<br />
lugar e da índia<br />
Aikrepan Gavião<br />
Parkatejê, que chegou<br />
em terceiro.Os índios cumpriram<br />
um percurso de cinco metros no<br />
rio Tocantins, num tempo médio de<br />
vinte minutos.<br />
Os índios Kayapó fizeram demonstração do Ronkrã,<br />
uma espécie de golfe adaptado para cultura indígena,<br />
onde se utiliza uma borduna, fabricada em madeira, e<br />
uma bola, feita de coco de babaçu.<br />
Os representantes da tribo Aikewara foram os<br />
campeões do futebol. Eles derrotaram a equipe dos<br />
Gavião Kyikatejê, que eram os favoritos da<br />
competição. A decisão da partida foi nos pênaltis e os<br />
Aikewara venceram por 5x4. No futebol feminino, a<br />
decisão também foi nos pênaltis: 6x4 para equipe dos<br />
Gavião Kyikatejê contra as Gavião Parkatejê.<br />
Uma corrida de cinco mil metros<br />
pelas ruas de Tucuruí encerrou as<br />
competições de atletismo. Os<br />
vencedores da prova foram os índios<br />
Nildo Assurini, Komartine Xipaya e<br />
Edvaldo Mundurucu, classificados<br />
em 1º, 2º e 3º lugares respectivamente.<br />
O vencedor da prova teve<br />
direito a volta olímpica na arena e<br />
muita comemoração liderada pelo<br />
pajé da tribo.<br />
Na opinião da grande maioria dos<br />
índios, os I Jogos Tradicionais<br />
Indígenas do Pará foi uma excelente<br />
oportunidade para as etnias paraenses<br />
demonstrarem as modalidades<br />
que praticam em suas aldeias.<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 45
estre João Barbosa Rodrigues,<br />
sem dúvida, foi um dos maiores<br />
estudiosos e, por via disso, um<br />
grande conhecedor dos segredos e<br />
curiosidades da Amazônia<br />
brasileira, deixando legado de informações as<br />
mais valiosas. Foi ele quem identificou, no<br />
início do século passado, em uma ilha, no rio<br />
Amazonas, perto do município de Itacoatiara,<br />
restos cerâmicos da cultura Muiracanguera, que<br />
pelas suas características vêm sendo motivo de<br />
polêmica e de estudos por toda sorte de<br />
pesquisadores nacionais e alienígenas. Até agora<br />
não foi possível caracterizar a origem das peças<br />
arqueológicas encontradas pelo mestre Barbosa<br />
Rodrigues.<br />
O achado foi alvo de pirataria, pois peças coletadas pelo<br />
naturalista brasileiro foram levadas pelos norteamericanos<br />
que andavam procurando preciosidades no<br />
Paraíso Perdido e não foram devolvidas até hoje para<br />
seus legítimos donos. Vale a pena lembrar que em<br />
Congresso de Arqueologia realizado no Rio de Janeiro<br />
em 1978, o fato foi denunciado ao governo brasileiro<br />
que não tomou nenhuma providência para resgatá-las.<br />
Ao longo dos tempos, teorias, idéias e suposições, dão<br />
conta que povos de origens as mais diversas e de<br />
distâncias as mais remotas,<br />
teriam não só percorrido<br />
como sentado acampamento<br />
definitivo por estas paragens.<br />
C o m o é o c a s o d a s<br />
civilizações perdidas de<br />
Atlântida e Lemúria. Mais<br />
recentemente afiança-se que a<br />
Amazônia foi berço de uma<br />
civilização sofisticada, cuja<br />
população teria alcançado<br />
três milhões de pessoas,<br />
distribuídas em grandes<br />
cidades na selva, de acordo<br />
com dados apresentados na<br />
Exposição Amazônia<br />
Desconhecida, realizada no<br />
Museu Britânico, em 2002.<br />
Não parece haver dúvida, de<br />
acordo com tais teorias de que, ao<br />
contrário do que se acreditava,<br />
não foram os ameríndios<br />
andinos que migraram<br />
para a Amazônia, mas,<br />
n a r e a l i d a d e , o s<br />
primitivos hileanos que<br />
percorreram o caminho inverso.<br />
É bem possível que dentro do chamado processo<br />
histórico de integração da Amazônia e pela<br />
extraordinária importância da região, estejamos<br />
abrindo novos caminhos para compor o precioso<br />
acervo da até agora Menos Conhecida Região do<br />
Planeta, de acordo com doutos pareceres. Para mero<br />
efeito de comparação, em pleno bojo do processo<br />
integracionista, no chamado Arco da Devastação, na<br />
Terra do Meio, apesar de todo dispositivo eletrônico<br />
disponível, recentemente, o povo brasileiro tomou<br />
conhecimento de um núcleo populacional com<br />
aproximadamente 20.000 colonos recém-chegados do<br />
restante do Brasil. Tudo leva a<br />
crer que a Hiléia Frondosa de<br />
Humboldt e Griezeback<br />
continua a ser uma verdadeira<br />
caixa de surpresas ou de<br />
Pandora, não só em relação a<br />
seu passado remoto, como<br />
t a m b é m , n a o c u p a ç ã o<br />
definitiva do território<br />
amazônico, depois de longos<br />
séculos de distanciamento do<br />
restante do Brasil.<br />
O lançamento recente, no<br />
46 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
*Camillo Martins Vianna<br />
Museu Paraense Emílio Goeldi, de primoroso trabalho<br />
sobre 111 sítios arqueológicos de autoria da<br />
pesquisadora Edith Pereira, com certeza se caracteriza<br />
como espécie de diretriz para o conhecimento da nossa<br />
pré-história. No passado recente tivemos naturalistas<br />
que se enfronharam no setor de Arqueologia, mas os<br />
trabalhos apresentados por Frickel e Curt Nimuendaju,<br />
entre outros, apesar de precioso acervo coletado,<br />
possivelmente não caracterizam uma normativa básica<br />
para o conhecimento da Arqueologia, pela<br />
extraordinária importância que representa a formação<br />
do homem amazônico, ao contrário do documento da<br />
pesquisadora do MPEG, que sem sombra de dúvida<br />
caracteriza novo rumo na<br />
ciência arqueológica,<br />
pela profundidade da<br />
pesquisa realizada.<br />
Outra faceta relacionada<br />
à Arqueologia<br />
amazônica diz respeito<br />
à pirataria que<br />
gira em torno do<br />
nosso passado, pois<br />
o saque ao patrimônio<br />
amazônico,<br />
vem sendo consante,<br />
como é o caso das<br />
pedras verdes, os muiraquitãs, que praticamente<br />
desapareceram. A destruição para a formação de<br />
pastagens ou roçados, vem arrasando com os camutins<br />
(cemitérios) na ilha de Marajó, agravado pelo<br />
contrabando ostensivo de peças dos antigos marajoaras.<br />
Nossa pré-história está sendo reduzida a cacos e ficará<br />
apenas na lembrança. Durante a construção das superrodovias<br />
um sem número de sítios arqueológicos<br />
simplesmente desapareceu para sempre, com referência<br />
aos vales de Xingu e do Tapajós, parecendo ser<br />
impossível por fim a esta atividade altamente<br />
predatória, tal qual vem acontecendo com a própria<br />
floresta.<br />
*SOBRAMES/SOPREN<br />
Efeito: MEK PINHEIRO<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 47
Divulgue<br />
seu<br />
Evento<br />
223-0799<br />
revista@paramais.com.br<br />
SALINÓPOLIS 09 a 31<br />
J u l h o<br />
BELÉM a partir de 29<br />
IGARAPÉ-MIRI 18<br />
“Feira do Sal” - II Edição de Verão<br />
Shopping Alternativo de<br />
Eventos - Orla do Maçarico<br />
Fone: (91) 8111-3496<br />
Fax: (91) 243-0494<br />
COLARES 18<br />
SOURE 17 a 18<br />
Exposição Fotográfica<br />
Pará Cores e Sentimentos<br />
Estação das Doca<br />
MARABÁ 24<br />
Círio Fluvial de Santana<br />
Rios de Igarapé - Miri e Maiauatá<br />
Fone: (91) 3755-1156<br />
CACHOEIRA DO ARARI 27<br />
Círio do Divino Espírito Santo<br />
Ruas da localidade de Maracajó<br />
Fone: (91) 264-3586<br />
Fax: (91) 264-3586<br />
BELÉM 30<br />
Festival do Caranguejo<br />
Tucumanduba<br />
Fone: (91) 9602-1124<br />
Fax: (91) 3741-2223<br />
II Fest Verão<br />
Praia do Tucunaré<br />
Fone: (94) 321-1265<br />
Fax: (94) 321-1468<br />
SANTA CRUZ DO ARARI<br />
30 a 01/08<br />
Feira do Produtor Rural<br />
Praça da Independência<br />
Fone: (91) 3758-1512<br />
Fax: (91) 3758-1512<br />
Seresta do Carmo<br />
Praça do Carmo<br />
Fone: (91) 242-1302<br />
Fax: (91) 242-5742<br />
Festival do Tamuatá<br />
Na cidade<br />
Fone: (91) 3658-2105<br />
Fax: (91) 3658-2105<br />
48 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27
CASTANHAL 01<br />
Círio de Nossa Senhora de Nazaré<br />
Agrovila de Macapazinho<br />
Fone: (91) 3721-7309<br />
OEIRAS DO PARÁ<br />
06 a 15<br />
Festividade de Nossa<br />
Senhora D' Assunção<br />
Fone: (91) 661-1256<br />
Fax: (91) 224-5128<br />
PARAGOMINAS<br />
07 a 15<br />
XVIII Expo/Feira Agropecuária<br />
Fone: (91) 3729-1212<br />
Fax: (91) 3729-1212253<br />
NOVO<br />
REPARTIMENTO 13<br />
I Enduro Regional de Motocross<br />
Fone: (94) 3785-1160<br />
Fax: (94) 3785-1160<br />
Festa de Santa Maria da<br />
Nova Boa Esperança<br />
Bairro da Nova Boa<br />
Esperança<br />
Fone: (91) 3755-1495<br />
Fax: (91) 3755-1495<br />
Festividade de São<br />
Domingos de Gusmão<br />
Salão Paroquial<br />
Fone: (91) 483-1121<br />
NOVO<br />
IGARAPÉ-MIRI<br />
01 a 15<br />
SÃO FÉLIX DO<br />
XINGU 06 a 08<br />
XV Jogos Regionais do<br />
Xingu Mini Olimpíadas<br />
Parque Olímpico<br />
Fone: (94) 435-1379/1228<br />
Fax: (94) 435-1379/1228<br />
SÃO DOMINGOS<br />
DO CAPIM 08<br />
REPARTIMENTO<br />
13 a 15<br />
IV Festa da Vaquejada<br />
Vale do Sol<br />
Fone: (94) 3785-1160<br />
Fax: (94) 3785-1160<br />
MÃE DO RIO<br />
01 a 31<br />
Festival da Cultura<br />
Praça Matriz<br />
Fone: (91) 444-1297<br />
Fax: (91) 444-1177<br />
TUCURUÍ 06 a 07<br />
XIV Festival do Tucunaré<br />
Escadaria da Rua Sto Antônio<br />
Fone: (94) 3787-2838<br />
Fax: (94) 3787-2838<br />
PALESTINA DO<br />
PARÁ 09 a 17<br />
Festejo de Santa Isabel<br />
Vila de Santa Isabel<br />
do Araguaia/Pa<br />
Fone: (94) 351-1103<br />
CAMETÁ 14 a 24<br />
Festividade de São Benedito<br />
Praça São Benedito<br />
Fone: (91) 3781-1240<br />
Fax: (91) 3781-1296<br />
A g o s t o<br />
BELÉM 12 a 14<br />
III Festival de Música Brasileira<br />
Fone: (91) 223-1506<br />
www.prefeituradebelem.com.br<br />
PARAGOMINA S 07<br />
Baile da Agricultura<br />
Clube PASERG<br />
Fone: (91) 3729-1212<br />
MARAPANIM 09 a 17<br />
Festividade de Nossa Senhora<br />
das Vitórias e Corrida do Círio<br />
Praça Matriz<br />
Fone: (91) 3723-1170<br />
PORTEL 14<br />
Corrida do Círio<br />
Fone: (91) 3784-1126<br />
Fone: (91) 423-3831<br />
Edição 27 p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Pará+ 49
A g o s t o<br />
SOURE 14 a 15<br />
TRACUATEUA 15<br />
DOM ELISEU<br />
15 a 22<br />
SANTARÉM<br />
NOVO 16<br />
Festividade de São Sebastião<br />
Comunidade de Caju-Uma<br />
Fone: (91) 3741-2223<br />
Fax: (91) 3741- 2223<br />
Círio de Nossa Senhora<br />
de Nazaré<br />
Igreja de São Sebastião<br />
Fone: (91) 485-1220<br />
III Expo/Feira Agropecuária<br />
Parque de Exp. Agropecuária<br />
Fone: (94) 335-1335<br />
Fax: (94) 335-1335<br />
Semana Folclórica<br />
Ginásio<br />
Fone: (91) 484-1197<br />
Fax: (91) 484-1198<br />
BREVES 19 a 22<br />
XXII Festival Brevense<br />
de Folclore<br />
Ginásio de Esportes<br />
Fone: (91) 3783-1109<br />
ramal 42<br />
Fax: (91) 3783-1109<br />
ÓBIDOS 19 a 22<br />
Festival Folclórico<br />
Estádio General<br />
Rêgo Barros<br />
Fone: (93) 547-1766<br />
Fax: (93) 547-1766<br />
NOVO<br />
REPARTIMENTO 21 CAPANEMA 22<br />
ALMEIRIM 20 a 23<br />
XIV FEARCA - Feira de<br />
Arte e Cultura<br />
Praça do Centenário<br />
Fone: (93) 3737-1140<br />
Fax: (93) 3737-1140<br />
BUJARÚ 28<br />
BELÉM 20 a 22<br />
Encontro Regional da<br />
Melhor Idade<br />
CENTUR<br />
Fone: (91) 241-8422<br />
Fax: (91) 241-8422<br />
BELÉM Permanente<br />
Exposição de Longa<br />
Duração do Acervo<br />
Museológico/Exposições<br />
Temporárias Locais e<br />
Nacionais<br />
Museu de Arte de Belém<br />
Fone: (91) 219-8243<br />
219-8252<br />
BELÉM 29 a 05/09<br />
II Festival de Música Gospel<br />
Espaço Cultural<br />
Fone: (94) 3785-1160<br />
Fax: (94) 3785-1160<br />
Festival de Danças Folclóricas<br />
Concha Acústica Municipal<br />
Fone: (91) 462-1690<br />
Fax: (91) 462-1690<br />
IV Campeonato de Jet-Sky,<br />
Canoagem e Natação<br />
Cais de Arrimo<br />
Fone: (91) 3746-1377<br />
Fax: (91) 3746-1102<br />
47ª EXPOMARAJÓ<br />
Parque de Exposição<br />
Fone: (91) 231-6917<br />
Fax: (91) 231-0339<br />
50 Pará+ p a r a m a i s . c o m . b r<br />
Edição 27