13.07.2014 Views

três literatos e um conflito: a guerra do paraguai - XXVI Simpósio ...

três literatos e um conflito: a guerra do paraguai - XXVI Simpósio ...

três literatos e um conflito: a guerra do paraguai - XXVI Simpósio ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

delineou imagens para trazer adeptos à causa nacional, unin<strong>do</strong> brasileiros em nome <strong>do</strong><br />

país.<br />

Posteriormente reflito em torno das formulações literárias machadianas que<br />

indicam relevantes cenas da Guerra <strong>do</strong> Paraguai, personagens que se alistaram por<br />

motivos personalistas, de cunho pessoal, que questionaram o <strong>conflito</strong> e os r<strong>um</strong>os da<br />

política imperial.<br />

As linhas que se seguem pretendem revelar quais os entendimentos elabora<strong>do</strong>s<br />

por Macha<strong>do</strong> de Assis sobre a Guerra <strong>do</strong> Paraguai. Agora discutirei as figuras literárias<br />

e históricas construídas nas crônicas machadianas, estilo que nosso escritor desenvolveu<br />

com sabe<strong>do</strong>ria e maestria.<br />

Na composição das crônicas, os recursos técnicos como o diálogo, a síntese<br />

narrativa, a criação de personagens, a descrição de ambientes e situações, mais o tom<br />

jornalístico, de informação imediata, perduram, quase sempre exploran<strong>do</strong> o la<strong>do</strong><br />

ridículo e de h<strong>um</strong>or da existência. Nesse senti<strong>do</strong>, a crônica é <strong>um</strong>a expressão literária<br />

híbrida, nela os gêneros literários não se excluem, ao contrário, incluem-se (BRASIL,<br />

1979).<br />

Para Massaud Moisés (2004: 111) “a crônica de feição moderna” é elaborada a<br />

partir <strong>do</strong>s entendimentos individuais e próprios que seus autores geram diuturnamente.<br />

O lugar para que o especta<strong>do</strong>r cotidiano possa dramatizar o mun<strong>do</strong> circundante: “poder<br />

de recriação da realidade sobre o de mera transcrição”.<br />

Ao examinar as crônicas machadianas que elegeram a Guerra <strong>do</strong> Paraguai<br />

enquanto tema não devemos perder de vista o comportamento controverso de seu autor.<br />

Um escritor inicialmente influencia<strong>do</strong> pela política imperial que funcionou como<br />

propagandista <strong>do</strong> status quo estabeleci<strong>do</strong>, e anos mais tarde, revelou <strong>um</strong>a súbita<br />

mudança de atitude na visualização <strong>do</strong>s direcionamentos sociais <strong>do</strong> Brasil oitocentista.<br />

Nesse ínterim, examinan<strong>do</strong> as crônicas <strong>do</strong>s anos de 1864-1865 observei <strong>um</strong>a<br />

temática particularmente patriota, construtora de imagens literárias que exaltavam a<br />

Nação e fortaleciam o sentimento revanchista contra os <strong>paraguai</strong>os. Macha<strong>do</strong> fez apelos<br />

ao sexo feminino para que se sacrificasse para o bem <strong>do</strong> país. As mães deviam estimular<br />

seus filhos a lutarem pelo Brasil contra o Paraguai:<br />

Anais <strong>do</strong> <strong>XXVI</strong> Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011 6

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!