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Teste magazine

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“O meu avô era mecânico e o meu pai tem uma empresa<br />

de metalomecânica. Eu cresci a mexer nos tornos, nas<br />

máquinas, no aço, no óleo”, conta Ariana Ferreira. Depois<br />

do curso tecnológico de mecânica, o fito estava numa<br />

formação superior na mesma área. Em 2004, a UTAD figurou<br />

no topo do boletim de candidatura. “Não tinha hipótese<br />

de me afastar, porque tinha um menino pequenino.<br />

Estando em Vila Real, num instante ia a casa, nas Pedras<br />

Salgadas.”<br />

Ao transpor os portões da academia, a sensação mesclou-se<br />

de grandeza e espanto. “Achei a universidade<br />

muito grande, com muitos edifícios, e lembro-me do ambiente<br />

de árvores e jardins. Parecia um mundo à parte.”<br />

Rapidamente entraria na engrenagem: matrícula feita, não<br />

se furtou à praxe. Foi nessa atmosfera de reboliço e tropelias<br />

que a caloira Frize conheceu os colegas.<br />

“<br />

Na sala de aula, Ariana era a única aluna e apesar de uma<br />

docente lhe ter dito que engenharia mecânica não era<br />

para mulheres, provou o contrário. Nos exercícios, como<br />

soldar ou manobrar tornos, revelava até mais destreza do<br />

que os colegas, pois “era uma coisa já familiar”.<br />

“Nas outras universidades, não há a proximidade entre<br />

professores e alunos como na UTAD. Conseguimos bater<br />

à porta do gabinete e atendem-nos”, nota Ariana. Graças<br />

a isso, a aquisição de conhecimentos deu-lhe mais confiança<br />

no mundo laboral. “As bases estão cá todas e<br />

em caso de dúvida, sabemos que temos aquele livro ou<br />

aquele professor que nos poderá ajudar.”<br />

As vivências académicas “de convívio e de amizade”<br />

ainda estão muito presentes. “Trajei, praxei, participei em<br />

todos os cortejos, trabalhei nas barraquinhas e pertenci<br />

ao núcleo do curso praticamente desde o início.” O seu<br />

grupo preferia a confraternização caseira aos bares e discotecas,<br />

“a fazer tainadas, ver filmes e ficar no paleio até<br />

às tantas”. “O espírito académico era muito unido e até<br />

bastante saudável”, salienta.<br />

Da passagem pela UTAD, Ariana recorda um desafio épico:<br />

a participação na Shell Ecomarathon, uma competição<br />

internacional de protótipos energicamente eficientes. “Foi<br />

um projeto que me marcou muito. Em 2008, construímos<br />

um carro de raiz com as nossas próprias mãos.” Conseguiram<br />

patrocinadores, o kartódromo para os testes,<br />

a atenção da imprensa e rumaram a França acreditando<br />

que podiam chegar mais longe. Ariana foi incumbida de<br />

pilotar “dentro de um caixote estreitinho, de fibra de vidro,<br />

com pouca visibilidade e o motor mesmo atrás da cabeça”.<br />

Só conseguiram classificar-se nos anos seguintes,<br />

na Alemanha, mas “estavamos contentes porque tínhamos<br />

conseguido deixar a nossa marca”.<br />

Nas outras universidades, não há a proximidade entre<br />

professores e alunos como na UTAD. Conseguimos<br />

bater à porta do gabinete e atendem-nos<br />

Em 2010, Ariana conclui o mestrado em sustentabilidade<br />

e eficiência energética dos laboratórios do futuro Régia-<br />

Douro Park. Já ao serviço da empresa onde trabalhava,<br />

viria a contribuir para a melhoria do campus universitário,<br />

equipando o biotério do novo edifício de Ciências Veterinárias<br />

e renovando o bar de Ciências Agrárias. Hoje, a<br />

engenheira mecânica está na Ramos Ferreira, empresa<br />

de Vila Nova de Gaia, mas não descarta um doutoramento<br />

na UTAD. “É aqui que me sinto bem, onde conheço os<br />

professores e é aqui que será.”<br />

Aos 30 anos, Ariana olha para a academia como a mediadora<br />

para conhecer os seus melhores amigos e um porvir<br />

mais seguro. “Representa o sítio onde fiz o maior sacrifício<br />

da minha vida, que foi deixar o meu filho para vir estudar,<br />

mas valeu a pena. A UTAD significa aquilo que, no fundo,<br />

é a vida: temos de fazer um esforço muito grande para<br />

sermos recompensados da melhor forma.”<br />

ENCONTRO ALUMNI 2014<br />

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