Teste magazine
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“<br />
Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para<br />
depois eu poder fazer um percurso que me deixou<br />
feliz e completa<br />
Terminado o secundário, Olga Martins tinha a certeza que<br />
queria seguir os estudos na área das químicas ou das<br />
engenharias alimentares. Acabou por ir parar à terra dos<br />
moliceiros, porém, não morreu de amores por engenharia<br />
química nem pelo ambiente. “Tinha as minhas amigas todas<br />
em Vila Real. Diziam que adoravam a Universidade e<br />
os cursos que escolheram. Algumas foram para Enologia<br />
e eu comecei a conviver mais com elas e a ver com interesse<br />
aquilo que estudavam”, explica.<br />
Foi esse “chamamento” que fez com que Olga se decidisse<br />
a mudar de ares mas, apesar da convicção de que<br />
Enologia seria o seu futuro, na sua mente pairavam ainda<br />
algumas incertezas. “Preocupava-me a ideia de vir para<br />
este curso porque em termos familiares não tinha nenhuma<br />
tradição. Não tinha referência de nenhum enólogo e o<br />
meu conhecimento de vinhos era zero.”<br />
Apesar de desconhecer o universo vínico, sempre acreditou<br />
que o curso fazia “todo o sentido na região” que a<br />
viu nascer. Logo no primeiro ano, o professor Fernando<br />
Martins identificou-lhe os tiques urbanos, condição que<br />
lhe garantiu a alcunha de “menina do asfalto”. O epíteto<br />
deveu-se ao facto de deixar transparecer o desconhecimento<br />
pelas artes rurais e a falta de contacto com as dinâmicas<br />
próprias da vida numa aldeia. Durante o curso foi<br />
sempre “muito boa aluna, aplicada e metódica”, características<br />
que lhe valeram excelentes notas. Ainda assim, a<br />
atual gestora da Lavradores de Feitoria procurou sempre<br />
evoluir. No segundo ano pediu mesmo para fazer um estágio<br />
numa quinta duriense porque “não queria chegar ao<br />
fim do curso sem perceber se o mundo dos vinhos era<br />
aquele que queria habitar”.<br />
Durante a vida académica e na tentativa de aperfeiçoar<br />
as capacidades sensoriais, juntava-se, por vezes, com<br />
amigas e faziam incursões à culinária. Tentavam, depois,<br />
harmonizar os pratos com alguns vinhos mais dignos ou<br />
com aqueles que a carteira permitia comprar. “No curso<br />
não deu para aprimorar os dotes de enologia, até porque<br />
nessa altura a preocupação era mais a quantidade do<br />
que a qualidade. Mas, nesses encontros gastronómicos,<br />
líamos os rótulos e provávamos os vinhos para ver se percebíamos<br />
alguma coisa daquilo.”<br />
Terminado o percurso universitário, Olga acabou por fazer<br />
parte da geração de ouro dos enólogos durienses, reconhecida<br />
internacionalmente e com os seus vinhos a merecerem<br />
os mais rasgados elogios. “Senti que fazia parte<br />
de um lote de pessoas que estava a abrir o Douro, que<br />
trazia algo novo. Sentiu-se um grande salto porque éramos<br />
mais jovens, viajávamos mais e queríamos aprender<br />
mais.”<br />
Olga recebeu, em 2013, o prémio de executiva do ano<br />
como resultado dos seus méritos profissionais. A enóloga<br />
reconhece que parte dessa distinção deve ser dividida<br />
com a UTAD, pela formação diferenciadora que lhe<br />
proporcionou. “Nunca tinha ganho este prémio se não<br />
tivesse estudado na UTAD. Foi ela que me fez ser como<br />
sou: muito empenhada, motivada e a gostar muito do que<br />
faço. Devo à UTAD essa gratidão de me ter ensinado para<br />
depois eu poder fazer um percurso que me deixou feliz e<br />
completa.”<br />
5ENCONTRO ALUMNI 2014