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Volume_8_n_1_2_2006 - Faculdade de Odontologia - USP

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<strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong><br />

Comissão editorial da revista<br />

MOACYR DA SILVA<br />

Editor Científico<br />

IDA TECLA P. CALVIELLI<br />

Editora Associada<br />

MARIA ERCILIA DE ARAUJO<br />

Editora Associada<br />

SIMONE RENNÓ JUNQUEIRA<br />

Editora Associada<br />

Conselheiros<br />

GENIVAL VELOSO DE FRANÇA<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba<br />

REGINA MARIA GIFONNI MARSIGLIA<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas da Sat. Casa <strong>de</strong> S. Paulo<br />

PAULO ANTONIO DE CARVALHO FORTES<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública - <strong>USP</strong><br />

MARCO SEGRE<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Medicina - <strong>USP</strong><br />

HERMÍNIO ALBERTO MARQUES PORTO<br />

Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica São Paulo<br />

MENDEL AMBROWICZ<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

EDUARDO DARUGE<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba - UNICAMP<br />

JORGE SOUZA LIMA<br />

Instituto Médico Legal <strong>de</strong> Belo Horizonte<br />

ANDRÉS JOSÉ TUMANG<br />

Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong> Maringá<br />

MARCOS DE ALMEIDA<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo<br />

FERMIM ROLAND SCHRAMM<br />

Escola Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública / Fund. Oswaldo Cruz<br />

PAULO CAPEL NARVAI<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública - <strong>USP</strong><br />

CARLOS BOTAZZO<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> - Instituto da Saú<strong>de</strong><br />

NILCE EMY TOMITA<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru - <strong>USP</strong><br />

JOSÉ LEOPOLPO FERREIRA ANTUNES<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Odontoloiga – <strong>USP</strong><br />

ANTONIO BENTO DE MOARES<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba - UNICAMP<br />

LUIZ JEAN LAUND<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Educação - <strong>USP</strong><br />

NEMRE ADAS SALIBA<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - UNESP<br />

JOSÉ ROBERTO MAGALHÃES BASTOS<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru - <strong>USP</strong><br />

MARCOS MAZZETO<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Educação - <strong>USP</strong><br />

ESTHER GOLDENBERG BIRMAN<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

JOÃO HUMBERTO ANTONIAZZI<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

HILDA FERREIRA CARDOZO<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

EDGARD CROSATO<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

RODOLFO FRANCISCO HALTENHOFF MELANI<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

DALTON LUIZ DE PAULA RAMOS<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

ROBERTO A. CASTELLANOS FERNANDEZ<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública - <strong>USP</strong><br />

ANTONIO CARLOS FRIAS<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - <strong>USP</strong><br />

ROGÉRIO NOGUEIRA DE OLIVEIRA<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> – <strong>USP</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Editorial<br />

É com satisfação que a Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> abriga, mais uma vez, a publicação referente<br />

ao VIII EPATESPO - Encontro Paulista dos Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico e<br />

VII COPOSC - Congresso Paulista <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva, sobretudo neste momento em que as<br />

áreas <strong>de</strong> educação e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> intensificam as articulações para melhorar a formação dos Cirurgiões-Dentistas,<br />

buscando encontrar o perfil mais a<strong>de</strong>quado para os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

O presente editorial <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como uma evocação, buscando uma compreensão da formação<br />

dos Recursos Humanos no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), tendo a integralida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong> como eixo<br />

norteador da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança na formação dos profissionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e contribuir para a mudança<br />

na graduação. Mudança esta que “na graduação é parte das transformações necessárias à construção <strong>de</strong> um<br />

novo lugar social à universida<strong>de</strong> brasileira”.<br />

A Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988 afirma que, em relação aos trabalhadores da saú<strong>de</strong>, cabe ao SUS or<strong>de</strong>nar<br />

a formação <strong>de</strong> recursos humanos. Na Lei Orgânica da Saú<strong>de</strong>, Lei 8080/90, o título relativo aos recursos<br />

humanos estabelece que <strong>de</strong>ve ser cumprido o objetivo <strong>de</strong> organizar um sistema <strong>de</strong> formação em todos os níveis<br />

<strong>de</strong> ensino, inclusive <strong>de</strong> pós-graduação, além <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> permanente aperfeiçoamento <strong>de</strong> pessoal. Os dois<br />

setores - saú<strong>de</strong> e educação, pela legitimida<strong>de</strong> e legalida<strong>de</strong>, ora <strong>de</strong> um, ora <strong>de</strong> outro, <strong>de</strong>vem ocupar-se das funções<br />

<strong>de</strong> regulação <strong>de</strong> Estado no tocante à formação na área da saú<strong>de</strong> (cre<strong>de</strong>nciamento, <strong>de</strong>scre<strong>de</strong>nciamento, recre<strong>de</strong>nciamento<br />

<strong>de</strong> cursos, programas e escolas <strong>de</strong> formação). O que somente teve efeito a partir <strong>de</strong> 2005 quando<br />

da publicação da Portaria Interministerial MS / MEC nº 2.101, <strong>de</strong> 3 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2005, que institui o<br />

Programa Nacional <strong>de</strong> Reorientação da Formação Profissional em Saú<strong>de</strong> - PRÓ-SAUDE - para os Cursos <strong>de</strong><br />

graduação em Medicina, Enfermagem e <strong>Odontologia</strong>.<br />

Se a integralida<strong>de</strong> da atenção <strong>de</strong>ve ser um princípio norteador da formulação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a<br />

formação para a área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser uma política do SUS, cabe perguntar-nos sobre a integralida<strong>de</strong> da atenção<br />

à saú<strong>de</strong> e a formação dos profissionais. Nossa intenção é a <strong>de</strong> problematizar a integralida<strong>de</strong> da atenção como<br />

questão à formação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> tendo como cenário das práticas os serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

O mo<strong>de</strong>lo pedagógico hegemônico <strong>de</strong> ensino é centrado em conteúdos, organizado <strong>de</strong> maneira compartimentada<br />

e isolada, fragmentando os indivíduos em especialida<strong>de</strong>s da clínica, dissociando conhecimentos das<br />

áreas básicas e conhecimentos da área clínica, centrando as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem da clínica intramuros,<br />

adotando sistemas <strong>de</strong> avaliação cognitiva por acumulação <strong>de</strong> informação técnico-científica padronizada,<br />

incentivando a precoce especialização, perpetuando mo<strong>de</strong>los tradicionais da prática odontológica. Na abordagem<br />

clássica da formação em saú<strong>de</strong>, o ensino é tecnicista e preocupado com a sofisticação dos procedimentos,<br />

planejado segundo o referencial técnico-científico acumulado pelos docentes em suas respectivas áreas <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong><br />

ou <strong>de</strong>dicação profissional. A perspectiva tradicional do ensino na educação superior <strong>de</strong>sconhece as<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Editorial 3<br />

estratégias didático-pedagógicas ou modos <strong>de</strong> ensinar problematizadores, construtivistas ou com protagonismo<br />

ativo dos estudantes, ignorando a acumulação existente na educação relativamente à construção das aprendizagens<br />

e acerca da produção e circulação <strong>de</strong> saberes na contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

Esta crítica em torno da formação dos Cirurgiões-Dentistas vem se acumulando há muitos anos e quando<br />

da publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> fica inteiramente claro a<br />

contraposição ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> currículo mínimo obrigatório, e on<strong>de</strong> os movimentos <strong>de</strong> mudança na graduação<br />

buscam a perspectiva transformadora da formação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Aprovada em 2002, as Diretrizes<br />

Curriculares Nacionais dos Cursos <strong>de</strong> Graduação em <strong>Odontologia</strong> afirmam que a formação do profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve contemplar o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vigente no país, o trabalho em equipe e a atenção integral à<br />

saú<strong>de</strong>.<br />

As diretrizes curriculares, no entanto, constituem-se apenas em uma indicação, uma recomendação, o i-<br />

nício do processo, on<strong>de</strong> hoje, nos tempos <strong>de</strong> Pró-saú<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>mos que as ações <strong>de</strong> integração docenteassistencial<br />

tem espaço privilegiado e portanto, estamos neste número da Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong>,<br />

evocando e exortando, mais uma vez, a Aca<strong>de</strong>mia e aos serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que passem a pensar e a<br />

repensar sua práticas, seus conceitos e suas articulações para que possamos alcançar este novo perfil <strong>de</strong> formação<br />

profissional tão <strong>de</strong>sejado por todos e tão necessário à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa população.<br />

Certa <strong>de</strong> que teremos êxito em alcançar mais este sonho e que resultará em uma saú<strong>de</strong> bucal ao alcance<br />

<strong>de</strong> todos, um ótimo EPATESPO.<br />

MARIA ERCILIA DE ARAUJO<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Sumário<br />

<strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong>..................................................... 1<br />

Editorial ................................................................................................... 2<br />

VIII Encontro Paulista <strong>de</strong> Administradores e Técnicos<br />

do Serviço Público Odontológico.................................. 6<br />

Promoção e realização .......................................................................... 6<br />

Patrocínio e apoio .................................................................................. 7<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos ..................................................................................... 7<br />

Comissão organizadora......................................................................... 8<br />

Comissão científica................................................................................ 8<br />

Apresentação.......................................................................................... 9<br />

Histórico................................................................................................ 11<br />

EPATESPO: origem, missão e trajetória ...................................................... 11<br />

Programação ........................................................................................ 18<br />

Conferência <strong>de</strong> abertura ...................................................................... 21<br />

Saú<strong>de</strong> Bucal: um <strong>de</strong>safio para o SUS* ......................................................... 21<br />

Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo ........ 24<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 1<br />

Financiamento e gestão do SUS e a Saú<strong>de</strong> Bucal ...................................... 24<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 2<br />

Integralida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.......................... 28<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 3<br />

Educação e formação <strong>de</strong> recursos humanos para o SUS .......................... 31<br />

Curso 1<br />

Contribuição do agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a saú<strong>de</strong> bucal ......... 35<br />

Curso 2<br />

Equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal: a importância do acolhimento e das ações<br />

educativas nas práticas cotidianas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ..................................... 36<br />

Curso 3<br />

Prótese total: simplificando a confecção sem perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ........... 37<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Sumário 5<br />

Curso 4<br />

Experiências vivenciais para acadêmicos no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> ... 38<br />

Curso 5<br />

Pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais – <strong>de</strong>smistificando o<br />

tratamento odontológico....................................................................... 39<br />

Curso 6<br />

Dor orofacial ................................................................................................... 40<br />

Curso 7<br />

Visão clínica e epi<strong>de</strong>miológica das infecções virais – Vigilância<br />

Sanitária em saú<strong>de</strong> bucal...................................................................... 41<br />

Encontro paralelo<br />

Panorama nacional das profissões ACD e THD .......................................... 42<br />

Resumos dos trabalhos....................................................................... 43<br />

Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal...................................................... 43<br />

Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal............................................................................ 64<br />

Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal ..................................... 82<br />

Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal ........................................................... 89<br />

Temas Livres .................................................................................................. 97<br />

Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal .................... 105<br />

Biografia do Professor Ney Moares ................................................. 133<br />

Instruções aos autores ...................................................................... 134<br />

Índice <strong>de</strong> autores................................................................................ 135<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


VIII Encontro Paulista <strong>de</strong> Administradores e<br />

Técnicos do Serviço Público Odontológico<br />

VII Congresso Paulista <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva<br />

31/05 a 3/06/<strong>2006</strong><br />

Centro <strong>de</strong> Convenções - Município <strong>de</strong> Peruíbe<br />

Tema central:<br />

“SAÚDE BUCAL: UM DESAFIO PARA O SUS”<br />

Promoção e realização<br />

Prefeitura Municipal<br />

da Estância<br />

Balneária <strong>de</strong> Peruíbe<br />

Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Patrocínio e apoio<br />

APOIO<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

■<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA - ABO<br />

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE BUCAL COLETIVA - ABRASBUCO<br />

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE CIRURGIÕES DENTISTAS - APCD<br />

CONSELHO DE SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DE SÃO PAULO - COSEMS<br />

CONSELHO REGIONAL DE ODONTOLOGIA - CRO<br />

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE SÃO PAULO - <strong>USP</strong><br />

FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA – <strong>USP</strong><br />

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO – SMS-SP<br />

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ITAPIRA – SMS-ITAPIRA<br />

Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Luiz Roberto Barradas Barata<br />

Secretário <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

José Rubens Nogueira <strong>de</strong> Souza<br />

Secretário Municipal Saú<strong>de</strong> da Estância Turística <strong>de</strong> Peruíbe<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Comissão organizadora<br />

Ana Emília Gaspar Celso Zilbovicius Cláudia <strong>de</strong> Oliveira Ferreira<br />

Conselho dos Secretários<br />

Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo (COSEMS -SP)<br />

Associação Brasileira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal Coletiva (ABRASBUCO - SP)<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Estância Turística <strong>de</strong> Peruíbe<br />

Doralice Severo da Cruz Helenice Biancalana João Carlos Coelho <strong>de</strong> Faria<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Associação Paulista <strong>de</strong> Cirurgiões Associação Brasileira <strong>de</strong><br />

São Paulo<br />

Dentistas (APCD –SP)<br />

<strong>Odontologia</strong> (ABO - SP)<br />

Luiz Gustavo Leite Praça Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares Maria Ercília <strong>de</strong> Araújo<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da<br />

Estância Turística <strong>de</strong> Peruíbe<br />

São Paulo<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>)<br />

Nei<strong>de</strong> Aparecida Sales Biscuola Paulo Capel Narvai Vla<strong>de</strong>n Vieira<br />

Conselho Regional <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

(CRO - SP)<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>)<br />

Itapira<br />

Jarbas Calvino (DIR XIX)<br />

José Miguel Tomazevic (CRH)<br />

Maria do Carmo Kannebley Hörnell (CVS)<br />

Patrícia Nieri Martins (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>)<br />

Silvia Fedato Barbosa (CRS)<br />

Stela Félix Machado Guillin Pedreira (Assessoria <strong>de</strong> Marketing)<br />

Tania Izabel Bighetti Forni (CPS)<br />

Tânia Regina Tura Mendonça (CPS)<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

Tania Izabel Bighetti Forni<br />

SES-SP-CPS<br />

Coor<strong>de</strong>nadora da Comissão Organizadora<br />

Luiz Gustavo Leite Praça<br />

SMS-Peruíbe<br />

Presi<strong>de</strong>nte do VIII EPATESPO<br />

Tânia Regina Tura Mendonça<br />

Secretária<br />

SES-SP-CPS<br />

Comissão científica<br />

Antônio Carlos Frias Celso Zilbovicius Doralice Severo da Cruz<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Associação Brasileira <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>) Bucal Coletiva (ABRASBUCO - SP)<br />

São Paulo<br />

Fausto Souza Martino Helenice Biancalana Maria Ercília <strong>de</strong> Araújo<br />

SES-SP - DIR V - Osasco Associação Paulista <strong>de</strong> Cirurgiões <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da<br />

Dentistas (APCD –SP) Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>)<br />

Nilce Emy Tomita Paulo Capel Narvai Paulo Frazão<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Santos<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bauru (<strong>USP</strong>) Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>)<br />

(UNISANTOS)<br />

Simone Rennó Junqueira Tania Izabel Bighetti Forni Vla<strong>de</strong>n Vieira<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da SES-SP - Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>) Planejamento <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Itapira<br />

Carlos Botazzo<br />

SES-SP-Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte<br />

José Miguel Tomazevic<br />

SES-SP-CRH<br />

Secretário<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Apresentação<br />

Caros participantes<br />

É com satisfação que a Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Peruíbe apresentam a oitava edição do Encontro Paulista <strong>de</strong> e Administradores e Técnicos do Serviço Público<br />

Odontológico (EPATESPO) e o VI Congresso Paulista <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva (COPOSC), tendo como<br />

tema central os <strong>de</strong>safios da saú<strong>de</strong> bucal para o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).<br />

Este encontro ocorre em hora oportuna, no momento mesmo em que são tomadas medidas que po<strong>de</strong>m<br />

resultar em fortalecimento da gestão estadual do SUS e, conseqüentemente, na melhoria das relações entre esferas<br />

<strong>de</strong> governo e entre gestores na saú<strong>de</strong>.<br />

Trata-se da implantação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> fortalecimento do Sistema Único por meio da avaliação e<br />

monitoramento da atenção básica no Estado <strong>de</strong> São Paulo. Pela primeira vez em muitos anos reúnem-se para<br />

discutir problemas comuns e propor soluções gestores estaduais e municipais, estes representados pelo Conselho<br />

<strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (COSEMS), e são <strong>de</strong>finidos os parâmetros que regularão relações partilhadas<br />

na gestão do SUS.<br />

É possível <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já estimar as conseqüências positivas <strong>de</strong>ssa política para a saú<strong>de</strong> bucal e para a melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população paulista. Sem dúvida, um dos maiores avanços para a saú<strong>de</strong> pública foi a<br />

oferta <strong>de</strong> assistência odontológica a grupos populacionais que não a criança e a gestante. No entanto, dado o<br />

insuficiente financiamento e a conseqüente baixa expansão da oferta <strong>de</strong> serviços, tanto o acesso quanto a cobertura<br />

mantêm-se estacionados em escassos patamares, e isto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se reorganizou a assistência odontológica<br />

pública nos finais dos anos 80 e início dos 90. Na mesma vertente, tem sido insuficiente a formação <strong>de</strong> auxiliares<br />

e técnicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (ACD e THD), tanto quanto a contratação <strong>de</strong> cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas ou o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> cuidado. Ou seja, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> que se tenha obtido enorme êxito com a redução<br />

da cárie <strong>de</strong>ntária aos 12 anos, segundo preconizado pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>, o fato é que há<br />

enorme <strong>de</strong>manda reprimida e carga <strong>de</strong> doença bucal cujas dimensões todos ignoramos.<br />

Antecipando-se a estas <strong>de</strong>finições, e sintonizado com os problemas práticos dos serviços, este oitavo encontro<br />

propõe um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que tomam alguns <strong>de</strong>sses problemas e pensa <strong>de</strong>les fazer a crítica e<br />

encontrar encaminhamentos.<br />

Já a partir da conferência <strong>de</strong> abertura, na qual exatamente esses <strong>de</strong>safios são consi<strong>de</strong>rados, seguem-se<br />

mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates que tomam o financiamento e a gestão do SUS, a questão da integralida<strong>de</strong> e da resolubilida<strong>de</strong><br />

das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e <strong>de</strong>pois a educação e a formação <strong>de</strong> recursos humanos, temas que <strong>de</strong>vem ser problematizados<br />

para que <strong>de</strong>les se extraia a melhor solução.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Apresentação 10<br />

Do mesmo modo, são propostos temas para cursos <strong>de</strong> formação que, nesta edição, focam aspectos <strong>de</strong><br />

uma clínica pública necessitada <strong>de</strong> ultrapassar barreiras e <strong>de</strong>, a cada vez mais, ir ao encontro das necessida<strong>de</strong>s<br />

do paciente, afinal um cidadão e um usuário do SUS.<br />

Por último, este oitavo EPATESPO atingiu a marca <strong>de</strong> 190 trabalhos encaminhados à comissão científica,<br />

em duas modalida<strong>de</strong>s (pesquisa científica e relato <strong>de</strong> experiência), dos quais 154 foram aprovados, indicando<br />

o vigor e a vonta<strong>de</strong> das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e <strong>de</strong> pesquisadores em <strong>de</strong>partamentos universitários e institutos<br />

<strong>de</strong> pesquisa, que assim tornam público suas contribuições não apenas com a apresentação dos trabalhos mas<br />

também com o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong> idéias.<br />

É relevante <strong>de</strong>stacar a introdução do Prêmio Ney Moraes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva, a ser outorgado aos<br />

melhores trabalhos inscritos nas duas modalida<strong>de</strong>s. O professor Ney Moraes, cuja biografia é colocada na parte<br />

final <strong>de</strong>sta edição, foi um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fensores da saú<strong>de</strong> bucal e da saú<strong>de</strong> pública, e tem neste VIII<br />

EPATESPO a justa homenagem dos seus familiares, companheiros e amigos.<br />

Gostaríamos, finalmente, <strong>de</strong> expressar nossos agra<strong>de</strong>cimentos ao Secretário <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, ao Secretário Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peruíbe, aos apoiadores institucionais e, finalmente, aos membros<br />

da comissão organizadora e científica cujo esforço e engajamento foram fundamentais para o êxito <strong>de</strong>sta construção<br />

coletiva.<br />

COMISSÃO ORGANIZADORA E CIENTÍFICA<br />

Tania Izabel Bighetti Forni<br />

Carlos Botazzo<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico<br />

EPATESPO: origem, missão e trajetória<br />

Paulo Capel Narvai 1<br />

No mês passado, já na “reta final” do processo <strong>de</strong> organização <strong>de</strong>ste VIII EPATESPO / VII Congresso<br />

Paulista <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva que estamos realizando em Peruíbe, recebi um pedido dos colegas<br />

da comissão científica: explicar o que é e contar um pouco da história <strong>de</strong>sses eventos que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, se realizam<br />

em conjunto. Aceitei <strong>de</strong> bom grado a incumbência e, no mesmo dia, comecei a revirar pastas e papéis para<br />

tentar localizar documentos que me auxiliassem na tarefa. (É que, em casos como este, arquivos eletrônicos na<br />

memória do computador ajudam apenas a partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado momento. Coisas mais, digamos, “antigas”,<br />

não foram registradas eletronicamente e, portanto, não se consegue recuperar com essas máquinas. E, por outro<br />

lado, não é bom confiar tão-somente na memória. O passar do tempo vai fazendo com que se percam, ou fiquem<br />

obscurecidos em nossas memórias, fatos, locais, pessoas, <strong>de</strong>bates acalorados, <strong>de</strong>cisões importantes, entre<br />

outros, mesmo quando os consi<strong>de</strong>ramos muito significativos. E nunca são apenas alguns <strong>de</strong>talhes que se per<strong>de</strong>m.)<br />

Assim, revirando papéis em pastas, <strong>de</strong>parei-me com o Of.G.SB-077/89, <strong>de</strong> 19 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1989, dirigido<br />

a mim por Marco A. Manfredini e Antonio Carlos Ne<strong>de</strong>r, ambos da “Comissão Organizadora” do “Pré-<br />

Encontro Estadual” do VI ENATESPO, o Encontro Nacional <strong>de</strong> Administradores e Técnicos do Serviço Público<br />

Odontológico. O texto informava que “o próximo ENATESPO” se realizaria em Goiânia-GO, <strong>de</strong> 22 a 25 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 1989, com o objetivo <strong>de</strong> “analisar as realida<strong>de</strong>s nas quais são <strong>de</strong>senvolvidos os programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal no Brasil”, tendo como “temas principais a Municipalização e o Novo Mo<strong>de</strong>lo Assistencial em Saú<strong>de</strong><br />

Bucal”. Manfredini e Ne<strong>de</strong>r diziam no ofício que, “com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reunir os trabalhadores da Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

do Estado <strong>de</strong> São Paulo para discussão <strong>de</strong>sses temas, será realizado, nos próximos dias 4 e 5 <strong>de</strong> agosto em Piracicaba,<br />

um PRÉ-ENCONTRO ESTADUAL” (assim mesmo, com maiúsculas e tudo). O Of.G.SB-077/89 prosseguia<br />

pedindo-me que... bem, vou <strong>de</strong>ixar para contar isso no final <strong>de</strong>ste texto.<br />

O fato é que por este motivo se criou o EPATESPO, este nosso Encontro Paulista <strong>de</strong> Administradores e<br />

Técnicos do Serviço Público Odontológico. Por uma boa razão, logo se vê: discutir a municipalização da saú<strong>de</strong><br />

(e da saú<strong>de</strong> bucal), cuja sinalização havia sido dada no ano anterior, quando os Constituintes, sob a li<strong>de</strong>rança do<br />

saudoso “Doutor Ulysses” Guimarães, aprovaram a criação do SUS <strong>de</strong>finindo como uma <strong>de</strong> suas diretrizes a<br />

<strong>de</strong>scentralização do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, “com direção única em cada esfera <strong>de</strong> governo”. Interessava-nos, da<br />

mesma forma, <strong>de</strong>bater os novos mo<strong>de</strong>los assistenciais que, também em saú<strong>de</strong> bucal, se multiplicavam pelo país<br />

afora e em nosso Estado. Queríamos nos constituir em sujeito coletivo e participar da construção do SUS, ocu-<br />

1 Especialista, Mestre e Doutor em Saú<strong>de</strong> Pública. Professor Associado (Livre Docente) da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo (<strong>USP</strong>). pcnarvai@usp.br<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico 12<br />

pando-nos das questões gerais <strong>de</strong>ssa construção social coletiva e, também, <strong>de</strong>dicando-nos com maior ênfase à<br />

área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, com suas <strong>de</strong>mandas e problemas específicos.<br />

Esta é a origem do EPATESPO; tal é a sua missão.<br />

Em Piracicaba, naquele inverno <strong>de</strong> 1989, cerca <strong>de</strong> 90 profissionais oriundos <strong>de</strong> 44 municípios paulistas,<br />

nos reunimos na Câmara Municipal, e aprovamos um documento final on<strong>de</strong> se afirmava, entre outros aspectos,<br />

que “apesar <strong>de</strong> a Nação se posicionar enquanto a 8ª economia do mundo, a maioria dos cidadãos <strong>de</strong>ste país vive<br />

excluída do acesso a bens e serviços básicos compatíveis com um mínimo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Esta situação é<br />

<strong>de</strong>terminada pela <strong>de</strong>sigual distribuição <strong>de</strong> renda do país conferida pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento vigente. Na<br />

área da saú<strong>de</strong>, e em particular da saú<strong>de</strong> bucal, a lógica <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong>termina as condições <strong>de</strong> acesso aos serviços,<br />

assim como a formação <strong>de</strong> recursos humanos, a pesquisa e a produção <strong>de</strong> equipamentos, materiais e medicamentos<br />

odontológicos.” Aquele documento reivindicava também que a capital paulista assumisse a gestão<br />

dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no seu âmbito (“pois representa quase 35% da população do Estado”) e que, “para assegurar<br />

que a municipalização não se transforme em mero instrumento <strong>de</strong> clientelismo político-partidário, <strong>de</strong>ve-se<br />

estimular a ampliação dos conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em todos os níveis do sistema (....), única forma <strong>de</strong> garantir a<br />

a<strong>de</strong>quada aplicação dos recursos públicos, bem como a implementação das políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”. Seguiam-se<br />

recomendações específicas sobre <strong>de</strong>finições programáticas assinalando-se que “é imperativo uma política <strong>de</strong><br />

recursos humanos que privilegie o investimento <strong>de</strong> recursos orçamentários na formação <strong>de</strong> ACD, THD, TPD e<br />

TEO [técnico em equipamentos odontológicos], na reciclagem (sic) dos profissionais <strong>de</strong> nível universitário,<br />

rompendo com a visão extremamente tecnificada e redutora dos processos <strong>de</strong> treinamento e formação e apontando<br />

para soluções mais dinâmicas e criativas que incorporem conhecimentos e práticas sociais imprescindíveis<br />

à consolidação do novo mo<strong>de</strong>lo.” Mencionava-se, também, a importância <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir “uma política salarial<br />

transparente orientada a assegurar pisos salariais com isonomia nos níveis elementar, médio e universitário” e<br />

“<strong>de</strong>senvolver novos instrumentos <strong>de</strong> supervisão e avaliação que não se limitem a indicadores quantitativos e <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong>, mas introduzam indicadores qualitativos e epi<strong>de</strong>miológicos objetivando a mensuração dos níveis<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população e do impacto social das programações”.<br />

Como se observa, começou muito bem o EPATESPO. Ao reunir o material sobre o evento constatei,<br />

com satisfação, que muito do que foi proposto nesse período se concretizou, embora persistam dificulda<strong>de</strong>s e<br />

certas distorções. Nesse sentido, chama a atenção, conforme se verá a seguir, a atualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certas indicações e<br />

recomendações.<br />

Depois <strong>de</strong> Piracicaba, o EPATESPO foi para o Guarujá. Mas este II EPATESPO, no litoral, só ocorreria<br />

cinco anos <strong>de</strong>pois, em 1994. À época <strong>de</strong>cidiu-se pela realização do I Congresso Paulista <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em<br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva (COPOSC), em conjunto com o II Encontro, <strong>de</strong> modo a “abrir” o evento também aos professores,<br />

estudantes, e pesquisadores com atuação na área <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social, ou Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva,<br />

muitos dos quais entendiam que “não era com eles” um encontro que reunia “o pessoal do serviço público”.<br />

Des<strong>de</strong> então ambos, Encontro e Congresso, vêm se realizando como evento único, ampliando-se a aproximação,<br />

o intercâmbio, e o diálogo entre a aca<strong>de</strong>mia e os serviços públicos odontológicos. Cabe registrar que a<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico 13<br />

Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> havia <strong>de</strong>clarado 1994 o “Ano Mundial da Saú<strong>de</strong> Bucal” e que, no ano anterior,<br />

havia se realizado a 2ª Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, sob o tema “Saú<strong>de</strong> bucal, um direito <strong>de</strong> cidadania”.<br />

O II EPATESPO / I COPOSC, realizado <strong>de</strong> 11 a 14 <strong>de</strong> maio, contou com a participação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 500<br />

profissionais provenientes <strong>de</strong> 130 municípios do Estado <strong>de</strong> São Paulo, e teve como tema central “Saú<strong>de</strong> bucal<br />

no SUS: impasses e perspectivas da universalização” Na Carta <strong>de</strong> Guarujá, documento aprovado ao final do<br />

evento – e que <strong>de</strong>u origem a uma prática <strong>de</strong> aprovar “Cartas” ao final <strong>de</strong> cada edição –, os participantes consi<strong>de</strong>raram<br />

“importante reafirmar que a alternância <strong>de</strong> dirigentes, uma importante conquista <strong>de</strong>mocrática, não <strong>de</strong>ve<br />

significar <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong>finidas no âmbito das Conferências e Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Ou seja:<br />

novas autorida<strong>de</strong>s não têm o direito <strong>de</strong>, intempestivamente, ao sabor <strong>de</strong> impulsos ou interesses particulares,<br />

impor mudanças que não tenham sido discutidas com a socieda<strong>de</strong>. Com a saú<strong>de</strong> não se po<strong>de</strong> brincar (....) administradores<br />

<strong>de</strong>vem enten<strong>de</strong>r que uma maioria eleitoral num <strong>de</strong>terminado momento não os autoriza a promover<br />

mudanças que contrariem os interesses e necessida<strong>de</strong>s da população”.<br />

Seguia muito bem esse EPATESPO...<br />

De Guarujá para Franca. Diz a Carta <strong>de</strong> Franca que “profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública representando mais<br />

<strong>de</strong> 150 municípios do estado <strong>de</strong> SP, além <strong>de</strong> 20 municípios dos estados <strong>de</strong> MG, MS, MT, PR, RJ, RS, GO e do<br />

DF” participaram do III EPATESPO / II CPOSC, que se realizou <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> maio a 1° <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1996, sob o<br />

tema central “Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> bucal: município, universida<strong>de</strong> e socieda<strong>de</strong> enfrentando <strong>de</strong>safios”.<br />

O evento teve 489 inscritos. Entre as proposições da Carta <strong>de</strong> Franca estão: “as ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

sejam integrados nas <strong>de</strong>mais práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva, vinculando suas ativida<strong>de</strong>s às Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>”; “as<br />

três esferas <strong>de</strong> governo assegurem no mínimo 10% dos seus respectivos orçamentos ao setor Saú<strong>de</strong>”; “as ativida<strong>de</strong>s<br />

extra-muros, realizadas pela universida<strong>de</strong>, não se restrinjam a mero estágio supervisionado, reproduzindo<br />

o enfoque clínico-biologicista das ações intra-muros, mas se <strong>de</strong>senvolvam a partir <strong>de</strong> referenciais filosóficos<br />

balizados nos princípios da Reforma Sanitária Brasileira”; “a falta <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o medo <strong>de</strong> adoecer da população<br />

<strong>de</strong>vem ser tratados com respeito, não sendo admissível que sejam objeto <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong>magógica com fins<br />

eleitorais. Não se po<strong>de</strong> tolerar que a dramática situação que penaliza diariamente milhares <strong>de</strong> pessoas seja matéria<br />

prima <strong>de</strong> propaganda político-partidária que insulta a consciência dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e agri<strong>de</strong> os cidadãos<br />

brasileiros”... Bom, melhor parar por aqui com a Carta <strong>de</strong> Franca.<br />

“Os municípios e as boas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no SUS: qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida rumo ao ano 2000”. Este<br />

foi o tema central do IV EPATESPO, realizado <strong>de</strong> 27 a 30 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1998 em São José do Rio Preto, com a<br />

presença <strong>de</strong> aproximadamente 460 profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, vindos <strong>de</strong> 160 municípios. Naquele encontro os participantes<br />

<strong>de</strong>liberaram, entre outros aspectos, “reafirmar o SUS como a estratégia mais eficaz para a universalização<br />

da atenção à saú<strong>de</strong> dos cidadãos brasileiros. Portanto todos os esforços <strong>de</strong>vem ser envidados para sua<br />

implementação” e “<strong>de</strong>nunciar, perante a opinião pública, o tratamento parcial com que, <strong>de</strong> modo geral, os meios<br />

<strong>de</strong> comunicação tratam o SUS, ignorando, por incompetência ou má fé, esforços e aspectos positivos do sistema,<br />

criando a falsa impressão <strong>de</strong> sua falência, em benefício dos interesses empresariais e da mercantilização<br />

dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.” Os participantes do IV EPATESPO / III COPOSC aprovaram também “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico 14<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> bucal que contemple a universalização da atenção, a integralida<strong>de</strong> das ações, priorizando<br />

as ações preventivas sem prejuízo das curativas (....) tecnologia a<strong>de</strong>quada priorizando, na atenção básica,<br />

ambientes coletivos <strong>de</strong> trabalho. É necessário também organizar sistemas <strong>de</strong> referência e contra-referência,<br />

<strong>de</strong>finindo claramente o papel dos diferentes níveis <strong>de</strong> atenção garantindo, assim, a hierarquização dos serviços e<br />

a otimização dos recursos”; “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a continuida<strong>de</strong> e expansão da fluoretação das águas <strong>de</strong> abastecimento<br />

público e a instituição <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> vigilância que garantam a eficácia do método”; “reconhecer, como <strong>de</strong><br />

primordial importância, que o planejamento dos programas locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seja embasado no perfil epi<strong>de</strong>miológico,<br />

levando em consi<strong>de</strong>ração critérios <strong>de</strong> risco”; “incentivar a integração intersetorial entre saú<strong>de</strong> e educação<br />

<strong>de</strong> formar a facilitar e possibilitar as ações em saú<strong>de</strong> bucal coletiva”; “indicar a importância estratégica <strong>de</strong><br />

inserir as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, bem como no Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>”; e, “ressaltar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os sistemas locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> terem coor<strong>de</strong>nador <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

com perfil não só <strong>de</strong> gerente mas, sobretudo, capaz <strong>de</strong> implementar as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocraticamente<br />

<strong>de</strong>liberadas”.<br />

No ano 2000 estávamos em Cubatão. De São José do Rio Preto o EPATESPO / COPOSC voltou para o<br />

litoral, <strong>de</strong>sta vez para Cubatão, on<strong>de</strong> se realizou no período <strong>de</strong> 24 a 27 <strong>de</strong> maio, tendo a participação <strong>de</strong> 1.056<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, provenientes <strong>de</strong> 117 municípios <strong>de</strong> seis estados, que apresentaram 159 trabalhos. O tema<br />

central do V EPATESPO / IV COPOSC foi “Educação e saú<strong>de</strong>: bases da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da família no novo<br />

milênio”. Na Carta <strong>de</strong> Cubatão dissemos que “o fazer saú<strong>de</strong> pública / coletiva implica enten<strong>de</strong>r o processo saú<strong>de</strong>–doença<br />

em seus <strong>de</strong>terminantes sociais e que as práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> publica <strong>de</strong>vem, obrigatoriamente, estar<br />

comprometidas com a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida”; “reafirmar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar o mo<strong>de</strong>lo odontológico<br />

curativo-preventivista dirigido a escolares matriculados nas escolas publicas, incluindo outros grupos populacionais<br />

e ações mais complexas (....) superar, também, a confusão entre ‘priorida<strong>de</strong>’ e ‘exclusivida<strong>de</strong>’ que<br />

ainda predomina na maioria dos serviços e que exclui das ações <strong>de</strong>senvolvidas parcelas importantes da população.<br />

Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>vem estar integradas nos diversos programas como, por exemplo, no <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do<br />

idoso”; “recomendar que a atenção odontológica em nível hospitalar seja implantada nos hospitais públicos <strong>de</strong><br />

modo a oferecer possibilida<strong>de</strong>s terapêuticas aos pacientes internados”; “alertar que o uso <strong>de</strong> creme <strong>de</strong>ntal fluoretado<br />

por crianças pré-escolares, tanto no âmbito doméstico quanto no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ações coletivas,<br />

<strong>de</strong>ve ser precedido <strong>de</strong> informações aos pais e <strong>de</strong>mais envolvidos, sobre os riscos da ingestão in<strong>de</strong>vida”; “recomendar<br />

que, nos processos <strong>de</strong> formação e qualificação profissional, sejam <strong>de</strong>senvolvidos valores éticos e <strong>de</strong><br />

respeito aos direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> cidadania”.<br />

Em Sorocaba, <strong>de</strong> 8 a 11 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2002, discutimos “A saú<strong>de</strong> bucal a caminho da universalização: <strong>de</strong>safios<br />

e estratégias”, no VI EPATESPO / V COPOSC. O evento contou com a participação <strong>de</strong> 1.029 profissionais<br />

e 120 estudantes <strong>de</strong> odontologia provenientes <strong>de</strong> 120 municípios <strong>de</strong> 4 estados. Foram apresentados 169<br />

trabalhos, ministrados 6 cursos, realizadas 12 sessões <strong>de</strong> comunicações coor<strong>de</strong>nadas e 2 mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates. Da<br />

Carta <strong>de</strong> Sorocaba constam, entre outras proposições: “incentivar o trabalho multiprofissional superando a tendência<br />

<strong>de</strong> isolamento do cirurgião-<strong>de</strong>ntista”; “reafirmar a necessida<strong>de</strong> da carga horária <strong>de</strong> 40 horas semanais<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico 15<br />

para os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas das equipes do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) e instituir incentivos financeiros<br />

para essa jornada <strong>de</strong> trabalho, seja em PSF ou não”; “recomendar a alteração da atual proporção <strong>de</strong> 1 equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (ESB) para 2 equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família, para 1 ESB para cada equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família (....)<br />

garantir a inclusão da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no PSF como parte integrante da equipe mínima significando a<br />

obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em todos os PSF (....) ressaltar que o incentivo <strong>de</strong>stinado pelo Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> aos municípios (para a saú<strong>de</strong> bucal no PSF) não é o único recurso para pagamento <strong>de</strong> cirurgião-<strong>de</strong>ntista”;<br />

“instituir mecanismos <strong>de</strong> avaliação qualitativa dos serviços prestados pelas UBS, através <strong>de</strong> pesquisa junto à<br />

população usuária”; “recomendar que sejam celebrados convênios entre cursos <strong>de</strong> odontologia e prefeituras no<br />

sentido <strong>de</strong> propiciar estágios <strong>de</strong> estudantes em ações no âmbito do SUS”; “expandir o grau <strong>de</strong> atenção odontológica<br />

no âmbito do SUS, avançando na integralida<strong>de</strong> das ações, incorporando no setor público a oferta<br />

sistemática <strong>de</strong> serviços especializados como endodontia, ortodontia, periodontia, prótese e outros, e <strong>de</strong>finindo<br />

em cada micro-região sistemas <strong>de</strong> referência e contra-referência”; “recomendar aos municípios do estado <strong>de</strong><br />

São Paulo a realização <strong>de</strong> levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos em saú<strong>de</strong> bucal pelo menos a cada 4 (quatro) anos, <strong>de</strong><br />

modo a dispor <strong>de</strong> informações atualizadas sobre a situação nesta área e, assim, melhorar a qualida<strong>de</strong> do planejamento<br />

em saú<strong>de</strong> e dispor <strong>de</strong> informações imprescindíveis para avaliar as ações <strong>de</strong>senvolvidas e analisar sua<br />

evolução ao longo do tempo. Outros mecanismos <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>vem complementar os estudos epi<strong>de</strong>miológicos”.<br />

E lá se foi, em 2004, o EPATESPO / COPOSC para Marília. No VII EPATESPO / VI COPOSC, realizado<br />

<strong>de</strong> 26 a 29 <strong>de</strong> maio, com a participação <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.200 participantes, provenientes <strong>de</strong> 150 municípios <strong>de</strong><br />

7 estados, <strong>de</strong>batemos “A saú<strong>de</strong> bucal e as estratégias <strong>de</strong> aperfeiçoamento do SUS frente às exigências da socieda<strong>de</strong>”.<br />

Pela primeira vez publicamos numa revista científica, a <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> (editada pela <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo), os resumos dos 172 trabalhos apresentados no evento. Na<br />

Carta <strong>de</strong> Marília propusemos “envolver nas ações <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, técnicos da educação, nutrição e<br />

meio ambiente, <strong>de</strong>ntre outros, com vistas a uma pratica <strong>de</strong> promoção interdisciplinar”; “promover estratégias<br />

educativas que enfoquem o individuo em seu meio social e ambiental contribuindo para formação <strong>de</strong> cidadãos”;<br />

“assegurar acesso às ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal à população rural”; “estabelecer parcerias no sentido <strong>de</strong> estimular a<br />

participação dos idosos nos exames <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> câncer bucal”; “assegurar que a montagem <strong>de</strong> centros <strong>de</strong><br />

especialida<strong>de</strong>s seja precedida <strong>de</strong> um diagnóstico das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população da área <strong>de</strong> a-<br />

brangência”; “estimular o uso <strong>de</strong> cimento <strong>de</strong> ionômero <strong>de</strong> vidro na atenção básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>”; “manter as áreas<br />

técnicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da Secretaria <strong>de</strong> Estado, DIR e municípios e fazer cumprir suas funções eqüitativamente<br />

em todo o Estado”; “<strong>de</strong>senvolver estratégias <strong>de</strong> atendimento aos usuários, <strong>de</strong> modo a melhorar a recepção,<br />

segundo os princípios do acolhimento, vínculo e cuidado em saú<strong>de</strong>”; “<strong>de</strong>sprecarizar as relações <strong>de</strong> trabalho assegurando<br />

ao servidor público da saú<strong>de</strong>, segurança funcional no exercício <strong>de</strong> suas funções”; “implementar ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> gestão do trabalho em saú<strong>de</strong> que contemplem o concurso público para ingresso”; “<strong>de</strong>stinar recursos<br />

financeiros do governo estadual em complementação aos dos municípios para o custeio dos centros <strong>de</strong> referência<br />

<strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s odontológicas <strong>de</strong> caráter regional”; “reconhecer que a <strong>de</strong>finição da Política Nacional <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal representa um avanço na inserção da saú<strong>de</strong> bucal no SUS <strong>de</strong>stacando que Estados e Municípios<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Histórico 16<br />

precisam aproveitar esse novo contexto para consolidar e expandir as ações <strong>de</strong>senvolvidas no setor, sobretudo<br />

nos níveis secundário e terciário <strong>de</strong> atenção”; “reconhecer o EPATESPO e o COPOSC como um momento <strong>de</strong><br />

educação continuada <strong>de</strong>stinando recursos financeiros das três esferas <strong>de</strong> governo para sua realização”.<br />

E hoje estamos aqui em Peruíbe para, sob o tema “Saú<strong>de</strong> bucal, um <strong>de</strong>safio do SUS” e coerentes com<br />

nossa origem e trajetória, realizar nossa missão: reunir os trabalhadores da Saú<strong>de</strong> Bucal do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

para analisar as nossas práticas profissionais, as realida<strong>de</strong>s nas quais são <strong>de</strong>senvolvidas, e apresentar propostas<br />

para que a atenção à saú<strong>de</strong> bucal seja inerente ao SUS e se concretize como um direito <strong>de</strong> todos.<br />

Ah, sim... Afinal, o que me pediram, Manfredini e Ne<strong>de</strong>r, lá no tal Of.G.SB-077/89? Pediram-me para,<br />

no painel <strong>de</strong> abertura daquele que seria o I EPATESPO, fazer uma... “retrospectiva do ENATESPO”, contando<br />

um pouco da história do encontro nacional, criado em 1984 em Goiânia e que, em 1989, se preparava para sua<br />

sexta edição, retornando ao local on<strong>de</strong> nascera.<br />

Como se vê, <strong>de</strong> tempos em tempos, vejo-me nessa situação <strong>de</strong> fazer retrospectivas, falar <strong>de</strong> missões,<br />

contar trajetórias...<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


17<br />

HORÁRIO<br />

DIA<br />

qua – 31 mai qui – 1 jun sex – 2 jun sab – 3 jun<br />

8h00 – 9h45<br />

Visitas<br />

aos<br />

pôsteres<br />

Cursos<br />

9h45 – 10h00<br />

Café<br />

Plenária <strong>de</strong><br />

encerramento<br />

10h00 – 12h00<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates:<br />

Tema 1<br />

Cursos<br />

12h00 – 14h00<br />

Almoço<br />

Ativida<strong>de</strong> educativa<br />

Almoço<br />

Encontro paralelo<br />

14h00 – 14h30<br />

Visitas<br />

aos<br />

pôsteres<br />

Visitas<br />

aos<br />

pôsteres<br />

14h30 – 16h00<br />

16h00 – 16h30<br />

Passeio turístico,<br />

recepção,<br />

cre<strong>de</strong>nciamento<br />

e entrega <strong>de</strong><br />

materiais<br />

Salas <strong>de</strong><br />

discussões temáticas<br />

Café<br />

Salas <strong>de</strong><br />

discussões temáticas<br />

16h30 – 18h00<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates:<br />

Tema 2<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates:<br />

Tema 3<br />

19h: Cerimônia<br />

<strong>de</strong> abertura<br />

21h: Show musical<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Programação<br />

31/05/<strong>2006</strong><br />

PERÍODO DA TARDE<br />

14:00 h – Passeio turístico, recepção, cre<strong>de</strong>nciamento e entrega <strong>de</strong> materiais<br />

PERÍODO DA NOITE<br />

19:00 h - Abertura Solene<br />

20:00 h - Conferência: Dr. José da Silva Gue<strong>de</strong>s – "Saú<strong>de</strong> Bucal: um <strong>de</strong>safio para o SUS "<br />

20:30 h - Coquetel – Inauguração da feira promocional<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções<br />

Av. São João, 545 - Centro – 1.000 pessoas<br />

01/06/<strong>2006</strong><br />

PERÍODO DA MANHÃ<br />

8:00-9:45 h – Visita aos pôsteres<br />

Local: Laterais do Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

10:00-12:00 h<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 1 – Financiamento e gestão do SUS e a Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

Expositores: José Carlos <strong>de</strong> Moraes (Ministério da Saú<strong>de</strong>)<br />

Ricardo Oliva (Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Marcos da Silveira Franco (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ubatuba)<br />

Ativadores:<br />

Gilson <strong>de</strong> Carvalho (Médico pediatra e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública)<br />

Marco Antonio Manfredini (Assembléia Legislativa do Estado <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções – 1.000 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

PERÍODO DA TARDE<br />

14:00-14:30 h – Visita aos pôsteres<br />

Local: Laterais do Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

14:30-16:00 h<br />

Salas <strong>de</strong> discussões temáticas<br />

8 Salas do Centro <strong>de</strong> Convenções - 45 pessoas / sala<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

16:30-18:00 h<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 2 – Integralida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

Expositores: Marcelo Bacci Coimbra (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Amparo)<br />

Fausto Souza Martino (Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal – DIR V – Osasco)<br />

Luiz Gustavo Leite Praça (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Peruíbe)<br />

Ativadores:<br />

Helenice Biancalana (Associação Paulista <strong>de</strong> Cirurgiões Dentistas)<br />

Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções – 1.000 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Programação 19<br />

02/06/<strong>2006</strong><br />

PERÍODO DA MANHÃ<br />

8:00-12:00 h<br />

Curso 1 – Contribuição do Agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a saú<strong>de</strong> bucal<br />

Público alvo: Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Prof a . Julie Silvia Martins (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Prof a . Sueli Elizabeth Leme Moreira (DIR XX – São João da Boa Vista)<br />

Local: Núcleo da 3ª Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peruíbe - 300 vagas<br />

Av. Padre Anchieta, 995 – Centro<br />

Curso 2 - Equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal: a importância do acolhimento e das ações educativas nas práticas cotidianas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Público alvo: Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

Prof a . Maristela Vilas Boas Fratucci (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogi das Cruzes)<br />

Prof. José Miguel Tomazevic (Centro <strong>de</strong> Seleção e Desenvolvimento <strong>de</strong> Recursos Humanos – SES-SP)<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções - 300 vagas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Curso 3 – Prótese total: simplificando a confecção sem perda da qualida<strong>de</strong><br />

Público alvo: Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e Técnicos <strong>de</strong> Prótese Dentária<br />

Prof. Sigmar <strong>de</strong> Mello Ro<strong>de</strong> (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> Ibirapuera)<br />

Prof. Bruno das Neves Cavalcante (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> Ibirapuera)<br />

Prof a . Márcia Fattori (SENAC)<br />

Local: Sala do Centro <strong>de</strong> Convenções - 50 vagas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Curso 4 – Experiências vivenciais para acadêmicos no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Público alvo: Estudantes <strong>de</strong> odontologia<br />

Prof a . Laura Camargo Feuerwerker (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense)<br />

Local: Sala do Centro <strong>de</strong> Convenções - 50 vagas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Curso 5 – Dor orofacial<br />

Público alvo: Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

Prof. José Ta<strong>de</strong>u Tesseroli <strong>de</strong> Siqueira e equipe (Hospital das Clínicas da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Medicina - <strong>USP</strong>)<br />

Local: Sala do Cine Vitória Régia <strong>de</strong> Peruíbe - 120 vagas<br />

Av. Padre Anchieta, 957 - Centro<br />

Curso 6 – Pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais – <strong>de</strong>smistificando o tratamento odontológico<br />

Público alvo: Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

Prof a . Maria Lucia Zarvos Varellis (Conselho Regional <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - SP)<br />

Local: Sala do Cine Vitória Régia <strong>de</strong> Peruíbe - 180 vagas<br />

Av. Padre Anchieta, 957 – Centro<br />

Curso 7 – Visão clínica e epi<strong>de</strong>miológica das infecções virais<br />

Vigilância Sanitária em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

Público alvo: Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

Prof a . Catalina Riera Costa (Centro <strong>de</strong> Referência e Treinamento <strong>de</strong> DST / AIDS – SES-SP)<br />

Prof a . Maria do Carmo Kannebley Hörnell (Centro <strong>de</strong> Vigilância Sanitária – SES-SP)<br />

Local: Sala do Centro <strong>de</strong> Convenções - 50 vagas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Programação 20<br />

PERÍODO INTERMEDIÁRIO<br />

12:00-12:20 h<br />

Ativida<strong>de</strong> educativa – Não <strong>de</strong>ixe seus hábitos <strong>de</strong> higiene <strong>de</strong>ntal para <strong>de</strong>pois<br />

Alunos da Escola Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública – Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes – São Paulo<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções - 300 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

13:00-14:00 h<br />

Encontro paralelo – Panorama nacional das profissões ACD e THD<br />

Celina Pereira dos Santos Lopes (Comissão <strong>de</strong> ACD e THD do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>)<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções - 300 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

PERÍODO DA TARDE<br />

14:00-14:30 h – Visita aos pôsteres<br />

Local: Laterais do Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

14:30-16:00 h<br />

Salas <strong>de</strong> discussões temáticas<br />

8 Salas do Centro <strong>de</strong> Convenções – 45 pessoas / sala<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

16:30-18:00 h<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 3 – Educação e formação <strong>de</strong> recursos humanos para o SUS<br />

Expositores: Ana Stela Haddad (Ministério da Saú<strong>de</strong>)<br />

Karina Barros Calif Batista (Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Nilce Emy Tomita (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru - <strong>USP</strong>)<br />

Ativadores:<br />

Aparecida Linhares Pimenta (Conselho <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>)<br />

Maria Ercília <strong>de</strong> Araújo (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> São Paulo - <strong>USP</strong>)<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções- 1.000 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

PERÍODO DA NOITE<br />

21:00 h – Show musical<br />

03/06/2004<br />

PERÍODO DA MANHÃ<br />

Plenária <strong>de</strong> encerramento: 8:00 às 12:00 h<br />

Local: Salão Principal do Centro <strong>de</strong> Convenções- 1.000 pessoas<br />

Av. São João, 545 - Centro<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Conferência <strong>de</strong> abertura<br />

Saú<strong>de</strong> Bucal: um <strong>de</strong>safio para o SUS*<br />

José da Silva Gue<strong>de</strong>s<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas da Santa Casa <strong>de</strong> São Paulo)<br />

A saú<strong>de</strong>, enquanto direito inerente à condição do ser humano, é uma conquista da socieda<strong>de</strong> brasileira<br />

<strong>de</strong>corrente das lutas pela re<strong>de</strong>mocratização do país, encabeçada pelo Movimento da Reforma Sanitária,<br />

que culmina com a criação do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na Constituição Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> 1988. No Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo, a <strong>de</strong>scentralização das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> estaduais para os municípios, iniciou-se em 1982, continuou,<br />

com as Ações Integradas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e posteriormente com o SUDS., porém a municipalização da gestão ocorreu<br />

a partir da edição da Norma Operacional Básica (NOB 1/93) e tomou impulso a partir da NOB 1/96, que trouxe<br />

mais avanços no sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização com a instituição do Piso da Atenção Básica (PAB) e incentivos<br />

financeiros para programas específicos, como o Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PACS) e o Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF). As práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, no Estado <strong>de</strong> São Paulo iniciaram-se na linha do<br />

movimento puericultor e <strong>de</strong> higiene escolar no início do século XX e, em 1912 teria sido inaugurado o primeiro<br />

Dispensário <strong>de</strong> Assistência Dentária Escolar <strong>de</strong> São Paulo, no Grupo Escolar Pru<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Morais. Com a <strong>de</strong>scoberta<br />

dos efeitos do flúor na redução da prevalência da cárie <strong>de</strong>ntária e com a proposição do Sistema Incremental<br />

<strong>de</strong> Atendimento nos anos 50, prosperaram os Serviços Dentários Escolares nas Secretarias <strong>de</strong> Educação<br />

do Estado e <strong>de</strong> Municípios. Nas secretarias estaduais e municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, optou-se pelo atendimento materno<br />

infantil enquanto aos trabalhadores inseridos no mercado <strong>de</strong> trabalho era ofertado pelas CAP e <strong>de</strong>pois pelos<br />

IAP, atendimento odontológico, que na sua gran<strong>de</strong> maioria se restringia a urgências (extrações <strong>de</strong>ntárias), o que<br />

resultou na transformação dos trabalhadores brasileiros em um dos grupos mais <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados do mundo. Os<br />

<strong>de</strong>mais segmentos populacionais eram excluídos do sistema público e aqueles menos favorecidos economicamente,<br />

ficavam à mercê das “clínicas populares”, outra “fabrica <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados”. Estima-se que na década <strong>de</strong><br />

80, 3 em cada 4 brasileiros com 60 anos encontravam-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados. A prática odontológica predominante,<br />

quer no setor privado, quer no público - centrada no cirurgião-<strong>de</strong>ntista, <strong>de</strong> cunho curativo, sem interferir nos<br />

<strong>de</strong>terminantes do processo-saú<strong>de</strong> doença, mostrou-se ineficiente e ineficaz para reverter o quadro caótico da<br />

saú<strong>de</strong> bucal da população. A partir da reflexão sobre essa prática odontológica e seus resultados, no bojo da<br />

Reforma Sanitária, um novo “mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> bucal” tomou corpo e vem sendo construído, rompendo<br />

com o paradigma anterior; para essa construção foram importantes as discussões ocorridas nos<br />

ENATESPO – Encontros Nacionais dos Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico, iniciados<br />

em 1984, as <strong>de</strong>liberações das 1ª, 2ª e 3ª Conferências Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, precedidas das conferências<br />

municipais e estaduais (em 1986, 1993 e 2004) e, em São Paulo, os EPATESPO – Encontros Paulistas dos<br />

Administradores e Técnicos do Serviço Público Odontológico. Esse mo<strong>de</strong>lo, incorporando propostas inovadoras<br />

que apontaram para a <strong>de</strong>mocratização do acesso ao sistema, quer para a assistência, quer para as ações <strong>de</strong><br />

promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tem fundamento nos princípios constitucionais da universalida<strong>de</strong> e da equida<strong>de</strong> do acesso<br />

aos serviços e ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e da integralida<strong>de</strong> das ações; articula ações coletivas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e assistência na<br />

atenção básica, com a incorporação <strong>de</strong> pessoal auxiliar na equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, incluindo-se a estratégia do<br />

Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família; prevê a hierarquização e articulação do sistema <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> bucal, com a<br />

disponibilização <strong>de</strong> centros <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s odontológicas e <strong>de</strong> assistência odontologia em âmbito hospitalar,<br />

bem como a disponibilização <strong>de</strong> recursos para diagnóstico, buscando a ampliação da resolutivida<strong>de</strong> do atendimento<br />

e garantindo-se a referência e contra-referência; prevê o <strong>de</strong>senvolvimento dos recursos humanos, com<br />

formação <strong>de</strong> pessoal auxiliar e educação permanente dos profissionais com o objetivo <strong>de</strong> melhor capacitá-los<br />

tecnicamente, bem como buscar sua aproximação às práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva, superando as dificulda<strong>de</strong>s do<br />

trabalho em equipe. Esse mo<strong>de</strong>lo incorpora também como ação intersetorial, a fluoretação das águas do sistema<br />

público <strong>de</strong> abastecimento; o hétero controle da fluoretação das águas, através <strong>de</strong> amostras coletadas na re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Conferência <strong>de</strong> abertura 22<br />

saú<strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> garantir a qualida<strong>de</strong> da água tratada e corretos teores <strong>de</strong> flúor; c) controle dos ambientes<br />

<strong>de</strong> assistência odontológica e dos produtos <strong>de</strong> interesse da saú<strong>de</strong> bucal comercializados, através da Vigilância<br />

Sanitária. Requer ainda a reorientação da formação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, com um perfil necessário<br />

a realida<strong>de</strong> do Brasil e do SUS. Na trajetória da inclusão das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no SUS, é importante lembrar<br />

(a) a proposição da Política Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal em 1989, pelo MS; (b) a inserção dos Procedimentos<br />

Coletivos em Saú<strong>de</strong> Bucal na Tabela <strong>de</strong> Procedimentos do Sistema <strong>de</strong> Informação Ambulatorial; (c) a inclusão<br />

das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no PAB – piso da atenção básica, pela NOB 1/96; (d) a inclusão da saú<strong>de</strong> bucal como<br />

uma das áreas estratégicas da atenção básica, na NOAS 1/02; (e) a instituição <strong>de</strong> incentivos financeiros para a<br />

inclusão <strong>de</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2000; (f) as alterações<br />

nos incentivos financeiros e na relação das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no PSF ocorridas em 2003; (g) a criação dos<br />

Centros <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s <strong>Odontologia</strong>s pelo MS em 2004 e (h) a edição da Política Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

em 2004, configurando o Programa Brasil Sorri<strong>de</strong>nte, do Governo Fe<strong>de</strong>ral. No Estado <strong>de</strong> São Paulo, foi relevante<br />

o papel da SES. Em 1983, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou-se um amplo processo <strong>de</strong> reorientação das práticas odontológicas,<br />

das <strong>de</strong>finições programáticas, da formação e utilização <strong>de</strong> pessoal auxiliar compondo as equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal e das inovações tecnológicas com a proposição <strong>de</strong> novos ambientes <strong>de</strong> trabalho, como as clínicas fixas e<br />

transportáveis. Através do Programa Metropolitano <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – PMS, <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> foram<br />

construídas nos municípios da região metropolitana e na capital, incorporando a lógica do trabalho em módulos<br />

clínicos. Foram expandidos serviços <strong>de</strong> odontologia para mais <strong>de</strong> 150 municípios, acompanhando a política <strong>de</strong><br />

interiorização em curso na SES. Ocorreu a expansão da fluoretação das águas no interior e nos municípios da<br />

Região Metropolitana da Gran<strong>de</strong> São Paulo, que se concluiu em 1986. Criou-se nesse ano a Coor<strong>de</strong>nação Estadual<br />

do Projeto Larga Escala, o que possibilitou a realização do primeiro curso <strong>de</strong> THD no município <strong>de</strong> Embu,<br />

em 1987. O Departamento <strong>de</strong> Assistência ao Escolar foi transferido para a Secretaria da Saú<strong>de</strong>, em 1987 e em<br />

1989, foi proposto no “Programa Estadual <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal - Diretrizes para os Programas Regionais e Municipais<br />

a “Terapêutica do Controle Epi<strong>de</strong>miológico da Cárie”, precursora dos “Procedimentos Coletivos em Saú<strong>de</strong><br />

Bucal”, em substituição aos antigos Tratamentos Completados do Sistema Incremental, estando previstas também<br />

a reorganização do trabalho, formação e capacitação <strong>de</strong> Recursos Humanos .Em 1995, são elaboradas as”<br />

Diretrizes para a Política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal para o Estado <strong>de</strong> São Paulo De 1995 a 1998, implementou-se o projeto<br />

Inovações no Ensino Básico (IEB) - componente Saú<strong>de</strong>, com recursos do Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

(BIRD), <strong>de</strong>senvolvido na Região Metropolitana da Gran<strong>de</strong> São Paulo e posteriormente estendido<br />

aos municípios do Vale do Ribeira, cuja estratégia principal foi o fortalecimento do processo <strong>de</strong> municipalização<br />

por meio da implementação dos Procedimentos Coletivos em Saú<strong>de</strong> Bucal (SES SP 2002)”. Realizaram-se<br />

três estudos epi<strong>de</strong>miológicos; o primeiro na capital, em 1996, e os <strong>de</strong>mais (em 1998 e 2002) em âmbito estadual,<br />

em parceria com a <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, com a participação <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> odontologia e secretarias municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O último estudo foi também em parceria com o Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> e seus resultados integram o Projeto SB Brasil 2003 - Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da População<br />

Brasileira - 2002-2003 (MS 2004). Em 2000, foram elaboradas as "Recomendações para o uso <strong>de</strong> produtos<br />

fluorados em função do risco <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária no âmbito do SUS São Paulo” e, em 2001, foi elaborado o documento<br />

“Reorganização das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal na Atenção Básica; uma proposta para o SUS São Paulo”,<br />

que embasaram a reorganização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em muitos municípios do estado. Em 2001 foi<br />

iniciado o “Projeto Impacto: ações educativas, prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal” durante a<br />

campanha nacional <strong>de</strong> vacinação dos idosos, que incentivou a capacitação dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas da re<strong>de</strong> básica<br />

para o diagnóstico <strong>de</strong> lesões bucais e induziu a sistematização da referência e contra-referência. Em 2004 é<br />

firmado pelo Governo do Estado com 116 municípios o convênio para a conclusão da fluoretação das águas<br />

dos sistemas públicos <strong>de</strong> abastecimento, o que possibilitará, em breve, que 100% da população urbana tenha<br />

acesso à água tratada e fluoretada. No campo da promoção e prevenção da saú<strong>de</strong>, o impacto mais importante<br />

<strong>de</strong>ssas ações foi o da redução da prevalência da cárie <strong>de</strong>ntária na população infantil, conforme mostraram os<br />

estudos <strong>de</strong> 1996, 1998 e 2002. Em âmbito estadual, constatou-se uma diminuição do CPO-D <strong>de</strong> 3,72 (1998)<br />

para 2,52 (2002), mostrando porém uma diferença quando analisadas as crianças da re<strong>de</strong> pública e privada e as<br />

diferentes regiões do estado. Porém, há que se comemorar, ao consi<strong>de</strong>rar-se que aos 12 anos, em 1982, esse<br />

índice era <strong>de</strong> 7.14! No campo das ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, um estudo realizado em 2003 reportava que em<br />

520 municípios pesquisados, havia 1 cirurgião-<strong>de</strong>ntista do SUS para cada 3.552 habitantes, em âmbito estadual,<br />

mostrando porém uma relação altamente <strong>de</strong>sfavorável em regiões <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional, como a<br />

capital e a Região Metropolitana da Gran<strong>de</strong> São Paulo. Quanto ao pessoal auxiliar, as relações encontradas<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Conferência <strong>de</strong> abertura 23<br />

indicam ainda a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se avançar no que diz respeito à inclusão <strong>de</strong> pessoal auxiliar nas equipes <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal. Em 2003, a cobertura <strong>de</strong> Procedimentos Coletivos na população <strong>de</strong> 0 a 14 anos foi <strong>de</strong> 29,58% em<br />

âmbito estadual, mostrando um avanço consi<strong>de</strong>rável em relação aos dados registrados em 1995 (14,97%). O<br />

acesso à primeira consulta odontológica foi <strong>de</strong> 12,20% em âmbito estadual; entretanto na região do interior esse<br />

percentual foi <strong>de</strong> 17,86% enquanto a região da Gran<strong>de</strong> São Paulo registrou 6,11%. Enquanto os procedimentos<br />

individuais básicos registraram uma média <strong>de</strong> 0,65 procedimento / habitante, os especializados registraram uma<br />

média <strong>de</strong> 0,038 proc / habitante, indicando a pequena oferta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s odontológicas no<br />

estado. O Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família tinha uma inserção ainda tímida no Estado, em conseqüência, provavelmente,<br />

da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> já existente. O planejamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal baseado em critérios <strong>de</strong> risco<br />

às doenças bucais foi utilizado por 51% dos municípios. Em suma, houve avanços no <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal nos últimos anos, em que pese a conjuntura econômica <strong>de</strong>sfavorável. Entretanto,<br />

é evi<strong>de</strong>nte que apesar da observação do <strong>de</strong>clínio da cárie nas faixas etárias <strong>de</strong> 5 a 12 anos, as doenças bucais<br />

continuam sendo um importantíssimo problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública em todo estado <strong>de</strong> São Paulo. Parcelas significativas<br />

da população continuam à margem das ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, excluídas dos benefícios propiciados<br />

pelo avanço técnico e científico da odontologia, sobretudo as populações mais carentes das periferias<br />

das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s e dos municípios <strong>de</strong> menor <strong>de</strong>senvolvimento econômico. Requer-se, assim, esforço dos<br />

dirigentes e técnicos das três esferas <strong>de</strong> gestão do SUS, assim como dos profissionais e representações da socieda<strong>de</strong><br />

civil, no aprofundamento das estratégias formuladas, na busca dos recursos financeiros necessários, com<br />

a participação dos Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, orientando efetivamente o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> na direção da<br />

Equida<strong>de</strong>, Universalida<strong>de</strong>, Integralida<strong>de</strong>, Descentralização e Regionalização, lembrando que:<br />

“A saú<strong>de</strong> é um direito fundamental do ser humano, <strong>de</strong>vendo o Estado prover as condições indispensáveis ao<br />

seu pleno exercício. O <strong>de</strong>ver do Estado <strong>de</strong> garantir a saú<strong>de</strong> consiste na reformulação e execução <strong>de</strong> políticas<br />

econômicas e sociais que visem à redução <strong>de</strong> riscos <strong>de</strong> doenças e <strong>de</strong> outros agravos no estabelecimento <strong>de</strong><br />

condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção<br />

e recuperação. O <strong>de</strong>ver do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da socieda<strong>de</strong>”. (Lei 8<br />

090, Art. 2º, § 1º e 2º).<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e<br />

encontro paralelo<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 1<br />

Financiamento e gestão do SUS e a Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

José Carlos <strong>de</strong> Moraes<br />

(Ministério da Saú<strong>de</strong>)<br />

Para melhor enten<strong>de</strong>r e permitir o <strong>de</strong>bate sobre o financiamento do SUS, e necessário resgatar os movimentos e<br />

marcos históricos que <strong>de</strong>finiram a estrutura e que produziram impacto no processo <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> recursos e<br />

conseqüentemente na gestão. Consi<strong>de</strong>rando que ainda na década <strong>de</strong> 80, gran<strong>de</strong> parte dos brasileiros não tinha a<br />

garantia do direito a saú<strong>de</strong>, restrita então aos trabalhadores urbanos regulamente contratados com o atendimento<br />

através da estrutura do INANPS e, que a política nacional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> era caracterizada pela forte centralização no<br />

papel fe<strong>de</strong>ral, burocrático, praticamente cartorial. Neste período e nos anos anteriores, houve uma forte expansão<br />

do setor privado no país, financiado pelo Estado que ao mesmo tempo garantiu a contratação <strong>de</strong>ssa oferta<br />

dos hospitais e clínicas privadas. Ainda é caracterizado pelo crescimento das especialida<strong>de</strong>s medicas e pela incorporação<br />

<strong>de</strong> tecnologia e conseqüentes custos, a assistência a população era <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sigual e cara.<br />

Nesse contexto fortalece o movimento da “Reforma Sanitária”, que representa a articulação da socieda<strong>de</strong>, como<br />

um longo processo <strong>de</strong> formulação e luta pela saú<strong>de</strong> pública e pela re<strong>de</strong>mocratização do país. Que tem como<br />

marco a 8ª Conferencia Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em 1986, trazendo como referencial para a política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: a universalida<strong>de</strong><br />

e equida<strong>de</strong> no acesso; integralida<strong>de</strong> no cuidado; regionalização e hierarquização dos serviços e o<br />

controle da socieda<strong>de</strong>. Consolidado na Constituição Fe<strong>de</strong>ral, promulgada em 1988, ampliou os direitos civis e<br />

políticos, como uma carta <strong>de</strong> direitos, e reconhecendo como tal o trabalho, a educação, habitação, alimentação,<br />

cultura e saú<strong>de</strong>. Assim, a saú<strong>de</strong> se inscreve como direito do cidadão, e da coletivida<strong>de</strong> e como <strong>de</strong>ver do po<strong>de</strong>r<br />

público ou, dos estados Em 1990 é sancionada a lei orgânica da saú<strong>de</strong>-LOS, que, com o objetivo <strong>de</strong> regulamentar<br />

a constituição aprofunda os conceitos dos princípios e diretrizes do SUS, <strong>de</strong>finindo as competências dos<br />

níveis <strong>de</strong> gestão e critérios para o financiamento e transferência dos recursos para estados e municípios. Sob o<br />

argumento da inviabilida<strong>de</strong> conjuntural, <strong>de</strong> regulamentar a LOS, principalmente o artigo 35 e, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> organizar a <strong>de</strong>scentralização publica-se a Norma Operacional Básica – NOB, que estabelece critérios para<br />

habilitação dos municípios e estados e <strong>de</strong>fine recursos financeiros para assistência. Inicialmente pela NOB-91,<br />

caracterizada pela gestão do SUS ainda muito centralizada no nível fe<strong>de</strong>ral, equipara prestadores públicos aos<br />

privados, sendo o repasse dos recursos condicionados a produção <strong>de</strong> serviços. Entre 1994 e 1997, a alocação <strong>de</strong><br />

recursos fe<strong>de</strong>rais foi realizada em função da NOB / 93 que introduziu importantes alterações na sistemática <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> recursos. Nela foram adotadas transferências regulares e automáticas do Fundo Nacional <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> para os Fundos Municipais e Estaduais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, o que significou uma ruptura em relação à sistemática<br />

anterior. Os municípios habilitados a receberem os recursos não tinham obrigação <strong>de</strong> alocá-los em programas<br />

pré-<strong>de</strong>terminados, tendo autonomia <strong>de</strong> aplicação, segundo suas priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas em seu plano <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Deve-se dizer que o critério básico para os montantes a serem transferidos, ainda era feito com base na série<br />

histórica <strong>de</strong> gasto, condicionada pelo faturamento dos serviços ambulatoriais e hospitalares, mantendo as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

existentes na distribuição da oferta. Essa forma <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais sofreu uma alteração<br />

a partir da NOB 96, que passou a vigorar somente em 1998, on<strong>de</strong> foi estabelecido que, para o nível da atenção<br />

básica, o financiamento seria realizado procurando-se alcançar a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesa para todos os municípios,<br />

estabelecendo-se um valor per capita mínimo (Piso da Atenção Básica – PAB-fixo), ancorado no gasto per<br />

capita médio nacional, e um valor per capita máximo para os municípios, com gasto superior ao valor médio<br />

nacional. Foram criados, ainda, os incentivos financeiros (PAB-variável) para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas<br />

específicos como o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e o Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e, a <strong>de</strong>sti-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 25<br />

nação <strong>de</strong> recursos para a vigilância sanitária e para o controle <strong>de</strong> doenças. Quando a forma <strong>de</strong> transferência<br />

fundo a fundo se consolidava como alternativa a remuneração <strong>de</strong> serviços produzidos, ainda na vigência da<br />

NOB-96, parte dos recursos fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong>stinados a financiar a média e alta complexida<strong>de</strong>, passam a ser transferidos<br />

<strong>de</strong> acordo com estratégias ou campanhas pré-<strong>de</strong>finidas, um conjunto <strong>de</strong> ações custeadas <strong>de</strong> forma diferenciada,<br />

resgatando a produção como modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transferência. Sendo que, a cada ano foi aumentando o número<br />

<strong>de</strong> itens financiados e custeados pelo FAEC – fundo <strong>de</strong> ações estratégicas e <strong>de</strong> compensação a partir <strong>de</strong> 1999.<br />

Neste período <strong>de</strong> implementação da política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, nota-se maior comprometimento da participação dos municípios<br />

e estados no financiamento do SUS, mesmo assim, os recursos transferidos pela união correspon<strong>de</strong>m a<br />

maior parte custeio das ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mesmo que diminuindo a participação proporcional, mas<br />

mantendo crescente o aumento nominal das transferências <strong>de</strong> recursos. Para se ter idéia, segundo os dados do<br />

SIOPS em 2003, o gasto público com saú<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> R$ 57 bilhões. A união respon<strong>de</strong>u por 48,6% do total, os<br />

estados por 25,7% e os municípios por 25,7. Em 1995, segundo o IPEA, recursos da união eram da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

63%, estados 20,7% e municípios 16,4%. Tal mudança no perfil da aplicação dos recursos se <strong>de</strong>ve pelo conjunto<br />

<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s assumidas pelos gestores e, principalmente a partir da aprovação pelo congresso em<br />

nacional em 2000 da emenda constitucional numero 29 – EC 29. Ficou então <strong>de</strong>finido que a União, Estados e<br />

Municípios <strong>de</strong>veriam aplicar recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Devendo os<br />

estados e municípios alocar recursos <strong>de</strong> impostos e transferências constitucionais, num montante percentual,<br />

que <strong>de</strong>veria crescer anualmente até atingir em 2004, 12% para estados e 15% para os municípios. Para a União,<br />

<strong>de</strong>finia que no primeiro ano o aporte <strong>de</strong> 5% sobre o orçamento empenhado no período anterior e para os seguintes,<br />

o valor apurado no ano anterior corrigido pela variação do PIB nominal. Contudo, é fundamental a regulamentação<br />

da previsto na emenda, para que a <strong>de</strong>finição do que são ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, do que <strong>de</strong>ve ou não<br />

ser gastos em saú<strong>de</strong>. Eliminando assim, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretações e inclusões <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas que não são<br />

típicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Atualmente, após a pactuação na Comissão Intergestores Tripartite - CIT e pela aprovação no<br />

Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e <strong>de</strong> Gestão, que tem como um dos eixos<br />

<strong>de</strong> ação o financiamento, estabelece e reafirma alguns princípios gerais, buscando a <strong>de</strong>sfragmentação dos recursos<br />

fe<strong>de</strong>rais reduzindo e aglutinando as transferências. Reafirma que o financiamento do SUS é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong><br />

das três esferas <strong>de</strong> gestão; que o repasse fundo a fundo <strong>de</strong>ve ser a modalida<strong>de</strong> preferencial para transferência<br />

<strong>de</strong> recursos entre os gestores; a importância da redução das iniqüida<strong>de</strong>s regionais e, que o financiamento<br />

fe<strong>de</strong>ral para o custeio será constituído em blocos <strong>de</strong> recursos, que serão assim organizados: Atenção básica,<br />

Atenção <strong>de</strong> média e alta complexida<strong>de</strong>, Vigilância em saú<strong>de</strong>, Assistência farmacêutica e Gestão do SUS. Os<br />

recursos que compõe cada bloco po<strong>de</strong>m ser utilizados <strong>de</strong> forma global, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada bloco conferindo maior<br />

liberda<strong>de</strong> na sua aplicação pelos gestores, aten<strong>de</strong>ndo as especificida<strong>de</strong>s previstas, conforme regulamentação<br />

específica. Assim, até que seja possível instituir um processo <strong>de</strong> alocação <strong>de</strong> recursos que consi<strong>de</strong>re as necessida<strong>de</strong>s<br />

em saú<strong>de</strong> como referência, que reconheça e interprete as diferenças regionais, sempre aten<strong>de</strong>ndo aos preceitos<br />

legais que organizam o SUS, como política social e a saú<strong>de</strong> como relevância publica, fica apresentado o<br />

<strong>de</strong>safio <strong>de</strong> buscar a garantida dos direitos dos cidadãos brasileiros, constituindo e implementando estratégias <strong>de</strong><br />

cooperação e uma relação solidária entre os gestores do SUS, on<strong>de</strong> se busque superar a atual estrutura do financiamento<br />

público para saú<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 26<br />

Ricardo Oliva<br />

(Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

O Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) é uma das políticas sociais mais bem sucedidas no Brasil. Tornou-se um dos<br />

maiores sistemas públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no mundo e ocasionou gran<strong>de</strong> ampliação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tanto na atenção<br />

básica, quanto em procedimentos <strong>de</strong> alto custo, isso baseado nos seus princípios éticos da universalida<strong>de</strong>,<br />

integralida<strong>de</strong> e eqüida<strong>de</strong>. Porém, o SUS enfrenta o encarecimento da assistência à saú<strong>de</strong> em função da cobertura<br />

da população antes consi<strong>de</strong>rada “excluída”, aumento da população <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, envelhecimento e ocorrência<br />

<strong>de</strong> doenças crônicas e incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias e terapêuticas. O financiamento do SUS cabe às três<br />

esferas, mas é necessário que se leve em conta a evolução histórica <strong>de</strong>sse financiamento, o papel <strong>de</strong> cada esfera<br />

no SUS, as diferenças regionais e entre os estados, a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços e ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada local e a garantia<br />

<strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong>, o que coloca o Estado <strong>de</strong> São Paulo em uma situação diferente dos <strong>de</strong>mais. Em uma análise do<br />

percentual <strong>de</strong> recursos disponibilizados pelas três esferas <strong>de</strong> governo para a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80 até<br />

2005, observa-se uma redução no valor disponibilizado pela União e uma aumento dos valores disponibilizados<br />

por estados e municípios. Além disso, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, o investimento “per capita” do SUS é maior que<br />

no Brasil <strong>de</strong>vido aos gastos estaduais e municipais. O Estado <strong>de</strong> São Paulo contempla 22% da população do<br />

Brasil e realiza proporcionalmente mais procedimentos <strong>de</strong> alta complexida<strong>de</strong>. Os recursos estaduais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

no Estado <strong>de</strong> São Paulo não possuem equivalência em outros estados, pois engloba re<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas médicas,<br />

hospitais universitários estaduais, 60 unida<strong>de</strong>s hospitalares estaduais, 6 institutos <strong>de</strong> pesquisa, a SUCEM e mais<br />

três fundações. Em 2005, na atenção básica foram empregados recursos estaduais no valor <strong>de</strong> R$ 813 milhões,<br />

correspon<strong>de</strong>nte a R$ 20,1 hab / ano. Com a média e alta complexida<strong>de</strong>, o Estado <strong>de</strong> São Paulo gastou R$<br />

3.985,3 bilhões (R$ 98,5 hab / ano). Tem-se buscado gastar com saú<strong>de</strong> o percentual previsto pela EC 29/00 e os<br />

gastos na atenção básica têm sido direcionados com base no princípio da eqüida<strong>de</strong>. Houve uma mudança no<br />

papel do gestor estadual em função do processo <strong>de</strong> municipalização, o que coloca a atenção primária (inclusive<br />

bucal) como parte da gestão municipal, permitindo a SES <strong>de</strong>senvolver o seu papel <strong>de</strong> articulador, assessor, incentivador<br />

e promotor da eqüida<strong>de</strong> na atenção primária e manter seu papel na prestação <strong>de</strong> serviços secundários<br />

e <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong> (referência). Po<strong>de</strong>-se concluir que, tanto na saú<strong>de</strong> bucal, como em outras áreas, são<br />

necessários muitos investimentos e ampliação dos atendimentos, mesmo no Estado <strong>de</strong> São Paulo. Os gestores<br />

<strong>de</strong>vem reforçar seus compromissos na construção do sistema, respeitando as agendas políticas fe<strong>de</strong>ral, estaduais<br />

e municipais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não contrariem os princípios do SUS. O Estado <strong>de</strong> São Paulo tem dado atenção em<br />

saú<strong>de</strong> bucal e mantém suas priorida<strong>de</strong>s: colaborar para a eqüida<strong>de</strong> do acesso, auxiliar os municípios nas capacitações<br />

e treinamentos <strong>de</strong> recursos humanos, avaliar a evolução da área e auxiliar na realização <strong>de</strong> levantamentos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos, criar novos mo<strong>de</strong>los e estratégias para a área (com garantia <strong>de</strong> recursos estaduais) e investir<br />

em atenção referencial na medida <strong>de</strong> suas possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 27<br />

Marcos da Silveira Franco<br />

(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ubatuba - SP)<br />

A saú<strong>de</strong> bucal caminha em franco <strong>de</strong>senvolvimento por meio das ações promovidas pelo Brasil Sorri<strong>de</strong>nte, a<br />

primeira política nacional estabelecida e construída com o principal objetivo <strong>de</strong> consolidar as suas ações sob a<br />

lógica do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, estratégia estruturante do SUS. A política <strong>de</strong> financiamento da saú<strong>de</strong><br />

bucal para os municípios vem sofrendo algumas modificações importantes e históricas no intuito <strong>de</strong> apoiar à<br />

implementação e a operacionalização <strong>de</strong> suas ações. Espaços foram conquistados com a idéia da concretização<br />

das propostas <strong>de</strong> criação e recriação das situações que se apresentam no cenário epi<strong>de</strong>miológico das doenças<br />

bucais no Brasil, tais como a equiparação na relação entre as equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família<br />

e o aumento nos incentivos financeiros para implantação das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Entretanto, há muito<br />

o que ser trabalhado ainda, como a própria política <strong>de</strong> financiamento, a fim <strong>de</strong> rever a participação <strong>de</strong> cada uma<br />

das três esferas <strong>de</strong> governo, <strong>de</strong>ntre uma série <strong>de</strong> outras ações. Urge o momento, inclusive, da revisão dos valores<br />

da tabela <strong>de</strong> procedimentos odontológicos do SUS. Portanto, faz-se necessário a i<strong>de</strong>alização <strong>de</strong> espaços e a<br />

participação <strong>de</strong> todos os envolvidos nesse processo relativo à consolidação da saú<strong>de</strong> bucal no SUS para, estrategicamente,<br />

promover o <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>stas questões relativas ao permanente e relevante avanço da idéia da saú<strong>de</strong><br />

bucal no SUS.<br />

"Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas".<br />

(Luis Fernando Veríssimo)<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 28<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 2<br />

Integralida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

Marcelo Bacci Coimbra<br />

(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Amparo - SP)<br />

Durante anos, no município <strong>de</strong> Amparo, os programas <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> bucal priorizaram as gestantes e os<br />

indivíduos <strong>de</strong> 0 a 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, ficando a população adulta limitada a restritos atendimentos. A partir <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2001, a inserção das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal na Saú<strong>de</strong> da Família e a inclusão da estratégia <strong>de</strong> avaliação<br />

<strong>de</strong> risco, como propostas <strong>de</strong> reorganização do mo<strong>de</strong>lo assistencial, têm ampliado <strong>de</strong> forma significativa o<br />

acesso da população adulta aos programas <strong>de</strong> atendimento odontológico programático. Os usuários que necessitam<br />

<strong>de</strong> atenção secundária são encaminhados para o Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas para conclusão do<br />

tratamento. Os objetivos <strong>de</strong>ssa proposta <strong>de</strong> reorganização são: o acesso da população adulta às ações básicas e<br />

especializadas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e manter as condições epi<strong>de</strong>miológicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal na população <strong>de</strong> 0 a 14<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. A avaliação <strong>de</strong> risco tem sido uma das principais estratégias utilizadas para nortear a assistência<br />

e esta se dá através <strong>de</strong> triagens familiares, on<strong>de</strong> o risco social e as condições bucais individuais são consi<strong>de</strong>rados.<br />

As condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal são avaliadas, classificando os indivíduos quanto ao risco (alto, médio e baixo).<br />

Os classificados em alto risco apresentam doenças bucais ativas e necessitam <strong>de</strong> assistência individual. No<br />

entanto, os <strong>de</strong> médio e baixo risco po<strong>de</strong>m ter a atenção concluída através <strong>de</strong> procedimentos coletivos com complexida<strong>de</strong><br />

gradativa conforme a classificação entre o risco <strong>de</strong> adoecer e a ausência <strong>de</strong> doença. As especialida<strong>de</strong>s<br />

odontológicas oferecidas pelo município são patologia bucal, periodontia, endodontia, prótese <strong>de</strong>ntal, pacientes<br />

especiais e cirurgia. De agosto <strong>de</strong> 2001 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 foram totalizados 45.004 Tratamentos Odontológicos<br />

Completados, dos quais 30.399 foram iniciais, 11.595 foram <strong>de</strong> manutenção e 3.010 especializados. Consi<strong>de</strong>rando<br />

que a população cadastrada em Amparo é <strong>de</strong> 56.516 habitantes, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar a cobertura satisfatória.<br />

Po<strong>de</strong>-se concluir que o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família tem se mostrado eficaz na reorganização do mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> atenção e tem ampliado o acesso da população às ações <strong>de</strong> promoção, prevenção e recuperação da saú<strong>de</strong><br />

bucal. Os critérios <strong>de</strong> risco têm possibilitado a otimização do serviço uma vez que os indivíduos recebem a<br />

atenção necessária nos diferentes graus <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong>, conforme as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal apresentada. A<br />

implantação dos Centros <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas é fundamental para garantir a atenção integral à população<br />

adulta, que pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a atenção odontológica ocorrida durante décadas, apresenta necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 29<br />

Fausto Souza Martino<br />

(Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal – SES-SP – DIR V - Osasco)<br />

Com a criação do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos níveis locais vêm trabalhando <strong>de</strong><br />

forma a transpor barreiras para sua implantação, através <strong>de</strong> seus princípios fundamentais <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong>,<br />

integralida<strong>de</strong> e eqüida<strong>de</strong>. A busca da ampliação do acesso a serviços integrais e resolutivos tem sido um constante<br />

<strong>de</strong>safio dos municípios. A experiência da área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da Diretoria Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (DIR) V <strong>de</strong><br />

Osasco alcançou resultados importantes nesta direção nos últimos anos. A DIR V - Osasco conta com 15 municípios<br />

da região metropolitana <strong>de</strong> São Paulo e está localizada a oeste da capital. Em 12 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1999,<br />

através <strong>de</strong> portaria <strong>de</strong> seu Diretor Técnico, o Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da DIRV – Osasco foi criado com os objetivos<br />

<strong>de</strong> fortalecer a implantação e implementação das diretrizes políticas da saú<strong>de</strong> bucal nos municípios, promover<br />

a integração dos municípios entre a DIR V – Osasco e a coor<strong>de</strong>nação estadual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, buscar<br />

incentivos financeiros para subsidiar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e divulgar resultados das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal dos<br />

municípios da região. O comitê é composto pelo interlocutor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da DIR V e representantes da área<br />

técnica da DIR V e dos Programas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal dos 15 municípios que compõem esta regional, <strong>de</strong>signados<br />

por ato dos respectivos Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada município. Os resultados <strong>de</strong> seu trabalho vêm <strong>de</strong>monstrando<br />

gran<strong>de</strong> importância na integração, no <strong>de</strong>senvolvimento científico e no suporte técnico à organização dos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da região. Dentre suas ações, o comitê tem prestado apoio técnico aos municípios na<br />

implantação dos Centros <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas (CEO), elaborou o Plano Diretor Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal, presta assessoria aos municípios nas campanhas <strong>de</strong> prevenção do câncer bucal, promoveu o 1° e o 2°<br />

Fóruns <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva da região, incentivou a capacitação técnico-científica <strong>de</strong> todos os profissionais<br />

envolvidos com a saú<strong>de</strong> bucal como a educação continuada com os profissionais que realizam especialida<strong>de</strong>s<br />

nos municípios, além <strong>de</strong> apoiar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas em serviço, <strong>de</strong>senvolvidas juntamente com o<br />

Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Secretaria Estadual da Saú<strong>de</strong> e o Departamento <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. A região da DIR V – Osasco possui <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados dos anos 90,<br />

além da atenção básica, serviços especializados <strong>de</strong> endodontia, cirurgia oral menor e atendimento a portadores<br />

<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais. Com a criação <strong>de</strong> oito CEO na região, outras especialida<strong>de</strong>s como periodontia, semiologia<br />

e prótese foram implantadas e expandidas a mais municípios. A região apresenta como característica<br />

diferencial, o histórico <strong>de</strong> trabalho com sistema modular e equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. O primeiro curso <strong>de</strong> formação<br />

<strong>de</strong> Técnicos em Higiene Dental (THD) no Estado <strong>de</strong> São Paulo foi realizado na região, tendo até o momento<br />

formado cerca <strong>de</strong> 50 THD. Os fatores que contribuíram para a melhoria dos serviços e do quadro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

da região foram, além da fluoretação das águas <strong>de</strong> abastecimento há mais <strong>de</strong> 20 anos na maioria dos municípios<br />

e do uso <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrícios fluoretados, a melhoria da qualida<strong>de</strong> da atenção em saú<strong>de</strong> bucal proporcionada<br />

pela participação da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em ativida<strong>de</strong>s multidisciplinares e investimento públicos na formação<br />

<strong>de</strong> pessoal auxiliar.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 30<br />

Luiz Gustavo Leite Praça<br />

(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Estância Turística <strong>de</strong> Peruíbe - SP)<br />

As ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>senvolvidas na Estância Turística <strong>de</strong> Peruíbe são: Programa Odonto-bebê, Programa<br />

<strong>de</strong> Prevenção Escolar, inserção da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, Programa <strong>de</strong> Prótese<br />

Total, Cirurgia Buço-maxilo-facial, além do atendimento básico nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e do ônibus<br />

odontológico. O Programa Odonto-bebê é realizado por um cirurgião-<strong>de</strong>ntista e consiste em palestras educativas<br />

para gestantes e puérperas, incentivo ao aleitamento materno, higiene bucal e prevenção <strong>de</strong> maus hábitos. O<br />

Programa <strong>de</strong> Prevenção Escolar consiste na orientação sobre higiene bucal, bochechos fluoretados, escovação<br />

supervisionada e palestras para professores (capacitação) e pais. No Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, encontramse<br />

seis equipes que visam a prevenção e cuidados das famílias adscritas, com visitas domiciliares e tratamentos<br />

preventivo e corretivo da população. O Programa <strong>de</strong> Prótese Total fornece às pessoas carentes e idosas, próteses<br />

totais e parciais. Visa promover a reabilitação bucal e social da população atendida. A Cirurgia buco-maxilofacial<br />

visa aten<strong>de</strong>r as emergências cirúrgicas e pacientes aci<strong>de</strong>ntados, bem como promover o diagnóstico bucal<br />

da população. As unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o ônibus odontológico visam promover o atendimento da população<br />

dos bairros e da zona rural.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 31<br />

Mesa <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates 3<br />

Educação e formação <strong>de</strong> recursos humanos para o SUS<br />

Ana Stela Haddad<br />

(Ministério da Saú<strong>de</strong>)<br />

O ensino <strong>de</strong> odontologia no Brasil, assim como em outros países, sofreu gran<strong>de</strong> influência do estágio <strong>de</strong> conhecimento<br />

dos <strong>de</strong>terminantes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Assim, a formação em odontologia, nos mol<strong>de</strong>s ainda hoje concebidos em<br />

muitas escolas, enten<strong>de</strong>u a saú<strong>de</strong> como resultado do processo biológico, fundada em princípios flexnerianos, <strong>de</strong><br />

higiene e distante do contexto social. Dois movimentos do conhecimento científico ampliaram os limites <strong>de</strong><br />

compreensão do processo saú<strong>de</strong>-doença e por conseqüência, os limites do ensino <strong>de</strong> odontologia: a inserção dos<br />

<strong>de</strong>terminantes sociais <strong>de</strong> doenças com a inclusão progressiva das “causas das causas” e a retomada da relação<br />

entre os problemas bucais e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> geral <strong>de</strong> indivíduos e coletivida<strong>de</strong>s. Até os anos 90, as políticas públicas<br />

para o setor enfrentavam timidamente os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. A crescente participação dos <strong>de</strong>ntistas nos<br />

programas públicos nos coloca frente à ina<strong>de</strong>quação do ensino, para esse novo mo<strong>de</strong>lo que coloca a <strong>Odontologia</strong><br />

como protagonista da atenção básica. A inserção do <strong>de</strong>ntista nas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família é parte essencial<br />

da estratégia <strong>de</strong> estruturação dos serviços no SUS. O número <strong>de</strong> equipes vem aumentando e progressivamente<br />

diminuindo a distância entre as proporções <strong>de</strong> Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal em relação às Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação entre os setores da Saú<strong>de</strong> e da Educação assim como <strong>de</strong> mudanças do<br />

mo<strong>de</strong>lo atual <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> profissionais está presente nos diversos documentos produzidos nas Conferências<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Os Recursos Humanos são essenciais para a qualida<strong>de</strong> da atenção à saú<strong>de</strong>. Nada adianta investir em<br />

recursos materiais, equipamentos, reformas <strong>de</strong> estrutura física se as pessoas que fazem saú<strong>de</strong> não estiverem<br />

motivadas e preparadas para esta função. Este reconhecimento é explícito na temática escolhida para o Dia<br />

Mundial da Saú<strong>de</strong>, “Trabalhadores da Saú<strong>de</strong>, imprescindíveis” e na propagada Década dos Recursos Humanos,<br />

pautados pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>. A atual agenda da Secretaria <strong>de</strong> Gestão e do Trabalho e da Educação<br />

na Saú<strong>de</strong>, no que diz respeito à gestão da educação, busca um mo<strong>de</strong>lo educacional <strong>de</strong> integração entre<br />

ensino, serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e trabalho em saú<strong>de</strong>, a regulação para a qualida<strong>de</strong> do ensino e a valorização da educação<br />

permanente para o trabalho. Entre as ações previstas que <strong>de</strong>verão ter impacto sobre o ensino <strong>de</strong> odontologia<br />

está a implantação PRO-SAÚDE. Os sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> educação no Brasil cresceram com lógicas próprias.<br />

Ambos têm, entretanto, o papel constitucional <strong>de</strong> promover a construção <strong>de</strong> uma nação menos <strong>de</strong>sigual,<br />

mais justa e melhor para todos. Muito se po<strong>de</strong> esperar <strong>de</strong> uma articulação que permita melhorar a qualida<strong>de</strong> do<br />

ensino e consolidar o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A relação entre o ensino <strong>de</strong> odontologia e as políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ainda<br />

tem muito que avançar. Porém, é inegável o papel <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança que assume a odontologia, juntamente com a<br />

medicina e a enfermagem, como referência para que as mudanças possam expandir-se também para os <strong>de</strong>mais<br />

cursos <strong>de</strong> graduação que compõem a área da saú<strong>de</strong>. A formação superior em saú<strong>de</strong> não resolverá todos os problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e sociais. Entretanto, é fundamental reconhecer o papel primordial que o ensino tem no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

social da nação. As mudanças necessárias para fazer evoluir dois gran<strong>de</strong>s setores em ação sinérgica<br />

exigirão esforços incansáveis. Toma-se como motivação o fato <strong>de</strong> que muitos <strong>de</strong>terminantes são coinci<strong>de</strong>ntes e<br />

que as estratégias para atingir a melhor educação são também as da melhor saú<strong>de</strong> e por conseqüência, a das<br />

melhores condições <strong>de</strong> vida da população.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 32<br />

Karina Barros Calif Batista<br />

(Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

O Pólo <strong>de</strong> Educação Permanente é uma instância <strong>de</strong> articulação e <strong>de</strong> intervenção das <strong>de</strong>mandas educativas no<br />

interior das práticas <strong>de</strong> educação, saú<strong>de</strong>, trabalho e, na interação <strong>de</strong>ssas com a população; um espaço <strong>de</strong> negociação<br />

política das <strong>de</strong>mandas e priorida<strong>de</strong> dos Projetos <strong>de</strong> Educação em saú<strong>de</strong>. Não é um espaço físico. Participam<br />

dos pólos todas as pessoas e instituições que tenham algum vínculo com a saú<strong>de</strong>. Cada Pólo <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> as datas,<br />

o local e a periodicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas reuniões. O colegiado é uma instância do Pólo da qual todos po<strong>de</strong>m participar;<br />

<strong>de</strong>fine projetos prioritários e ações a serem implementadas. O Conselho Gestor do Pólo é a coor<strong>de</strong>nação<br />

executiva; o colegiado <strong>de</strong>fine a composição do Pólo e indica representantes do conselho Gestor (gestores; instituições<br />

formadoras; conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; movimento estudantil; movimentos populares etc.). Tem a missão <strong>de</strong><br />

fazer com que os Projetos cheguem ao gestor estadual e ao Ministério da Saú<strong>de</strong> para a liberação <strong>de</strong> recursos.<br />

Funciona <strong>de</strong> acordo com as <strong>de</strong>liberações que forem tomadas no colegiado. A representação é institucional; todas<br />

as instituições po<strong>de</strong>m postular assento que será avaliado pela gestão do Pólo. Todos os participantes que<br />

têm representação formal (ofício da instituição) po<strong>de</strong>m fazer as pactuações. No Estado <strong>de</strong> São Paulo tem-se oito<br />

pólos (regiões e loco-regiões): Pólo Oeste Paulista (Marília; Assis; Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte), Pólo Noroeste Paulista<br />

(São José do Rio Preto; Araçatuba; Barretos), Pólo Baixada Santista (Região da Baixada Santista), Pólo do Vale<br />

do Paraíba (São José dos Campos; Taubaté), Pólo Sudoeste Paulista: (Bauru; Botucatú; Registro; Sorocaba),<br />

Pólo Nor<strong>de</strong>ste Paulista (Ribeirão Preto; Araraquara e Franca), Pólo Leste Paulista (Campinas; Piracicaba; São<br />

João da Boa Vista), e Pólo da Gran<strong>de</strong> São Paulo (municípios <strong>de</strong> São Paulo; Santo André; Mogi das Cruzes;<br />

Franco da Rocha e Osasco). A educação permanente em saú<strong>de</strong> consiste <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> capacitação do pessoal<br />

da saú<strong>de</strong> estruturados a partir da problematização do seu processo <strong>de</strong> trabalho, cujo objetivo é a transformação<br />

das práticas profissionais e da própria organização do trabalho, tomando como referência as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> das pessoas e das populações, da gestão setorial e o controle social em saú<strong>de</strong>. É a partir da problematização<br />

do processo e da qualida<strong>de</strong> do trabalho - em cada serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - que são i<strong>de</strong>ntificadas as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> capacitação, garantindo a aplicabilida<strong>de</strong> e a relevância dos conteúdos e tecnologias estabelecidas. As <strong>de</strong>mandas<br />

por capacitação não se <strong>de</strong>finem somente a partir <strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s individuais <strong>de</strong> atualização,<br />

nem das orientações dos níveis centrais, mas prioritariamente a partir dos problemas <strong>de</strong> organização do<br />

trabalho, consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prestar atenção relevante e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Transformar a formação e<br />

gestão do trabalho em saú<strong>de</strong>: envolve mudanças nas relações, nos processos, nos atos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e principalmente<br />

nas pessoas e são questões tecno-políticas e implicam a articulação <strong>de</strong> ações para <strong>de</strong>ntro e para fora das instituições<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Só tem potência se articulada com a gestão: para ter capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efetivamente interferir sobre<br />

os nós críticos da organização dos serviços e das práticas. Possibilita a construção <strong>de</strong> estratégias que são efetivamente<br />

levadas à prática (porque os atores participam da sua proposição). As ações <strong>de</strong> formação são parte das<br />

soluções <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas e trabalhadas <strong>de</strong> maneira ativa. Possibilita construir novo estilo <strong>de</strong> gestão: pactos construídos<br />

coletivamente; profissionais sujeitos da produção <strong>de</strong> alternativas. A proposta do Ministério da Saú<strong>de</strong> em<br />

parceria com estados e municípios consta <strong>de</strong>: iniciativa nacional (para a formação <strong>de</strong> tutores e facilitadores da<br />

educação permanente em saú<strong>de</strong>) e curso a distância (em parceria MS e ENSP - uma estratégia do MS para fortalecer<br />

a implementação dos Pólos e da EP). Tem como objetivo ampliar a massa crítica capaz <strong>de</strong> operar a educação<br />

permanente no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Na primeira turma no Brasil foram envolvidos 300 tutores para formar 6<br />

mil facilitadores .No Estado <strong>de</strong> São Paulo. na 1ª turma foram envolvidos 44 tutores e 880 facilitadores. Os tutores<br />

são pessoas comprometidas com a política <strong>de</strong> EP, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação locorregional e experiência<br />

prévia em facilitação <strong>de</strong> processos, selecionados mediante edital público lançado pela ENSP em parceria com o<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong>. São os facilitadores da formação <strong>de</strong> facilitadores <strong>de</strong> E. P. Os facilitadores têm um novo<br />

papel, uma nova função sendo construída no âmbito do SUS: acompanhar e facilitar a reflexão crítica sobre os<br />

processos <strong>de</strong> trabalho das equipes que operam no SUS. A reflexão sobre o trabalho no SUS exige uma caixa <strong>de</strong><br />

ferramentas que inclui a integralida<strong>de</strong>, a produção do cuidado, o trabalho em equipe, a dinamização <strong>de</strong> coletivos,<br />

a gestão <strong>de</strong> equipes e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problematizar e i<strong>de</strong>ntificar pontos sensíveis e estratégicos<br />

para a produção da integralida<strong>de</strong> e da humanização.Para a i<strong>de</strong>ntificação dos facilitadores <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados:<br />

a referência <strong>de</strong>ve ser a integralida<strong>de</strong> e a pergunta a ser respondida <strong>de</strong>ve ser: quais os principais problemas<br />

que nos afastam da atenção integral neste dado território / locorregião; i<strong>de</strong>ntificados os problemas, o<br />

exercício é <strong>de</strong>scobrir quais os mais críticos, ou seja, quais os que enfrentados possibilitam um salto <strong>de</strong> qualida-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 33<br />

<strong>de</strong>; <strong>de</strong>finidos os nós críticos, teremos localizados temas, equipes, locais geográficos, locais <strong>de</strong> atenção nos quais<br />

prioritariamente <strong>de</strong>senvolveremos ações <strong>de</strong> educação permanente; o passo seguinte é i<strong>de</strong>ntificar pessoas com<br />

potencial para conduzir esses processos <strong>de</strong> reflexão crítica. Os <strong>de</strong>safios da educação permanente são: educação<br />

e trabalho (formação e produção <strong>de</strong> processos e práticas nos locais <strong>de</strong> serviço); .mudança nas práticas <strong>de</strong> formação<br />

e nas práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e articulação ensino-gestão-atenção-controle social.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 34<br />

Nilce Emy Tomita<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru - <strong>USP</strong>)<br />

À medida que as exigências <strong>de</strong> um mundo globalizado vão se organizando <strong>de</strong> modo segmentado, a qualificação<br />

/especialização do trabalhador da saú<strong>de</strong> visa oferecer respostas vagas a uma questão pouco precisa. O <strong>de</strong>safio<br />

da área <strong>de</strong> educação é formular novas perguntas. Em muitos casos, a crise <strong>de</strong>corre da perda <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> para<br />

<strong>de</strong>finir corretamente os problemas que precisam ser enfrentados pela formação, pela extensão e pelas pesquisas.<br />

A questão a ser formulada neste momento refere-se à a<strong>de</strong>quação do trabalho do cirurgião-<strong>de</strong>ntista no SUS, que<br />

sabe praticar uma <strong>Odontologia</strong> com evolução <strong>de</strong> técnicas, equipamentos e materiais, no terreno das “tecnologias<br />

duras”. Ao lado da produção <strong>de</strong> conhecimento na perspectiva da qualida<strong>de</strong> técnica especializada, o <strong>de</strong>ntista vêse<br />

diante <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> à qual não foi apresentado durante sua formação. Os estudantes <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> a-<br />

presentam, “no princípio do estágio, (...) limitações da sua própria formação, que é excessivamente<br />

individualista, reducionista, elitista, centrada na técnica e alheia ao conceito ampliado do processo saú<strong>de</strong> /<br />

doença”. Existe uma distância entre o ensino <strong>de</strong> odontologia e a perspectiva <strong>de</strong> universalização da saú<strong>de</strong> bucal<br />

em relação às <strong>de</strong>mandas da realida<strong>de</strong> brasileira. “No estágio atual, embora o SUS constitua um significativo<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho para os profissionais da <strong>Odontologia</strong>, principalmente com a inserção da saú<strong>de</strong> bucal na<br />

Estratégia <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, este fato ainda não tem sido suficiente para produzir o impacto esperado sobre<br />

o ensino <strong>de</strong> graduação” 5 , uma vez que “a formação tradicional em saú<strong>de</strong>, baseada na organização disciplinar e<br />

nas especialida<strong>de</strong>s, conduz ao estudo fragmentado dos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> das pessoas e das socieda<strong>de</strong>s,<br />

levando à formação <strong>de</strong> especialistas que não conseguem lidar com as totalida<strong>de</strong>s ou com realida<strong>de</strong>s<br />

complexas”. Consi<strong>de</strong>rando a questão da formação <strong>de</strong> cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas para o SUS, apontam-se <strong>de</strong>safios a<br />

serem superados. “O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio está em sair <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> ensino centrado no diagnóstico, tratamento e<br />

recuperação <strong>de</strong> doenças para outro centrado na promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, prevenção e cura <strong>de</strong> pessoas”. “O <strong>de</strong>safio a<br />

ser enfrentado parece passar pela superação da dicotomia entre ‘formação geral versus formação específica’,<br />

mediante uma nova racionalida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong> incorporar a diversida<strong>de</strong>, as contradições e as tensões que constroem<br />

o cotidiano nas instituições <strong>de</strong> ensino superior. Assim, no plano político-estrutural, po<strong>de</strong>-se dizer que um dos<br />

<strong>de</strong>safios ao ensino odontológico é (...) consi<strong>de</strong>rar a realida<strong>de</strong> brasileira e suas <strong>de</strong>mandas (...) e o projeto<br />

político-social que a profissão po<strong>de</strong> e quer assumir”.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 35<br />

Curso 1<br />

Contribuição do agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para a saú<strong>de</strong> bucal<br />

Julie Silva Martins<br />

(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo - SP)<br />

Sueli Elizabeth Leme Moreira<br />

(SES-SP - DIR XX – São João da Boa Vista)<br />

A inserção das ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família e no Programa <strong>de</strong> Agentes Comunitários<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>ndo-os como importantes estratégias para a implantação e implementação <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, certamente trarão melhorias às condições <strong>de</strong> vida e saú<strong>de</strong> das populações<br />

por eles atendidas. Consi<strong>de</strong>rando a Saú<strong>de</strong> Bucal como um dos componentes da saú<strong>de</strong> em sua expressão<br />

mais ampla, adquire importância que a prática odontológica não fique centrada na assistência à doença e tão<br />

pouco na figura do cirurgião-<strong>de</strong>ntista como agente exclusivo do trabalho odontológico. Assim, é <strong>de</strong> suma importância<br />

capacitar o Agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para atuar integralmente nas ações <strong>de</strong> promoção e prevenção<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos domicílios, nos espaços sociais e também na observação inicial <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>s bucais ajudando<br />

a reduzir os agravos à Saú<strong>de</strong> Bucal. A ativida<strong>de</strong> tratará <strong>de</strong> temas relativos a anatomia da cavida<strong>de</strong> bucal, as<br />

principais doenças bucais, suas formas <strong>de</strong> prevenção, dando enfoque às ações que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidas<br />

pelos Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em relação à promoção e prevenção das doenças bucais. Os conceitos<br />

serão abordados <strong>de</strong> maneira expositiva, utilizando-se linguagem simples <strong>de</strong> forma a permitir o perfeito entendimento<br />

dos participantes, uma vez que são leigos na área. Serão utilizados recursos audiovisuais com ilustrações<br />

<strong>de</strong> situações concretas para facilitar o entendimento e <strong>de</strong>sta forma melhorar o aproveitamento, consi<strong>de</strong>rando<br />

que os temas abordados uma vez assimilados, po<strong>de</strong>m ser inseridos na prática diária <strong>de</strong>stes profissionais, trazendo<br />

gran<strong>de</strong>s benefícios à saú<strong>de</strong> bucal das populações por eles acompanhada.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 36<br />

Curso 2<br />

Equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal: a importância do acolhimento e das ações educativas nas<br />

práticas cotidianas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

Maristela Vilas Boas Fratucci<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Mogi das Cruzes)<br />

O acolhimento po<strong>de</strong> ser entendido como um importante instrumento <strong>de</strong> trabalho, com estratégias simples, que<br />

uma vez apropriadas pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> passam a fazer parte do cotidiano das Unida<strong>de</strong>s interferindo favoravelmente<br />

na relação usuário / serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nesta apresentação nosso foco estará voltado para a qualificação<br />

do acolhimento e para as ações possíveis <strong>de</strong> serem implementadas pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em sua<br />

dinâmica <strong>de</strong> trabalho. Muitas vezes somos atropelados pelo processo <strong>de</strong> trabalho: urgências, <strong>de</strong>manda reprimida,<br />

agenda, grupos, procedimentos coletivos. Refletir sobre a conceituação do acolhimento requer necessariamente<br />

uma reflexão sobre o processo <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong>. Temos que mudar nossos pressupostos e enten<strong>de</strong>r<br />

que “acolher” não significa somente o ato <strong>de</strong> receber, mas uma série <strong>de</strong> atos que compõem o processo <strong>de</strong> trabalho,<br />

incorporando e valorizando as relações humanas. Segundo Fracolli (2001), acolher não significa a resolução<br />

completa dos problemas referidos pelo usuário, mas a atenção dispensada na relação, envolvendo a escuta,<br />

a valorização <strong>de</strong> suas queixas, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, sejam estas do âmbito individual ou coletivo, e a<br />

sua transformação em objeto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Ainda segundo a SMS Campinas (2001) em seu protocolo <strong>de</strong><br />

acolhimento <strong>de</strong>fine:<br />

“receber bem, ouvir a <strong>de</strong>manda, buscar formas <strong>de</strong> compreendê-la e solidarizar-se com ela”. A idéia <strong>de</strong> acolher<br />

<strong>de</strong>ve permear as relações interdisciplinarmente sendo discutida nas reuniões <strong>de</strong> equipe, <strong>de</strong> forma a criar uma<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio às ações <strong>de</strong>senvolvidas rotineiramente. Criar uma postura acolhedora nos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é<br />

um <strong>de</strong>safio ainda maior que fluxos e infra-estrutura que po<strong>de</strong>rão ser criados para facilitarem o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do ato <strong>de</strong> acolher. Para encerrar estas consi<strong>de</strong>rações reservaremos um período para apresentação sobre a prática<br />

do acolhimento da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do CRT / AIDS / SES.<br />

José Miguel Tomazevic<br />

(SES-SP - CRH)<br />

As ações educativas são uma das ativida<strong>de</strong>s mais <strong>de</strong>senvolvidas pelo pessoal auxiliar odontológico, sendo que,<br />

gran<strong>de</strong> parte dos ACD / THD <strong>de</strong>senvolvem-na <strong>de</strong> maneira empírica, necessitando <strong>de</strong> preparação ou <strong>de</strong> aprofundamento<br />

do tema. Assim, torna-se importante sua atualização pedagógica – consi<strong>de</strong>rada como conjunto <strong>de</strong> princípios<br />

e métodos <strong>de</strong> educação que ten<strong>de</strong>m a um objetivo prático: educar. Este curso tem por objetivo atualizar<br />

(e preparar - nos casos em que o pessoal auxiliar não tem formação) o pessoal auxiliar odontológico em relação<br />

às ativida<strong>de</strong>s educativas, bem como dar subsídios para o seu <strong>de</strong>senvolvimento. Os temas a serem <strong>de</strong>senvolvidos<br />

serão: objetivo da educação em saú<strong>de</strong>; breve histórico da educação em saú<strong>de</strong> bucal; como fazer educação em<br />

saú<strong>de</strong> bucal: processo ensino-aprendizagem, processo <strong>de</strong> comunicação, fases do <strong>de</strong>senvolvimento humano, recursos<br />

educacionais para o ensino, planejamento das ações educativas em saú<strong>de</strong>; avaliação e análise crítica aos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 37<br />

Curso 3<br />

Prótese total: simplificando a confecção sem perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

Sigmar <strong>de</strong> Mello Ro<strong>de</strong><br />

Bruno das Neves Cavalcanti<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> Ibirapuera)<br />

A confecção <strong>de</strong> próteses totais, <strong>de</strong>vido às suas peculiarida<strong>de</strong>s no que diz respeito à ausência <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong>ntal,<br />

perda <strong>de</strong> referências e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> passos clínicos e laboratoriais, torna-se um processo difícil e muitas vezes<br />

<strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado pelos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas. Infelizmente, muitas vezes o profissional opta por <strong>de</strong>legar completamente<br />

ao técnico a confecção, ficando responsável apenas pelos passos <strong>de</strong> moldagem e entrega da prótese, já<br />

que não encontra subsídios para confecção a<strong>de</strong>quada, sejam estes técnicos ou operacionais (tempo e custo, por<br />

exemplo). Frente a isso, o conhecimento <strong>de</strong> conceitos básicos <strong>de</strong> exame do paciente, materiais <strong>de</strong>ntários, estética<br />

e oclusão po<strong>de</strong> ser o diferencial necessário para a confecção <strong>de</strong> próteses totais melhores tanto do ponto <strong>de</strong><br />

vista do profissional, quanto do ponto <strong>de</strong> vista do paciente. Com isso, o presente curso objetiva apresentar esses<br />

conceitos importantes inseridos no contexto <strong>de</strong> uma técnica <strong>de</strong> confecção modificada, que visa, além <strong>de</strong> reduzir<br />

o número <strong>de</strong> passos operatórios, melhorar a precisão na confecção <strong>de</strong>ste ramo da prótese <strong>de</strong>ntária. Dentre os<br />

conceitos, serão revisados principalmente os aspectos oclusais, causa muito freqüente <strong>de</strong> insucessos nos tratamentos<br />

por prótese total. Além disso, serão apresentadas diferentes possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resolução clínica, com a<br />

inserção <strong>de</strong> outras modificações na técnica, <strong>de</strong> modo a possibilitar ao profissional escolhas para uma melhor<br />

adaptação prática que resulte também em sucesso.<br />

Márcia Fattori<br />

(SENAC)<br />

Dando seguimento será apresentado o método <strong>de</strong> polimerização <strong>de</strong> resinas acrílicas na confecção <strong>de</strong> próteses<br />

totais, através do forno <strong>de</strong> microondas, mostrando uma técnica <strong>de</strong> fácil aplicação, com gran<strong>de</strong> economia <strong>de</strong><br />

tempo em relação as <strong>de</strong>mais técnicas <strong>de</strong> polimerização existentes no mercado e sem perda <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa<br />

prótese. Na apresentação serão abordados: a <strong>de</strong>scoberta das microondas através <strong>de</strong> um breve apanhado histórico,<br />

o funcionamento do forno <strong>de</strong> microondas, suas indicações, contra- indicações, vantagens, <strong>de</strong>svantagens,<br />

estudo comparativo da técnica <strong>de</strong> microondas em relação às <strong>de</strong>mais técnicas <strong>de</strong> polimerização existentes, materiais<br />

e equipamentos utilizados e seqüência <strong>de</strong> confecção laboratorial <strong>de</strong> uma prótese total através da polimerização<br />

no forno <strong>de</strong> microondas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua inclusão em mufla até polimento final da peça.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 38<br />

Curso 4<br />

Experiências vivenciais para acadêmicos no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Laura Camargo Feerwerker<br />

(Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Fluminense)<br />

A partir da implementação, pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, que envolve e articula a<br />

atenção básica e especializada, começa-se a superar uma enorme dívida do SUS em relação ao povo brasileiro<br />

e, ao mesmo tempo, constitui-se um mercado <strong>de</strong> trabalho em franca expansão para os odontólogos. Além do<br />

campo da clínica e da odontologia coletiva, outras oportunida<strong>de</strong>s no campo da gestão, da epi<strong>de</strong>miologia e da<br />

construção do cuidado integral vêm sendo crescentemente assumidas por odontólogos no âmbito do SUS. Torna-se,<br />

assim, muito mais significativa a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar as vivências dos estudantes <strong>de</strong> odontologia com<br />

o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> durante seu processo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> graduação. A vivência no SUS durante a graduação é<br />

fundamental para possibilitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas competências, fundamentais para a efetiva inserção<br />

dos futuros profissionais no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho em equipe, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articular clínica<br />

e saú<strong>de</strong> coletiva, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordar a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> maneira integral e <strong>de</strong> trabalhar pela ampliação da autonomia<br />

dos usuários na produção da própria saú<strong>de</strong>. Todos esses são temas colocados pelas novas diretrizes curriculares<br />

para todas as profissões da saú<strong>de</strong>. Experiências interessantes em todos esses campos vêm sendo <strong>de</strong>senvolvidas<br />

em diferentes locais do país. Há, entretanto, <strong>de</strong>safios específicos da odontologia nesse processo <strong>de</strong> diversificação<br />

dos cenários <strong>de</strong> prática e dos objetos <strong>de</strong> aprendizagem, mas também há <strong>de</strong>safios que são comuns a todas as<br />

profissões da saú<strong>de</strong>. Como <strong>de</strong>safios específicos, <strong>de</strong>stacaria a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliar as reflexões e as proposições<br />

em torno da participação efetiva da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal na produção da integralida<strong>de</strong> na atenção á saú<strong>de</strong><br />

das pessoas. Uma participação que fosse além da justaposição <strong>de</strong> cuidados, que fosse capaz <strong>de</strong> efetivamente<br />

produzir uma ampliação no objeto <strong>de</strong> saber e intervenção dos odontólogos. Uma participação que avançasse na<br />

construção <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> cuidado, que possibilitasse a articulação das intervenções da saú<strong>de</strong> bucal em diferentes<br />

âmbitos do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Como <strong>de</strong>safios comuns a todas as profissões da saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacaria: a) limitações na<br />

construção <strong>de</strong> uma agenda efetivamente conjunta entre as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e os professores em<br />

suas diferentes disciplinas, o que leva ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> "uma agenda paralela" <strong>de</strong> estudantes e professores<br />

em seu tempo <strong>de</strong> permanência nas unida<strong>de</strong>s ( o que dificulta a integração e inclusive a participação dos profissionais<br />

dos serviços no processo <strong>de</strong> aprendizagem; b)falta <strong>de</strong> clareza a respeito das competências que po<strong>de</strong>m<br />

ser <strong>de</strong>senvolvidas nos diferentes cenários <strong>de</strong> prática, o que leva à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir o processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

<strong>de</strong> maneira integral, articulando clínica e saú<strong>de</strong> coletiva, e a teoria e a prática; c) dificulda<strong>de</strong> para levar<br />

os professores a acompanhar o trabalho dos estudantes juntos às unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Em geral a maior parte dos<br />

professores mobilizados pertencem à área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> coletiva, o que limita o potencial <strong>de</strong> "integralida<strong>de</strong>" da experiência<br />

<strong>de</strong>senvolvida nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; d) dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir uma agenda comum entre escolas /<br />

universida<strong>de</strong>s e gestores do SUS. Sem ter uma agenda comum, fica difícil mobilizar os recursos necessários <strong>de</strong><br />

parte a parte. Ou seja, ou esse trabalho conjunto na formação interessa efetivamente às duas partes, ou fica difícil<br />

superar os obstáculos políticos e operacionais. A ampliação das experiências, bem como sua avaliação, <strong>de</strong>bate<br />

e sistematização são fundamentais para a superação <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>safios e para a efetiva integração dos odontólogos<br />

no <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> produzir atenção integral à saú<strong>de</strong> das pessoas.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 39<br />

Curso 5<br />

Pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais – <strong>de</strong>smistificando o tratamento<br />

odontológico<br />

José Ta<strong>de</strong>u Tesseroli <strong>de</strong> Siqueira<br />

Silvia Regina Dowgan Tesseroli <strong>de</strong> Siqueira<br />

(Hospital das Clínicas – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Medicina -<strong>USP</strong>)<br />

A varieda<strong>de</strong> e a complexida<strong>de</strong> das síndromes álgicas, <strong>de</strong> natureza local ou sistêmica, que acometem o<br />

segmento cefálico exigem amplo conhecimento e experiência clínica para o diagnóstico e tratamento dos doentes.<br />

Programas <strong>de</strong> residência odontológica no ambiente hospitalar permitem a integração multidisciplinar e aumentam<br />

a capacitação profissional na área <strong>de</strong> dor. Em conseqüência, melhora-se o atendimento <strong>de</strong> casos clínicos<br />

complexos <strong>de</strong> dor e reduz-se a visita <strong>de</strong>sses doentes aos ambulatórios <strong>de</strong> dor crônica. A dor <strong>de</strong> cabeça é<br />

altamente prevalente na população em geral e motivo freqüente <strong>de</strong> procura assistencial à saú<strong>de</strong>. A presença<br />

predominante do aparelho mastigatório na estrutura facial faz com que doenças e anormalida<strong>de</strong>s que acometem<br />

<strong>de</strong>ntes, maxilares, músculos da mastigação e articulações temporomandibulares (ATM) sejam causas potenciais<br />

<strong>de</strong> dor e <strong>de</strong> cefaléias secundárias, como é reconhecido pela Socieda<strong>de</strong> Internacional <strong>de</strong> Cefaléias e pela Associação<br />

Internacional para o Estudo da Dor (IASP). As dores músculo-esqueléticas conhecidas amplamente sob a<br />

<strong>de</strong>nominação genérica <strong>de</strong> "disfunção <strong>de</strong> ATM" são gran<strong>de</strong>s responsáveis por dores crânio-faciais crônicas <strong>de</strong><br />

origem odontológica, embora as dores <strong>de</strong>ntárias referidas referidas à face e crânio, as infecções buco-<strong>de</strong>ntárias,<br />

as neuropatias faciais, a síndrome da ardência bucal e as neoplasias também sejam fontes freqüentes <strong>de</strong> dor recorrente.<br />

A presença do cirurgião-<strong>de</strong>ntista no hospital geral e em equipes multidisciplinares <strong>de</strong> tratamento à dor<br />

contribui para o diagnóstico diferencial, para o tratamento das afecções e doenças específicas à sua área <strong>de</strong> atuação<br />

e contribui na fase <strong>de</strong> reabilitação para <strong>de</strong>volver a condição estrutural e funcional da face, com conseqüente<br />

melhora na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do doente. A dor facial aguda, quando associada a doenças rapidamente i<strong>de</strong>ntificáveis<br />

como fraturas, tumores, cárie <strong>de</strong>ntária, sinusopatias ou infecções, não se constitui em problema diagnóstico<br />

na maioria dos casos. O mesmo ocorre com as algias faciais cuja sintomatologia é característica, e que<br />

apresentam critérios diagnósticos bem <strong>de</strong>finidos, como é o caso da dor paroxística das neuralgias trigeminais ou<br />

da dor <strong>de</strong>ntária <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ada por líquidos. Estas po<strong>de</strong>m ser rapidamente i<strong>de</strong>ntificadas, em sua maioria, embora<br />

ainda sejam motivo <strong>de</strong> confusão e iatrogenia, como procedimentos <strong>de</strong>ntários <strong>de</strong>snecessários. Todavia, doentes<br />

com dor recorrente, difusa ou crônica, sem anormalida<strong>de</strong>s evi<strong>de</strong>ntes, e que não relatam melhora a tratamentos<br />

prévios, constituem a amostra mais difícil <strong>de</strong> abordar, como dores <strong>de</strong>ntárias difusas pelo crânio, po<strong>de</strong>ndo simular<br />

cefaléias primárias, po<strong>de</strong>m surpreen<strong>de</strong>r durante o diagnóstico. O interessante é que muitos <strong>de</strong>stes casos po<strong>de</strong>m<br />

ter uma terapêutica incrivelmente simples após i<strong>de</strong>ntificadas. A Classificação Internacional <strong>de</strong> Cefaléias<br />

relaciona as “disfunções oromandibulares” como condições dolorosas que se assemelham a cefaléias primárias<br />

como a “cefaléia do tipo tensão” e no seu ítem 11 enfatiza as fontes odontológicas como possíveis causas <strong>de</strong><br />

cefaléias secundárias. Além disso, dor po<strong>de</strong> se apresentar como o primeiro sintoma do câncer bucal, e o atraso<br />

em seu diagnóstico po<strong>de</strong> piorar e muito o prognóstico <strong>de</strong>sses doentes.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 40<br />

Curso 6<br />

Dor orofacial<br />

Maria Lúcia Zarvos Varellis<br />

(Conselho Regional <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> - SP)<br />

Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), “é o bem- estar físico, psíquico e social e não<br />

apenas a ausência <strong>de</strong> doença” O homem é formado por um conjunto <strong>de</strong> órgãos e sistemas que <strong>de</strong>vem funcionar<br />

harmoniosamente. Pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais são aqueles cuja harmonia foi rompida e esses indivíduos<br />

fazem parte do dia-a-dia da clínica odontológica. O termo “<strong>de</strong>ficiência” diz respeito às necessida<strong>de</strong>s especiais<br />

intrínsecas à doença / <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> que o paciente é portador. Nestes casos o paciente é portador <strong>de</strong> uma<br />

doença ou <strong>de</strong>ficiência que o leva a ter uma necessida<strong>de</strong> especial em vários aspectos do TODO <strong>de</strong> que é composto.<br />

Uma criança portadora <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência mental tem, por exemplo, entre outras, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação<br />

especial. As razões das necessida<strong>de</strong>s especiais são inúmeras e vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> doenças hereditárias, <strong>de</strong>feitos congênitos,<br />

até as alterações que ocorrem durante a vida, como moléstias sistêmicas, alterações comportamentais, envelhecimento<br />

etc. Estes pacientes nem sempre po<strong>de</strong>m ser i<strong>de</strong>ntificados pelo aspecto físico; por isso, o cirurgião<strong>de</strong>ntista<br />

<strong>de</strong>ve realizar anamnese minuciosa a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar possíveis alterações e assim proporcionar atendimento<br />

odontológico integral e seguro. É importante <strong>de</strong>stacar que “especial” não diz respeito apenas ao indivíduo<br />

malformado; o aspecto <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> disfarçar doenças sistêmicas crônicas, que requerem a<strong>de</strong>quação<br />

do tratamento odontológico. Para compreen<strong>de</strong>rmos o paciente com necessida<strong>de</strong>s especiais, precisamos respon<strong>de</strong>r<br />

algumas perguntas básicas: (1) qual doença apresenta?; (2) on<strong>de</strong> está localizada essa doença?; (3) essa<br />

doença o incapacita temporária ou <strong>de</strong>finitivamente? e (4) essa doença altera a forma, a função, ou o pensar /<br />

sentir / querer? Na anamnese, são obtidas pistas que localizam o problema que po<strong>de</strong> ocorrer no estado físico,<br />

intelectual, social ou emocional. Esses pacientes são a exceção e não a regra, e, por essa razão, há a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> individualização na abordagem e plano <strong>de</strong> tratamento, não existindo uma “forma única <strong>de</strong> tratamento”. Cada<br />

caso é único, com características peculiares, ainda que a moléstia <strong>de</strong> base seja a mesma. Não po<strong>de</strong>mos nos esquecer<br />

<strong>de</strong> que a atuação do cirurgião-<strong>de</strong>ntista é local e a repercussão, sistêmica. I<strong>de</strong>ntificado o <strong>de</strong>sequilíbrio, o<br />

plano <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong>ve ser a<strong>de</strong>quado ao tipo <strong>de</strong> doença que acomete o paciente. O tratamento envolve uma<br />

equipe multi inter e transdisciplinar, composta <strong>de</strong> médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos etc., <strong>de</strong><br />

acordo com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada paciente. É preciso retomar a idéia do todo para perceber o paciente integralmente,<br />

conhecer as reações orgânicas, avaliar as complicações advindas da evolução <strong>de</strong> cada moléstia, <strong>de</strong><br />

forma que a atuação do cirurgião-<strong>de</strong>ntista <strong>de</strong>volva a esse organismo já <strong>de</strong>bilitado pela doença a saú<strong>de</strong> e a função<br />

do sistema estomatognático. Ainda segundo a OMS, 10% da população apresentam algum <strong>de</strong>svio da normalida<strong>de</strong>,<br />

o que faz com que esses indivíduos tenham necessida<strong>de</strong>s especiais. Levando-se em conta que a população<br />

brasileira é <strong>de</strong> 160 milhões <strong>de</strong> habitantes, 10% correspon<strong>de</strong>m a 16 milhões <strong>de</strong> pessoas. Segundo o IBGE,<br />

esse percentual é <strong>de</strong> 14,5%. Consi<strong>de</strong>rando a estatística da OMS, dos 10% que têm necessida<strong>de</strong>s especiais, aproximadamente<br />

3% recebem atendimento odontológico. Um número tão baixo <strong>de</strong> atendimentos reflete: falta <strong>de</strong><br />

informação aos responsáveis, falta <strong>de</strong> comprometimento dos responsáveis com o tratamento, falta <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong><br />

(barreiras arquitetônicas) e falta <strong>de</strong> capacitação profissional e grupos <strong>de</strong> estudo que discutam métodos<br />

facilitadores <strong>de</strong> prevenção e tratamento odontológico voltados para esses pacientes. O objetivo <strong>de</strong>ste curso é<br />

trazer noções básicas para o tratamento odontológico <strong>de</strong>stes pacientes, melhorando a qualida<strong>de</strong> do atendimento<br />

em consultório, ambulatório e hospital.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 41<br />

Curso 7<br />

Visão clínica e epi<strong>de</strong>miológica das infecções virais<br />

– Vigilância Sanitária em saú<strong>de</strong> bucal<br />

Catalina Riera Costa<br />

(SES-SP – Centro <strong>de</strong> Referência e Treinamento DST / AIDS)<br />

O advento da aids no nosso meio, e sua caracterização como epi<strong>de</strong>mia, muito tem se falado <strong>de</strong> risco ocupacional,<br />

controle <strong>de</strong> infecção, biossegurança e manifestações bucais associadas à infecção pelo HIV. Como a AIDS,<br />

veio carregada <strong>de</strong> estigma, medo e preconceito, <strong>de</strong>ixando muito claro, que se trata mais do que uma infecção<br />

que <strong>de</strong>pleta a condição imunológica do indivíduo por ela acometido, e sim <strong>de</strong> uma doença social, com todas<br />

suas implicações e agravos. Interessante ressaltar, que, muitas patologias já conhecidas, e presentes na rotina da<br />

prática odontológica, como hepatites virais, verrugas, e doenças sexualmente transmissíveis, nunca ocuparam<br />

<strong>de</strong>staque em discussões científicas, e nem mesmo <strong>de</strong>vidamente relacionadas como possíveis responsáveis por<br />

infecções cruzadas, ou como agentes que levem os portadores <strong>de</strong>stas infecções a necessitarem <strong>de</strong> cuidados especiais<br />

quando submetidos a procedimentos clínicos. Entre as infecções <strong>de</strong> etiologia viral, a hepatite C, que já<br />

se caracteriza como epi<strong>de</strong>mia, foi mais recentemente <strong>de</strong>scrita, e com distribuição muito heterogênea no país e<br />

no mundo, merecendo um espaço para discussão quanto aos seus aspectos clínicos e epi<strong>de</strong>miológicos. Avanços<br />

terapêuticos importantes mudaram a prevalência <strong>de</strong> muitas manifestações da aids, e espera-se que o mesmo<br />

possa ser observado na abordagem das epi<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> hepatites B e C, e do HPV (papiloma vírus humano). Uma<br />

discussão mais ampliada em relação a doenças infecciosas, as formas <strong>de</strong> transmissão, e os aspectos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

permitem que os profissionais se apropriem melhor <strong>de</strong>ste conhecimento para implementar suas ativida<strong>de</strong>s<br />

clinicas ou gerenciais.<br />

José Conrado Dupato<br />

(SES-SP - CVS)<br />

A ativida<strong>de</strong> em si expõe os profissionais, seus pacientes, funcionários e público em geral a riscos a saú<strong>de</strong>, que<br />

variam <strong>de</strong> grau. Esses riscos são provenientes dos procedimentos clínicos ou cirúrgicos que po<strong>de</strong> causar infecções<br />

cruzadas, doenças como AIDS, hepatite, e outros agravos à saú<strong>de</strong> provocados por fontes <strong>de</strong> ruído, exposição<br />

ao mercúrio, exposição a microorganismos, exposição a medicamentos ou materiais e radiações ionizantes.<br />

Neste contexto, a Vigilância Sanitária tem se caracterizado como órgão <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e controle das boas práticas<br />

da cidadania visando evitar ou minimizar os riscos através da conscientização dos usuários, consumidores e da<br />

socieda<strong>de</strong> civil. Este curso abordará a evolução histórica no aspecto sanitário, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a antiguida<strong>de</strong> até os dias<br />

atuais, reestruturação do Ministério da Saú<strong>de</strong>, e criação da Secretaria Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária, o Movimento<br />

da Reforma Sanitária, que <strong>de</strong>fendia um novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estrutura e política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> propondo a reorientação<br />

<strong>de</strong> maneira racional do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com características <strong>de</strong>mocráticas, das quais uma das mais importantes<br />

é a participação da comunida<strong>de</strong>. É este mo<strong>de</strong>lo que leva ao reconhecimento da saú<strong>de</strong> como direito <strong>de</strong><br />

todos e <strong>de</strong>ver do Estado, e ao processo <strong>de</strong> implantação do SUS. Criação do CVS em 1986, elaboração do Código<br />

Sanitário Estadual <strong>de</strong> 1988, criação da ANVISA, <strong>de</strong>scentralização das VISA. Abordará também aspectos <strong>de</strong><br />

biossegurança, saú<strong>de</strong> do trabalhador, resíduos <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e responsabilida<strong>de</strong> profissional.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos das mesas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, cursos e encontro paralelo 42<br />

Encontro paralelo<br />

Panorama nacional das profissões ACD e THD<br />

Celina Pereira dos Santos Lopes<br />

(Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>)<br />

Haverá uma explanação do número <strong>de</strong> profissionais ACD e THD distribuídos nos diversos estados brasileiros.<br />

Uma visão com o questionamento, ACD e THD, quem é você? Regulamentação do Exercício Profissional pelo<br />

Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> com Normas para habilitação profissional, situação do Projeto <strong>de</strong> Lei que<br />

Regulamenta o Exercício Profissional. A importância da formação, qualida<strong>de</strong> dos cursos e carga horária.<br />

Importância <strong>de</strong> buscar informes através dos meios <strong>de</strong> comunicação dos Conselhos Regionais e Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> e outras Entida<strong>de</strong>s sobre <strong>de</strong>liberações que interferem na profissão, principalmente Portarias e<br />

Decisões. Organização da Categoria. 3ª CONPA-Conferência Nacional das Profissões Auxiliares em<br />

odontologia – Informes sobre a Comissão <strong>de</strong> Registros <strong>de</strong> ACD e THD no CFO seus integrantes e seu papel<br />

<strong>de</strong>ntro do CFO. Importância da participação <strong>de</strong>stes profissionais nos movimentos populares, SINDSAÚDE,<br />

Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Conferências <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, criação <strong>de</strong> Comissões <strong>de</strong> ACD e THD nas instituições públicas<br />

para discussão mais participativa <strong>de</strong>stes profissionais <strong>de</strong>ntro das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Organização para a 4ª<br />

CONPA. Mobilização para o fortalecimento da profissão através das associações, estaduais e nacional. Como<br />

os profissionais ACD e THD estão organizados no momento, informes sobre a ANATO – Associação Nacional<br />

dos Auxiliares e Técnicos em odontologia, AATO estaduais, quais os estados que estão organizados e<br />

finalmente AATO-SP Associação dos Auxiliares e Técnicos em odontologia do estado <strong>de</strong> São Paulo, resumo da<br />

sua história, sua diretoria, importância e seu objetivo. Convite a preenchimento da ficha <strong>de</strong> pré-inscrição,<br />

esclarecimento <strong>de</strong> dúvidas, distribuição das fichas. Debate final.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos<br />

Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e<br />

Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

P007 - Levantamento epi<strong>de</strong>miológico sobre as condições<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal aos 5 anos em Tatuí no ano<br />

<strong>de</strong> 2005.<br />

Fabio Antonio Villa Nova (Secretaria Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tatuí), Fabrício Lourenço Gebrin (Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tatuí).<br />

Introdução: A Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tatuí<br />

através <strong>de</strong> Divisão <strong>de</strong> Assistência Odontológica,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> construir um referencial epi<strong>de</strong>miológico<br />

<strong>de</strong> forma a gerar instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

estratégias que orientem a operacionalida<strong>de</strong> do sistema<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em Tatuí, i<strong>de</strong>alizou esta pesquisa<br />

com o objetivo <strong>de</strong> levantar informações sobre a saú<strong>de</strong><br />

bucal <strong>de</strong> escolares aos 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolas públicas<br />

e privadas. Esta pesquisa epi<strong>de</strong>miológica requereu<br />

um plano <strong>de</strong> observação, o qual estabeleceu e<br />

combinou dados quantitativos e qualitativos. Para que<br />

as informações e os dados <strong>de</strong>ste levantamento fossem<br />

representativos para a população estudada foram controladas<br />

ao máximo todas as fontes <strong>de</strong> viés que pu<strong>de</strong>ssem<br />

interferir nos resultados da pesquisa.<br />

Métodos: Para realizar a pesquisa foram utilizados<br />

métodos semelhantes aos no levantamento “Condições<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no Estado <strong>de</strong> São Paulo em<br />

2002”, os quais foram levados em consi<strong>de</strong>ração: tamanho<br />

da amostra, sorteio das unida<strong>de</strong>s amostrais,<br />

sorteio dos elementos amostrais, calibração dos examinadores<br />

e anotadores, instrumentos e materiais utilizados<br />

para os exames e processamento <strong>de</strong> análise e<br />

estatística dos dados levantados na pesquisa.<br />

Resultados: Foram examinados um total <strong>de</strong> 278 crianças<br />

nas 7 regiões <strong>de</strong> Tatuí em 27 escolas públicas e<br />

3 privadas; das escolas públicas, 6 eram rurais. Mais<br />

<strong>de</strong> 95% das crianças examinadas não apresentavam<br />

lesões extra-orais, <strong>de</strong> tecidos moles ou problemas periodontais.<br />

Quanto aos problemas oclusais, 31,3%<br />

apresentavam esta condição em sua forma mais severa.<br />

Para cárie <strong>de</strong>ntária foi registrado ceo=1,45, sendo<br />

ceo-urbano=1,36 e ceo-rural=2,20; quando analisada a<br />

porcentagem <strong>de</strong> indivíduos livres <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária,<br />

isto é ceo=0, os resultados para escolas públicas e<br />

particulares foram <strong>de</strong> 54,8% e 73,7% respectivamente.<br />

Conclusão: A condição periodontal <strong>de</strong>sta população<br />

não constitui um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública significante.<br />

Os problemas oclusais afetavam aproximadamente<br />

1/3 <strong>de</strong> todos os exames, constatando a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ortodontia preventiva / interceptativa para<br />

esta população. Houve uma melhora com relação aos<br />

<strong>de</strong>ntes atacados pela cárie <strong>de</strong>ntária quando comparado<br />

com o levantamento realizado em 2002 que pesquisou<br />

para os 5 anos ceo=2,2; para que se consiga chegar a<br />

meta da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no ano <strong>de</strong><br />

2010 para esta ida<strong>de</strong> que é <strong>de</strong> 90% com indivíduos<br />

livres <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária, são necessários que se continuem<br />

os projetos educativos / preventivos e se faça<br />

uma vigilância permanente em saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

zero ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

P008 - Prevalência <strong>de</strong> cárie em adolescentes <strong>de</strong> 15<br />

a 17 anos <strong>de</strong> Água Doce-SC.<br />

Maria Gabriela Haye Biazevic (Universida<strong>de</strong> do Oeste<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina – UNOESC), Leila Amorim<br />

Men<strong>de</strong>s (Universida<strong>de</strong> do Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina –<br />

UNOESC), Maria O<strong>de</strong>te Amorim Men<strong>de</strong>s (Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Água Doce-SC), Edgard Michel-<br />

Crosato (Universida<strong>de</strong> do Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina –<br />

UNOESC e <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da <strong>USP</strong> –<br />

FO<strong>USP</strong>), Renata Regina Rissotto (Universida<strong>de</strong> do<br />

Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina – UNOESC).<br />

Introdução: Os estudos epi<strong>de</strong>miológicos na <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong>vem monitorar as tendências populacionais<br />

para os diversos agravos à saú<strong>de</strong> bucal e sua interferência<br />

na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das pessoas. Esses estudos<br />

<strong>de</strong>vem ainda auxiliar a planejar programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal que atendam às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vivenciadas.<br />

Embora a doença cárie <strong>de</strong>ntária seja uma das<br />

doenças bucais mais estudadas atualmente, a maioria<br />

das pesquisas populacionais no Brasil concentra-se<br />

em crianças em ida<strong>de</strong> escolar, não havendo dados<br />

suficientes na literatura sobre a prevalência <strong>de</strong> cárie<br />

<strong>de</strong>ntária e outras doenças bucais em adolescentes. O<br />

objetivo do estudo foi verificar a prevalência <strong>de</strong> cárie<br />

em adolescentes do município <strong>de</strong> Água Doce-SC.<br />

Métodos: Realizou-se estudo censitário, domiciliar e<br />

transversal; os participantes tinham entre 15 e 17 anos<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 44<br />

(n=247) e foram examinados por 2 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

calibrados. A condição socioeconômica foi categorizada<br />

segundo critérios da Associação Brasileira <strong>de</strong> Institutos<br />

<strong>de</strong> Pesquisas Mercadológicas (ANEP –<br />

ABIPEME). O exame clínico para observação do índice<br />

CPO-D foi executado segundo critérios da Organização<br />

Mundial da Saú<strong>de</strong>, 4ª edição. O Significant Caries<br />

In<strong>de</strong>x (SiC) foi utilizado para mensurar cárie no 3º<br />

tercil com mais doença. Utilizaram-se os testes <strong>de</strong> correlação<br />

<strong>de</strong> Spearman e Mann-Whitney e o nível <strong>de</strong><br />

significância utilizado foi <strong>de</strong> 5%.<br />

Resultados: Participaram do estudo 247 adolescentes,<br />

sendo que foram examinadas 116 (47,15%) adolescentes<br />

do gênero feminino e 130 (52,85%) do gênero<br />

masculino. A avaliação das condições sócioeconômicas<br />

pela ANEP-ABIPEME mostrou que<br />

45,75% dos participantes foram classificados como<br />

classe C. Experiência <strong>de</strong> cárie foi observada em 218<br />

(88,26%) dos participantes. A média do CPO-D foi <strong>de</strong><br />

5,40, apresentando um maior índice nos <strong>de</strong>ntes obturados<br />

<strong>de</strong> 3,40 e tendo uma média <strong>de</strong> 22,33 para <strong>de</strong>ntes<br />

hígidos. Para o 3º tercil <strong>de</strong> distribuição da experiência<br />

<strong>de</strong> cárie, o CPO-D foi <strong>de</strong> 9,97 (DP 3,15).<br />

Conclusão: Concluiu-se que a distribuição epi<strong>de</strong>miológica<br />

da cárie <strong>de</strong>ntária foi elevada, e continua sendo<br />

um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

P009 - Prevalência <strong>de</strong> doença periodontal em adolescentes<br />

<strong>de</strong> 15 a 17 anos <strong>de</strong> Água Doce-SC<br />

Maria Gabriela Haye Biazevic (Universida<strong>de</strong> do Oeste<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina – UNOESC), Maria O<strong>de</strong>te Amorim<br />

Men<strong>de</strong>s (Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Água Doce-SC),<br />

Leila Amorim Men<strong>de</strong>s (Universida<strong>de</strong> do Oeste <strong>de</strong><br />

Santa Catarina – UNOESC), Edgard Michel-Crosato<br />

(Universida<strong>de</strong> do Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina –<br />

UNOESC e <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da <strong>USP</strong> –<br />

FO<strong>USP</strong>), Renata Regina Rissotto (Universida<strong>de</strong> do<br />

Oeste <strong>de</strong> Santa Catarina – UNOESC)<br />

Introdução: Alguns estudos epi<strong>de</strong>miológicos recentes<br />

mostram uma redução da experiência <strong>de</strong> cárie na A-<br />

mérica Latina. Devido à mudança <strong>de</strong>sse padrão <strong>de</strong><br />

distribuição da doença cárie, outros agravos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal passaram a ganhar <strong>de</strong>staque, <strong>de</strong>ntre eles, a preocupação<br />

com a doença periodontal. Embora a doença<br />

cárie <strong>de</strong>ntária seja uma das doenças bucais mais estudadas<br />

atualmente, a maioria das pesquisas populacionais<br />

no Brasil concentra-se em crianças em ida<strong>de</strong> escolar,<br />

não havendo dados suficientes na literatura sobre<br />

a prevalência das doenças bucais em adolescentes.<br />

O objetivo do estudo foi verificar a prevalência <strong>de</strong><br />

doença periodontal em adolescentes do município <strong>de</strong><br />

Água Doce-SC.<br />

Métodos: Realizou-se estudo censitário, domiciliar e<br />

transversal; os participantes tinham entre 15 e 17 anos<br />

(n=247) e foram examinados por 2 cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

calibrados. A condição socioeconômica foi<br />

categorizada segundo critérios da Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Institutos <strong>de</strong> Pesquisas Mercadológicas<br />

(ANEP – ABIPEME). O exame clínico para observação<br />

do índice CPI foi executado segundo critérios da<br />

Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>, 4ª edição. Utilizaramse<br />

os testes <strong>de</strong> correlação <strong>de</strong> Spearman e Mann-<br />

Whitney e o nível <strong>de</strong> significância utilizado foi <strong>de</strong> 5%.<br />

Resultados: Participaram do estudo 247 adolescentes,<br />

sendo que foram examinadas 116 (47,15%) adolescentes<br />

do gênero feminino e 130 (52,85%) do gênero masculino.<br />

A avaliação das condições sócio-econômicas<br />

pela ANEP-ABIPEME mostrou que 45,75% dos participantes<br />

foram classificados como classe C. 14 (5,67%)<br />

adolescentes apresentaram todos os sextantes afetados,<br />

5 (2,02%) apresentaram 5 sextantes afetados, 21<br />

(8,50%) adolescentes tiveram 4 sextantes afetados por<br />

diversos graus <strong>de</strong> doença periodontal, 19 (7,69%) tiveram<br />

3 sextantes afetados, 36 (14,57%) apresentaram 2<br />

sextantes afetados, 35 (14,17%) participantes tiveram 1<br />

sextante afetado e, finalmente, 117 (47,37%) não tiveram<br />

nenhum sextante afetado por doença periodontal.<br />

Conclusão: A prevalência e a gravida<strong>de</strong> da doença<br />

periodontal apresentou-se compatível com levantamentos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos realizados no Brasil.<br />

P014 - Evolução das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no<br />

município <strong>de</strong> São Vicente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1996.<br />

Marcela Alessandra Bozzella (Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Vicente), Maria Helena Miguel Gonzalez (Serviço<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Vicente).<br />

Introdução: O município <strong>de</strong> São Vicente vem <strong>de</strong>senvolvendo<br />

Ações Coletivas em Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1993 e a prevenção odontológica tem sido priorida<strong>de</strong><br />

do governo nesses últimos anos. A Diretoria <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

da Secretaria da Saú<strong>de</strong> tem realizado nos últimos<br />

anos levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos. Esse trabalho<br />

compara os resultados dos índices CPO-D e ceo e<br />

seus componentes nos anos <strong>de</strong> 1996, 1999 e 2003.<br />

Métodos: Realizou-se uma análise comparativa baseada<br />

nos últimos levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos do<br />

município <strong>de</strong> São Vicente.<br />

Resultados: Ocorreu uma redução <strong>de</strong> 34,5% no índice<br />

CPO aos 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e um aumento <strong>de</strong> % das<br />

crianças livres <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária. Quanto aos componentes<br />

do índice, observamos uma diminuição <strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 45<br />

60,3% para 46,3% <strong>de</strong> cariados aos 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e<br />

um aumento <strong>de</strong> 75,4% para 89,1% <strong>de</strong> cariados aos 5<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Verificou-se uma redução progressiva<br />

dos índices <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária e aumento da porcentagem<br />

<strong>de</strong> livres <strong>de</strong> cárie no período estudado. Quanto<br />

aos componentes do índice “ceo”, aos 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

observamos um aumento do cariado, que indica uma<br />

<strong>de</strong>ficiência no tratamento restaurador dos pré escolares.<br />

P015 - Estudo sobre as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

do município <strong>de</strong> São Vicente.<br />

Marcela Alessandra Bozzella (Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Vicente), Maria Helena Miguel Gonzalez (Serviço<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Vicente).<br />

Introdução: O município <strong>de</strong> São Vicente, através da<br />

Diretoria <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Secretaria da Saú<strong>de</strong>, vem<br />

<strong>de</strong>senvolvendo nos últimos anos vários programas<br />

direcionados a promoção e prevenção em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Visando avaliar e direcionar esses programas foi realizado<br />

em 2003 um levantamento epi<strong>de</strong>miológico em<br />

saú<strong>de</strong> bucal do município, cujos resultados apresentamos<br />

nesse trabalho. Esse estudo teve como objetivo<br />

obter a prevalência <strong>de</strong> cárie no município, analisar os<br />

componentes do índice <strong>de</strong> cárie, estimar a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tratamento na população estudada, analisar oclusopatias<br />

e obter o índice <strong>de</strong> fluorose.<br />

Métodos: Levantamento exploratório, seguindo os<br />

critérios estabelecidos pela Organização Mundial da<br />

Saú<strong>de</strong>. Foram examinados 450 escolares nas ida<strong>de</strong>s<br />

índices <strong>de</strong> 5 e 12 anos, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma amostra diversificada<br />

da população. Foram estudados os seguintes<br />

problemas:cárie <strong>de</strong>ntária, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento,<br />

fluorose e má-oclusão.<br />

Resultados: Foi encontrado um CPO-D aos 12 anos<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> igual a 1,1 e ceo aos 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> igual a<br />

1,2. A porcentagem <strong>de</strong> crianças livres <strong>de</strong> cárie foi <strong>de</strong><br />

68,8% e 60,1% nas ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 5 e 12 respectivamente.<br />

Apenas 1,9% dos elementos <strong>de</strong>ntários examinados<br />

necessitavam <strong>de</strong> tratamento odontológico. Quanto a<br />

fluorose <strong>de</strong>ntária, 43,7% dos examinados apresentam<br />

grau muito leve, leve ou mo<strong>de</strong>rado.<br />

Conclusão: O município <strong>de</strong> São Vicente está próximo<br />

<strong>de</strong> atingir a meta da OMS-FDI para o ano 2.010<br />

quanto ao índice <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária. Fluorose <strong>de</strong>ntária é<br />

um problema existente no município,que exige um<br />

controle rigoroso dos teores <strong>de</strong> flúor das águas <strong>de</strong> a-<br />

bastecimento, bem como critério na fluorterapia.<br />

P016 - Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e as especialida<strong>de</strong>s odontológicas.<br />

Ana Paula Martins <strong>de</strong> Freitas Tafner (SMS Campinas-SP);<br />

Antonio Carlos Pereira (FOP / UNICAMP),<br />

Marcelo <strong>de</strong> Castro Meneghim (FOP / UNICAMP). .<br />

Introdução: Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é a síntese cultural do<br />

padrão <strong>de</strong> conforto e bem estar, e abrange conhecimentos,<br />

experiências e valores dos indivíduos e da<br />

socieda<strong>de</strong> em diferentes épocas, locais e cultura. No<br />

conceito <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> integral surgem indicadores subjetivos<br />

para se medir a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. O mais utilizado<br />

na saú<strong>de</strong> bucal é o OHIP (Oral Health Impact<br />

Profile). Este trabalho verifica se a odontologia tem<br />

impacto na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e quais as especialida<strong>de</strong>s<br />

têm mais impacto. Estudou-se: prótese, cirurgia<br />

ortognática, cirurgia <strong>de</strong> terceiros molares, pediatria,<br />

estomatologia, periodontia e ortodontia no ganho <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Este trabalho se justifica para avaliarmos<br />

o quanto a odontologia po<strong>de</strong> contribuir para a<br />

melhora <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do indivíduo e apontar<br />

para quais especialida<strong>de</strong>s que mais utilizaremos, para<br />

o planejamento <strong>de</strong> ações, no âmbito público e no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal como o<br />

CEO (Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas).<br />

Métodos: O trabalho é não experimental <strong>de</strong> revisão<br />

<strong>de</strong> literatura. As bases <strong>de</strong> dados foram: Medline, Cochane,<br />

Lilacs, Dedalus, biblioteca virtual <strong>de</strong> teses da<br />

Usp e da Unicamp. As palavras chaves utilizadas foram:<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, OHIP, saú<strong>de</strong> bucal, odontologia.<br />

Resultados: Na maioria dos estudos, pu<strong>de</strong>mos verificar<br />

um ganho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos pacientes com<br />

o acesso a tratamento odontológico. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida po<strong>de</strong> ser melhorada com as especialida<strong>de</strong>s odontológicas,<br />

pois com o avanço das disciplinas, mais<br />

procedimentos po<strong>de</strong>m ser ofertados para os usuários,<br />

<strong>de</strong> acordo com suas necessida<strong>de</strong>s e percepções. As<br />

especialida<strong>de</strong>s odontológicas que mais impacto têm<br />

na melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, segundo a revisão <strong>de</strong><br />

literatura, é a oferta <strong>de</strong> reabilitação protética somada à<br />

terapia <strong>de</strong> implantes. As especialida<strong>de</strong>s, como ortodontia,<br />

periodontia, semiologia, cirurgia e pediatria,<br />

embora os estudos encontrados afirmem a influência<br />

<strong>de</strong>ssas especialida<strong>de</strong>s na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos indivíduos,<br />

necessitam <strong>de</strong> mais estudos.<br />

Conclusão: Concluiu-se que a odontologia tem alto<br />

impacto na melhora da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em todas as<br />

especialida<strong>de</strong>s odontológicas, pois procura através da<br />

reabilitação da forma e da função, diminuir as limitações<br />

físicas e melhorar os conceitos psicosociais, <strong>de</strong><br />

acordo com as necessida<strong>de</strong>s e percepções específicas<br />

do indivíduo.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 46<br />

P017 - Estudo sobre o armazenamento do material<br />

<strong>de</strong> higiene bucal <strong>de</strong> escolares.<br />

Fabiano Vieira Vilhena (FOB – <strong>USP</strong>), Profa. Dra.<br />

Magali <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Caldana (FOB – <strong>USP</strong>), Profa.<br />

Dra. Silvia Helena S. Peres (FOB – <strong>USP</strong>), Prof. Dr.<br />

José Roberto M Bastos (FOB – <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: Nas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal coletiva, a dificulda<strong>de</strong><br />

em armazenar o material <strong>de</strong> higiene bucal<br />

contribui para os “insucessos” <strong>de</strong> programas educativos<br />

preventivos. As iniciativas na criação <strong>de</strong> um “kit”<br />

<strong>de</strong> acondicionamento muitas vezes são boas, contudo<br />

quase a totalida<strong>de</strong> dos kits existentes, não apresenta<br />

condições higiênicas e sanitárias satisfatórias. A proposta<br />

<strong>de</strong>sse trabalho foi avaliar formas <strong>de</strong> armazenamento<br />

e distribuição do material higiene bucal utilizado<br />

nas escolas.<br />

Métodos: A amostra foi composta por 20 avaliadores<br />

responsáveis pela higiene bucal dos escolares <strong>de</strong> Bauru<br />

e São José dos Campos. Estes avaliaram através <strong>de</strong><br />

questionários 5 kits <strong>de</strong> higiene bucal coletiva nos quesitos<br />

: - condições <strong>de</strong> armazenamento, higiene do material,<br />

praticida<strong>de</strong> e custo. A análise estatística foi<br />

realizada por meio do teste Wilcoxon com significância<br />

<strong>de</strong> p < 0,05.<br />

Resultados: O kit 5, obteve graus <strong>de</strong> satisfação e<br />

muita satisfação quando comparados aos kits 1 à 4<br />

(pouco satisfeitos e insatisfeitos). Além disso, na<br />

comparação direta entre os kits, o kit 5 obteve um<br />

preço 17,5% menor do que o kit 4, 23,3% do que o kit<br />

3, 19,5% do que o kit 2, e 35,3% do que o kit 1.<br />

Conclusão: O Kit 5 <strong>de</strong>monstrou ser a melhor forma<br />

<strong>de</strong> armazenamento e distribuição do material <strong>de</strong> higiene<br />

bucal do escolar, otimizando custos e estratégias,<br />

colaborando para a resolutivida<strong>de</strong> nos programas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal coletiva.<br />

P019 - A importância do levantamento epi<strong>de</strong>miológico<br />

em saú<strong>de</strong> bucal para o planejamento das<br />

ações que serão realizadas em uma unida<strong>de</strong> básica<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família.<br />

Suzana Maria Velloso Dutra (resi<strong>de</strong>nte em Saú<strong>de</strong> da<br />

Família pela Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina e Ministério da Saú<strong>de</strong>), E-<br />

loiza Helena da Silva Brandão (resi<strong>de</strong>nte em Saú<strong>de</strong><br />

da Família pela Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina /<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina e Ministério da Saú<strong>de</strong>),<br />

Julie Silvia Martins (preceptora da Residência Integrada<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família pela Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina e Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>).<br />

Introdução: O planejamento das ações em saú<strong>de</strong> bucal<br />

<strong>de</strong>ve seguir os documentos oficiais como as Diretrizes<br />

produzidas pela secretaria fe<strong>de</strong>ral, estadual e<br />

municipal. Estas estabelecem as linhas gerais que subsidiarão<br />

a organização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Observamos<br />

uma gran<strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong> no Brasil com<br />

relação ao perfil epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> cada população<br />

que ocorre até mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mesmo município,<br />

dificultando esse planejamento, por isso o levantamento<br />

epi<strong>de</strong>miológico torna-se um importante instrumento<br />

facilitador que po<strong>de</strong> atingir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

população como também uma pequena em uma<br />

Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Métodos: O levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal foi baseado em normas preconizadas pela Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> para levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

em saú<strong>de</strong> bucal, tendo como referência <strong>de</strong><br />

um modo especial o “Projeto SB 2000- Condições <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal da População Brasileira no Ano 2000”,<br />

projeto este proposto e realizado pelo Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>. A partir dos resultados obtidos e analisados<br />

por meio do programa Epi-info foi possível verificar<br />

quais os maiores problemas que atingem a população<br />

local, quais índices alcançamos e quais estão distantes<br />

das metas propostas pela OMS para o ano <strong>de</strong> 2000<br />

facilitando e direcionando o planejamento das ações<br />

em saú<strong>de</strong> bucal. Este foi realizado através <strong>de</strong> uma<br />

planilha pela qual foi <strong>de</strong>scrito o problema, a importância,<br />

a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento, a urgência<br />

(alta, média e baixa) e se seria selecionado (sim-não).<br />

Resultados: Os resultados obtidos no levantamento<br />

foram favoráveis com relação ao índice <strong>de</strong> CPOD nas<br />

ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 5, 12, 18 e 40 anos comparado ao Brasil.<br />

Com relação à condição periodontal o índice <strong>de</strong> CPI<br />

foi <strong>de</strong>sfavorável principalmente na faixa etária <strong>de</strong> 40<br />

anos.<br />

Conclusão: O planejamento das ações em saú<strong>de</strong> bucal<br />

foi realizado baseado nos resultados do levantamento<br />

epi<strong>de</strong>miológico e nas diretrizes do governo,<br />

po<strong>de</strong>ndo assim ser mais eficazes e efetivos.<br />

P020 - Risco e doenças periodontais <strong>de</strong>strutivas em<br />

um Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família. São Paulo, 2.005.<br />

Regina Auxiliadora <strong>de</strong> Amorim Marques (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo –<br />

FSP – <strong>USP</strong>); Roberto Augusto Castellanos Fernan<strong>de</strong>z<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo – FSP – <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: Muitos estudos apontam para a necessida<strong>de</strong><br />

da i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco para as Doenças<br />

Periodontais Destrutivas – DPD, importante<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 47<br />

causa <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ntulismo em adultos. Com essa intenção<br />

realizou-se um estudo <strong>de</strong> caso controle, na zona leste<br />

do município <strong>de</strong> São Paulo em um Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família – PSF.<br />

Métodos: Examinou-se 303 controles, indivíduos<br />

com periodonto normal, sangramento ou cálculo, e<br />

318 casos, indivíduos com bolsas periodontais rasas e<br />

profundas, segundo critérios do Índice Comunitário<br />

Periodontal – CPI, eram pessoas, com ida<strong>de</strong>s entre 25<br />

e 55 anos e <strong>de</strong> ambos os sexos. Investigou-se a influência<br />

das variáveis: ida<strong>de</strong>, sexo, estado conjugal, religião,<br />

naturalida<strong>de</strong>, ocupação, escolarida<strong>de</strong> e anos <strong>de</strong><br />

estudo. Procurou-se i<strong>de</strong>ntificar diabetes, distúrbios<br />

neurológicos e psíquicos, doenças ou estados imuno<strong>de</strong>pressivos<br />

quanto ao tempo <strong>de</strong> duração e uso <strong>de</strong> medicação.<br />

Investigou-se o uso <strong>de</strong> tabaco, tempo <strong>de</strong> uso,<br />

quantida<strong>de</strong>s consumidas e grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong><br />

nicotina, medida pelo teste <strong>de</strong> Faggerströn, assim como<br />

o consumo <strong>de</strong> álcool, quantida<strong>de</strong>s consumidas e a<br />

história <strong>de</strong> consumo na última semana, no último mês,<br />

no último ano, há 5, 10 e 20 anos. Perda <strong>de</strong> Inserção<br />

Periodontal, medida pelo – PIP, experiência <strong>de</strong> cárie<br />

coronária e radicular, uso e tipo <strong>de</strong> prótese e Índice <strong>de</strong><br />

Higiene Oral Simplificado – IHOS complementaram a<br />

avaliação.<br />

Resultados: À análise <strong>de</strong> regressão múltipla, verificou-se<br />

que ida<strong>de</strong> acima <strong>de</strong> 35 anos, sexo masculino,<br />

higiene <strong>de</strong>ficiente, uso <strong>de</strong> prótese parcial e consumo<br />

<strong>de</strong> álcool no último ano foram in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes para as<br />

DPD (p


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 48<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família envolvendo os diversos<br />

grupos etários possibilita conhecer os problemas relativos<br />

à saú<strong>de</strong> bucal da população cadastrada e planejar<br />

as ações <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> local.<br />

Métodos: O presente trabalho baseou-se nos resultados<br />

<strong>de</strong> um levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal realizado na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Nova Curuçá no<br />

ano <strong>de</strong> 2005. Este levantamento fez parte <strong>de</strong> um estudo<br />

maior, que envolveu 8 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvem<br />

a estratégia “Saú<strong>de</strong> da Família”, localizadas<br />

na zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo. As unida<strong>de</strong>s<br />

participantes do estudo têm em comum o fato<br />

<strong>de</strong> terem recebido resi<strong>de</strong>ntes da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da<br />

Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / FASM em suas e-<br />

quipes. O levantamento foi baseado nas normas preconizadas<br />

pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, tendo<br />

também como referência <strong>de</strong> um modo especial o “Projeto<br />

SB-2000 - Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da População<br />

Brasileira no Ano 2000”, do Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

O critério <strong>de</strong> inclusão foi o indivíduo estar cadastrado<br />

na área vinculada à equipe e ter 5, 12, 18, 40 ou 70<br />

anos. Os dados foram analisados pelo programa EPI<br />

INFO versão 3.2.<br />

Resultados: Foram examinados 148 indivíduos cadastrados<br />

na área, nas diversas ida<strong>de</strong>s-índice. Entre as<br />

48 crianças examinadas com 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 64,6%<br />

apresentaram-se livres <strong>de</strong> cárie, e o ceo-d médio foi <strong>de</strong><br />

1,06. Na ida<strong>de</strong>-índice <strong>de</strong> 12 anos foram examinadas<br />

38 crianças, observando-se um CPO-D médio <strong>de</strong> 0,9.<br />

Entre os jovens com 18 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> os resultados<br />

apontaram que apenas 65,5% não haviam perdido<br />

nenhum <strong>de</strong>nte permanente, e a média do CPO-D foi<br />

<strong>de</strong> 5,0. Aos 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foram examinados 25<br />

indivíduos observando-se que apenas 44% apresentavam<br />

20 <strong>de</strong>ntes ou mais e o CPO-D médio foi <strong>de</strong> 20,5.<br />

Foram examinados 8 indivíduos com 70 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

verificando-se que nenhum apresentava 20 <strong>de</strong>ntes<br />

ou mais e o CPO-D médio foi <strong>de</strong> 29,7.<br />

Conclusão: Ao se comparar os resultados obtidos<br />

com as metas propostas pela OMS / FDI para o ano<br />

2000 observa-se que aos 5 e 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> a meta<br />

foi atingida, porém aos 18, 40 e 70 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> os<br />

resultados indicam que a população cadastrada à área,<br />

apresenta condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal muito distantes<br />

daquelas propostas pelas metas da OMS / FDI.<br />

P095 - Respirador bucal e má-oclusão.<br />

Tatiane <strong>de</strong> França Santos(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina<br />

/ Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina), Julie Silvia Martins<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina), Marcus Vinicius Diniz Grigoletto<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina).<br />

Introdução: A síndrome do respirador bucal, também<br />

conhecida como síndrome <strong>de</strong> Pierre Robin, é o conjunto<br />

<strong>de</strong> sinais e sintomas <strong>de</strong> quem respira, parcial ou<br />

totalmente, pela boca. É causada por algum tipo <strong>de</strong><br />

obstrução nas vias aéreas superiores, má oclusão <strong>de</strong>ntária,<br />

ou maus hábitos, levando a um padrão suplente<br />

<strong>de</strong> respiração que, por sua vez, gera uma série <strong>de</strong> outras<br />

alterações importantes na dinâmica corporal.<br />

Respirar <strong>de</strong> forma predominantemente bucal é um<br />

<strong>de</strong>sconforto, comprovadamente importante, além <strong>de</strong><br />

ocasionar alterações orgânico-funcionais.<br />

Métodos: O presente trabalho baseou-se nos resultados<br />

<strong>de</strong> um levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal, que envolveu 8 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvem<br />

a estratégia “Saú<strong>de</strong> da Família”, localizadas<br />

na zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo. O levantamento<br />

foi baseado nas normas preconizadas pela Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e foram examinados<br />

todos os cadastrados pertencentes às ida<strong>de</strong>s-índice,<br />

constantes no Sistema <strong>de</strong> Informação da Atenção Básica<br />

(SIAB) das equipes com resi<strong>de</strong>ntes. Para este<br />

trabalho, comparou-se a relação entre os índices <strong>de</strong><br />

má oclusão e presença ou ausência <strong>de</strong> respiração bucal<br />

nas crianças <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Os resultados apontaram que 48,7% das<br />

crianças, que os pais ou responsáveis <strong>de</strong>clararam como<br />

sendo respiradores bucais, não apresentam alteração<br />

<strong>de</strong> oclusão; 27,3% apresentam má oclusão leve; e<br />

24,1% apresentam má oclusão mo<strong>de</strong>rada / severa. Os<br />

resultados entre as crianças que os pais ou responsáveis<br />

<strong>de</strong>clararam não serem respiradores bucais foram<br />

<strong>de</strong>: 64,7% sem alteração <strong>de</strong> oclusão; 19,8% com má<br />

oclusão leve; e 15,5% mo<strong>de</strong>rada / severa.<br />

Conclusão: As crianças que os pais relataram serem<br />

respiradores bucais têm mais alterações <strong>de</strong> má oclusão<br />

que aquelas que não apresentam respiração bucal.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 49<br />

P105 - Fluorose na <strong>de</strong>ntição <strong>de</strong>cídua <strong>de</strong> acordo<br />

com a condição <strong>de</strong> fluoretação e fatores socioeconômicos<br />

Elaine Pereira da Silva Tagliaferro (FOP /<br />

UNICAMP), Silvia Cypriano (FO-PUC-Campinas),<br />

Maria da Luz Rosário <strong>de</strong> Sousa (FOP / UNICAMP)<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>ste estudo transversal foi<br />

<strong>de</strong>terminar a prevalência <strong>de</strong> fluorose <strong>de</strong>ntária na <strong>de</strong>ntição<br />

<strong>de</strong>cídua <strong>de</strong> pré-escolares na região Su<strong>de</strong>ste do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong> acordo com a condição <strong>de</strong><br />

fluoretação, porte <strong>de</strong>mográfico e fatores socioeconômicos.<br />

Métodos: Para este estudo transversal foram utilizados<br />

dados do Levantamento Epi<strong>de</strong>miológico do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, 1998, fornecidos pela Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Um total <strong>de</strong> 3.571 préescolares<br />

<strong>de</strong> 5 e 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foram aleatoriamente<br />

selecionados em 29 cida<strong>de</strong>s da região Su<strong>de</strong>ste do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, as quais foram sorteadas após estratificação<br />

por condição <strong>de</strong> fluoretação e porte <strong>de</strong>mográfico.<br />

Os examinadores previamente calibrados<br />

realizaram os exames clínicos <strong>de</strong> acordo com os critérios<br />

da OMS, usando o índice <strong>de</strong> Dean. O teste <strong>de</strong> quiquadrado<br />

foi utilizado para avaliar as diferenças entre<br />

a prevalência <strong>de</strong> fluorose e as variáveis estudadas.<br />

Resultados: A ida<strong>de</strong> média das crianças examinadas<br />

foi <strong>de</strong> 5,6 anos. A prevalência <strong>de</strong> fluorose na <strong>de</strong>ntição<br />

<strong>de</strong>cídua foi <strong>de</strong> 5,9%, sendo 5,6% graus 1, 2 ou 3 e<br />

0,3% graus 4 e 5. A prevalência <strong>de</strong> fluorose não foi<br />

significativamente diferente entre áreas fluoretadas e<br />

não-fluoretadas (p=0,58) assim como entre cida<strong>de</strong>s<br />

pequenas, médias e gran<strong>de</strong>s (p=0,80). Por outro lado,<br />

as crianças <strong>de</strong> pré-escolas particulares apresentaram<br />

prevalência <strong>de</strong> fluorose significativamente maior<br />

(9,4%) quando comparadas às das pré-escolas públicas<br />

(5,6%) (p=0,006). Os pré-escolares resi<strong>de</strong>ntes na<br />

zona rural mostraram maior prevalência do distúrbio<br />

(9,1%) do que os resi<strong>de</strong>ntes na zona urbana (5,5%)<br />

(p=0,003).<br />

Conclusão: A fluorose <strong>de</strong>ntária na <strong>de</strong>ntição <strong>de</strong>cídua<br />

não foi consi<strong>de</strong>rada um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública na<br />

região Su<strong>de</strong>ste do Estado <strong>de</strong> São Paulo e sua prevalência<br />

esteve associada às variáveis tipo <strong>de</strong> escola e<br />

zona <strong>de</strong> residência.<br />

P128 - Perfil dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho e doenças<br />

ocupacionais que acometem os profissionais da<br />

saú<strong>de</strong>.<br />

Ana Carolina da Graça Fagun<strong>de</strong>s (Fac. Odontol.<br />

Araçatuba-UNESP), Renata Reis dos Santos (Fac.<br />

Odontol. Araçatuba-UNESP), Cléa Adas Saliba Garbin<br />

(Programa <strong>de</strong> pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social FOA-UNESP), Artênio José Isper<br />

Garbin (Programa <strong>de</strong> pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social FOA-UNESP).<br />

Introdução: As condições <strong>de</strong> trabalho que os profissionais<br />

da saú<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> se submeter, muitas vezes<br />

acabam prejudicando sua integrida<strong>de</strong> física, <strong>de</strong>ixandoos<br />

cada vez mais expostos aos aci<strong>de</strong>ntes e doenças<br />

ocupacionais. Esses profissionais que tanto zelam<br />

pelo bem estar das pessoas, <strong>de</strong>vido ao ambiente insalubre<br />

e as extensas jornadas <strong>de</strong> trabalho ao qual são<br />

submetidos, acabam por privar-se da manutenção da<br />

própria saú<strong>de</strong>. Por isso, o objetivo <strong>de</strong>ste estudo consistiu<br />

em verificar o perfil dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trabalho e<br />

doenças ocupacionais, que tenham acometido os profissionais<br />

da área da saú<strong>de</strong>, ocorridos no município <strong>de</strong><br />

Araçatuba-SP e registrados no Centro <strong>de</strong> Referencia e<br />

Saú<strong>de</strong> do Trabalhador (CRST).<br />

Métodos: Foram analisadas as Comunicações <strong>de</strong> A-<br />

ci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Trabalho (CAT) emitidas <strong>de</strong> 1999 a 2005,<br />

dos aci<strong>de</strong>ntes ocorridos e registrados no CRST do<br />

município <strong>de</strong> Araçatuba-SP. Foi utilizado o programa<br />

estatístico Epi-Info 2000, para tabulação e análise dos<br />

dados obtidos e a pesquisa foi submetida à aprovação<br />

do Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa.<br />

Resultados: Foram analisadas 313 CAT envolvendo<br />

profissionais da saú<strong>de</strong>. Destes, 87,7% classificaram-se<br />

como aci<strong>de</strong>ntes típicos, 11% como aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trajeto,<br />

e 1,3% como doença. O tempo médio trabalhado<br />

até o momento do aci<strong>de</strong>nte foi <strong>de</strong> 3,52 horas (d.p.<br />

3,27). Quanto ao gênero, 18% dos aci<strong>de</strong>ntes ocorreram<br />

com homens, e 82% em mulheres. Ao analisarmos<br />

o tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> exercida, pu<strong>de</strong>mos observar<br />

que 73,5% dos aci<strong>de</strong>ntados são os auxiliares <strong>de</strong> enfermagem;<br />

0,6% são cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e 0,6% <strong>de</strong><br />

auxiliares <strong>de</strong> cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas. O objeto causador<br />

mais encontrado foi perfurocortante (41,7%) e os casos<br />

<strong>de</strong> agressão (13,9%).<br />

Conclusão: Concluímos que a maior parte dos aci<strong>de</strong>ntes<br />

típicos foi causada por objetos perfurocortantes<br />

e os profissionais mais acometidos foram os auxiliares<br />

<strong>de</strong> enfermagem, porém tal percentual po<strong>de</strong>rá ser reduzido<br />

através da implantação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que<br />

venham a reduzir o risco e gravida<strong>de</strong> dos aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 50<br />

P139 - Condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população cadastrada<br />

a uma Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família na<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Curuçá Velha, localizada da<br />

zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Eloiza Helena da Silva Brandão (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina), Suzana<br />

Maria Velloso Dutra (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina), Julie Silvia<br />

Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu<br />

(Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa<br />

Marcelina) e Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina).<br />

Introdução: Os levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos em<br />

saú<strong>de</strong> bucal se colocam como importantes instrumentos<br />

para o conhecimento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

das populações, <strong>de</strong> forma a permitir aos profissionais<br />

envolvidos com a tarefa <strong>de</strong> planejar, informações para<br />

subsidia-los, permitindo também o acompanhamento<br />

dos resultados das ações <strong>de</strong>senvolvidas no <strong>de</strong>correr do<br />

tempo.<br />

Métodos: O presente trabalho baseou-se nos resultados<br />

<strong>de</strong> um levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal realizado na Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Curuçá Velha no<br />

ano <strong>de</strong> 2005. Este levantamento fez parte <strong>de</strong> um estudo<br />

maior, que envolveu 8 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvem<br />

a estratégia saú<strong>de</strong> da família, localizadas<br />

na zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo. As unida<strong>de</strong>s<br />

participantes do estudo têm em comum o fato <strong>de</strong> terem<br />

recebido resi<strong>de</strong>ntes da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da<br />

Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / FASM em suas e-<br />

quipes. O levantamento foi baseado nos critérios<br />

preconizados pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

tendo também como referência o “Projeto SB 2000 -<br />

Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da População Brasileira no<br />

Ano 2000” do Ministério da Saú<strong>de</strong>. O critério <strong>de</strong><br />

inclusão foi o indivíduo estar cadastrado na área<br />

vinculada à equipe e ter 5, 12, 18, 40 ou 70 anos. Os<br />

dados foram analisados pelo programa EPI INFO<br />

versão Resultados: 3.2. Foram examinados 149 indivíduos cadastrados<br />

à área, nas diversas ida<strong>de</strong>s-índice. Entre as<br />

crianças examinadas (n = 41) com 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

56,1% apresentaram-se livres <strong>de</strong> cárie, e o ceo-d médio<br />

foi <strong>de</strong> 1,5. Na ida<strong>de</strong>-índice <strong>de</strong> 12 anos foram examinadas<br />

26 crianças, observando-se um CPO-D médio<br />

<strong>de</strong> 1,3, sendo que 65,4% das mesmas encontraram-se<br />

livres <strong>de</strong> cárie. Entre os jovens com 18 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> (n = 35) os resultados apontaram que 94,3% não<br />

haviam perdido nenhum <strong>de</strong>nte permanente, e a média<br />

do CPO-D foi <strong>de</strong> 3,6. Aos 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> foram<br />

examinados 29 indivíduos observando-se que 79,3%<br />

apresentavam 20 <strong>de</strong>ntes ou mais e o CPO-D médio foi<br />

<strong>de</strong> 17,3. Foram examinados 18 indivíduos com 70<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, verificando-se que nenhum apresentava<br />

20 <strong>de</strong>ntes ou mais, e que 55,6% apresentavam-se e-<br />

dêntulos. O CPO-D médio foi nesta ida<strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 29,9.<br />

Conclusão: Ao se comparar os resultados obtidos<br />

com as metas propostas pela OMS / FDI para o ano<br />

2000 observa-se que as metas foram atingidas para as<br />

ida<strong>de</strong>s-índice <strong>de</strong> 5, 12, 18 e 40 anos, não sendo atingida<br />

apenas a meta para a ida<strong>de</strong>-índice <strong>de</strong> 70 anos.<br />

Tais resultados apontam uma situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

dos cadastrados a esta Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família da<br />

Unida<strong>de</strong> Curuçá Velha bem mais favorável que a do<br />

restante do país, sendo porém o <strong>de</strong>safio, <strong>de</strong>senvolver<br />

ações para se atingir as metas propostas para 2010.<br />

P147 - Polarização da cárie <strong>de</strong>ntária em crianças<br />

<strong>de</strong> 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Fábio Silva <strong>de</strong> Carvalho (APCD – Bauru); Ricardo<br />

Pianta Rodrigues da Silva (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>); José Roberto <strong>de</strong> Magalhães<br />

Bastos (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>);<br />

Silvia Helena <strong>de</strong> Carvalho Sales Peres (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>); Antônio Franscisco<br />

Ton (SMS - Espírito Santo do Turvo); João Paulo<br />

Coque (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru –<strong>USP</strong>);<br />

Angela Eloisa Rausch (APCD – Bauru); Cristine Alves<br />

Paz <strong>de</strong> Carvalho (APCD – Bauru); Elisabeth A-<br />

parecida Salvador (APCD – Bauru); Martino Carlo<br />

Mon<strong>de</strong>li (APCD – Bauru); Ana Karolina Zampronio<br />

Bassi (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: A redução da prevalência <strong>de</strong> cárie observada<br />

em todo o mundo vem sendo acompanhada por<br />

mudanças em seu perfil epi<strong>de</strong>miológico.<br />

Métodos: Este estudo foi realizado no município <strong>de</strong><br />

Espírito Santo do Turvo, sendo que a amostra foi<br />

composta por 52 escolares <strong>de</strong> 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, provenientes<br />

<strong>de</strong> escolas públicas. O índice CPOD é a<br />

medida <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> cárie mais utilizada em levantamentos<br />

epi<strong>de</strong>miológicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua elaboração<br />

até os dias atuais. Os exames foram realizados por<br />

cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas, previamente calibrados por um<br />

examinador “Gold Standard”, que era experiente em<br />

levantamentos odontológicos. Todos os escolares foram<br />

examinados no pátio das escolas, sob luz natural,<br />

usando espelho e sonda IPC (ball point), após escova-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 51<br />

ção prévia com <strong>de</strong>ntifrício fluoretado e seguindo as<br />

recomendações da Organização Mundial da Saú<strong>de</strong>..<br />

Resultados: A prevalência <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária foi <strong>de</strong><br />

2,94, e o percentual <strong>de</strong> livres <strong>de</strong> cárie foi 19,2%. A<br />

polarização da cárie foi i<strong>de</strong>ntificada por meio do SIC,<br />

sendo que o valor encontrado foi <strong>de</strong> 5,82 .<br />

Conclusão: Concluiu-se que os dados epi<strong>de</strong>miológicos<br />

retratam os problemas, permitindo a implementação<br />

<strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o que favorece a melhora<br />

nas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população.<br />

P154 - Concentrações <strong>de</strong> flúor nas águas <strong>de</strong> abastecimento<br />

público <strong>de</strong> municípios da região noroeste<br />

do estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Suzely Adas Saliba Moimaz, Orlando Saliba, Nemre<br />

Adas Saliba, Ana Valéria Pagliari (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social -<br />

Nepesco - Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa em Saú<strong>de</strong> Coletiva -<br />

UNESP - <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba).<br />

Introdução: O benefício alcançado pela utilização do<br />

flúor no controle da doença cárie é reconhecido em<br />

todo mundo e muitos veículos foram propostos e são<br />

utilizados para sua aplicação individualmente ou em<br />

programas coletivos. Para estes últimos, a fluoretação<br />

das águas <strong>de</strong> abastecimento público constitui uma<br />

medida extremamente eficaz, abrangente, segura, <strong>de</strong><br />

baixo custo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que todo o processo seja a<strong>de</strong>quadamente<br />

realizado para que os teores recomendados<br />

sejam mantidos. Para que isso aconteça, além do controle<br />

operacional, realizado pela empresa <strong>de</strong> saneamento,<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> heterocontrole realizado<br />

pelo órgão <strong>de</strong> vigilância sanitária ou por outras instituições.<br />

Nesse estudo realizaram-se análises do teor<br />

<strong>de</strong> flúor das águas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> 40 municípios<br />

situados na região noroeste do estado <strong>de</strong> São Paulo,<br />

durante 6 meses, <strong>de</strong> janeiro a junho <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, para verificar<br />

se a adição ocorre <strong>de</strong> forma contínua e se os<br />

teores encontram-se <strong>de</strong>ntro dos parâmetros recomendados.<br />

Métodos: Mapas com a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> água<br />

dos municípios foram solicitados e utilizados para<br />

<strong>de</strong>finição das regiões <strong>de</strong> coleta e sorteio dos en<strong>de</strong>reços<br />

dos pontos, <strong>de</strong> forma que abrangesse todas as fontes<br />

<strong>de</strong> água tratada. Uma amostra <strong>de</strong> água <strong>de</strong> cada ponto<br />

foi coletada por mês e analisada em duplicata pelo<br />

método íon-eletrodo específico. Amostras com 0,6 a<br />

0,8 mg F / L foram consi<strong>de</strong>radas aceitáveis.<br />

Resultados: Nos 34 municípios que enviaram as a-<br />

mostras regularmente nos 6 meses <strong>de</strong> estudo, a água<br />

<strong>de</strong> 133 pontos foi coletada, perfazendo um total <strong>de</strong><br />

762 amostras analisadas. Um município iniciou o processo<br />

<strong>de</strong> fluoretação durante o estudo e outro não adicionava<br />

flúor à água. Constatou-se que, dos 32 municípios<br />

que realizavam a fluoretação, 71,87% apresentaram<br />

variações das concentrações <strong>de</strong> flúor entre os<br />

pontos e no mesmo ponto ao longo do período. Consi<strong>de</strong>rando-se<br />

apenas as 702 amostras coletadas nos<br />

municípios que adicionaram flúor à água em todo o<br />

período do estudo, 47,86% foram classificadas como<br />

inaceitáveis.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>-se concluir que a maioria <strong>de</strong>stes<br />

municípios não mantém controle a<strong>de</strong>quado sobre os<br />

níveis <strong>de</strong> flúor em sua água, pois a adição <strong>de</strong> flúor<br />

ocorre <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua e na maioria das vezes<br />

em teores fora dos parâmetros recomendados. Os relatórios<br />

estão sendo enviados mensalmente aos municípios<br />

e reuniões estão sendo realizadas, objetivando a<br />

correção do processo <strong>de</strong> fluoretação.<br />

P156 - Fluoretação <strong>de</strong> água no Brasil: uma experiência<br />

<strong>de</strong> 50 anos.<br />

Ana Valéria Pagliari, Nemre Adas Saliba, Suzely A-<br />

das Saliba Moimaz, Cézar Augusto Casotti (Programa<br />

<strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e<br />

Social - NEPESCO - Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa em Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva - UNESP - <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Araçatuba).<br />

Introdução: A fluoretação da água <strong>de</strong> abastecimento<br />

público é reconhecida mundialmente como um das<br />

<strong>de</strong>z mais importantes conquistas do século XX para a<br />

Saú<strong>de</strong> Pública, por ser um dos fatores responsáveis<br />

pela redução da prevalência da cárie <strong>de</strong>ntária. No Brasil,<br />

o primeiro programa <strong>de</strong> fluoretação artificial <strong>de</strong><br />

água, foi implantado em 1953, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baixo<br />

Guandu, Espírito Santo. Além <strong>de</strong> ter um caráter <strong>de</strong>monstrativo,<br />

este programa serviu como fonte <strong>de</strong> informação<br />

para os técnicos <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s governamentais<br />

e <strong>de</strong> ensino em todo país. O presente estudo<br />

teve como objetivo verificar o efeito <strong>de</strong> 52 anos <strong>de</strong><br />

fluoretação da água nos índices <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária dos<br />

moradores permanentes do município Baixo Guandu,<br />

comparando os resultados com levantamentos realizados<br />

nesta mesma população antes do início da fluoretação<br />

e com os dados do levantamento nacional realizado<br />

em 2002-2003.<br />

Métodos: Após a aprovação do Comitê <strong>de</strong> Ética em<br />

Pesquisa com Seres Humanos da FOA-UNESP, um<br />

examinador e um anotador, treinados e calibrados<br />

(Kappa 0,95), percorreram todo o perímetro urbano da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baixo Guandu, i<strong>de</strong>ntificando e examinando<br />

os moradores permanentes, com 5, 12, 15-19 e 35-44<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, que consumiram exclusivamente a á-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 52<br />

gua distribuída pela Estação <strong>de</strong> Tratamento. Os exames<br />

foram realizados no próprio domicílio, sob iluminação<br />

natural, com auxílio <strong>de</strong> espelho bucal e sonda<br />

OMS. Os códigos e critérios recomendados pela OMS<br />

foram utilizados para o exame da condição da coroa<br />

<strong>de</strong>ntária <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes permanentes e <strong>de</strong>cíduos. Os resultados<br />

foram processados no programa Epibuco (Microsoft<br />

Visual FoxPro), obtendo-se os índices ceod /<br />

CPOD para cada ida<strong>de</strong>. O Programa Epi-info 3.2 foi<br />

utilizado para a análise estatística dos resultados.<br />

Resultados: Foram examinados 656 indivíduos: 141<br />

com 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, 111 com 12 anos, 270 com 15 a<br />

19 anos e 134 com 35 a 44 anos. Verificou-se que, 52<br />

anos após a adição <strong>de</strong> flúor à água <strong>de</strong> abastecimento<br />

<strong>de</strong> Baixo Guandu, o índice CPOD aos 12 anos apresentou<br />

<strong>de</strong>clínio, passando <strong>de</strong> 8.61 (em 1953) para 1.55<br />

(em 2005). Tem-se, portanto, um percentual <strong>de</strong> redução<br />

da cárie <strong>de</strong>ntária 82%. Em 1953, das 101 crianças<br />

com 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> examinadas, somente 2 eram<br />

livres <strong>de</strong> cárie. Em 2005, das 111 crianças examinadas,<br />

52 eram livres <strong>de</strong> cárie.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>-se concluir que a fluoretação das<br />

águas <strong>de</strong> abastecimento público do município <strong>de</strong> Baixo<br />

Guandu, contribuiu <strong>de</strong> forma significativa para<br />

melhoria do padrão epi<strong>de</strong>miológico da cárie <strong>de</strong>ntária<br />

no município, além <strong>de</strong> ter servido como estímulo para<br />

que outros municípios brasileiros adotassem o método,<br />

em função dos benefícios obtidos pela população.<br />

P160 - Controle <strong>de</strong> infecção nos serviços odontológicos<br />

<strong>de</strong> Campos dos Goytacazes, RJ-2005.<br />

Aracélie Mayerhoffer ( DAO- SMS- Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Campos dos Goytacazes-RJ).<br />

Introdução: Gran<strong>de</strong> parte dos brasileiros não recebe<br />

tratamento odontológico e dados do IBGE, indicam<br />

que, até 2004, 30 milhões <strong>de</strong> brasileiros nunca tinham<br />

ido ao <strong>de</strong>ntista. De posse <strong>de</strong>sses dados, o governo<br />

fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>senvolveu uma política estruturada com o<br />

objetivo <strong>de</strong> ampliar e garantir a assistência odontológica<br />

à população, criando um programa que oferece<br />

tratamentos especializados. Aliado a essa proposta, o<br />

atendimento primário da re<strong>de</strong> básica continua a ser<br />

priorida<strong>de</strong> e a prestação dos serviços nos consultórios<br />

odontológicos com qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer às normas<br />

e rotinas técnicas, <strong>de</strong>ntro dos fluxos corretos. Isso<br />

leva a uma prática da <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong>ntro dos princípios<br />

<strong>de</strong> biossegurança e ética profissional, com um<br />

efetivo controle <strong>de</strong> infecção cruzada.<br />

Métodos: Foi realizada uma pesquisa, por meio <strong>de</strong><br />

um questionário com 43 questões fechadas e uma<br />

questão aberta para sugestões, a ser respondido por<br />

um cirurgião <strong>de</strong>ntista ou ASB (ACD) das 99 Unida<strong>de</strong>s<br />

Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (UBS) que prestam serviço odontológico.<br />

Resultados: Do total, foram enviados 53 questionários.<br />

Em relação ao uso <strong>de</strong> EPIs, em 56,60% o uso do<br />

gorro não é rotineiro, Possuem dispositivos para <strong>de</strong>scarte<br />

<strong>de</strong> pérfuro-cortantes, 88,67% das unida<strong>de</strong>s, apenas<br />

37,73% utilizam saco branco leitoso para <strong>de</strong>scarte<br />

<strong>de</strong> lixo biológico. Em 32,07% das unida<strong>de</strong>s já ocorreram<br />

aci<strong>de</strong>ntes com pérfuro-cortantes, e em 77,35%<br />

não existe protocolo a ser seguido nessas ocasiões.<br />

Em 94,33% o processamento dos artigos é realizado<br />

nos consultórios, mesmo em unida<strong>de</strong>s com mais <strong>de</strong><br />

um consultório, sendo a limpeza e processamento<br />

realizado em área comum (67,92%). O produto mais<br />

utilizado na limpeza dos artigos é o <strong>de</strong>tergente doméstico<br />

(43,30%), o sabão em barra (18,86%) e o <strong>de</strong>tergente<br />

doméstico juntamente com o hipoclorito<br />

(15,08%). A esterilização, em 52,83%, é realizada em<br />

estufa e apenas 18,86%, utilizam a estufa e autoclave<br />

conjuntamente. As ASBs (ACDs); <strong>de</strong> 58,49% unida<strong>de</strong>s,<br />

não possuem formação a<strong>de</strong>quada.<br />

Conclusão: Com base nas respostas, po<strong>de</strong>mos concluir<br />

que o gorro é pouco utilizado pelos profissionais;<br />

o uso <strong>de</strong> dispositivo para <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> pérfuro-cortante<br />

não é realida<strong>de</strong> em todas as unida<strong>de</strong>s, bem como o<br />

uso do saco <strong>de</strong> lixo branco leitoso, próprio para o lixo<br />

biológico; não existe nas unida<strong>de</strong>s fluxograma a ser<br />

seguido frente a um aci<strong>de</strong>nte com pérfuro-cortante;<br />

não existe padronização nos processos <strong>de</strong> limpeza,<br />

processamento e esterilização dos artigos, e que estes<br />

processos são realizado em área comum nos próprios<br />

consultórios; os produtos utilizados para limpeza dos<br />

artigos não são os recomendados; o autoclave não é<br />

utilizado em todas as unida<strong>de</strong>s e as sugestões mais<br />

citadas foram: cursos <strong>de</strong> capacitação para as ASB<br />

(ACD); fornecimento contínuo dos insumos utilizados<br />

no controle <strong>de</strong> infecção e manutenção dos equipamentos<br />

<strong>de</strong> forma freqüente.<br />

P162 - Levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal realizado em 8 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

na zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Julie Silvia Martins, Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu,<br />

Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa<br />

Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina).<br />

Introdução: O levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal é uma importante ferramenta para conhecer<br />

as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada população.<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar-se um levantamento<br />

epi<strong>de</strong>miológico em uma área vinculada a uma<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 53<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família envolvendo os diversos<br />

grupos etários possibilita conhecer os problemas relativos<br />

à saú<strong>de</strong> bucal da população cadastrada e planejar<br />

as ações <strong>de</strong> acordo com a realida<strong>de</strong> local. A Residência<br />

Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família, projeto<br />

este financiado pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvido<br />

em parceria com a Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina possibilitou concretizar<br />

tal situação e o presente trabalho apresentar em<br />

linhas gerais o projeto <strong>de</strong>senvolvido, com os principais<br />

resultados.<br />

Métodos: O levantamento epi<strong>de</strong>miológico em saú<strong>de</strong><br />

bucal foi realizado em 8 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvem<br />

a estratégia saú<strong>de</strong> da família, localizadas<br />

na zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo, durante o<br />

ano <strong>de</strong> 2005. As unida<strong>de</strong>s participantes do estudo têm<br />

em comum o fato <strong>de</strong> terem recebido resi<strong>de</strong>ntes da área<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da Residência Multiprofissional em<br />

Saú<strong>de</strong> da Família em suas equipes. O levantamento<br />

foi baseado nas normas preconizadas pela Organização<br />

Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (4.ª ed.), tendo também como<br />

referência <strong>de</strong> um modo especial o “Projeto SB 2000 -<br />

Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da População Brasileira no<br />

Ano 2000”- Ministério da Saú<strong>de</strong>. Para a condição <strong>de</strong><br />

tecidos moles e risco à cárie utilizou-se os códigos e<br />

critérios propostos pela Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>.<br />

O critério <strong>de</strong> inclusão foi o indivíduo estar cadastrado<br />

na área vinculada à equipe e ter 5, 12, 18, 40 ou<br />

70 anos. Foi observado durante o exame: uso e necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> prótese; fluorose <strong>de</strong>ntária; anormalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>nto-faciais; cárie e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento; doença<br />

periodontal; alteração em tecidos moles; risco à<br />

cárie; índice anamnésco <strong>de</strong> Helkimo. Os dados foram<br />

analisados pelo programa EPI INFO versão 3.2 . Os<br />

resi<strong>de</strong>ntes realizaram todas as fases do levantamento<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação dos indivíduos até o relatório<br />

final.<br />

Resultados: Foram examinados 1.673 indivíduos,<br />

489 (5 anos); 439 (12 anos); 385 (18 anos); 273 (40<br />

anos); 87 (70 anos). Entre as crianças <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong> 57,1% encontravam-se livres <strong>de</strong> cárie e a média<br />

do ceo-d foi <strong>de</strong> 1,5. O CPO-D médio aos 12 anos foi<br />

<strong>de</strong> 1,4. Entre os jovens com 18 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 78,5%<br />

não per<strong>de</strong>ram nenhum <strong>de</strong>nte permanente, porém este<br />

percentual variou conforme a região entre 94,6% e<br />

65,5%. Entre os indivíduos com 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

59,3% tinham 20 ou mais <strong>de</strong>ntes, sendo que em 2 unida<strong>de</strong>s<br />

estudadas foi atingida a meta da OMS / FDI<br />

para o ano <strong>de</strong> 2000 <strong>de</strong> 75% ou mais <strong>de</strong> adultos nesta<br />

ida<strong>de</strong> com 20 <strong>de</strong>ntes ou mais. Entre os idosos com 70<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> apenas 6% apresentavam 20 <strong>de</strong>ntes ou<br />

mais, e 65,5% apresentavam-se edêntulos. As informações<br />

obtidas foram utilizadas pelos resi<strong>de</strong>ntes para<br />

o planejamento do trabalho a ser <strong>de</strong>senvolvido em<br />

<strong>2006</strong> e também serão apresentadas <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>talhada<br />

em relatórios a serem encaminhados ao gestor municipal<br />

e ao Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: O trabalho favoreceu o aprendizado dos<br />

resi<strong>de</strong>ntes em relação ao manejo do instrumental epi<strong>de</strong>miológico<br />

e permitiu que os mesmos traçassem um<br />

perfil <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população cadastrada à sua<br />

área <strong>de</strong> atuação, possibilitando que os mesmos <strong>de</strong>senvolvessem<br />

o planejamento pautado na realida<strong>de</strong> local.<br />

P174 - Situação vacinal dos profissionais <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> Campos dos Goytacazes,<br />

RJ- 2005.<br />

Aracélie Mayerhoffer (DAO- SMS- Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Campos dos Goytacazes).<br />

Introdução: Estudos, realizados nas últimas décadas,<br />

vêm <strong>de</strong>monstrando o risco dos profissionais da odontologia<br />

(CD, ASB, TSB, TLP) em contraírem doenças<br />

ocupacionais, resultantes <strong>de</strong> exposições a certos agentes<br />

químicos, físicos e biológicos. Dentre os biológicos,<br />

a preocupação maior, são os agentes patogênicos<br />

do sangue, responsáveis por doenças como hepatites<br />

B, C e a AIDS. A hepatite B possui uma incidência<br />

maior nesses profissionais, quando comparados com<br />

outros da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e, uma prevalência maior do<br />

que na população em geral. Dentre as doenças citadas,<br />

a única, até o momento, a possuir vacina é hepatite B.<br />

O seu fornecimento é garantido nos serviços públicos<br />

para os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, sendo um meio eficaz<br />

<strong>de</strong> prevenção da doença, bem como, <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

infecção nos consultórios odontológicos.<br />

Métodos: Com o propósito <strong>de</strong> conhecer a situação<br />

vacinal dos profissionais <strong>de</strong> odontologia do município<br />

<strong>de</strong> Campos dos Goytacazes, foi distribuída aos funcionários<br />

da re<strong>de</strong> municipal, (460 CDs e 90 ASB),<br />

uma ficha com questões referentes à vacinação, on<strong>de</strong><br />

a i<strong>de</strong>ntificação se limitava ao primeiro nome do profissional<br />

e o nome da unida<strong>de</strong>. Foram perguntadas<br />

quantas doses da vacina contra a hepatite B haviam<br />

recebido; se conheciam a resposta vacinal (teste anti-<br />

Hbs) e se haviam recebido imunização contra tétano e<br />

difteria.<br />

Resultados: Do total <strong>de</strong> 550 profissionais, apenas<br />

242 (44%) respon<strong>de</strong>ram as questões e <strong>de</strong>ntre esses,<br />

81% eram do sexo feminino e 19% do sexo masculino.<br />

Apesar <strong>de</strong> não ter se questionado a categoria profissional,<br />

38% eram Cds, 8% ABSs e 54% não especificaram<br />

sua categoria. E m relação a vacinação contra<br />

hepatite B, 70% disseram terem tomado as três doses<br />

recomendadas; 14% duas doses, 10% apenas uma<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 54<br />

dose, 3% disseram não terem se vacinado e 3% não<br />

respon<strong>de</strong>ram. Quanto a conhecer a resposta vacinal,<br />

25% disseram que sim, 47% que não e 8% não respon<strong>de</strong>ram.<br />

Em relação a vacinação contra tétano e<br />

difteria, 84% disseram estar vacinados e 16% não.<br />

Conclusão: Esses números mostram que profissionais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal ainda estão sem cobertura vacinal<br />

contra a hepatite B, colocando em risco a sua saú<strong>de</strong> e,<br />

mesmo quando vacinados, muitos não realizam o testa<br />

anti-Hbs. É necessário que os gestores criem estratégias,<br />

objetivando orientar os profissionais da importância<br />

<strong>de</strong>sse meio eficaz <strong>de</strong> prevenção, implantando<br />

juntamente, uma cultura <strong>de</strong> valorização do homem e<br />

sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, consi<strong>de</strong>rando também, a perda<br />

econômica e produtiva acarretada com o afastamento<br />

em caso adoecimento.<br />

P178 - Levantamento epi<strong>de</strong>miológico das condições<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no município <strong>de</strong> São Pedro.<br />

Marta Tiemi Omuro (FUNDECTO / FO<strong>USP</strong>), André<br />

Luiz Menato (FUNDECTO / FO<strong>USP</strong>), Ricardo Fé<strong>de</strong>r<br />

Capello (FUNDECTO / FO<strong>USP</strong>), Antônio Carlos Frias<br />

(FUNDECTO / FO<strong>USP</strong>), Vla<strong>de</strong>n Vieira<br />

(FUNDECTO / FO<strong>USP</strong>).<br />

Introdução: Realizado em agosto <strong>de</strong> 2005 pelos alunos<br />

do curso <strong>de</strong> especialização em Saú<strong>de</strong> Coletiva da<br />

FUNDECTO – FO-<strong>USP</strong>), o primeiro Levantamento<br />

Epi<strong>de</strong>miológico das Condições <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal examinou<br />

crianças e adolescentes matriculados em escolas<br />

públicas, adultos e idosos usuários das unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> pública e asilos no município<br />

<strong>de</strong> São Pedro, SP.<br />

Métodos: A amostra foi do tipo probabilística, amostra<br />

casual simples para as ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 5, 12 anos e <strong>de</strong> 15<br />

a 19 anos e amostragem não probabilística por conveniência<br />

nos grupos etários <strong>de</strong> 35 a 44 anos, e <strong>de</strong> 65 a<br />

74 anos. A metodologia adotada neste levantamento<br />

foi a preconizada pela 4ª. edição da OMS.<br />

Resultados: Das crianças <strong>de</strong> 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> examinadas,<br />

42% estão livres <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária na <strong>de</strong>ntição<br />

<strong>de</strong>cídua e o ceo-d foi <strong>de</strong> 2,8, on<strong>de</strong> 86,9 % do índice é<br />

composto por <strong>de</strong>ntes cariados. Aos 12 anos o CPO-D<br />

é <strong>de</strong> 2,96, sendo 75,1% do índice composto por <strong>de</strong>ntes<br />

restaurados, e 29,6% das crianças nesta ida<strong>de</strong> estão<br />

livres <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária na <strong>de</strong>ntição permanente. No<br />

exame periodontal apenas 15,2% das crianças têm<br />

todos os sextantes sadios. No grupo <strong>de</strong> 15 a 19 anos o<br />

CPO-D é <strong>de</strong> 6,63, com 77% correspon<strong>de</strong>nte ao componente<br />

O (obturado). 53,1% dos examinados apresentam<br />

cálculo <strong>de</strong>ntal. No grupo <strong>de</strong> 35 a 44 anos o<br />

índice CPO-D é <strong>de</strong> 21,8 e o componente P (perdido)<br />

representa 42,4% do índice. No exame periodontal,<br />

54,1% dos sextantes observados apresentam algum<br />

agravo, sendo que o mais freqüente é o cálculo <strong>de</strong>ntal<br />

com 32,2%. No grupo dos idosos (65 a 74 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>), o índice CPO-D é <strong>de</strong> 26,7 sendo que o componente<br />

P (perdido) representa 88% do índice, e 50%<br />

dos idosos são <strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntados totais.<br />

Conclusão: Em relação à atenção, sugere-se procedimentos<br />

coletivos com a educação em saú<strong>de</strong>, a universalização<br />

do Fluoretação da água <strong>de</strong> abastecimento<br />

público. Formas alternativas <strong>de</strong> fluoretação e fluorterapia<br />

<strong>de</strong>vem ser praticadas segundo o risco, nos locais<br />

on<strong>de</strong> não há água <strong>de</strong> abastecimento público. Os dados<br />

obtidos po<strong>de</strong>rão servir como valioso instrumento epi<strong>de</strong>miológico<br />

para subsidiar o planejamento, controle e<br />

avaliação dos programas <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> bucal<br />

praticados no município visando à promoção, proteção<br />

e recuperação da saú<strong>de</strong> em consonância com os<br />

princípios e diretrizes do SUS.<br />

R002 - Campanha <strong>de</strong> prevenção e diagnóstico precoce<br />

do câncer bucal, Santo André, <strong>2006</strong>.<br />

Leila Aparecida Cheachire (Prefeitura Municipal <strong>de</strong><br />

Santo André), Célia Aparecida Ducci Fernan<strong>de</strong>s<br />

Chaer (Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Santo André), Adriana<br />

Delboni Barreto (Associação Paulista <strong>de</strong> Cirurgiões<br />

Dentistas – Santo André).<br />

Introdução: O câncer <strong>de</strong> boca é uma importante causa<br />

<strong>de</strong> óbitos entre os indivíduos em ida<strong>de</strong> produtiva no<br />

Brasil, apesar <strong>de</strong> ser uma doença <strong>de</strong> fácil diagnóstico<br />

e curável em sua fase inicial. No entanto, cerca <strong>de</strong><br />

80% dos pacientes chegam aos serviços em estágio<br />

avançado da doença, implicando em cirurgias complexas<br />

e mutilações que provocam <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s, impedindo<br />

o paciente <strong>de</strong> levar uma vida normal, e não<br />

raro, poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sobrevivência. O número<br />

<strong>de</strong> pessoas atingidas pelo câncer bucal aumenta a<br />

cada ano. O Brasil ocupa o 4º lugar em incidência no<br />

mundo e cerca <strong>de</strong> 10% dos tumores malignos do corpo<br />

humano, em brasileiros, estão localizados na boca<br />

(INCA). A sobrevida dos pacientes está diretamente<br />

relacionada com a extensão da doença. O diagnóstico<br />

precoce é a única condição capaz <strong>de</strong> permitir a redução<br />

da taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Diante <strong>de</strong>stas informações<br />

e preocupados com os números alarmantes sobre a<br />

incidência do câncer bucal no Brasil a Secretaria Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Associação Paulista <strong>de</strong> Cirurgiões-<br />

Dentistas <strong>de</strong> Santo André realizaram a I Campanha <strong>de</strong><br />

prevenção e diagnóstico precoce do câncer bucal e a<br />

mesma vem se repetindo anualmente. Objetivos:<br />

conscientizar a população e os profissionais da saú<strong>de</strong>,<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 55<br />

alertando-os que o câncer bucal existe e que é tão nocivo<br />

como os <strong>de</strong>mais tipos; estimular o auto-exame;<br />

diagnosticar e encaminhar precocemente as lesões<br />

<strong>de</strong>tectadas.<br />

Métodos: Foram os seguintes: capacitações específicas<br />

para as equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, graduandos em<br />

odontologia e voluntários leigos; divulgação nos diversos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação; confecção <strong>de</strong> fol<strong>de</strong>rs<br />

educativos; exames clínicos realizados em tendas localizadas<br />

em pontos estratégicos da cida<strong>de</strong>, em UBS,<br />

casas <strong>de</strong> repouso, SESI, SEST / SENAT, Supermercado<br />

Pão <strong>de</strong> Açúcar, Paço Municipal e SEMASA;<br />

reavaliação dos casos suspeitos e exames complementares<br />

na APCD, realizada por <strong>de</strong>ntistas e graduandos<br />

voluntários com supervisão <strong>de</strong> especialistas em semiologia;<br />

encaminhamento das biópsias para a<br />

FO<strong>USP</strong>; encaminhamento dos casos positivos para<br />

tratamento em serviços <strong>de</strong> referência; realização do<br />

tratamento das lesões não cancerizáveis (cirúrgico e /<br />

ou medicamentoso).<br />

Resultados: 2001 - 2 800 exames; 3 casos positivos-<br />

3 722 exames; 2 casos positivos- 5 186 exames; 1<br />

caso positivo- 5 999 exames; 2 casos positivos2005 -<br />

9 445 exames; 5 casos positivos<br />

Conclusão: A campanha vem alcançando seus objetivos,<br />

como: profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e população conscientizados,<br />

aumento do número <strong>de</strong> casos suspeitos<br />

encaminhados para o serviço municipal <strong>de</strong> referência<br />

durante todo o ano, ampliação da campanha com a<strong>de</strong>são<br />

<strong>de</strong> novos parceiros, aumento do número <strong>de</strong> exames<br />

e a mesma passou a fazer parte do planejamento<br />

anual da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

R035 - Diagnóstico e prevenção <strong>de</strong> maus hábitos<br />

em crianças <strong>de</strong> 3 a 5 anos.<br />

Regina Léa França <strong>de</strong> Held (PSF Bucal Araçatuba SP),<br />

Dirce Sato Shimada (Chefe do Sev Odonto Araçatuba SP).<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>ste relato <strong>de</strong> experiência é<br />

diagnosticar maus hábitos em crianças, como respiração<br />

bucal, sucção <strong>de</strong> <strong>de</strong>do e chupeta. Orientando os<br />

pais que muitas vezes nem percebem o mau hábito<br />

existente, com objetivo da prevenção da má oclusão<br />

na <strong>de</strong>ntição permanente.<br />

Métodos: Crianças <strong>de</strong> 3 a 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> matriculadas<br />

em uma EMEI e crianças que participaram da campanha<br />

<strong>de</strong> vacinação contra poliomielite foram examinadas e<br />

quando diagnosticado o mau hábito os pais ou responsável<br />

receberam um cartão com agendamento para ir a<br />

unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ambulatório odontológico)<br />

para receber orientação. Os materiais usados foram:<br />

espátula <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e luvas <strong>de</strong>scartáveis e fotos <strong>de</strong> revistas.<br />

Resultados: Houve comparecimento <strong>de</strong> 90% das<br />

crianças agendadas, acompanhada <strong>de</strong> seus pais, sendo<br />

realizadas as orientações e encaminhamento da criança<br />

ao pediatra da UBS, visando diagnosticar alterações<br />

na a<strong>de</strong>nói<strong>de</strong>. Às crianças com hábito <strong>de</strong> sucção<br />

foram mostradas fotografias contendo imagens <strong>de</strong><br />

mordida aberta, com posterior orientação aos pais e às<br />

crianças para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interrupção do hábito,<br />

visando à prevenção <strong>de</strong> má-oclusão e o uso <strong>de</strong> aparelhos<br />

ortodônticos corretivos.<br />

Conclusão: Técnicas caseiras para largar a chupeta e<br />

parar <strong>de</strong> chupar o <strong>de</strong>do foram ensinadas e as crianças<br />

que não conseguiram se libertar do hábito, foram encaminhadas<br />

para a clínica <strong>de</strong> odontopediatria para<br />

colocar o aparelho móvel. São dois anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong>sse trabalho e o resultado tem sido muito<br />

gratificante.<br />

R036 - A efetivida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong><br />

risco <strong>de</strong> doenças bucais no planejamento <strong>de</strong> ações<br />

coletivas e individuais em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares, Regina Auxiliadora<br />

Amorim Marques, Fernanda Lúcia <strong>de</strong> Campos, Cássia<br />

Liberato Muniz Ribeiro, Dalila Aparecida Nogueira<br />

e Doralice Severo da Cruz (Área Técnica <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo SMS - SP).<br />

Introdução: O planejamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal,<br />

quer individuais, quer coletivas, é um constante <strong>de</strong>safio<br />

para o gestor municipal, pois os recursos físicos e humanos<br />

quase sempre são insuficientes para as necessida<strong>de</strong>s<br />

apresentadas pela população. Desta forma, a<br />

utilização <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> risco social e biológico é necessária<br />

para a otimização dos recursos disponíveis e<br />

para a <strong>de</strong>terminação do tipo <strong>de</strong> atendimento requerido<br />

pela <strong>de</strong>manda, pois possibilita organizá-la segundo seu<br />

perfil <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-doença, além <strong>de</strong> seu perfil social.<br />

Métodos: A Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo (SMS) vem implementando a utilização <strong>de</strong> critérios<br />

<strong>de</strong> rico às principais doenças bucais, conforme<br />

o proposto pela Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo em 2001. Estes se baseiam na experiência anterior<br />

e atual <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária, doença periodontal e<br />

patologias do tecido mole. Esses critérios foram utilizados<br />

na I Semana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> nas Escolas promovida<br />

pelo Programa Escola Promotora <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> 09 a 13<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2.005, numa parceira entre a SMS e Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Educação em 40 instituições municipais<br />

(creches, escolas <strong>de</strong> educação infantil e <strong>de</strong> ensino<br />

fundamental), localizadas em áreas <strong>de</strong> maior exclusão<br />

social.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 56<br />

Resultados: Realizaram-se ativida<strong>de</strong>s preventivas e<br />

educativas e inspeção bucal em 17.034 mil crianças,<br />

i<strong>de</strong>ntificando-se 41,6% como <strong>de</strong> baixo risco, 22,7%<br />

como <strong>de</strong> médio risco e 35,7% como <strong>de</strong> alto risco à<br />

cárie <strong>de</strong>ntária, sendo 3,7% referente a tratamento <strong>de</strong><br />

urgências, 22% referentes à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento<br />

restaurador e 10% referentes a tratamento preventivo<br />

intensivo.<br />

Conclusão: Esses resultados, em que pese não obe<strong>de</strong>cer<br />

a inspeção bucal a rigores metodológicos <strong>de</strong><br />

estudos epi<strong>de</strong>miológicos, assemelham-se ao que foi<br />

encontrado no levantamento epi<strong>de</strong>miológico realizado<br />

em 2002 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e apontam também<br />

para uma concordância com a literatura científica,<br />

segundo a qual em populações que já fazem uso <strong>de</strong><br />

métodos preventivos <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária, sistêmicos e ou<br />

tópicos, observa-se o fenômeno da polarização da<br />

cárie <strong>de</strong>ntária em torno 30,0%. Por outro lado, a utilização<br />

dos critérios <strong>de</strong> risco permitiu <strong>de</strong> forma rápida<br />

planejar as ativida<strong>de</strong>s educativas, preventivas e <strong>de</strong><br />

tratamento, conforme as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada indivíduo.<br />

Esses critérios encontram-se implementação em<br />

toda re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município, incluindo os<br />

locais com Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

R037 - Diagnóstico precoce e prevenção do câncer<br />

bucal durante a campanha <strong>de</strong> vacinação dos idosos<br />

na Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo em<br />

2005<br />

Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares, Fernanda Lúcia <strong>de</strong><br />

Campos, Regina Auxiliadora Amorim Marques, Cássia<br />

Liberato Muniz Ribeiro, Dalila Aparecida Nogueira,<br />

Doralice Severo da Cruz, Caio Marcio Fillippos<br />

e Gustavo Alexandre (Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal da Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo)<br />

Introdução: O câncer <strong>de</strong> boca é uma <strong>de</strong>nominação que<br />

inclui os cânceres <strong>de</strong> lábio e <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong> oral (mucosa<br />

bucal, gengivas, palato duro, língua e assoalho da boca).<br />

O câncer <strong>de</strong> lábio é mais freqüente em pessoas<br />

brancas e registra maior ocorrência no lábio inferior em<br />

relação ao superior. O câncer em outras regiões da boca<br />

acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam<br />

quando o tabagista faz uso também do álcool.<br />

Um dos aspectos relacionados ao câncer bucal é a falta<br />

<strong>de</strong> diagnóstico precoce, o que <strong>de</strong>termina, para aqueles<br />

que sobrevivem, severas mutilações.<br />

Métodos: Para estimular a realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong><br />

educação e prevenção do câncer bucal, bem como<br />

capacitar os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas da re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> a realizarem seu diagnóstico, a Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo propôs, em 2001, a<br />

realização <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>, prevenção<br />

e inspeção bucal durante a campanha <strong>de</strong> vacinação<br />

dos idosos contra a gripe, realizada anualmente. O<br />

município <strong>de</strong> São Paulo a<strong>de</strong>riu a essa proposta e o<br />

número <strong>de</strong> pessoas examinadas anualmente foi crescente.<br />

Em 2005, a campanha <strong>de</strong>senvolveu-se em três<br />

fases: (1) ações educativas e inspeção bucal dos idosos<br />

durante a campanha <strong>de</strong> vacinação; (2) retriagem<br />

dos indivíduos i<strong>de</strong>ntificados com algum tipo <strong>de</strong> lesão<br />

dos tecidos moles, realizada por um especialista em<br />

semiologia / estomatologia e encaminhamento para<br />

tratamento, quando necessário e (3) avaliação dos<br />

encaminhamentos realizados.<br />

Resultados: Na primeira fase foram examinados<br />

106699 idosos, representando 42,1% dos exames realizados<br />

em 317 municípios do estado que participaram<br />

do projeto. Isso implicou na cobertura <strong>de</strong> 16,4% dos<br />

vacinados na cida<strong>de</strong>. Verificou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retriagem em 9,6% dos examinados. Na retriagem,<br />

52,5% dos idosos tiveram seu problema resolvido por<br />

meio <strong>de</strong> biópsias (5,8%), tratamento cirúrgico (3,2%),<br />

tratamento medicamentoso (9,6%), conduta expectante<br />

(16,9%), remoção <strong>de</strong> fatores traumáticos (7,6%) e<br />

outros (9,4%) e foram diagnosticados 26 casos <strong>de</strong><br />

câncer bucal (0,3%), sendo que os pacientes encontram-se<br />

em tratamento.<br />

Conclusão: Esses resultados indicam a valida<strong>de</strong> da<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse projeto, uma vez que, durante a<br />

campanha <strong>de</strong> vacinação, po<strong>de</strong>m ser captados idosos<br />

que usualmente não freqüentam a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A<br />

avaliação das condições <strong>de</strong> tecidos moles <strong>de</strong>ve ser,<br />

contudo, rotineira, na re<strong>de</strong> básica, para toda a população<br />

adulta e idosa.<br />

R046 - Levantamento epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

em áreas com e sem fluoretação das águas <strong>de</strong><br />

abastecimento público, Itapecerica da Serra, SP,<br />

2005.<br />

Luciana H. Isuka (Pref. Itap. da Serra), Lucimary M.<br />

Silva (Pref. Itap. da Serra), Antonio C. Frias<br />

(FO<strong>USP</strong>).<br />

Introdução: A fluoretação das águas <strong>de</strong> abastecimento<br />

público é o principal método preventivo <strong>de</strong> cárie<br />

<strong>de</strong>ntária, pois reduz a sua prevalência em 60% em<br />

média. Itapecerica da Serra conta com a fluoretação<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> 1983, porém existem áreas que não<br />

são beneficiadas pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento, privando<br />

sua população <strong>de</strong> benefícios básicos <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>. Este estudo teve por objetivo estimar a prevalência<br />

<strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária e fluorose, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento e avaliar o perfil <strong>de</strong> oclusão das crianças<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 57<br />

<strong>de</strong> 5 e 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Visou também uma diferenciação<br />

das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ssas crianças<br />

em regiões com e sem fluoretação.<br />

Métodos: Este estudo foi realizado em Itapecerica da<br />

Serra, SP, <strong>de</strong> agosto a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005. A população<br />

alvo foram as crianças <strong>de</strong> 5 e 12 anos das escolas<br />

públicas do município. As variáveis estudadas foram:<br />

cárie <strong>de</strong>ntária, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento, fluorose e<br />

má-oclusão. Para que fosse possível uma comparação<br />

entre as áreas com e sem fluoretação foi realizada uma<br />

pré-estratificação da amostra. Sendo assim, estipulouse<br />

uma amostra <strong>de</strong> 100 crianças <strong>de</strong> cada faixa etária<br />

para cada uma <strong>de</strong>ssas duas regiões. Os instrumentos<br />

utilizados para a coleta <strong>de</strong> dados foram os propostos<br />

pela OMS na 3ª edição <strong>de</strong> “Levantamentos básicos em<br />

saú<strong>de</strong> bucal”. Para cárie foram utilizados os índices<br />

ceo e CPO-D, e para a fluorose o <strong>de</strong> Dean modificado.<br />

Para a calibração foi utilizada a técnica do consenso e<br />

o cálculo do erro interexaminadores foi feito <strong>de</strong> acordo<br />

com o método do “gold standard”. O instrumental<br />

utilizado foi o espelho plano nº 5 e a sonda CPI, a<br />

ficha utilizada para coleta <strong>de</strong> dados foi elaborada exclusivamente<br />

para este estudo. O processamento <strong>de</strong><br />

dados e sua análise estatística foram feitos com o programa<br />

Epiinfo, versão 5.0.<br />

Resultados: Todos os quatro grupos estudados atingiram<br />

uma amostra mínima <strong>de</strong> 80 elementos amostrais,<br />

sendo que no total foram efetivamente examinadas<br />

337 crianças, representando 84,25% da amostra<br />

inicial. O ceo da região sem fluoretação foi 1,5 maior<br />

que na outra (2,96 e 1,46 respectivamente), o CPO-D<br />

foi 0,92 maior (2,47 e 1,55) e a porcentagem <strong>de</strong> crianças<br />

livres <strong>de</strong> cárie aos 5 anos foi quase a meta<strong>de</strong> do<br />

que a encontrada na área com fluoretação (31,3% e<br />

62,5%). No que diz respeito às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento,<br />

mais <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong>las se concentram na região<br />

não fluoretada e a <strong>de</strong>manda é <strong>de</strong> serviços curativos.<br />

Na região sem fluoretação só foi encontrada fluorose<br />

na ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 anos (8,8% das crianças na categoria<br />

muito leve), já na região com flúor, foram encontradas<br />

6,4% das crianças <strong>de</strong> 5 anos com fluorose muito leve<br />

e leve e 27,7% das <strong>de</strong> 12 anos com nível muito leve.<br />

Na avaliação da má-oclusão só foram avaliados os<br />

dados gerais do município, sendo que 28,6% e 42,5%<br />

das crianças <strong>de</strong> 5 e 12 anos, respectivamente, apresentaram<br />

algum tipo <strong>de</strong> má-oclusão.<br />

Conclusão: Analisando-se todos os resultados obtidos<br />

ficou clara a diferença entre as regiões com e sem<br />

fluoretação das águas <strong>de</strong> abastecimento público. As<br />

crianças que não têm acesso a esse tipo <strong>de</strong> benefício<br />

têm <strong>de</strong> 1 a 1,5 <strong>de</strong>nte atacado por cárie a mais do que<br />

as <strong>de</strong>mais e concentram mais <strong>de</strong> 60% das necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> tratamento odontológico. Isto <strong>de</strong>monstra um<br />

prejuízo da saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>sta parcela da população e<br />

requer que medidas urgentes sejam tomadas, a fim <strong>de</strong><br />

aten<strong>de</strong>r a princípios doutrinários do SUS, como a universalida<strong>de</strong><br />

e a equida<strong>de</strong>.<br />

R059 - Levantamento da prevalência <strong>de</strong> cárie em<br />

comunida<strong>de</strong> ribeirinha da Amazônia, assistida pelo<br />

Projeto Napra.<br />

Yara Janaina Viana Lima Lido (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Piracicaba – UNICAMP)Beatriz Balduino<br />

Ferraz da Silva (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba<br />

– UNICAMP)Dagmar <strong>de</strong> Paula Queluz (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba – UNICAMP).<br />

Introdução: O Napra (Núcleo <strong>de</strong> Apoio a População<br />

Ribeirinha da Amazônia) é uma organização não governamental<br />

que atua na região do baixo Rio Ma<strong>de</strong>ira<br />

(RO) há mais <strong>de</strong> 10 anos em três gran<strong>de</strong>s linhas: Educação,<br />

Saú<strong>de</strong> e Desenvolvimento sustentável. As a-<br />

ções e projetos <strong>de</strong> atuação são planejados com base<br />

nos dados epi<strong>de</strong>miológicos e nas necessida<strong>de</strong>s sentidas<br />

pela população. Esse levantamento foi realizado<br />

na Comunida<strong>de</strong> do Cuniã que está dividida em quatro<br />

núcleos, somando 152 famílias que não fazem parte<br />

do PSF (Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família) e dista 2 horas<br />

e 30 minutos <strong>de</strong> trilha, da UBS mais próxima. O<br />

objetivo do estudo foi verificar a distribuição e severida<strong>de</strong><br />

da doença cárie, tornando possível diagnosticar<br />

e medir as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atenção em cada faixa etária.<br />

Métodos: O levantamento foi realizado no pátio da<br />

escola Francisco Braga, localizada no núcleo central<br />

Costa Silva no mês <strong>de</strong> julho / 2005, durante as férias<br />

escolares. O convite para o dia do levantamento, on<strong>de</strong><br />

também foram realizadas ativida<strong>de</strong>s interdisciplinares<br />

<strong>de</strong> promoção em saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>u-se durante as visitas domiciliares.<br />

Os exames foram realizados com espátula<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e sem secagem, como preconizada pela<br />

OMS, após a escovação supervisionada. Estiveram<br />

presentes 104 crianças na faixa etária <strong>de</strong> 05 a 12 anos.<br />

Resultados: Resultados: O índice ceo-d para a faixa<br />

etária <strong>de</strong> 5-6 anos (29,1%) foi <strong>de</strong> 4,66, categorizado<br />

como alto. O índice CPOD para a faixa etária <strong>de</strong> 7-10<br />

anos (43,6%) foi <strong>de</strong> 2,21 e para a faixa etária <strong>de</strong> 11-12<br />

anos (2,3%) foi <strong>de</strong> 2,36, ambos consi<strong>de</strong>rados muito<br />

baixos.<br />

Conclusão: Os resultados são representativos para<br />

essa comunida<strong>de</strong> isolada geograficamente com acesso<br />

restrito ao atendimento odontológico e aos benefícios<br />

do flúor. Quando comparado com a média da macro<br />

região Norte, para 5 anos (3,22), o índice ceo-d sugere<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações voltadas à conscientização materna<br />

e aos cuidados relacionados à amamentação e<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 58<br />

higienização dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos; na ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 anos<br />

a comunida<strong>de</strong> mostrou-se abaixo do índice regional<br />

(3,13). O mesmo ocorre quando usamos as médias<br />

nacionais para comparação.<br />

R064 - Programa educativo-preventivo em escolas<br />

<strong>de</strong> ensino fundamental do município <strong>de</strong> Campinas.<br />

Rosângela Zanetti (FO-SLMandic), Joice Santin (FO-<br />

SLMandic), Flávia Martão Flório (FO-SLMandic),<br />

Rui Barbosa <strong>de</strong> Brito Júnior (FO-SLMandic).<br />

Introdução: Os levantamentos básicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

são <strong>de</strong>finidos como estudos para a coleta <strong>de</strong> informações<br />

básicas sobre o estado <strong>de</strong> doenças bucais e necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> tratamento da população. É através da<br />

realização <strong>de</strong>stes levantamentos, que são coletados<br />

dados confiáveis para o planejamento, controle e avaliação<br />

dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. O objetivo este<br />

estágio extra-muro foi conhecer as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal dos escolares avaliados, através do índice <strong>de</strong><br />

CPO-D, permitindo o planejamento das ações educativo-preventivas<br />

a serem <strong>de</strong>senvolvidas, enfocando-se<br />

a importância <strong>de</strong>sses procedimentos na promoção e<br />

manutenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população, além <strong>de</strong><br />

proporcionar o contato com a prática da <strong>Odontologia</strong><br />

Comunitária aos alunos da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

São Leopoldo Mandic, preparando-os para o contato<br />

com a população e a promoção da educação em saú<strong>de</strong><br />

bucal em seu sentido mais amplo.<br />

Métodos: O projeto foi realizado em quatro instituições<br />

do município <strong>de</strong> Campinas, no ano <strong>de</strong> 2005, e<br />

constou com etapa <strong>de</strong> calibração, execução <strong>de</strong> exames<br />

em crianças autorizadas pelos responsáveis e encaminhamento<br />

para tratamento emergencial da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>.<br />

Foram examinadas 452 crianças, com ida<strong>de</strong> variando<br />

<strong>de</strong> 6 a 16 anos.<br />

Resultados: Os resultados mostram que aproximadamente<br />

50% da prevalência <strong>de</strong> cárie da população avaliada<br />

era representada pela história presente da doença<br />

com crianças apresentando até 4 <strong>de</strong>ntes permanentes e<br />

6 <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento o-<br />

dontológico tradicional. Em relação às metas da Organização<br />

Mundial da Saú<strong>de</strong> (OMS) recomendada para o<br />

ano 2000, para a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 12 anos, verifica-se que as<br />

crianças apresentavam em média 0,9 <strong>de</strong>ntes com história<br />

da doença, tendo atingido as metas recomendadas<br />

pela OMS. Com relação à população <strong>de</strong> 6 anos, verificou-se<br />

que 42,86% eram livres <strong>de</strong> cárie.<br />

Conclusão: Conclui-se a importância <strong>de</strong> um direcionamento<br />

das ações à primeira infância, envolvendo<br />

também o núcleo familiar, uma vez que a participação<br />

dos pais nesta faixa etária é <strong>de</strong> primordial importância,<br />

no intuito <strong>de</strong> diminuir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento<br />

vigente, controlando a doença já instalada e prevenindo<br />

o aparecimento <strong>de</strong> lesões futuras. A população<br />

em média, atingiu as metas preconizadas pela OMS<br />

para 5 e 12 anos.<br />

R071 - Oclusão em um grupo <strong>de</strong> escolares <strong>de</strong> 5 a 14<br />

anos da re<strong>de</strong> pública do município <strong>de</strong> Limeira - SP.<br />

Viviane Azenha, Denise Maria <strong>de</strong> Oliveira (Assessoria<br />

Departamental Odontológica Municipal - PML),<br />

Maria da Luz Rosário <strong>de</strong> Sousa (Depto O. Social -<br />

FOP-Unicamp).<br />

Introdução: Durante o crescimento e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

dos músculos da face e ossos maxilares no período<br />

da infância e da adolescência po<strong>de</strong> ocorrer o aparecimento<br />

<strong>de</strong> anomalias, como por exemplo: as oclusopatias;<br />

as quais po<strong>de</strong>m produzir <strong>de</strong>svios estéticos nos<br />

<strong>de</strong>ntes e / ou face, distúrbios funcionais na oclusão,<br />

mastigação, <strong>de</strong>glutição, fonação, e respiração, até<br />

transtornos psicossociais com potenciais repercussões<br />

na auto-estima e no relacionamento interpessoal dos<br />

indivíduos afetados. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho foi verificar<br />

a oclusão em um grupo <strong>de</strong> escolares <strong>de</strong> 5 a 14<br />

anos da re<strong>de</strong> pública do município <strong>de</strong> Limeira em<br />

2004.<br />

Métodos: O cálculo amostral foi <strong>de</strong> acordo com a<br />

prevalência <strong>de</strong> cárie obtida em estudos anteriores em<br />

todas as escolas (n=59) totalizando 6.313 alunos. Foi<br />

utilizado o método randomizado através da lista dos<br />

alunos, segundo sexo e ida<strong>de</strong>. Os cinco CD examinadores<br />

e três THD anotadores envolvidos no levantamento<br />

epi<strong>de</strong>miológico foram submetidos a 8 horas <strong>de</strong><br />

treinamento prático, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter padrões<br />

<strong>de</strong> reprodutibilida<strong>de</strong>. O índice utilizado para<br />

este levantamento epi<strong>de</strong>miológico foi o da Organização<br />

Mundial da Saú<strong>de</strong>: 0 - nenhuma anormalida<strong>de</strong> ou<br />

má-oclusão; 1 - muito leve / leve (um <strong>de</strong>nte com giroversão<br />

ou ligeiro apinhamento ou espaçamento <strong>de</strong>ntre<br />

os <strong>de</strong>ntes) e 2 - mo<strong>de</strong>rada / severa (há presença <strong>de</strong><br />

uma ou mais das seguintes condições nos quatro incisivos<br />

anteriores causadoras <strong>de</strong> um <strong>de</strong>feito inaceitável<br />

sobre a aparência facial, ou uma significativa redução<br />

da função mastigatória, ou problemas fonéticos):<br />

transpasse horizontal maxilar estimado em 9 mm ou<br />

mais; transpasse horizontal mandibular, mordida cruzada<br />

anterior igual ou maior que o tamanho <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>nte; mordida aberta; <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> linha média estimado<br />

em 4 mm ou mais; e apinhamento ou espaçamento<br />

estimado em 4 mm ou mais.<br />

Resultados: Do total <strong>de</strong> crianças examinadas, aproximadamente<br />

75% tinha algum tipo <strong>de</strong> má-oclusão.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 59<br />

Sendo que 25,10% das crianças não apresentavam<br />

má-oclusão, 37,87% tinham má-oclusão muito leve ou<br />

leve (tipo 1) e 37,03% com má-oclusão mo<strong>de</strong>rada ou<br />

severa (tipo 2).<br />

Conclusão: Apesar da maioria dos escolares apresentarem<br />

alterações oclusais, até os 14 anos, somente<br />

37,03% é classificado como severo (tipo 2), grupo que<br />

necessitaria <strong>de</strong> um tratamento curativo prioritário.<br />

Porém, a somatória dos tipos (1 e 2) entre as ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

5 a 9 anos já representam 38% do total <strong>de</strong> oclusopatias,<br />

on<strong>de</strong> ressaltamos então a importância da intervenção<br />

precoce juntamente com medidas educativas auxiliando,<br />

como por exemplo; na remoção <strong>de</strong> hábitos<br />

nocivos. Isto ajudaria não só a reduzir o custo com o<br />

tratamento curativo como também diminuiria o número<br />

<strong>de</strong> casos severos no futuro.<br />

R081 - Levantamento epi<strong>de</strong>miológico dos pacientes<br />

encaminhados das unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />

Região Sul (Capela do Socorro, Parelheiros e M.<br />

Boi Mirim) para a Disciplina <strong>de</strong> Semiologia e Estomatologia<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro.<br />

Fabio Masuko Carrion Alvarado (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Santo Amaro; Socieda<strong>de</strong> Paulista <strong>de</strong> Estomatologia e<br />

Câncer Bucal); Eleonora Cristina Albertin Scavassini<br />

(Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro; Socieda<strong>de</strong> Paulista<br />

<strong>de</strong> Estomatologia e Câncer Bucal); Artur Cerri (Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Santo Amaro; Socieda<strong>de</strong> Paulista <strong>de</strong><br />

Estomatologia e Câncer Bucal); Maricene Cerávolo<br />

<strong>de</strong> Melo Ferreira (Coor<strong>de</strong>nadoria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

Região Sul da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo); Sylvia Lavinia<br />

Martini Ferreira (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro)<br />

Introdução: A parceria firmada entre a Assessoria <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal da Coor<strong>de</strong>nadoria Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Sul<br />

e a <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Santo Amaro (UNISA), através da disciplina <strong>de</strong> Estomatologia<br />

tem proporcionado aos pacientes das unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, diagnósticos e tratamentos<br />

mais seguros das lesões que comprometem primariamente<br />

ou secundariamente a cavida<strong>de</strong> bucal, proporcionando<br />

melhores prognósticos e contribuindo para<br />

uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Os pacientes encaminhados<br />

das UBS são atendidos e tratados na disciplina<br />

<strong>de</strong> Estomatologia pelos alunos, sob a supervisão dos<br />

professores. Com base nos dados epi<strong>de</strong>miológicos dos<br />

pacientes das UBS atendidos pela disciplina <strong>de</strong> Estomatologia,<br />

nos propusemos a estudar as lesões mais<br />

prevalentes nesses pacientes.<br />

Métodos: O estudo realizado está baseado numa a-<br />

mostra <strong>de</strong> 55 pacientes, <strong>de</strong> ambos os sexos e ida<strong>de</strong>s,<br />

encaminhados das unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, para a<br />

Disciplina <strong>de</strong> Estomatologia da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santo Amaro (UNISA), on<strong>de</strong><br />

foram submetidos a minucioso exame clínico e<br />

coletados dados referentes à prevalência das lesões <strong>de</strong><br />

boca mais freqüentes, relacionadas ao sexo e ida<strong>de</strong><br />

dos participantes da amostra.<br />

Resultados: Através dos dados obtidos neste estudo,<br />

po<strong>de</strong>-se ter uma idéia das doenças bucais mais comuns<br />

dos pacientes que procuram as unida<strong>de</strong>s básicas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, da região <strong>de</strong> Santo Amaro. Nesse sentido, as<br />

patologias encontradas são semelhantes às lesões observadas<br />

na população em geral, com a mesma faixa<br />

etária e sexo.<br />

Conclusão: Concluiu-se que: a doença <strong>de</strong> maior prevalência<br />

na população estudada foi a hiperplasia fibrosa<br />

inflamatória (30,9%); a hipertensão atinge<br />

58,18% dos pacientes, e a diabete mellitus <strong>de</strong> ambos<br />

os tipos, 23,63%; as doenças afetaram <strong>de</strong> maneira<br />

equivalente indivíduos <strong>de</strong> ambos os sexos (52,72%<br />

eram mulheres e 47,27% eram homens); a maioria dos<br />

indivíduos (54,54%) encaminhados das UBS, para a<br />

universida<strong>de</strong> possuíam mais <strong>de</strong> 65 anos e que as disciplinas<br />

<strong>de</strong> Semiologia e Estomatologia mostraram ser<br />

eficientes no diagnóstico das diversas patologias bucais<br />

apresentadas, relacionando os diagnósticos clínico<br />

e histológico. Com isso, observa-se que o trabalho<br />

em parceria do setor público com as empresas privadas,<br />

<strong>de</strong>monstrou ser eficaz no que se refere às políticas<br />

públicas, on<strong>de</strong> o maior beneficiário é a população.<br />

R087 - SEPTO - Serviço <strong>de</strong> educação, prevenção e<br />

triagem odontológica participando da organização<br />

da <strong>de</strong>manda das UBS.<br />

Adriana Fernan<strong>de</strong>s (Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Sorocaba),<br />

Ana Paula D. Libório (Prefeitura Municipal <strong>de</strong><br />

Sorocaba), Cíntia Garcia Mesquita (Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Sorocaba), Luiz Antonio Corsi (Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Sorocaba).<br />

Introdução: Diante da forte pressão da <strong>de</strong>manda da<br />

população sobre as agendas dos serviços odontológicos<br />

com necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento acumuladas, o<br />

município <strong>de</strong> Sorocaba adotou diversas medidas através<br />

<strong>de</strong> ações e programas para organizar a oferta <strong>de</strong><br />

serviços odontológicos. Po<strong>de</strong>mos ressaltar como causa<br />

<strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>manda aumentada, o acesso a métodos<br />

preventivos coletivos como fluoretação das águas e<br />

creme <strong>de</strong>ntal com flúor, preservando assim o órgão<br />

<strong>de</strong>ntal na arcada e aumentando as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

assistência. Também a universalização <strong>de</strong> serviços<br />

odontológicos pela implantação do SUS e a maior<br />

consciência cidadã em saú<strong>de</strong> da população contribu-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 60<br />

em para o aumento contínuo da <strong>de</strong>manda. Estudos<br />

mostram a relação entre condições sócio-econômicas<br />

e doenças bucais, que polariza sua distribuição com<br />

maior ocorrência e severida<strong>de</strong> na população <strong>de</strong> baixa<br />

renda e também dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso para a faixa<br />

etária <strong>de</strong> 0 a 6 anos no país, para tanto foram criadas<br />

ações para aten<strong>de</strong>r essa faixa etária <strong>de</strong> forma integrada<br />

com as UBS.<br />

Métodos: O serviço proposto conta como recursos<br />

humanos, 2 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e 1 ACD que trabalharam<br />

220 dias (1.320 horas) no ano <strong>de</strong> 2005 em 47<br />

pré-escolas municipais <strong>de</strong> Sorocaba, totalizando 7.195<br />

crianças <strong>de</strong> 0-6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. O trabalho propõe escovação<br />

supervisionada com gel fluorado em crianças<br />

maiores <strong>de</strong> 4 anos, exame clínico seguindo critérios<br />

da OMS em toda população escolar, trabalho educativo<br />

com crianças, professores e pais, e encaminhamento<br />

agendado das necessida<strong>de</strong>s assistenciais para a<br />

UBS. Foram utilizados espelhos clínicos, exploradores,<br />

sonda periodontal, materiais educativos para trabalho<br />

tanto com professores, quanto para os alunos<br />

em classe e pais em palestra, além <strong>de</strong> impressos específicos,<br />

além <strong>de</strong> luvas, máscaras gorros e material para<br />

assepsia e higiene.<br />

Resultados: O serviço proposto examinou 7.195 crianças<br />

<strong>de</strong> 0 a 6 anos, nas 47 escolas municipais, sendo<br />

que 5.195 (72,11%) não apresentaram necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tratamento, e 3.135 (27,89%) crianças apresentaram<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento e foram agendadas nas 26<br />

UBS <strong>de</strong> Sorocaba.<br />

Conclusão: O SEPTO (Serviço <strong>de</strong> Educação Prevenção<br />

e Triagem Odontológica), além <strong>de</strong> fazer busca ativa<br />

na população pré-escolar 0-6 anos e propiciar 1 consulta<br />

/ ano, com procedimentos preventivos e educativos,<br />

acaba com agilida<strong>de</strong>, organizando a entrada <strong>de</strong>ssa<br />

<strong>de</strong>manda nas UBS, já que somente os que tem necessida<strong>de</strong><br />

serão agendados para tratamento odontológico.<br />

R090 - Programa para entrada e análise <strong>de</strong> dados<br />

<strong>de</strong> levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

em EPI INFO 2000.<br />

Julie Silvia Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina /<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Adilmo Henrique do<br />

Nascimento (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / PSF<br />

Santa Marcelina), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina),<br />

Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina).<br />

Introdução: Os levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos em<br />

saú<strong>de</strong> bucal são <strong>de</strong> suma importância para o conhecimento<br />

das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

população, possibilitando planejar as ações pautando-se<br />

na realida<strong>de</strong> local. Além <strong>de</strong>sta importante<br />

vertente, po<strong>de</strong>-se utilizar também os dados para buscar<br />

possíveis associações entre as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal encontradas com outras variáveis que caracterizariam<br />

as condições <strong>de</strong> vida, aspectos culturais, comportamentais,<br />

entre outros. Com o objetivo <strong>de</strong> facilitar<br />

o processo <strong>de</strong> digitação e análise dos dados do Levantamento<br />

Epi<strong>de</strong>miológico em Saú<strong>de</strong> Bucal <strong>de</strong>senvolvido<br />

na Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina (2005/<strong>2006</strong>) buscou-se recursos <strong>de</strong><br />

informática que trabalhassem em ambiente “windows”.<br />

Métodos: Optou-se por utilizar o programa EPI INFO,<br />

que é <strong>de</strong> domínio público, na versão 3.2 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong><br />

2004. A partir dos recursos disponibilizados pelo programa<br />

e utilizando muitas vezes o raciocínio aplicado<br />

pelo prof. Eymar S. Lopes no programa <strong>de</strong> mesma natureza,<br />

<strong>de</strong>senvolvido para a versão EPI INFO 5 conhecido<br />

como EPIBUCO (1994), <strong>de</strong>senvolveu-se a “máscara”<br />

para a entrada <strong>de</strong> dados. Os códigos utilizados<br />

para registro da condição observada foram os propostos<br />

pela OMS, exceto para “alteração em tecidos moles”,<br />

“risco <strong>de</strong> cárie” e “índice <strong>de</strong> Helkimo”. Diferentemente<br />

do EPIBUCO, a programação foi inserida na própria<br />

“máscara” <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong> dados, o que permite obter o<br />

valor das variáveis <strong>de</strong> interesse à medida que se proce<strong>de</strong><br />

a digitação. Tal medida teve por objetivo facilitar a<br />

análise dos dados por pessoas que não têm gran<strong>de</strong> domínio<br />

sobre o uso do programa.<br />

Resultados: O instrumento construído possibilitou a<br />

inserção e apuração dos dados relativos a: i<strong>de</strong>ntificação<br />

do indivíduo; uso e necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prótese; fluorose<br />

<strong>de</strong>ntária; índice <strong>de</strong> má-oclusão; índice <strong>de</strong> estética<br />

<strong>de</strong>ntal (com cálculo automático do grau <strong>de</strong> severida<strong>de</strong>);<br />

cárie <strong>de</strong>ntária incluindo coroa e raiz (com cálculo<br />

do ceo e CPO-D); necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento (com<br />

cálculo por tipo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>); índice <strong>de</strong> alterações<br />

gengivais; índice periodontal comunitário (CPI) e<br />

índice <strong>de</strong> perda <strong>de</strong> inserção periodontal (PIP) ambos<br />

com cálculo do n.º <strong>de</strong> sextantes por indivíduo, <strong>de</strong> a-<br />

cordo com a condição observada e verificação da<br />

condição do pior sextante encontrado por indivíduo;<br />

alteração em tecidos moles; risco <strong>de</strong> cárie; índice a-<br />

namnésco <strong>de</strong> Helkimo para verificação <strong>de</strong> alterações<br />

na ATM (com cálculo automático do score); variáveis<br />

socioeconômicas, comportamentais, <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> geral e<br />

<strong>de</strong> autopercepção.<br />

Conclusão: O instrumento proposto facilitou a digitação<br />

e apuração dos dados, po<strong>de</strong>ndo inclusive ser<br />

utilizado em outras pesquisas, pois o programa permite<br />

acrescentar e remover variáveis <strong>de</strong> acordo com os<br />

objetivos <strong>de</strong> cada estudo.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 61<br />

R120 - Análise preliminar das ativida<strong>de</strong>s práticas<br />

da Disciplina <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva<br />

realizadas por estudantes da PUC-Campinas,<br />

através <strong>de</strong> uma parceria ensino-serviço.<br />

Anna Letícia M. <strong>de</strong> O. Beck (FO PUC-Campinas),<br />

Cristina Aparecida Ferreira (FO PUC-Campinas),<br />

Talita Marconi (FO PUC-Campinas), Tatyana Gue<strong>de</strong>s<br />

Lugli (FO PUC-Campinas), Rodrigo Rosto<strong>de</strong>lla<br />

(FO PUC-Campinas), Gustavo Nicolini Fernan<strong>de</strong>s<br />

(FO PUC-Campinas), Luciane Maria Pezzato (FO<br />

PUC-Campinas, FCM / Unicamp), Silvia Cypriano<br />

(FO PUC-Campinas; SMS Louveira), Aglair Iglesias<br />

Duran (FO PUC-Campinas) & Edgard Del Passo<br />

(FO PUC-Campinas).<br />

Introdução: Buscando aprimorar a relação ensinoserviço,<br />

celebrou-se no ano <strong>de</strong> 2004, um convênio<br />

entre a PUC-Campinas e a Secretaria Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas. Como parte das disciplinas curriculares,<br />

os estudantes da disciplina <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

em Saú<strong>de</strong> Coletiva I e II, <strong>de</strong>senvolveram durante as<br />

aulas práticas, um conjunto <strong>de</strong> ações preventivas e<br />

educativas em saú<strong>de</strong> bucal nas crianças matriculadas<br />

em 03 equipamentos sociais, situados no Distrito <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Noroeste do Município <strong>de</strong> Campinas. Assim, o<br />

objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar o conjunto <strong>de</strong> práticas<br />

da Disciplina <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva realizadas<br />

pelos estudantes e professores da PUC-<br />

Campinas em 2005.<br />

Métodos: Os alunos <strong>de</strong> odontologia do 3º e 4º períodos,<br />

subdivididos em duplas ou trios, se responsabilizaram<br />

pelo <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s práticas,<br />

para uma ou duas salas <strong>de</strong> aula durante o <strong>de</strong>correr do<br />

ano. Após procedimentos <strong>de</strong> aproximação, iniciou-se<br />

o processo <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong>, avaliação <strong>de</strong> risco<br />

das doenças cárie e periodontal, e as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

escovação supervisionada com evi<strong>de</strong>nciador <strong>de</strong> biofilme<br />

e da terapia com flúor gel acidulado (ATF), tendo<br />

como base as atuais recomendações da SES-SP.<br />

Resultados: Do total <strong>de</strong> crianças examinadas, 48,3%<br />

apresentaram baixo risco à doença periodontal. C onsi<strong>de</strong>rando<br />

a doença cárie, foram examinadas para a<br />

<strong>de</strong>finição do grupo <strong>de</strong> risco, 620 crianças. Destas,<br />

60,8% (n=377) apresentaram alto risco à doença cárie<br />

(D,E e F), 18,7% (n=116) risco mo<strong>de</strong>rado (B e C) e<br />

20,5% (n=127), apresentaram baixo risco (A). A maioria<br />

das crianças com relato <strong>de</strong> dor, presença <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> cárie ativa e abcessos, foram encaminhadas<br />

para a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência ou para a PUC-<br />

Campinas. A fluorterapia foi realizada apenas nas<br />

crianças <strong>de</strong> alto e médio risco <strong>de</strong> cárie. A média <strong>de</strong><br />

ATF por criança incluída no grupo <strong>de</strong> alto risco variou<br />

<strong>de</strong> 2,1 a 2,7 e a média <strong>de</strong> ATF na criança incluída<br />

no grupo <strong>de</strong> médio risco variou <strong>de</strong> 1,0 a 2,2. A educação<br />

em saú<strong>de</strong> foi realizada <strong>de</strong> forma cotidiana, através<br />

dos contatos semanais com as crianças e <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

lúdicas, favorecendo a interação entre o educador e os<br />

educandos, assim como o estabelecimento <strong>de</strong> vínculo.<br />

Conclusão: Observou-se nas 03 escolas estudadas<br />

que os dados com relação à ATF foram subestimados.<br />

O principal motivo <strong>de</strong>ste problema foi na utilização<br />

dos instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados, pois, foram utilizados<br />

pela primeira vez e, estão sendo reavaliados<br />

para adaptá-los às reais necessida<strong>de</strong>s e objetivos da<br />

Disciplina. Sendo assim, se faz necessário um estudo<br />

longitudinal para avaliar a efetivida<strong>de</strong> e o impacto do<br />

conjunto <strong>de</strong> práticas que a Disciplina <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

em Saú<strong>de</strong> Coletiva vem se propondo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong><br />

2004 em parceria com a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Campinas e com o compromisso pedagógico do<br />

ensino da Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva .<br />

R134 - Sistemas <strong>de</strong> Informação e Indicadores <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal, no cotidiano <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> Básica<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> no Município <strong>de</strong> Ribeirão Preto / SP.<br />

Camila Benedini Martelli (SMS-Ribeirão Preto), Marlívia<br />

Gonçalves <strong>de</strong> Carvalho Watanabe (FORP / <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: A informação é essencial para a tomada<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e o conhecimento das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

acesso a serviços <strong>de</strong> uma população. No entanto, na<br />

<strong>Odontologia</strong> ainda não se tem uma uniformida<strong>de</strong> nos<br />

diversos serviços que compõem o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o<br />

que nos leva a um questionamento <strong>de</strong> como vem se<br />

conduzindo as ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal nos municípios<br />

brasileiros. Essa diversida<strong>de</strong> se esten<strong>de</strong> ao sistema <strong>de</strong><br />

informação em saú<strong>de</strong> adotado nos municípios. Preten<strong>de</strong>-se,<br />

com esse estudo, analisar os indicadores <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> básica do município <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto, bem como as dificulda<strong>de</strong>s ou facilida<strong>de</strong>s<br />

do atual sistema <strong>de</strong> informação utilizado na área<br />

no município <strong>de</strong> Ribeirão Preto.<br />

Métodos: Por meio <strong>de</strong> uma busca na literatura foram<br />

selecionados os indicadores mais a<strong>de</strong>quados para avaliação<br />

da assistência à saú<strong>de</strong> bucal na Unida<strong>de</strong> Básica<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Jacob Renato Woiski, e utilizou-se o sistema<br />

<strong>de</strong> informação utilizado pela Secretaria Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto (Sistema HYGIA) para a<br />

coleta dos dados.<br />

Resultados: Observou-se que a maioria das informações<br />

disponível na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal possibilita a-<br />

penas contemplar o cálculo <strong>de</strong> alguns indicadores <strong>de</strong><br />

cobertura preconizados pelas Secretarias Estaduais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> e Ministério da Saú<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 62<br />

Conclusão: Enten<strong>de</strong>mos que os sistemas <strong>de</strong> informação<br />

em saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser estruturados <strong>de</strong> forma a que<br />

os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal estejam disponíveis<br />

mais facilmente e sejam utilizados pelos profissionais<br />

a fim <strong>de</strong> possibilitarem impactos para a organização,<br />

avaliação e programação das ações em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

R141 - Panorama <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal dos municípios<br />

da DIR V – Osasco.<br />

Eugênia Vereiski (Prefeitura <strong>de</strong> Pirapora do Bom<br />

Jesus), Andréa Bruschi (Prefeitura <strong>de</strong> Embu-Guaçu),<br />

Fausto Souza Martino (Prefeitura <strong>de</strong> Taboão da Serra),<br />

Renato Maurício da Cruz (SES – DIR V – Osasco),<br />

Silvana Scaff Geral<strong>de</strong>s (Prefeitura <strong>de</strong> Vargem<br />

Gran<strong>de</strong> Paulista).<br />

Introdução: A organização e a sistematização das<br />

informações em saú<strong>de</strong> bucal são rotineiramente realizadas<br />

pelo Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da DIR V – Osasco,<br />

composto pelos representantes das coor<strong>de</strong>nações<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal dos 15 municípios que compõem a<br />

DIR. Tem por finalida<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as condições <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e doença da região da DIR V – Osasco, buscando<br />

um aprimoramento <strong>de</strong> trabalho dos municípios.<br />

Métodos: Dentre os objetivos <strong>de</strong>ste comitê estão o<br />

fortalecimento da implantação e implementação das<br />

diretrizes políticas da saú<strong>de</strong> bucal e a divulgação dos<br />

resultados das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal dos municípios<br />

<strong>de</strong>sta região. Desta forma, o comitê tem por método<br />

<strong>de</strong> trabalho a composição <strong>de</strong> subcomissões, como a <strong>de</strong><br />

informações, que através <strong>de</strong> pesquisa tanto na re<strong>de</strong><br />

internacional <strong>de</strong> computadores como nas secretarias<br />

municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> buscam dados para subsidiar a<br />

elaboração <strong>de</strong>ste panorama.<br />

Resultados: Pelos dados coletados verificou-se que<br />

além da atenção básica, houve a implantação da média<br />

complexida<strong>de</strong> em saú<strong>de</strong> bucal, o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstrado<br />

pela criação e a<strong>de</strong>quação <strong>de</strong> sete centros <strong>de</strong><br />

especialida<strong>de</strong>s odontológicas na região. Levantou-se<br />

ainda, através da análise <strong>de</strong> alguns indicadores, que os<br />

municípios da DIR V apresentam uma cobertura <strong>de</strong><br />

procedimentos coletivos maior que a média do Estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo e o índice CPOD aos 12 anos menor que<br />

a média estadual, consi<strong>de</strong>rando ainda, que 60% <strong>de</strong>sses<br />

municípios apresentam este índice menor que 2,0.<br />

Informações a respeito da estrutura física e <strong>de</strong> recursos<br />

humanos <strong>de</strong>monstram a presença na região <strong>de</strong><br />

sistemas <strong>de</strong> trabalho compostos por clínicas modulares<br />

envolvendo trabalho em equipe.<br />

Conclusão: Des<strong>de</strong> 1999, o Comitê <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

da DIR V – Osasco vem atuando na região buscando a<br />

integração entre a coor<strong>de</strong>nação regional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

e os municípios da região, sempre no intuito <strong>de</strong><br />

embasá-los no planejamento e acompanhamento das<br />

ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal à população.<br />

R168 - Levantamento do risco à cárie em escolares<br />

realizado em uma EMEI localizada na área <strong>de</strong> a-<br />

brangência da UBS Dr. Thersio Ventura – zona<br />

leste do município <strong>de</strong> São Paulo<br />

Adriana Almeida Jecks (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina<br />

/ Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina – Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>) Angela Libert Alves (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa<br />

Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina – Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>) Julie Sílvia Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Sílvio<br />

Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina) e Marcus<br />

Vinicius Diniz Grigoletto (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina).<br />

Introdução: Sob a perspectiva <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que as escolas são espaços privilegiados<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos educativos<br />

e neles incluídos as questões referentes à saú<strong>de</strong><br />

bucal. Além das ações <strong>de</strong> cunho educativo, ações <strong>de</strong><br />

prevenção também encontram situação favorável para<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento em espaços escolares. Tendo em<br />

vista a atual recomendação sugerida por especialistas<br />

na área <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quar a terapia com flúor à situação <strong>de</strong><br />

risco à cárie, o rastreamento <strong>de</strong> risco passou a ser realizado<br />

na rotina dos procedimentos coletivos e <strong>de</strong>sta<br />

forma favorece a obtenção <strong>de</strong> dados sobre a situação<br />

<strong>de</strong> risco à cárie dos participantes e a comparação dos<br />

dados com outras realida<strong>de</strong>s.<br />

Métodos: Primeiramente foi realizado contato com a<br />

direção da escola, que autorizando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da ativida<strong>de</strong>, teve como prosseguimento a reunião<br />

com os professores para pedir a colaboração dos<br />

mesmos e prestar maiores esclarecimentos sobre as<br />

ativida<strong>de</strong>s a serem <strong>de</strong>senvolvidas. Os pais foram informados<br />

e, em concordância, assinaram o termo <strong>de</strong><br />

autorização. A partir da autorização dos pais, as crianças<br />

foram avaliadas com auxílio <strong>de</strong> espátula <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

e luz natural, tomando-se todos os cuidados relativos<br />

à biossegurança. A avaliação do risco à cárie foi<br />

realizada <strong>de</strong> acordo com os critérios propostos pela<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

apontados no documento “Recomendações sobre o<br />

uso <strong>de</strong> produtos fluorados no âmbito do SUS- São<br />

Paulo”.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Bases Epi<strong>de</strong>miológicas para o Planejamento das Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e Vigilância em Saú<strong>de</strong> Bucal 63<br />

Resultados: Foram avaliadas 192 crianças entre 4 e 6<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> que freqüentam a EMEI, observando-se<br />

que 84 (43,75%) não apresentaram experiência anterior<br />

ou atual <strong>de</strong> cárie e nem condições <strong>de</strong> risco para a<br />

doença no momento do exame (A). Também se i<strong>de</strong>ntificou<br />

que 29 crianças (15,10 %) apresentaram sinais<br />

<strong>de</strong> doença no passado, seja pela presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes<br />

restaurados ou <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cárie crônica, porém<br />

sem sinais <strong>de</strong> risco para a doença no momento do e-<br />

xame (B e C), porém 79 (41,15%) apresentaram sinais<br />

da doença cárie, seja pela presença <strong>de</strong> manchas brancas<br />

ativas ou cavida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cárie aguda no momento<br />

do exame (D, E e F).<br />

Conclusão: Os dados obtidos indicam que um gran<strong>de</strong><br />

percentual das crianças encontra-se em situação <strong>de</strong><br />

risco à cárie ou com a doença já instalada, necessitando<br />

não apenas <strong>de</strong> cuidados curativos, mas principalmente<br />

<strong>de</strong> medidas preventivas e educativas relativas<br />

às doenças bucais, que, para obterem maior êxito,<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>senvolvidas não apenas com as crianças,<br />

mas com seus pais ou responsáveis e, se possível,<br />

envolvendo também os educadores. Os resultados<br />

também apontam a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abordagens educativas<br />

com gestantes e pais / responsáveis por crianças<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, para que cuidados sejam tomados<br />

<strong>de</strong> forma precoce evitando que a criança venha a apresentar<br />

tal situação na ida<strong>de</strong> pré-escolar.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos 64<br />

Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

P025 - A<strong>de</strong>são <strong>de</strong> gestantes às orientações sobre<br />

práticas preventivas <strong>de</strong> alterações orais.<br />

Priscilla Torres Tagawa, Karina Camillo Carrascoza,<br />

Rosana <strong>de</strong> Fátima Possobon, Laura Men<strong>de</strong>s Tomita,<br />

Antonio Bento Alves <strong>de</strong> Moraes (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

- Unicamp)<br />

Introdução: A gestação é o período no qual a mulher<br />

está mais receptiva à aquisição <strong>de</strong> conhecimentos relacionados<br />

à sua saú<strong>de</strong> e a saú<strong>de</strong> do bebê. Portanto, educação<br />

em saú<strong>de</strong> voltada à gestante constitui num fundamental<br />

instrumento para a promoção da saú<strong>de</strong>, consequentemente<br />

reduzindo gastos públicos com tratamentos<br />

curativos. Contudo, a literatura <strong>de</strong>monstra que gestantes<br />

apresentam pouco conhecimentos sobre: cuidados com a<br />

gravi<strong>de</strong>z e pré-natal e saú<strong>de</strong> do bebê e amamentação,<br />

ocasionando uma maior prevalência <strong>de</strong> <strong>de</strong>smame precoce<br />

por introdução <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira e / ou chupeta no primeiro<br />

trimestre <strong>de</strong> vida. O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>monstrar<br />

que programas <strong>de</strong> educação e orientação à<br />

gestante po<strong>de</strong>m contribui para estimular o aleitamento<br />

materno, diminuindo a prevalência do <strong>de</strong>smame precoce<br />

e a introdução <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>iras e / ou chupetas<br />

Métodos: Este estudo consistiu em avaliar a a<strong>de</strong>são<br />

às orientações sobre amamentação e hábitos <strong>de</strong> sucção,<br />

em 82 mulheres, no terceiro trimestre gestacional.<br />

Foram realizadas duas entrevistas estruturadas,<br />

antes e após uma palestra do Programa <strong>de</strong> Orientação<br />

à Gestante (POG), oferecido pelo Centro <strong>de</strong> Pesquisa<br />

e Atendimento Odontológico para Pacientes Especiais<br />

(Cepae-FOP-Unicamp).<br />

Resultados: Após a palestra do POG, houve aumento<br />

<strong>de</strong> 73% na intenção <strong>de</strong> não oferecer mama<strong>de</strong>ira. Os<br />

principais motivos referidos pelas mães para usar a mama<strong>de</strong>ira,<br />

antes e após a palestra, foram: "para oferecer<br />

chá" e "retorno ao trabalho". Em relação ao não uso da<br />

chupeta, houve a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 68%. O "choro" foi o motivo<br />

predominante para o oferecimento da chupeta. Quanto à<br />

maneira <strong>de</strong> alimentar o bebê nos momentos <strong>de</strong> ausência<br />

da mãe, houve um índice <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 81% à orientação<br />

<strong>de</strong> oferecer leite materno or<strong>de</strong>nhado em copos.<br />

Conclusão: Conclui-se que o POG influenciou positivamente<br />

a maioria das gestantes. T odavia, para a-<br />

quelas mães que não a<strong>de</strong>riram às informações, apontase<br />

a necessida<strong>de</strong> da realização <strong>de</strong> um trabalho diferenciado,<br />

que atenda às expectativas individuais <strong>de</strong> cada<br />

mãe. Assim, sugere-se o incentivo à realização <strong>de</strong><br />

programas sistematizados e <strong>de</strong> cunho preventivo voltados<br />

à gestante, enfatizando-se a importância da e-<br />

quipe ser treinada para : (a) i<strong>de</strong>ntificar as estratégias<br />

<strong>de</strong> enfrentamento adotadas pelas gestantes / mães para<br />

lidar com os diversos tipos <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s que conduzem<br />

à não-a<strong>de</strong>são; e (b) intervir sobre variáveis<br />

psicossociais <strong>de</strong> risco, ainda no período gestacional,<br />

aumentando a a<strong>de</strong>são e prevenindo o <strong>de</strong>smame.<br />

P057 - Conscientização das gestantes e mães sobre<br />

aleitamento materno.<br />

Dagmar <strong>de</strong> Paula Queluz; Michele A. <strong>de</strong> Carvalho<br />

Moraes (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba –<br />

UNICAMP), (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba<br />

– UNICAMP).<br />

Introdução: Se preten<strong>de</strong>mos que nossas crianças tenham<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida na amplitu<strong>de</strong> que se po<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sejar, <strong>de</strong>veríamos conhecer um pouco mais sobre<br />

aleitamento materno e o quanto as chupetas e mama<strong>de</strong>iras<br />

são prejudiciais para nossas crianças. O objetivo<br />

<strong>de</strong>sse estudo foi revisar a literatura e discutir sobre<br />

a conscientização das gestantes e em geral das mães<br />

sobre a importância do aleitamento materno, enfocando<br />

os benefícios em relação ao <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

face e os fatores relacionados ao <strong>de</strong>smame precoce.<br />

Métodos: Para atingir este objetivo, foram utilizadas<br />

as bases <strong>de</strong> dados MEDLINE e JCR-ISI dos últimos<br />

10 anos.<br />

Resultados: A literatura <strong>de</strong>monstra que a falta <strong>de</strong> a-<br />

mamentação tem causado mais problemas para nossas<br />

crianças que a maioria <strong>de</strong> nós po<strong>de</strong> imaginar. O uso <strong>de</strong><br />

mama<strong>de</strong>iras e chupetas e a falta do “exercício natural”<br />

que é o ato <strong>de</strong> sugar leite materno <strong>de</strong>forma faces, é responsável<br />

por má-oclusão e muitos outros problemas<br />

com <strong>de</strong>ntes e fala. É <strong>de</strong> suma importância a conscientização<br />

por meio <strong>de</strong> informativos às gestantes sobre os<br />

benefícios do aleitamento materno, a fim <strong>de</strong> que as mães<br />

não optem pelo <strong>de</strong>smame precoce. A mama<strong>de</strong>ira, a chupeta<br />

e o hábito <strong>de</strong> chupar o <strong>de</strong>do afetam a posição dos<br />

<strong>de</strong>ntes e trazem conseqüências danosas a fala, a respiração<br />

e ao <strong>de</strong>senvolvimento ósseo e muscular.<br />

Conclusão: Concluímos que a prática do uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira<br />

e chupeta é muito arraigada na nossa cultura,<br />

mesmo em população orientada para evitá-la. Problemas<br />

futuros relacionados ao apinhamento <strong>de</strong>ntal, fala e respiração<br />

po<strong>de</strong>m ser prevenidos simplesmente pelo aleitamento<br />

materno, o qual proporciona um <strong>de</strong>senvolvimento<br />

não só facial mas sim sistêmico a<strong>de</strong>quado à criança,<br />

favorecendo a formação <strong>de</strong> um adulto saudável.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 65<br />

P084 - Educação permanente e educação continuada:<br />

nova proposta para a saú<strong>de</strong> pública.<br />

Rute Moreira <strong>de</strong> Freitas Sant'Anna (FOB / <strong>USP</strong>),<br />

Tatiane Martins Jorge (FOB / <strong>USP</strong>), Suzana Goya<br />

(FOB / <strong>USP</strong>), Juliana Julianelli <strong>de</strong> Araújo (FOB /<br />

<strong>USP</strong>), Sílvia Helena <strong>de</strong> Carvalho Sales-Peres (FOB /<br />

<strong>USP</strong>), José Roberto Pereira Lauris (FOB / <strong>USP</strong>),<br />

Magali <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Caldana (FOB / <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: O sistema brasileiro <strong>de</strong> ensino na área <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, apesar das gran<strong>de</strong>s mudanças, ainda atua na<br />

formação <strong>de</strong> profissionais voltados ao tratamento <strong>de</strong><br />

doenças ao invés da integralida<strong>de</strong> do indivíduo. Desta<br />

forma, um dos principais compromissos do Colegiado<br />

da Gestão <strong>de</strong> serviços em saú<strong>de</strong> é o <strong>de</strong> estabelecer<br />

políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que formem e / ou qualifiquem profissionais<br />

já inseridos no mercado <strong>de</strong> trabalho, a fim<br />

<strong>de</strong> direcionar o perfil <strong>de</strong>sses trabalhadores às ações<br />

promocionais e preventivas. Aliada à Educação em<br />

Saú<strong>de</strong>, a Gestão <strong>de</strong> trabalho preten<strong>de</strong> modificar o mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> ensino atual, a partir da intensificação das<br />

propostas <strong>de</strong> Educação Permanente e Educação Continuada.<br />

Este estudo teve por objetivo relacionar as<br />

semelhanças e diferenças entre os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Educação<br />

Permanente e Continuada. A Educação Permanente<br />

busca transformar o processo <strong>de</strong> trabalho, melhorando<br />

a qualida<strong>de</strong> dos serviços e promovendo a<br />

eqüida<strong>de</strong> no cuidado e no acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Por outro lado, a Educação Continuada tem sua<br />

atenção voltada ao conjunto <strong>de</strong> experiências que se<br />

esten<strong>de</strong>m após a formação, aprimorando habilida<strong>de</strong>s e<br />

responsabilida<strong>de</strong>s profissionais, contribuindo para a<br />

reorganização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> ambos<br />

os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> educação conferir uma dimensão<br />

<strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> ao processo educativo, assentam-se<br />

em princípios metodológicos diversos.<br />

Métodos: A Educação Permanente busca transformar<br />

o processo <strong>de</strong> trabalho, melhorando a qualida<strong>de</strong> dos<br />

serviços e promovendo a eqüida<strong>de</strong> no cuidado e no<br />

acesso aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Por outro lado, a Educação<br />

Continuada tem sua atenção voltada ao conjunto<br />

<strong>de</strong> experiências que se esten<strong>de</strong>m após a formação,<br />

aprimorando habilida<strong>de</strong>s e responsabilida<strong>de</strong>s profissionais,<br />

contribuindo para a reorganização dos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> ambos os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> educação<br />

conferir uma dimensão <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> ao processo<br />

educativo, assentam-se em princípios metodológicos<br />

diversos.<br />

Resultados: No que se refere à educação permanente,<br />

verificou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> problematizar as práticas<br />

<strong>de</strong> concepções vigentes, a fim <strong>de</strong> que haja uma<br />

aproximação dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos conceitos <strong>de</strong><br />

atenção integral, humanizada e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Com<br />

relação à educação continuada, verificou-se uma<br />

fragmentação do cuidado, das equipes e do processo<br />

<strong>de</strong> trabalho, na medida em que se centra no <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong> cada categoria profissional.<br />

Conclusão: Para que os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> educação promovam<br />

uma melhor qualida<strong>de</strong> do trabalho e contemple<br />

a integralida<strong>de</strong> e a eqüida<strong>de</strong> no cuidado e no acesso<br />

aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da socieda<strong>de</strong> atual, torna-se<br />

necessário motivar trabalhadores e setores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

P088 - O uso <strong>de</strong> métodos preventivos em consultórios<br />

particulares no município <strong>de</strong> Piracicaba-SP.<br />

Clícia <strong>de</strong> Oliveira (FOP-Unicamp), Lorena Alves<br />

Coutinho (FOP-Unicamp), Fábio Luiz Mialhe (FOP-<br />

Unicamp), Juliana Gobbo (FOP-Unicamp), Luiz Fabiano<br />

Bortolo (FOP-Unicamp).<br />

Introdução: A cárie é uma doença infecto-contagiosa<br />

que acomete 80% da população brasileira. No entanto,<br />

somente 5% <strong>de</strong>ssas pessoas têm acesso aos consultórios<br />

particulares dos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas (CDs) e a<br />

maioria <strong>de</strong>sconhece que as doenças bucais po<strong>de</strong>m ser<br />

evitadas através <strong>de</strong> métodos preventivos. Na <strong>Odontologia</strong><br />

os agentes ou métodos <strong>de</strong> prevenção primária da<br />

cárie <strong>de</strong>ntal incluem os selantes <strong>de</strong> fóssulas e fissuras<br />

e o controle <strong>de</strong> biofilme através da escovação e uso <strong>de</strong><br />

fio <strong>de</strong>ntal. Apesar dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas serem consi<strong>de</strong>rados<br />

os profissionais mais aptos a realizar orientações<br />

e intervenções preventivas em relação à cárie<br />

<strong>de</strong>ntária, pouco ainda se sabe sobre a freqüência com<br />

que utilizam estes métodos no dia-a-dia do consultório<br />

particular. Desta forma, o objetivo do presente<br />

estudo foi avaliar a este aspecto da pratica odontológica<br />

em consultórios particulares no município <strong>de</strong><br />

Piracicaba-SP.<br />

Métodos: Foram selecionados 120 cirurgiões<strong>de</strong>ntistas,<br />

distribuídos em diferentes regiões do município,<br />

a partir dos dados fornecidos pelas páginas a-<br />

marelas da lista telefônica da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Piracicaba,<br />

SP. Para a realização do trabalho, foi elaborado um<br />

questionário com 18 perguntas, abrangendo principalmente<br />

temas sobre prevenção, os quais foram distribuídos<br />

aos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas. Também foi perguntado<br />

aos profissionais se eles estavam ou não cadastrados<br />

em convênios e se suas graduações foram<br />

em faculda<strong>de</strong>s públicas ou particulares. A taxa <strong>de</strong> resposta<br />

alcançada foi <strong>de</strong> 78%. Os resultados foram obtidos<br />

através <strong>de</strong> um estudo transversal <strong>de</strong>scritivo e analisados<br />

em forma <strong>de</strong> percentual através <strong>de</strong> gráficos<br />

processados no aplicativo Excel / Windows-2000.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 66<br />

Resultados: Dos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas questionados,<br />

28% graduaram em faculda<strong>de</strong> particular e 72% em<br />

pública. Quanto aos convênios 79% atendiam e 21%<br />

não. De acordo com os resultados obtidos, verificou-se<br />

que apesar <strong>de</strong> 96% dos profissionais afirmarem terem a<br />

prevenção como conduta habitual, 63% <strong>de</strong>les não chamam<br />

seus pacientes para controle e manutenção. Observou-se<br />

também que é alta a porcentagem dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

que não utilizam índices para <strong>de</strong>terminação<br />

da placa bacteriana, existindo ainda cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

(2%) que não vêem nos métodos preventivos<br />

existentes comprovada eficácia. Verificou-se que 62%<br />

e 74% dos profissionais aconselhavam todos os pacientes<br />

quanto à importância do uso <strong>de</strong> fio <strong>de</strong>ntal e da escovação,<br />

respectivamente, como métodos preventivos<br />

<strong>de</strong> cárie. Quanto ao uso <strong>de</strong> selante <strong>de</strong> fóssula e fissura<br />

29% o recomendava para todos os pacientes, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da avaliação <strong>de</strong> risco-ativida<strong>de</strong> da doença.<br />

Os profissionais que atendiam convênio e haviam se<br />

formado em universida<strong>de</strong> pública foram os que mais<br />

indicaram todos os métodos preventivos para todos os<br />

pacientes (14%), enquanto os que não atendiam convênio<br />

e haviam se formado em universida<strong>de</strong> particular<br />

foram os que menos indicaram (1,06%).<br />

Conclusão: Concluímos que apesar <strong>de</strong> ser alta a taxa<br />

<strong>de</strong> CD que usam métodos preventivos, estes não são<br />

empregados com regularida<strong>de</strong> e nem tampouco aplicados<br />

<strong>de</strong> forma integrada, <strong>de</strong> acordo com o risco individual<br />

da doença, visando um atendimento voltado à<br />

promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (AU).<br />

P112 - Estudo exploratório do conhecimento em<br />

saú<strong>de</strong> bucal do Agente Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />

município <strong>de</strong> Ubatuba / SP, com enfoque em higiene,<br />

dieta e conduta.<br />

Claudia da S. Cora (UNIBAN-SP), Leandra F. Leitão<br />

(UNIBAN-SP), O<strong>de</strong>te Pinto Scapolan (UNIBAN-SP),<br />

Thiago Vidal Vianna (UNIBAN-SP), Valquíria C.<br />

Tinnelo Mainente (UNIBAN-SP).<br />

Introdução: A cárie e as doenças periodontais são as<br />

doenças bucais com maior prevalência na população<br />

mundial e po<strong>de</strong>m ser evitadas com medidas que envolvem<br />

mudança dos hábitos <strong>de</strong> higiene bucal e dieta<br />

da população. O agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (ACS)<br />

tem como parte <strong>de</strong> suas atribuições a promoção, prevenção<br />

e recuperação da saú<strong>de</strong>. O ACS tem papel<br />

<strong>de</strong>cisivo neste contexto da mudança dos hábitos da<br />

comunida<strong>de</strong> em que atua e da qual faz parte. O objetivo<br />

<strong>de</strong>ste trabalho foi avaliar o conhecimento em saú<strong>de</strong><br />

bucal do ACS do município <strong>de</strong> Ubatuba / SP, com<br />

enfoque em higiene, dieta e conduta.<br />

Métodos: A coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do município<br />

<strong>de</strong> Ubatuba, SP disponibilizou 8 unida<strong>de</strong>s básicas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, para a aplicação <strong>de</strong> um questionário exploratório<br />

junto aos ACS, contendo quatorze questões,<br />

sendo onze questões <strong>de</strong> múltipla escolha e três perguntas<br />

abertas sobre saú<strong>de</strong> bucal. Três temas diferentes<br />

foram abordados: a formação do ACS (nível <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong>, o tempo inserido no PSF, participação<br />

em programa <strong>de</strong> capacitação em saú<strong>de</strong> bucal), a conduta<br />

durante as visitas domiciliares frente a diferentes<br />

<strong>de</strong>mandas e o conhecimento sobre saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Resultados: Foram colhidos 47 questionários válidos<br />

para o estudo; o grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> das ACS mostrou<br />

que 65,95% possuem 2º grau completo; apenas<br />

23,40% dos ACS têm tempo <strong>de</strong> trabalho inferior a 1<br />

ano no PSF do município; o programa já proporcionou<br />

capacitação em saú<strong>de</strong> bucal para 63,83% dos<br />

ACS e <strong>de</strong>stes, 96,67% participaram da capacitação; na<br />

auto-avaliação do ACS 70% consi<strong>de</strong>ram-se melhor<br />

preparados após receber capacitação em Saú<strong>de</strong> Bucal;<br />

a freqüência na qual a Saú<strong>de</strong> Bucal é abordada a partir<br />

do ACS durante VD ocorre “às vezes” em 44,68%; e<br />

“sempre” em 25,53%; a porcentagem na qual “às vezes”<br />

o ACS é questionado sobre este assunto durante<br />

as visitas é <strong>de</strong> 40,42%; quanto à conduta do agente<br />

frente a uma queixa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, 57,45% referem à<br />

Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, e 29,79% à Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família da unida<strong>de</strong>; a freqüência com que o ACS<br />

orienta sobre higiene bucal durante a VD é <strong>de</strong> 61,70%<br />

“às vezes”; a orientação sobre dieta durante a VD o-<br />

corre “sempre” em 59,57%; o produto mais importante<br />

para uma boa higiene bucal segundo 72,34% dos<br />

ACS, é a escova <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte; os alimentos mais citados<br />

pelos ACS, no risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver cárie <strong>de</strong>ntária,<br />

foram os açúcares, seguidos pelos carboidratos. A<br />

conduta do ACS durante a queixa <strong>de</strong> sangramento<br />

gengival é o encaminhamento à assistência em<br />

91,47% dos casos, e, na maioria das vezes, não associada<br />

a qualquer orientação; a orientação sobre cuidados<br />

para evitar cárie e problemas <strong>de</strong> gengiva tem a<br />

higiene como a ação mais lembrada (42,55% das respostas),<br />

na maioria das vezes isolada, não vinculada à<br />

dieta e / ou assistência odontológica.<br />

Conclusão: Os ACS possuem grau <strong>de</strong> instrução escolar,<br />

<strong>de</strong>ntro das exigências atuais da Lei que regulamenta<br />

a profissão; apesar da maioria dos agentes trabalhar no<br />

programa há mais <strong>de</strong> 3 anos, cerca <strong>de</strong> 34 % dos entrevistados<br />

ainda não realizaram capacitação específica em<br />

Saú<strong>de</strong> Bucal; a higiene <strong>de</strong>ntal é reconhecida como uma<br />

método eficiente <strong>de</strong> prevenção às doenças bucais, porém<br />

o conhecimento <strong>de</strong> dietas cariogênicas parece se resumir<br />

tão somente ao fato <strong>de</strong> comer alimentos a base <strong>de</strong> açúcares<br />

e carboidratos; a multifatorialida<strong>de</strong> da etiologia da<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 67<br />

cárie e da doença periodontal parece não estar bem esclarecida<br />

entre os agentes; a conduta frente a problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal ten<strong>de</strong> a ser, na maioria das vezes, uma<br />

ação exclusivamente assistencialista, encaminhando ao<br />

atendimento; os resultados obtidos apontam para a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> alguns conceitos, como a importância<br />

da dieta na etiologia das doenças bucais.<br />

P114 - Capacitação <strong>de</strong> cuidadores <strong>de</strong> idosos – A-<br />

presentação <strong>de</strong> um manual baseado nas necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sses trabalhadores.<br />

Prof. Dra. Nemre Adas Saliba (Prof. Titular da FOA<br />

– Unesp / Araçatuba), Prof. Dra Suzely Adas Saliba<br />

Moimaz (Prof. Adjunto da FOA – Unesp / Araçatuba),<br />

Prof. Dra Cléa Adas Saliba Garbin (Prof. Adjunto da<br />

FOA – Unesp / Araçatuba), Jeidson Antônio Morais<br />

Marques (Doutorando em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e<br />

Social - FOA – Unesp / Araçatuba), Rosana Leal do<br />

Prado (Mestranda em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social<br />

- FOA – Unesp / Araçatuba).<br />

Introdução: O aumento da expectativa <strong>de</strong> vida é uma<br />

tendência mundial. Com o avançar da ida<strong>de</strong>, ocorrem<br />

sensíveis alterações no estilo <strong>de</strong> vida dos idosos, tanto<br />

pelo processo fisiológico, quanto patológico, que por<br />

vezes está presente. Dentro <strong>de</strong>ste contexto, o trabalho<br />

<strong>de</strong> “cuidador <strong>de</strong> idosos” vem ampliando seu espaço, e<br />

torna-se fundamental na promoção do bem estar <strong>de</strong>ssas<br />

pessoas. Porém, nem sempre cuidadores são preparados<br />

para exercer tal ativida<strong>de</strong> e a falta <strong>de</strong> capacitação<br />

resulta <strong>de</strong>sgaste tanto para o idoso, quanto para<br />

o cuidador. Cumprindo seu papel social, a <strong>Odontologia</strong><br />

Social da FOA / UNESP <strong>de</strong>senvolve um programa<br />

<strong>de</strong>nominado “Promoção <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em idosos institucionalizados<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araçatuba / SP”, beneficiando<br />

três instituições do município. O objetivo <strong>de</strong>ste<br />

trabalho foi verificar o perfil e conhecimento sobre<br />

saú<strong>de</strong> bucal dos cuidadores e apresentar o manual,<br />

confeccionado a partir das necessida<strong>de</strong>s percebidas,<br />

contemplando importantes aspectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Métodos: Foram entrevistados 18 cuidadores, total<br />

existente nas três instituições beneficiadas pelo projeto<br />

supracitado. Um único pesquisador, com auxílio <strong>de</strong><br />

um formulário contendo questões abertas e fechadas,<br />

realizou entrevistas, visando avaliar o perfil e grau <strong>de</strong><br />

conhecimento dos mesmos sobre aspectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal. Variáveis como sexo, ida<strong>de</strong>, escolarida<strong>de</strong>, autopercepção<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, hábitos <strong>de</strong> higiene bucal,<br />

conhecimento <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> prevenção das principais<br />

doenças bucais, <strong>de</strong>ntre outros, foram pesquisadas,<br />

tabuladas e analisadas, servindo <strong>de</strong> base para a criação<br />

<strong>de</strong> um manual <strong>de</strong> “cuidador <strong>de</strong> idosos.”<br />

Resultados: Os resultados obtidos mostraram que<br />

60% apresenta ensino médio completo; 61,11% <strong>de</strong>senvolve<br />

esta ativida<strong>de</strong> por necessida<strong>de</strong> e não por<br />

afinida<strong>de</strong>. Apesar <strong>de</strong> 77,7% dos cuidadores já ter participado<br />

<strong>de</strong> palestras sobre o cuidado com o idoso, a<br />

maior parte nunca recebeu orientação sobre cuidados<br />

bucais na terceira ida<strong>de</strong>, necessitando <strong>de</strong> esclarecimentos<br />

quanto aos problemas mais prevalentes que<br />

ocorrem na boca. 55,56% dos cuidadores acreditam<br />

que a perda dos <strong>de</strong>ntes faz parte da velhice, sendo um<br />

processo inevitável. Apesar <strong>de</strong> 83,25% dos entrevistados<br />

acreditar que alterações bucais po<strong>de</strong>m ser indicativas<br />

<strong>de</strong> problemas sistêmicos, nenhum <strong>de</strong>les possui o<br />

hábito <strong>de</strong> examinar a boca dos idosos. Diante do exposto<br />

foi criado um manual que contempla pontos<br />

como: os diferentes níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência do idoso,<br />

aspectos gerais e bucais do envelhecimento, métodos<br />

<strong>de</strong> higiene bucal, acondicionamento e higienização <strong>de</strong><br />

próteses, realização <strong>de</strong> inspeção intra-bucal <strong>de</strong>ntre<br />

outros.<br />

Conclusão: Constatou-se a carência <strong>de</strong> conhecimento<br />

conciso sobre saú<strong>de</strong> bucal voltado para idosos e a necessida<strong>de</strong><br />

iminente <strong>de</strong> capacitação dos cuidadores. A<br />

criação do manual foi <strong>de</strong> extrema importância diante<br />

dos resultados expostos, sanando carências <strong>de</strong> informação<br />

em saú<strong>de</strong> bucal, voltada ao processo <strong>de</strong> envelhecimento,<br />

sendo importante fonte <strong>de</strong> consulta e contribuindo<br />

sobremaneira para a saú<strong>de</strong> pública.<br />

P152 - Aleitamento materno e <strong>de</strong>smame: o quê o<br />

profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve saber.<br />

Lívia Guimarães Zina, Suzely Adas Saliba Moimaz,<br />

Nemre Adas Saliba, Cléa Adas Saliba Garbin (FOA /<br />

UNESP - Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social).<br />

Introdução: Entre as estratégias <strong>de</strong> promoção da saú<strong>de</strong><br />

materno-infantil <strong>de</strong>staca-se o incentivo ao aleitamento<br />

materno. Para implementação <strong>de</strong> sua prática, a<br />

ação básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> requer estratégias voltadas à<br />

conscientização e capacitação do profissional da saú<strong>de</strong>.<br />

Este estudo buscou compreen<strong>de</strong>r os motivos e os<br />

aspectos que envolvem a <strong>de</strong>cisão das mulheres em<br />

optarem pelo aleitamento materno.<br />

Métodos: Por meio <strong>de</strong> uma abordagem qualitativa<br />

centrada na teoria das Representações Sociais, foram<br />

entrevistadas 100 mães <strong>de</strong> crianças com até 12 meses<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, atendidas em uma Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

em Araçatuba, SP. A técnica <strong>de</strong> escolha foi a entrevista<br />

semi-estruturada, sendo abordados o processo <strong>de</strong><br />

amamentação e <strong>de</strong>smame, motivos para amamentar,<br />

dificulda<strong>de</strong>s, influência familiar, relação com o traba-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 68<br />

lho materno. As falas das nutrizes foram analisadas<br />

por meio da técnica <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Conteúdo, modalida<strong>de</strong><br />

categorial.<br />

Resultados: Para essas mulheres, o leite materno,<br />

além <strong>de</strong> importante, é sinônimo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e proteção<br />

imunológica para seus filhos. A prática do aleitamento<br />

esteve relacionada com experiências anteriores e o<br />

apoio <strong>de</strong> familiares. O ato <strong>de</strong> amamentar é visto como<br />

uma condição natural da mulher, a representação <strong>de</strong><br />

seu amor, como um <strong>de</strong>ver necessário à condição <strong>de</strong><br />

ser mãe. Dentre as dificulda<strong>de</strong>s encontradas, <strong>de</strong>stacaram-se<br />

problemas relacionados ao manejo técnico da<br />

amamentação. O trabalho materno foi um empecilho<br />

para a sua realização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a inaplicabilida<strong>de</strong> das leis<br />

que protegem a nutriz trabalhadora, até a opção da<br />

mulher em <strong>de</strong>sempenhar preferencialmente seu papel<br />

como profissional em <strong>de</strong>trimento do materno. Dentre<br />

os motivos alegados para o <strong>de</strong>smame, figuraram o<br />

leite fraco e a falta <strong>de</strong> leite, além da recomendação<br />

profissional a favor da suplementação alimentar em<br />

ida<strong>de</strong> precoce.<br />

Conclusão: Conclui-se que estiveram envolvidos na<br />

<strong>de</strong>cisão da mulher em amamentar aspectos relacionados<br />

à saú<strong>de</strong> e afeto, família e apoio profissional. O<br />

sucesso do aleitamento materno será consumado ao se<br />

redimensionar a sua assistência à uma ação integralizada,<br />

estando o <strong>de</strong>ntista preparado para uma atuação<br />

multidisciplinar no amparo às pacientes gestantes e<br />

lactantes.<br />

P169 - Avaliação da Qualida<strong>de</strong> dos Serviços do<br />

Programa <strong>de</strong> Atenção Odontológica à Gestante da<br />

FOA-UNESP na ótica do Usuário.<br />

Lívia da Silva Bino, Suzely Adas Saliba Moimaz, Nemre<br />

Adas Saliba, Najara Barbosa da Rocha (FOA /<br />

UNESP - Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social).<br />

Introdução: O Programa <strong>de</strong> Atenção Odontológica à<br />

Gestante <strong>de</strong>senvolvido pelo Departamento <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social da FOA-UNESP tem a finalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> promover saú<strong>de</strong>, por meio <strong>de</strong> ações educativo-preventivas<br />

e <strong>de</strong> tratamento odontológico nas gestantes<br />

acompanhadas nas 11 Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS) do município <strong>de</strong> Araçatuba. A avaliação<br />

<strong>de</strong> programas e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, passa por um processo<br />

<strong>de</strong> expansão, constituindo-se em instrumento <strong>de</strong><br />

apoio às <strong>de</strong>cisões necessárias à dinâmica dos sistemas<br />

e serviços, na implementação <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

mais a<strong>de</strong>quadas. Destaca-se a importância <strong>de</strong> avaliações<br />

realizadas sob a ótica do usuário, já que é ele, o<br />

sujeito principal, capaz <strong>de</strong> avaliar plenamente o serviço<br />

que utiliza. O objetivo <strong>de</strong>sse estudo foi analisar a<br />

qualida<strong>de</strong> dos serviços oferecidos pelo referido programa<br />

segundo a percepção das gestantes que participaram<br />

do programa no ano <strong>de</strong> 2005.<br />

Métodos: Foram aplicados 53 questionários com 16<br />

questões fechadas nas gestantes matriculadas no programa.<br />

Ao término do acompanhamento, a gestante<br />

preenchia o questionário <strong>de</strong> avaliação referente à qualida<strong>de</strong><br />

dos serviços oferecidos, voluntariamente. O<br />

questionário continha variáveis que foram agrupadas<br />

nas seguintes categorias: conteúdo das reuniões didático-pedagógicas,<br />

atendimento clínico, qualida<strong>de</strong>s do<br />

profissional e condições <strong>de</strong> infra-estrutura da clínica,<br />

sendo atribuídos conceitos <strong>de</strong> ótimo a fraco. Ao medo<br />

e segurança no tratamento e ao aprendizado foram<br />

atribuídos sim ou não. Já em relação à satisfação, os<br />

conceitos muito, pouco ou nada foram atribuídos. Os<br />

dados coletados foram analisados pelo programa Epi<br />

Info 2000.<br />

Resultados: A ida<strong>de</strong> média das gestantes entrevistadas<br />

foi <strong>de</strong> 27,15 anos. Com relação ao conteúdo informativo<br />

oferecido nas reuniões didáticopedagógicas,<br />

a maioria (81,1%) achou ótimo. Em relação<br />

ao atendimento clínico recebido, 90,6% avaliaram<br />

como ótimo. Ao avaliar o profissional, todos os<br />

quesitos (apresentação pessoal, gentileza, atenção),<br />

em sua maioria, obtiveram ótimo como resultado<br />

(88,7%, 96,2%, 90,6%, respectivamente). Quanto à<br />

infra-estrutura da clínica do programa, limpeza, refrigeração<br />

e conforto, apresentaram ótimo como resultado<br />

(92,5%,86,8%,90,6%, respectivamente). A maioria<br />

(86,8%), afirmou não sentir medo durante o tratamento,<br />

e 96,2% sentiram segurança; 92,5% afirmaram ter<br />

adquirido nas reuniões didático-pedagógicas conteúdos<br />

até então <strong>de</strong>sconhecidos. A gran<strong>de</strong> maioria apresentou-se<br />

satisfeita com a atenção proporcionada pelo<br />

programa. Vale ressaltar que as usuárias sugeriram<br />

melhorias <strong>de</strong> infra-estrutura nos banheiros e sala <strong>de</strong><br />

espera.<br />

Conclusão: Os resultados obtidos <strong>de</strong>monstraram que<br />

as ações <strong>de</strong>senvolvidas no Programa <strong>de</strong> Atenção O-<br />

dontológica à Gestante da FOA-UNESP têm obtido<br />

êxito, alcançando seus objetivos e promovendo a educação<br />

em saú<strong>de</strong> bucal na sua plenitu<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 69<br />

P172 - A influência do tempo <strong>de</strong> aleitamento materno<br />

e hábitos <strong>de</strong> sucção não nutritivos. Estudo Piloto.<br />

Najara Barbosa da Rocha (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

FOA / UNESP); Suzely Adas Saliba Moimaz (Programa<br />

<strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva<br />

e Social da FOA / UNESP); Artênio José Insper Garbin<br />

( Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social da FOA / UNESP).<br />

Introdução: O aleitamento materno exclusivo e sob<br />

livre <strong>de</strong>manda é consi<strong>de</strong>rado indispensável para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento físico e emocional da criança nos<br />

primeiros seis meses <strong>de</strong> vida e parcial até o final do<br />

primeiro ano <strong>de</strong> vida. Ele é essencial para a nutrição<br />

do bebê, reforça a imunida<strong>de</strong> contra doenças e alergia<br />

e exerce papel importante para a redução da mortalida<strong>de</strong><br />

infantil, ajuda no <strong>de</strong>senvolvimento das estruturas<br />

do sistema estomatognático e <strong>de</strong>ntofacial, previne<br />

contra obtenção <strong>de</strong> hábitos bucais não nutritivos, como<br />

também aumenta laços afetivos entre mãe e bebê.<br />

Devido à importância do aleitamento materno, este<br />

estudo piloto teve como objetivos i<strong>de</strong>ntificar o tipo <strong>de</strong><br />

aleitamento e o tempo recebido pelas crianças, assim<br />

como estudar sua relação com hábitos <strong>de</strong> sucção não<br />

nutritivos.<br />

Métodos: Para a coleta <strong>de</strong> dados, foi construído e<br />

aplicado um questionário em 20 mães <strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> 3<br />

a 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> ambos os sexos, matriculadas<br />

em EMEIs Íbis Pereira Paiva e Cláudio Evangelhista<br />

Costa da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – SP, após consentimento<br />

livre e esclarecido. O Projeto <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong>ste<br />

estudo piloto será aplicado em 330 mães e realizado<br />

posterior exame clínico nos filhos.<br />

Resultados: Neste estudo foi encontrado que 85%<br />

(17) das mães amamentaram exclusivamente seus<br />

filhos, sendo que 41,2% (7) amamentaram no peito<br />

durante 4º ao 6º mês <strong>de</strong> vida, 29,4% (5) durante 1º ao<br />

3º mês, 29,4% (5) do 7º ao 9º mês. As 20 mães citaram<br />

como principais motivos para o <strong>de</strong>smame a falta<br />

<strong>de</strong> leite (30%) e crescimento do filho (20%). Das entrevistas<br />

60% (12) das mães relataram que as crianças<br />

apresentavam hábitos <strong>de</strong> sucção não nutritivos como:chupar<br />

chupeta (30,8%) e ranger <strong>de</strong>ntes (23,1%).<br />

67% das crianças que possuem os hábitos não foram<br />

amamentadas exclusivamente no peito durante os seis<br />

primeiros meses <strong>de</strong> vida.<br />

Conclusão: Após análise dos resultados, concluí-se<br />

que a prática do aleitamento materno na amostra foi<br />

alta (85%), porém a maioria das mães amamentaram<br />

exclusivamente seus filhos num período menor que o<br />

consi<strong>de</strong>rado indispensável ao <strong>de</strong>senvolvimento físico<br />

e emocional do bebê. O índice <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> sucção<br />

não nutritivos foi alto e foi mais prevalente em crianças<br />

que não receberam aleitamento materno exclusivo<br />

nos primeiros seis meses <strong>de</strong> vida. Isto mostra a importância<br />

da conscientização das mulheres gestantes para<br />

a prática do aleitamento cabendo aos profissionais da<br />

saú<strong>de</strong>, inclusive o <strong>de</strong>ntista, a promoção da saú<strong>de</strong>. A<br />

poio financeiro: FAPESP<br />

P190 - Impacto <strong>de</strong> uma capacitação <strong>de</strong> Agentes Comunitários<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> na promoção da saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Debora Sueli Correia Marques, Paulo Frazão (UNI-<br />

SANTOS).<br />

Introdução: O objetivo do presente estudo foi medir<br />

o impacto <strong>de</strong> uma capacitação <strong>de</strong> Agentes Comunitários<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ACS) na promoção da saú<strong>de</strong> bucal em<br />

Rio Gran<strong>de</strong> da Serra, município da Gran<strong>de</strong> São Paulo,<br />

visto que pouca informação científica existe sobre a<br />

contribuição <strong>de</strong>sse pessoal no <strong>de</strong>senvolvimento das<br />

ações básicas em saú<strong>de</strong>, incluindo aspectos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal. No contexto <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> capacitação em<br />

saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> ACS, pesquisa social foi realizada.<br />

Participaram 36 ACS e uma amostra representativa <strong>de</strong><br />

mulheres e mães (M&M), donas <strong>de</strong> casa <strong>de</strong> 25 a 39<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> alfabetizadas que residiam em domicílios<br />

<strong>de</strong> 3 a 6 cômodos.<br />

Métodos: Um formulário contendo dados <strong>de</strong> renda e<br />

escolarida<strong>de</strong>, contendo quatorze questões sobre conhecimentos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-doença bucal em cada ciclo <strong>de</strong><br />

vida (CSB), cinco itens sobre práticas e capacida<strong>de</strong>s<br />

auto-referidas em relação ao auto-exame, número <strong>de</strong><br />

resi<strong>de</strong>ntes e <strong>de</strong> escovas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes (NE) individuais e<br />

coletivas em cada domicílio, freqüência <strong>de</strong> escovação<br />

<strong>de</strong>ntal e uso <strong>de</strong> fio <strong>de</strong>ntal e auto-suficiência da limpeza<br />

dos <strong>de</strong>ntes e duas questões sobre acesso e uso <strong>de</strong><br />

serviços odontológicos foi construído para esse fim.<br />

As respostas foram analisadas separadamente e em<br />

conjunto. Foi empregado o teste do qui-quadrado <strong>de</strong><br />

McNemar para as escalas nominais e teste “t” <strong>de</strong> Stu<strong>de</strong>nt<br />

pareado para as escalas <strong>de</strong> Likert adotando-se um<br />

nível <strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 5% para rejeição da hipótese<br />

<strong>de</strong> nulida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Os resultados mostraram que as diferenças<br />

observadas entre os ACS após sua capacitação<br />

foram estatisticamente significativas (p0,05) em somente duas questões.<br />

NE individuais aumentou e NE coletivas diminuiu.<br />

Os respon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>clararam que a freqüência da<br />

escovação e do uso do fio <strong>de</strong>ntal se elevou <strong>de</strong>pois da<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 70<br />

atuação dos ACS. Os valores <strong>de</strong> auto-avaliação da<br />

higiene bucal aumentaram. Modificação nas práticas e<br />

capacida<strong>de</strong>s auto-referidas mostrou significativa elevação<br />

da auto-confiança. O acesso ao serviço foi mais<br />

fácil (p


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 71<br />

Métodos: Para elaborar o programa foi realizada uma<br />

pesquisa prévia nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino para se conhecer<br />

a realida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s serão <strong>de</strong>senvolvidas.<br />

O programa é feito por 4 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e 5<br />

auxiliares <strong>de</strong> consultório <strong>de</strong>ntário (ACDs) especialmente<br />

treinados para isto, todos funcionários da Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tatuí e, consiste em<br />

realizar palestras sobre educação em saú<strong>de</strong> bucal aos<br />

pais, professores, alunos e funcionários das unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> ensino; avaliação clínica <strong>de</strong> alunos para encaminhar<br />

para tratamento e restaurações atraumáticas; utilização<br />

<strong>de</strong> métodos comprovadamente preventivos<br />

tais como escovação supervisionada e utilização <strong>de</strong><br />

flúor nas que necessitem; fornecer escovas <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes;<br />

<strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s lúdicas com as crianças e realizar<br />

avaliação <strong>de</strong> risco e levantamentos.<br />

Resultados: O programa educativo / preventivo proposto<br />

conseguiu a<strong>de</strong>quar as creches com escovódromos<br />

e fazer com que os pais, professores e diretores<br />

das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino se conscientizassem da importância<br />

da saú<strong>de</strong> bucal das crianças envolvidas, beneficiando<br />

diretamente aproximadamente 12.000 alunos<br />

matriculados na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> Tatuí. Programas<br />

similares <strong>de</strong>senvolvidos em outras cida<strong>de</strong>s<br />

têm sido responsáveis pela redução dos índices das<br />

doenças bucais em crianças, levando este benefício<br />

para adolescência e a vida adulta, conseqüentemente<br />

aumentando a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />

Conclusão: O programa proposto possui estratégias<br />

educativas e motivacionais simples, <strong>de</strong> baixo custo e aplicáveis<br />

a realida<strong>de</strong> do município, reduzindo assim no futuro<br />

a <strong>de</strong>manda por tratamentos nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e no centro <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s odontológicas, com<br />

uma economia <strong>de</strong> recursos financeiros para o município.<br />

R013 - Cuidados para um sorriso saudável.<br />

Marcela Alessandra Bozzella (Serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Vicente), Maria Helena Miguel Gonzalez (Serviço<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Vicente).<br />

Introdução: O controle da placa bacteriana é o melhor<br />

meio <strong>de</strong> prevenção paras as doenças cárie e gengivite, e<br />

po<strong>de</strong> ser realizado pelo próprio paciente, através <strong>de</strong> uma<br />

escovação <strong>de</strong>ntal com técnica correta. Dentro do Programa<br />

<strong>de</strong> Prevenção “Dente-São”, da Secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Vicente, a Diretoria <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> vem trabalhando<br />

a educação em saú<strong>de</strong>, com ações que objetivam a apropriação<br />

do conhecimento sobre o processo saú<strong>de</strong>-doença,<br />

incluindo fatores <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> proteção à saú<strong>de</strong> bucal,<br />

assim como a possibilitar ao usuário mudar hábitos apoiando-o<br />

na conquista <strong>de</strong> sua autonomia.<br />

Métodos: Para facilitar a orientação educativa, foi elaborado<br />

um painel didático que <strong>de</strong>screve passo a passo, a<br />

técnica <strong>de</strong> escovação e uso correto do fio <strong>de</strong>ntal, utilizando<br />

fotos ilustrativas, que facilitam a visualização e o a-<br />

prendizado.<br />

Resultados: A divulgação <strong>de</strong>sse painel nas unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como nas ativida<strong>de</strong>s educativas<br />

voltadas à população em espaços públicos, mostrou o<br />

<strong>de</strong>sconhecimento na utilização correta da escova e do fio<br />

<strong>de</strong>ntal, bem como facilitou o <strong>de</strong>senvolvimento das ativida<strong>de</strong>s<br />

da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Conclusão: Painel educativo chama a atenção da<br />

população, contribuindo na educação em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

R021 - Participação popular e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:<br />

um caminho para ampliar o acesso e a a<strong>de</strong>são ao<br />

tratamento.<br />

Ana Claudia Moutella Pimenta Giudice (Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Campinas), Marcelo Meneghin (Unicamp),<br />

Fabio Mialhe (Unicamp).<br />

Introdução: Enten<strong>de</strong>ndo que é fundamental melhorar<br />

a assistência individual para contribuir com os indivíduos<br />

e seus agravos, mas que existem outras práticas<br />

para potencializar a melhora da saú<strong>de</strong> geral do usuário,<br />

este trabalho teve o objetivo <strong>de</strong> realizar intervenções<br />

coletivas com a participação da população adscrita<br />

à área <strong>de</strong> abrangência do Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Capivari,<br />

município <strong>de</strong> Campinas – SP, <strong>de</strong> forma a criar<br />

vínculo, priorizar risco e vulnerabilida<strong>de</strong> social, planejar<br />

e avaliar na lógica da Clínica Ampliada.<br />

Métodos: Com o auxilio dos agentes comunitários <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> foram triadas micro-regiões <strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong><br />

abrangência do C.S. Capivari, consi<strong>de</strong>radas as mais<br />

vulneráveis no contexto sócio-econômico-cultural e<br />

<strong>de</strong> maiores riscos individuais e epi<strong>de</strong>miológicos. Estas<br />

comunida<strong>de</strong>s foram visitadas pela equipe <strong>de</strong> referência<br />

da Unida<strong>de</strong> para reconhecimento do território, das<br />

relações sociais, do ambiente, das li<strong>de</strong>ranças já existentes<br />

e da abordagem inicial dos indivíduos. Formouse<br />

a Roda (Campos, G.W.-2001) para planejamento<br />

das ações com o envolvimento dos usuários, <strong>de</strong> forma<br />

a lidar coletivamente com o impasse das gran<strong>de</strong>s necessida<strong>de</strong>s<br />

e da falta <strong>de</strong> recursos. Utilizou-se a Problematização,<br />

tendo como referência o Método do<br />

Arco (Bor<strong>de</strong>nave, J. e Pereira, A.-1982) para que<br />

houvesse o exercício da reflexão-ação, tendo como<br />

ponto <strong>de</strong> partida e <strong>de</strong> chegada a realida<strong>de</strong> social, através<br />

do processo ensino-aprendizagem.<br />

Resultados: Os usuários tiveram a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> avanço na reabilitação oral após traçados seus<br />

Projetos Terapêuticos Singulares (Campos, G.W.-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 72<br />

2001), além da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção nos seus<br />

processos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>-doença. Passaram a ter maior autonomia<br />

sobre si mesmos e suas realida<strong>de</strong>s, além da<br />

gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são ao tratamento clínico. T iveram seus<br />

sintomas aliviados e seus saberes e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

ampliados, complementando o compromisso pessoal<br />

com a produção da saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Estratégias <strong>de</strong> participação popular no<br />

planejamento das ações dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> culminam<br />

com bem estar físico e psicológico dos envolvidos,<br />

além <strong>de</strong> aumentar a satisfação com o serviço<br />

prestado. Percebemos que o controle social é uma<br />

gran<strong>de</strong> estratégia no avanço da qualida<strong>de</strong> do SUS.<br />

R024 - Elaboração <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> atualização <strong>de</strong><br />

“Saú<strong>de</strong> bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

(PSF)”.<br />

José Alberto Hatem Beneton (APCD-Taubaté), Felipe<br />

Magalhães Bastos (APCD-Taubaté), Marco Antonio<br />

Manfredini.<br />

Introdução: A necessida<strong>de</strong> da educação continuada,<br />

aperfeiçoamento e atualização na odontologia é visível<br />

a cada dia. Todos os profissionais buscam sempre<br />

o aprimoramento <strong>de</strong> suas habilida<strong>de</strong>s intelectuais e<br />

práticas no que tange ao atendimento odontológico.<br />

Com a criação pelo governo fe<strong>de</strong>ral do Programa <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família, houve uma modificação na estrutura<br />

<strong>de</strong> atendimento nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no âmbito<br />

público. Com a inclusão posterior da saú<strong>de</strong> bucal,<br />

houve a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se apresentar um programa <strong>de</strong><br />

educação para a capacitação <strong>de</strong> recursos humanos na<br />

área odontológica.<br />

Métodos: É apresentada a proposta <strong>de</strong> um curso sobre<br />

saú<strong>de</strong> bucal no PSF, com carga horária aproximada <strong>de</strong><br />

108 horas. O curso foi aplicado na APCD <strong>de</strong> Taubaté<br />

e está sendo realizado em Guaratinguetá no momento.<br />

O temário envolve diversos aspectos <strong>de</strong> cidadania,<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, humanização nas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

bioética, comunicação interpessoal, políticas públicas,<br />

solidarieda<strong>de</strong>, relações humanas, sistemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no<br />

mundo e o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) no Brasil,<br />

sendo que neste apresenta-se a história, orçamentação,<br />

financiamento, administração financeira, participação<br />

e controle da comunida<strong>de</strong> e atendimento odontológico<br />

coletivo e social.<br />

Resultados: Capacitação e qualificação dos profissionais<br />

da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal para atuarem nas unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, objetivando<br />

a integração das ativida<strong>de</strong>s multiprofissionais e estabelecendo<br />

uma nova prática <strong>de</strong> atendimento odontológico<br />

à população.<br />

Conclusão: Com este programa <strong>de</strong> educação em recursos<br />

humanos, capacitam-se os profissionais para a implantação,<br />

organização, planejamento e gerenciamento<br />

<strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no PSF; para o diagnóstico,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e avaliação <strong>de</strong> ações coletivas e epi<strong>de</strong>miológicas<br />

em saú<strong>de</strong> bucal, consonantes com a estratégia<br />

do PSF; e, ainda, ampliação dos conhecimentos em<br />

Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva e Saú<strong>de</strong> Pública.<br />

R031 - Saú<strong>de</strong> e Educação: uma parceria a serviço<br />

da comunida<strong>de</strong> em Amparo, SP.<br />

Antonio Marcos <strong>de</strong> Araújo, Edvane Aparecida Gonçalves<br />

Panegassi, Eliana Aparecida dos Santos, Luciana<br />

Longo Zanella Alves (ACD do Programa <strong>de</strong> PC<br />

do Núcleo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal da SMS <strong>de</strong> Amparo, SP).<br />

Introdução: O Programa <strong>de</strong> Procedimentos Coletivos<br />

(PC) em Saú<strong>de</strong> Bucal do Município <strong>de</strong> Amparo existe<br />

há mais <strong>de</strong> 16 anos, mas a execução <strong>de</strong>les só passou a<br />

ser exercida pelos Auxiliares <strong>de</strong> Consultório Dentário<br />

(ACD) em 1996, com a contratação dos mesmos sob a<br />

perspectiva da otimização do atendimento odontológico<br />

com o “trabalho a 4 mãos”. Antes <strong>de</strong>sse período,<br />

os PC eram executados pelos próprios Cirurgiões-<br />

Dentistas (CD), que <strong>de</strong>ixavam o atendimento curativo<br />

para visitar as escolas, em <strong>de</strong>trimento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />

pacientes que aumentava cada vez mais na Re<strong>de</strong> Pública<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Com a introdução dos ACD na equipe<br />

odontológica, os CD pu<strong>de</strong>ram retomar o atendimento<br />

com maior qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço e o Programa dos PC<br />

ganhou mais dinamismo e criativida<strong>de</strong> com a formação<br />

da Equipe <strong>de</strong> Prevenção em Saú<strong>de</strong> Bucal (EPSB), que<br />

podia se <strong>de</strong>dicar exclusivamente à prevenção escolar.<br />

Métodos: De início, o critério usado para selecionar<br />

os profissionais da EPSB era um perfil mais voltado<br />

ao do educador. Um treinamento prévio e caseiro,<br />

instruído pelos próprios CD da re<strong>de</strong>, capacitou os profissionais<br />

para auxiliar no tratamento curativo e selecionou<br />

aqueles que apresentavam características mais<br />

singulares para atuar na área escolar preventiva. Mais<br />

tar<strong>de</strong>, o Projeto Larga Escala vinculado ao Centro <strong>de</strong><br />

Formação <strong>de</strong> RH (CEFORH) para a Área da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Franco da Rocha, garantiu a formação técnica dos<br />

ACD. Mas, em 1998, uma oficina pedagógica promovida<br />

pelos próprios professores e coor<strong>de</strong>nadores da<br />

Secretaria Municipal <strong>de</strong> Educação, permitiu um avanço<br />

significativo na metodologia <strong>de</strong> preparação e aplicação<br />

das ativida<strong>de</strong>s educativas dos PC. Pela primeira<br />

vez, <strong>Odontologia</strong> e Educação falavam a mesma língua.<br />

Resultados: Com a aquisição e incorporação <strong>de</strong> vários<br />

conceitos pedagógicos, como o “construtivismo”<br />

<strong>de</strong> Jean Piaget, os PC pu<strong>de</strong>ram mo<strong>de</strong>rnizar suas estra-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> BucaT 73<br />

tégias <strong>de</strong> atuação. Assim, foi possível adaptar seus<br />

procedimentos técnicos aos atuais métodos <strong>de</strong> ensino<br />

e esquemas <strong>de</strong> assimilação e aprendizagem proporcionais<br />

às diferentes faixas-etárias do ambiente escolar.<br />

Isso viabilizou a promoção e prevenção da saú<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada à realida<strong>de</strong> pertinente.<br />

Conclusão: A parceria entre educação e saú<strong>de</strong> mostrou-se<br />

fundamental para a consolidação da presença<br />

do profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no ambiente escolar,<br />

pois sem a cooperação e participação dos profissionais<br />

<strong>de</strong> educação, o programa dos PC não teria o respaldo<br />

necessário para a sua manutenção e avaliação e<br />

permaneceria como mais uma ativida<strong>de</strong> extra-classe<br />

isolada da rotina diária do escolar.<br />

R044 - Aleitamento materno versus hábitos bucais<br />

<strong>de</strong>letérios: existe uma relação causal?<br />

Artênio José Isper Garbin (Programa Pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP), Cléa Adas Saliba<br />

Garbin (Programa Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Araçatuba-UNESP), Patrícia Elaine Gonçalves<br />

(Programa Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva<br />

e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP),<br />

Alessandra Fernan<strong>de</strong>s Gonçalves Pavan.<br />

Introdução: O aleitamento materno é uma importante<br />

fonte <strong>de</strong> alimentação para o recém nascido, além <strong>de</strong><br />

ser também um estimulante ortopédico natural ao<br />

crescimento normal dos maxilares.<br />

Métodos: O trabalho avaliou a percepção <strong>de</strong> mães<br />

quanto à importância do aleitamento; até que ida<strong>de</strong> a<br />

criança <strong>de</strong>ve ser amamentada naturalmente, e investigar<br />

se existe uma relação causal <strong>de</strong>ste último com a<br />

aquisição <strong>de</strong> hábitos bucais <strong>de</strong>letérios.<br />

Resultados: Observou-se que 88,52% das mães associaram<br />

o aleitamento materno à saú<strong>de</strong> geral da criança;<br />

e somente 1,64% à saú<strong>de</strong> bucal. Apesar <strong>de</strong><br />

73,8% mencionarem que <strong>de</strong>ve amamentar a criança<br />

por mais <strong>de</strong> 6 meses, conforme preconizado pela<br />

OMS / UNICEF, apenas 54,1% a realizam. Observouse<br />

por meio do teste qui-quadrado (p


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 74<br />

Conclusão: A cartilha bilíngüe se apresenta como<br />

solução <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>safios do trabalho odontológico<br />

com populações indígenas e na promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal em todas as faixas etárias, priorizando aspectos<br />

tradicionais das práticas <strong>de</strong> prevenção, tratamento e<br />

cura da cultura Guarani, sem ignorar hábitos <strong>de</strong> higiene<br />

incorporados nos tempos mo<strong>de</strong>rnos. Ela resgata,<br />

pelo menos parcialmente, uma sabedoria milenar e<br />

rica, infelizmente <strong>de</strong>svalorizada pelas socieda<strong>de</strong>s “civilizadas”.<br />

R069 – Atenção materno-infantil (AMI) no Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Ana Lucia Figueiredo Pessoa <strong>de</strong> Barros (Fundação<br />

Zerbini), Nidia Martinelli (Fundação Zerbini), Emilia<br />

Beatriz Pires Mastrorosa (Fundação Zerbini).<br />

Introdução: Com a criação do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família, tornou-se possível o acompanhamento das<br />

gestantes pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, <strong>de</strong>smistificando<br />

o tratamento odontológico durante a gravi<strong>de</strong>z. O<br />

objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é transmitir apresentar o processo<br />

<strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

às gestantes atendidas no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Família da Fundação Zerbini, a fim <strong>de</strong> que estas diminuam<br />

as doenças bucais, incorporem hábitos saudáveis<br />

aos bebês, criando vínculo profissional-gestantebebê.<br />

Métodos: O projeto consiste no cadastro das gestantes<br />

junto às equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família, que estão iniciando<br />

o pré-natal. A atenção materno-infantil (AMI), será<br />

dividida em 3 fases: (1) triagem e avaliação do grau <strong>de</strong><br />

risco das doenças bucais, orientações e palestras em<br />

saú<strong>de</strong> bucal, hábitos e cuidados <strong>de</strong> higiene dos bebês,<br />

controle <strong>de</strong> placa e escovação supervisionada; (2) tratamento<br />

odontológico das gestantes e reavaliação do<br />

controle <strong>de</strong> placa e (3) cadastro e avaliação dos bebês,<br />

e reforço <strong>de</strong> hábitos e cuidados com a higiene.<br />

Resultados: Foi observado: diminuição das doenças<br />

bucais, sensibilização das mães quanto à presença <strong>de</strong><br />

doenças bucais em seus filhos e ampliação da cobertura<br />

odontológica na área, através da prevenção.<br />

Conclusão: Ocorre a integração e participação das<br />

gestantes com a saú<strong>de</strong> bucal. Ocorrendo o fortalecimento<br />

do vínculo gestante-profissional-bebê.<br />

R070 - Apresentação <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> educação<br />

integral em saú<strong>de</strong> bucal nas escolas <strong>de</strong> educação<br />

infantil da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Carlos, SP.<br />

Adriana Leandra Pianca (Prefeitura municipal <strong>de</strong><br />

São Carlos –SP), Maria Inêz F. Assis Bertachini (Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> São Carlos – SP), Elaine Maria<br />

Sgavioli Massucato (Fac. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araraquara<br />

– SP).<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>sta experiência foi trabalhar<br />

na concepção <strong>de</strong> vigilância em saú<strong>de</strong> tendo como<br />

principal premissa o princípio <strong>de</strong> territorialida<strong>de</strong>. No<br />

conceito <strong>de</strong> território, os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são analisados<br />

e enfrentados <strong>de</strong> forma integrada por setores<br />

que historicamente tem trabalhado <strong>de</strong> maneira dicotomizada.<br />

A redução das doenças da cavida<strong>de</strong> bucal<br />

vem sendo o nosso principal indicador para buscar a<br />

saú<strong>de</strong> e a educação integral dos indivíduos da Região.<br />

Este trabalho procurou envolver todos os setores inseridos<br />

na realida<strong>de</strong> local, enten<strong>de</strong>ndo o individuo e<br />

comunida<strong>de</strong> como o sujeito do processo. As 2 creches,<br />

4 EMEI’s e EMEB do bairro Cida<strong>de</strong> Aracy em<br />

São Carlos – SP foram escolhidas <strong>de</strong>vido à sua localização<br />

geográfica e nível sócio-econômico-cultural<br />

para a promoção, prevenção e recuperação da saú<strong>de</strong><br />

bucal, trabalhando no conceito da territorialida<strong>de</strong>,<br />

integralida<strong>de</strong> e educação integral na Saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: A metodologia do trabalho consistiu em<br />

introduzir um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (odontólogo) quinzenalmente<br />

nas escolas a fim <strong>de</strong> promover a integração<br />

entre saú<strong>de</strong> e educação, levantar o número <strong>de</strong> crianças<br />

com <strong>de</strong>ntes cariados e <strong>de</strong> alto risco à cárie para avaliação<br />

do trabalho e montagem das estratégias <strong>de</strong> atendimento,<br />

realizar oficinas teórico-práticas com os professores,<br />

diretores e pais a fim <strong>de</strong> conscientizar, capacitar<br />

e ampliar os conhecimentos nas questões <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

e geral, <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caráter lúdico<br />

educativo (gincanas, jogos, teatros e dramatizações)<br />

com os escolares em parceria com os professores, implantar,<br />

acompanhar e fornecer os insumos para escovação<br />

após a merenda em todas as escolas e envolver<br />

outros profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do bairro (agentes comunitários,<br />

equipe <strong>de</strong> enfermagem e médicos) através <strong>de</strong><br />

oficinas temáticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e geral.<br />

Resultados: Como resultado, após o levantamento dos<br />

dados e a realização <strong>de</strong> um diagnóstico da saú<strong>de</strong> bucal<br />

dos escolares da região, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ou-se a priorização<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s preventivas, curativas e coletivas. Buscou-se<br />

com esse novo mo<strong>de</strong>lo solucionar os problemas<br />

<strong>de</strong> atenção integral da saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> possibilitar o<br />

acompanhamento das crianças <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o berçário. Em<br />

apenas três anos <strong>de</strong> trabalho, foi possível reduzir <strong>de</strong> 20<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 75<br />

a 75% os índices <strong>de</strong> cárie nas EMEI’s da região e sensibilizar<br />

os profissionais envolvidos com os escolares<br />

(diretores, professores e educadores), conscientizandoos<br />

<strong>de</strong> sua importância na formação <strong>de</strong> hábitos saudáveis<br />

<strong>de</strong> higiene e saú<strong>de</strong>. Também como resultado obteve-se<br />

a sensibilização e organização <strong>de</strong> um grupo gestor<br />

composto por profissionais da Secretaria <strong>de</strong> Educação<br />

(coor<strong>de</strong>nador da pré-escola, ensino fundamental e<br />

creches) e da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (administradores<br />

regionais e serviço <strong>de</strong> prevenção em saú<strong>de</strong> bucal) para<br />

discutir e propor um Plano <strong>de</strong> Ação e Prevenção em<br />

Saú<strong>de</strong> para todos os outros escolares do município,<br />

visando à educação integral e a integralida<strong>de</strong> na saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Concluiu-se que diante <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

em saú<strong>de</strong>, seja geral ou bucal, é necessário que se<br />

estabeleçam programas <strong>de</strong> prevenção capazes <strong>de</strong> promoverem<br />

uma verda<strong>de</strong>ira integração entre os diversos<br />

setores para que juntos possam trabalhar verda<strong>de</strong>iramente<br />

com vigilância em saú<strong>de</strong>.<br />

R074 - Ações <strong>de</strong>senvolvidas pela equipe da prevenção<br />

odontológica do município <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte<br />

– SP.<br />

Luciane Regina Gava Simioni (SMS-Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte,<br />

FO-UNOESTE), Palmira Maria Marques Costa<br />

(SMS-Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte).<br />

Introdução: A construção <strong>de</strong> políticas públicas <strong>de</strong><br />

incentivo à promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, incluindo a saú<strong>de</strong><br />

bucal, tem sido cada vez mais enfatizada. Neste contexto<br />

foi criada a equipe da prevenção odontológica<br />

que tem <strong>de</strong>senvolvido ativida<strong>de</strong>s educativas e preventivas<br />

visando à redução das doenças bucais.<br />

Métodos: A equipe da prevenção odontológica é composta<br />

por cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e aten<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> consultório<br />

<strong>de</strong>ntário pertencentes à Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Presi<strong>de</strong>nte Pru<strong>de</strong>nte-SP e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1992, <strong>de</strong>senvolve diversos<br />

programas e ações a grupos diferenciados: o programa<br />

“Saú<strong>de</strong> Bucal da Gestante” que realiza ações educativas,<br />

triagem e encaminhamento das gestantes para tratamento<br />

odontológico em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> municipais;<br />

para crianças <strong>de</strong> 0 a 36 meses; o programa “<strong>Odontologia</strong><br />

para Bebês” que presta atendimento no Centro Técnico<br />

Odontológico; o programa “<strong>Odontologia</strong> para Bebês no<br />

ambiente escolar” que realiza educação em saú<strong>de</strong> às auxiliares<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento infantil e ativida<strong>de</strong>s preventivas<br />

em crianças matriculadas em creches e EMEI; na fase<br />

pré-escolar e escolar são <strong>de</strong>senvolvidas ações educativas,<br />

preventivas, triagem e encaminhamentos a aproximadamente<br />

30.000 crianças e adolescentes matriculados em 85<br />

unida<strong>de</strong>s da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> ensino; e ainda o programa<br />

“Tratamento Restaurador Atraumático” direcionado aos<br />

escolares. Esta equipe também participa <strong>de</strong> eventos comunitários<br />

<strong>de</strong>senvolvendo ativida<strong>de</strong>s como apresentação<br />

<strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> fantoches, uso <strong>de</strong> fantasias sobre saú<strong>de</strong> bucal,<br />

pintura <strong>de</strong> <strong>de</strong>senhos, entre outras. Anualmente há a avaliação<br />

do programa através do levantamento epi<strong>de</strong>miológico<br />

dos indivíduos inscritos.<br />

Resultados: Tem sido observada uma redução significativa<br />

e constante na prevalência da cárie <strong>de</strong>ntária<br />

das crianças que participam das ações. No ano <strong>de</strong><br />

1992, época <strong>de</strong> implantação da equipe, o índice CPO-<br />

D (média <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes cariados, perdidos e obturados)<br />

em crianças <strong>de</strong> 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> era 4,18, já no ano<br />

2005 o índice CPO-D foi <strong>de</strong> 1,3.<br />

Conclusão: Observa-se que o município está próximo<br />

<strong>de</strong> atingir a meta da Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

que é CPO-D 1,0 aos 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> no ano<br />

2010, portanto, os esforços <strong>de</strong>senvolvidos ao longo <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 10 anos <strong>de</strong> trabalho da equipe da prevenção<br />

odontológica têm alcançado êxito na promoção <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal da população inscrita nos programas.<br />

R079 - Aleitamento materno: como o cirurgião<br />

<strong>de</strong>ntista po<strong>de</strong> incentivar esta prática.<br />

Lour<strong>de</strong>s Cecília Ferreira <strong>de</strong> Freitas (Hospital e Maternida<strong>de</strong><br />

Interlagos-São Paulo-SP).<br />

Introdução: A OMS, o UNICEF e o Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> recomendam: amamentação exclusiva no peito<br />

materno até os seis meses <strong>de</strong> vida e a introdução gradual<br />

<strong>de</strong> outros alimentos juntamente com a amamentação<br />

materna até os dois anos ou mais. O HMI como<br />

“Hospital Amigo da Criança”, participa do esforço<br />

mundial para “promover, proteger e apoiar o aleitamento<br />

materno” que nos últimos <strong>de</strong>z anos vem registrando<br />

um aumento do índice <strong>de</strong> prevalência da amamentação<br />

durante os primeiros seis meses <strong>de</strong> vida;<br />

mas esta prática ainda não alcançou a sua plenitu<strong>de</strong>. O<br />

presente trabalho analisou dados <strong>de</strong> questionários a-<br />

plicados às mães <strong>de</strong> recém-nascidos <strong>de</strong> até seis meses,<br />

que participaram do programa pré-natal no ambulatório<br />

do HMI, visando verificar a prevalência <strong>de</strong> fatores<br />

<strong>de</strong> risco ao <strong>de</strong>smame precoce.<br />

Métodos: No período <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2005 a fevereiro<br />

<strong>de</strong> <strong>2006</strong> foram aplicados questionários a 180 mães<br />

<strong>de</strong> recém-nascidos atendidos no ambulatório do HMI<br />

sobre amamentação e uso <strong>de</strong> chupetas e mama<strong>de</strong>iras.<br />

A amostra foi estratificada por ida<strong>de</strong> do recémnascido,<br />

e sistemática, por selecionar mães que participaram<br />

do Programa Pré-natal no ambulatório do<br />

HMI. É importante aqui registrar, para fins <strong>de</strong> contextualização<br />

do presente trabalho, que a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

do HMI ministra palestras <strong>de</strong> orientação às gestantes<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 76<br />

no período pré-natal e puerpério, e o cirurgião <strong>de</strong>ntista<br />

como membro da equipe, assume o papel <strong>de</strong> agente<br />

educador promovendo a saú<strong>de</strong> da gestante e do bebê.<br />

Nas palestras <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal são abordados os temas:<br />

higiene bucal, alimentação saudável, aleitamento materno<br />

e orientação quanto aos hábitos <strong>de</strong> chupetas e<br />

mama<strong>de</strong>iras como fatores <strong>de</strong> risco ao <strong>de</strong>smame precoce.<br />

Resultados: Da tabulação das respostas obtidas através<br />

dos questionários pu<strong>de</strong>mos constatar que: com<br />

ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> até 30 dias encontramos 68,3% <strong>de</strong> bebês em<br />

amamentação materna exclusiva (AE), 25% em amamentação<br />

mista (materna+mama<strong>de</strong>ira) (AM) e 6,6%<br />

em uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira (MA). Destes 36,6% faziam<br />

uso <strong>de</strong> chupetas; com ida<strong>de</strong> entre 31 e 120 dias encontramos<br />

48,3% (AE), 31,6% (AM) e 20%(MA). Destes<br />

61,6% faziam uso <strong>de</strong> chupetas; com ida<strong>de</strong> entre 121 e<br />

180 dias encontramos 38,3% (AE), 36,6% (AM) e<br />

25% (MA).Destes 68,3% faziam uso <strong>de</strong> chupetas.<br />

Conclusão: Este estudo mostrou que a prevalência<br />

do uso <strong>de</strong> chupetas e mama<strong>de</strong>iras nos primeiros seis<br />

meses <strong>de</strong> vida ainda é alta, mesmo entre a população<br />

que teve acesso aos programas <strong>de</strong> educação pré-natal<br />

da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Confirmou-se também a<br />

associação <strong>de</strong>stes hábitos (uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>iras e chupetas)<br />

como fatores <strong>de</strong> risco para o <strong>de</strong>smame precoce,<br />

o que serve <strong>de</strong> alerta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intensificação<br />

das ações educativas voltadas às gestantes<br />

quanto à importância do aleitamento materno exclusivo<br />

até os seis meses <strong>de</strong> vida, on<strong>de</strong> a participação do<br />

cirurgião <strong>de</strong>ntista po<strong>de</strong> constituir importante reforço<br />

para a transformação das mães em agentes multiplicadores<br />

dos conhecimentos em saú<strong>de</strong> bucal com reflexos<br />

positivos para toda a comunida<strong>de</strong>.<br />

R080 - Promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal nas al<strong>de</strong>ias indígenas<br />

da região <strong>de</strong> Peruíbe.<br />

Daniel Malagoli (Projeto Rondon / FUNASA).<br />

Introdução: Neste trabalho será <strong>de</strong>senvolvido um<br />

relato histórico do processo <strong>de</strong> relação entre as instituições<br />

públicas e a população indígena da região <strong>de</strong><br />

Peruíbe. Também será abordado o impacto causado<br />

pelo <strong>de</strong>senvolvimento da região, o contato com os<br />

brancos, a perda <strong>de</strong> terras e meios <strong>de</strong> subsistência sobre<br />

a saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong>ssa população, bem como os <strong>de</strong>safios<br />

atuais para controlar, prevenir e tratar as doenças<br />

bucais mais freqüentes nos indígenas da região.<br />

Métodos: As políticas <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> dos povos<br />

indígenas vêm se <strong>de</strong>senvolvendo durante as décadas<br />

seguindo a evolução nacional das políticas públicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e a sua consolidação se <strong>de</strong>u no bojo das reformas<br />

progressistas dos anos 80, quando houve gran<strong>de</strong><br />

avanço das políticas públicas. Atualmente a FUNASA<br />

(Fundação Nacional da Saú<strong>de</strong>) é a instituição responsável<br />

para reorganizar a atenção à saú<strong>de</strong> dos povos<br />

indígenas através do trabalho das equipes multidisciplinares<br />

que comparecem as al<strong>de</strong>ias semanalmente e<br />

priorizam as ações preventivo-promocionais, integrando<br />

também as comunida<strong>de</strong>s indígenas aos sistemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> locais em conformida<strong>de</strong> com os princípios<br />

e diretrizes do SUS. E para o enfrentamento dos<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal com todas as suas causas<br />

sociais, culturais, biológicas e ambientais se faz necessária<br />

mobilização <strong>de</strong> toda a comunida<strong>de</strong> no sentido<br />

<strong>de</strong> reconhecer os <strong>de</strong>terminantes do processo saú<strong>de</strong>doença,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> construir formas e meios<br />

para prevenir as doenças e promover saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta população<br />

levando em conta as suas tradições e seus<br />

costumes. Os professores indígenas foram os principais<br />

aliados nesta tarefa. Eles realizaram reuniões com<br />

a comunida<strong>de</strong>, falando em sua própria linguagem,<br />

problematizando as situações do dia a dia, abordando<br />

assuntos referentes à saú<strong>de</strong> bucal e sua cultura, qual<br />

era o costume dos mais antigos em relação aos cuidados<br />

com os <strong>de</strong>ntes e como estes cuidados são realizados<br />

hoje em dia com o uso da escova, fio e creme<br />

<strong>de</strong>ntal fluoretado. Outro assunto importante discutido<br />

nas reuniões foi a mudança da dieta original e o impacto<br />

que isto causou na <strong>de</strong>ntição dos indígenas em<br />

geral.<br />

Resultados: Estas reuniões resultaram num aumento<br />

da atenção das comunida<strong>de</strong>s em geral com o seu estado<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Todos começaram a se preocupar<br />

em não faltar em suas casas escova, fio e pasta <strong>de</strong>ntal<br />

para todos os integrantes da família. Sempre que alguns<br />

<strong>de</strong>stes itens ficavam faltando os indígenas prontamente<br />

solicitavam a sua reposição (no pólo base<br />

existe estoques <strong>de</strong> escova, pasta e fio <strong>de</strong>ntal fornecidos<br />

pela FUNASA para serem distribuídos racionalmente<br />

para os indígenas). Houve também um aumento<br />

da procura pelo tratamento <strong>de</strong>ntário, bem como da<br />

reabilitação oral através das próteses <strong>de</strong>ntais. O maior<br />

cuidado com a dieta e o consumo <strong>de</strong> alimentos açucarados<br />

também foi observado entre algumas famílias<br />

da comunida<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Quando lidamos com uma cultura diferente<br />

da qual estamos envolvidos, o respeito aos seus<br />

costumes e cultura bem como o diálogo e a criação <strong>de</strong><br />

vínculos entre os participantes do processo são instrumentos<br />

importantes para a mobilização e participação<br />

<strong>de</strong> todos na busca <strong>de</strong> uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida para todos.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 77<br />

R111 - Curso <strong>de</strong> clínica ampliada <strong>de</strong> odontoestomatologia<br />

para cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas do SUS:<br />

uma nova proposta <strong>de</strong> qualificação.<br />

Carlos Botazzo (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>–SES / SP), Luiz<br />

Vicente Souza Martino (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –SES / SP),<br />

Luis Antonio Cherubini Carvalho (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

–SES / SP), Patrícia Nieri Martins (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

–SES / SP), Fabiana Schnei<strong>de</strong>r Pires (CRT / AIDS),<br />

Rebeca Silva <strong>de</strong> Barros (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –SES /<br />

SP), Fausto Souza Martino (Prefeitura <strong>de</strong> Taboão da<br />

Serra), Olga Maria Agostinho Dias (Prefeitura <strong>de</strong><br />

Embu das Artes).<br />

Introdução: O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal encontrou forte razão tecnológica ao início<br />

dos anos 90, sobretudo a partir <strong>de</strong> dois eventos<br />

fulcrais: o marco teórico da Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva,<br />

<strong>de</strong>senvolvido em 1988, e a introdução, na atenção<br />

básica, dos procedimentos coletivos. Porém, ainda<br />

faltam aos programas adotados no nível local: 1) inovar<br />

quanto ao acesso e à cobertura; 2) incorporar a<br />

assistência odontológica ao conjunto da população<br />

SUS; 3) realizar diagnóstico em saú<strong>de</strong> bucal como<br />

rotina; 4) estabelecer protocolos <strong>de</strong> referência e contra-referência;<br />

5) inovar a clínica odontológica, propondo<br />

sistemáticas <strong>de</strong> atendimento a<strong>de</strong>quado ao SUS.<br />

Com esta visão <strong>de</strong>finida o Projeto “Observatório <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva” construiu junto com os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

da região da DIRV-Osasco e apresentou<br />

ao Núcleo <strong>de</strong> Educação Permanente da Região<br />

uma nova proposta <strong>de</strong> qualificação para cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

do SUS.<br />

Métodos: Ao longo <strong>de</strong> 2004 foram realizados 7 seminários<br />

nascidos da idéia do grupo <strong>de</strong> clínica odontológica<br />

organizado no Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>-SES / SP,<br />

em meados <strong>de</strong> 2003, sempre com a participação <strong>de</strong><br />

pesquisadores, coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e secretários<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e número expressivo<br />

<strong>de</strong> usuários representando conselhos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

da DIRV-Osasco. Os seminários promoveram o<br />

incremento da parceria, dando como produto um projeto<br />

<strong>de</strong> pesquisa aprovado pelo CNPq, que é o “Observatório<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva da DIR V”, cuja<br />

referência central é a ampliação da clínica. O fato a<br />

ser <strong>de</strong>stacado é que todas essas ativida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início propostas e construídas coletivamente e<br />

vem permitindo aprofundar a compreensão dos limites<br />

da assistência odontológica e as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> superação<br />

do atual estado. Com o problema i<strong>de</strong>ntificado,<br />

ou seja, a baixa capacida<strong>de</strong> diagnósticoterapêutica<br />

do cirurgião-<strong>de</strong>ntista que compõe as equipes<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da região, sugere-se uma capacitação<br />

no sentido <strong>de</strong> se ampliar o espectro <strong>de</strong> ação <strong>de</strong>ste<br />

trabalhador na clínica odontológica.<br />

Resultados: Emerge uma proposta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, na<br />

forma <strong>de</strong> oficinas, aulas expositivas, seminários e outras<br />

modalida<strong>de</strong>s dinâmicas, sendo que a primeira<br />

parte que é o curso em questão abordará a seguinte<br />

proposta: Módulo I-comunicação–(escuta e circulação<br />

<strong>de</strong> informações sobre <strong>de</strong>sejos, interesses e aspectos da<br />

realida<strong>de</strong>); Módulo II–elaboração (análise da escuta e<br />

das informações); Módulo III–elaboração (análise da<br />

escuta e das informações); Módulo IV–tomada <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões (priorida<strong>de</strong>s, projetos, contratos) arranjos<br />

concretos <strong>de</strong> tempo e lugar, em que o po<strong>de</strong>r esteja em<br />

jogo e on<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato se analisem problemas e se tomem<br />

<strong>de</strong>liberações na construção <strong>de</strong> novos espaços públicos.<br />

Conclusão: O incremento na competência diagnóstica<br />

e terapêutica do cirurgião-<strong>de</strong>ntista que compõe a equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal é o resultado mais aguardado. Espera-se,<br />

com isto, melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> no atendimento,<br />

com maior capacida<strong>de</strong> resolutiva e encaminhamento<br />

conclusivo da intercorrência. Contudo, nota-se também<br />

que ativida<strong>de</strong>s como esta que priorizam a construção<br />

coletiva <strong>de</strong>vem ser constantemente estimuladas.<br />

R126 - Capacitação e treinamento <strong>de</strong> professores<br />

para a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal .<br />

Claudia <strong>de</strong> Oliveira Ferreira (Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Peruíbe).<br />

Introdução: A promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é o processo <strong>de</strong><br />

capacitação das pessoas para aumentar o controle sobre<br />

sua saú<strong>de</strong>, melhorá-la e transmitir valores fundamentais,<br />

através <strong>de</strong> ações pedagógicas, <strong>de</strong> prevenção e<br />

promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O melhor local para educar é a<br />

escola, o momento mais oportuno para se formar bons<br />

hábitos e comportamentos saudáveis é a infância e a<br />

adolescência, sendo que o professor saudável ensina<br />

melhor e a criança saudável apren<strong>de</strong> melhor.<br />

Métodos: Educação em saú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> palestras<br />

com equipamentos áudio-visuais e dinâmicas <strong>de</strong>senvolvidas,<br />

abordando conceitos, técnicas, legislações,<br />

situação atual <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do município e os principais<br />

problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.<br />

Resultados: Valorização dos programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvidos no município; articulação <strong>de</strong> parcerias;<br />

criação <strong>de</strong> novas estratégias <strong>de</strong> ação; supervisão e<br />

suporte, e principalmente a enfatização da importância<br />

da saú<strong>de</strong> bucal em seus aspectos bio-psico-sociais,<br />

quando as pessoas começam a incorporar os métodos<br />

individuais <strong>de</strong> proteção em seu cotidiano.<br />

Conclusão: É uma parceria <strong>de</strong> fundamental importância,<br />

é a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> todos,<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 78<br />

resultando em construção <strong>de</strong> novas idéias, novos <strong>de</strong>safios<br />

e cooperação no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

atitu<strong>de</strong>s a<strong>de</strong>quadas à promoção e manutenção da saú<strong>de</strong><br />

bucal.<br />

R133 - Programa <strong>de</strong> Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

para pré-escolares.<br />

Karina Tonini dos Santos (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP),<br />

Cléa Adas Saliba Garbin (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP),<br />

Artênio José Isper Garbin (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP),<br />

Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Carvalho (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP),<br />

Daniela Coêlho <strong>de</strong> Lima (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP).<br />

Introdução: A educação em saú<strong>de</strong> é uma das ações<br />

mais importantes para promover saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser utilizada<br />

como um instrumento <strong>de</strong> transformação social.<br />

Assim, o programa <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> bucal realizado<br />

na escola é fundamental para que as crianças<br />

adotem estilos <strong>de</strong> vida mais saudáveis. O objetivo<br />

<strong>de</strong>ste trabalho é <strong>de</strong>screver sobre o Projeto <strong>de</strong> Extensão<br />

<strong>de</strong> Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compartilhar<br />

essa experiência.<br />

Métodos: O Programa <strong>de</strong>senvolve ativida<strong>de</strong>s educativo-preventivas<br />

em saú<strong>de</strong> bucal para pré-escolares<br />

das Escolas Municipais <strong>de</strong> Educação Infantil (EMEI)<br />

<strong>de</strong> Araçatuba-SP. Todas as etapas, do planejamento à<br />

execução, são realizadas por acadêmicos, pósgraduandos,<br />

docentes e funcionários do curso <strong>de</strong> o-<br />

dontologia, permitindo uma estreita relação entre universida<strong>de</strong><br />

e comunida<strong>de</strong>. A opção pedagógica empregada<br />

é a da problematização e o material didático é<br />

produzido pelos próprios alunos <strong>de</strong> graduação. Palestra,<br />

teatro <strong>de</strong> fantoche, contação <strong>de</strong> história, música e<br />

brinca<strong>de</strong>iras são as formas <strong>de</strong> motivar as crianças préescolares<br />

quanto aos temas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e saú<strong>de</strong><br />

geral. Esse trabalho educativo esten<strong>de</strong>-se aos educadores,<br />

cantineiras e pais das crianças.<br />

Resultados: O Programa <strong>de</strong> Extensão em Educação e<br />

Saú<strong>de</strong> tem promovido a mudança <strong>de</strong> comportamento<br />

em relação à saú<strong>de</strong> bucal das crianças, educadores e<br />

pais, além <strong>de</strong> proporcionar aos acadêmicos do curso<br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>, uma experiência em trabalhos comunitários,<br />

no campo da educação em saú<strong>de</strong> e em pesquisas<br />

<strong>de</strong> promoção em saú<strong>de</strong> ao público <strong>de</strong> crianças<br />

pré-escolares.<br />

Conclusão: As pré-escolas são locais importantes<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> Programas <strong>de</strong> Educação<br />

em Saú<strong>de</strong>, pois é durante a infância que a criança incorpora<br />

os hábitos <strong>de</strong> higiene e está numa fase propícia<br />

ao aprendizado. Além disso, o programa <strong>de</strong> extensão<br />

universitária é importante na formação do futuro<br />

Cirurgião Dentista, pois proporciona um contato direto<br />

com a comunida<strong>de</strong>, a realida<strong>de</strong> por ela vivida e as<br />

possíveis ações para o resgate da cidadania.<br />

R170 - Oclusopatias: do programa <strong>de</strong> educação e<br />

prevenção no Projeto Boquinha ao programa <strong>de</strong><br />

tratamento clínico interceptativo da Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Cosmópolis.<br />

Érica Ferrazzoli Devienne Leite (Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Cosmópolis), Elaine Cristina DiBlasio (Prefeitura<br />

Municipal Cosmópolis), Clarice Sumie I<strong>de</strong> (Prefeitura<br />

Municipal Cosmópolis), Alexandre Avancine<br />

Giovelli (Prefeitura Municipal Cosmópolis).<br />

Introdução: Oclusopatias são anomalias do crescimento<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento que afetam os músculos e<br />

ossos maxilares no período da infância e adolescência<br />

e que po<strong>de</strong>m produzir alterações estéticas nos <strong>de</strong>ntes e<br />

/ ou face e funcionais na oclusão como mastigação e<br />

fonação. No Brasil po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que as oclusopatias<br />

ocupam a 3ª posição na hierarquia dos problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Sua etiologia justifica-se pela<br />

interação <strong>de</strong> variáveis genéticas e ambientais incluindo<br />

estímulos nocivos que atuam principalmente durante<br />

a formação e <strong>de</strong>senvolvimento do complexo<br />

orofacial. Em Cosmópolis, levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

apontaram para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementação<br />

<strong>de</strong> medidas visando à prevenção, educação e tratamento<br />

das oclusopatias. Este trabalho tem como<br />

objetivo apresentar as estratégias <strong>de</strong>senvolvidas no<br />

programa educativo / preventivo e sua integração com<br />

o programa clínico interceptativo.<br />

Métodos: O trabalho <strong>de</strong> educação e prevenção das<br />

oclusopatias realizado pelo Projeto Boquinha-<br />

Prevenção em odontologia e fonoaudiologia, envolve<br />

principalmente causas ambientais com ênfase na remoção<br />

<strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong>letérios como chupeta,mama<strong>de</strong>ira e<br />

<strong>de</strong>do,valorização da respiração nasal,estímulo à alimentação<br />

consistente e fibrosa e prevenção da cárie.<br />

Envolve principalmente as crianças <strong>de</strong> EMEIs <strong>de</strong>vido a<br />

fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento ser mais favorável às intervenções<br />

propostas. A s estratégias <strong>de</strong>scritas a seguir<br />

foram introduzidas pelo Projeto Boquinha em 2004 e<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 79<br />

se mantém: 1-remoção <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong>letérios:Lixo da<br />

Boquita: latas <strong>de</strong> lixo confeccionadas pelas crianças<br />

das EMEIs que representa o lixo usado nos teatros pela<br />

personagem do projeto e que se <strong>de</strong>stina a receber chupetas<br />

e mama<strong>de</strong>iras das crianças que possuem estes<br />

hábitos e apresentam maturida<strong>de</strong> emocional para abandoná-los.<br />

E stas latas estão presentes também nas<br />

UBSs próximas as salas dos pediatras. G rupo para<br />

remoção <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong>letérios:grupo <strong>de</strong> terapia com<br />

fonoaudióloga formado por crianças sem maturida-<strong>de</strong><br />

emocional para abandonar os hábitos através do Lixo<br />

da Boquita; 2-estímulo à ingestão <strong>de</strong> alimentos fibrosos:Para<br />

contextualizar a importância da ingestão <strong>de</strong>stes<br />

alimentos para o <strong>de</strong>senvolvimento das arcadas, foi<br />

introduzida a distribuição <strong>de</strong> maçãs durante as ativida<strong>de</strong>s<br />

educativas do projeto e <strong>de</strong> espigas <strong>de</strong> milho cozido<br />

e saladas <strong>de</strong> legumes crus na merenda; 3-valorização<br />

da respiração nasal:Higienização nasal supervisionada<br />

pela equipe. Grupo terapêutico para respirador bucal<br />

realizada pela fonoaudiologia; 4-prevenção da cárie:<br />

tema explorado nas ativida<strong>de</strong>s educativas em associação<br />

às ativida<strong>de</strong>s terapêuticas <strong>de</strong> higieniza-ção bucal e<br />

fluorterapia por grupo <strong>de</strong> risco. O programa <strong>de</strong> tratamento<br />

clínico interceptativo se <strong>de</strong>senvolve paralelamente.<br />

Durante o exame <strong>de</strong> risco à cárie são i<strong>de</strong>ntificados<br />

e triados para a clínica os casos <strong>de</strong> oclusopatias<br />

(mordida aberta anterior, mordida cruzada anterior e<br />

posterior e perda precoce <strong>de</strong> molares <strong>de</strong>cíduos).<br />

Resultados: Remoção <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong>letérios pelo Lixo<br />

da Boquita: 2004: 336 crianças, 57% mama<strong>de</strong>ira,<br />

33% chupeta, 10% <strong>de</strong>do. 2005: 273, 55% mama<strong>de</strong>ira,<br />

36% chupeta, 9% <strong>de</strong>do. Grupo para remoção <strong>de</strong> hábitos<br />

<strong>de</strong>letérios: 8 crianças em tratamento e 12 sucessos.<br />

Grupo para respirador bucal: 10 crianças em tratamento<br />

e 8 sucessos. No início do projeto 13% das<br />

crianças aos 5 anos estavam livre <strong>de</strong> cárie, atualmente<br />

são 47%. O programa <strong>de</strong> tratamento clínico aten<strong>de</strong>u<br />

30 crianças e atualmente 11 estão em tratamento<br />

Conclusão: Ativida<strong>de</strong>s educativas e preventivas<br />

constituiem-se <strong>de</strong> uma importante alternativa para<br />

tratar coletivamente o problema das oclusopatias, sua<br />

eficácia é aumentada quando um programa <strong>de</strong> tratamento<br />

clínico interceptativo ocorre em paralelo.<br />

R175 - Promovendo a saú<strong>de</strong> bucal da gestante e do<br />

bebê no município <strong>de</strong> Itapira, SP, em <strong>2006</strong>.<br />

Ceci Queluz Venturini Nicolai - Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Itapira.<br />

Introdução: A importância <strong>de</strong> uma boa higiene bucal<br />

e <strong>de</strong> uma dieta balanceada é a melhor medida preventiva<br />

da odontologia. Assim i<strong>de</strong>ntificamos a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver o referido programa com o objetivo<br />

da realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s educativas às gestantes e<br />

seus futuros bebês, criando hábitos e prevenindo futuras<br />

doenças bucais..<br />

Métodos: O universo da atenção são as gestantes adolescentes<br />

matriculadas no programa pré-natal da Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. As gestantes participam<br />

<strong>de</strong> reuniões pedagógicas na UBS e no Fundo Social<br />

<strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong>; on<strong>de</strong> são trabalhados temas como<br />

amamentação, saú<strong>de</strong> bucal, higiene bucal, hábitos<br />

saudáveis, atendimento odontológico à gestante, principais<br />

problemas bucais e prevenção. Estes temas são<br />

relativos à mãe e ao bebê. Em conjunto com as ativida<strong>de</strong>s<br />

educativas as gestantes recebem aulas <strong>de</strong> pintura<br />

e confecção <strong>de</strong> fraldas, bolsas, travesseiros para<br />

seus futuros bebês com o apoio do Fundo Social <strong>de</strong><br />

Solidarieda<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Por se tratar <strong>de</strong> um programa que envolve<br />

diferentes fontes mobilizando a comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>sperta<br />

a motivação, a participação, a troca <strong>de</strong> idéias<br />

entre as gestantes e sua família, sobre a importância<br />

da saú<strong>de</strong> bucal no contexto da saú<strong>de</strong> geral. A média<br />

<strong>de</strong> presença das gestantes nas reuniões é <strong>de</strong> 96%..<br />

Conclusão: Para o controle da cárie <strong>de</strong>ntária, a prevenção<br />

é sem dúvida o melhor caminho, mostrando<br />

que a educação e a motivação são fatores <strong>de</strong>terminantes<br />

no sucesso do programa. Nos vários níveis sociais<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itapira, estamos trabalhando para que<br />

haja uma maior consciência da necessida<strong>de</strong> da promoção<br />

da saú<strong>de</strong> bucal. Estudos longitudinais futuros,<br />

<strong>de</strong>tectarão redução na prevalência <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntária e<br />

doença periodontal.<br />

R176 - Ações Coletivas para pacientes internados<br />

no Hospital Luzia Pinho Melo / Mogi das Cruzes:<br />

experiência dos alunos da disciplina <strong>de</strong> Estágio<br />

Supervisionado da UMC.<br />

Albina Dolores Herbas Zapata (UMC), Camilo A-<br />

nauatte Neto (UMC), José Humberto <strong>de</strong> Melo Bezerra<br />

(UMC), Marcelo Braga <strong>de</strong> Carvalho (UMC), Maristela<br />

Vilas Boas Fratucci (UMC), Renato Sérgio Quintela<br />

(UMC).<br />

Introdução: Na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das ações<br />

coletivas em saú<strong>de</strong> bucal, a maioria dos projetos está<br />

dirigida a grupos escolares ou programáticos das Unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Propiciar ao aluno a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

resgatar práticas coletivas em saú<strong>de</strong> bucal para pacientes<br />

internados contribui <strong>de</strong> forma efetiva não somente<br />

para a formação crítico-participativa e social do aluno<br />

nos vários níveis <strong>de</strong> atenção do SUS. Mas também<br />

caracteriza a saú<strong>de</strong> bucal como fator primordial na re-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 80<br />

dução <strong>de</strong> contaminações por microorganismos presentes<br />

na cavida<strong>de</strong> bucal, bem como representa a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acolhimento e humanização ao paciente.<br />

Métodos: Os alunos do 9° período do Curso <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mogi das Cruzes através da<br />

Disciplina <strong>de</strong> Estágio Supervisionado, no ano <strong>de</strong> 2004,<br />

visitaram os pacientes em observação. Aplicaram um<br />

questionário para o paciente / acompanhante, promoveram<br />

uma ativida<strong>de</strong> educativa e se possível faziam a<br />

evi<strong>de</strong>nciação e a escovação supervisionada.<br />

Resultados: Ao serem tabulados os 176 relatórios,<br />

38,0% tinham <strong>de</strong> 1 mês a 19 anos e 62,0% eram adultos.<br />

82,0% eram resi<strong>de</strong>ntes em Mogi das Cruzes sendo<br />

que 58,0% já estavam internados há 3 dias. Dos pacientes<br />

envolvidos 75,0% relataram fazer uso da escovação<br />

diária, porém no período <strong>de</strong> internação somente<br />

29,0% o fizeram regularmente e os 63,1% restantes<br />

não realizaram. Sendo que 65,9% nunca haviam recebido<br />

orientações educativas em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Conclusão: Os pacientes assistidos na observação do<br />

hospital em muitas situações passavam períodos superiores<br />

há 48 horas, não sendo estimulados, estando<br />

impossibilitados ou muitas vezes sem os insumos necessários<br />

para efetivação <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> higiene bucal.<br />

Com as visitas regulares dos alunos criou-se uma<br />

maior visibilida<strong>de</strong> para todos envolvidos; alguns estavam<br />

impedidos e os cuidadores eram estimulados a<br />

realizar ativida<strong>de</strong>s ligadas à cavida<strong>de</strong> bucal, <strong>de</strong>monstrando<br />

<strong>de</strong>sta forma um expressar dos cuidados <strong>de</strong><br />

forma integral. Todo processo proposto funcionou<br />

como uma dupla aproximação para o paciente / acompanhante<br />

que participou das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal,<br />

bem como para os alunos que tiveram a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um trabalho humanizado e a observação dos vários<br />

Níveis <strong>de</strong> Atenção do SUS.<br />

R185 - Educação em saú<strong>de</strong>: atuação multiprofissional<br />

com crianças em ida<strong>de</strong> pré escolar.<br />

Aline Arcanjo Gomes (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>), Ângela Libert Alves (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>), Adriana Almeida Jecks (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>), Tanira Peres <strong>de</strong> Freitas (Residência<br />

Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina<br />

/ Ministério da Saú<strong>de</strong>), Julie Silvia Martins (Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina).<br />

Introdução: Com vistas à promoção da saú<strong>de</strong> e melhoria<br />

da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, a educação em saú<strong>de</strong> é<br />

um recurso fundamental, instrumentalizando os indivíduos<br />

e favorecendo o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s<br />

pessoais para o controle <strong>de</strong> questões relativas à<br />

sua própria saú<strong>de</strong>. Na perspectiva <strong>de</strong> promoção da<br />

saú<strong>de</strong>, as ações multiprofissionais e intersetoriais passam<br />

a ser estratégias para o enfrentamento dos <strong>de</strong>terminantes<br />

do processo saú<strong>de</strong>-doença. Diante <strong>de</strong>sse<br />

contexto, uma equipe da Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família que tem como campo <strong>de</strong> prática<br />

uma Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolveu uma ação<br />

educativa em uma Escola Municipal <strong>de</strong> Ensino Infantil<br />

(EMEI), com o objetivo <strong>de</strong> orientar alunos e educadores<br />

sobre questões relativas à saú<strong>de</strong> geral, envolvendo<br />

questões <strong>de</strong> higiene pessoal e nutrição, com<br />

vistas à promoção da saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: Trata-se <strong>de</strong> um relato <strong>de</strong> experiência em<br />

que a equipe multiprofissional elaborou e apresentou<br />

uma peça teatral para as crianças e educadores utilizando<br />

fantoches <strong>de</strong> forma interativa. A ação foi realizada<br />

com crianças <strong>de</strong> 4 a 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, matriculadas<br />

em uma EMEI localizada no bairro <strong>de</strong> Vila Jacuí,<br />

zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo, no ano <strong>de</strong><br />

2005. A equipe que planejou e <strong>de</strong>senvolveu a ação era<br />

composta por 2 cirurgiãs-<strong>de</strong>ntistas, 1 fisioterapeuta e<br />

1 fonoaudióloga. Na ativida<strong>de</strong> foram abordados temas<br />

relacionados à higiene pessoal, hábitos alimentares<br />

saudáveis, com enfoque especial para a saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Após a apresentação, as crianças receberam escova<br />

<strong>de</strong>ntal, passaram pela experiência <strong>de</strong> ter sua placa<br />

bacteriana <strong>de</strong>ntal evi<strong>de</strong>nciada com uso <strong>de</strong> corantes e<br />

observação no espelho, seguida <strong>de</strong> escovação supervisionada.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Educação em Saú<strong>de</strong> Bucal 81<br />

Resultados: A apresentação da peça teatral promoveu<br />

importante interação entre os diferentes profissionais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, educadores e alunos, oferecendo condições<br />

para que pu<strong>de</strong>ssem analisar criticamente a realida<strong>de</strong><br />

individual e coletiva, i<strong>de</strong>ntificando alguns fatores<br />

relacionados com suas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e formas<br />

para o enfrentamento <strong>de</strong>stes fatores, <strong>de</strong>ntro da<br />

sua realida<strong>de</strong>. A evi<strong>de</strong>nciação da placa bacteriana da<br />

superfície <strong>de</strong>ntal favoreceu a aprendizagem das crianças,<br />

uma vez que possibilitou a experiência concreta e<br />

individual sobre os assuntos anteriormente discutidos<br />

na ativida<strong>de</strong> teatral. A escovação supervisionada também<br />

foi consi<strong>de</strong>rada positiva <strong>de</strong>ntro da ação educativa,<br />

uma vez que permitiu que as crianças se apropriassem<br />

<strong>de</strong> instrumentos e técnicas que favorecessem o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s pessoais para o controle<br />

<strong>de</strong> questões relativas à sua própria saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: A ação proporcionou integração entre o<br />

equipamento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o educacional, viabilizando<br />

ações intersetoriais <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ofereceu<br />

subsídios para o controle e melhoria das condições <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> das crianças, dos educadores e conseqüentemente,<br />

da população assistida.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos 82<br />

Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

P001 - Tendências da indústria <strong>de</strong> equipamentos<br />

odontológicos e <strong>de</strong> insumos para higiene bucal no<br />

Brasil entre 1990 e 2002.<br />

Marco Antonio Manfredini (SMS-SP) e Carlos Botazzo<br />

(Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>- SES-SP).<br />

Introdução: O tema pesquisado se insere no campo<br />

da Economia da Saú<strong>de</strong>. Sua proposta é analisar as<br />

tendências da indústria <strong>de</strong> equipamentos odontológicos<br />

e <strong>de</strong> insumos para higiene bucal no Brasil entre<br />

1990 e 2002 e retoma o <strong>de</strong>bate sobre o conceito <strong>de</strong><br />

complexo médico industrial, formulado por Hésio<br />

Cor<strong>de</strong>iro em 1980, que propunha o estudo das relações<br />

entre a produção e circulação <strong>de</strong> medicamentos,<br />

a organização da prática médica, as formas <strong>de</strong> intervenção<br />

estatal no setor e as práticas concretas <strong>de</strong> consumo<br />

individual.<br />

Métodos: A pesquisa é <strong>de</strong>scritiva. O estudo foi realizado<br />

através da revisão da bibliografia existente, coleta<br />

<strong>de</strong> dados junto a órgãos governamentais e da indústria<br />

envolvida com o objeto <strong>de</strong> estudo. A pesquisa foi<br />

feita por meio <strong>de</strong> consultas em livros, periódicos científicos,<br />

meios <strong>de</strong> imprensa, textos, anais <strong>de</strong> congressos,<br />

dissertações, teses e sítios na internet.<br />

Resultados: Entre os resultados iniciais, <strong>de</strong>stacam-se<br />

as seguintes características da indústria <strong>de</strong> equipamentos<br />

odontológicos, que as diferencia do restante <strong>de</strong>ste<br />

parque produtor: uma importante produção realizada<br />

no próprio país, a participação expressiva das exportações<br />

em relação às importações e a gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> países para on<strong>de</strong> são exportados os produtos.<br />

Um ponto que merece ser <strong>de</strong>stacado é a divergência<br />

entre os dados coletados junto a organismos governamentais<br />

e à associação representativa da indústria.<br />

Em relação aos insumos para higiene bucal, <strong>de</strong>stacase<br />

o crescimento do consumo <strong>de</strong>stes insumos no período<br />

estudado. Entre 1992 e 2002, o consumo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntifrícios<br />

cresceu 64,6%, o <strong>de</strong> escovas <strong>de</strong>ntais, 173,7%,<br />

o <strong>de</strong> fio <strong>de</strong>ntal, 218,9% e o <strong>de</strong> enxaguatório bucal,<br />

720,9%. O consumo médio <strong>de</strong>stes produtos no Brasil<br />

é um dos maiores do mundo, sendo que no consumo<br />

percapita o Brasil consome mais creme <strong>de</strong>ntal que a<br />

Dinamarca e escovas que Argentina e México.<br />

Conclusão: A pesquisa aponta para a necessida<strong>de</strong> da<br />

construção <strong>de</strong> uma interface entre a Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva<br />

e a Economia da Saú<strong>de</strong>. Mesmo com expressivas<br />

limitações, o estudo exploratório conseguiu comprovar<br />

que o país é um gran<strong>de</strong> exportador <strong>de</strong> equipamentos<br />

odontológicos e <strong>de</strong> insumos para higiene bucal,<br />

apresentando balança comercial superavitária na<br />

maior parte do período estudado. Aponta-se a necessida<strong>de</strong><br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong> assumir o seu papel na<br />

regulação e no controle do parque industrial <strong>de</strong> equipamentos<br />

odontológicos e <strong>de</strong> insumos para higiene<br />

bucal no país. A omissão se esten<strong>de</strong> ao controle da<br />

incorporação <strong>de</strong> novas tecnologias na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal e a ausência <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> avaliação sobre<br />

as tecnologias disponíveis e a criação <strong>de</strong> alternativas<br />

que possibilitem o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> tecnologias<br />

compatíveis com a realida<strong>de</strong> social do país. O importante<br />

incremento no consumo <strong>de</strong> produtos para higiene<br />

bucal <strong>de</strong>ve ser analisado em novos estudos, para se<br />

avaliar as justificativas para tal aumento, sua distribuição<br />

pelas diferentes classes sociais e suas necessida<strong>de</strong>s<br />

efetivas, como no caso do aumento no consumo<br />

<strong>de</strong> colutórios.<br />

P003 - Construindo a saú<strong>de</strong> bucal coletiva: uma<br />

análise documental <strong>de</strong> processos avaliativos.<br />

Agnaldo Antonio da Silva (SMS-Campo Limpo Paulista),<br />

Luís Fernando Nogueira Tofani (SMS-Várzea<br />

Paulista).<br />

Introdução: O estudo teve o propósito <strong>de</strong> avaliar a<br />

qualida<strong>de</strong> das ações e serviços <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong><br />

bucal no município <strong>de</strong> Campo Limpo Paulista. Tem<br />

caráter <strong>de</strong>scritivo, tipo documental.<br />

Métodos: Foram analisados três documentos correspon<strong>de</strong>ntes<br />

às avaliações do serviço público odontológico<br />

do município em estudo, realizadas respectivamente<br />

por gestores, trabalhadores e usuários. Os dados<br />

foram trabalhados por meio <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo,<br />

consi<strong>de</strong>rando três categorias <strong>de</strong> avaliação: estrutura,<br />

processo e resultados.<br />

Resultados: A pesquisa propiciou uma compreensão<br />

bastante aproximada da realida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>monstrando diferentes<br />

percepções, divergências e consensos entre os<br />

autores envolvidos: (1) os profissionais consi<strong>de</strong>ram<br />

importante a fluoretação da água <strong>de</strong> abastecimento,<br />

não mencionada pela população e avaliada em relatório<br />

<strong>de</strong> gestão como <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> baixa; (2) crítica<br />

geral é sobre a centralização do atendimento; (3) não<br />

há indicadores específicos da aplicação <strong>de</strong> recursos<br />

financeiros em saú<strong>de</strong> bucal, inexistindo questionamento<br />

dos profissionais quanto a este montante, apenas<br />

reivindicações por melhor remuneração que é endossada<br />

pelos usuários; (4) a equipe critica a gestão<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 83<br />

centralizada e requer participação nos processos <strong>de</strong><br />

planejamento e avaliação; (5) a população <strong>de</strong>sconhece<br />

o Controle Social no SUS e os Programas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal <strong>de</strong>senvolvidos; (6) a falta <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

referência com especialida<strong>de</strong>s é sentida por todos; (7)<br />

a população manifesta-se satisfeita com os serviços<br />

apenas quando tem acesso, avaliado pelos gestores<br />

como baixo e, embora os indicadores epi<strong>de</strong>miológicos<br />

apontem para o <strong>de</strong>clínio da doença cárie, a equipe<br />

consi<strong>de</strong>ra ruins as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população<br />

em geral.<br />

Conclusão: A incorporação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> avaliação,<br />

com a participação <strong>de</strong> todos os atores sociais envolvidos<br />

nos serviços públicos odontológicos po<strong>de</strong> ser<br />

importante ferramenta na construção da saú<strong>de</strong> bucal<br />

coletiva.<br />

P041 - Evolução das Propostas das Conferências<br />

Nacionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (CNSB).<br />

Laura Pereira Robles (FSP-<strong>USP</strong>), Roberto Augusto<br />

Castellanos Fernan<strong>de</strong>z (FSP-<strong>USP</strong>), Fábio Renato<br />

Pereira Robles (FO<strong>USP</strong>) e Antonio Robles Junior<br />

(FEA-<strong>USP</strong> / PUCSP).<br />

Introdução: Devido às mudanças políticas, epi<strong>de</strong>miológicas<br />

e <strong>de</strong>mográficas no Brasil nas últimas três décadas,<br />

o cenário da Saú<strong>de</strong> Bucal (SB) bem como o<br />

interesse das pessoas por ela, po<strong>de</strong> ser percebido mediante<br />

a análise dos conteúdos das três CNSB (1986,<br />

1993 e 2004), comparando suas propostas para facilitar<br />

a compreensão da evolução, amplitu<strong>de</strong> e profundida<strong>de</strong><br />

dos temas que vêm sendo discutidos. A intenção<br />

é i<strong>de</strong>ntificar o percurso e a progressão da participação<br />

dos interessados no tema e o gerenciamento em SB.<br />

Métodos: Os recursos utilizados foram os relatórios<br />

finais das CNSB. O método é qualitativo, da análise<br />

<strong>de</strong> conteúdo, focando a amplitu<strong>de</strong> e a profundida<strong>de</strong><br />

das propostas, com i<strong>de</strong>ntificação dos participantes e<br />

dos temas discutidos, comparando os enfoques em<br />

cada conferência.<br />

Resultados: Os resultados estão centrados nos eixos<br />

enfocados nas três CNSB. Na primeira: Saú<strong>de</strong> como<br />

Direito <strong>de</strong> Todos e Dever do Estado; Diagnóstico <strong>de</strong><br />

SB no Brasil; Inserção da <strong>Odontologia</strong> no Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) e Financiamento do Setor <strong>de</strong><br />

SB. Na segunda: SB é Direito <strong>de</strong> Cidadania; Políticas<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: A SB e o SUS; Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Atenção; Desenvolvimento<br />

Tecnológico; Financiamento; Recursos<br />

Humanos e Controle Social. Na terceira, SB: Acesso,<br />

Qualida<strong>de</strong>, Exclusão Social, Educação, Construção da<br />

Cidadania; Controle Social, Gestão Participativa;<br />

Formação e Trabalho, Financiamento e Organização<br />

da Atenção para a SB. As comparações entre as Conferências<br />

e a análise que se realizou do panorama da<br />

evolução das propostas em prol da SB no Brasil <strong>de</strong>monstraram<br />

progresso, tanto na temática, como na<br />

gestão, sendo que o financiamento é o que mostra as<br />

maiores dificulda<strong>de</strong>s, bem como o comprometimento<br />

das equipes e usuários do sistema.<br />

Conclusão: O trabalho concluiu que nos últimos trinta<br />

anos a SB adquiriu relevância no cenário da saú<strong>de</strong><br />

no Brasil. A política da SB, construída nas CNSB,<br />

preten<strong>de</strong> garantir os direitos constitucionais à saú<strong>de</strong>,<br />

inclusive bucal, do cidadão. A análise das propostas<br />

das CNSB <strong>de</strong>monstra evolução no sentido <strong>de</strong> servirem<br />

<strong>de</strong> base às diretrizes do gerenciamento da atenção à<br />

SB, com o exercício da cidadania e controle social, na<br />

educação em saú<strong>de</strong>, formação das pessoas e profissionais<br />

do setor.<br />

P101 - Financiamento dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública:<br />

uma análise dos municípios <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Henrique Men<strong>de</strong>s Silva (FOB / <strong>USP</strong>), Ricardo Pianta<br />

Rodrigues da Silva (FOB / <strong>USP</strong>), Suzana Goya (FOB<br />

/ <strong>USP</strong>), José Roberto Pereira Lauris (FOB / <strong>USP</strong>),<br />

Silvia Helena <strong>de</strong> Carvalho Sales Peres (FOB / <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: A Emenda Constitucional nº. 29, editada<br />

em 13 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2000, representa um gran<strong>de</strong><br />

avanço para o financiamento dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública do Brasil. Em relação aos estados e municípios,<br />

a Emenda estabeleceu para o ano 2000, a obrigatorieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aplicação no setor saú<strong>de</strong>, um percentual<br />

mínimo <strong>de</strong> 7% da receita <strong>de</strong> impostos. Nos exercícios<br />

seguintes, esse percentual <strong>de</strong>veria ser acrescido, anualmente,<br />

à razão <strong>de</strong> um quinto, até atingir, em 2004, o<br />

percentual mínimo <strong>de</strong> 12% para as receitas estaduais e<br />

<strong>de</strong> 15% para as receitas municipais. Reconhece-se que<br />

essa medida, <strong>de</strong> importante impacto potencial na melhoria<br />

e ampliação dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (<strong>de</strong>ntre eles<br />

os <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal), contribui para realizar o princípio<br />

constitucional que <strong>de</strong>fine a saú<strong>de</strong> como direito do<br />

cidadão e <strong>de</strong>ver do Estado. O presente estudo teve<br />

como objetivo analisar a situação dos 645 municípios<br />

do estado <strong>de</strong> São Paulo quanto ao cumprimento dos<br />

limites fixados na Emenda Constitucional nº. 29.<br />

Métodos: Para a realização do estudo foram utilizados<br />

dados secundários, publicados pelo Sistema <strong>de</strong><br />

Informações Sobre Orçamentos Públicos em Saú<strong>de</strong><br />

(SIOPS). Os municípios foram distribuídos em 4 grupos:<br />

Grupo I: municípios com população menor que<br />

10.000 habitantes; Grupo II: entre 10.000 e 50.000;<br />

Grupo III: entre 50.000 e 100.000; e Grupo IV: com<br />

população maior que 100.000 habitantes. Fez-se uso<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 84<br />

<strong>de</strong> estatística <strong>de</strong>scritiva para analisar os gastos em<br />

saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada grupo <strong>de</strong> municípios.<br />

Resultados: Como resultado, obteve-se que, no ano<br />

2000, a média geral dos gastos em saú<strong>de</strong> dos municípios<br />

do estado <strong>de</strong> São Paulo foi <strong>de</strong> 16,58%, e no ano<br />

<strong>de</strong> 2004 <strong>de</strong> 19,34%. Nos municípios do Grupo I, os<br />

gastos foram <strong>de</strong> 16,36% em 2000, e 19,05% em 2004.<br />

Nos municípios do Grupo II observaram-se os valores<br />

<strong>de</strong> 16,49% e 19,42% nos respectivos anos citados. No<br />

Grupo III, os gastos aumentaram <strong>de</strong> 16,37% para<br />

19,98%; e no Grupo IV a porcentagem subiu <strong>de</strong><br />

18,06% para 19,82%. No ano <strong>de</strong> 2004, 42 municípios<br />

não conseguiram cumprir os valores fixados pela EC<br />

nº. 29, sendo que <strong>de</strong>stes, 40,48% pertenciam ao Grupo<br />

I; 47,62% pertenciam ao Grupo II; 7,14% pertenciam<br />

ao Grupo III; e 4,76 ao Grupo IV.<br />

Conclusão: Com isso conclui-se que apesar <strong>de</strong> alguns<br />

municípios ainda não terem conseguido cumprir<br />

os limites fixados pela EC nº. 29, os percentuais <strong>de</strong><br />

gastos em saú<strong>de</strong> aumentaram em todos os grupos <strong>de</strong><br />

municípios, reforçando assim, a necessida<strong>de</strong> da regulamentação<br />

<strong>de</strong> tal Emenda.<br />

P138 - Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal no Brasil.<br />

Fernanda Vallim Leão (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina /<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina), Julie Silvia Martins<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina),<br />

Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina).<br />

Introdução: O financiamento da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é feito<br />

através das três esferas <strong>de</strong> governo e a distribuição<br />

dos montantes está pautada em portarias governamentais<br />

e normas operacionais. Com relação à saú<strong>de</strong> bucal,<br />

os investimentos e incentivos advindos do Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong> são a principal forma <strong>de</strong> financiamento,<br />

sendo complementado por percentuais dos orçamentos<br />

<strong>de</strong> estados e municípios. O entendimento da<br />

legislação vigente com relação aos investimentos em<br />

saú<strong>de</strong> bucal se faz necessário para o efetivo controle<br />

social e para o planejamento <strong>de</strong> ações principalmente<br />

por parte dos gestores locais.<br />

Métodos: Foi realizada uma revista da literatura baseada<br />

em documentos oficias do Ministério da Saú<strong>de</strong>,<br />

consulta à legislação vigente atual e consulta a livros<br />

e artigos relacionados ao financiamento em saú<strong>de</strong><br />

bucal.<br />

Resultados: A instituição do Piso da Atenção Básica<br />

(PAB) permitiu o repasse fundo a fundo <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>de</strong>stinados às ações básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Com a parte<br />

variável do PAB, o Ministério da Saú<strong>de</strong> financia a<br />

odontologia na atenção básica através <strong>de</strong> incentivo à<br />

implantação <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no programa<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família. Estes incentivos, com o passar<br />

dos anos, foram sofrendo alguns acréscimos, consi<strong>de</strong>rando<br />

a <strong>de</strong>fasagem nos valores, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ampliação<br />

da resolutivida<strong>de</strong> das ações básicas em odontologia,<br />

e buscando a integralida<strong>de</strong> da assistência.<br />

Este incentivo é repassado do fundo nacional direto ao<br />

fundo municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, assim cabe ao Município a<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gerenciar e aplicar corretamente o<br />

montante. Os procedimentos odontológicos que não<br />

estão previstos na atenção básica são pagos diretamente<br />

pelo Ministério ao Município prestador. Os<br />

incentivos ministeriais não são a única forma <strong>de</strong> investimento,<br />

os Municípios e os Estados também investem<br />

recursos no custeio das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal,<br />

previstos nos investimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> percentuais<br />

orçamentários <strong>de</strong>stas esferas <strong>de</strong> governo.<br />

Conclusão: Os princípios e as diretrizes do Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> só po<strong>de</strong>m ser viabilizados com a<br />

construção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento flexível<br />

para oferecer agilida<strong>de</strong> no uso <strong>de</strong> recursos, com sistemas<br />

<strong>de</strong> informação transparentes, expresso em leis e<br />

normas que garantam o compromisso dos gestores<br />

com a manutenção <strong>de</strong> fontes estáveis. Tem-se que o<br />

processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da saú<strong>de</strong> no Brasil <strong>de</strong>finiu<br />

regras e incentivos positivos que favoreceram a<br />

transferência direta <strong>de</strong> recursos fe<strong>de</strong>rais ao Município,<br />

assim os gestores locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ganharam maior<br />

autonomia e po<strong>de</strong>r sobre os recursos. O financiamento<br />

em saú<strong>de</strong> bucal, baseado em recursos das três esferas<br />

do governo tem-se mostrado o caminho para que cada<br />

esfera contribua <strong>de</strong> maneira a<strong>de</strong>quada para uma melhora<br />

no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, principalmente nas<br />

ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Faz-se necessário garantir que<br />

os recursos fe<strong>de</strong>rais, estaduais e municipais aju<strong>de</strong>m a<br />

constituir garantia ao acesso, qualida<strong>de</strong> e humanização<br />

da atenção e busca da equida<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 85<br />

P148 - Responsabilida<strong>de</strong> Administrativa do Gestor<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Ricardo Pianta Rodrigues da Silva (Mestrando em<br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Bauru – <strong>USP</strong>); Arsenio Sales Peres (Professor<br />

Doutor do Dep. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>); José Roberto <strong>de</strong><br />

Magalhães Bastos (Professor Titular do Dep. <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Bauru – <strong>USP</strong>); Henrique Men<strong>de</strong>s Silva (Mestrando<br />

em Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Bauru – <strong>USP</strong>); César Lopes Junior (Aluno Especial<br />

da Disciplina <strong>de</strong> Ética e Legislação da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: Os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em geral, entre<br />

eles o cirurgião-<strong>de</strong>ntista, po<strong>de</strong>m atuar em suas profissões<br />

<strong>de</strong> diversas maneiras. Dentre elas como administradores<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, área esta que ultimamente vem ganhando<br />

<strong>de</strong>staque no cenário político nacional por sua<br />

relevância ao atuar frente às necessida<strong>de</strong>s da população.<br />

Esse campo <strong>de</strong> atuação exige vários conhecimentos<br />

que geralmente não são obtidos pelo atual mo<strong>de</strong>lo<br />

curricular das universida<strong>de</strong>s. O presente trabalho tem<br />

por objetivo elencar as principais responsabilida<strong>de</strong>s e<br />

obrigações do gestor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> frente ao Estado, por<br />

meio dos princípios do Direito Administrativo e das<br />

normas legais vigentes.<br />

Métodos: Realizou-se uma revista da literatura sobre<br />

os principais temas do Direito Administrativo, bem<br />

como sobre os Princípios da Administração, a Improbida<strong>de</strong><br />

Administrativa e a Lei <strong>de</strong> Licitação e Responsabilida<strong>de</strong><br />

Fiscal.<br />

Resultados: O gestor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve principalmente<br />

atuar baseado nos princípios da moralida<strong>de</strong> administrativa<br />

e da legalida<strong>de</strong>, evitando assim, que seus atos<br />

sejam inseridos no contexto da improbida<strong>de</strong> administrativa,<br />

o que acarreta sanções em cada caso específico.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>-se concluir que a atuação do gestor<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no cenário administrativo é cercada <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong>veres frente ao Estado, o que <strong>de</strong>ixa<br />

o gestor vulnerável pela falta <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> suas<br />

atribuições.<br />

R027 - Sorria Castilho, <strong>de</strong> programa a política <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>.<br />

Carlos Roberto Tencarte, Sérgio Luiz <strong>de</strong> Souza (Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Castilho / SP).<br />

Introdução: Após a divulgação dos dados do SB<br />

2000, levantamento <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do<br />

idoso e do levantamento das condições sócioeconômicas<br />

<strong>de</strong> nosso município, percebeu-se a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se buscar solução para um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

pública até então <strong>de</strong>sconhecido, que era a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> reabilitação protética <strong>de</strong> nossos munícipes.<br />

Métodos: Foi então planejada a execução <strong>de</strong> um programa<br />

específico para a confecção <strong>de</strong> prótese total,<br />

pois a reabilitação se faz necessário, e o sistema <strong>de</strong><br />

referência e contra-referência se <strong>de</strong>monstrava inapto<br />

para nos ajudar frente a realida<strong>de</strong> encontrada. Através<br />

da execução do projeto para o programa, apresentação<br />

ao Po<strong>de</strong>r Executivo e a Promoção Social, com o aval<br />

dos mesmos, iniciou-se a execução das peças protéticas<br />

em julho <strong>de</strong> 2003, num total <strong>de</strong> 20 peças por mês.<br />

Para a execução, o paciente é avaliado pelo profissional<br />

responsável que preenche uma guia <strong>de</strong> matrícula<br />

no programa, em conjunto com a anamnese. Com esta<br />

guia, o paciente é encaminhado ao Setor <strong>de</strong> Promoção<br />

Social para averiguação sócio-econômica e, uma vez<br />

confirmada a sua inclusão, é realizado um agendamento<br />

para a moldagem. A confecção da peça protética<br />

é realizada e 4 etapas (moldagem, roletes, prova <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nte, ajuste e entrega) e aberto retorno para adaptações<br />

necessárias.<br />

Resultados: Hoje o programa se transformou em<br />

uma política <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, voltada a cumprir o princípio<br />

da integralida<strong>de</strong>, princípio esse tão importante <strong>de</strong>ntro<br />

do SUS. Até o mês <strong>de</strong> março <strong>de</strong> <strong>2006</strong> foram entregues<br />

794 peças protéticas, distribuindo sorrisos, melhores<br />

condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e auto-estima.<br />

Conclusão: O gerenciamento <strong>de</strong>ntro do SUS <strong>de</strong>ve<br />

atentar para os dados que os levantamentos realizados<br />

têm mostrado sobre sua população. Ter a consciência<br />

<strong>de</strong> que muito mais importante que colher dados, é o<br />

planejamento e a luta para solucionar os problemas<br />

encontrados. A <strong>de</strong>manda para o Programa Sorria Castilho,<br />

implantado em nosso município <strong>de</strong>ixa claro que,<br />

com direcionamento, bom planejamento e boa vonta<strong>de</strong><br />

governamental, po<strong>de</strong>mos solucionar os problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mais relevantes <strong>de</strong> nossa população.<br />

R062 - Absenteísmo: diagnóstico situacional no<br />

ambulatório <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do CRT / SP realizado<br />

em 2002.<br />

Fabiana Schnei<strong>de</strong>r (CRT DST / Aids), Catalina Riera<br />

(CRT DST / Aids), Odaílton Corrêa (CRT DST /<br />

Aids), Sonomi Takita (CRT DST / Aids), Décio Masini<br />

(CRT DST / Aids)<br />

Introdução: A a<strong>de</strong>são ao tratamento odontológico tem<br />

sido, visto sua relevância para o planejamento em serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pouco discutido. Embora exista absen-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 86<br />

teísmo no agendamento, pouco sabemos sobre os motivos<br />

<strong>de</strong>ste em relação ao tratamento odontológico.<br />

Métodos: Estudo quantitativo, <strong>de</strong> corte transversal,<br />

instrumentado por questionário fechado composto por<br />

questões <strong>de</strong> múltipla escolha. Para composição e análise<br />

dos dados foi realizado levantamento da quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> consultas agendadas, atendimentos <strong>de</strong> urgência,<br />

remarcações <strong>de</strong> consultas e faltas, no período <strong>de</strong><br />

julho a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002.<br />

Resultados: Neste período foram agendadas 2.119<br />

consultas para atendimento <strong>de</strong>. Foram contabilizados<br />

1.120 faltas, 631 atendimentos <strong>de</strong> urgência e 164 remarcações.<br />

De 1466 atendimentos, 43,5% foram <strong>de</strong><br />

urgência. A partir <strong>de</strong>stes dados, os autores realizaram<br />

entrevistas com 26 sujeitos, pacientes do ambulatório.<br />

Questões sobre satisfação em relação ao atendimento<br />

apontaram 88% <strong>de</strong> pacientes satisfeitos. Motivos das<br />

faltas: 23% esquecimento, 23,3% compromissos <strong>de</strong><br />

trabalho, 12% poucas opções <strong>de</strong> horário, 6,6% doença<br />

ou cuidar <strong>de</strong> alguém doente, nunca faltaram 33%.<br />

21,4% preferiam ser atendidos sem consulta agendada,<br />

57% pretendiam o controle e manutenção da saú<strong>de</strong><br />

bucal. 21,4% preferiam consultas agendadas, 12,5%<br />

chegaram ao serviço por encaminhamento médico,<br />

50% por confiança no padrão e qualida<strong>de</strong> do serviço e<br />

37,5% outros motivos. 25% sugeriram maior oferta <strong>de</strong><br />

horários para agendamento, 10,4% maior oferta <strong>de</strong><br />

plantões, 20,8% mais profissionais e 35, 4% mais<br />

especialida<strong>de</strong>s odontológicas.<br />

Conclusão: Concluímos um absenteísmo às consultas<br />

agendadas <strong>de</strong> 52,8%. Consi<strong>de</strong>rando o percentual<br />

histórico <strong>de</strong> absenteísmo dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e a<br />

taxa <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> pacientes com doenças crônicas,<br />

percebemos que os nossos dados encontram-se consoantes<br />

com os <strong>de</strong>mais. Constatamos o quanto relevante<br />

é o atendimento <strong>de</strong> urgência, principalmente por sua<br />

freqüência (43% do atendimento). Estarmos preparados<br />

para absorver e aten<strong>de</strong>r novas <strong>de</strong>mandas dos usuários<br />

é um dos <strong>de</strong>safios para o atendimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

pautado no atual perfil da epi<strong>de</strong>mia HIV / Aids e<br />

das necessida<strong>de</strong>s dos pacientes.<br />

R077 - Absenteísmo: do diagnóstico situacional no<br />

ambulatório <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal do CRT / SP ( 2002) à<br />

implementação <strong>de</strong> mudanças.<br />

etapa <strong>de</strong>ste trabalho,realizamos algumas alterações em<br />

nosso agendamento e redimensionamos o atendimento<br />

das emergências no sentido <strong>de</strong> diminuir nosso índice<br />

<strong>de</strong> absenteísmo.<br />

Métodos: Após composição e análise dos dados (do<br />

período <strong>de</strong> julho a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2002) e no intuito <strong>de</strong><br />

alicerçar nossas <strong>de</strong>cisões e mudanças também na participação<br />

dos usuários, realizamos reunião com a ouvidoria<br />

e com usuários do serviço para discutir propostas<br />

<strong>de</strong> agendamento, tendo em vista o resultado do<br />

1º estudo e também algumas limitações, como o número<br />

<strong>de</strong> profissionais e estagiários que não po<strong>de</strong>riam<br />

ser aumentados, bem como o número <strong>de</strong> agendamentos<br />

ou plantões. Nesta ocasião ficou <strong>de</strong>cidido que as<br />

agendas seriam abertas, como já vinha acontecendo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2004, no primeiro dia útil do mês e<br />

por 60 dias, com reserva <strong>de</strong> vagas para retornos e para<br />

o mês subseqüente, além <strong>de</strong> que os atendimentos nos<br />

plantões seriam o mais resolutivos possíveis, a fim <strong>de</strong><br />

evitar agendamentos. A lém disso, foram realizadas<br />

reuniões com a equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal com o propósito<br />

<strong>de</strong> integrar os profissionais, motivando-os no sentido<br />

<strong>de</strong> alcançar qualida<strong>de</strong> e humanização da assistência.<br />

Resultados: Os resultados obtidos com estas mudanças<br />

foram significativos. Reduziu-se o absenteísmo <strong>de</strong><br />

52,8% para 22% nas consultas agendadas e o relacionamento<br />

com os usuários, que no início das modificações<br />

havia ficado tenso, foi tornando-se uma parceria,<br />

o que melhorou a qualida<strong>de</strong> do serviço. Além disso,<br />

os atendimentos realizados nos plantões ficaram mais<br />

resolutivos, aumentando a produtivida<strong>de</strong> do serviço e<br />

a satisfação dos usuários.<br />

Conclusão: A parceria com o usuário na i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> problemas leva-nos a um consenso na solução<br />

<strong>de</strong>stes. Estas ações implementaram mudanças no serviço<br />

quanto ao agendamento tendo como impacto<br />

uma diminuição no absenteísmo Po<strong>de</strong>mos concluir<br />

que com ações como esta que visam i<strong>de</strong>ntificar as<br />

causas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado problema( como por e-<br />

xemplo alto absenteísmo) seguidas <strong>de</strong> medidas no<br />

sentido <strong>de</strong> implementar mudanças, po<strong>de</strong>mos melhorar<br />

o índice <strong>de</strong> humanização em nossos serviços com aumento<br />

no vínculo usuário / atendimento.<br />

Fabiana Schnei<strong>de</strong>r (CRT DST / AIDS), Odaílton Corrêa<br />

(CRT DST / AIDS), Sonomi Takita (CRT DST /<br />

AIDS), Décio Masini (CRT DST / AIDS), Catalina<br />

Riera Costa(CRT DST / AIDS).<br />

Introdução: Procurando melhorar nosso atendimento<br />

e com base nos dados colhidos e analisados na 1ª.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 87<br />

R104 - Espaços coletivos: I Encontro Popular <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Osasco e Região na perspectiva do apo<strong>de</strong>ramento<br />

e da co-gestão.<br />

Carlos Botazzo (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Fabiana<br />

Schnei<strong>de</strong>r Pires (CRT – SES / SP), Patrícia Nieri<br />

Martins (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Rebeca Silva<br />

<strong>de</strong> Barros (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luiz Vicente<br />

Martino (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luis Antonio<br />

Cherubini Carvalho (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP)<br />

Introdução: O I Encontro Popular Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Osasco e Região, realizou-se em 17 e 18 <strong>de</strong> março<br />

<strong>de</strong> <strong>2006</strong>, no Centro <strong>de</strong> eventos Pedro Bortolosso –<br />

Osasco, sendo uma proposta do Projeto Observatório<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva (OSBC). O evento reuniu<br />

conselheiros usuários dos Conselhos Municipais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (CMS) e lí<strong>de</strong>res comunitários dos 15 municípios<br />

que compõem a DIR-V para promover a discussão<br />

dos problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da região, bem como temas<br />

relacionados ao processo <strong>de</strong> gestão do SUS, troca<br />

<strong>de</strong> experiências, estabelecimento <strong>de</strong> compromissos e<br />

projetos comuns. Segundo alguns autores, a criação<br />

<strong>de</strong> espaços coletivos para o exercício da co-gestão<br />

reuniria atores sociais que expressariam seus <strong>de</strong>sejos e<br />

interesses, confrontando-os entre si e com a realida<strong>de</strong>,<br />

na busca <strong>de</strong> construir conhecimentos, trocar experiências<br />

para analisar fatos, participar do governo, educarse<br />

e reconstituir-se como sujeito.<br />

Métodos: O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>ste encontro<br />

iniciou-se com visitas em 11 dos 15 CMS da região,<br />

apresentando o OSBC e convidando-os para organizar<br />

um Encontro Popular Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Os temas<br />

elencados pela Comissão organizadora do Encontro<br />

foram: controle social, políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e financiamento<br />

do SUS. Os pesquisadores atuaram como mediadores<br />

no processo estimulando a participação popular<br />

na organização do coletivo. Compuseram a mesa<br />

da cerimônia <strong>de</strong> abertura o diretor da DIR V, um<br />

representante dos conselheiros usuários, um representante<br />

da secretaria municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Osasco, e o<br />

coor<strong>de</strong>nador do projeto que proferiu a palestra A política<br />

como necessida<strong>de</strong>: pensando a participação popular<br />

na saú<strong>de</strong>. Houve leitura do regimento interno e os<br />

grupos <strong>de</strong> discussão (GD) iniciaram as ativida<strong>de</strong>s a-<br />

pós a mesa temática Controle social: como efetivar a<br />

participação popular e a transparência no processo <strong>de</strong><br />

gestão: que contou com a participação <strong>de</strong> Virgínia<br />

Junqueira (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> / SES-SP) e do <strong>de</strong>putado<br />

estadual Carlos Ne<strong>de</strong>r. A apresentação e discussão das<br />

propostas dos GDs sobre os temas aconteceu em plenária,<br />

resultou num documento final <strong>de</strong>nominado Carta<br />

<strong>de</strong> Osasco.<br />

Resultados: Há evidências <strong>de</strong> apo<strong>de</strong>ramento coletivo,<br />

aumento da auto-estima e autoconfiança dos usuários<br />

participantes do processo (apo<strong>de</strong>ramento pessoal).<br />

Foram inquestionáveis o envolvimento gradual e o<br />

comprometimento dos usuários na construção do e-<br />

vento. A consolidação <strong>de</strong> fóruns participativos po<strong>de</strong><br />

auxiliar na representação direta no sistema <strong>de</strong> gestão<br />

dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e a publicização <strong>de</strong> conflitos,<br />

germinada em espaços coletivos que fortaleçam os<br />

sujeitos e <strong>de</strong>mocratizem as instituições, po<strong>de</strong> vir na<br />

direção <strong>de</strong> subverter a or<strong>de</strong>m social <strong>de</strong>sigual e garantir<br />

a cidadania.<br />

Conclusão: Há evidências <strong>de</strong> apo<strong>de</strong>ramento coletivo,<br />

aumento da auto-estima e autoconfiança dos usuários<br />

participantes do processo (apo<strong>de</strong>ramento pessoal).<br />

Foram inquestionáveis o envolvimento gradual e o<br />

comprometimento dos usuários na construção do e-<br />

vento. A consolidação <strong>de</strong> fóruns participativos po<strong>de</strong><br />

auxiliar na representação direta no sistema <strong>de</strong> gestão<br />

dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, e a publicização <strong>de</strong> conflitos,<br />

germinada em espaços coletivos que fortaleçam os<br />

sujeitos e <strong>de</strong>mocratizem as instituições, po<strong>de</strong> vir na<br />

direção <strong>de</strong> subverter a or<strong>de</strong>m social <strong>de</strong>sigual e garantir<br />

a cidadania.<br />

R107 - A participação dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal no Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Pires.<br />

An<strong>de</strong>rson Gomes Mota (Prefeitura <strong>de</strong> Ribeirão Pires),<br />

Adriana Néri (Prefeitura <strong>de</strong> Ribeirão Pires), Teresa<br />

Martins (Prefeitura <strong>de</strong> Ribeirão Pires).<br />

Introdução: Este trabalho busca discutir a importância<br />

da atuação dos profissionais do setor odontológico<br />

no Conselho Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Pires,<br />

tanto para a valorização das ações em saú<strong>de</strong> bucal,<br />

como para o seu direcionamento no sentido <strong>de</strong> aproximar<br />

estas ações das reais necessida<strong>de</strong>s apresentadas<br />

pela população.<br />

Métodos: Para a realização <strong>de</strong>ste estudo foram analisadas<br />

as recomendações apresentadas pelas quatro<br />

Conferências Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (1999, 2001, 2003,<br />

2005) procurando verificar o quanto as propostas relativas<br />

à saú<strong>de</strong> bucal se encontravam presentes nos relatórios<br />

finais <strong>de</strong>stes encontros. Posteriormente, procurou-se<br />

verificar quanto <strong>de</strong>stas propostas havia, <strong>de</strong> fato,<br />

sido implementado.<br />

Resultados: Foi verificado que, em relação à quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> propostas, houve um aumento relativo <strong>de</strong>stas<br />

ao se comparar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propostas da primeira<br />

para a segunda conferência, e um aumento significativo<br />

ao se comparar esta quantida<strong>de</strong> com a terceira e a<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Gerenciamento e Financiamento em Saú<strong>de</strong> Bucal 88<br />

quarta, quando o número <strong>de</strong> propostas chega ao ápice.<br />

É nesta fase que se verifica a maior participação dos<br />

profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal nas ativida<strong>de</strong>s do Conselho<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, culminando com a eleição <strong>de</strong><br />

uma THD (técnico em higiene <strong>de</strong>ntal) para sua presidência.<br />

Em relação à implementação das propostas,<br />

percebe-se uma ascensão mais lenta e menos acentuada,<br />

sendo que algumas das recomendações sugeridas<br />

na segunda e na terceira conferências (2001 e 2003)<br />

somente agora (2005) começam a ser implementadas.<br />

Conclusão: Concluímos que a participação dos profissionais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal na construção das políticas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> parece ser importante para assegurar tanto a<br />

elaboração quanto a implementação <strong>de</strong> propostas que<br />

possam contribuir para oferecer ações e serviços necessários<br />

para a manutenção da saú<strong>de</strong> bucal das pessoas,<br />

sobretudo, em nível local. O fato <strong>de</strong> algumas<br />

propostas levarem certo tempo para sua implementação<br />

indica, <strong>de</strong> certo modo, que não basta apenas assegurar<br />

que <strong>de</strong>terminadas medidas figurem nos relatórios<br />

finais das conferências <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas sim, que se<br />

<strong>de</strong>ve criar canais permanentes <strong>de</strong> negociação para que<br />

estas possam se tornar reais, sendo estes canais perfeitamente<br />

passíveis <strong>de</strong> serem representados através dos<br />

Conselhos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

R142 - O aumento da produtivida<strong>de</strong> nas ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal no município <strong>de</strong> Santana <strong>de</strong> Parnaíba<br />

Alexandra Cristina Pitol <strong>de</strong> Lara Basso (SMS–<br />

Santana <strong>de</strong> Parnaíba), Raquel Zaicaner (SMS–<br />

Santana <strong>de</strong> Parnaíba).<br />

Introdução: Santana <strong>de</strong> Parnaíba possui uma população<br />

<strong>de</strong> 98.665 habitantes (IBGE – 2005). Observa-se<br />

o crescimento da população <strong>de</strong> 2004-2005 (IBGE) <strong>de</strong><br />

5,82%. Conta com 30 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas distribuídos<br />

nos segmentos: preventivo – através do Programa<br />

Coletivo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, que oferece ações preventivas<br />

/ educativas aos escolares <strong>de</strong> 0 a 12 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

nos equipamentos municipais <strong>de</strong> ensino; ambulatorial<br />

-presente em todas as UBS, equipes <strong>de</strong> PSF e CESA-<br />

MA (Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Mental e Adolescente) e<br />

especializado -organiza as especialida<strong>de</strong>s odontológicas<br />

já oferecidas pelo município <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997, na estrutura<br />

do Centro <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s Odontológicas –<br />

CEO. Apesar da estrutura implantada, a necessida<strong>de</strong><br />

acumulada da população leva a uma gran<strong>de</strong> procura<br />

por serviços odontológicos o que, ocasiona filas <strong>de</strong><br />

espera para tratamento e conseqüentemente, insatisfação<br />

do usuário. Com o objetivo <strong>de</strong> otimizar os recursos<br />

já existentes com redução da espera para<br />

tratamento odontológico, aumentar o acesso e<br />

oferecer uma nova gama <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> maneira<br />

organizada, foram adotadas uma série <strong>de</strong> novas<br />

práticas na condução dos programas e ações<br />

ofertados. Métodos: Incorporação do Auxiliar <strong>de</strong> Consultório<br />

Dentário em todas as UBS’s, PSF e CEO; aumento do<br />

número <strong>de</strong> pacientes agendados em 20%; absorção <strong>de</strong><br />

toda a procura do dia dos pacientes em urgência odontológica,<br />

por parte dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e criação<br />

<strong>de</strong> mutirões <strong>de</strong> atendimento – organizados na UBS<br />

Álvaro Ribeiro e Colinas do Anhanguera. Para o mutirão<br />

os pacientes foram contactados e agendados em<br />

blocos <strong>de</strong> 60 pacientes / dia. Dois cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

por período <strong>de</strong> 4 horas procediam ao exame clínico<br />

dos pacientes; os procedimentos a serem realizados<br />

foram planejados <strong>de</strong> maneira que sua execução não<br />

ultrapassasse 2 consultas <strong>de</strong> retorno / paciente.<br />

Resultados: Foram incorporados 7 auxiliares <strong>de</strong><br />

Consultório Dentário à equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal. Os<br />

pacientes do mutirão receberam tratamento completo<br />

e encaminhados para o Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s O-<br />

dontológicos (CEO) quando necessário. F oram atendidos<br />

1000 pacientes da lista <strong>de</strong> espera. O aumento do<br />

agendamento teve repercussão no aumento dos tratamentos<br />

completados e total <strong>de</strong> procedimentos. Houve<br />

um aumento <strong>de</strong> 7,13% dos tratamentos iniciados no<br />

município, no ano <strong>de</strong> 2005; já os tratamentos completados<br />

que são o gran<strong>de</strong> objetivo em saú<strong>de</strong> bucal tiveram<br />

um crescimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 31,67% no mesmo<br />

período. O total <strong>de</strong> procedimento apresentou aumento<br />

<strong>de</strong> 21,57% em relação ao ano <strong>de</strong> 2004.<br />

Conclusão: A introdução <strong>de</strong> novas práticas aumentou<br />

o acesso da população ao serviço <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal visto<br />

que estes tiveram um crescimento <strong>de</strong> 21,57% no<br />

total <strong>de</strong> procedimentos enquanto que a população teve<br />

um crescimento <strong>de</strong> aproximadamente 5,84% ao ano.<br />

Estas mudanças exigiram o envolvimento <strong>de</strong> toda a<br />

equipe durante processo.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos 89<br />

Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

P067 - Avaliação do conhecimento <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong><br />

graduação em <strong>Odontologia</strong> sobre proteção radiológica<br />

Deborah Queiroz Freitas, Flávia Maria Ramos,<br />

Dagmar <strong>de</strong> Paula Queluz, Solange Almeida – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba - UNICAMP<br />

Introdução: O exame radiográfico fornece importantes<br />

informações para o diagnóstico. Porém, os raios X<br />

po<strong>de</strong>m provocar efeitos biológicos. Com essa preocupação,<br />

em 1998, pela Portaria nº 453, o Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong> estabeleceu diretrizes para os profissionais que<br />

trabalham com radiação X. O exame radiográfico fornece<br />

importantes informações para o diagnóstico. Porém,<br />

os raios X po<strong>de</strong>m provocar efeitos biológicos.<br />

Com essa preocupação, em 1998, pela Portaria nº 453,<br />

o Ministério da Saú<strong>de</strong> estabeleceu diretrizes para os<br />

profissionais que trabalham com radiação X. O objetivo<br />

<strong>de</strong>sse estudo foi avaliar o conhecimento <strong>de</strong> alunos<br />

do último ano <strong>de</strong> graduação em <strong>Odontologia</strong> sobre<br />

aparelhos <strong>de</strong> raios X, filmes, técnicas e, conseqüentemente,<br />

sobre proteção radiológica e comparar os resultados<br />

com a Portaria.<br />

Métodos: Para isso, 106 alunos do último ano <strong>de</strong> graduação<br />

<strong>de</strong> quatro universida<strong>de</strong>s do interior <strong>de</strong> São<br />

Paulo respon<strong>de</strong>ram um questionário sobre atitu<strong>de</strong>s<br />

que tomarão durante a prática radiológica.<br />

Resultados: Observou-se que 75% não conheciam a<br />

lei; 87% respon<strong>de</strong>ram que comprarão um aparelho <strong>de</strong><br />

raios X com 50 kVp ou mais; todos julgam importante<br />

utilizar avental <strong>de</strong> chumbo e colar <strong>de</strong> tireói<strong>de</strong>; 93%<br />

utilizarão filme E ou EF; porém, a média <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong><br />

exposição foi 0,45s, tempo <strong>de</strong> exposição elevado;<br />

73,5% pedirão que o acompanhante segure o filme<br />

caso o paciente não seja capaz, os <strong>de</strong>mais segurarão<br />

ou pedirão à auxiliar; 99% se protegerão durante a<br />

exposição, afastando-se, ficando atrás <strong>de</strong> pare<strong>de</strong> ou<br />

biombo.<br />

Conclusão: Foi possível concluir que, apesar <strong>de</strong> a<br />

maioria dos alunos não conhecerem a lei, <strong>de</strong>monstram<br />

preocupação em tomar várias medidas <strong>de</strong> proteção<br />

previstas na mesma, porém, ainda precisam <strong>de</strong> mais<br />

orientações sobre o assunto.<br />

P073 - Prevalência <strong>de</strong> distúrbios osteomusculares<br />

em cirurgiões <strong>de</strong>ntistas<br />

Edgard Michel Crosato (FO<strong>USP</strong>), Avrum Koltiarenko<br />

(UNOESC), Maria Gabriela Haye Biazevic (UNO-<br />

ESC)<br />

Introdução: Conhecer as alterações patológicas que<br />

po<strong>de</strong>m advir <strong>de</strong> práticas ina<strong>de</strong>quadas no ambiente <strong>de</strong><br />

trabalho po<strong>de</strong>m ajudar a propor programas <strong>de</strong> promoção<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> aos profissionais. Nesse contexto o objetivo<br />

do presente estudo é conhecer a prevalência <strong>de</strong><br />

distúrbios osteomusculares dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas.<br />

Métodos: Trata-se <strong>de</strong> um estudo transversal on<strong>de</strong> foi<br />

enviado um instrumento <strong>de</strong> pesquisa auto-aplicável<br />

com questões relativas a características sócio<strong>de</strong>mográficas,<br />

psicossociais, bem como para caracterização<br />

dos sintomas músculo-esqueléticos para 396<br />

profissionais que trabalham na região. Os dados foram<br />

digitados no programa EPIDATA 3.2 e analisados no<br />

STATA 8.0. Foram realizadas análises <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> freqüências, medidas <strong>de</strong> tendência central e dispersão.<br />

Para verificar as associações dos sintomas com as<br />

variáveis <strong>de</strong> estudo foi utilizado o teste do quiquadrado,<br />

regressão logística uni e bi-variada. Em<br />

todos os testes o nível <strong>de</strong> significância utilizado foi <strong>de</strong><br />

5%.<br />

Resultados: Do total <strong>de</strong> cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas, 153<br />

<strong>de</strong>volveram o instrumento o que representa 38.63%.<br />

Do total, 93% relataram dor músculo-esquelética em<br />

pelo menos uma parte do corpo no último ano em<br />

<strong>de</strong>corrência da ativida<strong>de</strong> profissional, com predominância<br />

para os indivíduos do gênero feminino. A região<br />

mais prevalente com sintomatologia foi à coluna<br />

cervical (69,93%), o risco <strong>de</strong> dor para os indivíduos<br />

que apresentam a probabilida<strong>de</strong> positiva para transtornos<br />

psiquiátricos menores (TPM) foi cerca <strong>de</strong> quatro<br />

vezes maior.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>mos concluir que a prevalência dos<br />

distúrbios osteomusculares foi alta e estão associadas<br />

a algumas características ocupacionais e sócioeconômicas.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 90<br />

P083 - SUS: uma alternativa <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática<br />

pedagógica.<br />

Rebeca Silva <strong>de</strong> Barros (Aprimoramento em Saú<strong>de</strong><br />

Coletiva - Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –SES / SP), Mayara Previ<strong>de</strong>lli<br />

(Graduação – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>USP</strong>), Celso Zilbovicius (Pós-Graduação – <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>USP</strong>), Maria Ercilia <strong>de</strong> Araujo<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>USP</strong>), Carlos Botazzo<br />

(Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP).<br />

Introdução: Des<strong>de</strong> a I Conferência Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal, <strong>de</strong>staca-se a preocupação relativa à formação<br />

<strong>de</strong> recursos humanos em odontologia. A integração<br />

serviço-ensino-pesquisa é antiga reivindicação <strong>de</strong><br />

docentes, técnicos e gestores em saú<strong>de</strong>. Enten<strong>de</strong>-se<br />

que essa integração refletirá numa formação <strong>de</strong> profissionais<br />

comprometidos com a transformação da<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do país. Em razão disso, o objetivo<br />

foi avaliar como a universida<strong>de</strong> se relaciona com a<br />

socieda<strong>de</strong>, e se o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> é uma alternativa<br />

<strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> prática pedagógica.<br />

Métodos: A contraposição <strong>de</strong> conceitos relacionados<br />

à formação acadêmica e ao mundo do trabalho possibilitou<br />

perceber quais são os espaços <strong>de</strong> ensinoaprendizagem<br />

e se há impacto na formação <strong>de</strong> profissionais<br />

e na implementação do SUS. Os conceitos<br />

contrapostos foram: 1) relacionado à vivência extracurricular<br />

VER-SUS / Brasil norteada pelo paradigma<br />

da integralida<strong>de</strong> da atenção e na vinculação entre educação,<br />

trabalho e práticas sociais; 2) relacionado às<br />

experiências extra-curriculares, vivenciadas no cotidiano<br />

da FO<strong>USP</strong> no período <strong>de</strong> 1994 a 2004, a saber<br />

Projetos: Petrolina, Cananéia e Jardim Gaivota, norteadas<br />

pelo paradigma técnico–assistencialista, biologicista<br />

e procedimento-centrada. Também foram entregues<br />

questionários a 22 estudantes <strong>de</strong> odontologia <strong>de</strong><br />

diversos semestres e que tenham participado <strong>de</strong> pelo<br />

menos uma das experiências extra-curriculares analisadas.<br />

Os dados coletados foram categorizados e analisados<br />

a partir da técnica <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> conteúdo,<br />

permitindo assim uma análise aprofundada sobre concepções,<br />

motivações, crenças e expectativas <strong>de</strong>stes<br />

estudantes em relação à formação profissional, mundo<br />

do trabalho, realida<strong>de</strong> social e extensão universitária.<br />

Resultados: A análise do estudo mostrou que ativida<strong>de</strong>s<br />

que incorporam e aproximam o estudante do<br />

SUS possibilitam ao indivíduo em formação a capacida<strong>de</strong><br />

para <strong>de</strong>senvolver um pensamento crítico e compromissado<br />

com a transformação da realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

do país, além <strong>de</strong> favorecer a ampliação da responsabilida<strong>de</strong><br />

público-social da universida<strong>de</strong>.<br />

P092 - Polêmica sobre o exercício profissional do<br />

THD: a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> abandono da “velha prática<br />

odontológica”.<br />

Maria Carolina Ribeiro da Silva (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Maria<br />

Claudia Galbiatti Abreu (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Julie Silvia Martins<br />

(Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina),<br />

Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (Casa <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina).<br />

Introdução: No Brasil, a polêmica sobre a atuação<br />

<strong>de</strong> pessoal auxiliar odontológico existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, no<br />

início dos anos 50, o Serviço Especial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública<br />

(SESP), atual Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(FUNASA), introduziu o Auxiliar <strong>de</strong> Higiene Dentária<br />

(AHD) nos serviços odontológicos das unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Os questionamentos gerados pela<br />

utilização <strong>de</strong>sses profissionais intensificaram-se,<br />

principalmente em relação ao Técnico <strong>de</strong> Higiene<br />

Dental (THD) e suas atribuições e, infelizmente,<br />

continuam sendo discutidos e questionados sem consi<strong>de</strong>rar<br />

as características sócio-epi<strong>de</strong>miológicas e as<br />

necessida<strong>de</strong>s da população em relação às ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Métodos: Com o propósito <strong>de</strong> discutir a incorporação<br />

dos THD na prática odontológica, realizou-se<br />

uma revista <strong>de</strong> literatura, incluindo textos oficiais do<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> e da Educação e legislação relacionada<br />

a estas categorias profissionais. A partir da<br />

literatura consultada obteve-se informações relativas<br />

à história, formação, regulamentação, atuação e<br />

questões ligadas à polêmica atual sobre a atuação<br />

<strong>de</strong>stes profissionais.<br />

Resultados: Apesar do consenso existente entre<br />

diversos autores sobre a melhoria da qualida<strong>de</strong> da<br />

assistência que a inserção dos THD proporciona,<br />

com aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e cobertura dos serviços<br />

e da sua contribuição para mudança da atual prática<br />

odontológica, a regulamentação <strong>de</strong>ssa categoria<br />

auxiliar permanece em tramitação no Congresso Nacional,<br />

sob modificações que ultrapassam a correção<br />

<strong>de</strong> falhas consensuais das resoluções anteriores, extinguindo<br />

erroneamente algumas das atribuições <strong>de</strong>sses<br />

profissionais.<br />

Conclusão: Além <strong>de</strong> significar um retrocesso nas<br />

conquistas tão lentamente conseguidas ao longo do<br />

tempo pela classe odontológica, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 91<br />

regulamentação a<strong>de</strong>quada ao exercício <strong>de</strong>sses profissionais<br />

reflete a resistência da odontologia <strong>de</strong> abandonar<br />

os aspectos neoliberais que a conformaram e<br />

<strong>de</strong> realmente consi<strong>de</strong>rar as características sócioepi<strong>de</strong>miológicas<br />

e as reais necessida<strong>de</strong>s da população<br />

em relação à saú<strong>de</strong> bucal para orientar as suas<br />

ações.<br />

P102 - Inserção do auxiliar <strong>de</strong> consultório na atenção<br />

básica à saú<strong>de</strong>.<br />

Fábio Moraes Moryiama (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina<br />

/ Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / ), Julie Silvia<br />

Martins (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / ), Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina) e Marcus Vinicius Diniz Grigoletto (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina / Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina).<br />

Introdução: A saú<strong>de</strong> bucal é parte integrante e inseparável<br />

da saú<strong>de</strong> geral do indivíduo, portanto os profissionais<br />

<strong>de</strong> odontologia têm responsabilida<strong>de</strong>s na<br />

prevenção <strong>de</strong> doenças e tratamento das malformações<br />

bucais, na manutenção da saú<strong>de</strong> oral e no seu restabelecimento<br />

quando necessário. Os problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal são freqüentes no país. O processo <strong>de</strong> trabalho<br />

com a inserção do pessoal auxiliar se torna <strong>de</strong> suma<br />

importância para uma atuação mais eficiente no controle<br />

das doenças. A partir <strong>de</strong> 1988, com a implantação<br />

do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e sua atribuição <strong>de</strong><br />

“or<strong>de</strong>nar a formação <strong>de</strong> recursos humanos para a saú<strong>de</strong>”<br />

houve um avanço frente à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar<br />

a saú<strong>de</strong> bucal da população através da formação e<br />

inserção <strong>de</strong> profissionais auxiliares nas equipes odontológicas.<br />

Este trabalho tem como finalida<strong>de</strong> discutir,<br />

a integração do profissional auxiliar na equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal observando suas atribuições, focando os importantes<br />

avanços para uma real modificação da prática<br />

assistencial adotada (simplesmente curativa) para<br />

uma visão <strong>de</strong> promoção e recuperação da saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido através <strong>de</strong> uma<br />

revista da literatura nas quais os materiais utilizados<br />

para a pesquisa foram: livros, artigos <strong>de</strong> periódicos,<br />

informes especializados, referências extraídas <strong>de</strong> sites<br />

da Internet e outros tipos <strong>de</strong> material impresso.<br />

Resultados: A revista da literatura <strong>de</strong>monstrou que a<br />

participação do pessoal auxiliar no processo <strong>de</strong> trabalho<br />

representa um aumento da eficiência e rendimento<br />

na clínica; ampliação da produtivida<strong>de</strong>; melhor qualida<strong>de</strong><br />

dos serviços prestados; facilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um bom planejamento para trabalhos futuros;<br />

assistência e interação nas relações sociais, melhor<br />

controle e orientação dos usuários; redução e<br />

amparo à tensão emocional do paciente; apoio na organização<br />

administrativa da clínica; diminuição do<br />

cansaço físico e mental dos profissionais, proporcionando<br />

um trabalho com melhor qualida<strong>de</strong> num menor<br />

período <strong>de</strong> tempo e menos estafa.<br />

Conclusão: A inserção do Auxiliar <strong>de</strong> Consultório<br />

Dentário (ACD) no processo <strong>de</strong> trabalho faz-se necessária<br />

<strong>de</strong>vido à importância <strong>de</strong> suas atribuições para a<br />

atuação na atenção básica, otimizando o atendimento<br />

clínico do cirurgião-<strong>de</strong>ntista e colaborando no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

das ações <strong>de</strong> promoção e prevenção à saú<strong>de</strong><br />

da população.<br />

P116 - Atendimento à <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> formação do<br />

Auxiliar <strong>de</strong> Consultório Dentário no Município <strong>de</strong><br />

São Paulo pela ETSUS-SP / CEFOR.<br />

Jaqueline Alves Lopes Sartori (ETSUS-SP / CEFOR).<br />

Introdução: Tendo em vista a mudança do paradigma<br />

do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção centrado nas ações curativas para<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> promoção à saú<strong>de</strong> que contempla as dimensões<br />

biológicas, psicológicas e sociais, reconhecendo<br />

as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o perfil epi<strong>de</strong>miológico da<br />

população e acreditando que isto só será conseguido<br />

com um trabalho em equipe e com pessoal auxiliar qualificado,<br />

em 2004 a ETSUS-SP, em parceria com os<br />

Coor<strong>de</strong>nadores Regionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal, levantou a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abrir 10 turmas do Curso <strong>de</strong> Qualificação<br />

Profissional do Auxiliar <strong>de</strong> Consultório Dentário.<br />

Métodos: Como a proposta da ETSUS-SP é que os<br />

docentes dos cursos sejam os próprios profissionais<br />

dos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, estas turmas foram <strong>de</strong>scentralizadas.<br />

Para isto, a Escola montou e equipou salas <strong>de</strong><br />

aula e enviou todo o material pedagógico que seria<br />

utilizado nos cursos. Além disso, capacitou pedagógica<br />

e tecnico-pedagogicamente todos os profissionais<br />

para exercerem a docência. Foram envolvidas 8 escolas<br />

<strong>de</strong>scentralizadas, com 10 turmas e 173 alunos.<br />

Resultados: Como resultado se tem 118 alunos formados<br />

em 2005, 15 alunos que se formarão até julho<br />

<strong>de</strong> <strong>2006</strong>, 15 alunos que aguardam uma <strong>de</strong>cisão da sua<br />

coor<strong>de</strong>nadoria para concluírem o seu curso e 25 que<br />

iniciarão o curso em junho <strong>de</strong> <strong>2006</strong>. Foram capacitados<br />

79 Cirurgiões Dentistas, além dos profissionais <strong>de</strong><br />

outras áreas que participaram do Módulo Básico, Informática<br />

e Primeiros Socorros.<br />

Conclusão: Os gerentes das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

trabalham os alunos, relatam uma melhoria no atendimento<br />

aos pacientes e estes relatam gostar muito<br />

<strong>de</strong>sta mudança. Os alunos se sentiram mais valorizados,<br />

profissional e pessoalmente.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 92<br />

P158 - Educação permanente e educação continuada:<br />

nova proposta para a saú<strong>de</strong> pública<br />

Sérgio Donha Yarid (Mestrando em Saú<strong>de</strong> Coletiva<br />

da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>), Tatiane<br />

Martins Jorge (Mestranda em Saú<strong>de</strong> Coletiva da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>); Ana<br />

Karolina Zampronio Bassi ( Estagiária do Dep. <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru<br />

– <strong>USP</strong>); José Roberto <strong>de</strong> Magalhães Bastos (Professor<br />

Titular do Dep. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>); Magali <strong>de</strong><br />

Lour<strong>de</strong>s Caldana (Professora Doutora do Dep. <strong>de</strong><br />

Fonoaudiologia da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Bauru – <strong>USP</strong>);Silvia Helena <strong>de</strong> Carvalho Sales Peres<br />

(Professora Doutora do Dep. <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru – <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: A atuação interdisciplinar na área da<br />

saú<strong>de</strong> permite que profissionais <strong>de</strong> diferentes áreas<br />

estejam integrados em um único propósito: beneficiar<br />

e melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do paciente. Para tanto,<br />

é fundamental que os profissionais envolvidos i-<br />

<strong>de</strong>ntifiquem a interface entre eles, ou seja, a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atuação conjunta. Assim, no que se refere à<br />

<strong>Odontologia</strong> e Fonoaudiologia, po<strong>de</strong>-se dizer que a<br />

interface entre as áreas é a cavida<strong>de</strong> bucal, uma vez<br />

que tal estrutura é uma área comum <strong>de</strong> atuação entre<br />

cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e fonoaudiólogos, que <strong>de</strong>vem<br />

estar preocupados com a manutenção das funções<br />

orais e da harmonia facial. O Objetivo do trabalho foi<br />

apresentar as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atuação conjunta entre<br />

a <strong>Odontologia</strong> e Fonoaudiologia, no que se refere à<br />

área <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, enfocando os três níveis <strong>de</strong><br />

prevenção, no intuito <strong>de</strong> contribuir para intensificar o<br />

processo <strong>de</strong> trocas <strong>de</strong> informações entre as áreas e <strong>de</strong><br />

reforçar a importância da interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />

Métodos: Este estudo baseia-se numa revisão <strong>de</strong> literatura,<br />

sobre os principais temas relacionados à atuação<br />

entre o cirurgião-<strong>de</strong>ntista e o fonoaudiólogo.<br />

Resultados: Quanto ao nível <strong>de</strong> atuação primária,<br />

verificou-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pareceria entre cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

e fonoaudiólogos nas campanhas <strong>de</strong> orientações<br />

à comunida<strong>de</strong> quanto aos malefícios dos<br />

hábitos orais <strong>de</strong>letério, combate ao fumo e álcool,<br />

benefícios da amamentação natural e respiração nasal,<br />

bem como sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> introduzir na dieta<br />

alimentar alimentos <strong>de</strong> diferentes consistências, <strong>de</strong><br />

acordo com a ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada criança. No que se refere<br />

ao nível secundário, ambas as áreas po<strong>de</strong>rão atuar na<br />

<strong>de</strong>tecção precoce do câncer <strong>de</strong> boca, das alterações<br />

<strong>de</strong>ntofaciais <strong>de</strong>correntes dos hábitos <strong>de</strong> sucção nãonutritivos,<br />

dos respiradores orais, bem como dos que<br />

apresentam bruxismo. No nível <strong>de</strong> prevenção terciária,<br />

a Fonoaudiologia tem seu <strong>de</strong>staque junto às seguintes<br />

áreas da <strong>Odontologia</strong>: Ortodontia, Cirurgia<br />

Ortognática, Implantodontia e Prótese e Odontopediatria.<br />

Conclusão: A análise da literatura evi<strong>de</strong>nciou que a<br />

inter-relação entre as áreas vem a contribuir para a<br />

melhoria das condições bucais e fonoaudiológicas da<br />

população, o que resulta em melhores condições <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população.<br />

P167 - Perfil profissional dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

da re<strong>de</strong> pública dos municípios da Região da DIR<br />

V – Osasco.<br />

Carlos Botazzo (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Fabiana<br />

Schnei<strong>de</strong>r Pires (CRT – SES / SP), Patrícia Nieri<br />

Martins (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Rebeca Silva<br />

<strong>de</strong> Barros (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luiz Vicente<br />

Martino (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luis Antonio<br />

Cherubini Carvalho (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –SES /<br />

SP), Olga Maria Dias Agostinho Pires (SMS - Embu<br />

das Artes), Fausto Souza Martino (SMS - Taboão da<br />

Serra).<br />

Introdução: A equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, constituída no<br />

âmbito da Reforma Sanitária, significou avanços consi<strong>de</strong>ráveis<br />

na organização dos serviços, com reflexos<br />

na qualida<strong>de</strong> da atenção prestada aos usuários do<br />

SUS. A partir da introdução <strong>de</strong> novas referências teóricas<br />

e políticas em saú<strong>de</strong> bucal, as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ampliação da prática se evi<strong>de</strong>nciaram pois o próprio<br />

conceito <strong>de</strong> equipe (ao contrário do profissional que<br />

atua isoladamente) implicou novo processo <strong>de</strong> trabalho,<br />

com incorporação <strong>de</strong> pessoal auxiliar e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias <strong>de</strong> cuidado. Visando a<br />

integralida<strong>de</strong> no atendimento do usuário, o conjunto<br />

das atribuições da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal na atenção<br />

básica hoje <strong>de</strong>ve ser revisto. Novas clientelas, sobretudo<br />

adultos e os portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais,<br />

além da oferta <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> média e alta<br />

complexida<strong>de</strong>, exigem melhor qualificação do profissional<br />

que atua nos serviços públicos, cabendo ao gestor<br />

municipal propiciar aos seus trabalhadores a formação<br />

a<strong>de</strong>quada.<br />

Métodos: Com o intuito <strong>de</strong> traçar um perfil do cirurgião<br />

<strong>de</strong>ntista pertencente ao quadro das prefeituras da<br />

região da DIR V – Osasco, em relação à sua atuação<br />

na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, foi realizada uma pesquisa com cirurgiões<br />

<strong>de</strong>ntistas <strong>de</strong> 11 dos 15 municípios <strong>de</strong>sta região.<br />

Um questionário auto-aplicável foi elaborado e<br />

encaminhado ao coor<strong>de</strong>nador municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal,<br />

que o distribuiu entre os profissionais.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 93<br />

Resultados: Dos 450 questionários distribuídos, retornaram<br />

256. A diferença <strong>de</strong>veu-se à espontaneida<strong>de</strong><br />

no preenchimento, <strong>de</strong>mora na distribuição dos formulários,<br />

extravio do material encaminhado ou simplesmente<br />

a não resposta. A faixa etária predominante dos<br />

profissionais estava entre 31 e 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, estando<br />

a gran<strong>de</strong> maioria na situação <strong>de</strong> estatutários<br />

concursados, com carga horária <strong>de</strong> 20 horas semanais.<br />

Em relação aos recursos humanos da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal, 66,7% relatam trabalhar com pessoal auxiliar.<br />

Destes, 95,7% trabalham com ACD e 20,7% com<br />

THD. 39% possuem título <strong>de</strong> especialista, sendo a<br />

especialida<strong>de</strong> mais freqüente a <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, seguida<br />

<strong>de</strong> cirurgia buco-maxilo e odontopediatria.<br />

46,3% têm intenção <strong>de</strong> trabalhar como especialista na<br />

re<strong>de</strong> pública, porém 78,9% atuam na atenção básica.<br />

Quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhora nos serviços, houve<br />

distribuição uniforme entre os itens <strong>de</strong> carência <strong>de</strong><br />

pessoal auxiliar, material <strong>de</strong> consumo, material permanente,<br />

cursos <strong>de</strong> atualização e equipamentos.<br />

Conclusão: Em conclusão, po<strong>de</strong>-se verificar pelo<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> especialistas, uma melhora da qualificação<br />

dos profissionais da re<strong>de</strong>.<br />

P189 - O cirurgião-<strong>de</strong>ntista do serviço público:<br />

perfil e trabalho.<br />

Camila Vasconcelos Santana Prado (Fac. De<br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araraquara-UNESP), Aylton Valseck<br />

Junior (Fac. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araraquara-UNESP).<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi i<strong>de</strong>ntificar o<br />

perfil, a satisfação e as condições <strong>de</strong> trabalho do cirurgião<br />

<strong>de</strong>ntista, que trabalha no serviço público, e<br />

ainda, dados <strong>de</strong> formação e opinião sobre a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> implementações no curso <strong>de</strong> graduação. Conseqüentemente,<br />

criar banco <strong>de</strong> dados, que possam ser<br />

usados em possíveis reformulações e pesquisas em<br />

saú<strong>de</strong> bucal no serviço-público e graduação.<br />

Métodos: Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas que trabalham no sistema<br />

único <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (SUS) <strong>de</strong> 67 municípios do estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo foram entrevistados, através <strong>de</strong> questionários<br />

semi-abertos, abordando características sobre o<br />

perfil (sexo, instituição <strong>de</strong> formação, motivo do ingresso<br />

no serviço público, especialização e satisfação), a<br />

prática (tipo <strong>de</strong> procedimentos realizados, condições<br />

estruturais e diferenças em relação ao consultório particular)<br />

e a formação (compatibilida<strong>de</strong> com a realida<strong>de</strong><br />

do serviço público e opinião quanto à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

implementações no curso <strong>de</strong> graduação). A amostra <strong>de</strong><br />

300 questionários respondidos foi obtida com apoio<br />

logístico dos acadêmicos do curso <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>, que<br />

entregaram e recolheram tais questionários junto aos<br />

profissionais da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> sua cida<strong>de</strong>. Os dados<br />

foram organizados em quadros, tabelas e gráficos, para<br />

<strong>de</strong>scrição e, posterior análise.<br />

Resultados: A maioria dos dados obtidos <strong>de</strong>fine o perfil<br />

do cirurgião <strong>de</strong>ntista do serviço público no estado <strong>de</strong><br />

São Paulo atualmente, como do sexo masculino<br />

(54,67%), formado em instituição estadual (51%), seguido<br />

<strong>de</strong> particular (43%), motivado a ingressar no SUS<br />

por oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renda fixa (68,3%), especialista<br />

(52,9%), mantendo trabalho em consultório particular<br />

(59,3%) e satisfeito com exercício da profissão no serviço<br />

público. Os procedimentos mais realizados são: restauração<br />

<strong>de</strong> amálgama (91,2%), aplicação tópica <strong>de</strong> flúor<br />

(85%), exodontia <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos (84,6%) e permanentes<br />

(78%). O serviço não oferece condições para<br />

realização <strong>de</strong> próteses parciais (49,3%) e totais (42,7%)<br />

e, falta material para tratamento endodôntico em <strong>de</strong>ntes<br />

permanentes (23,8%). O levantamento epi<strong>de</strong>miológico<br />

não é exigido pelo serviço público (22,9%). O relato foi<br />

<strong>de</strong> diferença entre o ensino <strong>de</strong> graduação e a realida<strong>de</strong><br />

do serviço público (50,5%) e também entre o serviço na<br />

re<strong>de</strong> pública e particular, principalmente pela quantida<strong>de</strong><br />

e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material (20%). As implementações mais<br />

apontadas para o curso <strong>de</strong> graduação foram: o estágio<br />

em serviço público (74%), ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> integração com<br />

a comunida<strong>de</strong> (65,3%) e participação em projetos <strong>de</strong><br />

extensão universitária (56,67%).<br />

Conclusão: A prática odontológica no serviço público é<br />

sinônimo <strong>de</strong> renda fixa para o profissional que enfrenta<br />

uma concorrência acirrada no estado <strong>de</strong> São Paulo. As<br />

condições estruturais do SUS revelam conduta mais<br />

mutiladora (falta material para endodontia, por exemplo)<br />

e, os cursos <strong>de</strong> graduação parecem distantes da realida<strong>de</strong><br />

social, econômica e cultural da população.<br />

R068 - A importância da inclusão precoce da ergonomia<br />

no processo <strong>de</strong> planejamento do posto <strong>de</strong><br />

trabalho na saú<strong>de</strong>, um caso da odontologia. e m<br />

Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes – SMS-PMSP<br />

Edward Toshiyuki Midorikawa (SMS-PMSP, Centro<br />

<strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológica, Doutorando Escola<br />

Politécnica <strong>USP</strong>), José Carlos Alves (SMS-PMSP,<br />

supervisão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes), Laerte Idal<br />

Sznelwar (Escola Politécnica <strong>USP</strong>)<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é mostrar a importância<br />

da inclusão precoce da ergonomia no processo<br />

<strong>de</strong> planejamento e instalação <strong>de</strong> qualquer posto <strong>de</strong> trabalho<br />

na saú<strong>de</strong>. No caso relatado a ergonomia entrou tardiamente<br />

no fim do processo, ou seja, na instalação do<br />

consultório odontológico o que provocou uma serie <strong>de</strong><br />

constrangimentos e limitações <strong>de</strong> ação da ergonomia.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 94<br />

Métodos: Com limitação <strong>de</strong> tempo, recursos financeiros e<br />

baseando no processo ergonomia <strong>de</strong> concepção foi utilizado<br />

o método da análise ergonômica da ativida<strong>de</strong> (AET).<br />

Através da <strong>de</strong>manda que foi <strong>de</strong> montar o consultório odontológico<br />

e baseando nas ativida<strong>de</strong>s futuras e nos trabalhadores<br />

que iam ocupar os postos <strong>de</strong> trabalho procuraram-se<br />

alternativas <strong>de</strong> disposição dos equipamentos e criação <strong>de</strong><br />

mobiliário que causassem menos constrangimentos para a<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. durante sua ativida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Os consultórios foram montados na concepção<br />

ISO / FDI na posição <strong>de</strong> equipo 1 / que é uma<br />

das posições recomendadas. Foi <strong>de</strong>senvolvido um armário<br />

para adaptação do equipo que favoreceu a instalação<br />

do consultório sem ser necessária nova reforma da sala<br />

além <strong>de</strong> servir <strong>de</strong> superfície <strong>de</strong> trabalho auxiliar, a disposição<br />

das ca<strong>de</strong>iras odontológicas permitiu um contato<br />

visual dos CD durante o atendimento.<br />

Conclusão: Concluímos que a inserção do ergonomista<br />

em uma fase tardia do processo <strong>de</strong> concepção, planejamento<br />

e instalação do posto <strong>de</strong> trabalho permite somente<br />

uma pequena margem <strong>de</strong> manobra o que limita os resultados<br />

possíveis <strong>de</strong> se obter em comparação ao que seria<br />

possível com a participação do ergonomista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início. d o processo.<br />

R098 - Formação <strong>de</strong> pessoal auxiliar odontológico.<br />

Olga Maria D. Pires (SMS – Embu), Nilva T. Kitani<br />

(SES – SP / SMS – São Paulo).<br />

Introdução: A falta <strong>de</strong> pessoal auxiliar para compor a<br />

equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, ainda, consitui-se em um problema<br />

da odontologia no SUS. Em 2003, diversos<br />

municípios da DIR V - Osasco i<strong>de</strong>ntificaram a falta <strong>de</strong><br />

pessoal auxiliar capacitado (auxiliar <strong>de</strong> consultório<br />

<strong>de</strong>ntário-ACD e técnico em higiene <strong>de</strong>ntal – THD) no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho. Historicamente, essa região vinha<br />

formando, através do Projeto Larga Escala, turmas<br />

<strong>de</strong> THD, tendo formado 4 turmas.<br />

Métodos: Em 2004, no CEFOR – Osasco, um projeto<br />

sob a coor<strong>de</strong>nação técnico-educativa do Centro <strong>de</strong><br />

Formação da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> SP<br />

com recursos do Ministério da Saú<strong>de</strong>, possibilitou a<br />

formação <strong>de</strong> ACD para os municípios <strong>de</strong> Carapicuíba,<br />

Embú, Embú-Guaçú, Itapecerica da Serra, Pirapora do<br />

Bom Jesus, São Lourenço da Serra e Taboão da Serra,<br />

todos pertencentes a DIR V. O currículo adotado pelo<br />

curso foi o currículo integrado e a metodologia, dialógica.<br />

Totalizando 600 horas, 400 horas foram <strong>de</strong> teoria<br />

(concentração) e 200 horas <strong>de</strong> prática (dispersão).<br />

Os professores eram em 6, todos profissionais do serviço<br />

público odontológico, sendo 2 responsáveis pelo<br />

momento <strong>de</strong> concentração e 5, pela dispersão.<br />

Resultados: O curso teve a duração <strong>de</strong> um ano e<br />

formou 33 alunos que já eram inseridos nas diversas<br />

áreas da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses municípios e agora estão aptos a<br />

serem inseridos nos serviço odontológico. P reten<strong>de</strong>se,<br />

ainda, dar prosseguimento à formação, com a retomada<br />

da turma, para formação do THD.<br />

Conclusão: O curso possibilitou a integração ensino /<br />

serviço, através do embasamento teórico e reflexão da<br />

prática nos momentos <strong>de</strong> concentração e na dispersão, o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das habilida<strong>de</strong>s técnicas. Buscou-se<br />

também o aperfeiçoamento da postura ético-profissional<br />

e <strong>de</strong>ntro dos princípios <strong>de</strong> ergonomia e biossegurança.<br />

R108 - A importância da técnica em higiene <strong>de</strong>ntal<br />

(THD) na saú<strong>de</strong> bucal no programa saú<strong>de</strong> da família<br />

(PSF)<br />

Henri Menezes Kobayashi (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina), João Francisco Franzé (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Ir. Monique Bourget (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Carla Tambara (Subprefeitura<br />

<strong>de</strong> São Paulo – Itaim Paulista)<br />

Introdução: Nos dias <strong>de</strong> hoje com a gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

da população brasileira em serviços odontológicos,<br />

o técnico em higiene <strong>de</strong>ntal (THD) é um profissional<br />

<strong>de</strong> fundamental importância para a otimização do<br />

trabalho na equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, principalmente no<br />

serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A existência <strong>de</strong> assistentes<br />

em odontologia é tão antiga quanto a própria prática<br />

profissional odontológica. A literatura mostra que com<br />

a participação do THD há um aumento na produtivida<strong>de</strong><br />

e qualida<strong>de</strong> do trabalho po<strong>de</strong>ndo aumentar a<br />

produtivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> no mínimo 30%. No PSF o THD está<br />

enquadrada na modalida<strong>de</strong> II <strong>de</strong> equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal,<br />

e <strong>de</strong> acordo com a resolução 185/93 do CFO compete<br />

ao THD realizar ativida<strong>de</strong>s administrativas, educativas,<br />

levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos e realizar alguns procedimentos<br />

reversíveis na cavida<strong>de</strong> bucal como remoção<br />

<strong>de</strong> indutos, placas e cálculos supragengivais, aplicações<br />

<strong>de</strong> selantes, remoções <strong>de</strong> suturas e tomada e<br />

revelação <strong>de</strong> radiografias intra-orais <strong>de</strong>ntre outros .<br />

Métodos: Este estudo teve como objetivo realizar um<br />

levantamento dos dados da produtivida<strong>de</strong> da equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do<br />

PSF – Santa Marcelina nos últimos 3 anos (2003 à<br />

2005). A equipe era composta por uma equipe <strong>de</strong> modalida<strong>de</strong><br />

I e outra modalida<strong>de</strong> II, numa clínica modular<br />

com 3 equipos, sendo 1 equipo para o THD. Foram<br />

analisados o percentual <strong>de</strong> agendamento do THD e<br />

todos seus procedimentos realizados na clínica durante<br />

este período em relação à produtivida<strong>de</strong> total da<br />

UBS.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 95<br />

Resultados: Os resultados obtidos durante o estudo<br />

foram: Das 24617 consultas odontológicas realizadas,<br />

6764 (27%) foram agendadas com o THD. Foram<br />

realizadas 9422 (89% do total) raspagens supragengivais<br />

por hemi-arco, 101 (43%) aplicações <strong>de</strong> selantes,<br />

131(22%) tomadas radiograficas periapicais e 302<br />

(28%) remoções <strong>de</strong> suturas.<br />

Conclusão: Concluímos que a presença do técnico<br />

em higiene <strong>de</strong>ntal (THD) na equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família<br />

é muito importante para a otimização no serviço<br />

público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Os resultados analisados mostraram<br />

que 27% <strong>de</strong> todas as consultas foram realizadas pelo<br />

THD. O THD foi responsável por 89% <strong>de</strong> todas raspagens<br />

supragengivais, sendo que foi o procedimento<br />

que quase pela totalida<strong>de</strong> foi executado apenas pelo<br />

profissional. 43% das aplicações <strong>de</strong> selantes, 22% das<br />

tomadas radiográficas e 28% das remoções <strong>de</strong> suturas,<br />

melhorando assim o trabalho do cirurgião-<strong>de</strong>ntista e<br />

com isto tentado incentivar a ampliação <strong>de</strong> mais THD<br />

para o serviço público <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

R165 - Relato <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> uma parceria entre<br />

Universida<strong>de</strong> e Serviços Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

para a consolidação do PSF<br />

Nemre Adas Saliba, Renato Moreira Arcieri, Orlando<br />

Saliba, Suzely Adas Saliba Moimaz, Ana Valéria Pagliari,<br />

Jeidson Antônio Morais Marques, Joildo Guimarães<br />

Santos, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Carvalho, Cléa<br />

Adas Saliba Garbin. (Programa <strong>de</strong> Pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social - NEPESCO -<br />

Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa em Saú<strong>de</strong> Coletiva - UNESP -<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba)<br />

Introdução: A formalização <strong>de</strong> parcerias é importante<br />

para a consolidação e fortalecimento do SUS. Neste<br />

sentido a Unesp, com o apoio da FAPESP está <strong>de</strong>senvolvendo<br />

projeto objetivando analisar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

atenção à saú<strong>de</strong> e os problemas enfrentados por municípios<br />

<strong>de</strong> pequeno porte, da região noroeste do estado<br />

<strong>de</strong> São Paulo, na implementação da atenção odontológica<br />

no PSF e capacitação das suas equipes. O objetivo<br />

<strong>de</strong>sse trabalho é apresentar o referido projeto.<br />

Métodos: Participam do projeto 5 municípios da região<br />

noroeste do estado <strong>de</strong> São Paulo: Bilac, Clementina,<br />

Gabriel Monteiro, Piacatu, Santópolis do Aguapeí<br />

e a Unesp. Foram analisados o perfil e implementação<br />

das Equipes <strong>de</strong> PSF, a inserção das equipes <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal, a forma <strong>de</strong> organização da <strong>de</strong>manda,<br />

grau <strong>de</strong> satisfação do usuário, plano municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

e atuação dos Conselhos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(CMS). Desenvolveram-se várias ações: entrevistas<br />

com Secretários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, Presi<strong>de</strong>ntes dos CMS, profissionais<br />

e usuários do SUS; análise <strong>de</strong> planos municipais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, atas dos CMS e ainda a observação<br />

direta dos trabalhos nas Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Verificou-se que em 4 municípios existem<br />

ESB, aten<strong>de</strong>ndo em livre <strong>de</strong>manda. Apenas 2<br />

municípios apresentaram planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, porém referentes<br />

a anos anteriores. Os recursos financeiros são<br />

escassos e insuficientes; falta organização <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> referência e contra-referência e planejamento das<br />

ações com base em levantamentos epi<strong>de</strong>miológicos. A<br />

atenção básica apresenta baixa resolutivida<strong>de</strong>. Os trabalhadores<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> mostraram-se insatisfeitos quanto<br />

aos salários e a gran<strong>de</strong> maioria (80%) não se sente<br />

capacitado para o trabalho. Há dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração<br />

da equipe. Quanto aos CMS, a composição está<br />

<strong>de</strong> acordo com a Resolução 333/02; porém a periodicida<strong>de</strong><br />

das reuniões não foi respeitada. Os assuntos<br />

mais discutidos, registrados nas atas, foram: orçamento,<br />

programação e organização <strong>de</strong> serviços. Os usuários<br />

<strong>de</strong>sconhecem a existência dos CMS e 20% consi<strong>de</strong>ram<br />

o Sistema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> regular ou ruim.<br />

Conclusão: A parceria permitiu a integração da universida<strong>de</strong><br />

aos serviços locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, possibilitando<br />

troca <strong>de</strong> experiências e análise dos problemas enfrentados<br />

pelos municípios. Oficinas <strong>de</strong> trabalho para a<br />

discussão dos nós críticos i<strong>de</strong>ntificados e capacitação<br />

das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> estão sendo realizadas. Também<br />

está sendo <strong>de</strong>senvolvido um trabalho domiciliar <strong>de</strong><br />

conscientização dos usuários do SUS.<br />

R179 - A saú<strong>de</strong> bucal na residência multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>.<br />

Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Julie Silvia<br />

Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina) e Marcus Vinicius Diniz Grigoletto<br />

(Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina).<br />

Introdução: A estratégia Saú<strong>de</strong> da Família vem se<br />

consolidando como uma forma importante <strong>de</strong> reorganização<br />

da Atenção Básica no Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Desta forma, o Ministério da Saú<strong>de</strong> vem estimulando<br />

através <strong>de</strong> investimentos, a formação <strong>de</strong> profissionais<br />

a<strong>de</strong>quados ao perfil exigido para esse trabalho,<br />

por meio <strong>de</strong> Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong><br />

da Família, que na zona leste do município <strong>de</strong> São<br />

Paulo, está sendo <strong>de</strong>senvolvida em parceria com a<br />

Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa<br />

Marcelina. A residência envolve 10 categorias profis-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Recursos Humanos em Saú<strong>de</strong> Bucal 96<br />

sionais: médicos, enfermeiros, cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas,<br />

fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas<br />

ocupacionais, assistentes sociais, farmacêuticos e<br />

nutricionistas. O presente trabalho tem por objetivo<br />

apresentar a proposta a ser <strong>de</strong>senvolvida com os resi<strong>de</strong>ntes<br />

da área <strong>de</strong> odontologia, participantes da referida<br />

residência.<br />

Métodos: A carga horária do curso é distribuída <strong>de</strong><br />

tal forma que 50% são <strong>de</strong>stinadas às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

na área <strong>de</strong> formação específica, e os outros<br />

50% em ativida<strong>de</strong>s multiprofissionais. Na área específica<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal os resi<strong>de</strong>ntes passam gran<strong>de</strong> parte<br />

da carga horária <strong>de</strong>senvolvendo ativida<strong>de</strong>s típicas <strong>de</strong><br />

um cirurgião-<strong>de</strong>ntista da atenção básica, que <strong>de</strong>senvolve<br />

a estratégia Saú<strong>de</strong> da Família, como atendimento<br />

clínico dos cadastrados, ativida<strong>de</strong>s em grupos dirigidos<br />

às priorida<strong>de</strong>s e à grupos específicos, visitas e<br />

atendimentos domiciliares, ações coletivas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal em escolas e outros espaços da comunida<strong>de</strong>.<br />

Porém, a residência possibilita avançar mais, e foi<br />

proposto a realização <strong>de</strong> um levantamento epi<strong>de</strong>miológico<br />

para conhecer as condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da<br />

população cadastrada, nas diversas faixas etárias<br />

(5,12,18, 40 e 70 anos). O levantamento dos dados foi<br />

realizado no domicílio, o que permitiu um maior contato<br />

dos resi<strong>de</strong>ntes com a realida<strong>de</strong> da sua área <strong>de</strong><br />

atuação, e como os cadastrados, além é claro, <strong>de</strong> obter<br />

dados relativos às condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal da população<br />

cadastrada. Os dados obtidos, permitiram que os<br />

resi<strong>de</strong>ntes realizassem um planejamento <strong>de</strong> acordo<br />

com a realida<strong>de</strong> encontrada, tendo a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aplicar as ações planejadas, <strong>de</strong> forma a verificar a<br />

factibilida<strong>de</strong>, eficácia e efetivida<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Os passos já foram dados, sendo que os<br />

resi<strong>de</strong>ntes já estão <strong>de</strong>senvolvendo as ações planejadas<br />

frente aos dados obtidos, porém, espera-se como resultado,<br />

a formação <strong>de</strong> profissionais tecnicamente<br />

capazes e socialmente comprometidos em <strong>de</strong>senvolver<br />

todas as suas potencialida<strong>de</strong>s em benefício da população.<br />

Conclusão: O Ministério da Saú<strong>de</strong> tem investido<br />

recursos financeiros para a<strong>de</strong>quar os recursos humanos<br />

formados à realida<strong>de</strong> sócio-epi<strong>de</strong>miológica <strong>de</strong><br />

nosso país. A Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina têm dirigido esforços e <strong>de</strong>senvolvido<br />

estratégias para alcançar tal objetivo, que em<br />

curto prazo, já vem repercutido em benefícios à população<br />

através <strong>de</strong> ações e procedimentos realizados,<br />

mas espera-se que o principal resultado seja a médio e<br />

longo prazo, à medida que a população tenha ao seu<br />

alcance profissionais a<strong>de</strong>quados às suas necessida<strong>de</strong>s.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos 97<br />

Temas Livres<br />

P011 - Avaliação das necessida<strong>de</strong>s e implicações no<br />

tratamento odontológico <strong>de</strong> idosos psiquiátricos<br />

institucionalizados.<br />

Amélia Keiko Samoto (Centro <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Casa<br />

Branca), Renata <strong>de</strong> Almeida Pernambuco (Hospital <strong>de</strong><br />

Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias CrânioFaciais-<strong>USP</strong>).<br />

Introdução: O trabalho teve como objetivo avaliar as<br />

condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal <strong>de</strong> idosos psiquiátricos institucionalizados<br />

do Centro <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Casa Branca<br />

(CRCB), assim como suas necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento<br />

odontológico e a capacida<strong>de</strong> em recebê-los, baseados nas<br />

relações: doença psiquiátrica, uso <strong>de</strong> medicação psicotrópica<br />

e autonomia em <strong>de</strong>senvolver ativida<strong>de</strong>s da vida diária.<br />

Métodos: Foi selecionada uma amostra randomizada <strong>de</strong><br />

80 indivíduos com 60 anos ou mais <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> pertencentes<br />

ao CRCB, submetidos ao exame da cavida<strong>de</strong> bucal,<br />

baseando-se na metodologia da OMS e realizados por<br />

uma única examinadora. Também foram coletados dados<br />

dos prontuários, aplicados o índice <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência<br />

em ativida<strong>de</strong>s da vida diária (AVD) e a escala <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

instrumentais da vida diária (AIVD). Os resultados<br />

foram analisados <strong>de</strong>scritivamente, utilizando-se os<br />

percentuais dos dados encontrados.<br />

Resultados: A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> encontrada foi <strong>de</strong><br />

69,15 anos. CPO obtido foi <strong>de</strong> 28,67 sendo que <strong>de</strong>stes,<br />

9,21% dos <strong>de</strong>ntes remanescentes eram cariados,<br />

80,39% eram perdidos e 7,07% com extração indicada.<br />

Dos examinados, 100% necessitavam <strong>de</strong> prótese<br />

total e / ou parcial, com 40,00% da amostra sendo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong>ntada total. Portadores <strong>de</strong> esquizofrenia, transtornos<br />

esquizotípicos e transtornos <strong>de</strong>lirantes correspon<strong>de</strong>ram<br />

a 67,50% da amostra. Portadores <strong>de</strong> transtornos<br />

mentais orgânicos a 30,00% e 2,50% a retardo<br />

mental. Fazia uso <strong>de</strong> uma ou duas diferentes classes<br />

<strong>de</strong> psicotrópicos 67,50% da amostra. A <strong>de</strong>pendência<br />

em pelo menos uma das AVD ficou <strong>de</strong>monstrada em<br />

72,50% dos casos. Para as AIVD, 81,25% acusou<br />

<strong>de</strong>pendência nas sete funções avaliadas.<br />

Conclusão: Os achados evi<strong>de</strong>nciam um quadro epi<strong>de</strong>miológico<br />

bastante crítico <strong>de</strong>ssa população, indicando o<br />

fracasso <strong>de</strong> medidas interpostas no passado e a necessida<strong>de</strong><br />

urgente <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> programas educativos,<br />

curativos, reabilitadores e <strong>de</strong> humanização. Foram <strong>de</strong>tectadas<br />

dificulda<strong>de</strong>s quanto ao uso <strong>de</strong> prótese e não<br />

pô<strong>de</strong> ser constatada relação direta da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> psicotrópico<br />

usada, alto grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência nas AVD e<br />

incapacida<strong>de</strong> em receber tratamento odontológico.<br />

P026 - Nível <strong>de</strong> conhecimento relativo ao câncer<br />

bucal em pós-graduandos em Saú<strong>de</strong> Pública, matriculados<br />

em duas faculda<strong>de</strong>s particulares localizadas<br />

no Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Eduardo Roberto Montel (IAMSPE), Luciano Martins<br />

(Coor<strong>de</strong>nadoria Serviços Saú<strong>de</strong>)<br />

Introdução: Segundo a Estimativa <strong>de</strong> Incidência <strong>de</strong><br />

Câncer no Brasil para <strong>2006</strong>, este tumor apresentará<br />

10.060 casos estimados entre homens e 3.410 entre as<br />

mulheres. As causas <strong>de</strong> câncer são variadas, po<strong>de</strong>ndo<br />

ser externas ou internas ao organismo, estando ambas<br />

inter-relacionadas. O aumento da expectativa <strong>de</strong> vida<br />

em nossa população também tem contribuído para o<br />

aumento do número <strong>de</strong> casos. Consi<strong>de</strong>rando que o<br />

diagnóstico e tratamento nos momentos iniciais é o<br />

melhor caminho para manter a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, o<br />

<strong>de</strong>sejável é ter uma equipe multidisciplinar dotada <strong>de</strong><br />

conhecimentos a<strong>de</strong>quados, com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientar<br />

aos usuários dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> sobre a importância<br />

do auto-exame bucal e da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a-<br />

companhamento profissional quando estiverem presentes<br />

alterações <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />

Métodos: O presente estudo teve como objetivo avaliar<br />

o conhecimento sobre o câncer bucal em pósgraduandos<br />

em Saú<strong>de</strong> Pública, matriculados em duas<br />

faculda<strong>de</strong>s particulares localizadas no Estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo. Foram entrevistados 143 alunos, os quais iniciaram<br />

o curso <strong>de</strong> especialização em 2005, sendo os<br />

dados coletados no ano em questão. O questionário<br />

<strong>de</strong>senvolvido foi aplicado no <strong>de</strong>correr do ano letivo,<br />

sem i<strong>de</strong>ntificação do entrevistado e da faculda<strong>de</strong>.<br />

Resultados: Foi observado nos questionários a predominância<br />

do sexo feminino, com 81,82% e a faixa<br />

etária <strong>de</strong> 30 a 39 anos com 35,66%. A enfermagem<br />

representou a área <strong>de</strong> graduação mais freqüente entre<br />

os alunos, com 39,86%. Em relação à auto-avaliação<br />

do nível <strong>de</strong> conhecimento sobre câncer bucal, 52,30%<br />

consi<strong>de</strong>raram regular seu conhecimento, enquanto<br />

60,84% não sabiam dizer em qual estágio o câncer<br />

bucal era mais freqüentemente diagnosticado no Brasil.<br />

A maioria, 58,74%, não sabia como observar sua<br />

cavida<strong>de</strong> bucal com auxílio do espelho. Em relação a<br />

ter sido informado pelo <strong>de</strong>ntista sobre o auto-exame<br />

da cavida<strong>de</strong> bucal, 69,23% não recordavam. Quanto à<br />

faixa etária mais comum para a ocorrência do câncer<br />

bucal, 39,86% respon<strong>de</strong>ram acima <strong>de</strong> 40 anos, enquanto<br />

72,03% reconheceram como alta a importância<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 98<br />

do cirurgião-<strong>de</strong>ntista na prevenção e no diagnóstico<br />

precoce do câncer bucal. Quando questionados se<br />

haviam tomado conhecimento <strong>de</strong> alguma campanha<br />

<strong>de</strong> prevenção e diagnóstico precoce <strong>de</strong> Câncer Bucal,<br />

apenas 25,17% respon<strong>de</strong>ram afirmativamente.<br />

Conclusão: Cada vez mais se torna necessária a participação<br />

<strong>de</strong> uma equipe multidisciplinar prestando<br />

orientações sistemáticas aos pacientes sobre as formas<br />

<strong>de</strong> prevenir e <strong>de</strong>tectar rapidamente alterações bucais,<br />

almejando assim diminuir a incidência do câncer bucal.<br />

Avaliando o conhecimento <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong><br />

áreas distintas que ingressaram na pós-graduação em<br />

Saú<strong>de</strong> Pública, observou-se que alguns aspectos relacionados<br />

ao câncer bucal eram <strong>de</strong>sconhecidos da maioria,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o auto-exame até campanhas preventivas,<br />

sendo necessário assim enfatizar essas ações a estes<br />

profissionais e aos <strong>de</strong> outros cursos <strong>de</strong> pós-graduação<br />

na área da saú<strong>de</strong>. Manter esse <strong>de</strong>sconhecimento, significa<br />

estar contribuindo para a incidência elevada <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> câncer bucal diagnosticados em fases avançadas<br />

e pelo índice baixo <strong>de</strong> medidas preventivas utilizadas<br />

por parte da população.<br />

P117 - Saú<strong>de</strong> do trabalhador: conduta das empresas<br />

frente a aceitação dos atestados odontológicos.<br />

Artênio José Isper Garbin (Programa Pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP), Cléa Adas Saliba<br />

Garbin,(Prog. Pós-grad. em Od. P rev. e Soc. da<br />

FOA-UNESP), Daniela Coelho <strong>de</strong> Lima,(Prog. Pósgrad.<br />

em Od. P rev. e Soc. da FOA-UNESP),Ronald<br />

Jefferson Martins,(Prog. Pós-grad. em Od. P rev. e<br />

Soc. da FOA-UNESP),Lídia Regina da Costa Hidalgo<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP).<br />

Introdução: O cirurgião-<strong>de</strong>ntista e médico como profissionais<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm responsabilida<strong>de</strong>s no exercício<br />

<strong>de</strong> sua profissão, pois lidam com a saú<strong>de</strong> do indivíduo.<br />

Em função disso existem Normas Éticas e Legais<br />

que norteiam o profissional, sendo a elaboração <strong>de</strong><br />

atestados uma <strong>de</strong>stas. O aceite do atestado pelas indústrias<br />

é importante, pois este é um dos fatores que<br />

incentivam o trabalhador a cuidar <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong> e conseqüentemente<br />

manter sua produtivida<strong>de</strong> na indústria,<br />

visto que, os problemas <strong>de</strong> origem bucal causam <strong>de</strong>sconforto<br />

físico e emocional no trabalhador. O presente<br />

trabalho teve como objetivo avaliar a validação <strong>de</strong><br />

atestados médico e odontológico pelas indústrias da<br />

região Noroeste Paulista.<br />

Métodos: O estudo foi realizado em 40 indústrias<br />

através <strong>de</strong> um questionário semi-estruturado sendo<br />

postado via correio.<br />

Resultados: Observou-se que a maioria das indústrias<br />

era <strong>de</strong> médio (37,5%) e pequeno (35%) porte.<br />

Todas afirmaram aceitar o atestado médico e 95% o<br />

odontológico. D entre as que validavam o atestado<br />

odontológico 60,53% aceitavam in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do procedimento<br />

realizado, 28,95% somente em procedimentos<br />

cirúrgicos e os <strong>de</strong>mais em outros casos. Para a<br />

validação dos atestados médico e odontológico, em<br />

ambos, 77,5% das indústrias exigiam a assinatura do<br />

profissional, carimbo e CID, 20% assinatura do profissional<br />

e carimbo e 2,5% assinatura do profissional,<br />

carimbo, CID e selo.<br />

Conclusão: Verificou-se que a maioria das empresas<br />

afirma aceitar o atestado médico e odontológico. Entretanto,<br />

há um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> indústrias que colocam<br />

obstáculos na validação dos mesmos, aceitandoos<br />

às vezes somente em procedimentos cirúrgicos. O<br />

diagnóstico precoce para a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> manifestações<br />

<strong>de</strong> doenças orais e ocupacionais é <strong>de</strong> extrema<br />

importância, pois visa a melhoria da saú<strong>de</strong> oral do<br />

trabalhador. Assim sendo, há necessida<strong>de</strong> que as indústrias<br />

sejam conscientizadas da importância da validação<br />

do atestado visto que, o trabalhador com saú<strong>de</strong><br />

comprometida diminui a produtivida<strong>de</strong> em sua<br />

função.<br />

P132 - A utilização da Classificação Internacional<br />

<strong>de</strong> Doenças pelos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas no serviço<br />

público.<br />

Artênio José Isper Garbin (Programa <strong>de</strong> pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social FOA-<br />

UNESP), Cléa Adas Saliba Garbin, Ronald Jefferson<br />

Martins (Programa <strong>de</strong> pós-graduação em<br />

<strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social FOA-UNESP), Ana<br />

Carolina da Graça Fagun<strong>de</strong>s(Fac. Odontol.<br />

Araçatuba-UNESP), Renata Reis dos Santos (Fac.<br />

Odontol. Araçatuba-UNESP).<br />

Introdução: Os atestados odontológicos são documentos<br />

legais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia, que servem para justificar as<br />

faltas ao trabalho em estados mórbidos e outros, assegurando<br />

o pagamento dos respectivos salários, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que apresentem a codificação da enfermida<strong>de</strong>, ou seja,<br />

a Classificação Internacional <strong>de</strong> Doenças, conforme<br />

especificado por Acórdão do Tribunal Superior do<br />

Trabalho (TST), dissídio da categoria e estatuto municipal.<br />

A falta <strong>de</strong>sta po<strong>de</strong> acarretar a rejeição do atestado<br />

por falta <strong>de</strong> diagnostico, por órgãos previ<strong>de</strong>nciários e<br />

empregadores. O objetivo do trabalho foi verificar a<br />

conduta dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas que atuam em quatro<br />

municípios do noroeste do Estado <strong>de</strong> São Paulo, quanto<br />

ao uso da Classificação Internacional <strong>de</strong> Doenças<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 99<br />

(CID) na emissão <strong>de</strong> atestados odontológicos. Esta<br />

pesquisa foi aprovada pelo Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa,<br />

da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba.<br />

Métodos: Foi entregue um questionário autoadministrado<br />

com perguntas abertas e fechadas sobre<br />

a CID, aos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas que trabalham no serviço<br />

público. As perguntas abordavam temas como:<br />

emissão <strong>de</strong> atestados, utilização, importância e dificulda<strong>de</strong><br />

na utilização da CID.<br />

Resultados: Após uma semana estes questionários<br />

foram recolhidos, sendo que do total <strong>de</strong> 42 <strong>de</strong>ntistas, 22<br />

(52,38%) respon<strong>de</strong>ram as perguntas. Os resultados<br />

<strong>de</strong>monstraram que 19 (86,36%) dos cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

emitem atestados odontológicos, e dos que<br />

emitem 11 (57,89%) possuem a CID no consultório ou<br />

empresa que trabalham, sendo que, <strong>de</strong>stes 6 (54,55%)<br />

utilizam-na esporadicamente ou não a utilizam e 3<br />

(15,79%) relatam ter dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> enquadrar o procedimento<br />

odontológico ao mesmo. Apesar <strong>de</strong> 14<br />

(73,68%) dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas acharem importante<br />

a utilização da CID, nenhum relacionou seu uso com o<br />

aspecto legal do abono da falta do trabalhador.<br />

Conclusão: Conclui-se que existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

maior conscientização dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas da importância<br />

da utilização da CID na emissão dos atestados<br />

odontológicos tanto para justificar as faltas dos<br />

trabalhadores, mas também para facilitar a comunicação<br />

entre os profissionais da saú<strong>de</strong>.<br />

P157 - Avaliação do <strong>de</strong>sconforto ocupacional: nível<br />

<strong>de</strong> ruído <strong>de</strong> uma clínica <strong>de</strong> graduação.<br />

Nelly Foster Ferreira* (FOA-Unesp), Artênio José<br />

Isper Garbin (FOA-Unesp), Cléa Adas Saliba Garbin<br />

(FOA-Unesp), Newton Luiz Ferreira (FOA-Unesp).<br />

Introdução: O aumento das fontes produtoras <strong>de</strong> ruído<br />

tem prejudicado a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos profissionais,<br />

acelerando a <strong>de</strong>terioração do aparelho auditivo,<br />

po<strong>de</strong>ndo causar lesões irreversíveis, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

intensida<strong>de</strong> do ruído e do tempo <strong>de</strong> exposição. O objetivo<br />

do presente estudo foi uma avaliação ocupacional<br />

do nível <strong>de</strong> ruído produzido em 40 equipos ocupados<br />

por 80 alunos divididos em duplas, durante a ativida<strong>de</strong><br />

clínica, da Clínica Integrada <strong>de</strong> graduação da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba UNESP, e alertar<br />

os futuros profissionais da importância da tomada<br />

<strong>de</strong> medidas preventivas contra as doenças ocupacionais<br />

que acometem o cirurgião <strong>de</strong>ntista.<br />

Métodos: O instrumento para quantificar o nível <strong>de</strong><br />

ruído foi um dosímetro mo<strong>de</strong>lo Q-400 marca Quest<br />

Technologies, fixado em um aluno voluntário, durante<br />

o atendimento clínico.<br />

Resultados: Os resultados mostraram que nível <strong>de</strong><br />

ruído, os resultados mostraram que tanto a média,<br />

máximo, e mínimo (76,0 dB; 83,4 dB e 70,0dB, respectivamente)<br />

não consta <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> insalubre<br />

conforme a NR-15 da norma <strong>de</strong> Segurança e Medicina<br />

do Trabalho e não estabelece a obrigatorieda<strong>de</strong> quanto<br />

ao uso do protetor auditivo. No entanto o valor máximo<br />

ficou acima do limitado <strong>de</strong> 80 dB da norma NR-<br />

17, e por fim, todos os valores ficaram acima <strong>de</strong> 65<br />

dB da norma NBR-10152 <strong>de</strong> conforto acústico.<br />

Conclusão: Conclui-se que O profissional <strong>de</strong>ve adotar<br />

medias <strong>de</strong> comportamento preventivo, como o uso<br />

do protetor auricular, mesmo que não obrigatório,<br />

para evitar lesões auditivas ao longo <strong>de</strong> sua carreira. C<br />

abe ressaltar que as Universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem realizar<br />

avaliações <strong>de</strong> insalubrida<strong>de</strong> nas clínicas <strong>de</strong> graduação,<br />

e assim alertar os futuros profissionais dos riscos ocupacionais,<br />

o qual estão expostos. Apoio: CAPES.<br />

P161 - Avaliação do <strong>de</strong>sconforto físico após o tratamento<br />

odontológico – uma visão do profissional.<br />

Artênio José Isper Garbin (FOA-Unesp), Nelly Foster<br />

Ferreira (FOA-Unesp), Cléa Adas Saliba Garbin<br />

(FOA-Unesp), Newton Luiz Ferreira (FOA-Unesp).<br />

Introdução: A ergonomia na odontologia tem como<br />

objetivo a prevenção da fadiga e o maior conforto,<br />

tanto do profissional quanto do paciente, proporcionando<br />

condições i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> ambientação, melhorando<br />

assim a qualida<strong>de</strong> e a produtivida<strong>de</strong> do trabalho. O<br />

presente estudo teve o objetivo <strong>de</strong> avaliar as queixas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto <strong>de</strong> alunos do 4º ano <strong>de</strong> graduação <strong>de</strong><br />

duas <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> (n=85) após o atendimento<br />

<strong>de</strong> diversas especialida<strong>de</strong>s.<br />

Métodos: O instrumento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados foi um<br />

questionário contendo perguntas abertas e fechadas<br />

referentes à posição <strong>de</strong> trabalho, conhecimento e aplicação<br />

dos fundamentos <strong>de</strong> ergonomia, e queixas do<br />

profissional. Os dados foram digitados e analisados<br />

pelo Software Epi Info 6.04.<br />

Resultados: Os resultados mostraram que 35% dos<br />

entrevistados apresentavam algum tipo <strong>de</strong> lesão antes<br />

<strong>de</strong> iniciar o curso, e <strong>de</strong>ste total 67% relataram que<br />

houve agravamento <strong>de</strong>stas lesões. A maioria dos alunos<br />

afirmou ter conhecimento sobre os fundamentos<br />

da ergonomia (75%), no entanto, 70% praticam ‘visão<br />

indireta’ às vezes, 15% em algumas especialida<strong>de</strong>s,<br />

2% nunca, 9% sempre e 4% não respon<strong>de</strong>ram. No que<br />

tange à utilização <strong>de</strong> salto pela população feminina,<br />

60% afirmou positivamente.<br />

Conclusão: Diante do exposto conclui-se que os alunos<br />

não estão praticando integralmente os fundamentos<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 100<br />

<strong>de</strong> ergonomia, sendo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia a reciclagem <strong>de</strong>sses<br />

conhecimentos, pois são profissionais jovens que<br />

estão entrando no mercado <strong>de</strong> trabalho. Apoio: Capes.<br />

R048 - Tratamento odontológico para pacientes<br />

com necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

Any Aparecida <strong>de</strong> Carvalho (SMS-DO-P. M. <strong>de</strong> Artur<br />

Nogueira-SP), Élcio Ferreira Trentin (SMS-DO-P. M.<br />

<strong>de</strong> Artur Nogueira-SP), Jaime Luis Alonso (SMS-DO-<br />

P. M. <strong>de</strong> Artur Nogueira-SP).<br />

Introdução: A situação bucal em pacientes portadores<br />

<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s leves e mo<strong>de</strong>radas é <strong>de</strong> acúmulo<br />

<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes<br />

pacientes em manter uma boa higiene oral (limitações<br />

físicas e psíquicas), além <strong>de</strong> alterações fisiológicas e<br />

medicamentosas. A cárie <strong>de</strong>ntal e a doença periodontal<br />

aparecem como os principais problemas. Diante <strong>de</strong><br />

tais necessida<strong>de</strong>s foi implantada, em 2005, uma parceria<br />

entre a SMS-PM <strong>de</strong> Artur Nogueira e a APAE do<br />

município, on<strong>de</strong> é realizado tratamento odontológico.<br />

Métodos: O atendimento ambulatorial é realizado no<br />

consultório odontológico da APAE, on<strong>de</strong> o cirurgião<strong>de</strong>ntista<br />

trabalha à quatro ou seis mãos, utilizando-se<br />

da técnica <strong>de</strong> restrição física <strong>de</strong> movimentos voluntários<br />

e involuntários dos pacientes. Isto é realizado<br />

através <strong>de</strong> mecanismos como contenção manual, envelopamento<br />

com lençóis e calça <strong>de</strong> posicionamento.<br />

São realizados procedimentos preventivos, curativos e<br />

cirúrgicos. Os procedimentos terapêutico-preventivos<br />

são a escovação supervisionada, bochechos com fluor<br />

e antissépticos bucais, estes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do grau <strong>de</strong><br />

severida<strong>de</strong> da síndrome do paciente.<br />

Resultados: Após 15 meses <strong>de</strong> parceria observa-se<br />

uma queda da severida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gengivite e periodondite,<br />

como também da incidência da cárie <strong>de</strong>ntal. Isto resulta<br />

não só do tratamento curativo propriamente dito,<br />

mas também da conscientização e colaboração <strong>de</strong> pais<br />

ou responsáveis quanto aos cuidados preventivos, já<br />

que são medidas <strong>de</strong> eleição, principalmente em pacientes<br />

com necessida<strong>de</strong>s especiais.<br />

Conclusão: A saú<strong>de</strong> bucal em controle é <strong>de</strong> extrema<br />

importância para a evolução <strong>de</strong>stes pacientes como<br />

um todo; eliminando assim o que po<strong>de</strong>ria ser uma<br />

barreira para a qualida<strong>de</strong> e participação na vida social.<br />

R082 - Experiência em programa preventivo no<br />

Japão.<br />

Sonomi Miriam Yano Takita (CRT-DST Aids).<br />

Introdução: O conhecimento <strong>de</strong> métodos <strong>de</strong> prevenção<br />

<strong>de</strong> doenças empregados em diferentes países<br />

constitui subsídio para o aprimoramento do atendimento<br />

na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil, em particular no<br />

campo <strong>de</strong> atuação da saú<strong>de</strong> pública, na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal. Muitas vezes o técnico em saú<strong>de</strong> pública po<strong>de</strong><br />

ter muita experiência ambulatorial, mas não consegue<br />

transferir seu saber na elaboração <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong><br />

prevenção.<br />

Métodos: A JICA (Japan International Cooperation<br />

Agency) – órgão governamental japonês, oferece um<br />

programa <strong>de</strong> estágio para seus <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes. Neste<br />

programa, são oferecidos estágios, conce<strong>de</strong>ndo bolsas<br />

<strong>de</strong> estudo a <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes e que <strong>de</strong>sejam aprimorar<br />

seus conhecimentos. O período do estágio foi <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong><br />

agosto a 5 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2005. Na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Kyoto, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública. Teve como objeto<br />

<strong>de</strong> estudo práticas preventivas em DST-HIV / Aids.<br />

Resultados: No Japão estima-se a existência <strong>de</strong> a-<br />

proximadamente 20.000 pessoas vivendo com HIV /<br />

Aids. A prevalência do HIV / Aids é muito baixa e,<br />

consequentemente, pouca atenção se dá à epi<strong>de</strong>mia na<br />

socieda<strong>de</strong> japonesa. A <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública a<br />

qual visitei contemplou 2 enfoques. Junto aos adolescentes<br />

o governo japonês iniciou o programa preventivo<br />

em HIV / Aids a partir <strong>de</strong> 2004 e, atualmente,<br />

este programa está sendo implantado em todo o país.<br />

Trata-se do Projeto WYSH (well being in youth in<br />

sexual health). Foi <strong>de</strong>senvolvido baseando-se em a-<br />

proximadamente 140.000 entrevistas aplicadas em<br />

alunos da faixa etária <strong>de</strong> 13 a 16 anos, seus respectivos<br />

pais e professores, conforme mo<strong>de</strong>lo do marketing<br />

social. Relativamente à população <strong>de</strong> trabalhadores<br />

imigrantes no Japão, não existem programas preventivos<br />

para este segmento populacional. No caso<br />

específico do imigrante latino americano tal hiato foi<br />

parcialmente atendido pela ONG Criativos, com a<br />

proposta <strong>de</strong> disponibilizar treinamento <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>ntes<br />

visando o acompanhamento do paciente junto aos<br />

órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> japoneses. Trata-se <strong>de</strong> trabalho voluntário,<br />

tendo recebido algum apoio, no ano <strong>de</strong> 2002,<br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong>, Programa Brasileiro <strong>de</strong><br />

AIDS, pelo “Programa <strong>de</strong> Assistência e Prevenção em<br />

DST e AIDS”.<br />

Conclusão: O sucesso do programa brasileiro <strong>de</strong><br />

Aids <strong>de</strong>ve-se, certamente, ao enfrentamento da epi<strong>de</strong>mia<br />

com uma visão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, sem característica<br />

<strong>de</strong> preconceito e exclusão. O Brasil, apesar <strong>de</strong><br />

ser um país <strong>de</strong> “eternos” conflitos políticos, tem uma<br />

proposta <strong>de</strong> combate a Aids a apresentar ao mundo,<br />

pois seu eixo principal é o respeito aos direitos humanos.<br />

Tal postura, indiscriminatória, possibilita o atendimento<br />

amplo da população brasileira no tocante à<br />

saú<strong>de</strong> pública. Como resultado da experiência acumulada<br />

nesta área, o Brasil se posiciona como elemento<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 101<br />

<strong>de</strong> vanguarda para a transmissão <strong>de</strong> conhecimentos.<br />

Em tal amplitu<strong>de</strong>, acredito que o Japão possa absorver<br />

e trabalhar tais conhecimentos para <strong>de</strong>pois divulgar<br />

junto a países <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua esfera <strong>de</strong> influência, na<br />

Ásia, on<strong>de</strong> a Aids cresce <strong>de</strong> maneira assustadora.<br />

R106 - Perfil pressórico <strong>de</strong> voluntários em uma<br />

campanha <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Fernanda Rezen<strong>de</strong> Gonçalves (FO-SLMandic), Joice<br />

Santin (FO-SLMandic), Flávia Martão Flório (FO-<br />

SLMandic), Daniela <strong>de</strong> Paula Silva(FO-SLMandic),<br />

Juliana Cama Ramacciato (FO-SLMandic), Fernanda<br />

Lopez Cunha (FO-SLMandic), Vanessa Rocha Lima<br />

Shcaira (FO-SLMandic).<br />

Introdução: A Hipertensão Arterial é uma das doenças<br />

crônico-<strong>de</strong>generativas que, se não tratada, resulta<br />

em lesão progressiva <strong>de</strong> órgãos-alvo e conseqüente<br />

limitação das funções vitais do indivíduo. O diagnóstico<br />

precoce muitas vezes é realizado pela aferição da<br />

pressão arterial (PA) pelo cirurgião-<strong>de</strong>ntista durante o<br />

exame clínico <strong>de</strong> rotina. Este trabalho teve como objetivo<br />

avaliar a pressão arterial <strong>de</strong> voluntários da Campanha<br />

para Prevenção <strong>de</strong> Câncer Bucal e <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong><br />

Queilite Actínica, realizada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campinas-<br />

SP.<br />

Métodos: Participaram <strong>de</strong>ste levantamento 366 indivíduos,<br />

que se submeteram a aferição da PA.<br />

Resultados: Do total avaliado, 27% tinham entre 40<br />

e 50 anos, sendo que 20,8% <strong>de</strong>stes apresentaram Hipertensão<br />

Arterial Sistólica Estágio 1 (HASE1) e<br />

7,1% Estágio 2 (HASE2). Dos indivíduos entre 60 e<br />

70 anos (16,9%), 32,5% apresentaram HASE1 e<br />

35,7% HASE2. Com relação à pressão diastólica, dos<br />

pacientes no Estágio 1, 58,3% tinham entre 40 e 70<br />

anos enquanto dos classificados em Estágio 2, 97,8%<br />

estavam nesse intervalo <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Avaliando as pressões<br />

sistólica e diastólica, 24,3% eram hipertensos E1,<br />

17,2% E2, 18,6% normotensos e 39,9% préhipertensos.<br />

O uso <strong>de</strong> antihipertensivos era feito por<br />

21,6% da amostra, sendo que 64% dos usuários apresentavam<br />

no momento da coleta hipertensão E1 e E2.<br />

Conclusão: Conclui-se com este trabalho que o número<br />

<strong>de</strong> pessoas que <strong>de</strong>sconheciam alterações em sua<br />

pressão arterial foi relativamente significativo, pois o<br />

uso <strong>de</strong> antihipertensivos era feito por apenas 21,6% da<br />

amostra, sendo que 64% dos usuários apresentavam<br />

no momento da coleta hipertensão E1 e E2. Assim,<br />

percebe-se que é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância esse fato, pois<br />

muitos medicamentos utilizados pelos profissionais da<br />

área odontológica influenciam <strong>de</strong> certa maneira nos<br />

níveis pressóricos <strong>de</strong> seus pacientes.<br />

R119 - Elaboração e execução <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong><br />

pesquisa acadêmico sobre saú<strong>de</strong> bucal em Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Jamyle Calencio Grigoletto (Escola <strong>de</strong> Enfermagem<br />

<strong>de</strong> Ribeirão Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo-<br />

EERP / <strong>USP</strong>), Angela Maria Magosso Takayanagui<br />

(Programa <strong>de</strong> PG em Enfermagem em Saú<strong>de</strong> Pública<br />

do Departamento <strong>de</strong> Enfermagem Materno-Infantil e<br />

Saú<strong>de</strong> Pública da Escola <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Preto da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo-EERP / <strong>USP</strong>).<br />

Introdução: Os últimos anos no Brasil foram marcados<br />

pelo aumento <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> nível superior principalmente<br />

<strong>de</strong> Pós-Graduação (PG) Stricto e Lato Sensu.<br />

Os cursos <strong>de</strong> PG Lato Sensu são oferecidos aos graduandos<br />

em curso superior, sendo direcionados ao treinamento<br />

profissional ou científico, conferindo certificado<br />

<strong>de</strong> Especialista. Os cursos <strong>de</strong> PG Stricto Sensu<br />

(Mestrado e Doutorado) visam à formação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos qualificados, com vistas ao ensino, pesquisa e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento científico e tecnológico. É indiscutível<br />

a participação que as universida<strong>de</strong>s têm dado na<br />

construção do conhecimento rumo à excelência da e-<br />

ducação no plano nacional; entretanto, o compromisso<br />

com a socieda<strong>de</strong>, na divulgação dos resultados das pesquisas,<br />

utilização <strong>de</strong> dados ou tecnologias pela comunida<strong>de</strong><br />

e produção do conhecimento necessário para<br />

subsidiar ações em serviços públicos, tem sido pouco<br />

explorado. Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, as pesquisas são,<br />

em sua maioria, direcionadas a testes <strong>de</strong> materiais, produtos<br />

e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aparelhos odontológicos,<br />

que são importantíssimos para o avanço tecnológico na<br />

área, mas dificilmente são usados pela maioria das pessoas;<br />

no entanto, a pesquisa na comunida<strong>de</strong>, feita para<br />

colaborar no planejamento <strong>de</strong> ações odontológicas dos<br />

serviços é pouco realizada.<br />

Métodos: Esse trabalho objetivou relatar a trajetória<br />

percorrida para elaboração e execução <strong>de</strong> um projeto<br />

<strong>de</strong> investigação em saú<strong>de</strong> bucal em uma comunida<strong>de</strong><br />

cadastrada num Núcleo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (NSF) <strong>de</strong><br />

Ribeirão Preto-SP, colaborando para a produção acadêmica<br />

da área, auxiliando o planejamento políticoadministrativo<br />

e execução <strong>de</strong> ações odontológicas nos<br />

serviços públicos. O projeto foi realizado como parte<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas por uma aluna do Curso<br />

<strong>de</strong> Pós-Graduação (PG) multidisciplinar em Enfermagem<br />

em Saú<strong>de</strong> Pública da EERP da <strong>USP</strong> <strong>de</strong> Ribeirão<br />

Preto-SP, nos anos <strong>de</strong> 2005 a <strong>2006</strong>.<br />

Resultados: O primeiro passo (fase <strong>de</strong>cisória) foi a<br />

escolha do tema, a <strong>de</strong>limitação do problema <strong>de</strong> pesquisa,<br />

que ocorreu a partir da vivência <strong>de</strong> três meses<br />

da aluna em um NSF <strong>de</strong> Ribeirão Preto, gerando a<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 102<br />

motivação para se levantar dados sobre a percepção, o<br />

conhecimento e as atitu<strong>de</strong>s, em relação à saú<strong>de</strong> bucal<br />

da comunida<strong>de</strong> cadastrada no programa. No segundo<br />

passo, fase construtiva, foi realizada a construção do<br />

projeto <strong>de</strong> pesquisa e sua execução; nesta etapa foi<br />

feita a apresentação do projeto <strong>de</strong> pesquisa contendo a<br />

revisão <strong>de</strong> literatura, justificativa do estudo, objetivos,<br />

local e população a ser pesquisada, ao comitê <strong>de</strong> ética<br />

da instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como para a Equipe do<br />

NSF. A elaboração e validação do conteúdo do instrumento<br />

<strong>de</strong> pesquisa, a coleta <strong>de</strong> dados, realizada<br />

pelo aluno <strong>de</strong> PG, a busca da colaboração <strong>de</strong> um estaticista<br />

para a avaliação do instrumento, previamente<br />

submetido à apreciação <strong>de</strong> 4 juízes, constituídos por<br />

docentes com experiência em saú<strong>de</strong> pública também<br />

ocorreram nessa fase. Na última fase (redacional) foi<br />

realizada a análise dos dados e resultados obtidos,<br />

organizando-os para a elaboração do relatório final, a<br />

ser entregue à Comissão <strong>de</strong> PG e a Equipe do NSF.<br />

Em todas as etapas houve a participação conjunta da<br />

orientadora da aluna<br />

Conclusão: Consi<strong>de</strong>ra-se como <strong>de</strong>staque, o aprofundamento<br />

da aluna nas questões metodológicas da<br />

investigação e no conteúdo teórico relacionado à<br />

temática do estudo, o que propiciou uma base <strong>de</strong><br />

sustentação para se trabalhar os dados levantados, bem<br />

como para a sua avaliação, <strong>de</strong> forma crítica e<br />

participante, propiciando uma melhor compreensão,<br />

tanto do processo acadêmico, quanto do seu papel <strong>de</strong><br />

futuro formador na socieda<strong>de</strong>. Essa vivência também<br />

foi importante para a orientadora, no sentido <strong>de</strong> ampliar<br />

sua visão sobre os diferentes campos da investigação<br />

da saú<strong>de</strong> pública, assim como na formação acadêmica<br />

em pesquisas <strong>de</strong> campo. As autoras ressaltam a importância<br />

do papel das universida<strong>de</strong>s e, principalmente,<br />

dos cursos <strong>de</strong> pós-graduação, na colaboração com os<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, auxiliando-os na busca da<br />

melhoria das condições <strong>de</strong> vida das pessoas.<br />

R130 - Tratamento conservador <strong>de</strong> fratura <strong>de</strong><br />

côndilo mandibular, apresentação <strong>de</strong> caso clínico.<br />

Mauricio Flaminio Amato (Prefeitura Municipal da<br />

Estância Balneária <strong>de</strong> Peruíbe).<br />

Introdução: O traumatismo do esqueleto facial tem,<br />

nos últimos anos, a incidência aumentada na população<br />

das pequenas e médias cida<strong>de</strong>s. Dentre as causas<br />

po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar as agressões físicas, que após os<br />

aci<strong>de</strong>ntes envolvendo veículos motorizados tem se<br />

apresentado como motivos das fraturas dos ossos da<br />

face, <strong>de</strong>ntre estas lesões po<strong>de</strong>mos citar as fraturas<br />

simples da mandíbula. Entre as formas <strong>de</strong> tratamentos<br />

<strong>de</strong>scritas na literatura estão as cirúrgicas e nãocirúrgicas,<br />

sendo o fator <strong>de</strong>terminante para a escolha<br />

do tratamento as características clínicas e radiográficas<br />

juntamente com a ida<strong>de</strong> do individuo. O presente<br />

trabalho tem por objetivo mostrar o tratamento nãocirúrgico<br />

<strong>de</strong> uma fratura <strong>de</strong> côndilo mandibular <strong>de</strong>ntro<br />

do serviço <strong>de</strong> odontologia do município <strong>de</strong> Peruíbe.<br />

Métodos: Paciente procurou a UBS referendado do município<br />

<strong>de</strong> Registro para avaliação pelo serviço <strong>de</strong> Cirurgia<br />

e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF) do município<br />

<strong>de</strong> Peruíbe dois dias passadas à agressão física. Na<br />

anamnese referiu agressão por soco na região mentual<br />

com perda da consciência, tendo procurado o serviço<br />

médico local na manhã seguinte a ocorrência com dor à<br />

mastigação e dificulda<strong>de</strong> para abrir a boca, recebeu avaliação<br />

do médico <strong>de</strong> plantão que em seguida encaminhou o<br />

paciente para o serviço <strong>de</strong> CTBMF <strong>de</strong> Peruíbe com suspeita<br />

<strong>de</strong> fratura <strong>de</strong> mandíbula. Tendo a confirmação da<br />

fratura <strong>de</strong> côndilo mandibular através do exame clínico e<br />

radiográfico realizado na unida<strong>de</strong> hospitalar <strong>de</strong> Peruíbe,<br />

foi instituído o tratamento ambulatorial não-cirúrgico<br />

através do bloqueio maxilo-mandibular rígido com barras<br />

<strong>de</strong> Erich e fio <strong>de</strong> aço n° 01 por 14 dias, seguido do bloqueio<br />

semi-rígido com elástico por mais 14 dias, realizando<br />

controle semanal durante o período <strong>de</strong> tratamento<br />

para avaliação da evolução da fratura.<br />

Resultados: Paciente apresentou evolução favorável<br />

após tratamento não-cirúrgico, recuperando a oclusão,<br />

abertura bucal satisfatória, sem dor ou disfunção na<br />

articulação temporomandibular até o momento, seguindo<br />

sob controle clínico e radiográfico no ambulatório<br />

<strong>de</strong> CTBMF <strong>de</strong> Peruíbe passados 40 dias do início<br />

do tratamento.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>mos concluir que é possível realizar<br />

diagnóstico e instituir tratamento das fraturas ditas nãocirúrgicas<br />

do esqueleto da face nos serviços municipais<br />

<strong>de</strong> odontologia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenham a atuação do profissional<br />

na equipe especializado no diagnóstico e tratamento<br />

<strong>de</strong>stas lesões, possibilitando assim aos serviços<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos municípios médios e pequenos otimizarem<br />

os recursos dispensados para transferência dos<br />

pacientes acometidos para os gran<strong>de</strong>s centros hospitalares,<br />

on<strong>de</strong> encontramos a maior parte <strong>de</strong>stes profissionais.<br />

Ficando reservados o encaminhamento e a transferência<br />

apenas aos casos que dispensam recursos terapêuticos<br />

<strong>de</strong> maior complexida<strong>de</strong>, existindo a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> intervenções cirúrgica em ambiente hospitalar<br />

sob anestesia geral para tratamento das lesões.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 103<br />

R180 - Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: uma abordagem multiprofissional<br />

junto ao idoso.<br />

Tanira Peres <strong>de</strong> Freitas (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério da<br />

Saú<strong>de</strong>), Aline Arcanjo Gomes (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>), Angela Libert Alves (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>), Adriana Almeida Jecks (Residência<br />

Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina<br />

/ Ministério da Saú<strong>de</strong>), Julie Silvia Martins (Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina)<br />

Introdução: A proporção <strong>de</strong> idosos no Brasil representará<br />

10% da população total ao terminar a primeira<br />

década do século XXI. Isto significa que o país <strong>de</strong>ve<br />

estar preparado para aten<strong>de</strong>r às <strong>de</strong>mandas sociais,<br />

sanitárias, econômicas <strong>de</strong>sta população. Os idosos têm<br />

características biológicas, sociais e psicológicas peculiares,<br />

que fazem com que a abordagem diagnóstica e<br />

terapêutica <strong>de</strong> tais indivíduos mereça especial atenção.<br />

Modificações em gran<strong>de</strong> parte das estruturas e<br />

dos órgãos do corpo humano ocorrem durante toda a<br />

vida e são fisiológicas. Com o aumento da ida<strong>de</strong>, estas<br />

modificações po<strong>de</strong>m resultar em distúrbios funcionais.<br />

A Equipe Multiprofissional da Residência em<br />

Saú<strong>de</strong> da Família (composta por 1 fisioterapeuta, 1<br />

fonoaudióloga e 2 cirurgiãs-<strong>de</strong>ntistas) criou um grupo<br />

<strong>de</strong> intervenção terapêutica com os idosos, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver ações <strong>de</strong> promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para<br />

a manutenção e / ou melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

<strong>de</strong>sta população.<br />

Métodos: O presente trabalho foi <strong>de</strong>senvolvido na<br />

área <strong>de</strong> atuação da equipe multiprofissional em Saú<strong>de</strong><br />

da Família da UBS Dr. T hérsio Ventura, unida<strong>de</strong><br />

esta, localizada no bairro <strong>de</strong> Vila Jacuí, zona leste do<br />

município <strong>de</strong> São Paulo. A experiência teve início<br />

com a busca ativa <strong>de</strong> idosos funcionalmente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

cadastrados na área <strong>de</strong> atuação da equipe. A<br />

partir da i<strong>de</strong>ntificação dos mesmos, foi estruturado um<br />

grupo com 10 indivíduos entre 55 e 70 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

O trabalho em grupo ocorreu semanalmente, com a<br />

duração <strong>de</strong> uma hora, pelo período <strong>de</strong> 4 meses. Foram<br />

abordados aspectos motores e cognitivos, através <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s que estimulam o equilíbrio, coor<strong>de</strong>nação<br />

motora, organização corporal, atenção, memória, bem<br />

como a auto-estima. Também foram explorados temas<br />

<strong>de</strong> interesse dos participantes através <strong>de</strong> dinâmicas.<br />

Resultados: O interesse dos participantes aumentou<br />

gradativamente, assim como a disposição dos mesmos<br />

para a realização <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s. Os idosos relataram<br />

melhora na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória, expressão<br />

corporal e na socialização com outros indivíduos, gerando<br />

benefícios para a sua vida cotidiana.<br />

Conclusão: A estratégia <strong>de</strong> trabalho em grupo com<br />

idosos, visando a promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, permitiu a inserção<br />

social dos mesmos, além da melhora na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida. Também foi observado melhor <strong>de</strong>sempenho<br />

em ativida<strong>de</strong>s motoras e cognitivas <strong>de</strong> todos os<br />

participantes.<br />

R184 - Mutirão <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> realizado por equipe multiprofissional<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família da UBS Vila<br />

Nova Curuçá - zona leste do município <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Carolina Nunes <strong>de</strong> Oliveira Silva (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina / Ministério<br />

da Saú<strong>de</strong>), Eloiza Helena da Silva Brandão<br />

(Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa<br />

Marcelina / Ministério da Saú<strong>de</strong>), Juliana Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Melo (Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina / Ministério da Saú<strong>de</strong>), Paula Vartui<br />

Eserian (Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da<br />

Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

Santa Marcelina / Ministério da Saú<strong>de</strong>), Suzana<br />

Maria Velloso Dutra (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina / Ministério da Saú<strong>de</strong>),<br />

Julie Silvia Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina).<br />

Introdução: A Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong><br />

da Família é financiada pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> e<br />

vem sendo <strong>de</strong>senvolvida na zona leste do município<br />

<strong>de</strong> São Paulo em parceria com a Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina. Por se multiprofissional,<br />

possibilita a interação <strong>de</strong> várias categorias<br />

profissionais da área da saú<strong>de</strong> a trabalharem em<br />

equipe e <strong>de</strong> um modo particularmente interessante,<br />

pois os resi<strong>de</strong>ntes são inseridos em uma equipe que<br />

<strong>de</strong>senvolve a estratégia Saú<strong>de</strong> da Família. Tal possibilida<strong>de</strong><br />

permite uma visão multifacetada da realida<strong>de</strong>,<br />

on<strong>de</strong> cada categoria profissional, revela a realida<strong>de</strong><br />

sobre seu prisma, e este conjunto <strong>de</strong> saberes, trabalhados<br />

em equipe, possibilita múltiplas opções <strong>de</strong> ação.<br />

Em tais circunstâncias, uma equipe formada por 1<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Temas Livres 104<br />

médica, 1 enfermeira, 2 auxiliares <strong>de</strong> enfermagem, 5<br />

Agentes Comunitárias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e 2 resi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

odontologia, 1 <strong>de</strong> nutrição, 1 <strong>de</strong> enfermagem e 1 <strong>de</strong><br />

medicina, a partir do diagnóstico da área propuseram<br />

a realização <strong>de</strong> um mutirão, para envolver o maior<br />

número <strong>de</strong> crianças resi<strong>de</strong>ntes na área, que não freqüentavam<br />

a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma forma regular.<br />

Métodos: Os Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> convidaram<br />

todos os pais ou responsáveis por crianças <strong>de</strong> 0<br />

a 11 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, resi<strong>de</strong>ntes na área <strong>de</strong> atuação da<br />

equipe, a comparecerem juntamente com seus filhos,<br />

em data <strong>de</strong>finida, com horário flexível (entre 9 e 16<br />

horas) em um equipamento social, situado na área <strong>de</strong><br />

atuação da equipe, levando carteira <strong>de</strong> vacina. Os registros<br />

foram realizados em formulários próprios, elaborados<br />

para o evento. Foram coletadas informações<br />

referentes ao estado nutricional (peso e altura), situação<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (risco à cárie, índice <strong>de</strong> máoclusão<br />

e índice <strong>de</strong> alteração gengival) e aspectos da<br />

saú<strong>de</strong> geral da criança, <strong>de</strong> interesse comum da área<br />

médica e <strong>de</strong> enfermagem (verminose, pediculose, escabiose<br />

e situação vacinal). Quando i<strong>de</strong>ntificada alguma<br />

situação <strong>de</strong> risco ou <strong>de</strong> doença instalada, os pais<br />

/ responsáveis receberam orientações <strong>de</strong> acordo com a<br />

situação apresentada e prescrição medicamentosa se o<br />

caso exigisse. No caso <strong>de</strong> vacinação em atraso, os pais<br />

/ responsáveis foram orientados a levar a criança à<br />

UBS para realizar a vacinação. Verificada alguma<br />

situação consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> urgência odontológica, a criança<br />

era encaminhada imediatamente para a UBS. As<br />

crianças classificadas como alto risco foram encaminhadas<br />

para grupo <strong>de</strong> escovação, realizados na unida<strong>de</strong>,<br />

com aplicação <strong>de</strong> flúor (<strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong>)<br />

após o qual teria sua consulta odontológica agendada.<br />

Resultados: Compareceram 69 crianças à ativida<strong>de</strong>.<br />

Entre elas, 51 (75%) foram consi<strong>de</strong>radas eutróficas<br />

em relação ao seu estado nutricional, 7 (10,3%) foram<br />

consi<strong>de</strong>radas em risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>snutrição, 3 (4,4%) com<br />

<strong>de</strong>snutrição leve e 7 (10,3%) com <strong>de</strong>snutrição mo<strong>de</strong>rada<br />

/ severa. Em relação à cárie <strong>de</strong>ntária, 48 (69,6%)<br />

foram consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> baixo risco, 1 (1,4%) <strong>de</strong> médio<br />

risco e 20 (28,9%) <strong>de</strong> alto risco. Em relação à máoclusão<br />

46 (66,7%) foram consi<strong>de</strong>radas com oclusão<br />

normal, 10 (14,5%) com má-oclusão leve e 13<br />

(18,8%) com má-oclusão mo<strong>de</strong>rada / severa.<br />

Conclusão: A ativida<strong>de</strong> foi válida, pois permitiu i-<br />

<strong>de</strong>ntificar situações <strong>de</strong> risco e <strong>de</strong> doença instalada que<br />

po<strong>de</strong>rão receber atenção por parte da equipe multiprofissional<br />

no <strong>de</strong>correr do ano.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos 105<br />

Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

(Atenção Básica / PSF e PACS – Centros <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s – Humanização e Acolhimento)<br />

P038 - Panorama da atenção em saú<strong>de</strong> bucal no<br />

Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Estado <strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong><br />

1995 a 2003, segundo Direção Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e<br />

porte <strong>de</strong> municípios.<br />

Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares (Secretaria Municipal <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo), Roberto A. C. Fernan<strong>de</strong>z (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da <strong>USP</strong>), Tania Izabel B.<br />

Forni, Vla<strong>de</strong>n Vieira (Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo) e Doralice Severo da Cruz (SMS-SP).<br />

Introdução: A Constituição Brasileira <strong>de</strong> 1988 reconhece<br />

como inerente à condição do ser humano o direito<br />

à saú<strong>de</strong> e, portanto, à saú<strong>de</strong> bucal, que é parte<br />

indissociável da saú<strong>de</strong> geral, criando, para a realização<br />

<strong>de</strong>sse direito, o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).<br />

Métodos: Assim, objetivou-se analisar como esse<br />

direito, no que tange à saú<strong>de</strong> bucal, foi realizado no<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo no período <strong>de</strong> 1995 a 2003. Foram<br />

utilizados indicadores obtidos a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />

produção do Sistema <strong>de</strong> Informação Ambulatorial do<br />

SUS, dados informados por 525 municípios em resposta<br />

a questionário encaminhado aos 645 municípios<br />

do estado, analisados segundo porte <strong>de</strong> município e<br />

área <strong>de</strong> abrangência das Direções Regionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Indicadores<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> foram obtidos por meio <strong>de</strong> dados<br />

disponibilizados pelo Centro <strong>de</strong> Vigilância Sanitária<br />

da Secretaria <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong> e dados oficiais <strong>de</strong><br />

pesquisas epi<strong>de</strong>miológicas.<br />

Resultados: Observou-se nesse período uma ampliação<br />

dos procedimentos odontológicos da atenção básica<br />

em relação ao total <strong>de</strong> procedimentos básicos e<br />

um índice médio <strong>de</strong> 0,65 procedimento individual<br />

básico por habitante. Os procedimentos especializados<br />

representaram em média 5,59% do total <strong>de</strong> procedimentos<br />

odontológicos, e um índice <strong>de</strong> 0,038 procedimento<br />

por habitante. Os índices foram mais <strong>de</strong>sfavoráveis<br />

nos municípios e regiões <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

populacional. Segundo dados da pesquisa, aproximadamente<br />

30% dos municípios não universalizaram a<br />

assistência odontológica. A relação cirurgião-<strong>de</strong>ntista<br />

(CD) por habitante variou, do menor para o maior<br />

porte, <strong>de</strong> 1CD:1.003 para 1 CD: 8.548; a média do<br />

estado foi <strong>de</strong> 1CD:3.552 habitantes. 95% da população<br />

têm acesso à água tratada e fluoretada e o índice<br />

CPO-D, aos 12 anos, foi <strong>de</strong> 2,75 em 2002.<br />

Conclusão: Apesar da evolução observada no período,<br />

é necessário ainda um esforço dos três níveis <strong>de</strong><br />

gestão do SUS, com a necessária participação da socieda<strong>de</strong>,<br />

para que o direito constitucional <strong>de</strong> acesso integral<br />

às ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal se efetive<br />

para o conjunto da população resi<strong>de</strong>nte no Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

P042 - Avaliação do conhecimento dos cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

sobre aspectos bioéticos do tratamento<br />

odontológico.<br />

Patrícia Elaine Gonçalves (Programa Pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP), Cléa Adas Saliba<br />

Garbin (Programa Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Araçatuba-UNESP), Artênio José Isper Garbin<br />

(Programa Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva<br />

e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP),<br />

Suzely Adas Saliba Moimaz (Programa<br />

Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social<br />

da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba-UNESP).<br />

Introdução: A relação profissional / paciente e sua<br />

importância para o bom andamento, e sucesso do tratamento<br />

odontológico <strong>de</strong>vem ser refletidas mediante<br />

seus aspectos bioéticos.<br />

Métodos: Nosso estudo teve como objetivo avaliar o<br />

conhecimento dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas (n=163) que<br />

realizam curso <strong>de</strong> especialização na Universida<strong>de</strong><br />

Estadual Paulista – UNESP, sobre esses aspectos.<br />

Resultados: Dentre os pesquisados, 88,1% mencionam<br />

que a <strong>de</strong>cisão do tratamento <strong>de</strong>ve ser realizada<br />

em comum acordo entre o profissional e o paciente,<br />

porém, 26,4% relatam que a participação do paciente<br />

e / ou seu responsável legal na <strong>de</strong>cisão po<strong>de</strong> interferir<br />

<strong>de</strong> maneira negativa. A atuação do profissional quando<br />

o paciente opta por um tratamento menos conveniente,<br />

95,6% tentam convencê-lo <strong>de</strong> que não é a melhor<br />

opção e mu<strong>de</strong> para a melhor, mantendo o mo<strong>de</strong>lo<br />

paternalístico. Foi observado que 20,3% não souberam<br />

relacionar a importância da interação profissional<br />

/ paciente para o tratamento odontológico.<br />

Conclusão: Conclui-se que muitos cirurgiões<strong>de</strong>ntistas<br />

não estão levando em consi<strong>de</strong>ração esses<br />

aspectos bioéticos na prática clínica.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 106<br />

P056 - Desempenho do cirurgião-<strong>de</strong>ntista no programa<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> PAIDÉIA <strong>de</strong> Campinas – SP.<br />

Maria Cristina Silveira Cerávolo (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> O-<br />

dontologia <strong>de</strong> Piracicaba – UNICAMP); Dagmar <strong>de</strong><br />

Paula Queluz (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba<br />

– UNICAMP).<br />

Introdução: O objetivo <strong>de</strong>ste estudo é i<strong>de</strong>ntificar o<br />

<strong>de</strong>sempenho do <strong>de</strong>ntista inserido no programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

PAIDÉIA, engajado na inversão do mo<strong>de</strong>lo assistencial.<br />

Métodos: A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada através <strong>de</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> questionário em 200 <strong>de</strong>ntistas da Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Campinas que integram o programa<br />

PAIDÉIA.<br />

Resultados: Após análise dos resultados observamos<br />

que os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas <strong>de</strong>senvolvem seu trabalho<br />

em 47 distritos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. São 76 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

do sexo feminino e 45 do sexo masculino; na faixa<br />

etária <strong>de</strong> 27 a 67 anos, com tempo <strong>de</strong> trabalho na prefeitura<br />

<strong>de</strong> 6 meses a 42 anos (65% <strong>de</strong> 6 a 15 anos);<br />

com forma <strong>de</strong> contratação por concurso público<br />

(n=109); com jornada <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>: 63 com 20 horas,<br />

10 com 30 horas, 48 com 36 horas; sendo que 109<br />

participam das reuniões <strong>de</strong> equipes multidisciplinares<br />

<strong>de</strong> sua unida<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com periodicida<strong>de</strong><br />

semanal (72%); consi<strong>de</strong>rando a sua participação muito<br />

importante (54%); estabelecendo vínculos com as<br />

famílias cadastradas <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> abrangência<br />

(39%), a equipe trabalhando com critérios <strong>de</strong> risco<br />

para a i<strong>de</strong>ntificação dos indivíduos / famílias mais<br />

vulneráveis (88%); levando em consi<strong>de</strong>ração a classificação<br />

<strong>de</strong> risco para efeito da organização do agendamento<br />

(86%).<br />

Conclusão: Concluímos que a inserção do <strong>de</strong>ntista<br />

no programa PAIDÉIA encontra muitos <strong>de</strong>safios que<br />

<strong>de</strong>verão ser repensados. O novo mo<strong>de</strong>lo assistencial<br />

em todo o Brasil está sendo lapidado e se torna inevitável<br />

que se busque um gran<strong>de</strong> aprofundamento nas<br />

transformações ocorridas na forma <strong>de</strong> se fazer saú<strong>de</strong>.<br />

P058 - Atuação dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas no Programa<br />

Saú<strong>de</strong> da Família na região <strong>de</strong> Piracicaba -<br />

DIR XV.<br />

Tatiana Bueno <strong>de</strong> Toledo (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Piracicaba – UNICAMP), Dagmar <strong>de</strong> Paula Queluz<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Piracicaba – UNI-<br />

CAMP).<br />

Introdução: No século XX, pouco se fez por parte do<br />

governo para que melhorias fossem conquistadas no<br />

setor odontológico. Tal fato, restringiu o tratamento à<br />

minoria da população capaz <strong>de</strong> pagar pelos serviços<br />

privados, <strong>de</strong>monstrando a precarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>de</strong>stinados à odontologia e a <strong>de</strong>ficiência do sistema<br />

público em promover saú<strong>de</strong> bucal à população, fatos<br />

que comprovaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudanças urgentes<br />

no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência odontológica brasileira.<br />

A inclusão <strong>de</strong> Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) ao Programa<br />

Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) em 2001, ampliou o<br />

acesso <strong>de</strong> toda a população à saú<strong>de</strong> pública. Desta<br />

forma, o presente estudo tem por objetivo avaliar a<br />

atuação dos <strong>de</strong>ntistas pertencentes às cida<strong>de</strong>s da região<br />

<strong>de</strong> Piracicaba (DIR XV) que adotaram o Programa<br />

Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), com inclusão das Equipes <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB), como forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocratização<br />

do acesso da população à saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: A coleta <strong>de</strong> dados foi realizada através <strong>de</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> questionário sobre características gerais<br />

das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (ESB) em vinte e seis <strong>de</strong>ntistas<br />

<strong>de</strong> seis cida<strong>de</strong>s pertencentes à região <strong>de</strong> Piracicaba.<br />

Resultados: Após análise dos resultados observamos<br />

que 69,2% eram do sexo feminino e 30,8% do sexo<br />

masculino; com faixa etária <strong>de</strong>: 30,8% com 23-30<br />

anos, 26,9% com 31-39 anos, 38,5% com 40-49 anos<br />

e 3,8% com 50-59 anos; que apenas 6 cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 28<br />

apresentam ESB, sendo que a maioria dos <strong>de</strong>ntistas: é<br />

clínico geral, não realizou curso <strong>de</strong> capacitação, foi<br />

contratado através <strong>de</strong> concurso público, gasta apenas<br />

20% do tempo com ações preventivas, auxiliados por<br />

ACDs e não oferece insumos odontológicos (<strong>de</strong>ntifrícios<br />

e escova <strong>de</strong>ntal) às famílias.<br />

Conclusão: Assim, po<strong>de</strong>-se afirmar que a ESB / PSF<br />

visa transformar o mo<strong>de</strong>lo tradicional, enfatizando o<br />

potencial <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física, mental, social e ambiental<br />

do indivíduo inserido na família, porém falta a capacitação<br />

ainda da maioria dos <strong>de</strong>ntistas que se julgam<br />

atrelados aos problemas do antigo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> assistência,<br />

indicando a <strong>de</strong>manda excessiva como um dos<br />

impedimentos ao bom <strong>de</strong>senvolvimento do principal<br />

foco do PSF: as ações preventivas.<br />

P060 - Representação social do paciente que se<br />

beneficia da interação universida<strong>de</strong> pública e hospitais<br />

gerais<br />

Wanilda Maria Meira Costa Borghi (FOA - UNESP),<br />

Maria Lúcia Marçal Mazza Sun<strong>de</strong>feld (FOA -<br />

UNESP), Nemre Adas Saliba (FOA - UNESP).<br />

Introdução: Os hospitais, públicos ou privados, através<br />

dos serviços <strong>de</strong> urgência, emergência e os seus<br />

ambulatórios, constituem-se em importante porta <strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 107<br />

entrada para o sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Por outro lado, os<br />

aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> transporte terrestre constituem-se em<br />

importante causa <strong>de</strong> morbimortalida<strong>de</strong>. A <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - UNESP - possibilita<br />

ao estudante o atendimento do paciente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o diagnóstico<br />

até a completa execução do plano <strong>de</strong> tratamento<br />

estabelecido. Neste plano, também está incluído<br />

o serviço <strong>de</strong> trauma, ao qual os pacientes po<strong>de</strong>m<br />

ser encaminhados por pronto-socorros da região. A-<br />

lém disso, a FOA funciona como referência para tratamentos<br />

mais complexos.<br />

Métodos: Foram ouvidos em entrevistas abertas, gravadas<br />

e transcritas, 105 pacientes que freqüentavam as<br />

salas <strong>de</strong> espera da Clínica Integrada da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba - FOA – UNESP, no 1o.<br />

semestre <strong>de</strong> 2005. Foi construído o Discurso do Sujeito<br />

Coletivo; a representação do campo que permite a<br />

uma socieda<strong>de</strong> falar como se fosse um só indivíduo.<br />

Resultados: Dos pacientes entrevistados, trinta e três<br />

salientaram a atuação <strong>de</strong> hospitais no encaminhamento<br />

<strong>de</strong> pacientes, tendo discurso semelhante; tanto <strong>de</strong><br />

pessoas atendidas em hospitais <strong>de</strong> Araçatuba (13) que<br />

vieram por necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento emergencial:<br />

“[...] Trombei com uma moto - Eles me procuraram<br />

na Santa Casa. Eu estava aci<strong>de</strong>ntado ... Eles foram lá e<br />

eu nem sabia. Eu nunca tinha andado aqui, então eles<br />

me procuraram e já me encaminharam, também. - [...]<br />

Então eu vim para o trauma e <strong>de</strong>pois disso, eu comecei<br />

tratar normalmente os outros <strong>de</strong>ntes. - Eu estou<br />

sendo bem atendido!” Como encaminhadas por instituições<br />

<strong>de</strong> outras cida<strong>de</strong>s.(20). “Bom, eu estava lá no<br />

postinho da minha cida<strong>de</strong>, Buritama. - Tive um problema<br />

na boca e lá, não solucionaram. - A <strong>de</strong>ntista do<br />

Pronto Socorro <strong>de</strong> Avanhandava, me passou urgente<br />

para cá, porque <strong>de</strong>u traumatismo <strong>de</strong>ntal [...]e lá eles<br />

não têm o aparelho próprio. - Eu procurei a UBS lá <strong>de</strong><br />

Pereira [...] – E o <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> Ilha Solteira me encaminhou<br />

[...] - Para Araçatuba, como a equipe da vacina<br />

da gripe, <strong>de</strong> Lins, que fez o exame da minha boca. -<br />

[...] o <strong>de</strong>ntista do Posto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Guzolândia, - o<br />

centro odontológico lá da minha cida<strong>de</strong>, Ilha Solteira,<br />

– e também eu tive a informação, com uma senhora lá<br />

<strong>de</strong> General Salgado. - [...] Lá em Franca eu tive problema<br />

<strong>de</strong> dor <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte. - É que eu fui atendido no<br />

Pronto Socorro <strong>de</strong> Birigui e eles chamaram o <strong>de</strong>ntista<br />

daqui [...] – Mas eu moro em Penápolis e vim <strong>de</strong> lá<br />

prá cá, prá fazer o tratamento aqui [...] – Lá em Rubiácea,<br />

eu queria arrancar os <strong>de</strong>ntes, aí, a <strong>de</strong>ntista [...]<br />

falou se eu tinha condições <strong>de</strong> pagar ao menos a passagem,<br />

que o tratamento ela garantia, que não pagava<br />

nada aqui [...]- Então eu fui encaminhada <strong>de</strong> Valparaíso,<br />

para cá. [...] - Lá, sempre é falado da Unesp, aqui,<br />

da faculda<strong>de</strong>. [...] – [...] O pessoal me aten<strong>de</strong> muito<br />

bem, então, estou fazendo até hoje!”<br />

Conclusão: Com a análise das falas po<strong>de</strong>-se constatar<br />

que a interação: universida<strong>de</strong> pública e hospitais<br />

gerais é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia pois cidadãos da região pu<strong>de</strong>ram<br />

obter o benefício do ingresso ao tratamento odontológico<br />

oferecido pela FOA que, segundo relato dos<br />

próprios pacientes, além <strong>de</strong> gratuito é <strong>de</strong> altíssima<br />

qualida<strong>de</strong> e forma profissionais adaptados ao mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

P089 - Limites e possibilida<strong>de</strong>s da abordagem familiar:<br />

práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família.<br />

Hel<strong>de</strong>r Inocêncio Paulo <strong>de</strong> Sousa (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Astrid Farinazzo, Edna V. Rodrigues,<br />

Vera Lucia A. Miranda (Associação e Congregação<br />

Santa Catarina),Profa Dra Cynthia An<strong>de</strong>rsen<br />

Sarti (UNIFESP).<br />

Introdução: O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> vigente no país tem<br />

sido centrado prioritariamente na assistência individual<br />

e curativa com ênfase no atendimento hospitalar e<br />

com tecnologia altamente sofisticada, apresentando<br />

dificulda<strong>de</strong>s na resolução efetiva dos problemas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da comunida<strong>de</strong>. Diante <strong>de</strong>sse cenário, surge em<br />

1994, como uma estratégia para a implementação e a<br />

concretização dos princípios do SUS, o Programa <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> da Família (PSF), com o objetivo <strong>de</strong> reestruturar<br />

a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos em Atenção Primária e<br />

<strong>de</strong> ampliar a visão em saú<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada como resultante<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> fatores, incluindo as relações<br />

familiares e sociais que inegavelmente interferem na<br />

saú<strong>de</strong> ou no modo <strong>de</strong> adoecer dos indivíduos. Dessa<br />

forma, o conhecimento e a proximida<strong>de</strong> com as pessoas,<br />

em seu contexto familiar, facilitam a i<strong>de</strong>ntificação<br />

dos problemas a serem enfrentados pelo profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, permitindo uma melhor assistência ao<br />

indivíduo nos diferentes ciclos <strong>de</strong> sua vida. I<strong>de</strong>ntificamos,<br />

então, como problema a ser estudado, a atuação<br />

dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (médicos, enfermeiros<br />

e cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas) no que diz respeito às suas práticas<br />

e o que pensam <strong>de</strong> seu trabalho em abordagem<br />

familiar, no cotidiano das Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS) que implantam o PSF.<br />

Métodos: Foi aplicado um questionário a oito profissionais<br />

inquirindo quanto a sua atuação em abordagem<br />

familiar e a relevância da prática para cada um,<br />

com o intuito <strong>de</strong> investigar suas práticas em seu cotidiano<br />

<strong>de</strong> trabalho e a forma como concebem essas<br />

práticas, problemática que envolve dados <strong>de</strong> natureza<br />

subjetiva, que não po<strong>de</strong>m, portanto, ser quantificados.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 108<br />

Resultados: Obtiveram-se diversas respostas e percebeu-se<br />

a diversida<strong>de</strong> da atuação para cada um dos<br />

profissionais. Isto muitas vezes difere do preconizado<br />

na literatura estudada. De qualquer maneira ficou clara<br />

a postura da dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> operacionalizar tal prática<br />

em serviço e uma das entrevistadas, inclusive,<br />

consi<strong>de</strong>rou <strong>de</strong>snecessária a realização <strong>de</strong> abordagem<br />

familiar na sua prática diária.<br />

Conclusão: Não existe uniformida<strong>de</strong> em relação às<br />

ações no PSF, mas a visão dos entrevistados se explica<br />

<strong>de</strong> diversas or<strong>de</strong>ns, alem da inserção profissional<br />

ou <strong>de</strong> sexo. O Programa não explicita e é pouco claro<br />

em relação ao que se enten<strong>de</strong> por abordagem familiar.<br />

Os profissionais trabalham com sua própria experiência<br />

na dinâmica do serviço, nos horários e na cobrança<br />

<strong>de</strong> atendimento. As exigências do cotidiano distanciam<br />

os profissionais da abordagem familiar.<br />

P096 - A inserção da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal e sua<br />

integração com a Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Maria Aparecida <strong>de</strong> Oliveira (SMS-SP), Elaine Rodrigues<br />

Giusti (PSF / F. Zerbini), Grace V. L. Chan<br />

Rissato (PSF / Unifesp), Walterson M. Prado (PSF /<br />

F. Zerbini), Rosana M. Barbosa (Unifesp).<br />

Introdução: Des<strong>de</strong> o inicio do PSF em São Paulo, a<br />

F.Zerbini além da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família atua<br />

com a chamada equipe ampliada, com saú<strong>de</strong> bucal,<br />

mental e ambulatório <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s. A proposta da<br />

ESB é atuar <strong>de</strong> maneira integrada a ESF. O objetivo<br />

<strong>de</strong>sta pesquisa foi conhecer como a ESF percebe a<br />

inserção da saú<strong>de</strong> bucal e a sua integração e ao mesmo<br />

tempo, como o profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal percebe<br />

sua inserção na equipe.<br />

Métodos: A pesquisa realizada foi <strong>de</strong> natureza qualitativa<br />

com o uso <strong>de</strong> entrevistas semi estruturadas com<br />

membros das equipes previamente <strong>de</strong>finidas nas unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> família on<strong>de</strong> os pesquisadores atuam, sendo<br />

3 unida<strong>de</strong>s na zona norte <strong>de</strong> São Paulo e uma na zona<br />

su<strong>de</strong>ste. A equipe escolhida foi a que está atuando há<br />

mais tempo em conjunto, não <strong>de</strong>vendo ser a equipe <strong>de</strong><br />

atuação do pesquisador. As entrevistas foram gravadas<br />

e transcritas, foi realizado diário <strong>de</strong> campo e revisão<br />

bibliográfica. A pesquisa foi aprovada no comitê<br />

<strong>de</strong> ética da Unifesp e PMSP.<br />

Resultados: Ao analisarmos as categorias concluímos<br />

que existe dificulda<strong>de</strong> no trabalho em equipe<br />

<strong>de</strong>vido a diversos fatores, entre eles a formação acadêmica.<br />

No caso da ESF existe dificulda<strong>de</strong> em integrar<br />

as propostas <strong>de</strong> atenção a saú<strong>de</strong> bucal na comunida<strong>de</strong>.<br />

A própria ESB apresenta dificulda<strong>de</strong> em ampliar<br />

o olhar para além do objeto <strong>de</strong> trabalho em si e<br />

relacioná-lo com o aspecto social e familiar do indivíduo.<br />

A maior ou menor integração das equipes (bucal<br />

e família) ainda <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do papel exercido individualmente<br />

pelos profissionais.<br />

Conclusão: A integração da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

na Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família é um <strong>de</strong>safio e uma<br />

construção constante. A<strong>de</strong>mais se estivéssemos verda<strong>de</strong>iramente<br />

integrados não existiria a diferença <strong>de</strong><br />

nomenclatura e a Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal quando existente<br />

no PSF não seria consi<strong>de</strong>rada "equipe ampliada".<br />

Ou como afirmou uma ACS na entrevista "pra<br />

mim existe saú<strong>de</strong>, não vejo diferença."<br />

P099 - Planejamento para viabilizar ações <strong>de</strong> promoção,<br />

prevenção e tratamento em saú<strong>de</strong> bucal da<br />

população idosa.<br />

Talita Marconi, Andrezza Samaha Rabelo Lucchesi,<br />

Marcela Ferreira Machado, Marcela Maia Fialho<br />

Laia, Regina Maria Raffaele, Prof. ª Ms. Aglair Iglesias<br />

Duran e Prof. º Dr. Arnaldo Pomilio (FO-PUC-<br />

Campinas).<br />

Introdução: A socieda<strong>de</strong> brasileira está imersa em<br />

um claro processo <strong>de</strong> envelhecimento. Os dados do<br />

IBGE (1995) indicam que 10% da população resi<strong>de</strong>nte<br />

no Município <strong>de</strong> Campinas – SP está <strong>de</strong>ntro da faixa<br />

etária <strong>de</strong> 60 anos ou mais. Esta população <strong>de</strong>ve<br />

merecer, cada vez mais, o interesse dos órgãos públicos,<br />

dos formuladores das políticas sociais e da socieda<strong>de</strong><br />

em geral. Avaliando a atual situação da população<br />

idosa crescente no Município <strong>de</strong> Campinas, os<br />

autores <strong>de</strong>ste projeto sentindo falta do contato com a<br />

Odontogeriatria no Currículo da F.O. PUC-Campinas,<br />

que enfoca o atendimento das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> prevenção,<br />

cuidado e tratamento das diversas estruturas<br />

do Sistema Estomatognático na população idosa, se<br />

interessaram por conhecer a prática da odontologia<br />

geriátrica, adotada pela Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Campinas nos Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do<br />

Distrito Noroeste, no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família,<br />

com o objetivo <strong>de</strong> elaborar um planejamento que viabilize<br />

ações <strong>de</strong> promoção, prevenção e tratamento,<br />

para a população <strong>de</strong> 60 anos ou mais.<br />

Métodos: O estudo é um levantamento das condições<br />

bucais dos pacientes idosos com 60 anos ou mais, e das<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> próteses parciais e / ou totais através <strong>de</strong><br />

um questionário com anamnese e exame clínico, após<br />

participarem <strong>de</strong> palestras e orientações sobre promoção<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Os pacientes foram informados dos objetivos<br />

do trabalho e a sua inclusão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>u do consentimento<br />

prévio, através da assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento,<br />

sendo a pesquisa aprovada pelo Comitê <strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 109<br />

Ética em Pesquisa da PUC-Campinas, com duração <strong>de</strong><br />

dois semestres. Os materiais utilizados durante o exame<br />

clínico foram: o esfignomanômetro e estetoscópio para<br />

aferir a pressão arterial; gaze para segurar a língua e<br />

lábios e espátulas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para afastar tecidos moles.<br />

Os dados foram transcritos no questionário da ficha <strong>de</strong><br />

anamnese e exame clínico.<br />

Resultados: Após a análise dos dados obtidos, pu<strong>de</strong>mos<br />

comparar com os trabalhos levantados na literatura<br />

e também fazer uma projeção da real necessida<strong>de</strong><br />

da população idosa resi<strong>de</strong>nte no Distrito <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Noroeste da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Prefeitura Municipal<br />

<strong>de</strong> Campinas. Em conjunto com a assistência<br />

(atenção, promoção e intervenção) à população idosa<br />

do Centro <strong>de</strong> Apoio São Luis – Casa Amarela, planejamos<br />

e iniciamos atendimento para suprir as atuais<br />

necessida<strong>de</strong>s protéticas da mesma e projetá-la também<br />

para a mesma região, visando proporcionar a esta população<br />

uma melhoria na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e sua reintegração<br />

no meio social.<br />

Conclusão: Após concluída a pesquisa os autores<br />

acreditam ser razoável afirmar que: (1) conheceram a<br />

real situação da população idosa do Centro <strong>de</strong> Apoio<br />

São Luiz e projetaram as necessida<strong>de</strong>s dos idosos do<br />

Distrito <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Noroeste da Secretaria <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da<br />

Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Campinas; (2) levantaram as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> próteses parciais e totais da população<br />

estudada; (3) ofereceram condições para os acadêmicos<br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da PUC-Campinas <strong>de</strong>senvolverem<br />

ativida<strong>de</strong>s assistenciais à população idosa <strong>de</strong><br />

acordo com o mo<strong>de</strong>lo do PSF.<br />

P100 - Cuidados bucais entre os Guarani Mbyá:<br />

um estudo etnográfico com os Guarani da al<strong>de</strong>ia<br />

Boa Vista na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ubatuba- SP.<br />

Maria Aparecida <strong>de</strong> Oliveira (SMS / SP), Carlos Botazzo<br />

(Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> / CCD - SES-SP).<br />

Introdução: Com a mudança no sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos<br />

povos indígenas e a transferência da responsabilida<strong>de</strong><br />

para a Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> / MS observamos<br />

um crescente interesse por parte dos profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s que atuam com essas populações<br />

em conhecer a diversida<strong>de</strong> dos cuidados com a saú<strong>de</strong><br />

e doença. A proposta <strong>de</strong>ste estudo é conhecer e ouvir<br />

dos Guarani quais são seus cuidados com a boca.<br />

Métodos: Para efetuar este estudo foi realizado o trabalho<br />

<strong>de</strong> campo na al<strong>de</strong>ia, utilizando o método etnográfico<br />

com observação participante, convívio com a<br />

comunida<strong>de</strong>, realização <strong>de</strong> entrevistas semiestruturadas<br />

além do diário <strong>de</strong> campo. Durante o período<br />

em que as viagens à al<strong>de</strong>ia foram efetuadas, os<br />

discursos, conversas informais serviram <strong>de</strong> subsídio<br />

para esta investigação.<br />

Resultados: Os Guarani têm entre suas formas <strong>de</strong><br />

atenção a utilização <strong>de</strong> rezas e as "boas palavras" on<strong>de</strong><br />

nesta maneira discursiva os mais velhos aconselham<br />

os mais jovens da comunida<strong>de</strong>. Portanto os "conselhos"<br />

são entre outros modos, uma maneira <strong>de</strong> educar<br />

e cuidar <strong>de</strong> si.<br />

Conclusão: Os resultados obtidos mostram que o<br />

povo guarani não separam os cuidados bucais do corpo.<br />

Utilizam a assistência proposta pela socieda<strong>de</strong><br />

nacional, mas procuram manter sua visão <strong>de</strong> mundo.<br />

A visão <strong>de</strong> mundo que apresentam a importância que<br />

dão à palavra, são dados que qualquer profissional<br />

que pretenda trabalhar e planejar ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com<br />

eficácia, dirigidas a essas populações, precisa conhecer.<br />

P113 - Avaliação do teor <strong>de</strong> sensibilização por treinamento<br />

<strong>de</strong> profissionais da saú<strong>de</strong> para gestão<br />

participativa e humanizante <strong>de</strong> equipes e comunida<strong>de</strong>s:<br />

“ASSIST-SUS, atenção humana para a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida”.<br />

Cristina Ramos da Silva (CIOP-UNESP-Araçatuba),<br />

Renato Salviato fajardo (CIOP-UNESP-Araçatuba,<br />

Adriana Cristina Zavanelli (CIOP-UNESP-<br />

Araçatuba), Daniela Atili Brandini (CIOP-UNESP-<br />

Araçatuba), Mirella Martins Justi (CIOP-UNESP-<br />

Araçatuba), João Henrique Borin Fabrice (CIOP-<br />

UNESP-Araçatuba), Aretusa <strong>de</strong> Paula Rodrigues<br />

(CIOP-UNESP-Araçatuba).<br />

Introdução: O projeto <strong>de</strong> pesquisa visa <strong>de</strong>senvolver<br />

metodologia para sensibilizar profissionais do SUS<br />

para humanização da atenção e <strong>de</strong>scentralização <strong>de</strong><br />

gestão. Para tanto, foi <strong>de</strong>senvolvida uma capacitação<br />

(ASSIST-SUS), feita em três blocos <strong>de</strong> quatro horas<br />

cada. Espera-se com o trabalho, alinhavar-se mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> co-participação ativa dos diversos segmentos envolvidos<br />

nas ativida<strong>de</strong>s da saú<strong>de</strong>, inserindo a Universida<strong>de</strong><br />

neste processo.<br />

Métodos: Foi constituída a Equipe <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

(ED) e <strong>de</strong>la as Equipes <strong>de</strong> Treinamento (ET),<br />

Equipe <strong>de</strong> Interpretação (EI) e Equipe <strong>de</strong> Apoio (EA),<br />

compostas <strong>de</strong> profissionais e acadêmicos <strong>de</strong> áreas<br />

distintas do saber com conhecimentos em temas da<br />

saú<strong>de</strong>. Estas equipes reuniram-se para interagir com<br />

os textos e pressupostos indicados pelos coor<strong>de</strong>nadores<br />

do projeto, que em constante supervisão e orientação,<br />

produziram a capacitação <strong>de</strong>nominada “Assist-<br />

SUS”. Seu material <strong>de</strong> apoio consistiu <strong>de</strong> apostila,<br />

apresentações didáticas, dinâmicas inter-relacionais e<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 110<br />

correlatos, como instrumentos <strong>de</strong> avaliação com questões<br />

abertas e fechadas, softwares para manipulação<br />

dos dados coletados na pesquisa, contatos com as instituições<br />

parceiras e organização dos diversos passos<br />

para a efetivação do plano <strong>de</strong> trabalho. Consi<strong>de</strong>randose<br />

o envolvimento <strong>de</strong> 109 profissionais do SUS das<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bilac, Lour<strong>de</strong>s, Santópolis do Aguapei,<br />

Piacatu e Gabriel Monteiro para a capacitação com o<br />

“Assist-SUS”, foram <strong>de</strong>senvolvidas as seguintes ativida<strong>de</strong>s:<br />

aplicação do instrumento <strong>de</strong> avaliação, capacitação<br />

com os temas: porquê e para que humanização<br />

na assistência à saú<strong>de</strong>, vínculo profissional / paciente<br />

e sua repercussão na evolução da promoção da saú<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>senvolvimento humano, dinâmicas <strong>de</strong> sensibilização<br />

para ativida<strong>de</strong> grupal e discutiu-se sobre a <strong>de</strong>scentralização<br />

da Gestão. Por fim, houve a re-aplicação do<br />

instrumento <strong>de</strong> avaliação. Após estudo dos dados registrados,<br />

procurou-se analisar o impacto que o conteúdo<br />

do treinamento teria provocado na cognição dos<br />

participantes. Consi<strong>de</strong>ramos as variáveis qualitativas<br />

como sendo as <strong>de</strong> maior representativida<strong>de</strong>, tendo<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência favorável <strong>de</strong> 50%, erro<br />

amostral <strong>de</strong> 3% e nível <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong> 95%. A análise<br />

dos dados foi realizada através do parâmetro estatístico<br />

moda, <strong>de</strong>vido à natureza principal das variáveis<br />

ser quantitativa.<br />

Resultados: Segundo o instrumento <strong>de</strong> avaliação,<br />

po<strong>de</strong>mos observar que a qualificação profissional para<br />

um atendimento humanizado, que se apresentava com<br />

valor <strong>de</strong> 35% antes do treinamento, mostrou um a-<br />

créscimo <strong>de</strong> 7%, totalizando 42%, o que significa que<br />

imediatamente após a capacitação os treinandos se<br />

sentiram mais aptos profissionalmente para um atendimento<br />

humanizado. Quanto à valorização profissional,<br />

após o treinamento, o participante se sentiu bem<br />

valorizado. Quanto à importância da relação Profissional–Usuário<br />

no sucesso do tratamento, antes do<br />

treinamento 59% dos profissionais acharam que tinha<br />

gran<strong>de</strong> importância e após o treinamento houve um<br />

acréscimo <strong>de</strong> 18%.<br />

Conclusão: As respostas elencadas antes e após a<br />

capacitação do Assist-SUS <strong>de</strong>monstram a revisão <strong>de</strong><br />

valores dos participantes com a influência da metodologia<br />

favorável a um atendimento mais humanizado.<br />

P121 - Vítimas <strong>de</strong> violência doméstica: o que se<br />

espera do profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?<br />

Ana Paula Dossi (FO Araçatuba - UNESP); Orlando<br />

Saliba (FO Araçatuba - UNESP); Cléa Adas Saliba<br />

Garbin; Artênio José Isper Garbin (FO Araçatuba -<br />

UNESP).<br />

Introdução: As agressões domésticas contra mulheres,<br />

especialmente as físicas po<strong>de</strong>m ser diagnosticadas<br />

pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, já que suas conseqüências<br />

são evi<strong>de</strong>ntes. No entanto, esta i<strong>de</strong>ntificação geralmente<br />

é negligenciada, mesmo quando relatada<br />

explicitamente, motivo pelo qual a mulher sente-se<br />

<strong>de</strong>samparada e muitas vezes <strong>de</strong>siste <strong>de</strong> procurar auxílio.<br />

Foi objetivo <strong>de</strong>ste estudo verificar se mulheres<br />

agredidas fisicamente procuraram por atendimento <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> após a violência; qual o perfil das vítimas quanto<br />

à ida<strong>de</strong>, escolarida<strong>de</strong>, ocupação; e a opinião <strong>de</strong>las<br />

sobre a postura que <strong>de</strong>vem assumir os profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> durante o atendimento.<br />

Métodos: O projeto foi aprovado pelo Comitê <strong>de</strong> Ética<br />

em Pesquisa da FOA-UNESP, sob o processo n°<br />

2005/0186. O estudo foi realizado na Delegacia <strong>de</strong><br />

Defesa da Mulher <strong>de</strong> Araçatuba-SP, com as usuárias<br />

que se apresentaram para registrar ocorrência referente<br />

à lesão corporal no período <strong>de</strong> 02 a 13 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />

<strong>2006</strong>. Foram feitas entrevistas semi-estruturadas com<br />

10 mulheres, após consentimento livre e esclarecido<br />

das mesmas.<br />

Resultados: Foram entrevistadas 10 mulheres, sendo<br />

4 na faixa etária <strong>de</strong> 15-25 anos, 4 entre 25 e 35 anos e<br />

2 com mais <strong>de</strong> 55 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Quanto à escolarida<strong>de</strong>,<br />

1 não completou o ensino básico, 6 não terminaram<br />

o fundamental, e apenas 3 concluíram o ensino<br />

médio. Seis estão <strong>de</strong>sempregadas e quatro trabalham<br />

eventualmente. Sete mulheres, mesmo agredidas, não<br />

procuraram o serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, sendo 4 por não consi<strong>de</strong>rarem<br />

o caso grave; 2 porque foram impedidas<br />

pelo agressor e 1 por dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso. Das que<br />

buscaram auxílio, duas optaram pelo médico e uma<br />

pelo farmacêutico. Nove consi<strong>de</strong>ram importante que o<br />

profissional, diante <strong>de</strong> tais casos, oriente-nas a procurar<br />

ajuda policial e uma enten<strong>de</strong> ser este um problema<br />

íntimo, e gostaria <strong>de</strong> ser tratada sem questionamentos.<br />

As mulheres que recorreram ao atendimento médico<br />

relataram ser mal-atendidas e mesmo mencionando a<br />

violência ao profissional, este não se envolveu, se<br />

atendo apenas às lesões.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>mos concluir que a maioria das entrevistadas<br />

é <strong>de</strong> mulheres jovens, com baixo nível <strong>de</strong><br />

escolarida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sempregadas. Quanto ao atendimento<br />

pelo setor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, buscam o serviço, porém gostariam<br />

que o profissional apresentasse uma postura<br />

diferente, mais empenhada em orientá-las, e não somente<br />

em tratar as conseqüências.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 111<br />

P122 - Violência doméstica: qual a responsabilida<strong>de</strong><br />

dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>?<br />

Orlando Saliba (FO Araçatuba-UNESP); Cléa Adas<br />

Saliba Garbin (FO Araçatuba-UNESP); Artênio José<br />

Isper Garbin (FO Araçatuba-UNESP); Ana Paula<br />

Dossi (FO Araçatuba-UNESP).<br />

Introdução: A violência doméstica é reconhecidamente<br />

um problema social e <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, que<br />

cada vez mais vem merecendo atenção <strong>de</strong>sse setor.<br />

Assim, a notificação pelos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é <strong>de</strong><br />

suma importância, já que contribui para o dimensionamento<br />

epi<strong>de</strong>miológico do problema, permitindo, a<br />

partir <strong>de</strong>ssas informações, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas<br />

e ações específicas nesta área. O objetivo <strong>de</strong>ste<br />

trabalho foi verificar a responsabilida<strong>de</strong> do profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> em notificar a violência doméstica<br />

contra crianças, mulheres e idosos e as possíveis implicações<br />

legais e éticas a que estão sujeitos caso não<br />

o façam.<br />

Métodos: Foi realizada ampla pesquisa bibliográfica<br />

na Legislação Civil e Penal brasileira, além dos Códigos<br />

<strong>de</strong> Ética Profissional da Medicina, <strong>Odontologia</strong>,<br />

Enfermagem e Psicologia.<br />

Resultados: No que se refere à legislação civil e penal,<br />

as sanções estão representadas por multas, dispostas<br />

no Estatuto da Criança e Adolescente (Lei<br />

8.069/90 – Art.245), Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03<br />

– Art.57), na Lei 10.778/03 (Art. 5°) que trata da notificação<br />

compulsória pelo profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

qualquer tipo <strong>de</strong> violência contra a mulher, bem como<br />

na Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei<br />

3.688/41 – Art.66), que também é explícita quanto à<br />

obrigatorieda<strong>de</strong> e às punições que po<strong>de</strong>m sofrer os<br />

omissos. As penalida<strong>de</strong>s administrativas estão dispostas<br />

em todos os Códigos <strong>de</strong> Ética analisados e variam<br />

<strong>de</strong> simples advertências verbais até a cassação do<br />

direto <strong>de</strong> exercer a profissão. A obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

comunicação dos casos <strong>de</strong> violência aparece <strong>de</strong><br />

maneira mais explícita nos Códigos <strong>de</strong> Enfermagem e<br />

<strong>de</strong> Psicologia.<br />

Conclusão: Os resultados encontrados nos permitem<br />

concluir que os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> têm o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />

notificar os casos <strong>de</strong> violência doméstica que tiverem<br />

conhecimento, estejam eles envolvendo crianças, idosos<br />

ou mulheres, po<strong>de</strong>ndo inclusive respon<strong>de</strong>r civil,<br />

penal e administrativamente pela omissão.<br />

P123 - Autonomia e consentimento livre e esclarecido:<br />

avaliação no atendimento odontológico <strong>de</strong><br />

crianças especiais.<br />

Cléa Adas Saliba Garbin(Programa <strong>de</strong> pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social FOA-<br />

UNESP), Sandra M. H. C. Ávila <strong>de</strong> Aguiar (Fac. O-<br />

dontol. Araçatuba-UNESP), Ana Carolina da Graça<br />

Fagun<strong>de</strong>s (Fac. Odontol. Araçatuba-UNESP), Carolina<br />

Pedrosa Brito (Fac. Odontol. Araçatuba-<br />

UNESP), Marcelle Danelon (Fac. Odontol. Araçatuba-UNESP).<br />

Introdução: O consentimento informado dos pacientes<br />

ou responsáveis legais <strong>de</strong>ve ser respeitado na prática<br />

odontológica, não apenas como uma doutrina<br />

legal, mas como direito moral dos pacientes que gera<br />

obrigações morais para os Cirurgiões Dentistas. A<br />

busca pela humanização dos serviços na odontologia e<br />

a promoção dos direitos dos pacientes <strong>de</strong>ve ser uma<br />

constante na prática odontológica. O objetivo da pesquisa<br />

foi avaliar o consentimento livre e esclarecido<br />

dado pelos pais ou responsáveis <strong>de</strong> pacientes especiais<br />

atendidos no Centro <strong>de</strong> Atendimento Odontológico a<br />

Pacientes Especiais (CAOE) da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Araçatuba-UNESP.<br />

Métodos: Foram utilizados questionários com questões<br />

abertas e <strong>de</strong> múltipla escolha relacionadas ao<br />

tema. Participaram da pesquisa 58 pais ou responsáveis<br />

<strong>de</strong> crianças especiais, com ida<strong>de</strong> que varia <strong>de</strong> 3 a<br />

12 anos, atendidos no CAOE. Cada questionário era<br />

acompanhado <strong>de</strong> um termo <strong>de</strong> consentimento dos participantes<br />

da pesquisa, sendo esta submetida à aprovação<br />

do Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa.<br />

Resultados: De acordo com os resultados obtidos<br />

pu<strong>de</strong>mos constatar que 79% foram informados sobre<br />

o tipo <strong>de</strong> tratamento que seria realizado na criança,<br />

enquanto 21% não tiveram informação sobre o tratamento.<br />

A informação foi consi<strong>de</strong>rada satisfatória por<br />

84% dos responsáveis, sendo que 14% consi<strong>de</strong>raram<br />

insatisfatória e 2% não opinaram. Participaram da<br />

<strong>de</strong>cisão do tratamento odontológico 90% dos responsáveis.<br />

Conclusão: Conclui-se que apesar <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

parcela ter recebido informação sobre o tratamento,<br />

alguns profissionais apresentam comportamento ina<strong>de</strong>quado,<br />

<strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> esclarecer o paciente ou seu<br />

responsável, não permitindo assim que os mesmos<br />

participem da <strong>de</strong>cisão do tratamento.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 112<br />

P124 - A importância do cirurgião <strong>de</strong>ntista no a-<br />

tendimento odontológico para pacientes com indicação<br />

<strong>de</strong> transplante hepático.<br />

Lídia Santarsiere (Conjunto Hospitalar <strong>de</strong> Sorocaba e<br />

Fundação do Desenvolvimento Admnistrativo-<br />

Fundap), Perla Porto Leite Shitara (CHS-Fundap),<br />

Tomio Iwata (CHS-Fundap), Máira Crstina <strong>de</strong> Oliveira<br />

Barros (CHS-Fundap), Juliana <strong>de</strong> Oliveira Lopes<br />

(CHS-Fundap).<br />

Introdução: A eliminação <strong>de</strong> qualquer foco infeccioso,<br />

prevenção <strong>de</strong> hemorragias e manutenção <strong>de</strong> uma<br />

higiene oral satisfatória são alguns dos cuidados especiais<br />

no pré-operatório que <strong>de</strong>vem ser levados em<br />

consi<strong>de</strong>ração quando na elaboração <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong><br />

tratamento odontológico para pacientes hepatopatas.<br />

Devido ao uso <strong>de</strong> terapia imunossupressora após o<br />

transplante do fígado, a manutenção da saú<strong>de</strong> oral e o<br />

tratamento odontológico preventivo e curativo tornam-se<br />

indispensáveis para o sucesso <strong>de</strong>sse tratamento.<br />

Devido a esses e outros fatores, a presença do cirurgião-<strong>de</strong>ntista<br />

inserido na equipe <strong>de</strong> transplante hepático<br />

torna-se indispensável para o sucesso no tratamento<br />

<strong>de</strong>sses pacientes.<br />

Métodos: O levantamento foi realizado no período <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 2003 a outubro <strong>de</strong> 2005 no Conjunto Hospitalar<br />

<strong>de</strong> Sorocaba – CHS, setor <strong>de</strong> odontologia para<br />

pacientes especiais, on<strong>de</strong> foram avaliados 113 pacientes<br />

com doença hepática avançada e que aguardam na<br />

fila para o transplante. Primeiramente, a equipe médica<br />

do Centro <strong>de</strong> Transplante do Hospital Unimed –<br />

Sorocaba avaliava os pacientes candidatos ao transplante<br />

hepático e agilizava posteriormente o encaminhamento<br />

para o setor <strong>de</strong> odontologia do CHS. A avaliação<br />

odontológica compreendia fichas <strong>de</strong> anamnese<br />

caracterizadas com perguntas relacionadas especificamente<br />

com a patologia em questão para que fossem<br />

obtidos dados relevantes a respeito do estado geral <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e história médica completa dos pacientes. Minuciosamente,<br />

exames clínicos intra e extra-oral foram<br />

realizados abrangendo a palpação <strong>de</strong> nódulos<br />

cervicais e submandibulares e inspeção <strong>de</strong> mucosa<br />

jugal, gengivas, palato duro e mole, assoalho bucal,<br />

lábios, língua, tonsilas, rebordo alveolar e <strong>de</strong>ntes. Solicitou-se<br />

radiografias panorâmicas para a coleta dos<br />

dados, visando pesquisa <strong>de</strong> focos infecciosos e anormalida<strong>de</strong>s<br />

patológicas.<br />

Resultados: Foram examinados 77 pacientes do sexo<br />

masculino e 36 do sexo feminino, na faixa etária <strong>de</strong><br />

17 a 69 anos. As causas da instalação da doença hepática<br />

foram: o uso abusivo do etanol, 32,75% pacientes,<br />

a infecção pelo HCV, 41,59%, a cirrose criptogênica,<br />

em 16,82%, a infecção pelo HBV em 4,42%<br />

pacientes e outras causas relacionadas em 4,42%. Tabagismo:<br />

52,21% abandonaram o hábito <strong>de</strong> fumar e<br />

47,79% não apresentaram o vício. Consumo <strong>de</strong> bebidas<br />

alcoólicas: não alcoolistas – 48,67% e observouse<br />

que 51,32% abandonaram o vício. Episódios hemorrágicos<br />

durante a progressão da doença (33 pacientes).<br />

Causas: hemorragia digestiva alta (78,78%),<br />

origem odontológica (18,18%), e outras causas<br />

(18,18%). Higiene oral insatisfatória 84,96%. Índices<br />

satisfatórios <strong>de</strong> higiene oral: 15,04%. Pacientes que<br />

necessitavam <strong>de</strong> tratamento odontológico invasivo,<br />

isto é, cirúrgico, periodontal e restaurador – 77,87%.<br />

Pacientes que requeriam apenas tratamento odontológico<br />

preventivo: 18,58%. Pacientes que não necessitavam<br />

<strong>de</strong> assistência odontológica, 3,53%.<br />

Conclusão: O Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> –<br />

CFO, em 2005, contabilizou 192.122 <strong>de</strong>ntistas inscritos<br />

no Brasil. Levando-se em conta que atualmente o<br />

ministério da saú<strong>de</strong> estima que existam cerca <strong>de</strong> três<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas contaminadas pela hepatite C,<br />

cada cirurgião-<strong>de</strong>ntista tem a possibilida<strong>de</strong> matemática<br />

<strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r 15,61 pacientes infectados. Sabendo-se<br />

que o índice <strong>de</strong> cronicida<strong>de</strong> da hepatite C atinge 85%,<br />

então, cada cirurgião-<strong>de</strong>ntista <strong>de</strong>verá aten<strong>de</strong>r, em média<br />

13,27 pacientes com alterações hepáticas importantes<br />

e que requerem cuidados odontológicos especiais.<br />

Dessa amostragem citada acima (13,27 pacientes),<br />

20 % tem a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar a cirrose hepática<br />

e necessitar <strong>de</strong> transplante hepático. Os dados<br />

citados acima evi<strong>de</strong>nciam que o cirurgião-<strong>de</strong>ntista<br />

<strong>de</strong>ve estar apto para abordar e tratar pacientes hepatopatas<br />

<strong>de</strong> forma eficiente visando eliminar os riscos<br />

que possam comprometer as condutas médicas e conseqüentemente<br />

o quadro clínico dos mesmos. Não é<br />

da alçada do cirurgião-<strong>de</strong>ntista diagnosticar, tampouco<br />

tratar, qualquer manifestação hepática <strong>de</strong> que o<br />

paciente possa ser portador, mas, é importante saber<br />

reconhecer e encaminhar os indivíduos suspeitos para<br />

o médico responsável. Desta forma torna-se indispensável<br />

a presença do cirurgião-<strong>de</strong>ntista no ambiente<br />

hospitalar e equipes <strong>de</strong> transplante hepático.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 113<br />

P135 - Perfil dos agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

que atuam em municípios <strong>de</strong> pequeno porte do<br />

noroeste paulista.<br />

Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Carvalho (Programa <strong>de</strong> Pósgraduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP), Renato<br />

Moreira Arcieri (Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em<br />

<strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP), Suzely Adas Saliba<br />

Moimaz (Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong><br />

Preventiva e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Araçatuba – UNESP), Karina Tonini dos Santos<br />

(Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva<br />

e Social da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba<br />

– UNESP), Daniela Coêlho <strong>de</strong> Lima (Programa <strong>de</strong><br />

Pós-graduação em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP).<br />

Introdução: Os profissionais que compõem o Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) assumem um papel<br />

importante na geração <strong>de</strong> práticas que possibilitam a<br />

melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da população, sendo os<br />

Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ACS) elementos<br />

fundamentais <strong>de</strong>ntro da equipe. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo<br />

foi avaliar o perfil dos ACS que atuam em três<br />

municípios <strong>de</strong> pequeno porte do noroeste paulista.<br />

Métodos: A pesquisa é <strong>de</strong>scritiva e a coleta das informações<br />

foi realizada por meio <strong>de</strong> entrevistas, utilizando<br />

questionário semi-estruturado, com questões abertas e<br />

fechadas.<br />

Resultados: Foram entrevistados vinte e três profissionais,<br />

dos quais vinte e dois do gênero feminino. A<br />

média da renda pessoal é <strong>de</strong> R$ 305,60 e gran<strong>de</strong> parte<br />

dos profissionais, 43,5%, trabalha há menos <strong>de</strong> um<br />

ano no PSF, 39,1% <strong>de</strong> 3 a 4 anos e 17,4% há mais <strong>de</strong><br />

4 anos. Do total, 78,26% nunca haviam trabalhado em<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> antes <strong>de</strong> atuar nesse trabalho e<br />

47,3% não fizeram curso <strong>de</strong> capacitação ou qualquer<br />

outro treinamento. Os ACS são responsáveis por 150<br />

famílias em média, 78,3% trabalham no bairro on<strong>de</strong><br />

resi<strong>de</strong>m e 87% conhecem os usuários <strong>de</strong> suas áreas <strong>de</strong><br />

atuação. A maioria dos profissionais não estão satisfeitos<br />

com o PSF, embora 78,26% sentem-se seguros<br />

para atuar no programa. Os pontos positivos mais<br />

apontados por eles em relação ao trabalho no PSF<br />

foram: po<strong>de</strong>r solucionar os problemas dos usuários e<br />

atuar na prevenção <strong>de</strong> doenças. Já os pontos negativos<br />

mais citados foram: baixos salários e dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar em equipe.<br />

Conclusão: Conclui-se que há falta <strong>de</strong> motivação e<br />

experiência por parte <strong>de</strong>sses profissionais, o que compromete<br />

a qualida<strong>de</strong> da atuação na comunida<strong>de</strong>. Portanto,<br />

há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação, já que são eles<br />

que mantêm o contato estreito com os usuários dos<br />

Sistemas Locais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

P136 - Tratamento Restaurador Atraumático: um<br />

procedimento viável em saú<strong>de</strong> pública.<br />

Daniela Coêlho <strong>de</strong> Lima (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong><br />

<strong>de</strong> Araçatuba – UNESP), Nemre Adas Saliba (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP), Renato<br />

Herman Sundfeld (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong><br />

Araçatuba – UNESP), Karina Tonini dos Santos (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Araçatuba – UNESP).<br />

Introdução: Em muitos países, inclusive no Brasil, a<br />

<strong>Odontologia</strong> convencional tem dificulda<strong>de</strong>s em se<br />

estabelecer, pois além da prevalência da cárie <strong>de</strong>ntária<br />

ser elevada, faltam recursos humanos e financeiros<br />

para a aquisição <strong>de</strong> equipamentos. Buscando solucionar<br />

esses problemas, foi <strong>de</strong>senvolvido um tratamento<br />

simplificado, <strong>de</strong>nominado Tratamento Restaurador<br />

Atraumático (ART). Este trabalho tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expor e discutir os principais aspectos relacionados<br />

com esse método <strong>de</strong> tratamento restaurador, bem como<br />

<strong>de</strong>screver a técnica <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>sse procedimento.<br />

Métodos: Foi realizado um levantamento bibliográfico<br />

sistematizado nas principais bases <strong>de</strong> dados disponíveis,<br />

tais como, BBO, Lilacs e Medline. Os trabalhos<br />

selecionados foram realizados no período <strong>de</strong><br />

1991 a <strong>2006</strong>. Os temas abordados para a seleção dos<br />

artigos científicos foram: tipos <strong>de</strong> materiais preconizados,<br />

tempo <strong>de</strong> acompanhamento clínico, abrangência<br />

social e comparação entre as técnicas convencionais<br />

e a do ART.<br />

Resultados: Foi observado que o ART não aten<strong>de</strong> as<br />

necessida<strong>de</strong>s restauradoras <strong>de</strong> todos os tipos <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s.<br />

A realização da técnica, o treinamento do operador,<br />

a atenção nos <strong>de</strong>talhes do preparo da cavida<strong>de</strong> e<br />

colocação do cimento são <strong>de</strong> suma importância. Nos<br />

estudos analisados, o tempo <strong>de</strong> avaliação clínica varia<br />

<strong>de</strong> seis meses a três anos. Nas pesquisas on<strong>de</strong> o tempo<br />

<strong>de</strong> avaliação foi <strong>de</strong> um ano, o índice <strong>de</strong> sucesso das<br />

restaurações <strong>de</strong> ART, em <strong>de</strong>ntes permanentes com<br />

cavida<strong>de</strong>s tipo classe I, foi <strong>de</strong> aproximadamente 93%.<br />

Já em estudos on<strong>de</strong> esse tempo foi <strong>de</strong> dois e três anos,<br />

os índices <strong>de</strong> sobrevivência das restaurações, variaram<br />

<strong>de</strong> 86% a 93% e 62% a 93%, respectivamente. Com<br />

relação ao material empregado na técnica, os cimentos<br />

ionômero <strong>de</strong> vidro alcançaram bons resultados. Os<br />

resultados <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas pesquisas revelam índices<br />

<strong>de</strong> sucesso semelhantes com o emprego do ART e<br />

restaurações convencionais <strong>de</strong> amálgama. Esse méto-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 114<br />

do possibilita que os acadêmicos e profissionais possam<br />

<strong>de</strong>ixar a clínica e visitar as pessoas em seus próprios<br />

ambientes, como por exemplo, em instituições<br />

para <strong>de</strong>ficientes mentais, vilas em áreas rurais ou economicamente<br />

menos <strong>de</strong>senvolvidas, que <strong>de</strong> outro modo<br />

talvez não tivessem acesso ao tratamento <strong>de</strong>ntário.<br />

Conclusão: O ART é uma alternativa viável para<br />

proporcionar assistência odontológica àqueles grupos<br />

que não a possuem <strong>de</strong> maneira convencional. Contudo,<br />

<strong>de</strong>ve ficar claro que esse tratamento somente é<br />

eficaz quando for indicado <strong>de</strong> maneira correta e se<br />

fizer parte <strong>de</strong> um programa que contemple ações <strong>de</strong><br />

promoção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, buscando o efetivo controle<br />

da doença cárie. Mais pesquisas clínicas, laboratoriais,<br />

comportamentais, e econômicas <strong>de</strong>vem ser realizadas,<br />

buscando o aprimoramento do método.<br />

P137 - Impacto da a<strong>de</strong>quação odontológica na qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida (QV) em pacientes portadores <strong>de</strong><br />

carcinoma espinocelular <strong>de</strong> cabeça e pescoço<br />

(CECP) submetidos à radioterapia.<br />

Claudio Massami Suzuki (Clínica Odontológica Especializada<br />

Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaúna - COEVI-SES), Morettini<br />

MS (COEVI / SES), Snitcovsky I (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong><br />

Medicina DA <strong>USP</strong>), Fe<strong>de</strong>rico MHH (Hospital das<br />

Clínicas-<strong>USP</strong>), Martins L.<br />

Introdução: A radioterapia, associada ou não a quimioterapia,<br />

é usada como tratamento curativo em<br />

CECP. Apresenta, no entanto, efeitos adversos importantes<br />

na cavida<strong>de</strong> oral. O objetivo é mensurar o impacto<br />

das medidas preventivas odontológicas na QV<br />

dos pacientes com CECP submetidos à radioterapia<br />

(RT) e / ou quimioterapia (QT) e correlacionar esses<br />

dados com achados clínicos odontológicos.<br />

Métodos: Após a assinatura do termo <strong>de</strong> consentimento<br />

informado, pacientes portadores <strong>de</strong> CECP e<br />

com indicação <strong>de</strong> RT e / ou QT foram submetidos a<br />

tratamento odontológico. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida foi avaliada<br />

por questionário EORTC-1999, QLQ-C30 mais<br />

QLQ-HN35, validados anteriormente em Português<br />

do Brasil pelo nosso grupo, antes (1 semana) e após (1<br />

semana) a RT.Além disso, foram comparados os índices<br />

<strong>de</strong> placa bacteriana (IP) da OMS e fluxo salivar<br />

(FS) antes (1 semana) e <strong>de</strong>pois do tratamento (1 semana).<br />

Estatística <strong>de</strong> Wilcoxon, com p


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 115<br />

e ir além do diagnóstico da doença, auscultando as<br />

subjetivida<strong>de</strong>s, elementos primordiais para a compreensão<br />

<strong>de</strong> condições objetivas da vida. Essa prática<br />

<strong>de</strong>ve estar voltada para o cotidiano dos serviços, dos<br />

processos <strong>de</strong> trabalho em saú<strong>de</strong> e também dos processos<br />

formativos.<br />

Conclusão: Embora a formação tradicional do odontólogo<br />

já venha passando por algumas transformações,<br />

ainda são necessários esforços para a implantação<br />

<strong>de</strong> práticas relacionadas à humanização <strong>de</strong> suas<br />

ações, em resposta a uma qualificação mais abrangente<br />

e integral para o trabalho em saú<strong>de</strong> nos princípios<br />

do SUS.<br />

P155 - O atendimento odontológico nas unida<strong>de</strong>s<br />

básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da região central <strong>de</strong> São José dos<br />

Campos: a satisfação dos usuários.<br />

Letícia Carvalho Coutinho Costa (<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> O-<br />

dontologia <strong>de</strong> São José dos Campos – UNESP, acadêmica<br />

bolsista FAPESP), Symone Cristina Teixeira<br />

(<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> São José dos Campos<br />

– UNESP).<br />

Introdução: Mesmo com seu sistema local <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

organizado segundo a visão do gestor e das equipes<br />

profissionais que atuam nesta área, sentiu-se a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> buscar a visão do usuário, uma vez que o<br />

sistema foi <strong>de</strong>senvolvido para ele, e on<strong>de</strong> muitas possibilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> melhorias no atendimento se abriram no<br />

sentido não só <strong>de</strong> ampliar o acesso, como também <strong>de</strong><br />

implantar atendimento especializado em várias áreas.<br />

Este trabalho é parte da pesquisa em andamento “O<br />

atendimento odontológico nas Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> do Município <strong>de</strong> São José dos Campos: a satisfação<br />

do usuário”, apoiada pela FAPESP.<br />

Métodos: A população estudada foi constituída por<br />

uma amostra representativa <strong>de</strong> adultos resi<strong>de</strong>ntes na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São José dos Campos-SP, selecionados aleatoriamente<br />

nas quatro Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(UBS) da região central, e que respon<strong>de</strong>ram afirmativamente<br />

à pergunta “Você já procurou o atendimento<br />

do <strong>de</strong>ntista <strong>de</strong> alguma UBS?”. Os participantes foram<br />

entrevistados por meio <strong>de</strong> um questionário estruturado<br />

com perguntas fechadas. As entrevistas foram realizadas<br />

em janeiro <strong>de</strong> <strong>2006</strong>. Os dados coletados foram<br />

lançados no programa Excel 2000, para análise estatística.<br />

Resultados: Dos 38 usuários entrevistados, 44,74%<br />

respon<strong>de</strong>ram que são atendidos quando procuram a-<br />

tendimento odontológico, 21,05% respon<strong>de</strong>ram que<br />

não, 34,21% às vezes ou esperam pelo atendimento.<br />

Quando questionados sobre o grau <strong>de</strong> satisfação com<br />

o <strong>de</strong>ntista, dos que respon<strong>de</strong>ram, 25% se disseram<br />

muito satisfeitos, 54,17% satisfeitos, 7,14% mais ou<br />

menos e 10,71% não satisfeitos. Quando questionados<br />

sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> urgência,<br />

47,37% disseram que já precisaram e 52,63% não.<br />

Dos que precisaram, 11,11% se disseram muito satisfeitos,<br />

55,56% satisfeitos, 5,56% mais ou menos,<br />

5,56% não satisfeitos e 22,22% não foram atendidos.<br />

Quando questionados sobre se já precisaram <strong>de</strong> algum<br />

tratamento que não foi oferecido pelo <strong>de</strong>ntista da<br />

UBS, 75,75% respon<strong>de</strong>ram que sim. Dos que precisaram,<br />

52% relataram necessida<strong>de</strong> endodôntica, 44%<br />

prótese, tratamento periodontal 4%, extração <strong>de</strong> terceiro<br />

molar 4% e disfunção temporomandibular 8%.<br />

Ao serem questionados sobre como resolveram estas<br />

necessida<strong>de</strong>s, dos que respon<strong>de</strong>ram, 45,85% pagaram,<br />

29,17% não conseguiram resolver, 20,83% foram encaminhados<br />

para a <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> S. J.<br />

Campos-UNESP e 4,17% para regional da Associação<br />

Paulista dos Cirurgiões Dentistas.<br />

Conclusão: Embora o usuário encontre alguma dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acesso ao serviço, a satisfação com o profissional,<br />

é gran<strong>de</strong>. As principais queixas dos usuários<br />

são sobre a falta <strong>de</strong> tratamento especializado, principalmente<br />

endodontia. Essa percepção do usuário e sua<br />

manifestação po<strong>de</strong>rão apontar caminhos para melhorar<br />

a prestação dos serviços, diminuindo o <strong>de</strong>scrédito<br />

e aumentando a confiança da população <strong>de</strong> São José<br />

dos Campos.<br />

P163 - Grau <strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> usuários do SUS em<br />

municípios <strong>de</strong> pequeno porte da região noroeste do<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo<br />

Jeidson Antônio Morais Marques (FOA / UNESP –<br />

Araçatuba), Nemre Adas Saliba (FOA / UNESP –<br />

Araçatuba), Suzely Adas Saliba Moimaz (FOA /<br />

UNESP – Araçatuba), Lívia Guimarães Zina (FOA /<br />

UNESP – Araçatuba).<br />

Introdução: A avaliação do grau <strong>de</strong> satisfação dos<br />

usuários do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é um importante indicador<br />

que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado no planejamento das<br />

ações. Esse estudo faz parte das políticas públicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da UNESP-FAPESP, auxiliando na consolidação<br />

do SUS. O objetivo <strong>de</strong>ste estudo foi avaliar o grau<br />

<strong>de</strong> satisfação <strong>de</strong> usuários do SUS <strong>de</strong> municípios <strong>de</strong><br />

pequeno porte do Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Métodos: Foram realizadas 150 entrevistas domiciliares<br />

com os usuários selecionados aleatoriamente, por<br />

meio <strong>de</strong> sorteios das quadras, sendo entrevistados os<br />

chefes <strong>de</strong> família ou cônjugues <strong>de</strong> cada residência.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 116<br />

Resultados: De acordo com os resultados, 63,3%<br />

sabe o significado da palavra SUS. Do total, 89,3%<br />

utiliza o serviço municipal. A respeito do Programa<br />

Saú<strong>de</strong> da Família, 25% sabe seu significado. Em relação<br />

às visitas domiciliares, 78% já recebeu o Agente<br />

Comunitário <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, 7,3% os enfermeiros e 11,3%<br />

médicos, sendo que não foi relatada nenhuma visista<br />

por parte do cirurgião-<strong>de</strong>ntista. Para 63,7% dos sujeitos,<br />

os serviços prestados estão resolvendo as necessida<strong>de</strong>s<br />

da população. Mais da meta<strong>de</strong> (68,6%) afirmou<br />

ter confiança na equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Apenas 2,7% já participou<br />

<strong>de</strong> Conselhos Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Na avaliação<br />

dos serviços <strong>de</strong> odontologia do município, 38%<br />

consi<strong>de</strong>rou bom, sendo que 45,6% nunca utilizou. Em<br />

relação aos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, 57,7% qualificou como<br />

ótimo ou bom, 27,5% como regular e 8,7% como péssimo<br />

ou ruim. Muitos relatos <strong>de</strong>monstraram<br />

<strong>de</strong>srespeito com o cidadão, violação <strong>de</strong> seus direitos e<br />

a carência <strong>de</strong> uma atendimento humanizado por parte<br />

dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: Observou-se que a maioria dos usuários<br />

está satisfeita com os serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> municipais,<br />

entretanto, gran<strong>de</strong> parte nunca utilizou os serviços<br />

odontológicos municipais. Os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

não estão realizando as visitas domiciliares, conforme<br />

os princípios do PSF. O presente estudo i<strong>de</strong>ntificou<br />

aspectos fundamentais que, embora presentes na subjetivida<strong>de</strong>,<br />

não encontram canais <strong>de</strong> expressão, principalmente<br />

no plano concreto das práticas.<br />

P171 - Evolução da implantação da <strong>Odontologia</strong> no<br />

Programa Saú<strong>de</strong> da Família no estado do Paraná.<br />

Cristina Berger Fa<strong>de</strong>l (Programa <strong>de</strong> pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social FOA-UNESP),<br />

Nemre Adas Saliba (Programa <strong>de</strong> pós-graduação em<br />

<strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social / NEPESCO / FOA-<br />

UNESP).<br />

Introdução: O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio para a saú<strong>de</strong> pública<br />

consiste em propor programas <strong>de</strong> intervenção culturalmente<br />

sensíveis e adaptados ao contexto no qual<br />

vivem as populações às quais são <strong>de</strong>stinados. O reconhecimento<br />

da crise do mo<strong>de</strong>lo assistencial predominante<br />

no Brasil, no âmbito da saú<strong>de</strong> coletiva, vem<br />

suscitando a emergência <strong>de</strong> propostas que visam à<br />

transformação do sistema <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

suas práticas. Os anos 90 testemunharam gran<strong>de</strong>s mudanças<br />

nas políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> no Brasil, norteadas pela<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rupturas com as formas <strong>de</strong> organização<br />

do sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que teve seu ápice em 1994,<br />

quando o Ministério da Saú<strong>de</strong> (MS) apresentou o Programa<br />

Saú<strong>de</strong> da Família (PSF) como estratégia para<br />

consolidação do SUS. Infelizmente esse processo <strong>de</strong><br />

reorganização não contemplou naquele momento a<br />

saú<strong>de</strong> bucal. Somente em <strong>de</strong>zembro do ano 2000, por<br />

intermédio da Portaria n. 1.444 do Ministério da Saú<strong>de</strong>,<br />

foi regulamentada a inserção <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal no PSF. Este estudo teve como objetivo analisar<br />

a evolução da <strong>Odontologia</strong> no Programa Saú<strong>de</strong> da<br />

Família no Estado do Paraná, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua implantação<br />

até o presente momento.<br />

Métodos: Para esta análise utilizaram-se as informações<br />

disponíveis no site do Ministério da Saú<strong>de</strong> –<br />

www. s au<strong>de</strong>. p r. g ov. b r / sau<strong>de</strong>bucal / Sau<strong>de</strong>familia,<br />

acessadas em 2002 e <strong>2006</strong>.<br />

Resultados: Até o início do ano 2002, 303 dos 399<br />

municípios do Estado do Paraná haviam implantado o<br />

PSF, sendo que, <strong>de</strong>sses, 136 incorporaram equipes <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal ao programa. Analisando-se os dados<br />

disponíveis até o momento, po<strong>de</strong>mos vislumbrar a<br />

passagem <strong>de</strong>sses números para 365 municípios com<br />

PSF implantado e 275 municípios que contam com<br />

equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal. Analisando-se esta distribuição<br />

segundo o porte <strong>de</strong>mográfico, observa-se que a<br />

a<strong>de</strong>são às equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal praticamente dobrou<br />

em todos os municípios: <strong>de</strong> 93 para 175; <strong>de</strong> 33 para<br />

79; <strong>de</strong> 10 para 21 equipes nos municípios <strong>de</strong> pequeno,<br />

médio e gran<strong>de</strong> porte, respectivamente. Houve também<br />

aumento no número <strong>de</strong> programas (PSF) implantados,<br />

mas não <strong>de</strong> forma significativa.<br />

Conclusão: Apesar das dificulda<strong>de</strong>s para a implantação<br />

do PSF e das equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal, as quais<br />

permeiam todos os estados brasileiros, o Estado do<br />

Paraná vem mantendo-se como multiplicador <strong>de</strong>sta<br />

nova estratégia, principalmente no que se refere ao<br />

âmbito da saú<strong>de</strong> bucal.<br />

P173 - Avaliação do perfil e grau <strong>de</strong> satisfação da<br />

população atendida pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

na estratégia saú<strong>de</strong> da família no município <strong>de</strong><br />

Casto / PR.<br />

Cristina Berger Fa<strong>de</strong>l (Programa <strong>de</strong> pós-graduação<br />

em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social FOA-UNESP),<br />

Júlio César Sandrini (Secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Castro /<br />

PR), Lígia Nadal Zardo (Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Ponta Grossa-UEPG / PR).<br />

Introdução: A Estratégia Saú<strong>de</strong> da Família (ESF)<br />

"propõe uma nova dinâmica para a estruturação dos<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, bem como para a sua relação com a<br />

comunida<strong>de</strong> e entre os diversos níveis <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong><br />

assistencial" (SOUZA, 1999). A assistência <strong>de</strong>ve<br />

ser universal, integral, equânime, contínua e resolutiva.<br />

Ainda, visando finalmente colocar em prática os<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 117<br />

princípios doutrinários e organizacionais do Sistema<br />

Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), esta estratégia tem como fundamentos<br />

importantes a humanização das práticas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, a busca pela satisfação do usuário, o estreitamento<br />

do relacionamento entre profissionais e comunida<strong>de</strong><br />

e o estímulo pelo reconhecimento da saú<strong>de</strong><br />

como um direito <strong>de</strong> cidadania e da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> criar uma oportunida<strong>de</strong> para melhor<br />

conhecer e ouvir a população beneficiada com a<br />

nova estratégia, <strong>de</strong>senvolvendo assim uma importante<br />

ferramenta para avaliação das ações, conduziu-se esta<br />

pesquisa sobre o perfil e grau <strong>de</strong> satisfação da população<br />

atendida pelas equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal (ESB) em<br />

Castro / PR.<br />

Métodos: A metodologia empregada visou estabelecer<br />

o perfil e grau <strong>de</strong> satisfação da população rural<br />

(cálculo amostral) adscrita pelas ESB no município <strong>de</strong><br />

Castro / PR, trinta meses após a implantação da nova<br />

estratégia (período: janeiro <strong>de</strong> 2001 a julho <strong>de</strong> 2003).<br />

Para tanto elaborou-se um questionário semiestruturado,<br />

abordando questões relativas às características<br />

socioeconômicas e culturais do usuário, ao seu<br />

conhecimento e satisfação a respeito das ESB na ESF<br />

e à sua opinião sobre as ações <strong>de</strong>senvolvidas pela e-<br />

quipe. Este instrumento <strong>de</strong> pesquisa foi previamente<br />

validado e aplicado por agentes comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

do município e por acadêmicos <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da<br />

UEPG / PR, todos perfeitamente treinados para a entrevista.<br />

Os dados foram coletados durante os meses<br />

<strong>de</strong> julho e agosto <strong>de</strong> 2003, por intermédio <strong>de</strong> visitas<br />

domiciliares aos usuários cadastrados no programa<br />

(fonte <strong>de</strong> informação: PACS). Fizeram parte da amostra<br />

184 usuários pertencentes a quatro distritos rurais<br />

<strong>de</strong> Castro / PR, escolhidos aleatoriamente, <strong>de</strong> acordo<br />

com a sua disponibilida<strong>de</strong> em participar da pesquisa<br />

(presença no domicílio e / ou interesse em respon<strong>de</strong>r<br />

ao questionário). O difícil acesso a algumas casas<br />

também se constituiu em fator <strong>de</strong> exclusão para o estudo.<br />

Os resultados obtidos através das questões fechadas<br />

foram expressos em tabelas contendo valores<br />

absolutos e relativos. Os dados <strong>de</strong> cunho qualitativo<br />

(“a fala” do usuário) foram transcritos na íntegra.<br />

Resultados: Os resultados mostraram, a maioria dos<br />

entrevistados, mulheres, com baixa renda e pouca<br />

escolarida<strong>de</strong>. Quanto à melhoria no atendimento, a-<br />

pontaram a questão da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar o tratamento<br />

como a principal, ainda que muitos não se<br />

consi<strong>de</strong>rem satisfeitos com o <strong>de</strong>ntista. Vale ressaltar,<br />

que 12% dos usuários, não tinham conhecimento da<br />

presença das ESB.<br />

Conclusão: Po<strong>de</strong>-se concluir que, os anseios do usuário,<br />

ainda remetem às mesmas questões do sistema<br />

tradicional <strong>de</strong> atenção em saú<strong>de</strong> bucal e que, talvez,<br />

<strong>de</strong>vido ao pouco tempo <strong>de</strong> sua inserção, as ESB, ainda<br />

não contemplem todas as ativida<strong>de</strong>s propostas para<br />

este novo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção.<br />

P181 - Prescrição <strong>de</strong> medicamentos em odontologia<br />

durante a gravi<strong>de</strong>z: revista <strong>de</strong> literatura.<br />

Maria Claudia Galbiatti Abreu (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina), Maria Carolina<br />

Ribeiro da Silva (Residência Multiprofissional em<br />

Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina /<br />

<strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina), Julie Silvia Martins (Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina),<br />

Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina), Marcus<br />

Vinícius Diniz Grigoletto (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> Santa Marcelina)<br />

Introdução: A gravi<strong>de</strong>z representa um processo biológico<br />

natural, no qual o organismo da mulher sofre<br />

inúmeras alterações fisiológicas e psicológicas. Muitas<br />

vezes, durante este período, a gestante fica muito<br />

apreensiva em relação ao tratamento odontológico,<br />

com receio <strong>de</strong>ste causar alguma anormalida<strong>de</strong> congênita<br />

ou aborto, principalmente quando são prescritos<br />

ou administrados fármacos durante o tratamento.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o potencial teratogênico e abortivo <strong>de</strong><br />

alguns medicamentos, o cirurgião-<strong>de</strong>ntista <strong>de</strong>ve ter<br />

pleno conhecimento dos efeitos benéficos e in<strong>de</strong>sejáveis<br />

dos fármacos ao receita-los à gestante, garantindo<br />

uma atenção a<strong>de</strong>quada.<br />

Métodos: Consi<strong>de</strong>rando o cuidado que <strong>de</strong>ve ser tomado<br />

no uso ou prescrição <strong>de</strong> medicamentos durante<br />

o período gestacional, o presente trabalho foi conduzido<br />

a partir <strong>de</strong> uma revista à literatura sobre o assunto,<br />

i<strong>de</strong>ntificando os grupos <strong>de</strong> medicamentos mais<br />

utilizados em odontologia, suas indicações e contraindicações<br />

em gestantes.<br />

Resultados: Foi i<strong>de</strong>ntificado que os grupos <strong>de</strong> medicamentos<br />

mais utilizados em odontologia são: anestésicos<br />

locais, antiinflamatórios, analgésicos e antibióticos.<br />

De acordo com a maioria dos autores revistos, o<br />

grupo <strong>de</strong> antibióticos <strong>de</strong> primeira escolha para uso em<br />

gestantes é o grupo das penicilinas. Os antiinflamatórios<br />

<strong>de</strong>vem ser evitados, porém, caso os benefícios<br />

superem os riscos, a escolha <strong>de</strong>veria recair sobre os<br />

corticosterói<strong>de</strong>s em dose única. O analgésico mais<br />

indicado é o paracetamol. Entre os anestésicos, a opção<br />

seria a lidocaína com vasoconstritor. O segundo<br />

trimestre <strong>de</strong>ve ser o período <strong>de</strong> escolha para o tratamento<br />

odontológico.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 118<br />

Conclusão: Mesmo a gravi<strong>de</strong>z sendo uma fase <strong>de</strong><br />

muitas modificações, tanto fisiológicas como psicológicas,<br />

o tratamento odontológico não está contraindicado,<br />

<strong>de</strong>vendo o profissional pon<strong>de</strong>rar a necessida<strong>de</strong><br />

e a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar os procedimentos<br />

durante este período, os cuidados a serem tomados em<br />

cada caso, os riscos e benefícios na utilização dos<br />

medicamentos <strong>de</strong> forma a oferecer um atendimento<br />

seguro para a gestante e o bebê.<br />

P182 - Projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias<br />

<strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> dos pacientes com necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> cuidados domiciliares e seus cuidadores na UBS<br />

A.E. Carvalho.<br />

Maria Carolina Ribeiro da Silva (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Maria<br />

Claudia Galbiatti Abreu (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Paula Andréa<br />

Massa (Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina), José Magno Alves dos Santos (Residência<br />

Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina),<br />

Julie Silvia Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina).<br />

Introdução: O Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família foi<br />

implantado como uma estratégia para reorientar a a-<br />

tenção básica à saú<strong>de</strong>, segundo os princípios e diretrizes<br />

do SUS. Uma das formas <strong>de</strong> realizar o cuidado à<br />

saú<strong>de</strong> da família, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação do programa, é a-<br />

través da assistência domiciliar, que visa melhorar a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida do paciente, seus cuidadores e / ou<br />

familiares por meio da inclusão social, promoção,<br />

preservação e / ou recuperação da saú<strong>de</strong>, capacitação<br />

dos atores envolvidos e disponibilização <strong>de</strong> recursos<br />

necessários.<br />

Métodos: Esse estudo, com o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

estratégias que viabilizem e contribuam para melhorar<br />

a atenção domiciliar, <strong>de</strong>finiu como critério <strong>de</strong> inclusão:<br />

os pacientes se enquadrarem na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cuidados domiciliares da OMS, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> realizarem ativida<strong>de</strong>s básicas da vida diária<br />

(como alimentar-se, vestir-se, tomar banho etc) e residirem<br />

na área cadastrada à equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família<br />

(1) da UBS A.E. Carvalho. Foram excluídos do estudo<br />

aqueles que realizam mais <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> instrumental<br />

da vida diária (como dirigir, telefonar, fazer<br />

compras etc). A proposta foi construída em 3 etapas:<br />

(1) capacitação das Agentes Comunitárias <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

para i<strong>de</strong>ntificação dos indivíduos que preenchem os<br />

requisitos <strong>de</strong> inclusão, elaboração do questionário,<br />

teste do questionário, visitas domiciliares para coleta<br />

<strong>de</strong> dados; (2) análise estatística dos dados e (3) elaboração<br />

e aplicação <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> ação. Ressalta-se<br />

que a proposta, no momento atual, encontra-se em sua<br />

3.ª etapa.<br />

Resultados: De acordo com os critérios propostos, os<br />

Agentes Comunitários <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificaram 15 indivíduos,<br />

porém verificou-se que 3 <strong>de</strong>les não preenchiam<br />

os critério <strong>de</strong> inclusão. A partir dos dados coletados<br />

observou-se que os indivíduos que necessitam<br />

<strong>de</strong> cuidados domiciliares são em sua maioria, do gênero<br />

masculino (58%), e têm alguma fonte <strong>de</strong> renda<br />

(66,7%), sendo que 41,6% são casados e meta<strong>de</strong> é<br />

analfabeto. Em 41% dos casos, a situação atual do<br />

paciente é atribuída a complicações <strong>de</strong> doenças sistêmicas<br />

crônicas como hipertensão e diabetes e 33,3%<br />

<strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral. Entre os<br />

cuidadores, observou-se que a maioria é do gênero<br />

feminino (83,3%), casado (58,3%), não possui outro<br />

emprego (75%) e apenas um recebe por cuidar. A<br />

maior parte mora com o paciente (75%) e tem algum<br />

grau <strong>de</strong> parentesco (91,7%). A <strong>de</strong>dicação ao cuidar é,<br />

em média, realizada por 16 horas / dia e 91,7% relatam<br />

dispor <strong>de</strong> pessoas para fazer revezamento. Práticas<br />

religiosas e realizar visitas são as ativida<strong>de</strong>s mais<br />

freqüentemente realizadas. Doenças sistêmicas são<br />

referidas por 75% dos cuidadores.<br />

Conclusão: O perfil dos indivíduos que necessitam<br />

<strong>de</strong> cuidados domiciliares e <strong>de</strong> seus cuidadores permite<br />

planejar estratégias que possibilitem melhorar a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida <strong>de</strong> ambos, porém salienta-se que é preocupante<br />

entre outras questões a alta incidência <strong>de</strong> alterações<br />

físicas e isolamento social i<strong>de</strong>ntificados entre<br />

os cuidadores, que provavelmente estão relacionadas<br />

à sobrecarga <strong>de</strong> horas dispensadas ao cuidar.<br />

R004 - Proposta <strong>de</strong> protocolo <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> biofilme<br />

para sessões <strong>de</strong> orientação <strong>de</strong> higiene oral no serviço<br />

público.<br />

Marcelo Bonjuani Pagan (SMS-CEO II-Periodontia-<br />

Amparo-SP).<br />

Introdução: Com o aparecimento, no final dos anos<br />

90, do conceito da Medicina Periodontal, os cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

(CDs) estão, <strong>de</strong> certa forma, obrigados a<br />

reverem seus conceitos quanto à qualida<strong>de</strong> das sessões<br />

<strong>de</strong> Orientação <strong>de</strong> Higiene Bucal (OHB) dispensadas<br />

aos seus pacientes. O principal objetivo da OHB<br />

é dar ao paciente capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> promover um controle<br />

do biofilme <strong>de</strong>ntário <strong>de</strong> forma a gerar uma situação <strong>de</strong><br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 119<br />

salubrida<strong>de</strong> gengival e <strong>de</strong>ntária evitando a formação<br />

<strong>de</strong> cavitações no esmalte e controlar o aparecimento e<br />

evolução <strong>de</strong> algumas patologias do tecido mole bucal.<br />

Para ser eficiente, a sessão <strong>de</strong> OHB <strong>de</strong>ve contemplar a<br />

instrução, reeducação e motivação do paciente. Estudos<br />

<strong>de</strong>monstraram que a utilização <strong>de</strong> métodos visuais<br />

no próprio paciente através <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciadores é um<br />

gran<strong>de</strong> motivador do paciente para uma reavaliação<br />

dos métodos <strong>de</strong> higiene por ele adotado antes do tratamento<br />

e para enfatizar a recomendação da utilização<br />

<strong>de</strong> novos métodos <strong>de</strong> higiene se necessário. A aplicação<br />

<strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nciadores po<strong>de</strong> produzir um efeito positivo<br />

na terapia, porém <strong>de</strong>ve ser acompanhada <strong>de</strong> um<br />

registro da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> biofilme encontrado nas<br />

superfícies <strong>de</strong>ntárias <strong>de</strong> cada paciente. Vários índices<br />

foram propostos para o registro e quantificação <strong>de</strong><br />

biofilme <strong>de</strong>ntário. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sses índices tem<br />

uma complexida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>talhamento que os tornam inviáveis<br />

para o uso no serviço público, por exigir gran<strong>de</strong><br />

tempo para a sua execução. Como o objetivo da<br />

OHB nesses serviços é a avaliação da saú<strong>de</strong> bucal e a<br />

motivação do paciente e tendo em vista a otimização<br />

do tempo para uma boa avaliação, optamos pela utilização<br />

do componente placa do Índice <strong>de</strong> Higiene Oral<br />

Simplificado (IOH-S) <strong>de</strong> Greene e Vermillion. Tal<br />

índice avalia as superfícies <strong>de</strong> seis <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> acordo<br />

com a cobertura <strong>de</strong> biofilme a<strong>de</strong>rido sobre cada uma<br />

das superfícies selecionadas.<br />

Métodos: Para o registro do índice IHO-S na sessão<br />

<strong>de</strong> OHB são utilizados evi<strong>de</strong>nciador violeta <strong>de</strong> genciana,<br />

almotolia, espelho clínico nº 5 e espelho (mão ou<br />

pare<strong>de</strong>). A evi<strong>de</strong>nciação po<strong>de</strong> ser executada na pia ou<br />

na ca<strong>de</strong>ira. O paciente faz o bochecho com o evi<strong>de</strong>nciador<br />

e <strong>de</strong>pois com água para retirada do excesso. A<br />

observação do acúmulo <strong>de</strong> biofilme é feita com um<br />

espelho clínico nº 5 e os valores registrados são anotados<br />

em impresso próprio. São avaliadas as faces<br />

Vestibulares dos <strong>de</strong>ntes 16, 11, 26 e 31 e as Linguais<br />

dos 36 e 46, sendo divididas em terços cervical, médio<br />

e oclusal (incisal). Para cada terço evi<strong>de</strong>nciado, é<br />

damos o valor <strong>de</strong> 1 ponto e dividimos o total <strong>de</strong> pontos<br />

pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfícies registradas. É consi<strong>de</strong>rado<br />

índice bom valores entre 0,0 e 0,5.<br />

Resultados: O tempo gasto para o registro do índice<br />

IHO-S é menor e sem perda <strong>de</strong> motivação visual<br />

quando comparado com outros índices <strong>de</strong> biofilme,<br />

simples ou complexos, como o Índice <strong>de</strong> O’Leary ou<br />

o Índice <strong>de</strong> Desempenho da Higiene do Paciente<br />

(DHP) <strong>de</strong> Podshadley e Haley.<br />

Conclusão: O IHO-S é um índice rápido e seguro <strong>de</strong><br />

ser aplicado, po<strong>de</strong>ndo ser rapidamente compreendido<br />

pelo CD. Assim, os pacientes têm a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

receberem as técnicas <strong>de</strong> higiene, os conhecimentos<br />

para uma reeducação e, principalmente, a motivação<br />

necessária para criar um novo hábito <strong>de</strong> higiene bucal.<br />

Importante salientar que o fato <strong>de</strong> serem registrados<br />

dados referentes à apenas 06 <strong>de</strong>ntes não altera a motivação<br />

do paciente. Esse registro tem o objetivo <strong>de</strong><br />

apresentar um parâmetro <strong>de</strong> avaliação para o CD. Portanto,<br />

consi<strong>de</strong>ramos esse índice um excelente protocolo<br />

<strong>de</strong> OHB.<br />

R018 - Aplicações <strong>de</strong> laser V e I.V. em pacientes<br />

imunossuprimidos no serviço público <strong>de</strong> Mogi Mirim.<br />

Anamaria Rímoli, Márcia Bueno <strong>de</strong> Carvalho Maretti,<br />

Marcelo Souto Dante, Nadja Almeida Ayres, Rosemary<br />

Fátima Silva (Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Mogi<br />

Mirim).<br />

Introdução: O laser terapêutico tem uma série <strong>de</strong><br />

indicações, po<strong>de</strong>ndo ser usado isoladamente ou como<br />

coadjuvante <strong>de</strong> outros tratamentos, sempre que se<br />

necessite efeito local, ou ainda quando da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> efeito terapêutico geral. Este trabalho visa apresentar<br />

as indicações do Laser e suas aplicações no serviço<br />

público, buscando uma integração das terapias convencionais<br />

com a laserterapia, no atendimento odontológico<br />

dos pacientes imunossuprimidos.<br />

Métodos: Foram utilizados: laser vermelho com potência<br />

óptica total <strong>de</strong> 50mW, diâmetro do feixe óptico<br />

1,5 mm., <strong>de</strong> doses <strong>de</strong> 2 ou 4 Joules e banda <strong>de</strong> comprimento<br />

<strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 660 + / - 3 nm.; laser infravermelho<br />

com potência óptica total <strong>de</strong> 100 mW,<br />

diâmetro do feixe óptico 1,5 mm, <strong>de</strong> doses <strong>de</strong> 2 ou 4<br />

Joules e bandas <strong>de</strong> comprimento <strong>de</strong> onda <strong>de</strong> 790 + / - 3<br />

nm.<br />

Resultados: Melhor e mais rápida reparação tecidual,<br />

alívio imediato da dor, redução <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma e <strong>de</strong> hiperemia<br />

em curto espaço <strong>de</strong> tempo. Com isso, diminuímos<br />

o uso <strong>de</strong> medicamentos e conseqüentemente os<br />

efeitos colaterais e intermedicamentais nesses pacientes,<br />

tendo aumento da a<strong>de</strong>são e freqüência dos pacientes<br />

ao tratamento.<br />

Conclusão: A indicação da laserterapia e suas aplicações<br />

no serviço público, principalmente em pacientes<br />

imunossuprimidos, é mais uma opção terapêutica efetiva,<br />

rápida e que não apresenta efeitos in<strong>de</strong>sejáveis,<br />

proporcionando assim, benefícios aos pacientes e aos<br />

profissionais.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 120<br />

R029 - Endodontia: estratégias para agilizar o a-<br />

tendimento – experiência <strong>de</strong> Amparo.<br />

Fernanda Barbosa Soukef (<strong>de</strong>ntista do CEO da Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Amparo-SP), Célia Regina Sinkoç<br />

(<strong>de</strong>ntista coor<strong>de</strong>nadora do CEO da Prefeitura<br />

Municipal <strong>de</strong> Amparo-SP).<br />

Introdução: A endodontia no atendimento municipal<br />

<strong>de</strong> Amparo iniciou-se em 1994. Um projeto que, sem<br />

condições <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a todos, priorizava <strong>de</strong>ntes anteriores<br />

e crianças (uma especialista, três horas semanais).<br />

Em 2001, com a implantação das Equipes <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal no PSF, houve também o aumento da carga horária<br />

na especialida<strong>de</strong>, permitindo a ampliação do programa<br />

endodôntico. Aumentou o atendimento em adultos<br />

e o tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes posteriores a partir <strong>de</strong><br />

2002. Estabeleceram-se critérios para o encaminhamento<br />

à especialida<strong>de</strong> e este somente aconteceria após<br />

o término da atenção básica. A lista <strong>de</strong> pacientes a-<br />

guardando endodontia chegou a dois anos. O <strong>de</strong>safio<br />

era diminuir o tempo entre o término da atenção primária<br />

e o início da endodontia para evitar a perda <strong>de</strong>ntária.<br />

Métodos: Em 2003, com dois especialistas (40 horas<br />

semanais), <strong>de</strong>cidiu-se: retriar a lista <strong>de</strong> espera;<br />

estabelecer critérios <strong>de</strong> encaminhamento mais<br />

rigorosos; rever o protocolo <strong>de</strong> atendimento junto aos<br />

colegas da atenção básica; conscientizar os pacientes<br />

sobre faltas às consultas; agendar o paciente<br />

primeiramente para uma pré-consulta com avaliação<br />

radiográfica. Em 2005, houve o cadastramento do<br />

CEO tipo II e a carga horária <strong>de</strong> endodontia passou<br />

para Resultados: 48 horas Houve semanais. uma maior agilida<strong>de</strong> no atendimento;<br />

menor número <strong>de</strong> pacientes faltosos; tempo <strong>de</strong><br />

consulta conforme a dificulda<strong>de</strong> do caso (planejamento<br />

<strong>de</strong> ações); diminuição do tempo <strong>de</strong> espera após o término<br />

da atenção básica (três meses); trabalho com conceito<br />

<strong>de</strong> risco, i<strong>de</strong>ntificando as priorida<strong>de</strong>s; Melhor<br />

controle sobre as referências e contra-referências.<br />

Conclusão: Trabalhar com conceito <strong>de</strong> risco melhora o<br />

planejamento do trabalho assistencial, esclarecendo as priorida<strong>de</strong>s<br />

das atenções básicas (PSF) e secundária (CEO). As<br />

conquistas surgem aos poucos, há um longo caminho a percorrer.<br />

Por exemplo, há falhas nas indicações <strong>de</strong> tratamento<br />

(conforme os critérios estabelecidos), pacientes são encaminhados<br />

diretamente pelo atendimento <strong>de</strong> urgência para a<br />

especialida<strong>de</strong>. Ainda não há consenso sobre o que é um<br />

<strong>de</strong>nte possível <strong>de</strong> ser restaurado no próprio serviço. Apren<strong>de</strong>r<br />

a lidar com as limitações do serviço e construir uma<br />

relação positiva com os colegas do PSF requerem tempo e<br />

vonta<strong>de</strong>. Estabelecer a colaboração entre toda a equipe é<br />

crucial para a obtenção <strong>de</strong> bons resultados.<br />

R032 - Implantação do CEO em Amparo.<br />

Célia Regina Sinkoç, Marcelo Bacci Coimbra (Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Amparo – SP).<br />

Introdução: Amparo possui cerca <strong>de</strong> 66000 habitantes<br />

(2005). O investimento em saú<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> a<br />

21,5% do orçamento próprio. O Município implantou<br />

PSF (Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família) em 1995. As<br />

equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal só entraram em 2001, numa<br />

relação <strong>de</strong> 01 ESB – equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal 40 horas<br />

semanais para cada USF. Algumas especialida<strong>de</strong>s já<br />

vinham sendo ofertadas (ainda que com pouca carga<br />

horária) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994 (endodontia anterior em pacientes<br />

jovens e cirurgia <strong>de</strong> 3os molares). Quando em 2001<br />

(julho) foram implantadas as equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

(ESB) no PSF com a proposta <strong>de</strong> organizar a assistência<br />

ao adulto, surgiu na re<strong>de</strong> municipal a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se reestruturar a atenção secundária em função da<br />

nova <strong>de</strong>manda daquela ocasião – ou seja o adulto.<br />

Métodos: Como em 2005 o município já dispunha <strong>de</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 30 CD e optou-se pelo aumento da carga<br />

horária <strong>de</strong> alguns CD da re<strong>de</strong>. Buscamos então <strong>de</strong>ntro<br />

do próprio grupo a experiência, afinida<strong>de</strong> e especialização<br />

que cada um tinha. Há na re<strong>de</strong> profissionais<br />

especialistas em algumas áreas – 2 endodontistas, 2<br />

periodontistas e um protesista. Na cirurgia e patologia<br />

não há especialistas na re<strong>de</strong>. Entre junho <strong>de</strong> 2001 e<br />

junho <strong>de</strong> 2005 (antes do cadastro do CEO tipo II pelo<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> – MS) o município investiu para<br />

que pu<strong>de</strong>sse ser ofertada a atenção secundária. Como<br />

o investimento em saú<strong>de</strong> já tem sido maior que o proposto<br />

pela Emenda Constitucional nº 29 <strong>de</strong> 2000 (mínimo<br />

15% do orçamento próprio) os aumentos das<br />

ofertas estavam vinculados a novos recursos. Por isso<br />

a habilitação <strong>de</strong>ste serviço como CEO possibilitou a<br />

vinda <strong>de</strong> mais recursos financeiros para o serviço (R$<br />

50.000,00 para a implantação e reforma e mais R$<br />

8.800,00 mensais para custeio).<br />

Resultados: Tomando o ano <strong>de</strong> 2000 como ponto <strong>de</strong><br />

partida (último ano em que houve quase que exclusivamente<br />

o atendimento <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> 0 a 14 anos),<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que <strong>de</strong> lá para cá (2005) tem havido um<br />

incremento nos procedimentos <strong>de</strong> atenção secundária<br />

(códigos 08 e 10) mesmo que pequeno, mas está aumentando.<br />

A seguir, o ano e a percentagem <strong>de</strong> procedimentos<br />

na atenção secundária: 2000 – 10,7%,2001 –<br />

10,5%,2002 – 11,1%, 2003 – 11,5%, 2004 –<br />

12,6%,2005 – 14,5%. Percebemos aumentos expressivos<br />

entre 2004 e 2005 (ano da habilitação do CEO)<br />

nas especialida<strong>de</strong>s: Periodontia <strong>de</strong> 329 procedimentos<br />

em 2004 para 843 procedimentos em 2005. Endodontia<br />

(123 para 268 endodontias concluídas, incluindo<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 121<br />

molares), Cirurgia <strong>de</strong> 247 para 476 <strong>de</strong>ntes inclusos e<br />

semi-inclusos extraídos. A Prótese se manteve constante.<br />

Aumentou também o nº <strong>de</strong> consultas na atenção<br />

secundária: em 2003 – 1923 consultas, em 2004 –<br />

3070 consultas e em 2005 – 3959 consultas. A resolutivida<strong>de</strong><br />

nas especialida<strong>de</strong>s também melhorou se for<br />

levado em conta o nº <strong>de</strong> consultas por TC: em 2004<br />

era 2,4 e em 2005 passou a 2,1, ou seja, mais resolutiva.<br />

Conclusão: Levando-se em conta a histórica falta <strong>de</strong><br />

assistência pela qual o adulto passou em Amparo,<br />

po<strong>de</strong>-se dizer que ele requer procedimentos <strong>de</strong> maior<br />

complexida<strong>de</strong> que a criança. O fato do município <strong>de</strong><br />

Amparo já gastar com saú<strong>de</strong> mais do que o que está<br />

proposto na EC nº 29 <strong>de</strong> 2000, todo novo recurso vai<br />

possibilitar a melhoria dos serviços prestados à população.<br />

Pensando que o SUS em Amparo está inserido<br />

em um contexto <strong>de</strong> constante construção em busca da<br />

integralida<strong>de</strong>, eqüida<strong>de</strong> e universalida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer<br />

que estamos colocando mais alguns tijolos... Por<br />

fim, po<strong>de</strong>mos dizer que a gestão em Amparo trabalha<br />

sempre com base no que o SUS preconiza e a implantação<br />

do CEO favorece mais um princípio do SUS – a<br />

integralida<strong>de</strong>.<br />

R034 - <strong>Odontologia</strong> e aleitamento materno no município<br />

<strong>de</strong> Peruíbe – orientação e estímulo.<br />

Ângela Cristina Nunes Calaça (PMEB Peruíbe), Mariângela<br />

Rodrigues Leal (PMEB Peruíbe).<br />

Introdução: A amamentação é incentivada por ser o<br />

leite materno um alimento completo e imunizante,<br />

além <strong>de</strong> gerar um melhor <strong>de</strong>senvolvimento mental e<br />

maior equilíbrio emocional. O exercício feito durante<br />

a amamentação estimula tanto a parte óssea quanto a<br />

musculatura levando a um crescimento harmonioso da<br />

face. Observada a <strong>de</strong>sinformação das gestantes e puérperes<br />

em relação à odontologia para os bebês e os<br />

benefícios do aleitamento, criou-se o Programa <strong>de</strong><br />

<strong>Odontologia</strong> para bebês <strong>de</strong>ntro do município, <strong>de</strong>senvolvido<br />

junto ao banco <strong>de</strong> leite humano da prefeitura<br />

<strong>de</strong> Peruíbe.<br />

Métodos: Orientação às mães sobre higiene oral e<br />

maus hábitos dos bebês, assim como incentivo ao<br />

aleitamento materno exclusivo até os 6 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>:<br />

na maternida<strong>de</strong> e no retorno para a imunização<br />

com a vacina BCG. Atendimento preventivo e curativo<br />

para crianças até os 3 anos. Distribuição <strong>de</strong> solução<br />

fluorada a partir do nascimento dos primeiros <strong>de</strong>cíduos<br />

até os 3 anos.<br />

Resultados: 100%das mães dos bebês nascidos a<br />

nível hospitalar recebem orientações da odontopediatra<br />

antes <strong>de</strong> terem alta da maternida<strong>de</strong>. 97,75% das<br />

crianças entre os 12 e os 36 meses estão livres <strong>de</strong> cárie.<br />

11% das crianças na mesma ida<strong>de</strong> apresentam<br />

indícios <strong>de</strong> má oclusão. O ceo é <strong>de</strong> 0,1. A procura<br />

pelo serviço oferecida pela odontopediatria aumentou<br />

<strong>de</strong> 138 pacientes em 2001 para 2033 pacientes em<br />

2003. Dados relativos a 2002/2003.<br />

Conclusão: O projeto <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> para bebês é<br />

uma semente plantada a cada nascimento, que vem<br />

obtendo bons frutos quando nota a procura do serviço<br />

não só por pais movidos pela dor <strong>de</strong> seus filhos, mas<br />

por pais que querem esclarecimentos e uma odontologia<br />

preventiva. A primeira consulta odontológica <strong>de</strong>ve<br />

ser antes do nascimento do primeiro <strong>de</strong>cíduo, a fim <strong>de</strong><br />

que os pais possam ser orientados em relação à higiene<br />

e dieta, e aconselhados a levar os filhos ao <strong>de</strong>ntista<br />

assim como levam ao pediatra, a fim <strong>de</strong> acompanhar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>stes na tentativa <strong>de</strong> erradicar a<br />

cárie, prevenir contra as doenças periodontais e a má<br />

oclusão.<br />

R039 - A campanha <strong>de</strong> educação e prevenção do<br />

câncer bucal realizada em 2005. e a implementação<br />

da atenção à saú<strong>de</strong> bucal do idoso em Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes.<br />

José Carlos Alves, Silmara Regina da Silva, Flávia<br />

Chammas (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo - SMS SP – supervisão Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes),<br />

Alexandre Takeshita (SMS SP- Coor<strong>de</strong>nadoria Regional<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Leste);. Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares<br />

(SMS SP – Área Técnica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal).<br />

Introdução: Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes, distrito situado no<br />

extremo-leste da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, com uma população<br />

estimada <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 250.000 habitantes. Sua<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é composta por 12 Unida<strong>de</strong>s Básicas <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, das quais apenas duas contavam com equipes<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família,<br />

além <strong>de</strong> um Cirurgião-Dentista (CD) aten<strong>de</strong>ndo crianças<br />

<strong>de</strong> 7 a 14 anos. Em novembro <strong>de</strong> 2004 a região<br />

passou a contar com 27 CD, o que possibilitou a implementação<br />

das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em conformida<strong>de</strong><br />

com os princípios do SUS, assim como a inserção<br />

da região no projeto Diagnóstico Precoce e Prevenção<br />

do Câncer Bucal durante a Campanha <strong>de</strong> Vacinação<br />

dos Idosos, proposto pela Secretaria Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> em 2005, que serviu como ponto <strong>de</strong> partida<br />

para a implementação rotineira <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal direcionadas a essa população.<br />

Métodos: Em fevereiro <strong>de</strong> 2005 ocorreu uma capacitação<br />

dos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas em semiologia como<br />

preparação não apenas à Campanha <strong>de</strong> Prevenção e<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 122<br />

Diagnóstico Precoce <strong>de</strong> Câncer Bucal, mas também a<br />

implementação da avaliação rotineira <strong>de</strong> tecidos moles<br />

nas ações <strong>de</strong> atenção ao idoso. Essa capacitação<br />

constou <strong>de</strong> 8 horas <strong>de</strong> aula teórica, ministrada por uma<br />

CD da re<strong>de</strong>, especialista em Estomatologia e uma capacitação<br />

prática realizada em março e abril, na qual<br />

foram realizadas triagens <strong>de</strong> pessoas acima <strong>de</strong> 60 anos<br />

em cinco UBS. Na seqüência, ocorreram os exames<br />

durante a Campanha <strong>de</strong> Prevenção e Diagnóstico Precoce<br />

<strong>de</strong> Câncer Bucal associada à Campanha Nacional<br />

<strong>de</strong> Vacinação do Idoso, realizada <strong>de</strong> 25 <strong>de</strong> abril a<br />

06 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2005. Os idosos com alguma suspeita<br />

<strong>de</strong> patologia em tecidos moles foram agendados para<br />

retriagem; para os faltosos foram realizadas duas convocações<br />

para novo agendamento <strong>de</strong> retriagem em<br />

julho e agosto <strong>de</strong> 2005. Na seqüência, efetuou-se visita<br />

domiciliar àqueles que, pelas anotações constantes<br />

da planilha <strong>de</strong> retriagem, apresentaram lesões mais<br />

preocupantes ou encontravam-se acamados. Todos os<br />

idosos triados e retriados tiveram as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

tratamento atendidas.<br />

Resultados: Foram triados 532 idosos nas UBS na<br />

fase <strong>de</strong> capacitação prática; <strong>de</strong>stes, 59 necessitaram <strong>de</strong><br />

algum tipo <strong>de</strong> intervenção em tecidos moles, realizada<br />

com a participação <strong>de</strong> um CD clínico geral e da semiologista;<br />

outras necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento i<strong>de</strong>ntificadas<br />

foram também atendidas. Dos 5376 idosos vacinados<br />

durante a Campanha <strong>de</strong> Vacinação, 2544<br />

(47,32%) foram examinados pelos CD. Destes, 328<br />

(12,89%) foram agendados para retriagem, dos quais<br />

53 % compareceram. Nas duas convocações seguintes<br />

logrou-se o comparecimento <strong>de</strong> mais pessoas, elevando<br />

para 77,74% o número <strong>de</strong> recreados. A cobertura<br />

<strong>de</strong> 47,32% <strong>de</strong> idosos examinados durante a Campanha<br />

<strong>de</strong> Prevenção e Diagnóstico Precoce <strong>de</strong> Câncer Bucal<br />

foi superior a da região leste (32,13%) e <strong>de</strong> todo o<br />

município <strong>de</strong> São Paulo (16,39%)<br />

Conclusão: Esses resultados confirmaram a necessida<strong>de</strong><br />

da atenção em saú<strong>de</strong> bucal a esse grupo etário,<br />

<strong>de</strong> forma rotineira, o que vem sendo realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

então.<br />

R047 - Avaliação <strong>de</strong> risco em escolares no Município<br />

<strong>de</strong> Amparo – SP.<br />

Célia Regina Sinkoç, Marcelo Bacci Coimbra, Sidnei<br />

Piccoli Alves, Antonio Marcos Araújo (Secretaria<br />

Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Amparo – SP).<br />

Introdução: Em 1999, a Resol. SS-39 (16/3) sugeriu<br />

a avaliação <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> todos os matriculados no procedimento<br />

coletivo (PC), objetivando i<strong>de</strong>ntificar os<br />

indivíduos com diferentes riscos da doença. Em 2002,<br />

iniciou-se a avaliação <strong>de</strong> risco em Amparo, utilizando<br />

como base o Documento da Secretaria Estadual <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (SES) “A organização das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

na atenção básica: uma proposta para o SUS São Paulo”.<br />

Alguns instrumentos <strong>de</strong> coletas <strong>de</strong> dados foram<br />

modificados, anualmente, <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s<br />

e sugestões coletadas em reuniões <strong>de</strong> equipe,<br />

objetivando agilizar a coleta <strong>de</strong> dados, porém sem<br />

<strong>de</strong>scaracterizá-los <strong>de</strong> modo que se possa compará-los<br />

com outras avaliações.<br />

Métodos: O Município <strong>de</strong> Amparo possui cerca <strong>de</strong><br />

66.000 habitantes (2005), faz procedimento coletivo<br />

(PC) em escolares <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1990. Atualmente, 13.000<br />

crianças estão matriculadas no programa. A Avaliação<br />

<strong>de</strong> risco é realizada em alunos do ensino infantil e<br />

fundamental <strong>de</strong> todas as escolas da re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong><br />

ensino no Município. A freqüência é anual nos primeiros<br />

meses do ano e na medida do possível, cada<br />

Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) faz os exames nas suas<br />

áreas <strong>de</strong> abrangência. O Exame é realizado em ambiente<br />

externo, luz natural, com espátulas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Usamos os impressos: Apostila <strong>de</strong> orientações, planilha<br />

<strong>de</strong>: avaliação <strong>de</strong> risco (por sala <strong>de</strong> aula), <strong>de</strong> resumo<br />

da avaliação <strong>de</strong> risco (por escola), <strong>de</strong> controle do<br />

Cirurgião Dentista para tratamento dos classificados<br />

em E (cárie aguda) e F (relato <strong>de</strong> dor) e <strong>de</strong> controle<br />

das ações das equipes do PC (por escola) para os classificados<br />

em D (biofilme e gengivite).<br />

Resultados: A digitação <strong>de</strong> todas as planilhas <strong>de</strong><br />

resumo da avaliação i<strong>de</strong>ntifica as escolas com alunos<br />

<strong>de</strong> maior e menor risco <strong>de</strong> cárie. O preenchimento da<br />

planilha <strong>de</strong> controle do Cirurgião Dentista (para os<br />

classificados em E e F) facilita a convocação para<br />

tratamento curativo e levantamento sobre tratamentos<br />

completados e a planilha das ações do PC facilita o<br />

controle da freqüência (dos classificados em D) nas<br />

quatro seções semanais <strong>de</strong> escovação supervisionada e<br />

fluorterapia, se necessário. Os alunos classificados em<br />

A (ausência <strong>de</strong> lesão <strong>de</strong> cárie), B (história <strong>de</strong> <strong>de</strong>nte<br />

restaurado) e C (lesão <strong>de</strong> cárie crônica) são inseridos<br />

nos trabalhos bimestrais pelas equipes do PC (<strong>de</strong> educação<br />

em saú<strong>de</strong> e escovação supervisionada e aplicação<br />

tópica <strong>de</strong> flúor). Em 2005, foram examinados<br />

7723 escolares, classificados em: A: 42,5%, B:<br />

19,6%, C: 7,0%, D: 8,0%, E: 22,3% e F: 0,6% . Os<br />

dados referentes a 2002 a 2005 mostram que o médio<br />

e o alto risco têm diminuído e o baixo risco está aumentando.<br />

A percentagem <strong>de</strong> livres <strong>de</strong> cárie (geral)<br />

também tem aumentado bastante (20,8% em 2003<br />

para 45,4% em 2005). O baixo risco e livres <strong>de</strong> cárie<br />

diminuem com a ida<strong>de</strong>. Para compreen<strong>de</strong>r melhor o<br />

significado <strong>de</strong>stas alterações, há que se fazer um estudo<br />

mais específico para este fim. Um outro aspecto da<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 123<br />

avaliação <strong>de</strong> risco é que as informações coletadas<br />

também po<strong>de</strong>m ser usadas para planejar as ações tanto<br />

no âmbito do PSF quanto para os equipamentos transportáveis<br />

(cálculo <strong>de</strong> nº estimado <strong>de</strong> períodos para<br />

tratar <strong>de</strong>terminada população).<br />

Conclusão: Consi<strong>de</strong>ra-se a importância do planejamento<br />

prévio, através <strong>de</strong> reuniões das equipes, objetivando<br />

a simplificação da execução da avaliação <strong>de</strong><br />

risco, bem como, das ações preventivas ou curativas a<br />

serem executadas anualmente nos escolares da re<strong>de</strong><br />

pública <strong>de</strong> ensino do Município. Os impressos utilizados<br />

po<strong>de</strong>m ser modificados <strong>de</strong> modo a melhorar a<br />

sistemática da coleta <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong> acordo com sugestões,<br />

facilida<strong>de</strong>s, dificulda<strong>de</strong>s, etc. durante a realização<br />

da avaliação Outro ponto importante é que se o<br />

grupo vai fazer sugestões, quem coor<strong>de</strong>na <strong>de</strong>ve estar<br />

aberto a receber estas sugestões e conversar sobre<br />

elas, e em algumas situações acatar as mudanças sugeridas<br />

pelo grupo. É importante mostrar ao grupo o<br />

resultado con<strong>de</strong>nsado do trabalho <strong>de</strong> anos anteriores<br />

(feedback da informação a quem realizou o exame). A<br />

cada ano a equipe se qualifica quando se prepara para<br />

fazer os exames, e se capacita inclusive para aprimorar<br />

a avaliação <strong>de</strong> risco.<br />

R050 - Experiência na prevenção <strong>de</strong> má oclusão<br />

em pré escolares na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> Vinhedo.<br />

Claudia P. D. Santos Mattos (SMS Vinhedo,SP), Zuleika<br />

Milazzo Santos (SMS Vinhedo,SP).<br />

Introdução: A má-oclusão é consi<strong>de</strong>rada pela OMS<br />

como o principal problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> publica <strong>de</strong>pois da<br />

cárie e da doença periodontal. Deve-se buscar alternativas<br />

<strong>de</strong> intervencão simples, <strong>de</strong> fácil aplicação e custo<br />

reduzido que possam ser usadas sempre que um<br />

<strong>de</strong>svio do correto <strong>de</strong>senvolvimento seja diagnosticado<br />

e que atuem num período em que as <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s não<br />

estão totalmente sedimentadas, facilitando a sua correção.<br />

Comprovar a viabilida<strong>de</strong> clínica e econômica<br />

<strong>de</strong> tais procedimentos, no atendimento à população<br />

infantil, foram os <strong>de</strong>safios que nos moveram, motivando-nos<br />

a estabelecer o padrão <strong>de</strong> atenção praticado<br />

hoje na re<strong>de</strong> pública municipal, culminando com a<br />

implantação do Programa <strong>de</strong> Prevenção a Maloclusão.<br />

Métodos: Critérios adotados: ausência <strong>de</strong> cárie ou<br />

com tratamento restaurador completado e ausência <strong>de</strong><br />

hábitos <strong>de</strong>letérios, <strong>de</strong>ntição <strong>de</strong>cídua ou mista em estágio<br />

inicial <strong>de</strong> erupção e autorização do responsável<br />

para a realização do tratamento. Solicitamos ainda,<br />

radiografia panorâmica através <strong>de</strong> um convênio do<br />

município com a PUC Campinas. A Secretaria Municipal<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> fornece meio <strong>de</strong> transporte para o local<br />

do exame radiográfico e seu agendamento é feito pela<br />

assistente social. No Programa <strong>de</strong> Prevenção a Moloclusão<br />

há a participação do serviço <strong>de</strong> fonoaudiologia.<br />

São usados ainda recursos como: mantenedores <strong>de</strong><br />

espaços, planos inclinados, aparelhos móveis, botões<br />

linguais e elásticos e Pista Direta <strong>de</strong> Planas(PDP) A<br />

correção <strong>de</strong> mordidas cruzadas funcionais foi o procedimento<br />

mais executado e nelas as PDP apresentaram<br />

o melhor resultado final no tratamento, tanto pela<br />

eficácia da técnica quanto por exigir menor colaboração<br />

da criança e do responsável. As PDP se baseiam<br />

na substituição temporária do plano oclusal alterado<br />

por um artificial. São platôs <strong>de</strong> resina composta colocadas<br />

sobre a superfície oclusal dos <strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cíduos,<br />

individualmente, <strong>de</strong> forma a modificar a inclinação do<br />

plano oclusal.<br />

Resultados: Durante estes cinco anos foi possível<br />

verificar a viabilida<strong>de</strong> do Programa <strong>de</strong> Prevenção a<br />

Maloclusão com resultados positivos nos tratamentos<br />

efetuados, que po<strong>de</strong>m ser executados pelo CD no a-<br />

tendimento <strong>de</strong> crianças após treinamento nos conhecimentos<br />

<strong>de</strong> ortopedia funcional. T écnicas que não<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da colaboração das crianças e seus responsáveis<br />

apresentaram melhores resultados finais.<br />

Conclusão: Programas <strong>de</strong> prevenção da má oclusão<br />

na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços públicos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, são viáveis<br />

bastando para isso, capacitar os profissionais da re<strong>de</strong><br />

pública, para que haja atuação satisfatória na intervenção<br />

precoce <strong>de</strong> alterações oclusais.<br />

R075 - Grupo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal: otimizando o atendimento<br />

odontológico no CR DST / AIDS Penha.<br />

Priscilla Yumi Nishimura (CR DST / AIDS Penha),<br />

Sonia Cristina Serpico Fernan<strong>de</strong>s (CR DST / AIDS<br />

Penha).<br />

Introdução: A procura pelo tratamento odontológico<br />

nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é crescente. A dificulda<strong>de</strong> em<br />

oferecer atendimento imediato a toda essa <strong>de</strong>manda<br />

levou-nos à reformulação do Grupo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal.<br />

Buscamos, através <strong>de</strong>ssa ação, sistematizar um fluxo<br />

<strong>de</strong> atendimento na unida<strong>de</strong> focando o acolhimento e a<br />

humanização, na medida em que oferecemos informações<br />

em saú<strong>de</strong> que “empon<strong>de</strong>ra” o usuário e invoca<br />

responsabilida<strong>de</strong> perante sua saú<strong>de</strong> bucal.<br />

Métodos: O Grupo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal existe na unida<strong>de</strong><br />

há aproximadamente 5 anos e há 1 ano foi reformulado<br />

<strong>de</strong> forma a aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s da população e<br />

implementar o funcionamento da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Definimos um fluxo <strong>de</strong> atendimento e compartilhamos<br />

com a gerência e toda equipe multidisciplinar.<br />

Assim, todo paciente que é matriculado no CR é ori-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 124<br />

entado a passar pelo grupo antes dar seqüência ao<br />

tratamento odontológico propriamente dito. O grupo<br />

ocorre quinzenalmente e é uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />

o usuário, dirimir dúvidas, diminuir angústias<br />

e incitar um maior comprometimento com o seguimento<br />

do tratamento odontológico. A ativida<strong>de</strong> evolui<br />

<strong>de</strong> forma informal com a participação ativa dos usuários,<br />

que, ao final, se sentem mais seguros e próximos<br />

ao profissional.<br />

Resultados: Infelizmente não coletamos dados para<br />

compilarmos indicadores. Porém, não temos receio<br />

em conjeturar os benefícios adquiridos com a reformulação<br />

da ativida<strong>de</strong>, pois são <strong>de</strong> fácil constatação na<br />

rotina diária do atendimento. Observamos um maior<br />

comprometimento, com diminuição da abstenção e<br />

aumento dos retornos para controle após finalização<br />

do tratamento. Além disso, os retornos reduziram-se<br />

basicamente à realização <strong>de</strong> profilaxia, sendo praticamente<br />

suprimida a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção restauradora<br />

ou cirúrgica. As consultas <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong>correntes<br />

<strong>de</strong> dor espontânea foram reduzidas, permitindo<br />

que o atendimento flua sem intercorrência. O<br />

diálogo com o paciente também ficou facilitado, já<br />

que este já possui um entendimento prévio das doenças<br />

bucais e <strong>de</strong> suas implicações. A agilida<strong>de</strong> do atendimento<br />

do pacientes “antigos” e o comprometimento<br />

dos novos estão permitindo o atendimento <strong>de</strong> uma<br />

gama maior <strong>de</strong> pacientes, praticamente anulando a<br />

<strong>de</strong>manda reprimida.<br />

Conclusão: O Grupo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal é norteado pelos<br />

princípios e diretrizes do SUS e conhecimento<br />

científico, contribuindo para a redução da vulnerabilida<strong>de</strong><br />

da população às doenças bucais. Esta ação busca<br />

a promoção à saú<strong>de</strong>, a garantia dos direitos humanos,<br />

respeitando as diversida<strong>de</strong>s sexual, racial, étnica, social,<br />

econômica e cultural e a melhoria da qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida das pessoas vivendo com HIV / AIDS.<br />

R078 - Cidadania Total – Saú<strong>de</strong> Bucal Especializada.<br />

Patrícia Paulino Pelegrini (Prefeitura da Estância<br />

Turística <strong>de</strong> Embu).<br />

Introdução: Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 80, a política <strong>de</strong> atenção<br />

odontológica do município da Estância Turística<br />

<strong>de</strong> Embu, é direcionada à reorientação e expansão dos<br />

serviços, tanto da atenção básica em saú<strong>de</strong> bucal<br />

quanto das especialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Endodontia, Pacientes<br />

Especiais e Cirurgia Buco-Maxilo-Facial. Com o Programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal do Ministério da Saú<strong>de</strong>, Brasil<br />

Sorri<strong>de</strong>nte, um gran<strong>de</strong> passo foi dado para a ampliação<br />

da oferta <strong>de</strong> atendimento odontológico <strong>de</strong> média<br />

complexida<strong>de</strong> no SUS (Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>), a<br />

criação <strong>de</strong> Centros <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas<br />

(CEO). Em agosto <strong>de</strong> 2005, a implantação da Periodontia<br />

no CEO <strong>de</strong> Embu, para pacientes oriundos da<br />

re<strong>de</strong> básica do SUS, se tornou um marco no Serviço<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da cida<strong>de</strong>.<br />

Métodos: O conceito <strong>de</strong> atendimento à <strong>de</strong>manda com<br />

tratamentos especializados no serviço público não é<br />

novo. A atenção integral à saú<strong>de</strong> começa pela organização<br />

do processo <strong>de</strong> trabalho na re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

juntamente com ações em outros níveis, em um processo<br />

multiprofissional e interdisciplinar. Com a i-<br />

nauguração <strong>de</strong>ste centro especializado foram observados<br />

vários aspectos relacionados a antigos conceitos<br />

do paradigma individualista e também foi possível<br />

implantar novas práticas em relação à saú<strong>de</strong> bucal,<br />

como parte integrante e inseparável da saú<strong>de</strong> geral do<br />

indivíduo. Todo cidadão tem direito ao atendimento<br />

público e gratuito na re<strong>de</strong> pública <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O CEO–<br />

Periodontia teve início após análise prévia da disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> material existente. Várias questões foram<br />

<strong>de</strong>batidas até a <strong>de</strong>cisão dos critérios para inclusão. O<br />

primeiro passo foi elaborar um documento com a<br />

normatização dos critérios <strong>de</strong> referência e contrareferência<br />

dos pacientes i<strong>de</strong>ntificados para tratamento<br />

periodontal especializado. A periodontia praticada é<br />

integralizada do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> abrangência <strong>de</strong> casos<br />

clínicos, ampliando o conjunto <strong>de</strong> ações <strong>de</strong>senvolvidas<br />

para obter maior qualida<strong>de</strong> e resolutivida<strong>de</strong>.<br />

Como primeiro mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção especializada em<br />

pPeriodontia da re<strong>de</strong>, a unida<strong>de</strong> conta com dois profissionais<br />

CD (20h) e um THD (30h) semanais.<br />

Resultados: A idéia inicial <strong>de</strong> que a atenção integral<br />

à saú<strong>de</strong>, objetivo do SUS, é formada pela organização<br />

do processo <strong>de</strong> trabalho na re<strong>de</strong> básica, e neste nível<br />

<strong>de</strong> atenção, necessita esgotar os limites <strong>de</strong> suas possibilida<strong>de</strong>s<br />

dando uma resposta eficaz aos munícipes,<br />

nos leva a reflexão do quanto os paradigmas são difíceis<br />

<strong>de</strong> serem superados. Nossa experiência tem mostrado<br />

que o serviço além <strong>de</strong> ser viável, apesar <strong>de</strong> apresentar-se<br />

<strong>de</strong> forma mo<strong>de</strong>sta, tem atendido com resultados<br />

altamente eficientes aos propósitos iniciais.<br />

Des<strong>de</strong> a sua implantação até o último levantamento<br />

(<strong>de</strong>zembro / 2005) o serviço computou 120 tratamentos<br />

iniciados com 977 ativida<strong>de</strong>s realizadas.<br />

Conclusão: Com isso, o Ministério da Saú<strong>de</strong> rompe<br />

com a lógica <strong>de</strong> que a saú<strong>de</strong> bucal na área pública<br />

<strong>de</strong>va se restringir à atenção básica. Um dos eixos estruturantes<br />

do “Brasil Sorri<strong>de</strong>nte” é a busca ao acesso<br />

universal e a integralida<strong>de</strong> na assistência odontológica.<br />

O amadurecimento do serviço público no Município<br />

da Estância Turística <strong>de</strong> Embu trouxe resultados<br />

positivos em todos os setores, como mostram indica-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 125<br />

dores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, servindo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo para outras cida<strong>de</strong>s.<br />

O ótimo exemplo <strong>de</strong> Embu só confirma que a<br />

saú<strong>de</strong> bucal na área pública não <strong>de</strong>ve se restringir a-<br />

penas à atenção básica, e sim a outras áreas especializadas<br />

da odontologia, como a Periodontia.<br />

R085 - Ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no ambulatório do<br />

Hospital Maternida<strong>de</strong> Interlagos, São Paulo, 2005.<br />

Alessandra Tavares Souza (FO<strong>USP</strong>-FUNDECTO)<br />

Antonio Carlos Frias (FO<strong>USP</strong>).<br />

Introdução: O programa <strong>de</strong> atendimento odontológico<br />

às gestantes foi <strong>de</strong>senvolvido pelo ambulatório do<br />

Hospital Maternida<strong>de</strong> Interlagos com base na observação<br />

das parturientes que relatavam carência <strong>de</strong> conhecimento<br />

em auto-cuidado bucal e a presença <strong>de</strong><br />

agravos bucais e <strong>de</strong>ficiência no acesso ao atendimento<br />

pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> durante o período pré-natal. O<br />

objetivo do programa é oferecer atenção em saú<strong>de</strong><br />

bucal a todas as gestantes inclusive durante o período<br />

<strong>de</strong> internação <strong>de</strong>senvolvendo ações <strong>de</strong> educação em<br />

saú<strong>de</strong> bucal e ações <strong>de</strong> assistência às necessida<strong>de</strong>s<br />

acumuladas tanto em serviços <strong>de</strong> atenção básica como<br />

especializada.<br />

Métodos: Através da observação e análise dos relatórios<br />

<strong>de</strong> produção do ambulatório do Hospital Maternida<strong>de</strong><br />

Interlagos no período <strong>de</strong> janeiro a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2005 <strong>de</strong>screveremos o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> atenção adotado, os<br />

recursos humanos disponíveis e os serviços prestados<br />

às gestantes.<br />

Resultados: No período gestacional, a mulher sofre<br />

alterações orgânicas que associadas à mudança <strong>de</strong><br />

hábitos e dieta que po<strong>de</strong>m levar ao aparecimento <strong>de</strong><br />

problemas <strong>de</strong>ntários como cárie e problemas periodontais.<br />

Das parturientes que a<strong>de</strong>ntraram ao ambulatório<br />

do Hospital Maternida<strong>de</strong> Interlagos, todas participaram<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> bucal.<br />

1.468 foram atendidas no serviço <strong>de</strong> triagem odontológica.<br />

Destas, 263 (17%) eram pacientes <strong>de</strong> baixo<br />

risco, 83% foram classificadas como <strong>de</strong> médio risco,<br />

assim sendo foram encaminhadas para o serviço <strong>de</strong><br />

atenção básica e especializada do mesmo ambulatório.<br />

Os serviços oferecidos no ambulatório são: clínica <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntística, periodontia, endodontia, cirurgia e atendimento<br />

às gestantes internadas. As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

diagnóstico e semiologia são encaminhadas para<br />

FO<strong>USP</strong>, UNISA, e os ambulatórios <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong>s<br />

do SUS.<br />

Conclusão: Para suprir a carência <strong>de</strong> acesso em atenção<br />

básica das parturientes que procuravam o serviço<br />

do hospital, foi <strong>de</strong>senvolvido este programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal com ações <strong>de</strong> educação em saú<strong>de</strong> e assistência<br />

às necessida<strong>de</strong>s, tendo como objetivo a humanização<br />

do atendimento por parte dos profissionais envolvidos<br />

e respeitando os preceitos do SUS <strong>de</strong> integralida<strong>de</strong> e<br />

universalida<strong>de</strong>, suprindo as necessida<strong>de</strong>s em saú<strong>de</strong><br />

bucal visando a melhoria <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />

R091 - Unida<strong>de</strong> Básica <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> A.E. Carvalho e<br />

Centro <strong>de</strong> Educação Infantil Artur Alvim: a intersetorialida<strong>de</strong><br />

como um dos eixos estruturantes da<br />

atenção à saú<strong>de</strong>.<br />

Maria Carolina Ribeiro da Silva (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Maria<br />

Claudia Galbiatti Abreu (Residência Multiprofissional<br />

em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina), Paula Andréa<br />

Massa (Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família<br />

da Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s<br />

Santa Marcelina), José Magno Alves dos Santos (Residência<br />

Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da Família da Casa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina / <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina),<br />

Julie Silvia Martins (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa Marcelina<br />

/ <strong>Faculda<strong>de</strong></strong>s Santa Marcelina).<br />

Introdução: Um dos objetivos da Estratégia Saú<strong>de</strong> da<br />

Família é buscar renovar vínculos <strong>de</strong> coresponsabilida<strong>de</strong><br />

entre os serviços e a população assistida,<br />

uma vez que a responsabilida<strong>de</strong> pela saú<strong>de</strong> transcen<strong>de</strong><br />

o setor saú<strong>de</strong> e implica ações e alianças que<br />

comprometam outros setores institucionais e atores<br />

sociais. A Residência Multiprofissional em Saú<strong>de</strong> da<br />

Família tem, assim, como um <strong>de</strong> seus objetivos, o reconhecimento<br />

da necessida<strong>de</strong> e importância das ações<br />

intersetoriais para melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida da<br />

população. Com este propósito, os resi<strong>de</strong>ntes que atuam<br />

na UBS A.E. Carvalho propuseram uma parceria<br />

com o Centro <strong>de</strong> Educação Infantil (CEI) Artur Alvim,<br />

que aten<strong>de</strong> crianças <strong>de</strong> 0 a 5 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Métodos: A atuação no CEI iniciou-se com um diagnóstico<br />

situacional, realizado em três etapas: 1. Entrevistas<br />

com os responsáveis pelas crianças; 2. Reunião<br />

com funcionários do CEI; 3. Avaliação do crescimento<br />

(peso, altura e cálculo do percentil) e da saú<strong>de</strong> bucal<br />

(risco <strong>de</strong> cárie e tecidos moles). A partir dos dados<br />

levantados, elaborou-se um objetivo geral <strong>de</strong> ação, ou<br />

seja, a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> todos os atores<br />

sociais envolvidos, e cada categoria profissional<br />

elaborou objetivos específicos, estabelecendo os temas<br />

a serem trabalhados. Para cada tema foi <strong>de</strong>terminado<br />

um período <strong>de</strong> ação trimestral, com intervenções<br />

mensais <strong>de</strong> 40 minutos. Na perspectiva trimestral, no<br />

primeiro mês a ação é com os funcionários da institui-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 126<br />

ção; no segundo, com os responsáveis e, no terceiro,<br />

com as crianças. A técnica pedagógica escolhida é a<br />

da problematização, buscado criar condições para as<br />

pessoas tornarem-se críticas, questionadoras e capazes<br />

<strong>de</strong> contribuir para a construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

mais justa e <strong>de</strong>mocrática.<br />

Resultados: O primeiro tema, abordado no período<br />

<strong>de</strong> julho a outubro <strong>de</strong> 2005 foi “Saú<strong>de</strong> Bucal”. Os<br />

encontros com os educadores e com os responsáveis<br />

proporcionaram diversas trocas <strong>de</strong> saberes, esclarecimentos<br />

<strong>de</strong> dúvidas e, acima <strong>de</strong> tudo, o estabelecimento<br />

<strong>de</strong> uma parceria entre estes e os profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, para que as ações tenham continuida<strong>de</strong>. Com<br />

as crianças, além <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educação em<br />

saú<strong>de</strong> bucal, realizou-se orientação <strong>de</strong> higiene, na presença<br />

das educadoras, e tratamento restaurador atraumático<br />

(ART), quando necessário. Na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

outros tratamentos, a criança foi encaminhada para a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. No segundo trimestre o tema abordado<br />

foi “Infecções respiratórias agudas”, com educadores<br />

e pais. A partir da avaliação das ações, foram<br />

realizadas a<strong>de</strong>quações ao planejamento e outros temas<br />

serão <strong>de</strong>senvolvidos durante o ano <strong>de</strong> <strong>2006</strong>, como<br />

“Sexualida<strong>de</strong> e Infância”. As crianças têm sido reavaliadas<br />

trimestralmente e nota-se uma melhora nas<br />

condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> um maior envolvimento<br />

<strong>de</strong> familiares e educadores.<br />

Conclusão: O trabalho intersetorial favorece a efetivação<br />

da promoção da saú<strong>de</strong> e, conseqüentemente, a<br />

melhoria das condições <strong>de</strong> vida e ampliação do exercício<br />

da cidadania. No espaço escolar, estas ações são<br />

<strong>de</strong> extrema importância, pois colaboram com todos os<br />

participantes <strong>de</strong> seu universo: alunos, educadores,<br />

funcionários e responsáveis.<br />

R118 - Lei Estadual 8.342: um instrumento para a<br />

atenção às doenças da boca e da face no Estado <strong>de</strong><br />

Mato Grosso.<br />

Cléa Adas Saliba Garbin (FOA / UNESP); Artênio<br />

José Isper Garbin (FOA / UNESP); Artur Aburad <strong>de</strong><br />

Carvalhosa (Secretária <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mato<br />

Grosso); Fabiano Tonaco Borges (FOA / UNESP e<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso); Fernanda<br />

Vieira Bezerra (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuiabá /<br />

UNIC)<br />

Introdução: A Lei 8.080/90 <strong>de</strong>termina que é da competência<br />

dos estados a elaboração <strong>de</strong> políticas públicas<br />

para garantir a universalida<strong>de</strong> e a integralida<strong>de</strong> da<br />

assistência, como também a <strong>de</strong>scentralização para os<br />

municípios das ações e dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. A Secretaria<br />

<strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mato Grosso elaborou,<br />

por meio da Lei 8.342, a política <strong>de</strong> atenção às doenças<br />

da boca e da face, <strong>de</strong>cretada pela Assembléia Legislativa<br />

e sancionada pelo Governador do Estado no<br />

dia 30 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2005. Com a promulgação da<br />

mesma o Estado <strong>de</strong> Mato Grosso implementou um<br />

sistema <strong>de</strong> atenção que inicia nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, com a retaguarda <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência<br />

e o respaldo do laboratório público <strong>de</strong> anatomiapatológica.<br />

Estas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública propiciam o<br />

diagnóstico precoce das lesões malignas, benignas e<br />

infecciosas intervindo precocemente em indivíduos<br />

com lesões graves, como o câncer <strong>de</strong> boca, diminuindo<br />

os índices <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> gerados por<br />

estas doenças. Este trabalho tem o objetivo <strong>de</strong> divulgar<br />

e discutir junto à comunida<strong>de</strong> científica às ações e<br />

resultados da implantação <strong>de</strong>sta lei <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua criação<br />

até o presente momento.<br />

Métodos: Foi realizado uma análise da lei 8.342 e<br />

feito um levantamento dos resultados da sua implantação,<br />

por meio <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong>scritivo dos laudos<br />

histo-patológicos do laboratório público <strong>de</strong> referência<br />

do estado <strong>de</strong> Mato Grosso.<br />

Resultados: A lei 8.342 é um marco regulatório na<br />

atenção das doenças buco-faciais, pois interioriza os<br />

serviços <strong>de</strong> diagnóstico bucal nas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, com treinamentos dos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas da<br />

re<strong>de</strong> básica <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a implantação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong><br />

referência em diagnóstico para os municípios e a implementação<br />

<strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> anatomia patológica<br />

bucal no laboratório público do estado <strong>de</strong> Mato Grosso.<br />

No primeiro ano <strong>de</strong> funcionamento foram encaminhadas<br />

354 biópsias pelas unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

para o laboratório, das quais 12 casos eram <strong>de</strong> câncer<br />

<strong>de</strong> boca (3,3%) e 14 <strong>de</strong> paracococidioidomicose<br />

(3,9%), lesões essas com alto grau <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e<br />

que po<strong>de</strong>m levar à morte.<br />

Conclusão: Conclui-se que a utilização do projeto lei<br />

para consolidar as políticas públicas tem se mostrado<br />

eficaz no que diz respeito à valida<strong>de</strong>, aplicabilida<strong>de</strong> e<br />

legalida<strong>de</strong> da política implementada, on<strong>de</strong> os primeiros<br />

resultados mostram que houve assimilação dos<br />

municípios quanto à responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar os<br />

exames necessários para o diagnóstico das lesões da<br />

mucosa bucal, num sistema estritamente público.<br />

R127 - Atendimento a pacientes com Dores Orofaciais<br />

e Disfunções <strong>de</strong> ATM (DTM) no serviço público<br />

da Prefeitura <strong>de</strong> Cosmópolis – SP.<br />

Rafael Morais Bersan (C. D. SMS Cosmópolis – SP).<br />

Introdução: As dores orofaciais e as DTM são condições<br />

cada vez mais presentes no cotidiano da popula-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 127<br />

ção. Advinda <strong>de</strong>ntre vários fatores, do <strong>de</strong>sequilíbrio<br />

morfo-funcional músculo-esquelético-<strong>de</strong>ntário, associado<br />

na maioria das vezes a distúrbios <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m e-<br />

mocional. Tendo como base estas condições etiológicas,<br />

e avaliando as condições <strong>de</strong> vida impostas à<br />

gran<strong>de</strong> parte das pessoas, não é difícil perceber que o<br />

número <strong>de</strong> portadores <strong>de</strong> alterações cresce exponencialmente<br />

assim como a busca por tratamento das mesmas.<br />

Métodos: O atendimento é iniciado com uma extensa<br />

anamnese não padronizada que adaptamos a cada caso.<br />

É realizado então o exame clínico, que além da<br />

inspeção intra-oral consta <strong>de</strong> palpação muscular cervico-crânio-facial,<br />

medição <strong>de</strong> abertura da boca, observação<br />

<strong>de</strong> movimentos <strong>de</strong> abertura e fechamento da<br />

boca além <strong>de</strong> seus movimentos excursivos, manipulações<br />

mandibulares, <strong>de</strong>ntre outros. De acordo com a<br />

necessida<strong>de</strong>, e não como protocolo, são requisitados<br />

exames complementares como: radiografias panorâmicas,<br />

radiografias <strong>de</strong> ATM em 3 posições (transcraniana).<br />

Exames estes limitados para o diagnóstico ou<br />

sua complementação. Assim percebe-se a importância<br />

da avaliação clínica em todas as suas instâncias, pois<br />

os exames complementares que realmente ajudariam<br />

como a Ressonância Magnética ou a Tomografia<br />

Computadorizada (como roga a literatura científica),<br />

são extremamente difíceis <strong>de</strong> se conseguir no serviço<br />

público, ainda mais quando são requisitados por um<br />

C. D. Pelo fato das patologias ou alterações trabalhadas<br />

possuírem etiologia multifatorial, é também exigido<br />

um trabalho multidisciplinar que visa a integração<br />

<strong>de</strong> duas ou mais especialida<strong>de</strong>s como: Fonoaudiologia,<br />

Otorrinolaringologia, Neurologia, Fisioterapia,<br />

Psicologia e Psiquiatria.<br />

Resultados: Anteriormente ao início <strong>de</strong>sta modalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atendimento no serviço <strong>de</strong> Cosmópolis, os pacientes<br />

eram encaminhados a serviços <strong>de</strong> referência da<br />

região, o que além <strong>de</strong> dificultar o acesso aos tratamentos,<br />

colaborava com a sobrecarga <strong>de</strong>stas unida<strong>de</strong>s.<br />

Com gran<strong>de</strong> parte dos casos sendo resolvidos <strong>de</strong>ntro<br />

do próprio município, os fatos acima mencionados<br />

foram minimizados e a população dispõe <strong>de</strong> acesso a<br />

este tipo <strong>de</strong> serviço <strong>de</strong> forma mais rápida, fácil e menos<br />

morosa.<br />

Conclusão: Conclui-se <strong>de</strong>sta forma que existe a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se realizar este tipo <strong>de</strong> atendimento nos<br />

Serviços Públicos Municipais, absorvendo uma <strong>de</strong>manda<br />

relativa ao tema cada vez maior e alertando a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> mais Cirurgiões Dentistas<br />

dos serviços públicos para que estes tenham a<br />

condição <strong>de</strong> se não tratar, pelo menos i<strong>de</strong>ntificar e<br />

saber encaminhar <strong>de</strong> forma correta os pacientes com<br />

os problemas em questão. Abrindo também o campo<br />

<strong>de</strong> trabalho do C. D. para áreas ainda pouco exploradas<br />

pelos mesmos.<br />

R143 - Descritivo das ativida<strong>de</strong>s realizadas nos 6<br />

primeiros meses <strong>de</strong> funcionamento do Centro <strong>de</strong><br />

Especialida<strong>de</strong>s Odontológicos (CEO) no município<br />

<strong>de</strong> Santana <strong>de</strong> Parnaíba.<br />

Rosana Lappo (SMS – Santana <strong>de</strong> Parnaíba), Alexandra<br />

Cristina Pitol <strong>de</strong> Lara Basso (SMS – Santana <strong>de</strong><br />

Parnaíba).<br />

Introdução: O município <strong>de</strong> Santana <strong>de</strong> Parnaíba<br />

possui uma população <strong>de</strong> 98.065 habitantes (IBGE –<br />

2005) e conta com 30 cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas distribuídos<br />

em 3 segmentos: preventivo, que atua em todas as<br />

unida<strong>de</strong>s escolares municipais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997; ambulatorial<br />

presente em todas as UBS’s e equipe PSF, que<br />

oferece tratamento completo em ações básicas, sem<br />

restrição <strong>de</strong> faixa etária e especializado. Com a estrutura<br />

<strong>de</strong> atenção básica implantada, foi possível organizar<br />

as especialida<strong>de</strong>s odontológicas, algumas já oferecidas<br />

pelo município <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 como prótese total<br />

e parcial confeccionadas em laboratório próprio, cirurgia<br />

oral menor e pacientes especiais. Com o incentivo<br />

proporcionado pelo Programa Brasil Sorri<strong>de</strong>nte<br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong>, foi possível solicitarmos o<br />

cre<strong>de</strong>nciamento <strong>de</strong> um Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s O-<br />

dontológicos (CEO) tipo I e um Laboratório Regional<br />

<strong>de</strong> Prótese Dentária (LRPD) no ano <strong>de</strong> 2005. Às especialida<strong>de</strong>s<br />

já existentes, foram acrescidas periodontia,<br />

semiologia e distúrbios da articulação têmporo–<br />

mandibular (ATM).<br />

Métodos: Foram os seguintes: contratação <strong>de</strong><br />

especialistas, contratação <strong>de</strong> ACD (Auxiliar <strong>de</strong><br />

Consultório Dentário), aquisição <strong>de</strong> equipamentos e<br />

instrumentais específicos para o atendimento das<br />

especialida<strong>de</strong>s, elaboração <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong><br />

encaminhamento das UBS para o CEO,<br />

estabelecimento <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong> referência e contrareferência,<br />

consulta ao banco <strong>de</strong> dados municipal.<br />

Resultados: Nos seis primeiros meses <strong>de</strong> funcionamento<br />

do Centro <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> Odontológico (CEO)<br />

foram realizados os seguintes procedimentos: 1.125 em<br />

pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais; 644 <strong>de</strong> cirurgia<br />

oral, 517 <strong>de</strong> periodontia, 492 <strong>de</strong> prótese total, 182 <strong>de</strong><br />

endodontia, e 169 placas <strong>de</strong> mordida para distúrbios <strong>de</strong><br />

ATM. Isso representou respectivamente 35%, 21%,<br />

17%, 6%, 6% e 5% do total <strong>de</strong> procedimentos.<br />

Conclusão: A organização das especialida<strong>de</strong>s na<br />

estrutura do CEO e LRPD proporcionou vazão à <strong>de</strong>manda<br />

por especialida<strong>de</strong>s gerada pelo atendimento da<br />

atenção básica nas UBS’s. O monitoramento mensal<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 128<br />

da produção por agrupamento <strong>de</strong> procedimentos,<br />

permite alterações na organização do serviço com<br />

implementação <strong>de</strong> novas ativida<strong>de</strong>s.<br />

R144 - O perfil do ambulatório <strong>de</strong> pacientes com<br />

necessida<strong>de</strong>s especiais do Município <strong>de</strong> Santana <strong>de</strong><br />

Parnaíba.<br />

Simone Augusta Marques Monteaperto (SMS – Santana<br />

<strong>de</strong> Parnaíba), Alexandra Cristina Pitol <strong>de</strong> Lara<br />

Basso (SMS – Santana <strong>de</strong> Parnaíba), Raquel Zaicaner<br />

(SMS – Santana <strong>de</strong> Parnaíba)<br />

Introdução: O município <strong>de</strong> Santana <strong>de</strong> Parnaíba<br />

localiza-se na região metropolitana da Gran<strong>de</strong> São<br />

Paulo e possui 98.056 habitantes (IBGE – 2005). A<br />

saú<strong>de</strong> bucal está organizada no município no segmento<br />

preventivo, ambulatorial e especializado. O ambulatório<br />

<strong>de</strong> pacientes especiais teve início em agosto <strong>de</strong><br />

2004, em resposta à <strong>de</strong>manda existente oriunda dos<br />

Centros <strong>de</strong> Atenção Psicossocial (CAPS) <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Mental: CAPS Infantil, CAPS Adulto e CAPS Álcool<br />

e Drogas; dos pacientes portadores <strong>de</strong> hanseníase,<br />

tuberculose e HIV acompanhados pela Vigilância<br />

Epi<strong>de</strong>miológica municipal e pacientes fóbicos e portadores<br />

<strong>de</strong> doenças crônicas <strong>de</strong>generativas encaminhados<br />

pelos cirurgiões <strong>de</strong>ntistas da re<strong>de</strong>.<br />

Métodos: Foram os seguintes: sensibilização dos profissionais<br />

do Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas<br />

(CEO) para recepção dos pacientes portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais; capacitação da Auxiliar <strong>de</strong> Consultório<br />

Dentário (ACD); elaboração <strong>de</strong> protocolos <strong>de</strong><br />

encaminhamento ao ambulatório <strong>de</strong> pacientes especiais.<br />

e estabelecimento do fluxo <strong>de</strong> referência dos e-<br />

quipamentos / serviços da re<strong>de</strong> ao ambulatório<br />

Resultados: O ambulatório <strong>de</strong> pacientes especiais<br />

cadastrou 372 pacientes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu início e distribuição<br />

<strong>de</strong> acordo com sua origem / patologia da seguinte<br />

maneira: 242 encaminhados pelos CAPS, 92 encaminhados<br />

pela Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica e 38 com<br />

comprometimento sistêmico encaminhados pelos cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas<br />

da atenção básica. Nota-se que 65%<br />

dos pacientes atendidos no Ambulatório <strong>de</strong> Pacientes<br />

Especiais são oriundos dos CAPS, 35% possuem<br />

comprometimento sistêmico e foram encaminhados<br />

pela re<strong>de</strong> básica e 10% são pacientes acompanhados<br />

pela Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica. Ressaltamos que o<br />

atendimento <strong>de</strong> todos os pacientes foi realizado a nível<br />

ambulatorial, não sendo necessária sedação / internação<br />

dos mesmos.<br />

Conclusão: A implantação do ambulatório <strong>de</strong> pacientes<br />

especiais proporcionou integralida<strong>de</strong> nas ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> oferecidas aos pacientes portadores <strong>de</strong> transtornos<br />

mentais, neurológicos, sindrômicos, pacientes<br />

crônicos, fóbicos e com doenças infecto contagiosas<br />

do município <strong>de</strong> Santana <strong>de</strong> Parnaíba, integrando-se<br />

com outros equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> municipal.<br />

R145 - A implementação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal<br />

para pacientes com necessida<strong>de</strong>s especiais em<br />

Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes<br />

José Carlos Alves (Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo - SMS SP – supervisão Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes),<br />

Ediane Moutinho - SMS SP – supervisão Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes<br />

Alexandre Takeshita (SMS SP- Coor<strong>de</strong>nadoria<br />

Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Leste).<br />

Introdução: A Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> estima<br />

que 10% da população mundial é constituída <strong>de</strong> pessoas<br />

com algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Em países em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento a Organização Pan-americana <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> associa, em geral, a condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência às<br />

precárias condições <strong>de</strong> vida-trabalho, educação, transporte,<br />

moradia e acessibilida<strong>de</strong> aos serviços e informações.<br />

Cida<strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes, distrito situado no extremo-leste<br />

da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, com uma população<br />

estimada <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 250.000 habitantes, tornou-se um<br />

local <strong>de</strong> exclusão social <strong>de</strong>vido às precárias condições<br />

<strong>de</strong> vida e as altas taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego. Até novembro<br />

<strong>de</strong> 2004 sua re<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> era composta por 12 Unida<strong>de</strong>s<br />

Básicas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, das quais apenas uma contava<br />

com equipes <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal em Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família, além <strong>de</strong> outra unida<strong>de</strong> com um cirurgião-<strong>de</strong>ntista<br />

(CD) aten<strong>de</strong>ndo crianças <strong>de</strong> 7 a 14 anos. A<br />

partir <strong>de</strong> então, a região passou a contar com 27 CD, o<br />

que possibilitou a ampliação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal.<br />

A região recebeu também um profissional especializado<br />

no atendimento a pacientes especiais, que integrará<br />

a equipe do Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas<br />

a ser inaugurado, integrando também o projeto<br />

Brasil Sorri<strong>de</strong>nte.<br />

Métodos: Realizou-se inicialmente um reconhecimento<br />

da área <strong>de</strong> abrangência, da <strong>de</strong>manda reprimida<br />

e possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção por meio <strong>de</strong> visitas<br />

domiciliares à pacientes acamados, <strong>de</strong>ficientes físicos<br />

e mentais, sindrômicos ou com doenças psíquicas que<br />

os impediam <strong>de</strong> sair <strong>de</strong> casa (<strong>de</strong>pressão, síndrome do<br />

pânico). Durante a visita era feita uma anamnese <strong>de</strong>talhada,<br />

triagem <strong>de</strong> risco e educação em saú<strong>de</strong> para os<br />

pacientes e cuidadores. Também foi criado um fluxo<br />

<strong>de</strong> atendimento para a procura espontânea. Constatada<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção clínica a consulta foi<br />

marcada e um carro disponibilizado para o transporte<br />

do paciente.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 129<br />

Resultados: Foram visitados 165 pacientes e 39 procuraram<br />

o serviço espontaneamente. Encontramos 29<br />

pacientes com doenças sistêmicas e AVC; 74 com<br />

hipertensão ou diabetes; 14 com doenças cardíacas;<br />

17 com doenças congênitas ou hereditárias; 16 com<br />

<strong>de</strong>ficiência mental; 6 com esquizofrenia; 5 com <strong>de</strong>pressão<br />

/ pânico; 3 com câncer; 1 com HIV; 17 com<br />

<strong>de</strong>ficiência física e 22 com outras <strong>de</strong>ficiências. Encontramos<br />

78% dos pacientes examinados com necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> tratamento restaurador, 87% com necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tratamento periodontal e 12,5 com necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tratamento em tecidos moles.<br />

Conclusão: O relato feito pelos cuidadores <strong>de</strong> que<br />

não conseguiam atendimento para seus familiares<br />

portadores <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais no serviço privado<br />

ou que aguardavam já há muitos anos uma vaga<br />

em serviços públicos distantes, bem como as condições<br />

epi<strong>de</strong>miológicas e sociais encontradas confirmaram<br />

a necessida<strong>de</strong> da atenção em saú<strong>de</strong> bucal a esse<br />

grupo populacional, <strong>de</strong> forma rotineira, o que vem<br />

sendo realizado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então.<br />

R149 - A saú<strong>de</strong> bucal no programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />

família (PSF) – 06 anos <strong>de</strong> experiência – UBS Jd.<br />

Campos – Distrito <strong>de</strong> Itaim Paulista – São Paulo –<br />

SP.<br />

Henri Menezes Kobayashi (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Santa<br />

Marcelina), João Francisco Franzé (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Marisa Santini (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina), Ir. Monique Bourget (Casa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Santa Marcelina).<br />

Introdução: A saú<strong>de</strong> bucal é parte integrante e inseparável<br />

da saú<strong>de</strong> geral do indivíduo e está relacionada com<br />

as condições <strong>de</strong> vida (saneamento, alimentação, moradia,<br />

trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberda<strong>de</strong>,<br />

acesso e posse <strong>de</strong> terra). Consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

ampliação do acesso da população brasileira às ações <strong>de</strong><br />

promoção, prevenção e recuperação da saú<strong>de</strong> bucal e,<br />

sendo o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família uma importante<br />

estratégia para a consolidação do Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>,<br />

o Ministério da Saú<strong>de</strong> estabeleceu, pela Portaria-<br />

MS 1.444, <strong>de</strong> 28/12/2000, regulamentada pela Portaria<br />

267 <strong>de</strong> 06/03/2001, um incentivo financeiro para a reorganização<br />

da atenção à saú<strong>de</strong> bucal prestada nos municípios<br />

por meio do Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família.<br />

Métodos: O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é mostrar a inclusão<br />

da equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

da Família, a estratégia usada para o atendimento à<br />

população em uma UBS no Distrito <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Itaim<br />

Paulista, São Paulo: a triagem, a classificação <strong>de</strong> risco<br />

<strong>de</strong> cárie, doença periodontal e tecidos moles; os grupos<br />

<strong>de</strong> gestantes, bebês, hipertensos e diabéticos;<br />

Campanha <strong>de</strong> prevenção <strong>de</strong> câncer <strong>de</strong> boca e os procedimentos<br />

coletivos em escolas. O trabalho em equipe<br />

modular com THD e ACD e a integração com os<br />

médicos e enfermeiros. A capacitação dos agentes<br />

comunitários <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; a participação popular e os<br />

resultados alcançados <strong>de</strong> 06 anos <strong>de</strong> experiência.<br />

Resultados: Durante esses 06 anos <strong>de</strong> atendimentos<br />

odontológicos, foram realizadas 46.254 consultas a-<br />

gendadas, 10.043 consultas <strong>de</strong> urgência, 111.760 procedimentos<br />

odontológicos sendo 59.619 procedimentos<br />

curativos e 43.712 procedimentos preventivos, 494<br />

grupos <strong>de</strong> bebês, 221 grupos <strong>de</strong> HA / DIA / Gestantes,<br />

203 grupos <strong>de</strong> câncer bucal, 255 visitas domiciliares e<br />

31.375 escovações supervisionadas. Em média, foram<br />

realizados 3,52 procedimentos por consulta e percentual<br />

<strong>de</strong> período em clínica foi <strong>de</strong> 61%.<br />

Conclusão: Através <strong>de</strong>ste trabalho, percebemos a<br />

importância dos dados da produtivida<strong>de</strong> odontológica<br />

para po<strong>de</strong>rmos planejar, gerenciar e avaliar as ações<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no serviço público.<br />

R150 - Campanha <strong>de</strong> prevenção e diagnóstico precoce<br />

do câncer bucal no Centro <strong>de</strong> Referência do<br />

Idoso – CRI José Ermírio <strong>de</strong> Moraes, no município<br />

<strong>de</strong> São Paulo 2005. “Alta cobertura <strong>de</strong> exames garantida<br />

pelas estratégias <strong>de</strong> captação”.<br />

Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu (Centro <strong>de</strong> Referência<br />

do Idoso / SES-SP), Marcello Luis Bitencourt Baraldi<br />

(Centro <strong>de</strong> Referência do Idoso / SES-SP), Maria Isabel<br />

Aguilar (Centro <strong>de</strong> Referência do Idoso / SES-SP).<br />

Introdução: Para o ano <strong>de</strong> 2000 a Organização Mundial<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> estimou que no mundo todo, ocorreriam<br />

mais <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> câncer. A análise<br />

da distribuição proporcional das causas <strong>de</strong> morte<br />

no Brasil mostra que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 30, com a<br />

queda da mortalida<strong>de</strong> causada pelas doenças infecciosas<br />

e parasitárias, as neoplasias, juntamente com as<br />

doenças do aparelho circulatório, vem sendo responsáveis<br />

por um número cada vez maior <strong>de</strong> óbitos, apontando<br />

para uma mudança no perfil <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />

semelhante àquela observada nos países <strong>de</strong>senvolvidos.<br />

O quadro epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no Brasil<br />

continua apresentando a cárie ocupando o lugar <strong>de</strong><br />

maior <strong>de</strong>staque na escala dos problemas bucais, consi<strong>de</strong>rados<br />

como Problemas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, atingindo<br />

99% da população do nosso país. Ocupando o último<br />

lugar na escala dos problemas bucais, consi<strong>de</strong>rados<br />

como Problema <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, atrás da cárie,<br />

doença periodontal, má-oclusão e fendas labiopalatais,<br />

está o câncer bucal, sendo <strong>de</strong> todos, o potencial-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 130<br />

mente capaz <strong>de</strong> levar o indivíduo a óbito. O câncer <strong>de</strong><br />

boca é doença <strong>de</strong> alta incidência. Estima-se que 7% da<br />

população mundial portadora <strong>de</strong> câncer esteja acometida<br />

por câncer <strong>de</strong> boca. O Brasil está em quarto lugar,<br />

em incidência, no mundo.<br />

Métodos: Como fase preparatória para a campanha,<br />

durante os meses <strong>de</strong> fevereiro e março <strong>de</strong> 2005, foram<br />

disparadas pelo setor <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong>, algumas discussões<br />

com a Diretoria Geral e com a direção dos setores,<br />

no sentido <strong>de</strong> traçar o planejamento <strong>de</strong> ação para o referido<br />

momento. A partir <strong>de</strong>sta etapa cumprida, ficou a-<br />

cordado o Plano <strong>de</strong> Trabalho que constituiu-se basicamente<br />

<strong>de</strong>: Profissionais no acolhimento efetivo do idoso<br />

na porta <strong>de</strong> entrada da instituição dando as orientações<br />

necessárias sobre a vacina e exame da boca e organizando<br />

o fluxo <strong>de</strong> entrada dos pacientes aos setores; inversão<br />

do fluxo <strong>de</strong> atendimento, on<strong>de</strong> o idoso primeiramente<br />

submetia-se ao exame da cavida<strong>de</strong> bucal para <strong>de</strong>pois ser<br />

vacinado, evitando evasão do exame e prejuízo na cobertura<br />

<strong>de</strong> vacinas; disponibilização <strong>de</strong> 2 Auxiliares <strong>de</strong><br />

Consultório Odontológico para o Dentista que examinava,<br />

favorecendo a otimização do atendimento, pois enquanto<br />

uma auxiliar preenchia as planilhas a outra estava<br />

junto ao profissional; atendimento no sábado subseqüente<br />

ao início da campanha com 2 Dentistas e 6 auxiliares;<br />

atendimento com posto avançado na entrada do<br />

baile que acontece todas as sextas-feiras na instituição, e<br />

que conta com a participação em massa dos usuários da<br />

áreas <strong>de</strong> convivência, chegando por vezes ao número <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 500 idosos; disponibilização <strong>de</strong> sala extra durante<br />

todo o período da campanha, para realização dos<br />

exames e finalmente a manutenção das agendas <strong>de</strong> atendimento<br />

sem alteração da programação <strong>de</strong> atendimento<br />

normal o que favoreceu também a captação <strong>de</strong> pacientes<br />

que compareceram ao serviço para dar continuida<strong>de</strong> ao<br />

seu tratamento planejado.<br />

Resultados: Ao final da campanha <strong>de</strong> 2005 na instituição,<br />

foram vacinadas 2.868 pessoas, sendo que<br />

<strong>de</strong>ste total, 2.613 passaram também pelo exame da<br />

cavida<strong>de</strong> bucal, perfazendo um total <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 91 %<br />

<strong>de</strong> cobertura <strong>de</strong> exames sobre a população vacinada,<br />

atendida no serviço.<br />

Conclusão: O planejamento prévio e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> estratégias para captação <strong>de</strong> pacientes para<br />

este tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, usando criativida<strong>de</strong> e explorando<br />

ao máximo o potencial <strong>de</strong> recursos oferecidos pelos<br />

serviços à população, favorece a efetivida<strong>de</strong> das<br />

propostas em saú<strong>de</strong>, aumentando a resolutivida<strong>de</strong> e<br />

assistência em nível local.<br />

R166 - Observatório <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva:<br />

construindo a cidadania na saú<strong>de</strong>.<br />

Carlos Botazzo (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Fabiana<br />

Schnei<strong>de</strong>r Pires (CRT – SES / SP), Patrícia Nieri<br />

Martins (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Rebeca Silva<br />

<strong>de</strong> Barros (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luiz Vicente<br />

Martino (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – SES / SP), Luis Antonio<br />

Cherubini Carvalho (Instituto <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> –SES / SP).<br />

Introdução: O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> bucal encontrou forte razão tecnológica ao início<br />

dos anos 90, a partir <strong>de</strong> 2 eventos fulcrais: o marco<br />

teórico da Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva, <strong>de</strong>senvolvido em<br />

1988, e a introdução, na atenção básica, dos procedimentos<br />

coletivos em saú<strong>de</strong> bucal (PC). OBJETIVO.<br />

Assim, este projeto visa instalar um "Observatório <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal Coletiva" em cida<strong>de</strong>s situadas a oeste da<br />

Região Metropolitana <strong>de</strong> São Paulo, com intervenção<br />

quanto aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> atenção, capacitação <strong>de</strong> recursos<br />

humanos, instalação local <strong>de</strong> competência diagnóstico-terapêutica<br />

e gerencial em saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: 1- Mobilização das equipes locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

bucal, pesquisadores e colaboradores, incluindo entre<br />

estes conselheiros usuários, visando o estabelecimento<br />

e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> interesses comuns; 2-<br />

Promoção <strong>de</strong> reuniões técnicas com a equipe regional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, incluindo os secretários municipais, por<br />

meio da Comissão Intergestora Regional (CIR), explicitando<br />

o interesse institucional; 3- Organização <strong>de</strong><br />

seminários teórico-metodológicos, visando o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

e a consolidação do coletivo, com a agregação<br />

<strong>de</strong> novos meios <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> linguagem<br />

comum e i<strong>de</strong>ntitária; 4- Organização do trabalho em<br />

saú<strong>de</strong> bucal em todos os níveis, consoante a capacida<strong>de</strong><br />

operativa alcançada pelo coletivo, com base nas<br />

práticas <strong>de</strong> co-gestão.<br />

Resultados: A atenção em saú<strong>de</strong> bucal vem se ressentindo<br />

<strong>de</strong> inovações. Avolumam-se evidências <strong>de</strong><br />

que novas tecnologias, quando se trata da saú<strong>de</strong> pública,<br />

<strong>de</strong>vem ser alvo da atenção dos formuladores <strong>de</strong><br />

políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Conclusão: A atenção em saú<strong>de</strong> bucal vem se ressentindo<br />

<strong>de</strong> inovações. Avolumam-se evidências <strong>de</strong> que<br />

novas tecnologias, quando se trata da saú<strong>de</strong> pública,<br />

<strong>de</strong>vem ser alvo da atenção dos formuladores <strong>de</strong> políticas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 131<br />

R177 - “Acompanhamento dos serviços <strong>de</strong> atenção<br />

em saú<strong>de</strong> bucal no PSF da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Vila<br />

Espanhola / Fundação Zerbini: o <strong>de</strong>safio para equilibrar<br />

as ações <strong>de</strong> natureza coletiva e assistenciais”<br />

Antonio Carlos Frias (FO<strong>USP</strong> / UNIBAN); Maristela<br />

Vilas Boas Fratucci (UMC / FUNDECTO / CD-<br />

PMSP); Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal US Vila Espanhola<br />

(Secretaria Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo).<br />

Introdução: Os serviços em seu percurso <strong>de</strong> implantação<br />

se preocupam em usar indicadores <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e<br />

qualida<strong>de</strong> para avaliar a eficácia e efetivida<strong>de</strong> dos programas<br />

a serem implementados e <strong>de</strong>senvolvidos. Muitos<br />

programas que adotaram a construção conjunta da<br />

equipe <strong>de</strong> PSF e saú<strong>de</strong> bucal têm vivenciado resultados<br />

bastante satisfatórios com relação à cobertura, acesso,<br />

discussão e encaminhamento <strong>de</strong> casos; outros pontos<br />

suscitam maiores discussões relativas ao equacionamento<br />

entre as ações <strong>de</strong> natureza coletiva e assistenciais,<br />

as práticas <strong>de</strong>mocráticas <strong>de</strong> <strong>de</strong>volutiva <strong>de</strong>sses dados<br />

e o respeito ao processo por vezes exaustivo dos<br />

trabalhadores da saú<strong>de</strong> e suas atribuições. Contudo o<br />

respeito e a humanização aos usuários tem sido um<br />

processo compartilhado entre equipe e população.<br />

Métodos: Os dados foram sendo coletados dos boletins<br />

<strong>de</strong> produção mensal dos profissionais da equipe<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal no período <strong>de</strong> 1998 a 2005. Sendo elaborados<br />

alguns indicadores, tabelas, gráficos e relatórios<br />

que por vezes norteavam as discussões e o planejamento<br />

anual.<br />

Resultados: No período <strong>de</strong> 1998 a 2005 foram realizados<br />

57.712 atendimentos, com média <strong>de</strong> 633 atendimentos<br />

/ mês. Esses atendimentos resultaram<br />

165.275 procedimentos com média <strong>de</strong> 1.808 procedimentos<br />

/ mês. Os indicadores básicos foram inseridos<br />

em 2001 na prática mensal como instrumento <strong>de</strong> controle<br />

e avaliação das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Assim sendo a<br />

taxa <strong>de</strong> urgência foi em média <strong>de</strong> 29,1%, a taxa <strong>de</strong><br />

freqüência às consultas foi <strong>de</strong> 78,3%, o índice <strong>de</strong> rendimento<br />

foi <strong>de</strong> 5,7 procedimentos / consultas e o número<br />

médio <strong>de</strong> consultas por TC foi <strong>de</strong> 3,7%. Com<br />

relação as ações coletivas <strong>de</strong> 1999 a 2005 foram cobertos<br />

em média anual 1912 escolares e 2977 usuários<br />

<strong>de</strong> grupos programáticos. Foram realizadas aproximadamente<br />

100 visitas domiciliares / ano. Sendo ainda<br />

referência para os serviços especializados.<br />

Conclusão: Os dados epi<strong>de</strong>miológicos são imprescindíveis<br />

pra avaliar e reposicionar propostas <strong>de</strong> atenção em<br />

saú<strong>de</strong> bucal, aliadas aos fatores <strong>de</strong> co-responsabilida<strong>de</strong><br />

com equipes, usuários, comunida<strong>de</strong>s organizada e conselhos<br />

gestores na busca <strong>de</strong> uma real atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> exercício<br />

pleno <strong>de</strong> planejamento e <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia.<br />

R186 - Programa Permanente <strong>de</strong> Prevenção do<br />

Câncer <strong>de</strong> Boca: CEO - Pe<strong>de</strong>rneiras<br />

Emílio Carlos Souto (Cirurgião <strong>de</strong>ntista – CEO-<br />

Pe<strong>de</strong>rneiras), Iula Maria Bertolini (Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Saú<strong>de</strong> Bucal – Pe<strong>de</strong>rneiras), Regina Haddad Barrach<br />

(Cirurgiã <strong>de</strong>ntista – CEO-Pe<strong>de</strong>rneiras), Tatiana Razuk<br />

Beltramini (Cirurgiã <strong>de</strong>ntista – CEO-<br />

Pe<strong>de</strong>rneiras)<br />

Introdução: No Centro <strong>de</strong> Especialida<strong>de</strong>s Odontológicas<br />

(CEO) é <strong>de</strong>senvolvido o Programa Permanente<br />

<strong>de</strong> Prevenção do Câncer <strong>de</strong> Boca (PPPCB), que consiste<br />

em triagens com anamneses, tratamentos, cirurgias<br />

e biópsias <strong>de</strong> todas as lesões bucais <strong>de</strong>tectadas no<br />

Município.<br />

Métodos: São realizadas triagens <strong>de</strong> todos os pacientes<br />

diariamente encaminhados para as especialida<strong>de</strong>s<br />

(prótese, endo, entre outras), quando <strong>de</strong>tectada a lesão<br />

e imediatamente realizada a cirurgia <strong>de</strong> biópsia, exame<br />

anatomopatológico como o método <strong>de</strong> diagnóstico.<br />

Resultados: O caso clínico apresentado neste trabalho<br />

é <strong>de</strong> um paciente <strong>de</strong> 95 anos que tinha uma lesão<br />

na região da papila incisiva. Foi submetido à biópsia<br />

incisional, tendo como diagnóstico carcinoma espinocelular<br />

e também a biópsia excisional, no qual foi<br />

removido o tumor e margens neoplásicas. Após 15<br />

dias, o paciente foi encaminhado para a radioterapia,<br />

seguindo-se melhora significativa do quadro clínico.<br />

Conclusão: Concluímos que as cirurgias <strong>de</strong> C.A. são<br />

mutiladoras. O pós-operatório é difícil e muitas vezes<br />

comprometem as funções mastigadora, fala e estética.<br />

Portanto, a prevenção diária como método <strong>de</strong> trabalho<br />

no CEO é a opção utilizada para a prevenção das doenças<br />

bucais.<br />

R187 - Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> no PSF <strong>de</strong><br />

Santana <strong>de</strong> Parnaíba – A experiência da Equipe <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> Bucal na Unida<strong>de</strong> Móvel.<br />

Juliana Vasilian Alti Barmakian (SMS – Santana <strong>de</strong><br />

Parnaíba), Alexandra Cristina Pitol <strong>de</strong> Lara Basso<br />

(SMS – Santana <strong>de</strong> Parnaíba).<br />

Introdução: A portaria que institui a Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

Bucal no PSF foi publicada no ano 2002, Santana <strong>de</strong><br />

Parnaíba preocupada com a integralida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> ofertadas, implantou sua equipe PSF em março<br />

<strong>de</strong> 2000 com um Cirurgião – Dentista em período<br />

integral como membro da equipe. Num formato diferente,<br />

através <strong>de</strong> uma Unida<strong>de</strong> Móvel <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, solução<br />

encontrada para levar atenção médica / odontoló-<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Resumos dos trabalhos: Universalida<strong>de</strong> e Integralida<strong>de</strong> das Ações em Saú<strong>de</strong> Bucal 132<br />

gica <strong>de</strong>ntro dos pressupostos do mo<strong>de</strong>lo PSF a uma<br />

gran<strong>de</strong> região do município com população dispersa e<br />

características rurais, com dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acessar bens<br />

e serviços, acentuando-se a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social <strong>de</strong>sta<br />

região em relação a outras áreas municipais. A área<br />

coberta pela Unida<strong>de</strong> Móvel <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> “Amigos da<br />

Família” compreen<strong>de</strong> uma área geográfica <strong>de</strong> aproximadamente<br />

1/3 da extensão territorial do município e<br />

5% da população.<br />

Métodos: Foram os seguintes: implantação da Equipe<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal (ESB) no Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família<br />

(PSF), contratação <strong>de</strong> cirurgião-<strong>de</strong>ntista com<br />

carga horária <strong>de</strong> 40h / semanais e <strong>de</strong> auxiliar <strong>de</strong><br />

consultório <strong>de</strong>ntário, além <strong>de</strong> assegurar espaço físico<br />

na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> móvel para o consultório<br />

odontológico.<br />

Resultados: O programa abrange uma região, dividida<br />

em 10 micro-áreas, com 1.152 famílias cadastradas<br />

e 4.608 habitantes. A ESB <strong>de</strong>senvolve ações como<br />

cadastramento das famílias adscritas; promoção e proteção<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; procedimentos coletivos educativos –<br />

preventivos para idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes,<br />

adolescentes e crianças; atendimento <strong>de</strong> urgências<br />

odontológicas; diagnóstico precoce do câncerbucal;<br />

referência para as especialida<strong>de</strong>s do Centro <strong>de</strong><br />

especialida<strong>de</strong>s odontológicas (CEO); inquéritos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

<strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntal periódicos. A produtivida<strong>de</strong><br />

da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal no PSF <strong>de</strong> foi <strong>de</strong> 600<br />

procedimentos odontológicos em 2000, 2177 em<br />

2001, 2191 em 2002, 2734 em 2003, 3193 em 2004 e<br />

3350 em 2005. Observa-se a tendência crescente da<br />

produção.<br />

Conclusão: A inclusão da Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal<br />

(ESB) no PSF assegurou integralida<strong>de</strong> nas ações <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, articulando o individual com o coletivo, a promoção<br />

e a prevenção com tratamento e a recuperação<br />

da população adscrita. Durante 2000-2005 foram realizados<br />

14.246 procedimentos odontológicos pra a<br />

população adscrita.<br />

R188 - Abordagem diferenciado aos pacientes do<br />

PSF, pela Equipe <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Bucal.<br />

Juliana Vasilian Alti Barmakian (SMS – Santana <strong>de</strong><br />

Parnaíba), Raquel Zaicaner (SMS – Santana <strong>de</strong> Parnaíba).<br />

Introdução: O programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família pressupõe<br />

a incorporação da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> bucal e envolvimento<br />

da equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong> pela<br />

qual é responsável. Em Santana <strong>de</strong> Parnaíba o programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2000 estruturado em equipe móvel que atua em ônibus<br />

adaptado. No ano <strong>de</strong> 2005 foi implantada unida<strong>de</strong><br />

fixa <strong>de</strong> PSF. A gran<strong>de</strong> extensão territorial e dispersão<br />

da população fizeram com que esta alternativa se<br />

mostra a mais viável. O sucesso das ações do PSF, em<br />

especial atuando em unida<strong>de</strong> móvel <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> em muito,<br />

<strong>de</strong> envolvimento <strong>de</strong> todos os membros da equipe e<br />

em especial do agente comunitário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Métodos: Foram os seguintes: sensibilização da e-<br />

quipe <strong>de</strong> PSF, treinamento dos Agentes Comunitários<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ACS), captação dos usuários para as oficinas,<br />

realização <strong>de</strong> oficinas e incorporação dos pacientes<br />

à rotina do serviço.<br />

Resultados: A equipe <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da família é composta<br />

por 15 profissionais que passam por reuniões semanais<br />

on<strong>de</strong> recebem atualização permanente. Foram<br />

realizadas 4 reuniões especificas com 4 horas <strong>de</strong> treinamento<br />

por membro da equipe. Realizadas ativida<strong>de</strong>s<br />

culturais para promoção da saú<strong>de</strong> como: baile <strong>de</strong><br />

carnaval, dia internacional da mulher e dia do adolescente.<br />

Foi também estabelecido cronograma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

mobilização da comunida<strong>de</strong>, a saber: caminhada<br />

no bairro do Ingaí, no dia mundial da saú<strong>de</strong>, baile<br />

nostalgia, para idosos, durante a campanha <strong>de</strong> vacinação<br />

e exame <strong>de</strong> câncer bucal; cine PSF para crianças e<br />

semana das mães e futuras mães, com oficina <strong>de</strong> biscuit.<br />

Conclusão: Estas ativida<strong>de</strong>s culturas estão produzido<br />

mobilização da comunida<strong>de</strong>, conhecimento do programa<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da Família, maior envolvimento da<br />

equipe, motivação para trabalho e a<strong>de</strong>são dos pacientes<br />

aos programas propostos. Foi possível realizar<br />

ações coletivas preventivas com equipe multiprofissional<br />

e obter uma maior a<strong>de</strong>são ao tratamento odontológico,<br />

<strong>de</strong> forma a diminuir o índice <strong>de</strong> cárie <strong>de</strong>ntal,<br />

através da utilização ferramentas leves.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Biografia do Professor Ney Moares<br />

Nasceu em: Santos (SP) no dia 28 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1934 e era filho <strong>de</strong> Ernesto Moraes e Luisa Moraes. Casou-se<br />

com Elisabeth Moraes e teve dois filhos: Ruy Moraes e Ney Moraes Filho. Graduou-se em 18/12/1956 em O-<br />

dontologia pela <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Campinas. Iniciou curso <strong>de</strong> medicina em 1957 e interrompeu em<br />

1959 por razões particulares. Nesse período atuou como monitor durante as aulas <strong>de</strong> bioestatística na Escola<br />

Paulista <strong>de</strong> Medicina. Em 07 <strong>de</strong> junho 1960 ingressou na carreira universitária assumindo a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Bioestatística<br />

da <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Higiene e Saú<strong>de</strong> Pública da <strong>USP</strong>. Suas primeiras publicações datam do período entre<br />

1960 e 1963, como autor e co-autor. Em 1963 ingressou no curso <strong>de</strong> pós-graduação em Saú<strong>de</strong> Pública para Cirurgiões-Dentistas.<br />

Interrompido por motivo <strong>de</strong> bolsa da Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> para estudos na Stanford<br />

University, California, EUA, posteriormente reconhecido pela <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo (FSP-<strong>USP</strong>) com <strong>de</strong> pós-graduação. P ermaneceu junto a FSP-<strong>USP</strong> até 1966. Em 01/06/1966 foi<br />

admitido na <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Bauru da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (FOB-<strong>USP</strong>) para reger a cátedra<br />

junto à ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Preventiva, on<strong>de</strong> instalou a ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Higiene e <strong>Odontologia</strong> Preventiva (Odonto.<br />

Preventiva, Odonto. Sanitária e Bioestatística). Ministrou curso <strong>de</strong> pós-graduação em Bioestatística na FOB-<br />

<strong>USP</strong> no mesmo ano. Em 1967 com auxílio <strong>de</strong> colegas implantou o Centro <strong>de</strong> Pesquisa e Reabilitação das Lesões<br />

Lábio-Palatais, origem do atual Hospital <strong>de</strong> Reabilitação <strong>de</strong> Anomalias Craniofaciais (HRAC). Em 1968<br />

retornou a FSP-<strong>USP</strong> para concluir o mestrado. Em 1969 obteve o título <strong>de</strong> mestre em Saú<strong>de</strong> Pública. Em 1970<br />

participou da criação dos cursos <strong>de</strong> pós-graduação da FOB-<strong>USP</strong>, inclusive ministrando aulas. Em 1971 obteve<br />

seu título <strong>de</strong> Doutor em Ciências (<strong>Odontologia</strong> Sanitária). Em 1974 novamente como bolsista da OMS cursou<br />

Epi<strong>de</strong>miologia na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Minnesota – EUA. Atuou em: <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Zulia – Venezuela; Escola <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Minessota – EUA e Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Illinois –<br />

Chicago – EUA e Departamento <strong>de</strong> Estomatologia da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valle, Cali, Colômbia. Em 1977 (05/04)<br />

tornou-se livre-docente lotado no Departamento. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social FOB-<strong>USP</strong>. Em 18/08/1978 passou a<br />

exercer a função <strong>de</strong> Professor Adjunto no Departamento. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social da FOB-<strong>USP</strong>. De 05/02/1981 a<br />

04/02/1983 foi afastado da FOB-<strong>USP</strong> para atuar como colaborador junto à <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> <strong>de</strong> Pernambuco<br />

em Camaragibe-PE. Findo o prazo, prorrogou-se este por mais cinco meses. Retornou à FOB-<strong>USP</strong><br />

ainda em 1983 reassumindo ativida<strong>de</strong>s regulares junto ao Departamento. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social. Em 1984 coor<strong>de</strong>nou<br />

a comissão <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação didática e colaborou na criação da FUNBEO. Em 1985 elaborou e apresentou<br />

projeto <strong>de</strong> Curso <strong>de</strong> Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em <strong>Odontologia</strong> Preventiva e Social da FOB-<br />

<strong>USP</strong>. Sendo aprovado, foi seu coor<strong>de</strong>nador. Em 1986 participou <strong>de</strong> intensas ações comunitárias em nível regional.<br />

Em 1987 assessorou o ERSA 23 Bauru, da Secretaria Estadual da Saú<strong>de</strong> planejando e prestando consultoria<br />

técnica em projetos. Em 1988 passou a integrar o Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas <strong>de</strong> Direito Sanitário como<br />

membro fundador e foi eleito para o Conselho <strong>de</strong>sse centro. Em 25 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1990 foi nomeado Professor<br />

Titular do Depto. <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social da FOB-<strong>USP</strong>. Faleceu em 06/04/1990 no Pronto Socorro Municipal <strong>de</strong><br />

Bauru em conseqüência <strong>de</strong> insuficiência respiratória causada por neoplasia maligna pulmonar.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Instruções aos autores<br />

<strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>stina-se à divulgação <strong>de</strong> artigos originais que contribuam para o estudo e <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>Odontologia</strong> Social,<br />

<strong>Odontologia</strong> em Saú<strong>de</strong> Coletiva;<strong>Odontologia</strong> Legal, Bioética, Deontologia e áreas afins.<br />

Serão aceitos trabalhos para as seguintes seções:<br />

Artigo: revisão crítica sobre temas pertinentes às áreas <strong>de</strong> abrangência ou resultado <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> natureza empírica, experimental ou<br />

conceitual (máximo 8.000 palavras).<br />

Opinião: parecer qualificado sobre tópico <strong>de</strong> interesse, a convite do Editor.<br />

Nota Prévia: relato <strong>de</strong> resultados parciais ou preliminares <strong>de</strong> pesquisa (máximo: 2.000).<br />

Resenha: apresentação crítica <strong>de</strong> livro relacionado ao campo temático da Revista, publicado recentemente e revisão <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comunicação<br />

“on-line” <strong>de</strong> interesse.<br />

Tese: resumo <strong>de</strong> tese ou dissertação <strong>de</strong> interesse, <strong>de</strong>fendida no ultimo ano (máximo 200 palavras).<br />

Carta: crítica a artigo publicado em fascículo anterior da Revista ou nota curta, relatando observações <strong>de</strong> campo ou laboratório (máximo<br />

1.000).<br />

Documentos: fotos, textos (máximo 2.000 palavras) e outros documentos <strong>de</strong> interesse para a história da <strong>Odontologia</strong> no Brasil.<br />

Apresentação dos originais: Serão aceitas contribuições em português ou inglês. Os originais <strong>de</strong>vem ser apresentados em espaço duplo e<br />

submetidos em 3 vias. Devem ser enviados com uma página <strong>de</strong> rosto, na qual constará o título completo do artigo, nome (s) do (s) autor<br />

(es) e <strong>de</strong> sua (s) respectiva (s) instituição (ões). Após a aprovação dos artigos, os autores <strong>de</strong>vem enviar a versão final em disquete e uma<br />

cópia impressa. O disquete <strong>de</strong>verá conter em sua etiqueta o nome do artigo, o autor principal e o (s) programa (s) usado (s) no trabalho<br />

(somente programas compatíveis com DOS ou Windows). Fotos: não man<strong>de</strong> fotos digitalizadas em seu arquivo <strong>de</strong> texto. Anexe os originais,<br />

em papel fotográfico, ao seu artigo. Fotos cujos originais estejam impressos em jato <strong>de</strong> tinta ou laser não serão aceitas pra publicação.<br />

Resumo e palavra-chave: Artigos, Opinião e Nota Prévia <strong>de</strong>verão conter título, resumo e palavras-chave (máximo 200 palavras) em português<br />

e em inglês.<br />

Referências: Deverão ser organizadas <strong>de</strong> acordo com os exemplos abaixo. No texto, citar sobrenomes do autor e ano <strong>de</strong> publicação, como<br />

em Diamond (1997) ou Bailey and Gatrell (1995). No caso <strong>de</strong> citações com mais <strong>de</strong> dois autores, somente o sobrenome do primeiro <strong>de</strong>verá<br />

aparecer, seguido <strong>de</strong> et al. As referências citadas <strong>de</strong>verão ser listadas ao final do artigo, em or<strong>de</strong>m alfabética, <strong>de</strong> acordo com o sobrenome do<br />

primeiro autor. Não <strong>de</strong>vem ser abreviados títulos <strong>de</strong> periódicos, livros, editoras ou outros, po<strong>de</strong>ndo ser utilizadas as abreviações <strong>de</strong> títulos <strong>de</strong><br />

periódicos estabelecidas pelo MEDLINE. Devem constar os nomes <strong>de</strong> todos os autores.<br />

Exemplos:<br />

Artigo<br />

Grembowski, D.; Milgron, P.; Fiset, L. (1991) Dental <strong>de</strong>cision making and variations <strong>de</strong>ntist service rates. Soc. Sc. Med. 32, 287-94.<br />

Livro<br />

Bailey, T.C.; Gatrell, A. C. (1995) Interactive Spatial Data Analysis. Essex: Longman. 413 p.<br />

Tese<br />

Gonçalves, A. C. S. (1998) Estimativa da ida<strong>de</strong> em crianças baseada nos estágios <strong>de</strong> mineralizaçao dos <strong>de</strong>ntes permanentes, com finalida<strong>de</strong><br />

odontolegal. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado, São Paulo, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Capítulo <strong>de</strong> livro<br />

Diamond, I. (1997) Population conunts in small áreas. In Geographical & Environmental Epi<strong>de</strong>miology, eds. Elliott, P.: Cuzick, J.; English, D.;<br />

Stern, R. p.96-105, Oxford: World Health Organization / Oxford University Press.<br />

En<strong>de</strong>reço para correspondência: <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong>, <strong>Faculda<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> da <strong>USP</strong>, Departamento <strong>de</strong> <strong>Odontologia</strong> Social, Av.<br />

Prof. Lineu Prestes, 2227 - CEP: 05508-000 - São Paulo – SP, Brasil.<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Índice <strong>de</strong> autores<br />

Adilmo Henrique do Nascimento, R090<br />

Adilson <strong>de</strong> Castro, R066<br />

Adriana Almeida Jecks, R185, R180, R168<br />

Adriana Delboni Barreto, R002<br />

Adriana Fernan<strong>de</strong>s, R087<br />

Adriana Leandra Pianca, R070<br />

Adriana Néri, R107<br />

Aglair Iglesias Duran, P099<br />

Aglair Iglesias Duran & Edgard Del Passo, R120<br />

Agnaldo Antonio da Silva, P003<br />

Albina Dolores Herbas Zapata, R176<br />

Alessandra Fernan<strong>de</strong>s Gonçalves Pavan, R044<br />

Alessandra Tavares Souza Antonio Carlos Frias,<br />

R085<br />

Alexandra Cristina Pitol <strong>de</strong> Lara Basso, R142,<br />

R143, R144, R187<br />

Alexandre Avancine Giovelli, R170<br />

Alexandre Takeshita, R039<br />

Aline Arcanjo Gomes, R185, R180<br />

Amélia Keiko Samoto, P011<br />

Ana Carolina da Graça Fagun<strong>de</strong>s, P128, P132,<br />

P123<br />

Ana Claudia Moutella Pimenta Giudice, R021<br />

Ana Karolina Zampronio Bassi, P147, P158<br />

Ana Lucia Figueiredo Pessoa <strong>de</strong> Barros, R069<br />

Ana Paula D. Libório, R087<br />

Ana Paula Dossi, P121, P122<br />

Ana Paula Martins <strong>de</strong> Freitas Tafner, P016<br />

Ana Valéria Pagliari, P154, P156, R165<br />

Anamaria Rímoli, R018<br />

An<strong>de</strong>rson Gomes Mota, R107<br />

André Luiz Menato, P178, R066<br />

Andréa Bruschi, R141<br />

Andrezza Samaha Rabelo Lucchesi, P099<br />

Ângela Cristina Nunes Calaça, R034<br />

Angela Eloisa Rausch, P147<br />

Angela Libert Alves, R168, R180, R185<br />

Angela Maria Magosso Takayanagui, R119<br />

Anna Letícia M. <strong>de</strong> O. Beck, R120<br />

Antonio Bento Alves <strong>de</strong> Moraes, P025<br />

Antonio Carlos Frias, R046, R177, P178<br />

Antonio Carlos Pereira, P016<br />

Antônio Franscisco Ton, P147<br />

Antonio Marcos Araújo, R047, R031<br />

Antonio Robles Junior, P041<br />

Any Aparecida <strong>de</strong> Carvalho, R048<br />

Aracélie Mayerhoffer, P160, P174<br />

Aretusa <strong>de</strong> Paula Rodrigues, P113<br />

Arnaldo Pomilio, P099<br />

Arsenio Sales Peres, P148<br />

Artênio José Isper Garbin, P172, P128, R044,<br />

R133, P117, P132, P157, P161, P042, P121,<br />

P122, R118<br />

Artur Aburad <strong>de</strong> Carvalhosa, R118<br />

Artur Cerri, R081<br />

Astrid Farinazzo, P089<br />

Avrum Koltiarenko, P073<br />

Aylton Valseck Junior, P189, P151<br />

Beatriz Balduino Ferraz da Silva, R059<br />

Caio Marcio Fillippos, R037<br />

Camila Benedini Martelli, R134<br />

Camila Vasconcelos Santana Prado, P189<br />

Camilo Anauatte Neto, R176<br />

Carla Tambara, R108<br />

Carlos Botazzo, R111, P001, R104, P083, P167,<br />

P100, R166<br />

Carlos Roberto Tencarte, R027<br />

Carolina Nunes <strong>de</strong> Oliveira Silva, R184<br />

Carolina Pedrosa Brito, P123<br />

Cássia Liberato Muniz Ribeiro, R036, R037<br />

Catalina Riera Costa, R062, R077<br />

Ceci Queluz Venturini Nicolai, R175<br />

Célia Aparecida Ducci Fernan<strong>de</strong>s Chaer, R002<br />

Célia Regina Sinkoç, R029, R032, R047<br />

Celso Aquiles, R066<br />

Celso Zilbovicius, P083<br />

César Lopes Junior, P148<br />

Cézar Augusto Casotti, P156<br />

Cíntia Garcia Mesquita, R087<br />

Clarice Sumie I<strong>de</strong>, R170<br />

Claudia da S. Cora, P112<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Índice <strong>de</strong> autores 136<br />

Claudia <strong>de</strong> Oliveira Ferreira, R126<br />

Claudia P. D. Santos Mattos, R050<br />

Claudio Massami Suzuki, P137<br />

Cléa Adas Saliba Garbin, P128, P114, P152, R044,<br />

R133<br />

Cléa Adas Saliba Garbin, R165, P117, P132, P157,<br />

P161, P042, P121, P122, P123, R118<br />

Clícia <strong>de</strong> Oliveira, P088<br />

Cristina Aparecida Ferreira, R120<br />

Cristina Berger Fa<strong>de</strong>l, P171, P173<br />

Cristina Ramos da Silva, P113<br />

Cristine Alves Paz <strong>de</strong> Carvalho, P147<br />

Cynthia An<strong>de</strong>rsen Sarti, P089<br />

Dagmar <strong>de</strong> Paula Queluz, R059, P057, P067, P056,<br />

P058<br />

Dalila Aparecida Nogueira, R036, R037<br />

Daniel Malagoli, R066, R080<br />

Daniela Atili Brandini, P113<br />

Daniela Coelho <strong>de</strong> Lima, P117, R133, P135, P136<br />

Daniela <strong>de</strong> Paula Silva, R106<br />

Debora Sueli Correia Marques, P190<br />

Deborah Queiroz Freitas, P067<br />

Décio Masini, R062, R077<br />

Denise Maria <strong>de</strong> Oliveira, R071<br />

Dirce Sato Shimada, R035<br />

Doralice Severo da Cruz, R036, R037, P038<br />

Edgard Michel Crosato, P073, P008, P009<br />

Ediane Moutinho, R145<br />

Edna V. Rodrigues, P089<br />

Eduardo Roberto Montel, P026<br />

Edvane Aparecida Gonçalves Panegassi, R031<br />

Edward Toshiyuki Midorikawa, R068<br />

Elaine Cristina DiBlasio, R170<br />

Elaine Maria Sgavioli Massucato, R070<br />

Elaine Pereira da Silva Tagliaferro, P105<br />

Elaine Rodrigues Giusti, P096<br />

Élcio Ferreira Trentin, R048<br />

Eleonora Cristina Albertin Scavassini, R081<br />

Eliana Aparecida dos Santos, R031<br />

Eliana Tikami <strong>de</strong> Lima Carvalho, R005<br />

Elisabeth Aparecida Salvador, P147<br />

Eloiza Helena da Silva Brandão, P019, P139, R184<br />

Emilia Beatriz Pires Mastrorosa, R069<br />

Emílio Carlos Souto, R186<br />

Érica Ferrazzoli Devienne Leite, R170<br />

Eugênia Vereiski, R141<br />

Fabiana Schnei<strong>de</strong>r Pires, R062, R077, R111, R104,<br />

P167, R166<br />

Fabiano Jeremias, P151<br />

Fabiano Tonaco Borges, R118<br />

Fabiano Vieira Vilhena, P017<br />

Fabio Antonio Villa Nova, P007, R006<br />

Fábio Luiz Mialhe, P088<br />

Fabio Masuko Carrion Alvarado, R081<br />

Fabio Mialhe, R021<br />

Fábio Moraes Moryiama, P102<br />

Fábio Renato Pereira Robles, P041<br />

Fábio Silva <strong>de</strong> Carvalho, P147<br />

Fábio Silveira, R066<br />

Fabrício Lourenço Gebrin, P007, R006<br />

Fausto Souza Martino, R141, R111, P167<br />

Fe<strong>de</strong>rico MHH, P137<br />

Felipe Magalhães Bastos, R024<br />

Fernanda Barbosa Soukef, R029<br />

Fernanda Lopez Cunha, R106<br />

Fernanda Lopez Rosell, P151<br />

Fernanda Lúcia <strong>de</strong> Campos, R036, R037<br />

Fernanda Rezen<strong>de</strong> Gonçalves, R106<br />

Fernanda Vallim Leão, P138<br />

Fernanda Vieira Bezerra, R118<br />

Flávia Chammas, R039<br />

Flávia Cristina Volpato, P151<br />

Flávia Maria Ramos, P067<br />

Flávia Martão Flório, R064, R106<br />

Grace V. L. Chan Rissato, P096<br />

Gustavo Alexandre, R037<br />

Gustavo Nicolini Fernan<strong>de</strong>s, R120<br />

Hel<strong>de</strong>r Inocêncio Paulo <strong>de</strong> Sousa, P089<br />

Henri Menezes Kobayashi, R108, R149<br />

Henrique Men<strong>de</strong>s Silva, P101, P148<br />

Hugo França, R066<br />

I. Snitcovsky, P137<br />

Iula Maria Bertolini, R186<br />

Jaime Luis Alonso, R048<br />

Jamyle Calencio Grigoletto, P065, R119<br />

Janete Cinira Bregagnolo, P065<br />

Jaqueline Alves Lopes Sartori, P116<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Índice <strong>de</strong> autores 137<br />

Jeidson Antônio Morais Marques, P114, R165,<br />

P163<br />

João Francisco Franzé, R108, R149<br />

João Henrique Borin Fabrice, P113<br />

João Paulo Coque, P147<br />

Joice Santin, R064, R106<br />

Joildo Guimarães Santos, R165<br />

José Alberto Hatem Beneton, R024<br />

José Carlos Alves, R068, R039, R145<br />

José Humberto <strong>de</strong> Melo Bezerra, R176<br />

José Magno Alves dos Santos, P182, R091<br />

José Roberto <strong>de</strong> Magalhães Bastos, P147, P148,<br />

P158<br />

José Roberto M Bastos, P017<br />

José Roberto Pereira Lauris, P084, P101<br />

Juliana Cama Ramacciato, R106<br />

Juliana <strong>de</strong> Oliveira Lopes, P124<br />

Juliana Gobbo, P088<br />

Juliana Julianelli <strong>de</strong> Araújo, P084<br />

Juliana Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Melo, R184<br />

Juliana Vasilian Alti Barmakian, R187, R188<br />

Julie Silvia Martins, P019, P093, P095, P139,<br />

P162, R090, R185, P138, P092, P102, R179,<br />

R180, R184, P181, P182, R091, R168<br />

Júlio César Sandrini, P173<br />

Karina Camillo Carrascoza, P025<br />

Karina Tonini dos Santos, R133, P135, P136<br />

Laerte Idal Sznelwar, R068<br />

Laura Men<strong>de</strong>s Tomita, P025<br />

Laura Pereira Robles, P041<br />

Leandra F. Leitão, P112<br />

Leila Amorim Men<strong>de</strong>s, P008, P009<br />

Leila Aparecida Cheachire, R002<br />

Letícia Carvalho Coutinho Costa, P155<br />

Lídia Regina da Costa Hidalgo, P117<br />

Lídia Santarsiere, P124<br />

Lígia Nadal Zardo, P173<br />

Lívia da Silva Bino, P169<br />

Lívia Guimarães Zina, P152, P163<br />

Lorena Alves Coutinho, P088<br />

Lour<strong>de</strong>s Cecília Ferreira <strong>de</strong> Freitas, R079<br />

Luciana H. Isuka, R046<br />

Luciana Longo Zanella Alves, R031<br />

Luciane Maria Pezzato, R120<br />

Luciane Regina Gava Simioni, R074<br />

Luciano Martins, P026<br />

Lucimary M. Silva, R046<br />

Luis Antonio Cherubini Carvalho, R111, R104,<br />

P167, R166<br />

Luís Fernando Nogueira Tofani, P003<br />

Luiz Antonio Corsi, R087<br />

Luiz Fabiano Bortolo, P088<br />

Luiz Vicente Martino, R104, P167, R166<br />

Luiz Vicente Souza Martino, R111<br />

Magali <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Caldana, P017, P084, P158<br />

Máira Crstina <strong>de</strong> Oliveira Barros, P124<br />

Marcela Alessandra Bozzella, P014, P015, R013<br />

Marcela Ferreira Machado, P099<br />

Marcela Maia Fialho Laia, P099<br />

Marcelle Danelon, P123<br />

Marcello Luis Bitencourt Baraldi, R150<br />

Marcelo Bacci Coimbra, R032, R047<br />

Marcelo Bonjuani Pagan, R004<br />

Marcelo Braga <strong>de</strong> Carvalho, R176<br />

Marcelo <strong>de</strong> Castro Meneghim, P016<br />

Marcelo Meneghin, R021<br />

Marcelo Souto Dante, R018<br />

Márcia Bueno <strong>de</strong> Carvalho Maretti, R018<br />

Marco Antonio Manfredini, R024, P001<br />

Marcus Vinicius Diniz Grigoletto, P093, P095,<br />

P139, P162, R090, R168, P138, P092, P102,<br />

R179, P181<br />

Maria Aparecida <strong>de</strong> Oliveira, P096, P100<br />

Maria Carolina Ribeiro da Silva, P092, P181,<br />

P182, R091<br />

Maria Claudia Galbiatti Abreu, P092, P181, P182,<br />

R091<br />

Maria Cristina Silveira Cerávolo, P056<br />

Maria da Can<strong>de</strong>lária Soares, R036, R037, P038,<br />

R039<br />

Maria da Luz Rosário <strong>de</strong> Sousa, P105, R071<br />

Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Carvalho, R133, R165, P135<br />

Maria Ercilia <strong>de</strong> Araujo, P083<br />

Maria Gabriela Haye Biazevic, P008, P009, P073<br />

Maria Helena Miguel Gonzalez, P014, P015, R013<br />

Maria Inêz F. Assis Bertachini, R070<br />

Maria Isabel Aguilar, R150<br />

Maria Lúcia Marçal Mazza Sun<strong>de</strong>feld, P060<br />

Maria O<strong>de</strong>te Amorim Men<strong>de</strong>s, P008, P009<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Índice <strong>de</strong> autores 138<br />

Mariângela Aparecida Pace, P065<br />

Mariângela Rodrigues Leal, R034<br />

Maricene Cerávolo <strong>de</strong> Melo Ferreira, R081<br />

Marisa Santini, R149<br />

Maristela Vilas Boas Fratucci, R176, R177<br />

Marlívia Gonçalves <strong>de</strong> Carvalho Watanabe, P065,<br />

R134<br />

Marta Tiemi Omuro, P178<br />

Martino Carlo Mon<strong>de</strong>li, P147<br />

Martins L, P137<br />

Mauricio Flaminio Amato, R130<br />

Mayara Previ<strong>de</strong>lli, P083<br />

Michele A. <strong>de</strong> Carvalho Moraes, P057, P057<br />

Mirella Martins Justi, P113<br />

Monique Bourget, R108, R149<br />

Morettini MS, P137<br />

Nadja Almeida Ayres, R018<br />

Najara Barbosa da Rocha, P169, P172<br />

Nelly Foster Ferreira, P157, P161<br />

Nemre Adas Saliba, P154, P156, P114, P152,<br />

P169, R165, P060, P136, P163, P171<br />

Newton Luiz Ferreira, P157, P161<br />

Nidia Martinelli, R069<br />

Nilva T. Kitani, R098<br />

Odaílton Corrêa, R062, R077<br />

O<strong>de</strong>te Pinto Scapolan, P112<br />

Olga Maria Agostinho Dias, R111<br />

Olga Maria D. Pires, R098, P167<br />

Orlando Saliba, P154, R165, P121, P122<br />

Palmira Maria Marques Costa, R074<br />

Pascoal Almeida Gonçalves, R066<br />

Patrícia Elaine Gonçalves, R044, P042<br />

Patrícia Nieri Martins, R111, R104, P167, R166<br />

Patrícia Paulino Pelegrini, R078<br />

Paula Andréa Massa, P182, R091<br />

Paula Vartui Eserian, R184<br />

Paulo Frazão, P190<br />

Perla Porto Leite Shitara, P124<br />

Priscilla Torres Tagawa, P025<br />

Priscilla Yumi Nishimura, R075<br />

Rafael Morais Bersan, R127<br />

Raquel Zaicaner, R142, R144, R188<br />

Rebeca Silva <strong>de</strong> Barros, R111, R104, P083, P167,<br />

R166<br />

Regina Auxiliadora Amorim Marques, R036, R037,<br />

P020<br />

Regina Haddad Barrach, R186<br />

Regina Léa França <strong>de</strong> Held, R035<br />

Regina Maria Raffaele, P099<br />

Renata <strong>de</strong> Almeida Pernambuco, P011<br />

Renata Regina Rissotto, P008, P009<br />

Renata Reis dos Santos, P128, P132<br />

Renato Herman Sundfeld, P136<br />

Renato Maurício da Cruz, R141<br />

Renato Moreira Arcieri, R165, P135<br />

Renato Salviato fajardo, P113<br />

Renato Sérgio Quintela, R176<br />

Ricardo Fé<strong>de</strong>r Capello, P178<br />

Ricardo Pianta Rodrigues da Silva, P147, P101,<br />

P148<br />

Ricardo Silveira, R066<br />

Roberto A. C. Fernan<strong>de</strong>z, P038<br />

Roberto Augusto Castellanos Fernan<strong>de</strong>z, P020,<br />

P041<br />

Rodrigo Rosto<strong>de</strong>lla, R120<br />

Ronald Jefferson Martins, P117, P132<br />

Rosana <strong>de</strong> Fátima Possobon, P025<br />

Rosana Lappo, R143<br />

Rosana Leal do Prado, P114<br />

Rosana M. Barbosa, P096<br />

Rosângela Zanetti, R064<br />

Rosemary Fátima Silva, R018<br />

Rui Barbosa <strong>de</strong> Brito Júnior, R064<br />

Rute Moreira <strong>de</strong> Freitas Sant'Anna, P084<br />

Sabrina Kuraoka Oda, P093<br />

Sandra M. H. C. Ávila <strong>de</strong> Aguiar, P123<br />

Sérgio Donha Yarid, P158<br />

Sérgio Luiz <strong>de</strong> Souza, R027<br />

Sidnei Piccoli Alves, R047<br />

Silmara Regina da Silva, R039<br />

Silvana Scaff Geral<strong>de</strong>s, R141<br />

Silvia Cypriano, P105, R120<br />

Silvia Helena <strong>de</strong> Carvalho Sales Peres, P147, P101,<br />

P158, P084<br />

Silvia Helena S. Peres, P017<br />

Sílvio Carlos Coelho <strong>de</strong> Abreu, P093, P095, P139,<br />

P162, R090, R168, P138, P092, P102, R179,<br />

P181, R150<br />

Simone Augusta Marques Monteaperto, R144<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>


Índice <strong>de</strong> autores 139<br />

Solange Almeida, P067<br />

Sonia Cristina Serpico Fernan<strong>de</strong>s, R075<br />

Sonomi Miriam Yano Takita, R082, R062, R077<br />

Suzana Goya, P084, P101<br />

Suzana Maria Velloso Dutra, P019, P139, R184<br />

Suzely Adas Saliba Moimaz, P154, P156, P114,<br />

P152, P169, P172, R165, P042, P135, P163<br />

Sylvia Lavinia Martini Ferreira, R081<br />

Symone Cristina Teixeira, P155<br />

Talita Marconi, R120, P099<br />

Tania Izabel B. Forni, P038<br />

Tanira Peres <strong>de</strong> Freitas, R185, R180<br />

Tatiana Bueno <strong>de</strong> Toledo, P058<br />

Tatiana Razuk Beltramini, R186<br />

Tatiane <strong>de</strong> França Santos, P095<br />

Tatiane Martins Jorge, P084, P158<br />

Tatyana Gue<strong>de</strong>s Lugli, R120<br />

Teresa Martins, R107<br />

Thiago Vidal Vianna, P112<br />

Tomio Iwata, P124<br />

Valquíria C. Tinnelo Mainente, P112<br />

Vanessa Rocha Lima Shcaira, R106<br />

Vera Lucia A. Miranda, P089<br />

Viles da Silva Euzébio, R066<br />

Viviane Azenha, R071<br />

Vla<strong>de</strong>n Vieira, P178, P038<br />

Walterson M.Prado, P096<br />

Wanilda Maria Meira Costa Borghi, P060<br />

Yara Janaina Viana Lima Lido, R059<br />

Zuleika Milazzo Santos, R050<br />

Revista <strong>Odontologia</strong> e Socieda<strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> <strong>2006</strong>

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