pessoas: grande escola - Instituto Superior de Engenharia do Porto ...
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<strong>pessoas</strong>:<br />
a base <strong>de</strong> uma<br />
<strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>escola</strong><br />
À CONVERSA COM...<br />
Net.sa - José <strong>de</strong> Almeida Martins,<br />
DIrector Geral<br />
DE FORA CÁ DENTRO<br />
Matos Fernan<strong>de</strong>s - Presi<strong>de</strong>nte da APDL<br />
DEPOIS DO ISEP<br />
Carlos Palhares
02 ÍNDICE<br />
03 EDITORIAL<br />
» Editorial<br />
04 a rETER<br />
» João Rocha reeleito presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP<br />
» Novas ofertas formativas<br />
» LSA compete na ROBOCUP 2010<br />
» Explorar o mar com criativida<strong>de</strong> e conhecimento<br />
06 Eventos<br />
» International CDIO Conference<br />
» Cister promoveu encontro da CONET<br />
» QTDEI - “Arquitecta Empresarial”<br />
» Cloudviews 2010 . Cloud Ecosystem<br />
» 3 as Jornadas Electrótécnicas - Máquinas e Instalações Eléctricas<br />
» ISEP fora <strong>de</strong> portas<br />
10 À CONVERSA COM...<br />
06 Eventos<br />
» Net.sa - José <strong>de</strong> Almeida Martins, Director Geral<br />
14 dE FORA CÁ DENTRO<br />
» Matos Fernan<strong>de</strong>s, Presi<strong>de</strong>nte da APDL<br />
16 DESTAQUE<br />
» Eixos Estratégicos: Pessoas<br />
21 INVESTIGAÇÃO À lUPA<br />
» Projecto RECOMP : CISTER<br />
24 a nossa tecnologia<br />
10 à conversa com...<br />
» Projecto Physics LabFARM<br />
26 dEPOIS DO isep<br />
» Carlos Palhares<br />
28 breves<br />
» Tecnologia nas portas da Europa<br />
» Cister avança pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> patente nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />
» <strong>Engenharia</strong> Civil continua a elevar padrões<br />
» GECAD inicia projecto WORLD SEARCH<br />
» Criar soluções tecnologias para PME<br />
» Por um futuro sustentável<br />
» Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica elege director<br />
» Conhecimento inclusivo<br />
» Mestre DEI recebe menção honrosa TLEIA<br />
» Congresso <strong>de</strong> Geotecnia com participação activa <strong>do</strong> ISEP<br />
» CIDEM mostra avancos da mecânica exprimental<br />
» AP3E distingue Mestre <strong>do</strong> DEG<br />
21 iNVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
31 PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
» Ana Isabel Pereira <strong>de</strong> Moura<br />
» Pedro Miguel Areal<br />
16 DESTAQUE
EDITORIAL<br />
03<br />
EDITORIAL<br />
As organizações são feitas por <strong>pessoas</strong> e para as <strong>pessoas</strong>. E o ISEP não é excepção. Nesta décima<br />
primeira edição <strong>do</strong> ISEP.BI realçamos a importância da massa humana que constitui a nossa<br />
comunida<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> os alunos, passan<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>centes e os <strong>de</strong>mais colabora<strong>do</strong>res, fazemos<br />
um levantamento <strong>de</strong> todas as acções que têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvidas em prol <strong>do</strong>s nossos recursos<br />
humanos e da percepção da comunida<strong>de</strong> acerca <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>.<br />
Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo po<strong>de</strong>ria muito bem ser a segunda palavra-chave <strong>de</strong>sta edição <strong>do</strong> ISEP.BI.<br />
Quer pelos entrevista<strong>do</strong>s que escolhemos para estas páginas, pelas suas palavras, quer pelos<br />
projectos que aqui <strong>de</strong>svendamos. To<strong>do</strong>s os recantos <strong>de</strong>ste boletim têm impressa a convicção <strong>de</strong><br />
que o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é o futuro.<br />
É precisamente esse espírito que o ISEP quer imprimir aos seus alunos. Mostrar-lhes que <strong>de</strong>vem<br />
sempre ser proactivos e ter a noção <strong>de</strong> que o sucesso <strong>do</strong> seu trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das suas atitu<strong>de</strong>s<br />
e <strong>do</strong>s seus projectos. Numa altura em que um novo ciclo se inicia, é fundamental dar aos alunos<br />
as directivas correctas para que percorram o caminho <strong>do</strong> sucesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.<br />
Os nossos convida<strong>do</strong>s são muito diversifica<strong>do</strong>s. O Presi<strong>de</strong>nte da APDL fala-nos da necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> proactivida<strong>de</strong> para vingar nos dias <strong>de</strong> hoje e na versatilida<strong>de</strong> que um engenheiro <strong>de</strong>ve ter<br />
para alcançar a plenitu<strong>de</strong> nas suas tarefas e na sua própria realização pessoal e profissional. Aos<br />
jovens engenheiros dirige alguns conselhos para o alcance <strong>de</strong>stes propósitos e <strong>de</strong>ixa transparecer<br />
o apreço pelo ISEP e o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> futuros projectos em conjunto.<br />
Nesta edição, realçamos também o que é feito “<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> portas”. Abordamos o Physics Labfarm,<br />
um projecto que permite aos alunos um maior acompanhamento sobre o que é feito nos laboratórios<br />
<strong>do</strong> ISEP promoven<strong>do</strong> uma aprendizagem contínua e que se preten<strong>de</strong> mais eficaz. Com<br />
este projecto, que entrará em funcionamento neste ano lectivo, os alunos po<strong>de</strong>rão realizar uma<br />
panóplia <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> Física, numa espécie <strong>de</strong> laboratório remoto. Da informática, vamos<br />
conhecer o RECOMP, um projecto Europeu em que o CISTER está envolvi<strong>do</strong> e que promete operar<br />
uma verda<strong>de</strong>ira revolução na área <strong>do</strong>s sistemas computacionais.<br />
Para último, <strong>de</strong>ixamos mais um exemplo <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Nomea<strong>do</strong> como role mo<strong>de</strong>l<br />
no projecto <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro, Carlos Palhares, ex-aluno <strong>do</strong> ISEP, aceitou o convite <strong>do</strong> ISEP.BI para<br />
contar um pouco da vida e <strong>do</strong> percurso que lhe valeram a distinção.<br />
Após estas coor<strong>de</strong>nadas, que representam apenas um pequeno resumo daquilo que po<strong>de</strong>rá encontrar<br />
nas próximas páginas, não será difícil guiar-se pelo nosso mun<strong>do</strong>. Uma vez mais queremos<br />
dar a conhecer um ISEP com projectos e i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> futuro e cujo objectivo principal é formar<br />
alunos e cidadãos conscientes.<br />
ISEP.BI 11<br />
_<br />
Ficha técnica<br />
Proprieda<strong>de</strong> ISEP - <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />
EDIÇÃO ISEP|DCI - Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Imagem REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP - DCC - GD .2010<br />
IMPRESSÃO Gráfica, Lda TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/10<br />
contactoS ISEP|DCI - Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Imagem » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> - Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt
04 A RETER<br />
JOÃO ROCHA REELEITO PRESIDENTE DO ISEP<br />
O presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP, João Rocha, foi reeleito para um segun<strong>do</strong> mandato<br />
à frente da instituição. Para o segun<strong>do</strong> mandato, João Rocha faz-<br />
-se acompanhar por Joana Sampaio e José Barros Oliveira, manten<strong>do</strong>,<br />
assim, a sua equipa <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>ntes.<br />
As eleições <strong>de</strong>correram a 15 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010. João Rocha submeteu-<br />
-se a escrutínio como único candidato, ten<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong> uma exemplar<br />
<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> confiança, expressa nas seguintes votações: 81% entre<br />
funcionários <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res; 72% entre funcionários não<br />
<strong>do</strong>centes; e 61% entre estudantes, num acto eleitoral cuja participação<br />
ron<strong>do</strong>u os 68% entre colabora<strong>do</strong>res ISEP, facto especialmente significativo<br />
por se tratar <strong>de</strong> candidatura única.<br />
João Rocha cumpriu o seu primeiro mandato à frente <strong>do</strong> ISEP entre 2007<br />
e 2010. De acor<strong>do</strong> com o presi<strong>de</strong>nte reconduzi<strong>do</strong> pelo ISEP, a <strong>de</strong>cisão em<br />
se recandidatar surgiu da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar novos <strong>de</strong>safios e consolidar<br />
a aposta na abertura da instituição, tornan<strong>do</strong>-a mais competitiva.<br />
Para o novo mandato a garantia <strong>de</strong> manter um forte espírito <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.<br />
De acor<strong>do</strong> com o programa <strong>de</strong> candidatura, a nova Presidência<br />
espera contribuir para uma organização mo<strong>de</strong>rna e inteligente,<br />
assente no seu potencial humano, atenta às expectativas da socieda<strong>de</strong><br />
e <strong>do</strong>s seus parceiros e aos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> crescentemente internacionaliza<strong>do</strong><br />
e competitivo. Para tal, os eixos estratégicos dinâmicos<br />
para o mandato <strong>de</strong> 2010-2014 são: Formação; Pessoas; Investigação;<br />
Internacionalização; Comunicação e Promoção; Requalificação <strong>do</strong><br />
Campus; Gestão Operacional; Gestão Estratégica.<br />
A cerimónia pública <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse teve lugar no dia 11 <strong>de</strong> Maio<br />
<strong>de</strong> 2010, benefician<strong>do</strong> das novas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação<br />
para difusão em directo pela internet. Este evento contou com<br />
a presença da presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Rosário Gambôa, e<br />
primou pela sua simplicida<strong>de</strong> e brevida<strong>de</strong>.<br />
De acor<strong>do</strong> com os estatutos <strong>do</strong> ISEP, João Rocha vai li<strong>de</strong>rar o <strong>Instituto</strong><br />
nos próximos quatro anos (2010-2014). O presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP é o responsável<br />
máximo da instituição, responsável pela condução política e<br />
representação externa, sen<strong>do</strong> eleito por sufrágio universal entre o conjunto<br />
<strong>de</strong> <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res, funcionários não <strong>do</strong>centes e não<br />
investiga<strong>do</strong>res e estudantes.<br />
novas ofertas<br />
FORMATIvas<br />
Mestra<strong>do</strong> em<br />
Energias Sustentáveis<br />
O sector energético mundial está em rápi<strong>do</strong> crescimento, seguin<strong>do</strong> a<br />
linha <strong>de</strong> acção das políticas energéticas e ambientais cujo principal <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r<br />
é a produção <strong>de</strong> energia sustentável, competitiva e segura.<br />
licenciatura em<br />
engenharia <strong>de</strong> sistemas<br />
A globalização, a volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros e a mudança<br />
acentuada no paradigma industrial impõem às empresas nacionais <strong>de</strong>safios<br />
cuja resposta passa pela aposta no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />
<strong>de</strong> base tecnológica mais complexos e com maior valor acrescenta<strong>do</strong>.<br />
Para sobreviver e prosperar num merca<strong>do</strong> agressivo e dinâmico, é fundamental<br />
melhorar a produtivida<strong>de</strong>, eficiência e competitivida<strong>de</strong>. Para<br />
tal, será necessário possuir recursos humanos capazes <strong>de</strong> gerir equipas<br />
multidisciplinares, optimizar estruturas e processos e ter capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> inovação. O licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas irá assumir este<br />
papel importante e fará a diferença.<br />
O crescimento económico <strong>do</strong> sector energético em Portugal, nomeadamente<br />
aquele que se enquadra em políticas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />
ambiental, está actualmente a gerar um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho vasto e<br />
diversifica<strong>do</strong> para técnicos com formação superior nas áreas da engenharia<br />
e afins. Isso verifica-se ao nível <strong>do</strong>s <strong>gran<strong>de</strong></strong>s investimentos <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> energia basea<strong>do</strong>s em fontes renováveis (eólica, marés,<br />
hídrica, geotérmica), assim como ao nível da produção <strong>de</strong> média e pequena<br />
escala, industrial ou <strong>do</strong>méstica (microgeração, co-geração) e racionalização<br />
<strong>de</strong> consumos (climatização <strong>de</strong> edifícios, à recuperação <strong>de</strong><br />
energia térmica, serviços <strong>de</strong> certificação energética, etc.). Além disso, a<br />
gestão ambiental é um aspecto fundamental no planeamento e exploração<br />
das empresas mo<strong>de</strong>rnas, e que requer profissionais competentes<br />
e especializa<strong>do</strong>s.<br />
A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas visa formar profissionais que<br />
aliam conhecimentos gerais <strong>de</strong> ramos importantes da <strong>Engenharia</strong> clássica<br />
com uma sólida formação <strong>de</strong> base em ferramentas da matemática,<br />
competências específicas <strong>de</strong> gestão empresarial e organizacional,<br />
bem como com a configuração, adaptação e utilização <strong>de</strong> ferramentas<br />
informáticas. Para garantir que os conhecimentos, capacida<strong>de</strong>s e<br />
competências <strong>do</strong>s licencia<strong>do</strong>s correspondam às reais necessida<strong>de</strong>s<br />
das empresas, esta licenciatura tem como parceira a maior associação<br />
empresarial <strong>do</strong> norte <strong>de</strong> Portugal, a AEP – Associação Empresarial<br />
<strong>de</strong> Portugal, e está organizada com base nos princípios <strong>do</strong> CDIO, um<br />
consórcio promovi<strong>do</strong> pelo MIT e algumas das melhores universida<strong>de</strong>s<br />
mundiais, <strong>do</strong> qual o ISEP é membro oficial juntamente com mais <strong>de</strong> 50<br />
outras instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />
Com a criação <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em Energias Sustentáveis, o ISEP respon<strong>de</strong><br />
à crescente procura <strong>de</strong> técnicos especializa<strong>do</strong>s nesta área. De mo<strong>do</strong> a<br />
fornecer a melhor solução <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, o mestra<strong>do</strong> tem uma estrutura<br />
curricular transversal, que conjuga áreas-chave <strong>de</strong> conhecimento com<br />
pontos fortes <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>. O ISEP passa, assim, a formar profissionais<br />
aptos a inovar soluções nos <strong>do</strong>mínios da produção, distribuição e gestão<br />
<strong>de</strong> energias sustentáveis.<br />
O licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas pelo ISEP será essencialmente<br />
um profissional <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> capaz <strong>de</strong> gerir equipas multidisciplinares.<br />
Algumas das muitas áreas <strong>de</strong> trabalho contemplarão a indústria e<br />
os serviços nos <strong>do</strong>mínios da saú<strong>de</strong>, energia, sustentabilida<strong>de</strong>, inovação<br />
e administração, on<strong>de</strong> as capacida<strong>de</strong>s e competências adquiridas no<br />
curso farão a diferença. O projecto/estágio empresarial no último semestre<br />
curricular facilitará a integração no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.
A RETER<br />
05<br />
LSA compete na<br />
robocup 2010<br />
O Laboratório <strong>de</strong> Sistemas Autónomos (LSA) participou entre 19 e 25<br />
<strong>de</strong> Junho no Campeonato <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Futebol Robótico (RoboCup<br />
2010). A presença em Singapura serviu para testar e comparar tecnologias<br />
ISEP num evento que reúne milhares <strong>de</strong> participantes <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />
o mun<strong>do</strong>.<br />
A RoboCup (inicialmente <strong>de</strong>nominada Robot World Cup Initiative) é<br />
um <strong>do</strong>s principais eventos mundiais na área da robótica e sistemas autónomos.<br />
Concilian<strong>do</strong> diversas vertentes académicas e científicas com<br />
uma dinâmica competitiva, serve <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> exposição por excelência<br />
para a promoção da I&D em robótica e inteligência artificial. No senti<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> captar novos públicos, dinamiza várias competições <strong>de</strong> futebol<br />
robótico que servem <strong>de</strong> plataforma para o estu<strong>do</strong> e aplicação <strong>de</strong> uma<br />
vasta gama <strong>de</strong> tecnologias inova<strong>do</strong>ras.<br />
Os torneios <strong>de</strong> futebol robótico são <strong>de</strong>safios para equipas <strong>de</strong> robôs rápi<strong>do</strong>s,<br />
cooperantes e inteligentes, on<strong>de</strong> a vertente futebolística serve<br />
<strong>de</strong> problema padrão para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> várias aplicações. Para<br />
que uma equipa realize um jogo há to<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> tecnologias<br />
que <strong>de</strong>vem ser incorporadas. Estas incluem princípios <strong>de</strong> concepção/<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> agentes activos; a cooperação multi-agente;<br />
as estratégias <strong>de</strong> aquisição e resposta (raciocínio) em tempo real; e a<br />
fusão sensorial. As equipas são assim confrontadas com uma série <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>safios que estão interliga<strong>do</strong>s com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projectos<br />
educativos e académicos. O <strong>gran<strong>de</strong></strong> objectivo da RoboCup é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> uma equipa robótica capaz <strong>de</strong> competir com a selecção<br />
campeã <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em 2050.<br />
Repetin<strong>do</strong> experiências anteriores, o ISEP apurou-se nesta edição para<br />
a categoria rainha da RoboCup: a Middle Size League – futebol para<br />
robôs médios. A equipa <strong>do</strong> LSA competiu com equipas oriundas da<br />
Alemanha, China, Japão, Holanda, Irão, Taiwan e Portugal, ten<strong>do</strong>-se<br />
classifica<strong>do</strong> no oitavo lugar.<br />
Primeiro <strong>de</strong>staque da participação vai para a presença portuguesa entre<br />
referências da tecnologia mundial – um excelente cartão-<strong>de</strong>-visita<br />
da competitivida<strong>de</strong> tecnológica nacional. Este torneio permitiu, uma<br />
vez mais, à equipa <strong>do</strong> LSA, experimentar e partilhar os seus mais recentes<br />
<strong>de</strong>senvolvimentos técnico-científicos, ten<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> e valida<strong>do</strong><br />
abordagens recentemente aplicadas aos sistemas multi-robóticos.<br />
Os <strong>de</strong>senvolvimentos resultantes <strong>de</strong>sta participação têm <strong>gran<strong>de</strong></strong> aplicação<br />
a outros <strong>do</strong>mínios da robótica e sistemas autónomos, como a<br />
monitorização ambiental, a inspecção <strong>de</strong> infra-estruturas, a busca e<br />
salvamento, a segurança e os transportes inteligentes – áreas <strong>de</strong> excelência<br />
da actuação <strong>do</strong> LSA.<br />
explorar o mar com criativida<strong>de</strong> e conhecimento<br />
No discurso comemorativo <strong>do</strong> 36º aniversário <strong>do</strong> 25 <strong>de</strong> Abril, o Presi<strong>de</strong>nte<br />
da República elegeu o mar e as indústrias criativas como eixos<br />
estratégicos para o futuro da competitivida<strong>de</strong> portuguesa. Após relembrar<br />
o actual enquadramento estratégico nacional, em que “um jovem<br />
<strong>de</strong> 24 anos, que termina este ano o Ensino <strong>Superior</strong>, sempre viveu num<br />
Portugal membro das Comunida<strong>de</strong>s Europeias vê a Europa como o seu<br />
espaço”, Cavaco Silva enfatizou a urgência <strong>de</strong> aproveitar o potencial<br />
<strong>do</strong>s jovens valores para afirmar Portugal no mun<strong>do</strong> através <strong>do</strong> ensino,<br />
inovação e competitivida<strong>de</strong>. Entre as i<strong>de</strong>ias em <strong>de</strong>staque, o discurso<br />
apontou que “o mar é um activo económico maior <strong>do</strong> nosso futuro”,<br />
e realçou ainda o potencial português nas “novas indústrias criativas” -<br />
incluin<strong>do</strong> informática, comunicação e digital - para agir como “núcleo<br />
dinamiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> engenho criativo”.<br />
No ISEP trabalha-se diariamente na formação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6.000 futuros<br />
profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>; aposta-se no conhecimento promotor <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável; <strong>de</strong>senvolvem-se e transferem-<br />
-se soluções <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> assentes em investigação aplicada. Ultimamente,<br />
o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> tem também<br />
promovi<strong>do</strong> projectos que percepcionam uma das maiores zonas económicas<br />
exclusivas da Europa como um mar <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s ao serviço<br />
<strong>do</strong> engenho humano.<br />
Através <strong>do</strong> protocolo com o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Inovação Tecnológica <strong>do</strong>s<br />
Açores (INOVA), o ISEP tem apoia<strong>do</strong> a prospecção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> pólos liga<strong>do</strong>s à energia geotérmica no arquipélago <strong>do</strong>s Açores<br />
(especialmente em S. Miguel e na Terceira). Este projecto i<strong>de</strong>ntifica<br />
potencialida<strong>de</strong>s da água termal açoriana para a indústria da saú<strong>de</strong> e<br />
bem-estar, ten<strong>do</strong> os seus impactos si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s recentemente<br />
na World Geothermal Congress, que <strong>de</strong>correu em Bali, In<strong>do</strong>nésia. A<br />
comunicação “Portugal Country Geothermal Update 2010”, <strong>do</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> projecto e <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
(DEG) José Martins Carvalho, avança exemplos das sondagens<br />
geotérmicas na plataforma costeira <strong>do</strong>s Açores.<br />
Também através <strong>do</strong> DEG, o ISEP está a trabalhar em investigação fundamental<br />
para a protecção da orla marítima. O projecto GISCOAST, que<br />
parte <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento <strong>de</strong> Ana Pires, está a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />
pelo Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA).<br />
Consiste na análise <strong>de</strong> impactos das alterações climáticas na erosão da<br />
fachada Atlântica, propon<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> conservação costeira. Este<br />
projecto foi apresenta<strong>do</strong> no Congresso Nacional <strong>de</strong> Geotecnia, sen<strong>do</strong><br />
alvo <strong>de</strong> publicação na prestigiada revista norte-americana Environmental<br />
& Engineering Geoscience. O GISCOAST é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo LABCARGA<br />
em colaboração com o Centro GeoBioTec, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro.
06<br />
EVENTOS<br />
INTERNATIONAL<br />
CDIO<br />
CONFERENCE<br />
O ISEP participou ente 15 e 18 <strong>de</strong> Junho na Conferência Internacional<br />
CDIO, que se realizou na École Polytechnique <strong>de</strong> Montréal, no<br />
Canadá. Esta sexta edição das conferências teve como tema “Making<br />
Change Last: Sustaining and Globalizing Engineering Educational<br />
Reform”, incidin<strong>do</strong> o programa em boas práticas <strong>de</strong> reforma curricular<br />
<strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Contan<strong>do</strong> com a presença <strong>de</strong><br />
55 instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> seis continentes, a <strong>de</strong>legação<br />
portuguesa foi composta pelo ISEP, que representou igualmente o<br />
<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Coimbra, e pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Lisboa.<br />
Os trabalhos iniciaram-se no dia 15 com diversos workshops, sen<strong>do</strong> os<br />
dias 16 e 17 <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à apresentação <strong>de</strong> artigos e posters selecciona<strong>do</strong>s<br />
por revisão <strong>de</strong> pares. De <strong>de</strong>stacar as palestras <strong>de</strong> ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s<br />
como Éric Mazur (Harvard University) e Maura Borrego (Virginia<br />
Polytechnic Institute), Jean-Paul Lemarquis (Bombardier Aerospace) e<br />
Dave Wisler (General Electric e consultor <strong>do</strong> consórcio CDIO), que abordaram<br />
nomeadamente o papel actual da <strong>Engenharia</strong>, além <strong>de</strong> uma<br />
sessão sobre certificação <strong>de</strong> programas CDIO.<br />
Pelo ISEP foram apresenta<strong>do</strong>s os seguintes artigos: “Spinning New Engineering<br />
Stu<strong>de</strong>nts’ Minds”, <strong>de</strong> Betina Campos Neves e Pedro Barbosa<br />
Gue<strong>de</strong>s; “CDIO as a Foundation for Program Accreditation/Certification<br />
in Portugal”, <strong>de</strong> João Rocha, António Car<strong>do</strong>so Costa e Ângelo Silva Martins;<br />
“Three Years of CDIO/ACM based Informatics Engineering Un<strong>de</strong>rgraduate<br />
Program at ISEP”, <strong>de</strong> António Car<strong>do</strong>so Costa e Ângelo Silva<br />
Martins; “Mass Customization in Engineering Programs: A Framework for<br />
Program Management”, <strong>de</strong> Ângelo Silva Martins e António Car<strong>do</strong>so Costa;<br />
e “A Weeklong Event of Millennium Development Goals”, <strong>de</strong> Delminda<br />
Lopes, Eduarda Pinto Ferreira, João Rocha e Alfre<strong>do</strong> Soares Ferreira.<br />
Eduarda Pinto Ferreira organizou ainda uma mesa re<strong>do</strong>nda subordinada<br />
ao tema Active Learning in Large Introductory Classes in Mathematics.<br />
Para Novembro <strong>de</strong> 2010, está já agendada uma reunião <strong>do</strong> sub-grupo<br />
europeu CDIO a <strong>de</strong>correr no ISEP, que incluirá pelo menos um dia <strong>de</strong>dica<strong>do</strong><br />
a palestras por ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s. Perspectivam-se as presenças<br />
<strong>de</strong> Éric Mazur (Harvard University) para abordar o tema Memorization<br />
or Un<strong>de</strong>rstanding: Are We Teaching the Right Thing? e <strong>de</strong> Rob<br />
Niewoehner (USNA), que introduzirá o tema “Engineering Reasoning”.<br />
cister promoveu encontro da conet<br />
O Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />
(CISTER) promoveu entre 14 e 16 <strong>de</strong> Junho a assembleia-geral da Re<strong>de</strong><br />
Europeia <strong>de</strong> Excelência em Objectos Cooperantes (CONET), que reuniu<br />
no ISEP cerca <strong>de</strong> 40 peritos internacionais.<br />
Patrocinada pelo 7º Programa Quadro da Comissão Europeia, esta<br />
re<strong>de</strong> inclui 16 parceiros, 11 <strong>do</strong>s quais pertencentes ao meio académico<br />
e cinco ao meio industrial, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se, <strong>de</strong>signadamente, nomes<br />
como, para além <strong>do</strong> ISEP, Delft University of Technology (Holanda),<br />
Technische Universität Berlin (Alemanha), Eidgenössische Technische<br />
Hochschule Zürich (Suíça), University College Lon<strong>do</strong>n (Reino Uni<strong>do</strong>),<br />
Schnei<strong>de</strong>r Electric (Alemanha), Boeing Research & Technology Europe<br />
(Espanha) ou a Telecom Italia (Itália).<br />
A CONET une esforços <strong>de</strong> investigação no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> avançar tecnologias<br />
<strong>de</strong> ponta que unam objectos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico real com realida<strong>de</strong>s<br />
virtuais e <strong>do</strong> ciberespaço, geralmente <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s “objectos cooperantes”<br />
ou “sistemas ciber-físicos”. Esta integração não é uma novida<strong>de</strong><br />
em si, mas a I&D nesta área espera agora proce<strong>de</strong>r a uma revolução tecnológica<br />
que permita criar uma ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas cooperantes –<br />
inteligentes, incorpora<strong>do</strong>s e interliga<strong>do</strong>s – com diferentes níveis <strong>de</strong> actuação.<br />
Tais sistemas apresentam, ainda, importantes <strong>de</strong>safios técnicos,<br />
que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a programação, comunicação, a preocupações físicas e<br />
computacionais, que po<strong>de</strong>m potenciar ganhos significativos em áreas<br />
como a gestão <strong>de</strong> infra-estruturas essenciais (energia eléctrica, recursos<br />
hídricos, distribuição <strong>de</strong> gás, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> fabrico<br />
ou monitorização ambiental, entre muitas outras.<br />
Dentro da CONET, o CISTER é responsável pelo pacote <strong>de</strong> trabalhos referente<br />
à Difusão da Excelência, li<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> ainda <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s sete projectos<br />
<strong>de</strong> investigação (clusters), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a evolução <strong>do</strong>s trabalhos ser acompanhada<br />
em www.cister.isep.ipp.pt/projects/conet.
EVENTOS<br />
07<br />
QTDEI<br />
Arquitectura Empresarial<br />
O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) voltou a dinamizar,<br />
no dia 9 <strong>de</strong> Junho, uma sessão da série “Quartas à Tar<strong>de</strong> no DEI”. Intitula<strong>do</strong><br />
Arquitectura Empresarial: Visão Holística da Organização, o encontro<br />
organiza<strong>do</strong> por Carla Pereira e Nuno Silva trouxe ao ISEP convida<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> Técnico (IST-UTL) e das empresas LinkMS,<br />
MacWin e PHC.<br />
As empresas são entida<strong>de</strong>s complexas <strong>de</strong> difícil compreensão e mo<strong>de</strong>lação.<br />
Muitos projectos <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> software empresarial falham<br />
ou não atingem resulta<strong>do</strong>s satisfatórios <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />
dimensões cruciais ao funcionamento das empresas. Frequentemente,<br />
são menospreza<strong>do</strong>s factores que fogem <strong>do</strong> âmbito das tecnologias<br />
<strong>de</strong> informação.<br />
Arquitectura empresarial é um meio para <strong>de</strong>screver estruturas <strong>de</strong> negócios<br />
e processos que ligam essas estruturas e que facilitam as iniciativas/projectos<br />
<strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> software. De uma outra forma, o<br />
Governo norte-americano sugere que a arquitectura empresarial é a<br />
base estratégica <strong>de</strong> activos <strong>de</strong> informação, que <strong>de</strong>fine o negócio, as<br />
informações necessárias para operar o negócio, as tecnologias necessárias<br />
para apoiar as operações comerciais e os processos <strong>de</strong> transição<br />
necessários para implementar novas tecnologias em resposta às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> negócios em constante alteração.<br />
Portanto, arquitectura empresarial diz respeito ao negócio e à forma<br />
como este é suporta<strong>do</strong>, nomeadamente por tecnologias <strong>de</strong> informação.<br />
Este evento das “Quartas à Tar<strong>de</strong> no DEI” serviu para apresentar o conceito<br />
<strong>de</strong> arquitectura empresarial e algumas ferramentas sectoriais, nomeadamente<br />
o ERP (Enterprise Resource Planning).<br />
CLOUDVIEWS 2010<br />
CLOUD ECOSYSTEM<br />
Entre 20 e 21 <strong>de</strong> Maio, o Centro <strong>de</strong> Congressos <strong>do</strong> ISEP acolheu a segunda<br />
edição da conferência internacional sobre cloud computing –<br />
CLOUDVIEWS 2010. Subordinada ao tema “Cloud Ecosystem”, a organização<br />
partiu da questão “to cloud or not to cloud”, avançada na edição<br />
<strong>de</strong> 2009, para recordar que o sucesso <strong>de</strong>ste paradigma computacional<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá sempre da capacida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver um ecossistema<br />
com to<strong>do</strong>s os seus componentes.<br />
As sessões ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dias visaram, sobretu<strong>do</strong>, divulgar novas<br />
formas <strong>de</strong> concretização <strong>do</strong> principal objectivo <strong>do</strong> Cloud Computing:<br />
a transformação <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> TI em plataformas multi-utiliza<strong>do</strong>r,<br />
mais acessíveis, elásticas, seguras e fiáveis. É o sucesso <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sígnio<br />
que permitirá aos técnicos <strong>de</strong> TI canalizar recursos da complexida<strong>de</strong><br />
tecnológica para os focar nos reais objectivos estratégicos empresariais.<br />
Nos negócios, tal como na vida, é a participação activa no ecossistema<br />
envolvente que permite potenciar a comunicação. Por seu turno, é este<br />
sucesso comunicativo que alavanca a mobilida<strong>de</strong> e transferência <strong>de</strong><br />
conhecimento e a previsibilida<strong>de</strong> e segurança da informação, fazen<strong>do</strong><br />
com que, a uma maior confiança no ecossistema, possam equivaler<br />
melhores relacionamentos, projectos e resulta<strong>do</strong>s.<br />
A CLOUDVIEWS 2010 provi<strong>de</strong>nciou um fórum para discussão das variadas<br />
formas que fazem já <strong>de</strong>ste ecossistema uma realida<strong>de</strong> quotidiana.<br />
De acor<strong>do</strong> com Paulo Calçada, responsável pela EuroCloud Portugal, o<br />
“cloud computing é já uma realida<strong>de</strong> no merca<strong>do</strong> nacional, on<strong>de</strong> empresas<br />
portuguesas fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> produtos e serviços nas áreas das<br />
TIC, se têm afirma<strong>do</strong> com produtos muito maduros e muito agressivos<br />
<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista das funcionalida<strong>de</strong>s e mo<strong>de</strong>los”.<br />
Winsig, Primavera, Galileu, EMC, SalesForce, Microsoft, IBM e PHC Software<br />
foram algumas das empresas presentes no evento, cujas apresentações<br />
po<strong>de</strong>m ser visualizadas no sítio http://2010.cloudviews.org.
08 EVENTOS<br />
3 as JORNADAS ELECTROTÉCNICAS<br />
MÁQUINAS E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS<br />
O ISEP é uma marca da <strong>Engenharia</strong> com tradição e prestígio na formação<br />
<strong>de</strong> engenheiros electrotécnicos. Com diploma<strong>do</strong>s inseri<strong>do</strong>s em empresas<br />
<strong>de</strong> produção, transporte e distribuição da energia eléctrica, fabricantes <strong>de</strong><br />
máquinas e material eléctrico e pequenas e médias empresas industriais<br />
e <strong>de</strong> serviços, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica (DEE) sempre<br />
apostou numa forte ligação às indústrias e ao meio empresarial.<br />
No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> promover mais um fórum <strong>de</strong> contacto, motiva<strong>do</strong> pelo<br />
sucesso obti<strong>do</strong> nos eventos anteriores, o DEE organizou nos dias 29 e<br />
30 <strong>de</strong> Abril a terceira edição das Jornadas Electrotécnicas. O evento,<br />
que <strong>de</strong>correu no Centro <strong>de</strong> Congresso <strong>do</strong> ISEP, teve como tema “Máquinas<br />
e Instalações Eléctricas”.<br />
Portuguesa, TÜV Rheinland Portugal, GOOSUN Tecnologia Solar <strong>de</strong><br />
Silício, Schnei<strong>de</strong>r Electric e ThyssenKrupp Acessibilida<strong>de</strong>s, sen<strong>do</strong> que<br />
algumas também participaram na exposição <strong>de</strong> equipamentos. Maciel<br />
Barbosa (Or<strong>de</strong>m Engenheiros), António Augusto Sequeira Correia<br />
(Associação Nacional <strong>do</strong>s Engenheiros Técnicos), Paulo Calau (Agência<br />
para a Energia), Borges Gouveia (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro e Energaia),<br />
Nuno Francisco Costa (Efacec) e Jorge Miranda (Autorida<strong>de</strong> Nacional<br />
<strong>de</strong> Comunicações) foram alguns <strong>do</strong>s ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s.<br />
Em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> interesse <strong>de</strong>sta temática, o DEE disponibiliza a informação<br />
apresentada no evento em www.<strong>de</strong>e.isep.ipp.pt/~see/jornadas2010 e<br />
lança o convite para a já aguardada quarta edição das Jornadas.<br />
Dedicadas a profissionais <strong>do</strong> sector electrotécnico, diploma<strong>do</strong>s e estudantes<br />
em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica, as jornadas promoveram o <strong>de</strong>bate<br />
sobre o actual panorama <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s que surgem<br />
da associação entre as recentes evoluções técnico-científicas e a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />
Como em qualquer outra área da <strong>Engenharia</strong>, também<br />
aqui se assiste a uma rápida e enorme evolução. Deste mo<strong>do</strong>, os <strong>do</strong>is<br />
dias <strong>do</strong> evento serviram para ajudar a compreen<strong>de</strong>r os últimos avanços<br />
em termos <strong>de</strong> energias renováveis ou racionalização energética e para<br />
relembrar as mais-valias das parcerias académico-empresariais no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> soluções inova<strong>do</strong>ras.<br />
Além <strong>de</strong> questões associadas a políticas energéticas, as jornadas abordaram<br />
ainda vertentes como veículos eléctricos, sistemas electromecânicos,<br />
<strong>do</strong>mótica e luminotecnia. Destaque para a presença <strong>de</strong> empresas<br />
como a Schmitt-Eleva<strong>do</strong>res, ABB, Efacec, Televes Electrónica
EVENTOS<br />
09<br />
isep<br />
fora <strong>de</strong><br />
PORTAS<br />
MARSHOPPING<br />
O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> esteve em Leça da Palmeira,<br />
durante uma semana, para a mostrar a sua oferta formativa a futuros<br />
candidatos ao Ensino <strong>Superior</strong> e interessa<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong> da tecnologia<br />
portuguesa. Continuan<strong>do</strong> a tradição da campanha ISEP FORA DE<br />
PORTAS, a edição <strong>de</strong>ste ano foi a maior jamais realizada.<br />
Organizada entre 14 e 19 <strong>de</strong> Maio, a exposição continuou a tradição<br />
<strong>de</strong> promover a oferta formativa através <strong>de</strong> um contacto privilegia<strong>do</strong><br />
com novos públicos <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong>. Este ano, a iniciativa envolveu<br />
os <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica, Geotécnica,<br />
Informática, Mecânica, Química, Física e o Laboratório <strong>de</strong><br />
Sistemas Autónomos, priman<strong>do</strong> não só pela dimensão logística, como<br />
pelo reforço das experiências interactivas com os visitantes.<br />
Foram mais <strong>de</strong> 50 os equipamentos e activida<strong>de</strong>s científicas oferecidas<br />
ao público que visitou o MarShopping. Entre as experiências<br />
tecnológicas disponibilizadas contavam-se a construção <strong>de</strong> pontes<br />
seguin<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Leonar<strong>do</strong> da Vinci, o teste <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> solos, a edição <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s multimédia, a operação <strong>de</strong> um sismógrafo,<br />
construção <strong>de</strong> moléculas, observação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> reciclagem<br />
e <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> casa inteligente, a produção <strong>de</strong> energia<br />
alternativa, a visualização em 3D, jogos <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />
por alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> e a navegação remota <strong>de</strong> robôs. Não só a<br />
exposição reunia diferentes áreas <strong>de</strong> actuação da <strong>Engenharia</strong> como<br />
transmitia as imagens <strong>de</strong> inovação, tecnologia e sustentabilida<strong>de</strong> associadas<br />
ao ISEP.<br />
Durante uma semana foi possível <strong>de</strong>scobrir o mun<strong>do</strong> da <strong>Engenharia</strong> e<br />
compreen<strong>de</strong>r a activida<strong>de</strong> científica das várias licenciaturas leccionadas<br />
no ISEP.
10 À CONVERSA COM...<br />
JOSÉ DE<br />
ALMEIDA<br />
MARTINS<br />
Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r nato. Po<strong>de</strong>ríamos caracterizar assim o<br />
Director-Geral da NET - Novas Empresas e Tecnologias,<br />
José <strong>de</strong> Almeida Martins. Mas <strong>de</strong>ixaríamos <strong>de</strong> realçar o seu<br />
carácter visionário, persistente e crente no sentimento <strong>de</strong><br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. No ISEP, a NET já <strong>de</strong>ixou sementes: da<br />
parceria entre as duas entida<strong>de</strong>s, entre as i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras<br />
<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> académico e a experiência e traquejo <strong>do</strong><br />
mun<strong>do</strong> empresarial, têm vin<strong>do</strong> a nascer projectos interessantes.<br />
O trabalho <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Almeida Martins é, diariamente,<br />
procurar novos talentos e fazer nascer e vencer<br />
i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras e promotores dispostos a investir no seu<br />
próprio negócio. Ao ISEP.BI, o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que acredita<br />
que “para boas i<strong>de</strong>ias há sempre capital”, explicou o<br />
que faz com que um projecto seja vence<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>ixou claro<br />
que há, no ISEP, “um manancial <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras com<br />
queda para o sucesso”. Para a região Norte, adiantou que<br />
a Net está envolvida num <strong>gran<strong>de</strong></strong> projecto que preten<strong>de</strong><br />
promover e estimular a criação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> base tecnológica<br />
nesta região.<br />
“UM EMPREENDEDOR NÃO SE FAZ, NASCE”
À CONVERSA COM...<br />
11<br />
ISEP.BI Po<strong>de</strong>-nos <strong>de</strong>screver brevemente qual a activida<strong>de</strong> da NET?<br />
José <strong>de</strong> Almeida Martins (J.A.M.) A NET, como Business and Innovation<br />
Center (BIC) que é, tem como funções o apoio à criação <strong>de</strong> negócios<br />
inova<strong>do</strong>res, com <strong>gran<strong>de</strong></strong> potencial <strong>de</strong> crescimento, através <strong>do</strong><br />
lançamento <strong>de</strong> micro, pequenas e médias empresas e ainda a mo<strong>de</strong>rnização<br />
<strong>de</strong> PME’s, numa <strong>de</strong>terminada região. Para implementar essas<br />
activida<strong>de</strong>s, a NET torna-se, também, um agente <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />
regional através da dinamização <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e da<br />
inovação. Este é, fundamentalmente, o resumo da activida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada<br />
aos BICs e a NET, como BIC mais antigo <strong>de</strong> Portugal, e um <strong>do</strong>s mais<br />
antigos da Europa, cumpre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1987, estes requisitos.<br />
ISEP.BI O que levou ao surgimento da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar a NET?<br />
J.A.M. Em 1983 foi lança<strong>do</strong> um projecto-piloto, na Bélgica, com o<br />
objectivo <strong>de</strong> transformar uma região que estava muito pouco <strong>de</strong>senvolvida<br />
e sem activida<strong>de</strong> económica, através da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio<br />
à criação <strong>de</strong> projectos inova<strong>do</strong>res. No ano seguinte, em 1984, começaram<br />
a ser visíveis os primeiros resulta<strong>do</strong>s e um grupo <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />
portuguesas, da região Norte, <strong>de</strong>slocou-se àquele país para constatar,<br />
in loco, o sucesso <strong>de</strong>sta nova activida<strong>de</strong>. Foi, assim, criada uma associação<br />
<strong>de</strong> Business and Inovation Centers em Portugal, em 1986 e, em<br />
1987, arrancou a NET, exactamente com o propósito <strong>de</strong> ser uma entida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento regional através <strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong><br />
negócios inova<strong>do</strong>res.<br />
incubação <strong>de</strong> valor acrescenta<strong>do</strong>. Para nós, a incubação não é apenas<br />
colocar a empresa num só o espaço sob a nossa alçada, consiste também<br />
no acompanhamento contínuo para verificarmos como está o<br />
plano <strong>de</strong> negócios e se a activida<strong>de</strong> da empresa está a fazer justiça a<br />
esse mesmo plano.<br />
ISEP.BI Passan<strong>do</strong> para o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> que hoje falamos<br />
tanto. Com a actual conjuntura é cada vez mais necessário que surjam<br />
novas i<strong>de</strong>ias, novos caminhos... Como avalia o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong>s jovens <strong>do</strong>s dias <strong>de</strong> hoje?<br />
J.A.M. Seguramente que o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é algo pessoal e<br />
que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, inteiramente, da época em que vivemos... Quem é<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é sempre empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Defen<strong>do</strong> que haverá sempre<br />
a questão da diferença entre o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que nasce e o que “se<br />
faz”. Obviamente, há competências que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidas, que<br />
po<strong>de</strong>m ensinadas ou até adquiridas... Mas o importante é que o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />
o seja mais por motivação <strong>do</strong> que por motivo. Hoje há mais<br />
instrumentos <strong>de</strong> apoio à criação <strong>do</strong> próprio negócio que noutros anos<br />
não havia. Hoje há mais negócios que têm menos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forte<br />
investimento <strong>do</strong> que no passa<strong>do</strong>. Hoje há mais empresas ligadas à área<br />
<strong>do</strong>s serviços em que a componente <strong>de</strong> investimento não será assim tão<br />
ISEP.BI Quais os critérios que a NET usa para apadrinhar o nascimento<br />
<strong>de</strong> uma nova PME?<br />
J.A.M. Des<strong>de</strong> logo, o promotor e a i<strong>de</strong>ia. Em concordância com este primeiro<br />
critério, começamos por validar a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra e<br />
as competências <strong>do</strong> promotor, para que possamos perceber se estamos<br />
perante alguém que está motiva<strong>do</strong> para avançar com o projecto<br />
e se reúne as competências e qualida<strong>de</strong>s necessárias para ser um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />
<strong>de</strong> sucesso. Não é fácil ser empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Existem riscos, é<br />
necessário estar prepara<strong>do</strong> para abdicar... A i<strong>de</strong>ia tem como condição<br />
crucial possuir características inova<strong>do</strong>ras que po<strong>de</strong>m estar presentes<br />
no produto, no serviço, na forma <strong>de</strong> o promover, ou na tecnologia. Tem<br />
<strong>de</strong> se distinguir e diferenciar <strong>do</strong> que já existe no merca<strong>do</strong>. Valida<strong>do</strong> este<br />
binómio - i<strong>de</strong>ia e promotor - estamos perante um projecto que nos<br />
interessa e com o qual, à partida, iremos avançar, pelo menos junto <strong>do</strong>s<br />
promotores, para proce<strong>de</strong>rmos à avaliação da sua viabilida<strong>de</strong>.<br />
ISEP.BI Quais são os passos a seguir para a criação <strong>de</strong> uma PME?<br />
J.A.M. Valida<strong>do</strong> o binómio i<strong>de</strong>ia - promotor, propomos um contrato<br />
para que se avance para o amadurecimento da i<strong>de</strong>ia. Com o apoio<br />
da NET e através da criação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> negócios, estrutura-se<br />
o futuro, para o promotor analisar, <strong>de</strong> forma correcta, o negócio e as<br />
suas vertentes. Acaba por ser a primeira iniciativa <strong>do</strong> promotor. Na<br />
NET, orientamos, discutimos e validamos sempre em conjunto com os<br />
promotores para que estes fiquem a conhecer bem como é o seu negócio<br />
e estejam treina<strong>do</strong>s para quan<strong>do</strong> surgirem situações diferentes<br />
daquelas que tinham previsto e, rapidamente, tenham capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reorientar o projecto para os objectivos que tinham <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. É,<br />
também, a melhor forma que têm <strong>de</strong> conhecer a sua empresa, para<br />
po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o seu projecto junto <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s, tais como<br />
financia<strong>do</strong>res ou novos sócios.<br />
ISEP.BI Depois da validação, a i<strong>de</strong>ia parte para o merca<strong>do</strong>?<br />
J.A.M. Provada a viabilida<strong>de</strong> da empresa, com o plano <strong>de</strong> negócios<br />
elabora<strong>do</strong>, passamos à fase seguinte, que é a criação da empresa que<br />
po<strong>de</strong> arrancar <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, em incubação. Mesmo<br />
que não parta <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, tem apoio da NET nos<br />
três primeiros anos, em termos <strong>de</strong> consultoria, ao qual chamamos <strong>de</strong><br />
forte e mais facilmente os próprios jovens terão sucesso com as suas<br />
empresas... são novas condições que <strong>de</strong>veriam fazer crescer o espírito<br />
empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Fundamentalmente, acredito que existe o espírito<br />
<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, embora alerte que em Portugal há algumas<br />
questões, até <strong>de</strong> foro cultural, que inibem bastante o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
como, por exemplo, o estigma <strong>do</strong> insucesso. Quan<strong>do</strong> um negócio<br />
corre mal, a pessoa fica marcada, o que faz com que se retraia num<br />
investimento futuro.<br />
ISEP.BI Fazen<strong>do</strong> a ponte entre a Net e o ISEP, há algum ex-aluno <strong>do</strong><br />
ISEP que tenha procura<strong>do</strong> a Net para ajudar a construir uma empresa?<br />
J.A.M. Existem já situações <strong>de</strong> empresas criadas por ex-alunos <strong>do</strong> ISEP,<br />
e, curiosamente, fruto <strong>de</strong> acções que tivemos no <strong>Instituto</strong>, entre as<br />
quais conferências e consultórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias. Após as iniciativas, os alunos<br />
procuravam-nos para saber como a NET os po<strong>de</strong>ria ajudar, quais<br />
eram os passos que teriam <strong>de</strong> seguir e como po<strong>de</strong>riam trabalhar em<br />
conjunto connosco, o que acabou mesmo por dar origem a empresas.<br />
ISEP.BI Participou numa conferência no ISEP sobre a criação <strong>de</strong> empresas<br />
inova<strong>do</strong>ras e <strong>de</strong>bate tecnológico. Que receptivida<strong>de</strong> encontrou<br />
por parte <strong>do</strong>s alunos a este tema?<br />
J.A.M. Foi uma conferência muito interessante, muito participativa,<br />
quer em termos <strong>de</strong> número, como na interacção com a plateia. Já temos,<br />
inclusive, reuniões marcadas com alunos que assistiram a esta<br />
conferência e que têm uma i<strong>de</strong>ia a colocar em prática.
12 À CONVERSA COM...<br />
ISEP.BI É uma iniciativa para repetir?<br />
J.A.M. Um <strong>do</strong>s nossos objectivos é, precisamente, intensificar estas<br />
acções e sistematizá-las, tanto as conferências como consultórios <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ias, seminários <strong>de</strong> geração e maturação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, ou seja, uma série<br />
<strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> promoção <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo inova<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>bate<br />
tecnológico. Acreditamos, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, que estas i<strong>de</strong>ias se inserem<br />
muito bem no ISEP, como entida<strong>de</strong> <strong>do</strong> IPP ligada às tecnologias, muito<br />
pelo seu <strong>gran<strong>de</strong></strong> potencial para a criação <strong>de</strong> empresas inova<strong>do</strong>ras e <strong>de</strong><br />
base tecnológica.<br />
ISEP.BI Quais os conselhos que <strong>de</strong>ixa a to<strong>do</strong>s aqueles que tenham<br />
uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócio ainda não concretizada?<br />
J.A.M. O que os futuros empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem começar por fazer é<br />
divulgar, junto <strong>de</strong> quem os po<strong>de</strong> ajudar, neste caso a NET, a sua i<strong>de</strong>ia<br />
<strong>de</strong> negócio, porque se continuarem com ela <strong>de</strong>ntro da sua cabeça, não<br />
funciona. Po<strong>de</strong>m pedir ajuda a um consultório <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, marcar uma<br />
reunião com a NET, contactar-nos para, em conjunto, começarmos a<br />
trabalhar a i<strong>de</strong>ia. Depois, se é um projecto que enten<strong>de</strong>mos que tem<br />
pernas para andar, avança o plano <strong>de</strong> negócios. E <strong>de</strong>pois, vamos ver<br />
se realmente vale a pena. Durante os primeiros três anos, as empresas<br />
po<strong>de</strong>m contar com o acompanhamento <strong>do</strong>s profissionais da NET, da<strong>do</strong><br />
que se trata <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> mais crítico <strong>de</strong> arranque. Digamos que as empresas,<br />
por norma, ao quarto ano já estão em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cruzeiro.<br />
Mas <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> quarto ano continuamos a apoiá-las, se assim tiverem<br />
necessida<strong>de</strong>, pois o nosso sucesso é o sucesso das empresas. E <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong>stes mol<strong>de</strong>s, a experiência tem si<strong>do</strong> excelente.<br />
“PARA BOAS IDEIAS HÁ SEMPRE<br />
CAPITAL”<br />
ISEP.BI Quais são os principais ingredientes para criar um projecto<br />
vence<strong>do</strong>r?<br />
J.A.M. Para além <strong>do</strong> binómio entre o projecto e o promotor, que é quase<br />
um pressuposto, outro <strong>do</strong>s aspectos fundamentais é a existência <strong>de</strong><br />
um plano <strong>de</strong> negócios bem feito e um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que apresente<br />
inovação. É extremamente importante que o projecto seja permanentemente<br />
inova<strong>do</strong>r, e não apenas no início, se não corre o risco <strong>de</strong> se<br />
tornar obsoleto, principalmente nos tempos em que vivemos. Com<br />
o avanço tecnológico que existe actualmente, as empresas têm que<br />
inovar e manter a dianteira tecnológica relativamente à concorrência.<br />
Os dirigentes têm que ser fortes e características como perseverança,<br />
criativida<strong>de</strong> e inovação são fundamentais.<br />
ISEP.BI Estarão comprometi<strong>do</strong>s em tempos <strong>de</strong> crise os financiamentos<br />
para a criação <strong>de</strong> novos projectos? Como contorna a diminuição<br />
das verbas?<br />
J.A.M. Tenho por hábito dizer que para bons projectos não falta dinheiro.<br />
Aliás, é precisamente na altura <strong>de</strong> crise que surgem as <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />
i<strong>de</strong>ias e as <strong>gran<strong>de</strong></strong>s empresas. A primeira questão importante é que<br />
ninguém investe num projecto em que o promotor não invista! Os empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res<br />
têm <strong>de</strong> estar disponíveis para apostar no seu trabalho.<br />
Se estivermos perante um bom projecto e um bom empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r,<br />
há sempre facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir o financiamento. Há, inclusive, programas<br />
<strong>de</strong> apoio à criação <strong>de</strong> empresas que constituem formas importantes<br />
<strong>de</strong> alavancar a criação <strong>de</strong> novos negócios. Em alturas <strong>de</strong> crise, é<br />
também quan<strong>do</strong> o crédito é mais difícil e po<strong>de</strong>rá ser complica<strong>do</strong>, ou<br />
pelo menos mais moroso, obter o financiamento. Por estas razões que<br />
acabei <strong>de</strong> apresentar, <strong>de</strong>ixamos sempre o financiamento para a última<br />
parte <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> negócios: primeiro pensamos como vamos fazer a<br />
empresa, <strong>de</strong>pois pensamos como vamos pagar.<br />
ISEP.BI São inúmeros os organismos nacionais e internacionais com<br />
quem a NET colabora. Quais as mais-valias <strong>de</strong> pertencer a todas estas<br />
entida<strong>de</strong>s?<br />
J.A.M. As mais-valias são muitas e têm trazi<strong>do</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong>s resulta<strong>do</strong>s.<br />
Des<strong>de</strong> logo, a NET está ligada a várias entida<strong>de</strong>s e Business and Inovation<br />
Centers. Em Portugal há vários BICs que se concentram numa<br />
associação à qual a Net está também ligada. Já em termos europeus,<br />
há 16 unida<strong>de</strong>s como a NET espalhadas pela UE e na qual a NET tem<br />
também um peso bastante forte, quer pelo seu passa<strong>do</strong>, quer pelas<br />
acções que tem implementa<strong>do</strong> e que levou ao seu reconhecimento.<br />
Já fomos, também, reconheci<strong>do</strong>s pela Associação <strong>do</strong>s BICs como um<br />
caso <strong>de</strong> boas práticas para os novos BICs que estavam a abrir nos países<br />
a<strong>de</strong>rentes à União Europeia, os países <strong>de</strong> leste, e a NET, foi, ainda, em<br />
2008, reconhecida como a entida<strong>de</strong> entre os BICs que mais acções promoveu<br />
<strong>de</strong> apoio ao empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo... Temos também uma série
À CONVERSA COM...<br />
13<br />
<strong>de</strong> protocolos com várias entida<strong>de</strong>s, nomeadamente com o <strong>Instituto</strong><br />
Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e com outras entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> promoção e apoio a<br />
negócios inova<strong>do</strong>res.<br />
ISEP.BI Durante os sete anos <strong>de</strong> vida da Promonet – Associação Promotora<br />
<strong>de</strong> Novas I<strong>de</strong>ias e Tecnologias, quais são as principais preocupações<br />
da associação? Pon<strong>de</strong>ram o alargamento <strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />
associa<strong>do</strong>s?<br />
J.A.M. A Promonet é uma associação na qual a NET é o seu maior associa<strong>do</strong>.<br />
Tem outros associa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> referência, nomeadamente o IPP, e<br />
o propósito era exactamente construir estas instalações, este “hardware”,<br />
para que o software possa funcionar e implementar as estruturas<br />
<strong>de</strong> apoio necessárias à concretização <strong>do</strong> nosso trabalho. A incuba<strong>do</strong>ra<br />
que agora temos é <strong>de</strong> terceira geração; tem várias características importantes<br />
e que são valorizadas pelas empresas. Tivemos o cuida<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> envolver na sua construção algumas das empresas que foram criadas<br />
pela Net exactamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu know how que impulsionou<br />
a construção <strong>de</strong> um edifício com boas condições para as empresas<br />
trabalharem. Como associação que é, a Promonet está sempre aberta<br />
e interessada em ter novos associa<strong>do</strong>s. Temos como projecto futuro<br />
valorizar ainda mais a associação para, quem sabe, po<strong>de</strong>rmos avançar<br />
com outros <strong>de</strong>safios. A Associação po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja a vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />
seus associa<strong>do</strong>s, avançar com outros projectos, liga<strong>do</strong>s à promoção <strong>de</strong><br />
novas tecnologias.<br />
“Um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r não se faz,<br />
nasce”<br />
ISEP.BI Porquê reunir estas entida<strong>de</strong>s todas como associa<strong>do</strong>s da Promonet?<br />
J.A.M. Os associa<strong>do</strong>s não entraram to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma vez. Começamos<br />
com oito e, actualmente, temos 25 accionistas. Este é exactamente o<br />
mo<strong>de</strong>lo proposto pela União Europeia que recomenda que integrem<br />
o elenco <strong>de</strong> accionistas vários agentes económicos regionais, locais e<br />
nacionais. Daí a NET ter começa<strong>do</strong> com um número mais pequeno,<br />
ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois si<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong>, precisamente para ter como accionistas<br />
os vários agentes propostos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as associações, empresas, bancos,<br />
empresas <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> risco e universida<strong>de</strong>s. É, no fun<strong>do</strong>, um conjunto<br />
diversifica<strong>do</strong> que serve, através da sua experiência, para potenciar a<br />
concretização <strong>do</strong>s objectivos da Promonet, crian<strong>do</strong> sinergias e potencian<strong>do</strong><br />
uma massa crítica mais alargada.<br />
ISEP.BI A NET tem uma activida<strong>de</strong> intensa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Clube <strong>de</strong> Empresas<br />
e Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, a Promonet, promovem conferência e<br />
workshops... Quais são os próximos projectos?<br />
J.A.M. Neste momento, para além da nossa activida<strong>de</strong> normal, temos<br />
um projecto que apresentamos na conferência realizada no ISEP, e<br />
que constitui um <strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>safio na criação <strong>de</strong> empresas inova<strong>do</strong>ras<br />
<strong>de</strong> base tecnológica. Neste projecto, que está pensa<strong>do</strong> para o Norte<br />
<strong>de</strong> Portugal, o <strong>de</strong>safio para os próximos <strong>do</strong>is anos é o <strong>de</strong> promover<br />
e estimular a criação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> base tecnológica. Paralelamente,<br />
preten<strong>de</strong>mos organizar uma série <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> sensibilização e <strong>de</strong><br />
captação, através <strong>de</strong> conferências, consultórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, concursos <strong>de</strong><br />
i<strong>de</strong>ias para criação <strong>de</strong> empresas, encontros informais <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tar<strong>de</strong>...<br />
sempre com o espírito <strong>de</strong> promover a inovação e o apoio a empresas<br />
ainda numa fase <strong>de</strong> arranque. Por fim, estamos também a preparar<br />
uma <strong>gran<strong>de</strong></strong> conferência ligada à temática <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, em<br />
princípio ainda para este ano. Consi<strong>de</strong>ramos que todas estas acções<br />
são importantes neste momento <strong>de</strong> crise económica e, quem sabe,<br />
po<strong>de</strong>mos ajudar a apontar a saída para esta situação.
14 DE FORA CÁ DENTRO<br />
ISEP/APDL<br />
parceria que se<br />
constrói à volta<br />
<strong>de</strong> projectos<br />
Há muito a unir duas instituições <strong>de</strong> referência como o<br />
<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEP) e a Associação<br />
<strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>de</strong> Douro e Leixões (APDL), mesmo que<br />
não haja papéis a oficializar. Partilham, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, a<br />
visão estratégica <strong>de</strong> que o caminho <strong>do</strong> futuro só po<strong>de</strong> ser<br />
traça<strong>do</strong> com sucesso com concertação <strong>de</strong> sinergias entre<br />
as empresas e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, o que na<br />
prática se verifica com a “troca” <strong>de</strong> saberes e experiências<br />
entre ambas. A ligação que se tem vin<strong>do</strong> a criar, revela, na<br />
conversa com o Presi<strong>de</strong>nte da APDL, João Pedro <strong>de</strong> Matos<br />
Fernan<strong>de</strong>s, engenheiro civil, que o repto é continuar a lançar<br />
mais <strong>de</strong>safios. Afinal, são muitos os técnicos forma<strong>do</strong>s<br />
pelo ISEP que trabalham na APDL e vários os profissionais<br />
da APLD que leccionam no ISEP.<br />
A procura <strong>de</strong> soluções e <strong>de</strong> respostas, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
lançar metas e <strong>de</strong> se reinventarem méto<strong>do</strong>s, fez nascer,<br />
naturalmente, a relação entre ISEP e APDL. Nesta edição, o<br />
ISEP.BI procura dar a conhecer a APDL, pela voz <strong>de</strong> Matos<br />
Fernan<strong>de</strong>s, num trabalho que mostra um profissional que<br />
acredita que “o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e a busca incessante<br />
<strong>de</strong> novos conhecimentos é a chave para o sucesso”.<br />
Se há mensagem que fica patente na conversa que o ISEP.BI teve com<br />
o Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões, João Pedro<br />
<strong>de</strong> Matos Fernan<strong>de</strong>s, é que as empresas e associações “são criadas para<br />
gerir e para gerar divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s”, mas sempre com um sentimento <strong>de</strong><br />
consciência social e ambiental muito presente. E aqui, segun<strong>do</strong> adiantou,<br />
“as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, e o ISEP em particular, como<br />
<strong>escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, têm um papel prepon<strong>de</strong>rante”.<br />
total às parcerias até porque a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino que o ISEP proporciona<br />
cria nas <strong>pessoas</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar - e bem! - por aquilo<br />
a que assistimos, <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, to<strong>do</strong>s os dias”, refere<br />
Matos Fernan<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong> sobre a importância <strong>de</strong>sta ligação.<br />
Acrescenta que são “recruta<strong>do</strong>s muitos alunos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil<br />
e Mecânica e por isso não é incomum encontrarmos na APDL trabalho,<br />
projectos e <strong>pessoas</strong> com o cunho <strong>do</strong> ISEP”.<br />
Apesar <strong>de</strong> não existir uma ligação formal, oficializada, da APDL com<br />
o ISEP, os cargos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> topo ocupa<strong>do</strong>s por ex-alunos revelam<br />
que o entendimento entre as duas instituições vai muito além <strong>do</strong><br />
papel passa<strong>do</strong>.<br />
Na prática, a colaboração e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> sinergias entre as duas<br />
instituições flui no dia-a-dia. A marca <strong>do</strong> ISEP faz-se sentir <strong>de</strong> forma premente<br />
na APDL, não só nos projectos conjuntos que se <strong>de</strong>senvolvem,<br />
mas, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, pelos profissionais que aí trabalham. Em simultâneo,<br />
engenheiros da APDL leccionam no ISEP. “Temos uma abertura<br />
Enquanto responsável pelos <strong>de</strong>stinos da APDL, este engenheiro <strong>de</strong><br />
formação, acredita no networking como aspecto fundamental para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma instituição e, nesse senti<strong>do</strong>, os seus representantes<br />
têm esta<strong>do</strong> atentos aos “projectos <strong>do</strong> ISEP construí<strong>do</strong>s em<br />
torno <strong>do</strong> cluster <strong>do</strong> mar que po<strong>de</strong>m ser muito úteis para o trabalho que<br />
<strong>de</strong>senvolvemos to<strong>do</strong>s os dias”. Matos Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “uma<br />
parceria <strong>de</strong>ve ser sempre constituída à volta <strong>de</strong> projectos”.<br />
Defensor acérrimo <strong>do</strong> mar como motor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico,<br />
Matos Fernan<strong>de</strong>s, acredita que “o mar tem menos importância sem
DE FORA CÁ DENTRO<br />
15<br />
o transporte marítimo e, neste âmbito, é fundamental que os portos<br />
<strong>de</strong>sempenhem um papel nuclear para uma abordagem económica<br />
ao mar”. E, nessa área, consi<strong>de</strong>ra que “o ISEP tem esta<strong>do</strong> à altura ao<br />
<strong>de</strong>senvolver alguns projectos <strong>de</strong> investigação neste <strong>do</strong>mínio que têm<br />
em Leixões um campo <strong>de</strong> experimentação”. Aliás, reforçan<strong>do</strong> as mais-<br />
-valias da ligação empresas - aca<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong>signadamente, APDL e ISEP,<br />
o Presi<strong>de</strong>nte da APDL <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que é crucial, cada vez mais, “acertar a<br />
linguagem entre as empresas e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>”, para<br />
se conseguir maior eficácia. “As parcerias entre o mun<strong>do</strong> empresarial e<br />
o ensino <strong>de</strong>vem centrar-se, fundamentalmente, na produção e <strong>de</strong>scoberta<br />
<strong>de</strong> novas tecnologias”, adianta, afirman<strong>do</strong>, convictamente, que<br />
“não há empresa, a não ser que trabalhe em monopólio, que não esteja<br />
preocupada com as questões da inovação”.<br />
“a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino que o ISEP<br />
proporciona cria nas <strong>pessoas</strong><br />
VONTADE <strong>de</strong> trabalhar - e bem!”<br />
Para Matos Fernan<strong>de</strong>s, se as empresas <strong>de</strong>vem estar conscientes da<br />
importância das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, também os futuros<br />
profissionais, em formação, <strong>de</strong>vem ter “uma absoluta consciência daquilo<br />
que é relevante na sua activida<strong>de</strong> e daquilo que é estratégico”. O<br />
mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios, diz, “faz-se e constrói-se, não perguntan<strong>do</strong> em<br />
primeiro lugar on<strong>de</strong> é que eu vou buscar dinheiro para fazer isto ou<br />
quanto é que aquilo custa”. À questão qual é a primeira pergunta que o<br />
engenheiro <strong>de</strong>ve fazer, respon<strong>de</strong>: “A minha i<strong>de</strong>ia e a minha activida<strong>de</strong><br />
são inova<strong>do</strong>ras para gerar riqueza e até que ponto é que estão alinhadas<br />
com a minha estratégia e com a estratégia da minha organização?”.<br />
“É fundamental ter um espectro <strong>de</strong> conhecimentos muito alarga<strong>do</strong> e<br />
não subestimarem algumas questões que possam parecer básicas”.<br />
Aliás, remata, “a própria APDL tem um rumo que vamos construin<strong>do</strong> e<br />
moldan<strong>do</strong> em relação às circunstâncias”.<br />
No ISEP.BI lançou o <strong>de</strong>safio: “projectos que o ISEP queira <strong>de</strong>senvolver<br />
no <strong>do</strong>mínio da investigação aplicada que passem pelo transporte marítimo<br />
e que estejam liga<strong>do</strong>s à engenharia portuária, nós estaremos<br />
sempre disponíveis para po<strong>de</strong>r partilhar e contribuir para que a parceria<br />
se construa e consoli<strong>de</strong> e para que possamos partilhar esse mesmo<br />
saber e ajudar a que ele tenha uma aplicação justa”.<br />
Sobre a Administração <strong>do</strong>s<br />
<strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões<br />
O <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões é um <strong>do</strong>s maiores portos portugueses e tem, na<br />
Associação <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões, a entida<strong>de</strong> que coor<strong>de</strong>na<br />
e gere o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> diariamente. A equipa, li<strong>de</strong>rada por<br />
Matos Fernan<strong>de</strong>s, tem ciente os valores da responsabilida<strong>de</strong> social, da<br />
inovação tecnológica e está consciente que, trabalhar em re<strong>de</strong>, é uma<br />
mais-valia para qualquer entida<strong>de</strong> empresarial.<br />
Tal como está consi<strong>de</strong>rada nos seus estatutos, a “A Administração <strong>do</strong>s<br />
<strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões (APDL) (…) tem por objecto a administração<br />
<strong>do</strong>s portos <strong>do</strong> Douro e Leixões, visan<strong>do</strong> a sua exploração económica,<br />
conservação e <strong>de</strong>senvolvimento…”. Mas o Presi<strong>de</strong>nte prefere afirmar<br />
que “a APDL tem duas <strong>gran<strong>de</strong></strong>s finalida<strong>de</strong>s: gerir e promover uma infra-<br />
-estrutura portuária que é Leixões e a gestão <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público marítimo<br />
perto da área on<strong>de</strong> o porto existe”. Tal como explica, a APDL,<br />
enquanto empresa gestora da activida<strong>de</strong> portuária, “tem três <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />
tarefas que se complementam mutuamente”: a primeira tem uma finalida<strong>de</strong><br />
pública”, pela qual a APDL se esforça, diariamente, por cumprir<br />
“um conjunto <strong>de</strong> prerrogativas públicas em termos <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong><br />
ambiente e <strong>de</strong> gestão tal como compete a uma infra-estrutura portuária”;<br />
<strong>de</strong>pois “a prestação <strong>de</strong> serviços” para o exterior e que consiste<br />
numa das fontes <strong>de</strong> receita da Associação; finalmente, a APDL é também<br />
“senhorio <strong>de</strong> toda a infra-estrutura que é o <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões”.<br />
Matos Fernan<strong>de</strong>s está convicto <strong>de</strong> que a APDL trabalha, sobretu<strong>do</strong>,<br />
“em prol <strong>de</strong> uma região”. E, da<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, esta é uma<br />
“opção bem sucedida”. Trata-se, segun<strong>do</strong> o nosso entrevista<strong>do</strong>, <strong>de</strong> uma<br />
empresa altamente lucrativa que “distribui divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s ao seu maior accionista,<br />
que é o Esta<strong>do</strong> e, por consequência, to<strong>do</strong>s nós.” Mas o mais interessante<br />
no seu discurso, como presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma instituição como<br />
esta, é a preocupação patente na “relação com o exterior”. “Temos um<br />
perfil bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, em contínua construção, e que passa muito pela<br />
preocupação com o meio envolvente, por aquilo que somos enquanto<br />
infra-estrutura, pelo local on<strong>de</strong> estamos e pelas parcerias que estabelecemos”,<br />
reitera.<br />
Primeiro porto com Relatório <strong>de</strong><br />
Sustentabilida<strong>de</strong><br />
A segurança e o meio ambiente têm um <strong>gran<strong>de</strong></strong> enfoque na APDL.<br />
Aliás, tal como o ISEP foi pioneiro ao nível das Instituições <strong>de</strong> Ensino,<br />
também Leixões “foi o primeiro <strong>Porto</strong> da Europa a fazer um Relatório<br />
<strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong>, em 2006”. Para além das questões <strong>do</strong> ambiente,<br />
também as que se relacionam com a segurança “são uma obrigação”,<br />
até pelo conteú<strong>do</strong> das cargas e a proximida<strong>de</strong> da refinaria. “Assumimos<br />
o seguinte: a localização é um valor da APDL e temos <strong>de</strong> agir no senti<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> tratar bem aqueles que vivem connosco”, refere Matos Fernan<strong>de</strong>s.<br />
A responsabilida<strong>de</strong> social é um bem fundamental para as empresas e<br />
entida<strong>de</strong>s que preten<strong>de</strong>m ter sucesso. “Quero acreditar que as empresas<br />
são cada vez mais responsáveis socialmente até porque no nosso<br />
caso, a nossa responsabilida<strong>de</strong> social, mais <strong>do</strong> que uma obrigação, é<br />
a construção da perenida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso próprio negócio, não é apenas<br />
uma activida<strong>de</strong> altruísta. É garantia que daqui a <strong>de</strong>z ou vinte anos o<br />
<strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões está aqui ainda mais competitivo <strong>do</strong> que aquilo que<br />
é hoje”, conclui.
16<br />
DESTAQUE<br />
AS <strong>pessoas</strong>:<br />
a base <strong>de</strong> uma<br />
<strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>escola</strong><br />
Inerentes às conquistas <strong>de</strong> uma instituição estão as <strong>pessoas</strong>. Mais<br />
<strong>de</strong> 150 anos <strong>de</strong> história, a marcar consecutivamente pontos no panorama<br />
<strong>do</strong> ensino da <strong>Engenharia</strong> em Portugal, exigem ao <strong>Instituto</strong><br />
<strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> uma constante aposta nos seus<br />
recursos humanos, motivan<strong>do</strong> e estimulan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s aqueles que<br />
directamente ou indirectamente fazem <strong>do</strong> ISEP uma casa e que<br />
assegurem a contínua competitivida<strong>de</strong> da instituição.<br />
É esta abordagem que o ISEP.BI dá a conhecer nesta edição. Com<br />
a certeza <strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho não é expressão<br />
vã, e à qual se imputam, largamente, os sucessos, fomos ouvir<br />
quem está nos basti<strong>do</strong>res e perceber o que está a ser feito no<br />
terreno. Provavelmente, no final <strong>do</strong> artigo, se enten<strong>de</strong>rá o porquê<br />
<strong>de</strong> recorrentemente ser uma primeira escolha <strong>de</strong> quem opta pela<br />
engenharia, da ligação a entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> renome públicas e privadas,<br />
da interacção activa com a socieda<strong>de</strong> civil, <strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong><br />
orgulhosa i<strong>de</strong>ntificação...<br />
O universo ISEP vai muito mais além <strong>do</strong>s muros e das pare<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong>s edifícios que o compõem. A motivação, a<br />
realização e a superação, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s aqueles que vivem<br />
a instituição são aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s com<br />
muita atenção. Afinal, ao longo da sua tradição,<br />
o ISEP sempre consi<strong>de</strong>rou cada pessoa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />
da função que <strong>de</strong>sempenhe na<br />
Instituição, como uma parte importante da engrenagem.<br />
Face aos novos <strong>de</strong>safios que <strong>de</strong>correm<br />
<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los actuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, espera-se<br />
que as <strong>pessoas</strong> sejam capazes <strong>de</strong> um<br />
maior <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />
adaptação e aprendizagem ao longo da vida.<br />
Materializar, através <strong>de</strong> palavras, este conceito<br />
tão premente no ISEP, é um <strong>de</strong>safio consi<strong>de</strong>rável,<br />
e mesmo sob pena <strong>de</strong> não ser conquista<strong>do</strong><br />
na plenitu<strong>de</strong>, valerá, certamente, pela tentativa.<br />
Introduzir novas tecnologias, diferentes meto<strong>do</strong>logias<br />
<strong>de</strong> trabalho, promover a eficiência e eficácia, estimular<br />
o estu<strong>do</strong> autónomo, a progressão na carreira e disponibilizar<br />
melhores equipamentos, são algumas das orientações<br />
que estão a ser concretizadas. Sempre com o fim último<br />
<strong>de</strong> proporcionar o melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho para<br />
to<strong>do</strong> o universo ISEP. Iniciativas como a Festa <strong>de</strong> Natal que
DESTAQUE 17<br />
se realiza to<strong>do</strong>s os anos, ou os convívios no Dia da Criança são apenas<br />
alguns <strong>do</strong>s exemplos que espelham o empenho, por parte da comunida<strong>de</strong><br />
ISEP, em construir um espírito <strong>de</strong> equipa sóli<strong>do</strong> e saudável. E<br />
este empenho é reconheci<strong>do</strong> pelos colabora<strong>do</strong>res. Berta Baptista, <strong>do</strong>cente<br />
e responsável pela Divisão Académica, não tem dúvidas: “Acho<br />
extremamente importantes os momentos <strong>de</strong> convívio da Comunida<strong>de</strong><br />
Isepiana”.<br />
Para além das obras <strong>de</strong> reestruturação e a manutenção frequente das<br />
infra-estruturas, pensadas com o objectivo <strong>de</strong> criar as melhores condições<br />
<strong>de</strong> trabalho possíveis para a sua comunida<strong>de</strong>, a visão actual assenta,<br />
entre outras medidas, num Plano <strong>de</strong> Acção para a Sustentabilida<strong>de</strong><br />
(PASUS), apresenta<strong>do</strong> em Janeiro <strong>de</strong> 2010. Mais <strong>do</strong> que um conjunto<br />
<strong>de</strong> parâmetros que visa assegurar a responsabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong><br />
ISEP, este plano preten<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong>, promover uma nova filosofia <strong>de</strong><br />
vida em toda a comunida<strong>de</strong> ISEP. O PASUS incita à a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> comportamentos<br />
ambientalmente sustentáveis, através, por exemplo, <strong>do</strong><br />
correcto or<strong>de</strong>namento e aproveitamento<br />
<strong>do</strong>s espaços, da implementação <strong>de</strong><br />
medidas <strong>de</strong> eficiência e racionalização<br />
energética e da utilização<br />
<strong>do</strong>s transportes públicos. Barros<br />
<strong>de</strong> Oliveira, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />
ISEP, reconhece ser “um <strong>de</strong>safio,<br />
pois implica uma mudança<br />
<strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s”, mas acredita<br />
no sucesso <strong>do</strong> plano. Esta<br />
confiança resi<strong>de</strong> na <strong>gran<strong>de</strong></strong><br />
receptivida<strong>de</strong> que alunos e<br />
colabora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>monstram<br />
quan<strong>do</strong> novos <strong>de</strong>safios lhes<br />
são lança<strong>do</strong>s.<br />
A qualida<strong>de</strong> das condições materiais<br />
e técnicas <strong>de</strong> trabalho é<br />
outro aspecto <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> por Barros<br />
<strong>de</strong> Oliveira na análise da motivação e produtivida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res. Sobre este<br />
aspecto, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP refere<br />
que “o plano <strong>de</strong> reestruturação e remo<strong>de</strong>lação<br />
física e arquitectónica em curso está<br />
praticamente concluí<strong>do</strong>. Entre as inaugurações<br />
mais recentes, <strong>de</strong>staque para o Laboratório<br />
Automóvel, uma aspiração antiga<br />
que veio melhorar as condições <strong>de</strong> trabalho nas<br />
áreas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cência, investigação e prestação <strong>de</strong> serviços<br />
em <strong>Engenharia</strong> Mecânica. Outra realização recente é o Laboratório <strong>de</strong><br />
Sistemas Autónomos (LSA), que dispõe <strong>de</strong> uma área total <strong>de</strong> 1000 m2<br />
<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à investigação e ao ensino, on<strong>de</strong> é possível fazer testes com<br />
protótipos <strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong> dimensão”.<br />
E foi neste laboratório que o ISEP.BI encontrou Guilherme Silva, diploma<strong>do</strong><br />
em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e investiga<strong>do</strong>r no LSA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006.<br />
O jovem investiga<strong>do</strong>r, que pertence à equipa <strong>de</strong> futebol robótico que<br />
recentemente participou no campeonato <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em Singapura,<br />
encontra-se a <strong>de</strong>senvolver um projecto <strong>de</strong> helicóptero com quatro<br />
hélices. Sente-se feliz no ISEP, diz. Consi<strong>de</strong>ra que dispõe <strong>de</strong> boas condições<br />
<strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong>staca a camaradagem no laboratório. Por outro<br />
la<strong>do</strong>, a projecção que o grupo <strong>de</strong> investigação tem recebi<strong>do</strong> fora <strong>de</strong><br />
portas <strong>de</strong>ixa-o orgulhoso e ainda mais motiva<strong>do</strong>. Reconhece que iniciativas<br />
como o “ISEP Fora <strong>de</strong> Portas” ou a “Robótica na Praia” mostram<br />
que o <strong>Instituto</strong> é aprecia<strong>do</strong> e valoriza<strong>do</strong>.
18 DESTAQUE<br />
Formação contínua para<br />
to<strong>do</strong>s: sensibilizar e apoiar<br />
É indiscutível a importância <strong>de</strong> manter um corpo <strong>de</strong> profissionais com<br />
conhecimentos e competências actualiza<strong>do</strong>s, aptos a enfrentar qualquer<br />
novo <strong>de</strong>safio. Contan<strong>do</strong> com 573 trabalha<strong>do</strong>res, 439 liga<strong>do</strong>s à <strong>do</strong>cência<br />
e investigação e 134 funcionários <strong>de</strong> suporte técnico e administrativo,<br />
o ISEP é uma Instituição que se preocupa em apoiar a contínua<br />
valorização <strong>do</strong>s seus profissionais.<br />
O valor que é da<strong>do</strong> aos colabora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP reflecte-se no <strong>gran<strong>de</strong></strong><br />
investimento feito em formação profissional. Relativamente ao tema,<br />
Maria João Magalhães, responsável pela avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e<br />
pela formação profissional <strong>do</strong>s funcionários não <strong>do</strong>centes, está satis-<br />
gem <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, e já vai na sua 10ª edição, ten<strong>do</strong> abrangi<strong>do</strong>, até<br />
ao momento, cerca <strong>de</strong> 120 <strong>do</strong>centes. Para além disso, promove ainda<br />
acções <strong>de</strong> formação contínua em temas como a avaliação, a inteligência<br />
emocional, a adaptação <strong>do</strong>s alunos ao Ensino <strong>Superior</strong>, sen<strong>do</strong> ainda<br />
complementada com apoio psico-pedagógico individual ou colectivo<br />
e consultas <strong>de</strong> psicologia clínica.<br />
Já o ISEP FORGLOBE é um plano abrangente <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cursos<br />
<strong>de</strong> curta duração. Cria<strong>do</strong> em 2009 e assente em formações com uma<br />
sólida base científica, este projecto <strong>de</strong>staca-se pela enorme diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> oferta formativa, pela total liberda<strong>de</strong> na escolha <strong>do</strong> horário <strong>de</strong><br />
formação e pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> forma<strong>do</strong>res. Esta plataforma<br />
<strong>de</strong> formação esten<strong>de</strong>-se por áreas técnico-científicas, <strong>de</strong> valorização<br />
pessoal ou profissional, conhecimento geral e lúdicas, preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />
contribuir para a aprendizagem ao longo da vida. Por outro la<strong>do</strong>, ao<br />
estar aberta a públicos externos acaba por representar um fórum <strong>de</strong><br />
contacto e troca <strong>de</strong> experiências entre colabora<strong>do</strong>res provenientes <strong>do</strong><br />
ISEP, <strong>de</strong> empresas e <strong>de</strong> outras instituições públicas.<br />
As vantagens <strong>do</strong> Simplex<br />
resi<strong>de</strong>m na maior eficiência e<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços<br />
feita com a a<strong>de</strong>são da maior parte <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res<br />
no último ano (foram realizadas 568 acções <strong>de</strong><br />
formação) e garante que “a formação profissional<br />
é consi<strong>de</strong>rada um <strong>do</strong>s vectores essenciais<br />
na qualificação das <strong>pessoas</strong>”. Uma das <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />
vantagens“é que 80% da formação é realizada<br />
em horário laboral e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> portas”, conclui.<br />
Tanto para a formanda Sílvia Azeve<strong>do</strong>, secretária<br />
da Presidência, como para Telmo Ferreira,<br />
da Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos, as mais-valias<br />
no <strong>de</strong>sempenho das funções são notórias,<br />
para além <strong>do</strong> facto da troca <strong>de</strong> experiências ser<br />
bastante positiva.<br />
A formação pedagógica <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente<br />
tem também tem si<strong>do</strong> uma preocupação <strong>do</strong><br />
ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001. Neste senti<strong>do</strong>, o Núcleo <strong>de</strong> Apoio<br />
Científico-Pedagógico (NACIPe) e o ISEPFORGLOBE <strong>de</strong>sempenham<br />
um papel <strong>de</strong>cisivo. O NACIPe, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong><br />
pela Assessoria <strong>de</strong> Formação, é responsável por acções<br />
<strong>de</strong> formação pedagógica inicial no Ensino e Aprendiza-<br />
Não é só a nível da formação profissional que o ISEP imprime o seu<br />
carimbo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Inicia<strong>do</strong> há poucos anos, o Projecto Simplex<br />
veio permitir uma maior optimização <strong>de</strong> tarefas diárias, com reflexos na<br />
organização <strong>do</strong>s serviços e na personalização <strong>do</strong> atendimento, estan<strong>do</strong><br />
em constante actualização.<br />
Na Divisão Académica as melhorias são notáveis. Para Berta Baptista,<br />
responsável pelo serviço, “nos últimos <strong>do</strong>is anos foi feito um esforço<br />
enorme para automatizar to<strong>do</strong>s os processos”. A partir <strong>do</strong> portal da Instituição,<br />
qualquer aluno po<strong>de</strong> solicitar to<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong>s ou<br />
mesmo matricular-se pela primeira vez, sem haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />
<strong>de</strong>slocar fisicamente à Divisão Académica. Na mesma linha, a responsável<br />
avança que, para além <strong>do</strong> atendimento presencial e por telefone,<br />
foi também cria<strong>do</strong> o atendimento electrónico. A receptivida<strong>de</strong> é extremamente<br />
positiva, a constatar pelos inúmeros e-mails recebi<strong>do</strong>s a<br />
agra<strong>de</strong>cer a celerida<strong>de</strong>.<br />
Outro <strong>do</strong>s aspectos que Berta Baptista salienta é o facto das novas<br />
tecnologias implementadas ao abrigo <strong>do</strong> Simplex serem concebidas<br />
internamente. Além das vantagens orçamentais, há uma maior personalização<br />
<strong>do</strong>s produtos e um aproveitamento <strong>do</strong>s recursos humanos,
DESTAQUE<br />
19<br />
que ajuda a consolidar as relações pessoais e profissionais numa organização<br />
<strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong> dimensão. A este nível, Berta Batista refere que,<br />
apesar <strong>de</strong> o ISEP ser uma Instituição com mais <strong>de</strong> 550 trabalha<strong>do</strong>res,<br />
existe um óptimo ambiente <strong>de</strong> trabalho. Destaca o bom relacionamento<br />
com colegas <strong>de</strong> serviços como a Divisão <strong>de</strong> Sistemas Informáticos,<br />
a Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos ou a Divisão Económico-Financeira, o<br />
que permite uma boa interacção entre as diferentes áreas, com reflexos<br />
na qualida<strong>de</strong> global <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />
ao <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> pelo consórcio internacional CDIO<br />
(Conceiving-Designing-Implementing-Operating),<br />
<strong>do</strong> qual o ISEP é membro, juntamente<br />
com algumas das principais <strong>escola</strong>s <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
a nível mundial (MIT, Chalmers, DTU,<br />
etc). A troca <strong>de</strong> experiências e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
ensino-aprendizagem favorecem a contínua<br />
evolução das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>.<br />
Na perspectiva <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes, esta simplificação <strong>de</strong> procedimentos libertou<br />
o professor <strong>de</strong> certas tarefas burocráticas que faziam parte <strong>do</strong><br />
quotidiano. Segun<strong>do</strong> Rui Gomes <strong>do</strong>s Santos, que viu o ISEP duplicar o<br />
número <strong>de</strong> alunos nos últimos 10 anos, “o Moodle <strong>de</strong>mocratizou o ensino<br />
ao permitir o fácil acesso às matérias leccionadas, além <strong>de</strong> ser um<br />
meio mais ecológico <strong>do</strong> que as fotocópias”. O director <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil ressalva a importância das novas tecnologias para<br />
conseguir estabelecer um contacto mais próximo com os estudantes-<br />
-trabalha<strong>do</strong>res, sobretu<strong>do</strong> os que frequentam o regime pós-laboral.<br />
Promoção <strong>do</strong> sucesso<br />
académico só é possível<br />
ATRAVÉS <strong>de</strong> políticas assentes<br />
no bem-estar <strong>do</strong>s alunos<br />
Com uma excelente imagem no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, o ISEP empenha-se<br />
no sucesso académico <strong>do</strong>s seus alunos. Neste senti<strong>do</strong>, o Conselho<br />
Pedagógico, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> ano por Eduarda Pinto<br />
Ferreira, procura coor<strong>de</strong>nar as diferentes medidas implementadas por<br />
cada <strong>de</strong>partamento. A título exemplificativo, a presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho<br />
Pedagógico refere que ”houve disciplinas que, neste ano lectivo, aumentaram<br />
para 100% o peso da avaliação durante o semestre, ten<strong>do</strong><br />
sempre o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> não afectar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino”.<br />
Para validação <strong>de</strong>ste méto<strong>do</strong>, os alunos no final da disciplina<br />
fizeram um exame global, ten<strong>do</strong>-se nota<strong>do</strong><br />
um maior empenho no estu<strong>do</strong> da disciplina e,<br />
consequentemente, uma melhoria notória nos<br />
resulta<strong>do</strong>s finais. Por outro la<strong>do</strong>, “já várias disciplinas<br />
a<strong>do</strong>ptaram a política <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> elementos<br />
da equipa <strong>de</strong> uns trabalhos para outros. O<br />
objectivo é tentar criar um ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />
mais semelhante ao mun<strong>do</strong> real on<strong>de</strong>, na maior<br />
parte <strong>do</strong>s casos, não são os trabalha<strong>do</strong>res<br />
que escolhem a sua equipa”.<br />
A promoção <strong>do</strong> sucesso académico<br />
é uma dinâmica importante que<br />
passa por várias medidas, como a<br />
motivação <strong>do</strong>s estudantes ou a melhoria<br />
<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação.<br />
A filosofia <strong>de</strong> ensino no ISEP sempre<br />
premiou uma orientação prática,<br />
sem prescindir <strong>de</strong> uma sólida formação<br />
científica. Esta fórmula ajuda a construir,<br />
não só o conhecimento <strong>de</strong> facto, mas também<br />
a <strong>de</strong>senvolver uma mentalida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra,<br />
aberta à tentativa e erro. Este mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> ensino-aprendizagem vai <strong>de</strong> encontro<br />
Para este ano lectivo está prevista a implementação<br />
<strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> aprendizagem<br />
através da instrução por pares (peer instruction)<br />
em algumas unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>do</strong><br />
curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática. A i<strong>de</strong>ia é<br />
inspirada no trabalho <strong>do</strong> professor Eric Mazur,<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard, e consiste em dividir uma<br />
turma em pequenos grupos, nos quais os alunos <strong>de</strong>batem<br />
as soluções para os <strong>de</strong>safios lança<strong>do</strong>s pelo <strong>do</strong>cente.<br />
Espera-se assim uma maior participação no processo<br />
<strong>de</strong> ensino, promoven<strong>do</strong> a motivação e o sucesso<br />
da aprendizagem.<br />
A presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho Pedagógico refere ainda a importância<br />
das activida<strong>de</strong>s complementares e extra-curriculares<br />
para a construção <strong>de</strong> novas mentalida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
competências transversais. Um exemplo resi<strong>de</strong> no envolvimento <strong>do</strong><br />
ISEP com a campanha <strong>do</strong>s Objectivos <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milénio<br />
(ODM) das Nações Unidas.<br />
Além <strong>do</strong> sucesso académico, o ISEP promove o bem-estar <strong>do</strong>s alunos.<br />
De facto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a implementação <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong> Orientação (ISEP|GO),<br />
em 2001, os alunos têm ao seu dispor uma equipa <strong>de</strong> Psicólogas que<br />
se <strong>de</strong>dica à promoção da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s estudantes, não só<br />
através da consulta psicológica e aconselhamento, mas também pela<br />
realização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s promotoras <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />
transversais, integração académica e gestão da carreira. Neste<br />
âmbito, vai realizar-se a segunda edição <strong>do</strong> Seminário INTEGRA, que<br />
obteve um eleva<strong>do</strong> índice <strong>de</strong> participação no ano passa<strong>do</strong>. Como<br />
<strong>de</strong>stacam as técnicas, o principal objectivo <strong>do</strong> seminário “mais <strong>do</strong> que<br />
o acolhimento aos novos alunos, é prevenir o insucesso e aban<strong>do</strong>no<br />
<strong>escola</strong>r precoce.” Com horário <strong>de</strong> atendimento alarga<strong>do</strong> <strong>do</strong>is dias por<br />
semana até às 20:00h, o ISEP|GO ajusta-se à disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s estudantes<br />
ten<strong>do</strong> como lema “ser uma porta sempre aberta”. Esta flexibilização<br />
<strong>de</strong> horários está presente em praticamente to<strong>do</strong>s os serviços <strong>de</strong><br />
apoio aos alunos para que nenhum aluno, inclusive os estudantes em<br />
perío<strong>do</strong> pós-laboral, sejam discrimina<strong>do</strong>s.
20<br />
DESTAQUE<br />
Criação <strong>de</strong> novos espaços<br />
Com um ambiente e infra-estruturas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a imagem<br />
interna e externa <strong>do</strong> ISEP consolida-se, à medida das melhorias<br />
que vão sen<strong>do</strong> introduzidas. No final <strong>de</strong> 2007, abriu uma<br />
nova sala <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> no edifício da biblioteca, com um horário<br />
alarga<strong>do</strong>, das 8h00 às 22h00. Segun<strong>do</strong> Patrícia Costa,<br />
responsável pela Divisão <strong>de</strong> Documentação e Cultura, esta<br />
nova valência “permitiu disponibilizar mais espaços aos<br />
estudantes, que passaram a dispor <strong>de</strong> melhores condições<br />
quer para estu<strong>do</strong> autónomo, quer para trabalhos <strong>de</strong> grupo”.<br />
To<strong>do</strong> o campus está também servi<strong>do</strong> com internet sem<br />
fios. Quanto à biblioteca, consi<strong>de</strong>ra que têm si<strong>do</strong> introduzidas<br />
melhorias significativas, como “a re<strong>de</strong> sem fios, o sistema electrónico<br />
<strong>de</strong> requisição <strong>de</strong> livros e o livre acesso às estantes”.<br />
<strong>de</strong>ste artigo. O <strong>Instituto</strong> procura assegurar as melhores condições possíveis<br />
para que as <strong>pessoas</strong> que continuamente constroem a marca ISEP<br />
se sintam uma verda<strong>de</strong>ira comunida<strong>de</strong>. Esta priorida<strong>de</strong> na construção<br />
<strong>de</strong> uma equipa forte e coesa não só melhora a satisfação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
que vivem o campus, como garante um melhor serviço a to<strong>do</strong>s os que<br />
procuram o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
Forte espírito internacional<br />
“Mente sã em corpo são” é um lema acarinha<strong>do</strong> pela Instituição. O<br />
ginásio Fitness WorX abriu há cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Campus<br />
<strong>do</strong> ISEP, com condições especiais para toda a comunida<strong>de</strong> académica.<br />
De acor<strong>do</strong> com Emanuel Fonseca Simão, aluno finalista <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />
Electrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res, frequenta<strong>do</strong>r assíduo <strong>do</strong> ginásio,<br />
“venho cá porque alivia o espírito, especialmente em época <strong>de</strong> exames,<br />
para além <strong>de</strong> ser um local <strong>de</strong> convívio.”<br />
O restaurante <strong>do</strong> ISEP é um <strong>do</strong>s vários espaços <strong>de</strong> refeição no campus.<br />
Com capacida<strong>de</strong> para 200 <strong>pessoas</strong> sentadas, tem si<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> para<br />
<strong>gran<strong>de</strong></strong>s eventos. O responsável, José Faria, sente-se satisfeito por pertencer<br />
à família ISEP e garante que a forte a<strong>de</strong>são <strong>do</strong> espaço se <strong>de</strong>ve<br />
“ao atendimento e ao buffet self-service, no qual cada pessoa come o<br />
que quiser, as vezes que quiser, varian<strong>do</strong> o preço entre os 5 e 6 euros”.<br />
Os clientes são os próprios a concordar. Para Maria José Paiva, a mais<br />
antiga funcionária <strong>do</strong> ISEP, com perto <strong>de</strong> 40 anos na casa, “o serviço é<br />
muito bom”.<br />
Quanto ao parque <strong>de</strong> estacionamento, com lugares para centenas <strong>de</strong><br />
carros e uma recente reorganização <strong>do</strong> espaço, com priorida<strong>de</strong>s para<br />
<strong>pessoas</strong> com mobilida<strong>de</strong> reduzida, não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar a comunida<strong>de</strong><br />
mais satisfeita. Não obstante, o Plano <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ISEP,<br />
apresenta<strong>do</strong> em Janeiro <strong>de</strong> 2010 apela ao recurso, por parte <strong>de</strong> toda<br />
a comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte alternativos. Po<strong>de</strong>mos realçar,<br />
por exemplo, a boa localização geográfica <strong>do</strong> ISEP, com Metro à porta,<br />
ou então a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser acessível <strong>de</strong> bicicleta.<br />
A preocupação <strong>do</strong> ISEP em provi<strong>de</strong>nciar o melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />
e a contínua qualificação <strong>do</strong>s seus quadros fica patente ao longo<br />
Com um sóli<strong>do</strong> espírito internacional, o ISEP apoia a mobilida<strong>de</strong> internacional<br />
<strong>de</strong> estudantes, investiga<strong>do</strong>res, pessoal <strong>do</strong>cente e não-<strong>do</strong>cente.<br />
Além <strong>de</strong> ajudar a abrir horizontes, estas estadias no estrangeiro<br />
ajudam a <strong>de</strong>senvolver competências linguísticas, o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> interculturalida<strong>de</strong><br />
e, sobretu<strong>do</strong>, a apren<strong>de</strong>r novas formas <strong>de</strong> trabalhar. O<br />
Gabinete <strong>de</strong> Relações Externas, alimenta um conjunto diversifica<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> parcerias com universida<strong>de</strong>s e empresas europeias,<br />
mas esten<strong>de</strong> ainda os seus protocolos <strong>de</strong> cooperação<br />
além Europa, garantin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o suporte e orientação<br />
aos participantes.<br />
Contu<strong>do</strong>, não só os actuais estudantes que têm acesso a<br />
este serviço. Para os seus gradua<strong>do</strong>s, o ISEP tem outras alternativas,<br />
como o programa Leonar<strong>do</strong> da Vinci.<br />
Para Ângela Cunha, diplomada em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />
que partiu para a Holanda ao abrigo <strong>do</strong> programa<br />
Leonar<strong>do</strong> da Vinci, “esta é uma experiência <strong>de</strong> trabalho<br />
valorizada por ser internacional, pela participação em<br />
projectos que não teríamos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ace<strong>de</strong>r em<br />
Portugal, que exige o <strong>do</strong>bro a nível pessoal e emocional<br />
mas que nos orienta e prepara para o futuro”.<br />
O fenómeno da mobilida<strong>de</strong> internacional também é vivi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>de</strong> portas. São cerca <strong>de</strong> trinta as nacionalida<strong>de</strong>s que, ano após<br />
ano, convivem no ISEP.<br />
Além disso, a mobilida<strong>de</strong> internacional no ISEP, ainda que em menor<br />
grau, é também visível noutros grupos, quer sejam investiga<strong>do</strong>res,<br />
<strong>do</strong>centes e não <strong>do</strong>centes.
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
21<br />
RECOMP<br />
Investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />
CISTER dão cartas<br />
em projecto <strong>de</strong> I&D<br />
Europeu<br />
O RECOMP é, actualmente, um <strong>do</strong>s maiores projectos <strong>de</strong> I&D europeus,<br />
e o ISEP.BI foi tentar compreen<strong>de</strong>r, junto <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> CISTER, em que consiste este projecto e em que medida estão<br />
os nossos investiga<strong>do</strong>res a contribuir para <strong>de</strong>senvolvimentos tão<br />
cruciais na área das ciências computacionais. O projecto, que teve<br />
início este ano, tem por principais objectivos a investigação em<br />
mecanismos e processos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos e aumento da fiabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s sistemas computacionais embebi<strong>do</strong>s, área em que se<br />
especializou o CISTER.
22<br />
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
O investiga<strong>do</strong>r lí<strong>de</strong>r<br />
Stefan M. Petters é vice-director da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação<br />
CISTER e lí<strong>de</strong>r da área <strong>de</strong> investigação em Sistemas <strong>de</strong> Tempo-<br />
-Real Adaptativos. Obteve o seu Mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> em<br />
1995 e o Doutoramento em 2002, ambos pela Universida<strong>de</strong><br />
Técnica <strong>de</strong> Munique, Alemanha, ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> ainda um pós-<br />
-<strong>do</strong>utoramento no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> ciência <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res<br />
da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> York, Inglaterra. De 2004 a 2009 esteve<br />
liga<strong>do</strong> à unida<strong>de</strong> ERTOS da NICTA, Austrália como investiga<strong>do</strong>r<br />
sénior. Em 2009 juntou-se ao CISTER. No projecto RECOMP,<br />
para além da gestão e li<strong>de</strong>rança da participação <strong>do</strong> CISTER, li<strong>de</strong>ra<br />
os trabalhos <strong>de</strong> investigação em técnicas <strong>de</strong> monitorização<br />
<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia baseadas em conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hardware<br />
existentes nos processa<strong>do</strong>res actuais e em isolamento<br />
temporal <strong>de</strong> sistemas operativos.<br />
Com uma visibilida<strong>de</strong> internacional bem cimentada nos últimos anos,<br />
a participação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong><br />
Tempo-Real (CISTER), se<strong>de</strong>a<strong>do</strong> no ISEP, num projecto <strong>de</strong> investigação<br />
com o calibre <strong>do</strong> RECOMP, era um percurso anuncia<strong>do</strong>.<br />
O CISTER é lí<strong>de</strong>r mundial na investigação <strong>de</strong> sistemas embebi<strong>do</strong>s (sistemas<br />
computacionais ocultos em diversos aparelhos) e <strong>de</strong> tempo real,<br />
ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong> como Excelente no último processo <strong>de</strong> avaliação<br />
internacional leva<strong>do</strong> a cabo pela FCT. Não admira, portanto, que o<br />
parceiro português <strong>do</strong> projecto RECOMP seja, naturalmente, o grupo<br />
internacional forma<strong>do</strong> no ISEP. Para além <strong>do</strong> prestígio já alcança<strong>do</strong><br />
pelo CISTER, e tal como explicou ao BI a equipa, “o projecto tem várias<br />
áreas <strong>de</strong> investigação, e as competências <strong>do</strong> CISTER são complementares<br />
às <strong>do</strong>s restantes parceiros”.<br />
Mas em que consiste, afinal, o RECOMP? O projecto RECOMP insere-se na<br />
área <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s em aplicações <strong>de</strong>finidas<br />
como críticas, ou seja, que po<strong>de</strong>m implicar a segurança <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> ou<br />
graves prejuízos financeiros, como por exemplo os sistemas <strong>de</strong> controlo<br />
<strong>de</strong> aviões, como o fly-by-wire, <strong>de</strong> satélites, <strong>de</strong> automóveis, como o ABS,<br />
ou aplicações industriais robotizadas. Neste tipo <strong>de</strong> aplicações, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
às possíveis consequências das falhas, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s sistemas<br />
computacionais tem que obe<strong>de</strong>cer a um processo rigoroso e bastante<br />
complexo que é regula<strong>do</strong> por normas específicas e internacionais. Dada<br />
a complexida<strong>de</strong> e rigor <strong>do</strong> processo, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos sistemas<br />
po<strong>de</strong> levar vários anos, e tem custos extremamente eleva<strong>do</strong>s.<br />
E perante estas premissas, no âmbito <strong>do</strong> projecto, os investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />
ISEP vão criar novos méto<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações e<br />
ferramentas para facilitar a certificação e re-certificação <strong>de</strong> módulos e<br />
componentes <strong>de</strong> hardware e software. Numa segunda fase, vão ainda<br />
ser criadas novas plataformas <strong>de</strong> hardware e sistemas operativos para<br />
as gerações futuras <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res certificáveis. Os objectivos<br />
principais serão aumentar a confiança <strong>de</strong>stes sistemas e reduzir<br />
os custos <strong>de</strong> produção e certificação.<br />
Os investiga<strong>do</strong>res explicam-nos que, no RECOMP, “o CISTER participa<br />
em duas componentes. A primeira, transversal a to<strong>do</strong> o projecto, é a <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> requisitos temporais <strong>de</strong> sistemas certificáveis e posterior<br />
avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s”. A segunda assenta na investigação, focan<strong>do</strong><br />
duas áreas: “Na área <strong>do</strong>s componentes e mo<strong>de</strong>los, o CISTER investigará<br />
mo<strong>de</strong>los para a análise <strong>de</strong> escalonabilida<strong>de</strong> modular, assim como para<br />
a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s temporais e escalonamento <strong>de</strong> recursos<br />
<strong>do</strong>s componentes <strong>de</strong> software”. Na área das plataformas, o CISTER<br />
vai-se <strong>de</strong>dicar à investigação <strong>do</strong> problema da contenção <strong>do</strong>s vários<br />
processa<strong>do</strong>res no acesso ao barramento <strong>de</strong> comunicação e à memória<br />
partilhada, “e na integração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia e<br />
isolamento <strong>de</strong> memória no sistema operativo”.<br />
Minimizar as falhas<br />
“Em várias áreas em que uma falha <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res<br />
embebi<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> ter consequências graves, particularmente em vidas<br />
humanas, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certificar que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>do</strong> sistema foi rigoroso <strong>de</strong> forma a reduzir a probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> falha para um valor muito pequeno”, comentam.<br />
Para explicar da melhor forma o conceito que está na retaguarda <strong>de</strong>sta<br />
investigação, escolhem uma área que, para o cidadão comum é,<br />
possivelmente, a mais importante no que respeita à fiabilida<strong>de</strong>: a área<br />
automóvel. Os investiga<strong>do</strong>res explicam-nos que “os automóveis têm<br />
sistemas electrónicos controla<strong>do</strong>s por computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s, pelo<br />
que a falha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses sistemas po<strong>de</strong> causar um aci<strong>de</strong>nte”. Perante<br />
a importância da fiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas, “os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />
precisam cada vez mais <strong>de</strong> ser rigorosos, e os sistemas têm<br />
que ter a mesma redundância que é comum nas áreas industriais, <strong>do</strong>s
INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />
23<br />
comboios, ou espacial”. A separação <strong>de</strong> funções é, igualmente, crucial,<br />
<strong>de</strong> forma a que, por exemplo, “o controlo <strong>do</strong> ABS não seja influencia<strong>do</strong><br />
pelo sistema <strong>de</strong> telemóvel mãos livres”.<br />
Um projecto que assenta<br />
como uma luva<br />
Agora que os objectivos e a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projecto estão bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s,<br />
impõe-se uma questão: como preten<strong>de</strong>m aumentar a fiabilida<strong>de</strong> e reduzir<br />
os custos <strong>de</strong> produção e certificação <strong>de</strong>stes sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res?<br />
Os investiga<strong>do</strong>res explicam que “tal como nos computa<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> secretária, cada vez mais os sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s<br />
utilizam vários processa<strong>do</strong>res, ou vários núcleos <strong>de</strong> processamento<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mesmo processa<strong>do</strong>r. A i<strong>de</strong>ia passa por utilizar esses vários<br />
processa<strong>do</strong>res para suportar tanto a redundância como a execução <strong>de</strong><br />
funções diferentes no mesmo sistema. Desta forma, reduz-se o número<br />
<strong>de</strong> sistemas diferentes que é preciso <strong>de</strong>senvolver e certificar, diminuin<strong>do</strong><br />
o tempo e o custo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />
Os investiga<strong>do</strong>res explicam que “o objectivo é garantir que cada componente<br />
<strong>do</strong> sistema veja uma fracção da plataforma como sen<strong>do</strong> sua,<br />
sem a existência <strong>de</strong> interferência entre os diversos componentes”. E<br />
aqui resi<strong>de</strong> uma das partes mais complicadas <strong>do</strong> trabalho da<strong>do</strong> que<br />
“implica garantir a não-interferência no acesso à memória, ao barramento<br />
<strong>de</strong> comunicações ou <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> processa<strong>do</strong>r”, tarefa esta que<br />
é bastante mais complexa “quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra a interacção com o<br />
mun<strong>do</strong> exterior. É necessário garantir que as funções são executadas<br />
<strong>de</strong> forma correcta, na altura correcta”.<br />
Um trabalho internacional<br />
e multidisciplinar<br />
A fonte <strong>de</strong> investigação<br />
O CISTER - Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e<br />
<strong>de</strong> Tempo-Real é uma unida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ISEP que trabalha nas áreas<br />
científicas da <strong>Engenharia</strong> Informática e Electrotécnica. Foca a<br />
sua activida<strong>de</strong> na análise, projecto e implementação <strong>de</strong> sistemas<br />
<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> tempo-real. Esta<br />
Unida<strong>de</strong> tem por base o grupo <strong>de</strong> I&D IPP-HURRAY (HUgging<br />
Real-time and Reliable Architectures for computing sYstems),<br />
cria<strong>do</strong> em 1997 no ISEP. É, actualmente, uma das unida<strong>de</strong>s<br />
portuguesas com maior visibilida<strong>de</strong> internacional, sen<strong>do</strong> um<br />
<strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res mundiais em várias das suas linhas <strong>de</strong> investigação.<br />
A Unida<strong>de</strong> CISTER é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, classificada como Excelente<br />
nos processos <strong>de</strong> avaliação por painel internacional da responsabilida<strong>de</strong><br />
da FCT, sen<strong>do</strong> na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />
e Informática uma das duas actualmente com essa classificação<br />
e a única com essa classificação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004.<br />
A importância <strong>do</strong> investimento Europeu neste projecto fica bem clara<br />
quan<strong>do</strong> olhamos para os números oficiais. Tal como nos avançam os<br />
investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> CISTER, 98% <strong>do</strong>s processa<strong>do</strong>res existentes no mun<strong>do</strong><br />
encontram-se nos sistemas embebi<strong>do</strong>s. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2006 referem que<br />
quatro biliões <strong>de</strong> processa<strong>do</strong>res foram vendi<strong>do</strong>s para sistemas embebi<strong>do</strong>s,<br />
um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> 60 biliões <strong>de</strong> euros, e um crescimento anual <strong>de</strong><br />
14%. “A previsão é <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 16 biliões <strong>de</strong> sistemas embebi<strong>do</strong>s em<br />
2010 e 40 biliões em 2020”.<br />
Eles estão em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>!<br />
O projecto RECOMP envolve 41 empresas e centros <strong>de</strong> investigação Europeus<br />
e é financia<strong>do</strong> pela ARTEMIS, uma iniciativa que junta a União<br />
Europeia, os Esta<strong>do</strong>s-Membros, a indústria e os centros <strong>de</strong> I&D Europeus.<br />
Conforme referem, “o orçamento para o projecto provém da Comissão<br />
Europeia, <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Membros, e das empresas participantes”. No<br />
caso português, os custos das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação como o CISTER<br />
são financia<strong>do</strong>s a 100%, tal como num projecto da FCT. Destaca-se que<br />
o orçamento da participação <strong>do</strong> CISTER é <strong>de</strong> aproximadamente meio<br />
milhão <strong>de</strong> euros.<br />
Por último, a curiosida<strong>de</strong> inerente ao ser humano impõe a seguinte<br />
questão: on<strong>de</strong> mais existem os sistemas embebi<strong>do</strong>s? E a resposta é<br />
pronta: “em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>! A maioria das <strong>pessoas</strong> não nota, mas os computa<strong>do</strong>res<br />
embebi<strong>do</strong>s são omnipresentes no seu dia-a-dia”. Des<strong>de</strong><br />
telemóveis, iPods, cartões <strong>de</strong> crédito inteligentes, “boxes” digitais da<br />
Televisão, consolas <strong>de</strong> jogos, máquinas <strong>de</strong> lavar e microondas com programas<br />
ditos inteligentes, to<strong>do</strong>s estes electro<strong>do</strong>mésticos utilizam os<br />
sistemas embebi<strong>do</strong>s. “Qualquer pessoa que olhe à sua volta, se pensar<br />
que em cada equipamento electrónico que vê existe um computa<strong>do</strong>r<br />
embebi<strong>do</strong> percebe rapidamente a sua omnipresença”, concluem.
24<br />
A NOSSA TECNOLOGIA<br />
Physics<br />
LabFARM<br />
Na vanguarda da adaptação aos novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> ensino<br />
que o processo <strong>de</strong> Bolonha impõe, nasce no ISEP um<br />
projecto inova<strong>do</strong>r em Portugal: o Physics LabFARM (Laboratórios<br />
<strong>de</strong> Física <strong>de</strong> Acesso Remoto). Genericamente, este<br />
recurso educacional, concebi<strong>do</strong> como suporte às unida<strong>de</strong>s<br />
curriculares <strong>de</strong> Física, vai permitir a realização <strong>de</strong> experiências<br />
laboratoriais a partir <strong>de</strong> qualquer lugar e a qualquer<br />
hora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o aluno tenha acesso à Internet. Financia<strong>do</strong><br />
a cem por cento pelo ISEP em cerca <strong>de</strong> 150 mil euros, o<br />
projecto é li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>centes Gustavo Alves e Arcelina<br />
Marques, e está pronto para arrancar já a partir <strong>do</strong> próximo<br />
ano lectivo. Depois da sua implementação, a vonta<strong>de</strong><br />
é disponibilizar a solução a outras instituições <strong>de</strong> ensino.<br />
acaba por sacrificar a componente laboratorial no plano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s.<br />
Relativamente aos condicionalismos internos, perante um aumento<br />
gradual <strong>do</strong> número <strong>de</strong> alunos no ISEP nos últimos anos, a sobrelotação<br />
<strong>do</strong>s laboratórios <strong>de</strong> Física é uma realida<strong>de</strong>. Para o professor Gustavo<br />
Alves (<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica) outro<br />
aspecto a salientar é que o ISEP se distingue pelo eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />
alunos a frequentar o horário pós-laboral. Por isso, “temos que lhes dar<br />
condições para que, nos seus tempos livres, possam ter acesso a um<br />
recurso educativo tão importante como o laboratório.”<br />
Tal como se <strong>de</strong> uma equação matemática se tratasse, po<strong>de</strong> dizer-se<br />
que o Physics LabFARM foi a solução encontrada para um problema,<br />
no qual as variáveis em jogo há muito estavam i<strong>de</strong>ntificadas. Analogias<br />
à parte, é preciso enquadrar a criação <strong>do</strong>s laboratórios remotos <strong>do</strong> ISEP,<br />
não só no contexto interno da própria Instituição, mas também a partir<br />
<strong>de</strong> uma perspectiva mais abrangente.<br />
Como constata a professora Arcelina Marques (<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Física <strong>do</strong> ISEP), “no geral, os alunos não <strong>de</strong>senvolvem competências<br />
suficientes durante o Ensino Secundário e quan<strong>do</strong> chegam<br />
ao Ensino <strong>Superior</strong> revelam <strong>gran<strong>de</strong></strong> falta <strong>de</strong> conhecimentos, o que<br />
conduz, inevitavelmente, ao seu <strong>de</strong>sinteresse e elevada taxa <strong>de</strong> insucesso”.<br />
Para além <strong>de</strong>ste facto, os mentores <strong>do</strong> projecto concordam que<br />
o processo <strong>de</strong> Bolonha, ao diminuir o número <strong>de</strong> horas presenciais,<br />
I<strong>de</strong>ntificadas as “variáveis <strong>do</strong> problema”, o Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP solicitou<br />
a ambos os <strong>do</strong>centes, <strong>de</strong>fensores acérrimos da aprendizagem experimental,<br />
a apresentação formal <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> experimentação<br />
remota. Foi assim apresenta<strong>do</strong> o projecto Physics LabFARM, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />
pelo Centro <strong>de</strong> Inovação em <strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial<br />
(CIETI) <strong>do</strong> ISEP há alguns meses atrás, embora a i<strong>de</strong>ia já tivesse nasci<strong>do</strong><br />
há mais tempo.<br />
Em concreto, o Physics LabFARM vai permitir a alunos <strong>do</strong> ISEP, nas<br />
unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong> Física, uma maior autonomia e flexibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> horários na realização <strong>de</strong> algumas experiências laboratoriais. Eliminan<strong>do</strong>-se<br />
parcialmente a obrigatorieda<strong>de</strong> da presença no laboratório,<br />
ultrapassa-se o défice <strong>de</strong> recursos humanos e tecnológicos, incontornável<br />
quan<strong>do</strong> estão em causa centenas <strong>de</strong> alunos.<br />
De forma a evitar qualquer tipo <strong>de</strong> confusão, o professor Gustavo Alves<br />
adverte que não se <strong>de</strong>ve confundir a experimentação remota com a<br />
simulação. Segun<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cente, “até há algum tempo atrás, pensava-se<br />
que a simulação era um recurso educativo completo, o que, no meu
A NOSSA TECNOLOGIA<br />
25<br />
exigente, uma vez que irá testar as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise <strong>do</strong> aluno,<br />
através <strong>de</strong> um circuito previamente monta<strong>do</strong>. A última fase <strong>do</strong> projecto,<br />
<strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> raiz pelo ISEP, será também a mais complexa, uma<br />
vez que está em causa a verificação experimental <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> Física,<br />
como a cinemática, a dinâmica, o trabalho e a energia, a mecânica<br />
<strong>de</strong> corpos rígi<strong>do</strong>s e as oscilações. A implementação <strong>de</strong>sta fase final <strong>do</strong><br />
Physics LabFARM <strong>de</strong>verá estar concluída em Janeiro <strong>de</strong> 2012.<br />
Num serviço que engloba os <strong>do</strong>is pilares da Instituição – <strong>do</strong>centes e<br />
alunos, torna-se fundamental, nesta primeira fase, <strong>do</strong>tar os <strong>do</strong>centes<br />
das ferramentas e conhecimentos necessários para levar o projecto a<br />
bom porto. Neste senti<strong>do</strong>, no passa<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> Junho, realizou-se a primeira<br />
apresentação da solução, direcciona<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Física (DEFI), directamente envolvi<strong>do</strong>s na implementação<br />
<strong>do</strong> projecto.<br />
Em Setembro, esclarece o professor Gustavo Alves, “foi feito um workshop<br />
mais formal, sobre a utilização prática <strong>do</strong>s recursos. Estiveram<br />
presentes investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outras instituições, como o colega Ingvar<br />
Gustavsson <strong>do</strong> Blekinge Institute of Technology, e também alguns elementos<br />
da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, no Brasil”.<br />
ponto <strong>de</strong> vista, está erra<strong>do</strong>. Perante aquilo que estão a utilizar, os alunos<br />
têm uma <strong>de</strong>terminada expectativa, e querem, <strong>de</strong> facto, ver quais<br />
as consequências das suas “or<strong>de</strong>ns”. Quan<strong>do</strong> o aluno está a utilizar um<br />
laboratório remoto está a utilizar equipamento real, não virtual. Através<br />
<strong>de</strong> uma interface gráfica, po<strong>de</strong>m-se manipular efectivamente os circuitos<br />
eléctricos”. Embora haja o risco <strong>de</strong> inadvertidamente o aluno danificar<br />
o equipamento no <strong>de</strong>correr da experiência, o professor Gustavo<br />
Alves não se revela apreensivo, pois como adianta “serão equacionadas<br />
protecções, <strong>de</strong> forma a prevenir esses riscos”.<br />
O “apren<strong>de</strong>r fazen<strong>do</strong>”, <strong>de</strong>staca a professora Arcelina Marques “é crucial<br />
para o processo educativo”. A experiência remota é, portanto, uma<br />
opção complementar viável aos conhecimentos teóricos previamente<br />
adquiri<strong>do</strong>s. Aliás, a <strong>do</strong>cente concebe o futuro da educação concentra<strong>do</strong><br />
numa perspectiva cada vez mais prática, mas com forte componente<br />
científica.<br />
Relativamente ao acesso ao laboratório remoto, será feito através da<br />
plataforma Moodle. Quanto aos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acesso, esses vão variar<br />
conforme as diferentes fases <strong>do</strong> projecto. Durante a primeira e segunda<br />
fase, o acesso é feito através <strong>de</strong> uma fila <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s, em que o sistema<br />
regista os da<strong>do</strong>s e automaticamente passa para o pedi<strong>do</strong> seguinte. A<br />
terceira fase, sen<strong>do</strong> mais complexa, vai permitir aos alunos, um <strong>de</strong> cada<br />
vez, reservar um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, para realizar todas as<br />
suas experiências. Embora a primeira fase ainda não tenha arranca<strong>do</strong><br />
oficialmente, já existe um aluno <strong>do</strong> ISEP a trabalhar para a solução da<br />
segunda fase <strong>do</strong> projecto, sob orientação <strong>do</strong> professor Manuel Gericota,<br />
para além <strong>de</strong> estar em curso um concurso para contratação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />
bolseiros que irão <strong>de</strong>senvolver as meto<strong>do</strong>logias da terceira fase.<br />
Com um financiamento total <strong>de</strong> 150 mil euros suporta<strong>do</strong> pelo ISEP, a<br />
intenção <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res a longo prazo passa mesmo por disponibilizar<br />
a solução a outras instituições <strong>de</strong> ensino, mais precisamente <strong>escola</strong>s<br />
secundárias. Neste senti<strong>do</strong>, o professor Gustavo Alves confirma que<br />
já houve essa aproximação, nomeadamente através da apresentação<br />
<strong>do</strong> projecto em algumas <strong>escola</strong>s, concluin<strong>do</strong> que o sal<strong>do</strong> não po<strong>de</strong>ria<br />
ter si<strong>do</strong> mais positivo. Para além <strong>de</strong>ste cenário, há ainda a possibilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> interesse na solução por parte <strong>de</strong> outras <strong>escola</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Politécnico<br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />
No futuro, talvez seja possível criar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> laboratórios remotos<br />
com diferentes ofertas <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> Física, para serem partilhadas<br />
pelos alunos das instituições intervenientes.<br />
Desenvolvi<strong>do</strong> em três fases distintas engloban<strong>do</strong> diferentes públicos-<br />
-alvo, o projecto-piloto arranca já este ano lectivo 2010/2011. Nesta<br />
primeira fase, o ISEP integra um consórcio europeu para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da solução, sen<strong>do</strong> a única Instituição portuguesa presente.<br />
Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo Blekinge Institute of Tecnology, na Suécia, o consórcio<br />
engloba ainda a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deusto (Espanha), a Universida<strong>de</strong><br />
Politécnica <strong>de</strong> Madrid e a Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Viena. Inicialmente,<br />
a experiência piloto vai incidir sobre a área da electricida<strong>de</strong>. Como<br />
explica o <strong>do</strong>cente Gustavo Alves “preten<strong>de</strong>-se avaliar a capacida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> aluno em montar um circuito eléctrico, <strong>de</strong> efectuar medições sobre<br />
esse circuito e <strong>de</strong> interpretar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s”. Para Fevereiro <strong>de</strong><br />
2011, aguarda-se a conclusão da segunda fase <strong>do</strong> projecto, esta mais
26 DEPOIS DO ISEP<br />
“O ISEP foi para<br />
mim também uma<br />
<strong>escola</strong> cívica”<br />
carloS Palhares<br />
Formou-se no ISEP em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e<br />
Qualida<strong>de</strong> Industrial, vestiu a camisola da Associação <strong>de</strong><br />
Estudantes e foi um <strong>do</strong>s primeiros alunos, inseri<strong>do</strong>s no programa<br />
Erasmus, a partir para França. Para Carlos Palhares,<br />
essa etapa da sua vida foi <strong>de</strong>terminante para o seu crescimento<br />
enquanto pessoa e profissional. Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />
nato, trabalhou já para várias multinacionais e actualmente<br />
dirige a sua própria empresa, a Mecwi<strong>de</strong>, <strong>de</strong>dicada aos serviços<br />
<strong>de</strong> manutenção e reparação industrial. “A sorte vai ao<br />
encontro <strong>de</strong> quem a procura” é talvez a expressão que melhor<br />
<strong>de</strong>fine o percurso <strong>de</strong> Carlos Palhares, que actualmente<br />
integra o projecto “Role Mo<strong>de</strong>ls – <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro”, cujo<br />
principal objectivo é a apresentação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />
sucesso às gerações mais jovens, para além <strong>do</strong>s futebolísticos<br />
e televisivos, tão em voga na nossa socieda<strong>de</strong>.<br />
Do ISEP, Carlos Palhares guarda as melhores recordações: a vivência<br />
interna e um corpo <strong>do</strong>cente com vasta experiência na indústria. Nessa<br />
altura, estávamos no início <strong>do</strong>s anos 90 e, como recorda, “assistia-se a<br />
um fervilhar <strong>do</strong> movimento associativo, pois vivíamos a época da luta<br />
contra as propinas”. Sempre muito liga<strong>do</strong> à Associação <strong>de</strong> Estudantes,<br />
acabou por <strong>de</strong>scurar um pouco a parte académica, mas não se arrepen<strong>de</strong>.<br />
“Perdi um ano lectivo, ten<strong>do</strong> perfeita consciência disso, mas<br />
ganhei em muitos outros aspectos, como o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> gestão e resolução <strong>de</strong> conflitos. O ISEP foi para mim também<br />
uma <strong>escola</strong> cívica”.<br />
Preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> “<strong>de</strong>sligar-se” da realida<strong>de</strong> que o cercava até então e <strong>de</strong>dicar-se<br />
a tempo inteiro aos estu<strong>do</strong>s, inscreve-se no programa Erasmus, na<br />
altura a dar os primeiros passos. Em Lille, França, teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
entrar em contacto com uma nova cultura e absorver to<strong>do</strong>s os conhecimentos<br />
que foi adquirin<strong>do</strong> nos meses <strong>de</strong> investigação em laboratório.<br />
De regresso a Portugal, concluiu o curso e rapidamente voltou a trabalhar<br />
na mesma empresa que o tinha visto partir: a Cablinal Portuguesa<br />
(<strong>de</strong>dicada à produção <strong>de</strong> equipamentos para a indústria automóvel),<br />
<strong>de</strong>sta vez para uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no Departamento<br />
<strong>de</strong> Industrialização. Os convites para novas empresas foram surgin<strong>do</strong><br />
sucessivamente e, com naturalida<strong>de</strong>, sai da Cablinal para a Liar Corporation.<br />
Nesta empresa, esteve primeiro liga<strong>do</strong> à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valongo, a<br />
<strong>de</strong>senvolver um projecto para a Renault, ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois participa<strong>do</strong> no<br />
arranque <strong>de</strong> uma nova unida<strong>de</strong> industrial na Póvoa <strong>de</strong> Lanhoso, até que<br />
parte para Paris durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano.<br />
Analisar to<strong>do</strong> o seu percurso profissional até ao patamar em que se encontra<br />
agora, po<strong>de</strong> ser uma tarefa algo morosa, pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ce<strong>do</strong>, mesmo<br />
ainda enquanto estudante, começou a trabalhar, <strong>de</strong>claran<strong>do</strong>-se inimigo<br />
da inércia. Aliás, como constata com alguma tristeza, “actualmente os<br />
jovens não arriscam, falta-lhes coragem. Têm que lutar, ir à procura, não<br />
po<strong>de</strong>m ficar <strong>de</strong> braços cruza<strong>do</strong>s à espera que o emprego venha ter com<br />
eles.” A atitu<strong>de</strong>, o rigor, o empenho, a força <strong>de</strong> acreditar e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trabalhar, são características que valoriza, para além <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> prático,<br />
que afirma ser uma qualida<strong>de</strong> bem visível <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> ISEP.<br />
No entanto, para este self-ma<strong>de</strong> man que subiu a pulso na vida, nem<br />
tu<strong>do</strong> no seu percurso profissional são vitórias. Como reconhece, “o perío<strong>do</strong><br />
mais conturba<strong>do</strong> da minha activida<strong>de</strong> profissional foi em 2002,<br />
quan<strong>do</strong>, enquanto director <strong>de</strong> fábrica da Yasaki em Portugal, tive que<br />
<strong>de</strong>spedir cerca <strong>de</strong> mil trabalha<strong>do</strong>res”.<br />
Como não era esse o seu plano <strong>de</strong> negócios, <strong>de</strong>cidiu partir para uma<br />
nova aventura. Integra então o grupo Simol<strong>de</strong>s para li<strong>de</strong>rar um novo<br />
projecto: a abertura <strong>de</strong> uma fábrica na Roménia, experiência que garante<br />
ter si<strong>do</strong> gratificante. Já como membro <strong>do</strong> Comité Executivo e<br />
Director da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Negócios, o “bichinho” <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />
continuava a crescer. Por isso, em Abril <strong>de</strong> 2004 comete uma “loucura
DEPOIS DO ISEP<br />
27<br />
saudável” ao aban<strong>do</strong>nar uma posição perfeitamente estável, para criar<br />
o seu primeiro projecto pessoal.<br />
Reconstruir uma empresa à beira da falência foi um <strong>de</strong>safio que Carlos<br />
Palhares abraçou com optimismo. Adquiriu cinquenta por cento<br />
da Suleve, empresa subcontratada da Yasaki e, <strong>de</strong> uma situação negativa,<br />
passou para um volume <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> euros,<br />
em 2008, e com três unida<strong>de</strong>s industriais a operar (em Portugal, Marrocos<br />
e Roménia). No entanto, já em 2006, tinha vendi<strong>do</strong> o seu capital<br />
à Delfingen, mas o grupo, reconhecen<strong>do</strong> o mérito <strong>de</strong> Carlos Palhares e<br />
confian<strong>do</strong> na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, quis que continuasse como<br />
Director-Geral em Portugal, para além <strong>do</strong> assento no Conselho <strong>de</strong> Administração,<br />
que ainda hoje mantém.<br />
O seu mais recente projecto pessoal, que começou a nascer quan<strong>do</strong><br />
ainda estava na Delfinguen, é a Mecwi<strong>de</strong>, empresa <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção<br />
e reparação industrial. Com um percurso profissional indiscutível<br />
na Indústria Automóvel, esta mudança <strong>de</strong> sector, confessa o<br />
engenheiro, “é uma homenagem ao meu pai, porque ele foi solda<strong>do</strong>r e<br />
forma<strong>do</strong>r na área durante 40 anos”. Em Fevereiro <strong>de</strong> 2009, assite-se ao<br />
arranque efectivo da empresa e, se no primeiro ano atingiu os 600 mil<br />
euros <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> facturação, “contrarian<strong>do</strong> a crise, até ao momento<br />
já somo 1,4 milhões <strong>de</strong> facturação e prevejo ultrapassar os <strong>do</strong>is milhões<br />
<strong>de</strong> euros no final <strong>do</strong> ano”, admite.<br />
estranhar que reconheça que o mun<strong>do</strong> empresarial se move “à velocida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um cruzeiro”. Com uma activida<strong>de</strong> relativamente recente, a<br />
Mecwi<strong>de</strong> já fez intervenções em França e, neste momento, encontra-<br />
-se a operar na Holanda, em Angola, na Suíça, e estão ainda em curso<br />
conversações para a entrada na Nigéria. Para um futuro próximo, quer<br />
que a empresa se consoli<strong>de</strong> e cresça, não pon<strong>do</strong> <strong>de</strong> parte novas internacionalizações.<br />
Com uma carreira profissional notável, o êxito <strong>de</strong>ste engenheiro forma<strong>do</strong><br />
no ISEP não passou <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong> aos responsáveis pelo projecto<br />
“<strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro”, iniciativa da Câmara Municipal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. O objectivo<br />
<strong>do</strong> projecto é mudar a mentalida<strong>de</strong> das crianças e jovens relativamente<br />
aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> sucesso na socieda<strong>de</strong> actual, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacam figuras<br />
mediáticas. Nesse senti<strong>do</strong>, foram escolhidas onze personalida<strong>de</strong>s<br />
nortenhas que se <strong>de</strong>stacam pelo seu negócio, a sua atitu<strong>de</strong> e o seu<br />
empenho. Através <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o que retrata o percurso da sua vida<br />
académica e profissional, para além <strong>de</strong> palestras em várias <strong>escola</strong>s secundárias<br />
<strong>do</strong> Município, Carlos Palhares procura passar a mensagem<br />
<strong>de</strong> que “uma mentalida<strong>de</strong> aberta e atitu<strong>de</strong> positiva são meio caminho<br />
para o sucesso”.<br />
“uma mentalida<strong>de</strong> aberta<br />
e atitu<strong>de</strong> positiva são meio<br />
caminho para o sucesso”<br />
Com cerca <strong>de</strong> 34 colabora<strong>do</strong>res, <strong>gran<strong>de</strong></strong> parte <strong>de</strong>les especialistas nas<br />
áreas <strong>de</strong> soldadura e tubagem, uma das apostas da Mecwi<strong>de</strong> é a “formação<br />
como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio”. Carlos Palhares constatou que existe<br />
um défice <strong>de</strong> quadros intermédios nesta área e queria colmatar esta<br />
<strong>de</strong>ficiência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> uma qualificação profissional competente.<br />
Hoje em dia, é esse mesmo um <strong>do</strong>s core business da empresa<br />
pois, tal como evi<strong>de</strong>ncia, “para mim o meu produto é o meu negócio”.<br />
Segun<strong>do</strong> este engenheiro <strong>de</strong> 38 anos, a formação contínua ao longo<br />
da vida é um factor prepon<strong>de</strong>rante. Tal assumpção levou-o a frequentar<br />
o MBA Executivo na Escola <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que está prestes a<br />
terminar. A polivalência que o curso <strong>de</strong> engenharia lhe ofereceu, abriu-<br />
-lhe novos horizontes <strong>de</strong> aprendizagem, para além <strong>de</strong> acreditar que “os<br />
engenheiros são gestores por natureza”, se bem que também consi<strong>de</strong>re<br />
que todas as <strong>pessoas</strong> são potenciais gestores.<br />
Ainda assim, não toma nada como adquiri<strong>do</strong> e afirma que “to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vemos<br />
actualizar os nossos conhecimentos, à medida das funções que<br />
vamos <strong>de</strong>sempenhan<strong>do</strong>.” Não põe ainda <strong>de</strong> parte a hipótese <strong>de</strong> regressar<br />
ao ISEP se achar que isso que lhe trará mais-valias. No entanto, adverte<br />
que “as instituições <strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, actualmente com menos<br />
verbas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vem ter uma preocupação acrescida com os actuais<br />
e antigos alunos, porque po<strong>de</strong>m ser eles, novamente, os “próximos<br />
clientes”. Um <strong>do</strong>s caminhos po<strong>de</strong> ser a criação e manutenção <strong>de</strong> uma<br />
“re<strong>de</strong> alumni”.<br />
Além disso, outro aspecto <strong>de</strong>terminante para o sucesso <strong>de</strong> qualquer<br />
pessoa, garante, “é a mundivivência.” A questão geográfica, consi<strong>de</strong>ra,<br />
“ainda é um bloqueio para muitos portugueses e, sinceramente, não<br />
o enten<strong>do</strong>. Procuro sempre transmitir aos meus filhos que hoje o nosso<br />
concorrente está <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> planeta”. Não será por isso <strong>de</strong>
28 BREVES<br />
TECNOLOGIA NAS<br />
PORTAS DA EUROPA<br />
Carla Pinto, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Matemática,<br />
co-organizou um simpósio sobre Mo<strong>de</strong>los<br />
Matemáticos na <strong>Engenharia</strong>, a ter lugar<br />
durante a NSC 10 – III Conferência sobre Ciência<br />
Não linear e Complexida<strong>de</strong> (3rd Conference on<br />
Nonlinear Science and Complexity), que <strong>de</strong>corre<br />
entre 28-31 <strong>de</strong> Julho, em Ancara, Turquia.<br />
O simpósio, co-organiza<strong>do</strong> pela também<br />
investiga<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Laboratório em <strong>Engenharia</strong><br />
Matemática (LEMA), foca-se nos vários<br />
mo<strong>de</strong>los matemáticos (sistemas dinâmicos,<br />
mo<strong>de</strong>los estatísticos, equações diferenciais<br />
e mo<strong>de</strong>los teóricos <strong>do</strong> jogo) usa<strong>do</strong>s para explicar<br />
problemas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real nas Ciências<br />
Naturais e na <strong>Engenharia</strong>.<br />
Em Setembro, Carla Pinto esteve na ilha <strong>de</strong><br />
Ro<strong>de</strong>s, Grécia, para presidir ao simpósio sobre<br />
Sistemas Dinâmicos em Robótica, evento<br />
inseri<strong>do</strong> no ICNAAM 2010 – VIII Conferência<br />
Internacional <strong>de</strong> Análise Numérica e Matemática<br />
Aplicada (8th International Conference of<br />
Numerical Analysis and Applied Mathematics).<br />
Este encontro científico concentrou-se no aproveitamento<br />
da teoria <strong>de</strong> sistemas dinâmicos<br />
para avançar soluções <strong>de</strong> locomoção robótica.<br />
Actualmente, os sistemas informáticos incorpora<strong>do</strong>s<br />
representam 99% <strong>do</strong> universo<br />
computacional, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>mínio ainda em<br />
crescimento. A evolução da computação incorporada<br />
(embed<strong>de</strong>d computers) facilita o<br />
trabalho em re<strong>de</strong> e interactivo com o meio<br />
físico envolvente (etiquetas RFID, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
sensores sem fios, comunicações nos veículos<br />
são alguns exemplos). Assim, é cada vez<br />
maior o interesse em que as aplicações consigam,<br />
não só ler a sua própria monitorização<br />
ambiental, mas também incorporar as restantes<br />
leituras <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> sistema. Esta inovação,<br />
agora patenteada pelo CISTER, permite a comunicação<br />
integrada <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os computa<strong>do</strong>res<br />
num sistema, reduzin<strong>do</strong> os custos associa<strong>do</strong>s<br />
à comunicação <strong>de</strong> aplicações em larga<br />
escala. As potenciais aplicações <strong>de</strong>sta nova<br />
tecnologia incluem áreas como o controle<br />
<strong>de</strong> materiais inteligentes (como asas <strong>de</strong> aeronaves);<br />
sistemas <strong>de</strong> segurança em veículos;<br />
controle avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão<br />
e instrumentação <strong>de</strong> sensores corporais em<br />
micro ou nano-escala.<br />
No ISEP existem actualmente seis <strong>do</strong>centes<br />
<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>s com agregação: José Tenreiro<br />
Macha<strong>do</strong> e Zita Vale, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> Electrotécnica; Carlos Ramos, <strong>do</strong><br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática;<br />
Cristina Delerue Matos, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />
<strong>Engenharia</strong> Química; Rui Silva, <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> Física e Rui Camposinhos.<br />
O <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> DEC está no ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000,<br />
sen<strong>do</strong> o director <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em Tecnologia<br />
e Gestão <strong>de</strong> Construções e o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />
científico <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Investigação e Consultoria<br />
em <strong>Engenharia</strong> Civil (GICEC).<br />
GECAD INICIA PROJECTO<br />
WORLD SEARCH<br />
O GECAD arrancou em Junho os trabalhos <strong>do</strong><br />
projecto World Search. Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Microsoft<br />
Portugal, este projecto foi recentemente<br />
aprova<strong>do</strong> pelo Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico<br />
Nacional (QREN).<br />
CISTER AVANÇA PEDIDO<br />
DE PATENTE NOS<br />
ESTADOS UNIDOS<br />
Com um registo recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> patentes provisórias<br />
ou em preparação, o Centro <strong>de</strong> Investigação<br />
em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />
(CISTER), em colaboração com a Oficina <strong>de</strong><br />
Transferência <strong>de</strong> Tecnologia e Conhecimento<br />
<strong>do</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (OTIC.IPP), apresentou<br />
o seu primeiro pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> patente nos EUA.<br />
“Methods and Systems for Incrementally Obtaining<br />
an Interpolation of Sensor Readings”, baseia-se<br />
na experiência <strong>do</strong> CISTER em protocolos<br />
<strong>de</strong> controlo remoto sem fios <strong>de</strong> acesso prioritário<br />
médio e a sua exploração no âmbito das<br />
iniciativas estratégicas em sistemas ciber-físicos.<br />
ENGENHARIA CIVIL<br />
CONTINUA A ELEVAR<br />
PADRÕES<br />
Rui Camposinhos realizou com sucesso provas<br />
<strong>de</strong> agregação na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, em 31 <strong>de</strong> Maio e 1 <strong>de</strong> Junho.<br />
O professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil (DEC) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o projecto<br />
“Revestimentos em Pedra Natural com Fixação<br />
Mecânica - Dimensionamento e Projecto”.<br />
Dividi<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is actos, as provas <strong>de</strong> agregação<br />
apreciaram o currículo <strong>do</strong> professor <strong>do</strong><br />
ISEP, o relatório referente ao programa, conteú<strong>do</strong>s<br />
e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em<br />
<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Fachadas e a apresentação e<br />
discussão da lição referente ao projecto.<br />
Com a aprovação por unanimida<strong>de</strong>, Rui Camposinhos<br />
obteve o título <strong>de</strong> agrega<strong>do</strong>. Esta<br />
notícia significa que Rui Camposinhos se<br />
torna no primeiro <strong>do</strong>cente com agregação<br />
na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil em to<strong>do</strong> o Ensino<br />
Politécnico nacional.<br />
O World Search visa a investigação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> tecnologias avançadas para<br />
pesquisa <strong>de</strong> informação geral e empresarial. A<br />
inovação <strong>de</strong>ste motor <strong>de</strong> busca consiste na sua<br />
adaptação ao merca<strong>do</strong> da Língua Portuguesa,<br />
falada por mais <strong>de</strong> 210 milhões <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> (sexta<br />
em termos mundiais), incluin<strong>do</strong> economias<br />
emergentes como o Brasil e Angola. A tecnologia<br />
que se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver terá em atenção<br />
pormenores como a relevância semântica,<br />
aspectos culturais ou socioeconómicos.<br />
Além <strong>do</strong> ISEP, o projecto integra como parceiros<br />
a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro, a Universida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Lisboa e as empresas MSFT Software para<br />
Microcomputa<strong>do</strong>res, IZone – Knowledge<br />
Systems, Ponto C – Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistemas<br />
<strong>de</strong> Informação, Maisis – Sistemas <strong>de</strong><br />
Informação e a PT Comunicações.<br />
Nuno Silva é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r das activida<strong>de</strong>s a<br />
serem <strong>de</strong>senvolvidas no ISEP através <strong>do</strong> Grupo<br />
<strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento<br />
e Apoio à Decisão (GECAD) – unida<strong>de</strong><br />
que, com os seus 80 investiga<strong>do</strong>res e 51<br />
<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>s, representa o maior grupo <strong>de</strong> I&D<br />
<strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico português.
BREVES<br />
29<br />
O orçamento global <strong>do</strong> projecto é <strong>de</strong> aproximadamente<br />
1.2 M€, caben<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 94 mil euros<br />
ao IseP. O World Search arrancou em Junho, passa<strong>do</strong><br />
estan<strong>do</strong> sua conclusão prevista para 2012.<br />
CRIAR SOLUÇÕES<br />
TECNOLÓGICAS<br />
PARA AS PME<br />
Amândio Gomes, estudante <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), foi um <strong>do</strong>s<br />
ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s <strong>do</strong> workshop IPv6 – Internet<br />
<strong>de</strong> Nova Geração Desafios e Oportunida<strong>de</strong>s,<br />
que se realizou no Hotel <strong>Porto</strong> Palácio,<br />
a 26 <strong>de</strong> Maio.<br />
Organiza<strong>do</strong> pela Fundação para a Computação<br />
Científica Nacional (FCCN), este<br />
evento visou divulgar a tecnologia IPv6,<br />
ten<strong>do</strong> o jovem valor <strong>do</strong> ISEP apresenta<strong>do</strong> a<br />
comunicação “Mais-valia <strong>do</strong> IPv6 para uma<br />
PME tecnológica”.<br />
Enquanto parceira <strong>do</strong> projecto europeu 6DE-<br />
PLOY, a FCCN preten<strong>de</strong> apoiar a implementação<br />
<strong>de</strong> IPv6 em diversas áreas <strong>de</strong> negócio,<br />
servin<strong>do</strong> este workshop para informar as<br />
comunida<strong>de</strong>s académica e empresarial das<br />
vantagens associadas a esta nova realida<strong>de</strong><br />
da Internet.<br />
Amândio Gomes encontra-se a <strong>de</strong>senvolver<br />
um projecto na empresa Neoscopio, sob<br />
orientação <strong>de</strong> Jorge Pinto Leite (DEI), <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se<br />
na sua apresentação a orientação<br />
<strong>do</strong> ISEP para as novas tecnologias e a atenção<br />
e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as adaptar às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>do</strong> maior teci<strong>do</strong> produtivo português: as micro,<br />
pequenas e médias empresas.<br />
POR UM FUTURO<br />
SUSTENTÁVEL<br />
Joana Oliveira, Catarina Costa e Mateus Santos,<br />
alunos da Escola Salesiana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, venceram<br />
o 1º prémio na modalida<strong>de</strong> Girassol no<br />
concurso Rali Solar. O projecto vence<strong>do</strong>r consiste<br />
na produção <strong>de</strong> biodiesel a partir <strong>de</strong> cápsulas<br />
<strong>de</strong> café à base <strong>de</strong> alumínio. Este trabalho<br />
<strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> embalagens Nespresso em<br />
fonte <strong>de</strong> energia alternativa foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />
no Laboratório <strong>de</strong> Tecnologia Química <strong>do</strong><br />
ISEP, no âmbito da parceria <strong>de</strong> cooperação<br />
entre o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química<br />
(DEQ) e o colégio portuense.<br />
O concurso Rali Solar preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />
uma cultura científica e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra entre<br />
os jovens. Apostan<strong>do</strong> na área das energias<br />
alternativas, esta iniciativa propõe um conjunto<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>safios nas áreas da energia solar,<br />
aproveitamento térmico ou produção <strong>de</strong> biocombustíveis.<br />
Na edição <strong>de</strong> 2010 participaram<br />
186 <strong>escola</strong>s <strong>do</strong> Ensino Básico, Secundário<br />
e Profissional, ten<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> na modalida<strong>de</strong><br />
Girassol o projecto <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela<br />
Escola Salesiana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> com o ISEP.<br />
Esta notícia reflecte várias imagens <strong>de</strong> marca<br />
<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se o compromisso<br />
com tecnologias e mentalida<strong>de</strong>s promotoras<br />
da sustentabilida<strong>de</strong>, a aposta na criativida<strong>de</strong><br />
e na inovação, a abertura à socieda<strong>de</strong><br />
e aproximação às comunida<strong>de</strong>s <strong>escola</strong>res <strong>do</strong><br />
Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> e o constante <strong>de</strong>sempenho em<br />
equipas vence<strong>do</strong>ras.<br />
Actualmente, o DEQ lecciona uma licenciatura<br />
e um mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />
com especializações em Optimização Energética<br />
na Indústria Química e em Tecnologias <strong>de</strong><br />
Protecção Ambiental.<br />
DEP. DE ENGENHARIA<br />
MECÂNICA ELEGE<br />
DIRECTOR<br />
Paulo Ávila foi reconduzi<strong>do</strong> à frente <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica (DEM)<br />
(no dia 10 <strong>de</strong> Maio), após ter recolhi<strong>do</strong> 77%<br />
<strong>do</strong>s votos na eleição realizada no final <strong>de</strong><br />
Abril. Licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra e mestre em<br />
Produção Integrada por Computa<strong>do</strong>r pela<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, Paulo Ávila concluiu<br />
o <strong>do</strong>utoramento em 2004 com a <strong>de</strong>fesa da<br />
tese em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Produção e Sistemas,<br />
“Mo<strong>de</strong>lo Rigoroso <strong>de</strong> Selecção <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />
Recursos para o Projecto <strong>de</strong> Empresas Ágeis /<br />
Virtuais para Produtos Complexos”.<br />
Docente no ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, Paulo Ávila integrou<br />
o Conselho Pedagógico em 1997 e a Assembleia<br />
<strong>de</strong> Representantes em 2001, sen<strong>do</strong><br />
director <strong>do</strong> DEM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009.<br />
Para o novo mandato, as priorida<strong>de</strong>s assentam<br />
na formação, prestação <strong>de</strong> serviços<br />
e consulta<strong>do</strong>ria, I&D (on<strong>de</strong> DEM alberga o<br />
Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento<br />
em <strong>Engenharia</strong> Mecânica – CIDEM); internacionalização<br />
(nomeadamente através <strong>de</strong><br />
programas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> académica); contínua<br />
requalificação <strong>do</strong>s recursos humanos e<br />
promoção <strong>de</strong> um bom ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />
O DEM lecciona actualmente as licenciaturas<br />
em <strong>Engenharia</strong> Mecânica e em <strong>Engenharia</strong><br />
Mecânica Automóvel, os mestra<strong>do</strong>s Construções<br />
Mecânicas e Gestão <strong>de</strong> Processos e<br />
Operações e a pós-graduação em Sistemas<br />
Integra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gestão da Qualida<strong>de</strong>, Ambiente<br />
e Segurança. Em 2010/2011 lançará o novo<br />
mestra<strong>do</strong> em Energias Sustentáveis.<br />
CONHECIMENTO<br />
INCLUSIVO<br />
O elearning.info – portal da Comissão Europeia<br />
para promoção das tecnologias da informação<br />
e comunicação na aprendizagem ao<br />
longo da vida – publicou recentemente um<br />
artigo <strong>de</strong> Gustavo Alves, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica.<br />
Intitula<strong>do</strong> “De Ilícitas a Educativas: uma Via<br />
para Converter Máquinas <strong>de</strong> Jogo Ilegais”, o<br />
artigo <strong>de</strong>screve o trabalho realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />
ao abrigo da Re<strong>de</strong> Piá, da responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>s brasileiros Juarez Bento da Silva<br />
(Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina), e<br />
João Bosco Alves (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />
Santa Catarina), ten<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong> ISEP<br />
resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> anterior envolvimento no projecto<br />
Alfa RexNet.<br />
O projecto <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> consiste na conversão<br />
<strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> jogo em ferramentas<br />
educativas <strong>de</strong> base computorizada para uso<br />
em <strong>escola</strong>s brasileiras <strong>do</strong> Ensino Básico, instituições<br />
governamentais e não-governamentais<br />
que lidam com comunida<strong>de</strong>s pobres e<br />
socialmente excluídas. O objectivo é <strong>de</strong>senvolver<br />
tecnologias sustenta<strong>do</strong>ras da inclusão<br />
social, passan<strong>do</strong> por uma medida que em simultâneo<br />
reduz factores <strong>de</strong> pobreza (menos<br />
dinheiro gasto em jogo) e promove a educação<br />
(aumentan<strong>do</strong> o acesso e a motivação<br />
para apren<strong>de</strong>r).<br />
Até agora, o projecto já instalou 200 máquinas<br />
<strong>de</strong> jogo convertidas em 40 <strong>escola</strong>s, benefician<strong>do</strong><br />
directamente mais <strong>de</strong> 12 mil crianças.<br />
A evolução <strong>do</strong> projecto permitiu também<br />
<strong>de</strong>senvolver aplicações pedagógicas informatizadas<br />
especialmente adaptadas a crianças<br />
<strong>do</strong> Ensino Básico, e jovens com necessida<strong>de</strong>s<br />
educativas especiais.<br />
A edição nº 19 da eLearning Papers é <strong>de</strong>dicada<br />
ao Ano Europeu <strong>do</strong> Combate à Pobreza e
30 BREVES<br />
à Exclusão Social, ten<strong>do</strong> o artigo <strong>de</strong> Gustavo<br />
Alves si<strong>do</strong> consulta<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> 30 mil vezes<br />
em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Junho.<br />
Em Setembro, o ISEP recebeu a visita <strong>do</strong><br />
professor Juarez Silva, ao abrigo <strong>do</strong> protocolo<br />
<strong>de</strong> cooperação académica estabeleci<strong>do</strong><br />
com a UNISUL.<br />
MESTRE DEI RECEBE<br />
MENÇÃO HONROSA<br />
Ludimila Gabriel foi distinguida com uma<br />
menção honrosa no Prémio Nacional <strong>de</strong> Trabalhos<br />
em Inteligência Artificial (TLEIA) 2009.<br />
O concurso da Associação Portuguesa para<br />
a Inteligência Artificial (APPIA) reconheceu o<br />
potencial da diplomada em <strong>Engenharia</strong> Informática<br />
pelo ISEP na iniciativa que preten<strong>de</strong><br />
divulgar valores emergentes.<br />
A APPIA é a associação que representa e promove<br />
a Inteligência Artificial em Portugal, integran<strong>do</strong><br />
mais <strong>de</strong> 300 membros entre instituições<br />
<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, empresas, estudantes<br />
e investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> renome internacional.<br />
Com o propóstio <strong>de</strong> comemorar o seu 25º<br />
aniversário, a APPIA reeditou, em 2009, o<br />
Prémio TLEIA, principal distinção nacional da<br />
área e atribuiu uma menção honrosa à diplomada<br />
<strong>do</strong> ISEP. Ludimila Luiza <strong>de</strong> Lima Gabriel,<br />
mestre em <strong>Engenharia</strong> Informática pelo Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong><br />
ISEP, apresentou a concurso o projecto “Automatic<br />
E-mail Organization”. Resultante da<br />
dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> orientada por Paulo<br />
Novais, este trabalho foi reconheci<strong>do</strong> como<br />
um <strong>do</strong>s melhores projectos <strong>de</strong> Inteligência<br />
Artificial <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por jovens estudantes<br />
da Comunida<strong>de</strong> Científica Nacional.<br />
Esta experiência espelha ainda as vantagens da<br />
cooperação entre empresas e o ISEP, através <strong>do</strong><br />
patrocínio <strong>de</strong> estágios que permitam <strong>de</strong>senvolver<br />
soluções tecnológicas inova<strong>do</strong>ras e formar<br />
quadros superiores mais competitivos.<br />
CONGRESSO DE<br />
GEOTECNIA COM<br />
PARTICIPAÇÃO DO ISEP<br />
O ISEP participou no 12º Congresso Nacional<br />
<strong>de</strong> Geotecnia, que se realizou em Abril, passa<strong>do</strong><br />
em Guimarães. Promovi<strong>do</strong> pela Socieda<strong>de</strong><br />
Portuguesa <strong>de</strong> Geotecnia, este evento é o<br />
principal encontro da área em Portugal e teve<br />
como tema a “Geotecnia e o Desenvolvimento<br />
Sustentável”.<br />
Aproveitan<strong>do</strong> a larga experiência <strong>do</strong> ISEP, a<br />
organização convi<strong>do</strong>u João Falcão, <strong>do</strong>cente<br />
<strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />
(DEG), para integrar a Comissão Científica<br />
<strong>do</strong> congresso. A participação <strong>do</strong> ISEP contou<br />
ainda com a apresentação das seguintes comunicações:<br />
“Avaliação Geomecânica <strong>de</strong> Maciços<br />
Rochosos Fractura<strong>do</strong>s e as Tecnologias<br />
<strong>de</strong> Perfuração: Consequências Técnico-económicas”;<br />
“Áreas Potenciais <strong>de</strong> Exploração <strong>de</strong><br />
Geomateriais para Enrocamento em Estruturas<br />
Marítimas”; “Uma Previsão da Capacida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Carga <strong>de</strong> três Estacas <strong>de</strong> Tipologias Diferentes<br />
em Solo Residual <strong>de</strong> Granito”; “Estu<strong>do</strong><br />
Microscópico da Mineralogia <strong>de</strong> uma Amostra<br />
das Camadas <strong>de</strong> Prazeres”; “Contribuição<br />
para o Estu<strong>do</strong> da Combinação <strong>de</strong> Cal com<br />
Cimento no Tratamento <strong>de</strong> Solos”; e “Determinação<br />
<strong>do</strong>s Erros <strong>de</strong> Medição Associa<strong>do</strong>s<br />
a Ensaios in situ. Os Casos <strong>do</strong>s Ensaios DMT,<br />
PMT e CPTU”.<br />
Com uma oferta formativa impar a nível nacional,<br />
ao nível da licenciatura e mestra<strong>do</strong><br />
em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente,<br />
o DEG alberga ainda os centros <strong>de</strong> prestação<br />
<strong>de</strong> serviços Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia<br />
Aplicada (LABCARGA) e Laboratório <strong>de</strong><br />
Geotecnia e Materiais <strong>de</strong> Construção (LGMC).<br />
CIDEM MOSTRA<br />
AVANÇOS DA MECÂNICA<br />
EXPERIMENTAL<br />
Luís Miguel Durão e Daniel Gonçalves, investiga<strong>do</strong>res<br />
<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação e<br />
Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />
(CIDEM), apresentaram duas comunicações<br />
no 8º Congresso Nacional <strong>de</strong> Mecânica Experimental.<br />
Realiza<strong>do</strong> em Guimarães, em Abril,<br />
este congresso é o principal fórum português<br />
para divulgação e discussão das mais recentes<br />
tendências e avanços na área da Mecânica<br />
Experimental.<br />
Os trabalhos <strong>do</strong> ISEP inci<strong>de</strong>m ambos nos resulta<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> projecto “Furação <strong>de</strong> Estruturas<br />
em Compósitos <strong>de</strong> Matriz Polimérica”, financia<strong>do</strong><br />
pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />
(FCT). “Mo<strong>de</strong>lação da Furação <strong>de</strong> Lamina<strong>do</strong>s<br />
por Elementos Finitos” e “Avaliação <strong>de</strong><br />
Ferramentas para a Furação <strong>de</strong> Lamina<strong>do</strong>s”<br />
são duas comunicações que apresentam um<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação da furação <strong>de</strong> compósitos<br />
basea<strong>do</strong> no software ABAQUS; e um<br />
estu<strong>do</strong> comparativo da extensão <strong>do</strong> dano em<br />
função da geometria da ferramenta.<br />
Ainda em relação ao CIDEM, Luís Durão foi reeleito<br />
no início <strong>de</strong> Abril para continuar a dirigir<br />
o grupo. Recolhen<strong>do</strong> 93% <strong>do</strong>s votos, a equipa<br />
<strong>de</strong> Luís Durão apontou, entre as priorida<strong>de</strong>s<br />
para o triénio 2010-2012, a manutenção da<br />
classificação “Muito Bom” na próxima avaliação<br />
da FCT e o incremento da colaboração<br />
com empresas da região.<br />
AP3E DISTINGUE<br />
MESTRES DO DEG<br />
Luís Fonseca e Luís Ramos, mestres em <strong>Engenharia</strong><br />
Geotécnica e Geoambiente pelo ISEP,<br />
foram galar<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s com uma menção honrosa<br />
no Prémio AP3E <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong>s Explosivos.<br />
Os trabalhos apresenta<strong>do</strong>s resultam <strong>do</strong>s<br />
projectos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> “Interacção e Avaliação<br />
entre o Maciço Rochoso e as Tecnologias <strong>de</strong><br />
Perfuração: Consequências Técnico-económicas”<br />
e “Avaliação Geotécnica e Geomecânica<br />
<strong>de</strong> Maciços Rochosos Fractura<strong>do</strong>s para Controlo<br />
da Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Desmonte”, co-orienta<strong>do</strong>s<br />
por Carlos Galiza e Hél<strong>de</strong>r Chaminé.<br />
Ambos os projectos partem <strong>de</strong> um ponto<br />
comum – as meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> trabalho no<br />
maciço rochoso em duas pedreiras <strong>do</strong> Norte<br />
<strong>de</strong> Portugal – para <strong>de</strong>senvolver resulta<strong>do</strong>s<br />
distintos, mas complementares. A dissertação<br />
<strong>de</strong> Luís Fonseca inci<strong>de</strong> nos rendimentos e tecnologias<br />
<strong>de</strong> perfuração, enquanto Luís Ramos<br />
aborda os <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> perfuração.<br />
Os mestra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>correram em ambiente<br />
empresarial, no Grupo MonteAdriano, complementa<strong>do</strong>s<br />
com investigação no Departamento<br />
<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica (DEG),<br />
através <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços<br />
Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada<br />
(LABCARGA) e Laboratório <strong>de</strong> Geotecnia e<br />
Materiais <strong>de</strong> Construção (LGMC).<br />
Esta distinção é mais um exemplo da qualida<strong>de</strong><br />
e pertinência <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> a<br />
nível da formação pós-graduada e investigação<br />
no ISEP.<br />
A avaliação <strong>do</strong>s trabalhos foi realizada por um<br />
júri externo à AP3E, composto por elementos<br />
das universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Évora, Nova <strong>de</strong> Lisboa e<br />
Coimbra e da Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros, ten<strong>do</strong><br />
a cerimónia <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> prémios <strong>de</strong>corri<strong>do</strong><br />
em Lisboa, no mês <strong>de</strong> Abril.
PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />
31<br />
Pseu<strong>do</strong>varieties: i<strong>de</strong>mpotentgenerated<br />
semigroups and<br />
REPRESENTATIONS of DA<br />
Com o avanço <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res electrónicos na década <strong>de</strong> 1950, o estu<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong>s autómatos finitos, um mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> uma máquina<br />
com um número <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s finitos, teve particular atenção. Os objectivos<br />
eram os mais diversos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o potencial e as limitações<br />
das máquinas, a obter esquemas eficientes para organizar computações.<br />
Motiva<strong>do</strong> em mo<strong>de</strong>lar a activida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cérebro humano, Kleene chamou<br />
regulares às linguagens que são reconhecidas por autómatos finitos.<br />
O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>stas linguagens é fundamental: permite compreen<strong>de</strong>r<br />
o enca<strong>de</strong>amento <strong>do</strong>s cálculos num programa, expressar o comportamento<br />
<strong>de</strong> um processo, <strong>de</strong>screver certas operações <strong>de</strong> um editor <strong>de</strong><br />
texto ou, mais geralmente, <strong>de</strong>screver um algoritmo iterativo. O facto<br />
<strong>de</strong> estas linguagens serem precisamente aquelas que são reconhecidas<br />
por semigrupos finitos clarifica e torna profunda a ligação entre<br />
autómatos finitos, linguagens regulares e semigrupos finitos. A teoria<br />
<strong>de</strong> semigrupos finitos progri<strong>de</strong>, então, ten<strong>do</strong> em vista as aplicações em<br />
Ciências da Computação. Estabeleceu-se uma correspondência entre<br />
certas famílias <strong>de</strong> linguagens regulares e certas classes <strong>de</strong> semigrupos<br />
finitos, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong>s, cujo interesse tem cresci<strong>do</strong><br />
continuamente.<br />
Em “Diamonds are forever: the variety DA”, Tesson e Thérien realçam a importância<br />
da pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong> DA, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> que as linguagens regulares<br />
que lhe correspon<strong>de</strong>m têm certas caracterizações combinatórias, lógicas<br />
e na teoria <strong>de</strong> autómatos que permitem resolver <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> mais<br />
eficiente certos problemas na teoria da computação e da complexida<strong>de</strong>.<br />
Estu<strong>do</strong> da mistura turbulenta <strong>de</strong><br />
jactos coaxiais confina<strong>do</strong>s<br />
Neste trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento estuda-se a mistura turbulenta <strong>de</strong><br />
jactos coaxiais, recorren<strong>do</strong> a medições experimentais e comparan<strong>do</strong>-<br />
-as com soluções numéricas das equações <strong>de</strong> Navier-Stokes pelo méto<strong>do</strong><br />
da simulação das <strong>gran<strong>de</strong></strong>s escalas (LES, Large-Eddy Simulation).<br />
A equação <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong> escalar passivo foi resolvida recorren<strong>do</strong><br />
a esquemas com limita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fluxo para os termos convectivos e<br />
ao mo<strong>de</strong>lo dinâmico para a contribuição das escalas não resolvidas.<br />
Foram feitos testes <strong>do</strong>s parâmetros numéricos e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação sen<strong>do</strong><br />
os seus efeitos nos perfis calcula<strong>do</strong>s confronta<strong>do</strong>s com as medições.<br />
A principal contribuição <strong>do</strong> trabalho é o foco nas estatísticas<br />
<strong>de</strong> turbulência <strong>do</strong> escalar passivo, tanto nas medições experimentais<br />
como nas simulações LES. A razão <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s r, entre as<br />
velocida<strong>de</strong>s médias <strong>do</strong>s jactos exterior e interior, teve influência na<br />
incerteza. As menores incertezas nas estatísticas <strong>de</strong> turbulência <strong>do</strong><br />
escalar foram obtidas para as razões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas, nas<br />
quais houve boa concordância com LES da flutuação <strong>do</strong> escalar. O<br />
fluxo turbulento <strong>de</strong> escalar, raramente analisa<strong>do</strong> em LES <strong>de</strong> escoamentos<br />
complexos, mostrou or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong>za semelhante mas<br />
perfis <strong>de</strong> formas distintas.<br />
A geometria cilíndrica foi simulada utilizan<strong>do</strong> um código valida<strong>do</strong><br />
anteriormente. Usaram-se malhas não ortogonais, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> implementadas<br />
correcções para a não ortogonalida<strong>de</strong> e feita a sua validação<br />
no escoamento no interior <strong>de</strong> um tubo. Os esquemas numéricos<br />
e mo<strong>de</strong>lo dinâmico para o escalar passivo foram valida<strong>do</strong>s num escoamento<br />
em canal plano.<br />
Os trabalhos <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento consistiram em <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> problemas<br />
interliga<strong>do</strong>s. Num <strong>de</strong>les, estudaram-se alguns opera<strong>do</strong>res sobre<br />
pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> semigrupos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s em termos <strong>do</strong>s subsemigrupos<br />
gera<strong>do</strong>s por i<strong>de</strong>mpotentes. O outro consistiu no estu<strong>do</strong> da<br />
pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong> DA ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong>s várias representações <strong>do</strong>s<br />
semigrupos pró-DA livres (semigrupos que contêm informação valiosa<br />
acerca das proprieda<strong>de</strong>s algébricas e combinatórias <strong>do</strong>s semigrupos<br />
<strong>de</strong> DA). Como aplicação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas representações, obteve-se<br />
uma solução eficiente (com complexida<strong>de</strong> polinomial) <strong>do</strong> problema da<br />
ω-palavra sobre DA. Os chama<strong>do</strong>s problemas da palavra têm <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong><br />
um papel muito importante em vários ramos da Matemática.<br />
Nome<br />
Ana Moura<br />
Área Científica<br />
Matemática (Semigrupos, Autónomos e Linguagens)<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor Doutor Jorge Almeida (FCUP)<br />
As estatísticas <strong>do</strong> escalar passivo foram insensíveis a mudanças nos<br />
termos difusivos das equações e é proposta uma ligação com a hipótese<br />
<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência da difusivida<strong>de</strong>: o comportamento <strong>do</strong> escalar<br />
passivo é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s termos difusivos e, no LES <strong>de</strong> um<br />
escalar passivo, a média <strong>do</strong> campo escalar po<strong>de</strong> obter-se usan<strong>do</strong><br />
uma equação hiperbólica.<br />
Nome<br />
Pedro Miguel Areal<br />
Área Científica<br />
<strong>Engenharia</strong> Mecânica: Simulação numérica computacional em<br />
mecânica <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s<br />
Orienta<strong>do</strong>r<br />
Professor Doutor Laginha Palma (FEUP)<br />
Local<br />
Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
Data da Prova<br />
Fevereiro 2009<br />
Local<br />
Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro<br />
Data da Prova<br />
Maio 2010