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pessoas: grande escola - Instituto Superior de Engenharia do Porto ...

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<strong>pessoas</strong>:<br />

a base <strong>de</strong> uma<br />

<strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>escola</strong><br />

À CONVERSA COM...<br />

Net.sa - José <strong>de</strong> Almeida Martins,<br />

DIrector Geral<br />

DE FORA CÁ DENTRO<br />

Matos Fernan<strong>de</strong>s - Presi<strong>de</strong>nte da APDL<br />

DEPOIS DO ISEP<br />

Carlos Palhares


02 ÍNDICE<br />

03 EDITORIAL<br />

» Editorial<br />

04 a rETER<br />

» João Rocha reeleito presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP<br />

» Novas ofertas formativas<br />

» LSA compete na ROBOCUP 2010<br />

» Explorar o mar com criativida<strong>de</strong> e conhecimento<br />

06 Eventos<br />

» International CDIO Conference<br />

» Cister promoveu encontro da CONET<br />

» QTDEI - “Arquitecta Empresarial”<br />

» Cloudviews 2010 . Cloud Ecosystem<br />

» 3 as Jornadas Electrótécnicas - Máquinas e Instalações Eléctricas<br />

» ISEP fora <strong>de</strong> portas<br />

10 À CONVERSA COM...<br />

06 Eventos<br />

» Net.sa - José <strong>de</strong> Almeida Martins, Director Geral<br />

14 dE FORA CÁ DENTRO<br />

» Matos Fernan<strong>de</strong>s, Presi<strong>de</strong>nte da APDL<br />

16 DESTAQUE<br />

» Eixos Estratégicos: Pessoas<br />

21 INVESTIGAÇÃO À lUPA<br />

» Projecto RECOMP : CISTER<br />

24 a nossa tecnologia<br />

10 à conversa com...<br />

» Projecto Physics LabFARM<br />

26 dEPOIS DO isep<br />

» Carlos Palhares<br />

28 breves<br />

» Tecnologia nas portas da Europa<br />

» Cister avança pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> patente nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

» <strong>Engenharia</strong> Civil continua a elevar padrões<br />

» GECAD inicia projecto WORLD SEARCH<br />

» Criar soluções tecnologias para PME<br />

» Por um futuro sustentável<br />

» Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica elege director<br />

» Conhecimento inclusivo<br />

» Mestre DEI recebe menção honrosa TLEIA<br />

» Congresso <strong>de</strong> Geotecnia com participação activa <strong>do</strong> ISEP<br />

» CIDEM mostra avancos da mecânica exprimental<br />

» AP3E distingue Mestre <strong>do</strong> DEG<br />

21 iNVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

31 PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

» Ana Isabel Pereira <strong>de</strong> Moura<br />

» Pedro Miguel Areal<br />

16 DESTAQUE


EDITORIAL<br />

03<br />

EDITORIAL<br />

As organizações são feitas por <strong>pessoas</strong> e para as <strong>pessoas</strong>. E o ISEP não é excepção. Nesta décima<br />

primeira edição <strong>do</strong> ISEP.BI realçamos a importância da massa humana que constitui a nossa<br />

comunida<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> os alunos, passan<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>centes e os <strong>de</strong>mais colabora<strong>do</strong>res, fazemos<br />

um levantamento <strong>de</strong> todas as acções que têm si<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvidas em prol <strong>do</strong>s nossos recursos<br />

humanos e da percepção da comunida<strong>de</strong> acerca <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>.<br />

Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo po<strong>de</strong>ria muito bem ser a segunda palavra-chave <strong>de</strong>sta edição <strong>do</strong> ISEP.BI.<br />

Quer pelos entrevista<strong>do</strong>s que escolhemos para estas páginas, pelas suas palavras, quer pelos<br />

projectos que aqui <strong>de</strong>svendamos. To<strong>do</strong>s os recantos <strong>de</strong>ste boletim têm impressa a convicção <strong>de</strong><br />

que o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é o futuro.<br />

É precisamente esse espírito que o ISEP quer imprimir aos seus alunos. Mostrar-lhes que <strong>de</strong>vem<br />

sempre ser proactivos e ter a noção <strong>de</strong> que o sucesso <strong>do</strong> seu trabalho <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das suas atitu<strong>de</strong>s<br />

e <strong>do</strong>s seus projectos. Numa altura em que um novo ciclo se inicia, é fundamental dar aos alunos<br />

as directivas correctas para que percorram o caminho <strong>do</strong> sucesso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início.<br />

Os nossos convida<strong>do</strong>s são muito diversifica<strong>do</strong>s. O Presi<strong>de</strong>nte da APDL fala-nos da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> proactivida<strong>de</strong> para vingar nos dias <strong>de</strong> hoje e na versatilida<strong>de</strong> que um engenheiro <strong>de</strong>ve ter<br />

para alcançar a plenitu<strong>de</strong> nas suas tarefas e na sua própria realização pessoal e profissional. Aos<br />

jovens engenheiros dirige alguns conselhos para o alcance <strong>de</strong>stes propósitos e <strong>de</strong>ixa transparecer<br />

o apreço pelo ISEP e o <strong>de</strong>sejo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> futuros projectos em conjunto.<br />

Nesta edição, realçamos também o que é feito “<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> portas”. Abordamos o Physics Labfarm,<br />

um projecto que permite aos alunos um maior acompanhamento sobre o que é feito nos laboratórios<br />

<strong>do</strong> ISEP promoven<strong>do</strong> uma aprendizagem contínua e que se preten<strong>de</strong> mais eficaz. Com<br />

este projecto, que entrará em funcionamento neste ano lectivo, os alunos po<strong>de</strong>rão realizar uma<br />

panóplia <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> Física, numa espécie <strong>de</strong> laboratório remoto. Da informática, vamos<br />

conhecer o RECOMP, um projecto Europeu em que o CISTER está envolvi<strong>do</strong> e que promete operar<br />

uma verda<strong>de</strong>ira revolução na área <strong>do</strong>s sistemas computacionais.<br />

Para último, <strong>de</strong>ixamos mais um exemplo <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. Nomea<strong>do</strong> como role mo<strong>de</strong>l<br />

no projecto <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro, Carlos Palhares, ex-aluno <strong>do</strong> ISEP, aceitou o convite <strong>do</strong> ISEP.BI para<br />

contar um pouco da vida e <strong>do</strong> percurso que lhe valeram a distinção.<br />

Após estas coor<strong>de</strong>nadas, que representam apenas um pequeno resumo daquilo que po<strong>de</strong>rá encontrar<br />

nas próximas páginas, não será difícil guiar-se pelo nosso mun<strong>do</strong>. Uma vez mais queremos<br />

dar a conhecer um ISEP com projectos e i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> futuro e cujo objectivo principal é formar<br />

alunos e cidadãos conscientes.<br />

ISEP.BI 11<br />

_<br />

Ficha técnica<br />

Proprieda<strong>de</strong> ISEP - <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha<br />

EDIÇÃO ISEP|DCI - Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Imagem REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP - DCC - GD .2010<br />

IMPRESSÃO Gráfica, Lda TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/10<br />

contactoS ISEP|DCI - Divisão <strong>de</strong> Cooperação e Imagem » Rua Dr. António Bernardino <strong>de</strong> Almeida, nº 431 | 4200-072 <strong>Porto</strong> - Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail gci@isep.ipp.pt


04 A RETER<br />

JOÃO ROCHA REELEITO PRESIDENTE DO ISEP<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP, João Rocha, foi reeleito para um segun<strong>do</strong> mandato<br />

à frente da instituição. Para o segun<strong>do</strong> mandato, João Rocha faz-<br />

-se acompanhar por Joana Sampaio e José Barros Oliveira, manten<strong>do</strong>,<br />

assim, a sua equipa <strong>de</strong> vice-presi<strong>de</strong>ntes.<br />

As eleições <strong>de</strong>correram a 15 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2010. João Rocha submeteu-<br />

-se a escrutínio como único candidato, ten<strong>do</strong> recolhi<strong>do</strong> uma exemplar<br />

<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> confiança, expressa nas seguintes votações: 81% entre<br />

funcionários <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res; 72% entre funcionários não<br />

<strong>do</strong>centes; e 61% entre estudantes, num acto eleitoral cuja participação<br />

ron<strong>do</strong>u os 68% entre colabora<strong>do</strong>res ISEP, facto especialmente significativo<br />

por se tratar <strong>de</strong> candidatura única.<br />

João Rocha cumpriu o seu primeiro mandato à frente <strong>do</strong> ISEP entre 2007<br />

e 2010. De acor<strong>do</strong> com o presi<strong>de</strong>nte reconduzi<strong>do</strong> pelo ISEP, a <strong>de</strong>cisão em<br />

se recandidatar surgiu da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar novos <strong>de</strong>safios e consolidar<br />

a aposta na abertura da instituição, tornan<strong>do</strong>-a mais competitiva.<br />

Para o novo mandato a garantia <strong>de</strong> manter um forte espírito <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>.<br />

De acor<strong>do</strong> com o programa <strong>de</strong> candidatura, a nova Presidência<br />

espera contribuir para uma organização mo<strong>de</strong>rna e inteligente,<br />

assente no seu potencial humano, atenta às expectativas da socieda<strong>de</strong><br />

e <strong>do</strong>s seus parceiros e aos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> crescentemente internacionaliza<strong>do</strong><br />

e competitivo. Para tal, os eixos estratégicos dinâmicos<br />

para o mandato <strong>de</strong> 2010-2014 são: Formação; Pessoas; Investigação;<br />

Internacionalização; Comunicação e Promoção; Requalificação <strong>do</strong><br />

Campus; Gestão Operacional; Gestão Estratégica.<br />

A cerimónia pública <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> posse teve lugar no dia 11 <strong>de</strong> Maio<br />

<strong>de</strong> 2010, benefician<strong>do</strong> das novas tecnologias <strong>de</strong> informação e comunicação<br />

para difusão em directo pela internet. Este evento contou com<br />

a presença da presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, Rosário Gambôa, e<br />

primou pela sua simplicida<strong>de</strong> e brevida<strong>de</strong>.<br />

De acor<strong>do</strong> com os estatutos <strong>do</strong> ISEP, João Rocha vai li<strong>de</strong>rar o <strong>Instituto</strong><br />

nos próximos quatro anos (2010-2014). O presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP é o responsável<br />

máximo da instituição, responsável pela condução política e<br />

representação externa, sen<strong>do</strong> eleito por sufrágio universal entre o conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>centes e investiga<strong>do</strong>res, funcionários não <strong>do</strong>centes e não<br />

investiga<strong>do</strong>res e estudantes.<br />

novas ofertas<br />

FORMATIvas<br />

Mestra<strong>do</strong> em<br />

Energias Sustentáveis<br />

O sector energético mundial está em rápi<strong>do</strong> crescimento, seguin<strong>do</strong> a<br />

linha <strong>de</strong> acção das políticas energéticas e ambientais cujo principal <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>r<br />

é a produção <strong>de</strong> energia sustentável, competitiva e segura.<br />

licenciatura em<br />

engenharia <strong>de</strong> sistemas<br />

A globalização, a volatilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s financeiros e a mudança<br />

acentuada no paradigma industrial impõem às empresas nacionais <strong>de</strong>safios<br />

cuja resposta passa pela aposta no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong> base tecnológica mais complexos e com maior valor acrescenta<strong>do</strong>.<br />

Para sobreviver e prosperar num merca<strong>do</strong> agressivo e dinâmico, é fundamental<br />

melhorar a produtivida<strong>de</strong>, eficiência e competitivida<strong>de</strong>. Para<br />

tal, será necessário possuir recursos humanos capazes <strong>de</strong> gerir equipas<br />

multidisciplinares, optimizar estruturas e processos e ter capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> inovação. O licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas irá assumir este<br />

papel importante e fará a diferença.<br />

O crescimento económico <strong>do</strong> sector energético em Portugal, nomeadamente<br />

aquele que se enquadra em políticas <strong>de</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

ambiental, está actualmente a gerar um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho vasto e<br />

diversifica<strong>do</strong> para técnicos com formação superior nas áreas da engenharia<br />

e afins. Isso verifica-se ao nível <strong>do</strong>s <strong>gran<strong>de</strong></strong>s investimentos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> energia basea<strong>do</strong>s em fontes renováveis (eólica, marés,<br />

hídrica, geotérmica), assim como ao nível da produção <strong>de</strong> média e pequena<br />

escala, industrial ou <strong>do</strong>méstica (microgeração, co-geração) e racionalização<br />

<strong>de</strong> consumos (climatização <strong>de</strong> edifícios, à recuperação <strong>de</strong><br />

energia térmica, serviços <strong>de</strong> certificação energética, etc.). Além disso, a<br />

gestão ambiental é um aspecto fundamental no planeamento e exploração<br />

das empresas mo<strong>de</strong>rnas, e que requer profissionais competentes<br />

e especializa<strong>do</strong>s.<br />

A licenciatura em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas visa formar profissionais que<br />

aliam conhecimentos gerais <strong>de</strong> ramos importantes da <strong>Engenharia</strong> clássica<br />

com uma sólida formação <strong>de</strong> base em ferramentas da matemática,<br />

competências específicas <strong>de</strong> gestão empresarial e organizacional,<br />

bem como com a configuração, adaptação e utilização <strong>de</strong> ferramentas<br />

informáticas. Para garantir que os conhecimentos, capacida<strong>de</strong>s e<br />

competências <strong>do</strong>s licencia<strong>do</strong>s correspondam às reais necessida<strong>de</strong>s<br />

das empresas, esta licenciatura tem como parceira a maior associação<br />

empresarial <strong>do</strong> norte <strong>de</strong> Portugal, a AEP – Associação Empresarial<br />

<strong>de</strong> Portugal, e está organizada com base nos princípios <strong>do</strong> CDIO, um<br />

consórcio promovi<strong>do</strong> pelo MIT e algumas das melhores universida<strong>de</strong>s<br />

mundiais, <strong>do</strong> qual o ISEP é membro oficial juntamente com mais <strong>de</strong> 50<br />

outras instituições <strong>de</strong> ensino superior.<br />

Com a criação <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em Energias Sustentáveis, o ISEP respon<strong>de</strong><br />

à crescente procura <strong>de</strong> técnicos especializa<strong>do</strong>s nesta área. De mo<strong>do</strong> a<br />

fornecer a melhor solução <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, o mestra<strong>do</strong> tem uma estrutura<br />

curricular transversal, que conjuga áreas-chave <strong>de</strong> conhecimento com<br />

pontos fortes <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>. O ISEP passa, assim, a formar profissionais<br />

aptos a inovar soluções nos <strong>do</strong>mínios da produção, distribuição e gestão<br />

<strong>de</strong> energias sustentáveis.<br />

O licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Sistemas pelo ISEP será essencialmente<br />

um profissional <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> capaz <strong>de</strong> gerir equipas multidisciplinares.<br />

Algumas das muitas áreas <strong>de</strong> trabalho contemplarão a indústria e<br />

os serviços nos <strong>do</strong>mínios da saú<strong>de</strong>, energia, sustentabilida<strong>de</strong>, inovação<br />

e administração, on<strong>de</strong> as capacida<strong>de</strong>s e competências adquiridas no<br />

curso farão a diferença. O projecto/estágio empresarial no último semestre<br />

curricular facilitará a integração no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho.


A RETER<br />

05<br />

LSA compete na<br />

robocup 2010<br />

O Laboratório <strong>de</strong> Sistemas Autónomos (LSA) participou entre 19 e 25<br />

<strong>de</strong> Junho no Campeonato <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Futebol Robótico (RoboCup<br />

2010). A presença em Singapura serviu para testar e comparar tecnologias<br />

ISEP num evento que reúne milhares <strong>de</strong> participantes <strong>de</strong> to<strong>do</strong><br />

o mun<strong>do</strong>.<br />

A RoboCup (inicialmente <strong>de</strong>nominada Robot World Cup Initiative) é<br />

um <strong>do</strong>s principais eventos mundiais na área da robótica e sistemas autónomos.<br />

Concilian<strong>do</strong> diversas vertentes académicas e científicas com<br />

uma dinâmica competitiva, serve <strong>de</strong> fórum <strong>de</strong> exposição por excelência<br />

para a promoção da I&D em robótica e inteligência artificial. No senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> captar novos públicos, dinamiza várias competições <strong>de</strong> futebol<br />

robótico que servem <strong>de</strong> plataforma para o estu<strong>do</strong> e aplicação <strong>de</strong> uma<br />

vasta gama <strong>de</strong> tecnologias inova<strong>do</strong>ras.<br />

Os torneios <strong>de</strong> futebol robótico são <strong>de</strong>safios para equipas <strong>de</strong> robôs rápi<strong>do</strong>s,<br />

cooperantes e inteligentes, on<strong>de</strong> a vertente futebolística serve<br />

<strong>de</strong> problema padrão para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> várias aplicações. Para<br />

que uma equipa realize um jogo há to<strong>do</strong> um conjunto <strong>de</strong> tecnologias<br />

que <strong>de</strong>vem ser incorporadas. Estas incluem princípios <strong>de</strong> concepção/<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> agentes activos; a cooperação multi-agente;<br />

as estratégias <strong>de</strong> aquisição e resposta (raciocínio) em tempo real; e a<br />

fusão sensorial. As equipas são assim confrontadas com uma série <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>safios que estão interliga<strong>do</strong>s com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> projectos<br />

educativos e académicos. O <strong>gran<strong>de</strong></strong> objectivo da RoboCup é o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> uma equipa robótica capaz <strong>de</strong> competir com a selecção<br />

campeã <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em 2050.<br />

Repetin<strong>do</strong> experiências anteriores, o ISEP apurou-se nesta edição para<br />

a categoria rainha da RoboCup: a Middle Size League – futebol para<br />

robôs médios. A equipa <strong>do</strong> LSA competiu com equipas oriundas da<br />

Alemanha, China, Japão, Holanda, Irão, Taiwan e Portugal, ten<strong>do</strong>-se<br />

classifica<strong>do</strong> no oitavo lugar.<br />

Primeiro <strong>de</strong>staque da participação vai para a presença portuguesa entre<br />

referências da tecnologia mundial – um excelente cartão-<strong>de</strong>-visita<br />

da competitivida<strong>de</strong> tecnológica nacional. Este torneio permitiu, uma<br />

vez mais, à equipa <strong>do</strong> LSA, experimentar e partilhar os seus mais recentes<br />

<strong>de</strong>senvolvimentos técnico-científicos, ten<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong> e valida<strong>do</strong><br />

abordagens recentemente aplicadas aos sistemas multi-robóticos.<br />

Os <strong>de</strong>senvolvimentos resultantes <strong>de</strong>sta participação têm <strong>gran<strong>de</strong></strong> aplicação<br />

a outros <strong>do</strong>mínios da robótica e sistemas autónomos, como a<br />

monitorização ambiental, a inspecção <strong>de</strong> infra-estruturas, a busca e<br />

salvamento, a segurança e os transportes inteligentes – áreas <strong>de</strong> excelência<br />

da actuação <strong>do</strong> LSA.<br />

explorar o mar com criativida<strong>de</strong> e conhecimento<br />

No discurso comemorativo <strong>do</strong> 36º aniversário <strong>do</strong> 25 <strong>de</strong> Abril, o Presi<strong>de</strong>nte<br />

da República elegeu o mar e as indústrias criativas como eixos<br />

estratégicos para o futuro da competitivida<strong>de</strong> portuguesa. Após relembrar<br />

o actual enquadramento estratégico nacional, em que “um jovem<br />

<strong>de</strong> 24 anos, que termina este ano o Ensino <strong>Superior</strong>, sempre viveu num<br />

Portugal membro das Comunida<strong>de</strong>s Europeias vê a Europa como o seu<br />

espaço”, Cavaco Silva enfatizou a urgência <strong>de</strong> aproveitar o potencial<br />

<strong>do</strong>s jovens valores para afirmar Portugal no mun<strong>do</strong> através <strong>do</strong> ensino,<br />

inovação e competitivida<strong>de</strong>. Entre as i<strong>de</strong>ias em <strong>de</strong>staque, o discurso<br />

apontou que “o mar é um activo económico maior <strong>do</strong> nosso futuro”,<br />

e realçou ainda o potencial português nas “novas indústrias criativas” -<br />

incluin<strong>do</strong> informática, comunicação e digital - para agir como “núcleo<br />

dinamiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> engenho criativo”.<br />

No ISEP trabalha-se diariamente na formação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 6.000 futuros<br />

profissionais <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>; aposta-se no conhecimento promotor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento humano sustentável; <strong>de</strong>senvolvem-se e transferem-<br />

-se soluções <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> assentes em investigação aplicada. Ultimamente,<br />

o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> tem também<br />

promovi<strong>do</strong> projectos que percepcionam uma das maiores zonas económicas<br />

exclusivas da Europa como um mar <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s ao serviço<br />

<strong>do</strong> engenho humano.<br />

Através <strong>do</strong> protocolo com o <strong>Instituto</strong> <strong>de</strong> Inovação Tecnológica <strong>do</strong>s<br />

Açores (INOVA), o ISEP tem apoia<strong>do</strong> a prospecção e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pólos liga<strong>do</strong>s à energia geotérmica no arquipélago <strong>do</strong>s Açores<br />

(especialmente em S. Miguel e na Terceira). Este projecto i<strong>de</strong>ntifica<br />

potencialida<strong>de</strong>s da água termal açoriana para a indústria da saú<strong>de</strong> e<br />

bem-estar, ten<strong>do</strong> os seus impactos si<strong>do</strong> apresenta<strong>do</strong>s recentemente<br />

na World Geothermal Congress, que <strong>de</strong>correu em Bali, In<strong>do</strong>nésia. A<br />

comunicação “Portugal Country Geothermal Update 2010”, <strong>do</strong> coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong> projecto e <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

(DEG) José Martins Carvalho, avança exemplos das sondagens<br />

geotérmicas na plataforma costeira <strong>do</strong>s Açores.<br />

Também através <strong>do</strong> DEG, o ISEP está a trabalhar em investigação fundamental<br />

para a protecção da orla marítima. O projecto GISCOAST, que<br />

parte <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento <strong>de</strong> Ana Pires, está a ser <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

pelo Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA).<br />

Consiste na análise <strong>de</strong> impactos das alterações climáticas na erosão da<br />

fachada Atlântica, propon<strong>do</strong> meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> conservação costeira. Este<br />

projecto foi apresenta<strong>do</strong> no Congresso Nacional <strong>de</strong> Geotecnia, sen<strong>do</strong><br />

alvo <strong>de</strong> publicação na prestigiada revista norte-americana Environmental<br />

& Engineering Geoscience. O GISCOAST é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pelo LABCARGA<br />

em colaboração com o Centro GeoBioTec, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro.


06<br />

EVENTOS<br />

INTERNATIONAL<br />

CDIO<br />

CONFERENCE<br />

O ISEP participou ente 15 e 18 <strong>de</strong> Junho na Conferência Internacional<br />

CDIO, que se realizou na École Polytechnique <strong>de</strong> Montréal, no<br />

Canadá. Esta sexta edição das conferências teve como tema “Making<br />

Change Last: Sustaining and Globalizing Engineering Educational<br />

Reform”, incidin<strong>do</strong> o programa em boas práticas <strong>de</strong> reforma curricular<br />

<strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>. Contan<strong>do</strong> com a presença <strong>de</strong><br />

55 instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> seis continentes, a <strong>de</strong>legação<br />

portuguesa foi composta pelo ISEP, que representou igualmente o<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Coimbra, e pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Os trabalhos iniciaram-se no dia 15 com diversos workshops, sen<strong>do</strong> os<br />

dias 16 e 17 <strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à apresentação <strong>de</strong> artigos e posters selecciona<strong>do</strong>s<br />

por revisão <strong>de</strong> pares. De <strong>de</strong>stacar as palestras <strong>de</strong> ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s<br />

como Éric Mazur (Harvard University) e Maura Borrego (Virginia<br />

Polytechnic Institute), Jean-Paul Lemarquis (Bombardier Aerospace) e<br />

Dave Wisler (General Electric e consultor <strong>do</strong> consórcio CDIO), que abordaram<br />

nomeadamente o papel actual da <strong>Engenharia</strong>, além <strong>de</strong> uma<br />

sessão sobre certificação <strong>de</strong> programas CDIO.<br />

Pelo ISEP foram apresenta<strong>do</strong>s os seguintes artigos: “Spinning New Engineering<br />

Stu<strong>de</strong>nts’ Minds”, <strong>de</strong> Betina Campos Neves e Pedro Barbosa<br />

Gue<strong>de</strong>s; “CDIO as a Foundation for Program Accreditation/Certification<br />

in Portugal”, <strong>de</strong> João Rocha, António Car<strong>do</strong>so Costa e Ângelo Silva Martins;<br />

“Three Years of CDIO/ACM based Informatics Engineering Un<strong>de</strong>rgraduate<br />

Program at ISEP”, <strong>de</strong> António Car<strong>do</strong>so Costa e Ângelo Silva<br />

Martins; “Mass Customization in Engineering Programs: A Framework for<br />

Program Management”, <strong>de</strong> Ângelo Silva Martins e António Car<strong>do</strong>so Costa;<br />

e “A Weeklong Event of Millennium Development Goals”, <strong>de</strong> Delminda<br />

Lopes, Eduarda Pinto Ferreira, João Rocha e Alfre<strong>do</strong> Soares Ferreira.<br />

Eduarda Pinto Ferreira organizou ainda uma mesa re<strong>do</strong>nda subordinada<br />

ao tema Active Learning in Large Introductory Classes in Mathematics.<br />

Para Novembro <strong>de</strong> 2010, está já agendada uma reunião <strong>do</strong> sub-grupo<br />

europeu CDIO a <strong>de</strong>correr no ISEP, que incluirá pelo menos um dia <strong>de</strong>dica<strong>do</strong><br />

a palestras por ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s. Perspectivam-se as presenças<br />

<strong>de</strong> Éric Mazur (Harvard University) para abordar o tema Memorization<br />

or Un<strong>de</strong>rstanding: Are We Teaching the Right Thing? e <strong>de</strong> Rob<br />

Niewoehner (USNA), que introduzirá o tema “Engineering Reasoning”.<br />

cister promoveu encontro da conet<br />

O Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />

(CISTER) promoveu entre 14 e 16 <strong>de</strong> Junho a assembleia-geral da Re<strong>de</strong><br />

Europeia <strong>de</strong> Excelência em Objectos Cooperantes (CONET), que reuniu<br />

no ISEP cerca <strong>de</strong> 40 peritos internacionais.<br />

Patrocinada pelo 7º Programa Quadro da Comissão Europeia, esta<br />

re<strong>de</strong> inclui 16 parceiros, 11 <strong>do</strong>s quais pertencentes ao meio académico<br />

e cinco ao meio industrial, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se, <strong>de</strong>signadamente, nomes<br />

como, para além <strong>do</strong> ISEP, Delft University of Technology (Holanda),<br />

Technische Universität Berlin (Alemanha), Eidgenössische Technische<br />

Hochschule Zürich (Suíça), University College Lon<strong>do</strong>n (Reino Uni<strong>do</strong>),<br />

Schnei<strong>de</strong>r Electric (Alemanha), Boeing Research & Technology Europe<br />

(Espanha) ou a Telecom Italia (Itália).<br />

A CONET une esforços <strong>de</strong> investigação no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> avançar tecnologias<br />

<strong>de</strong> ponta que unam objectos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> físico real com realida<strong>de</strong>s<br />

virtuais e <strong>do</strong> ciberespaço, geralmente <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s “objectos cooperantes”<br />

ou “sistemas ciber-físicos”. Esta integração não é uma novida<strong>de</strong><br />

em si, mas a I&D nesta área espera agora proce<strong>de</strong>r a uma revolução tecnológica<br />

que permita criar uma ampla re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sistemas cooperantes –<br />

inteligentes, incorpora<strong>do</strong>s e interliga<strong>do</strong>s – com diferentes níveis <strong>de</strong> actuação.<br />

Tais sistemas apresentam, ainda, importantes <strong>de</strong>safios técnicos,<br />

que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a programação, comunicação, a preocupações físicas e<br />

computacionais, que po<strong>de</strong>m potenciar ganhos significativos em áreas<br />

como a gestão <strong>de</strong> infra-estruturas essenciais (energia eléctrica, recursos<br />

hídricos, distribuição <strong>de</strong> gás, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transporte), <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> fabrico<br />

ou monitorização ambiental, entre muitas outras.<br />

Dentro da CONET, o CISTER é responsável pelo pacote <strong>de</strong> trabalhos referente<br />

à Difusão da Excelência, li<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> ainda <strong>do</strong>is <strong>do</strong>s sete projectos<br />

<strong>de</strong> investigação (clusters), po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a evolução <strong>do</strong>s trabalhos ser acompanhada<br />

em www.cister.isep.ipp.pt/projects/conet.


EVENTOS<br />

07<br />

QTDEI<br />

Arquitectura Empresarial<br />

O Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI) voltou a dinamizar,<br />

no dia 9 <strong>de</strong> Junho, uma sessão da série “Quartas à Tar<strong>de</strong> no DEI”. Intitula<strong>do</strong><br />

Arquitectura Empresarial: Visão Holística da Organização, o encontro<br />

organiza<strong>do</strong> por Carla Pereira e Nuno Silva trouxe ao ISEP convida<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> Técnico (IST-UTL) e das empresas LinkMS,<br />

MacWin e PHC.<br />

As empresas são entida<strong>de</strong>s complexas <strong>de</strong> difícil compreensão e mo<strong>de</strong>lação.<br />

Muitos projectos <strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> software empresarial falham<br />

ou não atingem resulta<strong>do</strong>s satisfatórios <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong><br />

dimensões cruciais ao funcionamento das empresas. Frequentemente,<br />

são menospreza<strong>do</strong>s factores que fogem <strong>do</strong> âmbito das tecnologias<br />

<strong>de</strong> informação.<br />

Arquitectura empresarial é um meio para <strong>de</strong>screver estruturas <strong>de</strong> negócios<br />

e processos que ligam essas estruturas e que facilitam as iniciativas/projectos<br />

<strong>de</strong> engenharia <strong>de</strong> software. De uma outra forma, o<br />

Governo norte-americano sugere que a arquitectura empresarial é a<br />

base estratégica <strong>de</strong> activos <strong>de</strong> informação, que <strong>de</strong>fine o negócio, as<br />

informações necessárias para operar o negócio, as tecnologias necessárias<br />

para apoiar as operações comerciais e os processos <strong>de</strong> transição<br />

necessários para implementar novas tecnologias em resposta às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócios em constante alteração.<br />

Portanto, arquitectura empresarial diz respeito ao negócio e à forma<br />

como este é suporta<strong>do</strong>, nomeadamente por tecnologias <strong>de</strong> informação.<br />

Este evento das “Quartas à Tar<strong>de</strong> no DEI” serviu para apresentar o conceito<br />

<strong>de</strong> arquitectura empresarial e algumas ferramentas sectoriais, nomeadamente<br />

o ERP (Enterprise Resource Planning).<br />

CLOUDVIEWS 2010<br />

CLOUD ECOSYSTEM<br />

Entre 20 e 21 <strong>de</strong> Maio, o Centro <strong>de</strong> Congressos <strong>do</strong> ISEP acolheu a segunda<br />

edição da conferência internacional sobre cloud computing –<br />

CLOUDVIEWS 2010. Subordinada ao tema “Cloud Ecosystem”, a organização<br />

partiu da questão “to cloud or not to cloud”, avançada na edição<br />

<strong>de</strong> 2009, para recordar que o sucesso <strong>de</strong>ste paradigma computacional<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá sempre da capacida<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver um ecossistema<br />

com to<strong>do</strong>s os seus componentes.<br />

As sessões ao longo <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is dias visaram, sobretu<strong>do</strong>, divulgar novas<br />

formas <strong>de</strong> concretização <strong>do</strong> principal objectivo <strong>do</strong> Cloud Computing:<br />

a transformação <strong>de</strong> plataformas <strong>de</strong> TI em plataformas multi-utiliza<strong>do</strong>r,<br />

mais acessíveis, elásticas, seguras e fiáveis. É o sucesso <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>sígnio<br />

que permitirá aos técnicos <strong>de</strong> TI canalizar recursos da complexida<strong>de</strong><br />

tecnológica para os focar nos reais objectivos estratégicos empresariais.<br />

Nos negócios, tal como na vida, é a participação activa no ecossistema<br />

envolvente que permite potenciar a comunicação. Por seu turno, é este<br />

sucesso comunicativo que alavanca a mobilida<strong>de</strong> e transferência <strong>de</strong><br />

conhecimento e a previsibilida<strong>de</strong> e segurança da informação, fazen<strong>do</strong><br />

com que, a uma maior confiança no ecossistema, possam equivaler<br />

melhores relacionamentos, projectos e resulta<strong>do</strong>s.<br />

A CLOUDVIEWS 2010 provi<strong>de</strong>nciou um fórum para discussão das variadas<br />

formas que fazem já <strong>de</strong>ste ecossistema uma realida<strong>de</strong> quotidiana.<br />

De acor<strong>do</strong> com Paulo Calçada, responsável pela EuroCloud Portugal, o<br />

“cloud computing é já uma realida<strong>de</strong> no merca<strong>do</strong> nacional, on<strong>de</strong> empresas<br />

portuguesas fornece<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> produtos e serviços nas áreas das<br />

TIC, se têm afirma<strong>do</strong> com produtos muito maduros e muito agressivos<br />

<strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista das funcionalida<strong>de</strong>s e mo<strong>de</strong>los”.<br />

Winsig, Primavera, Galileu, EMC, SalesForce, Microsoft, IBM e PHC Software<br />

foram algumas das empresas presentes no evento, cujas apresentações<br />

po<strong>de</strong>m ser visualizadas no sítio http://2010.cloudviews.org.


08 EVENTOS<br />

3 as JORNADAS ELECTROTÉCNICAS<br />

MÁQUINAS E INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS<br />

O ISEP é uma marca da <strong>Engenharia</strong> com tradição e prestígio na formação<br />

<strong>de</strong> engenheiros electrotécnicos. Com diploma<strong>do</strong>s inseri<strong>do</strong>s em empresas<br />

<strong>de</strong> produção, transporte e distribuição da energia eléctrica, fabricantes <strong>de</strong><br />

máquinas e material eléctrico e pequenas e médias empresas industriais<br />

e <strong>de</strong> serviços, o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica (DEE) sempre<br />

apostou numa forte ligação às indústrias e ao meio empresarial.<br />

No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> promover mais um fórum <strong>de</strong> contacto, motiva<strong>do</strong> pelo<br />

sucesso obti<strong>do</strong> nos eventos anteriores, o DEE organizou nos dias 29 e<br />

30 <strong>de</strong> Abril a terceira edição das Jornadas Electrotécnicas. O evento,<br />

que <strong>de</strong>correu no Centro <strong>de</strong> Congresso <strong>do</strong> ISEP, teve como tema “Máquinas<br />

e Instalações Eléctricas”.<br />

Portuguesa, TÜV Rheinland Portugal, GOOSUN Tecnologia Solar <strong>de</strong><br />

Silício, Schnei<strong>de</strong>r Electric e ThyssenKrupp Acessibilida<strong>de</strong>s, sen<strong>do</strong> que<br />

algumas também participaram na exposição <strong>de</strong> equipamentos. Maciel<br />

Barbosa (Or<strong>de</strong>m Engenheiros), António Augusto Sequeira Correia<br />

(Associação Nacional <strong>do</strong>s Engenheiros Técnicos), Paulo Calau (Agência<br />

para a Energia), Borges Gouveia (Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro e Energaia),<br />

Nuno Francisco Costa (Efacec) e Jorge Miranda (Autorida<strong>de</strong> Nacional<br />

<strong>de</strong> Comunicações) foram alguns <strong>do</strong>s ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s.<br />

Em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> interesse <strong>de</strong>sta temática, o DEE disponibiliza a informação<br />

apresentada no evento em www.<strong>de</strong>e.isep.ipp.pt/~see/jornadas2010 e<br />

lança o convite para a já aguardada quarta edição das Jornadas.<br />

Dedicadas a profissionais <strong>do</strong> sector electrotécnico, diploma<strong>do</strong>s e estudantes<br />

em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica, as jornadas promoveram o <strong>de</strong>bate<br />

sobre o actual panorama <strong>de</strong> <strong>de</strong>safios e oportunida<strong>de</strong>s que surgem<br />

da associação entre as recentes evoluções técnico-científicas e a sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

Como em qualquer outra área da <strong>Engenharia</strong>, também<br />

aqui se assiste a uma rápida e enorme evolução. Deste mo<strong>do</strong>, os <strong>do</strong>is<br />

dias <strong>do</strong> evento serviram para ajudar a compreen<strong>de</strong>r os últimos avanços<br />

em termos <strong>de</strong> energias renováveis ou racionalização energética e para<br />

relembrar as mais-valias das parcerias académico-empresariais no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> soluções inova<strong>do</strong>ras.<br />

Além <strong>de</strong> questões associadas a políticas energéticas, as jornadas abordaram<br />

ainda vertentes como veículos eléctricos, sistemas electromecânicos,<br />

<strong>do</strong>mótica e luminotecnia. Destaque para a presença <strong>de</strong> empresas<br />

como a Schmitt-Eleva<strong>do</strong>res, ABB, Efacec, Televes Electrónica


EVENTOS<br />

09<br />

isep<br />

fora <strong>de</strong><br />

PORTAS<br />

MARSHOPPING<br />

O <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> esteve em Leça da Palmeira,<br />

durante uma semana, para a mostrar a sua oferta formativa a futuros<br />

candidatos ao Ensino <strong>Superior</strong> e interessa<strong>do</strong>s pelo mun<strong>do</strong> da tecnologia<br />

portuguesa. Continuan<strong>do</strong> a tradição da campanha ISEP FORA DE<br />

PORTAS, a edição <strong>de</strong>ste ano foi a maior jamais realizada.<br />

Organizada entre 14 e 19 <strong>de</strong> Maio, a exposição continuou a tradição<br />

<strong>de</strong> promover a oferta formativa através <strong>de</strong> um contacto privilegia<strong>do</strong><br />

com novos públicos <strong>do</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong>. Este ano, a iniciativa envolveu<br />

os <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil, <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica, Geotécnica,<br />

Informática, Mecânica, Química, Física e o Laboratório <strong>de</strong><br />

Sistemas Autónomos, priman<strong>do</strong> não só pela dimensão logística, como<br />

pelo reforço das experiências interactivas com os visitantes.<br />

Foram mais <strong>de</strong> 50 os equipamentos e activida<strong>de</strong>s científicas oferecidas<br />

ao público que visitou o MarShopping. Entre as experiências<br />

tecnológicas disponibilizadas contavam-se a construção <strong>de</strong> pontes<br />

seguin<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Leonar<strong>do</strong> da Vinci, o teste <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> solos, a edição <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong>s multimédia, a operação <strong>de</strong> um sismógrafo,<br />

construção <strong>de</strong> moléculas, observação <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> reciclagem<br />

e <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> casa inteligente, a produção <strong>de</strong> energia<br />

alternativa, a visualização em 3D, jogos <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>r <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />

por alunos <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> e a navegação remota <strong>de</strong> robôs. Não só a<br />

exposição reunia diferentes áreas <strong>de</strong> actuação da <strong>Engenharia</strong> como<br />

transmitia as imagens <strong>de</strong> inovação, tecnologia e sustentabilida<strong>de</strong> associadas<br />

ao ISEP.<br />

Durante uma semana foi possível <strong>de</strong>scobrir o mun<strong>do</strong> da <strong>Engenharia</strong> e<br />

compreen<strong>de</strong>r a activida<strong>de</strong> científica das várias licenciaturas leccionadas<br />

no ISEP.


10 À CONVERSA COM...<br />

JOSÉ DE<br />

ALMEIDA<br />

MARTINS<br />

Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r nato. Po<strong>de</strong>ríamos caracterizar assim o<br />

Director-Geral da NET - Novas Empresas e Tecnologias,<br />

José <strong>de</strong> Almeida Martins. Mas <strong>de</strong>ixaríamos <strong>de</strong> realçar o seu<br />

carácter visionário, persistente e crente no sentimento <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo. No ISEP, a NET já <strong>de</strong>ixou sementes: da<br />

parceria entre as duas entida<strong>de</strong>s, entre as i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras<br />

<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> académico e a experiência e traquejo <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> empresarial, têm vin<strong>do</strong> a nascer projectos interessantes.<br />

O trabalho <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Almeida Martins é, diariamente,<br />

procurar novos talentos e fazer nascer e vencer<br />

i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras e promotores dispostos a investir no seu<br />

próprio negócio. Ao ISEP.BI, o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que acredita<br />

que “para boas i<strong>de</strong>ias há sempre capital”, explicou o<br />

que faz com que um projecto seja vence<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>ixou claro<br />

que há, no ISEP, “um manancial <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias inova<strong>do</strong>ras com<br />

queda para o sucesso”. Para a região Norte, adiantou que<br />

a Net está envolvida num <strong>gran<strong>de</strong></strong> projecto que preten<strong>de</strong><br />

promover e estimular a criação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> base tecnológica<br />

nesta região.<br />

“UM EMPREENDEDOR NÃO SE FAZ, NASCE”


À CONVERSA COM...<br />

11<br />

ISEP.BI Po<strong>de</strong>-nos <strong>de</strong>screver brevemente qual a activida<strong>de</strong> da NET?<br />

José <strong>de</strong> Almeida Martins (J.A.M.) A NET, como Business and Innovation<br />

Center (BIC) que é, tem como funções o apoio à criação <strong>de</strong> negócios<br />

inova<strong>do</strong>res, com <strong>gran<strong>de</strong></strong> potencial <strong>de</strong> crescimento, através <strong>do</strong><br />

lançamento <strong>de</strong> micro, pequenas e médias empresas e ainda a mo<strong>de</strong>rnização<br />

<strong>de</strong> PME’s, numa <strong>de</strong>terminada região. Para implementar essas<br />

activida<strong>de</strong>s, a NET torna-se, também, um agente <strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

regional através da dinamização <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e da<br />

inovação. Este é, fundamentalmente, o resumo da activida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rada<br />

aos BICs e a NET, como BIC mais antigo <strong>de</strong> Portugal, e um <strong>do</strong>s mais<br />

antigos da Europa, cumpre, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1987, estes requisitos.<br />

ISEP.BI O que levou ao surgimento da i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criar a NET?<br />

J.A.M. Em 1983 foi lança<strong>do</strong> um projecto-piloto, na Bélgica, com o<br />

objectivo <strong>de</strong> transformar uma região que estava muito pouco <strong>de</strong>senvolvida<br />

e sem activida<strong>de</strong> económica, através da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio<br />

à criação <strong>de</strong> projectos inova<strong>do</strong>res. No ano seguinte, em 1984, começaram<br />

a ser visíveis os primeiros resulta<strong>do</strong>s e um grupo <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />

portuguesas, da região Norte, <strong>de</strong>slocou-se àquele país para constatar,<br />

in loco, o sucesso <strong>de</strong>sta nova activida<strong>de</strong>. Foi, assim, criada uma associação<br />

<strong>de</strong> Business and Inovation Centers em Portugal, em 1986 e, em<br />

1987, arrancou a NET, exactamente com o propósito <strong>de</strong> ser uma entida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento regional através <strong>do</strong> lançamento <strong>de</strong><br />

negócios inova<strong>do</strong>res.<br />

incubação <strong>de</strong> valor acrescenta<strong>do</strong>. Para nós, a incubação não é apenas<br />

colocar a empresa num só o espaço sob a nossa alçada, consiste também<br />

no acompanhamento contínuo para verificarmos como está o<br />

plano <strong>de</strong> negócios e se a activida<strong>de</strong> da empresa está a fazer justiça a<br />

esse mesmo plano.<br />

ISEP.BI Passan<strong>do</strong> para o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r <strong>de</strong> que hoje falamos<br />

tanto. Com a actual conjuntura é cada vez mais necessário que surjam<br />

novas i<strong>de</strong>ias, novos caminhos... Como avalia o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />

<strong>do</strong>s jovens <strong>do</strong>s dias <strong>de</strong> hoje?<br />

J.A.M. Seguramente que o espírito empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é algo pessoal e<br />

que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, inteiramente, da época em que vivemos... Quem é<br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r é sempre empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Defen<strong>do</strong> que haverá sempre<br />

a questão da diferença entre o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que nasce e o que “se<br />

faz”. Obviamente, há competências que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>senvolvidas, que<br />

po<strong>de</strong>m ensinadas ou até adquiridas... Mas o importante é que o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />

o seja mais por motivação <strong>do</strong> que por motivo. Hoje há mais<br />

instrumentos <strong>de</strong> apoio à criação <strong>do</strong> próprio negócio que noutros anos<br />

não havia. Hoje há mais negócios que têm menos necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forte<br />

investimento <strong>do</strong> que no passa<strong>do</strong>. Hoje há mais empresas ligadas à área<br />

<strong>do</strong>s serviços em que a componente <strong>de</strong> investimento não será assim tão<br />

ISEP.BI Quais os critérios que a NET usa para apadrinhar o nascimento<br />

<strong>de</strong> uma nova PME?<br />

J.A.M. Des<strong>de</strong> logo, o promotor e a i<strong>de</strong>ia. Em concordância com este primeiro<br />

critério, começamos por validar a capacida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra e<br />

as competências <strong>do</strong> promotor, para que possamos perceber se estamos<br />

perante alguém que está motiva<strong>do</strong> para avançar com o projecto<br />

e se reúne as competências e qualida<strong>de</strong>s necessárias para ser um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> sucesso. Não é fácil ser empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Existem riscos, é<br />

necessário estar prepara<strong>do</strong> para abdicar... A i<strong>de</strong>ia tem como condição<br />

crucial possuir características inova<strong>do</strong>ras que po<strong>de</strong>m estar presentes<br />

no produto, no serviço, na forma <strong>de</strong> o promover, ou na tecnologia. Tem<br />

<strong>de</strong> se distinguir e diferenciar <strong>do</strong> que já existe no merca<strong>do</strong>. Valida<strong>do</strong> este<br />

binómio - i<strong>de</strong>ia e promotor - estamos perante um projecto que nos<br />

interessa e com o qual, à partida, iremos avançar, pelo menos junto <strong>do</strong>s<br />

promotores, para proce<strong>de</strong>rmos à avaliação da sua viabilida<strong>de</strong>.<br />

ISEP.BI Quais são os passos a seguir para a criação <strong>de</strong> uma PME?<br />

J.A.M. Valida<strong>do</strong> o binómio i<strong>de</strong>ia - promotor, propomos um contrato<br />

para que se avance para o amadurecimento da i<strong>de</strong>ia. Com o apoio<br />

da NET e através da criação <strong>de</strong> um plano <strong>de</strong> negócios, estrutura-se<br />

o futuro, para o promotor analisar, <strong>de</strong> forma correcta, o negócio e as<br />

suas vertentes. Acaba por ser a primeira iniciativa <strong>do</strong> promotor. Na<br />

NET, orientamos, discutimos e validamos sempre em conjunto com os<br />

promotores para que estes fiquem a conhecer bem como é o seu negócio<br />

e estejam treina<strong>do</strong>s para quan<strong>do</strong> surgirem situações diferentes<br />

daquelas que tinham previsto e, rapidamente, tenham capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reorientar o projecto para os objectivos que tinham <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>. É,<br />

também, a melhor forma que têm <strong>de</strong> conhecer a sua empresa, para<br />

po<strong>de</strong>rem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o seu projecto junto <strong>de</strong> outras entida<strong>de</strong>s, tais como<br />

financia<strong>do</strong>res ou novos sócios.<br />

ISEP.BI Depois da validação, a i<strong>de</strong>ia parte para o merca<strong>do</strong>?<br />

J.A.M. Provada a viabilida<strong>de</strong> da empresa, com o plano <strong>de</strong> negócios<br />

elabora<strong>do</strong>, passamos à fase seguinte, que é a criação da empresa que<br />

po<strong>de</strong> arrancar <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, em incubação. Mesmo<br />

que não parta <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, tem apoio da NET nos<br />

três primeiros anos, em termos <strong>de</strong> consultoria, ao qual chamamos <strong>de</strong><br />

forte e mais facilmente os próprios jovens terão sucesso com as suas<br />

empresas... são novas condições que <strong>de</strong>veriam fazer crescer o espírito<br />

empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r. Fundamentalmente, acredito que existe o espírito<br />

<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, embora alerte que em Portugal há algumas<br />

questões, até <strong>de</strong> foro cultural, que inibem bastante o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

como, por exemplo, o estigma <strong>do</strong> insucesso. Quan<strong>do</strong> um negócio<br />

corre mal, a pessoa fica marcada, o que faz com que se retraia num<br />

investimento futuro.<br />

ISEP.BI Fazen<strong>do</strong> a ponte entre a Net e o ISEP, há algum ex-aluno <strong>do</strong><br />

ISEP que tenha procura<strong>do</strong> a Net para ajudar a construir uma empresa?<br />

J.A.M. Existem já situações <strong>de</strong> empresas criadas por ex-alunos <strong>do</strong> ISEP,<br />

e, curiosamente, fruto <strong>de</strong> acções que tivemos no <strong>Instituto</strong>, entre as<br />

quais conferências e consultórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias. Após as iniciativas, os alunos<br />

procuravam-nos para saber como a NET os po<strong>de</strong>ria ajudar, quais<br />

eram os passos que teriam <strong>de</strong> seguir e como po<strong>de</strong>riam trabalhar em<br />

conjunto connosco, o que acabou mesmo por dar origem a empresas.<br />

ISEP.BI Participou numa conferência no ISEP sobre a criação <strong>de</strong> empresas<br />

inova<strong>do</strong>ras e <strong>de</strong>bate tecnológico. Que receptivida<strong>de</strong> encontrou<br />

por parte <strong>do</strong>s alunos a este tema?<br />

J.A.M. Foi uma conferência muito interessante, muito participativa,<br />

quer em termos <strong>de</strong> número, como na interacção com a plateia. Já temos,<br />

inclusive, reuniões marcadas com alunos que assistiram a esta<br />

conferência e que têm uma i<strong>de</strong>ia a colocar em prática.


12 À CONVERSA COM...<br />

ISEP.BI É uma iniciativa para repetir?<br />

J.A.M. Um <strong>do</strong>s nossos objectivos é, precisamente, intensificar estas<br />

acções e sistematizá-las, tanto as conferências como consultórios <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias, seminários <strong>de</strong> geração e maturação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, ou seja, uma série<br />

<strong>de</strong> iniciativas <strong>de</strong> promoção <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo inova<strong>do</strong>r e <strong>de</strong>bate<br />

tecnológico. Acreditamos, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, que estas i<strong>de</strong>ias se inserem<br />

muito bem no ISEP, como entida<strong>de</strong> <strong>do</strong> IPP ligada às tecnologias, muito<br />

pelo seu <strong>gran<strong>de</strong></strong> potencial para a criação <strong>de</strong> empresas inova<strong>do</strong>ras e <strong>de</strong><br />

base tecnológica.<br />

ISEP.BI Quais os conselhos que <strong>de</strong>ixa a to<strong>do</strong>s aqueles que tenham<br />

uma i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> negócio ainda não concretizada?<br />

J.A.M. O que os futuros empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem começar por fazer é<br />

divulgar, junto <strong>de</strong> quem os po<strong>de</strong> ajudar, neste caso a NET, a sua i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> negócio, porque se continuarem com ela <strong>de</strong>ntro da sua cabeça, não<br />

funciona. Po<strong>de</strong>m pedir ajuda a um consultório <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, marcar uma<br />

reunião com a NET, contactar-nos para, em conjunto, começarmos a<br />

trabalhar a i<strong>de</strong>ia. Depois, se é um projecto que enten<strong>de</strong>mos que tem<br />

pernas para andar, avança o plano <strong>de</strong> negócios. E <strong>de</strong>pois, vamos ver<br />

se realmente vale a pena. Durante os primeiros três anos, as empresas<br />

po<strong>de</strong>m contar com o acompanhamento <strong>do</strong>s profissionais da NET, da<strong>do</strong><br />

que se trata <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> mais crítico <strong>de</strong> arranque. Digamos que as empresas,<br />

por norma, ao quarto ano já estão em velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cruzeiro.<br />

Mas <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> quarto ano continuamos a apoiá-las, se assim tiverem<br />

necessida<strong>de</strong>, pois o nosso sucesso é o sucesso das empresas. E <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>stes mol<strong>de</strong>s, a experiência tem si<strong>do</strong> excelente.<br />

“PARA BOAS IDEIAS HÁ SEMPRE<br />

CAPITAL”<br />

ISEP.BI Quais são os principais ingredientes para criar um projecto<br />

vence<strong>do</strong>r?<br />

J.A.M. Para além <strong>do</strong> binómio entre o projecto e o promotor, que é quase<br />

um pressuposto, outro <strong>do</strong>s aspectos fundamentais é a existência <strong>de</strong><br />

um plano <strong>de</strong> negócios bem feito e um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r que apresente<br />

inovação. É extremamente importante que o projecto seja permanentemente<br />

inova<strong>do</strong>r, e não apenas no início, se não corre o risco <strong>de</strong> se<br />

tornar obsoleto, principalmente nos tempos em que vivemos. Com<br />

o avanço tecnológico que existe actualmente, as empresas têm que<br />

inovar e manter a dianteira tecnológica relativamente à concorrência.<br />

Os dirigentes têm que ser fortes e características como perseverança,<br />

criativida<strong>de</strong> e inovação são fundamentais.<br />

ISEP.BI Estarão comprometi<strong>do</strong>s em tempos <strong>de</strong> crise os financiamentos<br />

para a criação <strong>de</strong> novos projectos? Como contorna a diminuição<br />

das verbas?<br />

J.A.M. Tenho por hábito dizer que para bons projectos não falta dinheiro.<br />

Aliás, é precisamente na altura <strong>de</strong> crise que surgem as <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />

i<strong>de</strong>ias e as <strong>gran<strong>de</strong></strong>s empresas. A primeira questão importante é que<br />

ninguém investe num projecto em que o promotor não invista! Os empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res<br />

têm <strong>de</strong> estar disponíveis para apostar no seu trabalho.<br />

Se estivermos perante um bom projecto e um bom empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r,<br />

há sempre facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir o financiamento. Há, inclusive, programas<br />

<strong>de</strong> apoio à criação <strong>de</strong> empresas que constituem formas importantes<br />

<strong>de</strong> alavancar a criação <strong>de</strong> novos negócios. Em alturas <strong>de</strong> crise, é<br />

também quan<strong>do</strong> o crédito é mais difícil e po<strong>de</strong>rá ser complica<strong>do</strong>, ou<br />

pelo menos mais moroso, obter o financiamento. Por estas razões que<br />

acabei <strong>de</strong> apresentar, <strong>de</strong>ixamos sempre o financiamento para a última<br />

parte <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> negócios: primeiro pensamos como vamos fazer a<br />

empresa, <strong>de</strong>pois pensamos como vamos pagar.<br />

ISEP.BI São inúmeros os organismos nacionais e internacionais com<br />

quem a NET colabora. Quais as mais-valias <strong>de</strong> pertencer a todas estas<br />

entida<strong>de</strong>s?<br />

J.A.M. As mais-valias são muitas e têm trazi<strong>do</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong>s resulta<strong>do</strong>s.<br />

Des<strong>de</strong> logo, a NET está ligada a várias entida<strong>de</strong>s e Business and Inovation<br />

Centers. Em Portugal há vários BICs que se concentram numa<br />

associação à qual a Net está também ligada. Já em termos europeus,<br />

há 16 unida<strong>de</strong>s como a NET espalhadas pela UE e na qual a NET tem<br />

também um peso bastante forte, quer pelo seu passa<strong>do</strong>, quer pelas<br />

acções que tem implementa<strong>do</strong> e que levou ao seu reconhecimento.<br />

Já fomos, também, reconheci<strong>do</strong>s pela Associação <strong>do</strong>s BICs como um<br />

caso <strong>de</strong> boas práticas para os novos BICs que estavam a abrir nos países<br />

a<strong>de</strong>rentes à União Europeia, os países <strong>de</strong> leste, e a NET, foi, ainda, em<br />

2008, reconhecida como a entida<strong>de</strong> entre os BICs que mais acções promoveu<br />

<strong>de</strong> apoio ao empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo... Temos também uma série


À CONVERSA COM...<br />

13<br />

<strong>de</strong> protocolos com várias entida<strong>de</strong>s, nomeadamente com o <strong>Instituto</strong><br />

Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> e com outras entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> promoção e apoio a<br />

negócios inova<strong>do</strong>res.<br />

ISEP.BI Durante os sete anos <strong>de</strong> vida da Promonet – Associação Promotora<br />

<strong>de</strong> Novas I<strong>de</strong>ias e Tecnologias, quais são as principais preocupações<br />

da associação? Pon<strong>de</strong>ram o alargamento <strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />

associa<strong>do</strong>s?<br />

J.A.M. A Promonet é uma associação na qual a NET é o seu maior associa<strong>do</strong>.<br />

Tem outros associa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> referência, nomeadamente o IPP, e<br />

o propósito era exactamente construir estas instalações, este “hardware”,<br />

para que o software possa funcionar e implementar as estruturas<br />

<strong>de</strong> apoio necessárias à concretização <strong>do</strong> nosso trabalho. A incuba<strong>do</strong>ra<br />

que agora temos é <strong>de</strong> terceira geração; tem várias características importantes<br />

e que são valorizadas pelas empresas. Tivemos o cuida<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> envolver na sua construção algumas das empresas que foram criadas<br />

pela Net exactamente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu know how que impulsionou<br />

a construção <strong>de</strong> um edifício com boas condições para as empresas<br />

trabalharem. Como associação que é, a Promonet está sempre aberta<br />

e interessada em ter novos associa<strong>do</strong>s. Temos como projecto futuro<br />

valorizar ainda mais a associação para, quem sabe, po<strong>de</strong>rmos avançar<br />

com outros <strong>de</strong>safios. A Associação po<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que seja a vonta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

seus associa<strong>do</strong>s, avançar com outros projectos, liga<strong>do</strong>s à promoção <strong>de</strong><br />

novas tecnologias.<br />

“Um empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r não se faz,<br />

nasce”<br />

ISEP.BI Porquê reunir estas entida<strong>de</strong>s todas como associa<strong>do</strong>s da Promonet?<br />

J.A.M. Os associa<strong>do</strong>s não entraram to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma vez. Começamos<br />

com oito e, actualmente, temos 25 accionistas. Este é exactamente o<br />

mo<strong>de</strong>lo proposto pela União Europeia que recomenda que integrem<br />

o elenco <strong>de</strong> accionistas vários agentes económicos regionais, locais e<br />

nacionais. Daí a NET ter começa<strong>do</strong> com um número mais pequeno,<br />

ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois si<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong>, precisamente para ter como accionistas<br />

os vários agentes propostos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as associações, empresas, bancos,<br />

empresas <strong>de</strong> capital <strong>de</strong> risco e universida<strong>de</strong>s. É, no fun<strong>do</strong>, um conjunto<br />

diversifica<strong>do</strong> que serve, através da sua experiência, para potenciar a<br />

concretização <strong>do</strong>s objectivos da Promonet, crian<strong>do</strong> sinergias e potencian<strong>do</strong><br />

uma massa crítica mais alargada.<br />

ISEP.BI A NET tem uma activida<strong>de</strong> intensa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Clube <strong>de</strong> Empresas<br />

e Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>res, a Promonet, promovem conferência e<br />

workshops... Quais são os próximos projectos?<br />

J.A.M. Neste momento, para além da nossa activida<strong>de</strong> normal, temos<br />

um projecto que apresentamos na conferência realizada no ISEP, e<br />

que constitui um <strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>safio na criação <strong>de</strong> empresas inova<strong>do</strong>ras<br />

<strong>de</strong> base tecnológica. Neste projecto, que está pensa<strong>do</strong> para o Norte<br />

<strong>de</strong> Portugal, o <strong>de</strong>safio para os próximos <strong>do</strong>is anos é o <strong>de</strong> promover<br />

e estimular a criação <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> base tecnológica. Paralelamente,<br />

preten<strong>de</strong>mos organizar uma série <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> sensibilização e <strong>de</strong><br />

captação, através <strong>de</strong> conferências, consultórios <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, concursos <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias para criação <strong>de</strong> empresas, encontros informais <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> tar<strong>de</strong>...<br />

sempre com o espírito <strong>de</strong> promover a inovação e o apoio a empresas<br />

ainda numa fase <strong>de</strong> arranque. Por fim, estamos também a preparar<br />

uma <strong>gran<strong>de</strong></strong> conferência ligada à temática <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo, em<br />

princípio ainda para este ano. Consi<strong>de</strong>ramos que todas estas acções<br />

são importantes neste momento <strong>de</strong> crise económica e, quem sabe,<br />

po<strong>de</strong>mos ajudar a apontar a saída para esta situação.


14 DE FORA CÁ DENTRO<br />

ISEP/APDL<br />

parceria que se<br />

constrói à volta<br />

<strong>de</strong> projectos<br />

Há muito a unir duas instituições <strong>de</strong> referência como o<br />

<strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (ISEP) e a Associação<br />

<strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>de</strong> Douro e Leixões (APDL), mesmo que<br />

não haja papéis a oficializar. Partilham, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, a<br />

visão estratégica <strong>de</strong> que o caminho <strong>do</strong> futuro só po<strong>de</strong> ser<br />

traça<strong>do</strong> com sucesso com concertação <strong>de</strong> sinergias entre<br />

as empresas e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, o que na<br />

prática se verifica com a “troca” <strong>de</strong> saberes e experiências<br />

entre ambas. A ligação que se tem vin<strong>do</strong> a criar, revela, na<br />

conversa com o Presi<strong>de</strong>nte da APDL, João Pedro <strong>de</strong> Matos<br />

Fernan<strong>de</strong>s, engenheiro civil, que o repto é continuar a lançar<br />

mais <strong>de</strong>safios. Afinal, são muitos os técnicos forma<strong>do</strong>s<br />

pelo ISEP que trabalham na APDL e vários os profissionais<br />

da APLD que leccionam no ISEP.<br />

A procura <strong>de</strong> soluções e <strong>de</strong> respostas, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

lançar metas e <strong>de</strong> se reinventarem méto<strong>do</strong>s, fez nascer,<br />

naturalmente, a relação entre ISEP e APDL. Nesta edição, o<br />

ISEP.BI procura dar a conhecer a APDL, pela voz <strong>de</strong> Matos<br />

Fernan<strong>de</strong>s, num trabalho que mostra um profissional que<br />

acredita que “o empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo e a busca incessante<br />

<strong>de</strong> novos conhecimentos é a chave para o sucesso”.<br />

Se há mensagem que fica patente na conversa que o ISEP.BI teve com<br />

o Presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões, João Pedro<br />

<strong>de</strong> Matos Fernan<strong>de</strong>s, é que as empresas e associações “são criadas para<br />

gerir e para gerar divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s”, mas sempre com um sentimento <strong>de</strong><br />

consciência social e ambiental muito presente. E aqui, segun<strong>do</strong> adiantou,<br />

“as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, e o ISEP em particular, como<br />

<strong>escola</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, têm um papel prepon<strong>de</strong>rante”.<br />

total às parcerias até porque a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino que o ISEP proporciona<br />

cria nas <strong>pessoas</strong> vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar - e bem! - por aquilo<br />

a que assistimos, <strong>de</strong>ntro das nossas instalações, to<strong>do</strong>s os dias”, refere<br />

Matos Fernan<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong> sobre a importância <strong>de</strong>sta ligação.<br />

Acrescenta que são “recruta<strong>do</strong>s muitos alunos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil<br />

e Mecânica e por isso não é incomum encontrarmos na APDL trabalho,<br />

projectos e <strong>pessoas</strong> com o cunho <strong>do</strong> ISEP”.<br />

Apesar <strong>de</strong> não existir uma ligação formal, oficializada, da APDL com<br />

o ISEP, os cargos <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> topo ocupa<strong>do</strong>s por ex-alunos revelam<br />

que o entendimento entre as duas instituições vai muito além <strong>do</strong><br />

papel passa<strong>do</strong>.<br />

Na prática, a colaboração e coor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> sinergias entre as duas<br />

instituições flui no dia-a-dia. A marca <strong>do</strong> ISEP faz-se sentir <strong>de</strong> forma premente<br />

na APDL, não só nos projectos conjuntos que se <strong>de</strong>senvolvem,<br />

mas, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, pelos profissionais que aí trabalham. Em simultâneo,<br />

engenheiros da APDL leccionam no ISEP. “Temos uma abertura<br />

Enquanto responsável pelos <strong>de</strong>stinos da APDL, este engenheiro <strong>de</strong><br />

formação, acredita no networking como aspecto fundamental para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma instituição e, nesse senti<strong>do</strong>, os seus representantes<br />

têm esta<strong>do</strong> atentos aos “projectos <strong>do</strong> ISEP construí<strong>do</strong>s em<br />

torno <strong>do</strong> cluster <strong>do</strong> mar que po<strong>de</strong>m ser muito úteis para o trabalho que<br />

<strong>de</strong>senvolvemos to<strong>do</strong>s os dias”. Matos Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “uma<br />

parceria <strong>de</strong>ve ser sempre constituída à volta <strong>de</strong> projectos”.<br />

Defensor acérrimo <strong>do</strong> mar como motor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico,<br />

Matos Fernan<strong>de</strong>s, acredita que “o mar tem menos importância sem


DE FORA CÁ DENTRO<br />

15<br />

o transporte marítimo e, neste âmbito, é fundamental que os portos<br />

<strong>de</strong>sempenhem um papel nuclear para uma abordagem económica<br />

ao mar”. E, nessa área, consi<strong>de</strong>ra que “o ISEP tem esta<strong>do</strong> à altura ao<br />

<strong>de</strong>senvolver alguns projectos <strong>de</strong> investigação neste <strong>do</strong>mínio que têm<br />

em Leixões um campo <strong>de</strong> experimentação”. Aliás, reforçan<strong>do</strong> as mais-<br />

-valias da ligação empresas - aca<strong>de</strong>mia, <strong>de</strong>signadamente, APDL e ISEP,<br />

o Presi<strong>de</strong>nte da APDL <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que é crucial, cada vez mais, “acertar a<br />

linguagem entre as empresas e as instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>”, para<br />

se conseguir maior eficácia. “As parcerias entre o mun<strong>do</strong> empresarial e<br />

o ensino <strong>de</strong>vem centrar-se, fundamentalmente, na produção e <strong>de</strong>scoberta<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias”, adianta, afirman<strong>do</strong>, convictamente, que<br />

“não há empresa, a não ser que trabalhe em monopólio, que não esteja<br />

preocupada com as questões da inovação”.<br />

“a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino que o ISEP<br />

proporciona cria nas <strong>pessoas</strong><br />

VONTADE <strong>de</strong> trabalhar - e bem!”<br />

Para Matos Fernan<strong>de</strong>s, se as empresas <strong>de</strong>vem estar conscientes da<br />

importância das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, também os futuros<br />

profissionais, em formação, <strong>de</strong>vem ter “uma absoluta consciência daquilo<br />

que é relevante na sua activida<strong>de</strong> e daquilo que é estratégico”. O<br />

mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s negócios, diz, “faz-se e constrói-se, não perguntan<strong>do</strong> em<br />

primeiro lugar on<strong>de</strong> é que eu vou buscar dinheiro para fazer isto ou<br />

quanto é que aquilo custa”. À questão qual é a primeira pergunta que o<br />

engenheiro <strong>de</strong>ve fazer, respon<strong>de</strong>: “A minha i<strong>de</strong>ia e a minha activida<strong>de</strong><br />

são inova<strong>do</strong>ras para gerar riqueza e até que ponto é que estão alinhadas<br />

com a minha estratégia e com a estratégia da minha organização?”.<br />

“É fundamental ter um espectro <strong>de</strong> conhecimentos muito alarga<strong>do</strong> e<br />

não subestimarem algumas questões que possam parecer básicas”.<br />

Aliás, remata, “a própria APDL tem um rumo que vamos construin<strong>do</strong> e<br />

moldan<strong>do</strong> em relação às circunstâncias”.<br />

No ISEP.BI lançou o <strong>de</strong>safio: “projectos que o ISEP queira <strong>de</strong>senvolver<br />

no <strong>do</strong>mínio da investigação aplicada que passem pelo transporte marítimo<br />

e que estejam liga<strong>do</strong>s à engenharia portuária, nós estaremos<br />

sempre disponíveis para po<strong>de</strong>r partilhar e contribuir para que a parceria<br />

se construa e consoli<strong>de</strong> e para que possamos partilhar esse mesmo<br />

saber e ajudar a que ele tenha uma aplicação justa”.<br />

Sobre a Administração <strong>do</strong>s<br />

<strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões<br />

O <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões é um <strong>do</strong>s maiores portos portugueses e tem, na<br />

Associação <strong>do</strong>s <strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões, a entida<strong>de</strong> que coor<strong>de</strong>na<br />

e gere o trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> diariamente. A equipa, li<strong>de</strong>rada por<br />

Matos Fernan<strong>de</strong>s, tem ciente os valores da responsabilida<strong>de</strong> social, da<br />

inovação tecnológica e está consciente que, trabalhar em re<strong>de</strong>, é uma<br />

mais-valia para qualquer entida<strong>de</strong> empresarial.<br />

Tal como está consi<strong>de</strong>rada nos seus estatutos, a “A Administração <strong>do</strong>s<br />

<strong>Porto</strong>s <strong>do</strong> Douro e Leixões (APDL) (…) tem por objecto a administração<br />

<strong>do</strong>s portos <strong>do</strong> Douro e Leixões, visan<strong>do</strong> a sua exploração económica,<br />

conservação e <strong>de</strong>senvolvimento…”. Mas o Presi<strong>de</strong>nte prefere afirmar<br />

que “a APDL tem duas <strong>gran<strong>de</strong></strong>s finalida<strong>de</strong>s: gerir e promover uma infra-<br />

-estrutura portuária que é Leixões e a gestão <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público marítimo<br />

perto da área on<strong>de</strong> o porto existe”. Tal como explica, a APDL,<br />

enquanto empresa gestora da activida<strong>de</strong> portuária, “tem três <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />

tarefas que se complementam mutuamente”: a primeira tem uma finalida<strong>de</strong><br />

pública”, pela qual a APDL se esforça, diariamente, por cumprir<br />

“um conjunto <strong>de</strong> prerrogativas públicas em termos <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong><br />

ambiente e <strong>de</strong> gestão tal como compete a uma infra-estrutura portuária”;<br />

<strong>de</strong>pois “a prestação <strong>de</strong> serviços” para o exterior e que consiste<br />

numa das fontes <strong>de</strong> receita da Associação; finalmente, a APDL é também<br />

“senhorio <strong>de</strong> toda a infra-estrutura que é o <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões”.<br />

Matos Fernan<strong>de</strong>s está convicto <strong>de</strong> que a APDL trabalha, sobretu<strong>do</strong>,<br />

“em prol <strong>de</strong> uma região”. E, da<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, esta é uma<br />

“opção bem sucedida”. Trata-se, segun<strong>do</strong> o nosso entrevista<strong>do</strong>, <strong>de</strong> uma<br />

empresa altamente lucrativa que “distribui divi<strong>de</strong>n<strong>do</strong>s ao seu maior accionista,<br />

que é o Esta<strong>do</strong> e, por consequência, to<strong>do</strong>s nós.” Mas o mais interessante<br />

no seu discurso, como presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma instituição como<br />

esta, é a preocupação patente na “relação com o exterior”. “Temos um<br />

perfil bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, em contínua construção, e que passa muito pela<br />

preocupação com o meio envolvente, por aquilo que somos enquanto<br />

infra-estrutura, pelo local on<strong>de</strong> estamos e pelas parcerias que estabelecemos”,<br />

reitera.<br />

Primeiro porto com Relatório <strong>de</strong><br />

Sustentabilida<strong>de</strong><br />

A segurança e o meio ambiente têm um <strong>gran<strong>de</strong></strong> enfoque na APDL.<br />

Aliás, tal como o ISEP foi pioneiro ao nível das Instituições <strong>de</strong> Ensino,<br />

também Leixões “foi o primeiro <strong>Porto</strong> da Europa a fazer um Relatório<br />

<strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong>, em 2006”. Para além das questões <strong>do</strong> ambiente,<br />

também as que se relacionam com a segurança “são uma obrigação”,<br />

até pelo conteú<strong>do</strong> das cargas e a proximida<strong>de</strong> da refinaria. “Assumimos<br />

o seguinte: a localização é um valor da APDL e temos <strong>de</strong> agir no senti<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> tratar bem aqueles que vivem connosco”, refere Matos Fernan<strong>de</strong>s.<br />

A responsabilida<strong>de</strong> social é um bem fundamental para as empresas e<br />

entida<strong>de</strong>s que preten<strong>de</strong>m ter sucesso. “Quero acreditar que as empresas<br />

são cada vez mais responsáveis socialmente até porque no nosso<br />

caso, a nossa responsabilida<strong>de</strong> social, mais <strong>do</strong> que uma obrigação, é<br />

a construção da perenida<strong>de</strong> <strong>do</strong> nosso próprio negócio, não é apenas<br />

uma activida<strong>de</strong> altruísta. É garantia que daqui a <strong>de</strong>z ou vinte anos o<br />

<strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Leixões está aqui ainda mais competitivo <strong>do</strong> que aquilo que<br />

é hoje”, conclui.


16<br />

DESTAQUE<br />

AS <strong>pessoas</strong>:<br />

a base <strong>de</strong> uma<br />

<strong>gran<strong>de</strong></strong> <strong>escola</strong><br />

Inerentes às conquistas <strong>de</strong> uma instituição estão as <strong>pessoas</strong>. Mais<br />

<strong>de</strong> 150 anos <strong>de</strong> história, a marcar consecutivamente pontos no panorama<br />

<strong>do</strong> ensino da <strong>Engenharia</strong> em Portugal, exigem ao <strong>Instituto</strong><br />

<strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> uma constante aposta nos seus<br />

recursos humanos, motivan<strong>do</strong> e estimulan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s aqueles que<br />

directamente ou indirectamente fazem <strong>do</strong> ISEP uma casa e que<br />

assegurem a contínua competitivida<strong>de</strong> da instituição.<br />

É esta abordagem que o ISEP.BI dá a conhecer nesta edição. Com<br />

a certeza <strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no trabalho não é expressão<br />

vã, e à qual se imputam, largamente, os sucessos, fomos ouvir<br />

quem está nos basti<strong>do</strong>res e perceber o que está a ser feito no<br />

terreno. Provavelmente, no final <strong>do</strong> artigo, se enten<strong>de</strong>rá o porquê<br />

<strong>de</strong> recorrentemente ser uma primeira escolha <strong>de</strong> quem opta pela<br />

engenharia, da ligação a entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> renome públicas e privadas,<br />

da interacção activa com a socieda<strong>de</strong> civil, <strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong><br />

orgulhosa i<strong>de</strong>ntificação...<br />

O universo ISEP vai muito mais além <strong>do</strong>s muros e das pare<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s edifícios que o compõem. A motivação, a<br />

realização e a superação, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s aqueles que vivem<br />

a instituição são aspectos consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s com<br />

muita atenção. Afinal, ao longo da sua tradição,<br />

o ISEP sempre consi<strong>de</strong>rou cada pessoa, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

da função que <strong>de</strong>sempenhe na<br />

Instituição, como uma parte importante da engrenagem.<br />

Face aos novos <strong>de</strong>safios que <strong>de</strong>correm<br />

<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los actuais <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, espera-se<br />

que as <strong>pessoas</strong> sejam capazes <strong>de</strong> um<br />

maior <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramento, empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo,<br />

adaptação e aprendizagem ao longo da vida.<br />

Materializar, através <strong>de</strong> palavras, este conceito<br />

tão premente no ISEP, é um <strong>de</strong>safio consi<strong>de</strong>rável,<br />

e mesmo sob pena <strong>de</strong> não ser conquista<strong>do</strong><br />

na plenitu<strong>de</strong>, valerá, certamente, pela tentativa.<br />

Introduzir novas tecnologias, diferentes meto<strong>do</strong>logias<br />

<strong>de</strong> trabalho, promover a eficiência e eficácia, estimular<br />

o estu<strong>do</strong> autónomo, a progressão na carreira e disponibilizar<br />

melhores equipamentos, são algumas das orientações<br />

que estão a ser concretizadas. Sempre com o fim último<br />

<strong>de</strong> proporcionar o melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho para<br />

to<strong>do</strong> o universo ISEP. Iniciativas como a Festa <strong>de</strong> Natal que


DESTAQUE 17<br />

se realiza to<strong>do</strong>s os anos, ou os convívios no Dia da Criança são apenas<br />

alguns <strong>do</strong>s exemplos que espelham o empenho, por parte da comunida<strong>de</strong><br />

ISEP, em construir um espírito <strong>de</strong> equipa sóli<strong>do</strong> e saudável. E<br />

este empenho é reconheci<strong>do</strong> pelos colabora<strong>do</strong>res. Berta Baptista, <strong>do</strong>cente<br />

e responsável pela Divisão Académica, não tem dúvidas: “Acho<br />

extremamente importantes os momentos <strong>de</strong> convívio da Comunida<strong>de</strong><br />

Isepiana”.<br />

Para além das obras <strong>de</strong> reestruturação e a manutenção frequente das<br />

infra-estruturas, pensadas com o objectivo <strong>de</strong> criar as melhores condições<br />

<strong>de</strong> trabalho possíveis para a sua comunida<strong>de</strong>, a visão actual assenta,<br />

entre outras medidas, num Plano <strong>de</strong> Acção para a Sustentabilida<strong>de</strong><br />

(PASUS), apresenta<strong>do</strong> em Janeiro <strong>de</strong> 2010. Mais <strong>do</strong> que um conjunto<br />

<strong>de</strong> parâmetros que visa assegurar a responsabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>do</strong><br />

ISEP, este plano preten<strong>de</strong>, sobretu<strong>do</strong>, promover uma nova filosofia <strong>de</strong><br />

vida em toda a comunida<strong>de</strong> ISEP. O PASUS incita à a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> comportamentos<br />

ambientalmente sustentáveis, através, por exemplo, <strong>do</strong><br />

correcto or<strong>de</strong>namento e aproveitamento<br />

<strong>do</strong>s espaços, da implementação <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> eficiência e racionalização<br />

energética e da utilização<br />

<strong>do</strong>s transportes públicos. Barros<br />

<strong>de</strong> Oliveira, vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

ISEP, reconhece ser “um <strong>de</strong>safio,<br />

pois implica uma mudança<br />

<strong>de</strong> mentalida<strong>de</strong>s”, mas acredita<br />

no sucesso <strong>do</strong> plano. Esta<br />

confiança resi<strong>de</strong> na <strong>gran<strong>de</strong></strong><br />

receptivida<strong>de</strong> que alunos e<br />

colabora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>monstram<br />

quan<strong>do</strong> novos <strong>de</strong>safios lhes<br />

são lança<strong>do</strong>s.<br />

A qualida<strong>de</strong> das condições materiais<br />

e técnicas <strong>de</strong> trabalho é<br />

outro aspecto <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> por Barros<br />

<strong>de</strong> Oliveira na análise da motivação e produtivida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res. Sobre este<br />

aspecto, o vice-presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP refere<br />

que “o plano <strong>de</strong> reestruturação e remo<strong>de</strong>lação<br />

física e arquitectónica em curso está<br />

praticamente concluí<strong>do</strong>. Entre as inaugurações<br />

mais recentes, <strong>de</strong>staque para o Laboratório<br />

Automóvel, uma aspiração antiga<br />

que veio melhorar as condições <strong>de</strong> trabalho nas<br />

áreas <strong>de</strong> <strong>do</strong>cência, investigação e prestação <strong>de</strong> serviços<br />

em <strong>Engenharia</strong> Mecânica. Outra realização recente é o Laboratório <strong>de</strong><br />

Sistemas Autónomos (LSA), que dispõe <strong>de</strong> uma área total <strong>de</strong> 1000 m2<br />

<strong>de</strong>dica<strong>do</strong>s à investigação e ao ensino, on<strong>de</strong> é possível fazer testes com<br />

protótipos <strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong> dimensão”.<br />

E foi neste laboratório que o ISEP.BI encontrou Guilherme Silva, diploma<strong>do</strong><br />

em <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica e investiga<strong>do</strong>r no LSA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006.<br />

O jovem investiga<strong>do</strong>r, que pertence à equipa <strong>de</strong> futebol robótico que<br />

recentemente participou no campeonato <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> em Singapura,<br />

encontra-se a <strong>de</strong>senvolver um projecto <strong>de</strong> helicóptero com quatro<br />

hélices. Sente-se feliz no ISEP, diz. Consi<strong>de</strong>ra que dispõe <strong>de</strong> boas condições<br />

<strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong>staca a camaradagem no laboratório. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, a projecção que o grupo <strong>de</strong> investigação tem recebi<strong>do</strong> fora <strong>de</strong><br />

portas <strong>de</strong>ixa-o orgulhoso e ainda mais motiva<strong>do</strong>. Reconhece que iniciativas<br />

como o “ISEP Fora <strong>de</strong> Portas” ou a “Robótica na Praia” mostram<br />

que o <strong>Instituto</strong> é aprecia<strong>do</strong> e valoriza<strong>do</strong>.


18 DESTAQUE<br />

Formação contínua para<br />

to<strong>do</strong>s: sensibilizar e apoiar<br />

É indiscutível a importância <strong>de</strong> manter um corpo <strong>de</strong> profissionais com<br />

conhecimentos e competências actualiza<strong>do</strong>s, aptos a enfrentar qualquer<br />

novo <strong>de</strong>safio. Contan<strong>do</strong> com 573 trabalha<strong>do</strong>res, 439 liga<strong>do</strong>s à <strong>do</strong>cência<br />

e investigação e 134 funcionários <strong>de</strong> suporte técnico e administrativo,<br />

o ISEP é uma Instituição que se preocupa em apoiar a contínua<br />

valorização <strong>do</strong>s seus profissionais.<br />

O valor que é da<strong>do</strong> aos colabora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> ISEP reflecte-se no <strong>gran<strong>de</strong></strong><br />

investimento feito em formação profissional. Relativamente ao tema,<br />

Maria João Magalhães, responsável pela avaliação <strong>do</strong> <strong>de</strong>sempenho e<br />

pela formação profissional <strong>do</strong>s funcionários não <strong>do</strong>centes, está satis-<br />

gem <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong>, e já vai na sua 10ª edição, ten<strong>do</strong> abrangi<strong>do</strong>, até<br />

ao momento, cerca <strong>de</strong> 120 <strong>do</strong>centes. Para além disso, promove ainda<br />

acções <strong>de</strong> formação contínua em temas como a avaliação, a inteligência<br />

emocional, a adaptação <strong>do</strong>s alunos ao Ensino <strong>Superior</strong>, sen<strong>do</strong> ainda<br />

complementada com apoio psico-pedagógico individual ou colectivo<br />

e consultas <strong>de</strong> psicologia clínica.<br />

Já o ISEP FORGLOBE é um plano abrangente <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> cursos<br />

<strong>de</strong> curta duração. Cria<strong>do</strong> em 2009 e assente em formações com uma<br />

sólida base científica, este projecto <strong>de</strong>staca-se pela enorme diversida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> oferta formativa, pela total liberda<strong>de</strong> na escolha <strong>do</strong> horário <strong>de</strong><br />

formação e pela qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> quadro <strong>de</strong> forma<strong>do</strong>res. Esta plataforma<br />

<strong>de</strong> formação esten<strong>de</strong>-se por áreas técnico-científicas, <strong>de</strong> valorização<br />

pessoal ou profissional, conhecimento geral e lúdicas, preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

contribuir para a aprendizagem ao longo da vida. Por outro la<strong>do</strong>, ao<br />

estar aberta a públicos externos acaba por representar um fórum <strong>de</strong><br />

contacto e troca <strong>de</strong> experiências entre colabora<strong>do</strong>res provenientes <strong>do</strong><br />

ISEP, <strong>de</strong> empresas e <strong>de</strong> outras instituições públicas.<br />

As vantagens <strong>do</strong> Simplex<br />

resi<strong>de</strong>m na maior eficiência e<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s serviços<br />

feita com a a<strong>de</strong>são da maior parte <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res<br />

no último ano (foram realizadas 568 acções <strong>de</strong><br />

formação) e garante que “a formação profissional<br />

é consi<strong>de</strong>rada um <strong>do</strong>s vectores essenciais<br />

na qualificação das <strong>pessoas</strong>”. Uma das <strong>gran<strong>de</strong></strong>s<br />

vantagens“é que 80% da formação é realizada<br />

em horário laboral e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> portas”, conclui.<br />

Tanto para a formanda Sílvia Azeve<strong>do</strong>, secretária<br />

da Presidência, como para Telmo Ferreira,<br />

da Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos, as mais-valias<br />

no <strong>de</strong>sempenho das funções são notórias,<br />

para além <strong>do</strong> facto da troca <strong>de</strong> experiências ser<br />

bastante positiva.<br />

A formação pedagógica <strong>do</strong> corpo <strong>do</strong>cente<br />

tem também tem si<strong>do</strong> uma preocupação <strong>do</strong><br />

ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001. Neste senti<strong>do</strong>, o Núcleo <strong>de</strong> Apoio<br />

Científico-Pedagógico (NACIPe) e o ISEPFORGLOBE <strong>de</strong>sempenham<br />

um papel <strong>de</strong>cisivo. O NACIPe, coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong><br />

pela Assessoria <strong>de</strong> Formação, é responsável por acções<br />

<strong>de</strong> formação pedagógica inicial no Ensino e Aprendiza-<br />

Não é só a nível da formação profissional que o ISEP imprime o seu<br />

carimbo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Inicia<strong>do</strong> há poucos anos, o Projecto Simplex<br />

veio permitir uma maior optimização <strong>de</strong> tarefas diárias, com reflexos na<br />

organização <strong>do</strong>s serviços e na personalização <strong>do</strong> atendimento, estan<strong>do</strong><br />

em constante actualização.<br />

Na Divisão Académica as melhorias são notáveis. Para Berta Baptista,<br />

responsável pelo serviço, “nos últimos <strong>do</strong>is anos foi feito um esforço<br />

enorme para automatizar to<strong>do</strong>s os processos”. A partir <strong>do</strong> portal da Instituição,<br />

qualquer aluno po<strong>de</strong> solicitar to<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> certifica<strong>do</strong>s ou<br />

mesmo matricular-se pela primeira vez, sem haver necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>slocar fisicamente à Divisão Académica. Na mesma linha, a responsável<br />

avança que, para além <strong>do</strong> atendimento presencial e por telefone,<br />

foi também cria<strong>do</strong> o atendimento electrónico. A receptivida<strong>de</strong> é extremamente<br />

positiva, a constatar pelos inúmeros e-mails recebi<strong>do</strong>s a<br />

agra<strong>de</strong>cer a celerida<strong>de</strong>.<br />

Outro <strong>do</strong>s aspectos que Berta Baptista salienta é o facto das novas<br />

tecnologias implementadas ao abrigo <strong>do</strong> Simplex serem concebidas<br />

internamente. Além das vantagens orçamentais, há uma maior personalização<br />

<strong>do</strong>s produtos e um aproveitamento <strong>do</strong>s recursos humanos,


DESTAQUE<br />

19<br />

que ajuda a consolidar as relações pessoais e profissionais numa organização<br />

<strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong> dimensão. A este nível, Berta Batista refere que,<br />

apesar <strong>de</strong> o ISEP ser uma Instituição com mais <strong>de</strong> 550 trabalha<strong>do</strong>res,<br />

existe um óptimo ambiente <strong>de</strong> trabalho. Destaca o bom relacionamento<br />

com colegas <strong>de</strong> serviços como a Divisão <strong>de</strong> Sistemas Informáticos,<br />

a Divisão <strong>de</strong> Recursos Humanos ou a Divisão Económico-Financeira, o<br />

que permite uma boa interacção entre as diferentes áreas, com reflexos<br />

na qualida<strong>de</strong> global <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>.<br />

ao <strong>de</strong>fendi<strong>do</strong> pelo consórcio internacional CDIO<br />

(Conceiving-Designing-Implementing-Operating),<br />

<strong>do</strong> qual o ISEP é membro, juntamente<br />

com algumas das principais <strong>escola</strong>s <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

a nível mundial (MIT, Chalmers, DTU,<br />

etc). A troca <strong>de</strong> experiências e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

ensino-aprendizagem favorecem a contínua<br />

evolução das instituições <strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>.<br />

Na perspectiva <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes, esta simplificação <strong>de</strong> procedimentos libertou<br />

o professor <strong>de</strong> certas tarefas burocráticas que faziam parte <strong>do</strong><br />

quotidiano. Segun<strong>do</strong> Rui Gomes <strong>do</strong>s Santos, que viu o ISEP duplicar o<br />

número <strong>de</strong> alunos nos últimos 10 anos, “o Moodle <strong>de</strong>mocratizou o ensino<br />

ao permitir o fácil acesso às matérias leccionadas, além <strong>de</strong> ser um<br />

meio mais ecológico <strong>do</strong> que as fotocópias”. O director <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil ressalva a importância das novas tecnologias para<br />

conseguir estabelecer um contacto mais próximo com os estudantes-<br />

-trabalha<strong>do</strong>res, sobretu<strong>do</strong> os que frequentam o regime pós-laboral.<br />

Promoção <strong>do</strong> sucesso<br />

académico só é possível<br />

ATRAVÉS <strong>de</strong> políticas assentes<br />

no bem-estar <strong>do</strong>s alunos<br />

Com uma excelente imagem no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho, o ISEP empenha-se<br />

no sucesso académico <strong>do</strong>s seus alunos. Neste senti<strong>do</strong>, o Conselho<br />

Pedagógico, li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> ano por Eduarda Pinto<br />

Ferreira, procura coor<strong>de</strong>nar as diferentes medidas implementadas por<br />

cada <strong>de</strong>partamento. A título exemplificativo, a presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho<br />

Pedagógico refere que ”houve disciplinas que, neste ano lectivo, aumentaram<br />

para 100% o peso da avaliação durante o semestre, ten<strong>do</strong><br />

sempre o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> não afectar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ensino”.<br />

Para validação <strong>de</strong>ste méto<strong>do</strong>, os alunos no final da disciplina<br />

fizeram um exame global, ten<strong>do</strong>-se nota<strong>do</strong><br />

um maior empenho no estu<strong>do</strong> da disciplina e,<br />

consequentemente, uma melhoria notória nos<br />

resulta<strong>do</strong>s finais. Por outro la<strong>do</strong>, “já várias disciplinas<br />

a<strong>do</strong>ptaram a política <strong>de</strong> troca <strong>de</strong> elementos<br />

da equipa <strong>de</strong> uns trabalhos para outros. O<br />

objectivo é tentar criar um ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

mais semelhante ao mun<strong>do</strong> real on<strong>de</strong>, na maior<br />

parte <strong>do</strong>s casos, não são os trabalha<strong>do</strong>res<br />

que escolhem a sua equipa”.<br />

A promoção <strong>do</strong> sucesso académico<br />

é uma dinâmica importante que<br />

passa por várias medidas, como a<br />

motivação <strong>do</strong>s estudantes ou a melhoria<br />

<strong>do</strong>s mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação.<br />

A filosofia <strong>de</strong> ensino no ISEP sempre<br />

premiou uma orientação prática,<br />

sem prescindir <strong>de</strong> uma sólida formação<br />

científica. Esta fórmula ajuda a construir,<br />

não só o conhecimento <strong>de</strong> facto, mas também<br />

a <strong>de</strong>senvolver uma mentalida<strong>de</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra,<br />

aberta à tentativa e erro. Este mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> ensino-aprendizagem vai <strong>de</strong> encontro<br />

Para este ano lectivo está prevista a implementação<br />

<strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> aprendizagem<br />

através da instrução por pares (peer instruction)<br />

em algumas unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>do</strong><br />

curso <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática. A i<strong>de</strong>ia é<br />

inspirada no trabalho <strong>do</strong> professor Eric Mazur,<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard, e consiste em dividir uma<br />

turma em pequenos grupos, nos quais os alunos <strong>de</strong>batem<br />

as soluções para os <strong>de</strong>safios lança<strong>do</strong>s pelo <strong>do</strong>cente.<br />

Espera-se assim uma maior participação no processo<br />

<strong>de</strong> ensino, promoven<strong>do</strong> a motivação e o sucesso<br />

da aprendizagem.<br />

A presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> Conselho Pedagógico refere ainda a importância<br />

das activida<strong>de</strong>s complementares e extra-curriculares<br />

para a construção <strong>de</strong> novas mentalida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

competências transversais. Um exemplo resi<strong>de</strong> no envolvimento <strong>do</strong><br />

ISEP com a campanha <strong>do</strong>s Objectivos <strong>de</strong> Desenvolvimento <strong>do</strong> Milénio<br />

(ODM) das Nações Unidas.<br />

Além <strong>do</strong> sucesso académico, o ISEP promove o bem-estar <strong>do</strong>s alunos.<br />

De facto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a implementação <strong>do</strong> Gabinete <strong>de</strong> Orientação (ISEP|GO),<br />

em 2001, os alunos têm ao seu dispor uma equipa <strong>de</strong> Psicólogas que<br />

se <strong>de</strong>dica à promoção da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s estudantes, não só<br />

através da consulta psicológica e aconselhamento, mas também pela<br />

realização <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s promotoras <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> competências<br />

transversais, integração académica e gestão da carreira. Neste<br />

âmbito, vai realizar-se a segunda edição <strong>do</strong> Seminário INTEGRA, que<br />

obteve um eleva<strong>do</strong> índice <strong>de</strong> participação no ano passa<strong>do</strong>. Como<br />

<strong>de</strong>stacam as técnicas, o principal objectivo <strong>do</strong> seminário “mais <strong>do</strong> que<br />

o acolhimento aos novos alunos, é prevenir o insucesso e aban<strong>do</strong>no<br />

<strong>escola</strong>r precoce.” Com horário <strong>de</strong> atendimento alarga<strong>do</strong> <strong>do</strong>is dias por<br />

semana até às 20:00h, o ISEP|GO ajusta-se à disponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s estudantes<br />

ten<strong>do</strong> como lema “ser uma porta sempre aberta”. Esta flexibilização<br />

<strong>de</strong> horários está presente em praticamente to<strong>do</strong>s os serviços <strong>de</strong><br />

apoio aos alunos para que nenhum aluno, inclusive os estudantes em<br />

perío<strong>do</strong> pós-laboral, sejam discrimina<strong>do</strong>s.


20<br />

DESTAQUE<br />

Criação <strong>de</strong> novos espaços<br />

Com um ambiente e infra-estruturas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, a imagem<br />

interna e externa <strong>do</strong> ISEP consolida-se, à medida das melhorias<br />

que vão sen<strong>do</strong> introduzidas. No final <strong>de</strong> 2007, abriu uma<br />

nova sala <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> no edifício da biblioteca, com um horário<br />

alarga<strong>do</strong>, das 8h00 às 22h00. Segun<strong>do</strong> Patrícia Costa,<br />

responsável pela Divisão <strong>de</strong> Documentação e Cultura, esta<br />

nova valência “permitiu disponibilizar mais espaços aos<br />

estudantes, que passaram a dispor <strong>de</strong> melhores condições<br />

quer para estu<strong>do</strong> autónomo, quer para trabalhos <strong>de</strong> grupo”.<br />

To<strong>do</strong> o campus está também servi<strong>do</strong> com internet sem<br />

fios. Quanto à biblioteca, consi<strong>de</strong>ra que têm si<strong>do</strong> introduzidas<br />

melhorias significativas, como “a re<strong>de</strong> sem fios, o sistema electrónico<br />

<strong>de</strong> requisição <strong>de</strong> livros e o livre acesso às estantes”.<br />

<strong>de</strong>ste artigo. O <strong>Instituto</strong> procura assegurar as melhores condições possíveis<br />

para que as <strong>pessoas</strong> que continuamente constroem a marca ISEP<br />

se sintam uma verda<strong>de</strong>ira comunida<strong>de</strong>. Esta priorida<strong>de</strong> na construção<br />

<strong>de</strong> uma equipa forte e coesa não só melhora a satisfação <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

que vivem o campus, como garante um melhor serviço a to<strong>do</strong>s os que<br />

procuram o <strong>Instituto</strong> <strong>Superior</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

Forte espírito internacional<br />

“Mente sã em corpo são” é um lema acarinha<strong>do</strong> pela Instituição. O<br />

ginásio Fitness WorX abriu há cerca <strong>de</strong> <strong>do</strong>is anos <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Campus<br />

<strong>do</strong> ISEP, com condições especiais para toda a comunida<strong>de</strong> académica.<br />

De acor<strong>do</strong> com Emanuel Fonseca Simão, aluno finalista <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong><br />

Electrotécnica e <strong>de</strong> Computa<strong>do</strong>res, frequenta<strong>do</strong>r assíduo <strong>do</strong> ginásio,<br />

“venho cá porque alivia o espírito, especialmente em época <strong>de</strong> exames,<br />

para além <strong>de</strong> ser um local <strong>de</strong> convívio.”<br />

O restaurante <strong>do</strong> ISEP é um <strong>do</strong>s vários espaços <strong>de</strong> refeição no campus.<br />

Com capacida<strong>de</strong> para 200 <strong>pessoas</strong> sentadas, tem si<strong>do</strong> solicita<strong>do</strong> para<br />

<strong>gran<strong>de</strong></strong>s eventos. O responsável, José Faria, sente-se satisfeito por pertencer<br />

à família ISEP e garante que a forte a<strong>de</strong>são <strong>do</strong> espaço se <strong>de</strong>ve<br />

“ao atendimento e ao buffet self-service, no qual cada pessoa come o<br />

que quiser, as vezes que quiser, varian<strong>do</strong> o preço entre os 5 e 6 euros”.<br />

Os clientes são os próprios a concordar. Para Maria José Paiva, a mais<br />

antiga funcionária <strong>do</strong> ISEP, com perto <strong>de</strong> 40 anos na casa, “o serviço é<br />

muito bom”.<br />

Quanto ao parque <strong>de</strong> estacionamento, com lugares para centenas <strong>de</strong><br />

carros e uma recente reorganização <strong>do</strong> espaço, com priorida<strong>de</strong>s para<br />

<strong>pessoas</strong> com mobilida<strong>de</strong> reduzida, não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar a comunida<strong>de</strong><br />

mais satisfeita. Não obstante, o Plano <strong>de</strong> Sustentabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ISEP,<br />

apresenta<strong>do</strong> em Janeiro <strong>de</strong> 2010 apela ao recurso, por parte <strong>de</strong> toda<br />

a comunida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte alternativos. Po<strong>de</strong>mos realçar,<br />

por exemplo, a boa localização geográfica <strong>do</strong> ISEP, com Metro à porta,<br />

ou então a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser acessível <strong>de</strong> bicicleta.<br />

A preocupação <strong>do</strong> ISEP em provi<strong>de</strong>nciar o melhor ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

e a contínua qualificação <strong>do</strong>s seus quadros fica patente ao longo<br />

Com um sóli<strong>do</strong> espírito internacional, o ISEP apoia a mobilida<strong>de</strong> internacional<br />

<strong>de</strong> estudantes, investiga<strong>do</strong>res, pessoal <strong>do</strong>cente e não-<strong>do</strong>cente.<br />

Além <strong>de</strong> ajudar a abrir horizontes, estas estadias no estrangeiro<br />

ajudam a <strong>de</strong>senvolver competências linguísticas, o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> interculturalida<strong>de</strong><br />

e, sobretu<strong>do</strong>, a apren<strong>de</strong>r novas formas <strong>de</strong> trabalhar. O<br />

Gabinete <strong>de</strong> Relações Externas, alimenta um conjunto diversifica<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> parcerias com universida<strong>de</strong>s e empresas europeias,<br />

mas esten<strong>de</strong> ainda os seus protocolos <strong>de</strong> cooperação<br />

além Europa, garantin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o suporte e orientação<br />

aos participantes.<br />

Contu<strong>do</strong>, não só os actuais estudantes que têm acesso a<br />

este serviço. Para os seus gradua<strong>do</strong>s, o ISEP tem outras alternativas,<br />

como o programa Leonar<strong>do</strong> da Vinci.<br />

Para Ângela Cunha, diplomada em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />

que partiu para a Holanda ao abrigo <strong>do</strong> programa<br />

Leonar<strong>do</strong> da Vinci, “esta é uma experiência <strong>de</strong> trabalho<br />

valorizada por ser internacional, pela participação em<br />

projectos que não teríamos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ace<strong>de</strong>r em<br />

Portugal, que exige o <strong>do</strong>bro a nível pessoal e emocional<br />

mas que nos orienta e prepara para o futuro”.<br />

O fenómeno da mobilida<strong>de</strong> internacional também é vivi<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> portas. São cerca <strong>de</strong> trinta as nacionalida<strong>de</strong>s que, ano após<br />

ano, convivem no ISEP.<br />

Além disso, a mobilida<strong>de</strong> internacional no ISEP, ainda que em menor<br />

grau, é também visível noutros grupos, quer sejam investiga<strong>do</strong>res,<br />

<strong>do</strong>centes e não <strong>do</strong>centes.


INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

21<br />

RECOMP<br />

Investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

CISTER dão cartas<br />

em projecto <strong>de</strong> I&D<br />

Europeu<br />

O RECOMP é, actualmente, um <strong>do</strong>s maiores projectos <strong>de</strong> I&D europeus,<br />

e o ISEP.BI foi tentar compreen<strong>de</strong>r, junto <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> CISTER, em que consiste este projecto e em que medida estão<br />

os nossos investiga<strong>do</strong>res a contribuir para <strong>de</strong>senvolvimentos tão<br />

cruciais na área das ciências computacionais. O projecto, que teve<br />

início este ano, tem por principais objectivos a investigação em<br />

mecanismos e processos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> custos e aumento da fiabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s sistemas computacionais embebi<strong>do</strong>s, área em que se<br />

especializou o CISTER.


22<br />

INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

O investiga<strong>do</strong>r lí<strong>de</strong>r<br />

Stefan M. Petters é vice-director da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investigação<br />

CISTER e lí<strong>de</strong>r da área <strong>de</strong> investigação em Sistemas <strong>de</strong> Tempo-<br />

-Real Adaptativos. Obteve o seu Mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> em<br />

1995 e o Doutoramento em 2002, ambos pela Universida<strong>de</strong><br />

Técnica <strong>de</strong> Munique, Alemanha, ten<strong>do</strong> obti<strong>do</strong> ainda um pós-<br />

-<strong>do</strong>utoramento no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> ciência <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> York, Inglaterra. De 2004 a 2009 esteve<br />

liga<strong>do</strong> à unida<strong>de</strong> ERTOS da NICTA, Austrália como investiga<strong>do</strong>r<br />

sénior. Em 2009 juntou-se ao CISTER. No projecto RECOMP,<br />

para além da gestão e li<strong>de</strong>rança da participação <strong>do</strong> CISTER, li<strong>de</strong>ra<br />

os trabalhos <strong>de</strong> investigação em técnicas <strong>de</strong> monitorização<br />

<strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia baseadas em conta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> hardware<br />

existentes nos processa<strong>do</strong>res actuais e em isolamento<br />

temporal <strong>de</strong> sistemas operativos.<br />

Com uma visibilida<strong>de</strong> internacional bem cimentada nos últimos anos,<br />

a participação <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong><br />

Tempo-Real (CISTER), se<strong>de</strong>a<strong>do</strong> no ISEP, num projecto <strong>de</strong> investigação<br />

com o calibre <strong>do</strong> RECOMP, era um percurso anuncia<strong>do</strong>.<br />

O CISTER é lí<strong>de</strong>r mundial na investigação <strong>de</strong> sistemas embebi<strong>do</strong>s (sistemas<br />

computacionais ocultos em diversos aparelhos) e <strong>de</strong> tempo real,<br />

ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong> como Excelente no último processo <strong>de</strong> avaliação<br />

internacional leva<strong>do</strong> a cabo pela FCT. Não admira, portanto, que o<br />

parceiro português <strong>do</strong> projecto RECOMP seja, naturalmente, o grupo<br />

internacional forma<strong>do</strong> no ISEP. Para além <strong>do</strong> prestígio já alcança<strong>do</strong><br />

pelo CISTER, e tal como explicou ao BI a equipa, “o projecto tem várias<br />

áreas <strong>de</strong> investigação, e as competências <strong>do</strong> CISTER são complementares<br />

às <strong>do</strong>s restantes parceiros”.<br />

Mas em que consiste, afinal, o RECOMP? O projecto RECOMP insere-se na<br />

área <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s em aplicações <strong>de</strong>finidas<br />

como críticas, ou seja, que po<strong>de</strong>m implicar a segurança <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> ou<br />

graves prejuízos financeiros, como por exemplo os sistemas <strong>de</strong> controlo<br />

<strong>de</strong> aviões, como o fly-by-wire, <strong>de</strong> satélites, <strong>de</strong> automóveis, como o ABS,<br />

ou aplicações industriais robotizadas. Neste tipo <strong>de</strong> aplicações, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

às possíveis consequências das falhas, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s sistemas<br />

computacionais tem que obe<strong>de</strong>cer a um processo rigoroso e bastante<br />

complexo que é regula<strong>do</strong> por normas específicas e internacionais. Dada<br />

a complexida<strong>de</strong> e rigor <strong>do</strong> processo, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos sistemas<br />

po<strong>de</strong> levar vários anos, e tem custos extremamente eleva<strong>do</strong>s.<br />

E perante estas premissas, no âmbito <strong>do</strong> projecto, os investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

ISEP vão criar novos méto<strong>do</strong>s para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações e<br />

ferramentas para facilitar a certificação e re-certificação <strong>de</strong> módulos e<br />

componentes <strong>de</strong> hardware e software. Numa segunda fase, vão ainda<br />

ser criadas novas plataformas <strong>de</strong> hardware e sistemas operativos para<br />

as gerações futuras <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res certificáveis. Os objectivos<br />

principais serão aumentar a confiança <strong>de</strong>stes sistemas e reduzir<br />

os custos <strong>de</strong> produção e certificação.<br />

Os investiga<strong>do</strong>res explicam-nos que, no RECOMP, “o CISTER participa<br />

em duas componentes. A primeira, transversal a to<strong>do</strong> o projecto, é a <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> requisitos temporais <strong>de</strong> sistemas certificáveis e posterior<br />

avaliação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s”. A segunda assenta na investigação, focan<strong>do</strong><br />

duas áreas: “Na área <strong>do</strong>s componentes e mo<strong>de</strong>los, o CISTER investigará<br />

mo<strong>de</strong>los para a análise <strong>de</strong> escalonabilida<strong>de</strong> modular, assim como para<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s temporais e escalonamento <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>do</strong>s componentes <strong>de</strong> software”. Na área das plataformas, o CISTER<br />

vai-se <strong>de</strong>dicar à investigação <strong>do</strong> problema da contenção <strong>do</strong>s vários<br />

processa<strong>do</strong>res no acesso ao barramento <strong>de</strong> comunicação e à memória<br />

partilhada, “e na integração <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia e<br />

isolamento <strong>de</strong> memória no sistema operativo”.<br />

Minimizar as falhas<br />

“Em várias áreas em que uma falha <strong>do</strong>s sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res<br />

embebi<strong>do</strong>s po<strong>de</strong> ter consequências graves, particularmente em vidas<br />

humanas, existe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> certificar que o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> sistema foi rigoroso <strong>de</strong> forma a reduzir a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> falha para um valor muito pequeno”, comentam.<br />

Para explicar da melhor forma o conceito que está na retaguarda <strong>de</strong>sta<br />

investigação, escolhem uma área que, para o cidadão comum é,<br />

possivelmente, a mais importante no que respeita à fiabilida<strong>de</strong>: a área<br />

automóvel. Os investiga<strong>do</strong>res explicam-nos que “os automóveis têm<br />

sistemas electrónicos controla<strong>do</strong>s por computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s, pelo<br />

que a falha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sses sistemas po<strong>de</strong> causar um aci<strong>de</strong>nte”. Perante<br />

a importância da fiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sistemas, “os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

precisam cada vez mais <strong>de</strong> ser rigorosos, e os sistemas têm<br />

que ter a mesma redundância que é comum nas áreas industriais, <strong>do</strong>s


INVESTIGAÇÃO À LUPA<br />

23<br />

comboios, ou espacial”. A separação <strong>de</strong> funções é, igualmente, crucial,<br />

<strong>de</strong> forma a que, por exemplo, “o controlo <strong>do</strong> ABS não seja influencia<strong>do</strong><br />

pelo sistema <strong>de</strong> telemóvel mãos livres”.<br />

Um projecto que assenta<br />

como uma luva<br />

Agora que os objectivos e a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projecto estão bem <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s,<br />

impõe-se uma questão: como preten<strong>de</strong>m aumentar a fiabilida<strong>de</strong> e reduzir<br />

os custos <strong>de</strong> produção e certificação <strong>de</strong>stes sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res?<br />

Os investiga<strong>do</strong>res explicam que “tal como nos computa<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> secretária, cada vez mais os sistemas <strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s<br />

utilizam vários processa<strong>do</strong>res, ou vários núcleos <strong>de</strong> processamento<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mesmo processa<strong>do</strong>r. A i<strong>de</strong>ia passa por utilizar esses vários<br />

processa<strong>do</strong>res para suportar tanto a redundância como a execução <strong>de</strong><br />

funções diferentes no mesmo sistema. Desta forma, reduz-se o número<br />

<strong>de</strong> sistemas diferentes que é preciso <strong>de</strong>senvolver e certificar, diminuin<strong>do</strong><br />

o tempo e o custo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento”.<br />

Os investiga<strong>do</strong>res explicam que “o objectivo é garantir que cada componente<br />

<strong>do</strong> sistema veja uma fracção da plataforma como sen<strong>do</strong> sua,<br />

sem a existência <strong>de</strong> interferência entre os diversos componentes”. E<br />

aqui resi<strong>de</strong> uma das partes mais complicadas <strong>do</strong> trabalho da<strong>do</strong> que<br />

“implica garantir a não-interferência no acesso à memória, ao barramento<br />

<strong>de</strong> comunicações ou <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong> processa<strong>do</strong>r”, tarefa esta que<br />

é bastante mais complexa “quan<strong>do</strong> se consi<strong>de</strong>ra a interacção com o<br />

mun<strong>do</strong> exterior. É necessário garantir que as funções são executadas<br />

<strong>de</strong> forma correcta, na altura correcta”.<br />

Um trabalho internacional<br />

e multidisciplinar<br />

A fonte <strong>de</strong> investigação<br />

O CISTER - Centro <strong>de</strong> Investigação em Sistemas Confiáveis e<br />

<strong>de</strong> Tempo-Real é uma unida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ISEP que trabalha nas áreas<br />

científicas da <strong>Engenharia</strong> Informática e Electrotécnica. Foca a<br />

sua activida<strong>de</strong> na análise, projecto e implementação <strong>de</strong> sistemas<br />

<strong>de</strong> computa<strong>do</strong>res embebi<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> tempo-real. Esta<br />

Unida<strong>de</strong> tem por base o grupo <strong>de</strong> I&D IPP-HURRAY (HUgging<br />

Real-time and Reliable Architectures for computing sYstems),<br />

cria<strong>do</strong> em 1997 no ISEP. É, actualmente, uma das unida<strong>de</strong>s<br />

portuguesas com maior visibilida<strong>de</strong> internacional, sen<strong>do</strong> um<br />

<strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res mundiais em várias das suas linhas <strong>de</strong> investigação.<br />

A Unida<strong>de</strong> CISTER é, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004, classificada como Excelente<br />

nos processos <strong>de</strong> avaliação por painel internacional da responsabilida<strong>de</strong><br />

da FCT, sen<strong>do</strong> na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica<br />

e Informática uma das duas actualmente com essa classificação<br />

e a única com essa classificação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2004.<br />

A importância <strong>do</strong> investimento Europeu neste projecto fica bem clara<br />

quan<strong>do</strong> olhamos para os números oficiais. Tal como nos avançam os<br />

investiga<strong>do</strong>res <strong>do</strong> CISTER, 98% <strong>do</strong>s processa<strong>do</strong>res existentes no mun<strong>do</strong><br />

encontram-se nos sistemas embebi<strong>do</strong>s. Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 2006 referem que<br />

quatro biliões <strong>de</strong> processa<strong>do</strong>res foram vendi<strong>do</strong>s para sistemas embebi<strong>do</strong>s,<br />

um merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> 60 biliões <strong>de</strong> euros, e um crescimento anual <strong>de</strong><br />

14%. “A previsão é <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 16 biliões <strong>de</strong> sistemas embebi<strong>do</strong>s em<br />

2010 e 40 biliões em 2020”.<br />

Eles estão em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>!<br />

O projecto RECOMP envolve 41 empresas e centros <strong>de</strong> investigação Europeus<br />

e é financia<strong>do</strong> pela ARTEMIS, uma iniciativa que junta a União<br />

Europeia, os Esta<strong>do</strong>s-Membros, a indústria e os centros <strong>de</strong> I&D Europeus.<br />

Conforme referem, “o orçamento para o projecto provém da Comissão<br />

Europeia, <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-Membros, e das empresas participantes”. No<br />

caso português, os custos das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação como o CISTER<br />

são financia<strong>do</strong>s a 100%, tal como num projecto da FCT. Destaca-se que<br />

o orçamento da participação <strong>do</strong> CISTER é <strong>de</strong> aproximadamente meio<br />

milhão <strong>de</strong> euros.<br />

Por último, a curiosida<strong>de</strong> inerente ao ser humano impõe a seguinte<br />

questão: on<strong>de</strong> mais existem os sistemas embebi<strong>do</strong>s? E a resposta é<br />

pronta: “em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>! A maioria das <strong>pessoas</strong> não nota, mas os computa<strong>do</strong>res<br />

embebi<strong>do</strong>s são omnipresentes no seu dia-a-dia”. Des<strong>de</strong><br />

telemóveis, iPods, cartões <strong>de</strong> crédito inteligentes, “boxes” digitais da<br />

Televisão, consolas <strong>de</strong> jogos, máquinas <strong>de</strong> lavar e microondas com programas<br />

ditos inteligentes, to<strong>do</strong>s estes electro<strong>do</strong>mésticos utilizam os<br />

sistemas embebi<strong>do</strong>s. “Qualquer pessoa que olhe à sua volta, se pensar<br />

que em cada equipamento electrónico que vê existe um computa<strong>do</strong>r<br />

embebi<strong>do</strong> percebe rapidamente a sua omnipresença”, concluem.


24<br />

A NOSSA TECNOLOGIA<br />

Physics<br />

LabFARM<br />

Na vanguarda da adaptação aos novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> ensino<br />

que o processo <strong>de</strong> Bolonha impõe, nasce no ISEP um<br />

projecto inova<strong>do</strong>r em Portugal: o Physics LabFARM (Laboratórios<br />

<strong>de</strong> Física <strong>de</strong> Acesso Remoto). Genericamente, este<br />

recurso educacional, concebi<strong>do</strong> como suporte às unida<strong>de</strong>s<br />

curriculares <strong>de</strong> Física, vai permitir a realização <strong>de</strong> experiências<br />

laboratoriais a partir <strong>de</strong> qualquer lugar e a qualquer<br />

hora, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o aluno tenha acesso à Internet. Financia<strong>do</strong><br />

a cem por cento pelo ISEP em cerca <strong>de</strong> 150 mil euros, o<br />

projecto é li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelos <strong>do</strong>centes Gustavo Alves e Arcelina<br />

Marques, e está pronto para arrancar já a partir <strong>do</strong> próximo<br />

ano lectivo. Depois da sua implementação, a vonta<strong>de</strong><br />

é disponibilizar a solução a outras instituições <strong>de</strong> ensino.<br />

acaba por sacrificar a componente laboratorial no plano <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s.<br />

Relativamente aos condicionalismos internos, perante um aumento<br />

gradual <strong>do</strong> número <strong>de</strong> alunos no ISEP nos últimos anos, a sobrelotação<br />

<strong>do</strong>s laboratórios <strong>de</strong> Física é uma realida<strong>de</strong>. Para o professor Gustavo<br />

Alves (<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica) outro<br />

aspecto a salientar é que o ISEP se distingue pelo eleva<strong>do</strong> número <strong>de</strong><br />

alunos a frequentar o horário pós-laboral. Por isso, “temos que lhes dar<br />

condições para que, nos seus tempos livres, possam ter acesso a um<br />

recurso educativo tão importante como o laboratório.”<br />

Tal como se <strong>de</strong> uma equação matemática se tratasse, po<strong>de</strong> dizer-se<br />

que o Physics LabFARM foi a solução encontrada para um problema,<br />

no qual as variáveis em jogo há muito estavam i<strong>de</strong>ntificadas. Analogias<br />

à parte, é preciso enquadrar a criação <strong>do</strong>s laboratórios remotos <strong>do</strong> ISEP,<br />

não só no contexto interno da própria Instituição, mas também a partir<br />

<strong>de</strong> uma perspectiva mais abrangente.<br />

Como constata a professora Arcelina Marques (<strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Física <strong>do</strong> ISEP), “no geral, os alunos não <strong>de</strong>senvolvem competências<br />

suficientes durante o Ensino Secundário e quan<strong>do</strong> chegam<br />

ao Ensino <strong>Superior</strong> revelam <strong>gran<strong>de</strong></strong> falta <strong>de</strong> conhecimentos, o que<br />

conduz, inevitavelmente, ao seu <strong>de</strong>sinteresse e elevada taxa <strong>de</strong> insucesso”.<br />

Para além <strong>de</strong>ste facto, os mentores <strong>do</strong> projecto concordam que<br />

o processo <strong>de</strong> Bolonha, ao diminuir o número <strong>de</strong> horas presenciais,<br />

I<strong>de</strong>ntificadas as “variáveis <strong>do</strong> problema”, o Presi<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> ISEP solicitou<br />

a ambos os <strong>do</strong>centes, <strong>de</strong>fensores acérrimos da aprendizagem experimental,<br />

a apresentação formal <strong>de</strong> uma proposta <strong>de</strong> experimentação<br />

remota. Foi assim apresenta<strong>do</strong> o projecto Physics LabFARM, <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

pelo Centro <strong>de</strong> Inovação em <strong>Engenharia</strong> e Tecnologia Industrial<br />

(CIETI) <strong>do</strong> ISEP há alguns meses atrás, embora a i<strong>de</strong>ia já tivesse nasci<strong>do</strong><br />

há mais tempo.<br />

Em concreto, o Physics LabFARM vai permitir a alunos <strong>do</strong> ISEP, nas<br />

unida<strong>de</strong>s curriculares <strong>de</strong> Física, uma maior autonomia e flexibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> horários na realização <strong>de</strong> algumas experiências laboratoriais. Eliminan<strong>do</strong>-se<br />

parcialmente a obrigatorieda<strong>de</strong> da presença no laboratório,<br />

ultrapassa-se o défice <strong>de</strong> recursos humanos e tecnológicos, incontornável<br />

quan<strong>do</strong> estão em causa centenas <strong>de</strong> alunos.<br />

De forma a evitar qualquer tipo <strong>de</strong> confusão, o professor Gustavo Alves<br />

adverte que não se <strong>de</strong>ve confundir a experimentação remota com a<br />

simulação. Segun<strong>do</strong> o <strong>do</strong>cente, “até há algum tempo atrás, pensava-se<br />

que a simulação era um recurso educativo completo, o que, no meu


A NOSSA TECNOLOGIA<br />

25<br />

exigente, uma vez que irá testar as capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> análise <strong>do</strong> aluno,<br />

através <strong>de</strong> um circuito previamente monta<strong>do</strong>. A última fase <strong>do</strong> projecto,<br />

<strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> raiz pelo ISEP, será também a mais complexa, uma<br />

vez que está em causa a verificação experimental <strong>de</strong> conceitos <strong>de</strong> Física,<br />

como a cinemática, a dinâmica, o trabalho e a energia, a mecânica<br />

<strong>de</strong> corpos rígi<strong>do</strong>s e as oscilações. A implementação <strong>de</strong>sta fase final <strong>do</strong><br />

Physics LabFARM <strong>de</strong>verá estar concluída em Janeiro <strong>de</strong> 2012.<br />

Num serviço que engloba os <strong>do</strong>is pilares da Instituição – <strong>do</strong>centes e<br />

alunos, torna-se fundamental, nesta primeira fase, <strong>do</strong>tar os <strong>do</strong>centes<br />

das ferramentas e conhecimentos necessários para levar o projecto a<br />

bom porto. Neste senti<strong>do</strong>, no passa<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> Junho, realizou-se a primeira<br />

apresentação da solução, direcciona<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>centes <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Física (DEFI), directamente envolvi<strong>do</strong>s na implementação<br />

<strong>do</strong> projecto.<br />

Em Setembro, esclarece o professor Gustavo Alves, “foi feito um workshop<br />

mais formal, sobre a utilização prática <strong>do</strong>s recursos. Estiveram<br />

presentes investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> outras instituições, como o colega Ingvar<br />

Gustavsson <strong>do</strong> Blekinge Institute of Technology, e também alguns elementos<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina, no Brasil”.<br />

ponto <strong>de</strong> vista, está erra<strong>do</strong>. Perante aquilo que estão a utilizar, os alunos<br />

têm uma <strong>de</strong>terminada expectativa, e querem, <strong>de</strong> facto, ver quais<br />

as consequências das suas “or<strong>de</strong>ns”. Quan<strong>do</strong> o aluno está a utilizar um<br />

laboratório remoto está a utilizar equipamento real, não virtual. Através<br />

<strong>de</strong> uma interface gráfica, po<strong>de</strong>m-se manipular efectivamente os circuitos<br />

eléctricos”. Embora haja o risco <strong>de</strong> inadvertidamente o aluno danificar<br />

o equipamento no <strong>de</strong>correr da experiência, o professor Gustavo<br />

Alves não se revela apreensivo, pois como adianta “serão equacionadas<br />

protecções, <strong>de</strong> forma a prevenir esses riscos”.<br />

O “apren<strong>de</strong>r fazen<strong>do</strong>”, <strong>de</strong>staca a professora Arcelina Marques “é crucial<br />

para o processo educativo”. A experiência remota é, portanto, uma<br />

opção complementar viável aos conhecimentos teóricos previamente<br />

adquiri<strong>do</strong>s. Aliás, a <strong>do</strong>cente concebe o futuro da educação concentra<strong>do</strong><br />

numa perspectiva cada vez mais prática, mas com forte componente<br />

científica.<br />

Relativamente ao acesso ao laboratório remoto, será feito através da<br />

plataforma Moodle. Quanto aos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> acesso, esses vão variar<br />

conforme as diferentes fases <strong>do</strong> projecto. Durante a primeira e segunda<br />

fase, o acesso é feito através <strong>de</strong> uma fila <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong>s, em que o sistema<br />

regista os da<strong>do</strong>s e automaticamente passa para o pedi<strong>do</strong> seguinte. A<br />

terceira fase, sen<strong>do</strong> mais complexa, vai permitir aos alunos, um <strong>de</strong> cada<br />

vez, reservar um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo, para realizar todas as<br />

suas experiências. Embora a primeira fase ainda não tenha arranca<strong>do</strong><br />

oficialmente, já existe um aluno <strong>do</strong> ISEP a trabalhar para a solução da<br />

segunda fase <strong>do</strong> projecto, sob orientação <strong>do</strong> professor Manuel Gericota,<br />

para além <strong>de</strong> estar em curso um concurso para contratação <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />

bolseiros que irão <strong>de</strong>senvolver as meto<strong>do</strong>logias da terceira fase.<br />

Com um financiamento total <strong>de</strong> 150 mil euros suporta<strong>do</strong> pelo ISEP, a<br />

intenção <strong>do</strong>s investiga<strong>do</strong>res a longo prazo passa mesmo por disponibilizar<br />

a solução a outras instituições <strong>de</strong> ensino, mais precisamente <strong>escola</strong>s<br />

secundárias. Neste senti<strong>do</strong>, o professor Gustavo Alves confirma que<br />

já houve essa aproximação, nomeadamente através da apresentação<br />

<strong>do</strong> projecto em algumas <strong>escola</strong>s, concluin<strong>do</strong> que o sal<strong>do</strong> não po<strong>de</strong>ria<br />

ter si<strong>do</strong> mais positivo. Para além <strong>de</strong>ste cenário, há ainda a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> interesse na solução por parte <strong>de</strong> outras <strong>escola</strong>s <strong>do</strong> <strong>Instituto</strong> Politécnico<br />

<strong>do</strong> <strong>Porto</strong>.<br />

No futuro, talvez seja possível criar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> laboratórios remotos<br />

com diferentes ofertas <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> Física, para serem partilhadas<br />

pelos alunos das instituições intervenientes.<br />

Desenvolvi<strong>do</strong> em três fases distintas engloban<strong>do</strong> diferentes públicos-<br />

-alvo, o projecto-piloto arranca já este ano lectivo 2010/2011. Nesta<br />

primeira fase, o ISEP integra um consórcio europeu para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da solução, sen<strong>do</strong> a única Instituição portuguesa presente.<br />

Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pelo Blekinge Institute of Tecnology, na Suécia, o consórcio<br />

engloba ainda a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deusto (Espanha), a Universida<strong>de</strong><br />

Politécnica <strong>de</strong> Madrid e a Universida<strong>de</strong> Técnica <strong>de</strong> Viena. Inicialmente,<br />

a experiência piloto vai incidir sobre a área da electricida<strong>de</strong>. Como<br />

explica o <strong>do</strong>cente Gustavo Alves “preten<strong>de</strong>-se avaliar a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> aluno em montar um circuito eléctrico, <strong>de</strong> efectuar medições sobre<br />

esse circuito e <strong>de</strong> interpretar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s”. Para Fevereiro <strong>de</strong><br />

2011, aguarda-se a conclusão da segunda fase <strong>do</strong> projecto, esta mais


26 DEPOIS DO ISEP<br />

“O ISEP foi para<br />

mim também uma<br />

<strong>escola</strong> cívica”<br />

carloS Palhares<br />

Formou-se no ISEP em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Instrumentação e<br />

Qualida<strong>de</strong> Industrial, vestiu a camisola da Associação <strong>de</strong><br />

Estudantes e foi um <strong>do</strong>s primeiros alunos, inseri<strong>do</strong>s no programa<br />

Erasmus, a partir para França. Para Carlos Palhares,<br />

essa etapa da sua vida foi <strong>de</strong>terminante para o seu crescimento<br />

enquanto pessoa e profissional. Empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>r<br />

nato, trabalhou já para várias multinacionais e actualmente<br />

dirige a sua própria empresa, a Mecwi<strong>de</strong>, <strong>de</strong>dicada aos serviços<br />

<strong>de</strong> manutenção e reparação industrial. “A sorte vai ao<br />

encontro <strong>de</strong> quem a procura” é talvez a expressão que melhor<br />

<strong>de</strong>fine o percurso <strong>de</strong> Carlos Palhares, que actualmente<br />

integra o projecto “Role Mo<strong>de</strong>ls – <strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro”, cujo<br />

principal objectivo é a apresentação <strong>de</strong> novos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

sucesso às gerações mais jovens, para além <strong>do</strong>s futebolísticos<br />

e televisivos, tão em voga na nossa socieda<strong>de</strong>.<br />

Do ISEP, Carlos Palhares guarda as melhores recordações: a vivência<br />

interna e um corpo <strong>do</strong>cente com vasta experiência na indústria. Nessa<br />

altura, estávamos no início <strong>do</strong>s anos 90 e, como recorda, “assistia-se a<br />

um fervilhar <strong>do</strong> movimento associativo, pois vivíamos a época da luta<br />

contra as propinas”. Sempre muito liga<strong>do</strong> à Associação <strong>de</strong> Estudantes,<br />

acabou por <strong>de</strong>scurar um pouco a parte académica, mas não se arrepen<strong>de</strong>.<br />

“Perdi um ano lectivo, ten<strong>do</strong> perfeita consciência disso, mas<br />

ganhei em muitos outros aspectos, como o <strong>de</strong>senvolvimento da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> gestão e resolução <strong>de</strong> conflitos. O ISEP foi para mim também<br />

uma <strong>escola</strong> cívica”.<br />

Preten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> “<strong>de</strong>sligar-se” da realida<strong>de</strong> que o cercava até então e <strong>de</strong>dicar-se<br />

a tempo inteiro aos estu<strong>do</strong>s, inscreve-se no programa Erasmus, na<br />

altura a dar os primeiros passos. Em Lille, França, teve a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrar em contacto com uma nova cultura e absorver to<strong>do</strong>s os conhecimentos<br />

que foi adquirin<strong>do</strong> nos meses <strong>de</strong> investigação em laboratório.<br />

De regresso a Portugal, concluiu o curso e rapidamente voltou a trabalhar<br />

na mesma empresa que o tinha visto partir: a Cablinal Portuguesa<br />

(<strong>de</strong>dicada à produção <strong>de</strong> equipamentos para a indústria automóvel),<br />

<strong>de</strong>sta vez para uma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no Departamento<br />

<strong>de</strong> Industrialização. Os convites para novas empresas foram surgin<strong>do</strong><br />

sucessivamente e, com naturalida<strong>de</strong>, sai da Cablinal para a Liar Corporation.<br />

Nesta empresa, esteve primeiro liga<strong>do</strong> à unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Valongo, a<br />

<strong>de</strong>senvolver um projecto para a Renault, ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>pois participa<strong>do</strong> no<br />

arranque <strong>de</strong> uma nova unida<strong>de</strong> industrial na Póvoa <strong>de</strong> Lanhoso, até que<br />

parte para Paris durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um ano.<br />

Analisar to<strong>do</strong> o seu percurso profissional até ao patamar em que se encontra<br />

agora, po<strong>de</strong> ser uma tarefa algo morosa, pois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> ce<strong>do</strong>, mesmo<br />

ainda enquanto estudante, começou a trabalhar, <strong>de</strong>claran<strong>do</strong>-se inimigo<br />

da inércia. Aliás, como constata com alguma tristeza, “actualmente os<br />

jovens não arriscam, falta-lhes coragem. Têm que lutar, ir à procura, não<br />

po<strong>de</strong>m ficar <strong>de</strong> braços cruza<strong>do</strong>s à espera que o emprego venha ter com<br />

eles.” A atitu<strong>de</strong>, o rigor, o empenho, a força <strong>de</strong> acreditar e a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

trabalhar, são características que valoriza, para além <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> prático,<br />

que afirma ser uma qualida<strong>de</strong> bem visível <strong>do</strong>s alunos <strong>do</strong> ISEP.<br />

No entanto, para este self-ma<strong>de</strong> man que subiu a pulso na vida, nem<br />

tu<strong>do</strong> no seu percurso profissional são vitórias. Como reconhece, “o perío<strong>do</strong><br />

mais conturba<strong>do</strong> da minha activida<strong>de</strong> profissional foi em 2002,<br />

quan<strong>do</strong>, enquanto director <strong>de</strong> fábrica da Yasaki em Portugal, tive que<br />

<strong>de</strong>spedir cerca <strong>de</strong> mil trabalha<strong>do</strong>res”.<br />

Como não era esse o seu plano <strong>de</strong> negócios, <strong>de</strong>cidiu partir para uma<br />

nova aventura. Integra então o grupo Simol<strong>de</strong>s para li<strong>de</strong>rar um novo<br />

projecto: a abertura <strong>de</strong> uma fábrica na Roménia, experiência que garante<br />

ter si<strong>do</strong> gratificante. Já como membro <strong>do</strong> Comité Executivo e<br />

Director da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Negócios, o “bichinho” <strong>do</strong> empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>rismo<br />

continuava a crescer. Por isso, em Abril <strong>de</strong> 2004 comete uma “loucura


DEPOIS DO ISEP<br />

27<br />

saudável” ao aban<strong>do</strong>nar uma posição perfeitamente estável, para criar<br />

o seu primeiro projecto pessoal.<br />

Reconstruir uma empresa à beira da falência foi um <strong>de</strong>safio que Carlos<br />

Palhares abraçou com optimismo. Adquiriu cinquenta por cento<br />

da Suleve, empresa subcontratada da Yasaki e, <strong>de</strong> uma situação negativa,<br />

passou para um volume <strong>de</strong> negócios <strong>de</strong> 15 milhões <strong>de</strong> euros,<br />

em 2008, e com três unida<strong>de</strong>s industriais a operar (em Portugal, Marrocos<br />

e Roménia). No entanto, já em 2006, tinha vendi<strong>do</strong> o seu capital<br />

à Delfingen, mas o grupo, reconhecen<strong>do</strong> o mérito <strong>de</strong> Carlos Palhares e<br />

confian<strong>do</strong> na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança, quis que continuasse como<br />

Director-Geral em Portugal, para além <strong>do</strong> assento no Conselho <strong>de</strong> Administração,<br />

que ainda hoje mantém.<br />

O seu mais recente projecto pessoal, que começou a nascer quan<strong>do</strong><br />

ainda estava na Delfinguen, é a Mecwi<strong>de</strong>, empresa <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> manutenção<br />

e reparação industrial. Com um percurso profissional indiscutível<br />

na Indústria Automóvel, esta mudança <strong>de</strong> sector, confessa o<br />

engenheiro, “é uma homenagem ao meu pai, porque ele foi solda<strong>do</strong>r e<br />

forma<strong>do</strong>r na área durante 40 anos”. Em Fevereiro <strong>de</strong> 2009, assite-se ao<br />

arranque efectivo da empresa e, se no primeiro ano atingiu os 600 mil<br />

euros <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> facturação, “contrarian<strong>do</strong> a crise, até ao momento<br />

já somo 1,4 milhões <strong>de</strong> facturação e prevejo ultrapassar os <strong>do</strong>is milhões<br />

<strong>de</strong> euros no final <strong>do</strong> ano”, admite.<br />

estranhar que reconheça que o mun<strong>do</strong> empresarial se move “à velocida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um cruzeiro”. Com uma activida<strong>de</strong> relativamente recente, a<br />

Mecwi<strong>de</strong> já fez intervenções em França e, neste momento, encontra-<br />

-se a operar na Holanda, em Angola, na Suíça, e estão ainda em curso<br />

conversações para a entrada na Nigéria. Para um futuro próximo, quer<br />

que a empresa se consoli<strong>de</strong> e cresça, não pon<strong>do</strong> <strong>de</strong> parte novas internacionalizações.<br />

Com uma carreira profissional notável, o êxito <strong>de</strong>ste engenheiro forma<strong>do</strong><br />

no ISEP não passou <strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong> aos responsáveis pelo projecto<br />

“<strong>Porto</strong> <strong>de</strong> Futuro”, iniciativa da Câmara Municipal <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. O objectivo<br />

<strong>do</strong> projecto é mudar a mentalida<strong>de</strong> das crianças e jovens relativamente<br />

aos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> sucesso na socieda<strong>de</strong> actual, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacam figuras<br />

mediáticas. Nesse senti<strong>do</strong>, foram escolhidas onze personalida<strong>de</strong>s<br />

nortenhas que se <strong>de</strong>stacam pelo seu negócio, a sua atitu<strong>de</strong> e o seu<br />

empenho. Através <strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o que retrata o percurso da sua vida<br />

académica e profissional, para além <strong>de</strong> palestras em várias <strong>escola</strong>s secundárias<br />

<strong>do</strong> Município, Carlos Palhares procura passar a mensagem<br />

<strong>de</strong> que “uma mentalida<strong>de</strong> aberta e atitu<strong>de</strong> positiva são meio caminho<br />

para o sucesso”.<br />

“uma mentalida<strong>de</strong> aberta<br />

e atitu<strong>de</strong> positiva são meio<br />

caminho para o sucesso”<br />

Com cerca <strong>de</strong> 34 colabora<strong>do</strong>res, <strong>gran<strong>de</strong></strong> parte <strong>de</strong>les especialistas nas<br />

áreas <strong>de</strong> soldadura e tubagem, uma das apostas da Mecwi<strong>de</strong> é a “formação<br />

como mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> negócio”. Carlos Palhares constatou que existe<br />

um défice <strong>de</strong> quadros intermédios nesta área e queria colmatar esta<br />

<strong>de</strong>ficiência <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> uma qualificação profissional competente.<br />

Hoje em dia, é esse mesmo um <strong>do</strong>s core business da empresa<br />

pois, tal como evi<strong>de</strong>ncia, “para mim o meu produto é o meu negócio”.<br />

Segun<strong>do</strong> este engenheiro <strong>de</strong> 38 anos, a formação contínua ao longo<br />

da vida é um factor prepon<strong>de</strong>rante. Tal assumpção levou-o a frequentar<br />

o MBA Executivo na Escola <strong>de</strong> Gestão <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, que está prestes a<br />

terminar. A polivalência que o curso <strong>de</strong> engenharia lhe ofereceu, abriu-<br />

-lhe novos horizontes <strong>de</strong> aprendizagem, para além <strong>de</strong> acreditar que “os<br />

engenheiros são gestores por natureza”, se bem que também consi<strong>de</strong>re<br />

que todas as <strong>pessoas</strong> são potenciais gestores.<br />

Ainda assim, não toma nada como adquiri<strong>do</strong> e afirma que “to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vemos<br />

actualizar os nossos conhecimentos, à medida das funções que<br />

vamos <strong>de</strong>sempenhan<strong>do</strong>.” Não põe ainda <strong>de</strong> parte a hipótese <strong>de</strong> regressar<br />

ao ISEP se achar que isso que lhe trará mais-valias. No entanto, adverte<br />

que “as instituições <strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, actualmente com menos<br />

verbas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vem ter uma preocupação acrescida com os actuais<br />

e antigos alunos, porque po<strong>de</strong>m ser eles, novamente, os “próximos<br />

clientes”. Um <strong>do</strong>s caminhos po<strong>de</strong> ser a criação e manutenção <strong>de</strong> uma<br />

“re<strong>de</strong> alumni”.<br />

Além disso, outro aspecto <strong>de</strong>terminante para o sucesso <strong>de</strong> qualquer<br />

pessoa, garante, “é a mundivivência.” A questão geográfica, consi<strong>de</strong>ra,<br />

“ainda é um bloqueio para muitos portugueses e, sinceramente, não<br />

o enten<strong>do</strong>. Procuro sempre transmitir aos meus filhos que hoje o nosso<br />

concorrente está <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> <strong>do</strong> planeta”. Não será por isso <strong>de</strong>


28 BREVES<br />

TECNOLOGIA NAS<br />

PORTAS DA EUROPA<br />

Carla Pinto, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Matemática,<br />

co-organizou um simpósio sobre Mo<strong>de</strong>los<br />

Matemáticos na <strong>Engenharia</strong>, a ter lugar<br />

durante a NSC 10 – III Conferência sobre Ciência<br />

Não linear e Complexida<strong>de</strong> (3rd Conference on<br />

Nonlinear Science and Complexity), que <strong>de</strong>corre<br />

entre 28-31 <strong>de</strong> Julho, em Ancara, Turquia.<br />

O simpósio, co-organiza<strong>do</strong> pela também<br />

investiga<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Laboratório em <strong>Engenharia</strong><br />

Matemática (LEMA), foca-se nos vários<br />

mo<strong>de</strong>los matemáticos (sistemas dinâmicos,<br />

mo<strong>de</strong>los estatísticos, equações diferenciais<br />

e mo<strong>de</strong>los teóricos <strong>do</strong> jogo) usa<strong>do</strong>s para explicar<br />

problemas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> real nas Ciências<br />

Naturais e na <strong>Engenharia</strong>.<br />

Em Setembro, Carla Pinto esteve na ilha <strong>de</strong><br />

Ro<strong>de</strong>s, Grécia, para presidir ao simpósio sobre<br />

Sistemas Dinâmicos em Robótica, evento<br />

inseri<strong>do</strong> no ICNAAM 2010 – VIII Conferência<br />

Internacional <strong>de</strong> Análise Numérica e Matemática<br />

Aplicada (8th International Conference of<br />

Numerical Analysis and Applied Mathematics).<br />

Este encontro científico concentrou-se no aproveitamento<br />

da teoria <strong>de</strong> sistemas dinâmicos<br />

para avançar soluções <strong>de</strong> locomoção robótica.<br />

Actualmente, os sistemas informáticos incorpora<strong>do</strong>s<br />

representam 99% <strong>do</strong> universo<br />

computacional, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>mínio ainda em<br />

crescimento. A evolução da computação incorporada<br />

(embed<strong>de</strong>d computers) facilita o<br />

trabalho em re<strong>de</strong> e interactivo com o meio<br />

físico envolvente (etiquetas RFID, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

sensores sem fios, comunicações nos veículos<br />

são alguns exemplos). Assim, é cada vez<br />

maior o interesse em que as aplicações consigam,<br />

não só ler a sua própria monitorização<br />

ambiental, mas também incorporar as restantes<br />

leituras <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> sistema. Esta inovação,<br />

agora patenteada pelo CISTER, permite a comunicação<br />

integrada <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os computa<strong>do</strong>res<br />

num sistema, reduzin<strong>do</strong> os custos associa<strong>do</strong>s<br />

à comunicação <strong>de</strong> aplicações em larga<br />

escala. As potenciais aplicações <strong>de</strong>sta nova<br />

tecnologia incluem áreas como o controle<br />

<strong>de</strong> materiais inteligentes (como asas <strong>de</strong> aeronaves);<br />

sistemas <strong>de</strong> segurança em veículos;<br />

controle avança<strong>do</strong> <strong>de</strong> motores <strong>de</strong> combustão<br />

e instrumentação <strong>de</strong> sensores corporais em<br />

micro ou nano-escala.<br />

No ISEP existem actualmente seis <strong>do</strong>centes<br />

<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>s com agregação: José Tenreiro<br />

Macha<strong>do</strong> e Zita Vale, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> Electrotécnica; Carlos Ramos, <strong>do</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática;<br />

Cristina Delerue Matos, <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong> Química; Rui Silva, <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> Física e Rui Camposinhos.<br />

O <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> DEC está no ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2000,<br />

sen<strong>do</strong> o director <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em Tecnologia<br />

e Gestão <strong>de</strong> Construções e o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r<br />

científico <strong>do</strong> Grupo <strong>de</strong> Investigação e Consultoria<br />

em <strong>Engenharia</strong> Civil (GICEC).<br />

GECAD INICIA PROJECTO<br />

WORLD SEARCH<br />

O GECAD arrancou em Junho os trabalhos <strong>do</strong><br />

projecto World Search. Li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> pela Microsoft<br />

Portugal, este projecto foi recentemente<br />

aprova<strong>do</strong> pelo Quadro <strong>de</strong> Referência Estratégico<br />

Nacional (QREN).<br />

CISTER AVANÇA PEDIDO<br />

DE PATENTE NOS<br />

ESTADOS UNIDOS<br />

Com um registo recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> patentes provisórias<br />

ou em preparação, o Centro <strong>de</strong> Investigação<br />

em Sistemas Confiáveis e <strong>de</strong> Tempo-Real<br />

(CISTER), em colaboração com a Oficina <strong>de</strong><br />

Transferência <strong>de</strong> Tecnologia e Conhecimento<br />

<strong>do</strong> Politécnico <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> (OTIC.IPP), apresentou<br />

o seu primeiro pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> patente nos EUA.<br />

“Methods and Systems for Incrementally Obtaining<br />

an Interpolation of Sensor Readings”, baseia-se<br />

na experiência <strong>do</strong> CISTER em protocolos<br />

<strong>de</strong> controlo remoto sem fios <strong>de</strong> acesso prioritário<br />

médio e a sua exploração no âmbito das<br />

iniciativas estratégicas em sistemas ciber-físicos.<br />

ENGENHARIA CIVIL<br />

CONTINUA A ELEVAR<br />

PADRÕES<br />

Rui Camposinhos realizou com sucesso provas<br />

<strong>de</strong> agregação na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, em 31 <strong>de</strong> Maio e 1 <strong>de</strong> Junho.<br />

O professor coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil (DEC) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u o projecto<br />

“Revestimentos em Pedra Natural com Fixação<br />

Mecânica - Dimensionamento e Projecto”.<br />

Dividi<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is actos, as provas <strong>de</strong> agregação<br />

apreciaram o currículo <strong>do</strong> professor <strong>do</strong><br />

ISEP, o relatório referente ao programa, conteú<strong>do</strong>s<br />

e méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ensino <strong>do</strong> mestra<strong>do</strong> em<br />

<strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Fachadas e a apresentação e<br />

discussão da lição referente ao projecto.<br />

Com a aprovação por unanimida<strong>de</strong>, Rui Camposinhos<br />

obteve o título <strong>de</strong> agrega<strong>do</strong>. Esta<br />

notícia significa que Rui Camposinhos se<br />

torna no primeiro <strong>do</strong>cente com agregação<br />

na área <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Civil em to<strong>do</strong> o Ensino<br />

Politécnico nacional.<br />

O World Search visa a investigação e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> tecnologias avançadas para<br />

pesquisa <strong>de</strong> informação geral e empresarial. A<br />

inovação <strong>de</strong>ste motor <strong>de</strong> busca consiste na sua<br />

adaptação ao merca<strong>do</strong> da Língua Portuguesa,<br />

falada por mais <strong>de</strong> 210 milhões <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong> (sexta<br />

em termos mundiais), incluin<strong>do</strong> economias<br />

emergentes como o Brasil e Angola. A tecnologia<br />

que se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver terá em atenção<br />

pormenores como a relevância semântica,<br />

aspectos culturais ou socioeconómicos.<br />

Além <strong>do</strong> ISEP, o projecto integra como parceiros<br />

a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro, a Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Lisboa e as empresas MSFT Software para<br />

Microcomputa<strong>do</strong>res, IZone – Knowledge<br />

Systems, Ponto C – Desenvolvimento <strong>de</strong> Sistemas<br />

<strong>de</strong> Informação, Maisis – Sistemas <strong>de</strong><br />

Informação e a PT Comunicações.<br />

Nuno Silva é o coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r das activida<strong>de</strong>s a<br />

serem <strong>de</strong>senvolvidas no ISEP através <strong>do</strong> Grupo<br />

<strong>de</strong> Investigação em <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong> Conhecimento<br />

e Apoio à Decisão (GECAD) – unida<strong>de</strong><br />

que, com os seus 80 investiga<strong>do</strong>res e 51<br />

<strong>do</strong>utora<strong>do</strong>s, representa o maior grupo <strong>de</strong> I&D<br />

<strong>do</strong> Ensino <strong>Superior</strong> Politécnico português.


BREVES<br />

29<br />

O orçamento global <strong>do</strong> projecto é <strong>de</strong> aproximadamente<br />

1.2 M€, caben<strong>do</strong> cerca <strong>de</strong> 94 mil euros<br />

ao IseP. O World Search arrancou em Junho, passa<strong>do</strong><br />

estan<strong>do</strong> sua conclusão prevista para 2012.<br />

CRIAR SOLUÇÕES<br />

TECNOLÓGICAS<br />

PARA AS PME<br />

Amândio Gomes, estudante <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática (DEI), foi um <strong>do</strong>s<br />

ora<strong>do</strong>res convida<strong>do</strong>s <strong>do</strong> workshop IPv6 – Internet<br />

<strong>de</strong> Nova Geração Desafios e Oportunida<strong>de</strong>s,<br />

que se realizou no Hotel <strong>Porto</strong> Palácio,<br />

a 26 <strong>de</strong> Maio.<br />

Organiza<strong>do</strong> pela Fundação para a Computação<br />

Científica Nacional (FCCN), este<br />

evento visou divulgar a tecnologia IPv6,<br />

ten<strong>do</strong> o jovem valor <strong>do</strong> ISEP apresenta<strong>do</strong> a<br />

comunicação “Mais-valia <strong>do</strong> IPv6 para uma<br />

PME tecnológica”.<br />

Enquanto parceira <strong>do</strong> projecto europeu 6DE-<br />

PLOY, a FCCN preten<strong>de</strong> apoiar a implementação<br />

<strong>de</strong> IPv6 em diversas áreas <strong>de</strong> negócio,<br />

servin<strong>do</strong> este workshop para informar as<br />

comunida<strong>de</strong>s académica e empresarial das<br />

vantagens associadas a esta nova realida<strong>de</strong><br />

da Internet.<br />

Amândio Gomes encontra-se a <strong>de</strong>senvolver<br />

um projecto na empresa Neoscopio, sob<br />

orientação <strong>de</strong> Jorge Pinto Leite (DEI), <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se<br />

na sua apresentação a orientação<br />

<strong>do</strong> ISEP para as novas tecnologias e a atenção<br />

e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as adaptar às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong> maior teci<strong>do</strong> produtivo português: as micro,<br />

pequenas e médias empresas.<br />

POR UM FUTURO<br />

SUSTENTÁVEL<br />

Joana Oliveira, Catarina Costa e Mateus Santos,<br />

alunos da Escola Salesiana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>, venceram<br />

o 1º prémio na modalida<strong>de</strong> Girassol no<br />

concurso Rali Solar. O projecto vence<strong>do</strong>r consiste<br />

na produção <strong>de</strong> biodiesel a partir <strong>de</strong> cápsulas<br />

<strong>de</strong> café à base <strong>de</strong> alumínio. Este trabalho<br />

<strong>de</strong> conversão <strong>de</strong> embalagens Nespresso em<br />

fonte <strong>de</strong> energia alternativa foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

no Laboratório <strong>de</strong> Tecnologia Química <strong>do</strong><br />

ISEP, no âmbito da parceria <strong>de</strong> cooperação<br />

entre o Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Química<br />

(DEQ) e o colégio portuense.<br />

O concurso Rali Solar preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

uma cultura científica e empreen<strong>de</strong><strong>do</strong>ra entre<br />

os jovens. Apostan<strong>do</strong> na área das energias<br />

alternativas, esta iniciativa propõe um conjunto<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>safios nas áreas da energia solar,<br />

aproveitamento térmico ou produção <strong>de</strong> biocombustíveis.<br />

Na edição <strong>de</strong> 2010 participaram<br />

186 <strong>escola</strong>s <strong>do</strong> Ensino Básico, Secundário<br />

e Profissional, ten<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> na modalida<strong>de</strong><br />

Girassol o projecto <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> pela<br />

Escola Salesiana <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> com o ISEP.<br />

Esta notícia reflecte várias imagens <strong>de</strong> marca<br />

<strong>do</strong> <strong>Instituto</strong>, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se o compromisso<br />

com tecnologias e mentalida<strong>de</strong>s promotoras<br />

da sustentabilida<strong>de</strong>, a aposta na criativida<strong>de</strong><br />

e na inovação, a abertura à socieda<strong>de</strong><br />

e aproximação às comunida<strong>de</strong>s <strong>escola</strong>res <strong>do</strong><br />

Gran<strong>de</strong> <strong>Porto</strong> e o constante <strong>de</strong>sempenho em<br />

equipas vence<strong>do</strong>ras.<br />

Actualmente, o DEQ lecciona uma licenciatura<br />

e um mestra<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Química,<br />

com especializações em Optimização Energética<br />

na Indústria Química e em Tecnologias <strong>de</strong><br />

Protecção Ambiental.<br />

DEP. DE ENGENHARIA<br />

MECÂNICA ELEGE<br />

DIRECTOR<br />

Paulo Ávila foi reconduzi<strong>do</strong> à frente <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Mecânica (DEM)<br />

(no dia 10 <strong>de</strong> Maio), após ter recolhi<strong>do</strong> 77%<br />

<strong>do</strong>s votos na eleição realizada no final <strong>de</strong><br />

Abril. Licencia<strong>do</strong> em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

pela Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra e mestre em<br />

Produção Integrada por Computa<strong>do</strong>r pela<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho, Paulo Ávila concluiu<br />

o <strong>do</strong>utoramento em 2004 com a <strong>de</strong>fesa da<br />

tese em <strong>Engenharia</strong> <strong>de</strong> Produção e Sistemas,<br />

“Mo<strong>de</strong>lo Rigoroso <strong>de</strong> Selecção <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />

Recursos para o Projecto <strong>de</strong> Empresas Ágeis /<br />

Virtuais para Produtos Complexos”.<br />

Docente no ISEP <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1994, Paulo Ávila integrou<br />

o Conselho Pedagógico em 1997 e a Assembleia<br />

<strong>de</strong> Representantes em 2001, sen<strong>do</strong><br />

director <strong>do</strong> DEM <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2009.<br />

Para o novo mandato, as priorida<strong>de</strong>s assentam<br />

na formação, prestação <strong>de</strong> serviços<br />

e consulta<strong>do</strong>ria, I&D (on<strong>de</strong> DEM alberga o<br />

Centro <strong>de</strong> Investigação e Desenvolvimento<br />

em <strong>Engenharia</strong> Mecânica – CIDEM); internacionalização<br />

(nomeadamente através <strong>de</strong><br />

programas <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> académica); contínua<br />

requalificação <strong>do</strong>s recursos humanos e<br />

promoção <strong>de</strong> um bom ambiente <strong>de</strong> trabalho.<br />

O DEM lecciona actualmente as licenciaturas<br />

em <strong>Engenharia</strong> Mecânica e em <strong>Engenharia</strong><br />

Mecânica Automóvel, os mestra<strong>do</strong>s Construções<br />

Mecânicas e Gestão <strong>de</strong> Processos e<br />

Operações e a pós-graduação em Sistemas<br />

Integra<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gestão da Qualida<strong>de</strong>, Ambiente<br />

e Segurança. Em 2010/2011 lançará o novo<br />

mestra<strong>do</strong> em Energias Sustentáveis.<br />

CONHECIMENTO<br />

INCLUSIVO<br />

O elearning.info – portal da Comissão Europeia<br />

para promoção das tecnologias da informação<br />

e comunicação na aprendizagem ao<br />

longo da vida – publicou recentemente um<br />

artigo <strong>de</strong> Gustavo Alves, <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Electrotécnica.<br />

Intitula<strong>do</strong> “De Ilícitas a Educativas: uma Via<br />

para Converter Máquinas <strong>de</strong> Jogo Ilegais”, o<br />

artigo <strong>de</strong>screve o trabalho realiza<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong><br />

ao abrigo da Re<strong>de</strong> Piá, da responsabilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>s brasileiros Juarez Bento da Silva<br />

(Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina), e<br />

João Bosco Alves (Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Santa Catarina), ten<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong> ISEP<br />

resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> anterior envolvimento no projecto<br />

Alfa RexNet.<br />

O projecto <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> consiste na conversão<br />

<strong>de</strong> máquinas <strong>de</strong> jogo em ferramentas<br />

educativas <strong>de</strong> base computorizada para uso<br />

em <strong>escola</strong>s brasileiras <strong>do</strong> Ensino Básico, instituições<br />

governamentais e não-governamentais<br />

que lidam com comunida<strong>de</strong>s pobres e<br />

socialmente excluídas. O objectivo é <strong>de</strong>senvolver<br />

tecnologias sustenta<strong>do</strong>ras da inclusão<br />

social, passan<strong>do</strong> por uma medida que em simultâneo<br />

reduz factores <strong>de</strong> pobreza (menos<br />

dinheiro gasto em jogo) e promove a educação<br />

(aumentan<strong>do</strong> o acesso e a motivação<br />

para apren<strong>de</strong>r).<br />

Até agora, o projecto já instalou 200 máquinas<br />

<strong>de</strong> jogo convertidas em 40 <strong>escola</strong>s, benefician<strong>do</strong><br />

directamente mais <strong>de</strong> 12 mil crianças.<br />

A evolução <strong>do</strong> projecto permitiu também<br />

<strong>de</strong>senvolver aplicações pedagógicas informatizadas<br />

especialmente adaptadas a crianças<br />

<strong>do</strong> Ensino Básico, e jovens com necessida<strong>de</strong>s<br />

educativas especiais.<br />

A edição nº 19 da eLearning Papers é <strong>de</strong>dicada<br />

ao Ano Europeu <strong>do</strong> Combate à Pobreza e


30 BREVES<br />

à Exclusão Social, ten<strong>do</strong> o artigo <strong>de</strong> Gustavo<br />

Alves si<strong>do</strong> consulta<strong>do</strong> mais <strong>de</strong> 30 mil vezes<br />

em mea<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Junho.<br />

Em Setembro, o ISEP recebeu a visita <strong>do</strong><br />

professor Juarez Silva, ao abrigo <strong>do</strong> protocolo<br />

<strong>de</strong> cooperação académica estabeleci<strong>do</strong><br />

com a UNISUL.<br />

MESTRE DEI RECEBE<br />

MENÇÃO HONROSA<br />

Ludimila Gabriel foi distinguida com uma<br />

menção honrosa no Prémio Nacional <strong>de</strong> Trabalhos<br />

em Inteligência Artificial (TLEIA) 2009.<br />

O concurso da Associação Portuguesa para<br />

a Inteligência Artificial (APPIA) reconheceu o<br />

potencial da diplomada em <strong>Engenharia</strong> Informática<br />

pelo ISEP na iniciativa que preten<strong>de</strong><br />

divulgar valores emergentes.<br />

A APPIA é a associação que representa e promove<br />

a Inteligência Artificial em Portugal, integran<strong>do</strong><br />

mais <strong>de</strong> 300 membros entre instituições<br />

<strong>de</strong> Ensino <strong>Superior</strong>, empresas, estudantes<br />

e investiga<strong>do</strong>res <strong>de</strong> renome internacional.<br />

Com o propóstio <strong>de</strong> comemorar o seu 25º<br />

aniversário, a APPIA reeditou, em 2009, o<br />

Prémio TLEIA, principal distinção nacional da<br />

área e atribuiu uma menção honrosa à diplomada<br />

<strong>do</strong> ISEP. Ludimila Luiza <strong>de</strong> Lima Gabriel,<br />

mestre em <strong>Engenharia</strong> Informática pelo Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Informática <strong>do</strong><br />

ISEP, apresentou a concurso o projecto “Automatic<br />

E-mail Organization”. Resultante da<br />

dissertação <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> orientada por Paulo<br />

Novais, este trabalho foi reconheci<strong>do</strong> como<br />

um <strong>do</strong>s melhores projectos <strong>de</strong> Inteligência<br />

Artificial <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por jovens estudantes<br />

da Comunida<strong>de</strong> Científica Nacional.<br />

Esta experiência espelha ainda as vantagens da<br />

cooperação entre empresas e o ISEP, através <strong>do</strong><br />

patrocínio <strong>de</strong> estágios que permitam <strong>de</strong>senvolver<br />

soluções tecnológicas inova<strong>do</strong>ras e formar<br />

quadros superiores mais competitivos.<br />

CONGRESSO DE<br />

GEOTECNIA COM<br />

PARTICIPAÇÃO DO ISEP<br />

O ISEP participou no 12º Congresso Nacional<br />

<strong>de</strong> Geotecnia, que se realizou em Abril, passa<strong>do</strong><br />

em Guimarães. Promovi<strong>do</strong> pela Socieda<strong>de</strong><br />

Portuguesa <strong>de</strong> Geotecnia, este evento é o<br />

principal encontro da área em Portugal e teve<br />

como tema a “Geotecnia e o Desenvolvimento<br />

Sustentável”.<br />

Aproveitan<strong>do</strong> a larga experiência <strong>do</strong> ISEP, a<br />

organização convi<strong>do</strong>u João Falcão, <strong>do</strong>cente<br />

<strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica<br />

(DEG), para integrar a Comissão Científica<br />

<strong>do</strong> congresso. A participação <strong>do</strong> ISEP contou<br />

ainda com a apresentação das seguintes comunicações:<br />

“Avaliação Geomecânica <strong>de</strong> Maciços<br />

Rochosos Fractura<strong>do</strong>s e as Tecnologias<br />

<strong>de</strong> Perfuração: Consequências Técnico-económicas”;<br />

“Áreas Potenciais <strong>de</strong> Exploração <strong>de</strong><br />

Geomateriais para Enrocamento em Estruturas<br />

Marítimas”; “Uma Previsão da Capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Carga <strong>de</strong> três Estacas <strong>de</strong> Tipologias Diferentes<br />

em Solo Residual <strong>de</strong> Granito”; “Estu<strong>do</strong><br />

Microscópico da Mineralogia <strong>de</strong> uma Amostra<br />

das Camadas <strong>de</strong> Prazeres”; “Contribuição<br />

para o Estu<strong>do</strong> da Combinação <strong>de</strong> Cal com<br />

Cimento no Tratamento <strong>de</strong> Solos”; e “Determinação<br />

<strong>do</strong>s Erros <strong>de</strong> Medição Associa<strong>do</strong>s<br />

a Ensaios in situ. Os Casos <strong>do</strong>s Ensaios DMT,<br />

PMT e CPTU”.<br />

Com uma oferta formativa impar a nível nacional,<br />

ao nível da licenciatura e mestra<strong>do</strong><br />

em <strong>Engenharia</strong> Geotécnica e Geoambiente,<br />

o DEG alberga ainda os centros <strong>de</strong> prestação<br />

<strong>de</strong> serviços Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia<br />

Aplicada (LABCARGA) e Laboratório <strong>de</strong><br />

Geotecnia e Materiais <strong>de</strong> Construção (LGMC).<br />

CIDEM MOSTRA<br />

AVANÇOS DA MECÂNICA<br />

EXPERIMENTAL<br />

Luís Miguel Durão e Daniel Gonçalves, investiga<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Investigação e<br />

Desenvolvimento em <strong>Engenharia</strong> Mecânica<br />

(CIDEM), apresentaram duas comunicações<br />

no 8º Congresso Nacional <strong>de</strong> Mecânica Experimental.<br />

Realiza<strong>do</strong> em Guimarães, em Abril,<br />

este congresso é o principal fórum português<br />

para divulgação e discussão das mais recentes<br />

tendências e avanços na área da Mecânica<br />

Experimental.<br />

Os trabalhos <strong>do</strong> ISEP inci<strong>de</strong>m ambos nos resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> projecto “Furação <strong>de</strong> Estruturas<br />

em Compósitos <strong>de</strong> Matriz Polimérica”, financia<strong>do</strong><br />

pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia<br />

(FCT). “Mo<strong>de</strong>lação da Furação <strong>de</strong> Lamina<strong>do</strong>s<br />

por Elementos Finitos” e “Avaliação <strong>de</strong><br />

Ferramentas para a Furação <strong>de</strong> Lamina<strong>do</strong>s”<br />

são duas comunicações que apresentam um<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação da furação <strong>de</strong> compósitos<br />

basea<strong>do</strong> no software ABAQUS; e um<br />

estu<strong>do</strong> comparativo da extensão <strong>do</strong> dano em<br />

função da geometria da ferramenta.<br />

Ainda em relação ao CIDEM, Luís Durão foi reeleito<br />

no início <strong>de</strong> Abril para continuar a dirigir<br />

o grupo. Recolhen<strong>do</strong> 93% <strong>do</strong>s votos, a equipa<br />

<strong>de</strong> Luís Durão apontou, entre as priorida<strong>de</strong>s<br />

para o triénio 2010-2012, a manutenção da<br />

classificação “Muito Bom” na próxima avaliação<br />

da FCT e o incremento da colaboração<br />

com empresas da região.<br />

AP3E DISTINGUE<br />

MESTRES DO DEG<br />

Luís Fonseca e Luís Ramos, mestres em <strong>Engenharia</strong><br />

Geotécnica e Geoambiente pelo ISEP,<br />

foram galar<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s com uma menção honrosa<br />

no Prémio AP3E <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>do</strong>s Explosivos.<br />

Os trabalhos apresenta<strong>do</strong>s resultam <strong>do</strong>s<br />

projectos <strong>de</strong> mestra<strong>do</strong> “Interacção e Avaliação<br />

entre o Maciço Rochoso e as Tecnologias <strong>de</strong><br />

Perfuração: Consequências Técnico-económicas”<br />

e “Avaliação Geotécnica e Geomecânica<br />

<strong>de</strong> Maciços Rochosos Fractura<strong>do</strong>s para Controlo<br />

da Qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Desmonte”, co-orienta<strong>do</strong>s<br />

por Carlos Galiza e Hél<strong>de</strong>r Chaminé.<br />

Ambos os projectos partem <strong>de</strong> um ponto<br />

comum – as meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> trabalho no<br />

maciço rochoso em duas pedreiras <strong>do</strong> Norte<br />

<strong>de</strong> Portugal – para <strong>de</strong>senvolver resulta<strong>do</strong>s<br />

distintos, mas complementares. A dissertação<br />

<strong>de</strong> Luís Fonseca inci<strong>de</strong> nos rendimentos e tecnologias<br />

<strong>de</strong> perfuração, enquanto Luís Ramos<br />

aborda os <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> perfuração.<br />

Os mestra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>correram em ambiente<br />

empresarial, no Grupo MonteAdriano, complementa<strong>do</strong>s<br />

com investigação no Departamento<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> Geotécnica (DEG),<br />

através <strong>do</strong>s centros <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços<br />

Laboratório <strong>de</strong> Cartografia e Geologia Aplicada<br />

(LABCARGA) e Laboratório <strong>de</strong> Geotecnia e<br />

Materiais <strong>de</strong> Construção (LGMC).<br />

Esta distinção é mais um exemplo da qualida<strong>de</strong><br />

e pertinência <strong>do</strong> trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> a<br />

nível da formação pós-graduada e investigação<br />

no ISEP.<br />

A avaliação <strong>do</strong>s trabalhos foi realizada por um<br />

júri externo à AP3E, composto por elementos<br />

das universida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Évora, Nova <strong>de</strong> Lisboa e<br />

Coimbra e da Or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s Engenheiros, ten<strong>do</strong><br />

a cerimónia <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> prémios <strong>de</strong>corri<strong>do</strong><br />

em Lisboa, no mês <strong>de</strong> Abril.


PROVAS DE DOUTORAMENTO<br />

31<br />

Pseu<strong>do</strong>varieties: i<strong>de</strong>mpotentgenerated<br />

semigroups and<br />

REPRESENTATIONS of DA<br />

Com o avanço <strong>do</strong>s computa<strong>do</strong>res electrónicos na década <strong>de</strong> 1950, o estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s autómatos finitos, um mo<strong>de</strong>lo matemático <strong>de</strong> uma máquina<br />

com um número <strong>de</strong> esta<strong>do</strong>s finitos, teve particular atenção. Os objectivos<br />

eram os mais diversos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o potencial e as limitações<br />

das máquinas, a obter esquemas eficientes para organizar computações.<br />

Motiva<strong>do</strong> em mo<strong>de</strong>lar a activida<strong>de</strong> <strong>do</strong> cérebro humano, Kleene chamou<br />

regulares às linguagens que são reconhecidas por autómatos finitos.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>stas linguagens é fundamental: permite compreen<strong>de</strong>r<br />

o enca<strong>de</strong>amento <strong>do</strong>s cálculos num programa, expressar o comportamento<br />

<strong>de</strong> um processo, <strong>de</strong>screver certas operações <strong>de</strong> um editor <strong>de</strong><br />

texto ou, mais geralmente, <strong>de</strong>screver um algoritmo iterativo. O facto<br />

<strong>de</strong> estas linguagens serem precisamente aquelas que são reconhecidas<br />

por semigrupos finitos clarifica e torna profunda a ligação entre<br />

autómatos finitos, linguagens regulares e semigrupos finitos. A teoria<br />

<strong>de</strong> semigrupos finitos progri<strong>de</strong>, então, ten<strong>do</strong> em vista as aplicações em<br />

Ciências da Computação. Estabeleceu-se uma correspondência entre<br />

certas famílias <strong>de</strong> linguagens regulares e certas classes <strong>de</strong> semigrupos<br />

finitos, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong>s, cujo interesse tem cresci<strong>do</strong><br />

continuamente.<br />

Em “Diamonds are forever: the variety DA”, Tesson e Thérien realçam a importância<br />

da pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong> DA, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> que as linguagens regulares<br />

que lhe correspon<strong>de</strong>m têm certas caracterizações combinatórias, lógicas<br />

e na teoria <strong>de</strong> autómatos que permitem resolver <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> mais<br />

eficiente certos problemas na teoria da computação e da complexida<strong>de</strong>.<br />

Estu<strong>do</strong> da mistura turbulenta <strong>de</strong><br />

jactos coaxiais confina<strong>do</strong>s<br />

Neste trabalho <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento estuda-se a mistura turbulenta <strong>de</strong><br />

jactos coaxiais, recorren<strong>do</strong> a medições experimentais e comparan<strong>do</strong>-<br />

-as com soluções numéricas das equações <strong>de</strong> Navier-Stokes pelo méto<strong>do</strong><br />

da simulação das <strong>gran<strong>de</strong></strong>s escalas (LES, Large-Eddy Simulation).<br />

A equação <strong>de</strong> transporte <strong>do</strong> escalar passivo foi resolvida recorren<strong>do</strong><br />

a esquemas com limita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> fluxo para os termos convectivos e<br />

ao mo<strong>de</strong>lo dinâmico para a contribuição das escalas não resolvidas.<br />

Foram feitos testes <strong>do</strong>s parâmetros numéricos e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lação sen<strong>do</strong><br />

os seus efeitos nos perfis calcula<strong>do</strong>s confronta<strong>do</strong>s com as medições.<br />

A principal contribuição <strong>do</strong> trabalho é o foco nas estatísticas<br />

<strong>de</strong> turbulência <strong>do</strong> escalar passivo, tanto nas medições experimentais<br />

como nas simulações LES. A razão <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s r, entre as<br />

velocida<strong>de</strong>s médias <strong>do</strong>s jactos exterior e interior, teve influência na<br />

incerteza. As menores incertezas nas estatísticas <strong>de</strong> turbulência <strong>do</strong><br />

escalar foram obtidas para as razões <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong>s elevadas, nas<br />

quais houve boa concordância com LES da flutuação <strong>do</strong> escalar. O<br />

fluxo turbulento <strong>de</strong> escalar, raramente analisa<strong>do</strong> em LES <strong>de</strong> escoamentos<br />

complexos, mostrou or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong>za semelhante mas<br />

perfis <strong>de</strong> formas distintas.<br />

A geometria cilíndrica foi simulada utilizan<strong>do</strong> um código valida<strong>do</strong><br />

anteriormente. Usaram-se malhas não ortogonais, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> implementadas<br />

correcções para a não ortogonalida<strong>de</strong> e feita a sua validação<br />

no escoamento no interior <strong>de</strong> um tubo. Os esquemas numéricos<br />

e mo<strong>de</strong>lo dinâmico para o escalar passivo foram valida<strong>do</strong>s num escoamento<br />

em canal plano.<br />

Os trabalhos <strong>de</strong> <strong>do</strong>utoramento consistiram em <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong> problemas<br />

interliga<strong>do</strong>s. Num <strong>de</strong>les, estudaram-se alguns opera<strong>do</strong>res sobre<br />

pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> semigrupos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s em termos <strong>do</strong>s subsemigrupos<br />

gera<strong>do</strong>s por i<strong>de</strong>mpotentes. O outro consistiu no estu<strong>do</strong> da<br />

pseu<strong>do</strong>varieda<strong>de</strong> DA ten<strong>do</strong> como resulta<strong>do</strong>s várias representações <strong>do</strong>s<br />

semigrupos pró-DA livres (semigrupos que contêm informação valiosa<br />

acerca das proprieda<strong>de</strong>s algébricas e combinatórias <strong>do</strong>s semigrupos<br />

<strong>de</strong> DA). Como aplicação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ssas representações, obteve-se<br />

uma solução eficiente (com complexida<strong>de</strong> polinomial) <strong>do</strong> problema da<br />

ω-palavra sobre DA. Os chama<strong>do</strong>s problemas da palavra têm <strong>de</strong>sempenha<strong>do</strong><br />

um papel muito importante em vários ramos da Matemática.<br />

Nome<br />

Ana Moura<br />

Área Científica<br />

Matemática (Semigrupos, Autónomos e Linguagens)<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor Doutor Jorge Almeida (FCUP)<br />

As estatísticas <strong>do</strong> escalar passivo foram insensíveis a mudanças nos<br />

termos difusivos das equações e é proposta uma ligação com a hipótese<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência da difusivida<strong>de</strong>: o comportamento <strong>do</strong> escalar<br />

passivo é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong>s termos difusivos e, no LES <strong>de</strong> um<br />

escalar passivo, a média <strong>do</strong> campo escalar po<strong>de</strong> obter-se usan<strong>do</strong><br />

uma equação hiperbólica.<br />

Nome<br />

Pedro Miguel Areal<br />

Área Científica<br />

<strong>Engenharia</strong> Mecânica: Simulação numérica computacional em<br />

mecânica <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s<br />

Orienta<strong>do</strong>r<br />

Professor Doutor Laginha Palma (FEUP)<br />

Local<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />

Data da Prova<br />

Fevereiro 2009<br />

Local<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Aveiro<br />

Data da Prova<br />

Maio 2010

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