Teatro de Arena - Centro Cultural São Paulo
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<strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> <strong>Arena</strong> ::<br />
Edu Lobo, Vinícius <strong>de</strong> Moraes e Ruy Guerra. Relato histórico e música se<br />
unem, procurando falar do presente, com fatos do passado. Em “<strong>Arena</strong><br />
conta Tira<strong>de</strong>ntes”, <strong>de</strong> 1967, emprega-se um sistema proposto por Boal,<br />
já iniciado em “Zumbi”, o “sistema coringa”, resumido em quatro pontos:<br />
“<strong>de</strong>svinculação do ator e personagem; atores grupados sob a perspectiva<br />
<strong>de</strong> narradores; ecletismo <strong>de</strong> gênero e estilo; e presença da música”.<br />
Crescendo a repressão imposta pela ditadura militar, as formas <strong>de</strong><br />
combate tornam-se muito mais fortes. É o que propõe o espetáculo<br />
“1ª Feira Paulista <strong>de</strong> Opinião”, nascida <strong>de</strong> uma pergunta feita aos<br />
dramaturgos, artistas plásticos e compositores: “O que pensa você do<br />
Brasil <strong>de</strong> hoje?” Enviado o texto a Brasília, volta com 71 cortes, e com<br />
15 páginas.<br />
Inicia-se um movimento para a liberação na íntegra da peça. Em 7<br />
<strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1968 a peça é representada, num ato <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência civil.<br />
Uma liminar garantirá a apresentação da peça, após ser proibida.<br />
Cercado em sua liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão o <strong>Arena</strong> viaja: Estados Unidos,<br />
México, Peru. Em 26 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1971 apresenta-se no festival <strong>de</strong> Nancy,<br />
com “<strong>Arena</strong> conta Zumbi”.<br />
Para a crítica Maria Thereza Vargas: “O elenco e a direção fazem<br />
<strong>de</strong> tudo para que o projeto do TA não morra. De março a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />
1970, Cecília Thumin e Heleny /guariba dirigem um curso <strong>de</strong> interpretação<br />
em mol<strong>de</strong>s puramente mo<strong>de</strong>rnos. Derivado do curso, surge o “<strong>Teatro</strong> <strong>de</strong><br />
Jornal”, gerando espetáculos a partir do noticiário diário; e no andar <strong>de</strong><br />
cima, o Grupo Construção, sob a direção <strong>de</strong> Celso Nunes, inaugura um novo<br />
espaço, o “Areninha”, com a peça “Um, Dois, Três <strong>de</strong> Oliveira Quatro”,<br />
<strong>de</strong> Lafayette Galvão. O “Núcleo dois do <strong>Arena</strong>”, grupo já funcionando<br />
oficialmente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1967 com propósitos <strong>de</strong> revitalização e itinerância, é o<br />
responsável pela montagem em 1971 <strong>de</strong> “Doce América, Latino América”,<br />
uma criação coletiva do elenco. Tentativas <strong>de</strong> encenações esporádicas nada<br />
mais acrescentam. A prisão <strong>de</strong> Augusto Boal, problemas econômicos e<br />
a dispersão <strong>de</strong> integrantes históricos do teatro fazem com que o <strong>Arena</strong>,<br />
aos poucos, perca seu verda<strong>de</strong>iro significado. Apenas o espaço, sob a<br />
responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luiz Carlos Arutim , permanece, mas agora como uma<br />
simples casa <strong>de</strong> espetáculos a ser alugada”.<br />
O Serviço Nacional <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>, órgão do Ministério da Educação e Cultura,<br />
adquire a área já em processo <strong>de</strong> dissolução, evitando que o prédio se<br />
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