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Novas Linguagens, Novas Tecnologias ::<br />

e histórica, pelo menos da nossa formação ocidental. É essa a nossa<br />

referência, é o mundo da forma da Grécia, passando pelo renascimento<br />

italiano até hoje, e também pela Bauhaus. É esse o caminho. Essas são<br />

nossas principais referências de forma, e temos de fazer com toda a margem<br />

de liberdade. Não podemos fazer design pensando: Nós temos que fazer<br />

parecido com... porque o Philippe Starck agora lançou a moda, então temos<br />

que retorcer uma cadeira. Boa parte do que o Philippe faz tem muita razão<br />

de ser, é profunda, tanto em forma como em tecnologia. Infelizmente,<br />

porém, a leitura que se faz é superficial, uma leitura de estilema. Assim,<br />

você reconhece alguns estilemas Philippe Starck e passa a produzir, a<br />

projetar de acordo com eles. Na verdade, você não mergulha no que seria<br />

realmente a forma necessária ou a forma a que se chegaria pesquisando<br />

de maneira autônoma. Pesquisar de maneira autônoma significa utilizar<br />

nosso universo cultural também.<br />

Ao pesquisar de forma autônoma, chegamos a uma produção brasileira<br />

não porque deliberadamente nós resolvemos fazer uma produção verdeamarela.<br />

Essa é a diferença. A gente pode ter uma produção brasileira<br />

se operarmos de maneira muito livre. O livre é o autônomo. Não é o<br />

vale-tudo, é procurarmos a melhor forma na nossa tradição ocidental.<br />

Usando nossos recursos, vamos acabar usando o nosso mundo, as nossas<br />

referências, inclusive o vernáculo brasileiro. Todavia, não devemos partir<br />

daí. Quem parte daí começa a usar peninhas de índio, a botar madeira de<br />

qualquer jeito no mobiliário.<br />

Se nós pudermos projetar que seja um caderno de escola, se<br />

conseguirmos levar o máximo de autonomia <strong>para</strong> esse projeto -- existe<br />

uma mania de se querer que o design resolva todos os problemas do mundo<br />

e do Brasil –, levar o máximo de perspectiva, elevar o nível do projeto,<br />

conseguir a forma da mais alta qualidade e trabalhar com diferenças<br />

autônomas, seguramente estaremos contribuindo.<br />

Dizem que o folclore é importante. Eu acho que nosso processo de<br />

urbanização foi devastador e rápido, e o folclore, geralmente, é associado<br />

a tradições rurais. A gente tem um momento autônomo de pensamento,<br />

que é o da arquitetura moderna brasileira, que tentou fazer o máximo com<br />

técnicas contemporâneas, que tentou traduzir as nossas necessidades de<br />

proteção do sol e dos nossos brises com recursos muito contemporâneos.<br />

Então, tenho um pouco de aflição dessa coisa do brasileiro folclórico.<br />

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