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Novas Linguagens, Novas Tecnologias ::<br />
:: Produção em série<br />
A maioria dos produtos eu faço em série. Entendo que o produto como<br />
peça de design só se justifica a partir do momento em que ele é produzido<br />
em série. Senão, ele se transforma em protótipo ou em peça única. Isso<br />
não é design. É interessante como experiência, como os irmãos Campana<br />
fazem, desenvolvendo peças produzidas por uma empresa italiana.<br />
Durante a produção dos objetos que desenvolvo, procuro sempre ter<br />
comigo um artesão ou um marceneiro. Trabalho muito com o profissional<br />
ligado à madeira, pois o processo é muito parecido. Um marceneiro,<br />
um serralheiro, ou mesmo uma equipe própria, treinada por mim, foram<br />
contratados <strong>para</strong> fazer a exposição do Sesc, com a qual trabalho há anos.<br />
Atualmente, eles são contratados por tarefa, mas passaram cinco anos<br />
trabalhando comigo. Eu os treinava <strong>para</strong> fazer os produtos. Em certos<br />
momentos, dependendo da quantidade, ficavam na oficina orientando e<br />
treinando outros grupos.<br />
No mobiliário, não surgiu nenhum pedido de cem cadeiras ou mesas.<br />
Assim, eu acabo fazendo a produção com a minha equipe interna. Já<br />
no caso da embalagem, que é o que pretendo fazer com os produtos, a<br />
partir do momento que apareça uma demanda maior, treino um grupo à<br />
parte, que busco em hospital psiquiátrico, em presídio, em comunidade<br />
organizada de favela ou em cooperativa de catadores de papel. Mas é<br />
uma coisa pontual. Se tenho um grande trabalho, imagino: <strong>para</strong> esse<br />
trabalho, pela quantidade, pelas características, o grupo tal seria bacana,<br />
talvez ele possa me atender. Explico, ensino, faço testes até aprenderem.<br />
E remunero, obviamente, por essa atividade.<br />
Infelizmente, como em geral tenho grandes exposições que envolvem<br />
vários grupos, após o término não tenho como dar continuidade à<br />
ocupação. Na época em que trabalhamos no Carandiru – produção de<br />
embalagens de papel trançado <strong>para</strong> a linha Natura Ekos --, era minha<br />
intenção dar continuidade, mas não existe demanda <strong>para</strong> papel que a<br />
justifique.<br />
O trabalho <strong>para</strong> a Natura tinha um apelo ecológico pelo próprio nome<br />
da linha. Era uma embalagem feita com papel reciclado industrial <strong>para</strong> o<br />
lançamento de um sabonete. A encomenda foi de 300 mil unidades; só<br />
no presídio foram feitas 150 mil. Foi muito bacana, um exemplo de como<br />
as coisas podem dar certo e todos ficarem satisfeitos. Porque fiz meu<br />
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