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Campus ENTREVISTA
IVO SANTOS É O NOVO PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO ACADÉMICA DO PORTO
«Hoje contestação
«OS CANDIDATOS AO ENSINO
SUPERIOR TÊM O DIREITO DE
SABER O QUE OS ESPERARÁ
NO FINAL DO CURSO EM QUE IN-
não significa
extremar de posições»
GRESSAM, PARA QUE NÃO SE SINTAM
ENGANADOS QUANDO SE GRADUAREM»
EMPOSSADO EM JANEIRO COMO PRESIDENTE
DA FEDERAÇÃO ACADÉMICA DO PORTO, IVO
SANTOS, DEFENDE QUE NA LUTA ESTUDANTIL
«TEM DE SE PRIVILEGIAR O DIÁLOGO, AS “LU-
TAS DE GABINETES”, O ESGRIMIR DE ARGU-
MENTOS», EM VEZ DAS ACÇÕES DE RUA. CON-
SIDERA AINDA QUE AS CAUSAS ESTUDANTIS
«NÃO SÃO NO FUNDO MUITO DIFERENTES DAS
DE SEMPRE: UM ENSINO SUPERIOR DE QUALI-
DADE E ACÇÃO SOCIAL JUSTA».
» EMPRESA LUSA
LANÇA INOVAÇÃO
MUNDIAL
A WIT Software, líder em
soluções convergentes fixomóvel,
vai apresentar novas
tecnologias no GSMA
Mobile World Congress, um
dos eventos de telecomunicações
mais importantes
do mundo, a decorrer entre
os dias 11 e 14 de Fevereiro,
em Barcelona. Pela
primeira vez a nível mundial,
uma empresa faz a integração
de serviços de telefonia
móvel e serviços de
comunicação na Internet
numa aplicação para PC de
um operador móvel.
06 [28 [11 FEV JAN 2008]
6
» Margarida Rolo de Matos
mmatos@munouniversitario.pt
COMO VÊS O ACTUAL ESTA-
DO DO ENSINO SUPERIOR?
As revisões estatutárias
que agora se estão a fazer
devem ser feitas o melhor
possível, para que possam
alicerçar verdadeiros casos
de sucesso durante largas
décadas. Mais do que competições
entre esta e aquela
instituição nacional, os
estudantes querem as
suas instituições bem colocadas
em rankings europeus
e mundiais.
QUAL O BALANÇO QUE
FAZES DA IMPLEMENTAÇÃO
DE BOLONHA?
Bolonha não foi implementado;
Bolonha é um processo
que se está a (tentar)
implementar. Não estando
terminado não me
«BOLONHA NÃO FOI IMPLEMENTA-
DO. É UM PROCESSO QUE SE ESTÁ
A (TENTAR) IMPLEMENTAR»
cumpre ainda fazer qualquer
balanço; o que não
significa que não deva ser
feita uma avaliação séria
que, ao estilo de Bolonha,
seja uma avaliação contínua.
HÁ MUITO TEMPO QUE NÃO
HÁ UMA GRANDE ACÇÃO
DE CONTESTAÇÃO A NÍVEL
NACIONAL. A QUE SE DEVE?
Pensar que há muito tempo
que não há uma grande acção
de contestação estu-
Uma federação,
um único cartão
«Pensamos que a criação
de um Cartão da
Academia do Porto será
a ferramenta ideal para
corresponder a uma
maior identificação dos
estudantes à FAP e invariavelmente
às associações
suas federadas.
Do estabelecimento de
parcerias resultarão
benefícios claros à sua
utilização e este poderá
até ser, no futuro, o
cartão único que alie
vantagens para os estudantes».
dantil a nível nacional é ignorar
por completo a acção
do movimento estudantil
nos últimos anos. A determinada
altura houve uma
mudança estratégica
porque
se re-
conhe-
ceu que
não é da rua
que as vozes e
opiniões, se fazem melhor
ouvir. Tem de se privilegiar o
diálogo, o trabalho de estudo
de propostas sólidas, as
“lutas de gabinetes”, o esgrimir
de argumentos. Contestação
não significa hoje
extremar de posições — atitude
de teimosos –, significa
diálogo e negociação.
PERDIDA A LUTA CONTRA AS
PROPINAS E A IMPLEMENTA-
ÇÃO DE BOLONHA QUAIS
SÃO HOJE AS GRANDES CAU-
SAS DOS ESTUDANTES?
Nenhuma dessas lutas está
perdida. Continuamos a
acreditar na Constituição
da República Portuguesa e
no estabelecimento progressivo
da gratuidade de
todos os graus de ensino.
Continuamos a acreditar
que Bolonha pode ser uma
oportunidade, não tem que
ser uma ameaça. As causas
de hoje não são muito
diferentes das de sempre:
um ensino superior de qualidade
superior e acção social
justa.
COMO VÊS A PUBLICAÇÃO DE
UMA LISTA DE EMPREGABILI-
DADE DOS CURSOS?
É uma medida positiva se
for vista como um factor de
transparência das instituições:
os candidatos ao ensino
superior têm o direito
de saber o que os esperará
no final do curso em que ingressam,
para que não se
sintam enganados quando
se graduarem, nem sintam
as suas legítimas expectativas
frustradas por falta de
informação. Tal publicação
não deve é ser assumida
pelas instituições como um
BI
Ivo Santos, 23 anos, é natural
de Ermesinde, e frequenta
actualmente o último
ano do primeiro ciclo
de Engenharia Civil no Instituto
Superior de Engenharia
do Porto (ISEP). A
nível associativo, foi representante
dos alunos do ensino
superior politécnico
no Conselho Nacional de
Educação e durante dois
anos presidente da associação
de Estudantes do
ISEP. Foi ainda vice-presidente
da FAP.
campo de batalha, antes
como uma oportunidade
para corrigir a organização
da rede de ensino superior
e da oferta formativa existente.