VAI UMA FRANCESINHA? - Mundo Universitário
VAI UMA FRANCESINHA? - Mundo Universitário
VAI UMA FRANCESINHA? - Mundo Universitário
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
PUB<br />
DR<br />
<strong>VAI</strong> <strong>UMA</strong><br />
<strong>FRANCESINHA</strong>?<br />
NÃO SE TRATA DE UM FESTIVAL GASTRONÓMICO,<br />
É O SALÃO ERÓTICO QUE R<strong>UMA</strong> AO NORTE. VEM AÍ<br />
O EROS PORTO’ 08 ONDE APRENDER TAMBÉM<br />
É PALAVRA DE ORDEM. P. 10 e 11<br />
Directora: Raquel Louçã Silva | Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2008 | Nº 93 | Semanal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />
LUSÓFONA PRODUZ CERVEJA<br />
“Loirinha” benéfica para o exercício físico P. 4<br />
GANHA PRÉMIOS COM O MU<br />
Bilhetes para o cinema, teatro e para o Eros Porto’ 08 P. 10, 13 e 14
PUB
Sumário<br />
4 [28 de Janeiro de 2008]<br />
Dito<br />
&<br />
Feito<br />
«Há atletas que vão ter que se cuidar. Aqueles que andam<br />
a jogar com 2 e 3 quilos acima do peso, bunda grande,<br />
menos preocupados com o futebol e mais com a noite,<br />
desfiles e moda, se não tiverem uma vida mais regrada<br />
podem perder o autocarro pelo caminho»<br />
Scolari, a propósito da selecção dos jogadores para o Europeu, in expresso.pt<br />
EDITORIAL<br />
Raquel Louçã Silva [Directora]<br />
rsilva@mundouniversatio.pt<br />
Menu de carnaval<br />
Acaba esta sema e o convite à farra carnavalesca torna-se irresistível.<br />
Estudos de lado, missões académicas melhor ou pior conseguidas,<br />
e há que libertar tensões acumuladas. Já sabes do<br />
que é que te vais mascarar? Que tal d@ Profess@r@ com<br />
quem não conseguiste estreitar um laço, digamos, amigável<br />
durante todo o semestre? Pode sempre ser uma forma de<br />
entrares na sua pele e, quem sabe, perceber melhor aquilo<br />
que até então te pareceu ser uma personalidade complexa<br />
só possível de vir de outro planeta. Ou então pode pura e simplesmente<br />
servir para te divertires. Nós, que não dormimos<br />
em serviço, sugerimos-te algumas possibilidades de sacudir<br />
esse esqueleto [p.18].<br />
Entretanto, e porque também nós queremos entrar na farra,<br />
fazemos um intervalo de uma semaninha nas edições regulares,<br />
e regressamos no dia 11 de Fevereiro – aponta na agenda!<br />
É também por não haver edição na próxima semana que<br />
aproveitamos já para te falar do primeiro Salão Erótico que se<br />
realiza na invicta, de 7 a 10 de Fevereiro [p.10]. Sabemos que é<br />
um evento com sucesso garantido (os números de visitantes das<br />
anteriores edições em Lisboa não deixam dúvidas) e de alguma<br />
forma desconfiamos que o assunto te desperta o interesse. Não<br />
estamos com meias medidas e fazemos dele o pano de fundo<br />
desta edição.<br />
Mas a vida é muito mais do que festa e sexo, também é cerveja<br />
e...investigação (calma, calma, que nós aqui mantemos a decência).<br />
Já a semana passada te tínhamos dito em duas ou três linhas<br />
que a Lusófona agora tinha uma fábrica de cerveja integrada<br />
nas suas instalações. Não aguentámos a curiosidade e fomos<br />
mesmo visitar a dita cuja [p.4]. Ali faz-se investigação a sério,<br />
serve para @s alun@s universitári@s porem em prática o que<br />
aprendem nas cadeiras teóricas e com um mote bem interessante,<br />
reconheça-se. E até serve para receber visitas de estudo<br />
do secundário e motivar os mais novos a seguirem carreiras na<br />
área da ciência.<br />
In<br />
Os portugueses estão cada<br />
vez mais obesos. O Estudo da<br />
Prevalência da Obesidade em<br />
Portugal apresenta resultados<br />
preocupantes: 34,9 por cento<br />
dos portugueses tem peso a<br />
mais.<br />
Foto da Semana<br />
DR<br />
Portishead regressam 10<br />
anos depois. A 26 de Março<br />
no Coliseu do Porto e a 27 no<br />
de Lisboa, a banda de Beth<br />
Gibbons vai voltar a dar-nos<br />
música.<br />
Bienal Experimenta Design<br />
está garantida. Depois de em<br />
2007 não se ter realizado, este<br />
ano regressa a Lisboa e segue<br />
para Amesterdão com vista à<br />
internacionalização.<br />
Centro de Língua Portuguesa<br />
em Oxford recebe elogios. O<br />
meio académico inglês rendeuse<br />
a uma programação que<br />
convida personalidades portuguesas<br />
a debater a lusofonia<br />
e a Europa.<br />
Alerta! Vacina contra o colo<br />
do útero. Na Alemanha e na<br />
Áustria morreram duas jovens<br />
depois de terem tomado a<br />
vacina Gardasil. A notícia causa<br />
algum alarmismo ou não<br />
tivessem 19 mil mulheres<br />
tomado a mesma, em Portugal.<br />
Jovens vão viver num mundo<br />
pior. Um estudo realizado para<br />
o Fórum Económico Mundial<br />
avança que 71 por cento dos<br />
portugueses estão convencidos<br />
de que os jovens viverão num<br />
mundo inseguro e 44 por cento<br />
acreditam que, como se não<br />
bastasse, também vão ter que<br />
viver com poucos meios<br />
económicos.<br />
Out<br />
<br />
O actor Australiano Heath Ledger (à esq.) morre aos 28 anos. Tornou-se conhecido ao encarnar, em 2005,<br />
a personagem de Ennis del Mar em Brokeback Mountain (a fotografia é do filme em questão), uma história de amor entre<br />
dois cowboys . Mais recentemente, foi um dos seis actores escolhidos para interpretar o papel de Bob Dylan na biopic I'm<br />
Not There. E ainda fazia de Joker no novo filme da saga Batman. A morte não escolhe idades e indepentendemente do que<br />
tenha sido e feito é uma pena por ser tão novo. R.I.P.<br />
FICHA TÉCNICA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco<br />
Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Edgar Amaral, Margarida Rolo Matos | Colaboradores: Geraldes Lino | Cronistas: Mariana Seruya Cabral, Marta Crawford, Paulo Anes | Estagiária: Raquel Ramos |<br />
Fotografia: Mónica Moitas | Revisão: Neida Fernandes | Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Joana Túlio | Marketing: Rui Gonçalves e Vanda Filipe | Publicidade: Gisela Correia e Paula Reis (Account Director) | Sede Redacção: Estrada da<br />
Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de<br />
Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.
Cerveja, um produto milenar<br />
A produção de cerveja iniciou-se por Romanos e dava-se aos exércitos para<br />
volta de oito mil anos a.C., difundindose,<br />
na Antiguidade, entre os povos da combate. A sua produção desenvolveu-<br />
levantarem a moral antes de irem para<br />
Suméria, Babilónia e Egipto. Esta bebida<br />
foi ainda produzida pelos Gregos e mentação de<br />
se paralelamente aos processos de fer-<br />
cereais.<br />
Campus [destaque]<br />
5<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
MÓNICA MOITAS<br />
FÁBRICA-PILOTO ENTRE UNIVERSIDADE LUSÓFONA E CENTRAL DE CERVEJAS<br />
Lusófona<br />
aposta na cerveja<br />
A UNIVERSIDADE LUSÓFONA E A CENTRAL DE CERVEJAS UNIRAM-SE NA ÁREA DA PRODUÇÃO<br />
E DE INVESTIGAÇÃO DE CERVEJA A SEMANA PASSADA, OFERECENDO AQUELA EMPRESA <strong>UMA</strong><br />
FÁBRICA-PILOTO À INSTITUIÇÃO. A BOÉMIA FOI UM DOS REBENTOS GERADOS NAQUELA UNI-<br />
VERSIDADE QUE HÁ MUITO FAZ INVESTIGAÇÃO NA ÁREA.<br />
MÓNICA MOITAS<br />
Margarida Rolo de Matos<br />
mmatos@munouniversitario.pt<br />
Para por mãos à obra na descoberta<br />
de novos tipos de cerveja<br />
na Universidade Lusófona de<br />
Humanidade e Tecnologias (UL-<br />
HT), em Lisboa, falta apenas a<br />
fábrica-escolar estar apta a nível<br />
de equipamento. Até ao final do<br />
ano lectivo, vai estar tudo operacional.<br />
Entretanto, continuam a<br />
ser feitas investigações e produções<br />
da bebida mais simples<br />
pela parte dos docentes e alunos<br />
de Engenharia Biotecnológica, no<br />
âmbito do acordo de cooperação<br />
entre a ULHT e a Sociedade Central<br />
de Cervejas e Bebidas (SCC).<br />
Um trabalho que já tinha vindo a<br />
ser desenvolvido há um ano,<br />
apesar de o protocolo entre as<br />
duas entidades só ter sido firmado<br />
a 17 de Janeiro.<br />
BOÉMIA NASCE<br />
NA LUSÓFONA<br />
Para a docente responsável<br />
pela parceria, Laura Vasconcelos<br />
o objectivo desta união passa<br />
por uma produção a pequena<br />
escala que permita «aprimorar a<br />
cerveja e a descoberta de novos<br />
tipos, uma vez que na própria indústria<br />
falta tempo para inovar».<br />
A este propósito, Laura Vasconcelos,<br />
exemplifica que a cerveja<br />
Boémia foi gerada através<br />
destes estudos naquela instituição<br />
universitária. A fermentação<br />
contínua com imobilização<br />
de células, o uso de<br />
engenharia genética para melhorar<br />
as estirpes de leveduras,<br />
actualmente utilizadas na indústria<br />
e a fabricação de novos produtos,<br />
na vertente dos chamados<br />
alimentos funcionais são<br />
também os objectivos futuros<br />
desta parceria.<br />
Em declarações à agência<br />
Lusa, no dia da assinatura do<br />
protocolo, o presidente da<br />
Comissão Executiva da SCC, Alberto<br />
da Ponte, afirmou que o<br />
projecto se destina a «ensinar os<br />
estudantes a trabalhar com uma<br />
unidade industrial», beneficiando<br />
da criatividade dos jovens e dinamizando<br />
«uma inovação de<br />
certo modo revolucionária no<br />
sector das cervejas». «Com a inovação<br />
há crescimento, com o<br />
crescimento há riqueza, e é isso<br />
que esperamos criar para o<br />
benefício de todos», defendeu<br />
ainda.<br />
E adiantou: «Nós já contribuímos<br />
1,5 por cento para o PIB nacional,<br />
mas esperamos com isto<br />
poder vir um dia a contribuir com<br />
2 por cento [com bebidas como<br />
as cervejas Sagres e Guinness,<br />
as águas Luso e Cruzeiro e os refrigerantes<br />
Joi e Spirit]». O presidente<br />
da Central explicou ainda<br />
que a cerveja aí produzida tem,<br />
para já, fins de investigação e<br />
não de introdução no mercado<br />
mas avançou com a hipótese de<br />
lançar ideias «revolucionárias»,<br />
caso surjam, «a um preço e a um<br />
custo industrial acessíveis». Para<br />
já este é mesmo um projecto pioneiro<br />
e não estão previstos protocolos<br />
com outras instituições universitárias.<br />
Sabias que a cerveja é benéfica<br />
para a saúde?<br />
Durante a sessão experimental os futuros engenheiros foram explicando à<br />
turma do 12º B que a cerveja é saudável. «Para além de ficarmos mais<br />
alegres», disse com um ar brincalhão, Paulo, esta bebida tem outras<br />
vantagens. Para as grávidas, a cerveja preta, mais pesada, é um bom<br />
complemento nutricional, sobretudo, em proteínas. Se és paranóico com os<br />
cuidados estéticos, ficas a saber que a espuma da cerveja faz bem à pele,<br />
tornando-a mais suave. E olha que esta técnica era utilizada pelas<br />
civilizações mais antigas, numa altura em que os cremes de beleza ainda<br />
não eram moda. E se queres ficar mesmo feliz toma nota disto: meio litro<br />
desta bebida por dia para as mulheres e um quarto de litro para os homens<br />
reduz a osteoporose e a possibilidade de ataques miocárdios. E esta, hein?<br />
Mas ainda não é tudo. Se depois de ires ao ginásio, ficas derreado de dores<br />
musculares, aqui está a solução: a seguir ao exercício vai ao café e bebe<br />
umas cervejas com os teus amigos porque o lúpulo, uma das matériasprimas<br />
da bebida, ajuda a relaxar os músculos. Afinal, quem é que disse<br />
que a cerveja só faz barriga?<br />
“Criar Saberes” junto de escolas secundárias<br />
«Vamos fazer a nossa própria<br />
cerveja?», perguntavam<br />
entusiasmados os alunos do 12º B<br />
da Escola Secundária de Linda-a-<br />
Velha, na sessão experimental de<br />
produção de cerveja, do passado<br />
dia 23. É que para já, enquanto a<br />
instalação-piloto não está pronta,<br />
alunos do secundário vão ali<br />
aprender a feitura da cerveja, de<br />
forma manual. A iniciativa está<br />
integrada no projecto “Criar<br />
Saberes” que pretende motivar os<br />
jovens para a ciência.<br />
As sessões são oferecidas pelos<br />
alunos da faculdade de Engenharia<br />
e Ciências Naturais da<br />
Universidade Lusófona, que se<br />
disponibilizam para ensinar os mais<br />
novos, em áreas que englobam a<br />
microbiologia e a química.<br />
Susana Morgado, finalista de<br />
Engenharia Biotecnológica, está a<br />
ensinar aos mais ‘pequenos’ o<br />
fabrico da cerveja. Ela explica que<br />
este tipo de iniciativa «é positiva<br />
porque permite por em prática o<br />
que aprendem nas aulas teóricas<br />
de Microindustrial, além de que é<br />
muito giro interagir com os mais<br />
novos». No final, os alunos estavam<br />
satisfeitos e confirmaram que todos<br />
vão enveredar pela área das<br />
ciências para o próximo ano lectivo,<br />
quando se candidatarem ao ensino<br />
superior.<br />
MÓNICA MOITAS
Campus [entrevista]<br />
6 [28 de Janeiro de 2008]<br />
«É PRECISO CREDIBILIZAR<br />
AS INICIATIVAS<br />
DE CONTESTAÇÃO»<br />
ANDRÉ OLIVEIRA É O NOVO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA<br />
«Bolonha pode não<br />
ter sido mais que uma<br />
operação de cosmética»<br />
Margarida Rolo de Matos<br />
mmatos@munouniversitario.pt<br />
Quais são as prioridades<br />
do mandato?<br />
É de extrema urgência desenvolver<br />
esforços, no sentido<br />
de criar protocolos com<br />
entidades empregadoras,<br />
de modo a que seja possível<br />
recrutamentos de jovens<br />
licenciados. A acção<br />
social escolar é também<br />
preponderante para colmatar<br />
disparidades sociais, de<br />
modo a que ensino o superior<br />
público seja acessível a<br />
todos. Pretendemos ainda<br />
encetar esforços, de forma<br />
a alterar o processo de atribuição<br />
de bolsas. Não concordamos<br />
com alguns dos<br />
escalões existentes, uma<br />
vez que os intervalos de capitação<br />
mensal do agregado,<br />
bem como os índices<br />
de atribuição de bolsa não<br />
se revelam justos.<br />
Como vês o actual estado<br />
do ensino superior?<br />
Entendo que este sistema<br />
de ensino tem como missão<br />
fundamental não só<br />
qualificar ao mais alto nível<br />
os seus estudantes, como<br />
também contribuir para a<br />
sua compreensão pública<br />
dos valores de uma sociedade<br />
plural e participada.<br />
No actual quadro de funcionamento,<br />
compromete<br />
a sua missão à partida,<br />
tendo vindo a hipotecar de<br />
forma cada vez mais evidente<br />
esses valores de pluralidade<br />
e participação.<br />
Qual o balanço que fazes<br />
NA PASSADA QUARTA-<br />
FEIRA, DIA 23, ANDRÉ<br />
OLIVEIRA FOI EMPOSSADO<br />
COMO O CENTÉSIMO<br />
PRESIDENTE DA DI-<br />
RECÇÃO-GERAL DA ASSO-<br />
CIAÇÃO ACADÉMICA DE<br />
COIMBRA (DG/AAC), A ES-<br />
TRUTURA ESTUDANTIL<br />
MAIS ANTIGA DO PAÍS. FI-<br />
NALISTA DE ECONOMIA,<br />
DEFENDE QUE «A AAC TU-<br />
DO FARÁ PARA IMPEDIR A<br />
PASSAGEM DA UNIVERSI-<br />
DADE DE COIMBRA (UC) A<br />
FUNDAÇÃO».<br />
da implementação de Bolonha<br />
nas universidades?<br />
A implementação de Bolonha<br />
tem sido uma grande<br />
mudança e, como qualquer<br />
mudança, a sua efectiva<br />
adequação dificilmente se<br />
afiguraria pacífica. O sucesso<br />
da mesma varia de<br />
instituição para instituição,<br />
Importa maximizar as suas<br />
potencialidades e minimizar<br />
os seus prejuízos. Torna-se<br />
imperativo explorar<br />
as competências não curriculares,<br />
no sentido de<br />
constituírem uma real<br />
mais-valia para o estudante.<br />
É fundamental assegurar<br />
condições para que o<br />
acesso ao segundo ciclo<br />
não constitua uma barreira<br />
económica. É premente<br />
ainda que o estatuto do<br />
mestrado pós-Bolonha assegure<br />
mais garantias e<br />
qualificações que o grau de<br />
licenciatura pré-Bolonha,<br />
sob pena de todo o processo<br />
de Bolonha não ter sido<br />
mais que uma simples operação<br />
de cosmética.<br />
Como vês a eventual passagem<br />
da UC a fundação,<br />
no âmbito do RJIES?<br />
Mesmo desconhecendo as<br />
implicações inerentes ao<br />
regime fundacional, vejo<br />
essa possibilidade como<br />
uma porta aberta à privatização<br />
do ensino superior,<br />
pelo que discordo profundamente<br />
desta possibilidade.<br />
A AAC tudo fará, no contexto<br />
do actual processo de<br />
elaboração dos novos estatutos<br />
para que tal não se<br />
verifique.<br />
Há muito tempo que não<br />
há uma grande acção de<br />
contestação a nível nacional.<br />
A que se deve?<br />
É consequência directa da<br />
incapacidade de mobilizar<br />
os estudantes. Isto fundamenta-se<br />
numa descrença<br />
crescente nos resultados<br />
concretos que podem advir<br />
desse tipo de acção. É preciso<br />
adoptar diversas formas<br />
de luta sem nunca abdicar<br />
desse objectivo e não<br />
aguardar passivamente por<br />
um refluxo de participação<br />
estudantil. Devem, sim,<br />
procurar construí-lo e credibilizar<br />
esse processo de<br />
participação, procurando,<br />
primeiramente, dar resposta<br />
aos problemas concretos<br />
dso estudantes, para<br />
que se comece a combater<br />
o cepticismo e a desinformação<br />
e se apontem as<br />
causas com maior rigor e<br />
objectividade.<br />
Perfil<br />
André Oliveira, 22 anos, é<br />
natural de Coimbra, e<br />
actualmente finalista da<br />
licenciatura de Economia<br />
na Faculdade de Economia<br />
da Universidade de<br />
Coimbra. A nível<br />
associativo, fez parte do<br />
Núcleo de Estudantes de<br />
Economia da AAC entre<br />
2004 e 2005. No ano<br />
seguinte, foi coordenadorgeral<br />
do pelouro do<br />
Desporto da DG-AAC,<br />
durante o segundo<br />
mandato de Fernando<br />
Gonçalves. Foi ainda<br />
membro do Senado<br />
<strong>Universitário</strong> e da<br />
Assembleia da<br />
Universidade de Coimbra.<br />
Os estudantes não deviam<br />
contestar as elevadas vagas<br />
em cursos que depois<br />
não têm escoamento no<br />
mercado?<br />
Em primeiro, devemos procurar<br />
combater o preconceito<br />
crescente das entidades<br />
empregadoras contra<br />
determinados campos de<br />
conhecimento, de vertente<br />
mais humanística. Em segundo<br />
lugar, a escolha de<br />
um curso deve ser sempre<br />
livre e informada. Contudo,<br />
não nos podemos dissociar<br />
das reais condições que<br />
esses cursos oferecem e<br />
exigir que o conhecimento<br />
adquirido responda a uma<br />
série de desafios...incluindo<br />
os do mercado de trabalho,<br />
recusando, todavia,<br />
a subjugação do conhecimento<br />
que uma universidade<br />
deve oferecer única e<br />
exclusivamente a essa lógica<br />
de mercado.<br />
Perdida a luta contra as<br />
propinas e a implementação<br />
de Bolonha quais são<br />
hoje as grandes causas<br />
dos estudantes?<br />
Embora as propinas e Bolonha<br />
sejam uma realidade,<br />
isso não significa que<br />
sejam irreversíveis. Não<br />
obstante, a temática do<br />
emprego e da acção social<br />
escolar serão as grandes<br />
causas dos estudantes.<br />
Entrevista na íntegra em<br />
www.mundouniversitario.pt
PUB
Campus [inovação]<br />
8 [28 de Janeiro de 2008]<br />
O futuro do Porto em discussão<br />
Hoje e amanhã, 28 e 29 de Janeiro, decorre<br />
no Palácio da Bolsa, no Porto, a tercei-<br />
cem participantes entre académicos, emmento”.<br />
Durante estes dois dias, mais de<br />
ra edição do encontro “Porto Cidade Região”<br />
da Universidade do Porto, que tem cas para o desenvolvimento da região<br />
presários e políticos vão discutir estratégi-<br />
como tema “Por uma Região do Conheci-<br />
desde o Ambiente, à Educação.<br />
Breves<br />
Minho e Vigo ligadas<br />
em rede<br />
As universidades do Minho<br />
e de Vigo passam a estar<br />
ligadas por uma rede de<br />
comunicações de banda<br />
larga, a TORGA.NET, para<br />
incrementarem a cooperação<br />
pedagógica e científica.<br />
Trata-se de um projecto<br />
de cooperação transfronteiriça<br />
que interliga, desde<br />
2007, não só os campus<br />
das duas universidades,<br />
mas também dois centros<br />
tecnológicos relacionados<br />
com as instituições.<br />
As melhores da Europa<br />
A ISCTE Business School<br />
integra o Prémio Best European<br />
Business, iniciativa que<br />
tem como propósito seleccionar<br />
as empresas europeias<br />
mais competitivas. Além de<br />
Portugal, estão também no<br />
concurso países como Alemanha,<br />
Dinamarca, França,<br />
Itália, Polónia e Reino Unido.<br />
Os vencedores nacionais são<br />
conhecidos dia 29 de Fevereiro.<br />
Nova cria “Negociação<br />
sem nós”<br />
O Instituto de Formação de<br />
Executivos da Faculdade de<br />
Economia da Universidade<br />
Nova de Lisboa, mais conhecido<br />
por Nova Forum, lançou<br />
o primeiro programa de<br />
“Negociação sem nós” 2008,<br />
que vai ter lugar nos dias 28<br />
e 29 de Fevereiro. Partilhar<br />
estratégias que aproximem<br />
as empresas e os seus executivos<br />
são os principais propósitos<br />
desta formação.<br />
Mais empreendedores<br />
depois dos 50<br />
Segundo um estudo publicado<br />
na revista Businessweek,<br />
cerca de 20 por cento da<br />
população activa nos Estados<br />
Unidos com mais de 50<br />
anos é dono da sua própria<br />
empresa. A investigação conclui<br />
mesmo que desses, um<br />
terço só criou um negócio<br />
depois dos 50. Os especialistas<br />
adiantam, no entanto,<br />
que muitos empresários têm<br />
falsas expectativas quanto a<br />
ter menos stress e exigência<br />
no dia-a-dia no trabalho.<br />
“QUERO MAIS” PRODUZIDO POR JOVENS EMPRESÁRIOS<br />
PROCURA-SE<br />
emprego no Messenger<br />
PORTUGUÊS<br />
O MUNDO DO EMPREENDEDORISMO ESTÁ DESDE NOVEMBRO DISPONÍVEL NO CANAL “QUERO MAIS”, INTEGRADO NA<br />
VERSÃO PORTUGUESA DO MESSENGER. APESAR DE AINDA NÃO EXISTIREM DADOS DE VISITANTES, A ASSOCIAÇÃO<br />
NACIONAL DE JOVENS EMPRESÁRIOS, RESPONSÁVEL POR ESTE PORTAL, GARANTE QUE É UM DOS MAIS VISITADOS<br />
DIARIAMENTE.<br />
Margarida Rolo de Matos<br />
mmatos@munouniversitario.pt<br />
>>ESCOLA DO PORTO A MAIS AMIGA DO AMBIENTE<br />
O Instituto Politécnico do Porto (IPP)<br />
iniciou na passada segunda-feira, dia<br />
21, a implementação de um projecto<br />
que visa «eliminar» a circulação de documentos<br />
em papel na instituição, intitulado<br />
SmartDocs.<br />
Segundo uma fonte da instituição, em<br />
declarações à agência Lusa, «através<br />
de uma inovadora solução de gestão<br />
documental e processual, qualquer<br />
carta, fax ou processo em papel será<br />
digitalizado e informatizado num programa<br />
que posteriormente poderá ser<br />
acedido por todos». Ainda de acordo<br />
com a mesma fonte, o IPP é «a primeira<br />
instituição de ensino superior a<br />
adoptar este novo sistema, designado<br />
SmartDocs.<br />
Nesta primeira fase, o SmartDocs vai<br />
servir 110 trabalhadores dos serviços<br />
centrais, mas o objectivo é alargar o<br />
projecto às restantes nove unidades<br />
orgânicas do IPP, abrangendo cerca de<br />
1700 colaboradores e 15 mil alunos.<br />
Para já, todos os envolvidos vão receber<br />
formação para usufruir de todas<br />
as ferramentas desta nova plataforma<br />
de gestão documental. A implementação<br />
desta solução, sublinhou, vai permitir<br />
que o IPP possa desmaterializar<br />
os processos actuais, agilizar os procedimentos<br />
e melhorar a capacidade<br />
de acompanhamento e controlo de<br />
documentos.<br />
Dedicado às temáticas<br />
do emprego, formação, carreira<br />
e criação de empresas,<br />
o canal “Quero Mais”,<br />
integrado na versão portuguesa<br />
do Messenger representa,<br />
«um casamento<br />
feliz entre a Associação<br />
Nacional de Jovens Empresários,<br />
pioneira na promoção<br />
da maior empresa de<br />
tecnologia do mundo, a Micrososft,<br />
e a Associaçãção<br />
do empreendedorismo jovem<br />
no nosso país». É desta<br />
forma que o vice-presidente<br />
da Associação<br />
Nacional de Jovens Empresários,<br />
Manuel Teixeira, encara<br />
o desafio proposto<br />
pela Micrososoft, de a versão<br />
portuguesa do Messenger,<br />
incluir um canal inteiramente<br />
dedicada ao<br />
empreendedorismo.<br />
O jovem empresário garante<br />
que as mais-valias do<br />
canal residem no facto de<br />
ao «apostar numa linguagem<br />
bastante jovem, dinâmica<br />
e acessível, o “Quero<br />
Mais” dar resposta às necessidades<br />
profissionais e<br />
formativas dos jovens nacionais<br />
de um modo descontraído<br />
e optimista». E<br />
sublinha: «a própria designação<br />
do canal, consubstancia<br />
essa ambição de<br />
dar resposta às necessidades<br />
das novas gerações,<br />
no que respeita a oportunidades<br />
de emprego, a carências<br />
de ensino e formação<br />
ou ainda a aspirações<br />
>>EMPRESAS GARANTEM EMPREGO<br />
A ESTUDANTES<br />
Um grupo de empresas no sector<br />
da informática vai financiar os estudos<br />
e garantir emprego aos estudantes<br />
que terminem o Mestrado<br />
Avançado de Engenharia de Software<br />
Universidade de Carnegie Mellon/Faculdade<br />
de Ciências e Tecnologias<br />
da Universidade de<br />
Coimbra.<br />
O Mestrado Avançado em Engenharia<br />
de Software surgiu no âmbito do<br />
acordo entre o Estado Português e<br />
a Universidade de Carnegie Mellon,<br />
nos Estados Unidos, uma das mais<br />
prestigiadas instituições de ensino<br />
superior a nível mundial na área de<br />
no que toca à carreira e até<br />
aos negócios.»<br />
DIRIGIDO À GERAÇÃO MSN<br />
Informação sobre empreendedorismo,<br />
casos de<br />
sucesso empresarial, oportunidades<br />
de negócio, financiamento,<br />
carreiras,<br />
técnicas de procura de<br />
emprego, formação e ensino<br />
são apenas alguns<br />
exemplos do conteúdo que<br />
o “Quero Mais” apresenta.<br />
O vice-presidente explica<br />
ainda que sendo dirigido<br />
em especial à “geração<br />
msn”, que se situa entre<br />
os 14 e os 30 anos, o canal<br />
«explora também as<br />
potencialidades multimédia<br />
da Internet, ao combinar<br />
texto, imagem e som e<br />
ao fomentar a interactividade».<br />
Para isso, contribui<br />
«igualmente o papel desempenhado<br />
pela anfitriã<br />
do “Quero Mais”, a Mónika,<br />
que apresenta os vídeos<br />
e interage com os cibernautas<br />
através de um<br />
blogue, partilhando opiniões,<br />
desabafos, rotinas e<br />
novidades», acrescenta.<br />
Quanto aos visitantes do<br />
portal, para já ainda não<br />
há números, Manuel Teixeira<br />
garante que é um<br />
dos canais integrados no<br />
Messenger português<br />
mais visitados diariamente.<br />
A versão portuguesa do<br />
Messenger, que se junta<br />
às 42 versões nacionais<br />
lançadas em 21 línguas,<br />
espera chegar aos 2,9 milhões<br />
de utilizadores.<br />
Engenharia de Software.<br />
O curso está direccionado para engenheiros<br />
de software que se queiram<br />
tornar chefes de equipa, gestores<br />
de projecto e arquitectos de<br />
sistemas em larga escala.<br />
Esta parceria entre indústria e universidades<br />
foi apresentada na Faculdade<br />
de Ciências e Tecnologias<br />
da Universidade de Coimbra, no<br />
passado dia 18 de Janeiro e junta<br />
oito empresas que vão garantir,<br />
durante a formação, o emprego e<br />
o suporte financeiro aos alunos<br />
que tiverem mais sucesso no mestrado.
Ataca<br />
ou<br />
Contra-ataca<br />
Manda bala sobre o que te apetecer...<br />
nós publicamos! Envia o teu artigo de opinião até 1000<br />
caracteres, no máximo, com uma fotografia tipo passe e o<br />
nome da faculdade onde estudas. Ninguém te pode calar!<br />
Manda tudo para info@mundouniversitario.pt<br />
Poder à Palavra<br />
9<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
INTERVALO<br />
DISCURSO ERASMUS<br />
Paulo Anes, escritor e publicitário<br />
info@mundouniversitario.pt<br />
Mariana Seruya Cabral, Aluna Erasmus em Barcelona<br />
info@mundouniversitario.pt<br />
Quem quer casa?<br />
“Vamos ver o que tens na cabeça se queres<br />
amar” – era assim que falava a sobrinha da<br />
tia que tinha um namorado com quem “não<br />
morava” mas passeava por todo o lado ao<br />
ritmo do Alberto J. Jardim a subir paredes<br />
de madeira pintadas à Sócrates. Iam à Boca<br />
do Inferno com a mesma facilidade com que<br />
iam ao céu da boca. E voltavam por Sintra<br />
via Praia das Maçãs com pêras à mistura.<br />
Nada era o ideal. Tudo era real, até as discussões<br />
intermináveis. E, na realidade<br />
nehum dos dois se sentia alegre, nem triste<br />
nem poeta. Pêra sim, pêra não, ventanias<br />
da praia do Guincho, quartos de pensões<br />
com águas correntes nunca quentes e sempre<br />
frias e os corpos cheios de ministros<br />
para lhes tratar da saúde com taxas moderadoras<br />
cheias de excessos. “-O excesso de<br />
ministros faz mal à saúde” – dizia a sobrinha<br />
da tia! O lado “arisco” da sobrinha da<br />
tia atiçava o desejo do primo da prima de<br />
lhe dar uma lição de namoro. Ficavam horas<br />
a brincar. E “não moravam” juntos mas<br />
namoravam em todo o lado. Faziam conchas<br />
no mar e faziam-se desconhecidos em<br />
piscinas descobertas. Quando é que eles se<br />
viram nus pela primeira vez? Sinceramente<br />
ninguém se lembra ou então ninguém sabe!<br />
Ela era uma jovem virgem e ele uma coisa<br />
religiosa – uma espécie de tabernáculo<br />
nunca visitado; o que apaga os receios de<br />
sarilhos mas acendia a vontade dela de ter<br />
uma casa, uma vida com filhos em noites<br />
tranquilas de Invernos impossíveis. Ele jurava<br />
que ia arranjar a casa nova cheia de assoalhadas<br />
com vistas arejadas para um quarto<br />
crescente de uma vida bela, feliz e sorridente!<br />
Mas (sempre o malquisto mas) as<br />
taxas de juro quebravam-lhe as juras e as<br />
lágrimas dela que até eram abundantes não<br />
davam nem para pagar a luz, quanto mais<br />
a renda!<br />
Brigada contra a beleza natural<br />
Antes de vir para Barcelona já me tinham dito<br />
que as catalãs se arranjam mais do que as portuguesas.<br />
Não é que não nos aperaltemos quando<br />
a ocasião o exige... Mas convenhamos: frisar<br />
o cabelo e pintar os olhos em degradê não é a<br />
primeira coisa que nos ocorre – permitam-me<br />
generalizar – com o raiar das dolorosas 8 da<br />
manhã. Não fiz caso disso até à semana passada,<br />
numa aula de dúvidas. Azar o meu por estar<br />
num dia “não” (sim, os erasmus também os<br />
têm). Não bastou entrar na aula meia a dormir<br />
e tropeçar no mini-degrau da entrada, em transe<br />
onírico. A parte cruel foi ter de fitar as 28 caras<br />
femininas, perfeitamente exfoliadas e maquilhadas,<br />
com o eyeliner gritantemente preto a<br />
olhar na minha direcção. Eu, completamente<br />
desconchavada, tinha olheiras até ao queixo, o<br />
cabelo a formar rastas na parte de trás e um<br />
bronzeado algures entre o amarelo e o transparente.<br />
Pensei logo, esperançosamente: “deve<br />
ser por serem futuras-jornalistas...” Mas não. Cá<br />
fora, olhei à volta e percebi que a brigada do<br />
blush, do batôn, do fond de teint e de todos esses<br />
estrangeirismos cujo significado nenhum<br />
homem conhece, já controla toda a comunidade<br />
estudantil.<br />
Mas o que é que se passa? Desde quando é que<br />
é normal prescindirmos de duas horas de sono<br />
para uma extreme makeover, matutina? Aqui<br />
parece que somos não-alinhadas se sairmos à<br />
rua sem cobrir os pontos negros e passar a ferro<br />
o cabelo! A rua parece uma passerelle, o cachecol<br />
faz “pandan” com os collants, as sobrancelhas<br />
parecem quadros do Miró e o toc toc do<br />
tacão das botas chega a ser intimidante! Em que<br />
altura do campeonato é que as calças de ganga<br />
deixaram de ser bestiais? Para quê besuntar<br />
cada bochecha com 25g de base? Quem é que<br />
tem paciência para fazer penteados com as pestanas?<br />
Porque é que em Barcelona não existem<br />
pontas espigadas?<br />
Deixo-vos a reflectir.<br />
OPINIÃO DE LEITOR<br />
JOSÉ GUERREIRO – j.guerreiro@netcabo.pt<br />
Grito de DIABO<br />
O Diabo tinha o tempo muito ocupado<br />
Andava em lua-de-mel<br />
Com as suas novas “Chicas” colombianas<br />
Viajava no seu “Jag” descapotável<br />
Fumava charuto embebido em JB novo – ardia mais<br />
E fazia sinais de fumo, dizendo<br />
Uh uh, isto está um inferno<br />
Só fazia sexo nas casas de banho das estações de serviço<br />
Dava-lhe pica o cheiro das octanas, dizia<br />
À noite dormia 3 minutos<br />
Depois contribuía com CO2 para os problemas mundiais<br />
A noite toda a dançar “Telephone call from Istanbul”<br />
E a beber JB novo<br />
Na ressaca, puxava da espingarda e lançando as garrafas ao ar<br />
Atirava, para lhes beber a última gota<br />
De seguida era levado em ombros pelas “Chicas”<br />
Colocado no banco de trás<br />
Conduzido pela serpente fora<br />
Sonhava<br />
Com uma vida melhor<br />
in http://estouacordado.blogspot.com/<br />
RICARDO AGNES – Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra;<br />
kalhomota@hotmail.com<br />
Saudosistas<br />
É Portugal um país da História – estamos cá<br />
nós para o recuperar! Portador de um legado<br />
invejável, do qual fazem parte cenários seculares,<br />
protegidos pela ausência das guerras e<br />
das catástrofes naturais.<br />
Coimbra é a imagem dum país de saudosistas.<br />
Preservar o património é construir o futuro.<br />
Mas ao contrário do aspecto, dispensávamos o<br />
cheiro da época. Precisamente! Refiro-me a<br />
esses saudosistas que fazem das nossas ruas<br />
locais imorais, protótipos dos séculos passados.<br />
Trajectórias irregulares, saltos, pés que se raspam<br />
no passeio ou num pedaço de erva fadada<br />
que escapou à Civilização. São rituais que<br />
fazem parte duma dança necessária para andar<br />
a pé em Coimbra. Os passeios são autênticos<br />
campos minados. Manchas de vómito. O<br />
aspecto caiado que os pombos conseguem. Dejectos<br />
de cão.<br />
Relativamente aos últimos, em vez da multa,<br />
talvez de devesse recorrer à devolução do ‘material’,<br />
não aos pobres dos animais, mas sim<br />
aos animais mais pobres. Directamente nas<br />
suas caixas de correio.<br />
Enquanto as ruas não tiverem tanta importância<br />
como o tapete caríssimo da sala de estar,<br />
em cima do qual é aborrecido o cachorro<br />
aliviar-se, as nossas ruas serão um lugar de<br />
ninguém. O lugar contrário às Nossas paredes.
SALÃO ERÓTICO CHEGA À INVICTA: EROS PORTO’ 08<br />
É DISTO QUE<br />
O POVO GOSTA<br />
PELA PRIMEIRA VEZ A CIDADE DO PORTO <strong>VAI</strong> RECEBER UM SALÃO ERÓTI-<br />
CO. DE 7 A 10 DE FEVEREIRO (DAS 16H00 ÀS 22H00), TODOS OS CAMINHOS<br />
VÃO DAR AO PAVILHÃO MULTIUSOS DE GONDOMAR. A ORGANIZAÇÃO ES-<br />
PERA ATINGIR A MARCA DOS 20 MIL VISITANTES E COLOCAR A INVICTA CO-<br />
MO PONTO DE REFERÊNCIA NO QUE AO SEXO DIZ RESPEITO.<br />
Edgar Amaral<br />
eamaral@mundouniversitario.pt<br />
O sexo vende? Sim, é um facto indesmentível.<br />
Para reforçar a ideia, só nos Estados Unidos<br />
(onde mais?) o negócio do sexo (leia-se<br />
pornografia) representa mais de 7.300 milhões<br />
de euros por ano, mais do que os três grandes<br />
desportos da terra do Tio Sam: basebol,<br />
basquetebol e futebol. Por cá, a indústria do sexo<br />
ainda dá os primeiros passos, há até quem<br />
questione se lhe podemos chamar indústria,<br />
apesar da apetência para o seu consumo parecer<br />
ser grande. Por exemplo, só em 2005 é que<br />
recebemos o primeiro salão erótico (realizado em<br />
Lisboa mas com organização espanhola). A ideia<br />
pegou e as edições têm-se repetido todos os<br />
anos. Primeiro Lisboa, depois uma passagem por<br />
Portimão e agora uma ida ao Porto.<br />
PELA PRIMEIRA VEZ NO PORTO<br />
Os objectivo são sempre os mesmos: quebrar<br />
barreiras e preconceitos assim como sensibilizar<br />
o público para as questões do erotismo,<br />
contribuindo para uma vivência mais saudável<br />
da sexualidade. «Havia muita gente a reclamar,<br />
sempre a dizerem que se fazia tudo em Lisboa,<br />
por isso pensámos que este seria o momento<br />
ideal para lançar o evento», diz o organizador do<br />
Eros Porto´08, Pepe Vottero. São esperados não<br />
só portuenses, mas também muita gente vinda<br />
de outras zonas como Braga, Guimarães ou até<br />
mesmo da vizinha Espanha, nomeadamente<br />
galegos. Uma coisa Pepe garante: «é um evento<br />
feito para gente do Norte, com muito<br />
divertimento, espectáculo, mas não é o mesmo<br />
que Lisboa». Não chega? Está garantido um<br />
show da acrobata vaginal Sónia Baby, que desta<br />
vez propõe retirar da sua vagina mais de 20<br />
metros de corrente metálica. Ao vivo e a cores!<br />
SALÃO ERÓTICO: RETROSPECTIVA<br />
Como referido anteriormente, em 2005 deu-se<br />
início a estas lides eróticas em Portugal, mais<br />
precisamente na capital, Lisboa. As expectativas<br />
foram superadas, registando-se a presença de<br />
35 mil visitantes, em que 30 por cento eram<br />
mulheres. Vibradores, lingerie, óleos para<br />
massagens e lubrificantes esgotaram, tal como<br />
filmes de pornografia bizarra (com animais e<br />
‘sado-maso’). Para a II Edição as novidades<br />
centravam-se numa zona de Swing (troca de<br />
casais) e lutas na lama (com as beldades, claro).<br />
Quanto à afluência de público, só no primeiro<br />
dia registou-se uma subida de 15 por cento<br />
relativamente ao ano transacto. Mais números<br />
para quê? Quinze metros de uma corrente de<br />
pérolas foram retiradas da vagina de Sónia<br />
Baby, que figurou no livro de recordes do<br />
Guiness. No final, a “Bebé” reagiu desta forma<br />
ao seu desempenho: «Foi doloroso. Ainda é uma<br />
bola muito grande dentro de mim...»<br />
Passemos então a bola para o III Salão Erótico<br />
de Lisboa (em 2007), que contou com a<br />
participação de Anna Llona Staller, vulgarmente<br />
conhecida como Cicciolina. A ex – diva porno<br />
visitou o nosso país pela segunda vez, já que no<br />
longínquo ano de 1987 esteve entre nós como<br />
artista no Coliseu dos Recreios e na Assembleia<br />
da Republica na qualidade de deputada, quiçá<br />
numa tentativa de “aliviar” o stress de alguns.<br />
Contabilisticamente falando, a feira é um<br />
negócio responsável pelo movimento de cinco<br />
milhões de euros, envolvendo não só as<br />
entradas mas também as vendas dos vários<br />
expositores. Ainda no ano passado o certame<br />
deslocou-se para o sul do país, mais<br />
precisamente para a Expo do Sexo – Sexy´ 07,<br />
em Portimão. Um dos pontos altos foi o<br />
concurso “Garganta Funda”, que não é mais do<br />
que introduzir uma salsicha na boca, que irá<br />
igualmente estar presente no Eros Porto’ 08. Os<br />
dados estão lançados.
Ganha<br />
O preço dos bilhetes é de 20 euros para cada um dos dias e dia 7 de<br />
Fevereiro é para ti universitário, já que tens desconto e assim só pagas 15<br />
euros. Mas queres ir assistir à proeza da Baby e para isso não ter que<br />
desembolsar nada? O MU tem para te oferecer 10 convites. Vai a<br />
www.mundouniversitario.pt e concorre!<br />
20 Valores<br />
11<br />
[21 de Janeiro de 2008]<br />
PROGRAMA EROS PORTO’ 08<br />
Áreas Temáticas<br />
Hard Zone – Streaptease, Desfiles de<br />
moda erótica, animações e muito mais.<br />
Área Swinger – Só para casais, num<br />
ambiente íntimo e respeitoso<br />
Zona Feminina – área exclusiva para<br />
mulheres, onde se incluem shows<br />
eróticos, classes de striptease, e mais<br />
surpresas criativas.<br />
EROSBRINCADEIRAS<br />
A rua do prazer, que oferece uma ampla<br />
gama de artigos mais recentes e com<br />
surpreendentes novidades.<br />
Aromaterapia, cosméticos, DVDs de<br />
todo o género erótico, vibradores, roupa<br />
erótica e muitas surpresas.<br />
CONSULTÓRIO DA PERVERSÃO<br />
Consultório erótico destinado a todos os<br />
casais e demais pessoas que poderão<br />
perguntar, sem medo, de forma intima<br />
e confidencial aquelas questões que<br />
ficam cá dentro.<br />
EROSCINE<br />
Reprodução e emissão de filmes<br />
portugueses de referência, desenhos<br />
animados com temática sexual e spots<br />
publicitários sob a mesma temática<br />
EROSCROBÁTICO & EROSTESANO<br />
Em associação com a Escola de Dança,<br />
será apresentado o “pole dance”, ou<br />
mais conhecido por dança no varão.<br />
Versão gata sedutora, roqueira<br />
selvagem, deusa glamourosa, em<br />
suma, a mulher fatal.<br />
EROSCULTO<br />
Conferências para temas da<br />
sexualidade e saúde realizados em<br />
Portugal, tais como Ponto G, orgasmo,<br />
problemas de disfunção sexual, etc.<br />
Estudos que mostram diferentes<br />
comportamentos sexuais.<br />
EROSFOOD<br />
Dois restaurantes, um de modo snack<br />
erótico e outro numa reprodução de um<br />
restaurante de alta gama, sempre<br />
impregnado por um ar erótico.<br />
Também irá haver um espaço para<br />
exposição de pinturas e concursos.<br />
SUPER ESTRELAS NO EROS PORTO’ 08<br />
Nome: Sonia Moreno Gimenez<br />
Nacionalidade: espanhola<br />
Idade: 26<br />
Anos de profissão: 12<br />
É a mais conhecida acrobata vaginal do<br />
mundo. E agora no Porto pretende retirar<br />
mais de 20 metros de corrente metálica da<br />
sua vagina. O que a leva a tamanha ousadia<br />
e como se prepara?<br />
Creio que a ousadia é para quem não nasce<br />
com vergonha...nem sei o que isso é. Para<br />
mim só se vive uma vez e há que dar a cara<br />
ao mundo, não pensar no que dizem os<br />
outros porque assim não seríamos felizes.<br />
Libertem-se! A preparação da vagina requer<br />
muito tempo já que é perigoso lidar com o<br />
interior do seu corpo, podem causar-se<br />
grandes danos, como não poder ser mãe.<br />
Assim tive que treinar muito até atingir o<br />
meu objectivo.<br />
Começou neste ramo de uma forma<br />
acidental. Pretende ficar por muitos anos?<br />
Comecei em silêncio há já alguns anos, até<br />
que decidi mostrar o que fazia. Gostaria de<br />
continuar mais alguns anos, e depois abrir<br />
uma escola para ensinar a minha arte.<br />
Assim as mulheres estariam protegidas de<br />
infecções, perdas de urina e deixariam os<br />
seus namorados muito contentes. É genial!<br />
Também gostava de adoptar uma linha para<br />
lésbicas, porque há muito pouco cinema<br />
para mulheres, quer sejam lésbicas, hetero<br />
ou bissexuais.<br />
Dunia Montenegro<br />
Nome Completo: Dunia Montenegro<br />
Nacionalidade: brasileira<br />
Idade: 28<br />
Anos de Profissão: 3 anos e meio<br />
Sente-se mais à vontade em frente às<br />
câmaras ou a actuar no palco diante de<br />
centenas de pessoas?<br />
Sempre é melhor ao vivo, adoro olhar<br />
nos olhos dos espectadores e adaptar a<br />
minha performance ao espectador.<br />
Assim, se são fechados tenho que me<br />
esforçar mais até conquistá-los, se estão<br />
animados, então sei que já não há<br />
limites.<br />
A sua família, como encara este seu<br />
modo de vida?<br />
Sou brasileira e toda a minha família<br />
conhece a minha profissão, e aceitam<br />
sem problemas. Não tenho namorado<br />
porque adoro o que faço e acho que um<br />
homem que me queira não aceitaria que<br />
desfrutasse tanto com outro, nos filmes<br />
Portugal é conhecido como um país de<br />
brandos costumes. Como caracteriza o<br />
povo português na aceitação deste tipo<br />
de eventos?<br />
Quem afirma que são brandos, não<br />
conhece os portugueses como eu<br />
conheci nestes eventos!<br />
O que espera do Eros Porto ´08?<br />
Espero que as pessoas aproveitem para se<br />
libertar dos seus tabús, que venham ao evento<br />
para que se activem sexualmente e aprendam<br />
a fazer mais coisas com os seus namorados.<br />
Não deixem que sejam outros a contar-vos o<br />
que lá se passou. Apareçam mesmo.
Belas Artes<br />
12 [28 de Janeiro de 2008]<br />
Cândido a partir de Voltaire em cena<br />
De 24 de Janeiro a 24 de Fevereiro, sobe pois de um traiçoeiro pontapé no traseiro,<br />
ao palco no Teatro Maria Matos, em Lisboa,<br />
a peça Cândido a partir de Voltaire”, adulta. Este é o início de uma longa vi-<br />
se vê subitamente mergulhado na vida<br />
uma fábula sobre as aventuras de Cândido,<br />
um rapaz de raciocínio recto que, detam<br />
15<br />
agem à volta do mundo. Os bilhetes cus-<br />
euros.<br />
EXPOSIÇÃO INAUGURADA HOJE, DIA 28, NA FACULDADE DE LETRAS DA UL<br />
Um grito de revolta<br />
Agenda<br />
Cultural<br />
através da arte<br />
INSTALAÇÕES E PEÇAS, SÃO ALG<strong>UMA</strong>S DAS COMPONENTES DA EXPOSIÇÃO VI-<br />
SUAL E PLÁSTICA, CRIADA POR ALUNOS DA FACULDADE DE LETRAS DA UNI-<br />
VERSIDADE DE LISBOA, NO ÂMBITO DO PROJECTO ARTÍSTICO LX TEK. OS<br />
ALUNOS PRETENDEM «CRITICAR A ACTUAL SOCIEDADE DE CONSUMO»<br />
revistas e/ou subvertidas no quadro<br />
da criação artística». Neste contexto,<br />
uma das instalações, apresenta um<br />
fato completo que anda às compras<br />
para adquirir o seu conteúdo,<br />
utilizando como materiais desde o<br />
carrinho de supermercado ao<br />
cabide de metal.<br />
CINEMA<br />
PARANOID PARK<br />
Paranoid Park é o filme d Gus Van Sant que relata a<br />
história de Alex, um jovem skater, mata acidentalmente<br />
um segurança perto de um parque de skate com máreputação<br />
– o Paranoid Park – em Portland. O rapaz<br />
decide não contar a ninguém, mas o dilema moral<br />
persegue-o. Baseado no livro de Blake Nelson, esta<br />
película é uma nova viagem ao universo da adolescência.<br />
A exibição deste filme está integrada na mostra de filmes<br />
que ocorre todas as segundas-feiras.<br />
Dia 4 de Fevereiro, às 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente<br />
EXPOSIÇÃO<br />
Margarida Rolo Matos<br />
mmatos@mundouniversitario.pt<br />
«Um grito de revolta contra a<br />
sociedade de consumo». É desta<br />
forma que Dânia Rodrigues, uma<br />
das organizadoras da Lx Tek,<br />
apresenta a exposição de artes<br />
plásticas e visuais que hoje,<br />
segunda-feira, é inaugurada no átrio<br />
da faculdade de Letras da<br />
Universidade de Lisboa, pelas 19<br />
horas. A abertura da exposição vai<br />
ser acompanhada pela actuação da<br />
anti-banda Non Ensemble, grupo de<br />
música experimental.<br />
De acordo com a finalista de<br />
Arquitectura e História, esta<br />
iniciativa visa «criticar a actual<br />
sociedade de consumo que dita<br />
quem somos ou até como nos<br />
vestimos». E continua: «no fundo,<br />
procuramos ‘brincar’ um pouco aos<br />
artistas mas queremos de uma<br />
forma simples passar essa<br />
mensagem.»<br />
Uma das características que<br />
distingue o trabalho deste colectivo<br />
«é o desejo de recuperação de<br />
materiais tecnológicos considerados<br />
ultrapassados», refere o<br />
comunicado de imprensa. No<br />
entanto, «isto não implica a<br />
reutilização de novos materiais e<br />
tecnologias, antes dota a acção de<br />
criação de uma visão de<br />
revalorização dos “velhos”, inclusive<br />
na promoção das possibilidades de<br />
associação de ambos, podendo, por<br />
vezes, as suas funções originais<br />
ATINGIR MAIS QUE<br />
OS ESTUDANTES<br />
Embora o público-alvo desta<br />
exposição sejam os estudantes<br />
universitários, a Lx Tek quer ir mais<br />
além, pretendendo também chegar<br />
à sociedade civil. Para isso, estão a<br />
ser encetados esforços para levar a<br />
exposição ao espaço de intervenção<br />
cultural, Maus Hábitos, no Porto, e à<br />
Fábrica de Braço de Prata, em<br />
Lisboa.<br />
Lx Tek é a designação adoptada por<br />
um grupo de alunos da Faculdade<br />
de Letras da Universidade de Lisboa<br />
(organizado no âmbito do NuCiVo,<br />
Núcleo de Cinema e Vídeo da<br />
Associação de Estudantes daquela<br />
faculdade), tendo em vista a<br />
produção de eventos artísticos e<br />
culturais. Estes baseiam-se nas<br />
linguagens das artes plásticas e nas<br />
performances coreográficas ou<br />
teatrais. Em suma, arte total que se<br />
traduz em objectos, por um lado e<br />
acontecimentos por outro. Os<br />
primeiros com carácter de<br />
permanência que os distingue dos<br />
segundos, intrinsecamente<br />
efémeros.<br />
FOTOGRAFIA<br />
MORTEN ANDERSEN – FAST CITY<br />
A exposição é o resultado do trabalho deste artista<br />
norueguês, que se destaca pela sua abordagem<br />
contemporânea e orientada para os problemas do nosso<br />
tempo. As cerca de 60 imagens apresentam cenários<br />
urbanos, anónimos, fragmentados e povoados de<br />
personagens errantes: De salientar também o recurso à<br />
cor e o movimento presente em algumas delas.<br />
«Debaixo da Película Mostra-me o Teu Píxel»<br />
A colectiva de fotógrafas nacionais, Ana Luandina, Sílvia<br />
Simões, Margarida Paiva, Rita Castro Neves, Teresa Sá e<br />
Paula Abreu que dá corpo a esta exposição, propõe uma<br />
visão actual da fotografia portuguesa, ao apresentar<br />
trabalhos distintos nesta mostra de fotografias. Esta<br />
exposição marcou o arranque do novo ano para o museu<br />
fotográfico de Braga.<br />
Até dia 27 de Fevereiro, no Museu da Imagem, em Braga<br />
Centro Português de Fotografia até dia 16 de Março<br />
TEATRO<br />
Os Monty Python abriram os sentidos do mundo não só<br />
para a comédia, mas também para alguns temas<br />
importantes para as sociedades modernas como por<br />
exemplo: como trocar papagaios mortos, Piadas enquanto<br />
armas mortíferas., Canibalismo em agências funerárias, a<br />
presença de cangurus na Última Ceia entre outras<br />
características.<br />
Em cena no dia 8 de Fevereiro, às 21h30, no Teatro José Lúcio<br />
da Silva, em Leiria. Os preços variam ente os 12 e os 15 euros<br />
PUB
Carmina Burana na Aula Magna<br />
Nos próximos dias 1 e 2 de<br />
Fevereiro, a Nova Orquestra Sinfónica<br />
de Lisboa e o Coro da Nova<br />
Orquestra Sinfónica de Lisboa,<br />
com a participação dos solistas<br />
Elvira Ferreira, Carlos Guilherme e<br />
Luís Rodrigues e dirigidos pelo<br />
maestro Albertino Monteiro irão interpretar<br />
a cantata medieval<br />
“Carmina Burana”, de Carl Orff. O<br />
preço dos bilhetes ronda entre os<br />
15 euros e os 40 euros.<br />
Jukebox<br />
13<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
Agenda<br />
Concertos<br />
Tabela votada por ti<br />
em cidadefm.clix.pt e<br />
apresentada aos sábados<br />
entre as nove e a uma da tarde<br />
ÉVORA<br />
SÁBADO, 9 - Zuul<br />
Nation @ Sociedade<br />
Harmonia Eborense<br />
FARO<br />
2ªFEIRA, 28 – Eternal<br />
Tango + Ella Palmer +<br />
From Now On + Along<br />
Came Mary @<br />
Associação Recreativa e<br />
Cultural de Músicos<br />
3ªFEIRA, 29 - Miss Lava<br />
+ Pee-Jama + Dog Days<br />
@ Arcádia Rock Bar<br />
6ªFEIRA, 1 – The<br />
Cummies + Kalashnikov<br />
+ Pee-Jamma + Punk c/<br />
Manteiga @ Associação<br />
de Músicos<br />
LEIRIA<br />
6ªFEIRA, 8 - If Lucy Fell.<br />
(A-do-Barbas) @ Bar Alfa<br />
LISBOA<br />
3ªFEIRA, 29 – Big Band<br />
Reunion @ Onda Jazz<br />
4ªFEIRA, 30 – Roda de<br />
Choro de Lisboa. Fábrica<br />
Braço de Prata<br />
SÁBADO, 2 – Red Trio +<br />
Carlos Pereira @ Zé dos<br />
Bois<br />
PÓVOA DE VARZIM<br />
2ªFEIRA, 4 - Buraka Som<br />
Sistema + Miguel<br />
Rendeiro + Overule +<br />
Rui Covas @ Hit Club<br />
PORTO<br />
2ªFEIRA, 28 – Anthony<br />
Braxton Septet @ Casa<br />
da Música<br />
5ªFEIRA, 31 – Marvin +<br />
Goodbye Diana @ Casa<br />
Viva<br />
VISEU<br />
5ªFEIRA, 31 – Fonzie @<br />
Luna<br />
2ªFEIRA, 4 - The<br />
Cummies + Pee-Jamma<br />
+ Punk c/ Manteiga +<br />
Greg the Killer @ Luna<br />
6ªFEIRA, 8 - D3Gr3d0<br />
+ Pushed Mind + Bless<br />
the OGGs @ Luna<br />
APESAR DE MORAREM TODOS LONGE UNS DOS OUTROS, É GARANTIDO QUE…<br />
«A música acaba por<br />
encurtar a distância»<br />
DOIS MIL E QUATRO FOI O INÍCIO. O CD PROMO “KINESICS” RECEBEU ÓPTIMAS CRÍTICAS E O<br />
SEU SOM ROCKEIRO LEVOU-OS A PARTILHAR PALCOS COM BANDAS COMO WRAYGUNN,<br />
BLASTED MECHANISM OU MOONSPELL. NO PRÓXIMO DIA 8 DE FEVEREIRO DÁ-SE O LANÇA-<br />
MENTO OFICIAL DO PRIMEIRO ÁLBUM “SAVE THE DRAMA” NO ARMAZÉM F. SEIS EUROS DE<br />
ENTRADA DÃO-TE DIREITO AO DISCO DE BORLA. MIGUEL FERRADOR (VOZ E GUITARRA)<br />
DESVENDA O QUE ESTÁ POR TRÁS DOS “THE ASTER”.<br />
Edgar Amaral<br />
eamaral@mundouniversitario.pt<br />
Já existem como banda desde 2004 e só<br />
agora é que vão lançar o primeiro álbum,<br />
“Save the drama”. Pretendem salvar alguma<br />
coisa para este ano de 2008?<br />
É engraçado porque a ideia é mesmo essa:<br />
o título é ambíguo e pretende salvar um<br />
pouco de drama, de teatralidade. O “save”<br />
também remete para o poupar e não se<br />
fazer grandes dramas, característica comum<br />
no percurso de qualquer banda.<br />
Segundo sei, também houve alterações no<br />
lineup da banda.<br />
Sim, houve algumas, especialmente com<br />
baixistas. Ficámos sem baixista no exacto<br />
momento em que estava a ser tratado a<br />
parte promocional do álbum. E como tivemos<br />
sempre experiências menos boas, esperávamos<br />
um pouco mais até que ele se<br />
integrasse. Mas fomos com precaução para<br />
evitar alguma chatice.<br />
Porquê “The Aster” para nome da banda?<br />
Antes de começarmos em 2004, eu e o Ricardo<br />
(guitarrista) tínhamos outra banda.<br />
Pode-se dizer que os “The Aster” é um<br />
pouco a continuação da anterior. Mas a mudança<br />
para este nome foi mais por delinearmos<br />
um objectivo, uma coisa mais a sério<br />
e desafiante. O nome surgiu numa altura<br />
em que estava a ler um livro de língua inglesa<br />
(tirei o curso de Literatura) que fazia<br />
parte da biografia obrigatória. Fui ao dicionário<br />
e reparei que tinha diversos significados.<br />
The Aster é uma espécie de flor,<br />
uma margarida. Também deriva da palavra<br />
astro e significa igualmente um formato de<br />
estrela. Esses três significados eram suficientemente<br />
variados para poder explicar<br />
várias coisas da nossa existência que é<br />
muito variada. Mas não foi isso que delimitou<br />
a escolha, foi mais porque soava bem.<br />
Fui ao vosso myspace e li Almada, Loures,<br />
Torres Vedras e Cascais. De onde é que<br />
realmente vocês são proveniente?<br />
É a terra de cada um dos membros. Eram já<br />
amizades anteriores à banda e apesar de<br />
sermos de diferentes partes da cidade de<br />
Lisboa, é a musica que nos une e a distância<br />
acaba por se encurtar. E ainda ensaiamos<br />
noutro sítio...em Póvoa de Santa Iria<br />
(Alverca).<br />
Pos. Artista Album MOVES.<br />
W.O.C.<br />
NOVO LÍDER<br />
1 V.Da Mata ft Ben Harper Boa Sorte / Good Luck 10<br />
2 Alicia Keys ft Cassidy No One 6<br />
3 Timbal. ft One Republic Apologize 13<br />
4 Rihanna Don't Stop The Music 7<br />
5 Mr V Put Your Drink Down 10<br />
6 Rihanna featuring Ne-Yo Hate That I Love You 19<br />
7 Kat Deluna ft Eleph.Man Whine Up 22<br />
8 50 Cent ft J.Timberlake Ayo Technology 12<br />
9 Bob Sinclar pres. Fireball What I Want 15<br />
10 Timbaland ft Keri Hilson The Way I Are <br />
20<br />
11 Elephant Man ft Rihanna Throw Your Hands Up <br />
5<br />
12 Fabolous ft Ne-Yo Make Me Better 14<br />
MELHOR PORTUGUÊS<br />
13 TT ft Nuno Guerreiro Não Olhes Para Trás 9<br />
14 G.Class Heroes ft P.Stump Clothes Off <br />
10<br />
15 Sean Kingston Beautiful Girl <br />
19<br />
16 Vanessa Hudgens Say OK 20<br />
17 K.Deluna ft Busta Rhymes Run the Show <br />
4<br />
18 Yves Larock Rise Up 26<br />
SUBIDA DA SEMANA<br />
19 Craig David Hot Stuff <br />
4<br />
20 Akon Never Took The Time 7<br />
21 Flo Rida Low 5<br />
22 Yung Berg ft Junior Sexy Lady 9<br />
23 Justin Timberlake Lovestoned <br />
21<br />
24 Akon Sorry Blame It On Me <br />
16<br />
25 Plies featuring Akon Hypnotized <br />
10<br />
26 Fergie Big Girls Don't Cry 29<br />
27 Samim Heater <br />
5<br />
28 Chris Brown ft T-Pain Kiss Kiss 6<br />
DESCIDA DA SEMANA<br />
29 Omarion ft Kat DeLuna Cut Off Time 5<br />
30 B.Sinclar ft Steve Edwards Together <br />
2<br />
31 N.Furtado ft Missy Elliot Do It 16<br />
ENTRADA MAIS ALTA<br />
32 Plain White T's Hey There Delilah 1<br />
33 Fergie Clumsy 3<br />
REENTRA<br />
34 Eve featuring Sean Paul Give It To You R<br />
1<br />
35 N.Bedingfield ft S.Kingston Love Like This <br />
8<br />
36 Zac Effron Bet On It <br />
4<br />
37 Chris Brown With You 1<br />
38 NLT She Said, I Said 3<br />
NOVA<br />
39 Sean Kingston Take You There 2<br />
40 TT Dança Este Som 18<br />
Grande Lisboa – 91,6 FM<br />
Grande Porto – 107,2 FM<br />
Alentejo – 97,2 FM<br />
Ribatejo – 99,3 FM<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
=<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
N<br />
=<br />
N<br />
=<br />
=<br />
<br />
N – Nova | R – Reentrada<br />
Algarve – 99,7 FM<br />
Braga – 104,4 FM<br />
Coimbra – 99,7FM
Lançamentos<br />
14 [28 de Janeiro de 2008]<br />
Carnaval é no Casino Lisboa<br />
Os loucos anos do Disco Sound vão estar seguindo-se as “Night Fever” (23h30/<br />
presentes no Casino Lisboa, no próximo 24h) e Bonéy M feat. Bobby Farrel<br />
dia quatro de Fevereiro, segunda – feira, (00h00/ 00h30). Depois e até às quatro<br />
para celebrar o Carnaval. A noite começará da manhã, o som ficará a cargo de Louie<br />
com as “Boogie Nights” (22h/ 23h30), Vega.<br />
cd e dvd<br />
livros<br />
[<strong>VAI</strong> TUDO ABAIXO]<br />
DVD <strong>VAI</strong> TUDO ABAIXO!<br />
[RUBI]<br />
FRAGANÂNCIAS<br />
BREVE HISTÓRIA DOS MORTOS<br />
DE KEVIN BROCKMEIER<br />
7 ANOS DE MAU SEXO<br />
DE ANA ANES<br />
E pronto, agora é que vai tudo, mas<br />
mesmo tudo abaixo! Reunido em DVD a<br />
1ª série de 10 episódios na íntegra<br />
transmitidos na SIC Radical. Para quem<br />
não sabe (mas nesta altura do<br />
campeonato já deveria saber), o autor do<br />
programa do ano na televisão<br />
portuguesa chama-se Jel. E do que é que<br />
realmente se trata? Bem, desde a sátira<br />
pura ao exagero extremo, tudo serve<br />
para rebaixar e afundar tudo e todos.<br />
Muitas das vezes as situações em que<br />
se mete são mesmo surreais, como por<br />
exemplo ser expulso de um treino da<br />
selecção de futebol (mas nunca foi<br />
preso).<br />
A próxima bomba do hip hop nacional. De<br />
talento imensurável, Rubi começou a<br />
fazer o seu próprio som a partir do ano<br />
1999, 2000. Como todo e qualquer fiel<br />
seguidor deste estilo musical, a<br />
mensagem passa por nos incentivar a<br />
acreditar em nós próprios e contribuir<br />
para um mundo melhor. Natural da<br />
Figueira da Foz ( «o people de Buarcos<br />
representa a tara, Ninguém nos pára,<br />
estrilhamos e ninguém repara»), o CD tem<br />
grandes malhas como «Magiflow», «Game<br />
Over Party» e «Concentrado». É a voz, a<br />
palavra e a música de uma nova geração,<br />
num “grito” de positividade. Uma<br />
preciosidade!<br />
E se depois de morrermos fôssemos ter<br />
a uma cidade? Uma cidade normal, com<br />
os seus pedaços de inferno e de paraíso.<br />
E com bairros e gente que, não se<br />
enquadrando na categoria do morto-vivo,<br />
continua a viver depois de morrer. A vida<br />
e a morte entrelaçam-se no livro de<br />
Kevin Brockmeier, que promete<br />
«permanecer em nós muito depois de<br />
virarmos a última página».<br />
Ficha técnica<br />
Editora: Dom Quixote<br />
PVP: 17,75 euros<br />
Avisa-se as mentes mais austeras que<br />
este livro reúne «crónicas<br />
constrangedoras» e que um copinho de<br />
água dificilmente vai apagar o efeito dos<br />
textos classificados com 1 malagueta,<br />
quanto mais os que recebem 3. Quem já<br />
está familiarizado com o tom humorístico<br />
e autobiográfico de Ana Anes através das<br />
diversas publicações em que colaborou,<br />
está preparado para uma leitura sem<br />
tabus e, já agora, sem roupa.<br />
Ficha técnica<br />
Editora: Guerra & Paz<br />
PVP: 13,30 euros<br />
[NOVEMBRO]<br />
À DERIVA<br />
Álbum de estreia dos lisboetas<br />
“Novembro”. Das imagens contidas no CD<br />
até à própria música remetem-nos para<br />
forte portugalidade. O som tem<br />
reminiscências do fado, com uma voz<br />
tipicamente nacional. Co – Produzido por<br />
Tiago Lopes e Miguel Filipe “à Deriva”<br />
procura retratar a cultura urbana<br />
portuguesa, num misto de ternura e<br />
violência. «Lentamente desperto de uma<br />
morte assumida, com os teus desejos às<br />
costas, nesta partilha a sós.» é assim que<br />
começa o single de apresentação<br />
“Solidão a dois” com o próprio videoclip a<br />
condizer.<br />
[TUCANAS]<br />
MARIA CAFÉ<br />
Geralmente quando se juntam cinco<br />
senhoras, boa coisa não vai sair de<br />
certeza (acalmem-se que isso também se<br />
aplica aos homens). Mas neste caso em<br />
particular, não saiu nada de mal, muito<br />
pelo contrário, nasceram as Tucanas.<br />
Desde 2001 que estão no activo, criando<br />
uma sonoridade peculiar através da<br />
percussão, voz e acordeão. O próprio<br />
corpo também é utilizado como<br />
instrumento e à primeira audição do tema<br />
«Domingo/ Niára» fica-se logo apaixonado<br />
e enfeitiçado por algo tão belo e é uma<br />
bela maneira de ficar a conhecer o grupo.<br />
Fixem este nome!<br />
TODAS SE APAIXONAM POR MIM<br />
DE JOSÉ PINTO CARNEIRO<br />
Não é uma queixa nem uma fanfarronice,<br />
é a constatação de alguém que sabe ter<br />
as condições essenciais para alojar o<br />
amor que todas as mulheres querem<br />
conceder. O herói desta comédia (quase)<br />
romântica é Júlio, um ser tão generoso<br />
que foge da exclusividade para não<br />
desapontar nenhum dos elementos do<br />
sexo oposto.<br />
Ficha técnica<br />
Editora: Guerra & Paz<br />
PVP: 14,40 euros<br />
EXPIAÇÃO<br />
DE IAN MCEWAN<br />
1935. Briony Tallis, uma menina-mulher<br />
de 13 anos, causa a prisão do namorado<br />
da irmã mais velha, Robbie. A culpa, que<br />
a acompanhará sempre, leva-a a<br />
trabalhar, mais tarde, como enfermeira na<br />
2ª Guerra Mundial. O retrato de uma<br />
busca pela absolvição que foi nomeado<br />
para o Booker Prize e já passou para as<br />
salas de cinema.<br />
Ficha técnica<br />
Editora: Gradiva<br />
PVP: 17,50 euros<br />
PUB
Uni(sexus)<br />
15<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
Será que é verdade?<br />
Marta Crawford [Sexóloga]<br />
info@mundouniversatio.pt<br />
O imaginário popular foi criando uma série de ideias<br />
que se foram afirmando como verdades absolutas,<br />
gerando mitos e preconceitos, relacionados com determinados<br />
assuntos, que tendem a ser passadas de geração<br />
a geração. Todos nós vamos ouvindo das nossas<br />
avós, da nossa mãe, de familiares mais próximos ou<br />
de amigos, determinadas frases, ditos, ideias, ou<br />
palavras soltas, que parecem efectivamente verdades.<br />
Aliás, se são verbalizadas por pessoas que nos são<br />
importantes, é porque são verdadeiras - não é? Não!<br />
Todos nós ouvimos muitas coisas, e vamos interiorizando<br />
algumas, sem termos o cuidado de fazer uma<br />
avaliação crítica, ou de as questionarmos quanto à sua<br />
veracidade.<br />
Alguns dos preconceitos difíceis de combater são afirmações<br />
como:<br />
•A homossexualidade é uma doença<br />
•A mulher deve subjugar-se sexualmente ao poder do<br />
homem<br />
•Ter relações sexuais antes do casamento é um pecado<br />
•Um homem que não satisfaça sexualmente uma mulher<br />
é um falhado<br />
•As pessoas mais velhas não precisam de sexo<br />
•Depois da menopausa as mulheres já não se interessam<br />
por sexo<br />
•Ter relações sexuais durante a gravidez faz mal ao<br />
bebé<br />
•As pessoas com deficiência são assexuadas<br />
•Os homens só gostam sexualmente de mulheres bonitas<br />
e elegantes<br />
•No sexo o que conta é o orgasmo<br />
•O sexo só deve ter como único objectivo a procriação<br />
•A masturbação é um pecado<br />
•O orgasmo simultâneo é essencial numa relação<br />
sexual<br />
•Utilizar o preservativo diminui a qualidade do sexo<br />
•Só algumas pessoas é que apanham Infecções Sexualmente<br />
Transmissíveis (IST)<br />
•No sexo a mulher é passiva e o homem é activo<br />
•Existem dois tipos de orgasmo: um clitoriano e outro<br />
vaginal<br />
Estes e tantos outros mitos multiplicam-se proporcionalmente<br />
ao desconhecimento, ao medo e às<br />
inibições de cada um, e reflectem medos e inseguranças<br />
pessoais que se arrastam ao longo da vida, impedindo<br />
por vezes a satisfação e a realização sexual. Informar --<br />
-se, discutir os assuntos e manter uma mente aberta,<br />
são algumas das formas de se combaterem os preconceitos<br />
e as ideias falsas acerca da sexualidade.<br />
PUB
5.ª Dimensão<br />
16 [28 de Janeiro de 2008]<br />
Halo 3 com números de venda históricos<br />
Parece que, mesmo tendo sido lançado já há<br />
vários meses, o Efeito HALO ainda se faz<br />
sentir, havendo sempre mais uma notícia<br />
relacionada com Halo todos os meses, e às<br />
vezes até mais do que uma. Esta semana, a<br />
Microsoft Game Studios e a Bungie<br />
informaram oficialmente que Halo 3 foi o<br />
título mais vendido durante 2007 no<br />
mercado norte-americano, chegando à<br />
espectacular quantia de 4,81 milhões de<br />
cópias em menos de quatro meses. Sem<br />
dúvida um número espectacular.<br />
Os conteúdos desta secção são da responsabilidade do blogue português de videojogos ene3.<br />
Em www.ene3.com encontras informação mais alargada sobre tudo o que precisas de saber.<br />
Equipa ENE3 (geral@ene3.com).<br />
Nintendo: site oficial português<br />
Com os jogadores a utilizarem cada vez mais a Internet<br />
como ferramenta de pesquisa e leitura acerca de<br />
toda a indústria dos videojogos, a Concentra<br />
não quis ficar atrás e respondeu aos<br />
pedidos dos fãs portugueses da<br />
Nintendo. Apesar ainda não se tratar do<br />
muito esperado Club Nintendo em<br />
Portugal, esta é uma novidade que deve<br />
satisfazer os fãs da empresa nipónica.<br />
A Nintendo encontra-se agora melhor<br />
representada no nosso pequeno país com<br />
um portal oficial que, com certeza, se<br />
tornará num ponto de referência para<br />
toda a comunidade de fãs.<br />
Visitem o site oficial da<br />
Nintendo em Portugal em<br />
http://www.nintendo.pt/.<br />
Rumor: Crysis na PS3?<br />
Já há algum tempo que se vem<br />
especulando acerca de uma<br />
hipotética versão para consolas next<br />
gen do espectacular Crysis, o shooter<br />
de PC que se destaca por ter os<br />
gráficos mais foto-realistas de sempre.<br />
Segundo uma fonte, que se diz ser do<br />
interior dos estúdios da Crytek, o jogo está a<br />
ser desenvolvido para Playstation<br />
3, e irá incluir vários modos e<br />
funções extra que não estão<br />
disponíveis na versão PC. A<br />
mesma fonte afirmou<br />
também que a versão Xbox<br />
360 terá sido descartada devido a<br />
problemas técnicos. Por enquanto ainda<br />
nada é oficial, podendo ser apenas<br />
mais um rumor. Vamos esperar por<br />
uma confirmação da parte da<br />
Electronic Arts ou da Crytek.<br />
futebol<br />
e dinossauros:<br />
AS DEMOS DA SEMANA<br />
A Electronic Arts disponibilizou para todos aqueles que<br />
têm uma Playstation 3 e uma Xbox 360, a demo<br />
de FIFA Street 3, que pode ser descarregada<br />
nos respectivos serviços online. Esta<br />
demo vai permitir que joguemos a<br />
algumas partidas de futebol, onde<br />
poderemos controlar algumas das estrelas<br />
que fazem parte do mundo do futebol<br />
nos mais diversos cenários repartidos<br />
por todo o mundo. Recordamos<br />
que o jogo deverá chegar às lojas no<br />
próximo dia 22 de Fevereiro.<br />
Para aqueles menos voltados para o<br />
desporto e mais para os trillers de<br />
acção, a demo de Turok também foi disponibilizada. Neste<br />
jogo publicado pela Disney Interactive, o jogador tem que<br />
sobreviver num mundo estranho e selvagem,<br />
povoado por várias espécies de dinossauros,<br />
e caçado por mercenários<br />
impiedosos, sendo o resultado<br />
uma demo com um par de<br />
níveis cheios de acção. Relembramos<br />
que Turok deverá ser<br />
lançado no próximo mês.<br />
PUB
Insólito<br />
Sabiam que as autoridades<br />
alemãs resolveram<br />
enviar um jovem<br />
delinquente para a<br />
Sibéria? Depois dos internamentos<br />
num reformatório<br />
e num hospital<br />
psiquiátrico não terem<br />
surtido efeito, o rapaz de<br />
16 anos vai viver em<br />
Sedelnikovo, onde terá<br />
de arranjar produtos de<br />
consumo e construir o<br />
seu próprio abrigo.<br />
Salada Russa<br />
17<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
Consumo<br />
Passatempos<br />
Microsoft parceira na aprendizagem<br />
A empresa de Bill Gates renovou o compromisso de contribuir com recursos e<br />
formação para alunos e professores. Desde 2004 que, no programa Partners in<br />
Learning, a Microsoft tem apostado em 3 vertentes: Professores Inovadores,<br />
Alunos Inovadores e Escolas Inovadoras. Tanta “inovação” representa, até 2009,<br />
um investimento de 1 milhão de euros.<br />
À boleia com<br />
os Da Weasel<br />
A escolha foi difícil, mas os<br />
vencedores já foram premiados.<br />
WEBEDU e PMG ganharam um I-Pod<br />
Touch pelos concursos Twingo 99k e<br />
My Twingo Art Contest. A Renault, os<br />
Da Weasel e a MTV premiaram<br />
também o grupo BE ONE pela<br />
coreografia apresentada no<br />
TwingoMoves Competition com um<br />
Twingo personalizado pela doninha.<br />
A Bayer vai plantar<br />
Em resposta ao apelo das Nações Unidas, a Bayer está empenhada em<br />
ajudar na reflorestação. A nível ibérico, vai plantar 3 mil árvores – uma por<br />
colaborador – na Tapada de Mafra. O esforço para «mudar o mundo»<br />
estende-se ainda em campanhas de sensibilização e num mural que reunirá<br />
as preocupações ambientais dos jovens até aos 15 anos.<br />
HORIZONTAIS: 1. Designação da<br />
segunda letra do alfabeto grego.<br />
Revista de tropas. 2. Guarnição<br />
na extremidade de uma peça de<br />
vestuário. Lavrar. 3. Décima sétima<br />
letra grega do alfabeto<br />
grego que corresponde ao nosso<br />
R. Tem ou sente tonturas. Aperta<br />
ou dá nó em. 4. Mau cheiro<br />
(bras.). Pedaço de qualquer<br />
coisa. Avenida (abrev.). 5. Munir<br />
de armas. Tecido fino, espécie de<br />
escumilha. 6. Fazer a triagem<br />
de. Aberturas na terra. 7. Antigo<br />
Testamento (abrev.). Dispendiosas.<br />
8. Graceja. Apertar<br />
ou dar nó em. Substância dura,<br />
friável, de gosto acre, que serve<br />
para tempero. 9. Pau-ferro.<br />
Engano. Mulher acusada de um<br />
crime. 10. Qualquer animal feroz.<br />
Amido próprio para engomar.<br />
11. Tem sabor amargo.<br />
Margem.<br />
VERTICAIS: 1. Que parece bom,<br />
mas não o é. Pauta de direitos<br />
alfandegários. 2. Tornar oco. Da<br />
mesma forma. 3. Contr. do pron.<br />
pess. te com o pron. pess. o.<br />
Peça musical em que a melodia<br />
sobressai com dominância e interesse.<br />
Larva que se cria nas<br />
feridas dos animais. 4. Pequeno<br />
arco. Causa a morte a. Brisa. 5.<br />
Referente à Lua. A ti. 6. Cessar o<br />
movimento. Tudo o que é ou<br />
pode ser transportado por pessoa,<br />
animal, veículo ou barco. 7.<br />
Antes de Cristo (abrev.). Automóvel.<br />
8. Deus egípcio. Aroma.<br />
Elemento da formação de<br />
palavras que exprime a ideia de<br />
ombro. 9. Lavra a terra com arado<br />
ou charrua. Ovário dos peixes<br />
(pl.). O espaço aéreo. 10. Indicação<br />
de época, ano, mês ou dia<br />
em que se deu ou vem a dar-se<br />
um facto. Guarnecer de asas. 11.<br />
Sulcavas. Divisa.<br />
Muito bem<br />
orientado<br />
É assim que te vais sentir com o<br />
Samsung i550 nas mãos. O GPS<br />
integrado no telemóvel permite ver<br />
mapas de alta precisão em 2D, 3D,<br />
com seta direccional, em modo de<br />
visão nocturna… é à escolha do<br />
freguês!<br />
Soluções:<br />
HORIZONTAIS: 1. Beta. Parada. 2. Orla. Arar. 3. Ró. Oura. Ata. 4. Aca. Naco. Av. 5. Armar. Ló.<br />
6. Triar. Covas. 7. AT. Caras. 8. Ri. Atar. Sal. 9. Itu. Erro. Ré. 10. Fera. Goma. 11. Amarga. Orla.<br />
VERTICAIS: 1. Bera. Tarifa. 2. Ocar. Item. 3. To. Ária. Ura. 4. Aro. Mata. Ar. 5. Lunar. Te. 6.<br />
Parar. Carga. 7. AC. Carro. 8. Rá. Olor. Omo. 9. Ara. Ovas. Ar. 10. Data. Asar. 11. Aravas. Lema.<br />
REFLEXÕES E PENSAMENTOS in CITADOR.PT<br />
TEMA: O Melindre é Vaidade Pura<br />
«O melindre é um movimento da vaidade: não quero que o meu antagonista leve a melhor<br />
sobre mim, e tomo o próprio antagonista por juiz do meu mérito. Quero produzir um efeito<br />
sobre o seu coração. É por isso que vamos muito para além do que é razoável. Algumas<br />
vezes, para justificar a própria extravagância, chegamos a dizer-nos que este competidor tem<br />
a pretensão de nos armar em tolos»<br />
Stendhal, in "Do Amor"
Bar Aberto<br />
18<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
O Carnaval está aí!<br />
Seja para celebrar o fim da<br />
primeira etapa do ano lectivo,<br />
seja para aliviar a pressão do<br />
estudo, o Carnaval não podia<br />
vir em melhor altura. Onde<br />
quer que estejas, é tempo de<br />
sacudires o pó às máscaras! O<br />
MU deixa-te algumas sugestões<br />
para tirares a barriga de<br />
misérias…<br />
Vais mascarar-te<br />
de quê?<br />
Raquel<br />
Agenda noite...<br />
O carnaval...<br />
Ramos<br />
rramos@mundouniversitario.pt<br />
Cenário: Bairro Alto, noite de Carnaval. Um desfile de mascarados percorre as ruas.<br />
Visita o Clube da Esquina, o Purex, o Velvet, o Lounge e outros bares que fazem parte<br />
dos hábitos da noite. Os melhores momentos perduram para sempre em fotografia.<br />
Será assim a 3ª edição de “O Carnaval é no Bairro Alto”, da Sociedade Lomográfica<br />
Portuguesa, com um concurso de máscaras que termina no MusicBox. E, para que<br />
ninguém fique de fora, a festa inclui ainda um concurso nacional de fotografia para<br />
exposição das mais originais. Os lomógrafos não<br />
assumidos podem «pedir emprestadas» (sob caução)<br />
câmaras Lomo em Lisboa, Porto e Ovar. De resto, em<br />
www.lomografiaportugal.com encontras toda a<br />
informação para te inscreveres. Que os flashes comecem!<br />
…NO NORTE<br />
Carnaval 08<br />
No Hit Club, Póvoa de Varzim, Miguel Rendeiro, Buraka DJs,<br />
Overlude e Rui Covas fazem a festa a 4 de Fevereiro.<br />
De volta aos anos 60<br />
A discoteca SA, no Furadouro, não só dedica as noites de 31 a<br />
2 à época festiva, com as actuações de Fernando Alvim como<br />
DJ, Jaimão e Mister Gay, como termina em beleza com um baile<br />
de máscaras inspirado nos anos 60, no dia 3. A juntar a estes,<br />
há mais um ponto positivo: transporte gratuito num autocarro a<br />
partir do tribunal de Ovar.<br />
…NO CENTRO<br />
Carnaval de Torres Vedras 2008<br />
Dura de 1 a 6 de Fevereiro, e este ano o tema é a banda<br />
desenhada. Para além dos corsos e dos bailes de<br />
máscaras, as discotecas, bares e cafés da cidade estão<br />
autorizados a funcionar ininterruptamente.<br />
Lesboa Party<br />
A 7ª edição realiza-se no dia 4, no Parque de Campismo de<br />
Lisboa, em Monsanto. Samba Rainha, DJ Nuno K e VJs<br />
Bevel & Emboss dão conta da animação musical. Dress<br />
code: super-heróis.<br />
…NO SUL<br />
Entrudanças<br />
Em Castro Verde, o Carnaval é feito de música<br />
tradicional. Ideal para quem procura um programa<br />
alternativo, com oficinas de dança, instrumentos<br />
tradicionais, canto alentejano e mostras de<br />
artesanato.<br />
Albufeira em Fevereiro<br />
Porque o Algarve não é só Verão, o Kadoc organiza<br />
um concurso de máscaras e dá música aos<br />
participantes com a ajuda do DJ King Bizz.
Aprender BD<br />
O Centro de Investigação e de Estudos Arte e<br />
Multimédia da Faculdade de Belas-Artes da<br />
Universidade de Lisboa está a organizar, entre<br />
Fevereiro e Julho de 2008, Cursos Livres de Animação<br />
em Desenho, Banda Desenhada e Ilustração,<br />
dirigidos a profissionais ou a estudantes<br />
de Artes Plásticas ou Design. O curso de BD,<br />
por exemplo, tem início a 11 de Fevereiro e conta<br />
com uma duração de 144 horas (de segunda<br />
a quinta, das 18h às 22h). Os formadores<br />
do curso são José Pedro Cavalheiro, Diniz Conefrey<br />
e Luís Henriques.<br />
BD<br />
19<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com
PUB
SUPLEMENTO ESPECIAL MUNDO UNIVERSITÁRIO | 28 DE JANEIRO DE 2008
Sumário<br />
Jurídico<br />
04<br />
06<br />
ENTREVISTA AO BASTONÁRIO<br />
ANTÓNIO MARINHO E PINTO<br />
ÍNDICE<br />
CASO<br />
DE <strong>UMA</strong> ADVOGADA DE SUCESSO<br />
EDITORIAL<br />
Aabrir, uma entrevista com o recém<br />
eleito bastonário da Ordem dos<br />
Advogados. Marinho e Pinto, que<br />
tomou posse a 8 de Janeiro não podia<br />
deixar de marcar presença no suplemento<br />
jurídico que o <strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong>, único<br />
jornal destinado exclusivamente ao meio académico<br />
de norte a sul do País, pensou para os<br />
académicos e profissionais da área de Direito.<br />
Talvez o seu tom soe a aflitivo para quem entrega<br />
as energias a esta área – não recomendar o<br />
estudo das Leis a ninguém, neste momento, não é<br />
de todo um discurso optimista – mas é uma<br />
opinião pungente. Vinda de quem vem, então,<br />
pode mesmo dizer-se que dá para fazer tremer as<br />
próprias estruturas das instituições de ensino<br />
superior.<br />
08<br />
10<br />
PÓS LICENCIATURA<br />
LL.M, MESTRADOS E DOUTORAMENTOS<br />
VOZ AOS ESTUDANTES<br />
A VIDA DE <strong>UMA</strong> ESTAGIÁRIA<br />
Análises mordazes, ou simples leitura directa da<br />
realidade à parte, a perspectiva de um caso de<br />
sucesso (Maria Castelos, uma advogada que é a<br />
única mulher sócia de um escritório de<br />
advogados de peso a nível nacional) também faz<br />
todo o sentido. Ainda por cima quando se trata<br />
da responsável pela área de recrutamento e<br />
estágios no escritório onde está desde que ela<br />
própria fez o seu estágio. Quem está prestes a<br />
entrar nessa etapa pode inspirar-se e preparar-se<br />
com o seu relato. Ou com o de Ana Rodrigues da<br />
Costa, completamente embrenhada nas<br />
exigências da vida de uma jovem estagiária.<br />
12<br />
RANKING<br />
ESCRITÓRIOS: OS MELHORES DO PAÍS<br />
Depois de auscultar profissionais de peso, o<br />
suplemento entra numa segunda fase – a de<br />
investigação. A listagem exaustiva de pós<br />
graduações, mestrados e doutoramentos serve para<br />
olhar para estas 16 páginas como verdadeiro guia. E<br />
apresentamos ainda o caso do LL.M da Católica, a<br />
única instituição portuguesa que aposta neste<br />
modelo de formação importado dos Estados Unidos.<br />
A fechar a porta, porque a filosofia do quotidiano<br />
ensina que não dá para ser menos do que o<br />
melhor, apresentam-se os melhores advogados e<br />
escritórios do País.<br />
Raquel Louçã Silva | Directora<br />
rsilva@mundouniversitario.pt<br />
FICHA<br />
TÉCNICA<br />
Directora<br />
Raquel Louçã Silva<br />
Conselho de Gerência:<br />
António Stilwell Zilhão; Francisco<br />
Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva<br />
Colaboradores:<br />
Cátia Pinto<br />
Edgar Amaral<br />
Joana Peres<br />
Margarida Rolo Matos<br />
Raquel Ramos<br />
Fotografia:<br />
Mónica Moitas<br />
Projecto gráfico<br />
e Paginação:<br />
Joana Túlio<br />
Revisão:<br />
Neida Fernandes<br />
Marketing:<br />
Rui Gonçalves e Vanda Filipe<br />
Publicidade:<br />
Paula Reis (Account Director)<br />
Sede Redacção: Estrada da<br />
Outurela nº 118 Parque Holanda<br />
Edifício Holanda 2790-114<br />
Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax:<br />
21 416 92 27 | Tiragem: 15 000 |<br />
Periodicidade: semanal |<br />
Distribuição: Gratuita | Impressão:<br />
Grafedisport; Morada: Casal Sta.<br />
Leopoldina – Queluz de Baixo 2745<br />
Barcarena;<br />
ISSN 1646-1649.<br />
02 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008
PUB
Bastonário<br />
da ordem<br />
dos<br />
advogados<br />
ANTÓNIO COTRIM/LUSA<br />
NOVO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS, ANTÓNIO MARINHO E PINTO<br />
«Alunos do secundário: fujam<br />
das faculdades de Direito»<br />
04 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008<br />
O NOVO BASTONÁRIO DA ORDEM DOS ADVOGADOS, ANTÓNIO MARINHO E PINTO, 57<br />
ANOS, CONHECIDO PELO SEU DISCURSO INCISIVO, TRAÇA UM CENÁRIO MUITO NEGATIVO<br />
DA PROFISSÃO, DEFENDENDO QUE O COMBATE DA MASSIFICAÇÃO DE ADVOGADOS COMO<br />
<strong>UMA</strong> DAS PRIORIDADES DO MANDATO. A ESTE PROPÓSITO, DIZ QUE OS CANDIDATOS A<br />
ADVOGADOS DEVEM FAZER UM EXAME DE ACESSO À ORDEM DOS ADVOGADOS PARA<br />
QUE, DESTA FORMA, SEJAM ESCOLHIDOS OS MELHORES DO PAÍS. QUANTO À<br />
IMPLEMENTAÇÃO DE BOLONHA, AFIRMA QUE A OBRIGATORIEDADE DOS 5 ANOS DE<br />
FORMAÇÃO <strong>VAI</strong> SER REGULARIZADA EM BREVE
«Com as medidas levadas a cabo pelo Governo que<br />
visa retirar a justiça dos Tribunais vai ser preciso<br />
combater a desjusdicialização: Não se pode escorraçar<br />
os cidadãos dos Tribunais.»<br />
Margarida Rolo de Matos |<br />
mmatos@mundouniversitario.pt<br />
Qual é o actual panorama da Justiça em Portugal?<br />
É mau, é muito mau, é péssimo. Nunca esteve num estado<br />
tão deplorável. E com as medidas levadas a cabo<br />
pelo Governo que visa retirar a justiça dos Tribunais<br />
vai ser preciso combater a desjusdicialização: Não se<br />
pode escorraçar os cidadãos dos Tribunais. Representa<br />
um retrocesso civilizacional muito grande para a<br />
democracia. É preciso convencer o Executivo de que a<br />
justiça não pode ser feita em repartições de finanças.<br />
Portugal não pode ser um paraíso para os caloteiros.<br />
Vamos entrar no reino da selva em que nem os pobres<br />
nem a classe média conseguem ter acesso aos tribunais.<br />
Só os poderosos, astutos e com dinheiro.<br />
É no contexto de transparência da justiça, que defende<br />
que é incompatível ser deputado e advogado?<br />
Claro. Quem faz leis, não pode ter clientes privados,<br />
uma vez que já houve suspeitas de que se fizeram leis<br />
para clientes. Quem administra a justiça não pode fazer<br />
leis, na Assembleia da República. Houve verdadeiros<br />
escândalos nas leis da amnistia, em que houve<br />
crimes que foram incluídos entre a aprovação em<br />
plenário e a publicação em Diário da República.<br />
Mas esta questão é uma das prioridades do seu mandato?<br />
Não é uma prioridade do meu mandato porque só o Parlamento<br />
é que pode alterar os estatutos da Ordem dos<br />
Advogados. Mas é um dos aspectos da justiça que deve<br />
ser corrigido. Vou pressionar o Governo nesse sentido.<br />
No seu caso concreto, enquanto bastonário vai continuar<br />
a advogar?<br />
Suspenderei a advocacia de clientes, ou seja a advocacia<br />
remunerada. Estou neste momento, a concluir os últimos<br />
casos. Mas farei uma Advocacia “pro bono” das<br />
causas em defesa do Estado de Direito, em casos especiais<br />
de defesa dos Direitos Humanos e em defesa de advogados<br />
no caso de actos praticados no âmbito do patrocínio,<br />
desde que tais situações estejam em<br />
conformidade com o nosso estatuto profissional.<br />
Afirmou que encontrar soluções para responder à massificação<br />
dos advogados era uma das bandeiras do<br />
mandato. Como se combate?<br />
É necessário denunciar as faculdades de Direito públicas<br />
e privadas que enganam, exploram, iludem os alunos,<br />
numa altura em que a sociedade está em crise. É preciso<br />
denunciar o lucro sem escrúpulos que estas faculdades<br />
fazem. Há mais de 20 faculdades de Direito no país que<br />
não correspondem às necessidades sociais do mercado.<br />
Basta pensar que entre os licenciados desempregados<br />
um terço é licenciado em Direito. Há cerca de 26 mil licenciados<br />
em Portugal, quando cerca de 12 mil<br />
chegavam para as necessidades do mercado, fazendo-se<br />
uma média entre o número de habitantes e o número de<br />
advogados. Porque depois não há trabalho para todos e<br />
essa situação actual degrada o patrocínio forense e<br />
degrada a administração da Justiça e o Estado de Direito<br />
As vagas de acesso aos cursos de Direito têm de<br />
diminuir ainda mais.<br />
Mas vai tomar alguma medida para limitar o acesso à<br />
Ordem dos candidatos a advogados?<br />
Defendo que deve ser feita um exame de acesso à Ordem,<br />
onde se escolhem os melhores do país, tendo em conta a<br />
sua formação académica, a sua preparação científica para<br />
o exercício da profissão. E depois mantêm-se à mesma os<br />
exames de final de estágio. É que há muita gente que vai<br />
para a Ordem que não quer ser advogado mas como não<br />
consegue arranjar emprego noutras áreas de saída profissionais<br />
proporcionadas pelo curso de Direito acaba por ir<br />
para a Ordem. Para já ainda não há um número concreto<br />
de quantos alunos vão poder entrar.<br />
Encerrar o acesso à ordem durante um ou dois anos<br />
pode ser uma das hipóteses?<br />
Sim, todas as hipóteses estão em cima da mesa. Estamos<br />
a estudar a situação.<br />
Face ao cenário actual, hoje ia tirar o curso de Direito?<br />
Claro que não. Jamais. E digo aos estudantes do ensino<br />
secundário: fujam das faculdades de Direito. Fujam dos<br />
cursos de natureza humanística.<br />
E a questão da vocação onde fica no meio disto?<br />
A sobrevivência é cada vez mais difícil para os jovens<br />
advogados. Milhares de jovens são enganados nas suas<br />
expectativas. Mais uma vez saliento: Fujam das faculdades<br />
de Direito. Há advogados que não têm clientes: há<br />
outros que não facturam o suficiente para pagar 5 a 10<br />
por cento das suas despesas. E muitos têm depois de<br />
ficar a depender dos pais. Muitos vão trabalhar para sítios<br />
que não têm nada a ver com a sua formação, como<br />
empregados de escritórios ou mesmo em supermercados.<br />
Se quiserem ser mesmo advogados vão ter que fazer<br />
muitos sacrifícios no futuro.<br />
Como é que viu a implementação de Bolonha em Direito?<br />
É mais uma forma de as faculdades de Direito aumentarem<br />
os seus lucros. Os alunos fazem os 3<br />
primeiros anos a um preço e depois o segundo ciclo de<br />
formação é a preços elevados, mesmo inadmissíveis. Nada<br />
o justifica, é intolerável. Os alunos investem milhões<br />
de euros para nada.<br />
Quantos anos de formação são obrigatórios para o acesso<br />
à Ordem?<br />
Cinco anos de formação como acontecia anteriormente,<br />
antes da entrada em vigor do Processo de Bolonha. Não<br />
se pode diminuir a exigência académica de um curso como<br />
o de Direito, encurtando os anos de formação. Neste<br />
momento a Ordem está a levar a cabo um estudo e a<br />
preparar os estatutos para regularizar esta situação:<br />
quem quiser aceder à OA tem mesmo que fazer os 5<br />
anos de formação.<br />
Porque defende que os estagiários não podem tratar do<br />
patrocínio oficioso?<br />
Os estagiários ainda não estão preparados para tal e não se<br />
pode prejudicar os direitos dos cidadãos. É inaceitável que a<br />
defesa de bens jurídicos como a liberdade de pessoas mais<br />
desfavorecidas que não possuem recursos para contratar<br />
um advogado seja entregue, muitas vezes, a colegas estagiários<br />
que ainda não estão devidamente preparados para o<br />
exercício do patrocínio forense.<br />
ANTÓNIO COTRIM/LUSA<br />
Perfil<br />
Nome: António Marinho e Pinto<br />
Naturalidade: Amarante<br />
Idade: 57 anos<br />
Formação: Licenciado em Direito pela Universidade<br />
de Coimbra, como trabalhador estudante.<br />
Enquanto aluno esteve ligado à secção de Jornalismo<br />
da Associação Académica de Coimbra e<br />
participou na criação do jornal <strong>Universitário</strong> de<br />
Coimbra – A CABRA, a mais antiga publicação<br />
do género com 17 anos de existência. Exerce<br />
advocacia há 25 anos. Mantém-se ligado àquela<br />
instituição, sendo professor de Direito da Comunicação<br />
na Faculdade de Letras, entre outras<br />
cadeiras.<br />
Curiosidade: Nos tempos de estudante chegou a<br />
ser preso pela PIDE durante dois meses, no<br />
Forte de Caxias.<br />
Cargos: Foi presidente da Comissão dos Direitos<br />
Humanos da Ordem dos Advogados e concorreu<br />
a bastonário nas anteriores eleições (em que foi<br />
o segundo mais votado) juntamente com<br />
Rogério Alves (o bastonário a que sucede) e João<br />
Correia.<br />
Ordem dos Advogados: As eleições que o<br />
tornaram no novo Bastonário da Ordem dos Advogados<br />
aconteceram a 30 de Novembro, tendo<br />
tomado posse a 8 de Janeiro.
Caso<br />
Advogada<br />
de sucesso<br />
MARIA CASTELOS É DAS MELHORES NA PENÍNSULA IBÉRICA<br />
«Ser advogado é aprender<br />
a vida inteira, até ao último<br />
dia de trabalho»<br />
NATURALMENTE. FOI ASSIM QUE SURGIU O DESEJO DE SER ADVOGADA. AINDA<br />
EXPERIMENTOU O DESIGN MAS DEPRESSA O TROCOU PELAS LETRAS QUE A LEVARAM AO<br />
ESTUDO DAS LEIS. AOS 39 ANOS, MARIA CASTELOS É A MAIS JOVEM SÓCIA ADVOGADA<br />
DA PLMJ, O MAIOR ESCRITÓRIO DE ADVOGADOS DO PAÍS. AO MU, RECORDOU MEMÓRIAS<br />
DE FACULDADE E REVELOU COMO CONSTRUIU <strong>UMA</strong> CARREIRA DE SUCESSOS.<br />
06 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008<br />
Cátia Pinto | info@mundouniversitario.pt<br />
Mónica Moitas | fotografia<br />
O Direito foi um sonho de menina ou só mais<br />
tarde é que se apercebeu que era esta a área<br />
em que gostaria de trabalhar?<br />
O Direito, mas mais o ser advogada, surgiu no<br />
nono ano. Nasci e estudei em Évora e, aos 14<br />
anos, tínhamos de escolher a área. Eu queria<br />
Direito, mas na escola onde andava não havia<br />
essa opção e então fui para Arte e Design. No<br />
ano seguinte, troquei para Humanísticas. Nunca<br />
me questionei muito por esta escolha, não<br />
tinha pais nem ninguém na família que fosse<br />
advogado. Fui talvez influenciada pelo Perry<br />
Meyer e pelos casos que ele resolvia. A ida depois<br />
para a Universidade foi muito tranquila.<br />
Como foi a vinda para Lisboa?<br />
Fácil porque vim com o meu irmão. Foi um grito<br />
do Ipiranga porque, na altura, tinha 16 anos<br />
e vir viver para a capital sem os pais para frequentar<br />
o ano zero da Católica... Depois, por<br />
coincidência, veio para a mesma universidade<br />
a filha de uns amigos dos meus pais e a adaptação<br />
foi pacífica. Na Universidade Católica<br />
criei logo um grupo de amigos fantásticos, admito<br />
que nesta universidade, por ter um ambiente<br />
mais pequeno, a integração seja mais fácil<br />
do que noutras universidades.<br />
Houve assim algum professor que a tenha<br />
marcado especialmente?<br />
Do ano zero, recordo-me da professora Maria<br />
da Glória Leitão que me marcou pela paixão<br />
com que nos dava a cadeira. Tenho a imagem<br />
dela sempre de olhos fechados a falar de uma<br />
maneira apaixonada. Depois o Marcelo Rebelo<br />
de Sousa, pela genialidade. Também a professora<br />
Maria Pires Beleza que me deu Processo<br />
Civil e, apesar de hoje não fazer tribunal, acho<br />
que tudo o que me lembro dessa matéria, foi<br />
aprendido nas aulas. Tive um professor de<br />
aulas práticas, o Dr. Pedro Eiró, que também<br />
me marcou muito porque nós tivemos frequência<br />
e tinha havido notas péssimas… Quando<br />
chegámos à aula prática o professor disse que<br />
as notas tinham sido más e que havia muitas<br />
notas abaixo de sete e referiu o meu nome. Foi<br />
assim um murro no estômago, porque a frequência<br />
tinha corrido lindamente…mas depois<br />
olhou para mim e disse “Estou a brincar!”…<br />
Como eu era muito caladinha nas aulas e tinha<br />
tido boa nota na frequência, ele fez-me provar
que tinha merecido essa classificação e<br />
chamou-me em quase todas as aulas práticas.<br />
Passados cinco anos, termina o curso e entra<br />
na PLMJ…<br />
Sim, terminei em 1991 e vim fazer o estágio.<br />
Seguidamente fui para Londres fazer o curso<br />
de pós-graduação na área de Direito Financeiro,<br />
durante um ano e regressei.<br />
Nessa altura a PLMJ já era o maior escritório<br />
do país. Como foi a integração?<br />
Era muito diferente da de hoje. Sou responsável<br />
há alguns anos pela área de recrutamento<br />
e estágios da PLMJ e, pelas entrevistas<br />
que faço, percebo que o mercado mudou<br />
exponencialmente desde o ano em que fiz o<br />
estágio. Na altura ninguém se candidatava a<br />
um escritório. Funcionava tudo através de<br />
conhecimentos. Numa conversa com o meu<br />
pai ele dizia-me, ‘fala com alguém que te indique<br />
os melhores escritórios’. Depois, foi até<br />
numa conversa com uns colegas que trocámos<br />
impressões sobre os melhores escritórios<br />
para fazer o estágio…<br />
Era mais fácil?<br />
Era mais injusto, porque as oportunidades<br />
não chegavam da mesma forma a todos.<br />
Para nós, era muito mais fácil porque não<br />
passávamos por nenhum processo de ansiedade.<br />
Só tive de escolher se queria ficar<br />
em Lisboa ou não. Hoje é completamente<br />
diferente. Por um lado, é mais fácil porque as<br />
oportunidades podem chegar a qualquer um.<br />
Mas é também mais ansioso. Na minha altura,<br />
eu encarava o estágio como uma continuação<br />
do meu curso. Quando entrei neste<br />
escritório, nunca pensei se me davam carreira<br />
ou não… Hoje em dia as sociedades são<br />
muito maiores e nas entrevistas as pessoas<br />
acham que vão tomar a decisão para o resto<br />
da vida, quando nem sequer é o caso. É importante<br />
escolher o escritório certo, mas essa<br />
decisão não é para o resto da vida.<br />
Qual o perfil dos candidatos que entrevista?<br />
Temos algum padrão por faculdade, mas<br />
acaba por ser variado. Noto é diferenças entre<br />
gerações. O que a geração de hoje quer<br />
não tem nada a ver com a de há alguns anos<br />
atrás. Os sacrifícios que as pessoas estão dispostas<br />
a fazer também são diferentes. A geração<br />
de hoje é mais exigente, no sentido da<br />
compatibilização da vida profissional com a<br />
vida pessoal. Querem muito mais uma compensação<br />
imediata do que nós queríamos há<br />
uns anos. Digo sempre nas entrevistas e apresentações<br />
que faço nas faculdades que ser<br />
advogado é ser um profissional liberal e, por<br />
isso, não tem horários. Tem prazos, tem<br />
clientes e clientes com problemas para resolver.<br />
Ser advogado é ser disponível. E o<br />
facto de olharmos para essas grandes sociedades<br />
como novos escritórios não pode<br />
subverter esse princípio. Ninguém pense que<br />
num escritório de advogados terá um<br />
horário das nove às cinco. Além disso, pode<br />
sempre acontecer ter de voltar de férias<br />
mais cedo (ou nem ir) se o cliente precisar de<br />
ajuda e não estiver ninguém no escritório<br />
que o possa fazer. Tudo isto é inerente à<br />
profissão.<br />
E os candidatos hoje têm essa noção?<br />
Quando entram, percebem. Também não<br />
faço o discurso de alguns escritórios, de que<br />
‘tem de casar connosco e não pode ir de<br />
férias…’. Nós não fazemos isso e preocupamo-nos<br />
que as pessoas que trabalham<br />
connosco consigam ter o seu espaço. E uma<br />
vantagem é o facto de trabalharmos em<br />
equipa. Nunca há só uma pessoa a tratar de<br />
um assunto específico. Há sempre duas ou<br />
três pessoas que podem substituir.<br />
Em que contexto surgiu o prémio PLMJ?<br />
É mais uma oportunidade para os jovens licenciados<br />
que querem ser advogados terem a<br />
possibilidade de estagiarem connosco. É também<br />
uma forma de aproximar o escritório das<br />
faculdades. Durante anos a fio, os escritórios e<br />
a Academia viveram de costas voltadas. Sempre<br />
houve advogados que eram simultaneamente<br />
assistentes, mas havia um grande<br />
corte, o que é errado. Aliás, basta olhar para a<br />
realidade de outros países, inclusive de Espanha,<br />
onde a prática jurídica e a academia<br />
vivem mais em comunhão. É também importante<br />
para o escritório apostar nas relações<br />
com a universidade para que os alunos consigam<br />
perceber cada vez mais cedo o trabalho<br />
que implica cada uma das práticas do Direito.<br />
Acções conjuntas, acções de pós-graduação<br />
são alguns exemplos. Até porque, ser advogado<br />
é aprender a vida inteira, até ao último dia<br />
de trabalho.<br />
Como perspectiva a sua carreira?<br />
Eu gostava de me reformar amanhã e tirar<br />
arquitectura! (risos)<br />
Mas sente que já fez tudo?<br />
Não, claro que ainda não fiz tudo. Mas isto<br />
tem a ver com a intensidade da nossa profissão.<br />
Trabalhamos muito e é cansativo. A<br />
coisa boa é que como é uma profissão que<br />
tem sempre novos desafios não é rotineira e<br />
intelectualmente é muito estimulante. E dentro<br />
do próprio escritório, o facto de podermos<br />
crescer é sempre um desafio.<br />
Como é ser a única sócia mulher no meio de<br />
tantos sócios homens?<br />
Têm de me tratar bem! Ainda tenho pouca<br />
experiência em ser a única mulher, porque<br />
até há pouco tempo éramos mais.<br />
Que olhar faz da justiça portuguesa?<br />
(risos)… Não faço tribunal e, portanto, não me<br />
sinto autorizada a comentar o dia-a-dia. Falo<br />
em nome da percepção que tenho como advogada<br />
e também como cidadã. Obviamente<br />
que a justiça é um dos maiores problemas de<br />
Portugal. É muito fácil, e tem havido um<br />
pouco essa tentação, de se apontar culpas…<br />
Durante uns tempos, os juízes apontavam o<br />
dedo aos advogados e vice-versa. Mas acho<br />
que este é um problema estrutural. Seguramente<br />
não é culpa da magistratura nem da<br />
advocacia. É o resultado do desinvestimento<br />
do Estado nesta área durante algumas décadas.<br />
A mensagem que continua a passar cá<br />
para fora é a de que as coisas não se resolvem.<br />
E isto tem um impacto brutal na<br />
economia…<br />
Como analisa a actuação do novo bastonário?<br />
Com distanciamento. Espero que não faça<br />
tudo o que disse durante a campanha. Que,<br />
assumidas as suas funções, tenha a oportunidade<br />
de analisar internamente os condicionamentos<br />
da acção da própria Ordem. E,<br />
além disso, que a Ordem se consiga aproximar<br />
muito mais de todos os advogados, com<br />
uma visão mais abrangente da profissão.<br />
Porque não são só os dos grandes escritórios<br />
que são advogados…<br />
O caminho do sucesso<br />
1991 Licencia-se em Direito pela Universidade<br />
Católica de Lisboa<br />
1995 Completa o LL.M. em Bancário e Financeiro<br />
pela University of London, University<br />
College London.<br />
2000 Com apenas 31 anos torna-se Sócia de<br />
Indústria da PLMJ<br />
2005 Passa a Sócia de Capital. Actualmente é,<br />
não só a mais nova Sócia de Capital de<br />
PLMJ, como a única mulher entre 20 Sócios<br />
de Capital num total de 45 Sócios e<br />
200 Advogados.<br />
Em 2007 foi reconhecida como uma das melhores<br />
Advogadas da Península Ibérica com<br />
menos de 40 anos pela revista Iberian Lawyer<br />
(Prémio “Top 40 under 40”).
LL.M<br />
Pós graduações<br />
Mestrados<br />
Doutoramentos<br />
EM PORTUGAL, A CATÓLICA É A ÚNICA QUE OFERECE FORMAÇÃO EM LL.M<br />
LL...quê?<br />
LL.M. OU, SE PREFERIREM, MASTER OF LAWS. EM PORTUGAL SÓ HÁ UM, NA FACULDADE<br />
DE DIREITO DA UNIVERSIDADE CATÓLICA PORTUGUESA (UCP). O LOCAL É LISBOA, A<br />
INSPIRAÇÃO É AMERICANA, OS PROFESSORES SÃO BRITÂNICOS, O MÉTODO É GREGO E<br />
OS ESTUDANTES SÃO DE TODA A PARTE.<br />
08 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008<br />
Raquel Ramos | rramos@mundouniversitario.pt<br />
Voltado para o Direito dos negócios<br />
internacionais, O LL.M. em International<br />
Trade and Business Law<br />
da UCP é único a nível nacional,<br />
mas as suas ambições transbordam<br />
para além das fronteiras do país. O programa<br />
foi lançado no ano lectivo passado, desde<br />
logo assumindo uma vocação internacional:<br />
interessar aos estudantes portugueses e aos<br />
estrangeiros. «O conteúdo do LL.M. também é<br />
internacional», acrescenta Luís Barreto<br />
Xavier, coordenador do curso, «não se ensina<br />
no programa Direito português, ensina-se<br />
Direito que é aplicável à generalidade dos países<br />
e que tem uma dimensão cada vez mais<br />
transnacional».<br />
O LL.M. nasceu nas universidades dos Estados<br />
Unidos como oferta de uma preparação intensiva<br />
para a prática profissional e a sua filosofia<br />
foi bem recebida e desenvolvida nos meios<br />
académicos britânicos. Estas duas nacionalidades<br />
estão, aliás, fortemente representadas<br />
no corpo docente do programa da Católica,<br />
que é leccionado em inglês. «Neste momento, o<br />
inglês começa a ser cada vez mais falado pela<br />
comunidade jurídica, é a língua da contratação<br />
internacional. E, de facto, é a língua que nos<br />
permite, por um lado, competir no mercado internacional<br />
de programas de topo e, por outro,<br />
captar mais facilmente estudantes estrangeiros<br />
e ter a leccionar na Católica professores<br />
da Universidade de Berkeley, de Georgetown,<br />
do King’s College e outras universidades<br />
mundiais», explica o responsável pelo «mestrado<br />
em leis», que envolve este ano apenas 3 professores<br />
portugueses. «Para o ano vão ser<br />
mais», garante Luís Barreto Xavier.<br />
QUEM É O ESTUDANTE DO LL.M.?<br />
O paralelo entre o MBA (Master Business Administration)<br />
e o LL.M. é um lugar comum<br />
mas, ainda que levando a concepções erradas<br />
do segundo como imitação do primeiro, a comparação<br />
é possível. «Não se faz um LL.M., tal<br />
como não se faz um MBA, para seguir uma<br />
carreira académica. O que se quer é obter ferramentas<br />
de conhecimento para a acção e promover<br />
uma qualificação profissional muito sólida.<br />
Por outro lado, o LL.M., tal como o MBA,<br />
não se destina a recém-licenciados», esclarece<br />
Barreto Xavier. Os destinatários deste tipo de<br />
pós-gradução são profissionais com alguma experiência,<br />
mas que se vêem confrontados com<br />
a necessidade de «refrescar ideias, serem expostos<br />
à novidade».<br />
Em Portugal, a adesão ao programa pioneiro<br />
superou as expectativas. «Não nos podemos<br />
esquecer de que estamos em Portugal, um país<br />
pequeno, e de que este programa não é para<br />
grandes massas. Nem todas as pessoas têm<br />
um background suficientemente sólido e<br />
sofisticado para terem a preparação<br />
necessária e, ao mesmo tempo, Portugal não<br />
tem uma população enorme que permita augurar<br />
um sucesso imediato», lembra o Mestre em<br />
Ciências Jurídicas.<br />
A «altíssima qualidade» dos estudantes admitidos<br />
para o primeiro ano do curso consolidou-se<br />
no segundo, que dá continuidade a um «método<br />
socrático», ou seja, uma opção por aulas<br />
menos expositivas e mais abertas à participação,<br />
à discussão livre e à análise de casos.<br />
Assim, além do domínio do inglês técnico-jurídico,<br />
os profissionais saem do LL.M. com um<br />
«networking» feito de contactos com colegas<br />
de diferentes sociedades e empresas, em diferentes<br />
países, e também com a possibilidade de<br />
avançarem nas suas carreiras em direcção às<br />
sociedades de advogados que patrocinam o<br />
programa.<br />
No fim de contas, o valor do LL.M. acaba por<br />
residir mais no diploma e na formação de alto<br />
nível do que no grau de Mestre. E, como prova,<br />
o título só se adquire com a defesa e aprovação<br />
de uma dissertação opcional.
VERA EIRÓ, DOUTORANDA EM DIREITO<br />
«O caminho da tese<br />
é de quem a faz»<br />
fazer... O orientador ajuda-nos a percorrer o<br />
caminho, mas não é pessoa que o faça por nós.<br />
O caminho da tese é de quem a faz, não é de<br />
quem a orienta. É complicado, por um lado,<br />
estabelecer barreiras e, por outro, sentir que<br />
se está a ser acompanhado. Eu tenho a sorte<br />
de estar a correr muito bem porque sempre<br />
que precisei de alguma orientação específica o<br />
meu orientador esteve presente. Mas o caminho<br />
é meu, faço-o sozinha.<br />
EM 2006 VERA EIRÓ, HOJE COM 29 ANOS, COMEÇOU<br />
A SUA TESE SOBRE “OBRIGAÇAO DE INDEMNIZAR<br />
EM CONTRATAÇÃO PÚBLICA”, EM CONCLUSÃO<br />
DO DOUTORAMENTO PELA FACULDADE DE DIREITO<br />
DA UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA.<br />
Raquel Ramos | rramos@mundouniversitario.pt<br />
Porquê a decisão pelo doutoramento?<br />
Na altura em que decidi, a Faculdade<br />
[FDUNL] propunha um novo modelo, mais<br />
dinâmico. O pano de fundo foi sempre a vida<br />
profissional mas, depois da fase escolar, optei<br />
por estar em exclusividade no doutoramento,<br />
pois entendi que só assim conseguiria chegar<br />
a bom porto. Na minha área, no Direito<br />
administrativo, é essencial ter conhecimentos<br />
teóricos consolidados, e fazer a tese na área<br />
em que trabalhava surgiu como uma oportunidade<br />
de valorização profissional e pessoal.<br />
O grau de Doutor, por si só, abre portas?<br />
Eu acho que aquilo que abre mais portas são<br />
as duas coisas associadas: ter experiência<br />
profissional na advocacia e ter o grau. Saber<br />
ser advogado e, ao mesmo tempo, passar pela<br />
experiência de aprofundar um tema com a exigência<br />
de uma tese de doutoramento.<br />
A primeira fase, em que estudava e trabalhava,<br />
foi difícil?<br />
A fase inicial foi muito difícil. Valeu a pena a<br />
tentativa de compatibilização, mas achamos<br />
sempre que faríamos melhor se tivéssemos<br />
mais tempo. O programa de doutoramento é<br />
exigente e cada vez mais acho que carece de<br />
dedicação exclusiva desde o dia zero.<br />
E que outras dificuldades sentiu?<br />
Inicialmente, foi dificil estabelecer um ritmo<br />
de trabalho. Quando se começa a fazer o<br />
doutoramento também é difícil encontrar a<br />
nossa tese, que é o ponto de partida e o ponto<br />
de chegada do nosso trabalho.<br />
Como é a relação com o orientador da tese?<br />
É sempre difícil dizer o que o orientador deve<br />
Estabeleceu uma meta para terminar a tese?<br />
Quando terminar a bolsa da Fundação para a<br />
Ciência e a Tecnologia já não tenho financiamento<br />
para escrever a tese. É uma meta objectiva<br />
e que não depende de mim. Eu estabeleci<br />
acima de tudo prazos que acho<br />
razoáveis, embora seja muito difícil dizer<br />
quando vou ter a tese pronta.<br />
O doutoramento marca o fim do seu percurso<br />
académico?<br />
Não sei. Noutras áreas que não tenham nada<br />
que ver com a área específica do meu<br />
doutoramento e que tenham cariz essencialmente<br />
prático, não vejo porque não [voltar à<br />
faculdade]. A formação contínua é sempre<br />
boa, mas mais importante é saber contextualizá-la<br />
naquilo que fazemos em concreto, se<br />
não, é só uma linha no currículo que vale<br />
pouco.<br />
ANDAS À PROCURA DE <strong>UMA</strong> PÓS GRADUAÇÃO, MESTRADO OU DOUTORAMENTO EM DIREITO?<br />
BRAGA<br />
Universidade do Minho<br />
MESTRADOS<br />
Direito das Autarquias Locais |<br />
Direitos Humanos | Direito Judiciário<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito<br />
PORTO<br />
Universidade do Porto<br />
MESTRADOS<br />
Ciências Forenses | Criminologia<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Criminologia| Direito das Autarquias Locais | Direito das<br />
Autarquias Locais e Urbanismo | Direito Fiscal<br />
Universidade Católica Portuguesa<br />
MESTRADOS<br />
Direito Criminal | Direito da Empresa e dos Negócios |<br />
Direito Privado | Direito Público e Internacional<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Direito da Edificação e Construção | Direito do Trabalho e<br />
de Processo de Trabalho<br />
Universidade Portucalense Infante D. Henrique<br />
MESTRADOS<br />
Direito | Especialização em Ciências Jurídico-Administrativas<br />
e Tributárias | Especialização em Ciências Jurídico-<br />
Empresarias | Especialização em Ciências Jurídico-Processuais<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito<br />
Universidade Lusíada<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Direito do Ambiente | Direito do Trabalho | Integração<br />
Latino – Americana<br />
Universidade Lusófona<br />
MESTRADOS<br />
Direito | Integração Europeia e Economia Internacional<br />
COIMBRA<br />
Universidade Internacional<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Direito<br />
Instituto Superior Bissaya Barreto<br />
MESTRADOS<br />
Ciências Jurídico-Forenses | Direito e Economia |<br />
Justiça Alternativa<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Direito do 3º Sector<br />
Universidade de Coimbra<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito | Direito, Justiça e Cidadania no Século XXI<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Contratação Pública | Direito Bancário, da Bolsa e dos<br />
Seguros | Direito da Comunicação | Direito da Familia |<br />
Direito da Medicina | Direito das Empresas | Direito do<br />
Consumo | Direito do Desporto Profissional | Direito do<br />
Ordenamento, do Urbanismo e do Ambiente | Direito do<br />
Trabalho | Direito Fiscal das Empresas | Direito Notarial<br />
e Registal | Direito Penal, Económico e Europeu |<br />
Direitos Humanos | Estudos Europeus | Justiça Administrativa<br />
e Fiscal | Justiça Europeia sobre Direitos do<br />
Homem | Regulação Pública e Concorrência<br />
LISBOA<br />
Universidade Católica Portuguesa<br />
MESTRADOS<br />
LL.M. em International Trade and Business Law | LL.M.<br />
Europeu - European Legal Practice<br />
Direito Administrativo e Contratação Pública | Direito<br />
do Trabalho | Direito e Gestão | Direito Forense | Direito<br />
Global Legal Studies | Direito Penal | Direito Público |<br />
Pós-Graduações | Ciências Jurídicas | Contencioso Administrativo<br />
| Direito Comercial | Direito e Prática da<br />
Contratação Pública | Direito Processual Tributário |<br />
Fiscalidade<br />
Universidade Lusófona<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Criminologia | Direito Marítimo | Mediação de Conflitos<br />
em Matéria Penal | Medicina Legal e Ciências Forenses |<br />
Notariado e Registos<br />
Universidade Lusíada<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Criminologia | Direito do Trabalho | Direito Registal |<br />
Direito, religião e sociedade<br />
Universidade Internacional<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Direito<br />
Universidade Autónoma<br />
MESTRADOS<br />
Ciências Jurídicas | Ciências Jurídico-Políticas | Ciências<br />
Jurídico-Processuais<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Administração Pública e Direito Administrativo | Ciências<br />
Criminais | Direito Bancário e Seguros | Direito do<br />
Ambiente | Direito do Desporto | Direito e Prática Notarial<br />
| Direito Empresarial | Direito Fiscal | Direito no Trabalho<br />
| Direito para Profissionais da Comunicação Social |<br />
Direito Rodoviário | Práticas Forenses<br />
Universidade Nova de Lisboa<br />
MESTRADOS<br />
Direito<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Direito<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Arbitragem<br />
Universidade de Lisboa<br />
MESTRADOS<br />
Ciências Histórico-Jurídicas | Ciências Jurídicas | Ciências<br />
Jurídico-Comunitárias | Ciências Jurídico-Criminais |<br />
Ciências Jurídico-Económicas | Ciências Jurídico-Empresariais<br />
| Ciências Jurídico-Forenses | Ciências Jurídico-Internacionais<br />
| Ciências Jurídico-Políticas | Direito Administrativo<br />
| Direito Intelectual | Direito Internacional e<br />
Relações Internacionais<br />
DOUTORAMENTOS<br />
Ciências Histórico-Jurídicas | Ciências Jurídicas | Ciências<br />
Jurídico-Económicas | Ciências Jurídico-Políticas<br />
PÓS-GRADUAÇÕES<br />
Aperfeiçoamento em Arrendamento Urbano | Aperfeiçoamento<br />
em Direito Bancário | Aperfeiçoamento em<br />
Direito do Consumo | Aperfeiçoamento sobre Direito Penal<br />
Especial |<br />
Choque e Diálogo de Civilização: Direito, História e<br />
Filosofia | Direito Comercial Internacional | Direito da<br />
Concorrência e da Regulação | Direito da Educação |<br />
Direito da Energia | Direito da Responsabilidade das Entidades<br />
Públicas | Direito das Pessoas | Direito das Telecomunicações<br />
| Direito do Ambiente | Direito dos Contratos<br />
Públicos | Direito do Ordenamento do Território e do Urbanismo<br />
| Direito dos Valores Mobiliários | Direito Fiscal |<br />
Direito Humanitário e dos Refugiados | Direito Sancionatório<br />
das Autoridades Reguladoras | Especialização<br />
em Direito do Trabalho<br />
Estudos Europeus | Filiação, Adopção e Protecção de<br />
Menores (As respostas do Direito) | Finanças e Gestão do<br />
Sector Público | Formação para o Acesso ao Notariado<br />
Instituto Superior de Ciências<br />
do Trabalho e da Empresa<br />
MESTRADOS<br />
Direito das Empresas<br />
Instituto Superior de Línguas e Administração<br />
MESTRADOS<br />
Tradução Jurídica e Empresarial<br />
CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO<br />
Especialização em Direito
Voz<br />
aos<br />
estudantes<br />
RELATO DA VIDA DE <strong>UMA</strong> ESTAGIÁRIA<br />
«A maioria das pessoas<br />
só dá valor ao trabalho de um<br />
advogado quando precisa de um»<br />
EM TODA E QUALQUER LICENCIATURA, O ESTÁGIO É FUNDAMENTAL NA PREPARAÇÃO<br />
PARA O EXERCÍCIO DA PROFISSÃO. E DIREITO É, CERTAMENTE, DOS MAIS EXIGENTES<br />
PORQUE TÊM MÉTODOS E DISCIPLINAS DE TRABALHO MUITO PRÓPRIOS. A IMPORTÂNCIA<br />
DE <strong>UMA</strong> BOA ORIENTAÇÃO NESTA FASE DA CARREIRA É ESSENCIAL PARA O (IN)SUCESSO.<br />
ANA, FUTURA ADVOGADA, DEIXOU-NOS ENTRAR NA SUA ROTINA DE ESTAGIÁRIA.<br />
10 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008<br />
Edgar Amaral | eamaral@mundouniversitario.pt<br />
Mónica Moitas | fotografia<br />
São quatro da tarde de uma tarde de<br />
segunda-feira solarenga. O escritório<br />
de advogados Botelho da Silva, localizado<br />
em frente ao Estabelecimento<br />
Prisional de Lisboa e a dois passos<br />
do Palácio da Justiça conferem um ambiente<br />
digno dos filmes em que a acção se centra num<br />
tribunal. Ana Rodrigues da Costa, 24 anos, recebe-nos<br />
no seu local de trabalho (simples e<br />
sem grandes ornamentos). Neste momento é a<br />
única advogada estagiária e encontra-se na segunda<br />
fase do estágio, a fase complementar<br />
(para trás já ficaram as aulas e os exames da<br />
Ordem).<br />
Quase a completar um ano de estágio<br />
(começou em Março de 2007), o seu dia a dia<br />
no escritório é preenchido com idas constantes<br />
e prioritárias «aos emails da Ordem, ao site do<br />
Legix para obter novidades em termos legislativos,<br />
contactos que são necessários fazer, idas<br />
às finanças ou consultas em tribunais. Ao mesmo<br />
tempo vou fazendo os relatórios para o final<br />
do estágio», termina.<br />
Como é apanágio do sistema educativo português<br />
(muita teoria e pouca prática), a jovem<br />
estagiária admite que a universidade não lhe<br />
deu todos os conhecimentos necessários para<br />
enfrentar a dura realidade laboral, destacando<br />
a importância das aulas da Ordem na sua formação<br />
profissional. «Não é obrigatório mas é<br />
essencial. Eu posso ser sincera: aprendi imenso<br />
nessas aulas. Faltei a algumas mas dou o<br />
tempo por muito bem empregue.»<br />
PERÍODO DE ESTÁGIO<br />
São 24 meses o tempo que os estudantes de<br />
Direito têm que despender no estágio para depois<br />
exercer advocacia. Demasiado tempo?<br />
«Na minha óptica é», confessa Ana Costa, que<br />
se apressa a acrescentar: «eu compreendo
porque é que são dois anos. Há muita coisa a assimilar<br />
e aprendes todos os dias. É uma área vasta<br />
e em constante mutação...é preciso ganhar confiança<br />
(neste momento todas as peças que faço são<br />
sempre visionadas pelo meu patrono). Por esse lado<br />
entendo o porquê dos dois anos e o facto de no<br />
final a Ordem ter que ver se estou apta para exercer<br />
a profissão. Mas por outro lado é muito extenso<br />
e se não for remunerado, mais complicado<br />
se torna [como é o caso da Ana].» Sempre num<br />
tom optimista, acrescenta nas entrelinhas: «prefiro<br />
um estágio não remunerado, onde consigo<br />
aprender, do que ser remunerada e no final não<br />
me sentir confiante para desempenhar a função a<br />
que me proponha.» Uma posição um bocado<br />
dúbia, visto a situação económica em que o País se<br />
encontra, mas opiniões são para se respeitar.<br />
ADVOGADOS – ESTAGIÁRIOS<br />
FORA DAS OFICIOSAS<br />
A intenção do novo Bastonário da Ordem dos Advogados,<br />
Marinho e Pinto, em delegar as oficiosas<br />
somente aos advogados e não estendê-las aos estagiários<br />
(manifestada na época de campanha)<br />
tem gerado muita controvérsia. Face a esta possibilidade,<br />
Ana garante que entende o seu receio.<br />
«A maior parte dos estágios corre bem, mas também<br />
pode correr mal e um estagiário que não esteja<br />
apto para essa responsabilidade torna-se, de<br />
facto, um bocadinho perigoso». Num discurso<br />
confiante e bastante seguro, esta jovem advogada<br />
formada na Faculdade de Direito da Universidade<br />
de Lisboa garante: «quando estou a defender um<br />
oficioso, defendo-o com toda a consciência daquilo<br />
que estou a fazer, estudo ao máximo, peço conselhos<br />
ao meu patrono (com o qual tenho uma excelente<br />
relação) e nessa medida eu ponho as mãos<br />
no fogo pelo meu trabalho. Porque sei daquilo que<br />
BI<br />
Nome: Ana (Sofia) Rodrigues da Costa<br />
Idade: 24 anos<br />
Instituição de ensino: Universidade Clássica,<br />
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa<br />
Média Final: 12 valores<br />
Início do Estágio: Março 2007<br />
Escritório de advogados: Botelho da Silva<br />
faço, com responsabilidade, consciente dos meus<br />
actos, aplicando os conhecimentos que adquiri na<br />
faculdade.» Por ser uma actividade muito exigente,<br />
retira pelo menos uma hora do dia para estudar,<br />
como se para um exame se preparasse. Tudo<br />
isto para chegar a uma conclusão: «embora<br />
compreenda e aceite a posição dele [Marinho e<br />
Pinto], discordo».<br />
O MUNDO FISCAL<br />
Nos tempos de faculdade, sempre se interessou<br />
por cadeiras com uma vertente económica, onde<br />
inclusivamente obtinha as melhores notas. A pós –<br />
graduação em Fiscal foi um passo natural: «é uma<br />
área que ainda não está saturada e é muito aliciante<br />
porque todos os dias há coisa novas a acontecer.»<br />
E não é para menos, já que os códigos fiscais<br />
alteram todos os anos, nomeadamente com as<br />
propostas de Orçamento de estado. Daqui depreende-se<br />
que dinamismo é algo que não falta a<br />
esta jovem, que daqui a cinco anos se imagina «a<br />
trabalhar com empresas ou na área da banca e fiscalidade».<br />
Confrontada com a questão de se considerar uma<br />
estagiária subordinada ou independente, mostrouse<br />
hesitante na resposta, mas feitas as contas,<br />
garantiu ver-se «mais como independente»,<br />
porque acaba por ser a própria a gerir o seu trabalho<br />
e o próprio horário, seguindo a velha máxima<br />
‘Máxima liberdade, máxima responsabilidade’.<br />
A entrada no escritório é às 15 horas e geralmente<br />
sai por volta das 19 horas, mas acaba sempre por<br />
dar continuidade ao trabalho em casa.<br />
Considera que os advogados não são propriamente<br />
cidadãos comuns, e em jeito de conclusão,<br />
acaba por dizer que «a maioria das pessoas só dá<br />
valor ao trabalho de um advogado quando precisa<br />
de um».<br />
Sérgio Silva Gaspar,<br />
Presidente da Direcção<br />
Nacional de Estudantes<br />
de Direito<br />
Para Marinho e Pinto, as defesas oficiosas<br />
não devem ser entregues aos advogados estagiários.<br />
Qual o seu ponto de vista?<br />
Estamos a falar de jovens licenciados em<br />
Direito, inscritos na Ordem Dos Advogados<br />
que estão a trabalhar com um patrono mas<br />
que prestam serviços de cariz profissional a<br />
troco de absolutamente nada, nenhuma contrapartida<br />
económica. É revoltante, sob o<br />
ponto de vista da dignidade humana não receberem<br />
absolutamente nada. Em relação às<br />
declarações do Doutor Marinho Pinto, só nos<br />
resta lamentar e condenar veementemente a<br />
intenção de retirar a única forma de especialização.<br />
Esta semana vamos levar a cabo uma<br />
recolha de assinaturas para entregar um<br />
abaixo-assinado em Fevereiro ao Bastonário<br />
e ao Ministro da Justiça, relativamente a este<br />
problema.<br />
Não seria a intenção do próprio bastonário<br />
apostar numa vertente mais qualitativa do<br />
próprio serviço?<br />
Ainda bem que fala nisso porque para nós é<br />
absurdo. Se até hoje todos os jovens advogados<br />
passaram por uma fase de adaptação do<br />
mercado de trabalho e se o próprio estágio<br />
profissional se refere precisamente a isso, então<br />
é uma contradição. Se não existe um contacto<br />
com o mundo do trabalho, com os<br />
cidadãos que pretendem ver efectivados os<br />
seus direitos, então que experiência é que<br />
irão ter ao representarem esses mesmos<br />
cidadãos no futuro? É colocar em causa a capacidade<br />
dos jovens licenciados e desvalorizar<br />
a qualidade de formação das faculdades<br />
e da Ordem dos advogados.<br />
E quanto à duração do estágio passar de 24<br />
para 30 meses?<br />
Estamos agora sob a implementação do sistema<br />
de Bolonha. Com essa nova reforma<br />
pretende-se uma rápida colocação dos jovens<br />
no mercado de trabalho. Se o período de formação<br />
nas faculdades encurtou para quatro<br />
anos, e o de formação na Ordem foi aumentado<br />
para 30 meses, entendemos que há aqui<br />
uma grande contradição. Acho que é mais<br />
uma forma encapotada de criar um obstáculo<br />
para exercer a profissão.
Ranking<br />
Escritórios<br />
e<br />
Advogados<br />
Os melhores do país<br />
CONHEÇA OS JURISTAS QUE SÃO VERDADEIRAS “BARRAS” NO TRIBUNAL NAS DIVERSAS<br />
ÁREAS DO DIREITO E OS JOVENS PROMISSORES ADVOGADOS DE PORTUGAL QUE JÁ DÃO<br />
QUE FALAR.<br />
12 | Segunda, 28 de Janeiro de 2008<br />
Joana Peres | info@mundouniversitario.pt<br />
Num país onde o número de advogados<br />
inscritos na Ordem ronda<br />
os cerca de 25.700, é difícil escolher<br />
o melhor. Para isso, aqui fica o<br />
ranking das recomendações actualizadas<br />
de quem percebe do assunto.<br />
O rankings 2008 do Chambers and Partners,<br />
publicação inglesa que elege os melhores escritórios<br />
de advocacia do mundo, a partir de<br />
pesquisa realizada entre grandes empresas de<br />
175 países. Estes rankings resultam da recolha<br />
de opiniões entre responsáveis jurídicos de empresas<br />
e dos profissionais ligados à advocacia,<br />
de acordo com a notoriedade atribuída aos<br />
diferentes advogados para as respectivas<br />
áreas de prática. Para Portugal, o "Global" do<br />
Chambers and Partners faz, este ano, 182 recomendações<br />
de juristas lusos ligados a sociedades<br />
de advogados. Mas não só! O Chambers<br />
and Partners também destaca os jovens<br />
advogados. Os "Up and coming", como são<br />
chamados, elegeu 15 profissionais portugueses<br />
como as "promessas" para este ano: Ana Sá<br />
Couto, da Uría Menéndez; Ana Sofia Silva, da<br />
Gonçalves Pereira, Castelo Branco (GPCB);<br />
Sofia Santos Machado, da Abreu Advogados; e<br />
Sónia Teixeira da Mota, da PLMJ, são as quatro<br />
jovens advogadas distinguidas para o sector<br />
dos mercados de capitais. Na versão securisation,<br />
é Paula Gomes Freire, da Vieira de<br />
Almeida, o destaque. Na área das Fusões e<br />
Aquisições, as referências vão para Bernardo<br />
Abreu, da Uría Menéndez; Miguel Urbano,<br />
PLMJ; Rui de Oliveira Neves, da Morais Leitão,<br />
Galvão Teles, Soares da Silva; e também Rita<br />
Marques, da Vieira de Almeida. Quanto à Resolução<br />
de conflitos, são distinguidos Ana Falcão<br />
Afonso, da Vieira de Almeida, João Maria Pimentel,<br />
da Uría Menéndez; Maria Raquel Moreira,<br />
da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados;<br />
e Pedro Metello de Nápoles, da PLMJ. Na<br />
área de prática relativa a Private Equity destacase<br />
Teresa Simões, da GPCB. Em Projects, Ana<br />
Luís de Sousa, da Vieira de Almeida.<br />
Fique a conhecer as “estrelas” do direito em<br />
Portugal.
PUB
Ranking escritórios de advogados de 2008 são…<br />
Confira as recomendações do directório britânico para Portugal<br />
Área do Direito 1.º Lugar 2.º Lugar 3.º Lugar 4.º Lugar Outros Notáveis<br />
DIREITO BANCÁRIO<br />
E FINANCEIRO<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Luís Branco e Filipe<br />
Lowndes Marques<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: Vasco Vieira de<br />
Almeida, Pedro Cassiano Santos,<br />
Paulo de Barros Baptista e Paula<br />
Gomes Freire<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: Maria Castelos e Fernando<br />
Campos Ferreira<br />
>>António Frutuoso de Melo & Associados<br />
Sociedade De Advogados,<br />
RL<br />
Advogados: António Frutuoso de<br />
Melo<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Maria João Ricou e<br />
Manuel Magalhães<br />
>>Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Castro<br />
Pereira e Sofia Santos Machado<br />
>> Simmons & Simmons Rebelo de<br />
Sousa<br />
Advogados: William Smithson,<br />
Alexandra Maia Loureiro e Pedro<br />
Rebelo de Sousa<br />
>> ABBC - Azevedo Neves, Benjamim<br />
Mendes, Bessa Monteiro,<br />
Cardigos & Associados Sociedade<br />
de Advogados<br />
Advogados: Pedro Cardigos<br />
>> Serra Lopes, Cortes Martins &<br />
Associados<br />
Advogados: Alexandre Jardim<br />
>> António Payan Martins (Rui Pena,<br />
Arnaut & Associados-Sociedade<br />
De Advogados, RL); António<br />
de Macedo Vitorino<br />
(Macedo Vitorino & Associados);<br />
Fernando Ferreira Pinto (Ferreira<br />
Pinto & Associados); Diogo<br />
Leónidas Rocha (Garrigues Portugal<br />
SL's) e Jorge Santiago<br />
Neves (Barrocas Sarmento<br />
Neves)<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Pedro Siza Vieira<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Francisco Sá<br />
Carneiro, Duarte Brito de Goes e<br />
Pedro Ferreira Malaquias<br />
MERCADO DE CAPITAIS<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: Jorge de Brito<br />
Pereira e Sónia Teixeira da Mota<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: António Soares e Rita<br />
Oliveira Pinto<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Carlos Osório de<br />
Castro, João Soares da Silva e<br />
Filipe Lowndes Marques<br />
>> Garrigues Portugal SL<br />
Advogados: Diogo Leónidas<br />
Rocha e Marta Graça Rodrigues<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: André Luiz Gomes,<br />
Maria João Ricou e Ana Sofia Silva<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Carlos Costa Andrade,<br />
Ana Sá Couto e Pedro Ferreira<br />
Malaquias<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Castro<br />
Pereira e Sofia Santos Machado<br />
>> Barrocas Sarmento Neves<br />
Advogados: João Nuno Barrocas<br />
>> Francisco Almeida (Arnaut & Associados);<br />
Pedro Cardigos dos<br />
Reis (ABBC) e António Mouteira<br />
Guerreiro (Mouteira Guerreiro,<br />
Rosa Amaral & Associados - Sociedade<br />
de Advogados)<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: Pedro Cassiano Santos<br />
e Paula Gomes Freire<br />
MERCADO DE CAPITAIS:<br />
SECURITISATION<br />
>> Vieira de Almeida<br />
& Associados<br />
>> Linklaters<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
>> Simmons & Simmons Rebelo de<br />
Sousa<br />
Advogados: Alexandra Maia<br />
Loureiro e William Smithson<br />
>> Uría Menéndez<br />
COMPETITION/<br />
ANTITRUST<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: José Luís da Cruz Vilaça<br />
e Ricardo Oliveira<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Carlos Pinto Correia<br />
>> Marques Mendes & Associados<br />
Advogados: Mário Marques Mendes<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Carlos Botelho Moniz,<br />
Joaquim Vieira Peres e Margarida<br />
Rosado da Fonseca<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Frederico Pereira<br />
Coutinho<br />
>> Simmons & Simmons Rebelo de<br />
Sousa<br />
Advogados: Gonçalo Anastácio<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Joaquim Caimoto<br />
Duarte<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Armando Martins<br />
Ferreira<br />
>> Garrigues Portugal SL<br />
Advogados: João Paulo Teixeira<br />
de Matos<br />
>> Serra Lopes, Cortes Martins &<br />
Associados<br />
Advogados: Miguel Pena Machete<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: Nuno Ruiz<br />
PROJECTS<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Pedro Siza Vieira e<br />
Rita Ferreira dos Santos<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Luís Branco e Filipe<br />
Lowndes Marques<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: Maria Castelos<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Diogo Perestrelo e<br />
Elsa Pizarro Pardal<br />
>> Barrocas Sarmento Neves<br />
Advogados: Jorge Santiago<br />
Neves, Albano Sarmento e Pedro<br />
Madeira de Brito<br />
>> Sérvulo Correia & Associados<br />
Advogados: Francisco Ferraz de<br />
Carvalho<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: Manuel Protasio, Vanda<br />
Cascão, Paulo de Barros Baptista<br />
e Ana Luís de Sousa<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Francisco Sá<br />
Carneiro e Duarte Brito de Goes
Área do Direito 1.º Lugar 2.º Lugar 3.º Lugar 4.º Lugar Outros Notáveis<br />
FUSÕES E AQUISIÇÕES<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: Luís Sáragga Leal,<br />
Gabriela Rodrigues Martins, Fernando<br />
Campos Ferreira, Maria<br />
Castelos, Dulce Franco, Vasco<br />
Marques Correia e Miguel Urbano<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Miguel Galvão Teles,<br />
Carlos Osório de Castro, João<br />
Soares da Silva, Nuno Galvão Teles,<br />
Segismundo Pinto Basto,<br />
Tomás Vaz Pinto e Rui de<br />
Oliveira Neves<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: João Vieira de Almeida,<br />
Helena Vaz Pinto, Paulo Olavo<br />
Cunha e Rita Marques<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Manuel Castelo<br />
Branco, Frederico Pereira<br />
Coutinho e Diogo Perestrelo<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Jorge Bleck e Marcos<br />
de Sousa Monteiro<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Francisco Sá<br />
Carneiro, Duarte Vasconcelos,<br />
Francisco Brito e Abreu e<br />
Bernardo Abreu Mota<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Teixeira de<br />
Abreu e Miguel de Avillez Pereira<br />
>> Serra Lopes, Cortes Martins &<br />
Associados<br />
Advogados: Luís Miguel Cortes<br />
Martins<br />
>> Simmons & Simmons Rebelo de<br />
Sousa<br />
Advogados: Octávio Castelo<br />
Paulo e Pedro Rebelo de Sousa<br />
>> ABBC - Azevedo Neves, Benjamim<br />
Mendes, Bessa Monteiro,<br />
Cardigos & Associados Sociedade<br />
de Advogados<br />
Advogados: Pedro Cardigos dos<br />
Reis<br />
>> Abreu & Marques, Vinhas & Associados<br />
Advogados: Afonso Barroso,<br />
Jorge de Abreu e Luís Vinhas<br />
>> Barrocas Sarmento Neves<br />
Advogados: Manuel Barrocas<br />
>> Carlos Aguiar, Ferreira de Lima<br />
& Associados – Sociedade de Advogados,<br />
R.L<br />
Advogados: Carlos Aguiar<br />
>> F. Castelo Branco & Associados<br />
Advogados: Gonçalo da Cunha e<br />
Pedro Guimarães<br />
>> Rui Pena (Rui Pena, Arnaut &<br />
Associados); António Frutuoso de<br />
Melo (António Frutuoso de Melo<br />
& Associados Sociedade De Advogados)<br />
e António Raimundo<br />
(Albuquerque & Associados)<br />
>> Ferreira Pinto & Associados<br />
Advogados: Fernando Ferreira<br />
Pinto e António Teles<br />
>> Garrigues Portugal SL<br />
Advogados: Diogo Leónidas<br />
Rocha<br />
RESOLUÇÃO<br />
DE CONFLITOS<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: José Miguel Júdice,<br />
Nuno Líbano Monteiro, Paulo<br />
Farinha Alves e Pedro Metello de<br />
Nápoles<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Miguel Galvão Teles,<br />
António Pinto Leite, Rui Patrício<br />
e José Manuel Galvão Teles<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Miguel Esperança Pina<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Miguel Cardoso<br />
>> Proença De Carvalho Advogados<br />
Advogados: Daniel Proença de<br />
Carvalho e Fernando Aguilar de<br />
Carvalho<br />
>> Serra Lopes, Cortes Martins &<br />
Associados<br />
Advogados: Luís Miguel Cortes<br />
Martins, António Serra Lopes e<br />
Maria Raquel Moreira<br />
>> Albuquerque & Associados<br />
Advogados: Francisco Colaço e<br />
Martim de Albuquerque<br />
>> Barrocas Sarmento Neves<br />
Advogados: Paulo Nogueira da<br />
Rocha e Carlos Soares<br />
>> Simmons & Simmons Rebelo de<br />
Sousa<br />
Advogados: João Caniço Gomes<br />
>> Vieira de Almeida & Associados<br />
Advogados: Frederico Gonçalves<br />
Pereira e Ana Falcão Afonso<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Castro<br />
Pereira<br />
>> Alves Pereira Teixeira de Sousa<br />
& Associados<br />
Advogados: José Alves Pereira<br />
>> Ferreira Pinto & Associados<br />
Advogados: Fernando Ferreira<br />
Pinto<br />
>> Flamínio Roza, Pinto Duarte,<br />
Côrte-Real & Associados<br />
Advogados: José Côrte-Real<br />
>> Sérvulo Correia & Associados<br />
Advogados: Lino Torgal<br />
>> João de Macedo Vitorino (Macedo<br />
Vitorino & Associados); Augusto<br />
Lopes Cardoso (Augusto<br />
Lopes Cardoso e Associados) e<br />
Henrique Chaves (Chaves, Cruz<br />
Martins, Queiroz de Barros, Roquette<br />
& Associados)<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Tito Arantes Fontes<br />
e Joao Maria Pimentel<br />
PRIVATE EQUITY<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados (PLMJ)<br />
Advogados: Maria Castelos<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Teixeira de<br />
Abreu e Ana-Sofia Batista<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Diogo Perestrelo e<br />
Teresa Simões<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Tomás Vaz Pinto e<br />
Filipe Lowndes Marques<br />
>> Linklaters<br />
Advogados: Jorge Bleck e Marcos<br />
de Sousa Monteiro<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Francisco Brito e<br />
Abreu<br />
>> Serra Lopes, Cortes Martins &<br />
Associados<br />
Advogados: Luís Miguel Cortes<br />
Martins e Rafael Lucas Pires<br />
>> Vieira de Almeida<br />
& Associados<br />
Advogados: Helena Vaz Pinto<br />
IMPOSTOS<br />
>> A.M. Pereira, S. Leal, O. Martins,<br />
Júdice & Associados<br />
Advogados: Rogério Fernandes<br />
Ferreira e Diogo Leite Campos<br />
>> Morais Leitão, Galvão Teles,<br />
Soares da Silva & Associados<br />
Advogados: Francisco de Sousa<br />
da Câmara e António Lobo<br />
Xavier<br />
>> Garrigues Portugal SL<br />
Advogados: Fernando Castro Silva<br />
>> Gonçalves Pereira, Castelo Branco<br />
& Associados<br />
Advogados: Diogo Ortigão Ramos<br />
>> Abreu Advogados<br />
Advogados: Miguel Teixeira de<br />
Abreu<br />
>> Uría Menéndez<br />
Advogados: Filipe Romão<br />
>> Rui Barreira (escritório Rui Barreira,<br />
Magalhães Correia, Teresa<br />
Carregueiro e Gorjão Henriques);<br />
Manuel Anselmo Torres (Galhardo<br />
Vilão, Torres - Sociedade de<br />
Advogados); Tiago Caiado Guerreiro<br />
(Franco Caiado Guerreiro &<br />
Associados); João Espanha (Espanha<br />
e Associados) e Isabel Garcia<br />
(Serra Lopes, Cortes Martins<br />
& Associados)<br />
>> FONTE: GLOBAL CHAMBERS 2008<br />
Uma ferramenta útil<br />
>> Desde Abril de 2007 que está ‘online’ o directório Advogado na Hora<br />
que disponibiliza informação sobre os advogados portugueses que<br />
queiram que os seus dados profissionais sejam públicos. Através do advogado<br />
na Hora pode saber quais são os advogados ou sociedades especialistas<br />
em determinada área do direito. www.advogadonahora.pt
PUB