VAI UMA FRANCESINHA? - Mundo Universitário
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Cerveja, um produto milenar<br />
A produção de cerveja iniciou-se por Romanos e dava-se aos exércitos para<br />
volta de oito mil anos a.C., difundindose,<br />
na Antiguidade, entre os povos da combate. A sua produção desenvolveu-<br />
levantarem a moral antes de irem para<br />
Suméria, Babilónia e Egipto. Esta bebida<br />
foi ainda produzida pelos Gregos e mentação de<br />
se paralelamente aos processos de fer-<br />
cereais.<br />
Campus [destaque]<br />
5<br />
[28 de Janeiro de 2008]<br />
MÓNICA MOITAS<br />
FÁBRICA-PILOTO ENTRE UNIVERSIDADE LUSÓFONA E CENTRAL DE CERVEJAS<br />
Lusófona<br />
aposta na cerveja<br />
A UNIVERSIDADE LUSÓFONA E A CENTRAL DE CERVEJAS UNIRAM-SE NA ÁREA DA PRODUÇÃO<br />
E DE INVESTIGAÇÃO DE CERVEJA A SEMANA PASSADA, OFERECENDO AQUELA EMPRESA <strong>UMA</strong><br />
FÁBRICA-PILOTO À INSTITUIÇÃO. A BOÉMIA FOI UM DOS REBENTOS GERADOS NAQUELA UNI-<br />
VERSIDADE QUE HÁ MUITO FAZ INVESTIGAÇÃO NA ÁREA.<br />
MÓNICA MOITAS<br />
Margarida Rolo de Matos<br />
mmatos@munouniversitario.pt<br />
Para por mãos à obra na descoberta<br />
de novos tipos de cerveja<br />
na Universidade Lusófona de<br />
Humanidade e Tecnologias (UL-<br />
HT), em Lisboa, falta apenas a<br />
fábrica-escolar estar apta a nível<br />
de equipamento. Até ao final do<br />
ano lectivo, vai estar tudo operacional.<br />
Entretanto, continuam a<br />
ser feitas investigações e produções<br />
da bebida mais simples<br />
pela parte dos docentes e alunos<br />
de Engenharia Biotecnológica, no<br />
âmbito do acordo de cooperação<br />
entre a ULHT e a Sociedade Central<br />
de Cervejas e Bebidas (SCC).<br />
Um trabalho que já tinha vindo a<br />
ser desenvolvido há um ano,<br />
apesar de o protocolo entre as<br />
duas entidades só ter sido firmado<br />
a 17 de Janeiro.<br />
BOÉMIA NASCE<br />
NA LUSÓFONA<br />
Para a docente responsável<br />
pela parceria, Laura Vasconcelos<br />
o objectivo desta união passa<br />
por uma produção a pequena<br />
escala que permita «aprimorar a<br />
cerveja e a descoberta de novos<br />
tipos, uma vez que na própria indústria<br />
falta tempo para inovar».<br />
A este propósito, Laura Vasconcelos,<br />
exemplifica que a cerveja<br />
Boémia foi gerada através<br />
destes estudos naquela instituição<br />
universitária. A fermentação<br />
contínua com imobilização<br />
de células, o uso de<br />
engenharia genética para melhorar<br />
as estirpes de leveduras,<br />
actualmente utilizadas na indústria<br />
e a fabricação de novos produtos,<br />
na vertente dos chamados<br />
alimentos funcionais são<br />
também os objectivos futuros<br />
desta parceria.<br />
Em declarações à agência<br />
Lusa, no dia da assinatura do<br />
protocolo, o presidente da<br />
Comissão Executiva da SCC, Alberto<br />
da Ponte, afirmou que o<br />
projecto se destina a «ensinar os<br />
estudantes a trabalhar com uma<br />
unidade industrial», beneficiando<br />
da criatividade dos jovens e dinamizando<br />
«uma inovação de<br />
certo modo revolucionária no<br />
sector das cervejas». «Com a inovação<br />
há crescimento, com o<br />
crescimento há riqueza, e é isso<br />
que esperamos criar para o<br />
benefício de todos», defendeu<br />
ainda.<br />
E adiantou: «Nós já contribuímos<br />
1,5 por cento para o PIB nacional,<br />
mas esperamos com isto<br />
poder vir um dia a contribuir com<br />
2 por cento [com bebidas como<br />
as cervejas Sagres e Guinness,<br />
as águas Luso e Cruzeiro e os refrigerantes<br />
Joi e Spirit]». O presidente<br />
da Central explicou ainda<br />
que a cerveja aí produzida tem,<br />
para já, fins de investigação e<br />
não de introdução no mercado<br />
mas avançou com a hipótese de<br />
lançar ideias «revolucionárias»,<br />
caso surjam, «a um preço e a um<br />
custo industrial acessíveis». Para<br />
já este é mesmo um projecto pioneiro<br />
e não estão previstos protocolos<br />
com outras instituições universitárias.<br />
Sabias que a cerveja é benéfica<br />
para a saúde?<br />
Durante a sessão experimental os futuros engenheiros foram explicando à<br />
turma do 12º B que a cerveja é saudável. «Para além de ficarmos mais<br />
alegres», disse com um ar brincalhão, Paulo, esta bebida tem outras<br />
vantagens. Para as grávidas, a cerveja preta, mais pesada, é um bom<br />
complemento nutricional, sobretudo, em proteínas. Se és paranóico com os<br />
cuidados estéticos, ficas a saber que a espuma da cerveja faz bem à pele,<br />
tornando-a mais suave. E olha que esta técnica era utilizada pelas<br />
civilizações mais antigas, numa altura em que os cremes de beleza ainda<br />
não eram moda. E se queres ficar mesmo feliz toma nota disto: meio litro<br />
desta bebida por dia para as mulheres e um quarto de litro para os homens<br />
reduz a osteoporose e a possibilidade de ataques miocárdios. E esta, hein?<br />
Mas ainda não é tudo. Se depois de ires ao ginásio, ficas derreado de dores<br />
musculares, aqui está a solução: a seguir ao exercício vai ao café e bebe<br />
umas cervejas com os teus amigos porque o lúpulo, uma das matériasprimas<br />
da bebida, ajuda a relaxar os músculos. Afinal, quem é que disse<br />
que a cerveja só faz barriga?<br />
“Criar Saberes” junto de escolas secundárias<br />
«Vamos fazer a nossa própria<br />
cerveja?», perguntavam<br />
entusiasmados os alunos do 12º B<br />
da Escola Secundária de Linda-a-<br />
Velha, na sessão experimental de<br />
produção de cerveja, do passado<br />
dia 23. É que para já, enquanto a<br />
instalação-piloto não está pronta,<br />
alunos do secundário vão ali<br />
aprender a feitura da cerveja, de<br />
forma manual. A iniciativa está<br />
integrada no projecto “Criar<br />
Saberes” que pretende motivar os<br />
jovens para a ciência.<br />
As sessões são oferecidas pelos<br />
alunos da faculdade de Engenharia<br />
e Ciências Naturais da<br />
Universidade Lusófona, que se<br />
disponibilizam para ensinar os mais<br />
novos, em áreas que englobam a<br />
microbiologia e a química.<br />
Susana Morgado, finalista de<br />
Engenharia Biotecnológica, está a<br />
ensinar aos mais ‘pequenos’ o<br />
fabrico da cerveja. Ela explica que<br />
este tipo de iniciativa «é positiva<br />
porque permite por em prática o<br />
que aprendem nas aulas teóricas<br />
de Microindustrial, além de que é<br />
muito giro interagir com os mais<br />
novos». No final, os alunos estavam<br />
satisfeitos e confirmaram que todos<br />
vão enveredar pela área das<br />
ciências para o próximo ano lectivo,<br />
quando se candidatarem ao ensino<br />
superior.<br />
MÓNICA MOITAS