Londrina sob o Olhar de George Craig Smith - Universidade ...
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MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA<br />
O Museu Histórico <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, pertencente à Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />
<strong>Londrina</strong>, foi inaugurado em 18 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1970.<br />
Des<strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1986, ocupa o prédio da antiga Estação Ferroviária<br />
<strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, que, por dimensão e nobreza, constitui-se referência arquitetônica e<br />
histórica da cida<strong>de</strong> e do Norte Novo do Paraná.<br />
Há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, o prédio passou por uma revitalização e nesta reconfiguração<br />
se <strong>de</strong>marcou seu perfil, voltado especialmente para aspectos da história<br />
regional, tornando-se centro <strong>de</strong> memória e história local.<br />
Seu acervo é constituído <strong>de</strong> peças relativas à vida cotidiana, doadas, em gra<strong>de</strong><br />
parte, pela comunida<strong>de</strong>. A documentação inclui registros textuais, mapas, plantas,<br />
microfilmes, periódicos, monografias e <strong>de</strong>poimentos. Já a documentação imagética<br />
compreen<strong>de</strong> um acervo <strong>de</strong> aproximadamente cinqüenta mil peças, entre fotografias,<br />
álbuns fotográficos, negativos <strong>de</strong> vidro, negativos flexíveis, sli<strong>de</strong>s, filmes <strong>de</strong><br />
16mm e 35mm, quadros, discos, <strong>de</strong>poimentos gravados.<br />
Através, principalmente, da gravação <strong>de</strong> entrevistas <strong>de</strong> pioneiros e <strong>de</strong> seus<br />
<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, constrói-se um acervo <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos fundamental para a história<br />
da jovem comunida<strong>de</strong>.<br />
O Museu busca <strong>de</strong>senvolver ações <strong>de</strong> recolha, preservação e divulgação do<br />
patrimônio cultural <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> e, graças ao seu caráter universitário, firma-se<br />
no tripé ensino-pesquisa-extensão, esperado e exigido das universida<strong>de</strong>s públicas<br />
brasileiras. Através <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntificação como campo <strong>de</strong> estágios para os alunos<br />
<strong>de</strong> graduação da UEL, dá suporte ao ensino; presta-se igualmente à pesquisa, pela<br />
disponibilização <strong>de</strong> seu acervo e atendimento aos consulentes; atua na extensão,<br />
por meio <strong>de</strong> suas exposições e inúmeras ativida<strong>de</strong>s culturais. Além da exposição<br />
histórica que apresenta uma trajetória do <strong>de</strong>senvolvimento da cida<strong>de</strong>, outras galerias<br />
recebem exposições temporárias que trazem dinamismo para seus visitantes.<br />
Para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> suas ações, conta com o apoio da ASAM, Associação<br />
dos Amigos do Museu, da qual fazem parte membros da comunida<strong>de</strong><br />
preocupados com a preservação da cultura e história da região.
APRESENTAÇÃO<br />
A exposição “Caravana 80 anos – <strong>Londrina</strong> <strong>sob</strong> o olhar <strong>de</strong> <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>”<br />
<strong>de</strong>marca um momento importante do Museu Histórico <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>. Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> que conjuga várias ações <strong>de</strong> uma instituição museológica cujo<br />
projeto previu a salvaguarda <strong>de</strong> uma coleção fotográfica emblemática para a história<br />
da comunida<strong>de</strong>, a organização <strong>de</strong> uma exposição com uma seleção <strong>de</strong>ssas<br />
imagens, a constituição <strong>de</strong> material <strong>de</strong> divulgação e a realização <strong>de</strong> uma proposta<br />
<strong>de</strong> educação especialmente voltada para o público infantil.<br />
Como instituição referência na preservação da memória local através <strong>de</strong> objetos<br />
e documentos escritos e imagéticos, o Museu agrega as lembranças <strong>de</strong> habitantes<br />
mais antigos, num esforço <strong>de</strong> apropriação <strong>de</strong> informações <strong>sob</strong>re os primeiros<br />
tempos da comunida<strong>de</strong> londrinense e da região.<br />
A coleção <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong> é apresentada a partir <strong>de</strong> um trabalho dos funcionários<br />
do Museu Histórico. Quando assumiram a curadoria da exposição, estes<br />
tornaram explícita uma função importante <strong>de</strong> um museu universitário, a saber,<br />
o envolvimento <strong>de</strong> profissionais qualificados e <strong>de</strong> estudantes com o propósito <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolver propostas que estimulem a reflexão, que provoquem o visitante, que<br />
promovam a fruição.<br />
A exposição apresenta características peculiares: as fotos do jovem funcionário<br />
da CTNP (Companhia Terras Norte do Paraná) responsável pelo primeiro<br />
grupo <strong>de</strong>ssa empresa colonizadora, a qual tomava posse da região em 1929, <strong>de</strong>nunciam<br />
momentos emblemáticos na medida em que documentam as primeiras<br />
alterações no espaço – uma floresta <strong>de</strong>nsa – e os primeiros indícios <strong>de</strong> um processo<br />
<strong>de</strong> domesticação da natureza – a <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong>ssa floresta, as construções e as estradas.<br />
Por outro lado, registram-se também instantâneos menos emblemáticos: os<br />
sorrisos das mocinhas, os encontros com os amigos, os folguedos perto do rio, os<br />
caçadores... Cenas que congelam momentos cotidianos, quase sempre selecionados<br />
pelo fotógrafo em função <strong>de</strong> seu caráter festivo, como é bem característico dos<br />
álbuns familiares. Ten<strong>de</strong>mos a querer registrar para guardar e expor nossos momentos<br />
felizes. Quanto aos infelizes, quando os registramos, guardamo-los longe<br />
dos olhos, numa gaveta, numa caixa. É necessário que as inquietações do pesquisador<br />
percorram os documentos, inquiram, duvi<strong>de</strong>m, para retirar das entrelinhas<br />
outras verda<strong>de</strong>s.<br />
Assim, as imagens captadas por <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong> apresentam um olhar<br />
<strong>sob</strong>re a ocupação do espaço do norte do Paraná. <strong>Olhar</strong> festivo, empreen<strong>de</strong>dor,<br />
jovial presente nas cartas dirigidas especialmente à sua mãe, proporcionando-nos
uma imagem mais acabada <strong>de</strong> sua interpretação do mundo.<br />
A exposição apresenta imagens e textos não para serem somente indicadores<br />
do que foi vivido, mas para provocarem, sendo, assim, acompanhadas <strong>de</strong> outros<br />
estímulos: os animais taxi<strong>de</strong>rmizados, característicos da região, estão presentes, assim<br />
como sons da floresta, provocando um primeiro impacto. O sentido olfativo é<br />
estimulado pelo cheiro do mato, em contraste com o da ma<strong>de</strong>ira, quando imagens<br />
referentes à domesticação do espaço são apresentadas acompanhadas <strong>de</strong> “músicas<br />
<strong>de</strong> rádio” dos anos 30.<br />
Imagem, escrita, objetos tridimensionais, cheiros, sons, tudo se conjuga para<br />
provocar no visitante um jogo lúdico que o aproxima <strong>de</strong> nossa apreensão <strong>sob</strong>re o<br />
passado, a qual sempre se dá por meio <strong>de</strong> vestígios, recortes, indícios, recriações...<br />
A imagem principal da exposição – o carro mo<strong>de</strong>lo Ford avançando em meio<br />
à imensa floresta – não correspon<strong>de</strong> à chegada da primeira caravana, mas traduz o<br />
espírito da coleção: o caráter civilizador do empreendimento. Hoje, ao pensarmos<br />
no ruído <strong>de</strong> imensas árvores sendo <strong>de</strong>rrubadas, na exposição <strong>de</strong> animais caçados,<br />
no cheiro <strong>de</strong> floresta queimada, os sentimentos são bem outros. Oitenta anos nos<br />
separam <strong>de</strong> uma experiência <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> um olhar <strong>sob</strong>re o mundo muito diferente<br />
do nosso e, no entanto, <strong>sob</strong>re outros aspectos, somos tão próximos...<br />
Em nome <strong>de</strong> toda a equipe do Museu Histórico <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, apresentamos<br />
a exposição “Caravana 80 anos – <strong>Londrina</strong> <strong>sob</strong> o olhar <strong>de</strong> <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>” e<br />
<strong>de</strong>sejamos uma visita plena <strong>de</strong> sensações.<br />
Profª Drª Angelita Marques Visalli<br />
Diretora do Museu
PALAVRAS DA ASAM<br />
O passado <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> está muito presente na memória e nas emoções <strong>de</strong><br />
muitos pioneiros e <strong>de</strong> seus familiares, e a ASAM – Associação dos Amigos do Museu<br />
– tem em seu espírito a preocupação com a preservação <strong>de</strong>las.<br />
Em 1929, os <strong>de</strong>sbravadores da primeira caravana abriram uma pequena clareira<br />
em meio à <strong>de</strong>nsa floresta, on<strong>de</strong> foi fincado o primeiro marco, o “Marco<br />
Zero”, símbolo da fundação <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, local na mata que ainda hoje é preservado<br />
em nossa paisagem urbana e em nossa memória.<br />
Esses pioneiros traziam algum dinheiro no bolso e um gran<strong>de</strong> sonho no<br />
coração e construíram uma comunida<strong>de</strong> que logo se transformaria nesta cida<strong>de</strong><br />
pungente.<br />
A coleção <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong> é uma das mais importantes<br />
fontes <strong>de</strong>sta memória, na medida em que apresenta seus primeiros registros, os<br />
quais consi<strong>de</strong>ramos fundamental preservar e divulgar. Assim, temos a satisfação <strong>de</strong><br />
apoiar estas ações e participar ativamente das ativida<strong>de</strong>s que promovam o conhecimento<br />
<strong>sob</strong>re o passado <strong>de</strong> nossa região.<br />
Apresentamos à comunida<strong>de</strong> um pouco mais <strong>de</strong>ssa nossa história através da<br />
coleção <strong>de</strong> fotografias <strong>de</strong> <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>.<br />
Arq. Ignes Dequech Álvares<br />
Presi<strong>de</strong>nte da ASAM<br />
Associação Amigos do Museu.
EXPOSIÇÃO CARAVANA 80 ANOS<br />
LONDRINA SOB O OLHAR DE GEORGE CRAIG SMITH<br />
1929 – Um empreendimento foi iniciado numa região chamada Patrimônio<br />
Três Bocas, hoje <strong>Londrina</strong>.<br />
A partir da chegada da primeira caravana da Companhia <strong>de</strong> Terras do Norte<br />
do Paraná, foi dinamizada a ocupação <strong>de</strong> terras quase inteiramente cobertas por<br />
florestas, habitadas por indígenas e por alguns colonos.<br />
“Animais <strong>de</strong> carga” e homens, primeiramente. Logo em seguida, veículos<br />
motorizados e famílias inteiras atravessaram o rio Tibagi e se instalaram aqui na<br />
região.<br />
Nesta mostra, queremos apresentar um olhar <strong>sob</strong>re este contexto: o <strong>de</strong> um<br />
jovem que participou da primeira caravana, li<strong>de</strong>rou-a, sendo um efetivo participante<br />
da construção da nova comunida<strong>de</strong> – <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>.<br />
Através <strong>de</strong> sua câmera, sempre a tiracolo, <strong>Smith</strong> capturou cenas e personagens<br />
selecionados por um olhar que, a todo momento, registrava o confronto<br />
entre uma vida urbana e social e a rusticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um espaço a ser domesticado.<br />
Imponentes florestas a serem <strong>de</strong>rrubadas, animais a serem dominados em<br />
meio a vestes imaculadamente brancas... tudo num esforço para imprimir a urbanida<strong>de</strong><br />
na rusticida<strong>de</strong> da vida no “meio do mato”.<br />
Assuntos e situações corriqueiras... O infortúnio <strong>de</strong> um atoleiro, as risadas<br />
das mocinhas com suas luvinhas brancas, um mergulho no rio, trabalhadores,<br />
compradores <strong>de</strong> terras... Os momentos congelados nos possibilitam observar gestos,<br />
feições e, assim, sentimo-nos mais íntimos <strong>de</strong> tempos que não po<strong>de</strong>m ser<br />
reconstituídos, pois que <strong>de</strong>les temos somente fragmentos, registros furtivos, mas<br />
a partir dos quais nos reconhecemos e estranhamos. E, entre afirmação e negação,<br />
vamos construindo nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />
<strong>Londrina</strong> tem o privilégio que poucas cida<strong>de</strong>s possuem: o <strong>de</strong> conhecer seus<br />
primeiros passos e acompanhar sua trajetória. Aqui temos a satisfação <strong>de</strong> apresentar<br />
um dos seus primeiros testemunhos, O OLHAR DE GEORGE CRAIG<br />
SMITH.
TAXIDERMIA<br />
A taxi<strong>de</strong>rmia, conceito que provém das palavras gregas taxi: or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong>rma:<br />
pele, é a arte <strong>de</strong> conservar os animais mortos – <strong>de</strong>spojados <strong>de</strong> suas vísceras, carne<br />
e esqueleto – com aparência <strong>de</strong> vivos.<br />
No final do século XVIII, os antigos naturalistas não pareciam muito interessados<br />
em conservar a pele dos animais. Po<strong>de</strong>mos afirmar que a taxi<strong>de</strong>rmia é<br />
uma arte totalmente mo<strong>de</strong>rna. Não cabe dúvida <strong>de</strong> que o homem primitivo era<br />
conhecedor <strong>de</strong> sistemas e procedimentos mais ou menos perfeitos na preparação<br />
e conservação das peles que lhes serviriam <strong>de</strong> abrigo e outros artefatos, porém em<br />
nenhum momento tais técnicas tiveram como finalida<strong>de</strong> um conhecimento mais<br />
profundo dos animais. O homem primitivo, anterior à história escrita, usava a<br />
pele dos mamíferos que matava para proteger-se do frio e é muito provável que<br />
possuía certas noções <strong>sob</strong>re curtição e preparação com o fim <strong>de</strong> torná-la mais<br />
duradoura. Porém, nós <strong>de</strong>sconhecemos o sistema que usava. O que sabemos perfeitamente<br />
é que ninguém pensava <strong>sob</strong> o ponto <strong>de</strong> vista científico na época. Só no<br />
final do século XVIII, com o farmacêutico Jean-Baptiste Bécour e seu invento do<br />
sabão arsenical, houve uma autêntica revolução para a taxi<strong>de</strong>rmia. Tal é a maestria<br />
<strong>de</strong>sses homens conhecidos por taxi<strong>de</strong>rmistas , empenhados em fazer com que os<br />
animais que um dia nos assombraram por seu exotismo continuem nos assombrando<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mortos por sua beleza.<br />
Prof. João Galdino<br />
Instituto Harpia <strong>de</strong> Pesquisa em<br />
História Natural da Universida<strong>de</strong> Estadual<br />
do Norte do Paraná - UENP
EXPOSIÇÃO CARAVANA 80 ANOS<br />
LONDRINA SOB O OLHAR DE GEORGE CRAIG SMITH<br />
Esta exposição faz parte <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong>senvolvido pelo Museu Histórico<br />
<strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> através do qual foi recuperada uma importante coleção <strong>de</strong> fotografias<br />
que registram a ocupação da região <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu início. Dentre as<br />
várias coleções do acervo, <strong>de</strong>finiu-se, assim, a recuperação das imagens <strong>de</strong> <strong>George</strong><br />
<strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong> (1909-1992) a partir do reconhecimento do valor histórico das fotos<br />
e <strong>de</strong> seu avançado estado <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração.<br />
O acervo completo doado por <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong> é constituído por mais<br />
<strong>de</strong> 5.000 documentos e neste projeto foram recuperadas fotografias, negativos e<br />
diapositivos, referentes ao período <strong>de</strong> 1910 a 1992, tendo sido realizadas ações<br />
preventivas <strong>de</strong> conservação e preservação <strong>de</strong> modo a ser disponibilizado aos pesquisadores<br />
e comunida<strong>de</strong> em geral. Trata-se <strong>de</strong> uma coleção pessoal, com imagens<br />
feitas por ele enquanto fotógrafo amador e por outros autores, acumuladas ao<br />
longo <strong>de</strong> sua vida.<br />
Paralelamente à mostra, <strong>de</strong>senvolve-se um trabalho <strong>de</strong> ação educativa voltado
para todos os visitantes, principalmente para crianças <strong>de</strong> escolas do ensino fundamental<br />
e médio, através <strong>de</strong> visitas monitoradas por estudantes da Universida<strong>de</strong><br />
Estadual <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, assim como ativida<strong>de</strong>s lúdicas e <strong>de</strong> avaliação da exposição.<br />
Nesta exposição, o público po<strong>de</strong> conhecer também um pouco da fauna original<br />
da região Norte do Paraná, por meio da taxi<strong>de</strong>rmia (anteriormente, conhecida<br />
como “empalhamento” <strong>de</strong> animais). Os animais pertencem ao acervo do Instituto<br />
Harpia <strong>de</strong> Pesquisa em História Natural da Universida<strong>de</strong> Estadual do Norte do<br />
Paraná – UENP, sediado em Cornélio Procópio.<br />
O material utilizado para a confecção dos painéis fotográficos e a ambientação<br />
da exposição foi feito com material reciclado “Pet”, alternativa viável em<br />
termos sociais, econômicos e ecológicos.<br />
Também faz parte do projeto a apresentação <strong>de</strong> animação com maquete eletrônica<br />
3D, realizada a partir <strong>de</strong> imagens do acervo do Museu, referente aos anos<br />
30, criada e montada por Claudyomar Lopes.<br />
O projeto contou com o fundamental apoio da Companhia Melhoramentos<br />
Norte do Paraná, antiga Companhia <strong>de</strong> Terras Norte do Paraná, a partir do<br />
interesse apresentado pelo seu Presi<strong>de</strong>nte Sr. Gastão <strong>de</strong> Souza Mesquita numa<br />
<strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> apreço pela preservação <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>.
Dia do Pioneiro<br />
O dia 21 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1929 é lembrado carinhosamente pela população <strong>de</strong><br />
<strong>Londrina</strong>, em especial pelos mais idosos. Esta é a data que marca a chegada do<br />
primeiro grupo da Companhia <strong>de</strong> Terras Norte do Paraná (a “primeira caravana”)<br />
e, portanto, o início do processo <strong>de</strong> dinamização da ocupação do espaço.<br />
As terras loteadas pela companhia atraíram brasileiros <strong>de</strong> várias regiões, além<br />
<strong>de</strong> estrangeiros, como japoneses, alemães, poloneses, italianos e outros. As lembranças<br />
<strong>de</strong>stes primeiros tempos formam a memória do nascimento da comunida<strong>de</strong>.<br />
Des<strong>de</strong> 1983, a Prefeitura <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> instituiu o Dia do Pioneiro, um momento<br />
<strong>de</strong> celebração em homenagem àqueles que vieram nos primeiros anos <strong>de</strong>sta<br />
comunida<strong>de</strong> – os pioneiros.<br />
O Museu Histórico <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong>, como referência da memória e história da<br />
região, tem o prazer <strong>de</strong> organizar e sediar anualmente este evento, promovendo<br />
a confraternização <strong>de</strong> pioneiros e familiares. Esta é uma festivida<strong>de</strong> envolvida em<br />
particular emotivida<strong>de</strong>.<br />
Ao comemorarmos os 80 anos da chegada da Companhia <strong>de</strong> Terras, em<br />
2009, o Museu, junto à ASAM (Associação dos Amigos do Museu) e com o apoio<br />
<strong>de</strong> vários parceiros, <strong>de</strong>senvolveu ativida<strong>de</strong>s especiais. O Dia do Pioneiro abriu<br />
o calendário comemorativo dos 75 anos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Londrina</strong> (aniversário <strong>de</strong><br />
emancipação), homenageando uma referência da constituição da comunida<strong>de</strong>.<br />
Além da exposição “Caravana 80 anos – <strong>Londrina</strong> <strong>sob</strong> o olhar <strong>de</strong> <strong>George</strong><br />
<strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>”, foram lançados dois livros que tratam da ocupação <strong>de</strong>sta região:<br />
Mini-Atlas da Colônia Internacional: As Terras da CTNP, do Prof. Dr. Humberto<br />
Yamaki (<strong>Londrina</strong>: Edições Humanida<strong>de</strong>s, 2008) e Certidões <strong>de</strong> Nascimento da<br />
História: o surgimento <strong>de</strong> municípios no eixo <strong>Londrina</strong>-Maringá, organizado por<br />
Paulo César Boni (<strong>Londrina</strong>: Planográfica, 2009).<br />
Foi também apresentado um espetáculo teatral ao ar livre, no “Marco Zero”,<br />
lugar da chegada do grupo li<strong>de</strong>rado por <strong>George</strong> <strong>Craig</strong> <strong>Smith</strong>. A peça intitulada<br />
“A Caravana Pioneira” contou com texto <strong>de</strong> Apolo Theodoro, direção <strong>de</strong> Silvio<br />
Ribeiro e atores da Escola Municipal <strong>de</strong> Teatro – FUNCART e convidados.
MAQUETE 3D<br />
Este projeto nasceu <strong>de</strong> um trabalho anterior em que foi realizada uma animação<br />
em que se retratava a <strong>Londrina</strong> dos anos 50.<br />
A constituição do <strong>de</strong>senvolvimento/crescimento da comunida<strong>de</strong> londrinense<br />
é percebida através da utilização <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> computador (3DS MAX)<br />
para <strong>de</strong>senvolver mo<strong>de</strong>lagens <strong>de</strong> objetos e maquetes eletrônicas em ví<strong>de</strong>o. Este<br />
programa é muito usado para animação <strong>de</strong> bonecos, construção <strong>de</strong> ambientes<br />
3D, em geral, para jogos, comunicação visual, publicida<strong>de</strong> etc. Esse recurso po<strong>de</strong><br />
montar ambientes e reproduzir com perfeição até mesmo uma cida<strong>de</strong> com todos<br />
os itens, com várias ferramentas, dando movimento a personagens, produzindo<br />
iluminação ambiente, condições meteorológicas, tudo através da observação <strong>de</strong><br />
vários ângulos.<br />
A partir da escolha <strong>de</strong> fotografias históricas representativas <strong>de</strong> dada situação,<br />
simulamos movimentos, <strong>de</strong>stacamos personagens e criamos imagens narrativas<br />
para períodos que só conheciam imagens estáticas para registro, como fotografias<br />
ou <strong>de</strong>senhos.<br />
Apresentamos <strong>Londrina</strong> em movimento nas suas primeiras décadas.<br />
Claudyomar Lopes<br />
e-mail: claudio.vasques.lopes@gmail.com