promoção, apoio e incentivo ao aleitamento materno - UFF
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PROMOÇÃO, APOIO E INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO<br />
Mariane Alves Corrêa<br />
Monica Dalles Monteiro<br />
Raquel de Lima Soeiro<br />
1- Promoção e Incentivo <strong>ao</strong> Aleitamento Materno<br />
A promoção <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> deve ser<br />
iniciada na rede básica, tão logo a gestação seja<br />
detectada. Segundo Oliveira et al. 1 , a gestação é uma<br />
etapa chave para a promoção do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>,<br />
pois é nesse período que a maioria das mulheres define<br />
os padrões de alimentação que espera praticar com<br />
seu filho. Após a alta da maternidade, o<br />
acompanhamento pediátrico ou de puericultura durante<br />
a primeira infância é etapa chave para o <strong>apoio</strong> à<br />
manutenção da amamentação.<br />
O Ministério da Saúde e a OMS (Organização<br />
Mundial de Saúde) recomendam o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> exclusivo até 6 meses e a<br />
continuidade até os dois anos de idade, pois é a estratégia que isoladamente mais<br />
previne mortes em crianças menores de cinco anos.<br />
De acordo com Rezende et al 2 , A ausência de amamentação ou sua<br />
interrupção precoce (antes dos 4 meses) e a introdução de outros alimentos à dieta da<br />
criança, durante esse período, são freqüentes, com conseqüências importantes para a<br />
saúde do bebê, como exposição a agentes infecciosos, contato com proteínas<br />
estranhas, prejuízo da digestão e assimilação de elementos nutritivos, entre outras.<br />
Por esses fatores, a promoção <strong>ao</strong><br />
<strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> é uma prioridade de<br />
governo, e, desta forma, o Ministério da Saúde<br />
criou uma Política Nacional de Promoção,<br />
Proteção e Apoio <strong>ao</strong> Aleitamento Materno 3<br />
contempla as seguintes estratégias:<br />
o<br />
Rede Amamenta Brasil - É uma estratégia de promoção, proteção e<br />
<strong>apoio</strong> à prática do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> na Atenção Básica, por meio de<br />
revisão e supervisão do processo de trabalho interdisciplinar nas
unidades básicas de saúde, apoiada nos princípios da educação<br />
permanente em saúde, respeitando a visão de mundo dos profissionais<br />
e considerando as especificidades locais e regionais;<br />
o<br />
Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano - Os resultados das<br />
políticas públicas em favor do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> no Brasil ocupam<br />
lugar de destaque no cenário internacional. O País tem conseguido,<br />
mediante a implementação de ações estratégicas integradas, fazer<br />
frente à agressividade do marketing da indústria de alimentos para<br />
lactentes e diminuir o desmame precoce e o seu desastroso impacto<br />
sobre a saúde infantil.<br />
o Hospital Amigo da Criança 4 - Inserida na Estratégia Global para a<br />
Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância da<br />
Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas<br />
para a Infância (UNICEF) encontra-se a Iniciativa Hospital Amigo da<br />
Criança (IHAC), lançada em 1991 e adotada por mais de 20.000<br />
hospitais em cerca de 156 países, incluindo o Brasil. Os critérios globais<br />
da IHAC compreendem a adesão <strong>ao</strong>s “Dez Passos para o Sucesso do<br />
Aleitamento Materno” e <strong>ao</strong> Código Internacional de Comercialização<br />
dos Substitutos do Leite Materno (no caso do Brasil, a NBCAL-Norma<br />
Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças<br />
de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras) pelas<br />
maternidades certificadas. Os dez passos são recomendações que<br />
favorecem a amamentação a partir de práticas e orientações no período<br />
pré-natal, no atendimento à mãe e <strong>ao</strong> recém-nascido <strong>ao</strong> longo do<br />
trabalho de parto e parto, durante a internação após o parto e<br />
nascimento e no retorno <strong>ao</strong> domicílio, com <strong>apoio</strong> da comunidade. Os<br />
dez passos para o sucesso do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> que deve ocorrer<br />
em toda e qualquer unidade que preste assistência obstétrica e<br />
neonatal são:<br />
1. Ter uma política de <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> escrita que seja rotineiramente<br />
transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.<br />
2. Capacitar toda a equipe de cuidados de saúde nas práticas necessárias para<br />
implementar esta política.<br />
3. Informar todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do <strong>aleitamento</strong><br />
<strong>materno</strong>.
4. Ajudar as mães a iniciar o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> na primeira meia hora após o<br />
nascimento.<br />
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se<br />
vierem a ser separadas dos seus filhos.<br />
6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite<br />
<strong>materno</strong>, a não ser que haja indicação médica.<br />
7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e bebês permaneçam<br />
juntos - 24 horas por dia.<br />
8. Incentivar o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> sob livre demanda.<br />
9. Não oferecer bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas.<br />
10. Promover a formação de grupos de <strong>apoio</strong> à amamentação e encaminhar as<br />
mães a esses grupos na alta da maternidade.<br />
o<br />
Proteção legal <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> - O Brasil tem legislação<br />
específica para proteger o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>, a Norma Brasileira de<br />
Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira<br />
Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras 5 - O objetivo desta Norma é<br />
contribuir para a adequada nutrição dos lactentes e das crianças de<br />
primeira infância por intermédio da: regulamentação da promoção<br />
comercial e orientações do uso apropriado dos alimentos para lactentes<br />
e crianças de primeira infância, bem como do uso de mamadeiras,<br />
bicos, chupetas e protetores de mamilo; proteção e <strong>incentivo</strong> <strong>ao</strong><br />
<strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> exclusivo nos primeiros seis meses de vida; e<br />
proteção e <strong>incentivo</strong> à continuidade do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> até os dois<br />
anos de idade, após a introdução de novos alimentos na dieta dos<br />
lactentes. E a Lei 11.265 6 - O objetivo desta Lei é contribuir para a<br />
adequada nutrição dos lactentes e das crianças de primeira infância por<br />
meio dos seguintes meios: regulamentação da promoção comercial e<br />
do uso apropriado dos alimentos para lactentes e crianças de primeira<br />
infância, bem como do uso de mamadeiras, bicos e chupetas; proteção<br />
e <strong>incentivo</strong> <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> exclusivo nos primeiros 6 (seis)<br />
meses de idade; e proteção e <strong>incentivo</strong> à continuidade do <strong>aleitamento</strong><br />
<strong>materno</strong> até os 2 (dois) anos de idade após a introdução de novos<br />
alimentos na dieta dos lactentes e das crianças de primeira infância. Em<br />
setembro de 2008 o Presidente da República sancionou a Lei 11.770,<br />
que estabelece a licença maternidade de seis meses, sem prejuízo do<br />
emprego e do salário, para as funcionárias públicas federais, ficando a
critério dos estados, municípios e empresas privadas a adoção desta<br />
Lei.<br />
o<br />
Mobilização social - Dentre as atividades desenvolvidas visando à<br />
mobilização social, o Brasil comemora anualmente a Semana Mundial<br />
da Amamentação, entre 01 e 07 de agosto, e o Dia Nacional de Doação<br />
de Leite Humano, em 01 de outubro. As comemorações configuram-se<br />
como um importante marketing social capaz de aumentar os índices de<br />
<strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>, além de sensibilizar novas doadoras de leite<br />
humano.<br />
o<br />
Monitoramento dos indicadores de <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> - A<br />
mensuração das prevalências de <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> é uma das<br />
maneiras de se avaliar o impacto das ações de promoção, proteção e<br />
<strong>apoio</strong> desenvolvidas. Em agosto de 2008, durante a segunda etapa da<br />
campanha nacional de vacinação, foram investigadas cerca de 150.000<br />
crianças menores de um ano, residentes em 250 municípios brasileiros.<br />
Os resultados da II Pesquisa Nacional de Prevalência de Aleitamento<br />
Materno em Menores de Um Ano auxiliarão na avaliação e<br />
redirecionamento das ações da política brasileira de <strong>aleitamento</strong><br />
<strong>materno</strong>.<br />
2- Incentivo da Amamentação na Primeira Meia Hora de Vida<br />
De acordo com o apresentado na Aula 1 da<br />
IHAC 7 Iniciar o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> na primeira meia<br />
hora após o nascimento é importante porque:<br />
- Mantém o bebê aquecido, estabiliza a respiração e<br />
a frequência cardíaca;<br />
- Propicia que mãe e filho se conheçam e estabeleça<br />
vínculo;<br />
- O bebê aprende a mamar de maneira mais<br />
eficiente;<br />
- Beneficia, em especial, o bebê de baixo peso, que corre mais risco de morrer e<br />
necessita de mais <strong>apoio</strong> para realizar uma sucção efetiva;
- Ajuda na prevenção da hemorragia pós-parto;<br />
- Aumenta a duração do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>;<br />
- O colostro é a primeira imunização do recém-nascido.<br />
3- As Vantagens do Aleitamento Humano<br />
3.1. Para a mãe<br />
- fortalece o vínculo afetivo com o bebê;<br />
- favorece a involução uterina e reduz o risco de hemorragia;<br />
- contribui para o retorno <strong>ao</strong> peso normal;<br />
- contribui para o aumento do intervalo entre as gestações já<br />
que é um método natural de planejamento familiar, desde que o bebê seja menor que<br />
6 meses, esteja em regime de <strong>aleitamento</strong> exclusivo sob livre demanda (inclusive à<br />
noite) e que a mãe ainda não tenha menstruado;<br />
- é um alimento completo, não necessitando de nenhum acréscimo até os 6 meses de<br />
idade;<br />
- reduz a chance de câncer no ovário e nas mamas;<br />
- já vem pronto, não tem custo e é livre de contaminações externas.<br />
2.2. Para a criança:<br />
- o leite humano oferece todos os nutrientes<br />
necessários para um desenvolvimento saudável;<br />
- é como uma “vacina” pois possui anticorpos,<br />
contribuindo para o fortalecimento do sistema<br />
imunológico, protegendo contra infecções e<br />
doenças como: diarréia, resfriados, infecções<br />
urinárias e respiratórias, alergias;<br />
- desenvolve e fortalece a musculatura da boca da criança, melhorando o desempenho<br />
das funções de sucção, mastigação, deglutição e fonação (fala);<br />
- estimula a respiração nasal no bebê, facilitando uma melhor oxigenação;<br />
- é um alimento completo pois possui todos os nutrientes necessários, não<br />
necessitando de acréscimo (chá, água ou qualquer outro alimento) até os 6 meses de<br />
idade;<br />
- facilita a eliminação de mecônio e diminui a incidência de icterícia nos recém<br />
nascidos;<br />
- aumenta o vínculo afetivo com a mãe;
- diminuiu as chances de desenvolvimento de alergias;<br />
- é de fácil digestão.<br />
2.3- Para a família e a sociedade:<br />
- é limpo, pronto e na temperatura adequada;<br />
- diminui as internações e seus custos;<br />
- é gratuito.<br />
3- Cuidados Com as Mamas<br />
3.1. Durante a gestação<br />
- Utilizar sutiã com boa sustentação;<br />
- realizar banho de sol nas mamas diariamente por quinze minutos em<br />
horário até as 10h da manhã ou após as 16h, ou banhos de luz com<br />
lâmpadas de 40watts a cerca de 1 palmo de distância;<br />
- não utilizar sabões, pomadas ou cremes hidratantes na região da<br />
auréola;<br />
- não realizar ordenha das mamas durante a gestação<br />
3.2. Após o nascimento<br />
- A mãe deve limpar bem as mamas lavando-as apenas<br />
com água antes e depois das mamadas, podendo passar o<br />
próprio leite na auréola após a mamada para previnir<br />
rachaduras;<br />
-Conservar os seios sempre arejados;<br />
- Não lavar os mamilos após cada mamada, pois o banho diário é suficiente;<br />
-Em caso de rachaduras, continuar amamentando o bebê pelo seio menos ferido,<br />
retirando o leite do lado afetado por expressão manual;<br />
-Não fazer uso de "pomadas" no local da rachadura. Deve-se utilizar o próprio leite,<br />
que também funciona como um excelente cicatrizante nesses casos.;<br />
- Em caso de mamas muito cheias, massagear e retirar o excesso de leite para facilitar<br />
a sucção pela criança (massagens nas mamas com a polpa dos dedos em<br />
movimentos circulares no sentido da aréola, que é a parte escura do seio, para o<br />
tórax);<br />
-Em caso de febre alta, calafrios e vermelhidão nas mamas pode ser início de mastite
(inflamação que ocorre pelo acúmulo de leite). Procurar orientação médica ou de um<br />
Banco de leite.<br />
4- Principais Problemas no Aleitamento Materno<br />
De acordo com Faleiros et. al 8 as mães têm, geralmente, noção das vantagens<br />
do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> e referem doenças maternas ou da criança e o trabalho fora<br />
do lar como problemas pouco freqüentes em relação à manutenção do<br />
mesmo.Entretanto, apontam como relevantes os problemas relacionados à "falta de<br />
leite", "leite fraco", problemas mamários e a recusa do bebê em pegar o peito. Essas<br />
razões, apontadas mais freqüentemente, podem ocorrer devido <strong>ao</strong> fato de a mulher<br />
atual ter uma vivência mais ansiosa e tensa e possivelmente, à falta de um suporte<br />
cultural que havia nas sociedades tradicionais, nas quais as avós transmitiam às mães<br />
informações e um treinamento das mesmas em relação <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong>, incentivandoas<br />
para tal.<br />
4.1. Mitos<br />
• “Dar de mamar faz os seios caírem”: A própria gravidez pode causar<br />
mudanças na forma e posição das mamas.O<br />
uso permanente de sutiã adequado, durante o<br />
período de gestação e amamentação ajudam a<br />
prevenir estas alterações;<br />
• “Meu leite é fraco”: Não existe leite<br />
fraco.Toda mulher produz leite de bom valor<br />
nutritivo e que satisfaz todas as necessidades<br />
do bebê nos primeiros quatro a seis meses de<br />
vida;<br />
• “Meu leite não sustenta o bebê e ele chora com fome”: Nem sempre o<br />
bebê chora de fome.Ele pode chorar por estar molhado, com frio ou calor, ou<br />
simplesmente porque quer carinho.O importante é que esteja ganhando peso<br />
adequado, o que pode ser constatado pela curva de peso no cartão da criança.<br />
• “Criança que nasceu prematuro ou com baixo peso não pode mamar no<br />
peito”:Estes bebês, sobretudo os menores que 1800g podem ter dificuldade
para sugar no inicio, no entanto são justamente estes que mais precisam da<br />
proteção do leite <strong>materno</strong>.Portanto se tiverem dificuldades na sucção devem<br />
ser colocados no peito por algum tempo, várias vezes <strong>ao</strong> dia para estimular a<br />
sucção.A mãe deve ser estimulada e ensinada <strong>ao</strong> retirar seu leite por extração<br />
manual e dar <strong>ao</strong> bebê com auxílio de uma colherinha ou copinho.<br />
• “Mãe que trabalha fora não pode amamentar”: A mãe pode amamentar seu<br />
filho no período em que estiver em casa, inclusive à noite.Pode também retirar<br />
o leite e guardar para ser oferecido <strong>ao</strong> bebê enquanto estiver fora.Quando no<br />
local de trabalho tem condições, a mãe pode retirar seu leite e conservar em<br />
refrigerador ou em uma caixa de isopor com gelo.Quando no local de trabalho<br />
tem berçário, a mãe pode levar o bebê e amamentar no descanso remunerado<br />
(1/2 hora, 2 vezes <strong>ao</strong> dia) a que tem direito.<br />
4.2. Dificuldades<br />
Mamilos planos ou invertidos<br />
Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o começo da amamentação, mas<br />
não necessariamente a impedem. Para uma mãe com mamilos planos ou invertidos é<br />
fundamental que haja uma intervenção logo após o<br />
nascimento do bebê. Deve-se Ensinar à mãe<br />
manobras para protrair o mamilo antes<br />
das mamadas como simples estímulo do mamilo,<br />
sucção com bomba manual ou seringa de 20ml<br />
adaptada (cortada para eliminar a saída estreita e com<br />
o<br />
êmbolo inserido na extremidade cortada). A mãe deve se sentir segura e confiante,<br />
pois paciência e perseverança poderá superar o problema e que a sucção do bebê<br />
ajuda a protrair os mamilos.<br />
Fissuras (rachaduras)<br />
As fissuras na maioria das vezes são causadas por má-técnica da<br />
amamentação (posicionamento ou pega incorretas).As mamas ingurgitadas dificulta a<br />
pega correta pelo bebê, que faminto pode friccionar a pele do mamilo causando as<br />
fissuras. É um importante fator na causa de desmame e, por isso, a sua prevenção é<br />
primordial.<br />
Quando a mama está muito ingurgitada, deve-se fazer a expressão manual da<br />
mama, antes de colocar o bebê no peito, a fim de facilitar a pega.Nos casos onde já
existe a fissura, a mãe deve começar dando o peito pela mama sadia ou com menos<br />
fissuras e depois passar para a outra mama, pois o bebê já está com menos fome e<br />
sugando com menos voracidade.Em seguida fazer a extração do leite manualmente.<br />
A melhor maneira de se evitar as fissuras e o ingurgitamento mamário é<br />
colocando o bebê para sugar em posição correta, em livre demanda, além de evitar<br />
que as mamas fiquem túrgidas e mante-las sempre secas.<br />
o<br />
Ingurgitamento mamário<br />
O ingurgitamento mamário reflete falha no mecanismo de auto-regulação da<br />
fisiologia da lactação, resultando em congestão e aumento<br />
da vascularização, acúmulo de leite e edema devido à<br />
obstrução da drenagem linfática pelo aumento da<br />
vascularização e enchimento dos alvéolos. Segundo<br />
Giugliani 9 , ingurgitamento discreto é normal e não requer<br />
intervenção. O ingurgitamento excessivo ocorre com mais<br />
freqüência entre as primíparas, aproximadamente 3 a 5 dias<br />
após o parto. Leite em abundância, início tardio da amamentação, mamadas<br />
infreqüentes, restrição da duração e freqüência das mamadas e sucção ineficaz do<br />
bebê favorecem o aparecimento do ingurgitamento. Portanto, amamentação em livre<br />
demanda, iniciada logo após o parto e com técnica correta, são medidas eficazes na<br />
prevenção do ingurgitamento.<br />
Mastite<br />
A mastite é uma infeção bacteriana de um<br />
ou mais segmentos da mama. A parte afetada está<br />
dolorosa, hiperemiada, edemaciada e quente. O<br />
comprometimento geral é importante, com febre e<br />
mal-estar importante.Para que não evolua para um<br />
abcesso mamário deve ser realizado o tratamento<br />
com antibióticos.<br />
O abcesso mamário pode ser identificado à palpação pela sensação de<br />
flutuação. Em tais casos está indicada a drenagem cirúrgica e a manutenção da
lactação, desde que o tubo de drenagem ou a incisão estejam suficientemente longe<br />
da aréola.<br />
5- Quando Não Amamentar<br />
Existem algumas situações que para o bem do bebê, é<br />
fundamental não amamentar. São elas:<br />
• Mães HIV positivas, que só podem oferecer seu próprio<br />
leite se éster for pasteurizado;<br />
• Mães que estejam fazendo uso de medicação<br />
anticancerígena, antitireoideanas e substâncias<br />
radioativas;<br />
• Mães com distúrbio de consciência ou de<br />
comportamento grave.Se for possível, deve-se retirar o leite e oferecer <strong>ao</strong><br />
bebê com colher ou copinho.<br />
6- Referências Bibliográficas<br />
Obras Citadas:<br />
1- de OLIVEIRA MIC ; Camacho, LAB ; Souza I.E.O. Promoção, proteção e <strong>apoio</strong> à<br />
amamentação na atenção primária à saúde no Estado do Rio de Janeiro, Brasil: uma<br />
política de saúde pública baseada em evidência. Cadernos de Saúde Pública, Rio de<br />
Janeiro, v. 21, n. 6, p. 1901-1910, 2005.<br />
2- Bicalho, EF; Costa, VLD; Ferreira, GF; Fonseca, LV; Peres, HB; Rezende, SO;<br />
Silva, VJ; Vida, RAD. Promoção e <strong>incentivo</strong> <strong>ao</strong> <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>: Iniciativa Hospital<br />
Amigo da Criança. 2008. Disponível em:<br />
www.oncare.org/rokdownloads/AleitamentoMaterno.pdf . Acesso em: 25/04/2010.<br />
5- Brasil. Ministério da Saúde. Promoção, Proteção e Apoio <strong>ao</strong> Aleitamento Materno.<br />
Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1460 .<br />
Acesso em: 25/04/2010.
4- Brasil. Ministério da Saúde. Iniciativa Hospital Amigo da Criança – IHAC. Disponível<br />
em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29931&janela=1.<br />
Acesso em: 25/04/2010.<br />
5- Brasil. Ministério da Saúde. Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para<br />
Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras. Disponível<br />
em: http://www.<strong>aleitamento</strong>.com/upload\arquivos\arquivo1_203.pdf Acesso em:<br />
25/04/2010.<br />
6- Brasil. Presidência da República. LEI Nº 11.265, DE 3 DE JANEIRO DE 2006.<br />
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-<br />
2006/2006/Lei/L11265.htm Acesso em: 25/04/2010.<br />
7- Brasil. Ministério da Saúde. Iniciar o <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> na primeira meia hora<br />
após o nascimento. Por que?. Aula 1_IHAC. Disponível em:<br />
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29931&janela=1<br />
Acesso em: 26/04/2010.<br />
8- FALEIROS, FTV; TREZZA, EMC;CARANDINA, L. Aleitamento <strong>materno</strong>: fatores de<br />
influência na sua decisão e duração. Rev. Nutr. [online]. 2006, vol.19, n.5, pp. 623-630.<br />
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?<br />
pid=S141552732006000500010&script=sci_arttext&tlng=pt%23nt Acesso em:<br />
26/04/2010.<br />
9- Giugliani, E.R.J. O <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong> na prática clínica. Jornal de Pediatria - Vol.<br />
76, Supl.3, 2000. Disponível em: http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-s238/port.pdf<br />
Acesso em: 26/04/2010.<br />
Obras Consultadas:<br />
Brasil. Ministério da Saúde. Manual de promoção do <strong>aleitamento</strong> <strong>materno</strong>: normas<br />
técnicas. 2a. ed. Brasília; 1997. Disponível em:<br />
http://www.saudedacrianca.org.br/cis/normas/<strong>aleitamento</strong>.pdf . Acesso em:<br />
25/04/2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Dez passos para uma alimentação saudável: guia<br />
alimentar para crianças menores de 2 anos: álbum seriado / Ministério da Saúde,. –<br />
Brasília: Ministério da Saúde, 2003.<br />
Aleitamento. Disponível em: http://www.<strong>aleitamento</strong>.com/a_default.asp . Acesso em:<br />
25/04/2010.