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Livro de Resumos - UTAD

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IV Congresso da Fauna Selvagem 28-29 setembro 2012, Bragança, Portugal<br />

Caracterização genética dos cipriní<strong>de</strong>os portugueses e as suas implicações para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento da ecologia, biogeografia e conservação da fauna<br />

dulçaquícola<br />

Robalo JI, Sousa-Santos C & Almada V<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Investigação em Eco-Etologia, ISPA – Instituto Universitário, Rua Jardim do Tabaco,<br />

34, 1149-041 Lisboa, Portugal<br />

jrobalo@ispa.pt<br />

Até ao advento da aplicação das técnicas <strong>de</strong> genética molecular ao estudo dos cipriní<strong>de</strong>os a taxonomia<br />

<strong>de</strong>ste grupo era uma das áreas mais problemáticas do estudo dos vertebrados portugueses. Com muita<br />

frequência tentava-se encarar as formas ibéricas como variantes <strong>de</strong> espécies da Europa Central ou como<br />

espécies muito relacionadas com estas. O <strong>de</strong>senvolvimento das técnicas <strong>de</strong> PCR e sequenciação <strong>de</strong> ADN,<br />

combinado com novos programas informáticos para inferir relações filogenéticas, aplicados aos peixes<br />

das águas interiores portuguesas (sobretudo a partir da década <strong>de</strong> 90) operou uma verda<strong>de</strong>ira<br />

revolução na nossa compreensão das espécies existentes e das suas relações com outros cipriní<strong>de</strong>os.<br />

Neste esforço foi <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> cooperação com colegas<br />

espanhóis, já que muitas das espécies ocorrem nos dois países. Uma tentativa <strong>de</strong> sintetizar os aspectos<br />

mais salientes <strong>de</strong>sta “revolução” po<strong>de</strong> centrar-se nos seguintes pontos: 1) a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> um número<br />

apreciável <strong>de</strong> espécies novas para a ciência; 2) a constatação <strong>de</strong> que a fauna <strong>de</strong> peixes dulçaquícolas das<br />

águas portuguesas é constituída, no que se refere aos cipriní<strong>de</strong>os, por espécies que são endémicas da<br />

Península Ibérica e outras que são endémicas do território nacional; 3) a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> que os<br />

cipriní<strong>de</strong>os ibéricos têm uma longa história <strong>de</strong> evolução na península e que as suas relações com os<br />

peixes da Europa Central datam <strong>de</strong> há vários milhões <strong>de</strong> anos (MA), provavelmente mais <strong>de</strong> 11 - 15 MA;<br />

4) ao sistematizar a informação existente constata-se que Portugal e Espanha, principalmente nas suas<br />

zonas meridionais apresentam uma biodiversida<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável e um nível <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismo muito alto, o<br />

que faz da Península Ibérica uma das áreas prioritárias para a conservação dos peixes <strong>de</strong> água doce; 5) a<br />

<strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> novas espécies levou a uma revisão das áreas <strong>de</strong> distribuição, o que revelou que um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> peixes endémicos das águas portuguesas têm áreas <strong>de</strong> distribuição muito limitadas,<br />

muitas vezes na zona sul do país, on<strong>de</strong> as secas, a <strong>de</strong>sertificação e a poluição <strong>de</strong> pequenos cursos <strong>de</strong><br />

água criam situações em que a conservação da ictiofauna fica extremamente ameaçada.<br />

32<br />

Comunicação Oral OC2.3

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