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Caué - Gabinete do Ambiente

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I. INTRODUÇÃO<br />

I.1. Antecedentes<br />

Na actualidade os problemas de interacção entre a natureza e a sociedade e as questões<br />

relacionadas com a utilização racional e a protecção <strong>do</strong>s recursos naturais adquiriram<br />

uma importância especial. A solução correcta destes problemas só é possível na base da<br />

análise multifacetada e integra<strong>do</strong>ra das diversas componentes interrelacionadas ao nível<br />

<strong>do</strong>s sistemas naturais, sociais e económicos no seu conjunto.<br />

Nesta base a Organização das Nações Unidas profundamente preocupada pela contínua<br />

deterioração da situação <strong>do</strong> meio ambiente e a grave degradação <strong>do</strong>s sistemas mundiais<br />

necessários para a vida, assim como pelas tendências, que a continuarem, poderiam<br />

perturbar o equilíbrio ecológico mundial, pôr em perigo as qualidades <strong>do</strong> meio<br />

necessário para a vida e conduzir a uma catástrofe ecológica, aprovou em 1988 a<br />

resolução número 44/228 da Assembleia Geral, com vista a realização de uma<br />

conferência das Nações Unidas sobre o <strong>Ambiente</strong> e Desenvolvimento ( CNUAD ) na<br />

cidade de Rio de Janeiro no Brasil, e pediu a to<strong>do</strong>s os Esta<strong>do</strong>s membros que<br />

elaborassem um relatório nacional que obtivesse informações relacionadas com a<br />

problemática <strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong> desenvolvimento nos seus respectivos países.<br />

S.Tomé e Príncipe ao participar na referida conferência, decidiu criar uma Comissão<br />

Nacional que tinha como objectivo, fazer uma reflexão sobre a problemática ambiental<br />

nacional, sua relação com o processo de desenvolvimento sócio económico e elaborar<br />

um relatório para que fosse apresenta<strong>do</strong> no referi<strong>do</strong> evento.<br />

Esta Comissão Nacional, multisectorial e multidisciplinar, criada em 1990, para<br />

preparar a participação de S.Tomé e Príncipe na conferência <strong>do</strong> Rio, reuniu-se para<br />

fazer o diagnóstico da situação ambiental nacional.<br />

Nesta reflexão a comissão constatou que, apesar de alguns esforços realiza<strong>do</strong>s pelas<br />

autoridades nacionais com vista a proteger o meio ambiente, os resulta<strong>do</strong>s eram<br />

negativos e a degradação continuava a aumentar-se.<br />

Na reflexão concluíram também que o aumento da degradação ambiental e a falta de<br />

êxito na política ambiental nacional devia-se entre outros aos seguintes factores<br />

fundamentais:<br />

Ausência de uma estratégia nacional que permita uma utilização racional <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais assim como a protecção <strong>do</strong> ambiente;<br />

Ausência de uma abordagem multisectorial que permita a integração <strong>do</strong>s<br />

aspectos ambientais nas estratégias e políticas de desenvolvimento <strong>do</strong>s diferentes<br />

sectores;<br />

A concentração de decisão e resolução <strong>do</strong>s problemas ambientais e de<br />

desenvolvimento apenas nos sectores da administração central <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, sem a<br />

participação efectiva das comunidades e autoridades locais;<br />

O tratamento de questões ambientais de forma isolada sem interrelacionar as<br />

mesmas com os aspectos de desenvolvimento;<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.1


A falta de informação e de sensibilização a nível nacional sobre os problemas<br />

que afectam o meio ambiente e o desenvolvimento durável e mecanismos para a<br />

sua solução;<br />

A falta de definição das atribuições a nível <strong>do</strong>s diferentes sectores que têm a vêr<br />

com as questões ambientais, o que origina a fuga de responsabilidades nas<br />

tomadas de decisões.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a Comissão recomen<strong>do</strong>u que a principal e a mais prioritária das acções<br />

que se deveria implementar no mais curto espaço de tempo com vista a corrigir a<br />

situação, seria a elaboração de um Plano Nacional <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> para o<br />

Desenvolvimento Durável.<br />

I.2. Objectivos <strong>do</strong> Projecto<br />

Ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> proposto como acção de alta prioridade o governo assumiu a<br />

responsabilidade de implementar o referi<strong>do</strong> projecto diligencian<strong>do</strong> junto aos seus<br />

parceiros internacionais com vista a busca de financiamento para a sua realização. É<br />

assim que o PNUD através <strong>do</strong> Programa Capacidade 21 cria<strong>do</strong> para apoiar os países em<br />

desenvolvimento a implementar a nível nacional a Agenda 21 financiou o projecto para<br />

a elaboração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> Plano para S.Tomé e Príncipe.<br />

O projecto que tem uma duração de <strong>do</strong>is anos teve o seu inicio em Novembro de 1996.<br />

O seu objectivo consiste no reforço das capacidades nacionais com vista a integrar<br />

os conceitos de durabilidade e da gestão ambiental no processo de desenvolvimento<br />

nacional assim como uma melhor coordenação intersectorial no processo de<br />

desenvolvimento. Para o efeito um Plano Nacional, cinco Planos Distritais e um Plano<br />

Regional <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> para o Desenvolvimento Durável serão elabora<strong>do</strong>s na base <strong>do</strong>s<br />

resulta<strong>do</strong>s de um processo participativo consultivo e diálogo implican<strong>do</strong> na sua<br />

elaboração o conjunto de todas as sensibilidades e comunidades que integram a<br />

população santomense.<br />

I.3. Meto<strong>do</strong>logia e Resulta<strong>do</strong> Espera<strong>do</strong><br />

Contrariamente às práticas anteriores que pretendiam resolver os problemas das<br />

comunidades sem um envolvimento da mesma, o Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> para o<br />

Desenvolvimento Durável elabora<strong>do</strong>, resultou de um processo de participação das<br />

comunidades na identificação e na busca de soluções aos problemas ambientais que lhe<br />

foram coloca<strong>do</strong>s.<br />

A meto<strong>do</strong>logia participativa aplicada na elaboração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> plano consistiu num<br />

processo de participação, diálogo e concertação entre os diferentes actores da sociedade<br />

santomense e da administração pública crian<strong>do</strong> assim uma nova dinâmica de<br />

participação e de resolução <strong>do</strong>s problemas nacionais.<br />

A aplicação desta meto<strong>do</strong>logia consistiu num processo de sensibilização e de recolha<br />

da<strong>do</strong>s e informações junto da população.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.2


O processo de sensibilização conheceu duas fases fundamentais:<br />

A primeira fase caracterizou-se essencialmente na modalidade de encontro e debate com<br />

as comunidades e sustentada na meto<strong>do</strong>logia participativa em que os anima<strong>do</strong>res<br />

geravam debates com apresentação de alguns temas e a comunidade por seu turno dava<br />

através de exposições e troca de ideias aquilo que pensava relativamente as questões<br />

levantadas ten<strong>do</strong> em conta as próprias técnicas de animação identificadas para tal.<br />

Esta campanha objectivou essencialmente despertar a consciência colectiva das<br />

comunidades em relação aos problemas <strong>do</strong> ambiente e desenvolvimento e contou com<br />

uma vasta participação das comunidades nos debates suscitan<strong>do</strong> um grande interesse<br />

<strong>do</strong>s mesmos para a problemática ambiental.<br />

A segunda fase da campanha de sensibilização objectivou essencialmente a animação<br />

das comunidades e o levantamento de informa<strong>do</strong>res-chave em função <strong>do</strong>s grupos alvo.<br />

É de realçar que ao longo da segunda fase da campanha de sensibilização e animação<br />

das comunidades foram contactadas cerca de 3.000 informa<strong>do</strong>res chave em to<strong>do</strong>s os<br />

distritos <strong>do</strong> país e da Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe.<br />

O processo de recolha de da<strong>do</strong>s e informações visava os seguintes objectivos:<br />

‣ Promover a participação das comunidades na identificação e na busca de<br />

soluções para os problemas <strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong> desenvolvimento que mais a<br />

preocupa<br />

‣ Permitir a participação activa <strong>do</strong>s diferentes grupos sociais na elaboração<br />

<strong>do</strong>s planos distritais <strong>do</strong> ambiente para o desenvolvimento durável<br />

‣ Colher as principais preocupações das comunidades relativas ao ambiente e<br />

desenvolvimento, identifican<strong>do</strong> as prioridades actuais e potenciais<br />

‣ Levar as comunidades a envolver-se de forma activa na resolução <strong>do</strong>s<br />

problemas locais.<br />

Para a realização deste processo foi elabora<strong>do</strong> um Guia para os facilita<strong>do</strong>res e procedeuse<br />

a duas acções de formação para os Núcleos Locais e para as ONG´s envolvidas.<br />

Para além <strong>do</strong>s Núcleos Locais, estiveram envolvi<strong>do</strong>s neste processo de recolha de da<strong>do</strong>s<br />

15 facilita<strong>do</strong>res (inquiri<strong>do</strong>res) pertencentes a oito ONG´s nacionais.<br />

Consideran<strong>do</strong> a meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>ptada para o procedimento <strong>do</strong> diagnóstico<br />

participativo foi necessário elaborar um questionário e definir claramente os grupos<br />

alvos a serem entrevista<strong>do</strong>s.<br />

Ten<strong>do</strong> em conta que a problemática <strong>do</strong> ambiente e da sua protecção assume um carácter<br />

mais geral e abrangente, poder-se-ia dizer a partida que to<strong>do</strong> o cidadão residente no país<br />

deveria ser ouvi<strong>do</strong> a esse respeito.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.3


Mas, face a impossibilidade prática de uma tal consulta, tão universal e exaustiva,<br />

necessário se tornou definir quem seriam as pessoas a tomar como referência no<br />

processo de recolha de informações. Neste caso, impôs-se a necessidade de seleccionar<br />

previamente os interlocutores, ou seja, aqueles informa<strong>do</strong>res que, de forma mais<br />

objectiva e representativa, poderiam ajudar no cumprimento cabal <strong>do</strong>s objectivos<br />

propostos. Para isso, identificaram-se os grupos alvo, que constituem franjas, sectores<br />

ou parcelas da população, que, pela sua identidade ou relativa homogeneidade de<br />

características, sugere um tratamento idêntico para cada um <strong>do</strong>s seus membros, mas<br />

diferencia<strong>do</strong>s em relação a to<strong>do</strong>s os demais, face a uma mesma situação, acontecimento<br />

ou determinada circunstância.<br />

Daí que identificou-se como grupo-alvo para o programa de recolha de da<strong>do</strong>s e<br />

informações, os seguintes:<br />

1. Dirigentes Políticos e Administrativos<br />

2. Representantes Diplomáticos e Agentes da Cooperação<br />

Internacional<br />

3. Empresários ( grandes e médios ) tanto Nacionais, como<br />

Estrangeiros<br />

4. Agentes da Administração Pública, a Nível Central, e Local<br />

5. Professores e Educa<strong>do</strong>res de Infância<br />

6. Estudantes<br />

7. Técnicos e outros Quadros de Saúde<br />

8. Jornalistas e outros Quadros da Comunicação Social<br />

9. Agentes da Defesa, Segurança e Ordem Interna<br />

10.Pequenos Agricultores<br />

11.Pesca<strong>do</strong>res Artesanais<br />

12.Vinhateiros e Vende<strong>do</strong>res(as) de vinho de palma<br />

13.Palaiês<br />

14.Outros Agentes <strong>do</strong> Sector Informal ( can<strong>do</strong>ngueiros,<br />

vende<strong>do</strong>res ambulantes, explora<strong>do</strong>res de barracas,<br />

petisqueiras, botequins, etc. )<br />

15.Trabalha<strong>do</strong>res Assalaria<strong>do</strong>s ( agricultura, pesca, comercio e<br />

outros serviços )<br />

16.Mulheres Domésticas<br />

17.Associações Juvenis, Sindicatos e outros<br />

18.ONG’s<br />

19.Opera<strong>do</strong>res Turísticos, Turistas<br />

Uma vez identifica<strong>do</strong>s os grupos alvo, considerou-se a necessidade de elaboração <strong>do</strong>s<br />

questionários. Fez-se uma exaustiva análise <strong>do</strong>s grupos nas perspectivas históricas<br />

homem e mulher, e localização geográfica.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.4


Para o processo de recolha de da<strong>do</strong>s e informações utilizou-se a entrevista semiestruturada.<br />

I.4. Definição, Estrutura e Resulta<strong>do</strong> Espera<strong>do</strong><br />

A. Definição<br />

O Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> para o Desenvolvimento Durável ( PDADD ) constitui<br />

um instrumento que permite <strong>do</strong>tar ao distrito de meios, mecanismos e um quadro<br />

estratégico operacional, capaz de permitir que o desenvolvimento sócio económico se<br />

faça em estreita harmonia com a protecção e conservação <strong>do</strong> meio ambiente, isto é,<br />

desenvolver economicamente, os distritos mas sem destruir o meio ambiente.<br />

Este Plano irá permitir examinar a evolução <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio ambiente nos distritos, a<br />

sua interrelação com o desenvolvimento sócio económico assim como determinar os<br />

mecanismos e as estratégias para a solução da contradição que tem existi<strong>do</strong> entre o<br />

desenvolvimento sócio económico e a protecção <strong>do</strong> meio ambiente.<br />

B. Estrutura <strong>do</strong> Plano<br />

O referi<strong>do</strong> plano encontra-se assim dividi<strong>do</strong> em 9 capítulos correspondentes a temas<br />

diferentes mas interrelaciona<strong>do</strong>s entre si:<br />

I. Introdução, analisa-se os antecedentes <strong>do</strong> surgimento <strong>do</strong>s planos e a meto<strong>do</strong>logia<br />

aplicada para a sua elaboração.<br />

II. Analise <strong>do</strong> Existente, realiza-se neste capítulo um levantamento <strong>do</strong> ambiente<br />

biofísico <strong>do</strong> distrito com particular relevo sobre a diversidade biológica e<br />

ecossistemas frágeis. Também analisa-se o quadro político institucional <strong>do</strong> distrito,<br />

quadro económico e o quadro social <strong>do</strong> mesmo.<br />

III. Analise das Perspectivas e Tendências, analisa-se a dinâmica económica e social<br />

<strong>do</strong> distrito e perspectivas de desenvolvimento <strong>do</strong>s mesmos, com particular relevância<br />

sobre os impactos espera<strong>do</strong>s a nível distrital <strong>do</strong>s projectos de desenvolvimento em<br />

curso nos referi<strong>do</strong>s distritos.<br />

IV. Diagnóstico Participativo, faz-se a analise <strong>do</strong> processo participativo, consultivo<br />

e de diálogo junto a toda sociedade civil na campanha de sensibilização e de recolha<br />

de da<strong>do</strong>s assim como os principais problemas e prioridades que foram identificadas<br />

pelos diferentes grupos sociais no terreno.<br />

V. Analise <strong>do</strong>s Riscos e Conflitos Ambientais, analisa-se os riscos e conflitos<br />

ambientais actuais, potenciais e futuros em relação aos factores políticos, económicos e<br />

sociais.<br />

VI. Identificação <strong>do</strong>s Problemas Ambientais, identificam-se os problemas<br />

ambientais relativos aos diferentes actores e grupos sociais, aos modelos e cenários<br />

económicos e relativo a diversidade biológica e ecossistemas frágeis.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.5


VII. Plano <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Distrital, identificam-se as prioridades de caracter político,<br />

económico, social e ambiental de cada programa ao nível de cada distrito.<br />

VIII. O sistema de seguimento e Avaliação Ambiental, propõe-se um sistema<br />

com vista a fazer o seguimento e a avaliação <strong>do</strong>s programas preconiza<strong>do</strong>s em cada<br />

distrito assim como o controlo da qualidade <strong>do</strong> ambiente.<br />

IX. Anexos<br />

C. Resulta<strong>do</strong>s Espera<strong>do</strong>s<br />

Com a elaboração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> plano espera-se obter os seguintes resulta<strong>do</strong>s:<br />

‣ Um mecanismo inter-sectorial que facilite a integração de questões<br />

ambientais nos processo de desenvolvimento e nas políticas preconizadas<br />

para os distritos;<br />

‣ Um conjunto de da<strong>do</strong>s sobre a situação ambiental distrital, os principais<br />

problemas existentes, a localização <strong>do</strong>s mesmos e a estratégia para a sua<br />

solução;<br />

‣ Comunidades <strong>do</strong> distrito sensibilizada com os problemas ambientais que<br />

afectam o mesmo, com uma maior consciência da necessidade de utilização<br />

racional <strong>do</strong>s recursos naturais distritais e prontos a colaborar na obtenção<br />

de um desenvolvimento sustenta<strong>do</strong> no distrito;<br />

‣ Uma maior capacidade técnica, a nível das autoridades e comunidades<br />

locais capaz de permitir uma gestão racional <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>do</strong><br />

distrito.<br />

O Ministério <strong>do</strong> Equipamento Social e <strong>Ambiente</strong> instituição <strong>do</strong> governo responsável<br />

pela execução da política nacional <strong>do</strong> ambiente, teve a seu cargo a responsabilidade de<br />

coordenar os trabalhos de elaboração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> plano.<br />

O Comité Director Nacional (CDN), órgão consultivo para as questões ambientais <strong>do</strong><br />

governo, forma<strong>do</strong> por 15 membros representan<strong>do</strong> diferentes sectores <strong>do</strong> governo e das<br />

organizações não governamentais, teve a seu cargo a fiscalização e o seguimento <strong>do</strong>s<br />

trabalhos.<br />

Ao nível de cada Distrito e da Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe, foram cria<strong>do</strong>s os Núcleos<br />

Locais, compostos por 3 pessoas cada, que tinham a seu cargo as seguintes tarefas:<br />

Dinamizar a campanha de sensibilização sobre a problemática <strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong><br />

desenvolvimento junto a população;<br />

Participar e fazer o seguimento no processo de recolha de da<strong>do</strong>s e informações<br />

através de um processo participativo e consultivo junto as populações;<br />

Participar na análise, discussão e aprovação <strong>do</strong>s planos distritais.<br />

Uma equipa de consultores nacionais nos diferentes <strong>do</strong>mínios, com assistência pontual<br />

de consultores internacionais (ver anexo n. 1) trabalharam na elaboração <strong>do</strong> referi<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>cumento.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.6


As Organizações Não Governamentais (ONG) (ver anexo n.º 2), Organizações<br />

Religiosas e outras associações de base jogaram um papel importante no processo de<br />

elaboração deste plano. Elas participaram activamente na campanha de sensibilização<br />

da população, na recolha de da<strong>do</strong>s e informações a nível das diferentes localidades,<br />

bairros, luchans, vilas, cidades e empresas agrícolas.<br />

Os trabalhos foram realiza<strong>do</strong>s em estreita colaboração com outras acções e iniciativas<br />

em curso no país, tais como o projecto de Estu<strong>do</strong> Nacional Perspectivo a Longo Prazo (<br />

NLTPS ), Programa de Conservação e Utilização Racional <strong>do</strong>s Ecossistemas Florestais<br />

na África Central ( ECOFAC ), Projecto de Distribuição de Terras Agrícolas, Projecto<br />

Conjunto PNUA/PNUD sobre Legislação e Instituição, etc., etc.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.7


Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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DADOS BÁSICOS DO DISTRITO DE CAUÉ<br />

1. Superfície 267 km<br />

2. População 5322 habitantes<br />

3. Densidade Populacional 19.9 hab/km2<br />

4. Altitude Máxima Pico Ana Chaves 1630 metros<br />

5. Área Cultivada 6297.8 ha<br />

6. Número de Centros de Saúde 5<br />

1. Capital São João <strong>do</strong>s Angolares 1502 hab.<br />

II. ANALISE DO EXISTENTE<br />

II.1.<br />

O <strong>Ambiente</strong> Biofísico<br />

A. Localização Geográfica<br />

O Distrito de <strong>Caué</strong> situa-se no Centro-Sul da ilha de São Tomé ocupan<strong>do</strong> praticamente toda<br />

a parte meridional da ilha. O seu ponto mais ao sul localiza-se no Ilhéu das Rolas à latitude<br />

Sul de 0º 0´ 0,2”, separa<strong>do</strong> pelo oceano atlântico <strong>do</strong> resto da ilha.<br />

É o maior <strong>do</strong>s 6 distritos da ilha, possuin<strong>do</strong> uma superfície total de 267 Km2.<br />

Ao norte, faz fronteira com o distrito de Mé Zochi através de uma cadeia montanhosa<br />

formada pelos Picos Calvário (1590 m), Pico Peninha (1335 m) e pelo Pico Ana Chaves<br />

(1630 m).<br />

Ao noroeste, com o distrito de Lembá através de uma cadeia de montanhas igualmente<br />

muito elevada, formada pelo Morro Pinheiro (1608 m), Pirâmide (1470 m), Charuto (1349<br />

m) Maria Alves (1050 m) e Cabumbé (1403 m), cujas encostas muito abruptas se orientam<br />

em direcção às costas.<br />

A nordeste com o distrito de Cantagalo através de uma cadeia de montanhas de menor<br />

dimensão formada pelos picos: Formoso Grande (936 m), Formoso Pequeno (843 m) e<br />

Morro Maria Helena (700 m) e pelo Rio Angra Tol<strong>do</strong>, terminan<strong>do</strong> na Praia Angra Tol<strong>do</strong>.<br />

B. Relevo<br />

O relevo <strong>do</strong> distrito é muito acidenta<strong>do</strong> com várias cadeias montanhosas orientadas no<br />

senti<strong>do</strong> nordeste-noroeste terminan<strong>do</strong> de forma abrupta nas costas. Os pontos mais altos são<br />

o Pico Ana Chaves no Centro-Oeste com 1630 metros de altitude, o Pico Maria Fernandes a<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.9


sudeste com 861 metros, ao su<strong>do</strong>este o Pico Cabumbé com 1403 metros e ao sul os Picos<br />

Cão Grande e Cão Pequeno com respectivamente, 663 e 390 metros.<br />

Todavia, observam-se igualmente zonas planas no sul e no su<strong>do</strong>este, particularmente em<br />

Ribeira Peixe, Porto Alegre e Ilhéu das Rolas, onde são praticadas fundamentalmente<br />

culturas de exportação, principalmente, Palmar e Coqueiral.<br />

C. Geologia<br />

As rochas são fundamentalmente <strong>do</strong> tipo vulcânico, sen<strong>do</strong> os elementos pre<strong>do</strong>minantes, os<br />

basaltos, que no caso particular <strong>do</strong> distrito , encontram-se lava<strong>do</strong>s pelas chuvas abundantes<br />

e torrenciais. Estruturam as maiores elevações, denomina<strong>do</strong>s Picos que abundam no<br />

distrito. Encontram-se de igual mo<strong>do</strong> os fenólitos densos e porosos, desenvolvi<strong>do</strong>s nas<br />

agulhas isoladas de Cão Grande e Cão Pequeno. Em alguns pontos observam-se Andesitos,<br />

Traquites e Arenitos e nos vales <strong>do</strong>s cursos médio e inferior <strong>do</strong>s rios, existem sedimentos<br />

aluviais de pouca espessura, sen<strong>do</strong> os mais importantes os da planície de D. Eugénia na<br />

margem <strong>do</strong> rio Ió Grande.<br />

Os sedimentos pelágicos localizam-se na foz <strong>do</strong>s rios e nas praias.<br />

D. Solo<br />

Os solos são geralmente <strong>do</strong> tipo litólicos, que são solos pouco evoluí<strong>do</strong>s forma<strong>do</strong>s à partir<br />

de rochas não calcárias, mas também solos paraferralíticos ocupan<strong>do</strong> grandes extensões nas<br />

zonas acidentadas e pluviosas.<br />

E. Zonas Pantanosas<br />

Existem ao nível <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> alguns pântanos e muitas áreas de acumulação<br />

temporal de água que varia o seu nível de acor<strong>do</strong> com a variação <strong>do</strong> nível <strong>do</strong> mar<br />

sobretu<strong>do</strong> na foz <strong>do</strong>s rios e junto as zonas costeiras. Uma das maiores situações de água<br />

salubre, localiza-se em Malanza (denomina<strong>do</strong> localmente Rio Malanza) ao sul <strong>do</strong> distrito.<br />

Entre porto Alegre e Praia Jalé, o mesmo estende-se nas suas margens forman<strong>do</strong> uma ria,<br />

isto é, uma espécie de lago com saída para o mar e que nas horas de maré cheia<br />

transforma-se em lago salubre no qual se desenvolve uma vasta comunidade de mangal.<br />

Serve de habitat à várias espécies de plantas (habitat natural) dentre as quais se destacam a<br />

Acrostichum aureum responsável pela densa vegetação de altura superior aos 3 metros.<br />

Nas zonas menos húmidas encontram-se comunidades de Cocos nucifera (coqueiros),<br />

Elaeis guineensis (palmeiras) e Terminalia catapa (Amen<strong>do</strong>eira da India). Existem<br />

também várias espécies faunísticas, sobretu<strong>do</strong> as aves, particularmente os pássaros que<br />

abundam no distrito. Dada a sua riqueza em espécies endémicas foi considerada<br />

igualmente parte da zona ecológica a ser protegida.<br />

Outras áreas de acumulação das águas no distrito encontram-se localizadas no curso<br />

inferior <strong>do</strong> rio <strong>Caué</strong>, nas suas duas margens e na sua foz na zona de Praia Grande; assim<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.10


como na foz <strong>do</strong> Rio Ió Grande; e também à volta da cidade de Angolares, mais<br />

propriamente na foz <strong>do</strong> rio São João;<br />

F. Hidrografia<br />

Ten<strong>do</strong> em conta as características geo-morfológicas <strong>do</strong> distrito, nomeadamente o clima e o<br />

relevo, a rede hidrográfica é muito rica e bem distribuída. Formada por vários cursos de<br />

água, a rede é de carácter radial, pois os rios nascem nas principais cadeias montanhosas<br />

situadas no interior <strong>do</strong> distrito e correm em direcção à toda linha costeira.<br />

Ten<strong>do</strong> em conta que os rios são geralmente de pequeno caudal e de cursos de água muito<br />

rápi<strong>do</strong>s, a fauna existente é pobre e constituída por peixes de pequena dimensão e por<br />

crustáceos, nomeadamente camarões.<br />

Os principais rios são:<br />

.Rio Ió Grande, que nasce no declive meridional <strong>do</strong> Pico Calvário (1595 m) a uma distância<br />

de 2,5 Km a Su<strong>do</strong>este da Lagoa Amélia. A sua bacia hidrográfica estende-se na direcção<br />

Sudeste e no seu percurso funde-se com o rio Ana Chaves, constituin<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s maiores<br />

rios de to<strong>do</strong> o país. Desagua na Praia Ió Grande ou Ilhéu Grande e tem ainda como<br />

afluentes os rios João, Umbugu e o Miranda Guedes.<br />

.Rio Quija, nasce no declive Su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Pico Cabumbé (1403 m). A sua bacia é contígua à<br />

<strong>do</strong> rio Xufe-Xufe (distrito de Lembá), estenden<strong>do</strong>-se na direcção su<strong>do</strong>este. Os <strong>do</strong>is rios<br />

cruzam-se (a 400 metros) da foz forman<strong>do</strong> terrenos alagadiços na altura das cheias. Existem<br />

numerosas quedas de água e de afluentes no curso superior e médio <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is rios. Uma das<br />

maiores quedas de água (50 metros) encontram-se no rio Diogo Plena, afluente da margem<br />

esquerda <strong>do</strong> rio Quija, próximo das ruínas da povoação de Bacelar no distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Outros rios de menor importância são os. rio Angobó, rio Martim Guedes, rio <strong>Caué</strong> e rio<br />

Mussacavú.<br />

G. Clima<br />

O clima <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong>, é influencia<strong>do</strong> por diversos factores, tais como os ventos<br />

monçónicos que sopram durante to<strong>do</strong> o ano e responsáveis pela variação da temperatura, a<br />

corrente quente <strong>do</strong> Golfo da Guiné, mas sobretu<strong>do</strong> pelo relevo, cujas formas interceptam os<br />

ventos quentes e húmi<strong>do</strong>s, originan<strong>do</strong> climas de características equatoriais provocan<strong>do</strong><br />

chuvas abundantes na maior parte das localidades <strong>do</strong> distrito.<br />

Originam-se assim muitas zonas de micro-cilmas ao nível distrital que variam entre o<br />

equatorial húmi<strong>do</strong> e o chuvoso das altas montanhas <strong>do</strong> quadrante su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> distrito, ao<br />

tropical húmi<strong>do</strong> das zonas mais baixas, nomeadamente, Ribeira Peixe e Porto Alegre.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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As temperaturas variam assim com a altitude, poden<strong>do</strong> observar-se, temperaturas médias<br />

anuais na ordem <strong>do</strong>s 25,5ºC nas zonas de baixa altitude e temperaturas médias anuais<br />

varian<strong>do</strong> entre os 18 a 20ºC nas altas montanhas.<br />

Trata-se de um distrito muito chuvoso cuja pluviosidade pode atingir os 7000 -8000mm de<br />

chuva por ano nas altas montanhas <strong>do</strong> Centro-Oeste, sen<strong>do</strong> um pouco menos pluvioso nas<br />

planicies <strong>do</strong> sudeste nomeadamente em Angolares, Ribeira Peixe e Porto Alegre, onde a<br />

pluviosidade varia entre os 3000 e 4000 mm<br />

por ano.<br />

A estação das chuvas dura praticamente to<strong>do</strong> o ano, alternan<strong>do</strong>-se no entanto com a estação<br />

seca que dura entre Junho e Setembro.<br />

A humidade relativa é muito elevada, poden<strong>do</strong> atingir os 95% nas regiões de maior altitude.<br />

H. População<br />

O distrito tem uma população na ordem <strong>do</strong>s 5322 habitantes e uma densidade populacional<br />

de 21,03 hab./Km2. 1<br />

A capital é a cidade de São João <strong>do</strong>s Angolares com aproximadamente 1500 habitantes. O<br />

distrito é pouco povoa<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> as suas características topográficas e climáticas. A<br />

população concentra-se principalmente na orla costeira, sen<strong>do</strong> as localidades mais<br />

povoadas aquelas que se encontram perto das praias. A pesca é por conseguinte uma das<br />

actividades económicas mais importantes, logo após a agricultura.<br />

Principais Comunidades <strong>do</strong> distrito<br />

Quadro n.º 1<br />

Localidade<br />

Nº de habitantes<br />

Ribeira Peixe 617<br />

Porto Alegre 389<br />

Vila Malanza 323<br />

Angra Tol<strong>do</strong> (Praia) 320<br />

Dona Augusta 267<br />

Vila Clotilde 252<br />

Praia Pesqueira 252<br />

Ilhéu das Rolas 223<br />

Ponta Baleia 151<br />

Praia Iô Grande 147<br />

1 Fonte: Direcção de estatística, citada por Crianças e Mulheres 1995, publicação da UNICEF - São Tomé,<br />

Março de 1996<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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I. Ecossistemas Terrestres<br />

I.1. Flora<br />

O distrito de <strong>Caué</strong> é caracteriza<strong>do</strong> sobretu<strong>do</strong> pela sua riqueza florística, mas igualmente<br />

faunística.<br />

Os ecossistemas terrestres fundamentais são representa<strong>do</strong>s pelas florestas que se<br />

distribuem por vários estratos em função das características <strong>do</strong> relevo e constituem um <strong>do</strong>s<br />

principais recursos naturais <strong>do</strong> distrito. Assim, em função da altitude e da acessibilidade,<br />

podemos encontrar os seguintes estratos florestais:<br />

Floresta natural primária<br />

Florestas de montanha,<br />

Floresta húmida de baixa altitude<br />

De forma geral, a flora ao nível <strong>do</strong> distrito não se encontra muito ameaçada, ten<strong>do</strong> em<br />

conta a sua protecção natural devi<strong>do</strong> à sua localização em zonas de difícil acesso, a pouca<br />

população e ao reduzi<strong>do</strong> número de actividades económicas locais que poderiam levar a<br />

um grande consumo de madeira. Porém o consumo de madeira poderá vir a constituir a<br />

médio e longo prazo a maior ameaça à destruição <strong>do</strong>s Ecossistemas florestais.<br />

Estima-se que a floresta secundária (Capoeira) pelo facto de se encontrar em lugares de<br />

maior acessibilidade, em encostas menos íngremes e por possuírem ainda muitas espécies<br />

de valor comercial, ou sejam as mais aliciantes e as mais sujeitas à destruição, embora as<br />

florestas primárias situadas à altitude entre os 600 e os 1500 metros sejam também muito<br />

ricas em espécies de valor comercial, tais como a Amoreira (Chlorophora excelsa),<br />

Cleistanthus polystachys, o Viro branco (Scytopelatum camerunianum), Pentadesma<br />

butyracea.<br />

I.2. Fauna<br />

Devi<strong>do</strong> as suas características climáticas e a riqueza da sua flora, o distrito de <strong>Caué</strong> é<br />

particularmente rico em aves. Para se ter uma noção desta riqueza basta dizer que a ilha de<br />

São Tomé possui 49 espécies de aves que se reproduzem na ilha das quais 14 são<br />

endémicas, poden<strong>do</strong> encontrar-se facilmente ao nível <strong>do</strong> distrito. Porém apresenta poucas<br />

espécies indígenas de outros vertebra<strong>do</strong>s terrestres. Mas existem algumas espécies de<br />

mamíferos introduzidas que abundam no distrito, tais como Sug scrofa (porco de mato),<br />

Viverra civetta (lagaias) e Cercopithecus mona (macacos).<br />

Em relação aos anfíbios existem cinco espécies, das quais quatro são endémicas: as<br />

rainetas Hyperolius molleri e Hyperolius thomensis, a ra Ptychadena newtoni e uma<br />

cecilia Shistometopum. Quanto aos répteis, existem 14 espécies, das quais quatro são<br />

endémicas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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J. <strong>Ambiente</strong> Costeiro e Marinho<br />

J.1. Orla Costeira<br />

O distrito de <strong>Caué</strong> beneficia de uma ampla costa situada em três vertentes, sudeste, sul e<br />

su<strong>do</strong>este. As vertentes sul e sudeste têm uma situação geográfica caracterizada por<br />

extensas áreas planas e de terras baixas que terminam de forma suave nas costas. A<br />

vertente su<strong>do</strong>este é mais acidentada, com encostas ingrimes que terminam de forma<br />

abrupta nas praias.<br />

Contu<strong>do</strong>, as costas são geralmente rochosas e alcantiladas, apresentan<strong>do</strong> em muitos<br />

pontos, pequenos agrupamentos de rochas separadas da ilha. Tal é o caso de Ponta Ió<br />

Macaco, Ilhéus, Quixibá, Sete Pedras, <strong>do</strong>s Cocos, e Jalé.<br />

As praias são geralmente pouco extensas (entre 50 e100 metros) e encaixadas em baías ou<br />

ainda apoiadas em saliências rochosas. A vegetação é densa, mesmo junto ao mar,<br />

constituida geralmente por plantaçoes de coqueiros (Cocos nucifera) e as praias são em<br />

geral, foz <strong>do</strong> rios.<br />

São, na sua maioria constituídas de areia fina, preta de origem basáltica ou ainda formada<br />

de calhau rola<strong>do</strong> muito fino. Existem também algumas praias de areia branca,<br />

recomendáveis ao aproveitamento turístico, nomeadamente as praias Angobó, Angra<br />

Tol<strong>do</strong> e Praia Piscina.<br />

A actividade de extracção de areias nas praias de <strong>Caué</strong> é relativamente pouco intensa,<br />

certamente por causa da diminuta industria de construçao civil, as distância que as<br />

separam <strong>do</strong>s grandes centro urbanos, mas também porque não possuem, regra geral, areia<br />

branca, muito mais procurada. As praias são por via disso, ainda bem preservadas. Um<br />

estu<strong>do</strong> feito pelo laboratório Nacional de Engenharia Civil de Portugal juntamente com<br />

técnicos Santomenses, recomenda para o distrito de <strong>Caué</strong> a extracção de areias (ou outros<br />

inertes) somente na foz <strong>do</strong> rio Rio Ió Grande, ten<strong>do</strong> em conta a existência ali de uma<br />

restinga importante que permite o desenvolvimento desta actividade sem grandes ameaças<br />

a erosao costeira, a curto prazo se ela for feita de forma adequada.<br />

J.2. <strong>Ambiente</strong> Marinho<br />

O mar é caracteriza<strong>do</strong> pela inexistência de poluição, de águas muito profundas com pouca<br />

plataforma continental e com fortes correntes marítimas que se dirigem na direcção sulnorte.<br />

As águas marítimas por essa razão, são povoadas por espécies de grandes dimensões,<br />

nomeadamente, Peixe Fumo (Acanehocybium solandri), Peixe Andala (Istiophorus<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.14


albicans), Atum flogo (Thunnus obesus) etc. O ambiente marinho é assim favorável ao<br />

desenvolvimento de uma actividade pesqueira importante.<br />

Principais espécies capturadas ( 2 ) o Fulufulu (Euthynnus alleteratus e Auxis Thazard), é a<br />

espécie mais capturada. Atum flogo (Thunnus obesus), Peixe Fumo (Acanthocybium<br />

solandri), Peixe Andala (Istiophorus albicans), Voa<strong>do</strong>r (Cypselurus melanurus),<br />

Maxipombo (Hemiramphus balao), Agulha espada (Ablennes hyans) e Bonito (Caranx<br />

crysos) sao tantas outras espécies muito capturadas ao nível <strong>do</strong> distrito.<br />

Segun<strong>do</strong> um estu<strong>do</strong> efectua<strong>do</strong> pelo projecto de pesca artesanal em São Tomé e Príncipe,<br />

concluiu-se que a Pesca Artesanal é uma das formas de actividade pesqueira de maior<br />

vulto em to<strong>do</strong> o país e particularmente de <strong>Caué</strong>, efectuada tanto em canoas a remo como à<br />

motor. A pesca é praticada em quase todas as praias <strong>do</strong> distrito, sen<strong>do</strong> a praia de Angolares<br />

onde ela é feita em maior escala, pois é também onde está concentrada a maior parte da<br />

população <strong>do</strong> distrito. A actividade piscatória é efectuada ao largo da costa, na parte Este<br />

<strong>do</strong> distrito (Sete Pedras, Ilhéu das Rolas e mais além) onde a reserva em pesca<strong>do</strong> é maior.<br />

Praticamente toda a actividade piscatória é feita da forma artesanal, utilizan<strong>do</strong> somente os<br />

meios tradicionais de pesca: pesca à linha e rede, o que quer dizer que a ameaça à reserva<br />

em recursos haliêuticas é quase nula ou inexistente. Todavia, mais para o sul, nas<br />

imediações de Porto Alegre e outras zonas menos habitadas, há a assinalar alguns relatos<br />

de pesca efectuada à granada, sacrifican<strong>do</strong> de forma indiscriminada, espécies grandes e<br />

pequenas e pon<strong>do</strong> em causa a própria durabilidade da actividade piscatória a longo prazo<br />

nas imediações , mais próximas da costa.<br />

É de salientar também, a apanha <strong>do</strong> “peixinho” que são peixes de alguns centímetros<br />

apenas, captura<strong>do</strong>s em cardumes e em grandes quantidades na foz <strong>do</strong>s rios (principalmente<br />

em Ió Grande), actividade económica importante que emprega grande parte da população<br />

local mas que pode à longo prazo trazer consequências sobre o volume de pesca<strong>do</strong> na<br />

região. É provável que estes “peixinhos” sejam o resulta<strong>do</strong> da “desova” <strong>do</strong>s grandes peixes<br />

na foz <strong>do</strong>s rios aquan<strong>do</strong> das marés cheias. A prática de apanha de peixinhos poderá<br />

influenciar tanto o volume <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> como a própria cadeia alimentar <strong>do</strong>s peixes maiores<br />

que, priva<strong>do</strong>s desse recurso alimentar, vão-se afastan<strong>do</strong> cada vez mais das costas.<br />

2 Fonte: Projecto Avaliação de Recursos Haliêuticos<br />

Relatório cientifico 1993 - 1995<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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II. 2<br />

Diversidade Biológica e Ecossistemas Frágeis<br />

A. Espécies Vegetais e Animais Protegidas<br />

A.1. Vegetação<br />

Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da publicação da UICN “ Conservação <strong>do</strong>s Ecossistemas Florestais na<br />

República Democrática de São Tomé e Príncipe, elabora<strong>do</strong> por PJ Jones, J.P. Burlison e A.<br />

Tye - 1991 “ a lista mais completa da vegetação deste país é aquela dada por Exell ( 1944,<br />

1956 ) que efectuou amostras detalhadas em ambas as ilhas nos anos 1932 - 1933. Outros<br />

estu<strong>do</strong>s desta natureza foram feitos também por Monod e Whit nos anos de 1960 e 1984<br />

respectivamente.<br />

Analisan<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s efectua<strong>do</strong>s por Exell, pode-se concluir que tiran<strong>do</strong> algumas zonas de<br />

mangue a vegetação de <strong>Caué</strong> é constituída por uma floresta húmida que cobre o mesmo<br />

desde a baixa altitude até ao cume <strong>do</strong> Pico e pode-se distinguir na mesma três zonas:<br />

A.1.1. Região da Floresta Húmida de Baixa Altitude<br />

Esta região vai desde o nível <strong>do</strong> mar até aos 800 metros de altitude.<br />

As árvores endémicas existentes na mesma são as seguintes:<br />

Nome Científico<br />

Rinorea chevalieri<br />

Xanthoxylan thomense<br />

Chytaanthus manii<br />

Sorindeia grandifolia<br />

Anisophyllea cabale (cabolé)<br />

Polyscias quintasii (guégué fasso)<br />

Anthocleista macrocalyx<br />

Dropetes glabra (mamom d´obô)<br />

Para o distrito de <strong>Caué</strong> as florestas húmidas desta região foram em grande parte substituídas<br />

por coqueiros no litoral e por cacaueiros mais para o interior. No entanto estas florestas<br />

continuam ainda muito bem representadas e de forma meio intacta nas áreas adjacentes aos<br />

diferentes rios deste distrito nomeadamente, Ió Grande, <strong>Caué</strong>, Angolares, Quija e<br />

Mussucavu.<br />

A.1.2. Região de Floresta de Montanha<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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Esta zona vai <strong>do</strong>s 800 a 1400 metros de altitude e caracteriza-se pela modificação das<br />

espécies em relação a altitudes menos elevadas devi<strong>do</strong> a temperaturas mínimas menores,<br />

maior precipitação, humidade, nevoeiros e cobertura nebulosa considerável que reduzem<br />

muito os níveis de luminosidade.<br />

As árvores endémicas existentes na mesma são:<br />

Nome Científico<br />

Trinchila grandifolia<br />

Pauridiantha insularis<br />

Pavetta monticola<br />

Craterispermum montano<br />

Thecacoris manniana<br />

T. stemopetala<br />

Erythrococca molleri<br />

Discoclaoxylon occidentale<br />

Tabernaemontana stenosiplon<br />

As árvores são altas forman<strong>do</strong> uma cobertura vegetal densa elevada e estão cobertas por<br />

cipós, musgos, epífitas, samambaias, orquídeas entre as quais as espécies endémicas<br />

(Polystachya parviflora, P. ridleyi e Angraecum <strong>do</strong>ratophylum), e begónias. As<br />

samambaias são particularmente abundantes e diversas.<br />

Esta zona de vegetação encontra-se bem representada no distrito de <strong>Caué</strong> e a mesma<br />

encontra-se num bom esta<strong>do</strong> de conservação graças a sua localização em altitudes<br />

demasiadas altas o que impossibilita a introdução de culturas.<br />

A.1.3. Região da Floresta de Nevoeiro<br />

Este tipo de florestas em <strong>Caué</strong> vai desde os 1400 a 1630 metros de altitudes isto é ao ponto<br />

mais alto <strong>do</strong> distrito ( Pico Ana Chaves ).<br />

As árvores endémicas típicas destas altitudes são:<br />

Nome Científico<br />

Po<strong>do</strong>carpus manii<br />

Balthasaria mannii<br />

Psychotria guerkeana<br />

P. nubicola<br />

As florestas sobem até ao cimo <strong>do</strong> Pico. Nas altitudes mais elevadas as árvores são de<br />

pequena dimensão e de uma cobertura aberta. A luminosidade é muito reduzida devi<strong>do</strong> a<br />

frequência constante de nevoeiro e as temperaturas são baixas. As epífitas são muito<br />

abundantes e as samambaias constituem um elemento importante da flora até ao cimo.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.17


Este tipo de floresta encontra-se muito pouco representada no distrito de <strong>Caué</strong> poden<strong>do</strong> ser<br />

encontrada apenas nas áreas <strong>do</strong>s Picos Ana Chaves e Cabumbé. A sua conservação é<br />

bastante boa e o seu habitat não sofreu nenhuma modificação por serem raras as vezes que<br />

a mesma é visitada pelo homem.<br />

B. Fauna<br />

Apesar de existirem poucas espécies indígenas de vertebra<strong>do</strong>s terrestres no país, o nível de<br />

endemicidade <strong>do</strong>s mesmos é bastante alto.<br />

B.1.<br />

Aves<br />

A fauna das aves terrestres é particularmente rica em espécies endémicas com um total de<br />

vinte seis (26) espécies endémicas ( Jones e Tye 1988 ) muitas das quais encontram-se<br />

ameaçadas.<br />

A floresta santomense foi classificada em segun<strong>do</strong> lugar numa lista de setenta cinco (75)<br />

florestas mais importantes para aves ameaçadas em África, preparada por ( Collar e Start<br />

1988 ).<br />

Segun<strong>do</strong> o mesmo estu<strong>do</strong> existe em São Tomé quatro géneros endémicos to<strong>do</strong>s eles<br />

monoespecificos, sen<strong>do</strong>:<br />

Amaurocichla, Dreptes ( quan<strong>do</strong> não incluin<strong>do</strong> na Nectariuia ); Thomasophantes (quan<strong>do</strong><br />

não incluí<strong>do</strong> na Ploceus); e Neospiza.<br />

Ainda segun<strong>do</strong> o mesmo estu<strong>do</strong> existem catorze (14) espécies endémicas da ilha de S.Tomé<br />

e seis (6) outras espécies endémicas partilhadas com a ilha <strong>do</strong> Príncipe dentro de um total<br />

de quarenta nove (49) espécies de aves terrestres que reproduzem na ilha.<br />

Em geral as aves endémicas de S.Tomé encontram-se distribuídas nos diferentes<br />

ecossistemas existentes nos diversos distritos <strong>do</strong> país já que muitas vezes grande parte <strong>do</strong>s<br />

referi<strong>do</strong>s ecossistemas têm a sua interligação e continuidade espacial nos territórios que<br />

conformam os diferentes distritos. Neste senti<strong>do</strong> na analise e estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s nos planos<br />

distritais pode-se encontrar muitas semelhanças nas espécies que habitam os diferentes<br />

distritos.<br />

Em <strong>Caué</strong> estão representadas as seguintes aves endémicas:<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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• Aves endémicas cujo habitat localiza-se nas florestas secundárias e de sombra:<br />

Nome Científico<br />

Terpsiphome atrochalybeia<br />

Speirops lugabris<br />

Ploceus grandes<br />

Oriolus crassirostris<br />

Nectarinia newtonii<br />

Thomasphantes sanctithomae<br />

Prinia mullerí<br />

Nome Local<br />

Tomé.gagá<br />

Olho grosso<br />

Camussela<br />

Papafigo<br />

Selelé<br />

Tchin-tchin-Xolo<br />

Truqui<br />

• Aves endémicas cujo habitat se localiza nas florestas primárias mas que também se<br />

pode encontrar algumas vezes nas florestas secundárias. Os principais habitats dessas<br />

espécies ao nível nacional localizam-se neste distrito. No entanto devi<strong>do</strong> e caça<br />

indiscriminada e desorganizada praticada pelos caça<strong>do</strong>res vin<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s diferentes distritos<br />

<strong>do</strong> país as duas primeiras espécies (Columba thomensis, Treron sanatihormae)<br />

encontram-se bastante ameaçadas.<br />

Nome Científico<br />

Columba thomensis<br />

Treron sanatihomae<br />

Dreptes thomensis<br />

Nome Local<br />

pombo <strong>do</strong> mato<br />

cessa<br />

selelé - mangothi<br />

• Aves endémicas cujo habitat se localiza apenas nas florestas Primárias:<br />

Nome Científico<br />

Neospiza concolor<br />

Otus hartlanbi<br />

Enjolo<br />

Kitoli<br />

Nome Local<br />

Essas espécies habitam fundamentalmente nas florestas primárias <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> e<br />

Lembá. A sua população encontra-se bastante reduzida.<br />

B.2. Mamíferos<br />

Segun<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s sobre as espécies de mamíferos constatou-se que quan<strong>do</strong> as<br />

ilhas de São Tomé e Príncipe foram descobertas não havia animais mamíferos nas mesmas<br />

e que os grandes mamíferos foram introduzi<strong>do</strong>s posteriormente. No entanto o mamífero<br />

mais representa<strong>do</strong> no país são os morcegos com seis espécies diferentes dentre as quais<br />

existe uma endémica.<br />

Para o distrito de <strong>Caué</strong> esta espécie endémica a Myonyceteris brachycephala (morcego de<br />

fruta pão) encontra-se bem representada e localiza-se nas áreas de floresta secundária e de<br />

sombra. Também pode-se encontrar neste distrito a espécie endémica de musaranho -<br />

Crocidura thomensis.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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Ainda fazem parte da população mamífera não endémica deste distrito a espécie de macaco<br />

- Cercopithecus mona, e porcos selvagens - Sug scrofa.<br />

Dois carnívoros são encontra<strong>do</strong>s neste distrito. Tratam-se de Viverra civetta (lagaia) e a<br />

Murtela nivalis ( <strong>do</strong>ninha ).<br />

B.3. Répteis<br />

Existem catorze espécies de répteis em São Tomé das quais quatro são endémicas e que<br />

também podem encontrar-se no distrito de <strong>Caué</strong>. Eles são:<br />

Nome Científico<br />

Hemidactyhus greffii<br />

Onuaspis africana<br />

Rynotyphlops feae e R. wewtoni<br />

Nome Local<br />

Geco<br />

Lagarto<br />

Cobras escava<strong>do</strong>ras<br />

B.4. Espécies Marinhas<br />

Outros repteis não endémicos mas que se encontram ameaçadas a nível mundial, fazem<br />

parte da fauna marinha deste distrito.<br />

Este é o caso das tartarugas cujas espécies abaixo discrimina<strong>do</strong>s habitam nas águas deste<br />

distrito e utilizam as suas praias para a reprodução:<br />

Eretimochelys imbricata - tartaruga sarda - Esta espécie de tartaruga é a mais cobiçada a<br />

nível nacional, devi<strong>do</strong> ao alto valor da sua carapaça no fabrico de artesanato. A mesma<br />

utiliza geralmente a praia de Malanza, junto a Porto Alegre para se desovar.<br />

Dermochelys coriacea - tartaruga ambulância - é das mais raras nas águas <strong>do</strong> país e<br />

normalmente desova nas praias <strong>do</strong> Porto Alegre. No entanto, nos estu<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s pela<br />

ECOFAC “Plan de Conservation des Tortues Marines dans L’archipel de São Tomé et<br />

Príncipe -1996-Recherce de Financement” existem vestígios de que esta espécie também se<br />

desova na Praia da Juventude no norte <strong>do</strong> país.<br />

No sul <strong>do</strong> distrito especificamente na área da Praia Malanza existe um abrigo para a<br />

protecção <strong>do</strong>s ovos e filhotes destas espécies construí<strong>do</strong> pelo ECOFAC:<br />

C. Os Ecossistemas e Valência Ecológica ( Áreas Protegidas )<br />

C.1. Zona Ecológica <strong>do</strong> Centro ou Parque Nacional<br />

Esta zona Ecológica que constitui o núcleo central <strong>do</strong> Parque Natural encontra-se<br />

distribuí<strong>do</strong> por três distritos,, caben<strong>do</strong> ao <strong>Caué</strong> ocupar uma parte significativa <strong>do</strong> mesmo.<br />

A formação vegetal pre<strong>do</strong>minante é a floresta primária “obô”.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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No inventário botânico e fitosociologico realiza<strong>do</strong> nesta zona identificaram-se cinco grupos<br />

diferentes de comunidades vegetais 3 .<br />

C.1.1. Comunidade de Vegetação Staudtia pterocarpa<br />

Esta comunidade é característica das diferentes áreas <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong>, nomeadamente<br />

nas regiões próximas de S. Miguel e na base <strong>do</strong> Pico Cabumbé e Pico Maria Pires<br />

situa<strong>do</strong> na linha divisória que separa o distrito de <strong>Caué</strong> e Lembá.<br />

As espécies características desta área são:<br />

Nome Científico<br />

Nome Local<br />

Santiria trimera pau óleo<br />

Phyllanthus discoideus pau ferro<br />

Pycnanthus angolensiis pau caixão<br />

C.1.2. Comunidade de Vegetação de Sybygium guineense<br />

Esta comunidade esta bem representada nesta zona. Ela localiza-se nas áreas adjacentes aos<br />

diversos rios deste distrito, tais como, o Ió Grande, <strong>Caué</strong>, Mussucavu e Ana Chaves, e<br />

fazem parte desta comunidade as seguintes espécies:<br />

Nome Científico<br />

Nome Local<br />

Sybygium guineense Mantchanzochi<br />

Croton stellulifer Cubango<br />

Homalium africanum quebra macha<strong>do</strong><br />

Manilkara multinervis Azeitona<br />

Voacanga africana cata grande<br />

C.1.3. Comunidades de Phillipia thomensis<br />

Esta localiza-se nas áreas de montanhas de alturas superiores aos 1900 metros de altitude e<br />

nas áreas de grande pendentes.<br />

Associada a esta comunidade, pre<strong>do</strong>mina também a área algumas espécies típicas de zonas<br />

muito húmidas tais como os musgos, orquídeas e diversas epífitas.<br />

Fazem parte da referida comunidade as seguintes espécies:<br />

3 Comunidades vegetais defini-se como conjunto mais ou menos homogéneo de vegetação que vivem num<br />

mesmo habitat, nas condições similares de clima, altitude e de solo.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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Nome Científico<br />

Phillipia thomensis<br />

Lobelia barnsii<br />

Scheflera mannii<br />

Sabicea exelli<br />

Uma parte importante da floresta secundária ou capoeira também circunda a floresta<br />

primária no distrito de <strong>Caué</strong>, e constitui a zona de transição da floresta primária e a zona<br />

cultivada. Fazem parte da mesma três grupos de comunidades vegetal, onde apenas duas<br />

delas estão representadas no distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

C.1.4. Comunidade Bambusa vulgaris<br />

Está formada pela espécie introduzida no país - o bambú - e encontra-se localizada em<br />

diversas áreas deste distrito com particular incidência ao longo <strong>do</strong>s pequenos caminhos<br />

existentes no interior <strong>do</strong> distrito assim como a longo <strong>do</strong>s rios Ió Grande, Ana Chaves,<br />

<strong>Caué</strong>, Mussucavu e nas áreas que faziam parte da antigas roças e que foram aban<strong>do</strong>nadas.<br />

C.1.5. Comunidade de Musanga cecropiodes<br />

A mesma é encontrada nos vales e ao longo <strong>do</strong>s rios Ió Grande, <strong>Caué</strong>, Ana Chaves,<br />

Mussucavu e Xufe-Xufe.<br />

Ela está composta por numerosas espécies introduzidas, destacan<strong>do</strong>-se:<br />

Nome Científico<br />

Musanga cecropoides<br />

Cedrella o<strong>do</strong>rata<br />

Cecropia pelata<br />

Carapa procera<br />

Harugona madagascariensis<br />

Dracaena arborea<br />

Ficus sidiifolia<br />

Gofe<br />

Cedrela<br />

Gógo<br />

pau sangue<br />

pau sabão<br />

figo porco<br />

Nome Local<br />

Como se pode observar esta comunidade está composta de árvores de grande valor<br />

comercial no país tais como a cedrela, gógó e figo porco, pelo que necessário se torna obter<br />

um grande controlo da mesma por parte das autoridades competentes de mo<strong>do</strong> a evitar a<br />

destruição da área.<br />

A protecção desta zona ecológica é de grande importância para o país já que uma grande<br />

extensão da mesma está formada de áreas montanhosas de encostas íngremes bastante<br />

instável e com elevada precipitação e a cobertura vegetal da mesma protege um grande<br />

número de bacias hidrográficas que compõe a rede hidrológica nacional<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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D . Zona Ecológica <strong>do</strong> Sul ou Malanza<br />

Esta zona localiza-se no sul <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> perto da empresa Porto Alegre na bacia <strong>do</strong><br />

rio Malanza entre Porto Alegre e a Praia Jalé.<br />

Esta constitui a maior área de mangues a nível nacional .<br />

O mangue constitui também a comunidade pre<strong>do</strong>minante e a mais importante da zona onde<br />

se pode encontrar espécie Acrostichum aurem que normalmente formam grandes arbustos<br />

de mais de três metros de alturas dispersas por toda a zona e associada a scleria depressa.<br />

Outras espécies também importantes da zona são:<br />

Nome Científico<br />

Cocos nucífera<br />

Elaeis guineensis<br />

Terminalia catappa.<br />

Coqueiro<br />

Palmeira<br />

Nome Local<br />

Estas comunidades de mangues são caracterizadas pelos densos matagais de Risophora<br />

racemusa e Avicennia germinans e outras vezes pelas populações de Dalbergia<br />

ecastaphyllum associa<strong>do</strong> a Ormocarpum verrucosum e Blutaporum vemicularis.<br />

É de salientar que junto desta zona, isto é, na Praia Malanza a ECOFAC construiu um posto<br />

de incubação de ovos de tartarugas que merece to<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> para sua protecção<br />

Esta zona ecológica possui grande potencialidade natural turística que deve ser<br />

convenientemente aproveitada. No entanto o risco da protecção da mesma consiste na<br />

possibilidade da Empresa Porto Alegre vir a transformar num futuro numa zona urbana,<br />

capital <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> conforme está proposto nos <strong>do</strong>cumentos <strong>do</strong> Plano Físico<br />

Nacional.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.23


II.3. Características Gerais da Economia <strong>do</strong> Distrito<br />

A economia distrital assenta-se no sector primário (na produção da copra, <strong>do</strong> cacau, da<br />

banana e <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong>) e no sector agro-industrial, onde a EMOLVE constitui o maior polo<br />

de desenvolvimento <strong>do</strong> distrito, ten<strong>do</strong> contribuí<strong>do</strong> em 1997 com uma receita bruta para o<br />

distrito de mais de 2,5 mil milhões de <strong>do</strong>bras, sem dúvidas a maior receita <strong>do</strong> distrito<br />

conforme se pode comprovar no quadro nº 2.<br />

Quadro nº 2 - Produção distrital em 1997<br />

PRODUTOS QUANTIDADE VALOR % DA PRODUÇÃO<br />

Toneladas mil <strong>do</strong>bras<br />

Óleo de palma 1.128,5 2.651.975,00 80<br />

Copra 433,0 600<br />

Cacau 33,5 4500 0,8<br />

Citrinos 64,0 91.500,00<br />

Fonte: Ministério da Agricultura e Pescas, Direcção de Planeamento Agrícola<br />

A. AGRICULTURA<br />

A agricultura é sem dúvidas a principal actividade económica <strong>do</strong> distrito. A estrutura<br />

fundiária assenta-se na existência de duas grandes empresas estatais, cobrin<strong>do</strong> uma área de<br />

10837,5 ha, vinte e uma médias empresas com um total de 2413,2 ha, as pequenas parcelas,<br />

recentemente distribuídas, e glebas que, em conjunto ocupam uma área de 1054,5 ha.<br />

Os principais sistemas agrários presentes são: sistema agro-florestal e sistema de culturas<br />

anuais. No sistema agro-florestal destacam-se: coqueiral, coqueiral em consociação com<br />

bananal e em consociação com o cacauzal; cacauzal, cacauzal em consociação com bananal<br />

e com matabala; Palmar. Também podemos considerar a existência de cerca de 30 ha de<br />

laranjal e boas pastagens que, geralmente se encontram em consociação com o coqueiral.<br />

As Infra-estruturas agrícolas <strong>do</strong> distrito encontram-se em muito mau esta<strong>do</strong> de conservação,<br />

e podem ser divididas em <strong>do</strong>is grandes grupos: infra-estruturas económicas e infraestruturas<br />

sociais.<br />

Infra-estruturas económicas<br />

As pistas rurais encontram-se em muito mau esta<strong>do</strong> de conservação. Existem seis seca<strong>do</strong>res<br />

( cinco de lousa em razoável esta<strong>do</strong> e um mecânico em mau esta<strong>do</strong>) distribuí<strong>do</strong>s pelaas<br />

empresas Porto Alegre, Vila Conceição, D. Augusta, Fraternidade e Soledade, com uma<br />

capacidade de secagem anual aproximada de 2 000 toneladas de produtos se tivermos em<br />

conta cerca de seis rotações anuais para os seca<strong>do</strong>res de lousa.<br />

Infra-estruturas sociais<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.24


As casas, os postos de saúde, as creches, as escolas e os sistemas de abastecimento de água<br />

encontram-se em esta<strong>do</strong> razoável ou mau.<br />

Os principais problemas da agricultura no distrito resume-se entre outros os seguintes:<br />

a falta de crédito ao sector;<br />

o irregular abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> nacional em factores de produção;<br />

a falta de material vegetal;<br />

a carência de animais adaptáveis ao clima nacional para disseminação;<br />

o mau esta<strong>do</strong> das infra-estruturas económicas de apoio á produção.<br />

Os produtos fitossanitários mais utiliza<strong>do</strong>s são: sulfato de cobre, en<strong>do</strong>ssulfan, azodrin,<br />

endrin, fosdrin, rondup, orthene, décis etc.<br />

Os adubos são o cloreto de sódio e a ureia.<br />

A.1. Calendário das Actividades Agrícolas no Distrito<br />

O quadro nº 3 mostra-nos o calendário das principais actividades agrícolas no distrito de<br />

<strong>Caué</strong>.<br />

Quadro n.º 3 - Calendário das actividades agrícolas<br />

(cacauzal)<br />

Actividades J F M A M J J A S O N D<br />

Capina e limpeza X X X X X X X<br />

Reg.<strong>do</strong> sombreamento X X X X<br />

Adubação X X X X X<br />

Colheita e quebra X X X X X X X X X<br />

Plantação X X<br />

Tratamento (míldio) X X X X X X X X X<br />

Trat. (rubrocinctus) X X<br />

(bananal)<br />

Actividades J F M A M J J A S O N D<br />

Capina X X X X X X X<br />

Limpeza X X X X X<br />

Plantação X X X<br />

Colheita X X X X X X X X X X<br />

(palmar)<br />

Actividades J F M A M J J A S O N D<br />

Capina X X X X<br />

Limpeza X X X X X<br />

Adubação X X X<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.25


Colheita X X X X X X X X X X X X<br />

(coqueiral)<br />

Actividades J F M A M J J A S O N D<br />

Capina X X X<br />

Limpeza X X X X X<br />

Colheita X X X X X X X X X X X X<br />

A.2. Grandes Empresas<br />

No distrito de <strong>Caué</strong> existem duas grandes empresas estatais: a Empresa Estatal Agropecuária<br />

Porto Alegre e a Empresa de Óleos Vegetais (EMOLVE) com 10 217,5 ha e 620<br />

ha respectivamente, perfazen<strong>do</strong> um total de 10.837,5 ha utiliza<strong>do</strong>s da seguinte maneira (ver<br />

quadro).<br />

Quadro nº 4 - Utilização <strong>do</strong>s solos nas grandes empresas agrícolas<br />

CULTURAS PORTO ALEGRE EMOLVE TOTAL<br />

Cacauzal 359 0 349<br />

Coqueiral 1.203,7 0 1.273,7<br />

Palmar 443,3 592 1.035,3<br />

Outras 153 18 101<br />

Obô (reserva nat.) 8.058,5 0 8.058,5<br />

Total 10.217,5 620 10.837,5<br />

Fonte: Ministério da Agricultura e Pescas<br />

Do quadro acima representa<strong>do</strong> concluímos que, <strong>do</strong>s dez mil oitocentos e trinta e sete<br />

hectares e meio de superfície, somente uma área de <strong>do</strong>is mil setecentos e cinquenta e nove<br />

hectares ou seja 25,5% da área total destas empresas está cultivada. Desta área, 2309 ha,<br />

aproximadamente 84% da superfície agrícola utilizada encontra-se ocupada com coqueiral<br />

e palmar.<br />

Constatamos também que 95% da SAU 4 da EMOLVE é ocupada por palmar, estan<strong>do</strong><br />

portanto esta empresa especializada na produção de andim para o fabrico de óleo da palma.<br />

No ano de 1997 a produção de regimes desta empresa foi de 5855 toneladas.<br />

4 SAU - Superfície Agrícola Utilizada<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.26


Embora a empresa Porto Alegre tenha 443,3 ha de palmar e 359 ha de cacauzal, a sua<br />

produção de andim é nula e de cacau é irrisória, 2,6 ton. em 1996. Concluímos assim que,<br />

Porto Alegre está vocacionada para a produção da copra.<br />

As principais produções e as receitas brutas das grandes empresas <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong>, em<br />

1997, encontram-se representadas no quadro n.º 5.<br />

Quadro n.º 5 - Principais produções das grandes empresas <strong>do</strong> distrito (em toneladas)<br />

PRODUTOS<br />

PORTO<br />

ALEGRE<br />

EMOLVE<br />

PREÇO<br />

UNITÁRIO<br />

TOTAL<br />

MILHÕES DE<br />

DOBRAS<br />

Cacau 18 4.000,00 72<br />

Copra 433 500,00* 216.500<br />

Óleo palma 1128,5 2.350,00* 2.651.975<br />

Total 2.940.475<br />

Fonte: Ministério da Agricultura e Pescas - Direcção de Planeamento Agrícola<br />

* Preço médio pratica<strong>do</strong> em 1997<br />

Toda a produção destas empresas, com excepção da <strong>do</strong> cacau, é consumida pelas indústrias<br />

nacionais. A produção da EMOLVE é transformada na própria empresa, enquanto que a<br />

produção da Empresa Agro-Pecuária Porto Alegre é vendida à Socomil para produção de<br />

óleo e de bagaço de copra que serão posteriormente transforma<strong>do</strong>s em sabão e ração para<br />

animais.<br />

Nestas empresas o principal sistema agrário é o agro-florestal, coqueiral, palmar cacauzal e<br />

a consociação destes com a bananeira e matabala. Salienta-se também a existência de um<br />

área experimental de 70 ha onde é cultiva<strong>do</strong> o vetiver e o lang lang, plantas aromáticas<br />

destinadas à produção de essencias para a indústria de perfumaria.<br />

Estas duas grandes empresas empregaram no ano de 1997 cerca de 523 trabalha<strong>do</strong>res, entre<br />

os quais 80 sazonais. Destes 523 trabalha<strong>do</strong>res, 24 eram assalaria<strong>do</strong>s industriais e 254<br />

assalaria<strong>do</strong>s agrícolas.<br />

A.3. Médias Empresas<br />

Existem no distrito 21 médias empresas que ocupam uma área de 2413,2 ha. As principais<br />

produções destas empresas agrícolas são: a copra, o cacau, a banana<br />

a laranja, a fruta-pão, a banana, a mandioca e a matabala. Estas culturas são feitas em<br />

conssociações.<br />

A maior parte das médias empresas recentemente distribuídas em Ribeira Peixe são<br />

constituídas por áreas que se encontravam aban<strong>do</strong>nadas, deparan<strong>do</strong>-se assim com grandes<br />

problemas de financiamento para o desbravamento, preparação <strong>do</strong> terreno, compra de<br />

material vegetal e plantio.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.27


Os insumos utiliza<strong>do</strong>s pelas médias empresas são, até ao momento, importa<strong>do</strong>s pelos<br />

diversos programas e projectos sob tutela <strong>do</strong> Ministério da Agricultura e Pescas como é o<br />

caso <strong>do</strong>s programas STABEX, <strong>do</strong> PNAPAF e <strong>do</strong> PPADPP. Ao nível <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno,<br />

estes factores de produção (insumos e equipamentos) estão isentos das taxas e outras<br />

imposições aduaneiras e são vendi<strong>do</strong>s aos agricultores pelas Sociedades Agro-Comerciais<br />

(SAC) e pela Loja <strong>do</strong> PNAPAF à preços subvenciona<strong>do</strong>s.<br />

Os principais problemas <strong>do</strong>s médios empresários resumem-se à:<br />

a) irregularidade <strong>do</strong> abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> distrital com factores de produção;<br />

b) falta de meios de transportes para escoamento <strong>do</strong>s seus produtos;<br />

c) inexistência de um circuito formal de financiamento ao sector;<br />

d) falta de material vegetal para diversificação da produção.<br />

Segun<strong>do</strong> as informações fornecidas pela Direcção <strong>do</strong> Planeamento Agrícola <strong>do</strong> Ministério<br />

da Agricultura e Pescas, em breve os médios empresários santomenses serão apoia<strong>do</strong>s pelo<br />

Projecto de Apoio às Médias Empresas Agrícolas que, conta com financiamento português<br />

no valor de 245 mil contos(1,33 milhões de dólares americanos) e tem os seguintes<br />

objectivos:<br />

a) Reprodução, multiplicação e maneio de material vegetal;<br />

b) Procura de merca<strong>do</strong>s na Europa para comercialização <strong>do</strong>s produtos santomenses;<br />

c) Criação de um sistema de crédito agrícola.<br />

d) Reintrodução, melhoria e maneio de espécies animais.<br />

A.4. Pequenas Explorações Familiares<br />

Com o Projecto de Privatização Agrícola e Desenvolvimento de Pequenas Propriedades<br />

foram distribuídas no distrito de <strong>Caué</strong> 1049,5 ha de terras à 426 famílias de pequenos<br />

agricultores, perfazen<strong>do</strong> uma média de 2,46 ha por família.<br />

O quadro n.º 6 mostra-nos a localização e a área das parcelas distribuídas.<br />

Quadro n.º 6 - Parcelas distribuídas aos pequenos agricultores<br />

Localização da Parcela Beneficiários Área Distribuída Média por Agricultor<br />

Homem Mulher Total<br />

Manuel Carroça 13 0 13 30,7 2,36<br />

S. João 25 1 26 39,4 1,51<br />

Angra Tol<strong>do</strong> 52 10 62 174,8 2,81<br />

Água João 15 1 16 48,7 3,04<br />

R. Peixe -sede- 76 28 104 290,4 2,79<br />

D. Augusta 26 7 33 79,9 2,42<br />

Nunes Oliveira 34 11 45 117,7 2,61<br />

Monte Mário 8 4 12 37,1 3,09<br />

Manuel Carroça 2 9 1 10 25,8 2,58<br />

Soledade 38 2 40 83,9 2,09<br />

Bur. Miçambique 18 1 19 37,9 1,99<br />

S. João 2 32 14 46 83,2 1,81<br />

Total 346 80 426 1049,5 29,1<br />

Fonte: Ministério da Agricultura e Pescas/PNAPAF<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.28


Os beneficiários com parcelas de terras são na sua maioria homens e mulheres que<br />

trabalhavam nas antigas empresas, ten<strong>do</strong> portanto experiência no que concerne aos<br />

trabalhos agrícolas. São apoia<strong>do</strong>s pelos diversos programas e projectos (PNAPAF,<br />

STABEX) em curso no Ministério da Agricultura e Pescas e mostram muito interesse pela<br />

vulgarização. As mulheres têm mais dificuldades porque, para além <strong>do</strong>s trabalhos agrícolas<br />

cuidam da casa e das crianças, recorren<strong>do</strong> por isso, muitas vezes, ao trabalho assalaria<strong>do</strong> ou<br />

à ajuda <strong>do</strong> seu companheiro.<br />

As principais produções das pequenas famílias são a copra, a banana, o cacau, a matabala e<br />

a mandioca.<br />

Os principais problemas <strong>do</strong>s pequenos agricultores resumem-se à:<br />

a) irregularidade <strong>do</strong> abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> distrital com factores produção;<br />

b) alto custo <strong>do</strong>s transportes para escoamento <strong>do</strong>s seus produtos;<br />

c) inexistência de um circuito formal de a financiamento ao sector agrícola;<br />

d) mau esta<strong>do</strong> das vias de acesso as parcelas<br />

A.5. Exploração Florestal<br />

Embora as potencialidades reprodutivas da floresta <strong>do</strong> distrito serem boas e estas ocuparem<br />

aproximadamente 65% da área total <strong>do</strong> distrito, a exploração florestal é pouco<br />

desenvolvida, existin<strong>do</strong> somente duas unidades para processamento da madeira (serrações)<br />

que se encontram inoperantes.<br />

Segun<strong>do</strong> informações fornecidas pela Direcção de Florestas, no ano de 1996 a produção<br />

florestal controlada foi de 70 metros cúbicos de madeira. Esta quantidade é irrisória<br />

porquanto não inclui a quantidade de madeira utilizada como combustível (onde existe<br />

maior consumo) nem tão pouco a exploração clandestina para construção civil e móveis.<br />

Até ao presente a gestão das florestas é feita pela Direcção de Florestas, organismo público,<br />

com o apoio <strong>do</strong>s projectos Assessoria em Política (APOFA/GTZ) e Conservação e<br />

Utilização Racional <strong>do</strong> Ecossistema Florestal da África Central (ECOFAC), financia<strong>do</strong>s<br />

respectivamente pela Alemanha e pela União Europeia, que delimitaram a zona de reserva<br />

natural e criaram o corpo de guardas florestais assim como procedem a distribuição e venda<br />

de plantas para reflorestação.<br />

Desde 1995 que se encontra na fase de aprovação a Lei Florestal que regula a produção, a<br />

transformação e consumo da floresta e seus deriva<strong>do</strong>s. No entanto é bom salientar que esta<br />

lei deve ser revista de mo<strong>do</strong> a adaptá-la ao espírito da lei fundiária assim como deve-se<br />

elaborar e aprovar a Lei Suplementar da Criação <strong>do</strong> Parque Nacional “ôbô” e a Lei da caça.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.29


B. Pecuária<br />

No distrito a pecuária é essencialmente praticada pelas pequenas explorações familiares e<br />

por algumas médias empresas como é o caso da empresa Fraternidade que actualmente<br />

possui a maior manada de bovinos <strong>do</strong> país constituída por um efectivo de cerca de 80<br />

cabeças.<br />

Pratica-se a criação de aves, bovinos e pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) em regime<br />

extensivo, de suínos em estábulos e regime extensivo.<br />

Os principais estrangulamentos à produção pecuária residem na fragilidade <strong>do</strong> sistema de<br />

controlo sanitário, na carência de cereais e componentes proteicas para ração e na ausência<br />

de um sistema de crédito ao sector.<br />

No distrito pratica-se a caça de várias espécies de aves (rolas, pombos bravo e outros),<br />

macacos e porcos.<br />

C. Pesca<br />

Esta actividade económica emprega aproximadamente 351 pessoas, ou seja 16% da<br />

população activa <strong>do</strong> distrito empregada no sector primário.<br />

Em <strong>Caué</strong>, devi<strong>do</strong> a falta de meios técnicos e infra-estruturas pratica-se somente a pesca<br />

artesanal, à linha e ou à rede em pequenas embarcações movidas à remo e ou velas e à<br />

motor fora de bor<strong>do</strong> de fraca potência. Em 1996 existiam no distrito 333* embarcações,<br />

pertencen<strong>do</strong> a sua maioria aos próprios pesca<strong>do</strong>res, sen<strong>do</strong> 175 movidas à remo e 158 à<br />

motor fora de bor<strong>do</strong>.<br />

Por causa <strong>do</strong> tipo de embarcação utilizada, o pesca<strong>do</strong> é captura<strong>do</strong> junto à costa insular e as<br />

espécies mais frequentes são "o bonito, a alada, o caqui, o fulufulo e o peixe andala",<br />

conforme mencionada no capítulo relaciona<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s biofísicos.<br />

Embora o Projecto de Pesca Artesanal esteja vocaciona<strong>do</strong> para apoiar os pesca<strong>do</strong>res, estes<br />

ainda deparam-se com algumas dificuldades entre as quais podemos enumerar a falta de<br />

crédito para financiar a actividade produtiva e a falta de materiais de pesca à venda no<br />

merca<strong>do</strong> distrital.<br />

D. Indústria<br />

O parque industrial <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> é composto pelos seguintes ramos: agro-industria,<br />

panificação, transformação da madeira e por alguma produção artesanal de móveis e<br />

bebidas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.30


D.1. Sector Agro-alimentar<br />

É constituí<strong>do</strong> pela empresa EMOLVE que possui uma área de 620 ha com potencialidades<br />

para produzir 8440 ton de regime por ano e uma capacidade de produção anual de 1680 ton<br />

de óleo. No entanto a produção da EMOLVE no ano transacto foi de 5855 ton de regimes<br />

(andim) e de 1128,5 toneladas de óleo, o que representa respectivamente 69% e 67% das<br />

capacidades máximas de produção instaladas.<br />

Actualmente a EMOLVE emprega 316 trabalha<strong>do</strong>res entre os quais se encontram 75<br />

trabalha<strong>do</strong>res sazonais.<br />

No ano passa<strong>do</strong> produziu 1128,5 ton de óleo, correspondente à uma receita bruta de 2 651<br />

975 mil <strong>do</strong>bras. Se tomarmos os trabalha<strong>do</strong>res sazonais como meio assalaria<strong>do</strong> agrícola<br />

veremos que a produtividade bruta da mão-de-obra foi de 9 539 mil <strong>do</strong>bras por trabalha<strong>do</strong>r.<br />

D.2. Sector Energético<br />

A situação energética <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> é catastrófica, pois não existe um sistema central<br />

de produção e distribuição de energia eléctrica. A população tem acesso à energia eléctrica<br />

produzida por centrais térmicas instaladas em Angolares e Emolve somente algumas horas<br />

diárias, entre as dezassete e vinte horas.<br />

E. Comércio<br />

No distrito operam três grandes empresas comerciais: a AGRICOM, a EMOLVE e a Cesar<br />

Lda.<br />

AGRICOM - Empresa vocacionada para venda de insumos e equipamentos agrícolas e<br />

compra da produção aos agricultores. Actualmente compra a copra e o cacau que são<br />

posteriomanto secos na sua unidade em Água Izé, local onde também se encontra os seus<br />

armazéns de venda de insumos e equipamentos agrícolas.<br />

EMOLVE - Localizada em Ribeira Peixe, procede a venda da sua produção à nível<br />

nacional.<br />

César Lda - Localizada em Angolares, é a maior empresa comercial retalhista <strong>do</strong> distrito,<br />

comercializa produtos alimentares, calça<strong>do</strong>, bebidas, vestuário, materiais escolares e outros,<br />

to<strong>do</strong>s adquiri<strong>do</strong>s na cidade de S.Tomé.<br />

No distrito existe um merca<strong>do</strong> tradicional, onde são vendi<strong>do</strong>s produtos alimentares<br />

produzi<strong>do</strong>s localmente e de produtos alimentares e bebidas importa<strong>do</strong>s na sua maioria da<br />

cidade capital.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.31


Quadro n.º 7 - Principais produtos comercializa<strong>do</strong>s no merca<strong>do</strong> de Angolares<br />

Principais produtos Preços em <strong>do</strong>bra<br />

Óleo da palma 2 500,00<br />

Banana<br />

10 000,00 (pinha)<br />

Peixe<br />

8 000,00 Kg<br />

Vinho da palma<br />

1 500,00 litro<br />

Fruta-pão<br />

1 000,00 cada<br />

Cebola<br />

Vinho de pacote<br />

Cerveja<br />

Alho<br />

Sabão importa<strong>do</strong><br />

Arroz<br />

Sal<br />

10 000,00 litro<br />

4 000,00 lata ou garrafa<br />

10 000,00 barra<br />

7 000,00 Kg<br />

10 000,00 Kg<br />

Salienta-se também a presença de outros opera<strong>do</strong>res como a Socomil Lda que compra a<br />

produção de copra das empresas Porto Alegre e Fraternidade-Anguené, a CGI Lda que<br />

compra o cacau seco destina<strong>do</strong> à exportação.<br />

Existem várias quitandas localizadas principalmente em Angolares e Angra Tol<strong>do</strong> Praia e<br />

Cavalete que praticam o comércio informal relaciona<strong>do</strong> com a venda de produtos<br />

alimentares e bebidas também adquiri<strong>do</strong>s na cidade de S.Tomé.<br />

A maior parte das trocas comerciais é feita durante to<strong>do</strong> o ano, com a cidade de S.Tomé,<br />

que abastece to<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> distrital em termos de alimentos, vestuário, insumos e<br />

equipamentos agrícolas etc., to<strong>do</strong>s importa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> exterior e é para lá que também se dirige<br />

a maior parte da produção <strong>do</strong> distrito (óleo da palma, banana, fruta pão, vinho da palma,<br />

copra e cacau).<br />

F. Serviços<br />

F.1. Sector Financeiro<br />

A inexistência de um sector financeiro formal no distrito constitui um grande handcap ao<br />

desenvolvimento económico e social <strong>do</strong> mesmo. Angolares, a cidade capital <strong>do</strong> distrito não<br />

tem filial de nenhum <strong>do</strong>s bancos comerciais que operam no país.<br />

No entanto, existem duas instituições que fazem crédito: A Caixa de Crédito Mútua, criada<br />

com o apoio da Caixa Francesa de Desenvolvimento (CFD) e <strong>do</strong> Programa das Nações<br />

Unidas para o Desenvolvimento e a Sociedade Agro-Comercial “AGRICOM. A caixa de<br />

crédito apoia um universo de 87 palaiês em Angolares, conceden<strong>do</strong> crédito à curto prazo, 3<br />

à 12 meses à taxa de 45%. A média <strong>do</strong> crédito concedi<strong>do</strong> em 1997 foi de 200 000,00 <strong>do</strong>bras<br />

por pessoas e a taxa de reembolso é de 100%. A Sociedade Agro-Comercial “AGRICOM”<br />

concede crédito de campanha aos pequenos agricultores seus clientes à taxa de 0%.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.32


F.2. Transporte<br />

O sector <strong>do</strong>s transporte está pouco desenvolvi<strong>do</strong> e é caracteriza<strong>do</strong> pela falta de sistema de<br />

transporte públicos organiza<strong>do</strong> o que origina um certo isolamento <strong>do</strong> distrito.<br />

As infra-estruturas ro<strong>do</strong>viárias, com excepção da que liga Angolares à Ribeira Peixe e à<br />

cidade de S. Tomé, são de terra batida ou calcetadas e encontram-se em péssimas<br />

condições, dificultan<strong>do</strong> assim a deslocação de bens e pessoas. Prevê-se para breve a<br />

reabilitação e o asfaltamento <strong>do</strong> troço que liga Ribeira Peixe à Porto Alegre com<br />

financiamento <strong>do</strong> Banco Africano de Desenvolvimento.<br />

Existem <strong>do</strong>is pontões (Porto Alegre e Ilhéu das Rolas) que outrora serviam para<br />

escoamento da produção da copra e <strong>do</strong> cacau da empresa Porto Alegre e <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong><br />

captura<strong>do</strong> ao largo <strong>do</strong> ilhéu das Rolas.<br />

F.3. Telecomunicações<br />

As telecomunicações no distrito são garantidas pela Companhia Santomense de<br />

Telecomunicações (CST) SARL, que acaba de inaugurar o sistema de comunicação digital<br />

via rádio. Existem cerca de quarenta assinantes entre empresas e pessoas singulares com<br />

possibilidades de acesso à INTERNET.<br />

F.4. Abastecimento de água<br />

A água consumida no distrito é de má qualidade devi<strong>do</strong> a falta de tratamento. A água<br />

provem de duas fontes diferentes: da rede pública através da EMAE e das antigas empresas<br />

estatais.<br />

A água fornecida pela rede da EMAE é paga, a qualidade é baixa e abastece cerca de 2000<br />

mil pessoas da cidade de Angolares e arre<strong>do</strong>res.<br />

A água fornecida pelas redes das antigas explorações agrícolas, é gratuita, não está em boas<br />

condições e abastecem cerca de cinco comunidades.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.33


II.4 .<br />

QUADRO SOCIAL<br />

A. No Plano Demográfico<br />

De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> capítulo anterior o distrito contava com 5 322 habitantes,<br />

corresponden<strong>do</strong> basicamente à taxa média anual de crescimento efectivo da população <strong>do</strong><br />

País, na ordem <strong>do</strong>s 2 % entre um censo e outro ( 1981-1991 ) .<br />

Admitin<strong>do</strong>-se uma taxa de crescimento mais ou menos igual, segun<strong>do</strong> estimativas da<br />

Direcção Nacional de Estatística, hoje a população <strong>do</strong> Distrito está repartida entre 3 022<br />

homens e 2 810 mulheres, num total de aproximadamente 5 832 habitantes, ou seja, cerca<br />

de 4, 4 % da população total <strong>do</strong> País . Pela sua estrutura etária, trata-se de uma população<br />

eminentemente jovem, aliás como em to<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong> País, concentran<strong>do</strong>-se a grande<br />

maioria de 68, 3 % entre os 0 e os 24 anos de idade, sen<strong>do</strong> o grupo <strong>do</strong>s 50 anos em diante o<br />

de menor peso relativo ( 10, 6 % ), enquanto que o <strong>do</strong>s 25 aos 49 abarca os restantes 21,1%.<br />

A taxa de natalidade parece ser particularmente alta, assim como a taxa de mortalidade<br />

infantil, como resulta<strong>do</strong> da especificidade própria de certos hábitos e padrões de vida da<br />

população e também das condições relativamente mais precárias de que usufrui a mesma,<br />

devi<strong>do</strong> ao isolamento e à consequente dificuldade de acesso regular a bens e serviços .<br />

Infelizmente, o sistema nacional de informação estatística não permite o conhecimento<br />

acerca <strong>do</strong> comportamento das diversas variáveis ao nível particular de cada um <strong>do</strong>s<br />

Distritos, o que impede portanto neste caso a apreciação mais em profundidade da situação<br />

reinante, nomeadamente no <strong>do</strong>mínio das estatísticas vitais e demográficas em geral .<br />

B. Estrutura Social<br />

Em <strong>Caué</strong>, pre<strong>do</strong>minam os Angolares como grupo etno-cultural mais numeroso e<br />

representativo da população <strong>do</strong> Distrito . Aliás, é o território onde parece concentrar-se a<br />

esmaga<strong>do</strong>ra maioria desse grupo humano, pelo menos em termos <strong>do</strong> genuíno, ou seja, sem<br />

importantes marcas ou traços de mestiçagem ou assimilação .<br />

O grupo que se lhes segue é o <strong>do</strong>s caboverdianos e seus descendentes, sen<strong>do</strong> sem dúvida<br />

muito superior o número destes que, nasci<strong>do</strong>s em S . Tomé e Príncipe, tendem a manter<br />

normalmente o estatuto da dupla nacionalidade. Também é notória a presença de<br />

santomenses de ascendência angolana e moçambicana, os Tongas, cujo número é<br />

relativamente muito menor . O número de Forros é pouco significativo, embora a tendência<br />

aponte para o aumento relativo, ainda que pouco sensível de momento, sobretu<strong>do</strong> na<br />

sequência das novas orientações económicas a<strong>do</strong>ptadas pelo País, a partir de 1987 .<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.34


Por outro la<strong>do</strong>, embora se possa registar, como é natural, a presença de elementos<br />

representativos <strong>do</strong>s vários grupos socialmente diferenciáveis, com base no seu estatuto<br />

económico ou sócio-profissional, o certo é que neste Distrito pre<strong>do</strong>minam no seio da<br />

população residente os assalaria<strong>do</strong>s agrícolas, os pesca<strong>do</strong>res, os pequenos agricultores e<br />

evidentemente as <strong>do</strong>mésticas, muitas das quais respondem cumulativamente à condição de<br />

palayês, na medida em que comercializam géneros mesmo à porta de casa, como no<br />

merca<strong>do</strong> e / ou de forma ambulante . Cabe salientar que, como consequência <strong>do</strong> programa<br />

nacional de distribuição e privatização de terras anteriormente concentradas sob a gestão <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, tem-se vin<strong>do</strong> a assistir a uma diminuição notável <strong>do</strong> número de assalaria<strong>do</strong>s<br />

agrícolas, que vão passan<strong>do</strong> desse mo<strong>do</strong> à condição de pequenos agricultores, portanto, por<br />

conta própria . Tal fenómeno, por certo bastante positivo em termos de libertação e<br />

promoção de novas sinergias, face ao marasmo económico e social que tende a caracterizar<br />

o Distrito, tem ainda o mérito de preservar e até mesmo fortalecer o pre<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> sector<br />

primário, muito em consonância com os recursos realmente disponíveis e com as<br />

potencialidades que hoje oferece esta parcela <strong>do</strong> País .<br />

Pela sua relativa importância e papel social, são de se referir também os assalaria<strong>do</strong>s da<br />

EMOLVE, única unidade dedicada no País à produção industrial de óleo de palma, assim<br />

como os vinhateiros, os pequenos comerciantes e os can<strong>do</strong>ngueiros .<br />

Para o inquérito leva<strong>do</strong> a cabo, foi assim possível apurar informações e da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s de<br />

uma amostra de 165 indivíduos, que corresponde a sensivelmente 5, 5 % <strong>do</strong> total da<br />

população estimada em 1997 para o Distrito, de quinze ou mais anos de idade, que foi o<br />

limite toma<strong>do</strong> como base de referência para o efeito . Essa cifra representa por outro la<strong>do</strong> 8,<br />

5 % <strong>do</strong> total de entrevista<strong>do</strong>s a nível nacional, isto é, muito para além da relação porcentual<br />

em termos globais <strong>do</strong> País, ao ter-se procura<strong>do</strong> deliberadamente encontrar maior<br />

representatividade possível das especificidades <strong>do</strong> Distrito . Da referida amostra, 37 % <strong>do</strong>s<br />

entrevista<strong>do</strong>s estavam liga<strong>do</strong>s ao sector agro-pecuário, portanto, quer como assalaria<strong>do</strong>s<br />

agrícolas, quer como pequenos agricultores, 17 % respondiam ao estatuto de pesca<strong>do</strong>res,<br />

10, 9 % ao de trabalha<strong>do</strong>res industriais, 10, 3 % ao de <strong>do</strong>mésticas, 7, 3 % ao de vinhateiros,<br />

6, 7 % ao sector informal, 4, 8 % ao de estudantes, 3 % ao de agentes da administração<br />

pública, 2, 4 % ao de emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong> comércio e, por último, 0, 6 % ao ramo da construção<br />

civil .<br />

C. Formas de Agregação Social<br />

Pelos vistos, parece haver uma certa propensão para iniciativas de carácter associativo e de<br />

grupo, tanto para fins económicos, como sócio-profissionais ou culturais . Duma forma<br />

geral, os trabalha<strong>do</strong>res por conta <strong>do</strong>utrém estão liga<strong>do</strong>s a Sindicatos da respectiva área ou<br />

sector, <strong>do</strong> mesmo mo<strong>do</strong> que existem também, por exemplo, a Associação de Pesca<strong>do</strong>res de<br />

Angolares, a Associação das Mulheres de e outras, para além de instituições de promoção<br />

como a Fundação Santa Cruz <strong>do</strong>s Angolares e o CIAC - Centro Internacional de Arte e<br />

Cultura.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.35


Nesse senti<strong>do</strong>, pode-se perfeitamente considerar que a experiência de <strong>Caué</strong> é mesmo<br />

exemplar e portanto digna de ser seguida pelos demais Distritos <strong>do</strong> País . É de se realçar o<br />

significa<strong>do</strong> altamente positivo dessas manifestações concretas com vista à organização e<br />

melhores formas de intervenção da sociedade civil, no quadro geral da vida nacional, na<br />

medida em que é assim como se expressa de facto o verdadeiro grau de envolvimento e<br />

participação voluntária e consciente de cada um e de to<strong>do</strong>s, partin<strong>do</strong> da motivação própria e<br />

verdadeira identificação com os problemas que afectam a cada momento o Distrito e / ou o<br />

País em geral .<br />

D. Situação Educacional<br />

O nível de escolaridade é em geral baixo, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com a maioria <strong>do</strong>s<br />

outros Distritos <strong>do</strong> País . No âmbito <strong>do</strong> programa de recolha de da<strong>do</strong>s e informações,<br />

leva<strong>do</strong> a cabo pelo PNADD no ano passa<strong>do</strong>, 15, 8 % <strong>do</strong>s inquiri<strong>do</strong>s admite não saber ler<br />

nem escrever, 19, 4 % diz ter completa<strong>do</strong> a 6 ª classe, 7, 9 % afirma possuir a 9 ª classe e só<br />

1, 2 % a 11 ª classe concluída . Cabe ainda assinalar que é no grupo <strong>do</strong>s detentores <strong>do</strong><br />

diploma da 4 ª classe, onde se concentra o maior número <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s (alfabetiza<strong>do</strong>s), num<br />

total de 30, 3 %, quan<strong>do</strong> se verifica que 40 % da população inquirida afirma não ter<br />

alcança<strong>do</strong> esse nível de habilitação . Entretanto, de acor<strong>do</strong> com os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> inquérito<br />

leva<strong>do</strong> a cabo em 1996, sob a égide <strong>do</strong> Banco Mundial e relativamente às despesas públicas<br />

em S . Tomé e Príncipe, o nível mais baixo de frequência escolar é exactamente observa<strong>do</strong><br />

em <strong>Caué</strong>, onde tal índice não ultrapassa os 35 % .<br />

Analisan<strong>do</strong> a situação em função <strong>do</strong>s grupos-alvo, destacam-se naturalmente, em primeiro<br />

lugar as <strong>do</strong>mésticas e, em segun<strong>do</strong> os pesca<strong>do</strong>res, como os de maior peso relativo de<br />

analfabetismo, isto é, com uma taxa específica de 35, 3 % para as primeiras e 28, 6 % para<br />

os segun<strong>do</strong>s . Por outro la<strong>do</strong>, é ao nível <strong>do</strong>s agentes da Administração Pública, em primeiro<br />

lugar e <strong>do</strong> Comércio em segun<strong>do</strong>, que se observam os índices relativamente mais altos de<br />

escolaridade, visto que em cada um desses grupos possuem para da 6 ª classe,<br />

respectivamente 100 % e 75 % <strong>do</strong>s elementos entrevista<strong>do</strong>s .<br />

De acor<strong>do</strong> com o estu<strong>do</strong> de revisão das despesas públicas, no atinente ao Sistema Educativo<br />

Nacional, no ano lectivo de 1995 / 96, <strong>Caué</strong> contava com um efectivo escolar de 866<br />

alunos, o que representa cerca de 15 % da sua população total e cerca de 35 % <strong>do</strong> número<br />

de menores em idade escolar, neste caso, entre os 6 e os 17 anos, limite máximo de idade<br />

para a 8 º classe, último grau de escolarização possível no Distrito . A rede escolar<br />

contempla algumas unidades de ensino primário e uma única de ensino secundário, que é a<br />

Escola Secundária de Angolares, onde se ministra apenas até à 8 ª classe, numa flagrante<br />

incongruência com a própria Lei de Base <strong>do</strong> Sistema Educativo ; ou seja, ao preconizar<br />

este, por um la<strong>do</strong>, que o ensino secundário abarca e só se conclui exactamente com a 9 ª<br />

classe e, por outro, ao não possuir a única escola desse nível de ensino a capacidade de a<br />

leccionar, significa isso na prática que está vedada a possibilidade aos estudantes <strong>do</strong><br />

Distrito de completar localmente o referi<strong>do</strong> nível .<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.36


E. Situação sanitária<br />

O Distrito dispõe de uma rede sanitária relativamente pobre, que inclui um Hospital distrital<br />

com capacidade para 19 camas de internamento, um Posto médico, uma maternidade e<br />

postos sanitários . Dada a dispersão territorial da população, face ao seu reduzi<strong>do</strong> número,<br />

por um la<strong>do</strong> e a extensão relativamente grande <strong>do</strong> território, por outro, essa rede apresenta<br />

importantes pontos de constrangimento, algumas disparidades e incongruências . À partida,<br />

as próprias dificuldades de acesso e circulação dentro <strong>do</strong> Distrito limitam<br />

consideravelmente as possibilidades de a população alcançar em condições normais os<br />

cuida<strong>do</strong>s médico-sanitários mínimos . Tal situação agrava-se ainda muito mais devi<strong>do</strong> à<br />

propensão que se nota no quadro geral da política nacional de saúde, no senti<strong>do</strong> de<br />

priorizaro nível terciário, de forma consciente e deliberada ou não, em detrimento <strong>do</strong>s<br />

cuida<strong>do</strong>s primários .<br />

Uma das grandes incongruências <strong>do</strong> sistema espelha-se claramente no facto de, por<br />

exemplo, o Hospital dispôr de 19 camas de internamento, quan<strong>do</strong> na prática se verifica uma<br />

taxa de ocupação real de apenas 3 <strong>do</strong>entes em média . Ao não existir habitação para o<br />

médico, que tem de vir <strong>do</strong>utro ponto qualquer <strong>do</strong> País, em princípio da Capital, porque não<br />

há médico local, então o Distrito vê-se confronta<strong>do</strong> com a inquientante situação de estar a<br />

maior parte <strong>do</strong> tempo sem a presença desse importante profissional .<br />

F. <strong>Ambiente</strong> e Habitat Social<br />

O panorama ambiental em <strong>Caué</strong> é <strong>do</strong>s mais protegi<strong>do</strong>s <strong>do</strong> País . Dispon<strong>do</strong> de uma vasta<br />

área de reserva florestal e ecológica, o Distrito é também aquele em que se pode verificar<br />

menor pressão sobre os recursos naturais disponíveis . Isso por razões bastante óbvias : Por<br />

um la<strong>do</strong>, o número reduzi<strong>do</strong> da sua população, dispersa por um território relativamente<br />

vasto e, por outro, o seu relativo isolamento e menor acessibilidade, graças à distância que<br />

o separa <strong>do</strong>s restantes Distritos .<br />

Para além dalguma caça, que como em to<strong>do</strong> o País é feita de forma desregrada e sem o<br />

devi<strong>do</strong> enquadramento legal, não são notórios em <strong>Caué</strong> vestígios de desflorestação, nem de<br />

erosão costeira ou quaisquer outros devi<strong>do</strong>s ao uso abusivo de recursos naturais . Mesmo<br />

no tocante à extracção <strong>do</strong> vinho de palma, parece não ser ainda vulgar a prática de<br />

produção <strong>do</strong>s chama<strong>do</strong>s pumbú e kiomba, cujas consequências se fazem sentir, tanto ao<br />

nível da vida útil das palmeiras, como da saúde <strong>do</strong>s próprios consumi<strong>do</strong>res . Entretanto, é<br />

digno de se realçar que, no âmbito da caça , devi<strong>do</strong> aos hábitos alimentares e outros<br />

possíveis elementos importantes da tradição angolar, é muito significativo o peso da<br />

actividade de caça às tartarugas marinhas e ao peixinho .<br />

As casas de habitação são construidas essencialmente em madeira, nem sempre da melhor<br />

qualidade, poden<strong>do</strong>-se ainda observar a utilização de materiais como o bambú e deriva<strong>do</strong>s<br />

da folha de palmeira . Nas antigas Empresas agro-pecuárias e suas dependências, as<br />

edificações são geralmente em alvenaria, mas a exiguidade <strong>do</strong> espaço físico disponível,<br />

face ao eleva<strong>do</strong> número de filhos e outros familiares, continua a ser igualmente<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.37


preocupante, na medida em que obriga ao mesmo tipo de promiscuidade e degeneração,<br />

que tende a preservar e a reproduzir graves riscos para a saúde física, moral e social <strong>do</strong><br />

cidadão e das comunidades .<br />

Colocam-se sérias dificuldades em matéria de saneamento básico, assim como de água<br />

potável . Normalmente, as populações têm de percorrer alguma distância para acarretar<br />

água, sobretu<strong>do</strong> para beber, pois a grande maioria abastece-se de chafarizes públicos ou de<br />

cursos de água . A recolha e tratamento <strong>do</strong> lixo está ao critério de cada um, pois não existe<br />

um mecanismo comum defini<strong>do</strong> para o efeito, mesmo ao nível da capital <strong>do</strong> Distrito . O<br />

número de latrinas ainda é insuficiente, face à ausência quase total de casas de banho, quer<br />

individuais, quer colectivas, visto que mesmo os balneários existentes nas Empresas e suas<br />

dependências encontram-se na sua grande maioria inoperantes . Assim, o mato e as praias<br />

vêem-se converti<strong>do</strong>s em depósitos naturais <strong>do</strong>s principais resíduos sóli<strong>do</strong>s, incluin<strong>do</strong> os<br />

excrementos humanos .<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.38


II.5. - QUADRO JURÍDICO CONSTITUCIONAL<br />

A. Quadro Político Institucional<br />

A Constituição Política santomense de 1990 estatui no art.° 10°, como um <strong>do</strong>s seus<br />

objectivos primordiais, “preservar o equilíbrio da natureza e <strong>do</strong> ambiente”. Alem disso,<br />

varias outras disposições se referem ao direito <strong>do</strong> cidadão usufruir de um ambiente de vida<br />

humana sadio (arts. 48) e lhe conferem os mecanismos legais para a sua protecção (arts.19 e<br />

59).<br />

A realidade autárquica, inserida no âmbito da descentralização democrática <strong>do</strong>s poderes<br />

administrativos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, surge pela primeira vez em S.Tomé e Príncipe com a Constituição<br />

Política de 1990, no quadro das mudanças democráticas consubstanciadas pelas primeiras<br />

eleições livres realizadas nos primórdios de 1991.<br />

Essa Constituição Política estatui no seu Titulo VII, sobre os órgãos de poder local.<br />

No art. 114º (Funções) ressalta que «os Órgãos de poder local constituem a expressão<br />

organizada <strong>do</strong>s interesses específicos das comunidades locais pelas quais se reparte o povo<br />

santomense».<br />

O Art. 115º (Autarquias locais), por sua vez estabelece que a «Organização democrática <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> compreende a existência de Autarquias locais, como órgãos de poder local, de acor<strong>do</strong><br />

com a Lei da Divisão Politico-administrativa <strong>do</strong> País».<br />

No que concerne à Ilha <strong>do</strong> Príncipe, é-lhe conferi<strong>do</strong> um Estatuto Político Administrativo<br />

próprio, ten<strong>do</strong> em conta a sua especificidade. Por legislação avulsa denominou-se essa<br />

autarquia especial «Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe».<br />

Rege ainda a Constituição (art. 118º) que o número de membros de cada Assembleia Distrital<br />

é fixa<strong>do</strong> por lei e que aqueles são eleitos por sufrágio universal, directo e secreto <strong>do</strong>s<br />

cidadãos residentes.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a divisão Política Administrativa <strong>do</strong> País cria seis (6) Distritos, a saber:<br />

Agua grande, Mé-Zóchi, Cantagalo, Lobata, <strong>Caué</strong>, Lembá e uma Região Autónoma o<br />

Príncipe, que constitui em termos constitucionais uma autarquia especial. Por sua vez a Lei<br />

n.º 10/92, estatui sobre a Lei Quadro das Autarquias Locais.<br />

De conformidade com o artigo 1º desta Lei Quadro, «são autarquias locais os distritos que<br />

conformam a Divisão Política Administrativa <strong>do</strong> País…». Elas gozam de autonomia<br />

administrativa, financeira e patrimonial e estão sujeitas à tutela administrativa <strong>do</strong> Governo,<br />

não obstante poderem impugnar contenciosamente as ilegalidades cometidas pela autoridade<br />

tutelar no exercício <strong>do</strong>s poderes de tutela.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.49


As autarquias gozam igualmente de poder regulamentar que lhes permite criar normas<br />

gerais com caracter obrigatório na área da sua jurisdição e dispõem de quadros de pessoal<br />

próprio organiza<strong>do</strong>s de acor<strong>do</strong> com as respectivas necessidades permanentes.<br />

Por sua vez, o artigo 3º da Lei Eleitoral <strong>do</strong>s órgãos das autarquias locais (Lei n.º 11/92),<br />

define a sua composição nos seguintes termos:<br />

«1- As Assembleias Distritais são compostas por 11 membros nos distritos com<br />

população superior a 20.000 habitantes, 9 nos de população de 10.000 a 20.000 habitantes,<br />

e 7 nos de inferior a 10.000 habitantes».<br />

2- As Câmaras Distritais são compostas por 5 membros nos distritos de população<br />

superior a 10.000 habitantes e 3 nos restantes distritos.<br />

3- A Câmara <strong>do</strong> Príncipe é composta nos termos <strong>do</strong> n.º 2 acresci<strong>do</strong> de mais <strong>do</strong>is (2).»<br />

O mandato <strong>do</strong>s órgãos é de 3 anos, tanto para as Assembleias como para a Comissão<br />

Executiva distrital (Câmara distrital). Assim, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> eleitos em Dezembro de 1992, o<br />

mandato <strong>do</strong>s verea<strong>do</strong>res locais expirou normalmente em Dezembro de 1995. Porém, visto<br />

não se terem ainda realiza<strong>do</strong> as respectivas eleições, os órgãos autárquicas mantém-se em<br />

funcionamento, aguardan<strong>do</strong> novas orientações.<br />

B. Atribuições e Competências <strong>do</strong>s Órgãos de Poder Local:<br />

As atribuições e competencias das autarquias abarcam designadamente os seguintes<br />

<strong>do</strong>mínios:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Desenvolvimento económico local;<br />

<strong>Ambiente</strong> e recursos naturais;<br />

Saneamento básico e saúde pública;<br />

Viação e transportes ro<strong>do</strong>viários;<br />

Urbanismo e habitação;<br />

Educação, formação profissional e Cultura;<br />

Desporto, tempos livres e animação social;<br />

Protecção civil;<br />

Cooperativismo e o associatismo;<br />

Dentre aquelas são de destacar as relativas ao <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> saneamento básico e saúde<br />

pública, designadamente:<br />

Estabelecimento e gestão <strong>do</strong> sistema distrital de abastecimento de água;<br />

Estabelecimento e gestão <strong>do</strong> sistema distrital de esgotos, descarga e evacuação de<br />

águas usadas ou residuais;<br />

Estabelecimento e gestão <strong>do</strong> sistema distrital de recolha, tratamento,<br />

aproveitamento ou destruição de lixos e de limpeza pública;<br />

Estabelecimento e gestão de cemitérios;<br />

Disciplina de enterramentos e actividade funerária;<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.50


E as relativas ao <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> ambiente e recursos naturais, designadamente:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Promoção de medidas, acções e programas de protecção e conservação da natureza,<br />

nomeadamente da fauna e da flora, com atenção particular às espécies em perigo de<br />

extinção;<br />

Protecção e conservação <strong>do</strong> património natural paisagístico e urbanístico;<br />

Promoção de medidas visan<strong>do</strong> a gestão racional <strong>do</strong>s recursos naturais e em<br />

particular a conservação <strong>do</strong> solo e da água;<br />

Disciplina e controlo de acções e actividades polui<strong>do</strong>ras ou susceptíveis de<br />

constituir factores de insalubilidade.<br />

C. Lei das Finanças Locais<br />

Pela Lei n° 16/92, publicada no Diário da Republica n° 27/92, de 30 de Dezembro, a<br />

Assembleia Nacional a<strong>do</strong>ptou o regime jurídico da gestão patrimonial e financeira <strong>do</strong>s<br />

Distritos, “que na sua essência procura adequar e ajustar os interesses das estruturas<br />

autárquicas à situação e capacidade económicas <strong>do</strong> Pais, ten<strong>do</strong> em conta a necessidade de<br />

garantir o funcionamento das Assembleias e Câmaras distritais”.<br />

Porém, ten<strong>do</strong> em conta que a Lei base das autarquias prevê uma transferencia regular e<br />

progressiva das competencias e atribuições da Administração Central para a Administração<br />

descentralizada , na medida em que estas fossem ten<strong>do</strong> as condições suficientes para as gerir<br />

correctamente; e consideran<strong>do</strong> que face às difíceis condições de funcionamento das Câmaras,<br />

designadamente, a exiguidade <strong>do</strong>s recursos humanos disponíveis, tanto em quantidade como<br />

sobretu<strong>do</strong> em qualidade, assim como os fracos recursos materiais existentes, os resulta<strong>do</strong>s da<br />

gestão autárquica têm si<strong>do</strong> pouco positivos.<br />

D. Legislação Ambiental COM INCIDENCIA NOS DISTRITOS<br />

Em STP não existe de momento legislação ambiental especifica produzida pelas autoridades<br />

distritais, com ligeira excepção para a região <strong>do</strong> Príncipe. Por isso trataremos de abordar<br />

aqui, a legislação nacional em vigor ou em preparação, com particular incidência nos<br />

distritos.<br />

Por razoes de sistematização agrupamo-la em três grupos:<br />

D.1.- LEGISLAÇÃO DO PERIODO COLONIAL:<br />

‣ Código Penal, artigos 464° e 476°- que consideram crime os actos de por fogo em<br />

serras, matas ou arvore<strong>do</strong>, destruição de arvores frutíferas ou não, pertencentes a outrém;<br />

os infractores podem ser condena<strong>do</strong>s em prisão de três a trinta dias, além de multa.<br />

Embora se vise aqui a protecção da propriedade individual, poder-se-á considerar estas<br />

disposições como formas de protecção indirecta à floresta.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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‣ Decreto n° 682, de 23/07/1914 - que aprovou o regulamento de protecção das arvores<br />

que constituem o património nacional; não foi implementa<strong>do</strong> e está desactualiza<strong>do</strong>;<br />

‣ Decreto n° 18 604, de 12/07/1930 - que proibiu o corte de amoreiras em to<strong>do</strong> o<br />

território; não foi satisfatoriamente implementa<strong>do</strong>, encontran<strong>do</strong>-se desactualiza<strong>do</strong>;<br />

‣ Decreto n° 39 931, de 24/11/1954- Estabeleceu o regime das matas e terrenos<br />

submeti<strong>do</strong>s ao regime florestal estan<strong>do</strong> igualmente desactualiza<strong>do</strong>;<br />

‣ Decreto n° 40 040, de 20/01/1955- Fixou o regime de protecção <strong>do</strong> solo, flora e fauna<br />

nas ex-provincias ultramarinas; criou um Conselho de protecção da Natureza e atribuiu<br />

aos Departamentos de Agricultura competência para evitar que as actividades agrícolas e<br />

florestais contrariem as regras de protecção <strong>do</strong> solo; é actualmente o único instrumento<br />

legal que regulamenta a caça. Embora ainda em vigor, o Decreto encontra-se largamente<br />

ultrapassa<strong>do</strong>, especialmente no que concerne às disposições relativas à conservação e<br />

protecção das espécies ameaçadas e à regulamentação da caça;<br />

D.2. Legislação - Pós Independência<br />

‣ Decreto-Lei n° 59/ 80, de 18/ 12/ 80- aprovou o Código Sanitário, que atribui<br />

competencias ao Ministério da Saúde para vigiar e fiscalizar os sistemas de<br />

abastecimento de Agua e de esgotos; além disso, interdita a descarga de aguas residuais<br />

sem tratamento prévio.<br />

‣ Lei n° 03/91, de 20 de Novembro de 1991 - “LEI da TERRA”, criou o quadro juridicoinstitucional<br />

regula<strong>do</strong>r da propriedade fundiária; estatui sobre o regime de distribuição e<br />

utilização de terras <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e classifica-os em 4 categorias: <strong>do</strong>mínio publico, <strong>do</strong>mínio<br />

priva<strong>do</strong>, propriedades privadas e reservas;<br />

Nos arts.º 5º e seguintes define RESERVAS, classifican<strong>do</strong>-as em totais - os parques<br />

nacionais e reservas naturais, e parciais - as que vierem a ser criadas como: reservas para<br />

expansão urbana; reservas florestais de acor<strong>do</strong> com a lei; reservas para o aproveitamento<br />

hidroeléctrico ou hidroagrícola.<br />

Estabelece três formas legais de disposição das terras <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio público, preven<strong>do</strong> todavia<br />

o Concurso Público para áreas superiores a <strong>do</strong>is hectares, ou quan<strong>do</strong> nelas se encontrem<br />

implantadas estruturas industriais, agro-industriais, ou agro-pecuárias, salvo decisão em<br />

contrário <strong>do</strong> Conselho de Ministros, para casos especiais.<br />

‣ Decreto-Lei n° 51/91, de 07/10/91, que regulamenta a Lei da Terra, em particular o<br />

regime de distribuição <strong>do</strong>s terrenos para fins agrícolas e que constituem o <strong>do</strong>mínio<br />

priva<strong>do</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Em regra essa distribuição é feita por contrato de concessão, mediante<br />

o qual é atribuí<strong>do</strong> um direito de usufruto a titulo oneroso (remunera<strong>do</strong>), de prestações<br />

anuais e por um perío<strong>do</strong> mínimo de cinco anos. O beneficiário, que pode ser um<br />

agrega<strong>do</strong> familiar ou uma pessoa individual, obriga-se a fazer da agricultura a sua<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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profissão habitual e permanente durante o perío<strong>do</strong> <strong>do</strong> contrato. A principal lacuna deste<br />

diploma reside na inexistência de um sistema de fiscalização <strong>do</strong> uso da terra.<br />

Do ponto de vista das autarquias prevê-se no artigo 3º, que alguns terrenos podem ser<br />

desintegra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio publico <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e incorpora<strong>do</strong>s no <strong>do</strong>mínio público das<br />

autarquias, mediante «lei adequada».<br />

‣ Decreto-Lei n° 52/93, de 14/ 07/ 93, que aprovou o Regulamento provisório para a<br />

utilização das Florestas. Este define a floresta nacional ou ecológica de S.Tomé (245<br />

Km2) e a <strong>do</strong> Príncipe, estabelece um regime de protecção e proibição quanto ao abate de<br />

arvores e institui um sistema de controle e fiscalização das autorizações de exploração<br />

florestal;<br />

‣ Decreto Lei n° 63/81, de 31/ 12/ 81, que estatui sobre a protecção, exploração e gestão<br />

<strong>do</strong>s recursos marinhos da ZEE; define os diversos tipos de pesca (marítima, comercial,<br />

cientifica, industrial, semi-industrial, artesanal e recreativa), fixa os limites geográfico em<br />

que elas se podem realizar e estatui sobre os critérios e as condições <strong>do</strong> seu exercício.<br />

Proíbe a utilização e o transporte a bor<strong>do</strong> durante as actividades de pesca, de substancias<br />

explosivas ou toxicas susceptíveis de afectar os recursos marinhos vivos. Igualmente se<br />

prevê neste diploma, embora sem qualquer regulamentação posterior, a possibilidade de<br />

estabelecer limitações de pesca em áreas ecológicas ou em determinadas épocas.<br />

‣ Decreto-Lei n° 2/ 84, de 31/ 01/ 84, que actualiza as taxas e multas a aplicar no âmbito<br />

<strong>do</strong> precedente diploma, alteran<strong>do</strong>-o parcialmente;<br />

‣ Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/ 01/ 87, fixan<strong>do</strong> limites para a saída de pombos e<br />

papagaios <strong>do</strong> Pais;<br />

‣ Aviso da Direcção de Pecuária, de 15/02/88 , proibin<strong>do</strong> a saída de papagaios <strong>do</strong> Pais;<br />

‣ Despacho n° 1/GMAP/996, de 19/ 01/ 996, interditan<strong>do</strong> o corte de arvores em to<strong>do</strong> o<br />

território nacional;<br />

D.3. Legislação Proposta ou Projectada<br />

Estão actualmente redigi<strong>do</strong>s e submeti<strong>do</strong>s à aprovação das autoridades competentes, diversos<br />

instrumentos jurídicos susceptíveis de colmatar, de forma coerente e eficiente, as lacunas<br />

existentes no sistema jurídico santomense no <strong>do</strong>mínio ambiental; embora sejam de âmbito<br />

nacional, to<strong>do</strong>s eles tem repercussões ou incidência sobre as áreas distritais, designadamente:<br />

‣ Lei de Bases <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>, 1996, com o apoio <strong>do</strong> PNUD/PNUA/IPAMB: traça as<br />

grandes linhas de orientação da política ambiental e pretende reger as relações <strong>do</strong><br />

Homem com o ambiente, com o objectivo de garantir a sua protecção integral;<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.53


‣ Lei de Florestas, com o apoio <strong>do</strong> Projecto APOFA/Cooperação alemã (GTZ) - 1995:<br />

Visa fundamentalmente organizar a administração florestal <strong>do</strong> País e <strong>do</strong>tá-la de<br />

mecanismos de controlo e fiscalização <strong>do</strong> processo de produção, exploração, transporte e<br />

consumo de madeira para diversas finalidades, ten<strong>do</strong> em conta a necessidade de se<br />

prevenir a acção devasta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>s que utilizam de forma irracional os recursos florestais.<br />

Considera as florestas e as demais formas de vegetação existentes no território nacional, no<br />

seu conjunto, bem comum de interesse geral. Por outro la<strong>do</strong>, considera infracção,<br />

contravenção e crime, quaisquer actividades, acções ou omissões, que contrariem o estatuí<strong>do</strong><br />

na Lei.<br />

‣ Lei <strong>do</strong> Parque Nacional, com o apoio da ECOFAC, 1996: Esta Lei estatui sobre a área<br />

de preservação permanente, designada Parque Nacional, toman<strong>do</strong> em consideraçao o<br />

interesse científico, botânico e ornitológico das florestas, a sua função social e económica<br />

na produção, na regulação <strong>do</strong>s cursos de água, na protecção <strong>do</strong>s mananciais hídricos, na<br />

preservação da vida silvestre e na conservação da biodiversidade.<br />

Define o conceito de Parque Nacional, que se subdivide em "Parque Nacional Ôbo de S.<br />

Tomé" e "Parque Nacional Ôbo <strong>do</strong> Príncipe" e estabelece os mecanismos <strong>do</strong> seu<br />

funcionamento e gestao.<br />

‣ Decreto-Lei que regulamenta o Fun<strong>do</strong> de Fomento Florestal, com o apoio <strong>do</strong> projecto<br />

APOFA/GTZ: Sen<strong>do</strong> que pelo projecto de Lei de Florestas é instituí<strong>do</strong> o Fun<strong>do</strong> de<br />

Fomento Florestal (FFF) como instrumento financeiro vocaciona<strong>do</strong> para a<br />

implementação de actividades de desenvolvimento florestal <strong>do</strong> país, o objectivo deste<br />

diploma é o de fixar normas sobre a organização, a gestão e o funcionamento desse<br />

Fun<strong>do</strong>, de maneira a permitir uma gestão transparente e eficiente <strong>do</strong>s seus recursos;<br />

‣ Lei das Pescas, com o apoio da FAO, Abril de 1997: pelo qual se institui mecanismos<br />

susceptíveis de assegurar uma gestão racional <strong>do</strong>s recursos halieuticos marinhos, que<br />

favoreçam o processo de renovação <strong>do</strong>s estoques e tenham em devida atenção as<br />

necessidades das gerações vin<strong>do</strong>uras; nela se proíbe a utilização a bor<strong>do</strong>, no exercício da<br />

pesca, de explosivos ou substancias toxicas;<br />

‣ Regulamento Geral das Pescas, com o apoio da FAO, Abril de 1997: Nele estabelecese<br />

medidas de conservação da fauna marinha, e bem assim a proibição da caça, captura,<br />

desembarque e comercialização de mamíferos marinhos, exceptuan<strong>do</strong> as tartarugas e seus<br />

produtos, que serão objecto de regulamentação própria;<br />

‣ Regulamento sobre a captura de tartarugas marinhas, com apoio da ECOFAC, Julho<br />

de 1997: disciplina a captura e a comercializaaçao das tartarugas marinhas e seus<br />

produtos, mediante a protecção integral de algumas espécies e restrições para outras,<br />

buscan<strong>do</strong> um equilíbrio entre os factores ecológicos, as necessidades socio-economicas, e<br />

os hábitos culturais das populações;<br />

‣ Regulamentos sobre a extracção de inertes e sobre estu<strong>do</strong>s de impacto ambiental,<br />

com o apoio <strong>do</strong> PNUD/PNUA, 1997: ainda em fase de discussão técnica;<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.54


‣ Despacho (ou Decrteto-Lei) sobre os pássaros ameaça<strong>do</strong>s, com apoio <strong>do</strong> GTZ, 1997:<br />

visan<strong>do</strong> proibir a captura, o transporte e a comercialização de pássaros ameaça<strong>do</strong>s em<br />

vias de extinção, isto é, papagaios cinzentos e piriquitos, em to<strong>do</strong> o território nacional;<br />

‣ Lei Quadro da Fauna, Flora e Áreas protegidas, PNUD, 1997: estabelece as grandes<br />

linhas de orientação sobre a protecção e valorização da flora, de todas as espécies<br />

animais assim como das unidades de protecção;<br />

‣ Regulamento da caça, PNUD, 1997: visa a<strong>do</strong>ptar medidas de protecção da fauna e <strong>do</strong><br />

meio ambiente, nomeadamente, interditan<strong>do</strong> a captura de determinadas espécies, fixan<strong>do</strong><br />

épocas de defeso, demarcan<strong>do</strong> zonas de protecção ou zonas de caça reservadas ou<br />

condicionadas, ou regen<strong>do</strong> sobre armas e méto<strong>do</strong>s de captura ou abate; igualmente estatui<br />

sobre os instrumentos de protecção, que incluem um regime de licenças para a caça, a<br />

determinação de espécies cinegéticas, assim como a determinação <strong>do</strong>s locais de caça,<br />

meios de caça permiti<strong>do</strong>s e técnicas de abate proibidas;<br />

‣ Código da Agua e <strong>do</strong> Saneamento, que fixa o regime das aguas, da agua potável e <strong>do</strong><br />

saneamento e define o regime <strong>do</strong> serviço publico de agua;<br />

E. Projectos e Programas em Curso no País com Valência<br />

Ambiental nos Distritos<br />

No âmbito <strong>do</strong> apoio institucional ou da cooperação em geral com o País, desenvolvem-se<br />

diversas actividades em forma de projectos e programas que embora sejam de caracter<br />

nacional e com financiamento externo, tem amplas repercussões no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> meio<br />

ambiente nos distritos:<br />

E.1. Projecto de Privatização Agrícola e Desenvolvimento da<br />

Pequena Propriedade (PPADPP)<br />

Com o financiamento <strong>do</strong> Banco Mundial e inicia<strong>do</strong> em 1992 após a aprovação da Lei n.°<br />

3/91, instituin<strong>do</strong> o quadro jurídico que regulamenta a Propriedade Fundiária, com o<br />

objectivo central de preparar uma estratégia e um programa de distribuição de terras de<br />

<strong>do</strong>mínio publico e com vocação agrícola, mediante o emparcelamento das grandes Empresas<br />

Agrícolas Estatais, herdadas <strong>do</strong> colonialismo, sobredimencionadas e na maioria,<br />

economicamente inviáveis.<br />

Este projecto tem contribuí<strong>do</strong> para a criação no pais de uma classe de pequenos agricultores<br />

independentes, com resulta<strong>do</strong>s francamente positivos no que se refere ao aumento da<br />

produção alimentar.<br />

Até finais de 1997 foram distribuídas terras numa área total de 16.716 ha, ten<strong>do</strong> beneficia<strong>do</strong><br />

um total de 4.500 famílias.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.55


Em termos ambientais pode-se apontar como principal efeito perverso deste processo de<br />

destruição o abate indiscrimina<strong>do</strong> de arvores, em suma a desflorestaçao, não só com o<br />

objectivo de efectuar novas plantações, como também para a realização <strong>do</strong> lucro imediato<br />

com a venda da madeira resultante <strong>do</strong> abate, por parte de muitos beneficiários.<br />

E.2. O Programa ECOFAC<br />

Trata-se de um programa de âmbito regional, financia<strong>do</strong> pela União Europeia, abarcan<strong>do</strong> os<br />

países da África Central, incluin<strong>do</strong> S.Tomé e Príncipe, onde se iniciou em 1992.<br />

Os seus objectivos são no essencial:<br />

<br />

<br />

<br />

A conservação <strong>do</strong> Parque natural OBO de S.Tomé, como zona de protecção integral,<br />

reservatório da biodiversidade e como espaço de pesquisa; o OBO de S.Tome espalha-se<br />

sobretu<strong>do</strong> pelos distritos de CAUE e LEMBÁ, situan<strong>do</strong>-se também em dimensões mais<br />

reduzidas no distrito de Mé-Zóchi;<br />

O desenvolvimento sócio-económico das populações periféricas <strong>do</strong> Parque por meio de<br />

actividades agro-florestais e da valorização durável <strong>do</strong>s recursos naturais.<br />

A ECOFAC vem desenvolven<strong>do</strong> múltiplas e importantíssimas actividades em to<strong>do</strong> o<br />

território nacional, abarcan<strong>do</strong>, nomeadamente, <strong>do</strong>mínios prioritários como o apoio na<br />

restruturação da Direcção de Florestas e na preparação da legislação sobre a gestão <strong>do</strong>s<br />

recursos florestais; protecção e conservação <strong>do</strong>s recursos botânicos e faunisticos; criação<br />

<strong>do</strong> Parque nacional e <strong>do</strong> seu plano de ordenamento.<br />

E.3. O projecto de elaboração da Política Florestal, financia<strong>do</strong> pela<br />

Cooperação alemã (GTZ).<br />

Em colaboração directa com a Direcção de Florestas vem desenvolven<strong>do</strong> acções com vista à<br />

definição e a<strong>do</strong>pção pelo Governo de uma política florestal, que permita uma gestão eficiente<br />

e eficaz das florestas em STP, incluin<strong>do</strong> a a<strong>do</strong>pção da respectiva legislação, que já se<br />

encontra em fase de proposta de Lei na Assembleia Nacional.<br />

E.4. PNAPAF - Programa Nacional de Apoio à Promoção da Agricultura<br />

Familiar<br />

Com financiamento <strong>do</strong> FAC, CFD e <strong>do</strong> FIDA este programa teve o seu inicio em 1995,<br />

com o objectivo fundamental de apoiar os agricultores mais carencia<strong>do</strong>s, no âmbito <strong>do</strong><br />

projecto de distribuição de terras. Ele conta com três vertentes, a saber:<br />

Infra-estruturas, incluin<strong>do</strong>, construção e reparação de casas <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res,<br />

construção e reparação de estradas secundarias, fornecimento de agua potável nas zonas<br />

rurais alvo;<br />

Vulgarização - assistência técnica aos agricultores, em colaboração com a AFVP<br />

(Associação Francesa <strong>do</strong>s Voluntários <strong>do</strong> Progresso);<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.56


ZATONA ADIL - apoio organizativo, sobretu<strong>do</strong> na área associativa;<br />

Crédito Rural - apoio crediticio, em montantes reduzi<strong>do</strong>s, na perspectiva da autogestão<br />

financeira (tipo CHIQUILA de inicio).<br />

E.5. Projecto de Luta Contra a Pobreza pelo Desenvolvimento Rural<br />

Inicia<strong>do</strong> em 1993 com a duração prevista de 48 meses e financiamento <strong>do</strong> PNUD, este<br />

projecto apoia no quadro da distribuição de terras, iniciativas gera<strong>do</strong>ras de rendimentos e<br />

realizações susceptíveis de melhorar o acesso das populações rurais aos serviços de<br />

saneamento básico. Ele intervém ao nível da coordenação geral das acções e da<br />

implementação de medidas de acompanhamento, com três componentes:<br />

apoio à coordenação das acções de desenvolvimento rural e de aligeiramento da pobreza;<br />

apoio à diversificação das actividades produtivas e gera<strong>do</strong>ras de receitas, com vista a<br />

atingir a autosuficiencia alimentar e melhorar o esta<strong>do</strong> sanitário e nutricional;<br />

Apoio na realização de projectos de infraestruturas sociais colectivas, de melhoria da<br />

habitação e de criação de empregos.<br />

A sua zona de incidência por excelência é no distrito de Cantagalo, particularmente em Agua<br />

Izé.<br />

F. Organização Administrativa<br />

O distrito de <strong>Caué</strong>, situa<strong>do</strong> ao Sul <strong>do</strong> País, é das sete (7) autarquias, a maior e a menos<br />

populosa (19,9 hab./Km2).<br />

A Assembleia e a Câmara Distritais de <strong>Caué</strong> têm um mandato de três anos, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> eleitas<br />

em Dezembro de 1991 e toma<strong>do</strong> posse em Janeiro de 1992. Compõem-se de 7 e 3 membros<br />

respectivamente, (art 3º da Lei nº 11/92).<br />

A Câmara de <strong>Caué</strong>, como alias todas as outras, tem como quadro <strong>do</strong> pessoal, para alem <strong>do</strong><br />

Presidente, um numero mínimo de pessoal de apoio, aos níveis de gabinete <strong>do</strong> Presidente e<br />

da Secretaria, tais como Assessor, secretários, oficiais administrativos, motoristas,<br />

trabalha<strong>do</strong>res de limpeza, etc., sem poder contar, com quadros técnicos de apoio.<br />

A falta gritante de recursos financeiros tem implicações muito directas na capacidade de<br />

gestão das Câmaras em geral e desta em particular, se tivermos em conta nomeadamente, a<br />

sua distancia em relação aos principais centros de decisão, o reduzi<strong>do</strong> numero de quadros<br />

técnicos residentes no Distrito, etc. As condições de trabalho sen<strong>do</strong> exíguas, não são<br />

suficientemente atractivas e motiva<strong>do</strong>res para assegurar o concurso e a fixação de bons<br />

quadros pertencentes aos órgãos centrais de Administração Publica.<br />

Por outro la<strong>do</strong> deve-se registar que os parti<strong>do</strong>s políticos, aquan<strong>do</strong> da realização das eleições<br />

autárquicas em 1992, conferiram completa prioridade ao factor meramente político na<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.57


selecção <strong>do</strong>s seus candidatos, negligencian<strong>do</strong> quase em absoluto as capacidades técnicas e de<br />

gestão indispensáveis a um bom desempenho; o que contribuiu porventura de forma decisiva<br />

para actual esta<strong>do</strong> das autarquias.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.58


III. DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO<br />

O diagnóstico participativo em matéria ambiental levada a cabo no distrito de <strong>Caué</strong> atingiu<br />

29 comunidades tanto na fase de sensibilização como na fase de recolha de da<strong>do</strong>s,<br />

consideran<strong>do</strong> a dispersão geográfica e a características demográficas assim como as<br />

características sócio-económicas.<br />

Na fase de recolha de da<strong>do</strong>s definiu-se para o distrito de <strong>Caué</strong> 12 grupos alvo que deveriam<br />

ser contacta<strong>do</strong>s e entrevista<strong>do</strong>s como informa<strong>do</strong>res chaves ao nível <strong>do</strong> mesmo como se<br />

pode verificar no quadro abaixo.<br />

Quadro n.º. 8 Participação por Grupos-Alvo<br />

Grupos-Alvo<br />

N.º<br />

Produtor Artesanal 8<br />

Serra<strong>do</strong>r 3<br />

Assalaria<strong>do</strong> Agrícola 45<br />

Vinhateiro 7<br />

Empresário 2<br />

Pequeno Agricultor 18<br />

Pesca<strong>do</strong>r 25<br />

Pequeno Comerciante 1<br />

Estudante 7<br />

Doméstica 13<br />

Administração Local 4<br />

Palaiês ( SI ) 9<br />

Professor 2<br />

Assalaria<strong>do</strong> Ind/Comer. 6<br />

Total 141<br />

Assim sen<strong>do</strong>, deu-se inicio no mês de Agosto de 1997 a acção de sensibilização e<br />

levantamento <strong>do</strong>s informa<strong>do</strong>res chaves assim como o programa de recolha de da<strong>do</strong>s.<br />

No que concerne as preocupações em matéria ambiental constatou-se um grande número de<br />

problemas propostos pelos diferentes grupos alvo que ao mesmo tempo apresentaram<br />

também propostas para solução <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s problemas. Esta lista de problemas e soluções<br />

estão apresenta<strong>do</strong>s no anexo 4.<br />

Na base <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s elaborou-se uma matriz de identificação <strong>do</strong>s problemas e de<br />

soluções por grupos alvo, apresenta<strong>do</strong>s nos Quadro n.º 9, e n.º 10 respectivamente. Esses<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.59


da<strong>do</strong>s foram utiliza<strong>do</strong>s para a identificação <strong>do</strong>s problemas ambientais ao nível <strong>do</strong> distrito<br />

(Quadro n.º 12).<br />

Para a elaboração das Matrizes de Identificação <strong>do</strong>s Principais Problemas, teve-se em conta<br />

essencialmente os níveis de preferência das preocupações e soluções e também o nível de<br />

representatividade quantitativa <strong>do</strong>s grupos alvo. Por esta razão, alguns grupos alvo<br />

identifica<strong>do</strong>s no distrito de <strong>Caué</strong> não aparecem nas supracitadas matrizes.<br />

No contexto <strong>do</strong>s grupos conforme descrito no quadro abaixo, entende-se por Produtor<br />

Artesanal, grupo de actividade profissional envolvi<strong>do</strong> na marcenaria, carpintaria , serra<strong>do</strong>r,<br />

produtor de aguardente, micro-industrias familiares entre outros.<br />

Por Assalaria<strong>do</strong>s Agrícola entende-se os trabalha<strong>do</strong>res assalaria<strong>do</strong>s da Empresa Porto<br />

Alegre e EMOLVE, ou seja, trabalha<strong>do</strong>res com um vínculo patronal.<br />

Relativamente ao grupo Empresário considerou-se essencialmente gestores de empresas<br />

públicas ou para-estatais.<br />

Os Pequenos Agricultores são geralmente os antigos assalaria<strong>do</strong>s das empresas públicas<br />

beneficia<strong>do</strong>s com parcelas de terras e naturalmente desvincula<strong>do</strong>s das empresas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Por Administração Local entende-se o grupo de dirigentes locais liga<strong>do</strong>s principalmente a<br />

autarquia local.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.60


III.1. Identificação <strong>do</strong>s Principais Problemas e<br />

Soluções Propostas<br />

A. Identificação <strong>do</strong>s Problemas Por Grupos Alvo<br />

A participação da população no diagnóstico da situação sócio-económica <strong>do</strong> distrito<br />

com implicações ambientais levou à listagem de um conjunto de problemas ao nível<br />

distrital. Os problemas foram categoriza<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> o seu grau de prioridade em 3<br />

níveis: alta, média e baixa atenden<strong>do</strong>-se à frequência da sua apresentação pelos<br />

entrevista<strong>do</strong>s e a gravidade das suas implicações no desenvolvimento <strong>do</strong> distrito. O<br />

quadro n.º 9 apresenta sob forma de matriz estes problemas para o distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Quadro n.º 10: Matriz de identificação <strong>do</strong>s problemas por grupo alvo<br />

GRUPO ALVO<br />

Empresários agrícolas<br />

Pequeno agricultores<br />

Assalaria<strong>do</strong>s agrícola<br />

Pesca<strong>do</strong>res artesanais<br />

Domesticas<br />

Produtores artesanais<br />

(carpinteiros, marceneiros,<br />

distila<strong>do</strong>res)<br />

Palaiês<br />

Vinhateiros<br />

Estudante<br />

Autoridades Locais<br />

PRIORIDADE<br />

Alta Media Baixa<br />

Poluição <strong>do</strong>s rios<br />

por produtos<br />

químicos<br />

Falta de recursos<br />

financeiros<br />

falta de recursos<br />

financeiros<br />

Degradação da<br />

situação sócio<br />

económica<br />

Falta de<br />

abastecimento em<br />

materiais de pesca<br />

no merca<strong>do</strong><br />

baixa qualidade<br />

de água de<br />

consumo<br />

Abate<br />

indiscrimina<strong>do</strong> de<br />

árvores<br />

baixa qualidade<br />

de água de<br />

consumo<br />

destruição das<br />

palmeiras pelos<br />

explora<strong>do</strong>res de<br />

vinho pumbú<br />

falta de níveis pré<br />

universitários<br />

Falta de aplicação<br />

efectiva das leis<br />

sobre autarquias e<br />

finanças locais<br />

Falta de<br />

vulgarização<br />

Falta de parcelas<br />

agrícolas<br />

individuais<br />

Falta de<br />

assistência técnica<br />

Aumento de<br />

índice de<br />

paludismo<br />

Falta de<br />

saneamento<br />

básico<br />

Aumento de<br />

índice de<br />

paludismo<br />

Dificuldade de<br />

acesso aos<br />

palmares<br />

Caça<br />

desorganizada<br />

Falta de<br />

saneamento<br />

básico<br />

Falta de<br />

sensibilização e<br />

informação sobre o<br />

ambiente<br />

falta de saneamento<br />

básico<br />

más condições de<br />

habitação<br />

utilização de<br />

granadas para pesca<br />

falta de saneamento<br />

<strong>do</strong> meio<br />

Falta de<br />

sensibilização e<br />

informação sobre o<br />

ambiente<br />

falta de saneamento<br />

<strong>do</strong> meio<br />

Falta de parcelas de<br />

Terra<br />

falta de saneamento<br />

<strong>do</strong> meio<br />

Utilização irracional<br />

<strong>do</strong>s recursos naturais<br />

<strong>do</strong> distrito<br />

Na análise da matriz de identificação <strong>do</strong>s problemas no distrito de <strong>Caué</strong> concluiu-se que<br />

existe um conjunto de questões que são consideradas pelos principais grupos alvo como<br />

sen<strong>do</strong> os de maior prioridade para a sua solução se se quiser obter um desenvolvimento<br />

durável neste distrito.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.61


Seguin<strong>do</strong> o nível de prioridades, a falta de recursos financeiros constitui uma das<br />

maiores preocupações para os diferentes grupos alvo que possuem pequenos e médios<br />

investimentos no território <strong>do</strong> distrito, destacan<strong>do</strong>-se entre eles os pequenos e médios<br />

agricultores, as grandes empresas tanto industriais como agrícolas e os comerciantes.<br />

A qualidade da água de consumo a nível de to<strong>do</strong> o distrito é má ten<strong>do</strong> consequências<br />

nefastas sobre a saúde da população com particular realce sobre as crianças pelo que<br />

esta constitui uma preocupação generalizada ao nível de todas as comunidades <strong>do</strong><br />

distrito.<br />

A utilização de forma irracional <strong>do</strong>s produtos químicos na agricultura e o seu<br />

manuseamento de forma inadequada assim como a lavagem <strong>do</strong>s utensílios<br />

conten<strong>do</strong> restos <strong>do</strong>s referi<strong>do</strong>s produtos nos rios tem origina<strong>do</strong> a poluição <strong>do</strong>s rios e<br />

ribeiras <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> distrito e destruí<strong>do</strong> a fauna aquática <strong>do</strong>s mesmos pelo que a mesma<br />

constitui também uma grande preocupação para as populações das diversas<br />

comunidades de <strong>Caué</strong>.<br />

Neste senti<strong>do</strong> os pequenos agricultares consideram que a falta de vulgarização e de<br />

apoio técnico com vista a orientar os mesmos na forma mais adequada de utilização <strong>do</strong>s<br />

produtos químicos assim como na melhor forma de utilização e aproveitamento <strong>do</strong> solo<br />

é um problema a ser resolvi<strong>do</strong> o mais rápi<strong>do</strong> possível.<br />

Os assalaria<strong>do</strong>s agrícolas da empresa Porto Alegre manifestaram como preocupação<br />

fundamental a degradação sócio-económica <strong>do</strong>s mesmos incluin<strong>do</strong> as más condições<br />

de habitação e <strong>do</strong> saneamento.<br />

A falta de saneamento <strong>do</strong> meio em todas as comunidades com particular realce para a<br />

cidade <strong>do</strong>s Angolares capital <strong>do</strong> distrito constitui um elemento de preocupação para a<br />

maioria da população com destaque para as <strong>do</strong>mésticas, palaiês e estudantes, que vêemse<br />

ataca<strong>do</strong>s com problemas <strong>do</strong> paludismo devi<strong>do</strong> a poças de água e pântanos no centro e<br />

arre<strong>do</strong>res da cidade.<br />

A preocupação sobre a falta de informação e sensibilização no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> ambiente<br />

no distrito foi levantada pelos grupos alvo, estudantes, empresários, <strong>do</strong>mesticas e<br />

produtores artesanais.<br />

Os vinhateiros identificaram como problemas no seu ramo de actividade, o inicio no<br />

distrito da exploração <strong>do</strong> vinho pumbu e kiomba o que poderá vir a trazer<br />

consequências graves para as palmeiras e comprometer o futuro desta profissão no<br />

distrito.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.62


B. Identificação das Soluções Propostas<br />

De igual mo<strong>do</strong> as soluções propostas para a resolução <strong>do</strong>s problemas que foram levanta<strong>do</strong>s,<br />

foram objecto de uma listagem que foi resumida no quadro n.º 10. Estas soluções<br />

obedeceram ao mesmo critério de estabelecimento de prioridades, Alta, Média e Baixa em<br />

função da sua importância na vida <strong>do</strong> distrito.<br />

Quadro n.º 10 .Matriz de identificação das soluções aos problemas por grupo alvo<br />

GRUPO ALVO<br />

PRIORIDADE<br />

Alta Media Baixa<br />

Empresários agrícolas Acesso à um Busca de<br />

Programas de<br />

sistema<br />

alternativas aos sensibilização<br />

organiza<strong>do</strong> de produtos fitosanitários<br />

ambiental<br />

Crédito<br />

químicos<br />

Pequenos agricultores<br />

Assalaria<strong>do</strong>s agrícola<br />

Pesca<strong>do</strong>res artesanais<br />

Domesticas<br />

Produtores artesanais<br />

Palaiês<br />

Vinhateiros<br />

Estudante<br />

Autoridades Locais<br />

Acesso à um<br />

sistema<br />

organiza<strong>do</strong> de<br />

Crédito<br />

Abastecimento <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> com<br />

materiais de pesca<br />

Disponibilidade<br />

de materiais de<br />

pesca<br />

Protecção das<br />

fontes de<br />

abastecimento e<br />

criação de estação<br />

de tratamento<br />

Aprovação e<br />

implementação da<br />

legislação florestal<br />

Protecção das<br />

fontes de<br />

abastecimento e<br />

criação de estação<br />

de tratamento<br />

Elaboração de<br />

uma legislação<br />

sobre a<br />

exploração das<br />

palmeiras<br />

Aumento de níveis<br />

de escolaridade<br />

nas escolas<br />

Aplicação efectiva<br />

da legislação sobre<br />

autarquias locais<br />

Criação de medidas<br />

de<br />

acompanhamento e<br />

seguimento aos<br />

pequenos<br />

agricultores<br />

Distribuição de<br />

parcelas de terra<br />

Assistência<br />

técnica aos<br />

pesca<strong>do</strong>res<br />

Luta contra o<br />

paludismo<br />

Construção de<br />

latrinas<br />

Tratamento e<br />

eliminação de<br />

criadeiros de<br />

mosquitos<br />

Permissão à<br />

exploração de<br />

palmares nas<br />

grandes e médias<br />

empresas<br />

Criação de<br />

regulamentação a<br />

caça<br />

Criação de um<br />

programa distrital<br />

de saneamento <strong>do</strong><br />

meio<br />

Construção de<br />

latrinas e balneários<br />

públicos<br />

Construção e<br />

reparação das<br />

habitações<br />

Legislação para a<br />

proibição de<br />

utilização de<br />

granadas na pesca<br />

Programas de<br />

saneamento <strong>do</strong> meio<br />

Programas de<br />

sensibilização<br />

ambiental<br />

Programas de<br />

saneamento <strong>do</strong> meio<br />

Distribuição de<br />

parcelas<br />

Criação de um<br />

programa de<br />

saneamento <strong>do</strong> meio<br />

Participação da<br />

Câmara Distrital na<br />

tomada de decisão<br />

sobre exploração <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais <strong>do</strong><br />

distrito<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.63


Depois de identificação <strong>do</strong>s problemas levanta<strong>do</strong>s pelos grupos alvo os mesmos<br />

propuseram como medidas de solução, os aspectos conti<strong>do</strong>s no quadro anterior que<br />

passamos a descrever.<br />

‣ O acesso a um sistema de crédito organiza<strong>do</strong> para o sector agrícola e outras pequenos<br />

e médios investi<strong>do</strong>res das diferentes áreas de actividade no distrito ajudaria a<br />

solucionar a problemática da falta de recursos financeiros no distrito.<br />

‣ A dinamização <strong>do</strong>s serviços de vulgarização e apoio técnico aos pequenos e médios<br />

agricultores permitiria orientar os mesmos na forma mais adequada de utilização <strong>do</strong>s<br />

produtos químicos na agricultura assim como no tratamento e limpeza <strong>do</strong>s recipientes<br />

evitan<strong>do</strong> deste mo<strong>do</strong> a poluição <strong>do</strong>s rios com substâncias tóxicas. Orientações com<br />

vista a uma melhor utilização <strong>do</strong>s solos ajudaria a evitar o fenómeno erosivo que tem<br />

tendência a aumentar no distrito.<br />

‣ A construção de estações de tratamento das águas para consumo assim como a<br />

protecção das áreas de captação das referidas águas podem constituir soluções para<br />

resolver o consumo de água de má qualidade no distrito.<br />

‣ A criação de programas para apoio a pequenas iniciativas familiares ajudará a resolver<br />

o problema de degradação sócio-económica <strong>do</strong>s assalaria<strong>do</strong>s agrícolas na empresa<br />

Porto Alegre assim como das diversas famílias espalhadas por diferentes comunidades<br />

<strong>do</strong> distrito.<br />

‣ A criação de um Programa Distrital de Saneamento <strong>do</strong> Meio com as componentes<br />

essenciais de construção de casas de banho e latrinas familiares, construção de<br />

balneários públicos, construção de lixeiras, aquisição de meios para a recolha e<br />

transporte de lixos, aquisição e colocação nas diferentes artérias da cidade de<br />

recipientes para colocação de lixos e eliminação <strong>do</strong>s charcos e pântanos no interior da<br />

capital distrital constituem propostas para soluções de preocupações relacionadas com<br />

o saneamento <strong>do</strong> meio, paludismo, e falta de latrinas etc. Estas soluções foram<br />

apresentadas por diferentes grupos alvo tais como, autoridades locais, <strong>do</strong>mesticas,<br />

produtores artesanais e pequenos agricultores.<br />

‣ A necessidade de elaboração e implementação de legislações que regulamenta a pesca,<br />

a exploração de palmeiras, o corte de árvores e a caça constituem prioridades para as<br />

autoridades locais, pesca<strong>do</strong>res, vinhateiros, produtores artesanais e estudantes.<br />

‣ A necessidade de aplicação efectiva das legislações sobre Autarquias e Finanças Locais,<br />

a participação das autoridades locais nas tomadas de decisões para exploração e<br />

utilização <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>do</strong> distrito incluin<strong>do</strong> os recursos florestais e inertes<br />

costeiros constituem soluções para exploração racional <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>do</strong><br />

distrito e para a obtenção <strong>do</strong> desenvolvimento durável de <strong>Caué</strong>. Estas soluções foram<br />

propostas pelas autoridades locais.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.64


C. Causas da Degradação Ambiental<br />

Perante a analise das informações prestadas pelos diferentes grupos alvo pode-se concluir<br />

que as causas essenciais da degradação <strong>do</strong> meio ambiente no distrito de <strong>Caué</strong> são as<br />

seguintes:<br />

Aumento da Pobreza<br />

Falta de acesso ao crédito por parte <strong>do</strong>s pequenos e médios agricultores<br />

A baixa qualidade de água de consumo<br />

Falta de leis e regulamentos liga<strong>do</strong>s a protecção <strong>do</strong> meio ambiente<br />

Ausência de informações e falta de sensibilização sobre os problemas ambientais<br />

Ausência da educação ambiental nas escolas<br />

O “Habitus Cultural”<br />

Neste senti<strong>do</strong>, constituem prioridades para o distrito segun<strong>do</strong> os grupos alvos os aspectos<br />

apresenta<strong>do</strong>s no quadro a seguir:<br />

Quadro n.º 11 Prioridades Segun<strong>do</strong> os Grupos Alvo<br />

Alta Prioridade Média Prioridade Baixa Prioridade<br />

Luta contra a pobreza Sensibilização e informação Elevação <strong>do</strong> nível escolar<br />

Qualidade da água de Combate a poulição <strong>do</strong>s rios e Luta contra Robrucintos<br />

consumo<br />

lagos<br />

Saneamento <strong>do</strong> meio A Reflorestação Educação ambiental<br />

Protecção<br />

da Vulgarização<br />

Biodiversidade<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.65


III. 2.<br />

Identificação <strong>do</strong>s Principais Problemas Ambientais de <strong>Caué</strong><br />

Com base nas análises feitas à luz <strong>do</strong>s elementos recolhi<strong>do</strong>s que constituem preocupações<br />

distritais foi possível identificar os principais problemas ambientais <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Os problemas ambientais de <strong>Caué</strong> são apresenta<strong>do</strong>s no quadro n.º 12.<br />

O quadro compõe-se de colunas onde são indica<strong>do</strong>s os problemas e feita a descrição <strong>do</strong>s<br />

mesmos, identifican<strong>do</strong> as suas causas e os efeitos sobre o ambiente.<br />

Quadro n.º 12 Identificação <strong>do</strong>s principais problemas ambientais <strong>do</strong> distrito<br />

Problema<br />

Descrição<br />

Problemas físicos CAUSAS<br />

- poluição <strong>do</strong>s rios pelos<br />

produtos químicos<br />

- poluição pelos resíduos<br />

sóli<strong>do</strong>s<br />

- Perda da diversidade<br />

biológica<br />

- Baixa qualidade de água<br />

de consumo<br />

<br />

Uso irracional de pesticidas pelos pequenos e médios<br />

agricultores assim como as grandes empresas agrícolas e<br />

lavagem <strong>do</strong>s utensílios conten<strong>do</strong> restos destes produtos nos rios<br />

EFEITOS<br />

<br />

A poluição <strong>do</strong>s rios e lençóis de agua pelos pesticidas com<br />

efeitos consideráveis sobre a saúde da população e a<br />

biodiversidade<br />

CAUSAS<br />

Ausência de uma lixeira<br />

Falta de equipamentos para a recolha e transporte sistemático<br />

<strong>do</strong>s lixos; assim como a sua deposição em qualquer lugar.<br />

Falta de latrinas e balneários públicos<br />

EFEITOS<br />

A poluição <strong>do</strong> meio pelos lixos e outros resíduos sóli<strong>do</strong>s<br />

incluin<strong>do</strong> resíduos humanos com graves efeitos sobre a saúde<br />

CAUSAS<br />

Desmatamento das florestas secundárias para introdução de<br />

culturas alimentares e de exportação<br />

Utilização de encostas íngremes para a agricultura<br />

Caça descontrolada<br />

Captura de tartarugas na época de reprodução e destruição <strong>do</strong>s<br />

seus ovos<br />

Utilização de técnicas inadequadas de captura de peixes<br />

(tamanho das malhas de rede e uso de granadas)<br />

EFEITOS<br />

Diminuição ou desaparecimento de espécies endémicas.<br />

Modificação <strong>do</strong>s habitats das diferentes espécies<br />

Perda de espécies de tartarugas marinhas<br />

Degradação <strong>do</strong>s recursos haliêuticos<br />

CAUSAS<br />

falta de protecção das fontes de abastecimento e de estações de<br />

tratamento<br />

EFEITOS<br />

aumento de <strong>do</strong>enças ligadas a contaminação de água (diarreicas,<br />

parasitas intestinais e outras)<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.66


Problemas socioeconómicos<br />

Degradação <strong>do</strong> sistema<br />

produtivo da Empresa<br />

Porto Alegre<br />

Deficiente integração da<br />

economia <strong>do</strong> distrito na<br />

economia nacional<br />

Deficiente integração no<br />

sistema de educação e<br />

saúde<br />

Problemas juridicoinstitucionais<br />

Mau funcionamento das<br />

Câmaras distritais<br />

Falta de recursos<br />

humanos.<br />

Falta de legislação<br />

ambiental<br />

CAUSAS<br />

empresa propriedade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

falta de investimentos e de gestão técnico-financeira<br />

EFEITOS<br />

aban<strong>do</strong>no das culturas tais como coqueirais e palmares e<br />

degradação das infra-estruturas produtivas<br />

atraso no pagamento <strong>do</strong>s salários <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res agrícolas e<br />

progressiva degradação das condições sócio-económicas de 314<br />

famílias<br />

CAUSAS<br />

más condições das vias de acesso<br />

isolamento devi<strong>do</strong> à deficiente rede de transporte e<br />

comunicação<br />

EFEITOS<br />

não escoamento e consequente degradação <strong>do</strong>s produtos<br />

desencorajamento à produção<br />

empobrecimento das populações<br />

ausência de trocas comerciais<br />

CAUSAS<br />

grande dispersão das populações no território<br />

reduzi<strong>do</strong> número de infra-estruturas sociais<br />

factores étnico-culturais<br />

EFEITOS<br />

eleva<strong>do</strong> índice de analfabetismo<br />

eleva<strong>do</strong> índice de <strong>do</strong>enças endémicas<br />

eleva<strong>do</strong> índice de desnutrição sobretu<strong>do</strong> nas crianças<br />

baixo índice de escolaridade<br />

CAUSAS<br />

falta de recursos financeiros próprios devi<strong>do</strong> à má aplicação da<br />

Lei sobre as Autarquias Locais<br />

EFEITOS<br />

incapacidade de controlo real e eficaz da aplicação das leis<br />

locais em matérias ambientais<br />

CAUSAS<br />

falta de uma política de desenvolvimento e de fixação das<br />

capacidades humanas no distrito.<br />

EFEITOS<br />

gestão deficiente das políticas de desenvolvimento local e <strong>do</strong><br />

ambiente<br />

CAUSAS<br />

falta de recursos humanos, materiais e financeiros para produção de<br />

regulamentos, códigos e posturas<br />

EFEITOS<br />

utilização irracional <strong>do</strong>s recursos naturais<br />

ausência de capitalização financeira <strong>do</strong> distrito pela não aplicação<br />

das taxas e impostos sobre a utilização <strong>do</strong>s recursos<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.67


Para uma melhor apreensão <strong>do</strong>s principais problemas ambientais de <strong>Caué</strong>, estes foram<br />

agrupa<strong>do</strong>s, de acor<strong>do</strong> com a sua natureza, em problemas físicos, sócio-económicos e<br />

juridico-institucionais<br />

C.1. Problemas Físicos<br />

Os problemas físicos têm a ver com a degradação <strong>do</strong> ambiente biofísico e as suas principais<br />

consequências sobre o ambiente e a saúde da população. Assim, os principais problemas<br />

identifica<strong>do</strong>s são:<br />

a poluição <strong>do</strong>s rios pelos produtos químicos e pelos resíduos sóli<strong>do</strong>s e os seus efeitos<br />

nocivos tanto ao nível da saúde como sobre o ambiente.<br />

a perda da diversidade biológica pela redução de alguns habitats muito específicos <strong>do</strong><br />

distrito, cujo desaparecimento ou diminuição pode ter efeitos ambientais e económicos<br />

negativos muito importantes. A falta de uma legislação, meios de fiscalização assim<br />

como a falta de sensibilização e de alternativas fazem com que as pessoas continuem a<br />

fazer a captura e recolha de ovos das tartarugas pon<strong>do</strong> em risco a sobrevivência desta<br />

espécie. A falta de abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> com materiais de pesca e a falta de<br />

sensibilização na utilização de técnicas adequadas tem origina<strong>do</strong> a degradação <strong>do</strong>s<br />

recursos haliêuticas <strong>do</strong> distrito<br />

a baixa qualidade de água de consumo ocasionada pela falta de protecção da área de<br />

captação e das fontes de abastecimento assim como a falta de estações de tratamento<br />

para água que abastece a população com o consequente efeito nocivo para a saúde.<br />

C.2. Problemas sócio-económicos<br />

Os problemas sócio-económicos têm a ver com a degradação <strong>do</strong> sistema produtivo de<br />

uma das principais unidades de produção <strong>do</strong> distrito (Porto Alegre) e consequente<br />

degradação das condições de vida <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res agrícolas e das comunidades vizinhas.<br />

C.3. Problemas Juridico-Institucionais<br />

As instituições criadas para a gestão das actividades locais, nomeadamente a Câmara<br />

Distrital funciona em condições muito precárias, devi<strong>do</strong> a falta de recursos financeiros e à<br />

falta de aplicação da Lei das Finanças Locais, especificamente com a ausência da<br />

transferência <strong>do</strong> FEF (Fun<strong>do</strong> de Equilíbrio Financeiro)<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.68


IV.<br />

AMEAÇAS POTENCIAIS À QUALIDADE DO<br />

AMBIENTE NO DISTRITO<br />

Apesar de não apresentar aparentemente graves problemas ambientais, no Distrito, podem<br />

existir no entanto, algumas ameaças potenciais se verificarem algumas situações, tais como:<br />

Quadro n.º. 13 - Ameaças potenciais à qualidade <strong>do</strong> ambiente no distrito<br />

Ameaças Causas Directas Causas Indirectas<br />

Aumento da extracção de areia<br />

nas praias .<br />

Construção da estrada Ribeira<br />

Peixe - Porto Alegre<br />

Crescimento demográfico e<br />

consequente aumento da<br />

Construção Civil<br />

Falta de uma Legislação e<br />

Fiscalização<br />

Perda da biodiversidade das áreas<br />

pantanosas de Malanza e de áreas<br />

de florestas secundárias<br />

<br />

<br />

<br />

Criação da área urbana de<br />

Porto Alegre<br />

Desenvolvimento de pequenas<br />

Empresas Agrícolas<br />

Corte de árvores nas pequenas<br />

e médias empresas agrícolas<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Falta de uma Planificação<br />

Luta contra o Paludismo<br />

Distribuição de terras<br />

Falta de acesso ao crédito<br />

Falta de assistência técnica<br />

aos médios e pequenos e<br />

agricultores<br />

Utilização de substâncias<br />

químicas<br />

Contaminação das águas <strong>do</strong>s rios<br />

e <strong>do</strong>s lagos<br />

<br />

<br />

Utilização maciça de<br />

pesticidas e outros produtos<br />

tóxicos e lavagem <strong>do</strong>s<br />

utensílios agrícolas<br />

Contaminação pelos resíduos<br />

sóli<strong>do</strong>s humanos<br />

<br />

<br />

<br />

Crescimento demográfico<br />

Política de subsídios aos fitofármacos<br />

e falta de<br />

alternativas bio-tecnológicas<br />

Falta de sistemas de<br />

tratamento aos resíduos<br />

sóli<strong>do</strong>s e lixos <strong>do</strong>mésticos<br />

Degradação <strong>do</strong>s recursos<br />

produtivos da Empresa Porto<br />

Alegre<br />

<br />

<br />

<br />

Falta de recursos financeiros<br />

Falta de programa de<br />

desenvolvimento da Empresa<br />

Falta de Diversificação<br />

cultural<br />

<br />

<br />

Não privatização da Empresa<br />

Falta de investimentos<br />

o aumento da extracção de areias nas praias<br />

a construção da estrada que liga Ribeira Peixe à Porto Alegre para além de constituir um<br />

elemento preponderante na quebra <strong>do</strong> isolamento da área, quer em termos de comunicação<br />

regular quer em termos comercias, crian<strong>do</strong> condições para um melhor escoamento <strong>do</strong>s<br />

produtos, esta acção irá acarretar outras consequências eventualmente nefastas de ponto de<br />

vista ambiental tal como a exploração desordenada das areias nas praias <strong>do</strong> sul<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.69


a perda da biodiversidade das áreas pantanosas de Malanza e das florestas<br />

secundárias,<br />

a criação de uma zona urbana em Porto Alegre estabeleci<strong>do</strong> no Plano Físico Nacional<br />

associa<strong>do</strong> a construção de estrada acima referida assim como o projecto turístico <strong>do</strong> ilhéu<br />

das Rolas podem constituir uma ameaça à protecção de toda a biodiversidade da zona<br />

ecológica de Malanza e não só, já que originaria um grande fluxo de pessoas para a referida<br />

zona, maior circulação e fixação da população ao longo da estrada com o consequente<br />

aumento da poluição designadamente pelos resíduos sóli<strong>do</strong>s, o agravamento da já difícil<br />

situação <strong>do</strong> saneamento <strong>do</strong> meio, uma maior necessidade de infra-estruturas habitacionais e<br />

de serviços, e com esta a destruição e perda da biodiversidade local.<br />

Também a falta de acesso ao crédito pelos pequenos e médios agricultores originaria o<br />

corte desenfrea<strong>do</strong> de árvores nas e pequenas parcelas e médias empresas agrícolas<br />

distribuídas como forma de complementar os seus rendimentos;<br />

Na eventual ausência <strong>do</strong> competente estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> impacto ambiental para as obras de<br />

construção da referida estrada não é possível a partida conhecer a exacta dimensão das<br />

consequências ambientais deste projecto.<br />

a contaminação das águas <strong>do</strong>s rios e <strong>do</strong>s lagos<br />

a utilização maciça de produtos tóxicos e lavagem <strong>do</strong>s utensílios agrícolas conten<strong>do</strong> esses<br />

produtos nos rios, constitui uma grande ameaça à toda a biodiversidade <strong>do</strong> distrito e com<br />

resulta<strong>do</strong>s negativos sobre a saúde da população. A política de subvenção <strong>do</strong>s fito-fármacos<br />

à pequenos e médios agricultores pelo PNAPAF e STABEX encorajam a utilização de<br />

forma imprópria <strong>do</strong>s mesmos com consequente dano ambiental;<br />

degradação progressiva e contínua da Empresa Porto Alegre<br />

a falta de um programa de desenvolvimento da Empresa, a falta de uma gestão eficiente e a<br />

falta de meios financeiros para fazer face aos problemas <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res desta empresa o<br />

isolamento da mesmo <strong>do</strong> resto <strong>do</strong> país podem originar efeitos ambientais sérios tais como o<br />

aban<strong>do</strong>no da principal produção da empresa (palmar e coqueiral), até a busca de<br />

alternativas pelos trabalha<strong>do</strong>res que estejam mais a mão como seja o corte de árvores tanto<br />

para abertura de terrenos para outras culturas como para venda de madeiras bem como a<br />

caça desenfreada e sem obediências as quaisquer normas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.70


V. DEFINIÇÃO DAS PRIORIDADES DOS PROBLEMAS AMBIENTAIS<br />

SEGUNDO A SUA GRAVIDADE NO DISTRITO<br />

Para a selecção <strong>do</strong>s problemas prioritários, tomou-se em consideração o seu significa<strong>do</strong><br />

ambiental, o seu significa<strong>do</strong> económico e os efeitos sociais ( Quadro n.º 8). Com base nos<br />

da<strong>do</strong>s resultantes <strong>do</strong> diagnóstico participativo e na análise efectuada foi possível<br />

estabelecer uma ordem de prioridades, consideran<strong>do</strong> três critérios, como se segue: Alta,<br />

Média e Baixa. Às prioridades globais deu-se uma ponderação resultante da aplicação <strong>do</strong>s<br />

referi<strong>do</strong>s critérios.<br />

Quadro n.º 14 - Definição das prioridades <strong>do</strong>s problemas ambientais segun<strong>do</strong> a sua gravidade no distrito<br />

Problema ou<br />

causa<br />

AGUA<br />

Disponibilidade e<br />

Qualidade da agua<br />

Poluição <strong>do</strong>s rios e<br />

lagos<br />

AR<br />

Significa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s efeitos directos sobre<br />

Social <strong>Ambiente</strong> Economia<br />

Prioridade<br />

Global<br />

Alta Baixa Alta Alta<br />

Alta Alta Media Alta<br />

RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS<br />

Tóxicos Alta Alta Media Alta<br />

Não - tóxicos Media Media Baixa Media<br />

RECURSOS<br />

RENOVÁVEIS<br />

Degradação das<br />

Baixa Alta Alta Media<br />

florestas<br />

secundarias<br />

Degradação das<br />

Baixa Alta Alta Media<br />

praias<br />

Degradação <strong>do</strong><br />

Alta Alta Alta Alta<br />

sistema produtivo<br />

da Empresa Porto<br />

Alegre<br />

DIVERSIDADE<br />

BIOLÓGICA<br />

perda de habitat<br />

Baixa Alta Alta Media<br />

para a fauna<br />

perda de habitas Baixa Alta Baixa Baixa<br />

das zonas húmidas<br />

perda das espécies<br />

de tartarugas<br />

marinhas<br />

Baixa Alta Media Media<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.71


Os problemas com uma ALTA prioridade incluem a “ disponibilidade e qualidade da<br />

água”, “poluição <strong>do</strong>s rios e lagos” “resíduos sóli<strong>do</strong>s tóxicos”, “ degradação <strong>do</strong> sistema<br />

produtivo da empresa Porto Alegre” e “perda de habitats para a fauna”. A qualidade<br />

da água é preocupante devi<strong>do</strong> os seus efeitos sobre a saúde humana .A poluição <strong>do</strong>s rios e<br />

lagos e resíduos sóli<strong>do</strong>s e tóxicos podem conduzir à perda de espécies endémicas e<br />

ocasionarem efeitos nocivos graves sobre a saúde humana. A degradação <strong>do</strong> sistema<br />

produtivo da empresa Porto Alegre ocasiona problemas sociais graves que podem conduzir<br />

ao uso irracional <strong>do</strong>s recursos,<br />

É atribuída uma prioridade MÉDIA aos “resíduos sóli<strong>do</strong>s não tóxicos”, “degradação das<br />

florestas secundárias”, “degradação das praias” e “perda de espécies de tartarugas<br />

marinhas”. Os resíduos sóli<strong>do</strong>s não tóxicos constituem uma prioridade importante, ten<strong>do</strong><br />

em conta a falta de estruturas de saneamento <strong>do</strong> meio que prevalecem em to<strong>do</strong> o distrito. A<br />

degradação das florestas secundárias, embora não seja uma alta prioridade, é também<br />

preocupante ten<strong>do</strong> em conta a perda da biodiversidade, particularmente das espécies<br />

endémicas e possíveis alterações climáticas. A perda de espécies de tartarugas pode<br />

conduzir ao desaparecimento total das mesmas.<br />

É atribuída uma BAIXA prioridade somente à questão relacionada com a perda de<br />

habitats das zonas húmidas, ten<strong>do</strong> em conta que <strong>Caué</strong> é pouco habita<strong>do</strong> e a questão de<br />

drenagem <strong>do</strong>s pântanos para a erradicação <strong>do</strong> paludismo podem ser feitas em áreas bem<br />

seleccionadas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.72


Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.73


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA “INTEGRAÇÃO<br />

ECONÓMICA DO DISTRITO”<br />

Contribuir para a melhoria sócio económica<br />

das populações e para um desenvolvimento<br />

harmonioso e dura<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Dinamizar a economia <strong>do</strong> Distrito e integrá-la no<br />

âmbito da economia nacional<br />

Melhoria das condições com vista a permitir um<br />

convívio harmonioso entre investimentos de<br />

carácter económico e a protecção <strong>do</strong> Distrito<br />

Melhoria das condições económicas da população<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

Melhoria das condições de acesso ao ensino básico<br />

obrigatório às crianças em idade escolar<br />

*Projecto 1: Construção da Estrada que liga Ribeira Peixe à<br />

Porto Alegre<br />

Projecto 2: Estu<strong>do</strong> de viabilidade da Central Hidroeléctrica<br />

<strong>do</strong> Rio Ió Grande<br />

Projecto 3: Instalação de uma Unidade Térmica na<br />

Comunidade de Porto Alegre<br />

Projecto 4: Criação de abelhas para a produção de mel<br />

Projecto 5: Ecoturismo<br />

Projecto 6: Construção de um merca<strong>do</strong> em Angolares<br />

*Projecto 7: Construção de um Merca<strong>do</strong> em Angra Tol<strong>do</strong><br />

Praia<br />

Projecto 8: Urbanização da área de Porto Alegre<br />

Projecto 9: Reabilitação e construção de estradas rurais para<br />

facilitar o escoamento <strong>do</strong>s produtos agrícolas<br />

Projecto 10: Construção de um Sistema <strong>do</strong> Refrigeração para<br />

Conservação <strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> e outros produtos <strong>do</strong> Distrito<br />

Projecto 11: Construção de uma Escola Primária na<br />

Comunidade de Ió Grande<br />

Projecto 12: Reabilitação das Creches da Ex Empresas<br />

Agrícolas distribuídas<br />

<br />

<br />

Dinamizar e capacitar os recursos locais, quer<br />

humanos, quer naturais, com base sólida e<br />

equilibrada<br />

Criar um polo de desenvolvimento contrarian<strong>do</strong> as<br />

tendências de periferia e pobreza no distrito<br />

Projecto 13: Criação de uma Escola de Artes e Ofícios na<br />

Cidade de Angolares<br />

Projecto 14: Criação de lares de estudantes na cidade de<br />

Angolares para as crianças de Porto Alegre, Malanza, Ponta<br />

Baleia, Monte Mário e outras comunidades distantes que<br />

desejam frequentar o Ensino secundário<br />

*Projecto 15: Criação de um Lar de Estudantes para albergar<br />

os jovens <strong>do</strong>s Distritos de <strong>Caué</strong>, Lembá e da Região<br />

Autónoma <strong>do</strong> Príncipe<br />

Projecto 16: Criação de círculos de interesse locais,<br />

incluin<strong>do</strong> campanhas de alfabetização de adultos<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.74


Melhorar as condições de acesso da população à<br />

saúde<br />

Contribuir para a melhoria das condições<br />

recreativas e de ocupação <strong>do</strong>s tempos livres da<br />

população <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Projecto 17: Assistência Sanitária ao Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Projecto 18: Reabilitação <strong>do</strong> Hospital Distrital de Angolares<br />

Projecto 19: Instalação de um sistema de transporte marítimo<br />

(Bote) para evacuação de <strong>do</strong>entes <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas;<br />

Projecto 20: Instalação de uma Cabine de telefone público na<br />

comunidade de Porto Alegre<br />

Projecto 21: Instalação de uma Antena de TV na Zona Sul<br />

para permitir o acesso às populações <strong>do</strong> extremo sul <strong>do</strong> país à<br />

emissão da TVS<br />

Projecto 22: Construção de um Campo de Futebol em<br />

Angolares<br />

*Projecto que precisa de um estu<strong>do</strong> de Impacto Ambiental<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.75


PROGRAMA SÓCIO-ECONÓMICO<br />

Justificação<br />

No contexto económico geral de to<strong>do</strong>s os distritos <strong>do</strong> país incluin<strong>do</strong> a Região Autónoma <strong>do</strong><br />

Príncipe, é caracteriza<strong>do</strong> por uma crise profunda ligada a baixa taxa <strong>do</strong> crescimento<br />

económico, elevada inflação e a dependência total da capital <strong>do</strong> país.<br />

Na avaliação <strong>do</strong>s problemas e preocupações ambientais levanta<strong>do</strong>s ao nível <strong>do</strong>s diferentes<br />

distritos <strong>do</strong> país e da Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe, constatou-se uma estreita vinculação<br />

entre as questões sócio-económicas das diferentes comunidades visitadas e a qualidade <strong>do</strong><br />

ambiente das referidas localidades.<br />

As medidas de liberalização económica iniciadas em 1985 no país para tentar atrair<br />

investimentos externos e que visavam proporcionar benefícios económicos, tais como a<br />

restruturação das empresas públicas, o programa de reforma agrária etc., abrangeram<br />

grande parte das estruturas económicas <strong>do</strong> distrito e não tiveram efeitos espera<strong>do</strong>s na<br />

melhoria da situação sócio económico das comunidades distritais, ten<strong>do</strong> mesmo repercuti<strong>do</strong><br />

de forma negativa sobre a situação ambiental nos distritos.<br />

Isso demonstra como os sinais inapropria<strong>do</strong>s de política económica, ou as decisões<br />

inapropriadas de desenvolvimento económico podem conduzir a degradação da qualidade<br />

<strong>do</strong> ambiente.<br />

Existem imensos problemas que impedem um desenvolvimento harmonioso <strong>do</strong>s distritos<br />

tais como o tamanho diminuto <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, o isolamento geográfico, a não fixação <strong>do</strong>s<br />

quadros forma<strong>do</strong>s nos diferentes distritos, a dependência total em relação a capital <strong>do</strong> país,<br />

a falta de investimentos <strong>do</strong> sector priva<strong>do</strong> nacional incluin<strong>do</strong> a Região Autónoma <strong>do</strong><br />

Príncipe com a excepção <strong>do</strong> distrito de Água Grande, etc..<br />

As infra-estruturas económicas <strong>do</strong>s distritos encontram-se no esta<strong>do</strong> de total degradação<br />

com maior particularidade para estradas rurais onde o esta<strong>do</strong> avança<strong>do</strong> de deterioração<br />

impossibilita mesmo a circulação entre as diferentes zonas <strong>do</strong> distrito. As características <strong>do</strong><br />

relevo e a situação das vias de comunicação constituem handicaps para o desenvolvimento<br />

<strong>do</strong> sector <strong>do</strong>s transportes o que impede os escoamento da produção agrícola, o acesso a<br />

população de certos serviços sociais de base tais como a saúde, educação etc..<br />

Situação em <strong>Caué</strong><br />

Dadas as características particulares <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong>, o seu isolamento, a fragilidade <strong>do</strong>s<br />

seus recursos fazem com que os efeitos económicos sobre o ambiente sejam grande e<br />

devem merecer um tratamento especial e adequa<strong>do</strong>.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.76


Este distrito possui uma grande potencialidade de recursos naturais (costeiros, haliêuticos,<br />

hídricos, etc.) que devem ser aproveita<strong>do</strong>s de mo<strong>do</strong> a diminuir a pobreza reinante e com<br />

esta as consequências negativas sobre o ambiente.<br />

Alguns hábitos culturais ajudam a influenciar de forma negativa o comportamento <strong>do</strong><br />

homem perante a natureza no distrito. Neste senti<strong>do</strong> grande parte das acções previstas<br />

identificadas e seleccionadas pelos membros das diferentes comunidades <strong>do</strong> distrito não<br />

terão êxito se não forem acompanhadas de um árduo trabalho de informação, educação e<br />

sensibilização da população vis a vis ao ambiente.<br />

Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

Objectivo Geral<br />

Neste senti<strong>do</strong>, o programa sócio económico proposto para o distrito de <strong>Caué</strong> tem como<br />

objectivo geral contribuir para a melhoria das condições sócio económicas das populações e<br />

para um desenvolvimento harmonioso e dura<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Os objectivos específicos consistem em:<br />

Dinamizar a economia <strong>do</strong> Distrito e integrá-la no âmbito da economia nacional<br />

Melhorar as condições sócio-económicas com vista a permitir um convívio harmoniosos<br />

entre investimentos de carácter económico e a protecção <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> no Distrito<br />

Melhorar as condições económicas das comunidades <strong>do</strong> Distrito.<br />

I. Projecto 1: Construção da Estrada que liga Ribeira Peixe à Porto Alegre<br />

II. Projecto 2: Estu<strong>do</strong> de viabilidade da Central Hidroeléctrica <strong>do</strong> Rio Ió Grande<br />

III. Projecto 3: Instalação de uma Unidade Térmica na Comunidade de Porto<br />

Alegre<br />

IV. Projecto 4: Criação de abelhas para a produção de mel<br />

V. Projecto 5: Ecoturismo<br />

VI. Projecto 6: Construção de um merca<strong>do</strong> em Angolares<br />

VII. Projecto 7: Construção de um Merca<strong>do</strong> em Agra Tol<strong>do</strong> Praia<br />

VIII. Projecto 8: Urbanização da área de Porto Alegre<br />

IX. Projecto 9: Reabilitação e construção de estradas rurais para facilitar o<br />

escoamento <strong>do</strong>s produtos agrícolas<br />

X. Projecto 10: Construção de um Sistema <strong>do</strong> Refrigeração para Conservação <strong>do</strong><br />

pesca<strong>do</strong> e outros produtos <strong>do</strong> Distrito<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.77


XI.<br />

XII.<br />

XIII.<br />

XIV.<br />

XV.<br />

XVI.<br />

XVII.<br />

XVIII.<br />

XIX.<br />

XX.<br />

XXI.<br />

XXII.<br />

Projecto 11: Construção de uma Escola Primária na Comunidade de Ió Grande<br />

Projecto 12: Reabilitação das Creches da Ex Empresas Agrícolas distribuídas<br />

Projecto 13: Criação de uma Escola de Artes e Ofícios na Cidade de Angolares<br />

Projecto 14: Criação de lares de estudantes na cidade de Angolares para as<br />

crianças de Porto Alegre, Malanza, Ponta Baleia, Monte Mário e outras<br />

comunidades distantes que desejam frequentar o Ensino secundário<br />

Projecto 15: Criação de um Lar de Estudantes para albergar os jovens <strong>do</strong>s<br />

Distritos de Cauré, Lembá e da Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe<br />

Projecto 16: Criação de círculos de interesse locais, incluin<strong>do</strong> campanhas de<br />

alfabetização de adultos<br />

Projecto 17: Assistência Sanitária ao Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Projecto 18: Reabilitação <strong>do</strong> Hospital Distrital de Angolares<br />

Projecto 19: Instalação de um Sistema de Transporte Marítimo (Bote) para<br />

evacuação de <strong>do</strong>entes no Ilhéu das Rolas;<br />

Projecto 20: Instalação de uma Cabine de telefone público na comunidade de<br />

Porto Alegre<br />

Projecto 21: Instalação de uma Antena de TV na Zona Sul para permitir o<br />

acesso às populações <strong>do</strong> extremo sul <strong>do</strong> país à emissão da TVS<br />

Projecto 22: Construção de um Campo de Futebol em Angolares<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.78


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.79


Ficha de Projecto n.º 1<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção e reabilitação da estrada n º2 (Ribeira Peixe - Porto<br />

Alegre)<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para o desenvolvimento sócio económico <strong>do</strong> distrito<br />

4) Objectivos específicos: Diminuir o isolamento das comunidades de Porto Alegre,<br />

Malanza, Ponta Baleia, Monte Mário<br />

Melhorar as condições de escoamento <strong>do</strong>s produtos<br />

Promover o desenvolvimento <strong>do</strong> turismo na área e incentivar<br />

outros tipos de investimentos<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Maior acessibilidade às populações da zona sul <strong>do</strong> país<br />

Melhor integração da economia <strong>do</strong> distrito na economia nacional<br />

Quebra <strong>do</strong> isolamento<br />

Maior desenvolvimento da área<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r FAD<br />

Projecto que exige uma avaliação <strong>do</strong> impacto ambiental<br />

Construção e reabilitação <strong>do</strong> troço que dá acesso à zona sul <strong>do</strong><br />

país<br />

Reabilitação das pontes situadas ao longo <strong>do</strong> troço<br />

Fiscalização das construções<br />

Ministério <strong>do</strong> Equipamento Social e <strong>Ambiente</strong>/Solar Construções<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.80


Ficha de Projecto n.º 2<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Estu<strong>do</strong> para a construção de uma Central Hidroeléctrica no Rio<br />

Ió Grande<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria da situação energética <strong>do</strong> Distrito em<br />

particular e <strong>do</strong> país em geral<br />

4) Objectivos específicos: Conhecimento das reais capacidades para instalação da barragem<br />

sobre o rio Ió Grande a fim de aumentar a capacidade de<br />

produção energética <strong>do</strong> distrito em particular e <strong>do</strong> país em geral<br />

Diminuição de despesas com a produção de energia através da<br />

Central Térmica<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Relatório sobre as reais potencialidades para instalação da<br />

barragem sobre o rio Ió Grande<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismo<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r CEE<br />

Estu<strong>do</strong>s de viabilidade<br />

Estu<strong>do</strong>s de Impacto Ambiental<br />

Procura de Financiamento<br />

DRNE - EMAE<br />

* Projecto que exige uma avaliação <strong>do</strong> impacto ambiental<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.81


Ficha de Projecto n.º 3<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Instalação de uma Unidade Térmica na comunidade de Porto<br />

Alegre<br />

2) Localização geográfica: Porto Alegre – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria <strong>do</strong> desenvolvimento sócio económico<br />

da comunidade de Porto Alegre<br />

4) Objectivos específicos: Melhorar a situação energética da comunidade de Porto Alegre<br />

Criar um maior dinamismo económico e social na comunidade<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Energia eléctrica disponível para a comunidade de Porto Alegre<br />

Estabelecimento de algumas actividades de caracter económico<br />

na comunidade<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

* Projecto que exige uma avaliação <strong>do</strong> impacto ambiental<br />

Identificação e localização da área para a instalação da Unidade<br />

térmica<br />

Instalação da Unidade Térmica<br />

EMAE – Câmara Distrital<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.82


Ficha de Projecto n º 4<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Criação de Abelhas para a Produção de Mel<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria da situação alimentar da população<br />

4) Objectivos específicos: Contribuir para a protecção <strong>do</strong>s enxames de abelhas nacionais<br />

produtoras de mel<br />

Melhorar o nível de rendimento familiar<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Abastecimento <strong>do</strong> mel ao merca<strong>do</strong> nacional<br />

Protecção das abelhas<br />

Ingresso financeiro complementar aos agricultores<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agência/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos: ECOFAC<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r ECOFAC<br />

Formação de agricultores no <strong>do</strong>mínio da agricultura<br />

Concessão aos agricultores de meios materiais para a construção<br />

de colmeias<br />

Pequenos Agricultores/ECOFAC<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.83


Ficha de Projecto n º 5<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Eco-turismo<br />

2) Localização geográfica: Florestas primárias de <strong>Caué</strong>, Me Zóchi, e Lembá<br />

3) Objectivos gerais: Promover o desenvolvimento de um turismo ecológico<br />

4) Objectivos específicos: Aproveitamento das potencialidades naturais para o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> turismo<br />

Valorização económica das áreas <strong>do</strong> Parque Natural<br />

Valorização científica da biodiversidade <strong>do</strong> Parque<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Obtenção de um circuito turístico nas áreas <strong>do</strong> Parque Nacional<br />

Um grupo de Guias com conhecimentos práticos forma<strong>do</strong><br />

Preparação de um livro-guia com os principais circuitos<br />

turísticos<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E.<br />

Formação de Eco-guias<br />

Elaboração da carta de circuitos turísticos<br />

Preparação <strong>do</strong> Livro-guia<br />

Direcção <strong>do</strong> Turismo e Hotelaria/ECOFAC/ONG’s<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.84


Ficha de Projecto n º 6<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de um merca<strong>do</strong> na cidade de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Angolares – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria sócio económica <strong>do</strong> distrito<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria da organização da venda <strong>do</strong>s produtos no Distrito<br />

Melhoria das condições higiénicas no local de venda<br />

Maior dinamismo no intercâmbio comercial<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um merca<strong>do</strong> mais digno para a população <strong>do</strong> distrito<br />

Uma maior dinâmica <strong>do</strong> sector comercial<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

Localização da área<br />

Elaboração <strong>do</strong> projecto<br />

Busca de financiamento<br />

Obras de construção<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral/Governo<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.85


Ficha de Projecto n º 7<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de um merca<strong>do</strong> em Angra Tol<strong>do</strong> Praia<br />

2) Localização geográfica: Angra Tol<strong>do</strong> Praia - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria sócio económica e higienico-sanitária<br />

da população de Angra Tol<strong>do</strong><br />

4) Objectivos específicos: Melhoria da organização de venda <strong>do</strong>s produtos em Angra Tol<strong>do</strong><br />

Melhoria das condições higiénicas no local de venda<br />

Maior dinamismo no intercâmbio comercial<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um merca<strong>do</strong> mais digno para a população <strong>do</strong> distrito<br />

Uma maior dinâmica <strong>do</strong> sector comercial<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

Localização da área<br />

Elaboração <strong>do</strong> projecto<br />

Busca de financiamento<br />

Obras de construção<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral/Governo<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.86


Ficha de Projecto n º 8<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Urbanização da área de Porto Alegre<br />

2) Localização geográfica: Porto Alegre – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Criação das condições para o surgimento de um polo de<br />

desenvolvimento na Zona Sul <strong>do</strong> país<br />

4) Objectivos específicos: Aproveitamento das condições geográfico naturais para a<br />

instalação de uma zona urbanizada no Sul <strong>do</strong> país<br />

Redução <strong>do</strong> fenómeno migratório para a capital <strong>do</strong> país, através<br />

da fixação das populações no distrito<br />

Redução <strong>do</strong> fenómeno da pobreza pela descentralização das<br />

actividades de desenvolvimento <strong>do</strong> país<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Criação de uma nova zona de desenvolvimento <strong>do</strong> país<br />

Melhor aproveitamento <strong>do</strong>s recursos naturais da zona<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismo<br />

responsável da Execução:<br />

Estu<strong>do</strong> de viabilidade <strong>do</strong> projecto<br />

Estu<strong>do</strong> de impacto Ambiental<br />

Elaboração <strong>do</strong> Plano de Urbanização<br />

Busca de financiamento<br />

DOTMA – Câmara Distrital<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.87


Ficha de Projecto n º 9<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Reabilitação e construção de estradas rurais para facilitar o<br />

escoamento <strong>do</strong>s produtos agrícolas<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para o desenvolvimento económico e social durável<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Estabelecer uma maior comunicação entre as diferentes<br />

comunidades <strong>do</strong> distrito<br />

Facilitar o acesso aos centros de produção<br />

Criar uma maior dinâmica de intercâmbio económico no seio <strong>do</strong><br />

distrito<br />

Permitir a evacuação <strong>do</strong>s produtos agrícolas <strong>do</strong> Distrito<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Aumento da produção <strong>do</strong>s produtos locais<br />

Melhoria <strong>do</strong>s indica<strong>do</strong>res sócio-económicos <strong>do</strong> distrito<br />

Melhoria das vias de comunicação<br />

Quebra de isolamento das comunidades rurais<br />

Diminuição <strong>do</strong> êxo<strong>do</strong> rural<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Identificação/selecção das vias rurais prioritárias para serem<br />

reabilitadas ou construídas<br />

Reparação das vias mais degradadas<br />

Construção de novas vias<br />

Ministério da Agricultura/Ministério <strong>do</strong> Equipamento Social e<br />

<strong>Ambiente</strong>/PNAPAF<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r FENU/STABEX/PNUD/PNAPAF/U.E./CFD<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.88


Ficha de Projecto n º 10<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de um Sistema de Refrigeração para conservação <strong>do</strong><br />

pesca<strong>do</strong> e outros produtos <strong>do</strong> distrito.<br />

2) Localização geográfica: Cidade de Angolares – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Promoção das actividades de desenvolvimento sócio económico<br />

das populações <strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Estimular as iniciativas locais de desenvolvimento<br />

Permitir a conservação de excedentes de produção locais<br />

Criar uma nova dinâmica nas actividades locais de<br />

desenvolvimento<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Não deterioração <strong>do</strong>s excedentes de produção locais<br />

Aumento <strong>do</strong> processo de trocas comerciais ao nível <strong>do</strong> distrito<br />

Um sistema de refrigeração e conservação de produtos instala<strong>do</strong><br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Identificação e Localização da área para a instalação <strong>do</strong><br />

Frigorífico<br />

Identificação das fontes de financiamento<br />

Instalação <strong>do</strong> sistema<br />

Governo/Câmara Distrital<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.89


Ficha de Projecto n º 11<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de uma Escola primária na comunidade de Ió Grande<br />

2) Localização geográfica: Ió Grande – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Melhoria das condições de acesso ao ensino básico obrigatório às<br />

crianças em idade escolar<br />

Contribuir para a redução das taxas de analfabetismo infantil<br />

rural<br />

4) Objectivos específicos: Encorajar o acesso à escola às ........ crianças residentes na<br />

comunidade de Ió Grande<br />

Estimular a fixação de habitantes na zona<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: .......crianças da comunidade de Ió Grande a frequentarem o<br />

Ensino Básico<br />

Criação de mecanismos de interacção e articulação entre a<br />

Escola e a comunidade<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Identificação e Localização da área para a construção<br />

Identificação das fontes de financiamento<br />

Construção da Escola<br />

Ministério da Educação/Câmara Distrital/Comunidade Local<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.90


Ficha de Projecto n º 12<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Reabilitação das Creches das ex-Empresas Agrícolas distribuídas<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Melhoria das condições sociais da população <strong>do</strong> Distrito<br />

Contribuir para a diminuição das taxas de analfabetismo rural<br />

4) Objectivos específicos: Encorajar o processo de aumento da produção agrícola<br />

Incentivar a ida progressiva das crianças à escola<br />

Criar um quadro favorável ao desenvolvimento das actividades<br />

culturais na tenra idade ao nível rural<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Creches das ex-empresas agrícolas reabilitadas<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Identificação das principais creches a serem reabilitadas<br />

Busca de financiamento<br />

Actividades de reabilitação das creches<br />

Ministério da Educação/Câmara Distrital/Comunidades Locais<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UNICEF<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.91


Ficha de Projecto n º 13<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Criação de uma Escola de Artes e Ofícios na Cidade de<br />

Angolares<br />

2) Localização geográfica: Cidade de Angolares - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Dinamizar e capacitar os recursos locais, quer humanos quer<br />

naturais, com base sólida e equilibrada.<br />

Criar um polo de desenvolvimento contrarian<strong>do</strong> as tendências de<br />

periferia e de pobreza na zona<br />

4) Objectivos específicos: Reforçar as capacidades locais e suas sinergias<br />

Estimular a fixação de habitantes na zona<br />

Promover e dignificar os ofícios tradicionais<br />

Criar riqueza endógena, nomeadamente por via de utilização e<br />

rentabilização de recursos locais em matérias primas renováveis<br />

Satisfazer a procura interna de alguns bens e serviços<br />

Fomentar o aparecimento de novas empresas e micro-empresas e<br />

reforçar ou ampliar a capacidade instalada das já existentes<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Criação de mecanismos de interacção e articulação entre o<br />

Centro/Escola e a comunidade<br />

Formação de forma<strong>do</strong>res<br />

Formação específica intensiva e descentralizada<br />

Reforço de iniciativas imergentes nos sectores de agricultura,<br />

pesca, turismo rural, artes e ofícios tradicionais, construção de<br />

habitações, etc.<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Investigação e estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> meio<br />

Formação<br />

Pesquisa e promoção <strong>do</strong>s materiais locais<br />

Informação/Documentação/Biblioteca<br />

CIAC/CIDADC/IED/UNESCO<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E/ONG’s internacionais<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.92


Ficha de Projecto n º 14<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Criação de um Lar de estudantes na cidade de Angolares para os<br />

estudantes de Porto Alegre, Malanza, Ponta Baleia, Monte Mário<br />

e outras comunidades distantes que desejam frequentar o Ensino<br />

Secundário<br />

2) Localização geográfica: Angolares – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para aumentar o nível educacional e cultural e social<br />

da população <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Melhoria de acesso ao ensino secundário aos estudantes de todas<br />

as comunidades <strong>do</strong> Distrito<br />

Melhoria <strong>do</strong> nível educacional e cultural <strong>do</strong>s jovens de <strong>Caué</strong><br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Maior nível cultural da população <strong>do</strong> distrito<br />

Aumento <strong>do</strong>s recursos humanos mais capacita<strong>do</strong>s<br />

Maior desenvolvimento para o distrito<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Levantamento <strong>do</strong> número de estudantes interessa<strong>do</strong>s em<br />

prosseguir os estu<strong>do</strong>s secundários<br />

Localização da área para construção <strong>do</strong> lar<br />

Elaboração <strong>do</strong> projecto de Lar<br />

Busca de financiamento<br />

Obras de construção<br />

Ministério da Educação/Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.93


Ficha de Projecto n º 15<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de um Lar de Estudantes para albergar os jovens<br />

<strong>do</strong>s Distritos de <strong>Caué</strong>, Lembá e da Região Autónoma <strong>do</strong><br />

Príncipe que desejam frequentar o Ensino Liceal<br />

2) Localização geográfica: Cidade de São Tomé- Distrito de Agua Grande<br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para aumentar o nível educacional e cultural e social<br />

da população <strong>do</strong>s distrito de <strong>Caué</strong>, Lembá e da Região<br />

Autónoma <strong>do</strong> Príncipe<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria de acesso ao ensino liceal aos estudantes <strong>do</strong>s Distritos<br />

de Lembá, <strong>Caué</strong> e Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe<br />

Melhoria <strong>do</strong> nível educacional e cultural <strong>do</strong>s jovens dessas<br />

regiões<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Maior nível cultural da população de <strong>Caué</strong>, Lembá e Príncipe<br />

Aumento <strong>do</strong>s recursos humanos mais capacita<strong>do</strong>s ao nível local<br />

Maior desenvolvimento nestes distritos e na Região Autónoma<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Levantamento <strong>do</strong> número de estudantes interessa<strong>do</strong>s em<br />

prosseguir os estu<strong>do</strong>s liceais<br />

Localização da área para construção <strong>do</strong> Lar<br />

Elaboração <strong>do</strong> projecto de Lar<br />

Busca de financiamento<br />

Obras de construção<br />

Ministério da Educação<br />

<br />

Projecto a ser implementa<strong>do</strong> no Distrito de Agua Grande<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.94


Ficha de Projecto n º 16<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Criação de círculos de interesse locais, incluin<strong>do</strong> campanhas de<br />

alfabetização de adultos<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para uma melhor qualidade de vida da população,<br />

através de uma participação mais activa na vida <strong>do</strong> distrito e<br />

elevação <strong>do</strong> nível de alfabetização<br />

4) Objectivos específicos: Promover a participação da população na solução <strong>do</strong>s problemas<br />

locais<br />

Criar iniciativas locais para melhoria <strong>do</strong> rendimento familiar<br />

Apoiar e incentivar as iniciativas locais que contribuam para o<br />

desenvolvimento da comunidade<br />

Elevar o nível cultural das comunidades através de cursos de<br />

alfabetização<br />

Promover a informação e a sensibilização da população sobre o<br />

ambiente através <strong>do</strong>s circuitos não formais<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Criação de uma dinâmica participativa ao nível das comunidades<br />

Surgimento de Associações sócio-profissionais para execução de<br />

micro projectos<br />

Alfabetização das camadas adultas da população<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Constituição de Associações, Grupos de interesses profissionais<br />

Formações práticas em gestão de projectos comunitários<br />

Aulas de alfabetização<br />

Campanhas de sensibilização e de informação sobre a<br />

problemática ambiental<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong>/ONG’s<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r CFD/PNUD/Cooperação Bilateral/U.E/UNESCO.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.95


Ficha de Projecto n º 17<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Assistência Sanitária ao Distrito de <strong>Caué</strong><br />

2) Localização geográfica: <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria sanitária da população<br />

4) Objectivos específicos: Execução de uma assistência sanitária às populações de <strong>Caué</strong><br />

Melhoria da prestação de serviços de saúde à população<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Maior cobertura sanitária à população<br />

Descongestionamento <strong>do</strong> Hospital Central<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

Assistência médica e medicamentosa<br />

Assistência preventiva e curativa<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Ministério da Saúde/AMI<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/AMI<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.96


Ficha de Projecto n º 18<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Reabilitação <strong>do</strong> Hospital Distrital de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Angolares – Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria da cobertura sanitária <strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Dotar o Distrito de <strong>Caué</strong> de um sistema de assistência sanitária<br />

mais abrangente e mais especializada<br />

Reduzir as taxas de morbilidade e de mortalidade sobretu<strong>do</strong><br />

infantis, ao nível <strong>do</strong> Distrito, causadas pelos diversos tipos de<br />

<strong>do</strong>enças endémicas devidas à contaminação <strong>do</strong> ambiente<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um centro hospitalar em funcionamento e com capacidade para<br />

atender os diversos casos de necessidade de intervenção clínica<br />

da população <strong>do</strong> Distrito<br />

Menor dependência da população <strong>do</strong> distrito ao Centro<br />

Hospitalar de São Tomé<br />

Capacitação/valorização <strong>do</strong>s recursos distritais em matéria de<br />

saúde<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> impacto ambiental<br />

Identificação e localização da área destinada à construção <strong>do</strong><br />

policlínico<br />

Identificação das Fontes de financiamento<br />

Construção <strong>do</strong> Policlínico<br />

Constituição e formação <strong>do</strong> pessoal médico e assistente<br />

Ministério da Saúde/Ministério <strong>do</strong> equipamento Social e<br />

<strong>Ambiente</strong>/Câmara Distrital<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.97


Ficha de Projecto n º 19<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Instalação de um Sistema de Transporte marítimo (Bote) para a<br />

evacuação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes no Ilhéu das Rolas<br />

2) Localização geográfica: Ilhéu das Rolas - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições de saúde da população<br />

<strong>do</strong> Ilhéu das Rolas<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria da prestação de serviços de saúde à população<br />

Melhorar as condições de evacuação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes <strong>do</strong> Ilhéu das<br />

Rolas<br />

Melhoria de aceso ao serviço especializa<strong>do</strong> de saúde às<br />

populações <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas<br />

Diminuição <strong>do</strong> isolamento da população <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Redução de acidentes causa<strong>do</strong>s pela evacuação de <strong>do</strong>entes em<br />

condições inadequadas<br />

Maior segurança sanitária para a população <strong>do</strong> Ilhéu<br />

Maior acessibilidade ao Hospital<br />

Eliminação <strong>do</strong>s riscos causa<strong>do</strong>s pelos acidentes ou <strong>do</strong>enças<br />

espontâneas<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Aquisição de um bote e de um motor<br />

Preparação de um indivíduo para manejar o bote<br />

Aquisição de combustível<br />

Ministério da Saúde<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.98


Ficha de Projecto n º 20<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Instalação de uma Cabine Pública de telefone em Porto Alegre<br />

2) Localização geográfica: Porto Alegre - <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a diminuição <strong>do</strong> isolamento das comunidades de<br />

Porto Alegre, Malanza, Ponta Baleia, Santa Josefina e outras<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria da comunicação entre a Zona Sul e outras áreas <strong>do</strong> país<br />

Maior rapidez para a prestação de ajuda ou socorros às referidas<br />

comunidades<br />

Maior intercâmbio no <strong>do</strong>mínio da informação entre as referidas<br />

comunidades e outras áreas <strong>do</strong> país<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Menor isolamento da população <strong>do</strong> extremo sul <strong>do</strong> país<br />

Maior comunicação<br />

Maiores possibilidades de socorrer as populações acidentadas ou<br />

<strong>do</strong>entes destas comunidades<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

Construção da Cabine Pública<br />

Instalação <strong>do</strong> telefone público<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

CST<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r CST<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.99


Ficha de Projecto n º 21<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Instalação de uma Antena de TV na Zona Sul para permitir o<br />

acesso às populações <strong>do</strong> extremo sul <strong>do</strong> país à Emissão da TVS<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a diminuição <strong>do</strong> isolamento das comunidades<br />

que residem no extremo sul <strong>do</strong> país<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria <strong>do</strong> acesso às informações da população <strong>do</strong> sul<br />

Melhoria das condições de recreação e diversão à população <strong>do</strong><br />

sul<br />

Aumento <strong>do</strong> nível cultural e educacional da população <strong>do</strong><br />

extremo sul<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Comunidade melhor informada e mais bem educada<br />

Maiores condições de recreação e diversão<br />

Controlo demográfico<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r CST<br />

Localização da área<br />

Preparação <strong>do</strong> local<br />

Aquisição <strong>do</strong>s materiais<br />

Construção e montagem<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.100


Ficha de Projecto n º 22<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Socio Económico<br />

1) Titulo: Construção de um campo de Futebol em Angolares<br />

2) Localização geográfica: Cidade de Angolares - <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais:<br />

4) Objectivos específicos:<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s:<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.101


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA “AGUA”<br />

Dotar todas as comunidades <strong>do</strong> distrito de<br />

<strong>Caué</strong> de um sistema de água potável<br />

reforço <strong>do</strong> actual sistema de distribuição de água à<br />

cidade de Angolares com vista a satisfazer as<br />

actuais necessidades de água da população da<br />

capital <strong>do</strong> distrito<br />

Projecto 23: Melhoria e Extensão <strong>do</strong> subsistema de<br />

abastecimento de água à cidade de São João <strong>do</strong>s Angolares<br />

abastecimento em 100% da população <strong>do</strong> distrito<br />

com água potável<br />

melhorar a qualidade de água de consumo das 33<br />

comunidades <strong>do</strong> distrito) protegen<strong>do</strong> as áreas de<br />

captação e as fontes naturais de abastecimento.<br />

Projecto 24: Delimitação das áreas de captação das estações<br />

de tratamento e <strong>do</strong>s reservatórios com a criação de perímetros<br />

de protecção devidamente veda<strong>do</strong>s.<br />

Dotar a comunidade de ilhéu das Rolas de um<br />

sistema de abastecimento de água potável<br />

<br />

melhorar a qualidade de água de consumo das<br />

comunidades residentes nas antigas empresas<br />

agrícolas e suas dependências<br />

Projecto 25: Identificação das fontes naturais de<br />

abastecimento de água às diversas comunidades <strong>do</strong> distrito,<br />

delimitação das áreas a proteger e construção de sistemas de<br />

protecção.<br />

Projecto 26: Instalação de um sistema de abastecimento de<br />

água potável ao Ilhéu das Rolas com captação a partir de<br />

Porto Alegre<br />

Projecto 27: Reabilitação e ampliação <strong>do</strong> sistema de<br />

abastecimento de água às empresas agrícolas e suas<br />

dependências assim como protecção das áreas de captação<br />

das mesmas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.102


PROGRAMA ÁGUA<br />

JUSTIFICAÇÃO<br />

Aproximadamente 90% das comunidades visitadas e <strong>do</strong>s grupos alvo entrevista<strong>do</strong>s<br />

expressaram como preocupação de grande prioridade as relacionadas com a<br />

disponibilidade e qualidade da água de consumo.<br />

Apesar de haver uma grande potencialidade de recursos de água no país onde os<br />

recursos médios anuais teoricamente existentes estão estima<strong>do</strong>s em 2.000 milhões de<br />

metros cúbicos em São Tomé e 180 milhões no Príncipe, é bastante escassa a<br />

acessibilidade e a disponibilidade deste importante recurso a população.<br />

Entre as dificuldades encontradas para o abastecimento normal de água às diversas<br />

comunidades salienta-se a sub-valorização <strong>do</strong>s preços pratica<strong>do</strong>s pelo sector que faz a<br />

gestão das águas, a utilização de forma gratuita <strong>do</strong>s fontanários públicos o que origina a<br />

utilização de forma irracional das águas com uma taxa de perda bastante elevada<br />

nalgumas zonas e a falta da água noutras dan<strong>do</strong> assim origem a uma má prestação <strong>do</strong>s<br />

serviços por parte <strong>do</strong> sector responsável<br />

Para além da disponibilidade da água, a qualidade deste líqui<strong>do</strong> consumi<strong>do</strong> pela<br />

população é de muito baixa qualidade.<br />

Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Plano Director da Água “Etude du Plan Directeur des<br />

Systemes d´AEPA – Rapport R3 Normes et Criters”, foram feitas análises às diversas<br />

amostras de águas recolhidas ao nível das captações e diversas fontes de distribuição de<br />

água tanto nas áreas urbanas como rurais.<br />

Foram utiliza<strong>do</strong>s três tipos de meios de cultura para a análise bacteriológica das referidas<br />

amostras, nomeadamente:<br />

‣ AZIDE - para os streptocoques fecais<br />

‣ MFC - para os coliformes fecais<br />

‣ Tergitol TTC - para os coliformes<br />

As análises deram como resulta<strong>do</strong>s que todas as amostras sem excepção continham<br />

coliformes e streptocoques fecais. Para o referi<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, todas estas aguas eram<br />

consideradas não potáveis segun<strong>do</strong> as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS).<br />

Segun<strong>do</strong> ainda o mesmo estu<strong>do</strong>, o nível de contaminação variava segun<strong>do</strong> as áreas de<br />

captação. As duas captações de água de superfície (Rio Manuel Jorge e Água Moreira)<br />

que abastecem os distritos de Mé Zochi e Água Grande são as mais poluídas assim como<br />

certas captações das fontes de Água Clara 2, 4 e 5. Em contrapartida uma grande parte<br />

das fontes naturais apresentam um nível de contaminação relativamente baixo (com<br />

aproximadamente menos de <strong>do</strong>is coliformes fecais por cada 100 ml).<br />

Ao nível das águas saídas nos fontanários públicos as contaminações são<br />

aproximadamente iguais às verificadas nas áreas de captações que alimentam as<br />

referidas torneiras.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.103


As águas de torneiras mais poluídas são as alimentadas pelas captações <strong>do</strong> Rio Manuel<br />

Jorge, Água Grande e Água Clara 5. No entanto as torneiras alimentadas pelas captações<br />

menos poluídas tais como Santana possuem água de melhor qualidade.<br />

Mesmo ao nível das áreas rurais as amostras recolhidas deram como resulta<strong>do</strong>s a<br />

contaminação das fontes pelos coliformes e streptocoques fecais. Os níveis de<br />

contaminação verifica<strong>do</strong>s nas mesmas colocam as referidas fontes fora das normas<br />

aprovadas pela OMS.<br />

Segun<strong>do</strong> ainda o mesmo estu<strong>do</strong>, esta forte contaminação das águas incluin<strong>do</strong> as<br />

subterrâneas estão certamente ligadas à natureza <strong>do</strong> subsolo nacional. Os basaltos<br />

fisura<strong>do</strong>s e recobertos por um solo de pouca espessura não conseguem assegurar uma<br />

boa filtração das águas ao serem infiltradas o que origina o transporte das bactérias às<br />

referidas águas. Outra das causas da contaminação está relacionada com a falta de<br />

delimitação e de medidas de protecção das áreas de captação das águas.<br />

A má qualidade da água de consumo no país constitui um problema bastante preocupante<br />

e generaliza<strong>do</strong> .<br />

Não será possível eliminar à curto prazo todas as causas de contaminação. No entanto<br />

algumas medidas de baixo custo podem ser implementadas, segun<strong>do</strong> o Plano Director de<br />

Água, com vista a melhorar a qualidade da mesma num futuro próximo, tais como:<br />

1. Suprimir a alimentação <strong>do</strong> reservatório de Bobo Forro com as águas superficiais<br />

provenientes de Água Morreira, propon<strong>do</strong> uma outra alimentação alternativa tal como<br />

a conduta já existente também na fonte de Água Morreira;<br />

2. Desconectar a fonte de Água Clara número 5 da rede que alimenta a capital passan<strong>do</strong><br />

a rede a ser alimentada apenas pelas captações número 1 e 2;<br />

3. Reabilitação das estações de filtração de água que abastece S.João <strong>do</strong>s Angolares e<br />

Trindade;<br />

4. Reforçar o sistema de abastecimento de Santana com uma nova fonte, à de Agua<br />

Tomé. Construção de captações e de sistemas de filtragem<br />

5. Criar perímetros de protecção para todas as captações onde os níveis de poluição são<br />

superiores a 100 coliformes fecais por 100 ml de água.<br />

Outras medidas que devem ser tomadas com vista a melhorar a qualidade das águas<br />

consiste na implementação <strong>do</strong> processo de cloração das águas e na protecção das<br />

estações de captação e na diminuição de utilização das águas superficiais para o<br />

consumo.<br />

O processo de cloração permitirá reduzir a poluição.<br />

Os equipamentos necessários para este processo já estão instala<strong>do</strong>s nas principais redes<br />

de abastecimento de água <strong>do</strong> país, tais como:<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.104


Sistema de abastecimento à Trindade e Angolares instaladas no momento <strong>do</strong>s<br />

trabalhos efectua<strong>do</strong>s para o abastecimento de água a essas regiões no ano de<br />

1989;<br />

Sistema de abastecimento a cidade de São Tomé no quadro <strong>do</strong>s trabalhos da<br />

FED já realiza<strong>do</strong>.<br />

Para a protecção das áreas de captação necessário se torna delimitar e cercar um<br />

determina<strong>do</strong> perímetro à volta da área de captação onde serão proibidas certas<br />

actividades. A jurisdição destes perímetros de protecção deve ser definida por um<br />

regulamento, depois da sua aprovação pelos sectores competentes tais como a Direcção<br />

<strong>do</strong>s Recursos Naturais e Energia, Empresa de Água e Electricidade , Ministério da Saúde<br />

e o Ministério da Agricultura.<br />

Como exemplo de protecção das áreas de captações estabelece-se como:<br />

‣ Perímetro Mínimo – uma área de 20m x 20m a volta da captação, cercada, onde<br />

será feita a reflorestação. Todas as actividades humanas serão interditas com a<br />

excepção das actividades de manutenção da captação;<br />

‣ Perímetro Médio – uma área de 100m x 100m à volta da captação apenas<br />

delimitada com marcos e não será fechada. Será interdita a construção de casas e de<br />

infra-estruturas sanitárias;<br />

‣ Perímetro Grande – com áreas de 500m x 500m à volta da área de captação onde<br />

os agricultores serão interditos a usarem pesticidas.<br />

Respeitante as águas superficiais necessário se torna diminuir o nível de utilização das<br />

referidas águas para o consumo já que as analises demonstraram que a maioria das<br />

fontes estão extremamente poluídas.<br />

Situação no Distrito de <strong>Caué</strong><br />

O sistema de abastecimento de água ao distrito de <strong>Caué</strong> está constituí<strong>do</strong> por várias<br />

redes de abastecimento sen<strong>do</strong> algumas comunidades abastecidas com redes das<br />

empresas agrícola e outras como São João <strong>do</strong>s Angolares que actualmente é alimentada<br />

pela captação das águas superficiais situadas aproximadamente 1 km de distancia desta<br />

cidade.<br />

Segun<strong>do</strong> o plano Director da água, o débito deste curso de água é bastante baixo com<br />

aproximadamente 45m 3 por dia na estação.<br />

Este débito é bastante insuficiente para cobrir as necessidades em água <strong>do</strong>s habitantes<br />

<strong>do</strong>s Angolares. A disponibilidade de água não ultrapassa os 25 litros por dia para cada<br />

habitante constituin<strong>do</strong> assim a mais baixa de to<strong>do</strong>s os sistemas geri<strong>do</strong>s pela EMAE.<br />

O sistema que abastece São João <strong>do</strong>s Angolares foi <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de uma estação de<br />

tratamento que nunca funcionou originan<strong>do</strong> que a água hoje consumida nesta cidade seja<br />

bastante poluída. Todas as análises bacteriológicas realizadas nas amostras da referida<br />

água deram o resulta<strong>do</strong> de poluição como positiva<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.105


Os trabalhos deverão ser realiza<strong>do</strong>s neste sistema com vista a aumentar os recursos<br />

disponíveis para se obter no mínimo 250m 3 de água por dia.<br />

Necessário se torna também encontrar uma nova fonte de água de melhor qualidade com<br />

vista a ultrapassar a situação <strong>do</strong> não funcionamento da estação de filtração.<br />

Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

O objectivo geral deste programa para o distrito de <strong>Caué</strong> consiste em <strong>do</strong>tar todas as<br />

comunidades que conformam o referi<strong>do</strong> distrito de um sistema de água potável até ao ano<br />

2015.<br />

Os objectivos específicos preconiza<strong>do</strong>s são:<br />

‣ A construção de um novo sistema para o abastecimento de água a Angolares com<br />

vista a reforçar o sistema antigo de mo<strong>do</strong> a satisfazer as actuais necessidades de<br />

água à população desta cidade.<br />

‣ Abastecimento 80 % da população <strong>do</strong> distrito com água potável na primeira fase de<br />

actividade<br />

‣ Abastecimento <strong>do</strong>s restantes 20 % numa segunda fase.<br />

‣ Melhoria da qualidade da água de consumo às 33 comunidades <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong><br />

(100 % da população <strong>do</strong> distrito) protegen<strong>do</strong> as áreas de captação e as fontes<br />

naturais de abastecimento destas comunidades.<br />

Para o cumprimento <strong>do</strong> Programa “Água” foram identifica<strong>do</strong>s 5 projectos para o distrito de<br />

<strong>Caué</strong>.<br />

I. Projecto n.º 23 – Melhoria e Extensão <strong>do</strong> Sub-sistema de Angolares<br />

I. Projecto n.º 24 – Delimitação das áreas de captação das estações de<br />

tratamento e <strong>do</strong>s reservatórios com a criação de perímetros de protecção<br />

devidamente veda<strong>do</strong>s;<br />

II.<br />

III.<br />

IV.<br />

Projecto n.º 25 – Identificação das fontes naturais de abastecimento de<br />

água as diversas comunidades, delimitação das áreas a proteger e construção<br />

de sistemas de protecção;<br />

Projecto n.º 26 – Instalação de um sistema de abastecimento de água<br />

potável ao Ilhéu das Rolas com a captação a partir de Porto Alegre;<br />

Projecto n.º 27 – Reabilitação e ampliação <strong>do</strong> sistema de abastecimento de<br />

água às empresas agrícolas e suas dependências assim como protecção das<br />

áreas de captação das mesmas.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.106


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.107


Ficha de Projecto n.º 23<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa ÁGUA…………<br />

1) Titulo: Melhoria e extensão <strong>do</strong> sub-sistema de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Cidade de Angolares<br />

3) Objectivos gerais: Dotar a população da cidade de Angolares de um sistema de<br />

água potável<br />

4) Objectivos específicos: Aumentar a disponibilidade da água para atingir um mínimo de<br />

250m3/dia<br />

Melhorar a qualidade da água de consumo, através da captação<br />

de uma fonte de melhor qualidade.<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Aumento da capacidade <strong>do</strong> volume da água à população<br />

Disponibilidade de água potável para a população de Angolares<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro 187.000 USD<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UE<br />

Criação de 4 novas fontes de captação de água e sua canalização<br />

para a estação de tratamento<br />

Reabilitação da Estação de Tratamento<br />

EMAE<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.108


Ficha de Projecto n.º 24<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Programa ÁGUA………<br />

1) Titulo: Delimitação das áreas de captação das estações de tratamento e<br />

<strong>do</strong>s reservatórios que abastecem a cidade de Angolares com a<br />

criação de perímetros de protecção devidamente veda<strong>do</strong>s<br />

2) Localização geográfica: Angolares - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Melhorar a qualidade da água de consumo da população da<br />

cidade de Angolares protegen<strong>do</strong> as áreas de captação, estações<br />

de tratamento e <strong>do</strong>s seus reservatórios<br />

4) Objectivos específicos: Evitar todas as actividades humanas que possam causar a<br />

contaminação das fontes de captação e estações de tratamento<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Implementação de um sistema de abastecimento com água de<br />

qualidade para a população de Angolares<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

Delimitação de uma área em volta das instalações de captação e<br />

das estações de tratamento e sua vedação e reflorestação.<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

EMAE/DRNE<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro a definir<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U E? UNICEF? OMS? PNUD? Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.109


Ficha de Projecto n.º 25<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa ÁGUA………<br />

1) Titulo: Identificação das fontes naturais de abastecimento de água às<br />

diversas comunidades, delimitação das áreas a proteger e<br />

construção de sistemas de protecção<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para que 80% da população <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> tenha<br />

acesso à agua potável<br />

4) Objectivos específicos: Melhorar a qualidade da água de consumo das comunidades.......<br />

protegen<strong>do</strong> as fontes naturais de abastecimento dessas<br />

comunidades<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Protecção de x .... fontes naturais nas localidades..........<br />

Melhoramento da qualidade da água em ....... comunidades<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UNICEF/PNUD<br />

Identificação das Fontes a proteger<br />

Delimitação das áreas a proteger<br />

Construção de sistemas de protecção<br />

Ministério da saúde/Direcção <strong>do</strong>s Cuida<strong>do</strong>s Primário de Saúde<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.110


Ficha de Projecto n.º 26<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Programa ÁGUA………<br />

1) Titulo: Instalação de um sistema de água potável ao Ilhéu das Rolas com<br />

captação a partir de Porto Alegre<br />

2) Localização geográfica: Ilhéu das Rolas - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para que toda a população <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas tenha<br />

acesso à agua potável<br />

4) Objectivos específicos: Dotar a comunidade <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas de um sistema de<br />

abastecimento em água potável<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Aprovisionamento em água potável à população <strong>do</strong> Ilhéu<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Construção de uma rede de conduta de água potável ao Ilhéu<br />

através das fontes existentes em Porto Alegre<br />

Construção da estação de tratamento<br />

Protecção das áreas de captação e da estações de tratamento.<br />

DRNE/EMAE<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r CEE, Priva<strong>do</strong>s PNUD<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.111


Ficha de Projecto n.º 27<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Programa ÁGUA………<br />

1) Titulo: Reabilitação e ampliação <strong>do</strong> sistema de abastecimento de água às<br />

empresas agrícolas e suas dependências e protecção das áreas de<br />

captação das mesmas<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para que as comunidades residentes nas empresas<br />

agrícolas e suas dependências tenham acesso à agua potável<br />

4) Objectivos específicos: Melhorar a qualidade da água de consumo das comunidades.<br />

residentes nas empresas agrícolas <strong>do</strong> Distrito<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: As redes de distribuição de água às empresas agrícolas<br />

reabilitadas<br />

Aguas de abastecimento tratadas<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Levantamento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> das diversas captações<br />

Reabilitação das captações e construção das estações de<br />

tratamento<br />

Protecção das áreas de captação e das estações de tratamento<br />

Ministério <strong>do</strong> Equipamento Social e <strong>Ambiente</strong>/Ministério da<br />

Agricultura<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UNICEF/PNUD/STABEX/U.E.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.112


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA “RECURSOS<br />

RENOVÁVEIS”<br />

Contribuir para a manutenção da qualidade<br />

<strong>do</strong>s recursos renováveis <strong>do</strong> distrito a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong><br />

medidas de prevenção com vista a sua<br />

utilização de forma durável<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

evitar a usurpação das florestas secundárias e a<br />

extracção inviável de madeira com valor comercial<br />

a<strong>do</strong>ptar medidas de prevenção com vista à<br />

preservação de cerca de 80% <strong>do</strong>s recursos florestas<br />

<strong>do</strong> distrito<br />

evitar a degradação das praias Angobó, Praia<br />

Pequena, Micondó, Piscina, Vá Inhá e a Praia <strong>do</strong><br />

ilhéu das Rolas de mo<strong>do</strong> a manter as suas<br />

potencialidades naturais e turísticas<br />

evitar o fenómeno de erosão das áreas costeiras ao<br />

nível <strong>do</strong> distrito .<br />

travar a degradação <strong>do</strong> sistema produtivo agrícola<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

Projecto 28: Conservação e utilização durável das florestas<br />

secundárias <strong>do</strong> distrito<br />

Projecto 29: Reflorestamento das áreas de Reservas Naturais<br />

Projecto 30: Criação e Protecção das Florestas Comunitárias<br />

Projecto 31: Conservação e utilização durável das Praias de<br />

<strong>Caué</strong><br />

Projecto 32: Aproveitamento turístico da Praia Angobô<br />

Projecto 33: Complexo turístico "Ilhéu das Rolas"<br />

Projecto 34: Reforço da capacidade de vulgarização e de<br />

assistência técnica aos agricultores <strong>do</strong> distrito<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.113


PROGRAMA RECURSOS RENOVÁVEIS<br />

Justificação<br />

O Governo tem esta<strong>do</strong> a levar a cabo um importante programa de distribuição de<br />

terras a pequenos e médios proprietários, num esforço para aumentar a produção<br />

<strong>do</strong> sector agrícola e encorajar a auto-suficiência alimentar. Este programa que<br />

coloca sob o controlo <strong>do</strong>s priva<strong>do</strong>s uma grande superfície <strong>do</strong> território nacional,<br />

embora venha a melhorar as perspectivas económicas <strong>do</strong> país, tem acarreta<strong>do</strong><br />

diversos problemas ambientais potencialmente prejudiciais.<br />

Este programa não tem si<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> de uma componente financeira, o que<br />

origina a prática de utilização de forma irracional <strong>do</strong>s recursos naturais com<br />

particular incidência sobre os recursos florestais, a utilização de áreas de encostas<br />

íngremes para a prática de horticultura, a usurpação das terras públicas,<br />

reservadas para fins de protecção e conservação, a utilização irracional de<br />

produtos químicos e lavagem <strong>do</strong>s utensílios conten<strong>do</strong> restos <strong>do</strong>s mesmos nos<br />

rios, provocan<strong>do</strong> assim de forma geral uma ruptura considerável <strong>do</strong> ambiente.<br />

Outro sector que possui uma ligação com a protecção <strong>do</strong>s recursos renováveis<br />

tem a ver com o turismo. O potencial de turismo está estreitamente liga<strong>do</strong> a<br />

manutenção de uma grande parte das atracções naturais <strong>do</strong> país. No entanto, o<br />

fenómeno da erosão costeira tem atingi<strong>do</strong> proporções alarmantes a nível nacional.<br />

As infra-estruturas situadas nas áreas costeiras vêem-se ameaçadas. As acções<br />

das ondas marítimas no país devem ser estudadas assim como a capacidade de<br />

regeneração da linha da costa a fim de se avaliar a magnitude <strong>do</strong> problema.<br />

O processo de extracção de areia de forma irracional constitui uma das causas<br />

fundamentais da aceleração <strong>do</strong> processo erosivo. A areia pode ser tratada como<br />

um recurso renovável, o qual, se for extraí<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> a poder-se renovar,<br />

proporciona benefícios económicos, sem prejudicar a integridade <strong>do</strong> ambiente.<br />

No estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pelo Departamento de Hidráulica <strong>do</strong> Laboratório Nacional de<br />

Engenharia Civil de Portugal em colaboração com a equipa técnica nacional foram<br />

propostas três praias para a extracção de areia para a construção.<br />

1. Margem Sul da Foz <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Ouro - esta área, segun<strong>do</strong> o mesmo estu<strong>do</strong>,<br />

dispõe de uma restinga com cerca de 300m (trezentos metros) de comprimento<br />

enraizada numa praia que se estende para sul até a praia Micoló constituin<strong>do</strong><br />

uma das maiores reservas de areia na ilha. Por essa razão, a mesma poderá<br />

suportar, no curto prazo, as extracções sem, em contrapartida sofrer de<br />

erosões muito acentuadas. Os sedimentos são constituí<strong>do</strong>s por areias brancas<br />

com granulometria média e fina. A acessibilidade é boa.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.114


2. Margem Norte da Foz <strong>do</strong> Rio Abade - dispõe de uma volumosa restinga,<br />

constituída por materiais basálticos. Os sedimentos têm uma vasta gama de<br />

granulometria, desde as areias finas aos calhaus rola<strong>do</strong>s. Dista<br />

aproximadamente 25 km da cidade de S.Tomé.<br />

3. Margem nascente da Foz <strong>do</strong> Rio Ió Grande - dispõe de uma restringa bastante<br />

volumosa, constituída pelos materiais bsálticos.<br />

Os sedimentos têm uma vasta granulometria desde as areias finas aos calhais<br />

rola<strong>do</strong>s.<br />

O local dista aproximadamente 45 km da cidade de S.Tomé.<br />

Necessário se torna concentrar as extracções de areia apenas nestas três áreas<br />

de forma a evitar a destruição das praias com potencialidade turística.<br />

Algumas acções de acompanhamento e controle na extracção de areia devem ser<br />

implementadas. Neste senti<strong>do</strong>, necessário se torna acompanhar a evolução da<br />

linha de água nos locais acima referi<strong>do</strong>s. Para o efeito deve-se instalar marcos de<br />

referência, na berma superior da praia bem profun<strong>do</strong>s da forma a evitar que os<br />

mesmos sejam removi<strong>do</strong>s, em zonas afastadas <strong>do</strong> limite máximo atingi<strong>do</strong> pelo<br />

espraiamento das ondas e onde existe vegetação permanente.<br />

Deve-se proceder a medições mensais da posição da linha de água referencia<strong>do</strong>s<br />

a cada um <strong>do</strong>s marcos instala<strong>do</strong>s.<br />

Estas operações devem ser iniciadas antes da entrada em funcionamento da<br />

extracção no local e realizar-se em situações de maré viva (depois da lua cheia ou<br />

lua nova).<br />

As medições a efectuar referem-se à distância de cada marco à linha de água<br />

mais elevada, a atingir na praia-mar.<br />

Outras medidas com vista a resolver o problema da erosão costeira no país<br />

causadas pela extracção irracional <strong>do</strong>s inertes consiste:<br />

1. Utilização <strong>do</strong>s inertes finos provenientes da trituração <strong>do</strong>s inertes da<br />

pedreira;<br />

2. Utilização de areeiros terrestres de origem vulcânica localiza<strong>do</strong> no<br />

interior <strong>do</strong> país;<br />

3. Estu<strong>do</strong> de viabilidade técnica económica de utilização de depósito de<br />

areias de depósitos submarinos em substituição das extraídas nas<br />

praias;<br />

Outras medidas que devem ser implementadas com vista a atenuar o fenómeno<br />

erosivo consiste na colocação de quebra-ondas nas áreas mais sensíveis de<br />

forma a evitar o choque directo das ondas com a costa.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.115


A pesca é uma actividade económica que tem forte raízes culturais no país. As<br />

actividades da pesca junto às costas têm um caracter essencialmente artesanal<br />

pelo que os recursos pesqueiros ao longo <strong>do</strong> litoral estão a ser explora<strong>do</strong>s de uma<br />

forma dura<strong>do</strong>ura, garantin<strong>do</strong> a renovabilidade deste recurso.<br />

No entanto, devi<strong>do</strong> a falta de capacidade <strong>do</strong> governo para fiscalizar e controlar a<br />

exploração das reservas de pesca ao largo por frotas estrangeiras, origina uma<br />

grade preocupação perante a possibilidade de uma exploração irracional e<br />

excessiva daquelas reservas.<br />

A utilização de técnicas inadequadas tais como a prática de granada nas pescas<br />

originam consequências nocivas para a utilização de forma dura<strong>do</strong>ura <strong>do</strong>s<br />

recursos haliêuticos nacionais.<br />

Situação no Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Devi<strong>do</strong> a distância e a dificuldade de acesso às áreas que possuem os principais<br />

recursos renováveis <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> os problemas da degradação <strong>do</strong>s mesmos<br />

ainda não são tão graves nem generaliza<strong>do</strong>s como nos outros distritos.<br />

No entanto, o processo de privatização de terras neste distrito onde<br />

aproximadamente 3467,7 ha de terras foram postas nas mãos de pequenos e<br />

médios proprietários tem trazi<strong>do</strong> repercussões graves ao nível da degradação das<br />

áreas de florestas secundárias, a destruição <strong>do</strong>s habitats das diferentes espécies<br />

endémicas com particular incidência sobre as aves e na destruição da vida<br />

aquática devi<strong>do</strong> a utilização de forma irracional <strong>do</strong>s produtos químicos na<br />

agricultura.<br />

No que respeita a política de privatização e distribuição de terras que tem ti<strong>do</strong> uma<br />

enorme influência sobre a degradação ambiental no país e da<strong>do</strong>s os riscos e as<br />

incertezas associa<strong>do</strong>s a carta política, os efeitos ambientais poderiam ser<br />

minimiza<strong>do</strong>s por meio de uma política que visasse cuida<strong>do</strong>samente certos<br />

objectivos, a fim de resolver os problemas potenciais antes de eles se tornarem<br />

incontroláveis com vista a ultrapassar algumas limitações de carácter cultural<br />

liga<strong>do</strong>s ao processo de distribuição de terras, os serviços de vulgarização,<br />

extensão e de educação são fundamentais como iniciativas complementares ao<br />

processo de reforma fundiária. No campo da política económica, necessário se<br />

torna orientar programas específicos de gestão para as áreas que são<br />

especialmente vulneráveis <strong>do</strong> ponto de vista ambiental, tais como, as áreas de<br />

encostas íngremes e áreas adjacentes a terras públicas. Nessas áreas poderá ter<br />

vantagens a introdução de formas de gestão colectiva como forma de minimizar a<br />

externalidades potenciais. Um programa de reflorestação dessas áreas com<br />

árvores de caracter comercial deve ser implementa<strong>do</strong> como forma de minimizar a<br />

procura de madeiras nobres no país.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.116


Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

Neste senti<strong>do</strong> o “Programa Recursos Renováveis” proposta para o distrito tem<br />

como objectivo geral contribuir para a manutenção da qualidade <strong>do</strong>s recursos<br />

renováveis <strong>do</strong> distrito, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> medidas de prevenção com vista a sua utilização<br />

de forma durável.<br />

Os objectivos específicos preconiza<strong>do</strong>s são entre outros, os seguintes:<br />

‣ Evitar a usurpação das florestas secundárias e a extracção inviável de<br />

madeiras com valor comercial;<br />

‣ A<strong>do</strong>ptar medidas de prevenção com vista a preservação de cerca de<br />

80% <strong>do</strong>s recursos florestais <strong>do</strong> distrito;<br />

‣ Proteger as áreas de reservas intercaladas nas áreas distribuídas no<br />

processo de privatização;<br />

‣ Evitar a degradação das praias Angobó, Praia Pequena, Mincodó,<br />

Piscina, Vá Inha e a Praia <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas de mo<strong>do</strong> a manter as suas<br />

potencialidades naturais e turísticas;<br />

‣ Evitar o fenómeno de erosão das áreas costeiras ao nível <strong>do</strong> distrito;<br />

‣ Evitar a degradação <strong>do</strong>s recursos haliêuticos distritais;<br />

‣ Travar a degradação <strong>do</strong> sistema produtivo agrícola <strong>do</strong> distrito.<br />

Para o cumprimento <strong>do</strong>s objectivos acima defini<strong>do</strong>s foram propostos 6 projectos<br />

para o <strong>Caué</strong>:<br />

I. Projecto n.º 28 – Conservação e utilização durável das florestas<br />

secundárias <strong>do</strong> distrito;<br />

II.<br />

Projecto n.º 29 – Reflorestamento das áreas de Reservas Naturais;<br />

III.<br />

IV.<br />

Projecto n.º 30 - Criação e Protecção de Florestas Comunitárias;<br />

Projecto n.º 31 - Conservação e utilização durável das Praias de<br />

<strong>Caué</strong>;<br />

V. Projecto n.º 32 – Aproveitamento turístico da praia Angobó;<br />

VI.<br />

VII.<br />

Projecto n.º 33 - Complexo Turístico <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas;<br />

Projecto n.º 34 – Reforço da capacidade de vulgarização e de<br />

assistência técnica aos agricultores <strong>do</strong> distrito.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.117


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.118


Ficha de Projecto n. 28<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Conservação e Utilização Durável das Florestas Secundárias <strong>do</strong><br />

Distrito<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a manutenção da qualidade <strong>do</strong>s recursos<br />

florestais, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> medidas com vista a preservação de cerca<br />

de 80% das florestas secundarias <strong>do</strong> distrito<br />

4) Objectivos específicos: Evitar a usurpação das florestas secundárias e extracção inviável<br />

de madeiras com valor comercial<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: 80% de florestas secundárias preservadas<br />

Reflorestamento das actuais áreas degradadas<br />

6) Componentes e Actividades Inventariação das áreas reservadas para protecção e conservação<br />

principais:<br />

ao nível <strong>do</strong> distrito<br />

Levantamento de toas as áreas degradadas ao nível <strong>do</strong> distrito<br />

Preparação de um Plano de Gestão das áreas de florestas<br />

secundárias<br />

Reflorestamento<br />

7) Agencia/Organismos<br />

Direcção de Florestas/ECOFAC<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U. E. /GTZ<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.119


Ficha de Projecto n.º 29<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Reflorestamento das áreas de Reservas Naturais<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a protecção e conservação das reservas naturais<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Proteger as áreas de encostas íngremes<br />

Revitalizar as florestas frágeis intercaladas entre as parcelas<br />

distribuídas<br />

Evitar a infertilidade <strong>do</strong>s solos causada pelo fenómeno da erosão<br />

Evitar a usurpação das madeiras e <strong>do</strong> espaço físico das áreas de<br />

reservas pelos agricultores<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Diminuição <strong>do</strong> processo erosivo<br />

Protecção das áreas de encostas íngremes<br />

Protecção e conservação das áreas de reservas naturais<br />

Melhoria da cobertura vegetal<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E. /GTZ<br />

Inventariação das áreas de reservas naturais<br />

Elaboração de um Plano de Gestão para as mesmas<br />

Reflorestação dessas áreas<br />

Informação, Educação e Sensibilização <strong>do</strong>s agricultores sobre a<br />

importância das referidas áreas<br />

Direcção das Florestas/ECOFAC/PNAPAF/ONG’s<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.120


Ficha de Projecto n.º 30<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Criação e Protecção de Florestas Comunitárias<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a manutenção da qualidade das florestas <strong>do</strong><br />

distrito<br />

4) Objectivos específicos: Valorização e protecção das florestas localizadas no interior das<br />

diferentes comunidades<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Cerca de 60% de florestas comunitárias valorizadas e protegidas<br />

pelas comunidades<br />

Aumento da superfície das florestas secundárias<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Inventariação das florestas situadas no interior das localidades<br />

Estu<strong>do</strong> das suas componentes<br />

Educação e sensibilização da população sobre a importância das<br />

florestas<br />

Transmissão de técnicas adequadas para a protecção das florestas<br />

comunitárias<br />

Direcção das Florestas/ONG’s<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.121


Ficha de Projecto n.º 31<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Conservação e Utilização Durável das Praias <strong>do</strong> Distrito<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a manutenção da qualidade das praias <strong>do</strong> distrito,<br />

a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> medidas de mo<strong>do</strong> a evitar a destruição das mesmas<br />

assim como a erosão das costas<br />

4) Objectivos específicos: Evitar a degradação das praias Angobó, Pequena, Micondó,<br />

Piscina, Vá-Inhá e praia <strong>do</strong> Ilhéu das Rolas de mo<strong>do</strong> a manter as<br />

suas potencialidades naturais e turísticas<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: 70% das praias com potencialidades naturais preservadas<br />

Diminuição <strong>do</strong> fenómeno de erosão costeira no distrito<br />

Recuperação de algumas praias em vias de degradação<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Preparação de um Plano de Gestão das áreas costeiras <strong>do</strong> distrito<br />

Elaboração de um Plano de Ordenamento e ocupação das praias<br />

<strong>do</strong> distrito<br />

Ministério <strong>do</strong> equipamento Social e <strong>Ambiente</strong><br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Portugal, União Europeia, Unesco<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.122


Ficha de Projecto n.º 32<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Aproveitamento Turístico da Praia Angobô<br />

2) Localização geográfica: Distrito de Cauré<br />

3) Objectivos gerais: Edificação de um Clube Turístico<br />

4) Objectivos específicos: Edificação de Bangalows (44 Quartos)<br />

Edificação de Parque Desportivo e Recreativo, Bares e<br />

Restaurantes<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Ter uma taxa de ocupação <strong>do</strong>s quartos de aproximadamente 50%<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Turismo, Hotelaria, Restauração<br />

Clube Esmeralda (Priva<strong>do</strong>)<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Clube Esmeralda<br />

Obs: O Projecto arquitectónico já se encontra elabora<strong>do</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.123


Ficha de Projecto n.º 33<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Complexo Turístico Ilhéu das Rolas<br />

2) Localização geográfica: Ilhéu das Rolas - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Criação de um projecto integra<strong>do</strong> - Turismo/Hotelaria/Agro<br />

Turismo/Artesanato<br />

4) Objectivos específicos: Aproveitamento turístico das realidades culturais, paisagísticas e<br />

climáticas de Ilhéu das Rolas, assim como a exploração agrícola<br />

da roça no concernente à criação de uma Quinta equatorial<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um Hotel de Qualidade com todas as vertentes turísticas e<br />

hoteleiras<br />

Quadros forma<strong>do</strong>s qualifica<strong>do</strong>s nas áreas de hotelaria,<br />

restauração e agricultura<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

Edificação <strong>do</strong> Clube turístico Residencial que engloba<br />

Bangalows, forman<strong>do</strong> um conjunto de 56 unidades<br />

Clube Sede seá composto por restaurante-bar e um conjunto de<br />

equipamentos desportivos e laser, pesca, mini-glof, ténis to<strong>do</strong> o<br />

terreno, velas, etc.<br />

Formação profissional na área de agricultura , Hotelaria e<br />

Restauração<br />

Criação de um Museu Agrícola e Promoção <strong>do</strong> Artesanato<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Empresa Fernan<strong>do</strong> de Jesus Lourenço e Hélio Pereira Martins<br />

8) Duração: 3 anos<br />

9) Principais recursos: Humanos: 104 Pessoas ao total<br />

Materiais: de apoio à construção, Equipamentos e materiais para<br />

infra-estruturas, equipamentos especiais<br />

10) Montante financeiro 3.562.000,00 USD <strong>do</strong>s quais 30% capital próprio e 70% alheio<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Priva<strong>do</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.124


Ficha de Projecto n.º 34<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Recursos Renováveis<br />

1) Titulo: Reforço da capacidade de vulgarização e de assistência técnica<br />

aos agricultores<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Apoiar o Desenvolvimento de Pequenos Agricultores<br />

4) Objectivos específicos: Apoiar os beneficiários de terras nas técnicas adequadas de<br />

utilização <strong>do</strong>s solos, no manuseamento adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s produtos<br />

químicos e na utilização racional <strong>do</strong>s recursos naturais existentes<br />

nas parcelas<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Utilização adequada <strong>do</strong>s solos<br />

Diminuição da erosão <strong>do</strong>s solos<br />

Florestas secundárias e habitats de diferentes espécies protegi<strong>do</strong>s<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Sensibilização, vulgarização, pesquisa<br />

Reflorestação<br />

Utilização de fertilizantes biológicos<br />

Ministério da Agricultura/ONG’s<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.125


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA “DIVERSIDADE<br />

BIOLÓGICA”<br />

Elaboração de estratégias para a conservação<br />

da diversidade biológica e utilização<br />

sustentada <strong>do</strong>s recursos biológicos<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Promover a protecção e a conservação da<br />

diversidade biológica <strong>do</strong> distrito<br />

Promover a gestão ecologicamente racional das<br />

áreas <strong>do</strong> Parque Nacional e das Zonas Ecológicas<br />

Promover um desenvolvimento ecológico racional<br />

e sustenta<strong>do</strong> nas áreas adjacentes às zonas<br />

protegidas com vista a reforçar a protecção das<br />

áreas <strong>do</strong> Parque Nacional e das zonas ecológicas<br />

Desenvolver e implementar um programa de<br />

pesquisa e inventário sobre os endemismos <strong>do</strong><br />

distrito (Guia da Biodiversidade)<br />

Projecto 35: Programa de Gestão <strong>do</strong> Parque Nacional (Zona<br />

Ecológica de obô)<br />

Projecto 36: Gestão da Zona Ecológica de Malanza<br />

Projecto 37: Inventário multi-recursos da biodiversidade de<br />

<strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.126


PROGRAMA DIVERSIDADE BIOLÓGICA<br />

JUSTIFICAÇÃO<br />

A protecção da biodiversidade é uma das questões consideradas de alta prioridade pelos<br />

diferentes grupos alvos entrevista<strong>do</strong>s nos diversos distritos <strong>do</strong> país. O maior risco da<br />

degradação da biodiversidade nos diferentes distritos decorre <strong>do</strong>s efeitos potenciais <strong>do</strong><br />

programa de distribuição de terras. A utilização irracional das florestas secundárias e as<br />

modificações nos habitats das diferentes espécies endémicas nacionais põem em perigo a<br />

sobrevivência das mesmas.<br />

As condições de relevo, <strong>do</strong> clima e da acessibilidade das áreas onde estão situa<strong>do</strong>s os<br />

refúgios das diferentes espécies levaram a um alto grau de endemismo ao nível nacional<br />

fican<strong>do</strong> São Tomé e Príncipe classifica<strong>do</strong> como o país onde possui um <strong>do</strong>s níveis mais altos<br />

de espécies endémicas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Mais de cem espécies de plantas, três de repteis, quatro<br />

de mamíferos e catorze de aves terrestres são consideradas endémicas.<br />

Os altos níveis de endemismo das espécies em São Tomé e Príncipe receberam uma<br />

atenção considerável da comunidade internacional ao ponto de ter si<strong>do</strong> sugeri<strong>do</strong> que toda a<br />

ilha <strong>do</strong> Príncipe fosse designada como reserva natural.<br />

O ICBP classificou as florestas primárias <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> e Lembá como sen<strong>do</strong> as<br />

segundas mais importantes em África, segun<strong>do</strong> o número de espécies endémicas de aves e<br />

o grau de conservação das mesmas.<br />

As áreas de florestas primárias de <strong>Caué</strong> associadas às de Lembá e Mé Zochi são<br />

consideradas como pulmão <strong>do</strong> país. Os principais rios que conformam a rede hidrológica<br />

nacional possuem as suas nascentes nestas áreas florestais e um grande número de espécies<br />

endémicas e não só, possuem os seus habitats nestas florestas.<br />

A transformação das referidas florestas em áreas protegidas “Parque Natural e Zona<br />

Ecológica” constituem passos importantes para a sua protecção e conservação.<br />

No entanto, apesar das preocupações existentes relacionadas com a protecção das espécies<br />

tem-se continua<strong>do</strong> o processo da perda da diversidade biológica causada fundamentalmente<br />

pela destruição <strong>do</strong>s seus habitats. As medidas propostas para a solução <strong>do</strong>s problemas não<br />

terão êxito se não houver uma integração e participação das comunidades locais na sua<br />

materialização.<br />

Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

Neste senti<strong>do</strong> o Programa “Diversidade Biológica” proposto para os distritos, tem como<br />

objectivo geral a elaboração de estratégias para a conservação da diversidade biológica e<br />

utilização sustentada <strong>do</strong>s recursos biológicos.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 117


Os objectivos específicos defini<strong>do</strong>s são:<br />

‣ Promover a protecção e a conservação da diversidade biológica <strong>do</strong>s distritos<br />

com particular incidência sobre as espécies endémicas;<br />

‣ Promover a gestão ecologicamente racional das áreas <strong>do</strong> Parque Natural nos<br />

distritos de <strong>Caué</strong>, Lembá, Mé Zochi e Região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe;<br />

‣ Promover a gestão ecologicamente racional das Zonas Ecológicas de Lagoa<br />

Azul e da Praia das Conchas no distrito de Lobata;<br />

‣ Promover e implementar um Programa de Pesquisa e Inventário sobre os<br />

endemismos <strong>do</strong>s diferentes distritos <strong>do</strong> país e da região Autónoma <strong>do</strong> Príncipe<br />

“Guia da Biodiversidade”;<br />

‣ Promover um desenvolvimento ecologicamente racional e sustenta<strong>do</strong> nas áreas<br />

adjacentes às zonas protegidas com vista a reforçar a protecção das áreas <strong>do</strong><br />

Parque Natural e da Zona Ecológica;<br />

‣ Promover a protecção e a conservação da Biodiversidade <strong>do</strong> ilhéu Tinhosas.<br />

Atenden<strong>do</strong> à dimensão e à continuidade <strong>do</strong>s limites geográficos da área <strong>do</strong> Parque Natural<br />

Obô, que ocupa parte <strong>do</strong>s territórios de <strong>Caué</strong>, Lembá e Mé Zochi, propõe-se para a<br />

protecção <strong>do</strong> mesmo um projecto integra<strong>do</strong> e único para os três distritos.<br />

Projecto n.º 35 – Programa de Gestão <strong>do</strong> Parque Natural (Zona Ecológica –Obô);<br />

Atenden<strong>do</strong> à particularidade <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong> e Lobata foi proposto mais um projecto<br />

direcciona<strong>do</strong> fundamentalmente para a gestão das zonas ecológicas existentes nestes<br />

distritos.<br />

Neste senti<strong>do</strong> foi proposto para <strong>Caué</strong> o seguinte projecto:<br />

Projecto n º 36 – Programa de Gestão da Zona Ecológica de Malanza<br />

Também, devi<strong>do</strong> à continuidade <strong>do</strong>s limites das florestas secundárias nos territórios <strong>do</strong>s<br />

diferentes distritos em São Tomé e com vista a conhecer melhor as potencialidades da sua<br />

biodiversidade, um segun<strong>do</strong> projecto integra<strong>do</strong> foi proposto engloban<strong>do</strong> as florestas<br />

secundárias de to<strong>do</strong>s os distritos de São Tomé:<br />

Projecto n.º 37 – Inventário multi-recursos da biodiversidade <strong>do</strong> distrito<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 118


Ficha de Projecto n.º 35<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Diversidade Biológica<br />

1) Titulo: Programa de Gestão <strong>do</strong> Parque Natural “Obô”<br />

2) Localização geográfica: Distritos de <strong>Caué</strong>, Lembá e Mé-Zóxi<br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a conservação da Diversidade Biológica <strong>do</strong><br />

Parque Natural “Obô”<br />

4) Objectivos específicos: Promover a gestão ecologicamente racional das áreas <strong>do</strong> Parque<br />

Natural<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: 100% da área <strong>do</strong> Parque Natural e da sua Biodiversidade<br />

protegida<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 10 anos<br />

9) Principais recursos: ECOFAC<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E:<br />

Criação de um Corpo de Vigilância para as zonas protegidas<br />

Aprovação <strong>do</strong> Estatuto que cria as zonas protegidas<br />

Planificação e gestão racional das terras adjacentes às áreas <strong>do</strong><br />

Parque Natural<br />

Criação da legislação para a protecção das espécies endémicas<br />

Direcção das Florestas/ECOFAC<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 119


Ficha de Projecto n. º 36<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Diversidade Biológica<br />

1) Titulo: Gestão da Zona Ecológica de Malanza<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a conservação da Diversidade Biológica da Zona<br />

Ecológica de Malanza<br />

4) Objectivos específicos: Promover a gestão ecologicamente racional das áreas da Zona<br />

Ecológica de Malanza<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: 100% da Zona Ecológica de Malanza e da sua Biodiversidade<br />

protegida<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 10 anos<br />

9) Principais recursos: ECOFAC<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E:<br />

Criação de um Corpo de Vigilância para a zona ecológica<br />

Aprovação <strong>do</strong> Estatuto que cria as zonas ecológicas<br />

Planificação e gestão racional das terras adjacentes às áreas da<br />

Zona Ecológica de Malanza<br />

Criação da legislação para a protecção das espécies endémicas<br />

Direcção das Florestas/ECOFAC<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 120


Ficha de Projecto n.º 37<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Programa Diversidade Biológica<br />

1) Titulo: Inventário Multi Recursos da Biodiversidade<br />

2) Localização geográfica: Distrito de Cauré<br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para o conhecimento das potencialidades <strong>do</strong>s recursos<br />

da biodiversidade <strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Inventariação <strong>do</strong>s recursos faunísticos e florísticos <strong>do</strong> Distrito<br />

Estu<strong>do</strong>s e Pesquisas das diversas componentes da biodiversidade<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Elaboração de um Guia sobre a Biodiversidade <strong>do</strong> Distrito<br />

Promoção <strong>do</strong> eco-turismo<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E:<br />

Levantamento e inventariação <strong>do</strong>s recursos biológicos<br />

Classificação <strong>do</strong>s recursos biológicos<br />

Elaboração da cartografia <strong>do</strong>s habitats<br />

Edição <strong>do</strong> Guia<br />

Direcção das Florestas/ECOFAC/<strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong>/ONG’s<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 121


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA SANEAMENTO DO MEIO<br />

Contribuir para a melhoria das condições<br />

sanitárias, higiénicas e <strong>do</strong> bem-estar da<br />

população <strong>do</strong> distrito de <strong>Caué</strong><br />

<br />

Gestão ecologicamente racional <strong>do</strong>s resíduos<br />

sóli<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> as águas residuais<br />

Projecto 38: Levantamento da situação e construção de<br />

latrinas individuais nas 33 comunidades que conformam o<br />

distrito de <strong>Caué</strong><br />

Projecto 39: Construção de 1 balneário público na cidade de<br />

Angolares<br />

Projecto 40: Construção de uma rede de esgotos para<br />

evacuação das águas residuais e pluviais na cidade de<br />

Angolares<br />

<br />

Promover a eliminação e o tratamento<br />

ecologicamente racional <strong>do</strong>s resíduos<br />

Projecto 41: Construção de uma Lixeira para a deposição <strong>do</strong>s<br />

resíduos sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Distrito<br />

Projecto 42: Ampliação e vedação <strong>do</strong> Cemitério de Angolares<br />

Projecto 43: Construção de um Cemitério na Comunidade de<br />

Porto Alegre<br />

Projecto 44: Aldeia Modelo<br />

<br />

<br />

Promover estu<strong>do</strong>s com vista a futuros trabalhos de<br />

eliminação e/ou tratamento <strong>do</strong>s pântanos e charcos<br />

de água<br />

Promover a eliminação sistemática <strong>do</strong>s resíduos<br />

provenientes das actividades hospitalares <strong>do</strong><br />

Distrito<br />

Projecto 45: Inventariação, selecção, drenagem e/ou<br />

tratamento <strong>do</strong>s pântanos <strong>do</strong> distrito<br />

Projecto 46: Construção de um incinera<strong>do</strong>r no hospital da<br />

cidade de Angolares para a eliminação <strong>do</strong>s resíduos<br />

hospitalares<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong> Pag. 122


PROGRAMA SANEAMENTO DO MEIO<br />

JUSTIFICAÇÃO<br />

A problemática <strong>do</strong> Saneamento <strong>do</strong> Meio em São Tomé e Príncipe constitui um aspecto de<br />

extrema importância e preocupações em São Tomé e Príncipe.<br />

A rede de esgotos que beneficia apenas 1/5 da cidade de São Tomé, capital <strong>do</strong> país e a<br />

maioria das instalações sanitárias existentes datam <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> colonial, não se ten<strong>do</strong> feito<br />

investimentos neste <strong>do</strong>mínio no perío<strong>do</strong> pós independência.<br />

Nas zonas periféricas à cidade de São Tomé e das capitais Distritais assim como no meio<br />

rural de forma geral e nas áreas litorais povoadas pelos pesca<strong>do</strong>res a situação <strong>do</strong><br />

saneamento básico é mais dramática sen<strong>do</strong> frequente defecar-se ao ar livre, no mato ou nas<br />

praias.<br />

O crescimento demográfico nas áreas urbanas e peri-urbanas liga<strong>do</strong> fundamentalmente ao<br />

fluxo migratório direcciona<strong>do</strong> para estas zonas não acompanha<strong>do</strong>s da criação de<br />

dispositivos e infra-estruturas sanitárias próprias e da melhoria das condições de vida da<br />

população, tem provoca<strong>do</strong> grandes complicações sanitárias crian<strong>do</strong> assim to<strong>do</strong>s as<br />

condições para o surgimento de algumas epidemias e endemias com características<br />

dramáticas e devasta<strong>do</strong>ras para a população.<br />

Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> recenseamento da População e Habitação realiza<strong>do</strong> no ano 1991,<br />

1,3% de alojamentos a nível nacional estão liga<strong>do</strong>s a um sistema de esgotos, 15,8% a fossas<br />

sépticas e cerca de 81% de alojamentos não dispõem de nenhum sistema de saneamento.<br />

Estas cifras mostram a situação degradante em que vive a maioria da população<br />

Santomense e o esta<strong>do</strong> de riscos constantes a que a mesma está sujeita.<br />

O esta<strong>do</strong> sanitário de forma geral é extremamente deficiente, facto pelo qual se denota que<br />

em matéria de saneamento, as necessidades sejam imensas, embora haja uma grande<br />

motivação da população no que respeita a construções de latrinas levadas a cabo em<br />

colaboração com a UNICEF.<br />

Quanto a utilização de latrinas a nível nacional havia em 1991 aproximadamente 3378<br />

habitações <strong>do</strong>tadas deste sistema benefician<strong>do</strong> assim a 19% de famílias segun<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> recenseamento da População e Habitação de 1991. Se adicionarmos a este número, mais<br />

1251 instalações construídas no quadro <strong>do</strong> projecto “Ministério da Saúde/UNICEF” esta<br />

taxa passaria a 25%. Se consideramos outras instalações construídas a título individual ou<br />

no quadro de outros projectos, estima-se que a actual taxa de equipamentos em latrinas é<br />

aproximadamente de 30%.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.123


O Plano Director de Água e <strong>do</strong> Saneamento propôs como objectivo que pelo menos 80%<br />

das habitações estejam <strong>do</strong>tadas de infra-estruturas sanitárias até ao ano 2015 seguin<strong>do</strong> ao<br />

seguinte calendário:<br />

Quadro n.º 1 – Taxa de cobertura em equipamentos sanitários<br />

Ano 1995 2005 2010 2015<br />

Taxa 30% 50% 70% 80%<br />

Respeitante à situação <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s urbanos tem-se verifica<strong>do</strong> um grande esforço<br />

pela parte das Autoridades Distritais, mas que divi<strong>do</strong> às limitações materiais e financeiras,<br />

os resulta<strong>do</strong>s não são visíveis.<br />

Verifica-se com frequência a existência de lixeiras ao ar livre e próximas <strong>do</strong>s quintais e nas<br />

áreas urbanas, o sistema de drenagem das águas pluviais e residuais são praticamente<br />

inexistentes e os esgotos que apenas existem nalgumas áreas da capital estão to<strong>do</strong>s<br />

entupi<strong>do</strong>s.<br />

A quase inexistência de balneários públicos, o mau funcionamento das latrinas colectivas e<br />

outras instalações sanitárias tanto nas áreas urbanas como nas empresas agrícolas<br />

constituem preocupações ao nível de to<strong>do</strong>s os distritos, pelo que necessário se torna<br />

incentivar iniciativas privadas com vista a ajudar a solucionar a situação.<br />

Situação <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Mais de 90% das casas situadas no distrito de <strong>Caué</strong> não possuem qualquer tipo de infraestruturas<br />

sanitárias sen<strong>do</strong> os seus ocupantes obriga<strong>do</strong>s a utilizarem o mato ou as praias<br />

para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas.<br />

A cidade de Angolares capital <strong>do</strong> distrito não está <strong>do</strong>tada de um sistema de esgotos nem de<br />

nenhum meio adequa<strong>do</strong> para o escoamento das águas residuais e pluviais.<br />

As antigas empresas agrícolas e suas dependências estão <strong>do</strong>tadas de latrinas colectivas e<br />

atenden<strong>do</strong> ao mau funcionamento actual das mesmas,a situação é bastante degradante<br />

O distrito carece de uma lixeira pelo que os resíduos sóli<strong>do</strong>s urbanos recolhi<strong>do</strong>s são<br />

deposita<strong>do</strong>s de forma geral em lugares inadequa<strong>do</strong>s.<br />

Apesar <strong>do</strong>s esforços das autoridades locais no processo de recolha e transporte sistemático<br />

<strong>do</strong>s lixos, as dificuldades de ordem financeira, humana e material impedem o bom<br />

funcionamento dessas instituições.<br />

Como forma para solucionar estes problemas foi proposto para <strong>Caué</strong> um Programa de<br />

Saneamento <strong>do</strong> Meio.<br />

Este programa tem como objectivo geral, contribuir para a melhoria das condições<br />

sanitárias, higiénicas e <strong>do</strong> bem estar da população <strong>do</strong> distrito.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.124


Os objectivos específicos consistem no seguinte:<br />

Gestão ecologicamente racional <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s incluin<strong>do</strong> as águas residuais;<br />

Promover a eliminação e o tratamento ecologicamente racional <strong>do</strong>s resíduos;<br />

Promover estu<strong>do</strong>s com vista a futuros trabalhos de eliminação e/ou tratamento de<br />

pântanos e charcos de água.<br />

Neste senti<strong>do</strong> foram propostas para o distrito de <strong>Caué</strong>, 5 projectos com vista a resolver de<br />

forma geral a problemática <strong>do</strong> Saneamento <strong>do</strong> Meio no distrito:<br />

I. Projecto n.º 38 – Levantamento das necessidades e construção de<br />

latrinas individuais nas 33 comunidades que conformam o distrito de<br />

<strong>Caué</strong>;<br />

II.<br />

III.<br />

IV.<br />

Projecto n.º 39 – Construção de um balneário público na cidade <strong>do</strong>s<br />

Angolares;<br />

Projecto n.º 40 – Construção da rede de esgotos para a evacuação das<br />

águas residuais e pluviais na cidade <strong>do</strong>s Angolares;<br />

Projecto n.º 41 – Construção de uma Lixeira para a deposição <strong>do</strong>s<br />

resíduos sóli<strong>do</strong>s <strong>do</strong> distrito;<br />

V. Projecto n.º 42 – Ampliação e Vedação <strong>do</strong> Cemitério de Amgolares;<br />

VI.<br />

VII.<br />

VIII.<br />

IX.<br />

Projecto n.º 43 – Construção de um Cemitério na Comunidade de Porto<br />

Algre;<br />

Projecto n.º 44 – Aldeia Modelo;<br />

Projecto n.º 45 – Inventariação, selecção, drenagem e/ou tratamento<br />

<strong>do</strong>s pântanos <strong>do</strong> distrito.<br />

Projecto n.º 46 – Construção de um incinera<strong>do</strong>r no hospital da cidade<br />

de Angolares para a eliminação <strong>do</strong>s resíduos hospitalares.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.125


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.126


Ficha de Projecto n.º 38<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Levantamento das necessidades e construção de latrinas<br />

individuais nas 33 Comunidades que conformam o Distrito de<br />

<strong>Caué</strong><br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar das comunidades que fazem parte <strong>do</strong> distrito de<br />

<strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Melhoria das condições e comportamentos higiénicos da<br />

população<br />

Erradicação progressiva da prática de defecar ao ar livre<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: 80% das famílias <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong> beneficiadas com latrinas<br />

Diminuição das enfermidades provenientes da contaminação<br />

fecal<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 10 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

Estu<strong>do</strong> das características hidro-geológicas das áreas de<br />

construção das latrinas<br />

Construção de latrinas<br />

Informação, Educação e Sensibilização <strong>do</strong>s membros das<br />

comunidades sobre a importância das latrinas e sua utilização<br />

adequada<br />

Ministério da Saúde/UNICEF/ONG’s<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UNICEF/SATABEX/PNUD/U.E:<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.127


Ficha de Projecto n.º 39<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Construção de um Balneário Público na Cidade de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias e higiénicas<br />

da população <strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Melhoramento das condições e comportamentos higiénicos e<br />

sanitários da população<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um Balneário Público em Angolares<br />

Mudança de comportamento da população em relação à prática<br />

de utilização <strong>do</strong> ar livre para a satisfação das necessidades<br />

fisiológicas<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro 30.000,00 USD<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Construção <strong>do</strong> balneário<br />

Informação, Educação e Sensibilização da população para a<br />

utilização <strong>do</strong> balneário e a forma adequada da sua utilização<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.128


Ficha de Projecto n.º 40<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Construção de uma rede de esgotos para evacuação das águas<br />

residuais e pluviais na cidade de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Cidade de Angolares - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições de saneamento no<br />

Distrito de <strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Melhoria das condições sanitárias e higiénicas da cidade de<br />

Angolares<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Eliminação das águas residuais e pluviais da cidade de Angolares<br />

Existência de uma rede de esgotos em pleno funcionamento<br />

6) Componentes e Actividades Levantamentos Topográficos da área<br />

principais:<br />

Elaboração <strong>do</strong> desenho e da cartografia da rede<br />

Obras de construção<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 2 anos<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Ministério <strong>do</strong> Equipamento Social e <strong>Ambiente</strong>/Câmara Distrital<br />

de <strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.129


Ficha de Projecto n.º 41<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Construção de uma Lixeira para a deposição <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar da população <strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria das condições de eliminação <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>s ao<br />

nível <strong>do</strong> Distrito<br />

Melhoria das condições de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Obtenção de um local adequa<strong>do</strong> para a deposição <strong>do</strong>s lixos<br />

Eliminação <strong>do</strong>s lixos deposita<strong>do</strong>s nas áreas urbanas nas<br />

diferentes comunidades<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral<br />

Localização geográfica da área<br />

Preparação <strong>do</strong> terreno<br />

Construção da Lixeira devidamente vedada<br />

Informação, Educação e Sensibilização da população para a<br />

utilização da Lixeira<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.130


Ficha de Projecto n.º 42<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Ampliação e vedação <strong>do</strong> Cemitério de Angolares<br />

2) Localização geográfica: Angolares - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

<strong>do</strong> Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria das condições higiénicas da população<br />

Diminuição <strong>do</strong> perigo de contrair enfermidades<br />

Melhoria das condições <strong>do</strong> Cemitério<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Melhor saneamento <strong>do</strong> meio <strong>do</strong> distrito<br />

Cemitério mais digno e com maior capacidade<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

Obras de ampliação e de construção <strong>do</strong> muro de vedação<br />

Manutenção <strong>do</strong> Cemitério<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.131


Ficha de Projecto n.º 43<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Construção de um cemitério na Comunidade de Porto Alegre<br />

2) Localização geográfica: Porto Alegre - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

da Comunidade<br />

4) Objectivos específicos: Melhoria das condições higiénicas da população<br />

Melhoria de acesso ao cemitério<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Diminuição <strong>do</strong> perigo de contrair enfermidades devi<strong>do</strong> a<br />

dificulidade de evacuação <strong>do</strong>s mortos para Angolares<br />

Melhor saneamento <strong>do</strong> meio <strong>do</strong> distrito<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Localização da área para construção<br />

Estu<strong>do</strong>s de avaliação <strong>do</strong> impacto ambiental<br />

Obras de construção<br />

Manutenção <strong>do</strong> cemitério<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

8) Duração: 1 ano<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.132


Ficha de Projecto n.º 44<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Aldeia Modelo<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar das diversas comunidades <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Conduzir os membros de cada comunidade a identifica os seus<br />

problemas no que respeita ao saneamento<br />

Buscar soluções e participar activamente na modificação <strong>do</strong> meio<br />

que nos rodeia<br />

Melhorar o nível sanitário nas comunidades<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Comunidades mais limpa e mais higiénica<br />

Criação de comissões de bairros responsáveis pelo saneamento<br />

Fontes de água protegidas<br />

Lixos enterra<strong>do</strong>s ou postos em lugares adequa<strong>do</strong>s<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

Mobilização da população<br />

Identificação <strong>do</strong>s problemas<br />

Soluções <strong>do</strong>s problemas<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r UNICEF<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.133


Ficha de Projecto n.º 45<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Inventariação e selecção <strong>do</strong>s pântanos para a sua drenagem e/ou<br />

tratamento<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar da população <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Realização de estu<strong>do</strong>s para a selecção <strong>do</strong>s pântanos com vista a<br />

sua posterior drenagem e/ou tratamento<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Uma lista de áreas pantanosas susceptíveis de serem drenadas<br />

e/ou tratadas<br />

Maior conhecimento sobre a biodiversidade das diferentes áreas<br />

pantanosas<br />

Projectos para a drenagem e/ou tratamento das áreas pantanosas<br />

<strong>do</strong> Distrito.<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração: 6 meses<br />

9) Principais recursos:<br />

Inventariação <strong>do</strong>s pântanos existentes no Distrito<br />

Pesquisas sobre a Biodiversidade <strong>do</strong>s mesmos<br />

Selecção <strong>do</strong>s pântanos a serem drena<strong>do</strong>s e/ou trata<strong>do</strong>s<br />

Elaboração de projectos para a drenagem e/ou tratamento <strong>do</strong>s<br />

pântanos<br />

<strong>Gabinete</strong> <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong> equipamento Social e<br />

<strong>Ambiente</strong>/Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral/PNUD/OMS/UNICEF/U.E.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.134


Ficha de Projecto n.º 46<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Saneamento <strong>do</strong> Meio<br />

1) Titulo: Construção de um incinera<strong>do</strong>r no hospital da cidade de<br />

Angolares para a eliminação <strong>do</strong>s resíduos hospitalares<br />

2) Localização geográfica: Angolares - Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar da população <strong>do</strong> Distrito de <strong>Caué</strong><br />

4) Objectivos específicos: Promover a eliminação sistemática <strong>do</strong>s resíduos provenientes das<br />

actividades hospitalares <strong>do</strong> Distrito<br />

Diminuir os riscos de contaminação de <strong>do</strong>enças causadas pela<br />

exposição de resíduos hospitalares ao ar livre<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Um incinera<strong>do</strong>r hospitalar construí<strong>do</strong> e em funcionamento<br />

Resíduos hospitalares convenientemente trata<strong>do</strong>s<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Estu<strong>do</strong>s técnicos para a instalação <strong>do</strong> incinera<strong>do</strong>r<br />

Elaboração <strong>do</strong> Projecto de construção<br />

Identificação de um local no Hospital para a instalação <strong>do</strong><br />

incinera<strong>do</strong>r<br />

Busca de financiamento<br />

Obras de construção<br />

Ministério da Saúde/Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Governo/Cooperação Bilateral<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.135


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA RESÍDUOS TÓXICOS<br />

Promover a utilização ecologicamente<br />

racional <strong>do</strong>s produtos químicos na agricultura<br />

e reduzir a percentagem <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s mesmos<br />

no distrito<br />

<br />

<br />

Implementar um modelo de agricultura biológica<br />

nas pequenas parcelas e nas médias empresas<br />

agrícolas<br />

Reduzir a .....% o uso de pesticidas e outros<br />

produtos tóxicos na agricultura.<br />

Projecto 47: Promoção da agricultura biológica utilizan<strong>do</strong><br />

fertilizantes orgânicos no enriquecimento <strong>do</strong> solo<br />

Projecto 48: Transformação <strong>do</strong>s resíduos orgânicos para a<br />

produção de fertilizantes naturais<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.136


PROGRAMA “RESÍDUOS TÓXICOS”<br />

Os resíduos tóxicos e nocivos representam a componente mais perigosa <strong>do</strong> fluxo<br />

de resíduos para a saúde humana.<br />

Não existem actualmente no país, legislações ou programas para regulamentar a<br />

utilização ou o manejo de produtos químicos tóxicos e o nível de consciência<br />

pública relacionada com as suas consequências nocivas é baixa. Embora exista o<br />

escoamento de resíduos petrolíferos nas águas <strong>do</strong> rio Água Grande originada pela<br />

Central Térmica Nacional, os resíduos hospitalares e os produtos químicos<br />

utiliza<strong>do</strong>s na agricultura constituem as componentes potencialmente mais<br />

perigosas das substanciais tóxicas e perigosas no país.<br />

Actualmente, a renovação <strong>do</strong>s resíduos hospitalares é feita juntamente com a de<br />

outros resíduos sóli<strong>do</strong>s urbanos. Apesar de existir um incinera<strong>do</strong>r para a<br />

destruição <strong>do</strong>s resíduos hospitalares o mesmo encontra-se fora <strong>do</strong>s serviços há já<br />

alguns anos. O mau uso de pesticidas representa também uma ameaça à vida <strong>do</strong>s<br />

seres humanos e de muitas espécies nacionais com particular incidência sobre as<br />

aves.<br />

Uma grade variedade de produtos químicos usa<strong>do</strong>s no país estão proibi<strong>do</strong>s<br />

internacionalmente por motivos ambientais. Parte <strong>do</strong>s produtos químicos<br />

extremamente perigosos utiliza<strong>do</strong>s no combate ao paludismo estão armazena<strong>do</strong>s<br />

em depósitos subterrâneos na área de Lagoa Azul no distrito de Lobata<br />

transforman<strong>do</strong>-se assim numa ameaça potencial para o ambiente no distrito.<br />

O processo de distribuição de terras aos pequenos e médios proprietários fez<br />

crescer o uso de pesticidas nos últimos anos devi<strong>do</strong> a subvenção deste produto<br />

por parte da STABEX e PNAPAF aos agricultores.<br />

O manuseamento e a utilização de forma indevida <strong>do</strong>s produtos químicos na<br />

agricultura tem ti<strong>do</strong> efeitos nocivos significativos sobre o ambiente. O<br />

envenenamento de um grande número de espécies tanto terrestre como<br />

aquáticos, a contaminação <strong>do</strong>s solos e a ameaça à saúde humana sobretu<strong>do</strong> da<br />

parte de quem os manuseia constituem grandes ameaças.<br />

Os danos potenciais deste problema exigem a busca de uma solução para a sua<br />

gestão.<br />

Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

É neste senti<strong>do</strong> que o programa “Resíduos Tóxicos” proposto para os diferentes<br />

distritos <strong>do</strong> país têm como objectivo geral:<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.137


‣ Promover a utilização ecologicamente racional <strong>do</strong>s produtos químicos<br />

na agricultura e reduzir a percentagem <strong>do</strong> uso <strong>do</strong>s mesmos nos distritos.<br />

Os objectivos específicos preconiza<strong>do</strong>s são os seguintes:<br />

‣ Implementar um modelo de agricultura biológica nas pequenas parcelas<br />

e nas médias empresas agrícolas;<br />

‣ Reduzir a 50% o uso de pesticidas e outros produtos tóxicos na<br />

agricultura;<br />

‣ Promover a informação cientifica com vista a permitir avaliar os riscos<br />

que advêm da utilização <strong>do</strong>s produtos químicos;<br />

‣ Eliminar o armazenamento <strong>do</strong>s produtos tóxicos no distrito e evitar a<br />

poluição atmosférica;<br />

‣ Eliminar a evacuação <strong>do</strong>s resíduos provenientes da descarga da EMAE<br />

no rio Água Grande;<br />

‣ Promover o tratamento adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lixos hospitalares.<br />

Para o cumprimento <strong>do</strong>s objectivos acima cita<strong>do</strong>s propõe-se os seguintes<br />

projectos para o distrito de <strong>Caué</strong>:<br />

I. Projecto n.º 47 - Promoção da agricultura biológica utilizan<strong>do</strong><br />

fertilizantes orgânicos no enriquecimento <strong>do</strong> solo<br />

II.<br />

Projecto n.º 48 - Transformação <strong>do</strong>s resíduos orgânicos para a<br />

produção de fertilizantes naturais<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.138


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.139


Ficha de Projecto n. º 47<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Resíduos Tóxicos<br />

1) Titulo: Promoção da Agricultura Biológica utilizan<strong>do</strong> fertilizantes<br />

orgânicos no enriquecimento <strong>do</strong> solo<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a gestão ecologicamente racional <strong>do</strong>s produtos<br />

tóxicos incluin<strong>do</strong> a prevenção sobre a poluição pelos produtos<br />

químicos utiliza<strong>do</strong>s na agricultura<br />

4) Objectivos específicos: Divulgar e disseminar a informação científica sobre os riscos que<br />

advêm da utilização irracional <strong>do</strong>s produtos químicos<br />

Promoção da utilização de fertilizantes orgânicos na agricultura<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Redução da utilização <strong>do</strong>s produtos químicos na agricultura<br />

Redução da poluição <strong>do</strong>s rios proveniente <strong>do</strong>s produtos químicos<br />

utiliza<strong>do</strong>s na agricultura<br />

Diminuição <strong>do</strong>s riscos sobre a saúde <strong>do</strong>s manusea<strong>do</strong>res desses<br />

produtos<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E./Banco Mundial<br />

Vulgarização<br />

Assistência Técnica aos agricultores na área da utilização de<br />

forma adequada <strong>do</strong>s produtos químicos<br />

Assistência técnica aos agricultores para a preparação <strong>do</strong>s<br />

fertilizantes orgânicos<br />

Informação e Sensibilização sobre a toxicidade <strong>do</strong>s produtos<br />

químicos utiliza<strong>do</strong>s e os riscos que advêm de sua utilização de<br />

forma inadequada<br />

Ministério da Agricultura/ONG’s<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.140


Ficha de Projecto n. º 48<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Resíduos Tóxicos<br />

1) Titulo: Transformação <strong>do</strong>s resíduos orgânicos para produção de<br />

fertilizantes naturais<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para o desenvolvimento de uma Agricultura Biológica<br />

no Distrito<br />

4) Objectivos específicos: Reduzir a 80% o uso de pesticidas e outros produtos tóxicos na<br />

agricultura<br />

Promover a utilização de fertilizantes orgânicos na agricultura<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Aproveitamento de resíduos orgânicos <strong>do</strong> distrito para a<br />

elaboração de fertilizantes<br />

Redução por parte <strong>do</strong>s pequenos agricultores <strong>do</strong>s custos com a<br />

aquisição de produtos químicos<br />

Aquisição de técnicas que permitem a utilização da agricultura<br />

biológica<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r U.E./Banco Mundial<br />

Informação e Sensibilização <strong>do</strong>s agricultores sobre as vantagens<br />

da utilização de fertilizantes orgânicos<br />

Produção de fertilizantes orgânicos<br />

Transmissão de técnicas para a sua utilização<br />

Ministério da Agricultura/ECOFAC/PNAPAF<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.141


OBJECTIVOS DO PDADD OBJECTIVOS ESPECÍFICOS PROJECTOS<br />

PROGRAMA APOIO INSTITUCIONAL<br />

AO PODER LOCAL<br />

Contribuir para a criação das condições que<br />

permitam à Câmara realizar as suas<br />

atribuições de planificação, controle e<br />

fiscalização das actividades inseridas no<br />

processo de desenvolvimento <strong>do</strong> Distrito<br />

<br />

<br />

<br />

Munir a Câmara de capacidades que lhe permitam<br />

elaborar regulamentos, códigos e posturas e planos<br />

e projectos<br />

Promover a capacidade técnica local que permita<br />

realizar a gestão racional <strong>do</strong>s recursos naturais<br />

locais<br />

Munir a Câmara de capacidade que lhe permita<br />

efectuar a recolha e transporte sistemático <strong>do</strong>s<br />

lixos e sua deposição em lugar adequa<strong>do</strong><br />

Projecto 49: Reforço da capacidade institucional da Câmara<br />

Distrital de <strong>Caué</strong><br />

Projecto 50: Reforço da capacidade de intervenção da<br />

Câmara de <strong>Caué</strong>.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.142


PROGRAMA APOIO INSTITUCIONAL<br />

Justificação<br />

Na análise <strong>do</strong> diagnóstico participativo leva<strong>do</strong> a cabo em todas as Câmaras distritais <strong>do</strong><br />

País, concluiu-se que todas sem excepção debatem-se com problemas institucionais,<br />

organizativos, material, humano e financeiro importantes<br />

Esses problemas advêm de circunstâncias históricas em que surgiram essas instituições<br />

de poder local e sua inserção no conjunto nacional. São problemas de carácter estrutural e<br />

que exigem reformas profundas que permitam que a performance das mesmas melhorem<br />

significativamente.<br />

Essas reformas passam essencialmente pela revisão e aplicação efectiva da Lei da<br />

Divisão Política e Administrativa <strong>do</strong> País, da Lei Quadro das Autarquias e da Lei das<br />

Finanças Locais o que proporcionaria, um sistema organizativo mais adequa<strong>do</strong> às<br />

realidades distritais, acesso a meios materiais e equipamentos, acesso ao capital humano<br />

adequa<strong>do</strong> às exigências de funcionamento, acesso a meios financeiros à altura das<br />

necessidades de suas realizações.<br />

Esse conjunto de reformas permitiria ainda uma inserção mais lógica da economia destes<br />

distritos no conjunto da economia nacional numa perspectiva de pólos catalisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

crescimento e <strong>do</strong> desenvolvimento durável e a inserção <strong>do</strong> mesmo num contexto<br />

internacional através da cooperação descentralizada/geminações.<br />

Outra questão que se verificou com muita frequência trata-se <strong>do</strong> surgimento de novas<br />

comunidades resultantes <strong>do</strong>s desmembramentos das grandes e médias empresas agrícolas<br />

após o programa de privatização agrícola.<br />

Isto impõe naturalmente a extensão das actividades <strong>do</strong> poder local a estas novas<br />

comunidades porque o que se verifica no momento é um autêntico vazio <strong>do</strong> poder local<br />

ten<strong>do</strong> como consequência, as comunidades atiradas à sua sorte apesar <strong>do</strong> aparecimento de<br />

várias associações comunitárias as mesmas por não estarem vocacionadas para<br />

representar o poder local não conseguem gerir com eficácia mínima os mais diversos<br />

problemas com que confrontam tais comunidades.<br />

Para a implementação desta nova dinâmica ao nível <strong>do</strong> Poder Local, é preciso haver pela<br />

parte <strong>do</strong> Poder Central a vontade de mudar a actual situação de falta efectiva de poder,<br />

responsável em grande medida pelo malbaratar <strong>do</strong>s recursos locais<br />

Distrito de <strong>Caué</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.143


O Poder Local no distrito de <strong>Caué</strong> é constituí<strong>do</strong> pela Assembleia Distrital e pela Câmara<br />

Distrital respectivamente responsáveis pelos aspectos legislativos e executivos de acor<strong>do</strong><br />

com a Lei Quadro das Autarquias.<br />

A Assembleia Distrital é composta de um Presidente e 6 Deputa<strong>do</strong>s. Por seu turno a<br />

Câmara Distrital é composta por um Presidente e 4 Secretários Regionais responsáveis<br />

por diferentes pelouros e de funcionários administrativos.<br />

É de destacar que para além da cidade de Angolares, a Câmara está ausente em toda outra<br />

comunidade pelo menos ao nível de representação.<br />

Totalmente dependente <strong>do</strong> Orçamento Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s escassos programas<br />

indicativos <strong>do</strong> programa de investimentos públicos, algumas acções realizadas pela<br />

mesma provêm <strong>do</strong> acor<strong>do</strong> de geminação das organizações não governamentais, <strong>do</strong><br />

programa de Cooperação Bilateral e Multilateral uma vez que ao nível <strong>do</strong> Distrito não se<br />

cobram receitas satisfatórias para sua auto-suficiência, consideran<strong>do</strong> que o Governo<br />

Central ao não aplicar a Lei das Finanças também não transfere o FEF (Fun<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Equilíbrio Financeiro) limitan<strong>do</strong>-se apenas a OGE a cobertura das despesas com salários.<br />

No que concerne os recursos humanos a situação não é a melhor, ten<strong>do</strong> em conta, a<br />

ausência de técnicos especializa<strong>do</strong>s em todas as áreas de acção da Câmara Distrital, o que<br />

impede a mesma de cumprir com as suas actividades de programar, planear e projectar ou<br />

ainda de legislar.<br />

Relativamente aos recursos materiais, o diagnóstico revela uma total carência <strong>do</strong>s<br />

mesmos, em particular, a falta de materiais essenciais de trabalho, o que impede a<br />

Câmara de cumprir com as suas atribuições essenciais tais como o tratamento das<br />

sarjetas, esgotos, recuperação das estradas e limpeza das bermas, etc..<br />

Em suma o diagnóstico <strong>do</strong> aspecto institucional impõe delinear cenários que permitam a<br />

médio prazo uma reforma de fun<strong>do</strong> na estrutura e composição <strong>do</strong> Poder Local no Distrito<br />

de <strong>Caué</strong> de mo<strong>do</strong> a fazer-se mais eficiente esta instituição.<br />

Objectivos <strong>do</strong> Programa<br />

O objectivo geral deste programa para o Distrito de <strong>Caué</strong> consiste em contribuir para a<br />

criação de condições que permitam à Câmara de realizar as suas atribuições de<br />

planificação, controle e fiscalização das actividades inseridas no processo de<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> Distrito.<br />

Para o efeito, necessário se torna cumprir alguns objectivos específicos tais como:<br />

‣ Munir a Câmara de capacidade que lhe permita elaborar os regulamentos,<br />

códigos e postura, programa, planos e projectos;<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.144


‣ Promover a capacidade técnica local que permita realizar a gestão <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais locais;<br />

‣ Munir a Câmara de capacidade que lhe permita efectuar a recolha e o<br />

transporte sistemático <strong>do</strong>s lixos e sua deposição em lugar adequa<strong>do</strong>.<br />

Para o cumprimento <strong>do</strong> Programa “Apoio Institucional ao Poder Local” foram<br />

identifica<strong>do</strong>s 2 projectos e sub-projectos para o Distrito de <strong>Caué</strong> :<br />

I. Projecto n.º 49 – Reforço da Capacidade institucional da Câmara Distrital de<br />

<strong>Caué</strong> ;<br />

II.<br />

Projecto n.º 50 – Reforço da capacidade de intervenção da Câmara de <strong>Caué</strong><br />

em matéria <strong>do</strong> saneamento, construção, ampliação e manutenção de infraestruturas<br />

e equipamentos sociais.<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.145


FICHAS DE PROJECTOS<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.146


Ficha de Projecto n.º 49<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Apoio Institucional<br />

1) Titulo: Reforço da capacidade Institucional da Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para que a Câmara Distrital possa jogar o seu<br />

verdadeiro papel no processo de desenvolvimento<br />

4) Objectivos específicos: Munir a Câmara de capacidades que lhe permita elaborar<br />

regulamentos, códigos, posturas, programas, planos e projectos<br />

Promover a capacidade técnica local que permita realizar a<br />

gestão <strong>do</strong>s recursos naturais locais<br />

Dotar a Câmara de capacidades que lhe permita fazer o<br />

seguimento de alguns programas de políticas de<br />

desenvolvimento local<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Reforço da capacidade distrital em matéria de gestão <strong>do</strong><br />

desenvolvimento local<br />

Capacidade técnica e material da Câmara mais fortalecida<br />

Maior capacidade de intervenção da Câmara<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Mobilização de recursos humanos em diferentes áreas para a<br />

Câmara<br />

Formação <strong>do</strong>s recursos humanos locais no <strong>do</strong>mínio da gestão <strong>do</strong><br />

desenvolvimento local<br />

Elaboração de programas de acção da Câmara<br />

Ministério da Justiça/<strong>Gabinete</strong> da Administração<br />

Territorial/Câmara Distrital<br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral/PNUD/OIT<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.147


Ficha de Projecto n.50<br />

PDADD: Distrito de <strong>Caué</strong>.<br />

Programa Apoio Institucional<br />

1) Titulo: Reforço da Capacidade de Intervenção da Câmara em matéria de<br />

Saneamento <strong>do</strong> meio e Gestão <strong>do</strong> ambiente<br />

2) Localização geográfica: Distrito de <strong>Caué</strong><br />

3) Objectivos gerais: Contribuir para a melhoria das condições sanitárias, higiénicas e<br />

<strong>do</strong> bem estar da população e da utilização racional <strong>do</strong>s recursos<br />

naturais <strong>do</strong> distrito<br />

4) Objectivos específicos: Melhorar a capacidade da Câmara no <strong>do</strong>mínio de recolha e<br />

transporte <strong>do</strong>s lixos e de gestão das zonas urbanas<br />

Melhorar a capacidade da Câmara na gestão <strong>do</strong>s recursos<br />

naturais<br />

5) Resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s: Câmara Distrital bem estruturada e com capacidade de<br />

intervenção no processo de desenvolvimento local<br />

Melhoria das condições higiénicas e sanitárias da cidade de<br />

Angolares<br />

Maior controle e fiscalização na utilização <strong>do</strong>s recursos naturais<br />

locais<br />

6) Componentes e Actividades<br />

principais:<br />

7) Agencia/Organismos<br />

responsável da Execução:<br />

8) Duração:<br />

9) Principais recursos:<br />

Aquisição de meios materiais e equipamentos para a recolha<br />

sistemática e transporte e deposição de lixos em lugares<br />

adequa<strong>do</strong>s<br />

Elaboração <strong>do</strong> Plano de Gestão <strong>do</strong>s recursos naturais locais<br />

Criação de equipas de fiscalização e controlo da utilização <strong>do</strong>s<br />

recursos naturais<br />

Câmara Distrital de <strong>Caué</strong><br />

10) Montante financeiro<br />

(USD $ 000):<br />

11 Organismo Financia<strong>do</strong>r Cooperação Bilateral/Banco Mundial/PNUD<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.148


Anexo 1<br />

CONSULTORES NACIONAIS QUE PARTICIPARAM NA ELABORAÇÃO DOS<br />

PLANOS DISTRITAIS DO AMBIENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DURÁVEL:<br />

Eng.ºArlin<strong>do</strong> de Ceita Carvalho - Geógrafo - Director <strong>do</strong><br />

Projecto<br />

<br />

Dr. Victor Manuel <strong>do</strong> Sacramento Bonfim- Biólogo<br />

Dr. Armin<strong>do</strong> Vaz d´Almeida - Sociólogo<br />

Dr. Olegário Pires Tiny - Jurista<br />

Dr. Horacio Ramos Dias - Economista<br />

Dr. Albano Germano de Deus - Informação<br />

Sr. Abel Queiroz Aguiar - Informático<br />

CONSULTORES INTERNACIONAIS:<br />

Dr. Vincenzo Galastro - Planificação Ambiental e Meto<strong>do</strong>logia<br />

Participativa<br />

Dr.ª Monique Trudel - Comunicação e Educação Ambiental<br />

Dr.ª Henny Matos - Estratégia para o Seguimento e Avaliação<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.149


ANEXO 2<br />

ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS QUE PARTICIPARAM NAS<br />

ACTIVIDADES DE SENSIBILIZAÇÃO E RECOLHA DE INFORMAÇÕES PARA<br />

A ELABORAÇÃO DOS PLANOS:<br />

Zatona Adil<br />

Associação para o Progresso da Mulher - APM<br />

Iném Migo Plé - IMP<br />

Jovens Luz Verde - JLV<br />

Acção para o Desenvolvimento Participativo - ADP<br />

Grupo <strong>do</strong>s Amigos <strong>do</strong> progresso - GAP<br />

Associação <strong>do</strong>s Estudantes de Mé Zochi - AEM<br />

Liga Ecológica Santomense - LES<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.150


ANEXO 3<br />

PRINCIPAIS ESPÉCIES DE MADEIRA NO DISTRITO<br />

Qualidade de madeira Nomes Científicos Nomes Vernaculares<br />

Madeiras Duras:<br />

Madeiras Moles:<br />

Milicia excelsa<br />

Scytopelatum camerunianum<br />

Manilkara multinervis<br />

Cedrela o<strong>do</strong>rata<br />

Fagara macrophylla<br />

Artocarpus interger<br />

Carapa procera<br />

Ficus sidifolia<br />

Pycnanthus angolensis<br />

Albizzia moluccana<br />

Artocarpus communis<br />

Amoreira<br />

Viro branco<br />

Azeitona<br />

Cedrela<br />

Marapiau<br />

Jaca<br />

Gogo<br />

Pau figo<br />

Pau caixao<br />

Acacia<br />

Fruta-pao<br />

Fonte:<br />

Conservação <strong>do</strong>s ecossistemas florestais na Republica Democrática de São Tome e Príncipe: P. J. JONES,<br />

J.P. BURLISON e A. TYE<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.151


ANEXO 4<br />

B. Quadros de preocupações por Grupos-Alvo<br />

Grupos-Alvo<br />

Preocupações Ambientais<br />

1. Produtor Artesanal a) Falta de Sensibilização Ambiental<br />

b) Falta de Informação Ambiental<br />

c)Abate de árvores<br />

d) Crescente índice de Paludismo<br />

e) Existência de Águas acumuladas<br />

2. Serra<strong>do</strong>r a) Diminuição de espécies nobres<br />

b) Crescente índice Paludismo<br />

c) Falta de Sensibilização Ambiental<br />

3. Assalaria<strong>do</strong> Agrícola a) Falta de uma Habitação condigna<br />

b) Melhoria salarial<br />

c) Necessidade de parcela de terra<br />

d) Problemas sócio-económicos da empresa<br />

Porto Alegre<br />

e) Falta de Sensibilização Ambiental<br />

f) Falta de saneamento básico<br />

4. Vinhateiro a) Mecanismos para a Protecção das<br />

Palmeiras<br />

b) Extracção <strong>do</strong> Vinho pumbu<br />

c) Técnica inadequada de extracção <strong>do</strong> vinho<br />

de palma<br />

d) Eleva<strong>do</strong> custo de arrendamento das<br />

palmeiras<br />

5. Empresário a) Falta <strong>do</strong> acesso ao créditos<br />

b)Manuseamento inadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

Produtos químicos<br />

c)Lavagem de utensílios conten<strong>do</strong><br />

restos de produtos químicos nos rios<br />

d)Falta de Sensibilização Ambiental<br />

e) Falta de Informação sobre o <strong>Ambiente</strong><br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.152


6. Pequeno Agricultor a) Falta de acesso a Crédito<br />

b) Deficiente sistema de Vulgarização<br />

c) Falta de Sensibilização Ambiental<br />

d) Falta de Informação sobre <strong>Ambiente</strong><br />

e) Corte de árvores<br />

f) Aparecimento de Rubrocinctos<br />

g) Manuseamento inadequa<strong>do</strong> Produtos<br />

Químicos<br />

h) Crescente índice <strong>do</strong> Paludismo<br />

i) Falta de Energia<br />

j) Falta de Saneamento básico<br />

k) Caça indiscriminada de animais<br />

l) Falta de Escolas<br />

7. Pesca<strong>do</strong>res a) Falta de abastecimento em materiais de<br />

pesca<br />

b) Utilização de granadas para a pesca<br />

c) Busca de alternativas para substituição de<br />

caça a tartarugas<br />

d) Baixa qualidade de água de consumo<br />

e) Falta de saneamento básico<br />

8. Pequenos Comerciantes a) Falta de Sensibilização e informação de<br />

problemas ambientais<br />

b) Falta de Saneamento <strong>do</strong> meio<br />

c) Baixa qualidade de água de consumo<br />

9. Estudantes a)Falta de Sensibilização Ambiental<br />

b) Falta de Programas concretos de defesa e<br />

protecção <strong>do</strong> ambiente<br />

c) Falta de Saneamento <strong>do</strong> meio<br />

d) Falta de níveis pré universitários no distrito<br />

e) Abate indiscrimina<strong>do</strong> de árvores<br />

f) Caça indiscriminada de espécies endémicas<br />

g) Má qualidade de água de consumo<br />

10. Domésticas a) Má qualidade de água de consumo<br />

b) Falta de acesso a lenha<br />

c) Abate indiscrimina<strong>do</strong> de árvores<br />

d) Falta de local adequa<strong>do</strong> para a deposição<br />

<strong>do</strong> lixo<br />

e) Aumento de índice de paludismo<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.153


11. Administração Local a) Falta de Saneamento básico<br />

b) Existência de zonas pantanosas no centro<br />

da cidade<br />

c) Baixa qualidade de água de consumo<br />

d) Caça indiscriminada das espécies<br />

e) Abate indiscrimina<strong>do</strong> de árvores<br />

f) Falta de Sensibilização e informação sobre<br />

o <strong>Ambiente</strong><br />

g) Fraco recurso humano e financeiro nas<br />

Câmara Distrital<br />

h) Aumento de índice de paludismo<br />

12. Palaiês a) Baixa qualidade de Água potável<br />

b)Aumento de índice de Paludismo<br />

c) Falta de saneamento de meio<br />

d) Alternativas para substituição de caça a<br />

tartaruga<br />

13. Professores a) Falta de Sensibilização e Informação<br />

Ambiental<br />

b) Falta de educação ambiental<br />

c) Falta de Saneamento <strong>do</strong> meio<br />

d) Falta de acesso a educação depois da 8ª<br />

classe<br />

e) Baixa qualidade de água de consumo<br />

14.Assalaria<strong>do</strong> Industrial e<br />

Comercio<br />

a) Falta Sensibilização e informação<br />

Ambiental<br />

b) Falta de Saneamento <strong>do</strong> meio<br />

c) Baixo poder de compra da população<br />

d) Baixa qualidade de água de consumo<br />

e) Abate indiscrimina<strong>do</strong> de árvores<br />

15. Autoridades Locais a) Falta de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

b) Falta de autoridade por parte da Câmara<br />

devi<strong>do</strong> a concentração <strong>do</strong>s poderes e<br />

decisões nos sectores da administração<br />

central<br />

c) Má qualidade da água de consumo<br />

d) Utilização irracional <strong>do</strong>s recursos naturais<br />

<strong>do</strong> distrito (florestas, caça, pesca, etc.)<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.154


C. Soluções Apresentadas por Grupos-Alvo<br />

Grupos-Alvo<br />

Soluções<br />

1. Produtor Artesanal a)Criação de programas de sensibilização e informação na<br />

rádio e televisão<br />

b)Maior controlo de fiscalização no abate de árvores<br />

c)Reflorestação <strong>do</strong> distrito<br />

d)Eliminação e tratamento de pântanos e poços de água<br />

2. Serra<strong>do</strong>r a)Reflorestação <strong>do</strong> distrito com árvores nobres ( amoreira,<br />

cedrela, gôgô, etc. )<br />

b)Eliminação e tratamento de pântanos<br />

c)Mais campanhas de sensibilização no terreno<br />

3. Assalaria<strong>do</strong>s Agrícolas a)Melhoria habitacional com criação de infra-estruturas<br />

sanitárias (casas de banho e latrinas)<br />

b)Melhoria salarial<br />

c) Necessidade de concessão de parcela de à Terra<br />

d)Criação de programa para reabilitação empresa Porto<br />

Alegre<br />

e)Mais sensibilização sobre o ambiente no terreno junto as<br />

comunidades<br />

f) Eliminação e tratamento <strong>do</strong>s pântanos<br />

4. Vinhateiro a) Campanha de sensibilização para protecção das<br />

palmeiras<br />

b) Proibição e penalização para vinhateiros que tiram<br />

vinho pumbo<br />

c) Divulgação através da rádio e televisão e outros meios<br />

de técnicas adequadas para extracção de vinho de<br />

palma<br />

d) Concessão de áreas palmares dedicadas a extracção de<br />

vinho de palma<br />

6. Empresários a) Criação de mecanismos para créditos bonifica<strong>do</strong>s<br />

b) Uso de tecnologia adequada na aplicação de produtos<br />

químicos<br />

c) Divulgação de técnicas adequadas para lavagem de<br />

utensílio conten<strong>do</strong> produtos químicos<br />

d) Criação de programas de sensibilização e informação<br />

ambiental nos órgão da comunicação social e no terreno<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.155


6. Pequenos Agricultores a) Criação de mecanismos para créditos bonifica<strong>do</strong>s<br />

b) Acesso a vulgarização e melhor acompanhamento aos<br />

agricultores<br />

c) Campanhas permanentes de sensibilização e<br />

informação sobre o ambiente no terreno<br />

d) Reflorestação <strong>do</strong> distrito com árvores nobres, de<br />

sombra e de lenha<br />

e) Maior apoio e divulgação da luta contra robrucinctos<br />

f) Divulgação de técnicas adequadas para utilização de<br />

produtos químicos na agricultura<br />

g) Eliminação e tratamento de áreas pantanosas<br />

h) Melhoramento da rede energética<br />

i) Construção de balneários públicos, latrinas e lixeiras<br />

j) Criação de legislação sobre a caça<br />

k) Aumento de grau de escolaridade nas escolas<br />

7. Pesca<strong>do</strong>res a)Proibir captura de tartarugas em época de desova<br />

b)Proibir pesca com malhas finas<br />

c)Proibir e punir a captura de espécies ameaçadas<br />

d)Mais sensibilização e informação<br />

e) Abastecimento regular e formal <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res com<br />

materiais de pesca<br />

f) Protecção da área de captagem de abastecimento de<br />

água<br />

g) Criação de sistema de tratamento de água<br />

h) Modernizar as técnicas de pesca<br />

8. Pequenos Comerciantes a) Maior sensibilização e informação sobre problemas<br />

ambientais junto as comunidades<br />

b) Drenagem e tratamentos das áreas pantanosas<br />

c) Construção de casas de banho e latrinas e lixeiras<br />

d) Recolha e escoamento de forma permanente de lixos da<br />

capital <strong>do</strong> distrito<br />

e) Protecção das fontes de abastecimentos de água e<br />

criação de sistema de tratamento<br />

9. Estudantes a) Criação de programas de sensibilização e informação<br />

ambiental nos órgão de comunicação social e no terreno<br />

b) Programas concretos de defesa e protecção <strong>do</strong><br />

ambiente nas escolas<br />

c) Criação de programas de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

d) Reflorestação <strong>do</strong> distrito com árvores nobres, de<br />

sombra e de lenha<br />

e) Criação de leis para regulamentar a caça<br />

f) Protecção das fontes de abastecimento de água e<br />

criação de estação de tratamento da mesma<br />

g) Elevação <strong>do</strong> nível de escolaridade nas escolas<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.156


10. Domésticas a) Protecção das fontes de abastecimento de água<br />

b) Mecanismos com vista a obter o acesso a recolha de<br />

lenha<br />

c) Plantação de árvores de sombra e de lenha<br />

d) Criação de uma lixeira<br />

e) Eliminação e tratamento de áreas pantanosas<br />

11. Administração Local a) Criação de um programa para o saneamento <strong>do</strong> meio <strong>do</strong><br />

distrito<br />

b) Protecção da fontes de bastecimento de água e criação<br />

de estação de tratamento<br />

c) Criação de legislação que regulamente a caça<br />

d) Criação de programas de sensibilização e informação<br />

sobre o ambiente na rádio e na televisão<br />

e) Aplicação efectiva das leis das finanças locais com<br />

vista a <strong>do</strong>tar a Câmara Distrital de Recurso Humano<br />

competente<br />

f) Drenagem e tratamento de zonas pantanosas<br />

12. Palaiês a) Protecção das fontes de abastecimento de água<br />

b) Eliminação e tratamento das áreas pantanosas<br />

c) Criação de leis que regulamenta a caça a tartarugas<br />

13. Professores d) Criação de programas escolares sobre a protecção <strong>do</strong><br />

ambiente<br />

e) Criação de um programa de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

f) Criação de mecanismos para elevar o grau de<br />

escolaridade <strong>do</strong> distrito<br />

g) Protecção das fontes de abastecimento de água<br />

14. Assalaria<strong>do</strong> Industrial e<br />

Comercial<br />

a) Criação de programas de sensibilização e informação<br />

sobre o ambiente na rádio e televisão e no terreno<br />

b) Criação de programa de saneamento <strong>do</strong> meio<br />

c) Criação de um programa de luta contra a pobreza junto<br />

a população<br />

d) Protecção das fontes de abastecimento de água<br />

e) Maior controlo e fiscalização respeitante a corte de<br />

árvores<br />

15. Autoridades Locais a) Aplicação efectiva da legislação sobre autarquias e<br />

finanças locais<br />

b) Criação de um programa distrital de saneamento <strong>do</strong><br />

meio<br />

c) Participação da Câmara distrital na tomada de decisão<br />

sobre exploração <strong>do</strong>s recursos naturais <strong>do</strong> distrito<br />

Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

Pag.157


Plano Distrital <strong>do</strong> <strong>Ambiente</strong> Para o Desenvolvimento Durável - <strong>Caué</strong><br />

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