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universidade federal de minas gerais instituto de ciências biológicas ...

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à quantida<strong>de</strong>s excessivas <strong>de</strong> resíduos domésticos e industriais como Oligochaeta e Hirudinea,<br />

corroborando com os resultados obtidos no presente estudo.<br />

As espécies <strong>de</strong> Oligochaeta <strong>de</strong> água doce vivem em todos os tipos <strong>de</strong> habitats, mas são<br />

mais abundantes em águas rasas, apesar <strong>de</strong> várias famílias terem representantes em lagos<br />

profundos (Barnes, 1995). Foi encontrada elevada abundância <strong>de</strong> Oligochaeta nos trechos<br />

lóticos <strong>de</strong> Ibirité. Sob condições <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> nutrientes, Rodrigues (2003)<br />

analisando reservatórios em cascata no médio e baixo Rio Tietê concluiu que os Oligochaeta<br />

ten<strong>de</strong>m a aumentar sua abundância em relação aos Chironomidae, como observado no trecho<br />

mais impactado do reservatório <strong>de</strong> Ibirité.<br />

Os hirudíneos são importantes indicadores <strong>de</strong> poluição, sendo favorecidos em<br />

ambientes com altos teores <strong>de</strong> poluentes orgânicos (Myslinski & Ginsburg, 1977).<br />

Usualmente esses organismos não são encontrados em águas com pH abaixo <strong>de</strong> 5,5<br />

(Dougherty & Morgan, 1991), o que foi confirmado pelo presente estudo. O estabelecimento<br />

<strong>de</strong> numerosas populações da classe Hirudinea em Ibirité <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong>stes organismos<br />

serem predominantemente dulciaquícolas e por habitarem áreas marginais <strong>de</strong> pouca<br />

correnteza e com altos teores <strong>de</strong> poluentes orgânicos (Davies & Govedich, 1991; Sket et al.,<br />

2007).<br />

Os moluscos encontrados em Ibirité são também típicos <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas<br />

(Fernan<strong>de</strong>z et al., 2003). A presença <strong>de</strong> taxa invasores, como alguns gêneros da família<br />

Thiaridae que estão fora <strong>de</strong> suas áreas <strong>de</strong> origem, ameaçam a biodiversida<strong>de</strong> e os ecossistemas<br />

aquáticos (Fernan<strong>de</strong>z et al., 2003). No estudo realizado por Callisto et al. (2005b) na bacia do<br />

reservatório <strong>de</strong> Ibirité, 5 espécies <strong>de</strong> moluscos foram avaliados e não foi verificado infestação<br />

por Schistosoma mansoni em Biomphalaria straminea. Apesar <strong>de</strong> não ter sido encontrado<br />

Schistosoma mansoni a existência <strong>de</strong> planorbí<strong>de</strong>os <strong>de</strong>ve ser monitorada <strong>de</strong>vido à possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contaminação da população local <strong>de</strong> moradores que frequentam o reservatório.<br />

Outra família registrada em todos os pontos amostrais localizados <strong>de</strong>ntro dos<br />

reservatórios <strong>de</strong> Ibirité e Serra Azul foi Chaoboridae (Diptera) tolerantes a condições <strong>de</strong><br />

hipóxia (Beutel et al., 2007). O presente estudo confirma os dados obtidos no trabalho<br />

realizado por Bezerra-Neto et al. (2002) na Lagoa do Nado, em Belo Horizonte, M.G.<br />

Durante todo o período <strong>de</strong> estudo estes autores observaram uma <strong>de</strong>nsa população <strong>de</strong><br />

Chaoboridae na coluna d`água do reservatório distribuídos verticalmente acompanhando<br />

conjuntamente a distribuição <strong>de</strong> suas presas e explorando as zonas <strong>de</strong> baixas concentrações <strong>de</strong><br />

oxigênio, possivelmente como uma resposta à predação por peixes.<br />

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