Arquitetura Paleocristã e Bizantina - Histeo.dec.ufms.br
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<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
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Imperatriz Teodora (Mosaico, San Vitale, Ravena 546 - 548).
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Desde o fim do século III d.C. Roma deixa de ser capital única do império. Durante a migração dos povos<<strong>br</strong> />
bárbaros, o Oriente grego não sofreu uma depressão cultural como o Ocidente. O comércio, pelo contrário,<<strong>br</strong> />
florescia e até mais vigorosamente do que antes.<<strong>br</strong> />
Bizâncio ocupava uma região estratégica para o comércio com o Oriente, dominando o estreito de Bósforo,<<strong>br</strong> />
na entrada para o Mar Negro.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
As Catacumbas<<strong>br</strong> />
Os primeiros séculos da era Cristã,<<strong>br</strong> />
denominado período Bizantino,<<strong>br</strong> />
compreendem a fase em que o império<<strong>br</strong> />
romano se divide em dois, oriental e<<strong>br</strong> />
ocidental, e estão se construindo as<<strong>br</strong> />
bases do modo de produção e da cultura<<strong>br</strong> />
feudal.<<strong>br</strong> />
É, pois, a fase de transição do período<<strong>br</strong> />
clássico para o medieval, em que se<<strong>br</strong> />
desenvolvem os valores da cristandade,<<strong>br</strong> />
em convívio com a arte pagã dos<<strong>br</strong> />
templos e edificações romanas.<<strong>br</strong> />
Nova Catacumba (Via Latina, Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />
Grinaldas, pássaros e <strong>dec</strong>oração circundam cenas<<strong>br</strong> />
dos Evangelhos e da vida diária. Os nichos laterais<<strong>br</strong> />
são os loculi, ou sepulturas, e no arcosolium, ao<<strong>br</strong> />
fundo, está um sarcófago sob um arco escavado na<<strong>br</strong> />
rocha.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
As Catacumbas<<strong>br</strong> />
O cristianismo nasce em um mundo<<strong>br</strong> />
em que a religião, o império e o<<strong>br</strong> />
patriotismo estavam estreitamente<<strong>br</strong> />
ligados. Templos eram construídos<<strong>br</strong> />
para adoração de Augustus e Roma.<<strong>br</strong> />
Vênus, a mãe de César, era a deusa<<strong>br</strong> />
da família... Em cada lugar ou<<strong>br</strong> />
época, outros deuses substituíamna<<strong>br</strong> />
nesse papel: Apolo, Júpiter,<<strong>br</strong> />
Hércules, etc.<<strong>br</strong> />
A cidade era dominada pelos<<strong>br</strong> />
símbolos da adoração a César. Em<<strong>br</strong> />
Roma, o Capitólio dominava o<<strong>br</strong> />
fórum, que dominava os templos e<<strong>br</strong> />
suas estátuas dos deuses e<<strong>br</strong> />
imperadores deificados: os ídolos.<<strong>br</strong> />
O teatro era uma cerimônia<<strong>br</strong> />
dionisíaca, os jogos tinham valor de<<strong>br</strong> />
oferecer sacrifício aos deuses. Cada<<strong>br</strong> />
oficial do Exército era ligado aos<<strong>br</strong> />
deuses por juramentos; cada<<strong>br</strong> />
funcionário imperial era uma<<strong>br</strong> />
espécie de sacerdote.<<strong>br</strong> />
Um cristão teria de ficar<<strong>br</strong> />
necessariamente excluído da<<strong>br</strong> />
vida pública...<<strong>br</strong> />
Nova Catacumba (Via Latina, Roma , séc. IV)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
As Catacumbas<<strong>br</strong> />
Cripta dos Papas (Catacumba de S. Calixto, Roma , séc. II)<<strong>br</strong> />
Cubículo de Fractio Panis (Catacumba de Priscila, Roma , séc. II)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
As Catacumbas<<strong>br</strong> />
Até o século III, a crença<<strong>br</strong> />
numa segunda vinda de<<strong>br</strong> />
Cristo era um dos dogmas<<strong>br</strong> />
fundamentais da fé cristã.<<strong>br</strong> />
O Apocalipse de São João<<strong>br</strong> />
narrava o dia terrível em<<strong>br</strong> />
que o Senhor julgaria os<<strong>br</strong> />
vivos e os mortos.<<strong>br</strong> />
Provavelmente, por isso os<<strong>br</strong> />
cristãos não cremavam os<<strong>br</strong> />
corpos, como os romanos.<<strong>br</strong> />
As primeiras manifestações<<strong>br</strong> />
da arte cristã se dão nas<<strong>br</strong> />
catacumbas e sarcófagos.<<strong>br</strong> />
Orans (Pintura so<strong>br</strong>e reboco. 68 x<<strong>br</strong> />
203 cm. Arcosolium de um<<strong>br</strong> />
coemeterium Maius. Roma , séc. III)<<strong>br</strong> />
Mulher erguendo os <strong>br</strong>aços em<<strong>br</strong> />
súplica e oração, num cenário que<<strong>br</strong> />
sugere um Paraíso Terrestre.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
As Catacumbas<<strong>br</strong> />
Ressurreição de Lázaro (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 81 x 111 cm;<<strong>br</strong> />
Catacumba de São Pedro e São Marcellinus , Roma. Séc. III)<<strong>br</strong> />
O sarcófago é um esquife de luxo. Muitas vezes,<<strong>br</strong> />
era adornado com relevos em mármore com<<strong>br</strong> />
temas cristãos e pagãos, como em Roma e<<strong>br</strong> />
desde os etruscos e gregos.<<strong>br</strong> />
Detalhe de um sarcófago<<strong>br</strong> />
(Mármore; Santa Maria Antiqua , Roma. 270)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Bom Pastor<<strong>br</strong> />
O Bom Pastor (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 78 cm;<<strong>br</strong> />
teto da catacumba de Priscilla , Roma. Séc. III)<<strong>br</strong> />
A princípio de forma muito simples, artesanal e,<<strong>br</strong> />
puramente, simbólica, âncoras, peixes, cestos<<strong>br</strong> />
cheios de pão e videiras.<<strong>br</strong> />
Freqüentemente, os motivos tradicionais – cupidos,<<strong>br</strong> />
as estações e animais – se misturavam a temas<<strong>br</strong> />
cristãos. O Bom Pastor, tomado da arte pagã, era<<strong>br</strong> />
cercado pelo rebanho tocando uma flauta.<<strong>br</strong> />
Cena Pastoral (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 50 x 91 cm;<<strong>br</strong> />
Catacumba de Domitilla , Roma. Séc. III)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Bom Pastor<<strong>br</strong> />
A nova religião, pelas diferenças de culto e a velocidade com<<strong>br</strong> />
que os romanos se convertem a ela, passa a exigir uma<<strong>br</strong> />
elevada demanda por edifícios capazes de a<strong>br</strong>igar multidões<<strong>br</strong> />
de fiéis.<<strong>br</strong> />
As basílicas são lugares de reunião bastante versáteis. Nelas<<strong>br</strong> />
se fazia júris, treinamentos militares, comércios e outras<<strong>br</strong> />
atividades, todas elas presididas pela imagem do<<strong>br</strong> />
Imperador, entronizada como divina, e este uso variado é<<strong>br</strong> />
uma experiência inestimável.<<strong>br</strong> />
Os lugares de culto não podiam adotar por modelo os<<strong>br</strong> />
antigos templos, uma vez que sua função era inteiramente<<strong>br</strong> />
diferente. O interior do templo era, usualmente, apenas um<<strong>br</strong> />
pequeno sacrário para a<strong>br</strong>igar a estátua de um deus. As<<strong>br</strong> />
procissões e os desfiles tinham lugar do lado de fora.<<strong>br</strong> />
A igreja, pelo contrário, tinha que reservar espaço para toda<<strong>br</strong> />
a congregação que se reunia a fim de assistir ao serviço<<strong>br</strong> />
religioso, quando o padre recitava a missa no altar-mor ou<<strong>br</strong> />
proferia seu sermão. Assim, aconteceu que as igrejas não<<strong>br</strong> />
usaram os templos pagãos como seus modelos, mas<<strong>br</strong> />
adotaram o tipo de amplos salões de reunião que, em<<strong>br</strong> />
tempos clássicos, eram conhecidos pelo nome de "basílica",<<strong>br</strong> />
o que significa aproximadamente "pórtico real".<<strong>br</strong> />
Igreja Ocidental em Behyo (Síria , séc. V)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Basílica de São Pedro (Roma, séc. IV)<<strong>br</strong> />
São Pedro (Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />
Erigida por Constantino e seu filho, era uma basíllica com uma nave, quatro<<strong>br</strong> />
colaterais e um transepto.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Basílicas e Santuários<<strong>br</strong> />
Santa Maria delle Grazie (Grado , séc. V)<<strong>br</strong> />
A abside da Igreja tem o seu banco circulara (synthronon) preservado<<strong>br</strong> />
para o clero e o trono do bispo. O altar não costumava ficar na<<strong>br</strong> />
abside.<<strong>br</strong> />
O “bema” é uma tribuna semicircular, usada na liturgia síria pelo clero,<<strong>br</strong> />
durante a primeira parte da missa, para leituras e pregações.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Santa Constanza (Roma. Séc. IV)<<strong>br</strong> />
O cristianismo deve sua propagação a São<<strong>br</strong> />
Paulo (65 d.C); Sto. Am<strong>br</strong>ósio (340-397), São<<strong>br</strong> />
Jerônimo (354-430) e Sto. Agostinho (340-<<strong>br</strong> />
397).<<strong>br</strong> />
Se as comunidades cristãs floresceram era por<<strong>br</strong> />
que tinham a oferecer vida espiritual e<<strong>br</strong> />
esperança. Eram compostas, inicialmente, de<<strong>br</strong> />
pessoas comuns – comerciantes judeus e<<strong>br</strong> />
sírios, e pagãos atraídos pela novidade<<strong>br</strong> />
religiosa; escravos e artesãos e mulheres<<strong>br</strong> />
foram os primeiros a se converter. Mais tarde,<<strong>br</strong> />
e muito lentamente, surgiram as primeiras<<strong>br</strong> />
conversões entre as classes mais abastadas e<<strong>br</strong> />
intelectualizadas.<<strong>br</strong> />
No princípio, não havia meios para a<<strong>br</strong> />
construção de uma arte cristã. Talvez, com a<<strong>br</strong> />
herança dos preconceitos judaicos, essa<<strong>br</strong> />
necessidade não fosse sentida. Entretanto,<<strong>br</strong> />
com a adesão das classes mais abastadas e<<strong>br</strong> />
intelectualizadas era necessário adaptar a<<strong>br</strong> />
nova fé a um mundo em que a arte era oficial,<<strong>br</strong> />
imperial e pagã.<<strong>br</strong> />
A conversão de Constantino em 313, o 13º<<strong>br</strong> />
apóstolo, marcou a divisão do império em<<strong>br</strong> />
ocidente, de língua latina, e oriente, grega.<<strong>br</strong> />
Esta divisão seria definitivamente selada no<<strong>br</strong> />
século XI com a divisão da igreja católica,<<strong>br</strong> />
romana e ortodoxa.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Santa Constanza (Roma. Séc. IV)<<strong>br</strong> />
Santa Constanza<<strong>br</strong> />
(Planta, Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Santa Constanza,<<strong>br</strong> />
uma das filhas de Constantino,<<strong>br</strong> />
tornou-se uma Igreja.<<strong>br</strong> />
As abóbadas e as absides deste<<strong>br</strong> />
monumento circular são<<strong>br</strong> />
<strong>dec</strong>oradas com mosaicos.<<strong>br</strong> />
Santa Constanza (Interior, Roma , séc. IV)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)<<strong>br</strong> />
Galla Placídia (Exterior, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />
No século IV, Constantino transfere a capital do<<strong>br</strong> />
império de Roma para Bizâncio, que toma o<<strong>br</strong> />
nome de Constantinopla. No fim do século,<<strong>br</strong> />
Teodósio divide definitivamente o império nas<<strong>br</strong> />
duas metades ocidental e oriental, tendo como<<strong>br</strong> />
capitais Ravena e ConstantinopIa.<<strong>br</strong> />
Ravena é uma cidade romana secundária, entre<<strong>br</strong> />
os pântanos costeiros da Romagna. Augusto<<strong>br</strong> />
manda construir, a cerca de três quilômetros da<<strong>br</strong> />
cidade, no ponto mais profundo da laguna, o<<strong>br</strong> />
porto militar de Classe; assim a cidade,<<strong>br</strong> />
defendida por terra, fica ligada por mar a todo o<<strong>br</strong> />
mundo mediterrânico, e por isso Honório a<<strong>br</strong> />
escolhe, em 402 d.C., para nova capital do<<strong>br</strong> />
Império do Ocidente; toma-se depois a capital do<<strong>br</strong> />
reino ostrogodo e das provincias bizantinas na<<strong>br</strong> />
Itália, e neste período - dos séculos IV ao VI -<<strong>br</strong> />
alcança seu desenvolvimento máximo.<<strong>br</strong> />
Os palácios imperiais e reais desapareceram,<<strong>br</strong> />
mas permanecem as igrejas - Santo Apolinário<<strong>br</strong> />
em Classe, Santo Apolinário Novo, São Vital, os<<strong>br</strong> />
dois batistérios - que formam o grupo mais<<strong>br</strong> />
importante de monumentos do final da<<strong>br</strong> />
Antiguidade na Itália: os exteriores são simples,<<strong>br</strong> />
mas os interiores são revestidos com esplêndidas<<strong>br</strong> />
<strong>dec</strong>orações de mármore e com mosaicos: os<<strong>br</strong> />
acabamentos
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)<<strong>br</strong> />
O Bom Pastor (Galla Placídia. Mosaico, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />
Galla Placídia (Interior, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />
A <strong>dec</strong>oração em mosaico do mausoléu em forma de cruz, continua sem<<strong>br</strong> />
interrupção so<strong>br</strong>e toda a superfície superior.<<strong>br</strong> />
As divisões arquitetônicas são indicadas pelas orlas de mosaicos<<strong>br</strong> />
compondo grinaldas e motivos geométricos. Dedicado a São Lourenço,<<strong>br</strong> />
continha os sarcófagos de Honório, Galla Placídia e seu marido<<strong>br</strong> />
Constâncio III. A parte inferior das paredes é revestida de mármore<<strong>br</strong> />
cinzento.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Santo Apollinare in Classe (Ravena. 533 - 549)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />
O papa Gregório Magno, que viveu no final do<<strong>br</strong> />
século VI, lem<strong>br</strong>ou àqueles que eram contra qualquer<<strong>br</strong> />
pintura que muitos mem<strong>br</strong>os da Igreja não sabiam<<strong>br</strong> />
ler nem escrever, e que, para ensiná-Ias, essas<<strong>br</strong> />
imagens eram tão úteis quanto os desenhos de um<<strong>br</strong> />
livro ilustrado para crianças. Disse ele: "A pintura<<strong>br</strong> />
pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos<<strong>br</strong> />
que sabem ler."<<strong>br</strong> />
Foi de uma importância imensa para a história<<strong>br</strong> />
da arte que uma tão poderosa autoridade tenha<<strong>br</strong> />
acudido em favor da pintura. Sua sentença seria<<strong>br</strong> />
repetida sempre que as pessoas atacavam o uso de<<strong>br</strong> />
imagens nas igrejas.<<strong>br</strong> />
Mas é óbvio que o tipo de arte assim admitida<<strong>br</strong> />
era de um gênero algo restrito. Para que o propósito<<strong>br</strong> />
expresso por Gregório fosse atendido, a história tinha<<strong>br</strong> />
que ser contada da maneira mais clara e simples<<strong>br</strong> />
possível, e tudo o que pudesse desviar a atenção<<strong>br</strong> />
dessa finalidade principal e sagrada deveria ser<<strong>br</strong> />
omitido.<<strong>br</strong> />
No começo, os artistas ainda usaram os métodos<<strong>br</strong> />
narrativos desenvolvidos pela arte romana, mas<<strong>br</strong> />
gradualmente passaram a concentrar-se cada vez<<strong>br</strong> />
mais no estritamente essencial.<<strong>br</strong> />
Abside e Altar-mor (S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />
A Procissão dos Mártires (Mosaico. S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />
O Milagre dos Pães e Peixes (S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />
Vista Externa<<strong>br</strong> />
(S. Vitale, Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />
So<strong>br</strong>e o octógono exterior é erigido o octógono central que circunda a cúpula. Do lado<<strong>br</strong> />
direito a nave lateral é interrompida pelo teto perpendicular do presbitério.<<strong>br</strong> />
A janela de arcada tríplice está acima da abside, cercada por suas complexas e<<strong>br</strong> />
simétricas capelas dependentes. Não há embelezamento externo, sendo as paredes de<<strong>br</strong> />
tijolos separadas apenas por ligeiros contrafortes.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />
Vista Aérea e Planta Baixa<<strong>br</strong> />
(S. Vitale, Ravena, 546 - 548)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena. 546 - 548)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena. 546 - 548)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />
Interior: Cúpula e Capitel (S. Vitale, Ravena, 546 - 548)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />
A imperatriz Teodora e sua Comitiva<<strong>br</strong> />
(Mosaico. S. Vitale, Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />
A maneira como as figuras<<strong>br</strong> />
estão plantadas, em rigorosa<<strong>br</strong> />
vista frontal, pode até lem<strong>br</strong>arnos<<strong>br</strong> />
certos desenhos infantis.<<strong>br</strong> />
No entanto, o artista devia<<strong>br</strong> />
estar muito familiarizado com a<<strong>br</strong> />
arte grega. Sabia perfeitamente<<strong>br</strong> />
como envolver um manto em<<strong>br</strong> />
torno do corpo, de modo que as<<strong>br</strong> />
principais articulações<<strong>br</strong> />
permanecessem visíveis por<<strong>br</strong> />
baixo das pregas.<<strong>br</strong> />
Sabia como misturar pedras de<<strong>br</strong> />
diferentes tons no seu mosaico<<strong>br</strong> />
para reproduzir as cores da<<strong>br</strong> />
carne ou da rocha.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Constantinopla (séc. IV)<<strong>br</strong> />
Bizâncio já é uma das<<strong>br</strong> />
cidades coloniais gregas mais<<strong>br</strong> />
importantes e mais ricas,<<strong>br</strong> />
favorecida pela sua posição<<strong>br</strong> />
geográfica excepcional, so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />
um promontório que domina o<<strong>br</strong> />
Estreito do Bósforo, entre o<<strong>br</strong> />
Mar Negro e o Mediterrâneo.<<strong>br</strong> />
Constantinopla<<strong>br</strong> />
permanece a capital do<<strong>br</strong> />
Império do Oriente até o<<strong>br</strong> />
século XV. Os cruzados<<strong>br</strong> />
que saqueiam a cidade<<strong>br</strong> />
em 1204 quedam<<strong>br</strong> />
maravilhados diante de<<strong>br</strong> />
uma metrópole maior e<<strong>br</strong> />
mais rica do que<<strong>br</strong> />
qualquer outra na<<strong>br</strong> />
Europa. Os turcos<<strong>br</strong> />
conquistaram-na em<<strong>br</strong> />
1435; Constantinopla se<<strong>br</strong> />
torna sua capital,<<strong>br</strong> />
Istambul, e ainda hoje é<<strong>br</strong> />
uma das cidades mais<<strong>br</strong> />
importantes do mundo<<strong>br</strong> />
Oriental.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Constantinopla (séc. IV)<<strong>br</strong> />
Constantino a transforma entre 326 e 330<<strong>br</strong> />
d.C. divide-a em 14 regiões, como Roma, e<<strong>br</strong> />
constrói novos muros circundantes,<<strong>br</strong> />
quadruplicando a superfície anterior.<<strong>br</strong> />
Em 414 d.C., Teodósio aumenta-a ainda mais,<<strong>br</strong> />
construindo outros muros mais acima; assim,<<strong>br</strong> />
Constantinopla alcança uma extensão de cerca de<<strong>br</strong> />
1.400 hectares (mais ou menos igual à de Roma<<strong>br</strong> />
dentro dus muros Aurelianos) e uma população de<<strong>br</strong> />
cerca de meio milhão de habita.<<strong>br</strong> />
Os muros de Teodósio assinalam o limite definitivo<<strong>br</strong> />
da cidade até os tempos modernos. Ao contrário,<<strong>br</strong> />
em seu interior, continuam as transformações:<<strong>br</strong> />
Constantino dispõe no núcleo antigo a acrópole, o<<strong>br</strong> />
palácio imperial e o hipódromo (como o Capitólio,<<strong>br</strong> />
o Palatino e o Circo Máximo em Roma) e a<strong>br</strong>e um<<strong>br</strong> />
Foro entre a cidade velha e a nova.<<strong>br</strong> />
Teodósio constrói um novo Foro maior no centro<<strong>br</strong> />
do povoado, e aumenta o porto.<<strong>br</strong> />
Ao redor de seus monumentos a cidade cresceu,<<strong>br</strong> />
ao que se sabe, com a mesma densidade e a<<strong>br</strong> />
mesma desordem de Roma.<<strong>br</strong> />
Uma lei de 476 d.C. estabelece que todas as novas<<strong>br</strong> />
ruas tenham pelo menos 3,50 metros de largura;<<strong>br</strong> />
poucas estradas - duas ao longo das margens e<<strong>br</strong> />
uma so<strong>br</strong>e o dorso do promontório, ramificada em<<strong>br</strong> />
Y - são mais importantes e mais largas.<<strong>br</strong> />
A água chega através de vários aquedutos - na<<strong>br</strong> />
maioria subterrâneos, prevendo-se um assalto do<<strong>br</strong> />
inimigo - e é armazenada em vastas cisternas,<<strong>br</strong> />
descobertas ou subterrâneas.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />
Justiniano, depois do<<strong>br</strong> />
incêndio de 532 d.C., realiza<<strong>br</strong> />
a grande igreja imperial de<<strong>br</strong> />
Santa Sofia, sintetizando<<strong>br</strong> />
novamente as experiências<<strong>br</strong> />
artísticas de todo o mundo<<strong>br</strong> />
mediterrânico.<<strong>br</strong> />
O sistema das<<strong>br</strong> />
coberturas em arco e dos<<strong>br</strong> />
acabamentos com materiais<<strong>br</strong> />
preciosos: mármores,<<strong>br</strong> />
mosaicos de vidro, alfaias<<strong>br</strong> />
de metal – alcança um novo<<strong>br</strong> />
equilí<strong>br</strong>io, diferente do<<strong>br</strong> />
antigo e que vai durar, daí<<strong>br</strong> />
por diante, em todo o<<strong>br</strong> />
Oriente: daí começa o novo<<strong>br</strong> />
ciclo da arquitetura<<strong>br</strong> />
bizantina, árabe, persa.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />
Os relevos <strong>dec</strong>orativos são, em geral,<<strong>br</strong> />
aplanados e estilizados, a <strong>dec</strong>oração dos<<strong>br</strong> />
capitéis reduz-se a um entrançado que adere<<strong>br</strong> />
a uma superfície envolvente, e o acabamento<<strong>br</strong> />
das paredes é feito, de preferência, com<<strong>br</strong> />
embutidos ou mosaicos.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />
Um edifício como Santa Sofia apresenta-se como um<<strong>br</strong> />
organismo auto-suficiente, e o ponderado equilí<strong>br</strong>io dos<<strong>br</strong> />
espaços interiores completa-se e termina antes de atingir<<strong>br</strong> />
as paredes periféricas, sem se repercutir, de modo<<strong>br</strong> />
algum, no espaço exterior.<<strong>br</strong> />
O invólucro exterior é uma espécie de avesso modesto e<<strong>br</strong> />
utilitário, onde ficam à vista as estruturas de suporte da<<strong>br</strong> />
construção expulsas da composição interna, e que está<<strong>br</strong> />
presente no espaço urbanístico como um obstáculo<<strong>br</strong> />
independente, ou que, à distância, domina, com a sua<<strong>br</strong> />
silhueta delicada, o perfil da cidade, sem funcionar como<<strong>br</strong> />
elemento nodal e determinante do tecido citadino.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />
Reaparece, assim, a descontinuidade entre<<strong>br</strong> />
os grandes edifícios áulicos e os locais da<<strong>br</strong> />
vida quotidiana, peculiar das antigas<<strong>br</strong> />
cidades orientais, e deixa de se preocupar<<strong>br</strong> />
encontrar um padrão entre iniciativas<<strong>br</strong> />
públicas e privadas, que é o motivo<<strong>br</strong> />
central da tradição urbanística grecoromana.<<strong>br</strong> />
O dualismo so<strong>br</strong>e o qual se baseia a<<strong>br</strong> />
arquitetura bizantina está certamente<<strong>br</strong> />
relacionado com o contraste entre<<strong>br</strong> />
imanência e transcendência, entre mundo<<strong>br</strong> />
sensível e mundo inteligível, tão vivo na<<strong>br</strong> />
cultura oriental.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
A Cúpula<<strong>br</strong> />
Santa Fosca: vista interior da cúpula (séc. XI)<<strong>br</strong> />
Domo com Pendentes
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
A Cúpula
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
A Cúpula<<strong>br</strong> />
Os sistemas de transição são<<strong>br</strong> />
insuficientes se a diferença<<strong>br</strong> />
planimétrica for muito grande, como no<<strong>br</strong> />
caso de cúpulas so<strong>br</strong>e base octogonal<<strong>br</strong> />
de excessiva grandeza e,<<strong>br</strong> />
principalmente, de cúpulas so<strong>br</strong>e base<<strong>br</strong> />
quadrada.<<strong>br</strong> />
O problema pode ser parcialmente<<strong>br</strong> />
resolvido por meio das chamadas<<strong>br</strong> />
«trompas», isto é, colocando a cada<<strong>br</strong> />
canto do envasamento um arco unido<<strong>br</strong> />
por abóbada cônica; passa-se, assim,<<strong>br</strong> />
do polígono de base para um outro com<<strong>br</strong> />
o do<strong>br</strong>o dos lados, após o que se pode<<strong>br</strong> />
passar para o círculo, utilizando um dos<<strong>br</strong> />
sistemas anteriores.<<strong>br</strong> />
Só se consegue resolver o<<strong>br</strong> />
problema completamente com a<<strong>br</strong> />
invenção dos pendentes esféricos.<<strong>br</strong> />
O pendente deriva teórica, e<<strong>br</strong> />
talvez também historicamente, da<<strong>br</strong> />
abóbada de arestas, já difundida em<<strong>br</strong> />
todo o território romano e utilizada por<<strong>br</strong> />
vezes como elemento central para<<strong>br</strong> />
composições cruciformes, como no<<strong>br</strong> />
túmulo de Galla Placídia, em Ravena.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
São Marcos (Veneza – sécXI)<<strong>br</strong> />
A parede passa a ser considerada como simples<<strong>br</strong> />
superfície cromática, e é esta condição que<<strong>br</strong> />
permite libertar o mecanismo geométrico do<<strong>br</strong> />
edifício das referências plásticas que o rodeiam.<<strong>br</strong> />
Os mosaicos têm uma função fundamental,<<strong>br</strong> />
indispensável ao equilí<strong>br</strong>io de todo o organismo,<<strong>br</strong> />
porque enquanto outros expedientes tendem a<<strong>br</strong> />
fazer perder consistência e solidez aos diversos<<strong>br</strong> />
elementos de suporte, os mosaicos substituem<<strong>br</strong> />
aqui uma qualidade cromática que é objeto<<strong>br</strong> />
imediato das percepções sensíveis, funcionando<<strong>br</strong> />
assim como suporte de todos os outros valores.
<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />
Se observarmos um retábulo bizantino da Santa Virgem,<<strong>br</strong> />
talvez nos pareça muito distante das realizações da arte<<strong>br</strong> />
grega. No entanto, a maneira como as pregas do manto<<strong>br</strong> />
se desdo<strong>br</strong>am em torno do corpo e irradiam em volta<<strong>br</strong> />
dos cotovelos e joelhos, o modo de modelar a face e as<<strong>br</strong> />
mãos acentuando as som<strong>br</strong>as, e até mesmo a amplidão<<strong>br</strong> />
circular do próprio trono da Virgem, teriam sido<<strong>br</strong> />
impossíveis sem as conquistas da pintura grega e<<strong>br</strong> />
helenística.<<strong>br</strong> />
Apesar de uma certa rigidez, a arte bizantina mantevese,<<strong>br</strong> />
portanto, mais próxima da natureza do que a arte<<strong>br</strong> />
do Ocidente em períodos posteriores.<<strong>br</strong> />
Por outro lado, a ênfase so<strong>br</strong>e a tradição e a<<strong>br</strong> />
necessidade de respeitar certos métodos permitidos de<<strong>br</strong> />
representar o Cristo ou a Virgem tornaram difícil aos<<strong>br</strong> />
artistas bizantinos desenvolverem seus dotes pessoais.<<strong>br</strong> />
Mas esse conservantismo desenvolveu-se gradualmente,<<strong>br</strong> />
e é um erro imaginar que os artistas do período não<<strong>br</strong> />
tinham qualquer idéia criativa.<<strong>br</strong> />
Foram eles, de fato, que transformaram as simples<<strong>br</strong> />
ilustrações da arte cristã primitiva nos grandes ciclos de<<strong>br</strong> />
esplêndidas e solenes imagens que dominam o interior<<strong>br</strong> />
das igrejas bizantinas. Ao observar os mosaicos feitos<<strong>br</strong> />
por esses artistas gregos nos Bálcãs e na Itália, durante<<strong>br</strong> />
a Idade Média, vemos que o Império Oriental tinha<<strong>br</strong> />
logrado, de fato, ressuscitar algo da grandeza e<<strong>br</strong> />
majestade da antiga arte do Oriente, usando-a para<<strong>br</strong> />
glorificar o Cristo e Seu poder.<<strong>br</strong> />
Nossa Senhora entronizada com o menino (Têmpera so<strong>br</strong>e madeira,<<strong>br</strong> />
81,5cm x 49 cm; Galeria Nacional de Arte; Washington, 1280)
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Monreale (Sicília, 1190)<<strong>br</strong> />
A figura dá-nos uma idéia de como essa arte podia<<strong>br</strong> />
ser impressionante. Mostra a abside da catedral de<<strong>br</strong> />
Monreale, na Sicília, <strong>dec</strong>orada por artífices bizantinos<<strong>br</strong> />
pouco antes de 1190.<<strong>br</strong> />
Os artistas mantiveram-se próximos da sua tradição<<strong>br</strong> />
bizantina nativa. Os fiéis reunidos na catedral ver-seiam<<strong>br</strong> />
face a face com a majestosa figura do Cristo,<<strong>br</strong> />
representado como o Senhor do Universo, Sua mão<<strong>br</strong> />
direita erguida no gesto de abençoar. Por baixo está<<strong>br</strong> />
a Virgem, entronizada como imperatriz, ladeada por<<strong>br</strong> />
dois arcanjos e solene fila de Santos.<<strong>br</strong> />
Imagens como essas, olhando-nos do alto de<<strong>br</strong> />
refulgentes paredes douradas, pareciam ser símbolos<<strong>br</strong> />
tão perfeitos da Verdade Sagrada, que nem havia<<strong>br</strong> />
necessidade, aparentemente, de nos desviarmos<<strong>br</strong> />
delas. Por isso continuaram dominando em todos os<<strong>br</strong> />
países governados pela Igreja Oriental.<<strong>br</strong> />
As imagens sacras ou "ícones" dos russos ainda<<strong>br</strong> />
refletem essas grandes criações dos artistas<<strong>br</strong> />
bizantinos.<<strong>br</strong> />
Cristo, soberano do Universo, a Virgem, o Menino e Santos (1190)
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A Iconoclastia<<strong>br</strong> />
Iconoclasta Bizantino apagando com cal uma imagem de Cristo (Museu Histórico de Moscou, 900)
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São Basílio (Moscou – séc. XVI)<<strong>br</strong> />
Catedral de São Basílio<<strong>br</strong> />
(Praça Vermelha. Moscou, 1550 - 60)