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Arquitetura Paleocristã e Bizantina - Histeo.dec.ufms.br

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<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

BIBLIOGRAFIA<<strong>br</strong> />

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2002.<<strong>br</strong> />

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HAUSER, Arnold. História Social da Literatura e da Arte. São<<strong>br</strong> />

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BENEVOLO, Leonardo. A História da Cidade. São Paulo,<<strong>br</strong> />

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Aventura das Idéias dos Pré-Socráticos a Wittgenstein. Rio de<<strong>br</strong> />

Janeiro, Ediouro, 2001.<<strong>br</strong> />

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Verbo, 1999.<<strong>br</strong> />

VILLALBA, Antonio Castro. Historia de la Construcción<<strong>br</strong> />

Arquitectónica. Barcelona, UPC, 1995.<<strong>br</strong> />

Imperatriz Teodora (Mosaico, San Vitale, Ravena 546 - 548).


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Desde o fim do século III d.C. Roma deixa de ser capital única do império. Durante a migração dos povos<<strong>br</strong> />

bárbaros, o Oriente grego não sofreu uma depressão cultural como o Ocidente. O comércio, pelo contrário,<<strong>br</strong> />

florescia e até mais vigorosamente do que antes.<<strong>br</strong> />

Bizâncio ocupava uma região estratégica para o comércio com o Oriente, dominando o estreito de Bósforo,<<strong>br</strong> />

na entrada para o Mar Negro.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

As Catacumbas<<strong>br</strong> />

Os primeiros séculos da era Cristã,<<strong>br</strong> />

denominado período Bizantino,<<strong>br</strong> />

compreendem a fase em que o império<<strong>br</strong> />

romano se divide em dois, oriental e<<strong>br</strong> />

ocidental, e estão se construindo as<<strong>br</strong> />

bases do modo de produção e da cultura<<strong>br</strong> />

feudal.<<strong>br</strong> />

É, pois, a fase de transição do período<<strong>br</strong> />

clássico para o medieval, em que se<<strong>br</strong> />

desenvolvem os valores da cristandade,<<strong>br</strong> />

em convívio com a arte pagã dos<<strong>br</strong> />

templos e edificações romanas.<<strong>br</strong> />

Nova Catacumba (Via Latina, Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />

Grinaldas, pássaros e <strong>dec</strong>oração circundam cenas<<strong>br</strong> />

dos Evangelhos e da vida diária. Os nichos laterais<<strong>br</strong> />

são os loculi, ou sepulturas, e no arcosolium, ao<<strong>br</strong> />

fundo, está um sarcófago sob um arco escavado na<<strong>br</strong> />

rocha.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

As Catacumbas<<strong>br</strong> />

O cristianismo nasce em um mundo<<strong>br</strong> />

em que a religião, o império e o<<strong>br</strong> />

patriotismo estavam estreitamente<<strong>br</strong> />

ligados. Templos eram construídos<<strong>br</strong> />

para adoração de Augustus e Roma.<<strong>br</strong> />

Vênus, a mãe de César, era a deusa<<strong>br</strong> />

da família... Em cada lugar ou<<strong>br</strong> />

época, outros deuses substituíamna<<strong>br</strong> />

nesse papel: Apolo, Júpiter,<<strong>br</strong> />

Hércules, etc.<<strong>br</strong> />

A cidade era dominada pelos<<strong>br</strong> />

símbolos da adoração a César. Em<<strong>br</strong> />

Roma, o Capitólio dominava o<<strong>br</strong> />

fórum, que dominava os templos e<<strong>br</strong> />

suas estátuas dos deuses e<<strong>br</strong> />

imperadores deificados: os ídolos.<<strong>br</strong> />

O teatro era uma cerimônia<<strong>br</strong> />

dionisíaca, os jogos tinham valor de<<strong>br</strong> />

oferecer sacrifício aos deuses. Cada<<strong>br</strong> />

oficial do Exército era ligado aos<<strong>br</strong> />

deuses por juramentos; cada<<strong>br</strong> />

funcionário imperial era uma<<strong>br</strong> />

espécie de sacerdote.<<strong>br</strong> />

Um cristão teria de ficar<<strong>br</strong> />

necessariamente excluído da<<strong>br</strong> />

vida pública...<<strong>br</strong> />

Nova Catacumba (Via Latina, Roma , séc. IV)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

As Catacumbas<<strong>br</strong> />

Cripta dos Papas (Catacumba de S. Calixto, Roma , séc. II)<<strong>br</strong> />

Cubículo de Fractio Panis (Catacumba de Priscila, Roma , séc. II)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

As Catacumbas<<strong>br</strong> />

Até o século III, a crença<<strong>br</strong> />

numa segunda vinda de<<strong>br</strong> />

Cristo era um dos dogmas<<strong>br</strong> />

fundamentais da fé cristã.<<strong>br</strong> />

O Apocalipse de São João<<strong>br</strong> />

narrava o dia terrível em<<strong>br</strong> />

que o Senhor julgaria os<<strong>br</strong> />

vivos e os mortos.<<strong>br</strong> />

Provavelmente, por isso os<<strong>br</strong> />

cristãos não cremavam os<<strong>br</strong> />

corpos, como os romanos.<<strong>br</strong> />

As primeiras manifestações<<strong>br</strong> />

da arte cristã se dão nas<<strong>br</strong> />

catacumbas e sarcófagos.<<strong>br</strong> />

Orans (Pintura so<strong>br</strong>e reboco. 68 x<<strong>br</strong> />

203 cm. Arcosolium de um<<strong>br</strong> />

coemeterium Maius. Roma , séc. III)<<strong>br</strong> />

Mulher erguendo os <strong>br</strong>aços em<<strong>br</strong> />

súplica e oração, num cenário que<<strong>br</strong> />

sugere um Paraíso Terrestre.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

As Catacumbas<<strong>br</strong> />

Ressurreição de Lázaro (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 81 x 111 cm;<<strong>br</strong> />

Catacumba de São Pedro e São Marcellinus , Roma. Séc. III)<<strong>br</strong> />

O sarcófago é um esquife de luxo. Muitas vezes,<<strong>br</strong> />

era adornado com relevos em mármore com<<strong>br</strong> />

temas cristãos e pagãos, como em Roma e<<strong>br</strong> />

desde os etruscos e gregos.<<strong>br</strong> />

Detalhe de um sarcófago<<strong>br</strong> />

(Mármore; Santa Maria Antiqua , Roma. 270)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Bom Pastor<<strong>br</strong> />

O Bom Pastor (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 78 cm;<<strong>br</strong> />

teto da catacumba de Priscilla , Roma. Séc. III)<<strong>br</strong> />

A princípio de forma muito simples, artesanal e,<<strong>br</strong> />

puramente, simbólica, âncoras, peixes, cestos<<strong>br</strong> />

cheios de pão e videiras.<<strong>br</strong> />

Freqüentemente, os motivos tradicionais – cupidos,<<strong>br</strong> />

as estações e animais – se misturavam a temas<<strong>br</strong> />

cristãos. O Bom Pastor, tomado da arte pagã, era<<strong>br</strong> />

cercado pelo rebanho tocando uma flauta.<<strong>br</strong> />

Cena Pastoral (Pintura so<strong>br</strong>e reboco; 50 x 91 cm;<<strong>br</strong> />

Catacumba de Domitilla , Roma. Séc. III)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Bom Pastor<<strong>br</strong> />

A nova religião, pelas diferenças de culto e a velocidade com<<strong>br</strong> />

que os romanos se convertem a ela, passa a exigir uma<<strong>br</strong> />

elevada demanda por edifícios capazes de a<strong>br</strong>igar multidões<<strong>br</strong> />

de fiéis.<<strong>br</strong> />

As basílicas são lugares de reunião bastante versáteis. Nelas<<strong>br</strong> />

se fazia júris, treinamentos militares, comércios e outras<<strong>br</strong> />

atividades, todas elas presididas pela imagem do<<strong>br</strong> />

Imperador, entronizada como divina, e este uso variado é<<strong>br</strong> />

uma experiência inestimável.<<strong>br</strong> />

Os lugares de culto não podiam adotar por modelo os<<strong>br</strong> />

antigos templos, uma vez que sua função era inteiramente<<strong>br</strong> />

diferente. O interior do templo era, usualmente, apenas um<<strong>br</strong> />

pequeno sacrário para a<strong>br</strong>igar a estátua de um deus. As<<strong>br</strong> />

procissões e os desfiles tinham lugar do lado de fora.<<strong>br</strong> />

A igreja, pelo contrário, tinha que reservar espaço para toda<<strong>br</strong> />

a congregação que se reunia a fim de assistir ao serviço<<strong>br</strong> />

religioso, quando o padre recitava a missa no altar-mor ou<<strong>br</strong> />

proferia seu sermão. Assim, aconteceu que as igrejas não<<strong>br</strong> />

usaram os templos pagãos como seus modelos, mas<<strong>br</strong> />

adotaram o tipo de amplos salões de reunião que, em<<strong>br</strong> />

tempos clássicos, eram conhecidos pelo nome de "basílica",<<strong>br</strong> />

o que significa aproximadamente "pórtico real".<<strong>br</strong> />

Igreja Ocidental em Behyo (Síria , séc. V)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Basílica de São Pedro (Roma, séc. IV)<<strong>br</strong> />

São Pedro (Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />

Erigida por Constantino e seu filho, era uma basíllica com uma nave, quatro<<strong>br</strong> />

colaterais e um transepto.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Basílicas e Santuários<<strong>br</strong> />

Santa Maria delle Grazie (Grado , séc. V)<<strong>br</strong> />

A abside da Igreja tem o seu banco circulara (synthronon) preservado<<strong>br</strong> />

para o clero e o trono do bispo. O altar não costumava ficar na<<strong>br</strong> />

abside.<<strong>br</strong> />

O “bema” é uma tribuna semicircular, usada na liturgia síria pelo clero,<<strong>br</strong> />

durante a primeira parte da missa, para leituras e pregações.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Santa Constanza (Roma. Séc. IV)<<strong>br</strong> />

O cristianismo deve sua propagação a São<<strong>br</strong> />

Paulo (65 d.C); Sto. Am<strong>br</strong>ósio (340-397), São<<strong>br</strong> />

Jerônimo (354-430) e Sto. Agostinho (340-<<strong>br</strong> />

397).<<strong>br</strong> />

Se as comunidades cristãs floresceram era por<<strong>br</strong> />

que tinham a oferecer vida espiritual e<<strong>br</strong> />

esperança. Eram compostas, inicialmente, de<<strong>br</strong> />

pessoas comuns – comerciantes judeus e<<strong>br</strong> />

sírios, e pagãos atraídos pela novidade<<strong>br</strong> />

religiosa; escravos e artesãos e mulheres<<strong>br</strong> />

foram os primeiros a se converter. Mais tarde,<<strong>br</strong> />

e muito lentamente, surgiram as primeiras<<strong>br</strong> />

conversões entre as classes mais abastadas e<<strong>br</strong> />

intelectualizadas.<<strong>br</strong> />

No princípio, não havia meios para a<<strong>br</strong> />

construção de uma arte cristã. Talvez, com a<<strong>br</strong> />

herança dos preconceitos judaicos, essa<<strong>br</strong> />

necessidade não fosse sentida. Entretanto,<<strong>br</strong> />

com a adesão das classes mais abastadas e<<strong>br</strong> />

intelectualizadas era necessário adaptar a<<strong>br</strong> />

nova fé a um mundo em que a arte era oficial,<<strong>br</strong> />

imperial e pagã.<<strong>br</strong> />

A conversão de Constantino em 313, o 13º<<strong>br</strong> />

apóstolo, marcou a divisão do império em<<strong>br</strong> />

ocidente, de língua latina, e oriente, grega.<<strong>br</strong> />

Esta divisão seria definitivamente selada no<<strong>br</strong> />

século XI com a divisão da igreja católica,<<strong>br</strong> />

romana e ortodoxa.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Santa Constanza (Roma. Séc. IV)<<strong>br</strong> />

Santa Constanza<<strong>br</strong> />

(Planta, Roma , séc. IV)<<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Santa Constanza,<<strong>br</strong> />

uma das filhas de Constantino,<<strong>br</strong> />

tornou-se uma Igreja.<<strong>br</strong> />

As abóbadas e as absides deste<<strong>br</strong> />

monumento circular são<<strong>br</strong> />

<strong>dec</strong>oradas com mosaicos.<<strong>br</strong> />

Santa Constanza (Interior, Roma , séc. IV)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)<<strong>br</strong> />

Galla Placídia (Exterior, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />

No século IV, Constantino transfere a capital do<<strong>br</strong> />

império de Roma para Bizâncio, que toma o<<strong>br</strong> />

nome de Constantinopla. No fim do século,<<strong>br</strong> />

Teodósio divide definitivamente o império nas<<strong>br</strong> />

duas metades ocidental e oriental, tendo como<<strong>br</strong> />

capitais Ravena e ConstantinopIa.<<strong>br</strong> />

Ravena é uma cidade romana secundária, entre<<strong>br</strong> />

os pântanos costeiros da Romagna. Augusto<<strong>br</strong> />

manda construir, a cerca de três quilômetros da<<strong>br</strong> />

cidade, no ponto mais profundo da laguna, o<<strong>br</strong> />

porto militar de Classe; assim a cidade,<<strong>br</strong> />

defendida por terra, fica ligada por mar a todo o<<strong>br</strong> />

mundo mediterrânico, e por isso Honório a<<strong>br</strong> />

escolhe, em 402 d.C., para nova capital do<<strong>br</strong> />

Império do Ocidente; toma-se depois a capital do<<strong>br</strong> />

reino ostrogodo e das provincias bizantinas na<<strong>br</strong> />

Itália, e neste período - dos séculos IV ao VI -<<strong>br</strong> />

alcança seu desenvolvimento máximo.<<strong>br</strong> />

Os palácios imperiais e reais desapareceram,<<strong>br</strong> />

mas permanecem as igrejas - Santo Apolinário<<strong>br</strong> />

em Classe, Santo Apolinário Novo, São Vital, os<<strong>br</strong> />

dois batistérios - que formam o grupo mais<<strong>br</strong> />

importante de monumentos do final da<<strong>br</strong> />

Antiguidade na Itália: os exteriores são simples,<<strong>br</strong> />

mas os interiores são revestidos com esplêndidas<<strong>br</strong> />

<strong>dec</strong>orações de mármore e com mosaicos: os<<strong>br</strong> />

acabamentos


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)<<strong>br</strong> />

O Bom Pastor (Galla Placídia. Mosaico, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />

Galla Placídia (Interior, Ravena , séc. IV)<<strong>br</strong> />

A <strong>dec</strong>oração em mosaico do mausoléu em forma de cruz, continua sem<<strong>br</strong> />

interrupção so<strong>br</strong>e toda a superfície superior.<<strong>br</strong> />

As divisões arquitetônicas são indicadas pelas orlas de mosaicos<<strong>br</strong> />

compondo grinaldas e motivos geométricos. Dedicado a São Lourenço,<<strong>br</strong> />

continha os sarcófagos de Honório, Galla Placídia e seu marido<<strong>br</strong> />

Constâncio III. A parte inferior das paredes é revestida de mármore<<strong>br</strong> />

cinzento.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

O Mausoléu de Galla Placidia (Ravena. Séc. IV)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Santo Apollinare in Classe (Ravena. 533 - 549)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />

O papa Gregório Magno, que viveu no final do<<strong>br</strong> />

século VI, lem<strong>br</strong>ou àqueles que eram contra qualquer<<strong>br</strong> />

pintura que muitos mem<strong>br</strong>os da Igreja não sabiam<<strong>br</strong> />

ler nem escrever, e que, para ensiná-Ias, essas<<strong>br</strong> />

imagens eram tão úteis quanto os desenhos de um<<strong>br</strong> />

livro ilustrado para crianças. Disse ele: "A pintura<<strong>br</strong> />

pode fazer pelos analfabetos o que a escrita faz pelos<<strong>br</strong> />

que sabem ler."<<strong>br</strong> />

Foi de uma importância imensa para a história<<strong>br</strong> />

da arte que uma tão poderosa autoridade tenha<<strong>br</strong> />

acudido em favor da pintura. Sua sentença seria<<strong>br</strong> />

repetida sempre que as pessoas atacavam o uso de<<strong>br</strong> />

imagens nas igrejas.<<strong>br</strong> />

Mas é óbvio que o tipo de arte assim admitida<<strong>br</strong> />

era de um gênero algo restrito. Para que o propósito<<strong>br</strong> />

expresso por Gregório fosse atendido, a história tinha<<strong>br</strong> />

que ser contada da maneira mais clara e simples<<strong>br</strong> />

possível, e tudo o que pudesse desviar a atenção<<strong>br</strong> />

dessa finalidade principal e sagrada deveria ser<<strong>br</strong> />

omitido.<<strong>br</strong> />

No começo, os artistas ainda usaram os métodos<<strong>br</strong> />

narrativos desenvolvidos pela arte romana, mas<<strong>br</strong> />

gradualmente passaram a concentrar-se cada vez<<strong>br</strong> />

mais no estritamente essencial.<<strong>br</strong> />

Abside e Altar-mor (S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />

A Procissão dos Mártires (Mosaico. S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Santo Apollinare Nuovo (Ravena, séc. V e VI)<<strong>br</strong> />

O Milagre dos Pães e Peixes (S. Apollinare Nuovo, Ravena, 490)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />

Vista Externa<<strong>br</strong> />

(S. Vitale, Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />

So<strong>br</strong>e o octógono exterior é erigido o octógono central que circunda a cúpula. Do lado<<strong>br</strong> />

direito a nave lateral é interrompida pelo teto perpendicular do presbitério.<<strong>br</strong> />

A janela de arcada tríplice está acima da abside, cercada por suas complexas e<<strong>br</strong> />

simétricas capelas dependentes. Não há embelezamento externo, sendo as paredes de<<strong>br</strong> />

tijolos separadas apenas por ligeiros contrafortes.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />

Vista Aérea e Planta Baixa<<strong>br</strong> />

(S. Vitale, Ravena, 546 - 548)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena. 546 - 548)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena. 546 - 548)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />

Interior: Cúpula e Capitel (S. Vitale, Ravena, 546 - 548)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Vitale (Ravena. 546 - 548)<<strong>br</strong> />

A imperatriz Teodora e sua Comitiva<<strong>br</strong> />

(Mosaico. S. Vitale, Ravena, 546 - 548)<<strong>br</strong> />

A maneira como as figuras<<strong>br</strong> />

estão plantadas, em rigorosa<<strong>br</strong> />

vista frontal, pode até lem<strong>br</strong>arnos<<strong>br</strong> />

certos desenhos infantis.<<strong>br</strong> />

No entanto, o artista devia<<strong>br</strong> />

estar muito familiarizado com a<<strong>br</strong> />

arte grega. Sabia perfeitamente<<strong>br</strong> />

como envolver um manto em<<strong>br</strong> />

torno do corpo, de modo que as<<strong>br</strong> />

principais articulações<<strong>br</strong> />

permanecessem visíveis por<<strong>br</strong> />

baixo das pregas.<<strong>br</strong> />

Sabia como misturar pedras de<<strong>br</strong> />

diferentes tons no seu mosaico<<strong>br</strong> />

para reproduzir as cores da<<strong>br</strong> />

carne ou da rocha.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Constantinopla (séc. IV)<<strong>br</strong> />

Bizâncio já é uma das<<strong>br</strong> />

cidades coloniais gregas mais<<strong>br</strong> />

importantes e mais ricas,<<strong>br</strong> />

favorecida pela sua posição<<strong>br</strong> />

geográfica excepcional, so<strong>br</strong>e<<strong>br</strong> />

um promontório que domina o<<strong>br</strong> />

Estreito do Bósforo, entre o<<strong>br</strong> />

Mar Negro e o Mediterrâneo.<<strong>br</strong> />

Constantinopla<<strong>br</strong> />

permanece a capital do<<strong>br</strong> />

Império do Oriente até o<<strong>br</strong> />

século XV. Os cruzados<<strong>br</strong> />

que saqueiam a cidade<<strong>br</strong> />

em 1204 quedam<<strong>br</strong> />

maravilhados diante de<<strong>br</strong> />

uma metrópole maior e<<strong>br</strong> />

mais rica do que<<strong>br</strong> />

qualquer outra na<<strong>br</strong> />

Europa. Os turcos<<strong>br</strong> />

conquistaram-na em<<strong>br</strong> />

1435; Constantinopla se<<strong>br</strong> />

torna sua capital,<<strong>br</strong> />

Istambul, e ainda hoje é<<strong>br</strong> />

uma das cidades mais<<strong>br</strong> />

importantes do mundo<<strong>br</strong> />

Oriental.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Constantinopla (séc. IV)<<strong>br</strong> />

Constantino a transforma entre 326 e 330<<strong>br</strong> />

d.C. divide-a em 14 regiões, como Roma, e<<strong>br</strong> />

constrói novos muros circundantes,<<strong>br</strong> />

quadruplicando a superfície anterior.<<strong>br</strong> />

Em 414 d.C., Teodósio aumenta-a ainda mais,<<strong>br</strong> />

construindo outros muros mais acima; assim,<<strong>br</strong> />

Constantinopla alcança uma extensão de cerca de<<strong>br</strong> />

1.400 hectares (mais ou menos igual à de Roma<<strong>br</strong> />

dentro dus muros Aurelianos) e uma população de<<strong>br</strong> />

cerca de meio milhão de habita.<<strong>br</strong> />

Os muros de Teodósio assinalam o limite definitivo<<strong>br</strong> />

da cidade até os tempos modernos. Ao contrário,<<strong>br</strong> />

em seu interior, continuam as transformações:<<strong>br</strong> />

Constantino dispõe no núcleo antigo a acrópole, o<<strong>br</strong> />

palácio imperial e o hipódromo (como o Capitólio,<<strong>br</strong> />

o Palatino e o Circo Máximo em Roma) e a<strong>br</strong>e um<<strong>br</strong> />

Foro entre a cidade velha e a nova.<<strong>br</strong> />

Teodósio constrói um novo Foro maior no centro<<strong>br</strong> />

do povoado, e aumenta o porto.<<strong>br</strong> />

Ao redor de seus monumentos a cidade cresceu,<<strong>br</strong> />

ao que se sabe, com a mesma densidade e a<<strong>br</strong> />

mesma desordem de Roma.<<strong>br</strong> />

Uma lei de 476 d.C. estabelece que todas as novas<<strong>br</strong> />

ruas tenham pelo menos 3,50 metros de largura;<<strong>br</strong> />

poucas estradas - duas ao longo das margens e<<strong>br</strong> />

uma so<strong>br</strong>e o dorso do promontório, ramificada em<<strong>br</strong> />

Y - são mais importantes e mais largas.<<strong>br</strong> />

A água chega através de vários aquedutos - na<<strong>br</strong> />

maioria subterrâneos, prevendo-se um assalto do<<strong>br</strong> />

inimigo - e é armazenada em vastas cisternas,<<strong>br</strong> />

descobertas ou subterrâneas.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />

Justiniano, depois do<<strong>br</strong> />

incêndio de 532 d.C., realiza<<strong>br</strong> />

a grande igreja imperial de<<strong>br</strong> />

Santa Sofia, sintetizando<<strong>br</strong> />

novamente as experiências<<strong>br</strong> />

artísticas de todo o mundo<<strong>br</strong> />

mediterrânico.<<strong>br</strong> />

O sistema das<<strong>br</strong> />

coberturas em arco e dos<<strong>br</strong> />

acabamentos com materiais<<strong>br</strong> />

preciosos: mármores,<<strong>br</strong> />

mosaicos de vidro, alfaias<<strong>br</strong> />

de metal – alcança um novo<<strong>br</strong> />

equilí<strong>br</strong>io, diferente do<<strong>br</strong> />

antigo e que vai durar, daí<<strong>br</strong> />

por diante, em todo o<<strong>br</strong> />

Oriente: daí começa o novo<<strong>br</strong> />

ciclo da arquitetura<<strong>br</strong> />

bizantina, árabe, persa.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />

Os relevos <strong>dec</strong>orativos são, em geral,<<strong>br</strong> />

aplanados e estilizados, a <strong>dec</strong>oração dos<<strong>br</strong> />

capitéis reduz-se a um entrançado que adere<<strong>br</strong> />

a uma superfície envolvente, e o acabamento<<strong>br</strong> />

das paredes é feito, de preferência, com<<strong>br</strong> />

embutidos ou mosaicos.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />

Um edifício como Santa Sofia apresenta-se como um<<strong>br</strong> />

organismo auto-suficiente, e o ponderado equilí<strong>br</strong>io dos<<strong>br</strong> />

espaços interiores completa-se e termina antes de atingir<<strong>br</strong> />

as paredes periféricas, sem se repercutir, de modo<<strong>br</strong> />

algum, no espaço exterior.<<strong>br</strong> />

O invólucro exterior é uma espécie de avesso modesto e<<strong>br</strong> />

utilitário, onde ficam à vista as estruturas de suporte da<<strong>br</strong> />

construção expulsas da composição interna, e que está<<strong>br</strong> />

presente no espaço urbanístico como um obstáculo<<strong>br</strong> />

independente, ou que, à distância, domina, com a sua<<strong>br</strong> />

silhueta delicada, o perfil da cidade, sem funcionar como<<strong>br</strong> />

elemento nodal e determinante do tecido citadino.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Hagia Sophia (Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto. Constantinopla, 532 - 537)<<strong>br</strong> />

Reaparece, assim, a descontinuidade entre<<strong>br</strong> />

os grandes edifícios áulicos e os locais da<<strong>br</strong> />

vida quotidiana, peculiar das antigas<<strong>br</strong> />

cidades orientais, e deixa de se preocupar<<strong>br</strong> />

encontrar um padrão entre iniciativas<<strong>br</strong> />

públicas e privadas, que é o motivo<<strong>br</strong> />

central da tradição urbanística grecoromana.<<strong>br</strong> />

O dualismo so<strong>br</strong>e o qual se baseia a<<strong>br</strong> />

arquitetura bizantina está certamente<<strong>br</strong> />

relacionado com o contraste entre<<strong>br</strong> />

imanência e transcendência, entre mundo<<strong>br</strong> />

sensível e mundo inteligível, tão vivo na<<strong>br</strong> />

cultura oriental.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

A Cúpula<<strong>br</strong> />

Santa Fosca: vista interior da cúpula (séc. XI)<<strong>br</strong> />

Domo com Pendentes


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

A Cúpula


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

A Cúpula<<strong>br</strong> />

Os sistemas de transição são<<strong>br</strong> />

insuficientes se a diferença<<strong>br</strong> />

planimétrica for muito grande, como no<<strong>br</strong> />

caso de cúpulas so<strong>br</strong>e base octogonal<<strong>br</strong> />

de excessiva grandeza e,<<strong>br</strong> />

principalmente, de cúpulas so<strong>br</strong>e base<<strong>br</strong> />

quadrada.<<strong>br</strong> />

O problema pode ser parcialmente<<strong>br</strong> />

resolvido por meio das chamadas<<strong>br</strong> />

«trompas», isto é, colocando a cada<<strong>br</strong> />

canto do envasamento um arco unido<<strong>br</strong> />

por abóbada cônica; passa-se, assim,<<strong>br</strong> />

do polígono de base para um outro com<<strong>br</strong> />

o do<strong>br</strong>o dos lados, após o que se pode<<strong>br</strong> />

passar para o círculo, utilizando um dos<<strong>br</strong> />

sistemas anteriores.<<strong>br</strong> />

Só se consegue resolver o<<strong>br</strong> />

problema completamente com a<<strong>br</strong> />

invenção dos pendentes esféricos.<<strong>br</strong> />

O pendente deriva teórica, e<<strong>br</strong> />

talvez também historicamente, da<<strong>br</strong> />

abóbada de arestas, já difundida em<<strong>br</strong> />

todo o território romano e utilizada por<<strong>br</strong> />

vezes como elemento central para<<strong>br</strong> />

composições cruciformes, como no<<strong>br</strong> />

túmulo de Galla Placídia, em Ravena.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Marcos (Veneza – sécXI)<<strong>br</strong> />

A parede passa a ser considerada como simples<<strong>br</strong> />

superfície cromática, e é esta condição que<<strong>br</strong> />

permite libertar o mecanismo geométrico do<<strong>br</strong> />

edifício das referências plásticas que o rodeiam.<<strong>br</strong> />

Os mosaicos têm uma função fundamental,<<strong>br</strong> />

indispensável ao equilí<strong>br</strong>io de todo o organismo,<<strong>br</strong> />

porque enquanto outros expedientes tendem a<<strong>br</strong> />

fazer perder consistência e solidez aos diversos<<strong>br</strong> />

elementos de suporte, os mosaicos substituem<<strong>br</strong> />

aqui uma qualidade cromática que é objeto<<strong>br</strong> />

imediato das percepções sensíveis, funcionando<<strong>br</strong> />

assim como suporte de todos os outros valores.


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Se observarmos um retábulo bizantino da Santa Virgem,<<strong>br</strong> />

talvez nos pareça muito distante das realizações da arte<<strong>br</strong> />

grega. No entanto, a maneira como as pregas do manto<<strong>br</strong> />

se desdo<strong>br</strong>am em torno do corpo e irradiam em volta<<strong>br</strong> />

dos cotovelos e joelhos, o modo de modelar a face e as<<strong>br</strong> />

mãos acentuando as som<strong>br</strong>as, e até mesmo a amplidão<<strong>br</strong> />

circular do próprio trono da Virgem, teriam sido<<strong>br</strong> />

impossíveis sem as conquistas da pintura grega e<<strong>br</strong> />

helenística.<<strong>br</strong> />

Apesar de uma certa rigidez, a arte bizantina mantevese,<<strong>br</strong> />

portanto, mais próxima da natureza do que a arte<<strong>br</strong> />

do Ocidente em períodos posteriores.<<strong>br</strong> />

Por outro lado, a ênfase so<strong>br</strong>e a tradição e a<<strong>br</strong> />

necessidade de respeitar certos métodos permitidos de<<strong>br</strong> />

representar o Cristo ou a Virgem tornaram difícil aos<<strong>br</strong> />

artistas bizantinos desenvolverem seus dotes pessoais.<<strong>br</strong> />

Mas esse conservantismo desenvolveu-se gradualmente,<<strong>br</strong> />

e é um erro imaginar que os artistas do período não<<strong>br</strong> />

tinham qualquer idéia criativa.<<strong>br</strong> />

Foram eles, de fato, que transformaram as simples<<strong>br</strong> />

ilustrações da arte cristã primitiva nos grandes ciclos de<<strong>br</strong> />

esplêndidas e solenes imagens que dominam o interior<<strong>br</strong> />

das igrejas bizantinas. Ao observar os mosaicos feitos<<strong>br</strong> />

por esses artistas gregos nos Bálcãs e na Itália, durante<<strong>br</strong> />

a Idade Média, vemos que o Império Oriental tinha<<strong>br</strong> />

logrado, de fato, ressuscitar algo da grandeza e<<strong>br</strong> />

majestade da antiga arte do Oriente, usando-a para<<strong>br</strong> />

glorificar o Cristo e Seu poder.<<strong>br</strong> />

Nossa Senhora entronizada com o menino (Têmpera so<strong>br</strong>e madeira,<<strong>br</strong> />

81,5cm x 49 cm; Galeria Nacional de Arte; Washington, 1280)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

Monreale (Sicília, 1190)<<strong>br</strong> />

A figura dá-nos uma idéia de como essa arte podia<<strong>br</strong> />

ser impressionante. Mostra a abside da catedral de<<strong>br</strong> />

Monreale, na Sicília, <strong>dec</strong>orada por artífices bizantinos<<strong>br</strong> />

pouco antes de 1190.<<strong>br</strong> />

Os artistas mantiveram-se próximos da sua tradição<<strong>br</strong> />

bizantina nativa. Os fiéis reunidos na catedral ver-seiam<<strong>br</strong> />

face a face com a majestosa figura do Cristo,<<strong>br</strong> />

representado como o Senhor do Universo, Sua mão<<strong>br</strong> />

direita erguida no gesto de abençoar. Por baixo está<<strong>br</strong> />

a Virgem, entronizada como imperatriz, ladeada por<<strong>br</strong> />

dois arcanjos e solene fila de Santos.<<strong>br</strong> />

Imagens como essas, olhando-nos do alto de<<strong>br</strong> />

refulgentes paredes douradas, pareciam ser símbolos<<strong>br</strong> />

tão perfeitos da Verdade Sagrada, que nem havia<<strong>br</strong> />

necessidade, aparentemente, de nos desviarmos<<strong>br</strong> />

delas. Por isso continuaram dominando em todos os<<strong>br</strong> />

países governados pela Igreja Oriental.<<strong>br</strong> />

As imagens sacras ou "ícones" dos russos ainda<<strong>br</strong> />

refletem essas grandes criações dos artistas<<strong>br</strong> />

bizantinos.<<strong>br</strong> />

Cristo, soberano do Universo, a Virgem, o Menino e Santos (1190)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

A Iconoclastia<<strong>br</strong> />

Iconoclasta Bizantino apagando com cal uma imagem de Cristo (Museu Histórico de Moscou, 900)


<strong>Arquitetura</strong> Paleocristã e <strong>Bizantina</strong><<strong>br</strong> />

São Basílio (Moscou – séc. XVI)<<strong>br</strong> />

Catedral de São Basílio<<strong>br</strong> />

(Praça Vermelha. Moscou, 1550 - 60)

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