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LITERATURA INFANTIL E MUNDO GLOBALIZADO Colóquio ...

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<strong>LITERATURA</strong> <strong>INFANTIL</strong><br />

E<br />

<strong>MUNDO</strong> <strong>GLOBALIZADO</strong><br />

Colóquio Internacional<br />

Centro de Investigação em Formação de<br />

Profissionais de Educação da Criança<br />

Instituto de Educação<br />

Universidade do Minho, Braga, Portugal<br />

28-29 Janeiro 2011<br />

Auditório do Centro Multimédia<br />

Auditório do Instituto de Educação


Página2


Organização e Composição<br />

Fernando Azevedo, 2011<br />

Página3


Página4<br />

Comissão Científica<br />

Fernando Azevedo (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Armindo Mesquita (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal)<br />

Ângela Balça (Universidade de Évora, Portugal)<br />

Fernando Pinto do Amaral (Universidade de Lisboa, Portugal)<br />

Maria da Graça Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Blanca-Ana Roig Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)<br />

Alberto Filipe Araújo (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Pedro Palhares (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Fátima Albuquerque (Universidade de Aveiro, Portugal)<br />

Renata Junqueira de Souza (Universidade Estadual Paulista, São Paulo, Brasil)<br />

Eliane Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)<br />

Sara Reis da Silva (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Joaquim Machado de Araújo (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Maria Helena Leal Vieira (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Comissão Organizadora<br />

Fernando Azevedo (CIFPEC, Universidade do Minho)<br />

Sara Reis da Silva (CIFPEC, Universidade do Minho)<br />

Armindo Mesquita (CEL, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)<br />

Ângela Balça (CIEP, Universidade de Évora)<br />

Organização<br />

Apoios


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Página6<br />

Conteúdos<br />

Apresentação……………………………………………………………………………..7<br />

Programa…………………………………………………………………………………..9<br />

Resumos<br />

Dia 28……………………………………………………………………………..17<br />

Dia 29……………………………………………………………………………..31


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Página8<br />

<strong>LITERATURA</strong> <strong>INFANTIL</strong><br />

E <strong>MUNDO</strong> <strong>GLOBALIZADO</strong><br />

Vivemos numa sociedade globalizada, onde a informação é partilhada entre todos a um ritmo<br />

alucinante. Se é verdade que, graças, à globalização o mundo se tornou mais consciente,<br />

mais solidário e, em determinadas situações, mais participativo (todos temos hoje consciência<br />

que fazemos parte da mesma família humana), este colóquio procurará averiguar até que<br />

ponto a Literatura Infantil inscreve e interroga, nos seus textos, as marcas da globalização, um<br />

sistema que inclui, no seu espectro semântico, múltiplas acepções nem sempre coincidentes<br />

entre si.<br />

O que significa a globalização hoje? Quais os seus lugares e os seus gestos na literatura de<br />

potencial recepção leitora infantil?


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PROGRAMA<br />

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Página12<br />

28 Janeiro (Sexta-feira)<br />

16h30 – Recepção dos participantes<br />

17h00 – 17h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Abertura<br />

Comissário do Plano Nacional de Leitura<br />

Reitor da Universidade do Minho<br />

Presidente do Instituto de Educação<br />

Directora do CIFPEC<br />

Coordenador da Comissão Organizadora<br />

17h30 – 20h00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens<br />

e Valores<br />

<br />

<br />

<br />

Guerra Civil y LIJ. Comparaciones entre la producción de España – Blanca-Ana Roig<br />

Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)<br />

A crítica ao autoritarismo à moda dos contos de fadas – Geovana Gentili Santos<br />

(USC/Espanha –UNESP/Brasil)<br />

A construção/representação da „adolescência‟ no romance juvenil alemão e português:<br />

uma leitura de Die Zeit der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana<br />

de Maria Teresa Maia Gonzalez – Maria Amélia Cruz (Universidade Católica<br />

Portuguesa, Portugal)<br />

Representações da infância na sociedade brasileira: crônicas de Rachel de Queiroz –<br />

Keila Vieira de Sousa (Universidade de Coimbra/Fundação Calouste Gulbenkian,<br />

Portugal)<br />

<br />

<br />

<br />

Globalização e Representação na Literatura Infantil: Interrogar o Mundo – Fernando<br />

Azevedo (CIFPEC/Instituto de Educação, Universidade do Minho, Portugal)<br />

Humor, Ironia e Critica Social na poesia infanto-juvenil de Vergílio Alberto Vieira – João<br />

Manuel Ribeiro (FPCE, Universidade de Coimbra, Portugal)<br />

Debate<br />

17h30 – 20h00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Voz e Acção<br />

<br />

<br />

<br />

La literatura infantil de temática árabe en España: Una aproximación desde la<br />

pragmática y el Análisis Crítico del Discurso – Beatriz Soto Aranda (CES Felipe II,<br />

UCM, Espanha) e Mohamed El-Madkouri Maataoui (UAM, Espanha)<br />

A voz e a vez dos textos de potencial recepção infantil no Jardim de Infância – Maria da<br />

Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Bernardina<br />

Ferrinho (Educadora de Infância, Portugal)<br />

Leitura na Educação Infantil: a ciranda de livros como alternativa para a formação do<br />

leitor – Rebeca Ramos Campos (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN,<br />

Brasil) e Sandro da Silva Cordeiro (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN,<br />

Brasil)<br />

Contos de fadas na Educação Infantil: alimento para a alma e imaginário da criança –<br />

Maria de Fátima Araújo (NEI/UFRN, Brasil) e Nayde Solange Garcia Fonseca<br />

(NEI/UFRN, Brasil)


Página13<br />

<br />

<br />

<br />

A literatura infantil como alternativa para o ensino do português como idioma<br />

estrangeiro – Cibele Lucena de Almeida (NEI-CAp/UFRN, Brasil) e Antônia Fernanda<br />

Jalles (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

O preconceito racial em Xixi na cama e O menino marrom: práticas educativas em sala<br />

de aula – Renata Junqueira de Souza (Unesp/CELLIJ/Pres. Prudente, Brasil) e Eliane<br />

Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira (Unesp/Assis, Brasil)<br />

Debate<br />

20h00 – Jantar livre<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

9h00 – 10h30 - (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens<br />

e Valores<br />

As construções ficcionais historiográficas – dos modelos factuais aos valores<br />

contemporâneos da estruturação do Mundo – Teresa Macedo (CIFPEC/Universidade<br />

do Minho, Portugal)<br />

A LIJ e os livros de filosofia para crianças – João Manuel Ribeiro (FPCE da<br />

Universidade de Coimbra, Portugal) e Gabriela Sotto Mayor (CESC, Universidade do<br />

Minho, Portugal)<br />

Se sou uma fada, existo! Trabalhar a esperança a partir da literatura infantil numa<br />

perspectiva de valorização da dialéctica entre identidade e alteridade na construção das<br />

pessoas que queremos que habitem nos nossos alunos – Célia Novais (CI-ISCE<br />

Felgueiras, Portugal)<br />

Debate<br />

9h00 – 10h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e<br />

Lugares<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

BIBLON: plataforma de incentivo a leitura literária de crianças – Cássia Furtado (U.<br />

Aveiro/U. Porto – Portugal/FAPEMA, Brasil e Lídia Oliveira (CECTAC.media –<br />

Universidade de Aveiro, Portugal)<br />

CONTOS 2.0 – João Nuno Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Para além das Bibliotecas Escolares: As Tecnologias de Informação na Promoção da<br />

Literatura Infantil – Pedro Rafael Neto Gomes (Agrupamento de Escolas Serra da<br />

Gardunha – Fundão), António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo<br />

Branco/Escola Superior de Educação, Portugal) e Maria da Graça Sardinha<br />

(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Debate<br />

10h30 – 11h00 – Pausa


Página14<br />

11h00 – 12h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens<br />

e Valores<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Identidades e alteridades na literatura infantil galega e portuguesa. O papel do receptorleitor<br />

na construción da sociedade novecentista – Xulio Pardo de Neyra (Universidade<br />

da Coruña, Espanha)<br />

Mudança e identidade na Escola: leitores de palmo e meio – Maria da Graça Sardinha<br />

(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Maria João Reboxo (Docente do 1º<br />

ciclo do Ensino Básico, Portugal)<br />

A Guerra na Literatura Infanto-Juvenil – Liliana Costa (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Famílias monoparentais - Rita Estorninho (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Debate<br />

11h00 – 12h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e<br />

Lugares<br />

Análisis comparativo de las adaptaciones léxicas en las versiones portuguesa y<br />

española de Donkey Xote: estudio del éxito comunicativo del subtitulado para sordos –<br />

Lourdes Lorenzo García e Almudena Pérez de Oliveira (Universidade de Vigo, España)<br />

A formação do leitor literário em tempos de multimídias – Danielle Medeiros de Souza<br />

(NEI-CAp/UFRN, Brasil) e Naire Jane Capistrano (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

A contribuição da literacia multimodal na formação do leitor infanto-juvenil: a música, o<br />

cinema e a dramatização – Jorge Martins e Fernando Azevedo (CIFPEC/Universidade<br />

do Minho, Portugal)<br />

Debate<br />

12h30 – Almoço livre<br />

14h30 – 16H00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Representação e<br />

Construção Cultural do Género<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

“Ele está chateado porque tem que usar aquela coisa cor-de-rosa” – (des)construindo<br />

representações de género em álbuns – Lúcia Gomes (F.P.C.E. /U. Porto, Portugal)<br />

Are you a really a B@y? How masculinities are portrayed in 21st century children‟s<br />

literature – Alba Alonso Feijoo (Universidade de Vigo, Espanha)<br />

Rostos de Narciso? Representações da homossexualidade na literatura infanto-juvenil<br />

portuguesa – Mª da Conceição Tomé (Agrupamento de Escolas de Silgueiros/Centro de<br />

Estudos das Migrações e Relações Interculturais, Portugal) e Glória Bastos<br />

(Universidade Aberta/Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais,<br />

Portugal)<br />

O disfraz masculino como fonte de poder: o exemplo d‟A expedición do Pacífico de<br />

Marilar Aleixandre – Montse Pena Presas (Universidade de Santiago de Compostela,<br />

Espanha)


Página15<br />

<br />

<br />

<br />

A muller e a narrativa infantil e xuvenil sobre Guerra Civil na LIX galega no „Ano da<br />

Memoria Histórica‟ – Marta Neira Rodríguez (ANILIJ, Espanha)<br />

A competição feminina e as representações do príncipe na Literatura para a Infância e<br />

Juventude – Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Debate<br />

14h30 – 16H00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Literatura e<br />

Consumo<br />

Charlie Bucket. A pure spirit in a consumer world – Patricia Martín Ortiz (Universidad de<br />

Salamanca, Espanha)<br />

A voz da literatura infantil na comunicação de massas – Ângela Balça (Universidade de<br />

Évora, Portugal)<br />

A „nova literatura‟ na promoção de uma competência literária global, verdade ou<br />

consequência? – Gisela Silva (CIFPEC, Universidade do Minho, Portugal)<br />

Entre casas, quintais e cidades: a representação do espaço nos álbuns narrativos de<br />

Isabel Minhós Martins – Sara Reis da Silva (CIFPEC/Instituto de Educação,<br />

Universidade do Minho, Portugal)<br />

As demandas da Lei 10.639/2003 e o mercado editorial brasileiro para a infância –<br />

Eliane Santana Dias Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)<br />

Debate<br />

14h30 – 16H00 (Sala 20) - Painel Voz e Acção<br />

Literatura infantil e mediação leitora. Veredas e caminhos para uma nova consciência –<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal) e Maria<br />

Gracinda da Silva (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)<br />

Os caminhos do Ensino e da Aprendizagem do Vocabulário: Intercultura, Corpus<br />

Textual e Lexicultura – António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo<br />

Branco/Escola Superior de Educação, Portugal) e Maria da Graça Sardinha<br />

(CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Linguagem teatral: um olhar a partir da literatura infantil – Nayde Solange Garcia<br />

Fonseca e Raimunda Porfírio (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)<br />

O diário juvenil: Identidade(s) e Globalização – Carlos Teixeira (Instituto Politécnico de<br />

Bragança, Portugal)<br />

A banda desenhada histórica como recurso didáctico-pedagógico para a construção de<br />

conhecimento histórico dos alunos no 1º CEB – Glória Solé (CIED, Instituto de<br />

Educação, Universidade do Minho, Portugal)<br />

Era uma vez a Leitura… – Lurdes Pelarigo (FCSH, Portugal)<br />

Debate<br />

16h00 - (Auditório do Centro Multimédia) - Encerramento


Resumos e Oradores<br />

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Página18<br />

28 Janeiro (Sexta-feira)<br />

17h30 – 20h00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e<br />

Valores<br />

Guerra Civil y LIJ. Comparaciones entre la producción de España<br />

Blanca-Ana Roig Rechou (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)<br />

Se expondrán los primeros resultados de un proyecto de investigación que tiene como<br />

objetivo hacer un repertorio de la producción literaria escrita en cada una de las<br />

lenguas de España, dirigida a los más jóvenes, en la que se trate la Guerra Civil<br />

española, describirla y analizar una selección de obras para una posterior<br />

comparación a partir de varios tópicos.<br />

En esta ocasión se pretende dar noticia de la producción recogida hasta el momento<br />

en cada una de las lenguas: el número de obras escritas por hombre y mujeres y las<br />

tipologías que se ofrecen, para observar, a partir de una selección, cómo se marcan<br />

las identidades y qué temáticas secundarias son preferidas por los hombres y por las<br />

mujeres. Se intenta responder así a varios de los tópicos requeridos en este Coloquio<br />

internacional.<br />

A crítica ao autoritarismo à moda dos contos de fadas<br />

Geovana Gentili Santos (USC/Espanha – UNESP/Brasil)<br />

Os contos de fadas são povoados por reis, rainhas, príncipes, princesas, madrastas,<br />

fadas e bruxas: um universo que conta com o maravilhoso como elemento essencial<br />

para o desenvolvimento de suas histórias. Constantemente, a literatura infantil<br />

contemporânea tem se voltado para essa modalidade literária e proposto novas<br />

perspectivas de leitura desse legado cultural. Uma delas consiste na crítica ao<br />

autoritarismo exercido por parte dos reis ao governar seu povo e na defesa da<br />

liberdade de escolha. No sistema literário infantil brasileiro, temos como exemplo<br />

dessa proposta de leitura a obra O reizinho mandão (1978), de Ruth Rocha (1931-),<br />

na qual o príncipe, quando assume o poder do reino, impõe ao seu povo diversas leis<br />

absurdas, tal como proibir a sua gente de falar. De modo semelhante, no âmbito<br />

galego, encontramos o livro A porta proibida (1985), de Xesús Pisón (1954-), no qual o<br />

rei sente satisfação em ditar ordens ao seu povo e, por esse motivo, com medo de


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que se fossem, os proíbe de atravessar a porta do reino. Em ambas as produções,<br />

verificamos a retomada das constantes estruturais dos contos de fadas e, por meio<br />

dessa modalidade literária tão cara à formação leitora das crianças, a introdução de<br />

questões sociais que conduzem o receptor a uma reflexão crítica. Tendo em conta tais<br />

aspectos, a presente comunicação tem por objetivo analisar o modo como as duas<br />

obras dialogam com o universo maravilhoso dos contos de fadas, rompendo, por meio<br />

da forma escolhida, com o silêncio de temas considerados inadequados às crianças.<br />

Geovana Gentili Santos é doutoranda pela Universidade de Santiago de Compostela<br />

(USC/ Espanha), junto ao Programa "Literatura y construcción de la identidad en<br />

Galicia", sob a orientação da Profa. Blanca-Ana Roig Rechou; e pela Universidade<br />

Estadual Paulista (UNESP/Assis), junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras<br />

"Litreratura e Vida Social", sob a orientação do Prof. João Luís Ceccantini. Mestre em<br />

Letras (2009), e Graduada por essa mesma Instituição em Letras Português/Francês<br />

(2005) e em Português/Espanhol (2007). Tem experiência na área de Letras, com<br />

ênfase em literatura comparada e literatura infanto-juvenil brasileira e galega. Conta<br />

com o auxílio financeiro da CAPES, no Brasil, e, junto a USC, faz parte do Programa<br />

Erasmus Mundus. Tem participado de congressos e eventos relacionados ao tema de<br />

sua pesquisa, assim como tem publicado resultados em alguns periódicos. (Consultar:<br />

http://lattes.cnpq.br/0269042722165774)<br />

A construção/representação da „adolescência‟ no romance juvenil alemão e português:<br />

uma leitura de Die Zeit der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana<br />

de Maria Teresa Maia Gonzalez<br />

Maria Amélia Cruz (Universidade Católica Portuguesa, Portugal)<br />

O conceito de „adolescência‟, entendido como uma construção histórico-social<br />

reportada ao período da vida situado entre a infância e vida adulta, surgiu durante o<br />

século XIX com a Revolução Industrial, essencialmente devido a factores económicos<br />

e culturais. Na sociedade globalizada e em constante mudança em que vivemos, com<br />

alterações que se manifestam a um ritmo crescente e a todos os níveis – tecnológico,<br />

social, ideológico, cultural – também a delimitação de um tal conceito não poderia ficar<br />

incólume.<br />

Na presente comunicação procurar-se-á reflectir sobre a construção da „adolescência‟<br />

no actual romance juvenil alemão e português, a partir da análise das obras Die Zeit


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der Schlafenden Hunde de Mjriam Pressler e de A Lua de Joana de Maria Teresa<br />

Maia Gonzalez. Estamos perante duas obras em que as personagens centrais são<br />

duas jovens adolescentes – Johanna e Joana, respectivamente – envolvidas em<br />

conflitos internos e em busca de uma identidade própria. Para o efeito, procurar-se-á<br />

proceder a um estudo comparado das representações da „adolescência‟ presentes em<br />

ambos os romances, como elementos constitutivos de algo a que se pode chamar<br />

uma „identidade adolescente‟, procurando reflectir sobre a forma como contribuem<br />

para a construção dessa identidade e em que medida se assemelham ou se afastam<br />

as construções identitárias da adolescência presentes em obras provenientes de<br />

mundos culturais distintos.<br />

Maria Amélia Gonçalves da Cruz é licenciada em Filologia Germânica e Mestre em<br />

Estudos Alemães, especialidade em Linguística Alemã, pela Faculdade de Letras da<br />

Universidade de Lisboa. Está presentemente a preparar o Doutoramento em Estudos<br />

de Cultura, na Universidade Católica de Lisboa.<br />

Foi docente do Ensino Básico e Secundário até Setembro de 2004, altura em que<br />

passou a integrar a equipa do GAVE – Gabinete de Avaliação Educacional do<br />

Ministério da Educação, onde participou em diversos projectos. É tradutora técnica e<br />

literária (Alemão-Português). Obras literárias traduzidas: “Der Erzähler”, “Lehre vom<br />

Ähnlichen” e “Spielzeug und Spielen” de Walter Benjamin, em: Walter Benjamin<br />

(1992), Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, Lisboa: Relógio d' Água; “Die<br />

Verlobung in St. Domingo” de Heinrich von Kleist (1994) Noivado em S. Domingo,<br />

Lisboa: Relógio d' Água.<br />

Representações da infância na sociedade brasileira: crônicas de Rachel de Queiroz<br />

Keila Vieira de Sousa (Universidade de Coimbra/Fundação Calouste Gulbenkian,<br />

Portugal)<br />

Em A identidade cultural na pós-modernidade (2005), Stuart Hall afirma que “a<br />

identidade está profundamente envolvida no processo de representação”, pois todo<br />

meio de representação (escrita, pintura, desenho, fotografia etc.) deve traduzir seus<br />

objeto em dimensões espaciais e temporais, já que através disso as identidades são<br />

localizadas e representadas. Ora, se o texto literário enquanto representação nos<br />

revela “coisas quais podiam acontecer, possíveis no ponto de vista da verossimilhança<br />

ou da necessidade”, como afirma Aristóteles em Poética, então, as crônicas de Rachel


Página21<br />

de Queiroz (1910-2003), escritora brasileira em que se nota um profundo olhar para as<br />

angústias, as desigualdades e os valores que constituem a sociedade, podem nos<br />

ajudar a compor um painel da identidade da infância brasileira, sobretudo no século<br />

XX, transformando-se numa projeção dos desafios a serem vencidos quer por ações<br />

públicas quer por individuais. Afinal, o texto literário expressa visões de mundos que<br />

são coletivas ou referidas a determinados grupos sociais, como diz Adriana Facina em<br />

Literatura e Sociedade (2004).<br />

Keila Vieira de Sousa é doutoranda em Literatura Portuguesa - Investigação e Ensino<br />

na Universidade de Coimbra. Orientador: Prof. Dr. José Augusto Cardoso Bernardes;<br />

Mestre em Letras na Universidade Federal do Ceará, UFC, Fortaleza, Brasil (2007) e<br />

Especializada Em Estudos Literários e Culturais. Universidade Federal do Ceará,<br />

UFC, Fortaleza, Brasil (2002).<br />

Globalização e Representação na Literatura Infantil: Interrogar o Mundo<br />

Fernando Azevedo (CIFPEC, Instituto de Educação, Universidade do Minho, Portugal)<br />

O conceito de globalização constitui actualmente um termo semanticamente denso,<br />

uma espécie de mot-valise sob o qual se abrigam múltiplas acepções nem sempre<br />

compatíveis entre si. Se ele mantém inegáveis relações com a esfera económica, ele<br />

não pode ser dissociado também de outros como os de mundialização e de<br />

universalismo, elementos que, sob o ponto de vista técnico e político, potenciaram o<br />

primeiro.<br />

Esta comunicação olhará para alguns textos de potencial recepção leitora infantil e<br />

juvenil que, anulando as distâncias entre o local e o global, interrogam práticas,<br />

eventos e estados, buscando que o mundo seja, de facto, uma aldeia global nos<br />

planos social, cultural e político.<br />

Fernando Azevedo é Professor Associado do Instituto de Educação da Universidade<br />

do Minho. Doutorado em Ciências da Literatura, Especialidade de Literatura<br />

Portuguesa, pela Universidade do Minho, é regente das unidades curriculares de<br />

Pragmática da Comunicação Literária para a Infância e Juventude, assim como de<br />

Literacia e Mediação Leitora, nos cursos de Licenciatura e de Pós-Graduação do<br />

Instituto de Educação.


Página22<br />

Tem obras publicadas no domínio da hermenêutica textual, literatura infantil e<br />

formação de leitores.<br />

Alguns dos títulos mais recentes:<br />

Azevedo, F. (2011) Poder, Desejo, Utopia. Estudos em Literatura Infantil e Juvenil.<br />

Braga: CIFPEC.<br />

Azevedo, F. (Coord.) (2010) Infância, Memória e Imaginário. Ensaios sobre Literatura<br />

Infantil e Juvenil. Braga: CIFPEC.<br />

Azevedo, F. & Sardinha, M. G. (Orgs) (2009) Modelos e Práticas em Literacia. Lisboa:<br />

Lidel.<br />

Para informação mais detalhada:<br />

https://sites.google.com/site/fernandouminho/<br />

Humor, Ironia e Critica Social na poesia infanto-juvenil de Vergílio Alberto Vieira<br />

João Manuel Ribeiro (FPCE, Universidade de Coimbra, Portugal)<br />

Na poesia de Vergilio Alberto Vieira (VAV), a socialização cultural e a<br />

desconstrução/reconstrução do imaginário tradicional, faz-se pela crítica social, com<br />

recurso frequente ao humor e a ironia, numa reivindicação de tensão permanente com<br />

a realidade e os seus sistemas ideológicos, filosóficos e religiosos.<br />

No avesso da caricatura e da irrisão e no âmago da crítica social, ou em contraponto<br />

com qualquer moral tradicional, surge, como defende Gomes (1997, 106), "a exaltação<br />

de outros mundos". Esta conexão entre critica social e exaltação de outros mundos,<br />

sintetizados na revisitação da Natureza e da infância, e na valorização do imaginário<br />

(Gomes; Ramos & Silva, 2009), permite-nos sustentar que, na poesia de VAV, a critica<br />

não e um exercício gratuito, mas um estado vital, uma contra-afirmação do mundo,<br />

numa conjugação entre visão e composição literária, ou ainda, "uma exposição<br />

reflectida e um juízo de valor da herança e do contexto a que pertencem" (Steiner,<br />

1993:22) que não e esporádica ou circunstancial, limitando-se a este ou aquele livro,<br />

mas transversal a toda a sua obra poética para a infância e em conjugação com<br />

outras linhas-força da sua obra, como a reinvenção da tradição oral e com a<br />

desconstrução/ reconstrução do imaginário tradicional e popular.<br />

Assim, a poesia para a infância e juventude de VAV e uma poética comprometida com<br />

a realidade social e critica face aos sistemas vigentes. Detectar e analisar esta<br />

poética, sob o prisma do humor e da ironia e 0o objectivo central que perseguimos.


Página23<br />

João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e<br />

doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.<br />

Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.<br />

Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat<br />

Autonoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.


Página24<br />

28 Janeiro (Sexta-feira)<br />

17h30 – 20h00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Voz e Acção<br />

La literatura infantil de temática árabe en España: Una aproximación desde la<br />

pragmática y el Análisis Crítico del Discurso<br />

Beatriz Soto Aranda (CES Felipe II, UCM, Espanha)<br />

Mohamed El-Madkouri Maataoui (UAM, Espanha)<br />

La población de origen marroquí constituye uno de los colectivos no autóctonos más<br />

numeroso en el sistema educativo español. Esto es consecuencia de los procesos de<br />

reagrupación familiar que tuvieron lugar en la pasada década, sin olvidar que cada vez<br />

son más los hijos de inmigrantes nacidos en territorio español. La escuela ha ido<br />

vertebrando en estos años diversos programas de integración del multiculturalismo y<br />

el multilingüismo en las aulas con desigual resultado.<br />

Así, esta comunicación tiene por objeto analizar cómo se ha abordado la presencia de<br />

la literatura de temática árabe en la escuela, tanto en EP como en la ESO. Para ello<br />

se describirán qué modelos culturales presentan las obras propuestas y si éstas<br />

representan paradigmas de las vivencias en los países de origen de estos estudiantes<br />

o, por el contrario, son prototipos de los patrones culturales asumidos por la sociedad<br />

española concebida como sociedad de acogida.<br />

Beatriz Soto Aranda es profesora de lengua española y de lingüística en el CES<br />

Felipe II (UCM). Doctora en Lingüística por la UAM, es especialista en la adquisición<br />

del español en población marroquí escolarizada en España. Igualmente trabaja sobre<br />

las relaciones culturales y lingüísticas entre el árabe y el español.<br />

Email: beatriz.soto@ajz.ucm.es<br />

Mohamed El-Madkouri Maataoui es Doctor de Estado en Lingüística. Doctor por la<br />

Universidad Autónoma de Madrid, en lingüística, en 1993, con una tesis sobre Teoría<br />

De La Tradeucción (1ª tesis doctoral). Doctor por la Universidad Complutense de<br />

Madrid, en Filología, en 2005, con una tesis sobre La Imagen Del Otro: Lo Árabe En<br />

La Prensa Española (2ª tesis doctoral). Profesor del Departamento de Lingüística de


Página25<br />

la Universidad Autónoma de Madrid. Autor del Diccionario Bilingüe Árabe-Español de<br />

Anaya.<br />

Email: el-madkouri@uam.es<br />

A voz e a vez dos textos de potencial recepção infantil no Jardim de Infância<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Bernardina Ferrinho (Educadora de Infância, Portugal)<br />

O leitor não nasce, faz-se; mas o não leitor também. Ora, o jardim-de-infância pode e<br />

deve ser o lugar de múltiplas leituras proporcionando à criança um envolvimento<br />

activo capaz de potenciar competências precoces de literacia, levando a um profundo<br />

envolvimento das famílias.<br />

Assim sendo, no nosso trabalho, apresentamos um projecto onde as crianças são os<br />

verdadeiros actores, neste palco que é a escola.<br />

Palavras-chave: literacia, jardins-de-infância, mediadores<br />

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da<br />

didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela<br />

Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em<br />

Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira<br />

Interior.<br />

Email: mggds@ubi.pt<br />

Bernardina Ferrinho é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e<br />

Letras da Universidade da Beira Interior.<br />

Email: dinaf66@hotmail.com<br />

Leitura na Educação Infantil: a ciranda de livros como alternativa para a formação do<br />

leitor<br />

Rebeca Ramos Campos (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN, Brasil)<br />

Sandro da Silva Cordeiro (Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN, Brasil)<br />

O ato de ler, enquanto prática social, permite conhecer o mundo, ampliar saberes. É<br />

também, uma atividade individual e/ou coletiva, iniciada com a decodificação dos


Página26<br />

signos presentes numa dada produção, prosseguida mediante a interação do leitor<br />

com o texto, permitindo o estabelecimento de conjecturas e a produção de novas<br />

formas de entendimento. Assim, ler é atribuir sentido ao texto, a partir das<br />

experiências leitoras precedentes, oriundas tanto do espaço familiar quanto escolar.<br />

Essas duas instâncias – família e escola – devem contribuir para a formação de um<br />

leitor crítico, capaz de desvendar os enunciados literários. Possibilitar o acesso das<br />

crianças à situações de leitura auxilia no desenvolvimento de habilidades lingüísticas,<br />

garantindo espaço para a imaginação, a criatividade, a reflexão e a produção textual.<br />

Considerando o expresso acima, este trabalho visa relatar experiência vivenciada no<br />

Núcleo de Educação da Infância – NEI/CAp/UFRN (Natal/RN – Brasil), com crianças<br />

entre 5 e 6 anos, cujo foco centrou-se numa atividade denominada “Ciranda de livros”.<br />

Todas as sextas-feiras, as crianças trocavam livros para deleite literário no final de<br />

semana junto à família. Um repertório de 20 histórias, de autores e gêneros diversos<br />

foi contemplado. Evidenciamos as estratégias didático-pedagógicas empregadas, as<br />

reações das crianças, bem como o posicionamento dos pais diante da proposição da<br />

Ciranda. A evolução no processo de aquisição da leitura e escrita, o gosto pela<br />

literatura, o manuseio de obras literárias, a formação de preferências por autores, bem<br />

como a atenção aos elementos constituintes das histórias (título, autor, ilustrador)<br />

foram alguns dos benefícios percebidos no decorrer da Ciranda.<br />

Palavras-chave: Educação Infantil – Literatura Infantil – Apreciação literária<br />

Rebeca Ramos Campos possui formação em Pedagogia. Atualmente é aluna de<br />

mestrado do programa de pós graduação da Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Norte, tendo seu trabalho desenvolvido na área de necessidade para a formação do<br />

professor de educação infantil. Professora Substituta no Núcleo de Educação Infantil -<br />

NEI/CAp/UFRN durante o ano de 2009 e 2010. Agora, assume como professora<br />

efetiva de ensino básico, técnico e tecnológico, com dedicação exclusiva, 40h, na<br />

mesma instituição. As pesquisa estão ligadas à formação do professor, educação<br />

infantil, leitura e escrita.<br />

Email: rebecaufrn@hotmail.com<br />

Sandro da Silva Cordeiro possui graduação em Pedagogia pela Universidade<br />

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mestre em Educação pela UFRN. Doutor em<br />

Educação pela mesma universidade. Realizou estágio de docência assistida no curso<br />

de Comunicação Social - Habilitação Jornalismo - nas disciplinas Cultura e Realidade


Página27<br />

Brasileira e Mídia, Identidade e Cidadania. É professor do Núcleo de Educação da<br />

Infância (NEI/CAp/UFRN). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em<br />

mídia-educação, estudos da infância, formação docente. Ministra regularmente cursos<br />

para professores de instituições públicas e alunos de graduação e pósgraduação.<br />

Publica periodicamente artigos em revistas e eventos científicos de<br />

circulação local, nacional e internacional.<br />

Email: sandcord8022@yahoo.com.br<br />

Contos de fadas na Educação Infantil: alimento para a alma e imaginário da criança<br />

Maria de Fátima Araújo (NEI/UFRN, Brasil)<br />

Nayde Solange Garcia Fonseca (NEI/UFRN, Brasil)<br />

Estudos realizados com contos de fadas na educação infantil nos permitem<br />

compreendê-los como elemento importante na formação da criança, contribuindo para<br />

seu desenvolvimento global, sem deixar de considerar a dimensão lúdica e criadora<br />

que eles propiciam. O trabalho apresenta uma experiência com contos de fadas<br />

realizada numa turma 3 no Núcleo de Educação da Infância-NEI-CApl-UFRN, no ano<br />

de 2007. O grupo apresentava bastante interesse pela literatura de uma forma geral,<br />

pelos textos fantásticos e pela vivência do jogo simbólico o que nos motivou a<br />

enveredar por este tema de pesquisa, tendo como objetivos oportunizar as crianças o<br />

acesso a literatura universal e traçar um perfil da lógica das crianças em relação ao<br />

enredo, elementos, personagens e forma dos contos de fadas, além de contribuir para<br />

o desenvolvimento do imaginário das crianças. O estudo se desenvolveu através de<br />

leitura de contos; de apreciação do mesmo conto em várias versões; vivência dos<br />

jogos teatrais e criação coletiva de um conto de fada que foi transformado em livro e<br />

apresentado em forma teatral para toda a escola. O presente trabalho apoiou-se nas<br />

idéias de AMARILHA, ABRAMOVITCH, BETTLHEIM, ESTÉS e HELD. Percebemos<br />

que o trabalho desenvolvido ampliou o repertório das crianças em relação aos contos<br />

de fadas; despertou o interesse e o desejo de apreciar este gênero textual; promoveu<br />

a interação e a cooperação entre as crianças e contribuiu, sobretudo para o<br />

desenvolvimento do imaginário na resolução de situações e sentimentos diversos.<br />

Palavras-chave: Literatura infantil- Contos de fadas- Imaginário- Educação infantil.<br />

Maria de Fátima Araújo é Mestre em Educação pela Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Norte/ Brasil, desempenhando atualmente funções como professora do


Página28<br />

Ensino Técnico e Tecnológico (NEI/CAp/UFRN) na Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Norte/Brasil.<br />

Nayde Solange Garcia Fonseca é mestre em Educação – CCSA - Programa de Pós-<br />

Graduação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN. Actualmente é<br />

professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Núcleo de<br />

Educação Infantil.<br />

Tem diversos trabalhos publicados em anais de congressos internacionais, nacionais<br />

e regionais, bem como livros e capítulos.<br />

Últimas publicações:<br />

Fonseca, Nayde Solange Garcia e Rocha Vera Lourdes Pestana. Jogos Teatrais na<br />

Educação Infantil: outras possibilidades. Coleção Cotidiano Escolar: O Ensino de Arte<br />

e Educação Física na Infância. MEC/SEB. UFRN/PAIDÉIA, 2008, Natal, RN ISBN- 85-<br />

7273-246-2.<br />

Fonseca, Nayde Solange Garcia. Por que o navio não afunda? Caderno Faça e Conte<br />

Entrelaçando Vivências e saberes na educação Infantil – 140p. nº 02 - 2006 – Núcleo<br />

de Educação Infantil - UFRN, Natal-RN.<br />

Email: naydesolangeg@hotmail.com<br />

A literatura infantil como alternativa para o ensino do português como idioma<br />

estrangeiro<br />

Cibele Lucena de Almeida (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

Antônia Fernanda Jalles (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

Em meio ao processo de globalização, o Brasil vivencia as consequências do<br />

intercâmbio econômico e cultural entre as diversas nações mundiais e, de forma mais<br />

específica, a infiltração do capital estrangeiro. Dentro desse contexto, os imigrantes<br />

não estão mais somente a passeio, estão nos supermercados, nos bancos e nos<br />

bairros das cidades. Eles são nossos vizinhos e seus filhos tornaram-se nossos<br />

alunos. Mas como organizar uma prática que considere as especificidades da criança<br />

imigrante? Nessa perspectiva, pretendemos relatar a experiência com um aluno de<br />

língua nativa inglesa na Educação Infantil, evidenciando a literatura infantil como<br />

principal estratégia para o ensino do Português como idioma estrangeiro. Para isso,<br />

realizamos um estudo de caso de cunho qualitativo e participante durante os meses<br />

de fevereiro a novembro de 2004 em uma instituição privada da cidade do Natal-RN.


Página29<br />

Privilegiamos como instrumentos metodológicos: o registro em diário de campo e a<br />

gravação de falas do aluno. Como suporte teórico nos respaldamos, principalmente,<br />

em: Abramovich (1997), Amarilha (1997), Almeida Filho (2002), Cazden (1991), Culler<br />

(1999), Freire (1996), Held (1980) e Vygotsky (1998). Os resultados da pesquisa<br />

indicam que a atividade de contar histórias agiu como impulsionadora da oralidade do<br />

sujeito, permitindo-lhe condições de interagir de forma fruitiva, interessante e funcional<br />

com a língua portuguesa. Esse fato nos leva a crer que, para o ensino de línguas<br />

estrangeiras, o trabalho com a Literatura Infantil se traduz como uma alternativa<br />

pertinente, que enriquece e torna prazeroso o processo de aquisição/aprendizagem do<br />

novo idioma.<br />

Palavras-chave: Literatura infantil. Ensino de português. Criança estrangeira.<br />

Educação infantil.<br />

Cibele Lucena de Almeida é Professora da Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Norte/Brasil. Docência na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Superior;<br />

Formação de professores; Assessoria Pedagógica; Desenvolvimento de projetos de<br />

ensino, pesquisa e extensão na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e no<br />

Ensino Superior. Mestre em Educação, pela Universidade Federal do Rio Grande do<br />

Norte/ Brasil. Autora de diversos artigos publicados em revistas e atas de eventos<br />

científicos.<br />

Email: cibelepedagoga@gmail.com<br />

Antônia Fernanda Jalles - NEI-CAp/UFRN<br />

Professora do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico da Universidade Federal do Rio<br />

Grande do Norte, coordenadora de pesquisa e extensão do Núcleo de Educação da<br />

Infância da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, coordenadora do Fórum de<br />

Educação Infantil do Rio Grande do Norte, coordenadora do PRO<strong>INFANTIL</strong> na<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Norte e coordenadora do Curso de<br />

Especialização em Educação Infantil (MEC-UFRN).<br />

Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1992),<br />

pós-graduada em Psicopedagogia Clínica pela Escuela Psicopedagógica de Buenos<br />

Aires (1995), mestre (2001) e doutora em Educação pela Universidad Complutense de<br />

Madrid (2003).


Página30<br />

Autora de diversos artigos publicados em revistas e atas de eventos científicos, bem<br />

como da obra: JALLES, Antonia Fernanda. La Adquisición Del Lenguaje Infantil em<br />

um Contexto Bilingue. Madrid: EDUCM, 2003.<br />

Email: jallesveras@hotmail.com<br />

O preconceito racial em Xixi na cama e O menino marrom: práticas educativas em sala<br />

de aula<br />

Renata Junqueira de Souza (Unesp/CELLIJ/Pres. Prudente, Brasil)<br />

Eliane Aparecida Galvão Ribeiro Ferreira (Unesp/Assis, Brasil)<br />

A presente comunicação analisa duas obras Xixi na cama, de Drummond Amorim, e O<br />

menino marrom, de Ziraldo. Por meio dessas discute-se as questões raciais trazidas<br />

nos livros e evidencia-se o contexto histórico em que as histórias foram produzidas,<br />

respectivamente, em 1979, e, em 1986. Embora haja sete anos de intervalo entre<br />

essas produções, percebe-se que a temática é comum nos dois textos, no entanto, as<br />

personagens lidam diferentemente com o fato de serem negras. Entender em que<br />

momento histórico da literatura infantil brasileira essas histórias foram escritas, bem<br />

como discutir comportamentos raciais a partir da leitura dos dois textos é importante<br />

para que educadores percebam como lidar com um fato presente nas escolas e em<br />

nossa sociedade: o preconceito.<br />

Palavras chaves: Literatura infantil brasileira. Preconceito racial. Estratégias de<br />

leitura. Prática educativa. Formação do leitor<br />

Renata Junqueira de Souza é doutorada em Letras, Docente do Departamento de<br />

Educação da Universidade Estadual Paulista e Coordenadora do Centro de Estudos<br />

em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil “Maria Betty Coelho Silva” (CELLIJ) da<br />

mesma Universidade. É igualmente membro do Conselho do Programa de Pósgraduação<br />

em Educação, possuindo múltiplas obras publicadas no Brasil e no<br />

exterior.<br />

Últimas obras publicadas (2010):<br />

SOUZA, R. J., MENIN, A. M. C. S., GIROTTO, C. G. G. S., ARENA, D. B. Ler e<br />

compreender: estratégias de leitura. Campinas : Mercado de Letras, 2010 p.151.<br />

GIROTTO, C. G. G. S. ; SOUZA, R. J. . Estratégias de leitura: para ensinar alunos a<br />

compreender o que leem. In: Renata Junqueira de Souza. (Org.). Ler e compreender:<br />

estratégias de leitura. 1 ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010, v. , p. 45-114.


Página31<br />

SOUZA, R. J. ; RIBEIRO, E. A. G. . Xixi na cama e O menino marrom: o preconceito<br />

racial. In: Vera Teixeira de Aguiar; João Luís Ceccantini; Alice Áurea Penteado<br />

Martha. (Org.). Heróis contra a parede: estudos de literatura infantil e juvenil. São<br />

Paulo; Assis: Cultura Acadêmica; ANEP, 2010, v. , p. 271-303.<br />

SOUZA, R. J. ; CRUZ, B. B. . Biblioteca escolar e dinamização na mediação da leitura:<br />

formação de professores e contextos escolares. In: Luciano Alves Onça; Eder dos<br />

Santos Camargo; Alexandre Piero. (Org.). Cultura e extensão universitária:<br />

democratização do conhecimento. São João: Malta, 2010, v. , p. 124-133.<br />

Email: recellij@gmail.com


Página32<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

9h00 – 10h30 - (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e<br />

Valores<br />

As construções ficcionais historiográficas – dos modelos factuais aos valores<br />

contemporâneos da estruturação do Mundo<br />

Teresa Macedo (CIFPEC/ Universidade do Minho, Portugal)<br />

Nesta comunicação, pretende-se revelar o poder das narrativas de pendor histórico,<br />

escritas por José Jorge Letria e destinadas ao público infanto-juvenil, como um<br />

território profícuo na oferta de matrizes onde diferentes componentes se cruzam para<br />

legitimar as representações do mundo. Essas narrativas, num plano de metaeducação,<br />

não existem apenas para representar fidedignamente a realidade, mas<br />

sobretudo como proposta de mediatização que apoia e ordena o conhecimento e a<br />

transformação do real.<br />

Integrando a construção do conhecimento sobre o real, as narrativas ficcionais<br />

historiográficas são sempre povoadas por aqueles que, no plano de uma acção<br />

projectiva no futuro, configuraram a modificação do rumo da história como factor de<br />

inovação cultural e social. Aqui se configura uma das lições fundamentais para a<br />

existência humana se pensarmos que não existe felicidade individual sem felicidade<br />

colectiva, sendo, por isso, muito ténue a fronteira que separa as componentes da<br />

historicidade com as que destacam determinadas personalidades duma biografia<br />

completamente intrincada e participada na modificação do mundo.<br />

Sob o anúncio das dimensões morais e éticas relativas às clarificações da<br />

normalização da conduta do indivíduo inserido num grupo, queremos também mostrar<br />

que, após as situações de ruptura que podem originar a modificação de um sistema<br />

de valores instituídos, reforça-se a ideia de coesão de cultura, sustentáculo da<br />

identidade de uma colectividade, onde estão presentes os sentidos e as normas<br />

fundacionais da modelização do ser humano da contemporaneidade.<br />

Teresa Macedo é professora do 1º Ciclo, mas desempenha funções de formadora na<br />

área da Língua Portuguesa, junto de Educadores de Infância e de Professores do 1º


Página33<br />

Ciclo do Ensino Básico, no Agrupamento de Escolas do Vale de S. Torcato,<br />

Guimarães.<br />

Paralelamente, tem desenvolvido investigação sobre a obra literária infanto-juvenil de<br />

José Jorge Letria, assumindo uma visão pragmática ao nível da Mediação Leitora e do<br />

Programa de Leitura Fundamentado na Literatura.<br />

Estes estudos têm-na levado a desenvolver oficinas de leitura, acções de formação e<br />

conferências onde divulga a importância da mediação de textos em contexto lectivo.<br />

Email: macedo.mariateresa@gmail.com<br />

A LIJ e os livros de filosofia para crianças<br />

João Manuel Ribeiro (FPCE da Universidade de Coimbra, Portugal)<br />

Gabriela Sotto Mayor (CESC, Universidade do Minho, Portugal)<br />

Possibilitar a socialização cultural, seja pela estrutura lúdica (e não só) de muitos<br />

textos, seja pelo tratamento reiterado da leitura, e do pensamento a ela inerente, como<br />

actividade existencial fundamental é, no dizer de Teresa Colomer (1998), uma das<br />

funções da literatura infanto-juvenil (LIJ). Neste suposto, importa interrogar o lugar, o<br />

papel e a função de alguns textos para a infância e juventude que se abrigam sob a<br />

designação de “Filosofia para Crianças”, dado que a sua configuração textual, gráfica<br />

e ilustrativa é similar aos textos de LIJ.<br />

Em face de certa popularidade deste tipo de texto entre nós, apesar dos textos serem<br />

traduções do francês e das colecções terem o mesmo autor de texto (ainda que não o<br />

mesmo autor da ilustração), importa perguntar criticamente: Em que medida estes<br />

textos se podem considerar LIJ? A estrutura lúdica da LIJ não se compagina com a<br />

perspectiva filosófica? A designação de “Filosofia para Crianças” é instrumental ou<br />

intrínseca? A ilustração destes textos desempenha aqui um papel activo ou passivo?<br />

De que forma pode a ilustração contribuir para a aprendizagem dos modelos<br />

ideológicos e simbólicos presentes nestas publicações?<br />

Reflectir sobre estas questões e problematizar (o tipo de) a relação entre filosofia e<br />

literatura infantil e juvenil é o intento deste artigo.<br />

João Manuel Ribeiro é licenciado e mestre em Teologia pela UCP Porto. Mestre e<br />

doutorando em Ciências da Educação pela FPCE da Universidade de Coimbra.<br />

Membro não doutorado do Centro de Psicopedagogia da Universidade de Coimbra.


Página34<br />

Bolseiro da FCT. Master en libros e literatura infantil y Juvenil pela Universitat<br />

Autònoma de Barcelona. Autor e editor de livros de LIJ.<br />

Email: joaomanuelribeiro30@gmail.com<br />

Gabriela Sotto Mayor é ilustradora de LIJ. Licenciada em Artes Plásticas - Escultura<br />

pela FBAUP e Mestre em Prática e Teoria do Desenho também pela FBAUP. Prepara<br />

um doutoramento em Estudos da Criança na área de especialização de Comunicação<br />

Visual e Expressão Plástica no Instituto da Educação da Universidade do Minho<br />

(como bolseira da FCT [SFRH / BD / 66997 / 2009]). O principal objectivo da sua<br />

investigação é contribuir para a caracterização da ilustração portuguesa<br />

contemporânea, na produção literária de potencial recepção infantil, no período entre<br />

2000 e 2009. É membro do CESC (Universidade do Minho). É autora de alguns<br />

ensaios breves sobre Ilustração, que apresentou em congressos internacionais e/ou<br />

publicou em revistas da especialidade.<br />

Email: gabrielasottomayor@gmail.com<br />

Se sou uma fada, existo! Trabalhar a esperança a partir da literatura infantil numa<br />

perspectiva de valorização da dialéctica entre identidade e alteridade na construção das<br />

pessoas que queremos que habitem nos nossos alunos<br />

Célia Novais (CI-ISCE Felgueiras, Portugal)<br />

O crescente multiculturalismo que se vive nas nossas escolas não tem de abalar as<br />

estruturas da identidade nacional e cultural, nem tão pouco o direito a uma cultura da<br />

diferença. Por outro lado, não podemos ignorar a nossa história literária e o efeito<br />

formativo que se foi criando de resistência em relação ao Outro, ao que é de fora, ao<br />

que é Diferente e estranho.<br />

Como demonstrou Francesca Blockeel, na sua tese de doutoramento sobre Identidade<br />

e Alteridade na Literatura Juvenil Portuguesa, os princípios nacionalistas e os temas<br />

nacionais eram característicos neste tipo de produção literária durante o Estado Novo,<br />

não obstante a não-aceitação desta ideologia por parte de autores como António<br />

Torrado, Sophia de Mello Breyner ou Ilse Losa. Mas o que é facto é que durante<br />

muitos anos, segundo a autora deste estudo, se cultivou, ainda que<br />

inconscientemente, um clima de forte nacionalismo paralelamente a um clima de<br />

desconfiança face a tudo o que era estrangeiro, mesmo no pós-1974.


Página35<br />

Existe, portanto, uma tradição literária que ajudou a estabelecer a identidade do povo<br />

português, com um único senão: as narrativas para a infância e juventude reflectiram,<br />

por vezes, a oposição e o confronto com outras culturas, frequentemente com<br />

conotações negativas nas imagens estereotipadas que se lêem nas entrelinhas.<br />

Enquanto professores, e aproveitando o que parece surgir como uma ameaça nas<br />

nossas escolas, devemos tornar efectiva e perspectivar a diferença, no sentido<br />

positivo do termo, procurando enriquecer o conhecimento social dos nossos alunos e<br />

desenvolver laços de afinidade e de aceitação para com o Outro e as suas culturas<br />

(ou seja, ajudar a promover a “partilha de outros mundos”).<br />

Compreende-se, pois, que a literatura dos nossos autores contemporâneos se<br />

apresente cada vez mais como promotora da reflexão sobre a identidade e a<br />

alteridade.<br />

A mensagem que a criança recebe através do texto literário, sem pretender enformar<br />

consciências, deve cada vez mais favorecer e incrementar atitudes e comportamentos<br />

de respeito pelo Outro, o entendimento e a amizade, o acolhimento e a inclusão.<br />

Neste sentido, são as práticas pedagógicas enquanto práticas sociais que podem<br />

contribuir para um efectivo trabalho de afectos, valores e atitudes, no sentido de<br />

promover o desenvolvimento e a construção de pessoas felizes, justas e livres. É a<br />

exploração deste tipo de práticas que pode levar à descoberta do tipo de pessoas que<br />

queremos que habite e se desenvolva nos nossos alunos.


Página36<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

9h00 – 10h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e Lugares<br />

BIBLON: plataforma de incentivo a leitura literária de crianças<br />

Cássia Furtado (U. Aveiro/U. Porto – Portugal/FAPEMA, Brasil)<br />

Lídia Oliveira (CECTAC.media – U.Aveiro, Portugal)<br />

Com o avanço vertiginoso das TIC‟s, e ultimamente com a web 2.0, percebe-se a<br />

necessidade de trabalhar o incentivo a leitura literária de crianças de maneira<br />

inovadora. A tecnologia tem forte influência nos miúdos, uma vez que nasceram sobre<br />

esse domínio, considerados como nativos digitais, com implicações na maneira de<br />

perceber a leitura, a partilha e a formação de redes. Presencia-se um novo fenômeno<br />

com relação à leitura e a literatura, têm-se uma nova geração de leitores-escritores,<br />

com características e necessidades contemporâneas e as instituições educacionais,<br />

em especial a escola e a biblioteca, devem repensar o seu novo papel na formação de<br />

leitores na Sociedade da Informação. O presente artigo descreve investigação sobre<br />

a biblioteca escolar e o uso dos social media (redes sociais), no incentivo à prática da<br />

leitura-escrita, tendo como objetivo principal propor um modelo de construção de<br />

comunidade de leitores-escritores, para a comunidade escolar do 1º ciclo do ensino<br />

básico, do Agrupamento das Escolas de Aveiro, Portugal. Na fase empírica da<br />

pesquisa será trabalhada a plataforma BIBLON 1 , como espaço de criatividade,<br />

cooperação, interculturalidade e ludicidade, pela comunidade escolar. Como resultado<br />

espera-se melhorar a qualidade e motivação para leitura-escrita, com a formação de<br />

redes de leitores-escritores; ampliar a presença de conteúdos na língua portuguesa no<br />

ambiente da web; potencializar o uso do Magalhães, notadamente em atividades<br />

lúdicas e contribuir para integração das TIC‟s com as bibliotecas escolares e leitura,<br />

possibilitando maior motivação para a literatura infantil, devido à convergência de<br />

múltiplas linguagens e oportunidade de espaço para criação em torno do texto<br />

literário.<br />

Cássia Furtado é professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade<br />

Federal do Maranhão – Brasil.<br />

1 WWW.portal-biblon.com


Página37<br />

Mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília – Brasil e doutoranda<br />

em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais – Universidade de<br />

Aveiro/Universidade do Porto – Portugal. Bolsista da FAPEMA (Fundação de Amparo<br />

a Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão) - Brasil<br />

E-mail: cfurtado@ua.pt<br />

Lídia Oliveira é doutorada em Ciências e Tecnologia da Comunicação na<br />

Universidade de Aveiro e Mestre em Tecnologia Educativa pela mesma universidade.<br />

Professora Auxiliar do Departamento de Comunicação e Artes da Universidade de<br />

Aveiro.<br />

Pesquisadora do CECTAC.media (Centro de Estudos das Tecnologias e Ciências da<br />

Comunicação). Membro da direcção da Unidade de Investigação e Coordenadora da<br />

linha de investigação: Comunicação e Informação em novos contextos de mediação<br />

tecnológica (http://www.cetacmedia.org/index.php?q=sobre)<br />

E-mail: lidia@ua.pt<br />

CONTOS 2.0<br />

João Nuno Sardinha (Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

“a time-based representation of character and action in<br />

which a reader can affect, choose, or change the plot.”<br />

(Meadows, 2002)<br />

A imagem consiste num factor considerado fundamental no campo da comunicação.<br />

Com a entrada, no nosso quotidiano, das chamadas Novas Tecnologias da<br />

Informação e Comunicação somos, constantemente, bombardeados por alusões<br />

imagéticas e blocos informativos contidos num só pedaço de uma fotografia, ilustração<br />

ou mesmo imagem animada. Mas, será que os textos perderão o seu valor informativo<br />

no âmbito da dimensão pictorial, ou por outro lado, estes dois factores estarão<br />

intimamente relacionados, exercendo forças dialécticas entre eles? E que alterações<br />

poderão sofrer as estruturas canónicas em cenários de crescente interactividade que<br />

os novos media oferecem aos leitores / utilizadores?<br />

A nossa identidade quer psicológica, quer social começa a formar-se desde a infância.<br />

É neste estádio que iniciamos um percurso algo abstracto entre o texto e a imagem, e<br />

concomitantemente apreendemos as subtilezas desta relação (que nem sempre é<br />

fácil).


Página38<br />

Na actual era tecnológica, a sensibilidade dos públicos infantis para uma panóplia,<br />

cada vez maior, de meios e plataformas de comunicação (como o fácil acesso a<br />

consolas de entretenimento, home cinema, entre outros) tem levado a uma redefinição<br />

do processo de ensino, no qual estas novas tecnologias deverão, obrigatoriamente,<br />

estar presentes. O livro de contos infantis (ilustrados ou não) conhece toda uma nova<br />

evolução para o mundo hipermediático, onde a fronteira entre a percepção de um<br />

signo imagético e a compreensão de um texto se mostra cada vez mais ténue e<br />

indefinida. Neste universo dos hipermédia, o leitor / utilizador possui “poder” sobre a<br />

narrativa, que, de linear, evolui para um modelo de causa / consequência espartilhada<br />

por decisões e fins múltiplos.<br />

Nunca poderemos, porém, esquecer que o próprio texto é imagem e a letra é<br />

desenho, na sua génese.<br />

A nossa comunicação assenta, assim, em toda esta problemática que tentaremos, de<br />

algum modo, clarificar.<br />

Palavras-chave: imagem, texto, signo, dimensão pictorial, multimédia, hipermédia<br />

Referências Bibliográficas<br />

Meadows, Mark Stephen (2002). Pause & Effect: The Art of Interactive Narrative,<br />

Voices that matter, New Riders.<br />

João Nuno Sardinha é licenciado em Design Multimédia pela Universidade da Beira<br />

Interior e mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e Letras da<br />

mesma. Exerce actividade como bolseiro de investigação e designer multimédia no<br />

LabCom – Laboratório de Comunicação Online da UBI nas linhas de Jornalismo do<br />

Cidadão, Ciberjornalismo e Identidades e Cidadania.<br />

Email: jnsardinha@gmail.com<br />

Para além das Bibliotecas Escolares: As Tecnologias de Informação na Promoção da<br />

Literatura Infantil<br />

Pedro Rafael Neto Gomes (Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha – Fundão)<br />

António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo Branco /Escola Superior de<br />

Educação, Portugal)<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)


Página39<br />

O mundo actual está em rápida mudança e transformação. A sociedade apresenta-se<br />

cada vez mais complexa, globalizada e com grande diversidade multicultural,<br />

económica, linguística e social, tornando-se um desafio para as instituições poderem<br />

formar alunos preparados para este “admirável mundo novo” (Aldous Huxley, 2003).<br />

À Biblioteca Escolar cabe a responsabilidade de formar utilizadores “Leitores da Vida<br />

e do Mundo”, implementar Aprendizagens Significativas na formação de sujeitos que<br />

se pretendem cada vez mais autónomos, com sentido crítico, estético, ético,<br />

portadores de igualdade de oportunidades de acesso à informação/ conhecimento.<br />

À Biblioteca Escolar cabe ir mais além de mera receptora de informação e de<br />

conteúdos, mas, sim, de reprodutora e produtora de conteúdos.<br />

À Biblioteca Escolar cabe rentabilizar as Tecnologias de Informação, nomeadamente,<br />

através dos recursos disponíveis em linha, as ferramentas da WEB 2.0, promovendo,<br />

dessa forma, os textos de potencial recepção infantil, cativando, em primeiro lugar,<br />

docentes e pais, a fim de atingirmos o público-alvo, os alunos.<br />

Palavras-chave: Biblioteca Escolar, Tecnologias de informação, Literacia, Web 2.0<br />

Pedro Rafael Neto Gomes é mestre em Ciências Documentais pelo Departamento de<br />

Letras da Faculdade de Arte e Letras da Universidade da Beira Interior. Possui a<br />

Especialização de Tecnologias Educativas pela Faculdade de Psicologia e Ciências<br />

de Educação da Universidade de Lisboa e a Especialização de Gestão de Informação<br />

e Bibliotecas Escolares pela Universidade Aberta de Lisboa. É coordenador da<br />

Biblioteca Escolar e do Plano Nacional de Leitura. É Professor Bibliotecário desde do<br />

ano de 2003, no Agrupamento de Escolas Serra da Gardunha - Fundão.<br />

Email: pedrorafaelgomes@gmail.com<br />

António Pereira Pais é doutorado em Filosofia e Ciências da Educação pelo<br />

Departamento de Didáctica da Faculdade de Educação da Universidade Complutense<br />

de Madrid. Exerceu funções no Ensino de Português no Estrangeiro e actualmente é<br />

professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco,<br />

onde lecciona as unidades curriculares de Didáctica da Língua Materna,<br />

Aprendizagem da Leitura e da Escrita e Análise e Produção de Texto.<br />

Foi Coordenador Institucional do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP)<br />

no Distrito de Castelo Branco.<br />

Email: antoniopais@ipcb.pt


Página40<br />

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da<br />

didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela<br />

Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em<br />

Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira<br />

Interior.<br />

Email: mggds@ubi.pt


Página41<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

11h00 – 12h30 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Conflitos, Imagens e<br />

Valores<br />

Identidades e alteridades na literatura infantil galega e portuguesa. O papel do receptorleitor<br />

na construción da sociedade novecentista<br />

Xulio Pardo de Neyra (Universidade da Coruña, Espanha)<br />

Texto polo que se aproxima a dimensión dunhas literaturas, como as infantís galega e<br />

portuguesa, que a comezos do século XX e aleitadas polo sentimento de vangarda<br />

que percorría os ambientes artísticos europeos, tentou aprender que a imaxinaría<br />

social máis óptima era a do tradicionalismo que, de sempre, tiña dominado nas<br />

manifestacións artísticas do planeta. O receptor, pois, o leitor, é intereseiramente un<br />

neno a quen se quer preparar para unha rápida e importante dedicación social,<br />

mentres que a receptora, a leitora, a nena en suma, ficaba á parte, dominada e<br />

sometida aos devezos machistas dunha sociedade novecetista e ilusionada,<br />

vangardista en suma, mais igual de tradicionalista que xa tiña demostrado ser.<br />

Xulio Pardo de Neyra (Lugo, 1968). Profesor das Universidades de Compostela,<br />

Estremadura e Coruña, onde actualmente está integrado no Departamento de<br />

Didácticas Específicas. Autor dunha trintena de libros e participante en máis de<br />

cincuenta congresos nacionais e internacionais, as súas liñas de investigación<br />

percorreron, desde o estudo do vangardismo até o da literatura galega medieval,<br />

barroca e contemporánea. Na actualidade, amais de pescudar na literatura infantil,<br />

investiga na simboloxía da imaxinaría feminina na mentalidade europea do século XX,<br />

especialmente no que respecta ao diálogo Arte-Literatura.<br />

Mudança e identidade na Escola: leitores de palmo e meio<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Maria João Reboxo (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)<br />

O Projecto leitores de palmo e meio estabelece relações de afecto entre o livro, a<br />

criança e as famílias.


Página42<br />

Numa simbiose entre o Ser o Saber, desenvolvemos uma panóplia de actividades<br />

plenas de realidades que, em simultâneo, se desconstroem na busca da formação de<br />

leitores críticos e proficientes, tendo a literatura infantil como pano de fundo.<br />

Palavras-chave: mudança, saber, Saber Ser, leitura, proficiência<br />

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da<br />

didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela<br />

Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em<br />

Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira<br />

Interior.<br />

Email: mggds@ubi.pt<br />

Maria João Reboxo é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte e<br />

Letras da Universidade da Beira Interior.<br />

Email: mjreboxo@gmail.com<br />

A Guerra na Literatura Infanto-Juvenil<br />

Liliana Costa (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Esta comunicação versará sobre um conjunto de obras disponíveis no mercado<br />

editorial português relacionadas com a temática do Holocausto na literatura de<br />

potencial recepção leitora infanto-juvenil: Mouschi, o Gato de Anne Frank, de José<br />

Jorge Letria (2002); A História de Erika, de Ruth Vander Zee (2003); Campos de<br />

Lágrimas, de José Jorge Letria (2000); e O Mundo em que vivi, Ilse Losa (1999).<br />

Liliana Costa é aluna do curso de Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino<br />

Básico na Universidade do Minho.<br />

Famílias monoparentais<br />

Rita Estorninho (Universidade do Minho, Portugal)<br />

Desde do divórcio até à construção de família monoparental por opção, esta é uma<br />

tipologia de família que se torna cada vez mais comum no mundo globalizado em que<br />

vivemos. Focalizando-nos essencialmente na figura maternal e nos seus traços


Página43<br />

psicológicos, exploraremos diversos livros e as suas abordagens acerca desta<br />

questão. Olharemos de forma critica e positiva para a obra Os meus pais estão<br />

separados, mas não de mim, de Inês Borges Taveira, como sendo um texto crucial<br />

para pais e crianças envolvidos em situação de divorcio.<br />

Rita Estorninho é aluna do curso de Mestrado em Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino<br />

Básico na Universidade do Minho.


Página44<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

11h00 – 12h30 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Leitura e Lugares<br />

Análisis comparativo de las adaptaciones léxicas en las versiones portuguesa y<br />

española de Donkey Xote: estudio del éxito comunicativo del subtitulado para sordos<br />

Lourdes Lorenzo García (Universidade de Vigo, España)<br />

Almudena Pérez de Oliveira (Universidade de Vigo, España)<br />

El presente trabajo forma parte de un proyecto de investigación sobre<br />

traducciones/adaptaciones literarias y audiovisuales realizadas en Europa para niños y<br />

jóvenes de Don Quijote. Dicho proyecto, liderado por la Universidad de Vigo, está<br />

financiado por el Ministerio de Ciencia e Innovación (ref.: FFI2008-05298/FILO).<br />

Lo que nos proponemos en este estudio es analizar la dimensión léxica de los<br />

subtítulos para sordos (SPS) que acompañan al DVD de la película Donkey Xote<br />

(José Pozo, 2007) en sus versiones castellana y portuguesa. Teniendo en cuenta que<br />

esta es una película de las denominadas “de doble receptor”, con una audiencia mixta<br />

de adultos y niños, nos proponemos determinar la eficacia comunicativa de los<br />

subtítulos. Donkey Xote es una divertida adaptación de la obra cervantina cuyo<br />

narrador, el burro Rucio, cuenta la verdadera historia del caballero andante,<br />

defendiendo su cordura y presentándolo como un hombre inteligente y apasionado. Se<br />

centra la película en una aventura: el viaje de Don Quijote, acompañado por Sancho,<br />

Rucio y Rocinante, para buscar al Caballero de la Luna y batirse en duelo con él, ya<br />

que si lo vence éste le revelará la verdadera identidad de Dulcinea.<br />

Para llevar a cabo dicho análisis comprobaremos, en primer lugar, si los subtítulos de<br />

la versión española se ajustan o no a la vigente norma de subtitulado para sordos<br />

(AENOR UNE 152010) y si en su confección se han seguido los protocolos<br />

aconsejados por especialistas o si, por el contrario, no se han tenido en cuenta, como<br />

lamentablemente es el caso de muchos productos subtitulados para sordos en<br />

España. Similar metodología, pero revisando las normas aplicadas en Portugal,<br />

emplearemos para estudiar el SPS portugués.<br />

Prestaremos especial atención a aquellos aspectos que diferencian al subtitulado de<br />

oyentes del SPS en su dimensión lingüística (estrategias de condensación de la<br />

información, selecciones léxicas, etc.), contrastando las versiones castellana y


Página45<br />

portuguesa para valorar el éxito comunicativo del subtitulado realizado en cada una de<br />

ellas.<br />

Palabras clave: subtitulación, audiencias sordas o con deficiencias auditivas, norma<br />

UNE 153010, accesibilidad<br />

Lourdes Lorenzo es profesora titular del Dpto. de Traducción y Lingüística de la<br />

Universidad de Vigo y doctora europea en Traducción. Desde su fundación en 1999<br />

ha sido secretaria de ANILIJ (Asociación Nacional de Investigación en Literatura<br />

Infantil y Juvenil) y en la actualidad es su tesorera. Sus líneas de investigación son la<br />

traducción de literatura infantil y juvenil y la traducción audiovisual; en la actualidad se<br />

dedica especialmente a la subtitulación para sordos y al doblaje (imparte clases de<br />

estas materias en la Universidad de Vigo y en diversos masters online de<br />

universidades españolas). Ha publicado más de 60 artículos en revistas<br />

especializadas y ha participado en diversos proyectos de investigación financiados.<br />

Actualmente es Investigadora Principal del proyecto Traducciones/adaptaciones<br />

literarias y audiovisuales de el Quijote para niños y jóvenes en los sistemas lingüístico<br />

culturales de Europa (I) (ref. FFI2008-05298), financiado por el Ministerio de Ciencia e<br />

Innovación.<br />

Almudena Pérez de Oliveira es Licenciada en Filología Hispánica por la Universidad<br />

de Santiago de Compostela, Experta en “Alteraciones de la Audición y el Lenguaje”<br />

por la Universidad de La Coruña y DEA en “Traducción y Lingüística” por la<br />

Universidad de Vigo. Es profesora de Literatura Dramática en la Escuela Superior de<br />

Arte Dramático de Galicia. Actualmente elabora su tesis doctoral en el marco del<br />

subtitulado para personas sordas en la Universidad de Vigo dirigida por la Dra.<br />

Lourdes Lorenzo García y la Dra. Ana Mª Pereira Rodríguez.<br />

A formação do leitor literário em tempos de multimídias<br />

Danielle Medeiros de Souza (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

Naire Jane Capistrano (NEI-CAp/UFRN, Brasil)<br />

O estudo busca refletir sobre a formação do leitor literário em ambiente escolar, frente<br />

aos novos desafios. Admite-se que, na sociedade eletrônica e digital, em que os<br />

meios de comunicação se expandem, as multimídias se tornam onipresentes, o<br />

acesso e excesso de informações exigem cautela e investimento na formação leitora e


Página46<br />

crítica dos cidadãos. A relevância desta pesquisa consiste em fornecer ao professor<br />

subsídios para ampliar suas competências no ensino de literatura, por meio de novas<br />

possibilidades multimidiáticas de mediação, considerando as mudanças ocorridas nos<br />

suportes textuais, nas práticas e nos leitores. O estudo caracteriza-se como uma<br />

análise qualitativa, por meio da observação participante. Privilegiou-se os estudos de<br />

Castells (2001), Christofoletti (2008), Demo (2007), Sarmento (2008), Santaella (2003,<br />

2005; 2007), Lucas (2001), Rettenmaier (2008; 2009) e Zilberman; Lajolo (2009). A<br />

análise aponta a relevância de educadores formadores de leitores pensarem em<br />

novas estratégias de formação literária que possam ser conciliadas com as exigências<br />

dos tempos de revolução multimidiática e com a realidade das crianças escolares.<br />

Contribui, nesse sentido, ao alertar para o novo eu tecnológico, que traz para escola<br />

diferentes interesses e experiências leitoras e ao apontar estratégias pedagógicas que<br />

assegurem aos discentes a possibilidade de usufruir do potencial formativo da leitura<br />

literária, mediante os novos suportes oferecidos pelas invenções tecnológicas.<br />

Palavras-chave: leitura – literatura – multimídias – formação do leitor.<br />

Danielle Medeiros de Souza é doutoranda em Educação na Universidade Federal do<br />

Rio Grande do Norte/ Brasil, sendo professora na mesma instituição. Atua na interface<br />

literatura e prática pedagógica e desenvolve estudos sobre a formação do leitor, as<br />

contribuições da literatura para a inclusão social na escola, a Biblioterapia e a função<br />

terapêutica da literatura.<br />

Últimas publicações:<br />

SOUZA, D. M.; AMARILHA, M. Inclusão Social x Exclusão Literária: cenas de um<br />

ensino de leitura que exclui. In: 19 º Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e<br />

Nordeste - EPENN, 2009, João Pessoa - PB. Anais do 19 º Encontro de Pesquisa<br />

Educacional do Norte e Nordeste - EPENN. João Pessoa - PB : Editora Universitária<br />

da UFPB, 2009.<br />

SOUZA, D. M.; AMARILHA, M. Leitura para incluir: a contribuição da literatura infantil<br />

na educação inclusiva. In: Lúcia de Araújo Ramos Martins; José Pires; Francisco<br />

Ricardo Lins Vieira de Melo; Gláucia Nascimento da Luz Pires; Luzia Guacira dos<br />

Santos SIlva. (Org.). Educação e Inclusão Social de pessoas com necessidades<br />

especiais: desafios e perspectivas. 1 ed. João Pessoa: Editora Universitária, 2007, v.<br />

1, p. 127-134.<br />

Email: dani.ufrn@gmail.com


Página47<br />

Naire Jane Capistrano é doutorada em Educação (2010), pela Universidade Federal<br />

do Rio Grande do Norte/ Brasil, com estágio em Universidade de Coimbra (set/2008 a<br />

junho/2009).<br />

É professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte/Brasil.<br />

Últimas publicações:<br />

CAPISTRANO, Naire Jane; PONTES, Gilvânia Maurício Dias (Orgs.) Coleção<br />

Cotidiano Escolar: o ensino de arte e educação física na infância. Natal:<br />

Paidéia/UFRN/MEC, 2008. v. 04<br />

CAPISTRANO, Naire Jane (Org.) Coleção Cotidiano Escolar: o ensino de arte e<br />

educação física na infância. Natal: Paidéia/UFRN/MEC, 2007.v.03<br />

Email: naire@digizap.com.br<br />

nairecapistrano@hotmail.com<br />

A contribuição da literacia multimodal na formação do leitor infanto-juvenil: a música, o<br />

cinema e a dramatização<br />

Jorge Martins (CIFPEC/Universidade do Minho, Portugal)<br />

Fernando Azevedo (CIFPEC/Universidade do Minho, Portugal)<br />

Actualmente, fruto da evolução tecnológica e do acesso generalizado a diversos<br />

produtos culturais, os jovens estão rodeados por múltiplas solicitações paralelas ao<br />

mundo do livro, mais aliciantes, pelo seu carácter lúdico e recreativo, como é o caso<br />

da música, do cinema e da dramatização. No entanto, podemos perspectivar, pela<br />

mediação destes produtos, um potencial desenvolvimento literácico dos jovens que<br />

interagem com estas linguagens. Íris Pereira (2008), na mesma linha de Mary Susan<br />

Love (2004), Cynthia Lewis & Bettina Fabos (2005) e Lalitha M. Vasudevan (2006)<br />

salienta que esta perspectiva multimodal de literacia remete para um processo<br />

semiótico, de carácter mais abrangente e complexo, observada a existência de<br />

diversos instrumentos semióticos que possibilitam a construção de significados. Com<br />

efeito, é recorrente encontrar alusões a várias literacias (dramática, cinematográfica,<br />

musical, literária, etc.) em simultâneo, com referências à literacia estritamente<br />

fundamentada na linguagem verbal (Cop & Kalantzis, 2000; The New London Group,<br />

2000; Barton, 2007). Neste contexto, foi realizado um estudo de caso entre 2007-<br />

2008, implementando-se em quatro turmas do 1.º Ciclo e duas do 2.º Ciclo,<br />

representativas do universo de um agrupamento de escolas, um programa de


Página48<br />

literatura fundamentado na leitura, através da formação de Clubes de Leitura.<br />

Paralelamente foi observada a interacção dos alunos com diversos produtos culturais<br />

de modo a compreender se esta fruição estética promove a formação do leitor literário<br />

e a literacia. Os dados obtidos podem revelar que a interacção dos alunos com<br />

diversos produtos culturais potencia: a educação estética, a literacia e a competência<br />

literária.<br />

Referências<br />

BARTON, D. (2007). Literacy. An Introduction To The Ecology Of Written Language.<br />

Oxford: Blackwell Publishing.<br />

COPE, B. & KALANTZIS, M. (Eds.) (2000). Multiliteracies. London: Routledge.<br />

LEWIS, C. & FABOS, B. (2005). Instant Messaging, Literacies, And Social Identities,<br />

Reading Research Quarterly, 40(4), 470-501.<br />

LOVE, M. S. (2004). Multimodality Of Learning Through Anchored Instruction, J o u r n<br />

a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L i t e r a c y, 48(4), 300-310.<br />

PEREIRA, I. S. P. (2008). Para A Caracterização Do Contexto De Ensino –<br />

Aprendizagem Da Literacia No 1.º Ciclo De Escolaridade. Das Competências Dos<br />

Alunos Às Concepções E Práticas Dos Professores. Braga: Universidade do Minho<br />

(Tese de doutoramento).<br />

THE NEW LONDON GROUP (2000). A Pedagogy Of Multiliteracies, In COPE, Bill &<br />

KALANTZIS, Mary (Eds.). Multiliteracies. London: Routledge, pp. 19-37.<br />

VASUDEVAN, L. M. (2006). Looking For Angels: Knowing Adolescents By Engaging<br />

With Their Multimodal Literacy Practices, J o u r n a l O f A d o l e s c e n t & A d u l t L<br />

i t e r a c y, 50(4), 252-256.<br />

Jorge Martins é doutorando em Estudos da Criança, área do conhecimento em<br />

Literatura para a Infância (Universidade do Minho). É Bolseiro da Fundação para a<br />

Ciência e Tecnologia no âmbito do doutoramento (Referência: SFRH/BD/43281/2008).<br />

Pertence ao Centro de Investigação em Formação de Profissionais de Educação da<br />

Criança (Universidade do Minho).<br />

Desempenha funções de Professor Bibliotecário das Bibliotecas Escolares/Centros de<br />

Recursos Educativos do 1.º Ciclo, do Agrupamento de Escolas de Vila Verde (Centro<br />

Escolar de Vila Verde e EB1 Telheirinhas – Turiz).<br />

Últimas publicações:


Página49<br />

Martins, Jorge & Azevedo, Fernando (2008). “Bibliotecas escolares e formação de<br />

leitores”, In Pereira, António dos Santos & Sardinha, Maria da Graça (Coords.). …à<br />

Beira. Covilhã: Universidade da Beira Interior – Departamento de Letras, 8, pp. 95-<br />

115.<br />

Martins, Jorge (2006). “Os mundos possíveis…dos livros…”, In Mesquita, Armindo<br />

(Coord.). Mitologia, tradição e inovação, (Re) leituras para uma nova literatura infantil.<br />

V.N. Gaia: Gailivro, pp. 347-354.<br />

Fernando Azevedo é Professor Associado do Instituto de Educação da Universidade<br />

do Minho. Doutorado em Ciências da Literatura, Especialidade de Literatura<br />

Portuguesa, pela Universidade do Minho, é regente das unidades curriculares de<br />

Pragmática da Comunicação Literária para a Infância e Juventude, assim como de<br />

Literacia e Mediação Leitora, nos cursos de Licenciatura e de Pós-Graduação do<br />

Instituto de Educação.<br />

Tem obras publicadas no domínio da hermenêutica textual, literatura infantil e<br />

formação de leitores.<br />

Alguns dos títulos mais recentes:<br />

Azevedo, F. (2011) Poder, Desejo, Utopia. Estudos em Literatura Infantil e Juvenil.<br />

Braga: CIFPEC.<br />

Azevedo, F. (Coord.) (2010) Infância, Memória e Imaginário. Ensaios sobre Literatura<br />

Infantil e Juvenil. Braga: CIFPEC.<br />

Azevedo, F. & Sardinha, M. G. (Orgs) (2009) Modelos e Práticas em Literacia. Lisboa:<br />

Lidel.<br />

Para informação mais detalhada:<br />

https://sites.google.com/site/fernandouminho/


Página50<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

14h30 – 16H00 (Auditório do Centro Multimédia) - Painel Representação e<br />

Construção Cultural do Género<br />

“Ele está chateado porque tem que usar aquela coisa cor-de-rosa” – (des)construindo<br />

representações de género em álbuns<br />

Lúcia Gomes (F.P.C.E. /U. Porto, Portugal)<br />

Nesta comunicação dá-se conta de um recorte da investigação de Doutoramento,<br />

financiada pela F.C.T., que se está a desenvolver com crianças, em 2 Jardins de<br />

Infância – um situado no Concelho de Oliveira de Azeméis e outro nos arredores de<br />

Oxford. Foca-se, aqui, nas interpretações de 6 meninas e 6 meninos de 5-6 anos de<br />

idade, acerca de acções, papéis e características de personagens de 3 álbuns<br />

contemporâneos.<br />

Investigadoras/es que têm elaborado sobre as interpretações de crianças de textos<br />

visuais, afirmam-nas como leitoras competentes, que interpretam imagens complexas,<br />

em termos literais, visuais e metafóricos, expressando diversos pontos de vista,<br />

mensagens, emoções (Arizpe e Styles, 2003, por ex.). Embora estes e outros<br />

trabalhos incidam no ponto de vista de crianças, são escassas as publicações que<br />

focalizem nos modos como meninas e meninos reflectem (n)as suas próprias<br />

experiências genderizadas, na interacção leitor/a – álbum. Pretende-se, pois, dar<br />

visibilidade aos sentidos atribuídos por essas crianças a mundos e personagens<br />

espelhadas nesses álbuns.<br />

Reconhecida a importância da literatura na socialização das crianças, no<br />

desenvolvimento do imaginário, da literacia e reflexão crítica sobre questões sociais e<br />

pessoais, reflecte-se, ainda sobre os modos como feminilidades e masculinidades são<br />

representadas em textos visuais, através de uma análise de álbuns sugeridos no<br />

P.N.L., em 2009/2010. A metodologia da investigação assenta numa perspectiva<br />

interpretativa, recorrendo-se a incursões etnográficas e registos de leituras das<br />

crianças, em suporte áudio, vídeo e gráfico.<br />

Em termos teórico-epistemológicos, este trabalho percorre contributos<br />

multidisciplinares, com ênfase na Sociologia da Infância e Estudos de Género.


Página51<br />

Lúcia Gomes é estudante de Doutoramento na Faculdade de Psicologia e Ciências<br />

da Educação na Universidade do Porto e Bolseira da F.C.T.; Mestre em Educação e<br />

Currículo; Investigadora colaboradora do CIIE-FPCE (U. Porto), tem participado em<br />

diversos projectos de investigação; Faz parte da equipa do projecto “Love, Fear and<br />

Power,- pathaways to a non-violent life” (ref. PIHM/VG/0016/2008), financiado pela<br />

F.C.T., focalizado na área da Violência de Género. Tem publicado e desenvolvido<br />

formação/investigação nas áreas da Infância, Juventude, Género e Cidadania;<br />

Email: luciagomes4@sapo.pt<br />

Are you a really a B@y? How masculinities are portrayed in 21 st century children‟s<br />

literature<br />

Alba Alonso Feijoo (U. Vigo, Espanha)<br />

The “new woman” is a qualified professional, independent and modern as well as a<br />

nurturer, lover and housewife. The “new man” places himself somewhere between the<br />

macho and the metro sexual type. Fortunately, the “new girl” is now voiced in sports,<br />

technical studies or action literature. But, what about the “new boy”? Where does he<br />

stand in this ever-changing society? According to psychologist William Pollack or<br />

neuroscientist Lise Eliot boys are suffering from an identity crisis due to what society<br />

expects from them in opposition to who they really are. Children‟s literature is an<br />

excellent tool to promote the 21 st century child and to bring down traditional<br />

masculinities which only lead to outdated values in terms of gender and personal<br />

development. Thus, we will have a look at the proper canon to be used whether we<br />

refer to paraside, subversive or traditional literature.<br />

Non-gender-stereotyped children‟s literature should evolve from problem-centered<br />

literature to incidental-problem literature, the same way as didactism should just be<br />

another layer in enjoyable children‟s literature.<br />

This article will present a few samples of children‟s literature which depict healthy<br />

masculinities belonging to present times in contrast to other children‟s books that<br />

continue to transmit the typical boy image of traditional literature despite not being<br />

inscribed into any particular historical period.<br />

Alba Alonso Feijoo is a primary English teacher at a public Spanish school in Mos<br />

(Pontevedra). At present I am studying for my P.h.D. supervised by Dr. Celia Vázquez<br />

García at the University of Vigo (Spain).


Página52<br />

Rostos de Narciso? Representações da homossexualidade na literatura infanto-juvenil<br />

portuguesa<br />

Mª da Conceição Tomé (Agrupamento de Escolas de Silgueiros/Centro de Estudos<br />

das Migrações e Relações Interculturais, Portugal)<br />

Glória Bastos (Universidade Aberta/ Centro de Estudos das Migrações e Relações<br />

Interculturais, Portugal)<br />

A questão do Outro, na actual sociedade global, reveste-se de grande importância,<br />

tendo em conta as transformações societais ocorridas nas últimas décadas. A<br />

construção de uma cidadania global passa incontestavelmente pela formação dos<br />

mais jovens para a aceitação do Outro e da sua diferença. Neste contexto, a literatura<br />

infanto-juvenil é um espaço privilegiado para a reflexão e interiorização de valores<br />

como o respeito e a tolerância, porque se torna mediadora no encontro dos mais<br />

jovens com a alteridade. A literatura de potencial recepção infanto-juvenil portuguesa<br />

contemporânea tem vindo a abordar tópicos ainda considerados, de alguma forma,<br />

sensíveis, mas já não tabus, como é o caso da homossexualidade, inovando e<br />

rompendo silêncios. No actual contexto português, a questão da homossexualidade<br />

parece não ser consensual a nível social, bem como a aceitação, no quotidiano, desta<br />

forma de vivência da sexualidade ainda considerada por muitos como desviante.<br />

Tendo em consideração que a literatura infanto-juvenil, enquanto produto social,<br />

reflecte e faz reflectir sobre normas e valores sociais, pretende-se nesta comunicação<br />

verificar de que forma as produções literárias portuguesas de potencial recepção<br />

infanto-juvenil (de diversos autores) abordam a temática da homossexualidade. Por<br />

outro lado, considerando que, no âmbito das representações hegemónicas de género,<br />

a identidade masculina e feminina surgem associadas a um conjunto de valores e<br />

condutas, visa-se ainda analisar as representações dos sujeitos homossexuais que<br />

são transmitidas aos jovens leitores, bem como o impacto que as mesmas podem ter<br />

na sua formação de cidadãos do Mundo.<br />

Mª da Conceição Tomé é professora bibliotecária do Agrupamento de Escolas de<br />

Silgueiros (actualmente em situação de equiparação a bolseira e a beneficiar de bolsa<br />

da Fundação para a Ciência e Tecnologia para realização de Doutoramento em<br />

Estudos Portugueses, na Universidade Aberta).


Página53<br />

Licenciada em Ensino de Português-Francês. Mestre em Gestão da Informação e<br />

Bibliotecas Escolares. Investigadora do CEMRI (Centro de Estudos das Migrações e<br />

Relações Interculturais).<br />

A sua actividade de investigação centra-se em questões ligadas às Bibliotecas<br />

Escolares, à problemática da leitura e da literatura infanto-juvenil.<br />

Email: sao.dinis@gmail.com<br />

Glória Bastos é professora auxiliar de nomeação definitiva no Departamento de<br />

Educação e Ensino a Distância, na Universidade Aberta.<br />

Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas. Mestre em Cultura e Literatura<br />

Portuguesas. Tem o doutoramento em Estudos Portugueses, com uma tese intitulada<br />

Múltiplas Vozes. Sobre a construção do individual e do social no teatro para crianças.<br />

É autora de livros para crianças, destacando-se a colecção "À Descoberta com Gil e<br />

Inês " e "Contos Contas " (na Editorial Caminho).<br />

Pertence ao Conselho Científico do Plano Nacional de Leitura e tem colaborado com o<br />

Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), nomeadamente ao nível da<br />

concepção do Modelo de Auto-avaliação para as Bibliotecas Escolares. É igualmente<br />

responsável científica da colecção de livro infantil “Memória de outras infâncias”, da<br />

rede de Bibliotecas de Lisboa. Pertence à equipa autora dos novos Programas de<br />

Português para o Ensino Básico (homologados pelo M.E. em Março de 2009).<br />

Investigadora do CEMRI (Centro de Estudos das Migrações e Relações Interculturais).<br />

A sua actividade de investigação tem privilegiado questões ligadas ao ensino da<br />

literatura, à problemática do livro infantil e às bibliotecas escolares, campos nos quais<br />

tem publicado vários livros e artigos, tendo igualmente sido convidada para participar<br />

em diversos colóquios e seminários.<br />

Email: gloria@univ-ab.pt<br />

O disfraz masculino como fonte de poder: o exemplo d‟ A expedición do Pacífico de<br />

Marilar Aleixandre<br />

Montse Pena Presas (Universidade de Santiago de Compostela, Espanha)<br />

N‟A expedición do Pacífico (1994), Marilar Aleixandre narra a historia de Emilia, unha<br />

rapaza de 12 anos amante da zooloxía que, para cumprir o seu soño –embarcarse<br />

nunha goleta para participar nunha expedición científica en diferentes países do novo


Página54<br />

continente– vese obrigada a se transformar nun rapaz, converténdose a partir de aí en<br />

Marcos Goianes.<br />

O obxectivo desta comunicación parte da mesma cerna da obra, xa que o que se<br />

pretende é analizar un exemplo paradigmático de travestismo feminino nas ficcións<br />

infantoxuvenís. Esta transformación é habitualmente empregada polas autoras e<br />

autores como denuncia das limitacións que as categorías xenéricas impoñen aos<br />

individuos; resulta máis frecuente na LIX do que habitualmente se pensa; e acostuma<br />

ser temporal, polo que se aparta do concepto de “desviación” que ten o mundo adulto<br />

sobre o travestismo (Victoria Flanagan, 2008).<br />

Igualmente, o disfraz masculino que adopta Emilia permite expor cómo os personaxes<br />

femininos nas obras para a mocidade adoitan estar dobremente minusvalorados: en<br />

primeira instancia, porque carecen de poder ao formar parte dos construtos culturais<br />

coñecidos como “infancia” e/ou “adolescencia”; e, en segundo lugar, porque<br />

tradicionalmente nos textos de LIX, as nenas e as mulleres ocuparon un segundo<br />

plano que as levou a estaren silenciadas.<br />

Neste breve estudo, manexaranse, entre outros, os conceptos de travestismo, voz e<br />

poder para –a partir da obra proposta– pescudar os camiños polos que as mozas<br />

conseguiron ter axencia de seu en obras ambientadas en sociedades e tempos<br />

históricos que as reprimían polo seu xénero.<br />

Montse Pena Presas (Sada, A Coruña, 1981) é licenciada en Filoloxía Galega e<br />

Diploma de Estudos Avanzados en Teoría da Literatura e Literatura Comparada pola<br />

Universidade de Santiago de Compostela e Máster en Edición pola Universidade de<br />

Salamanca. Foi profesora de lingua e literatura galega na Universidade de Bangor,<br />

Gales e investigadora contratada na Universidade de Santiago de Compostela, onde<br />

está a realizar a súa tese de doutoramento sobre estudos de xénero e literatura<br />

xuvenil galega. En 2008, a prestixiosa International Youth Library de Múnic (Alemaña)<br />

concedeulle unha bolsa para afondar no seu proxecto doutoral.<br />

Especializada no ámbito da literatura infantil e xuvenil, ten participado en diversos<br />

congresos nacionais e internacionais e publicado diversos artigos sobre o tema, entre<br />

eles: “Notas para unha tematización da narrativa infantil e xuvenil galega (1975-<br />

1985)”, “Carlos Casares: tradutor diverso e editor entregado de literatura infantil e<br />

xuvenil”, “Beber soños: seis palabras arredor de Agustín Fernández Paz” ou<br />

“Imágenes de niñas en la narrativa infantil y juvenil gallega”. Como crítica literaria,


Página55<br />

colabora en diferentes publicacións académicas, como Grial ou Madrygal, e en xornais<br />

e revistas especializadas, como Faro de Vigo ou Protexta.<br />

A muller e a narrativa infantil e xuvenil sobre Guerra Civil na LIX galega no „Ano da<br />

Memoria Histórica‟<br />

Marta Neira Rodríguez (ANILIJ, Espanha)<br />

Despois de repasar brevemente as diferentes achegas que dende a teoría e crítica<br />

literaria feministas se fixeron tanto á literatura institucionalizada ou de adultos como á<br />

Literatura Infantil e Xuvenil en Galicia, dáse conta da actual situación dos feminismos<br />

literarios na Literatura Infantil e Xuvenil galega. A seguir, infórmase daquelas<br />

monografías que analizaron cómo foi tratada a temática da Guerra Civil española nos<br />

libros destinados á nenez e á mocidade. Coa pretensión de sumar un novo gran de<br />

area aos estudos de e sobre a muller na Literatura Infantil e Xuvenil en Galicia, así<br />

como a aquelas investigacións nas que o conflito bélico español dos anos 1936-1939<br />

foi a temática protagonista, analízanse nesta ocasión tres obras narrativas publicadas<br />

no ano 2006, ano que foi declarado en Galicia “Ano da Memoria Histórica”. Trátase<br />

das novelas A sombra descalza, de An Alfaya, e Corredores de sombra, de Agustín<br />

Fernández Paz, e do conxunto de relatos Cando era tempo de inverno, de Pepa<br />

Barrios. As dúas primeiras obras débense a unha autora e a un autor con experiencia<br />

no sistema literario infantil e xuvenil e con títulos recoñecidos pola súa calidade non só<br />

no ámbito galego. A terceira, correspóndese coa primeira contribución á Literatura<br />

Infantil e Xuvenil da autora. Son, en definitiva, tres narracións publicadas no mesmo<br />

ano e que tratan un mesmo conflito bélico nas que se analizarán cómo se caracterizan<br />

e representan os personaxes femininos.<br />

Marta Neira Rodríguez é licenciada en Filoloxía Galega pola Universidade de<br />

Santiago de Compostela (USC). Foi bolseira de investigación do proxecto<br />

“Diccionarios de Literatura” que, baixo a dirección do profesor Anxo Tarrío Varela, se<br />

desenvolve no Centro Ramón Piñeiro para a Investigación en Humanidades. Ademais<br />

de continuar a colaborar neste proxecto, participa como redactora no proxecto<br />

“Informes de Literatura” dese mesmo centro de investigación. Foi bolseira predoutoral<br />

da USC, universidade na que está a realizar a súa tese de doutoramento sobre<br />

Literatura Infantil e Xuvenil galega, temática coa que ten participado en diversas<br />

publicacións e congresos. Secretaria e investigadora colaboradora da Rede temática


Página56<br />

de investigación “Las Literaturas Infantiles y Juveniles del Marco Ibérico e<br />

Iberoamericano” (LIJMI) e membro da Asociación ELOS (Asociación galegoportuguesa<br />

de investigación en literatura infantil e x/juvenil), sección da Asociación<br />

Nacional de Investigación en Literatura Infantil y Juvenil (ANILIJ), na actualidade é<br />

profesora de varias materias na Escola Universitaria de Maxisterio CEU-San Pablo de<br />

Vigo e está contratada no proxecto subvencionado pola Xunta de Galicia “A Guerra<br />

Civil española na narrativa infantil e xuvenil (1975-2008) nas linguas de España”.<br />

A competição feminina e as representações do príncipe na Literatura para a Infância e<br />

Juventude<br />

Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio (Universidade do Minho, Portugal)<br />

As personagens masculinas e as personagens femininas não têm tido um tratamento<br />

similar na literatura infantil. Se o príncipe é, muitas vezes, o herói da narrativa e a<br />

promessa de um poder supremo – recordemos que, em conjunto com o seu<br />

correspondente feminino, príncipe e princesa são a idealização do homem e da<br />

mulher, quanto à beleza, ao amor, à juventude e ao heroísmo – as personagens<br />

femininas são, não raras vezes, mostradas em situações de competição.<br />

Esta comunicação tomará como base algumas obras bem conhecidas, entre elas A<br />

Bela Adormecida, Branca de Neve e os Sete Anões, Cobras Diamantes e Sapos, A<br />

Bela e o Monstro e outras similares, buscando analisar e caracterizar o tratamento que<br />

nelas é feito deste par dicotómico.<br />

Alexandra Ferreira e Rosalina Sampaio são alunas do curso de Mestrado em<br />

Ensino do 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico na Universidade do Minho


Página57<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

14h30 – 16H00 (Auditório do Instituto de Educação) - Painel Literatura e Consumo<br />

Charlie Bucket. A pure spirit in a consumer world<br />

Patricia Martín Ortiz (Universidad de Salamanca, Espanha)<br />

In Charlie and the Chocolate Factory by Roald Dahl we see a parade of characters<br />

created in the sixties who could seem to be caricatured but who, each time become<br />

more and more like many of the children of our time: Veruca, the greatest consumer,<br />

daughter of a millionaire who gets everything she wants; Mike, who devours TV<br />

programmes; Violet, specialized in consuming chewing gum of all shapes and colours;<br />

Augustus, who simply gulps down chocolate.<br />

Against all these harmuful models of consumer children who are integrated in the<br />

system, there comes our hero: the little, thin, humble and poor Charlie Bucket.<br />

This book is a modern fairy tale where the seemingly weakest child but who incarnates<br />

the purest values will defeat his rivals whose badges are gluttony and greed.<br />

It is a bet for children´s literature as a path for learning. You start reading a wonderful<br />

story, enjoying the chocolate and sweets- as in Hansel and Gretel- where we find out<br />

the wonder element of the transformation of characters, where we laugh at Willy<br />

Wonka´s sarcastic jokes and enjoy the imaginative and incredible stories narrated by<br />

its characters, but underneath all a teaching is waiting for us.<br />

It is truly a fable which shows the consumerism which destroys our body and our mind<br />

but which presents a ray of hope represented by the little Charlie Bucket.<br />

Key words: children´s literature, Roald Dahl, Charlie and the Chocolate Factory,<br />

consumerism, childhood<br />

Patricia Martín Ortiz is doctor by the University of Salamanca. She has followed<br />

courses in Cambridge University (United Kingdom) and is author of several<br />

publications, among them Language Teaching: Theoretical Basis and Curricular<br />

Design. She is English Teacher in Secondary School since 1996 and nowadays<br />

Assistant in the Department of English Philology in the University of Salamanca.


Página58<br />

A voz da literatura infantil na comunicação de massas<br />

Ângela Balça (Universidade de Évora, Portugal)<br />

No mundo globalizado, onde as novas tecnologias estão cada vez mais<br />

omnipresentes, muitos jovens alunos questionam-nos – para que serve ler literatura?<br />

Se os levarmos a olhar o real, rapidamente constatam que a literatura em geral, e a<br />

literatura infantil em particular, nos enredam de forma subtil, apelando a que<br />

descodifiquemos os seus símbolos, muitas vezes velados, desocultação<br />

absolutamente necessária, para que a leitura do mundo seja feita na plenitude dos<br />

seus significados.<br />

Neste sentido, pretendemos compreender como a literatura e a literatura infantil se<br />

nos apresentam em produtos de comunicação de massas, tornando bem óbvia a<br />

necessidade de promover, desde cedo, a educação literária das futuras gerações.<br />

Ângela Balça é licenciada em Línguas e Literaturas Modernas – Estudos Portugueses<br />

pela Universidade Nova de Lisboa. Doutorada em Ciências da Educação pela<br />

Universidade de Évora, onde é Professora Auxiliar no Departamento de Pedagogia e<br />

Educação. Membro do CIEP - Centro de Investigação em Educação e Psicologia da<br />

Universidade de Évora. No ano de 2010, foi Professora Visitante na Universidade<br />

Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, São Paulo, Brasil.<br />

É a representante, em Portugal, da Rede Ibero-Americana – Rede de Universidades<br />

Leitoras.<br />

Investigadora nas áreas de Literatura Infantil e Juvenil e Ensino da Língua Materna,<br />

onde tem inúmeras publicações.<br />

Email: apb@uevora.pt<br />

A „nova literatura‟ na promoção de uma competência literária global, verdade ou<br />

consequência?<br />

Gisela Silva (CIFPEC, Universidade do Minho, Portugal)<br />

Desde que estudos de âmbito académico destacaram a denominada literatura infantojuvenil<br />

como um policódigo vastíssimo no que à modelização dos realia diz respeito,<br />

bem como a tomadas de consciência por parte do leitor, uma outra consciência tem<br />

vindo a formar-se relativamente à importância desta literatura de teor globalizante.


Página59<br />

É de nosso interesse salientar a literatura de potencial recepção juvenil de best-seller<br />

e de massas do fantástico-maravilhoso, que apelidamos de „nova literatura‟ e que<br />

estudiosos de referência denominavam de “High Fantasy” já na década de 90. Esta<br />

destina-se essencialmente à faixa etária compreendida entre os 10-12 e 14/15 anos<br />

aproximadamente, permitindo um contacto com códigos/mecanismos técnico-formais<br />

e mítico-simbólicos de uma densidade semiótica bastante elaborada.<br />

Tal destaca o seu valor literário e ainda a responsabilidade acrescida que lhe cabe na<br />

formação do jovem leitor porque aborda questões e temáticas filosóficas capazes de<br />

reforçar a sua formação académica, tornando-o capaz de, por comparação e<br />

curiosidade, enriquecer o seu património cultural e, assim, assumir-se como um ser<br />

de/em globalização.<br />

Dado que esta „nova literatura‟ integra o fantástico, género, quantas vezes,<br />

controverso, salientamos o poder das comunidades interpretativas na<br />

aceitação/rejeição do best-seller e da literatura de massas quando se fala no literário<br />

vs não-literário e no fomento da competência literária dos leitores.<br />

Gisela Silva exerce funções como professora de Língua Portuguesa na Escola EB 2,3<br />

de Beiriz, onde também é Professora Bibliotecária.<br />

Tem desenvolvido investigação sobre a obra literária de potencial recepção juvenil,<br />

nomeadamente o best-seller e a literatura de massas, assumindo uma visão<br />

pragmática ao nível da hermenêutica do Imaginário, da mediação leitora e do<br />

Programa de Leitura Fundamentado na Literatura.<br />

Tem doutoramento em Estudos da Criança, Especialização em Literatura para a<br />

Infância e membro do Centro de Investigação (CIED) da Universidade do Minho. Os<br />

estudos empreendidos têm-na levado a desenvolver ateliês de leitura, acções de<br />

formação e conferências/comunicações, onde divulga a importância do Imaginário e a<br />

mediação de textos em contexto lectivo/familiar.<br />

Tem publicado artigos académicos sobre o Imaginário e a Mediação Leitora, ao nível da<br />

Literatura Infanto-juvenil contemporânea e escreve recensões sobre obras da Literatura<br />

Infanto-juvenil, sendo ainda autora e co-autora de livros sobre Imaginário e Mediação Leitora.<br />

Email: giselasilva3@gmail.com<br />

Entre casas, quintais e cidades: a representação do espaço nos álbuns narrativos de<br />

Isabel Minhós Martins


Página60<br />

Sara Reis da Silva (IE/UM, Portugal)<br />

O número significativo e a qualidade estética que têm pautado a edição das obras de<br />

Isabel Minhós Martins, em particular vindas a lume com a chancela da Planeta<br />

Tangerina, justificam, em parte, a opção temática e a selecção textual que serve de<br />

ponto de partida ao estudo que nos propomos apresentar.<br />

Pertencente a um grupo reconhecido de novas vozes da literatura portuguesa<br />

dedicada à infância e à juventude, Isabel Minhós Martins, ligando a sua escrita à<br />

ilustração de artistas como Bernardo Carvalho, Madalena Matoso ou Andrés<br />

Sandoval, é autora de narrativas como O Mundo num Segundo (2008), O meu vizinho<br />

é um cão (2008) Cá em casa somos... (2009), O Livro dos Quintais (2010) e Siga a<br />

Seta! (2010). Estes exemplares, inscritos no universo do álbum narrativo – picture<br />

story books – e compondo o corpus deste ensaio, têm em comum, além de outros<br />

aspectos, o facto de, logo nos seus títulos, se assumir uma referencialidade espacial<br />

determinante do ponto de vista da criação de expectativas de leitura por parte do<br />

potencial receptor.<br />

O espaço, como categoria narratológica e atendendo às suas variadas dimensões<br />

funcionais e semânticas, ou, mais particularmente, o motivo literário da casa,<br />

entendida, por exemplo, como o lugar da família ou, também, a um outro nível<br />

representativo, como sinónimo de país ou terra natal, a par da recriação da cidade,<br />

bem como as dicotomias interior vs. exterior ou universo individual vs. universo<br />

colectivo serão alvo de análise nos textos supramencionados e colocados em<br />

destaque na nossa abordagem.<br />

Sara Reis da Silva é professora auxiliar na Universidade do Minho (Instituto de<br />

Educação). É doutorada em Literatura para a Infância pela Universidade do Minho.<br />

Desenvolve a sua docência e a sua investigação na área dos estudos literários e, em<br />

particular, da literatura de potencial recepção infanto-juvenil. É membro do centro de<br />

investigação CIFPEC-UM. Integra a equipa responsável pelo projecto<br />

Gulbenkian/Casa da Leitura (www.casadaleitura.org). É investigadora da Rede<br />

Temática «Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico. Su influencia en la<br />

formacion literaria y lectora». Tem apresentado diversas comunicações em colóquios<br />

e congressos nacionais e internacionais. É autora de artigos/ensaios e recensões no<br />

referido âmbito investigativo. Publicou, em 2002, A Identidade Ibérica em Miguel Torga<br />

(Principia), em 2005, Dez Réis de Gente… e de Livros. Notas sobre literatura infantil


Página61<br />

(Caminho) e, em 2010, Encontros e Reencontros. Estudos sobre literatura infantil e<br />

juvenil (Tropelias & Cª). É colaboradora permanente da revista Malasartes [Cadernos<br />

de Literatura para a Infância e Juventude].<br />

Email: sara_silva@ie.uminho.pt<br />

As demandas da Lei 10.639/2003 e o mercado editorial brasileiro para a infância<br />

Eliane Santana Dias Debus (Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil)<br />

A presente comunicação reflete sobre o mercado editorial brasileiro para a infância e<br />

as transformações ocorridas a partir das demandas promovidas pela Lei 10.639,<br />

sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2003, que institui,<br />

no Brasil, a obrigatoriedade da cultura africana e afro-brasileira nas Escolas de<br />

Educação Básica, públicas e privadas, em especial a partir das disciplinas de Artes,<br />

História e Literatura. As reflexões aqui apresentadas são oriundas de levantamento<br />

quantitativo de títulos que tematizam a cultura africana afro-brasileira, para isso<br />

partimos da análise de dados de pesquisas anteriores (DEBUS, 2007; DEBUS;<br />

VASQUES, 2008) em que mapeamos os títulos de catálogos editoriais referentes aos<br />

anos de 2005 (de 1.785 títulos levantados, 79 apresentavam a temática) e 2008/2009<br />

(de 2.416 títulos, 170 apresentavam a temática). Constatou-se que a obrigatoriedade<br />

do ensino da cultura africana, afro-brasileira, no currículo escolar das escolas<br />

brasileiras de ensino fundamental e médio, embora ainda não adequadamente<br />

implementada, por certo, tem contribuído para a disseminação de títulos literários no<br />

mercado editorial.


Página62<br />

29 Janeiro (Sábado)<br />

14h30 – 16H00 (Sala 20) - Painel Voz e Acção<br />

Literatura infantil e mediação leitora. Veredas e caminhos para uma nova consciência<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

Maria Gracinda da Silva (Docente do 1º ciclo do Ensino Básico, Portugal)<br />

O trabalho com a literatura infantil, como refere ZIlberman (1985: 25), desagua num<br />

exercício de hermenêutica, uma vez que é mister da relevância, ao processo de<br />

compreensão, já que é esta que vem complementar a recepção.<br />

O trabalho de mediador é, assim, uma tarefa que impõe responsabilidades pois cada<br />

género/ texto transporta sempre diferentes valores a serem considerados.<br />

Entendemos que as narrativas infantis podem dar valiosos contributos ao partilharem<br />

cruzamentos de história(s) e de cultura(s).<br />

No nosso trabalho propomos aquele cruzamento, visando sempre a formação da<br />

criança como leitora activa e interventiva.<br />

Palavras-chave: leitura, compreensão, leitores, mediadores.<br />

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da<br />

didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela<br />

Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em<br />

Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira<br />

Interior.<br />

Email: mggds@ubi.pt<br />

Maria Gracinda da Silva é mestre pelo Departamento de Letras da Faculdade de Arte<br />

e Letras da Universidade da Beira Interior.<br />

Email: famisil@hotmail.com<br />

Os caminhos do Ensino e da Aprendizagem do Vocabulário: Intercultura, Corpus<br />

Textual e Lexicultura<br />

António Pereira Pais (Instituto Politécnico de Castelo Branco/Escola Superior de<br />

Educação, Portugal)


Página63<br />

Maria da Graça Sardinha (CIFPEC/Universidade da Beira Interior, Portugal)<br />

A incidência de crianças com dificuldades de aprendizagem, em geral, e com<br />

dificuldades ao nível da aprendizagem da leitura e da escrita, em particular, continua a<br />

ser uma realidade marcante do dia-a-dia das nossas escolas. Neste contexto, a<br />

investigação realizada nas últimas décadas veio demonstrar a importância do<br />

desenvolvimento técnico-didáctico das formas de abordagem aos processos de ensino<br />

explícito do vocabulário, enquanto elemento e factor de promoção do sucesso escolar.<br />

Uma das linhas de investigação mais relevantes sobre esta matéria foi desenvolvida<br />

em sistema de parceria pelo Institute of Child Study – University of Toronto (Andrew<br />

Biemiller), pelo Departament of Reading Education – University of Georgia (James<br />

Baumann) e pelo Institute for the Development of Educational Achivement (IDEA) –<br />

University of Oregon (Edward Kame ´enui) e visava o estudo das relações entre o<br />

ensino explícito do vocabulário e o sucesso escolar. Através dos trabalhos<br />

desenvolvidos foi possível demonstrar a existência de uma relação directa de impacto<br />

entre estas duas realidades. Outro dos aspectos importantes que esta linha de<br />

investigação permitiu clarificar foi a demonstração da importância técnico-didáctica da<br />

consideração de três aspectos relacionados com a prática do ensino explícito do<br />

vocabulário:<br />

os critérios de selecção de vocábulos para o ensino explícito do vocabulário e<br />

para as práticas de leitura e de escrita, sendo relevantes para o efeito os traços<br />

semânticos e a carga cultural partilhada das palavras seleccionadas (lexicultura e<br />

intercultura);<br />

o processo metodológico de abordagem, considerando-se do ponto de vista<br />

didáctico como fundamentais o conhecimento da forma fónica, as propriedades de<br />

selecção semântica e categorial, a categoria sintáctica, o significado e as restrições de<br />

selecção;<br />

os critérios de selecção das fontes de aprendizagem de novas palavras e<br />

transmissão do conhecimento (Corpus Textual).<br />

Neste sentido, lançámos um estudo junto de 20 professores do Ensino Básico (1º Ano<br />

de Escolaridade) do distrito de Castelo Branco com o objectivo de conhecer as<br />

práticas de ensino explícito das palavras na fase inicial do ensino formal da leitura e<br />

da escrita. Concretamente, foi pedido que identificassem as palavras seleccionadas<br />

para introdução do fonema/grafema [m]/, , que referissem o facto de essas


Página64<br />

palavras constarem, ou não, nos diferentes registos de planificação (planificação a<br />

médio prazo e planos de aula) e que descrevessem sumariamente os critérios de<br />

selecção utilizados e os procedimentos estratégicos de abordagem em contexto de<br />

sala de aula.<br />

Os resultados deixam antever o recurso em larga escala aos vocábulos seleccionados<br />

pelos autores dos manuais escolares adoptados, a não identificação clara, nos planos<br />

de aula, das palavras que serão objecto de ensino explícito e um trabalho mais<br />

intenso e aprofundado sobre as palavras encontradas nos diferentes textos<br />

seleccionados para serem trabalhados no âmbito da prática didáctica do ler para<br />

aprender a ler, e do ler para construir conhecimento. As implicações destes resultados<br />

para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem do vocabulário são<br />

analisados e discutidos no âmbito deste trabalho, privilegiando-se um enquadramento<br />

no âmbito da literatura infantil.<br />

Palavras-chave: Vocabulário; Lexicultura; Aprendizagem da Leitura e da Escrita;<br />

Literacia.<br />

António Pereira Pais é doutorado em Filosofia e Ciências da Educação pelo<br />

Departamento de Didáctica da Faculdade de Educação da Universidade Complutense<br />

de Madrid. Exerceu funções no Ensino de Português no Estrangeiro e actualmente é<br />

professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco,<br />

onde lecciona as unidades curriculares de Didáctica da Língua Materna,<br />

Aprendizagem da Leitura e da Escrita e Análise e Produção de Texto.<br />

Foi Coordenador Institucional do Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP)<br />

no Distrito de Castelo Branco.<br />

Email: antoniopais@ipcb.pt<br />

Maria da Graça Sardinha é doutorada em Letras com uma tese no âmbito da<br />

didáctica da leitura/ metodologia do ensino do Português Língua Materna pela<br />

Universidade da Beira Interior. É Coordenadora do 2º Ciclo de Estudos em<br />

Português/Espanhol, Supervisora Pedagógica. É docente na Universidade da Beira<br />

Interior.<br />

Email: mggds@ubi.pt


Página65<br />

Linguagem teatral: um olhar a partir da literatura infantil<br />

Nayde Solange Garcia Fonseca (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)<br />

Raimunda Porfírio (Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, Brasil)<br />

Esse trabalho partiu de um relato de experiência desenvolvida numa turma do 1ºano<br />

do ensino Fundamental, no Núcleo de Educação da Infância -NEI/UFRN, durante o<br />

primeiro bimestre/2008 e se justifica pelo interesse demonstrado pelas crianças a<br />

partir da contação de histórias (fábulas) a realizar a encenação de uma peça teatral.<br />

Tendo como objetivos oportunizar às crianças apropriar-se das características dessa<br />

arte efêmera, bem como identificar na prática pedagógica a linguagem teatral nas<br />

séries iniciais do ensino fundamental como área de conhecimento. A pesquisa teve<br />

como interlocutores: a professora, crianças de 6 anos, os quais compartilharam de<br />

nossa busca pelo conhecimento no fazer teatral. Os procedimentos metodológicos<br />

desta pesquisa foram pautados nos princípios do GEPEM - Grupo de Estudos de<br />

Práticas Educativas em Movimento, URFN, que enfatiza a reflexão sobre o processo<br />

de construção da prática, através do diálogo e das críticas compartilhadas, buscando<br />

transformar o fazer pedagógico. Refletimos sobre as experiências com a literatura e os<br />

jogos teatrais, bem como sobre a apreciação teatral e visitas aos teatros. A pesquisa<br />

sinalizou alguns organizadores na nossa prática pedagógica com a linguagem teatral<br />

nas séries iniciais do ensino fundamental, quais sejam: a necessidade da Escola<br />

garantir o ensino de Teatro como área de conhecimento no seu Projeto Político<br />

Pedagógico; a necessidade do professor ter conhecimento básico (teórico/prático)<br />

sobre Teatro e sobre Teatro-educação.<br />

Palavras-chave: Teatro-Educação, Formação de professores, Ensino de teatro.<br />

Nayde Solange Garcia Fonseca é mestre em Educação – CCSA - Programa de Pós-<br />

Graduação - Universidade Federal do Rio Grande do Norte –UFRN. Actualmente é<br />

professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN – Núcleo de<br />

Educação Infantil.<br />

Tem diversos trabalhos publicados em anais de congressos internacionais, nacionais<br />

e regionais, bem como livros e capítulos.<br />

Últimas publicações:<br />

Fonseca, Nayde Solange Garcia e Rocha Vera Lourdes Pestana. Jogos Teatrais na<br />

Educação Infantil: outras possibilidades. Coleção Cotidiano Escolar: O Ensino de Arte


Página66<br />

e Educação Física na Infância. MEC/SEB. UFRN/PAIDÉIA, 2008, Natal, RN ISBN- 85-<br />

7273-246-2.<br />

Fonseca, Nayde Solange Garcia. Por que o navio não afunda? Caderno Faça e Conte<br />

Entrelaçando Vivências e saberes na educação Infantil – 140p. nº 02 - 2006 – Núcleo<br />

de Educação Infantil - UFRN, Natal-RN.<br />

Email: naydesolangeg@hotmail.com<br />

O diário juvenil: Identidade(s) e Globalização<br />

Carlos Teixeira (Instituto Politécnico de Bragança, Portugal)<br />

Esta comunicação coloca como objecto central de trabalho a produção diarística<br />

portuguesa que, editada nas últimas décadas, se destina preferencialmente a um<br />

público adolescente ou jovem, comparando-a (sempre que possível) com produções<br />

estrangeiras que têm chegado ao mercado nacional. Procuramos, por um lado, definir<br />

as especificidades genológicas que individualizam o diário destinado a esse público e,<br />

por outro, problematizar o jogo de identidade(s) que essas produções diarísticas<br />

manipulam e colocam em acção – se “identidade para um indivíduo é a definição de si<br />

mesmo” (Lourenço, 2003: 88) 1 , a produção diarística para jovens coloca interessantes<br />

reflexões sobre o sujeito e a sua auto-referencialidade, nomeadamente no âmbito da<br />

(im)possível identidade entre autor e narrador/personagem. Dentro deste domínio,<br />

ganham relevância os conceitos de “identidade” e “alteridade”, cuja problematização<br />

nos levará a reflectir sobre a leitura deste tipo de textos como “veículos” de modelos<br />

globalizados/globalizantes de cultura (juvenil).<br />

1 Lourenço, E. (2003): Civilizações e conflito de identidades”. In: Globalização: ciência,<br />

cultura e religiões. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Publicações Dom<br />

Quixote: 85-90.<br />

Carlos Teixeira é docente (Equiparado a Assistente do 2º Triénio) do Departamento<br />

de Português da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança.<br />

De si, costuma dizer que é um leitor compulsivo e apaixonado.<br />

Frequentou a universidade Católica do Porto e concluiu, em 1999, a licenciatura em<br />

Português – francês (ensino de) na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,<br />

tendo realizado estágio pedagógico na escola secundária Fernão de Magalhães, em<br />

Chaves.


Página67<br />

Depois do estágio, foi docente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde<br />

leccionou disciplinas como Literatura Portuguesa e Metodologia do Ensino do<br />

Português.<br />

É docente da Escola Superior de Educação de Bragança, desde 2001. O seu trabalho<br />

docente tem-se orientado essencialmente para três áreas complementares:<br />

comunicação e expressão em Língua Portuguesa, Literatura Infanto-juvenil e<br />

Metodologia do Ensino da Língua Materna.<br />

Orientou estágios pedagógicos na Universidade e na ESE tem supervisionado a<br />

Prática Pedagógica, quer das licenciaturas em Português-francês e Português-Inglês,<br />

quer da actual licenciatura em Educação Básica.<br />

Tem participado na formação contínua de professores, nomeadamente no âmbito do<br />

Plano Nacional de Ensino do Português no 1º Ciclo do Ensino Básico. Tem igualmente<br />

participado, apresentando frequentemente comunicações, em vários congressos<br />

realizados no âmbito da literatura / literatura infanto-juvenil.<br />

É mestre na área da literatura portuguesa, tendo apresentado, em Maio de 2008, a<br />

tese “Escrever-se” e/ou “Outrar-se”: escrita e revelação em Páginas do Diário Íntimo<br />

de José Régio.<br />

Neste momento, é doutorando na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. No<br />

âmbito do Doutoramento, está a desenvolver investigação sobre a escrita diarística<br />

dentro do cânone da literatura para a infância e juventude.<br />

A banda desenhada histórica como recurso didáctico-pedagógico para a construção de<br />

conhecimento histórico dos alunos no 1º CEB<br />

Glória Sole (IE/UM, Portugal)<br />

Nesta comunicação, procura-se analisar as potencialidades didáctico - pedagógicas<br />

de um dos géneros da literatura infanto-juvenil, a banda desenha histórica (BD), para<br />

a compreensão histórica e a construção de conhecimento histórico nas crianças.<br />

Inicia-se por apresentar o contributo de estudos de investigação nacionais e<br />

internacionais que têm demonstrado a inter-relação entre a literatura Infantil (em que<br />

se inclui a BD) e os Estudos Sociais para o desenvolvimento da compreensão<br />

histórica e temporal.<br />

De seguida, descreve-se uma experiência didáctico-pedagógica realizada no âmbito<br />

de uma investigação empírica, em contexto de sala de aula com recurso à BD<br />

histórica sobre a temática da expansão portuguesa, com alunos do 4.º ano (25


Página68<br />

alunos), realizada numa escola urbana de Braga. Esta experiência pedagógica teve<br />

como objectivo analisar que tipo de ideias e conhecimentos históricos constroem os<br />

alunos do 1.º CEB a partir da leitura de Literatura Infanto-Juvenil (uma banda<br />

desenhada histórica - BD) em articulação com outras fontes (mapas e linhas de tempo<br />

relacionadas com a expansão portuguesa). Para isso, baseamo-nos na análise dos<br />

diários de aula e nas narrativas construídas pelos alunos, tendo sido construído um<br />

conjunto de categorias.<br />

Por último, sistematizam-se os resultados desta experiência, procurando-se explicar<br />

de que modo os alunos compreendem a História e constroem conhecimento histórico<br />

sobre um período histórico (a expansão portuguesa) a partir desta fonte historiográfica<br />

em articulação com outros fontes. A BD histórica revelou-se um recurso didáctico<br />

importante para o desenvolvimento de competências de leitura e de compreensão<br />

histórica e temporal nos alunos deste nível de escolaridade, para além de promover<br />

um maior interesse e motivação pela aprendizagem de História. Conclui-se por isso,<br />

que a BD histórica é um material pedagógico a valorizar pelos professores e a utilizálo<br />

na sala de aula, devendo desmistificar-se o estigma que por vezes lhe é associado<br />

de literatura menor.<br />

Glória Solé é doutorada em Estudos da Criança, área de Estudo do Meio Social pela<br />

Universidade do Minho, Instituto de Estudos da Criança com a Dissertação de tese: O<br />

ensino da história no 1º ciclo do ensino básico: a concepção do tempo histórico nas<br />

crianças e os contextos para o seu desenvolvimento. Actualmente é Professora<br />

Auxiliar da Universidade do Minho, Instituto de Educação, no Departamento de<br />

Estudos Integrados e Literacia, Didáctica e Supervisão (DEILDS).<br />

Pertence ao CIEd-Grupo II: Educação em Ciências, Sociedade e Desenvolvimento.<br />

Últimas publicações que inter-relacionam Estudos Sociais e Língua Materna<br />

(narrativas):<br />

Solé, M. Glória Santos (2009). A História no 1.º Ciclo do Ensino Básico: a Concepção<br />

do tempo e a Compreensão Histórica das Crianças e os Contextos para o seu<br />

Desenvolvimento. Dissertação de Doutoramento. Braga: Universidade do Minho.<br />

Solé, M. G. (2010). As potencialidades pedagógico-didácticas da ilustração nas<br />

narrativas para o desenvolvimento da compreensão temporal das crianças.<br />

Comunicação oral apresentada no 8.º Encontro Nacional (6.ª Internacional) de<br />

Investigação em Leitura, Literatura Infantil e Ilustração, que decorreu na Universidade


Página69<br />

do Minho, em Braga, nos dias 9 e 10 de Julho de 2010. (no prelo).<br />

Email: gsole@ie.uminho.pt<br />

Era uma vez a Leitura…<br />

Lurdes Pelarigo (FCSH da Universidade Nova de Lisboa, Portugal)<br />

Há muito, muito tempo, a Leitura…<br />

… encontrou, não uma, mas várias bruxas maléficas conhecidas pelo nome de Novas<br />

Tecnologias que a derrotaram para sempre.<br />

Parece ser este o final de desencanto que muitos vaticinam para a Leitura. Num<br />

mundo em mudança e cada vez mais globalizante, papões, monstros e lobos maus<br />

assumiram nomes como videojogos, chats, Messengers, IPods, iPads, Podcasts, e<br />

desta feita não amedrontam crianças, mas aterrorizam os adultos que, à relutância em<br />

aceitar o que é novo, juntam o medo do desconhecido e o embaraço de deixarem de<br />

ser mestres numa coisa – a leitura – para passarem a eternos aprendizes de outras –<br />

as novas tecnologias.<br />

Num mundo globalizante onde a realidade, tal como a conhecíamos, deixou de existir,<br />

novas realidades despontam e a aprendizagem ao longo da vida é uma necessidade,<br />

pois dela depende, não apenas o futuro, mas o presente de uma sociedade que<br />

transtorna e desorienta os novos analfabetos digitais e os iletrados da comunicação.<br />

Num momento em que tudo se transfigura e altera, haverá lugar para a leitura? E a<br />

literatura para a criança, fará sentido? E os livros, desaparecerão? E o ensino,<br />

dependerá de professores ou de mestres digitais?<br />

Maria de Lurdes Castanheta Pelarigo é doutoranda em Estudos Portugueses e<br />

Mestre em Estudos do Texto, pela FCSH da Universidade Nova de Lisboa, e<br />

licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, pela Faculdade de Letras da<br />

Universidade Clássica de Lisboa.<br />

Professora e representante de Língua Portuguesa do 2.º Ciclo do quadro da EB 2,3<br />

Aristides de Sousa Mendes - Póvoa de Santa Iria, foi Professora Bibliotecária,<br />

Directora do Centro de Formação de Escolas do Cartaxo, vice-presidente de C.<br />

Directivo e esteve ligada a vários modelos de formação de professores.


Página70<br />

Exerceu, em regime de acumulação com a docência, os cargos de secretária-geral,<br />

directora de cursos de pós-graduação e editora na URBE (ONGA).<br />

A Literatura para a Criança Infantil na Imprensa Portuguesa do Séc. XIX é o seu<br />

primeiro livro, editado em 2009 pela Apenas Livros, sob patrocínio do IELT e da FCT.<br />

Neste momento, está a trabalhar numa colectânea de contos inéditos de escritores<br />

portugueses, recolhidos na imprensa portuguesa do século XIX.<br />

Rendida às novas tecnologias e à realidade virtual, pode ser encontrada nos seguintes<br />

endereços:<br />

http://beijodelua.blogs.sapo.pt (Blogue pessoal e intimista)<br />

http://encantatorio.blogspot.com (Blogue de literatura infantil/educação)<br />

Email: lurdespelarigo@gmail.com


Página71<br />

Contactos úteis<br />

Instituto de Educação<br />

Universidade do Minho<br />

Campus de Gualtar<br />

4710-057 Braga<br />

Portugal<br />

http://www.ie.uminho.pt<br />

Webpage do Colóquio:<br />

https://sites.google.com/site/lijcoloquio/<br />

Telef: +351 253601246<br />

Email do evento:<br />

coloquiolij@gmail.com

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