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Teorias econômicas aplicadas ao<br />

meio ambiente<br />

2.2. Economia dos Recursos Naturais<br />

2.2.1. Classificação dos recursos<br />

2.2.2. Teorias dos recursos exauríveis e dos<br />

renováveis


Objetivos<br />

• Conhecer a classificação dos recursos<br />

naturais: exauríveis e renováveis<br />

• Conhecer a proposta de classificação de<br />

MacKelvey<br />

• Conhecer a regra de Hotelling e as<br />

implicações deste princípio sobre a<br />

sustentabilidade<br />

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Economia do meio ambiente<br />

Mônica Yukie Kuwahara<br />

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As preocupações da economia dos<br />

recursos naturais<br />

• A economia dos recursos naturais lida com<br />

os aspectos da extração e exaustão dos<br />

recursos naturais ao longo do tempo.<br />

• “Emerge das análises neoclássicas a<br />

respeito da utilização das terras agrícolas,<br />

dos minerais, dos peixes, dos recursos<br />

florestais madeireiros etc” (Silva, 2003, p.34)<br />

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Economia do meio ambiente<br />

Mônica Yukie Kuwahara<br />

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Fundamentos teóricos da disciplina<br />

• A Economia dos Recursos Naturais analisa os<br />

recursos ambientais no seu papel de matériasprima,<br />

de inputs para os processos produtivos.<br />

• Vinculada à abordagem neoclássica, mantém-se<br />

fundamentada no utilitarismo, no individualismo<br />

metodológico e no equilíbrio, realizando,<br />

portanto, análises sobre as formas de “uso ótimo”<br />

dos recursos.<br />

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Classificação dos recursos<br />

• O principal critério para a classificação é a<br />

capacidade de recomposição de um<br />

recurso no horizonte do tempo humano.<br />

• “Um recurso que é extraído mais rápido do<br />

que é reabastecido por processos naturais é<br />

um recurso não-renovável. Um recurso que<br />

é reposto tão rápido quanto é extraído é<br />

certamente um recurso renovável” (Silva,<br />

2003, p.35)<br />

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Os recursos podem ser<br />

• Renováveis, ou reprodutíveis: solos, ar,<br />

águas, florestas, fauna e flora no geral<br />

• Não renováveis, ou exauríveis,<br />

esgotáveis ou não reprodutíveis:<br />

minérios, combustíveis<br />

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Disponibilidade de terras<br />

Terras agriculturáveis em relação à área total<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

1961 1966 1971 1976 1981 1986 1991<br />

Brazil Argentina Italy USA<br />

Source: FAO


Recursos exauríveis<br />

<br />

<br />

“A relação entre o tempo em que os processos<br />

naturais necessitam para a concentração dos<br />

minérios em jazidas comercializáveis e o<br />

tempo em que estes são extraídos é que leva a<br />

considerá-los como exauríveis.” (Silva,<br />

2003:36)<br />

Há uma diferença entre os recursos estarem<br />

efetivamente disponíveis ou potencialmente<br />

disponíveis.<br />

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Reservas ≠ Recurso<br />

<br />

<br />

“A reserva mineral implica algum tipo de<br />

medição física que tenha sido feita sobre o<br />

teor e a quantidade de concentração mineral<br />

in situ e, além disso, que sua extração seja<br />

viável do ponto de vista tecnológico” (Silva,<br />

2003, p.36)<br />

Já o recurso, embora saibamos que exista, não<br />

temos informações para saber quando<br />

poderemos utilizá-lo de forma comercial.<br />

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Recursos hipotéticos<br />

<br />

<br />

“São todos os recursos conhecidos e não<br />

conhecidos, mas possíveis de existir numa<br />

determinada porção da crosta terrestre, e<br />

capazes de serem utilizados no futuro” (Silva,<br />

2003: 36)<br />

MacKelvey apresenta estas distinções em<br />

termos de critérios tecnológicos e<br />

econômicos.<br />

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Recursos Totais<br />

Grau de certeza da existência crescente<br />

Reservas<br />

Recursos<br />

Sub-Econômico<br />

Relação Preço/custo<br />

(1)<br />

Econômico<br />

Recursos hipotéticos<br />

Graus de praticabilidade econômica<br />

De recuperação crescente<br />

(medida pelo preço/custo)<br />

Conhecidos Desconhecidos<br />

Figura 3. Caixa de MacKelvey – critério para delimitação<br />

Reservas naturais<br />

<strong>Aula</strong> 6 11


Interpretando a Caixa de MacKelvey<br />

<br />

<br />

<br />

O nível de conhecimento do solo determina as<br />

separações no topo e na base da caixa,<br />

configurando critérios técnicos portanto<br />

As laterais são divididas por critérios<br />

econômicos (preço/custo)<br />

Canto inferior esquerdo: existe, mas é caro...<br />

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Economia dos recursos naturais<br />

envolve decisões intertemporais<br />

<br />

<br />

Dado que uma das preocupações da economia<br />

dos recursos naturais é a utilização dos<br />

recursos ao longo do tempo, defrontamo-nos<br />

com problemas de alocação intertemporal da<br />

extração.<br />

A otimização intertemporal estaria garantindo<br />

a utilização de um recurso exaurível da<br />

melhor forma socialmente possível ao longo<br />

do tempo.<br />

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Alocação intertemporal ótima<br />

<br />

Esta alocação seria obtida através da<br />

maximização de utilidade com a inclusão do<br />

conceito de custo de oportunidade e do<br />

procedimento de desconto dos valores<br />

ambientais futuros a valor presente,<br />

determinando-se assim o nível "ótimo" ou<br />

taxa “ótima” de extração<br />

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Decisões intertemporais<br />

<br />

<br />

Implicam em opções feitas no presente, mas<br />

que apresentam conseqüências no futuro. No<br />

caso de recursos exauríveis, envolvem<br />

decisões sobre a época adequada de<br />

exploração.<br />

As variáveis críticas para análise de decisões<br />

intertemporais são a taxa de juros (ou taxa de<br />

desconto) e o Valor Presente Líquido (VPL)<br />

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VALOR PRESENTE LÍQUIDO - VPL<br />

<br />

Se VPL > 0, indica<br />

viabilidade, e as<br />

ações podem ser<br />

ordenadas de acordo<br />

com a magnitude de<br />

VPL.<br />

∑<br />

B<br />

t<br />

( 1 +<br />

− C<br />

d )<br />

t<br />

t<br />

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Taxa de desconto (d)<br />

A taxa de desconto pode ser uma decomposta em um<br />

de dois conjuntos de considerações, ou de ambos,<br />

simultaneamente<br />

1. Taxa social de preferência no tempo ou taxa de<br />

desconto de consumo – seria uma taxa pela qual<br />

indivíduos mostrar-se-iam dispostos a postergar<br />

consumo (s)<br />

2. Custo de oportunidade do capital ou taxa de<br />

retorno do capital – seria uma taxa que indicasse<br />

quanto tomadores de recursos estariam dispostos a<br />

pagar pelo recursos (r)<br />

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Interpretando a taxa de desconto<br />

<br />

<br />

<br />

s depende do valor que a sociedade dá ao consumo<br />

presente, associando-se à taxa esperada de<br />

crescimento do consumo per capita<br />

r depende do risco e do crescimento, associando-se<br />

à rentabilidade média do conjunto de projetos da<br />

economia<br />

QUAL DELAS? Depende da fonte de financiamento<br />

do projeto ou do destino dos benefícios<br />

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Problemas relacionados à “d”<br />

<br />

<br />

A taxa varia ao longo do tempo, à medida<br />

que variam as expectativas<br />

Uma taxa baixa pode levar à uma decisão<br />

econômica ótima, mas ambientalmente não<br />

sustentável porque o valor presente passaria a<br />

ser bem maior que o valor futuro,<br />

antecipando a exaustão.<br />

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Hotelling<br />

<br />

<br />

Em seu artigo de 1931 "The Economics of<br />

Exhaustible Resources", estabeleceu a<br />

formulação básica para a Economia dos<br />

recursos naturais.<br />

Constitui-se um modelo que encara os<br />

recursos naturais privadamente extraídos e<br />

comercializados no mercado, tornando-os<br />

matérias primas, inputs, do sistema.<br />

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Pressupostos do modelo<br />

<br />

<br />

<br />

Detentor da reserva é um proprietário privado<br />

atuando em um mercado concorrencial<br />

A procura acumulada que esgota o estoque do<br />

recurso D(q) é decrescente em relação ao<br />

preço do recurso que, por sua vez, se esgota<br />

na data t<br />

O volume (estoque) inicial da reserva é<br />

conhecido<br />

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Pressupostos do modelo<br />

<br />

<br />

<br />

O custo marginal é nulo ou constante<br />

A informação é perfeita ao longo de toda a<br />

extração<br />

A taxa de preferência do produtor (taxa de<br />

atualização ou de desconto) é constante e<br />

igual à taxa de juros<br />

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Solow (1974 apud Amazonas) descreve:<br />

<br />

<br />

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"A única maneira pela qual um depósito de<br />

recurso deixado no solo pode produzir um<br />

retorno corrente para seu proprietário é por sua<br />

apreciação em valor. (...).<br />

Como os depósitos de recursos naturais possuem<br />

a propriedade peculiar de não render dividendos<br />

enquanto estiverem no solo, em equilíbrio o<br />

valor do depósito de um recurso deve estar<br />

crescendo a uma taxa igual à taxa de juros.<br />

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Solow (1974 apud Amazonas) descreve:<br />

<br />

Como o valor de um depósito é também o<br />

valor presente de suas vendas futuras, após a<br />

dedução dos custos de extração os<br />

proprietários do recurso devem esperar que o<br />

preço líquido do minério cresça<br />

exponencialmente a uma taxa igual à taxa de<br />

juros. (Solow, 1974 apud Amazonas)<br />

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Solow (1974 apud Amazonas) descreve:<br />

<br />

Se a indústria mineradora é competitiva, o<br />

preço líquido é o preço de mercado menos o<br />

custo marginal de extração. (...). Se a indústria<br />

é mais ou menos monopolista, como é<br />

freqüentemente o caso na indústria extrativa,<br />

será o lucro marginal - receita marginal menos<br />

custo marginal - que deverá estar crescendo, e<br />

esperado crescer, proporcionalmente à taxa de<br />

juros"<br />

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Custo de oportunidade intertemporal<br />

<br />

<br />

Este, correspondente às receitas líquidas e que<br />

deve crescer a uma taxa igual à taxa de juros,<br />

é a renda de escassez (rent).<br />

“com o aumento progressivo da escassez de<br />

um recurso, ocorre o aumento de seu preço.<br />

Se com isso espera-se que o valor deste<br />

estoque vá crescer, há assim uma motivação<br />

para que este não seja extraído agora e sim em<br />

algum momento posterior”. (Amazonas)<br />

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Regra de Hotelling<br />

<br />

“Dado que o valor deste estoque é o valor<br />

presente de suas vendas futuras, em<br />

equilíbrio intertemporal a taxa de retorno<br />

segundo a qual este valor deve crescer é a<br />

taxa de juros, e portanto, com base no<br />

desconto a esta taxa, determina-se assim as<br />

quantidades ótimas a serem extraídas a cada<br />

momento no tempo, ou seja, determina-se a<br />

taxa ótima de extração”. (Amazonas)<br />

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O que significa?<br />

<br />

<br />

<br />

Os recursos guardados em estoque devem ser tão<br />

atrativos quanto os demais ativos.<br />

O fato de haver esgotamento da reserva, elevaria o<br />

preço por afetar a oferta ao longo do tempo, até o<br />

ponto onde o preço é tão elevado que cessa a<br />

procura.<br />

Os preços estariam se elevando com a taxa de juros,<br />

haja vista a remuneração ser comparável à<br />

remuneração (ou gastos) com estoques....<br />

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Críticas ao modelo de Hotelling<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Existência de falhas de mercado<br />

Desconhecimento da demanda futura<br />

Discrepâncias entre as taxas de desconto<br />

social e de mercado<br />

Existência de tecnologia de fundo<br />

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Teoria dos recursos renováveis<br />

<br />

<br />

<br />

“A particularidade dos recursos renováveis é<br />

que eles são governados por fenômenos<br />

biológicos” (Silva, 2003, 48)<br />

Eles podem se esgotar e se tornarem não<br />

renováveis<br />

O principal desafio é identificar qual a<br />

trajetória de crescimento ou extinção do<br />

recurso a um dado nível de exploração<br />

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Os Modelos<br />

<br />

São semelhantes aos da teoria dos recursos<br />

não renováveis derivados de Hotelling. A<br />

particularidade está na inclusão de recursos<br />

vivos. Alguns modelos:<br />

• Modelo Geral de Exploração<br />

• Gordon-Schafer e Beverton-Holt – para pesca<br />

• Fischer e Faustman – para recursos florestais<br />

• Gordon-Schafer-Clark – para recursos da<br />

biodiversidade<br />

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Modelo Geral de Exploração<br />

X = G(x(t)) – h(t) (1)<br />

X = mudança no estoque do recurso G em qq tempo t<br />

G(x(t)) = tx natural de recomposição de x<br />

h(t) = tx de utilização de x<br />

π = π[x(t);h(t);t] (2)<br />

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Modelo Geral de Exploração<br />

X = G(x(t)) – h(t) (1)<br />

π = π[x(t);h(t);t] (2)<br />

Regra de produtividade<br />

marginal da<br />

acumulação ótima do<br />

capital, a produtividade<br />

marginal de G’x é igual<br />

à taxa de desconto<br />

G'<br />

x<br />

π ' =<br />

x =<br />

π '<br />

h<br />

δ<br />

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Problema dos recursos de propriedade<br />

comum<br />

<br />

Os recursos de propriedade comum não são<br />

controlados por um único indivíduo e podem<br />

ser utilizados sem que seja necessário pagar<br />

por isso.<br />

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Referências<br />

• AMAZONAS, M. C. Economia Ambiental<br />

Neoclássica e Desenvolvimento Sustentável. São<br />

Paulo: IBAMA/CEBRAP, s/d.,<br />

http://wwwsr.unijui.tche.br/ambienteinteiro/econo<br />

-amb.pdf<br />

• SILVA, M.A.R. “Economia dos recursos naturais”<br />

in MAY, P.& LUSTOSA, M.C. & VINHA, V.<br />

Economia do Meio Ambiente. Rio de Janeiro:<br />

Campus, 2003, pp 33-60<br />

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