a festa - Revista Comunicação e Cultura
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Comunicação<br />
& <strong>Cultura</strong><br />
n.º 10 | outono-inverno 10<br />
Editorial | 1
2 | Artur Teodoro de Matos | Mário F. Lages | Roberto Carneiro<br />
Comunicação & <strong>Cultura</strong><br />
Directora<br />
Isabel Capeloa Gil<br />
Editor<br />
José Alfaro<br />
Conselho Consultivo<br />
Arjun Appadurai (New York University), Gabriele Brandstetter (Freie Universität Berlin), Elisabeth<br />
Bronfen (Universität Zürich), Andreas Huyssen (Columbia University), Marcial Murciano (Universitat<br />
Autònoma de Barcelona), Ansgar Nünning (Justus-Liebig-Universität Giessen), Christiane Schönfeld<br />
(Huston School of Film, National University of Ireland), Michael Schudson (Journalism School,<br />
Columbia University), Michel Walrave (Universiteit Antwerpen), Barbie Zelizer (Annenberg School for<br />
Communication, University of Pennsylvania)<br />
Conselho Editorial<br />
Ana Maria Costa Lopes, Ana Gabriela Macedo, Aníbal Alves, Carlos Capucho, Estrela Serrano,<br />
Fernando Ilharco, Isabel Ferin, Jorge Fazenda Lourenço, José Augusto Mourão, José Miguel Sardica,<br />
José Paquete de Oliveira, Manuel Pinto, Maria Augusta Babo, Maria Luísa Leal de Faria, Mário Jorge<br />
Torres, Mário Mesquita, Rita Figueiras, Roberto Carneiro, Rogério Santos<br />
Conselho de Redacção<br />
Carla Ganito, Catarina Duff Burnay, Fátima Patrícia Dias, Maria Alexandra Lopes, Nelson Ribeiro,<br />
Verónica Policarpo<br />
Arbitragem<br />
Aníbal Alves, Carlos Capucho, Fernando Ilharco, Isabel Ferin, Jorge Fazenda Lourenço, José Augusto<br />
Mourão, José Paquete de Oliveira, José Miguel Sardica, Manuel Pinto, Maria Augusta Babo, Maria Luísa<br />
Leal de Faria, Mário Jorge Torres, Rita Figueiras, Roberto Carneiro, Rogério Santos<br />
Coordenação deste número<br />
Artur Teodoro de Matos, Mário F. Lages, Roberto Carneiro<br />
Revisão<br />
Cláudia Maia, João Berhan, Maria Afonso, Marta Olias, Raul Henriques, coordenação de Conceição<br />
Candeias (português) | Kevin Rose (inglês)<br />
Edição<br />
Com uma periodicidade semestral, Comunicação & <strong>Cultura</strong> é uma revista do Centro de Estudos de Comunicação<br />
e <strong>Cultura</strong> (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa), editada<br />
por BonD – Books on Demand. O CECC é apoiado pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia.<br />
Artigos e recensões<br />
A revista Comunicação & <strong>Cultura</strong> aceita propostas de artigos para publicação que se enquadrem na<br />
área das Ciências da Comunicação e da <strong>Cultura</strong>. Todos os elementos relativos a essas colaborações<br />
– normas de apresentação de artigos, temas dos próximos números, princípios gerais de candidaturas,<br />
contactos e datas – devem ser consultados no final desta publicação.<br />
Assinatura anual<br />
Custo para Portugal e Espanha: 20 euros. Para outros países, contactar a editora. Os pedidos de assinatura<br />
devem ser dirigidos a: bond@bond.com.pt | www.comunicacaoecultura.com.pt<br />
Impressão: Rolo & Filhos II, SA | Depósito legal: 258549/07 | ISSN: 1646-4877<br />
Solicita-se permuta. Exchange wanted. On prie l’échange.
Editorial | 3<br />
Comunicação<br />
& <strong>Cultura</strong><br />
n.º 10 | outono-inverno 10<br />
a <strong>festa</strong><br />
BonD<br />
BOOKS on DEMAND
| 5<br />
Índice<br />
Editorial<br />
A Festa................................................................................................................................... 11<br />
ARTUR Teodoro de Matos, Mário F. Lages & Roberto Carneiro<br />
dossier.................................................................................................................................. 15<br />
Festa e identidade......................................................................................................... 17<br />
Joaquim de Sousa Teixeira<br />
A <strong>festa</strong> é, por definição, um evento colectivo. Depois de uma breve crítica a<br />
algumas teorias, conclui-se pela importância de dois elementos nucleares:<br />
o formal (o objecto da <strong>festa</strong>) e o material (os ingredientes). Toda a <strong>festa</strong> é<br />
cerimónia e festividade. O tempo da <strong>festa</strong>, essencial na sua caracterização,<br />
é uma ruptura com o tempo anódino, visando dar mais sentido à existência<br />
de quem celebra. Apesar do fim de certas <strong>festa</strong>s na Europa moderna, do<br />
avanço do utilitarismo racionalista e das revoluções, defende-se o carácter<br />
antropologicamente necessário da celebração festiva e o seu papel insuprível<br />
no processo de identificação dos indivíduos, dos grupos sociais, das nações.<br />
Contra a tentativa pós-moderna e pagã de fazer da <strong>festa</strong> um acontecimento<br />
de indiferenciação ou dissolução na Natureza, reivindica-se, no seio da própria<br />
exultação festiva, a «diferenciação da consciência».<br />
Palavras-chave: Calendário, Consciência, Diferenciação, Identificação, Sociedade,<br />
Tempo
6 | Artur Teodoro de Matos | Mário F. Lages | Roberto Carneiro<br />
Festas régias e comunicação política<br />
no Portugal moderno (1521-1572)...............................................................................35<br />
ana isabel buescu<br />
Deixando de lado outras materializações e irrupções da <strong>festa</strong> e do lúdico<br />
igualmente significantes, como é todo o universo da <strong>festa</strong> no âmbito da cultura<br />
dita «popular» e da <strong>festa</strong> religiosa e litúrgica, objecto de numerosíssimos<br />
estudos quer para a época medieval quer para a moderna, o objecto<br />
deste trabalho será uma reflexão sobre as <strong>festa</strong>s da realeza, aqui tomadas no<br />
sentido mais amplo de celebrações cerimoniais, no Portugal quinhentista.<br />
Procurar-se-á evidenciar como todas elas, tão diferentes na sua essência e<br />
finalidade, eram parte integrante de um sistema de comunicação política,<br />
comum à generalidade das monarquias de Antigo Regime.<br />
Palavras-chave: Cerimónias da monarquia, Entradas régias, História de Portugal<br />
(século xvi), Lisboa (século xvi)<br />
Substratos sociais do sagrado festivo<br />
Uma aproximação antropológica.............................................................................. 57<br />
Alfredo Teixeira<br />
Este ensaio situa-se no quadro de um projecto de pesquisa mais amplo,<br />
que tem como objecto as «novas teorias da religião», tomando como ponto<br />
de partida a conceptualidade de Wittgenstein, Eliade, Certeau, Bourdieu,<br />
Legendre e Girard. Propõe-se uma caracterização antropológica do sagrado<br />
festivo a partir de três substratos sociais: a organização da memória social,<br />
a regeneração social, a construção simbólica da colectividade.<br />
Palavras-chave: Festa, Ritual, Sagrado, Religião, Teoria da religião<br />
Há <strong>festa</strong> na família… Contributos da psicologia para o estudo<br />
de rotinas, tradições, celebrações e rituais familiares.............................................73<br />
Helena Rebelo Pinto & Maria Teresa Ribeiro<br />
Apresenta-se uma revisão da literatura respeitante ao estudo de rotinas, tradições,<br />
celebrações e rituais, tomando a Família como enquadramento sociológico<br />
e os modelos de funcionamento familiar como referência conceptual.<br />
Nomeadamente, o paradigma do Ciclo de Vida Familiar (Carter & McGoldrick,<br />
2001), através dos seus conceitos fundamentais, proporciona uma<br />
fundamentação teórica adequada à análise do tema Festa, às suas tipologias,<br />
bem como à sua natureza e significado para a Família.<br />
Do percurso conceptual seguido ressalta a importância do grupo familiar<br />
como referencial situacional adequado e útil para a compreensão do conceito<br />
de Festa, facilitando também também a análise das suas múltiplas formas<br />
de expressão, culturalmente enraizadas. Por fim, emerge a importância
Editorial | 7<br />
da função desenvolvimental da Festa para a Família e para cada um dos seus<br />
membros, constituindo-se, por isso, como um desafio à acção educativa,<br />
social e terapêutica.<br />
Palavras-chave: Família; Festa; Rotinas; Tradições; Celebrações; Rituais familiares<br />
O Carnaval na ilha Terceira........................................................................................ 87<br />
luiz fagundes duarte<br />
O Carnaval na ilha Terceira tem características que o distinguem no contexto<br />
açoriano, nacional e internacional: os folguedos tradicionalmente atribuídos a<br />
este período do ano têm vindo a ser, progressivamente, substituídos por representações<br />
teatrais combinadas com música e dança, que envolvem quase toda<br />
a população da ilha. Estas representações são designadas como «danças», que<br />
na sua vertente satírica são denominadas «bailhinhos», e não se inscrevem na<br />
categoria de folclore. Os textos, as músicas e as coreografias são da autoria<br />
dos participantes, sendo os textos, sempre originais e motivados por acontecimentos<br />
da actualidade, compostos em versos rimados de redondilha maior,<br />
frequentemente encomendados a poetas populares. A origem deste fenómeno<br />
da cultura popular remonta provavelmente ao século xvi, e radica no<br />
teatro ibérico representado nas naus que cruzavam o Atlântico ao longo dos<br />
séculos xvi-xviii, podendo ser nele identificados alguns traços que o ligam<br />
ao circuito transatlântico da escravatura e da produção do açúcar, e a algumas<br />
tradições coreográficas e dramatúrgicas do Nordeste brasileiro.<br />
Palavras-chave: Atlântico, Carnaval, Dança, Teatro ibérico, Teatro popular<br />
O mundo dos mortos no quotidiano dos vivos: celebrar a morte<br />
nas Misericórdias portuguesas da época moderna................................................101<br />
Maria Marta Lobo de Araújo<br />
O nosso trabalho analisa as celebrações da morte nas Misericórdias portuguesas<br />
da idade moderna, destacando o papel ocupado pelos mortos no<br />
quotidiano dos vivos. Estudamos as práticas mortuárias e os mecanismos<br />
desencadeados por estas instituições para alcançar a salvação, demonstrando<br />
o peso da morte no reino dos vivos.<br />
Palavras-chave: Caridade, Celebrações, Morte, Misericórdias<br />
A emergência da rádio e a vulgarização do entretenimento no lar...................115<br />
nelson ribeiro<br />
O artigo analisa as alterações introduzidas na vida quotidiana pela emergência<br />
da rádio: o primeiro meio de comunicação a entrar no interior dos<br />
lares. Coincidindo com uma necessidade de comodização do lazer, nos anos
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20 e 30 do século passado, a radiodifusão foi responsável por mudanças<br />
nas formas de organização familiar e social, levando o entretenimento – até<br />
então confinado a espaços públicos – até ao seio da vida familiar. Além de<br />
conferir dimensão nacional a acontecimentos locais, na primeira metade do<br />
sé culo xx, as estações de rádio deram igualmente um importante contributo<br />
para a promoção da identidade nacional em diversos países. Tal ficou a dever-<br />
-se, sobretudo, à capacidade de agregar um número elevado de ouvintes,<br />
o que foi possível com a implementação de estratégias de programação<br />
baseadas na transmissão de conteúdos de índole popular, contribuindo decisivamente<br />
para a afirmação da cultura de massas.<br />
Palavras-chave: Comodização do lazer, <strong>Cultura</strong> de massas, Entretenimento, Estado<br />
Novo, Rádio<br />
Formas emergentes da quotidianização da <strong>festa</strong>....................................................133<br />
mário f. lages<br />
O presente texto pretende entender alguns fenómenos sociais emergentes<br />
– fast feasts, subway parties, flash mobs, zombie walks, free hugs, quase todos<br />
surgidos em países de língua inglesa, mas presentes em todas as sociedades –<br />
no quadro de uma teoria da quotidianização da <strong>festa</strong>, segundo a qual, as classes<br />
urbanas mais afluentes, libertas das tarefas da produção de bens materiais,<br />
na sua função de agentes da transformação cultural, não se cansam de inventar<br />
novas formas festivas de lazer. Na impossibilidade de dar conta de todos<br />
os factos e circunstâncias que favoreceram o seu desenvolvimento, privilegiam-se<br />
os eventos de maior impacto e visibilidade sociais, muitas vezes porque<br />
estranhos e provocatórios. Tenta-se igualmente perceber em que medida<br />
alguns destes fenómenos começam a ritualizar-se, o que permite entrever o<br />
modo como os comportamentos se codificam e as culturas se transformam<br />
e estruturam.<br />
Palavras-chave: Fenómenos emergentes, Quotidianização da <strong>festa</strong>, Classes urbanas<br />
afluentes, Mudança e estruturação culturais<br />
entrevista........................................................................................................................... 155<br />
Entrevista a Richard Grusin...................................................................................... 157<br />
diana gonçalves
| 9<br />
recensões........................................................................................................................... 171<br />
Isabel Capeloa Gil (org.), Identidade Europeia – Identidades na Europa<br />
(Peter Hanenberg)<br />
Richard Grusin, Premediation: Affect and Mediality after 9/11<br />
(Ana Fabíolo Maurício)<br />
montra de livros............................................................................................................... 179<br />
teses defendidas.............................................................................................................. 185<br />
agenda................................................................................................................................ 191<br />
abstracts............................................................................................................................. 195<br />
próximos números........................................................................................................... 201<br />
normas para o envio de artigos e recensões............................................................. 206
Este número foi coordenado por
Editorial<br />
A Festa<br />
ARTUR Teodoro de Matos | Mário F. Lages | Roberto Carneiro *<br />
Entendeu o Centro de Estudos de Comunicação e <strong>Cultura</strong> (CECC), em colaboração<br />
com o Centro de Estudos de Povos e <strong>Cultura</strong>s de Expressão Portuguesa<br />
(CEPCEP), ambos da Faculdade de Ciências Humanas da UCP, consagrar este<br />
volume da revista Comunicação e <strong>Cultura</strong> à temática da «<strong>festa</strong>», dada a sua relevância<br />
no quotidiano da sociedade. A temática é, aliás, transversal a quase todos<br />
os acontecimentos da vida humana, interessando à literatura, às artes e às ciências<br />
humanas em geral. Esta simbiose encontrou expressão superlativa em obras de<br />
carácter universal.<br />
Fiesta foi, emblematicamente, o título dado por Ernest Hemingway ao seu<br />
primeiro grande romance, publicado em 1926 aos 27 anos de idade. Embora o livro<br />
tenha aparecido sob o nome comercial The Sun Also Rises, Hemingway sempre<br />
falou desta sua obra nomeando-a pelo título inicial, da clara preferência pessoal do<br />
Nobel da Literatura. Fiesta, que deve o seu nome ao relato vivo de uma colorida<br />
corrida de touros em Pamplona, é uma impactante obra literária que viria a modificar<br />
os estilos e a influenciar decisivamente as modas da época.<br />
_______________<br />
* Professores da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e membros da<br />
Direcção do Centro de Estudos dos Povos e <strong>Cultura</strong>s de Expressão Portuguesa da mesma Faculdade.
12 | Artur Teodoro de Matos | Mário F. Lages | Roberto Carneiro<br />
A <strong>festa</strong> está indeclinavelmente associada à contingência humana e à sua incontornável<br />
pulsão comunitária. Na alegria como na tragédia, na vida como na morte,<br />
na efeméride como na elegia, a <strong>festa</strong> celebra o mistério humano da ciclicidade, o<br />
retorno geracional, o memorial do tempo e a sua inexorável passagem. Festa é,<br />
pois, o saborear dos acontecimentos determinantes da história pessoal e em sociedade:<br />
marcadora de tempos, metrónomo de ritmos, filtro de memórias, celebração<br />
de enlaces, expressão de afectos. O sabor e o aroma da vida, assim como a sua<br />
inexorável finitude, estão indissociavelmente coligados com momentos festivos.<br />
No fundo, é a certeza desta contingente condição que nos torna, a nós, humanos,<br />
adictos à <strong>festa</strong>, embriagados porventura pela ilusória convicção de que ela nos permite<br />
tocar a eternidade.<br />
A tentativa constante de introduzir a precariedade da vida num sentido mais<br />
pleno e duradouro tem sido, de resto, o propósito de todas as culturas que na <strong>festa</strong><br />
se perpetuam, por um lado, e se refazem, por outro: na exaltação do gesto, mas na<br />
certeza de que ela é insustentável, e que ao fim do dia ou da noite de folia e esquecimento<br />
o tempo comum espreita na anodinia do trabalho cansativo e nas emoções<br />
que já não têm a sustentá-las a transgressão sem pejo nem peias.<br />
Mas o tempo reflui e logo outra <strong>festa</strong> se anuncia, e a imaginação trabalha noutras<br />
formas de evitar a rotina, sonhando que a próxima libertação será plena e definitiva,<br />
como se a felicidade fosse uma coisa que se encontrasse ao rodar da esquina,<br />
logo após o baile ou o arraial, a discoteca ou a viagem de fim de curso. De facto,<br />
estando um número cada vez maior de pessoas libertas das tarefas produtivas e<br />
dedicadas à produção cultural, têm vindo a ser disponibilizadas novas formas de<br />
festividade a todo o tempo e em qualquer lugar. E todos delas desfrutam, ricos e<br />
pobres, citadinos e rurais – embora para as classes afluentes as instâncias festivas<br />
sejam mais variadas e esplendorosas, e quase quotidianas. O mundo converteu-se<br />
num festival de desporto, de viagens e de contestação, oferecendo divertimento<br />
para todas as bolsas e gostos.<br />
Neste quadro genérico de reflexões foram agrupados no presente volume<br />
vários e valiosos estudos, elaborados por autores que ao longo dos seus percursos<br />
académicos dedicaram algum tempo à reflexão sobre o tema: Joaquim Teixeira<br />
estuda a <strong>festa</strong> como forma de identidade; Ana Isabel Buescu analisa e interpreta o<br />
seu significado simbólico e ritual nas diversas celebrações ao longo da época quinhentista;<br />
Alfredo Teixeira, numa aproximação antropológica, indaga os substratos<br />
sociais do sagrado festivo; Helena Rebelo Pinto e Maria Teresa Ribeiro posicionam<br />
e explicam a importância da <strong>festa</strong> na família; Luiz Fagundes Duarte descreve os<br />
festejos carnavalescos na ilha Terceira; Marta Araújo descreve os rituais da morte<br />
na época moderna, na perspectiva das Misericórdias portuguesas, apontando os
Editorial | 13<br />
seus objectivos; Nelson Ribeiro observa a importância da rádio no entretenimento<br />
familiar; e, por fim, Mário Lages reflecte sobre o significado de vários tipos de festividades<br />
ou quase-festividades hoje emergentes.<br />
Em todas estas abordagens se fazem análises que muito enriquecem o conhecimento<br />
científico da <strong>festa</strong> e ajudam à melhor compreensão do seu significado.<br />
Certamente muito contribuirão para que ela continue a ser cada vez mais estudada.<br />
A nossa gratidão a todos os que puderam ajudar-nos nesta grande reflexão sobre<br />
a «Festa».<br />
Lisboa, Junho de 2010