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carbono - conforme descrito na abnt nbr 7024 - AEA – Associação ...

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AVALIAÇÃO DO MÉTODO DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEL VIA BALANÇO DE<br />

CARBONO - CONFORME DESCRITO NA ABNT NBR <strong>7024</strong> - E UMA NOVA<br />

PROPOSTA<br />

FUEL CONSUMPTION METHOD EVALUATION THROUGH CARBON BALANCE: AN<br />

OVERVIEW OF ABNT NBR <strong>7024</strong> AND A NEW PROPOSAL<br />

Rafael Gonçalves Monteiro 1 , Akira Luiz Nakamura 1 e José Roberto C. Machado 1<br />

1 FPT Powertrain Technologies<br />

E-mails: rafael.monteiro@br.fptpowertrain.com, akira.luiz@br.fptpowertrain.com,<br />

jose.roberto@br.fptpowertrain.com<br />

RESUMO<br />

A preocupação com o meio ambiente e o uso racio<strong>na</strong>l e sustentável das fontes energéticas<br />

tor<strong>na</strong>-se cada vez mais relevante e freqüente nos debates em fóruns mundiais sobre<br />

sustentabilidade, fazendo-se necessário mensurar o uso da energia. Seguindo as tendências<br />

globais, o Instituto Nacio<strong>na</strong>l de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro),<br />

em parceria com o Programa Nacio<strong>na</strong>l de Racio<strong>na</strong>lização do Uso dos Derivados do Petróleo e<br />

do Gás Natural (Conpet) lançaram no dia 7 de novembro de 2008, o Programa Brasileiro de<br />

Etiquetagem Veicular. O Programa consiste em classificar os veículos, de uma determi<strong>na</strong>da<br />

categoria, quanto ao seu consumo energético em cinco faixas de A a E. Tal consumo é<br />

mensurado de acordo com a ABNT NBR <strong>7024</strong>:2006 - Veículos rodoviários automotores leves<br />

– Medição do Consumo de Combustível – Método de Ensaio. A fim de aprimorar a<br />

metodologia de ensaio, apresenta-se um estudo pormenor do método de consumo de<br />

combustível através do balanço de <strong>carbono</strong>, item 6.3 da norma, e uma nova proposta sobre a<br />

interpretação da fórmula, desenvolvida sobre os fundamentos científicos do balanço de<br />

massas atômico. Para corroborar o estudo, foram realizados ensaios com álcool etílico<br />

hidratado e o respectivo consumo calculado <strong>conforme</strong> a fórmula vigente e <strong>conforme</strong> a<br />

proposta. Os resultados foram satisfatórios e conclusivos indicando, portanto, para qual<br />

vertente a metodologia de cálculo do consumo de combustível, via balanço de <strong>carbono</strong>,<br />

deverá seguir.<br />

Palavras-chave: Medição de consumo. Balanço de <strong>carbono</strong>. Programa Brasileiro de<br />

Etiquetagem Veicular.<br />

INTRODUÇÃO<br />

Iniciativas a fim de melhorar a eficiência energética em veículo automotor vêm tomando<br />

destaque no cenário mundial, principalmente devido ao fato deste item estar diretamente<br />

ligado às emissões de dióxido de <strong>carbono</strong> (CO 2 ), um dos gases advindo de fontes


antropogênicas tido como principal responsável pelo aquecimento global. Os sistemas de<br />

controle motor para controle de emissão não tem como objetivo principal reduzir as emissões<br />

de CO 2 , dessa forma, somente a concepção de veículos mais econômicos permite a redução<br />

das emissões de dióxido de <strong>carbono</strong>. Outras vantagens de veículos mais eficientes é a redução<br />

da dependência dos combustíveis fósseis, economia de dinheiro para o consumidor e, em<br />

conjunto com os bicombustíveis, aumentarem o uso sustentável da energia. Assim sendo, o<br />

Inmetro e o Conpet seguindo as tendências globais lançaram no dia 7 de novembro de 2008, o<br />

Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular com o objetivo de classificar os veículos, de<br />

uma determi<strong>na</strong>da categoria, quanto ao seu consumo energético em cinco faixas de A a E.<br />

Portanto, o objetivo desse trabalho é a<strong>na</strong>lisar a interpretação do método para medição de<br />

consumo de combustível através do balanço de <strong>carbono</strong> <strong>descrito</strong> no item 6.3 da norma ABNT<br />

NBR <strong>7024</strong>:2006 [1].<br />

1. DEDUÇÃO TEÓRICA DO BALANÇO DE MASSAS ATÔMICO<br />

A seguir é apresentada uma breve revisão conceitual sobre balanço de massas e a dedução do<br />

balanço de massas atômico em um sistema motor.<br />

1.1. Conceitos básicos de balanço de massas<br />

O balanço de massas (ou material) de qualquer espécie é fundamentado <strong>na</strong> lei de<br />

conservação da massa, que estabelece que a massa não pode ser criada nem destruída<br />

(exceto <strong>na</strong>s reações nucleares). Balanços de massas são usados largamente em análises de<br />

engenharia, por exemplo, para cálculos de reatores, análise de processos e, neste estudo,<br />

cálculo do consumo de combustível a partir da análise dos gases de escape. Os balanços<br />

de massas podem ser resumidos em três tipos básicos, <strong>conforme</strong> a seguir [2].<br />

• Extensões de reação<br />

Mais conveniente para problemas de equilíbrio químico e <strong>na</strong>s ocasiões em que é usado um<br />

software para resolver as equações.<br />

• Balanços de espécies moleculares<br />

Requerem cálculos mais complexos e devem ser usados ape<strong>na</strong>s para sistemas simples<br />

envolvendo uma única reação.<br />

• Balanços de espécies atômicas<br />

Geralmente conduzem a soluções mais diretas, especialmente quando acontece mais de<br />

uma reação química.<br />

Conforme as definições acima, o melhor método para avaliarmos nosso problema é<br />

através do balanço de massas atômico.<br />

O balanço de uma quantidade conservada (massa total, massa de uma espécie particular,<br />

energia, momento) em um sistema (unidade ou unidades de processo) pode ser escrito <strong>na</strong><br />

seguinte forma geral:<br />

entrada + geração − saída − consumo =<br />

(entra através<br />

das fronteiras do<br />

sistema)<br />

(produzido<br />

dentro<br />

do sistema)<br />

(sai através<br />

das fronteiras do<br />

sistema)<br />

(consumido<br />

dentro do<br />

sistema)<br />

acúmulo<br />

(acumula-se<br />

dentro do<br />

sistema)<br />

Figura 1. Balanço geral de uma quantidade qualquer conservada.


Considerando o sistema motor operando em processo contínuo (em estado transiente), o<br />

balanço geral de uma quantidade qualquer se resume <strong>na</strong> seguinte forma:<br />

entrada = saída<br />

Figura 2. Balanço de uma quantidade conservada para um processo contínuo.<br />

1.2. O balanço de massas atômico para um sistema motor<br />

Podemos aproximar o modus operandi do motor em um ciclo de condução como um<br />

processo contínuo operando em estado transiente. Dessa forma, o balanço de massas<br />

atômico para o <strong>carbono</strong> é da forma mais simples, ou seja, a entrada é igual à saída. A<br />

figura 3 exemplifica esse balanço <strong>na</strong> combustão inter<strong>na</strong>.<br />

VC<br />

THC<br />

mTHC<br />

F<br />

(l/km)<br />

%Vgas<br />

%VETOH<br />

%VH2O = 1 – %Vgas - %VETOH<br />

CO<br />

mCO<br />

CO2<br />

mCO2<br />

Entrada → Combustão → Saída<br />

Figura 3. Volume de controle para o sistema motor durante o processo de combustão.<br />

Na figura 3 seja F (em litros/km) a quantidade total de combustível utilizado em um<br />

determi<strong>na</strong>do espaço de tempo (ou uma distância percorrida), F é composto por gasoli<strong>na</strong> A<br />

e/ou etanol anidro e/ou água, e seja %V gas , %V ETOH e %V H2O a fração volumétrica<br />

(%V/V) de cada componente <strong>na</strong> mistura total.<br />

Ressalta-se que para a solução do balanço de <strong>carbono</strong>, considera-se o combustível como<br />

uma mistura de três componentes, por exemplo, para uma mistura 50-50% V/V de<br />

gasoli<strong>na</strong> tipo C e AEHC, considera-se o combustível composto como uma mistura de três<br />

componentes, <strong>conforme</strong> exibido <strong>na</strong> figura 4.


2,15%<br />

58,85%<br />

39,00%<br />

Gasoli<strong>na</strong> A<br />

Etanol<br />

Água<br />

Figura 4. Fração volumétrica para uma mistura 50-50% V/V de uma mistura gasoli<strong>na</strong> tipo C e<br />

AEHC.<br />

A parir desse ponto, se tem subsidio necessário para desenvolver o balanço de massas para<br />

o referido volume de controle. Portanto, temos:<br />

⎛ % Vgas<br />

⎞ ⎛ % VETOH<br />

⎞<br />

⎜ F ⎟<br />

⋅<br />

100<br />

⋅ d gas f gas + ⎜ F ⋅ ⎟ ⋅ d ETOH f<br />

⎝ ⎠ ⎝ 100 ⎠<br />

⎡%<br />

Vgas<br />

% VETOH<br />

⎤<br />

F ⋅ ⎢ d gas f gas + d ETOH f ETOH ⎥ = f<br />

⎣ 100<br />

100<br />

⎦<br />

0,8656 ⋅ mTHC<br />

+ 0,4288 ⋅ mCO<br />

+ 0,2729 ⋅ m<br />

F =<br />

% Vgas<br />

100 ⋅ d gas f gas + % VETOH<br />

100 ⋅ d ETOH f<br />

Multiplicando e dividindo por 100km temos,<br />

0,8656 ⋅ mTHC<br />

+ 0,4288 ⋅ mCO<br />

+ 0,2729 ⋅ m<br />

F =<br />

% V 100 ⋅ d 0,8656 + % V 100 ⋅d<br />

gas<br />

gas<br />

Análise Dimensio<strong>na</strong>l :<br />

ETOH<br />

ETOH<br />

gas<br />

CO2<br />

ETOH<br />

l 100km<br />

⎡ l ⎤<br />

⋅ = 100 ⋅<br />

km 100km<br />

⎢100km⎥<br />

⎣ ⎦<br />

⋅ m<br />

ETOH<br />

⋅ m<br />

2 ⎛100km<br />

⎞<br />

⋅ ⎜ ⎟<br />

0,5214 ⎝100km<br />

⎠<br />

CO<br />

=<br />

f<br />

gas<br />

THC<br />

⋅ m<br />

+<br />

f<br />

THC<br />

CO<br />

+<br />

f<br />

CO<br />

CO<br />

+<br />

⋅ m<br />

f<br />

CO<br />

CO 2<br />

+<br />

⋅ m<br />

f<br />

CO 2<br />

CO2<br />

⋅ m<br />

Eq. (1)<br />

CO2<br />

C = F ⋅100<br />

sendo<br />

[ F]<br />

[ C]<br />

f<br />

i<br />

l km<br />

l 100km<br />

m<br />

m<br />

[ d ] = g / L<br />

i<br />

=<br />

=<br />

=<br />

C<br />

i<br />

Eq. (2)<br />

em que<br />

mC<br />

é a massa molar do <strong>carbono</strong>,<br />

mi<br />

é a massa molar da substância i e<br />

di<br />

é a<br />

massa específica da substância i.<br />

Substituindo a equação 2 <strong>na</strong> equação 1, simplificamos a fórmula <strong>conforme</strong> a equação 3.


0,8656 ⋅ mTHC<br />

+ 0,4288⋅<br />

mCO<br />

+ 0,2729 ⋅ mCO<br />

2<br />

C =<br />

⋅100<br />

Eq. (3)<br />

% V 100 ⋅ d 0,8656 + % V 100 ⋅d<br />

0,5214<br />

gas<br />

gas<br />

ETOH<br />

ETOH<br />

2. PROPOSTA DO NOVO MÉTODO E RESULTADOS<br />

A gasoli<strong>na</strong> tipo A especificada pela Resolução ANP nº 6 de 24 de fevereiro de 2005<br />

determi<strong>na</strong> a faixa de massa específica desse combustível a 20ºC entre 719,5 a 757,9 kg/m 3 ,<br />

conseqüentemente, o valor médio é igual a 738,7 kg/m 3 . A massa específica do etanol anidro<br />

a 20ºC é igual a 789,4 kg/m 3 . Substituindo esses valores <strong>na</strong> equação 3, se obtém a equação 4,<br />

sendo esta uma fórmula mais exata para o cálculo de combustível via o método de balanço de<br />

<strong>carbono</strong>.<br />

0,8656 ⋅ mTHC<br />

+ 0,4288⋅<br />

mCO<br />

+ 0,2729 ⋅ mCO<br />

C =<br />

2<br />

⋅100<br />

Eq. (4)<br />

6,3942 ⋅ % V + 4,1159 ⋅ % V<br />

gas<br />

ETOH<br />

O método vigente, item 6.3 da NBR <strong>7024</strong>:2006, é o apresentado <strong>na</strong> equação 5.<br />

0,8656 ⋅ mTHC<br />

+ 0,4288⋅<br />

mCO<br />

+ 0,2729 ⋅ mCO<br />

2<br />

C = ⋅ ( 100 + % VH<br />

2O<br />

)<br />

Eq. (5)<br />

% V ⋅ 6,4487 + % V ⋅ 4,1102<br />

gas<br />

ETOH<br />

A diferença básica entre o método atual e o método proposto está no termo % VH<br />

2 O , no qual é<br />

desnecessário. Outra mudança foi a adequação das constantes 6,4487 e 4,1102 para 6,3942 e<br />

4,1159, respectivamente, visando aproximar a realidade da equação ao combustível brasileiro.<br />

Apesar da equação 4 ser desenvolvida sob os fundamentos físico-químicos, procede-se com<br />

alguns testes para corroborar sua validade e melhor exatidão quanto utilizada em substituição<br />

da equação 5.<br />

A fim de intensificar o erro ocasio<strong>na</strong>do ao se utilizar a equação 5 ao invés da equação 4,<br />

fizeram-se seis testes com uma mistura de <strong>AEA</strong>C e água deionizada, aproximadamente,<br />

85ºGL. (%V/V) e mais oito testes com AEHC, totalizando quatorze ensaios realizados no<br />

ciclo de condução FTP-75. O consumo de combustível foi medido simultaneamente via o<br />

método balanço de <strong>carbono</strong>, via o método volumétrico e via o método gravimétrico, ambos<br />

normatizados pela NBR <strong>7024</strong>:2006, e pela proposta (equação 4). Os resultados estão<br />

sumarizados <strong>na</strong>s figura 5 e 6.<br />

Ao a<strong>na</strong>lisar as figuras 5 e 6, podemos inferir que o método BC (item 6.3 da NBR <strong>7024</strong>:2006)<br />

apresenta um padrão de comportamento diferente dos demais, portanto, pode-se testar a<br />

hipótese se pelo menos uma das médias desses dados é diferente. Assim sendo, seja o<br />

seguinte teste de hipóteses [3]:<br />

H 0 : μ BC = μ Grav = μ Vol = μ BCFPT<br />

H 1 : Pelo menos um caso contrário<br />

em que μ é a média dos ensaios calculados <strong>conforme</strong> a NBR <strong>7024</strong>:2006 e a equação 4 deste<br />

trabalho.<br />

Para o combustível de teste álcool 85°GL., tem-se o seguinte resultado:


One-way ANOVA: Consumo versus Método<br />

Source DF SS MS F P<br />

Metodo 3 3,93780 1,31260 172,99 0,000<br />

Error 20 0,15176 0,00759<br />

Total 23 4,08955<br />

S = 0,08711 R-Sq = 96,29% R-Sq(adj) = 95,73<br />

Individual 95% CIs For Mean Based on<br />

Pooled StDev<br />

Level N Mean StDev ------+---------+---------+---------+---<br />

BC 6 6,4913 0,0970 (-*--)<br />

BCFPT 6 7,4902 0,0836 (--*-)<br />

Grav 6 7,3665 0,0572 (--*-)<br />

Vol 6 7,4063 0,1033 (--*-)<br />

------+---------+---------+---------+---<br />

6,60 6,90 7,20 7,50<br />

Pooled StDev = 0,0871<br />

Conclui-se que há uma forte evidência amostral para se rejeitar a hipótese nula, P-valor menor<br />

que 0,0005, a um nível de 5% de significância, ou seja, pelo menos uma das médias é<br />

diferente das demais.<br />

7,75<br />

7,50<br />

Autonomia (km/L)<br />

7,25<br />

7,00<br />

6,75<br />

6,50<br />

BC<br />

BCFPT<br />

Método<br />

Grav<br />

Vol<br />

Combustível: Álcool 85°GL.<br />

Figura 5. Diagrama de caixa para a autonomia em função do método de medição via balanço<br />

de <strong>carbono</strong> (BC), gravimétrico (Grav), volumétrico (Vol) e balanço de <strong>carbono</strong> proposto<br />

(BCFPT).<br />

Para o combustível de teste AEHC, temos:<br />

One-way ANOVA: Consumo versus Método<br />

Source DF SS MS F P<br />

Método 3 0,4674 0,1558 7,11 0,001<br />

Error 28 0,6134 0,0219


Total 31 1,0808<br />

S = 0,1480 R-Sq = 43,24% R-Sq(adj) = 37,16%<br />

Individual 95% CIs For Mean Based on<br />

Pooled StDev<br />

Level N Mean StDev ------+---------+---------+---------+---<br />

BC 8 7,3655 0,1445 (------*------)<br />

BCFPT 8 7,7013 0,1510 (------*-------)<br />

Grav 8 7,5463 0,1570 (------*------)<br />

Vol 8 7,5888 0,1389 (------*------)<br />

------+---------+---------+---------+---<br />

7,35 7,50 7,65 7,80<br />

Pooled StDev = 0,1480<br />

Conclui-se que há uma forte evidência amostral para se rejeitar a hipótese nula, P-valor igual<br />

a 0,001, a um nível de 5% de significância, ou seja, pelo menos uma das médias é diferente<br />

das demais.<br />

8,1<br />

8,0<br />

7,9<br />

Autonomia (km/L)<br />

7,8<br />

7,7<br />

7,6<br />

7,5<br />

7,4<br />

7,3<br />

7,2<br />

BC<br />

BCFPT<br />

Método<br />

Grav<br />

Vol<br />

Combustível: AEHC<br />

Figura 6. Diagrama de caixa para a autonomia em função do método de medição via balanço<br />

de <strong>carbono</strong> (BC), gravimétrico (Grav), volumétrico (Vol) e balanço de <strong>carbono</strong> proposto<br />

(BCFPT).<br />

Excluindo os dados de consumo calculados <strong>conforme</strong> o balanço de <strong>carbono</strong> (BC), item 6.3 da<br />

NBR <strong>7024</strong>:2006, e re-calculando as análises de variância não há mais evidência amostral para<br />

se rejeitar a hipótese nula a um nível de 5% de significância, ou seja, os métodos para cálculo<br />

de consumo serão equivalentes. Os valores P foram iguais a 0,059 para ensaio com<br />

combustível álcool 85°GL. e 0,124 para ensaio com combustível AEHC.


Por conseguinte, o resultado de consumo mensurado via a equação 4 desse resumo apresenta<br />

maior exatidão comparada ao resultado calculado via o balanço de <strong>carbono</strong> da NBR<br />

<strong>7024</strong>:2006, destarte, sugere-se a adoção dessa nova equação em substituição da atual.<br />

3. CONSIDERAÇÕES<br />

É relevante ressaltar que o método de consumo de combustível via balanço de <strong>carbono</strong> é um<br />

método de medição indireta i.e., a partir da análise dos gases de escape chega-se ao consumo<br />

de combustível. Entretanto, devido à complexidade dos sistemas físicos estudados, algumas<br />

aproximações são feitas para facilitar os cálculos, porém, sem perda de qualidade do<br />

resultado. As aproximações basicamente são:<br />

• Para o cálculo das massas de hidrocarbonetos (<br />

m i ) calculadas <strong>conforme</strong> ABNT NBR<br />

6601:2005 considera-se os gases de escape com comportamento dos gases ideais [4];<br />

• Para a gasoli<strong>na</strong> tipo A considera uma relação média de <strong>carbono</strong>/hidrogênio igual a 1:1,85;<br />

• Considera-se uma densidade média da gasoli<strong>na</strong> A a 20°C;<br />

• A mistura de combustíveis é considerada como solução ideal i.e., não há contração nem<br />

expansão de volume ao se misturar, por exemplo, AEHC com gasoli<strong>na</strong> C;<br />

• Outros gases não são considerados no cálculo, por exemplo, formaldeído e acetaldeído ou<br />

qualquer outro produto da combustão que contenha <strong>carbono</strong>.<br />

CONCLUSÃO<br />

Os resultados obtidos indicam que é necessário substituir a metodologia vigente para o<br />

cálculo de consumo de combustível via balanço de <strong>carbono</strong> pela proposta apresentada <strong>na</strong><br />

equação 4. Para desenvolver o balanço de massas atômico, fez-se uso de algumas<br />

aproximações, entretanto, sem perda de qualidade nos resultados, fato esse demonstrado pelos<br />

testes estatísticos no qual conduziram a falhar em rejeitar a hipótese de que as médias dos<br />

resultados, obtidas através dos diferentes métodos de cálculo, sejam iguais. Os testes<br />

estatísticos indicam que o balanço de <strong>carbono</strong> proposto, o método gravimétrico e o método<br />

volumétrico são equivalentes, além desse fato, ambos os métodos apresentam variabilidades<br />

semelhantes. Neste estudo considerou-se somente o uso do álcool como combustível, já que<br />

era a parcela % VH<br />

2 O que ocasio<strong>na</strong>va o maior erro, em torno de 4% <strong>na</strong> autonomia de<br />

combustível quando se utiliza AEHC, para a gasoli<strong>na</strong> C esse termo é zero e as duas equações<br />

(eq. 4 e eq. 5) praticamente se igualam com exceção das constantes atuais 6,4487 e 4,1102.<br />

Enfim, a proposta de cálculo apresentada <strong>na</strong> equação 4 conduz a resultados mais exatos de<br />

consumo de combustível em comparação com a atual fórmula do item 6.3 da NBR<br />

<strong>7024</strong>:2006.<br />

ABREVIAÇÕES<br />

ºGL.<br />

ABNT<br />

<strong>AEA</strong>C<br />

AEHC<br />

ANOVA<br />

ANP<br />

Graus Gay Lussac «fração em volume»<br />

Associação Brasileira de Normas Técnicas<br />

Álcool etílico anidro combustível<br />

Álcool etílico hidratado combustível<br />

A<strong>na</strong>lysis of variance<br />

Agência Nacio<strong>na</strong>l do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis


CO 2<br />

Conpet<br />

FTP-75<br />

Gasoli<strong>na</strong> A<br />

Gasoli<strong>na</strong> C<br />

Inmetro<br />

Dióxido de <strong>carbono</strong><br />

Programa Nacio<strong>na</strong>l de Racio<strong>na</strong>lização do Uso dos Derivados do Petróleo e do<br />

Gás Natural<br />

US EPA Federal Test Protocol<br />

Gasoli<strong>na</strong> padrão sem adição de <strong>AEA</strong>C<br />

Gasoli<strong>na</strong> padrão com adição de (22±1)% em volume de <strong>AEA</strong>C<br />

Instituto Nacio<strong>na</strong>l de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial<br />

REFERÊNCIAS<br />

[1] ABNT NBR <strong>7024</strong>:2006 - Veículos rodoviários automotores leves – Medição do<br />

consumo de combustível – Método de Ensaio.<br />

[2] FELDER, Richard M.; ROUSSEAU, Ro<strong>na</strong>ld W. Elementary Principles of Chemical<br />

Processes. John Wiley & Sons, Inc. 3 rd edition. 2000.<br />

[3] MONTGOMERY, Douglas C.; RUNGER, George C. Applied Statistics and Probability<br />

for Engineers. John Wiley & Sons, Inc. 2 nd edition. 1999.<br />

[4] ABNT NBR 6601:2005 - Veículos rodoviários automotores leves - Determi<strong>na</strong>ção de<br />

hidrocarbonetos, monóxido de <strong>carbono</strong>, óxidos de nitrogênio, dióxido de <strong>carbono</strong> e<br />

material particulado no gás de escapamento.

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