Nathan Rosenberg â Por Dentro da Caixa Preta Tecnologia e ...
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Miolo_08_<strong>Caixa</strong> preta 19/6/06 2:42 PM Page 7<br />
PREFÁCIO<br />
O objetivo central deste livro pode ser enunciado de forma simples.<br />
<strong>Por</strong> muito tempo os economistas têm tratado os fenômenos tecnológicos<br />
como eventos acontecendo no interior de uma caixa-preta.<br />
Reconheceram, é claro, que esses eventos têm conseqüências econômicas<br />
significativas, e na ver<strong>da</strong>de devotaram um considerável esforço<br />
e engenho para rastrear, e até mesmo mensurar, algumas dessas conseqüências.Apesar<br />
disso, a classe dos economistas acatou um tanto rigorosamente<br />
uma regra auto-imposta de não se interrogar muito seriamente<br />
sobre o que acontece nessa caixa.<br />
O propósito deste livro é abrir e examinar o conteúdo <strong>da</strong> caixa-preta<br />
à qual a mu<strong>da</strong>nça tecnológica foi consigna<strong>da</strong> pelos economistas.Acredito<br />
que, agindo dessa forma, será possível esclarecer consideravelmente<br />
alguns importantes problemas econômicos. Isto<br />
porque as características específicas de certas tecnologias possuem ramificações<br />
no campo dos fenômenos econômicos que não podem ser<br />
compreendi<strong>da</strong>s sem um exame minucioso de tais características.Tento<br />
mostrar, assim, nas páginas que seguem, como as características específicas<br />
de tecnologias individuais deram forma a alguns desenvol-<br />
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NATHAN ROSENBERG<br />
vimentos de grande interesse para os economistas: o ritmo de melhoria<br />
<strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de, a natureza do processo de aprendizagem subjacente<br />
à própria tecnologia, a rapidez <strong>da</strong> transferência tecnológica, e a<br />
eficácia <strong>da</strong>s políticas governamentais com as quais se pretende influenciar<br />
as tecnologias de maneiras particulares.<br />
Os vários capítulos do livro refletem uma preocupação primordial<br />
com alguns dos aspectos que distinguem as tecnologias industriais<br />
do século XX:a crescente dependência com relação à ciência,<br />
mas também a considerável sutileza e complexi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> dialética<br />
entre a ciência e a tecnologia; o rápido crescimento dos custos de desenvolvimento<br />
associados a novas tecnologias e os dois fenômenos<br />
estreitamente relacionados – o dos longos tempos de gestação e o do<br />
alto grau de incerteza tecnológica –, associados à exata previsão <strong>da</strong>s<br />
futuras características de desempenho <strong>da</strong>s tecnologias emergentes; a<br />
estrutura em mutação tanto <strong>da</strong>s relações intersetoriais como <strong>da</strong>quelas<br />
entre os fabricantes de bens de capital e seus eventuais usuários; e<br />
as características de uma tecnologia em mu<strong>da</strong>nça no decorrer de seu<br />
próprio ciclo de vi<strong>da</strong>. Ca<strong>da</strong> um dos capítulos <strong>da</strong> parte II representa<br />
uma tentativa de identificar algumas características significativas de<br />
tecnologias industriais avança<strong>da</strong>s específicas – ou do processo por<br />
meio do qual tais tecnologias emergiram e foram introduzi<strong>da</strong>s na<br />
economia. Os capítulos <strong>da</strong>s partes III e IV dão prosseguimento a esse<br />
exame contra o pano de fundo de uma preocupação com questões<br />
de políticas públicas e com as implicações <strong>da</strong> transferência tecnológica<br />
no contexto internacional.<br />
O livro começa por uma ampla revisão, na parte I, <strong>da</strong> literatura<br />
histórica sobre a mu<strong>da</strong>nça técnica. Essa revisão é uma tentativa de<br />
proporcionar um guia para um amplo conjunto de escritos, incluindo<br />
aqueles de alguns historiadores sociais e teóricos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, assim<br />
como os de economistas e historiadores econômicos, que lançam<br />
luz sobre a mu<strong>da</strong>nça tecnológica como fenômeno histórico. É desnecessário<br />
repisar dois pontos: (1) que a história passa<strong>da</strong> é uma fonte<br />
indispensável de informações para quem quer que se interesse em ca-<br />
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POR DENTRO DA CAIXA-PRETA<br />
racterizar as tecnologias, e (2) que tanto os determinantes como as<br />
conseqüências <strong>da</strong> inovação tecnológica levantam questões que vão<br />
muito além dos domínios geralmente atribuídos a economistas e historiadores<br />
econômicos. O primeiro capítulo discute alguns aspectos<br />
<strong>da</strong> conceituação <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça tecnológica e em segui<strong>da</strong> passa a considerar<br />
o que a literatura tem tido a dizer sobre (1) o ritmo <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça<br />
tecnológica, (2) as forças que influenciam sua direção, (3) a rapidez<br />
com que novas tecnologias se difundiram, e (4) o impacto <strong>da</strong><br />
mu<strong>da</strong>nça tecnológica sobre o crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de.<br />
Um capítulo separado é devotado a Marx. O impacto intelectual<br />
de Marx tem sido tão generalizado como para classificá-lo tanto<br />
como uma grande força social na história quanto como um intérprete<br />
externo <strong>da</strong> história. E ain<strong>da</strong> assim, muito curiosamente, meu argumento<br />
é que a análise de Marx <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça tecnológica abriu caminhos<br />
para o estudo dos domínios <strong>da</strong> tecnologia pelos quais,<br />
posteriormente, quase ninguém passou.<br />
A parte II constitui, sob importantes aspectos, o núcleo do livro.<br />
Ca<strong>da</strong> um de seus capítulos amplia uma argumentação a respeito de<br />
algumas características significativas <strong>da</strong>s tecnologias industriais, características<br />
essas normalmente suprimi<strong>da</strong>s em discussões sobre mu<strong>da</strong>nça<br />
tecnológica carentes de especifici<strong>da</strong>de histórica ou conduzi<strong>da</strong>s em<br />
contextos com altos níveis de agregação. O capítulo 3 explora uma<br />
varie<strong>da</strong>de de formas pouco visíveis de como os melhoramentos tecnológicos<br />
penetram na economia. Ca<strong>da</strong> uma dessas formas, argumenta-se,<br />
é importante na determinação <strong>da</strong>s conexões entre as inovações<br />
tecnológicas e o crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de que emana <strong>da</strong> inovação.<br />
O capítulo 4 considera explicitamente algumas características significativas<br />
de diferentes formas de energia. Nos anos 1970, na seqüência<br />
do embargo árabe do petróleo, tornou-se uma prática comum<br />
tratar a energia como alguma grandeza indiferencia<strong>da</strong>, exprimível em<br />
btus, e cujo uso é de interesse <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de minimizar. Esse capítulo<br />
examina algumas <strong>da</strong>s complexi<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s interações de longo prazo<br />
entre a mu<strong>da</strong>nça tecnológica e as fontes de energia. Ele enfatiza, em<br />
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NATHAN ROSENBERG<br />
particular, a freqüentemente imperfeita substitutivi<strong>da</strong>de entre fontes<br />
de energia em contextos industriais e a conseqüente subotimali<strong>da</strong>de<br />
dos critérios para sua utilização, que deixam de levar em conta as características<br />
específicas <strong>da</strong>s diferentes formas de energia.<br />
O capítulo 5,“Sobre as expectativas tecnológicas”, abor<strong>da</strong> uma<br />
questão de relevância comum para uma ampla varie<strong>da</strong>de de ramos<br />
industriais – de fato para todos os ramos que estejam experimentando<br />
ou com expectativas de experimentar taxas substanciais de aperfeiçoamento<br />
técnico. Meu argumento é de que uma toma<strong>da</strong> de decisão<br />
racional sobre a adoção de uma inovação requer cui<strong>da</strong>dosa<br />
consideração do que se espera do ritmo futuro <strong>da</strong> inovação tecnológica.<br />
Uma análise desse tipo levará com freqüência a decisões anti-intuitivas,<br />
até mesmo a ritmos de adoção mais lentos, que podem parecer<br />
irracionais a partir de outros pontos de vista.As expectativas com<br />
relação ao comportamento futuro dos sistemas tecnológicos e de seus<br />
componentes aparecem como um fator importante e negligenciado<br />
na difusão de novas tecnologias.<br />
Os últimos dois capítulos <strong>da</strong> parte II dizem respeito primordialmente<br />
a questões <strong>da</strong> maior relevância para os setores de alta tecnologia<br />
– setores nos quais o desenvolvimento de novos produtos envolve<br />
grandes custos de desenvolvimento, longos prazos de<br />
maturação e considerável incerteza tecnológica (especialmente com<br />
respeito às características de desempenho do produto), e que dependem<br />
de maneira significativa de conhecimentos próximos às atuais<br />
fronteiras <strong>da</strong> pesquisa científica. O capítulo 6, “O aprendizado pelo<br />
uso”, identifica uma fonte importante de aprendizagem que brota <strong>da</strong><br />
experiência real com o uso de produtos caracterizados por um alto<br />
grau de complexi<strong>da</strong>de sistêmica. Em contraste com a aprendizagem<br />
pela prática, que li<strong>da</strong> com o aperfeiçoamento de habili<strong>da</strong>des que têm<br />
sua origem no processo produtivo, a aprendizagem pelo uso envolve<br />
uma experiência que tem início onde termina a aprendizagem pela<br />
prática.A importância <strong>da</strong> aprendizagem pelo uso é explora<strong>da</strong> em algum<br />
detalhe com relação à indústria aeronáutica, mas há fortes indí-<br />
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POR DENTRO DA CAIXA-PRETA<br />
cios que sugerem que ela pode ser um fenômeno muito mais difundido<br />
em outros ramos de alta tecnologia.<br />
O capítulo final na parte II,“Quão exógena é a ciência?”, volta-se<br />
explicitamente para a natureza <strong>da</strong>s interações ciência–tecnologia<br />
nas indústrias de alta tecnologia. São examina<strong>da</strong>s algumas <strong>da</strong>s maneiras<br />
como essas indústrias se vêm apoiando nas crescentes reservas<br />
de técnicas e conhecimento científico. Contudo, o capítulo também<br />
considera um conjunto de questões bem mais amplas a respeito <strong>da</strong><br />
institucionalização <strong>da</strong>s ciências e <strong>da</strong> maneira como a agen<strong>da</strong> <strong>da</strong>s ciências<br />
é formula<strong>da</strong> nas socie<strong>da</strong>des industriais avança<strong>da</strong>s. Assim, uma<br />
importante tese do capítulo é que, longe de constituírem forças exógenas<br />
à arena econômica, o conteúdo e o direcionamento dos empreendimentos<br />
científicos são fortemente modelados por considerações<br />
tecnológicas, as quais, por sua vez, estão profun<strong>da</strong>mente<br />
incrusta<strong>da</strong>s na estrutura <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong>des industriais.<br />
Os três capítulos que constituem a parte III compartilham um<br />
interesse comum pelo papel <strong>da</strong>s forças de mercado na conformação<br />
tanto do ritmo quanto <strong>da</strong> direção <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des de inovação. Esses<br />
capítulos tentam examinar a composição de forças que constituem a<br />
deman<strong>da</strong> e a oferta de novos produtos e processos, especialmente nos<br />
ramos de alta tecnologia. Essa análise, por sua vez, tem implicações diretas<br />
na preocupação dos governos com a aceleração do ritmo <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de<br />
de inovação.As considerações políticas emergem, assim, como<br />
um elemento importante desses capítulos.<br />
O capítulo 8 examina a história <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça técnica na indústria<br />
aeronáutica comercial durante o período de cinqüenta anos, entre<br />
1925 e 1975. Esse ramo foi, e continua sendo, um caso notável de<br />
êxito, sob o ponto de vista tanto do crescimento <strong>da</strong> produtivi<strong>da</strong>de como<br />
do contínuo sucesso dos Estados Unidos nos mercados internacionais.<br />
<strong>Por</strong> uma série de razões, incluindo a importância estratégica<br />
militar <strong>da</strong> aviação e o interesse pela segurança dos passageiros, o papel<br />
do governo norte-americano tem sido particularmente proeminente<br />
no que diz respeito à aeronáutica. Esse capítulo avalia o impac-<br />
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NATHAN ROSENBERG<br />
to <strong>da</strong>s políticas governamentais e considera a possível relevância de<br />
tais políticas para outros setores. O capítulo 9 examina a revolução<br />
tecnológica em an<strong>da</strong>mento através <strong>da</strong> integração em escala muito larga.<br />
O capítulo mostra que existe uma série de fatores no caminho entre<br />
uma capaci<strong>da</strong>de tecnológica em expansão e o sucesso comercial.<br />
O crescimento <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de dos elementos de circuito, com o conseqüente<br />
melhoramento dramático <strong>da</strong> capaci<strong>da</strong>de dos circuitos integrados<br />
individuais, oferece um grande potencial para a aplicação de<br />
técnicas eletrônicas em muitos campos. O sucesso de tais aplicações<br />
dependerá de desenvolvimentos internos do setor, mas também <strong>da</strong><br />
criação de mecanismos que traduzam essas novas possibili<strong>da</strong>des tecnológicas<br />
em vantagens econômicas palpáveis. O capítulo 10 não enfoca<br />
qualquer ramo individual, mas analisa uma série de estudos empíricos<br />
recentes sobre mu<strong>da</strong>nça técnica. Esses estudos, que têm em<br />
comum uma ênfase sobre o papel dominante <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> de mercado<br />
no processo de inovação, têm sido amplamente citados como proporcionando<br />
uma base adequa<strong>da</strong> para a formulação de uma política<br />
governamental bem-sucedi<strong>da</strong> de inovação. Argumentamos que tais<br />
estudos são, analítica e conceitualmente, seriamente incompletos. O<br />
capítulo tenta proporcionar uma estrutura mais abrangente, para a<br />
realização de análises e também para a formulação de políticas.<br />
Finalmente, os dois capítulos <strong>da</strong> parte IV estabelecem uma discussão<br />
sobre a mu<strong>da</strong>nça tecnológica em contexto internacional, com<br />
o primeiro capítulo voltado para sua longa história, e o segundo, para<br />
seu presente e futuro. O capítulo 11 presta atenção principalmente<br />
à transferência de tecnologias <strong>da</strong> Grã-Bretanha para o resto do<br />
mundo. Essa transferência engloba uma grande parte <strong>da</strong> história <strong>da</strong><br />
industrialização mundial, pois a industrialização do século XIX foi, em<br />
uma medi<strong>da</strong> considerável, a história <strong>da</strong> transferência para o estrangeiro<br />
de tecnologias já desenvolvi<strong>da</strong>s pela primeira socie<strong>da</strong>de industrial.<br />
Devota-se particular atenção às condições que modelaram o sucesso<br />
dessas transferências, mas uma preocupação central é o seu impacto<br />
final sobre o país exportador <strong>da</strong> tecnologia. O último capítulo tece<br />
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POR DENTRO DA CAIXA-PRETA<br />
especulações em torno <strong>da</strong>s expectativas com relação ao futuro, de<br />
uma perspectiva norte-americana, perspectiva essa freqüentemente<br />
domina<strong>da</strong> pelo temor <strong>da</strong> per<strong>da</strong> <strong>da</strong> liderança tecnológica norte-americana,<br />
especialmente em ramos de alta tecnologia.Tentou-se identificar,<br />
com base em algumas <strong>da</strong>s características específicas dos ramos<br />
de alta tecnologia, possíveis elementos de um cenário futuro.Tenho<br />
confiança de que a economia mundial dos anos 1990 será vigorosamente<br />
modela<strong>da</strong> pela distribuição internacional de aptidões tecnológicas;<br />
mas ela também será modela<strong>da</strong> por forças econômicas e sociais<br />
que influenciam intensamente a relativa eficácia com que as tecnologias<br />
disponíveis são explora<strong>da</strong>s. Tenho também a suspeita de que o<br />
mundo dos anos 1990 será um bocado mais complexo – e mais interessante<br />
– do que o que atualmente pintam os arautos do desafio japonês,<br />
exatamente como o cenário apresentado no Desafio americano,<br />
de Jean-Jacques Servan-Schreiber, publicado em 1968, guardou pouca<br />
semelhança com a subseqüente déca<strong>da</strong> de 1970.<br />
Este livro é, sob muitos aspectos, uma continuação do empreendimento<br />
intelectual que tomou corpo em meu livro anterior,<br />
Perspectives on Technology. Enquanto na introdução <strong>da</strong>quele livro eu<br />
afirmava que meu interesse em li<strong>da</strong>r com a mu<strong>da</strong>nça tecnológica havia<br />
tido o efeito de transformar um economista num historiador econômico,<br />
estou agora inclinado a dizer que boa parte do conteúdo<br />
deste livro pode ser li<strong>da</strong> como as meditações de um historiador<br />
econômico que veio parar – não totalmente por acidente! – no século<br />
XX. Para o bem dos historiadores econômicos que ain<strong>da</strong> pensam<br />
em si mesmos como jovens, e que têm como certo que estu<strong>da</strong>r<br />
história é estu<strong>da</strong>r algum passado remoto, devo dizer que o século XX<br />
já é, neste momento, em sua maior parte, história.<br />
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