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Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades<br />

FUVEST Resolvida – Prova V – 25/novembro/2012<br />

<strong>37</strong>. A forma do lobo da orelha, solto ou preso, é determinada<br />

geneticamente por um par de alelos.<br />

O heredograma mostra que a característica lobo da orelha<br />

solto NÃO pode ter herança<br />

a) autossômica recessiva, porque o casal I-1 e I-2 tem<br />

um filho e uma filha com lobos das orelhas soltos.<br />

b) autossômica recessiva, porque o casal II-4 e II-5 tem<br />

uma filha e dois filhos com lobos das orelhas presos.<br />

c) autossômica dominante, porque o casal II-4 e II-5 tem<br />

uma filha e dois filhos com lobos das orelhas presos.<br />

d) ligada ao X recessiva, porque o casal II-1 e II-2 tem<br />

uma filha com lobo da orelha preso.<br />

e) ligada ao X dominante, porque o casal II-4 e II-5 tem<br />

dois filhos homens com lobos das orelhas presos.<br />

Resolução:<br />

O casal II-4 x II-5 mostra que o caráter em questão não é ligado ao<br />

X e confirma a hipótese de que se trata de herança autossômica,<br />

sendo dominante o fenótipo lobo de orelha solto.<br />

Alternativa B<br />

38. A lei 7678 de 1988 define que “vinho é a bebida obtida pela<br />

fermentação alcoólica do mosto simples de uva sã, fresca e<br />

madura”. Na produção de vinho, são utilizadas leveduras<br />

anaeróbicas facultativas. Os pequenos produtores<br />

adicionam essas leveduras ao mosto (uvas esmagadas,<br />

suco e cascas) com os tanques abertos, para que elas se<br />

reproduzam mais rapidamente. Posteriormente, os tanques<br />

são hermeticamente fechados.<br />

Nessas condições, pode-se afirmar, corretamente, que<br />

a) o vinho se forma somente após o fechamento dos<br />

tanques, pois, na fase anterior, os produtos da ação das<br />

leveduras são a água e o gás carbônico.<br />

b) o vinho começa a ser formado já com os tanques<br />

abertos, pois o produto da ação das leveduras,<br />

nessa fase, é utilizado depois como substrato para a<br />

fermentação.<br />

c) a fermentação ocorre principalmente durante a<br />

reprodução das leveduras, pois esses organismos<br />

necessitam de grande aporte de energia para sua<br />

multiplicação.<br />

d) a fermentação só é possível se, antes, houver um<br />

processo de respiração aeróbica que forneça energia<br />

para as etapas posteriores, que são anaeróbicas.<br />

e) o vinho se forma somente quando os tanques voltam a<br />

ser abertos, após a fermentação se completar, para que<br />

as leveduras realizem respiração aeróbica.<br />

Resolução:<br />

As leveduras anaeróbias facultativas liberam energia para as suas<br />

funções por meio de respiração aeróbica (quando em ambiente<br />

oxigenado) e fermentação alcóolica (quando em ambiente sem<br />

oxigênio).<br />

No primeiro caso, respiração aeróbica, o rendimento energético é<br />

maior, propiciando maior velocidade de reprodução.<br />

Mas somente a fermentação libera etanol como resíduo, o que é<br />

indispensável para a produção de vinho.<br />

Alternativa A<br />

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2<br />

FUVEST – 25/11/2012<br />

Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades<br />

39. Nos mamíferos, o tamanho do coração é proporcional ao<br />

tamanho do corpo e corresponde a aproximadamente 0,6%<br />

da massa corporal.<br />

O gráfico abaixo mostra a relação entre a frequência<br />

cardíaca e a massa corporal de vários mamíferos.<br />

O quadro abaixo traz uma relação de mamíferos e o<br />

resultado da pesagem de indivíduos adultos.<br />

Animal Massa corporal (g)<br />

Cuíca 30<br />

Sagui 276<br />

Gambá 1 420<br />

Bugio 5 180<br />

Capivara <strong>37</strong> 300<br />

Fauna silvestre, Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente, SP, 2007.<br />

Considerando esse conjunto de informações, analise as<br />

afirmações seguintes:<br />

I. No intervalo de um minuto, a cuíca tem mais<br />

batimentos cardíacos do que a capivara.<br />

II. A frequência cardíaca do gambá é maior do que a do<br />

bugio e menor do que a do sagui.<br />

III. Animais com coração maior têm frequência cardíaca<br />

maior.<br />

Está correto apenas o que se afirma em<br />

a) I.<br />

b) II.<br />

c) III.<br />

d) I e II.<br />

e) II e III.<br />

Resolução:<br />

O gráfico mostra que a frequência cardíaca diminui com o<br />

aumento da massa corporal.<br />

Assim, basta consultar a tabela para constatar que apenas a<br />

afirmativa III está errada.<br />

A resolução dessa questão não exige conhecimentos específicos<br />

de Biologia. Bastava que o vestibulando analisasse corretamente<br />

os dados fornecidos no gráfico e na tabela.<br />

Alternativa D<br />

40. Frequentemente, os fungos são estudados juntamente com<br />

as plantas, na área da Botânica. Em termos biológicos, é<br />

correto afirmar que essa aproximação<br />

a) não se justifica, pois a organização dos tecidos nos<br />

fungos assemelha-se muito mais à dos animais que à<br />

das plantas.<br />

b) se justifica, pois as células dos fungos têm o mesmo<br />

tipo de revestimento que as células vegetais.<br />

c) não se justifica, pois a forma de obtenção e<br />

armazenamento de energia nos fungos é diferente da<br />

encontrada nas plantas.<br />

d) se justifica, pois os fungos possuem as mesmas<br />

organelas celulares que as plantas.<br />

e) se justifica, pois os fungos e as algas verdes têm o<br />

mesmo mecanismo de reprodução.<br />

Resolução:<br />

As plantas e os fungos são classificados em Reinos diferentes,<br />

respectivamente Reino Plantae e Fungi.<br />

As plantas em geral são eucarioentes, pluricelulares com tecidos<br />

verdadeiros, clorofilados, células com parede celulósica e amido<br />

como principal reserva energética.<br />

Os fungos são eucariontes, pluricelulares sem tecidos verdadeiros,<br />

aclorofilados, células com parede quitinosa e glicogênio como<br />

principal reserva energética.<br />

Alternativa C<br />

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Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades FUVEST – 25/11/2012<br />

3<br />

41. A figura representa uma hipótese das relações evolutivas<br />

entre alguns grupos animais.<br />

42. A prática conhecida como Anel de Malpighi consiste na<br />

retirada de um anel contendo alguns tecidos do caule ou<br />

dos ramos de uma angiosperma.<br />

Essa prática leva à morte da planta nas seguintes condições:<br />

De acordo com essa hipótese, a classificação dos animais<br />

em Vertebrados e Invertebrados<br />

a) está justificada, pois há um ancestral comum para<br />

todos os vertebrados e outro diferente para todos os<br />

invertebrados.<br />

b) não está justificada, pois separa um grupo que reúne<br />

vários filos de outro que é apenas parte de um filo.<br />

c) está justificada, pois a denominação de Vertebrado<br />

pode ser considerada como sinônima de Cordado.<br />

d) não está justificada, pois, evolutivamente, os<br />

vertebrados estão igualmente distantes de todos os<br />

invertebrados.<br />

e) está justificada, pois separa um grupo que possui<br />

muitos filos com poucos representantes de outro com<br />

poucos filos e muitos representantes.<br />

Resolução:<br />

A alternativa B é a única plausível.<br />

Os Vertebrados constituem um subgrupo do Filo dos Cordados<br />

que exclui os Protocordados, que não possuem coluna vertebral<br />

e crânio, enquanto o grupo dos Invertebrados refere-se a todos os<br />

demais Filos.<br />

Alternativa B<br />

Tipo(s)<br />

de<br />

planta<br />

a) Eudicotiledônea<br />

b) Eudicotiledônea<br />

c) Monocotiledônea<br />

d)<br />

e)<br />

Eudicotiledônea<br />

Monocotiledônea<br />

Eudicotiledônea<br />

Monocotiledônea<br />

Resolução:<br />

Partes<br />

retiradas<br />

no anel<br />

Periderme,<br />

parênquima e<br />

floema<br />

Epiderme,<br />

parênquima e<br />

xilema<br />

Epiderme e<br />

parênquima<br />

Periderme,<br />

parênquima e<br />

floema<br />

Periderme,<br />

parênquima e<br />

xilema<br />

Órgão do qual<br />

o anel foi<br />

retirado<br />

Caule<br />

Ramo<br />

Caule ou ramo<br />

Caule ou ramo<br />

Caule<br />

A prática do Anel de Malpighi consiste na retirada de um anel da<br />

casca (inclui periderme, parênquima e floema) do caule de uma<br />

planta do grupo Eudicotiledônea.<br />

Alternativa A<br />

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4<br />

FUVEST – 25/11/2012<br />

Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades<br />

43. No morango, os frutos verdadeiros são as estruturas<br />

escuras e rígidas que se encontram sobre a parte vermelha e<br />

suculenta. Cada uma dessas estruturas resulta, diretamente,<br />

44. O gráfico mostra uma estimativa do número de espécies<br />

marinhas e dos níveis de oxigênio atmosférico, desde 550<br />

milhões de anos atrás até os dias de hoje.<br />

a) da fecundação do óvulo pelo núcleo espermático do<br />

grão de pólen.<br />

b) do desenvolvimento do ovário, que contém a semente<br />

com o embrião.<br />

c) da fecundação de várias flores de uma mesma<br />

inflorescência.<br />

d) da dupla fecundação, que é exclusiva das angiospermas.<br />

e) do desenvolvimento do endosperma que nutrirá o<br />

embrião.<br />

Resolução:<br />

O morango é classificado com um pseudofruto composto, isto<br />

é, desenvolve-se do receptáculo de uma única flor com muitos<br />

ovários.<br />

Alternativa B<br />

Analise as seguintes afirmativas:<br />

I. Houve eventos de extinção que reduziram em mais de<br />

50% o número de espécies existentes.<br />

II. A diminuição na atividade fotossintética foi a causa<br />

das grandes extinções.<br />

III. A extinção dos grandes répteis aquáticos no final<br />

do Cretáceo, há cerca de 65 milhões de anos, foi,<br />

percentualmente, o maior evento de extinção ocorrido.<br />

De acordo com o gráfico, está correto apenas o que se<br />

afirma em<br />

a) I.<br />

b) II.<br />

c) III.<br />

d) I e II.<br />

e) II e III.<br />

Resolução:<br />

A afirmativa I pode ser confirmada pela análise do gráfico<br />

fornecido, que mostra dois eventos de extinção com redução<br />

de mais de 50% do número de espécies, há 500 milhões e 250<br />

milhões de anos no passado.<br />

A afirmativa II propõe uma relação que é contrariada pelo gráfico.<br />

A afirmativa III também é claramente contrariada pelo gráfico.<br />

Alternativa A<br />

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Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades FUVEST – 25/11/2012<br />

5<br />

45. São Paulo gigante, torrão adorado<br />

Estou abraçado com meu violão<br />

Feito de pinheiro da mata selvagem<br />

Que enfeita a paisagem lá do meu sertão<br />

Tonico e Tinoco, São Paulo Gigante.<br />

Nos versos da canção dos paulistas Tonico e Tinoco, o<br />

termo “sertão” deve ser compreendido como<br />

a) descritivo da paisagem e da vegetação típicas do<br />

sertão existente na região Nordeste do país.<br />

b) contraposição ao litoral, na concepção dada pelos<br />

caiçaras, que identificam o sertão com a presença dos<br />

pinheiros.<br />

c) analogia à paisagem predominante no Centro-Oeste<br />

brasileiro, tal como foi encontrada pelos bandeirantes<br />

no século XVII.<br />

d) metáfora da cidade-metrópole, referindo-se à aridez<br />

do concreto e das construções.<br />

e) generalização do ambiente rural, independentemente<br />

das características de sua vegetação.<br />

Resolução:<br />

No texto, embora se refira ao “pinheiro da mata selvagem”, o<br />

autor refere-se ao sertão, sem esmiuçar as características de sua<br />

vegetação, contrapondo-o à cidade de São Paulo.<br />

Alternativa E<br />

46. A escravidão na Roma antiga<br />

a) permaneceu praticamente inalterada ao longo<br />

dos séculos, mas foi abolida com a introdução do<br />

cristianismo.<br />

b) previa a possibilidade de alforria do escravo apenas no<br />

caso da morte de seu proprietário.<br />

c) era restrita ao meio rural e associada ao trabalho<br />

braçal, não ocorrendo em áreas urbanas, nem atingindo<br />

funções intelectuais ou administrativas.<br />

d) pressupunha que os escravos eram humanos e, por<br />

isso, era proibida toda forma de castigo físico.<br />

e) variou ao longo do tempo, mas era determinada por<br />

três critérios: nascimento, guerra e direito civil.<br />

Resolução:<br />

A Roma antiga mostrou-se um dos maiores exemplos de Modo de<br />

Produção Escravista. Naturalmente, esta escravidão foi variando<br />

com o passar dos séculos da existência de Roma.<br />

Desde o seu início, a escravidão foi principalmente composta<br />

pelos prisioneiros de guerra.<br />

No entanto, nos trezentos anos iniciais da existência de Roma<br />

também ocorreu a escravidão por dívida (direito civil).<br />

Além disso, desde os seus primórdios já fazia parte do Direito<br />

Consuetudinário (dos costumes) de Roma a condição da<br />

escravidão por nascimento<br />

Os escravos eram utilizados como camponeses (produtos<br />

agrícolas, tanto para o consumo como para a exportação, em<br />

especial após a expansão romana por todo Mar Mediterrâneo).<br />

Nas cidades, os escravos faziam trabalhos domésticos, eram<br />

usados nas arenas como gladiadores, trabalhavam para o Estado<br />

(especialmente nas construções civis), tomavam conta dos<br />

negócios de seus donos, atuavam como professores, especialmente<br />

aqueles escravos advindos da Grécia, os pedagogos.<br />

Alternativa E<br />

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6<br />

FUVEST – 25/11/2012<br />

Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades<br />

47. Quando Bernal Díaz avistou pela primeira vez a<br />

capital asteca, ficou sem palavras. Anos mais tarde,<br />

as palavras viriam: ele escreveu um alentado relato de<br />

suas experiências como membro da expedição espanhola<br />

liderada por Hernán Cortés rumo ao Império Asteca.<br />

Naquela tarde de novembro de 1519, porém, quando<br />

Díaz e seus companheiros de conquista emergiram do<br />

desfiladeiro e depararam-se pela primeira vez com o<br />

Vale do México lá embaixo, viram um cenário que, anos<br />

depois, assim descreveram: “vislumbramos tamanhas<br />

maravilhas que não sabíamos o que dizer, nem se o que se<br />

nos apresentava diante dos olhos era real”.<br />

Matthew Restall. Sete mitos da conquista espanhola.<br />

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,<br />

2006, p. 15-16. Adaptado.<br />

O texto mostra um aspecto importante da conquista da<br />

América pelos espanhóis, a saber:<br />

a) a superioridade cultural dos nativos americanos em<br />

relação aos europeus.<br />

b) o caráter amistoso do primeiro encontro e da posterior<br />

convivência entre conquistadores e conquistados.<br />

c) a surpresa dos conquistadores diante de manifestações<br />

culturais dos nativos americanos.<br />

d) o reconhecimento, pelos nativos, da importância dos<br />

contatos culturais e comerciais com os europeus.<br />

e) a rápida desaparição das culturas nativas da América<br />

Espanhola.<br />

Resolução:<br />

Na época das Grandes Navegações, o etnocentrismo europeu<br />

fazia com que eles se enxergassem como superiores a qualquer<br />

outra nação do mundo.<br />

Essa atitude gerou a perplexidade dos espanhóis, ao se<br />

defrontarem com um Império tão vasto e poderoso como o<br />

Asteca, possuidor de uma grandiosa estrutura urbana, por vezes<br />

maior do que a de muitas cidades europeias.<br />

Alternativa C<br />

48. “O senhor acredita, então”, insistiu o inquisidor, “que<br />

não se saiba qual a melhor lei?” Menocchio respondeu:<br />

“Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a<br />

melhor, mas não se sabe qual é a melhor; mas, porque meu<br />

avô, meu pai e os meus são cristãos, eu quero continuar<br />

cristão e acreditar que essa seja a melhor fé”.<br />

Carlo Ginzburg. O queijo e os vermes.<br />

São Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 113.<br />

O texto apresenta o diálogo de um inquisidor com um<br />

homem (Menocchio) processado, em 1599, pelo Santo<br />

Ofício. A posição de Menocchio indica<br />

a) uma percepção da variedade de crenças, passíveis<br />

de serem consideradas, pela Igreja Católica, como<br />

heréticas.<br />

b) uma crítica à incapacidade da Igreja Católica de<br />

combater e eliminar suas dissidências internas.<br />

c) um interesse de conhecer outras religiões e formas de<br />

culto, atitude estimulada, à época, pela Igreja Católica.<br />

d) um apoio às iniciativas reformistas dos protestantes,<br />

que defendiam a completa liberdade de opção<br />

religiosa.<br />

e) uma perspectiva ateísta, baseada na sua experiência<br />

familar.<br />

Resolução:<br />

O texto de Carlo Ginzburg apresenta o interrogatório no<br />

contexto da Contra Reforma Católica, mais especificamente um<br />

interrogatório do Santo Ofício da Inquisição.<br />

A Igreja buscava aqueles que se desviavam da fé católica para<br />

corrigi-los ou puni-los. Eram os chamados "hereges".<br />

A ideia manifestada pelo autor no trecho:<br />

"Senhor, eu penso que cada um acha que sua fé seja a melhor,<br />

mas não se sabe qual é a melhor"<br />

mostra a percepção da variedade de crenças, passíveis de serem<br />

consideradas, pela Igreja Católica, como heréticas.<br />

Alternativa A<br />

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Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades FUVEST – 25/11/2012<br />

7<br />

49. A população indígena brasileira aumentou 150% na<br />

década de 1990, passando de 294 mil pessoas para<br />

734 mil, de acordo com uma pesquisa divulgada pelo<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O<br />

crescimento médio anual foi de 10,8%, quase seis vezes<br />

maior do que o da população brasileira em geral.<br />

http://webradiobrasilindigena.wordpress.com, 21/11/2007.<br />

A notícia acima apresenta<br />

a) dado pouco relevante, já que a maioria das populações<br />

indígenas do Brasil encontra-se em fase de extinção,<br />

não subsistindo, inclusive, mais nenhuma população<br />

originária dos tempos da colonização portuguesa da<br />

América.<br />

b) discrepância em relação a uma forte tendência<br />

histórica observada no Brasil, desde o século XVI,<br />

mas que não é uniforme e absoluta, já que nas últimas<br />

décadas não apenas tais populações indígenas têm<br />

crescido, mas também o próprio número de indivíduos<br />

que se autodenominam indígenas.<br />

c) um consenso em torno do reconhecimento da<br />

importância dos indígenas para o conjunto da<br />

população brasileira, que se revela na valorização<br />

histórica e cultural que tais elementos sempre<br />

mereceram das instituições nacionais.<br />

d) resultado de políticas públicas que provocaram o<br />

fim dos conflitos entre os habitantes de reservas<br />

indígenas e demais agentes sociais ao seu redor, como<br />

proprietários rurais e pequenos trabalhadores.<br />

e) natural continuidade da tendência observada desde<br />

a criação das primeiras políticas governamentais<br />

de proteção às populações indígenas, no começo do<br />

século XIX, que permitiram a reversão do anterior<br />

quadro de extermínio observado até aquele momento.<br />

Resolução:<br />

A questão sobre o crescimento da população indígena é baseada<br />

em dados dos últimos Censos Nacionais, e contrapõe o que a<br />

História tradicional do Brasil apresenta como senso comum, que<br />

é a ideia de que a população indígena somente decresceu desde o<br />

século XVI.<br />

Também vale ressaltar que o Censo Nacional tem sido mais<br />

criterioso, com o passar dos anos, conseguindo atingir as<br />

populações indígenas mais isoladas; além disso, os próprios<br />

indivíduos de etnias indígenas passaram a se declarar como tal.<br />

Alternativa B<br />

50. Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo<br />

tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e<br />

tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando<br />

a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia<br />

não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e<br />

esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira,<br />

verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto<br />

prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão<br />

o que semearam.<br />

Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette.<br />

Mídia, cultura e revolução. São Paulo:<br />

Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.<br />

O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à<br />

sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789. O<br />

autor<br />

a) discorda dos propósitos revolucionários e defende<br />

a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e<br />

costumes políticos.<br />

b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários<br />

por acreditar que não havia outra maneira de<br />

transformar o país.<br />

c) defende a criação de um poder judiciário, que atue<br />

junto ao rei.<br />

d) caracteriza a violência revolucionária como uma<br />

reação aos castigos e à repressão antes existentes na<br />

França.<br />

e) aceita os meios de tortura empregados pelos<br />

revolucionários e os considera uma novidade na<br />

história francesa.<br />

Resolução:<br />

O texto de Graco Babeuf à sua mulher esta inserido no começo<br />

da Revolução Francesa.<br />

A burguesia e, principalmente, os populares tinham frescas na<br />

memória as lembranças das atrocidades cometidas pelo Clero,<br />

pela Nobreza e pela Realeza no período imediatamente anterior<br />

ao da revolução.<br />

Isto explica o depoimento de Babeuf sobre a violência<br />

revolucionária como forma de reação aos castigos e à repressão<br />

antes existentes na França.<br />

O texto mostra o rancor, o ódio e a vingança do povo contra seus<br />

antigos governates.<br />

Vale lembrar que, mais tarde, no período denominado Diretório,<br />

Graco Babeuf foi o líder da Conjura dos Iguais, que pretendia<br />

chegar ao poder e implantar um governo mais justo para o povo<br />

francês. A Conjura foi reprimida e Graco Babeuf, morto.<br />

Alternativa D<br />

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FUVEST – 25/11/2012<br />

Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades<br />

51. A economia das possessões coloniais portuguesas na<br />

América foi marcada por mercadorias que, uma vez<br />

exportadas para outras regiões do mundo, podiam alcançar<br />

alto valor e garantir, aos envolvidos em seu comércio,<br />

grandes lucros. Além do açúcar, explorado desde meados<br />

do século XVI, e do ouro, extraído regularmente desde<br />

fins do XVII, merecem destaque, como elementos de<br />

exportação presentes nessa economia:<br />

a) tabaco, algodão e derivados da pecuária.<br />

b) ferro, sal e tecidos.<br />

c) escravos indígenas, arroz e diamantes.<br />

d) animais exóticos, cacau e embarcações.<br />

e) drogas do sertão, frutos do mar e cordoaria.<br />

Resolução:<br />

A questão apresenta uma pergunta direta sobre os gêneros de<br />

exportação presentes na economia colonial, excetuando-se a<br />

cana-de-açúcar e o ouro.<br />

Entre as alternativas, a única que trazia produtos que eram<br />

exportados nessa época era o tabaco (comum na troca por<br />

escravos no tráfico negreiro), o algodão (importante no Maranhão<br />

e durante a Revolução Industrial) e os derivados da pecuária.<br />

Vale ressaltar que a alternativa correta não fazia referência à<br />

pecuária, mas sim aos seus derivados, como o couro e o charque.<br />

Alternativa A<br />

52. Maldito, maldito criador! Por que eu vivo? Por que não<br />

extingui, naquele instante, a centelha de vida que você<br />

tão desumanamente me concedeu? Não sei! O desespero<br />

ainda não se apoderara de mim. Meus sentimentos<br />

eram de raiva e vingança. Quando a noite caiu, deixei<br />

meu abrigo e vagueei pelos bosques. (...) Oh! Que noite<br />

miserável passei eu! Sentia um inferno devorar-me, e<br />

desejava despedaçar as árvores, devastar e assolar tudo<br />

o que me cercava, para depois sentar-me e contemplar<br />

satisfeito a destruição. Declarei uma guerra sem quartel<br />

à espécie humana e, acima de tudo, contra aquele que me<br />

havia criado e me lançara a esta insuportável desgraça!<br />

Mary Shelley. Frankenstein. 2ª ed. Porto Alegre: LPM, 1985.<br />

O trecho acima, extraído de uma obra literária publicada<br />

pela primeira vez em 1818, pode ser lido corretamente<br />

como uma<br />

a) apologia à guerra imperialista, incorporando o<br />

desenvolvimento tecnológico do período.<br />

b) crítica à condição humana em uma sociedade<br />

industrializada e de grandes avanços científicos.<br />

c) defesa do clericalismo em meio à crescente laicização<br />

do mundo ocidental.<br />

d) recusa do evolucionismo, bastante em voga no<br />

período.<br />

e) adesão a ideias e formulações humanistas de igualdade<br />

social.<br />

Resolução:<br />

A obra citada, que conta um pouco das aflições de Frankenstein,<br />

nos remete às lembranças dos traumas causados pelo advento da<br />

Revolução Industrial.<br />

Em nome da ciência e do progresso, os homens, as mulheres e as<br />

crianças foram submetidos a jornadas cruéis e intermináveis de<br />

trabalho, vivendo em moradias insalubres e acumuladas em torno<br />

das nascentes fábricas. As condições humanas da nova classe<br />

trabalhadora, portanto, sofreram um declínio em sua qualidade.<br />

Na outra ponta do processo de industrialização, a elite de<br />

proprietários vivia cada vez com mais conforto e riquezas.<br />

Portanto, a obra faz uma crítica à nova realidade industrial.<br />

Alternativa B<br />

<strong>CPV</strong> fuvest1F<strong>2013</strong>


Seu Pé Direito nas Melhores Faculdades FUVEST – 25/11/2012<br />

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53. Durante os primeiros tempos de sua existência, o PCB<br />

prosseguiu em seu processo de diferenciação ideológica<br />

com o anarquismo, de onde provinha parte significativa<br />

de sua liderança e de sua militância. Nesse curso, foi<br />

necessário, no que se refere à questão parlamentar,<br />

também proceder a uma homogeneização de sua própria<br />

militância. Houve algumas tentativas de participação<br />

em eleições e de formulação de propostas a serem<br />

apresentadas à sociedade que se revelaram infrutíferas<br />

por questões conjunturais. A primeira vez em que isso<br />

ocorreu foi, em 1925, no município portuário paulista<br />

de Santos, onde os comunistas locais, apresentandose<br />

pela legenda da Coligação Operária, tiveram um<br />

resultado pífio. No entanto, como todos os atos pioneiros,<br />

essa participação deixou uma importante herança: a<br />

presença na cena política brasileira dos trabalhadores<br />

e suas reivindicações. Estas, em particular, expressavam<br />

um acúmulo de anos de lutas do movimento operário<br />

brasileiro.<br />

Dainis Karepovs. A classe operária vai ao Parlamento.<br />

A partir do texto acima, pode-se afirmar corretamente que<br />

a) as eleições de representantes parlamentares advindos<br />

de grupos comunistas e anarquistas foram frequentes,<br />

desde a Proclamação da República, e provocaram,<br />

inclusive, a chamada Revolução de 1930.<br />

b) comunistas, anarquistas e outros grupos de<br />

representantes de trabalhadores eram formalmente<br />

proibidos de participar de eleições no Brasil desde<br />

a proclamação da República, cenário que só se<br />

modificaria com a Constituição de 1988.<br />

c) as primeiras décadas do século XX representam um<br />

período de grande diversidade político-partidária no<br />

Brasil, o que favoreceu a emergência de variados<br />

grupos de esquerda, cuja excessiva divisão impediuos<br />

de obter resultados eleitorais expressivos.<br />

d) as experiências parlamentares envolvendo operários<br />

e camponeses, no Brasil da década de 1920,<br />

resultaram em sua presença dominante no cenário<br />

político nacional, após o colapso do primeiro regime<br />

encabeçado por Getúlio Vargas.<br />

e) as primeiras participações eleitorais de candidatos<br />

trabalhadores ganharam importância histórica, uma<br />

vez que a política partidária brasileira da chamada<br />

Primeira República era dominada por grupos oriundos<br />

de grandes elites econômicas.<br />

Resolução:<br />

A questão apresenta um texto sobre a organização de Partidos<br />

Comunistas no Brasil, durante a República Velha, em meados<br />

da década de 30. Nele se exalta a importância da organização<br />

política dos comunistas no Brasil, mesmo que, no pleito, o<br />

desempenho partidário tenha sido pífio, pois representaria uma<br />

consequência das manifestações operárias ocorridas uma década<br />

antes (principalmente em 1917, em São Paulo). O que vale para<br />

a História, segundo o texto, era a inauguração da participação<br />

operária no processo político, num momento de controle quase<br />

que absoluto das oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais.<br />

Alternativa E<br />

54. Fosse com militares ou civis, a África esteve por vários<br />

anos entregue a ditadores. Em alguns países, vigorava<br />

uma espécie de semidemocracia, com uma oposição<br />

consentida e controlada, um regime que era, em última<br />

análise, um governo autoritário. A única saída para os<br />

insatisfeitos e também para aqueles que tinham ambições<br />

de poder passou a ser a luta armada. Alguns países foram<br />

castigados por ferozes guerras civis, que, em certos casos,<br />

foram alongadas por interesses extracontinentais.<br />

Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos.<br />

Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 139.<br />

Entre os exemplos do alongamento dos conflitos<br />

internos nos países africanos em função de “interesses<br />

extracontinentais”, a que se refere o texto, pode-se citar a<br />

participação<br />

a) da Holanda e da Itália na guerra civil do Zaire, na<br />

década de 1960, motivada pelo controle sobre a<br />

mineração de cobre na região.<br />

b) dos Estados Unidos na implantação do apartheid na<br />

África do Sul, na década de 1970, devido às tensões<br />

decorrentes do movimento pelos direitos civis.<br />

c) da França no apoio à luta de independência na Argélia<br />

e no Marrocos, na década de 1950, motivada pelo<br />

interesse em controlar as reservas de gás natural<br />

desses países.<br />

d) da China na luta pela estabilização política no Sudão<br />

e na Etiópia, na década de 1960, motivada pelas<br />

necessidades do governo Mao Tse-Tung em obter<br />

fornecedores de petróleo.<br />

e) da União Soviética e Cuba nas guerras civis de Angola<br />

e Moçambique, na década de 1970, motivada pelas<br />

rivalidades e interesses geopolíticos característicos da<br />

Guerra Fria.<br />

Resolução:<br />

Alberto da Costa e Silva exprime em seu texto as formas de<br />

governo autoritários na África, não importando se civis ou<br />

militares, e, ainda acrescenta os interesses extracontinentais.<br />

A única alternativa que aborda a realidade dentro do contexto da<br />

Guerra Fria é aquela que cita a busca pela autonomia das colônias<br />

portuguesas de Angola e Moçambique na década de 1970, após o<br />

Totalitarismo português (Salazarismo). Nesse contexto, a União<br />

Soviética enviava armamentos enquanto Cuba enviava homens<br />

visando um desfecho favorável para o lado socialista. Ambos<br />

os países tornaram-se independentes, porém, pagando o preço<br />

insuportável de uma Guerra Civil.<br />

Com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética<br />

prevalece a sensação de tudo ter sido em vão, pois de uma forma<br />

ou de outra os governos locais ainda continuam sendo ditatoriais<br />

(com um lento caminho em direção à Democracia).<br />

Alternativa E<br />

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