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A Secretaria Permanente - OTCA

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RELATÓRIO<br />

DE<br />

GESTão<br />

Julho de 2007 a julho de 2008


<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (SP/<strong>OTCA</strong>)<br />

Secretário-Geral a.i.<br />

Francisco José Ruiz Marmolejo<br />

Diretor Administrativo<br />

Flávio Sottomayor<br />

Coordenador de Meio Ambiente<br />

Luis Alberto Oliveros<br />

Coordenadora de Saúde<br />

Jannette Aguirre<br />

Coordenador de Ciência, Tecnologia e Educação<br />

Alirio Rafael Martínez*<br />

Coordenador de Transporte, Infraestrutura, Comunicação e Turismo<br />

Donald Sinclair<br />

Coordenador de Assuntos Indígenas<br />

Jan Fernando Tawjoeram<br />

* Até junho de 2008<br />

Relatório de Gestão<br />

Edição e Textos: Sandra Lefcovich<br />

Tradução: Antônio Ribeiro<br />

Revisão: Victor Longo<br />

Colaboração: Carlos Aragón<br />

Coordenação Gráfica: Arte Contexto<br />

Projeto Gráfico: Milena Hernández Bendicho<br />

Impressão: Estação Gráfica<br />

Foto de capa: Sérgio Amaral/<strong>OTCA</strong><br />

SHIS QI 05 Conj. 16 Casa 21<br />

Lago Sul CEP 71615-160<br />

Brasília - DF Brasil<br />

Telefone: (5561) 3248 4119<br />

Fax: (5561) 3248 4238<br />

www.otca.info


RELATÓRIO DE GESTÃO<br />

Francisco José Ruiz Marmolejo<br />

Secretário-Geral a.i.


A <strong>OTCA</strong><br />

A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (<strong>OTCA</strong>) é uma<br />

entidade internacional com sede em Brasília, capital do Brasil. Reúne os<br />

oito países que compartilham a Amazônia: Bolívia, Brasil,<br />

Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.<br />

A <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da <strong>OTCA</strong> foi estabelecida em 2003<br />

para fortalecer e implementar os objetivos do Tratado de<br />

Cooperação Amazônica (TCA), assinado em 1978 com o intuito de<br />

promover ações conjuntas para o desenvolvimento harmônico da<br />

região, que ocupa cerca de 40% do território da América do Sul.<br />

A <strong>OTCA</strong> tem a convicção de que a Amazônia, por possuir um dos<br />

mais valiosos patrimônios naturais do planeta, é estratégica para<br />

impulsionar o desenvolvimento de nossos países e de nossa região.<br />

Trata-se de um patrimônio que deve ser protegido de acordo com os<br />

princípios do desenvolvimento sustentável e com absoluto respeito à<br />

soberania dos países amazônicos.


| Sumário<br />

1. A <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da <strong>OTCA</strong>: presente e futuro<br />

5<br />

2. Marco de ação da SP/<strong>OTCA</strong><br />

9<br />

3. Mecanismos de coordenação<br />

13<br />

4. Relatório de atividades<br />

17<br />

a. Diálogo político<br />

18<br />

b. Manejo sustentável da floresta amazônica<br />

21<br />

c. Biodiversidade e áreas protegidas<br />

23<br />

d. Uso sustentável da biodiversidade: biocomércio<br />

26<br />

e. Gerenciamento dos recursos hídricos<br />

28<br />

f. Promoção do turismo regional<br />

29<br />

g. Saúde<br />

31<br />

h. Ciência e tecnologia<br />

33<br />

i. Construção da agenda regional indígena 35<br />

j. Fortalecimento institucional<br />

37<br />

k. Projetos demonstrativos<br />

38<br />

5. Parcerias e cooperação internacional<br />

43<br />

6. Administração e finanças<br />

49<br />

7. Equipe da <strong>OTCA</strong><br />

53<br />

Anexos 55<br />

Glossário de siglas 63<br />

| 3


Sérgio Amaral<br />

1<br />

A <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong>:<br />

Presente e<br />

Futuro


O<br />

ano em que estamos<br />

celebrando o 30º aniversário<br />

da histórica assinatura<br />

do Tratado de Cooperação<br />

Amazônica (TCA) constitui um<br />

momento-chave para o futuro de<br />

nossa jovem instituição. No contexto<br />

regional, os governos vêm<br />

formalizando novos espaços de<br />

integração, que implicam uma<br />

renovação dos desafios enfrentados<br />

pela América do Sul e pelos<br />

mecanismos regionais existentes.<br />

No interno, impõe-se a necessidade<br />

de que a <strong>OTCA</strong> empreenda<br />

uma revisão de seus mandatos,<br />

encerrada a primeira metade do<br />

período contemplado no Plano<br />

Estratégico 2004-2012, e uma<br />

avaliação da experiência acumulada<br />

a partir do estabelecimento<br />

da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da Organização<br />

do Tratado de Cooperação<br />

Amazônica (SP/<strong>OTCA</strong>) em<br />

Brasília, há cerca de seis anos.<br />

Os presidentes da América do<br />

Sul firmaram, em maio de 2008,<br />

o Tratado Constitutivo da União<br />

de Nações Sul-Americanas (UNA-<br />

SUL) com o propósito de desenvolver<br />

um espaço integrado nos<br />

planos político, econômico, social,<br />

cultural, ambiental, energético<br />

e de infra-estrutura. O Tratado<br />

afirma que os governos buscarão,<br />

por meio de um processo inovador,<br />

compatibilizar e coordenar as<br />

iniciativas da Unasul com outros<br />

mecanismos regionais e sub-regionais<br />

vigentes.<br />

À <strong>OTCA</strong> cabe desempenhar<br />

um papel destacado nesse contexto,<br />

posto que representa 40% do<br />

Sérgio Amaral<br />

território da América do Sul e uma<br />

área de vital importância para o<br />

Planeta. A Amazônia constitui a<br />

maior extensão de florestas contínuas<br />

do mundo, com aproximadamente<br />

60% da floresta úmida tropical,<br />

e abriga a quinta parte das<br />

reservas mundiais de água doce,<br />

além de milhares de espécies de<br />

flora e fauna que constituem cerca<br />

de um terço da biodiversidade<br />

mundial. A região é o lar e a base<br />

econômica de mais de trinta milhões<br />

de habitantes, distribuídos<br />

entre cidades, populações ribeirinhas,<br />

camponeses, afrodescendentes<br />

e comunidades indígenas.<br />

Fornece serviços ambientais a escala<br />

regional e mundial e contribui<br />

para a mitigação dos impactos das<br />

mudanças climáticas.<br />

Assim, a partir da experiência<br />

acumulada desde a implantação<br />

da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>, podemos<br />

afirmar que, entre as principais<br />

lições aprendidas na <strong>OTCA</strong>,<br />

se sobressai a confirmação da<br />

absoluta necessidade de sua existência,<br />

o que se tornará cada vez<br />

mais evidente. Apesar dos problemas<br />

e dificuldades enfrentados, os<br />

governos e as sociedades não poderão<br />

se furtar a esse compromisso.<br />

A Amazônia é um bioma compartilhado,<br />

ou seja, constitui uma<br />

unidade física e biológica que tem<br />

de ser considerada um referencial<br />

primordial e permanente para<br />

qualquer tipo de intervenção com<br />

fins de desenvolvimento. A região<br />

requer, ainda, ações por parte dos<br />

governos nas áreas de fronteira,<br />

um trabalho conjunto entre vizinhos<br />

como única alternativa para<br />

sua defesa e sustentabilidade no<br />

futuro próximo.<br />

Por esse motivo, os co-proprietários<br />

desse extraordinário patrimônio<br />

natural e cultural precisam<br />

contar com um mecanismo de<br />

comunicação, articulação e coordenação.<br />

Tal opinião é compartilhada<br />

pelos Países Membros, e se<br />

manifestou recentemente no Plano<br />

Amazônia Sustentável (PAS),<br />

do governo brasileiro, estruturado<br />

em dezesseis pontos principais,<br />

entre eles um que explicita o com-<br />

6 |


promisso do Brasil com o fortalecimento<br />

da <strong>OTCA</strong>. Estamos convencidos,<br />

portanto, de que à Amazônia<br />

corresponderá um espaço<br />

significativo nos acordos políticodiplomáticos<br />

da América do Sul,<br />

quaisquer que sejam as decisões<br />

tomadas pelos governos quanto à<br />

forma como devem trabalhar os<br />

organismos de cooperação e integração<br />

regional.<br />

Somos otimistas com relação<br />

à consciência já enraizada sobre a<br />

atualidade dos preceitos que criaram<br />

a <strong>OTCA</strong> – a busca pelo desenvolvimento<br />

sustentável, integrado<br />

e harmônico da região amazônica<br />

-, mas reconhecemos que enfrentamos<br />

os desafios próprios de um<br />

organismo intergovernamental<br />

que aspira a equilibrar os interesses<br />

nacionais legítimos dos Países<br />

Membros. Diferenças programáticas,<br />

razões ideológicas ou a ausência<br />

de interesses claros no âmbito<br />

regional podem dificultar a atuação<br />

conjunta caso não se chegue a<br />

respostas criativas para os desafios<br />

que virão, por exemplo, no que<br />

se refere ao conceito tradicional<br />

de soberania, no contexto dos debates<br />

internacionais na área ambiental.<br />

No âmbito interno, após a instalação<br />

da SP/<strong>OTCA</strong> em 2003,<br />

entramos num período de intenso<br />

trabalho propositivo que culminou<br />

com a elaboração do Plano Estratégico<br />

e de uma série de iniciativas<br />

políticas, recolhidas na Declaração<br />

e resoluções de Manaus, de setembro<br />

de 2004, e na Declaração<br />

e resoluções de Iquitos, de novembro<br />

de 2005.<br />

Os compromissos emanados<br />

das determinações dos governos<br />

implicaram uma relação de maior<br />

complexidade entre a <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong> e os Países Membros<br />

em virtude da quantidade<br />

de temas em pauta, tanto de caráter<br />

operacional como político,<br />

fato que exige uma maior clareza<br />

quanto aos canais, mecanismos e<br />

prazos para as consultas e para a<br />

adoção de decisões. A discussão<br />

em torno desses temas é uma conseqüência<br />

natural do processo de<br />

construção da <strong>OTCA</strong>.<br />

Por isso, propusemo-nos a promover<br />

um debate, caracterizado<br />

por um processo participativo e<br />

ágil, que permita uma revisão consensuada<br />

do Plano Estratégico e a<br />

apreciação quanto à pertinência<br />

de formalizar reuniões setoriais,<br />

como um dos mecanismos para a<br />

formulação, validação, acompanhamento<br />

e avaliação dos esforços<br />

pan-amazônicos, tema-chave<br />

para aperfeiçoar o funcionamento<br />

da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> e para<br />

o cumprimento dos mandatos re-<br />

| 7


cebidos dos governos. A realização<br />

de uma Reunião do Conselho<br />

de Cooperação Amazônica (CCA)<br />

e da X Reunião de Ministros das<br />

Relações Exteriores dos Países<br />

Membros da <strong>OTCA</strong> oferecerá o<br />

ambiente propício para esses fins.<br />

A proposta da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

é que se constituam<br />

Conselhos de Altas Autoridades<br />

em todos os setores de interesse,<br />

cujas reuniões periódicas (de preferência<br />

anuais) sejam precedidas<br />

por uma reunião de técnicos e diplomatas,<br />

a exemplo dos fóruns<br />

multilaterais das Nações Unidas e<br />

da Comunidade Andina de Nações<br />

(CAN). O resultado das negociações<br />

técnico-diplomáticas seria<br />

apresentado ao segmento ministerial,<br />

que ratificaria e adotaria o<br />

texto acordado no mais alto nível<br />

setorial dos governos, outorgando-lhe<br />

a visibilidade política que<br />

requer. Acreditamos ser essa a<br />

melhor solução para dotar os projetos<br />

e processos regionais amazônicos<br />

de mais agilidade e para que<br />

os países deles se apropriem, num<br />

complexo, porém indispensável,<br />

exercício que favorecerá todos os<br />

atores envolvidos.<br />

Concluo esta reflexão com um<br />

convite à leitura desta síntese das<br />

principais iniciativas e atividades<br />

do período iniciado em julho de<br />

2007, quando tive a honra de assumir<br />

o cargo de Secretário-Geral.<br />

Naquele ano, conseguimos dar<br />

continuidade ao trabalho regional<br />

da <strong>OTCA</strong> em todas nossas áreas<br />

de ação e aperfeiçoá-lo, como está<br />

descrito no presente relatório. Por<br />

outro lado, nos preocupamos em<br />

estabelecer as condições jurídicas,<br />

trabalhistas e administrativas<br />

para o adequado funcionamento<br />

da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>, um<br />

passo essencial para continuar<br />

crescendo sobre bases sólidas.<br />

Nesse sentido, a criação da biblioteca<br />

física e virtual da <strong>OTCA</strong> é outra<br />

conquista que devemos destacar,<br />

considerando que um sistema<br />

de documentação eficiente é um<br />

componente fundamental para a<br />

gestão do conhecimento gerado<br />

na Amazônia, e se constitui num<br />

legado essencial para as gerações<br />

futuras. De igual forma, destacamos<br />

o início da publicação da série<br />

“Documentos Técnicos”, com volumes<br />

sobre mudanças climáticas<br />

e biodiversidade amazônica. Além<br />

desta importante contribuição da<br />

<strong>OTCA</strong>, estão previstas para o presente<br />

ano as publicações do GEO<br />

Amazônia e do livro da Expedição<br />

de Jovens.<br />

Na ocasião em que cumprimos<br />

com o compromisso de apresentar<br />

aos Países Membros e à opinião pública<br />

um relatório de nosso trabalho,<br />

sublinhamos nossa convicção de que<br />

a <strong>OTCA</strong> é uma entidade imprescindível<br />

para a construção de um futuro<br />

de desenvolvimento sustentável na<br />

região Amazônica, e que por tal motivo<br />

seu fortalecimento e sua crescente<br />

relevância política avançarão<br />

a passos firmes. Aproveito para expressar<br />

minha imensa gratidão a todos<br />

os que participam e apóiam este<br />

esforço coletivo.<br />

Francisco José Ruiz Marmolejo<br />

Secretário-Geral a.i.<br />

8 |


Sérgio Amaral<br />

2<br />

Marcos<br />

de Ação


Sérgio Amaral<br />

A<br />

s ações, iniciativas, projetos<br />

e programas impulsionados<br />

pela <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> são<br />

produto dos mandatos recebidos<br />

das instâncias de decisão da Organização<br />

do Tratado de Cooperação<br />

Amazônia. O principal fundamento<br />

da existência e atuação da<br />

<strong>OTCA</strong> é o Tratado de Cooperação<br />

Amazônica (TCA), no qual Bolívia,<br />

Brasil, Colômbia, Equador, Guiana,<br />

Peru, Suriname e Venezuela<br />

assumiram a responsabilidade<br />

compartilhada de promover ações<br />

conjuntas para o desenvolvimento<br />

harmônico da região amazônica de<br />

forma harmônica. Além do TCA, a<br />

atuação da SP/<strong>OTCA</strong> é norteada<br />

por compromissos e documentos<br />

elaborados conjuntamente pelos<br />

Países Membros e aprovados por<br />

seus governos, tais como o Plano<br />

Estratégico 2004-2012, a Declaração<br />

de Manaus, a Declaração de<br />

Iquitos, as resoluções emanadas<br />

das VIII e IX Reuniões de Ministros<br />

das Relações Exteriores e o Plano<br />

de Ação 2007-2008.<br />

A <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> vem<br />

trabalhando nos mandatos recebidos<br />

dos Países Membros ao<br />

longo destes seis anos em que está<br />

instalada na cidade de Brasília. Em<br />

primeiro lugar, empenhou-se em<br />

dar impulso à cooperação regional,<br />

sendo este um papel central<br />

da <strong>OTCA</strong> reforçado na Declaração<br />

de Manaus, a qual determina que<br />

o TCA é o principal instrumento<br />

para empreender políticas acordadas<br />

de desenvolvimento sustentável<br />

e integral na região; e na<br />

Declaração de Iquitos, que destaca<br />

sua importância como fórum<br />

adequado para a promoção da<br />

10 |


3. Integração e Competitividade<br />

Regional<br />

4. Fortalecimento Institucional.<br />

Ao mesmo tempo em que estabelece<br />

as diretrizes e marcos gerais<br />

de ação da <strong>OTCA</strong>, o Plano Estratégico<br />

indica propostas concretas de<br />

trabalho, todas as quais se encontram<br />

atualmente em processo de<br />

preparação, aprovação ou execução.<br />

Engloba as estratégias regionais<br />

amazônicas de biodiversidade<br />

e de biocomércio, a formulação de<br />

um plano para o manejo integrado<br />

dos recursos hídricos, a continuidade<br />

do Processo de Tarapoto e<br />

o estreitamento das relações com<br />

a COICA e a UNAMAZ. No intuito<br />

de aperfeiçoar e atualizar o Plano<br />

Estratégico, em novembro de<br />

2005, na IX Reunião de Ministros<br />

das Relações Exteriores da <strong>OTCA</strong><br />

realizada na cidade de Iquitos, os<br />

Países Membros decidiram efetuar<br />

a revisão desse documento.<br />

Atualmente, está sendo discutida<br />

uma proposta de revisão de meio<br />

termo.<br />

Tais iniciativas foram reforçadas<br />

pela Declaração de Manaus, na<br />

qual os Países Membros se comprometeram<br />

a articular políticas<br />

para assegurar a proteção da biodiversidade<br />

e ampliar a cooperação<br />

regional em áreas protegidas,<br />

assim como a criar um programa<br />

regional de biocomércio. Outro<br />

compromisso derivado de Manaus<br />

e do Plano Estratégico foi o de<br />

combater o corte e a comercialização<br />

ilegais de madeira e promover<br />

a valorização e o uso sustentável<br />

dos recursos naturais por meio de<br />

uma ativa cooperação.<br />

Por outro lado, a questão de<br />

Defesa e Segurança foi incluída na<br />

Sérgio Amaral<br />

integração, do desenvolvimento<br />

sustentável e da solidariedade.<br />

Uma ferramenta fundamental<br />

que orienta o trabalho da SP é o<br />

Plano Estratégico 2004-2012,<br />

aprovado na VIII Reunião de Ministros<br />

das Relações Exteriores da<br />

<strong>OTCA</strong>, em setembro de 2004. O<br />

Plano Estratégico articula-se em<br />

quatro eixos:<br />

1. Conservação e Uso Sustentável<br />

dos Recursos Naturais<br />

Renováveis<br />

2. Gestão do Conhecimento e<br />

Intercâmbio de Tecnologia<br />

| 11


Declaração de Manaus e reforçada<br />

em Iquitos. Para tratar o tema,<br />

os ministros da área reuniramse<br />

na Colômbia, em 2006. Além<br />

disso, a Declaração de Manaus<br />

determinou que se promovessem<br />

cúpulas ministeriais para avançar<br />

na interlocução política sobre<br />

questões específicas, mandato<br />

este renovado em Iquitos. Realizaram-se<br />

reuniões de Ministros de<br />

Ciência e Tecnologia (2005), de<br />

Propriedade Intelectual (2005),<br />

da Saúde (2006), do Meio Ambiente<br />

(2006 e 2008) e do Turismo<br />

(2007 e 2008), as quais ensejaram<br />

um rico debate setorial.<br />

O Programa Regional de Turismo<br />

é resultado do mandato de Manaus<br />

de desenvolver mecanismos<br />

de incentivo ao investimento nos<br />

setores de turismo e ecoturismo e<br />

de divulgar as potencialidades da<br />

Amazônia. No que se refere à área<br />

de ciência e tecnologia, os Países<br />

Membros decidiram impulsionar<br />

a pesquisa científica, a geração de<br />

conhecimento e o desenvolvimento<br />

tecnológico, assim como a formação<br />

de recursos humanos. Nesse<br />

sentido, há vários processos em<br />

curso, entre eles o fortalecimento<br />

da UNAMAZ, a criação do Comitê<br />

Intergovernamental de Ciência,<br />

Tecnologia e Inovação em Saúde<br />

e da Rede Pan-amazônica, assim<br />

como a formulação da Estratégia<br />

de C&T para a Biodiversidade.<br />

A cooperação na área de saúde<br />

e a promoção dos direitos indígenas,<br />

por sua vez, figuram entre<br />

os mandatos da Declaração de<br />

Manaus e do Plano Estratégico<br />

que vem sendo desenvolvido pela<br />

<strong>OTCA</strong>, da mesma maneira que a<br />

promoção do diálogo no âmbito<br />

dos fóruns de negociação internacional,<br />

como o Foro das Nações<br />

Unidas sobre Florestas (UNFF).<br />

Outro ponto destacado pela<br />

Declaração de Manaus é a importância<br />

da cooperação fronteiriça<br />

em todas as áreas e sua concretização<br />

em programas e projetos, o<br />

que vem sendo colocado em prática<br />

com a elaboração e implementação<br />

de projetos demonstrativos.<br />

Finalmente, todos esses mandatos<br />

encontram-se inscritos no<br />

Plano de Ação 2007-2008, no<br />

qual são detalhadas as atividades<br />

e os projetos em curso.<br />

Um quadro de acompanhamento<br />

dos mandatos recebidos<br />

nas Declarações de Manaus e<br />

Iquitos encontra-se na página 56.<br />

12 |


Sérgio Amaral<br />

3<br />

Mecanismos<br />

de Coordenação


A<br />

s atividades da Direção,<br />

das Coordenações e dos<br />

Programas da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

são planejadas e executadas<br />

em estreita colaboração com os<br />

Países Membros, por meio de consulta.<br />

A dinâmica de trabalho gira<br />

em torno das reuniões periódicas<br />

da Comissão de Coordenação do<br />

Conselho de Cooperação Amazônica<br />

(CCOOR), somadas às do<br />

Conselho de Cooperação Amazônica<br />

(CCA) e dos Ministros das<br />

Relações Exteriores, quando convocadas<br />

pelos Países Membros,<br />

além do trabalho e intercâmbio<br />

com os pontos focais indicados pelos<br />

governos para as diversas áreas<br />

de atuação da <strong>OTCA</strong>. A CCOOR<br />

reuniu-se em dez ocasiões no período<br />

de julho de 2007 a julho de<br />

2008, e o CCA foi convocado três<br />

vezes.<br />

Participam das reuniões da<br />

CCOOR, órgão auxiliar e de consulta<br />

do CCA, a Direção da <strong>OTCA</strong>,<br />

Embaixadores dos Países Membros<br />

acreditados no Brasil e representantes<br />

do Ministério das Relações<br />

Exteriores do Brasil. Realizadas<br />

mensalmente na sede da <strong>OTCA</strong>,<br />

em Brasília, as reuniões permitem<br />

uma fluida interlocução e debate<br />

em torno da agenda da <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong>. A cada encontro são<br />

apresentados os relatórios de atividades<br />

do período decorrido desde<br />

a última reunião, os quais contêm,<br />

ainda, uma previsão de atividades<br />

futuras, propostas de assinatura<br />

de acordos e convênios de cooperação,<br />

o orçamento da <strong>OTCA</strong> e outros<br />

temas de interesse.<br />

A CCOOR acompanha todas as<br />

fases, do planejamento à programação<br />

e execução orçamentária da SP,<br />

avalia as atividades desenvolvidas<br />

e formula recomendações ao CCA,<br />

que é formado pelos representantes<br />

diplomáticos de alto nível do<br />

Tratado de Cooperação Amazônica<br />

(TCA), responsáveis por assegurar<br />

o cumprimento dos objetivos do<br />

Tratado. Apesar de ser um mecanismo<br />

ágil e periódico, a CCOOR deve<br />

ser fortalecida, e sua abrangência e<br />

incidência ampliadas.<br />

Paralelamente às reuniões<br />

mensais com os representantes<br />

diplomáticos dos Países Membros,<br />

os funcionários da SP mantêm<br />

um diálogo constante com<br />

os denominados pontos focais,<br />

ou seja, os representantes designados<br />

pelos governos para tratar<br />

das áreas de atuação da <strong>OTCA</strong>, os<br />

quais participam do planejamento<br />

e da execução das ações regionais<br />

amazônicas.<br />

Por meio de seus projetos, a<br />

<strong>OTCA</strong> conseguiu articular e colocar<br />

em funcionamento uma rede<br />

de atores, no momento principalmente<br />

públicos, ligados à análise,<br />

à gestão e à promoção de um conjunto<br />

de áreas e assuntos da maior<br />

importância para o desenvolvimento<br />

sustentável amazônico. A<br />

forma como são tratados esses<br />

temas, privilegiando uma abordagem<br />

integrada, constitui um desafio<br />

que vem gradativamente recebendo<br />

uma resposta favorável dos<br />

14 |


atores envolvidos. O planejamento<br />

e a execução dos projetos estão<br />

propiciando, ainda, a interlocução<br />

e articulação com atores locais,<br />

nacionais e regionais.<br />

Propostas<br />

Para dotar de maior agilidade as<br />

ações da SP é de fundamental importância<br />

que os Países Membros<br />

fortaleçam as instâncias nacionais<br />

de interlocução com a <strong>OTCA</strong>, de<br />

modo que os órgãos setoriais competentes<br />

sejam capazes de se apropriar<br />

e executar adequadamente<br />

os temas da organização e de contornar<br />

as dificuldades enfrentadas<br />

pela SP, decorrentes da lentidão do<br />

processo de consulta aos países.<br />

Por outro lado, a institucionalização<br />

das reuniões setoriais na<br />

estrutura de funcionamento da<br />

SP/<strong>OTCA</strong> certamente facilitará<br />

o cumprimento e a execução dos<br />

mandatos dos Países Membros.<br />

Embora no primeiro semestre de<br />

2008 se tenham realizado cúpulas<br />

de Ministros do Turismo e do<br />

Meio Ambiente, devido à ausência<br />

de instâncias setoriais oficializadas<br />

e incorporadas na estrutura<br />

da <strong>OTCA</strong> as decisões emanadas<br />

dessas cúpulas tiveram alcance<br />

limitado. Nesse sentido, a criação<br />

de um mecanismo de alto nível<br />

para a formulação, validação,<br />

acompanhamento e avaliação<br />

das iniciativas setoriais, dentre as<br />

quais projetos, ações e programas<br />

específicos, facilitaria o progresso<br />

na execução da agenda da <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong>.<br />

Tal mecanismo teria a finalidade<br />

de fomentar o diálogo, a análise<br />

e o consenso técnico entre as<br />

instituições dos Países Membros,<br />

responsáveis pelas áreas de atuação<br />

da <strong>OTCA</strong>. Dessa forma, seria<br />

atendida a decisão da VIII Reunião<br />

de Ministros das Relações Exteriores<br />

dos Países Membros da <strong>OTCA</strong>,<br />

inscrita na Declaração de Manaus,<br />

de “promover reuniões ministeriais<br />

temáticas com o propósito de avançar<br />

na interlocução política sobre<br />

questões específicas de interesse<br />

dos Estados Membros da <strong>OTCA</strong>”.<br />

Assim, estão dadas as condições<br />

para poder constituir o mecanismo<br />

proposto o antes possível.<br />

Reunião Extraordinária do Conselho de<br />

Cooperação Amazônica em Brasília,<br />

02.07.2007 Reuniões da Comissão de Coordenação do<br />

Conselho de Cooperação Amazônica (CCOOR)<br />

XL Reunião 15 de agosto de 2007<br />

Reunião Extraordinária 27 de agosto de 2007<br />

XLI Reunião 14 de setembro de 2007<br />

XLII Reunião 23 de outubro de 2007<br />

XLIII Reunião 26 de novembro de 2007<br />

Reunião Extraordinária 30 de novembro de 2007<br />

XLIV Reunião 2 de fevereiro de 2008<br />

XLV Reunião 1 de abril de 2008<br />

XLVI Reunião 14 de maio de 2008<br />

Reunião Extraordinária 14 de julho de 2008<br />

Reuniões do Conselho de Cooperação Amazônica (CCA)<br />

Reunião Extraordinária 2 de julho de 2007<br />

Reunião Extraordinária 29 de agosto de 2007<br />

Reunião Extraordinária 26 de setembro de 2007<br />

| 15


16 |


Sérgio Amaral<br />

4<br />

Relatório de<br />

Atividades


E<br />

a. Diálogo político<br />

ntre as tarefas relevantes<br />

desenvolvidas pela <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong> da <strong>OTCA</strong>,<br />

destacam-se o diálogo político e<br />

a busca por consensos regionais,<br />

com o fim último de cooperar<br />

para o desenvolvimento sustentável<br />

e integrado da Amazônia.<br />

A <strong>OTCA</strong> conquistou uma posição<br />

destacada como ator e interlocutor<br />

em diversos fóruns e iniciativas<br />

internacionais, resultado do<br />

fortalecimento da articulação entre<br />

os Países Membros. Esse fato<br />

contribuiu para a consolidação de<br />

seu papel de fórum privilegiado<br />

para o diálogo político e de apoio<br />

à formulação e implementação de<br />

estratégias regionais amazônicas<br />

em diversas áreas, como meio ambiente,<br />

turismo, saúde, assuntos<br />

indígenas e ciência e tecnologia.<br />

Nesse período, no âmbito da<br />

9ª Conferência das Partes da<br />

Convenção sobre Diversidade<br />

Biológica (COP-9), realizou-se a<br />

Segunda Reunião de Ministros e<br />

Representantes do Meio Ambiente<br />

dos Países Membros da <strong>OTCA</strong>.<br />

O encontro, ocorrido no dia 29 de<br />

maio de 2008, teve como resultado<br />

o “Relatório de Bonn”, que<br />

resume o processo de reflexão interministerial<br />

sobre a Amazônia<br />

e a biodiversidade. O documento<br />

reafirma o espírito de unidade dos<br />

países em torno da conservação<br />

e uso sustentável da região, e ratifica<br />

a vontade dos governos de<br />

continuar desenvolvendo ações<br />

para o alcance desse propósito. Os<br />

Fototeam Holler<br />

Reunião de Ministros e Altas Autoridades de Turismo dos Países Membros,<br />

Madri, 31.01.2008<br />

ministros destacaram também o<br />

papel da <strong>OTCA</strong> como instância de<br />

articulação e facilitação dos temas<br />

relacionados ao manejo sustentável<br />

da Amazônia e de promoção de<br />

espaços de diálogo e cooperação<br />

entre os países amazônicos, pelo<br />

qual recomendaram que fosse<br />

fortalecida. Antes dessa reunião,<br />

realizou-se, também no âmbito da<br />

COP-9, um Encontro de Negociadores<br />

dos Países Membros junto<br />

à Convenção sobre Diversidade<br />

Biológica (CDB), em 17 de maio<br />

do 2008.<br />

A <strong>OTCA</strong> continuou a trabalhar<br />

ativamente em outros âmbitos:<br />

no Fórum das Nações Unidas sobre<br />

Florestas (UNFF), no Grupo<br />

Amazônico da Comissão Florestal<br />

para América Latina e o Caribe<br />

(COFLAC), e apoiando os países<br />

nos diálogos iniciais e na coordenação<br />

de assuntos relativos às<br />

mudanças climáticas.<br />

Nas sessões do UNFF de 2005,<br />

2006 e 2007, a efetiva facilitação<br />

do diálogo e interação com os<br />

Países Membros permitiram que<br />

a perspectiva amazônica fosse<br />

compartilhada com todos os participantes<br />

do Fórum. Seus resultados<br />

encontram-se no Relatório<br />

da VII Sessão, no Instrumento Ju-<br />

Reunião de Ministros e Representantes de Meio Ambiente dos Países Membros,<br />

Bonn, 29.05.2008<br />

18 |


Fototeam Holler<br />

ridicamente Não Vinculante para<br />

Florestas (NLBI) e no Plano de<br />

Trabalho Plurianual (MYPOW)<br />

do UNFF. Em reconhecimento<br />

ao papel que é capaz de desempenhar<br />

no contexto amazônico, a<br />

<strong>OTCA</strong> foi convidada a participar<br />

da Iniciativa Regional Dirigida,<br />

promovida pela Suíça e Austrália<br />

na cidade de Genebra, em janeiro<br />

de 2008, onde pôde compartilhar<br />

com outras organizações suas experiências,<br />

destacando seu papel<br />

de promoção e apoio à cooperação<br />

entre os países, assim como as decisões<br />

de seus membros.<br />

Dentre seus esforços dirigidos<br />

a estimular o diálogo político regional<br />

em torno do manejo florestal<br />

sustentável, a <strong>OTCA</strong> participa<br />

da iniciativa Puembo, uma plataforma<br />

de diálogo e coordenação<br />

liderada pela FAO e por outras organizações<br />

regionais, e integrada<br />

por autoridades florestais nacionais.<br />

Após o término da primeira<br />

etapa, centrada no debate em<br />

torno da implementação de acordos<br />

internacionais sobre florestas<br />

por meio dos Programas Florestais<br />

Nacionais na América Latina,<br />

teve início uma segunda fase, denominada<br />

Puembo II, na qual se<br />

aprofundou a discussão temática<br />

e a definição de temas de comum<br />

interesse para a gestão florestal<br />

no âmbito dos Programas Florestais<br />

Nacionais. Nessa iniciativa, a<br />

<strong>OTCA</strong> atua como ponto de ligação<br />

na região Amazônica. Além disso,<br />

por decisão de suas autoridades<br />

florestais, a SP apoiou a execução<br />

do plano de trabalho do Grupo<br />

Sub-Regional Amazônico da<br />

COFLAC. Os resultados de Puembo<br />

constituem subsídios relevantes<br />

para a construção da agenda<br />

de trabalho regional no âmbito da<br />

COFLAC.<br />

Sendo a Amazônia a região<br />

que possui o maior patrimônio<br />

mundial de floresta úmida tropical<br />

contínua e a maior reserva de<br />

oxigênio e água doce do planeta,<br />

conservá-la constitui uma arma<br />

fundamental na luta contra os<br />

Encontro de Negociadores dos Países Membros na CDB,<br />

Bonn, 17.05.2008<br />

efeitos das mudanças climáticas.<br />

Nesse sentido, a <strong>OTCA</strong> começou<br />

a abordar essa questão do ponto<br />

de vista de apoiar a análise da situação<br />

em que se encontra atualmente<br />

esse debate, assim como de<br />

suas perspectivas para os Países<br />

Membros.<br />

Um primeiro passo para tanto<br />

foi a preparação do relatório<br />

“A Amazônia e as Mudanças Climáticas:<br />

magnitude do problema<br />

e perspectivas de ação para os<br />

Países Membros da <strong>OTCA</strong>”, uma<br />

contribuição para os governos<br />

preparatória à Conferência da<br />

Convenção-Quadro das Nações<br />

Unidas sobre o Mudanças Climáticas<br />

(CQNUMC), ou Cúpula<br />

de Bali, realizada em dezembro<br />

de 2007. A oficina A Amazônia<br />

em um mundo em transformação<br />

climática, organizada pela <strong>OTCA</strong><br />

no âmbito do evento internacional<br />

Clima Latino, realizado em<br />

outubro de 2007, no Equador,<br />

também permitiu que o tema<br />

fosse debatido com os mais renomados<br />

especialistas da região. A<br />

Coordenação de Meio Ambiente<br />

da <strong>OTCA</strong> recentemente preparou<br />

e encaminhou aos Países Membros<br />

o documento “Bases de uma<br />

agenda regional amazônica sobre<br />

Mudanças Climáticas” com o<br />

propósito de desenvolver um processo<br />

de consultas que subsidie<br />

a definição das linhas gerais de<br />

atuação da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

nesse campo, visando a apoiar<br />

os Países Membros em suas negociações<br />

internacionais.<br />

Por sua vez, a Coordenação<br />

| 19


de Assuntos Indígenas da <strong>OTCA</strong><br />

está capitaneando a construção<br />

participativa da Agenda Regional<br />

Indígena, que pretende canalizar<br />

os trabalhos realizados na região<br />

pan-amazônica voltados à questão.<br />

Tal construção envolve tanto<br />

uma reflexão sobre as perspectivas<br />

políticas e técnicas e a combinação<br />

destas, entre os governos e<br />

a <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>, quanto<br />

a promoção de espaços de debate<br />

que legitimem e integrem ações<br />

de políticas públicas em benefício<br />

dos povos indígenas, considerando<br />

o desenvolvimento sustentável<br />

e o respeito aos direitos<br />

indígenas, com base no respeito<br />

à soberania nacional. Do mesmo<br />

modo, vem se consolidando o<br />

vínculo com a Coordenadora de<br />

Organizações Indígenas da Bacia<br />

Amazônica (COICA), considerada<br />

fundamental como interlocutora,<br />

enquanto agrupadora e<br />

representante das organizações<br />

indígenas da Amazônia.<br />

A Coordenação de Saúde promoveu<br />

processos de consulta e<br />

diálogo com os pontos focais visando<br />

a incidir no estabelecimento<br />

de políticas públicas regionais<br />

e a mobilizar recursos em temas<br />

prioritários. A fim de facilitar o<br />

trabalho regional conjunto, foram<br />

formadas equipes intergovernamentais<br />

técnicas nas áreas<br />

de Vigilância de Saúde Ambiental<br />

e de Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

em Saúde, e foi criada a Rede<br />

Pan-Amazônica de Ciência Tecnologia<br />

e Inovação em Saúde. A<br />

<strong>OTCA</strong> defendeu os interesses da<br />

região em fóruns da América Latina<br />

e do Caribe sobre temas relativos<br />

à saúde.<br />

A Segunda Reunião de Ministros<br />

e Altas Autoridades de Turismo<br />

dos Países Membros, realizada<br />

em Madri, em janeiro de 2008,<br />

no âmbito da Feira Internacional<br />

de Turismo (FITUR), permitiu à<br />

<strong>OTCA</strong> divulgar as atividades executadas<br />

e os resultados alcançados<br />

ao longo de 2007 e abrir um<br />

espaço de diálogo em torno da<br />

iniciativa Ano do Destino Amazônia<br />

2009, no intuito de orientar<br />

os próximos passos de atuação.<br />

Entre outros temas, tratou-se do<br />

calendário de eventos previsto<br />

para 2009, do Road Show 2008,<br />

da proposta de projeto-piloto para<br />

o turismo integrado na Amazônia<br />

e do estudo de imagem. Por outro<br />

lado, a <strong>OTCA</strong> recebeu, da Organização<br />

Mundial de Turismo (OMT),<br />

apoio para o projeto de promoção<br />

do turismo que ocorrerá no próximo<br />

ano.<br />

O entusiasmo e apoio demonstrado<br />

pelos governos e atores à<br />

consecução do programa, a partir<br />

da visão da Amazônia como destino<br />

turístico, e o reconhecimento<br />

da importância de se desenvolver<br />

os atrativos e o potencial da região<br />

facilitaram e promoveram o<br />

trabalho conjunto.<br />

A Coordenação de Ciência,<br />

Tecnologia e Educação construiu<br />

uma base conceitual, técnica e<br />

metodológica e propôs à <strong>OTCA</strong><br />

estratégias para o setor baseadas<br />

numa ampla e exaustiva consulta<br />

com os atores da região.<br />

GEO AMAZÔNIA<br />

Um importante projeto<br />

que vem sendo executado<br />

é o GEO Amazônia,<br />

que consiste numa avaliação<br />

integral do estado<br />

do meio ambiente na região<br />

amazônica baseada<br />

na metodologia GEO<br />

(Global Environment Outlook),<br />

desenvolvida pelo<br />

PNUMA. Esse processo<br />

de avaliação ambiental,<br />

iniciado há dois anos, é<br />

um exercício participativo<br />

que abrange tanto os<br />

membros da comunidade<br />

científica, como os formuladores<br />

de políticas e<br />

as organizações comunitárias<br />

locais. Um dos<br />

produtos mais importantes<br />

do GEO Amazônia é o<br />

Relatório que proporcionará<br />

aos governos e atores<br />

do desenvolvimento<br />

sustentável amazônico<br />

uma visão integral sobre<br />

a problemática ambiental<br />

na região, e oferecerá<br />

recomendações que facilitarão<br />

a articulação de<br />

políticas e ações sobre a<br />

matéria. Esse relatório<br />

será publicado e apresentado<br />

no segundo semestre<br />

de 2008.<br />

20 |


Sérgio Amaral<br />

b. Manejo sustentável<br />

da floresta amazônica<br />

C<br />

om a finalidade de promover<br />

o manejo sustentável<br />

da floresta amazônica, a <strong>OTCA</strong><br />

desenvolve suas atividades em<br />

três áreas principais: diretrizes<br />

regionais para o manejo florestal<br />

sustentável; fortalecimento institucional<br />

para a gestão florestal; e<br />

mecanismos de financiamento do<br />

manejo florestal sustentável.<br />

Diretrizes regionais e<br />

fortalecimento institucional<br />

Os países amazônicos definiram<br />

critérios e indicadores (C&I)<br />

comuns para avaliar o manejo<br />

sustentável de suas florestas no<br />

âmbito do Processo de Tarapoto,<br />

iniciado em 1995. Os C&I são<br />

uma ferramenta indispensável<br />

para o monitoramento contínuo<br />

do processo de desenvolvimento<br />

sustentável. A nível mundial, acredita-se<br />

que os elementos ou princípios<br />

essenciais do manejo florestal<br />

são definidos pelos critérios de<br />

sustentabilidade, e que com eles é<br />

possível avaliar a sustentabilidade<br />

das florestas.<br />

Parte do fortalecimento da gestão<br />

florestal consistiu em divulgar,<br />

com o apoio do governo brasileiro,<br />

no âmbito do projeto Agenda<br />

Comum Amazônica, o sistema<br />

Deter/Prodes Digital, que é capaz<br />

de monitorar a cobertura florestal<br />

a baixo custo e em tempo real.<br />

Esse sistema, utilizado pelo Ministério<br />

do Meio Ambiente (MMA)<br />

do Brasil, foi desenvolvido pelo<br />

Instituto Nacional de Pesquisas<br />

Espaciais (INPE) desse país. Para<br />

isso, foram realizadas oficinas de<br />

discussão nos Países Membros da<br />

<strong>OTCA</strong> durante 2007 e 2008, antecedidas<br />

por uma oficina regional,<br />

em 2006. Esse processo teve<br />

como resultados a criação de um<br />

banco de dados estruturado de<br />

modo a receber novas camadas<br />

de informação dos oito países; a<br />

capacitação de especialistas; a capacitação<br />

e divulgação do sistema;<br />

e o estabelecimento de uma célula<br />

básica com a informação gerada<br />

no curso de capacitação e as ferramentas<br />

tecnológicas utilizadas.<br />

Uma nova fase está prevista<br />

para iniciar em 2008 com a im-<br />

| 21


plementação do projeto Monitoramento<br />

do Desmatamento, da<br />

Exploração Florestal e das Mudanças<br />

no Uso da Terra na Amazônia,<br />

que aguarda a aprovação da<br />

Organização Internacional de Madeiras<br />

Tropicais (OIMT). O plano<br />

de trabalho inclui a execução de<br />

um estudo e a uma discussão no<br />

âmbito regional com o objetivo de<br />

harmonizar os Critérios e Indicadores<br />

(C&T) de Tarapoto e os C&I<br />

da OIMT.<br />

Paralelamente, a <strong>OTCA</strong> apóia a<br />

iniciativa Aplicação da Legislação<br />

Florestal na Amazônia (ALFA).<br />

Trata-se de um processo de discussão<br />

e de intercâmbio regional<br />

sobre oportunidades e desafios<br />

relacionados à legislação florestal<br />

e à governabilidade do setor<br />

na região. O processo foi lançado<br />

com o objetivo de consolidar<br />

a cooperação, o intercâmbio e a<br />

coordenação de políticas e ações<br />

voltadas à proteção da biodiversidade,<br />

e de combater o corte e a<br />

comercialização ilegal de madeira.<br />

Busca, ainda, a adoção de medidas<br />

que contribuam para o controle e<br />

a redução de práticas ilícitas.<br />

Em 2006, foram conduzidos<br />

estudos sobre a aplicação da legislação<br />

florestal na Bolívia, Guiana,<br />

Peru e Suriname. Esses estudos<br />

serão complementados com os do<br />

Brasil, Colômbia e Equador. Devese,<br />

todavia, retomar o processo de<br />

diálogo regional com vistas a conhecer<br />

os avanços e as novas experiências<br />

desenvolvidas nos países,<br />

sondar novas oportunidades<br />

de cooperação e construir as bases<br />

de uma agenda comum amazônica<br />

sobre esse tema.<br />

De forma complementar, estão<br />

sendo apoiados os projetos demonstrativos<br />

que fazem parte das<br />

estratégias nacionais de fortalecimento<br />

da aplicação da legislação<br />

florestal, como no caso do manejo<br />

florestal sustentável, do diálogo e<br />

capacitação de autoridades para<br />

melhorar a aplicação da legislação<br />

no Equador, do manejo florestal<br />

comunitário na Bolívia e da geração<br />

de subsídios para a construção<br />

de políticas de manejo florestal comunitário<br />

no Brasil. Espera-se que<br />

essas iniciativas contribuam de<br />

forma significativa para a abordagem<br />

do tema no âmbito regional e<br />

para a implementação das políticas<br />

nacionais nos países onde são<br />

executadas.<br />

Mecanismos de<br />

financiamento para<br />

o manejo florestal<br />

O reconhecimento do valor das<br />

florestas para a conservação da<br />

natureza e para o fornecimento<br />

de bens e serviços essenciais ao<br />

desenvolvimento sustentável vem<br />

multiplicando o número de ações<br />

a favor do Manejo Florestal Sustentável<br />

(MFS). A busca pela ampliação<br />

e diversificação da base de<br />

financiamento do MFS vem ganhando<br />

cada vez mais espaço na<br />

formulação e implementação de<br />

políticas e agendas de pesquisa.<br />

Tal fato se deve a que, para diminuir<br />

a degradação das florestas e<br />

o desmatamento, é necessário au-<br />

mentar a competitividade do bom<br />

manejo florestal e tornar o setor<br />

mais atrativo do ponto de vista socioeconômico.<br />

Um estudo conjunto das experiências<br />

práticas sobre mecanismos<br />

financeiros aplicados em<br />

19 países da América Latina foi<br />

conduzido pela <strong>OTCA</strong> em conjunto<br />

com a Organização da Nações<br />

Unidas para a Agricultura<br />

e a Alimentação (FAO), a União<br />

Mundial para a Natureza (UICN),<br />

a Comissão Centro-Americana de<br />

Meio Ambiente e Desenvolvimento<br />

(CCAD), Tropenbos e o Ministério<br />

de Agricultura da Holanda. O<br />

estudo “Em direção a estratégias<br />

nacionais de financiamento para<br />

o manejo florestal sustentável na<br />

América Latina” reúne e sistematiza<br />

as principais experiências da<br />

região, e conclui que, enquanto<br />

não se conseguir tornar as atividades<br />

de base florestal mais atrativas<br />

economicamente, quer por meio<br />

do pagamento de compensações<br />

pelos bens e/ou serviços que fornece,<br />

quer por meio de mecanismos<br />

de investimento, a tendência<br />

de substituição das florestas remanescentes<br />

por atividades mais<br />

atraentes não mudará. As discussões<br />

enfatizaram a elaboração, no<br />

âmbito dos Programas Florestais<br />

Nacionais, de estratégias integrais<br />

de financiamento florestal.<br />

Também foram identificadas<br />

no período demandas específicas<br />

dos Países Membros a respeito da<br />

organização de eventos nacionais<br />

que permitam explorar as oportunidades<br />

de ação conjunta entre os<br />

22 |


setores florestal e financeiro. Em<br />

junho de 2008, a <strong>OTCA</strong> apresentou<br />

os principais resultados desse<br />

estudo na Oficina sobre Financiamento<br />

Sustentável em Manejo<br />

Florestal, Desenvolvimento Internacional<br />

e Perspectivas, realizada<br />

pelo governo do Suriname, a partir<br />

da qual se pretende apoiar a<br />

construção da estratégia de financiamento<br />

florestal daquele país.<br />

Diante da necessidade de<br />

quantificar a contribuição real da<br />

área florestal à economia nacional,<br />

realizou-se, em abril de 2008,<br />

em Quito (Equador), uma oficina<br />

regional para a Revisão do Setor<br />

Florestal nos Sistemas de Contas<br />

Públicas Nacionais. Os delegados<br />

dos Países Membros analisaram<br />

a possibilidade de estabelecer<br />

uma conta satélite que permita<br />

revisar as atividades vinculadas<br />

à área florestal, assim como a<br />

participação desta na economia<br />

nacional; analisaram os desafios<br />

e oportunidades metodológicos e<br />

operacionais para a adoção e institucionalização<br />

de uma conta satélite<br />

florestal; e elaboraram uma<br />

proposta regional para a adoção<br />

experimental da conta satélite do<br />

setor florestal.<br />

Florestas<br />

Amazônicas<br />

A floresta amazônica<br />

constitui a base dos recursos<br />

e da abundância em<br />

biodiversidade da região.<br />

Desempenha um papel<br />

fundamental no funcionamento<br />

do ciclo hidrológico,<br />

na manutenção da<br />

biodiversidade, na conservação<br />

dos solos, no equilíbrio<br />

dos ecossistemas<br />

aquáticos, no seqüestro<br />

de gases de efeito estufa<br />

e no fornecimento dos<br />

bens materiais de que necessitam<br />

seus habitantes<br />

e daqueles demandados<br />

pelos mercados nacionais<br />

e internacionais.<br />

c. Biodiversidade e<br />

Áreas Protegidas<br />

Plano de Ação Regional<br />

para a Biodiversidade<br />

Amazônica<br />

A<br />

SP/<strong>OTCA</strong> elaborou uma<br />

proposta de Plano de Ação<br />

Regional para a Biodiversidade<br />

Amazônica (PARBA) 2008-2013<br />

visando a fortalecer as ações de<br />

coordenação e cooperação entre<br />

os Países Membros voltadas para<br />

o conhecimento, a conservação e o<br />

uso sustentável da biodiversidade<br />

da região, assim como para a distribuição<br />

justa e eqüitativa dos benefícios<br />

derivados de sua utilização.<br />

O PARBA busca se constituir<br />

num referencial em questões tais<br />

como a criação de áreas protegidas<br />

e de corredores em zonas de<br />

fronteira, que tenham por facilitar<br />

a conectividade entre ecossistemas<br />

naturais e aumentar a<br />

representatividade ecossistêmica<br />

nas áreas de conservação. O plano<br />

também permitirá aprimorar<br />

o conhecimento atual sobre a diversidade<br />

biológica amazônica e<br />

possibilitará o trabalho em programas<br />

de apoio à preservação<br />

Sérgio Amaral<br />

| 23


Oficina Nacional sobre Gestão da<br />

Biodiversidade na Colômbia, 04.2007<br />

Oficina sobre o Programa Regional Amazónico de Áreas Protegidas, Bariloche, 03.10.2007<br />

dos conhecimentos tradicionais,<br />

de acesso aos recursos genéticos<br />

e de direitos de propriedade intelectual,<br />

assim como a geração de<br />

mecanismos eficazes para o monitoramento<br />

e controle do tráfico de<br />

biodiversidade.<br />

Para embasar o PARBA foram<br />

realizadas seis oficinas nacionais<br />

de consulta, na Bolívia, Colômbia,<br />

Equador, Guiana, Peru e Suriname,<br />

entre março e novembro do 2007,<br />

as quais contaram com a participação<br />

das autoridades ambientais<br />

e da administração florestal de<br />

cada país e de representantes de<br />

entidades e organizações acadêmicas<br />

e científicas, ONGs e entidades<br />

públicas e privadas. Além<br />

disso, realizou-se a Oficina Regional<br />

de Ciência e Tecnologia para<br />

a Conservação e Uso Sustentável<br />

da Biodiversidade, em Loja (Equador),<br />

em agosto de 2007.<br />

Monitoramento e controle<br />

de fauna e flora<br />

A proposta do Mecanismo de<br />

Cooperação para o Monitoramento<br />

e Controle do Tráfico de Fauna e<br />

Flora Selvagens na região Amazônica<br />

foi enviada aos Países Membros<br />

para consideração, em março de<br />

2008. Seu objetivo é fortalecer, a<br />

partir de uma perspectiva regional,<br />

a capacidade institucional e técnica<br />

dos países no controle do tráfico de<br />

fauna e flora selvagens, no âmbito<br />

das disposições legais nacionais e<br />

internacionais sobre comércio e<br />

aproveitamento sustentáveis.<br />

Sérgio Amaral<br />

O mecanismo propõe uma estratégia<br />

de trabalho conjunto para<br />

estimular a participação e o diálogo<br />

nas instituições públicas responsáveis<br />

pelo controle do tráfico de fauna<br />

e flora selvagens e para facilitar<br />

o intercâmbio de informações e<br />

criar capacidades nas instituições<br />

nacionais competentes.<br />

Essa proposta foi discutida por<br />

representantes dos Países Membros<br />

em um evento paralelo durante<br />

a 14ª Conferência das Partes<br />

da Convenção sobre o Comércio<br />

Internacional de Espécies de<br />

Fauna e Flora Selvagens em Perigo<br />

de Extinção (CITES), em junho<br />

de 2007, e em outras oficinas.<br />

Áreas protegidas<br />

amazônicas<br />

A proposta de Programa Regional<br />

para a Gestão Sustentável<br />

das Áreas Protegidas Amazônicas<br />

foi enviada aos Países Membros<br />

para apreciação e aprovação em<br />

janeiro de 2008. Visa a contribuir<br />

para a construção de uma visão<br />

e uma prática de gerenciamento<br />

das áreas protegidas em escala<br />

regional, com ênfase nas áreas<br />

protegidas em zonas de fronteira<br />

24 |


Fototeam Holler<br />

Fototeam Holler<br />

Evento paralelo sobre turismo e áreas protegidas<br />

na COP-9, Bonn, 22.05.2008<br />

Oficina Nacional sobre Gestão<br />

da Biodiversidade na Bolivia<br />

Evento paralelo sobre Plano de Ação Regional de<br />

Biodiversidade na COP-9, Bonn, 20.05.2008<br />

e nos corredores de conservação<br />

comuns a mais de um país.<br />

O programa desenvolverá mecanismos<br />

de coordenação e instrumentos<br />

técnicos e financeiros<br />

para complementar o gerenciamento<br />

dos Sistemas Nacionais<br />

de Áreas Protegidas e promover<br />

a ação conjunta, a partir de uma<br />

abordagem regional para a conservação<br />

da biodiversidade. Permitirá,<br />

após sua implementação,<br />

complementar os esforços nacionais<br />

no campo do gerenciamento<br />

de áreas protegidas amazônicas<br />

como instrumentos para a conservação<br />

da biodiversidade, o<br />

desenvolvimento sustentável e a<br />

inclusão social, e facilitará a construção<br />

de posições comuns em cenários<br />

internacionais.<br />

A proposta foi resultado de um<br />

longo processo. A oficina para a<br />

formulação do Programa Regional<br />

para a Gestão Sustentável das<br />

Áreas Protegidas Amazônicas, realizada<br />

no Rio de Janeiro (Brasil)<br />

em agosto de 2007, foi precedida<br />

por discussões sobre o tema nas<br />

oficinas nacionais e regionais do<br />

Programa <strong>OTCA</strong> Biodiversidade.<br />

A ativa participação no II Congresso<br />

Latino-Americano de Parques<br />

Nacionais e Outras Áreas<br />

Protegidas, em outubro de 2007,<br />

em Bariloche (Argentina), também<br />

ofereceu a oportunidade de<br />

apresentar e debater a proposta<br />

na oficina Em direção a um Programa<br />

Regional Amazônico de<br />

Áreas Protegidas. Entre os diversos<br />

pontos da Declaração de Bariloche,<br />

destaca-se o que celebra<br />

o avanço e implementação de<br />

políticas e planos regionais e subregionais<br />

relativos à conservação<br />

da biodiversidade. O programa da<br />

<strong>OTCA</strong> é citado como uma dessas<br />

estratégias.<br />

Sérgio Amaral<br />

Durante a COP-9, na cidade de<br />

Bonn, em maio de 2008, realizouse<br />

um evento paralelo sobre Turismo<br />

e Áreas Protegidas, isto porque<br />

as APs constituem, em muitos<br />

casos, os principais destinos<br />

turísticos na Amazônia. De igual<br />

forma, na Terceira Oficina Internacional<br />

da Rede de Áreas Protegidas<br />

Andes-Amazonas, realizada<br />

no Equador em maio de 2008, o<br />

Programa <strong>OTCA</strong> Biodiversidade<br />

foi responsável pelo grupo de trabalho<br />

de APs em zonas contíguas<br />

de fronteira. Os referidos eventos<br />

permitiram discutir questões<br />

específicas relacionadas às áreas<br />

protegidas na Amazônia.<br />

Um dos aspectos que integram<br />

a proposta do programa regional<br />

é a possibilidade de constituir um<br />

Fundo Regional de Áreas Protegidas.<br />

Esse fundo, que serviria como<br />

um mecanismo de apoio ao financiamento<br />

das APs, recebeu, do<br />

governo da Alemanha, uma oferta<br />

de contribuição no valor de 10<br />

milhões de euros. Um estudo de<br />

pré-viabilidade foi elaborado em<br />

2007, e no corrente ano a <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong> está preparando<br />

uma nota de conceito para sua<br />

apreciação pelos Países Membros.<br />

| 25


A<br />

d. Uso sustentável<br />

da biodiversidade:<br />

biocomércio<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da<br />

<strong>OTCA</strong> preparou e encaminhou<br />

aos Países Membros, para<br />

aprovação, em janeiro do 2008,<br />

a proposta do Programa Regional<br />

de Biocomércio, cujo objetivo<br />

é promover o uso sustentável e a<br />

conservação da diversidade biológica<br />

por meio de ações regionais<br />

que favoreçam o comércio e investimentos<br />

em produtos e serviços<br />

da biodiversidade na região amazônica,<br />

com ênfase na distribuição<br />

justa e eqüitativa de benefícios.<br />

Entre seus objetivos específicos,<br />

o programa busca: proporcionar<br />

um espaço de diálogo político para<br />

apoiar os Países Membros em seus<br />

processos de formulação de políticas<br />

e normas relativas a investimento,<br />

produção e comercialização<br />

de produtos e serviços derivados<br />

da biodiversidade; estimular a pesquisa<br />

aplicada e o intercâmbio de<br />

informações visando ao aproveitamento<br />

sustentável e ao desenvolvimento<br />

de produtos da diversidade<br />

biológica amazônica; impulsionar o<br />

trabalho conjunto na elaboração e<br />

implementação de estratégias inovadoras<br />

e proativas de promoção e<br />

de inserção dos produtos e serviços<br />

da biodiversidade amazônica no<br />

mercado; e promover e facilitar o<br />

desenvolvimento de mecanismos<br />

financeiros para o setor.<br />

Resultado de um processo que<br />

teve início com a preparação de<br />

Fototeam Holler Andrei Bonamin<br />

Andrei Bonamin<br />

Andrei Bonamin<br />

Sérgio Amaral<br />

Sala Andes-Amazônia na COP-9,<br />

Bonn, 05.2008<br />

Sala Andes-Amazônia na Exposustentat,<br />

Sao Paulo, 10.2007<br />

estudos nacionais de biocomércio,<br />

o programa foi discutido e pactuado<br />

em outubro de 2007 na Oficina<br />

Regional realizada em São Paulo<br />

(Brasil), da qual participaram os<br />

pontos focais políticos e técnicos<br />

dos Programas Nacionais de Biocomércio<br />

e outros representantes<br />

designados pelos governos amazônicos.<br />

O Programa Regional de Biocomércio<br />

segue uma abordagem<br />

de cadeias de valor com relevância<br />

regional. Numa primeira fase, foram<br />

definidas três cadeias de valor<br />

nas quais trabalhar: ingredientes<br />

naturais para o setor de cosméticos<br />

e alimentos, peixes ornamentais<br />

e pescados. É nesse contexto que<br />

estão sendo discutidas as potenciais<br />

intervenções regionais com<br />

atores-chave. Com a finalidade de<br />

construir de forma participativa<br />

o plano setorial para ingredientes<br />

naturais, em dezembro de 2007<br />

foi realizada, em Bogotá, a Oficina<br />

sobre Comércio Sustentável de Ingredientes<br />

Naturais derivados da<br />

Região Amazônica. Convocada em<br />

conjunto com a UNCTAD e a GTZ,<br />

a oficina contou com a participação<br />

de atores do setor público, acadêmico<br />

e privado.<br />

26 |


A proposta da <strong>OTCA</strong> foi apresentada<br />

durante a COP-9, em<br />

maio de 2008, em evento paralelo<br />

que incluiu uma degustação de<br />

sucos de frutas amazônicas, como<br />

araçá e açaí. A <strong>OTCA</strong> também esteve<br />

presente na Feira Internacional<br />

de Biocomércio da Bolívia, realizada<br />

em Santa Cruz de la Sierra,<br />

em junho de 2008, com o fim de<br />

fortalecer e contribuir ao posicionamento<br />

do setor em nível nacional<br />

e regional.<br />

Fototeam Holler<br />

Oficina sobre Programa Regional de Biocomércio, São Paulo, 10.2008<br />

Evento paralelo sobre Programa Regional de Biocomércio, na COP-9,<br />

Bonn, 21.05.2008<br />

Andrei Bonamin<br />

Sala Andes-Amazônia (SAA)<br />

A Sala Andes-Amazônia<br />

(SAA) foi criada<br />

com a finalidade de promover<br />

os produtos e serviços<br />

derivados da biodiversidade<br />

andino-amazônica, dando ênfase<br />

à complementaridade e ao potencial<br />

existente entre os Andes e a Amazônia. Esse espaço<br />

de caráter comercial é uma mostra da oferta<br />

dos empreendimentos do biocomércio regional<br />

andino-amazônico que souberam aproveitar as<br />

vantagens oferecidas pelos mercados regionais<br />

e internacionais. Resultado de uma parceria estratégica<br />

entre os Programas Nacionais de Biocomércio<br />

da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e o<br />

Ministério do Meio Ambiente do Brasil, a SAA e<br />

contou com o apoio da UNCTAD e CAN.<br />

Em sua primeira edição, lançada em outubro<br />

de 2007, em São, Paulo, apresentaram-se 26 expositores<br />

provenientes do Brasil, Bolívia, Colômbia,<br />

Equador e Peru, representando cerca de 15<br />

mil famílias envolvidas no processo. Em espaço<br />

criado na feira de negócios sustentáveis Exposustentat,<br />

foram apresentados produtos como a<br />

quinoa e derivados, cacau, castanha-do-pará, araçá,<br />

café, maca, cupuaçu, bolsas, chapéus, cestas,<br />

biojóias, sementes, produtos cosméticos naturais,<br />

couro ecológico, instrumentos musicais, cestaria<br />

e acessórios, entre outros. A exposição e o fórum<br />

contaram com o apoio dos países e organismos<br />

idealizadores da SAA, e do Planeta Orgânico. A<br />

próxima versão da Sala Andes-Amazônia deverá<br />

ser realizada na nova edição da Exposustentat,<br />

em outubro de 2008<br />

A SAA também se instalou na COP-9 com o<br />

objetivo de constituir um espaço de divulgação<br />

e sensibilização a respeito do biocomércio na região,<br />

como uma alternativa de desenvolvimento e<br />

comércio sustentável voltada para as comunidades<br />

locais. Nessa ocasião, foram exibidos produtos<br />

derivados da riqueza biológica regional em meio<br />

a uma recriação dos ecossistemas andino-amazônicos<br />

e de uma mostra visual sobre os processos<br />

de produção e os princípios de biocomércio.<br />

| 27


A<br />

e. Gerenciamento dos<br />

recursos hídricos<br />

fase preparatória do projeto<br />

Manejo Integrado e Sustentável<br />

dos Recursos Hídricos<br />

Transfronteiriços na Bacia do Rio<br />

Amazonas considerando a Variabilidade<br />

Climática e as Mudanças<br />

Climáticas foi executada ao longo<br />

de 2006 e 2007 com recursos do<br />

Fundo Mundial para o Meio Ambiente<br />

(GEF) e em parceria com o<br />

Programa das Nações Unidas para<br />

o Meio Ambiente (PNUMA) e a Organização<br />

de Estados Americanos<br />

(OEA).<br />

O projeto tem por objetivo fortalecer<br />

o arcabouço institucional<br />

nos Países Membros para planejar<br />

e executar, de forma coordenada,<br />

as atividades de proteção e manejo<br />

sustentável dos recursos hídricos<br />

face aos impactos resultantes<br />

das ações do homem e às manifestações<br />

das mudança climáticas na<br />

Amazônia.<br />

De sua fase preparatória decorreu<br />

o desenvolvimento de uma<br />

visão consensuada em torno do<br />

gerenciamento integrado e sustentável<br />

da maior reserva de água<br />

doce do planeta. A necessidade<br />

de criar um mecanismo consolidado<br />

de manejo conjunto é uma<br />

das mais urgentes exigências das<br />

instituições da área dos Países<br />

Membros.<br />

Após a conclusão e aprovação<br />

da fase preparatória, foram solicitados<br />

novos recursos ao GEF, da<br />

ordem de US$ 7,5 milhões, para<br />

iniciar a execução do projeto. Esse<br />

Sérgio Amaral<br />

pedido já foi aprovado numa primeira<br />

instância e deverá receber<br />

a aprovação definitiva ainda em<br />

2008. Nesse projeto, a <strong>OTCA</strong> conta<br />

ainda com o apoio dos Países<br />

Membros.<br />

O Programa de Ações Estratégicas<br />

(PAE) do projeto contempla<br />

sobretudo o traçado de uma<br />

política harmonizada entre os<br />

governos e grupos de interesse<br />

para o gerenciamento dos recursos<br />

hídricos e a integração entre<br />

a legislação, regulamentos e capacidades<br />

institucionais dos países<br />

amazônicos. O PAE também<br />

gerará mais conhecimento sobre<br />

as medidas de adaptação necessárias<br />

para mitigar os impactos<br />

das inundações e secas decorrentes<br />

da mudança no clima, e<br />

documentará o saber científico<br />

e técnico necessário para criar<br />

uma agenda harmonizada com os<br />

temas que devem ser trabalhados<br />

no programa.<br />

Ao longo de 2007 e 2008, foram<br />

entregues todos os relatórios<br />

finais, que forneceram valiosa informação<br />

temática e analítica para<br />

os países amazônicos, assim como<br />

propostas concretas de projetos e<br />

atividades para a formulação do<br />

documento. Os relatórios financeiro<br />

e operacional foram finalizados e<br />

a Unidade Coordenadora do Projeto<br />

(UCP) reuniu-se em Brasília, em<br />

dezembro de 2007, para discutir<br />

os novos modelos do GEF e os ajustes<br />

necessários para sua execução e<br />

a dos subprojetos e atividades.<br />

A combinação de esforços possibilitou<br />

que a UCP concluísse as<br />

últimas versões do Resumo Executivo<br />

de Projeto (REP) e do Projeto<br />

de Grande Escala (FSP). A elaboração<br />

da versão final do REP, que<br />

contém os resultados de todas as<br />

consultas e atividades realizadas<br />

durante a fase inicial, reflete os esforços<br />

da coordenação do projeto<br />

e da equipe técnica.<br />

28 |


Sérgio Amaral<br />

A<br />

f. Promoção do<br />

turismo regional<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> da<br />

<strong>OTCA</strong> vem implementando,<br />

desde 2007, o Programa de<br />

Desenvolvimento do Turismo Sustentável<br />

na Amazônia, e está centrando<br />

seus esforços na promoção<br />

do Ano do Destino Amazônia<br />

2009. Para tanto, foram realizadas<br />

reuniões ministeriais, oficinas<br />

de planejamento e lançamento do<br />

projeto, além de visitas aos Países<br />

Membros e a instituições e organizações<br />

do setor de turismo.<br />

A Coordenação de Transporte,<br />

Infra-estrutura, Comunicação e<br />

Turismo da <strong>OTCA</strong> e a equipe do<br />

programa também participaram<br />

de feiras, reuniões, seminários e<br />

conferências, nos quais realizaram<br />

um trabalho de divulgação<br />

da iniciativa, objetivando captar<br />

apoio para assegurar seu sucesso.<br />

O programa terá grande repercussão<br />

no turismo da Amazônia<br />

e dará projeção à região no mercado<br />

internacional, com o que se<br />

espera que um maior número de<br />

turistas a visitem.<br />

A iniciativa Ano do Destino<br />

Amazônia 2009 visa a desenvolver<br />

e implementar atividades que destaquem<br />

o potencial da região e, paralelamente,<br />

estabelecer as bases<br />

para o desenvolvimento sustentável<br />

e integrado do turismo na Amazônia,<br />

melhorando, assim, a qualidade<br />

de vida dos seus habitantes.<br />

Promover a região no mundo e realizar<br />

uma série de eventos no ano<br />

2009 são duas das ações que já<br />

estão em andamento e que fazem<br />

parte de um calendário elaborado<br />

a partir das sugestões dos Países<br />

Membros, abrangendo festivais,<br />

conferências, competições esportivas<br />

e mesas redondas. Todas as<br />

informações estarão disponíveis na<br />

página web do projeto, permitindo<br />

o intercâmbio de dados e a promoção<br />

de atividades regionais.<br />

Ao longo de 2008, ano crucial<br />

para determinar o sucesso da iniciativa,<br />

estão sendo tomadas as<br />

medidas que foram anunciadas<br />

e discutidas com os governos durante<br />

o processo de construção do<br />

programa. A <strong>OTCA</strong> buscou fortalecer<br />

a cooperação e as consultas<br />

aos Países Membros, consolidar os<br />

processos internos de colaboração<br />

com os Ministérios de Turismo e<br />

entidades locais do setor, comunidades<br />

e organizações de todas<br />

as áreas, e levantar recursos com<br />

doadores e fontes internacionais a<br />

fim de executar projetos integrados<br />

de turismo.<br />

No dia 31 de janeiro de 2008,<br />

os Ministros e Altas Autoridades<br />

de Turismo dos Países Membros<br />

da <strong>OTCA</strong> se reuniram em Madri,<br />

no âmbito da Feira Internacional<br />

de Turismo (FITUR). A cúpula assinalou<br />

o compromisso da <strong>OTCA</strong><br />

para com a ampliação dos proces-<br />

| 29


Participantes da oficina de turismo na<br />

Guiana<br />

Participantes da oficina de turismo no<br />

Equador<br />

Participantes da oficina de turismo na<br />

Colômbia<br />

Primeira oficina de turismo regional,<br />

Quito<br />

Debate sobre turismo no II Congresso<br />

Latino-americano de Florestas, Bariloche<br />

sos de consulta e colaboração entre<br />

os governos amazônicos, bem<br />

como a determinação de impulsionar<br />

o turismo da região no mercado<br />

global. Nessa visita à Espanha,<br />

a iniciativa da organização obteve<br />

o apoio da Organização Mundial<br />

de Turismo (OMT).<br />

Na II Reunião de Ministros e<br />

Altas Autoridades de Turismo da<br />

<strong>OTCA</strong>, acordou-se identificar os<br />

pontos focais técnicos de cada País<br />

Membro responsáveis pelo acompanhamento<br />

das atividades previstas<br />

no Ano do Destino Amazônia<br />

2009. Os pontos focais se reuniram<br />

no Equador, formando, assim,<br />

o Comitê Técnico de Turismo da<br />

<strong>OTCA</strong>, o qual tornou a se reunir<br />

pela segunda vez, no Suriname.<br />

Na cúpula de Madri apresentou-se<br />

um estudo de imagem elaborado<br />

com base nas entrevistas a<br />

operadores de turismo e agências<br />

de viagens de cinco países europeus.<br />

O estudo faz parte de um<br />

esforço no sentido de entender a<br />

percepção a respeito da Amazônia<br />

no mercado mundial de turismo,<br />

e foi motivado pelo fato de ela ser<br />

pouco conhecida, apesar de suas<br />

riquezas e atrativos. Entre as principais<br />

conclusões destacam-se a<br />

associação da região à natureza,<br />

à aventura e ao mistério, por um<br />

lado, e à questão do desmatamento<br />

das florestas e às dificuldades<br />

de acesso à região, por outro. Os<br />

resultados indicam que a estratégia<br />

a ser desenvolvida deve basear-se<br />

na integração amazônica.<br />

Entre as ações da <strong>OTCA</strong> para<br />

dar projeção ao Ano do Destino<br />

Amazônia 2009, foram formuladas<br />

as normas para um concurso internacional<br />

de fotografia profissional<br />

e amadora, que se dividirá em três<br />

categorias: Paisagens; Fauna e Flora;<br />

e Culturas. As trinta melhores<br />

fotos farão parte de exposições itinerantes<br />

nos Países Membros.<br />

Além do concurso, instituiu-se<br />

o Prêmio Bianual de Turismo Sustentável<br />

da <strong>OTCA</strong>, que premiará os<br />

estabelecimentos de hospedagem<br />

na Amazônia que mais contribuam<br />

para o desenvolvimento sustentável<br />

do turismo valorizando os ambientes<br />

naturais e culturais. Serão<br />

agraciados os estabelecimentos que<br />

melhor se adequarem aos critérios<br />

de sustentabilidade que constam<br />

do regulamento. A premiação está<br />

prevista para julho de 2009.<br />

Os Países Membros e a <strong>OTCA</strong><br />

participarão de uma exposição itinerante<br />

que visitará três cidades<br />

do mundo. A primeira a ser visitada<br />

será Brasília, em outubro, com<br />

um evento intitulado “A Amazônia<br />

e o Mundo”, na Universidade de<br />

Brasília (UnB); a segunda visita<br />

consistirá de uma exposição no<br />

George Brown College, em Toronto<br />

(Canadá); e, finalmente, a<br />

terceira ocorrerá no World Travel<br />

Market, em Londres (Inglaterra).<br />

A exposição itinerante tem como<br />

objetivo apresentar o produto turístico<br />

amazônico a um público<br />

mais amplo e divulgar o projeto de<br />

turismo sustentável da região.<br />

Paralelamente ao Ano do Destino<br />

Amazônia 2009, na esteira<br />

dessa iniciativa, a <strong>OTCA</strong> propôs a<br />

criação e desenvolvimento de uma<br />

30 |


Sérgio Amaral<br />

série de circuitos turísticos integrados<br />

transfronteiriços, caracterizados<br />

por vários idiomas e focos de<br />

interesse. Para tanto, a <strong>OTCA</strong> e os<br />

Ministérios de Turismo dos Países<br />

Membros trabalharão em estreita<br />

colaboração com os operadores turísticos<br />

de cada país na identificação<br />

e elaboração desses circuitos,<br />

que ajudarão a aumentar o fluxo<br />

de turistas de forma sustentável e a<br />

longo prazo, gerando mais benefícios<br />

para as populações locais.<br />

A<br />

g. Saúde<br />

Coordenação de Saúde promoveu<br />

processos de consulta<br />

e diálogo com os delegados dos<br />

Países Membros da <strong>OTCA</strong> visando<br />

a incidir no estabelecimento<br />

de políticas públicas regionais e<br />

a mobilizar recursos para assuntos<br />

prioritários. Para tanto, formaram-se<br />

duas equipes técnicas<br />

intergovernamentais: uma de Vigilância<br />

de Saúde Ambiental, com<br />

a qual foi realizada uma reunião<br />

regional para discutir a execução<br />

do Projeto do Sistema de Vigilância<br />

de Saúde Ambiental na Região<br />

Amazônica; e outra em Ciência,<br />

Tecnologia e Inovação em Saúde,<br />

na qual foi definido um plano de<br />

ação para estimular e facilitar o<br />

trabalho em redes na Amazônia.<br />

A situação de saúde na região<br />

diz respeito particularmente às<br />

populações indígenas e migrantes<br />

das zonas de fronteira e da área<br />

rural. Por esse motivo, as ações de<br />

mobilização de recursos se concentraram<br />

na aprovação do projeto<br />

de Vigilância de Saúde Ambiental;<br />

na iniciativa Saúde e Florestas;<br />

na situação da saúde nas fronteiras,<br />

promovendo a articulação<br />

intersetorial e interinstitucional<br />

na área de saúde; na promoção de<br />

ambientes saudáveis, atendendo<br />

aos Objetivos de Desenvolvimento<br />

do Milênio (ODM); e no fortalecimento<br />

da Rede Pan-Amazônica de<br />

Ciência, Tecnologia e Inovação em<br />

Saúde.<br />

Nesse período, os pontos focais<br />

apoiaram e acompanharam<br />

o desenvolvimento das atividades<br />

previstas, e a Coordenadora de<br />

Saúde viajou a alguns dos Países<br />

Membros a fim de melhorar a articulação<br />

das ações.<br />

Uma iniciativa importante foi<br />

dar início a um processo de promoção<br />

e orientação da coleta de<br />

informação nos Países Membros<br />

sobre a situação da saúde na Amazônia.<br />

O Ministério da Saúde do<br />

Equador foi o primeiro a empreender<br />

essa tarefa, da qual resultou<br />

um documento retratando a situação<br />

sanitária em geral e reunindo<br />

dados sociais, culturais e de biodiversidade,<br />

que constitui um valioso<br />

insumo para a análise regional.<br />

O governo da Bolívia contribuirá<br />

com o escritório nacional da OPAS<br />

na elaboração de uma síntese sobre<br />

os indicadores básicos de saúde<br />

na região amazônica, com base<br />

na informação disponível sobre os<br />

países.<br />

Por outro lado, a aprovação<br />

do projeto sobre o Sistema de<br />

Vigilância em Saúde Ambiental<br />

pelo BID, com financiamento de<br />

US$ 1 milhão, além da contribuição<br />

de contrapartida dos países e<br />

da cooperação técnica da OPAS,<br />

| 31


I Oficina Pan-amazônica de Saúde<br />

Ambiental, Manaus, 04.2008<br />

II Encontro Pró-Rede-Pan-amazônica de<br />

CT+IS, Belém, 11.07.2007<br />

Encontro Internacional da Rede Pan-Amazônica de<br />

C,T& I en Saúde, Quito, 07.2008<br />

permitirá a adoção de um marco<br />

operacional e instrumental de<br />

Indicadores e Estratégias para a<br />

institucionalização da vigilância<br />

de saúde ambiental na Amazônia.<br />

Este sistema tem como objetivo<br />

facilitar a prevenção, proteção,<br />

adaptação e mitigação face à alteração,<br />

contaminação e danos<br />

ambientais que afetam a saúde<br />

humana. O Comitê Técnico Regional<br />

(Cotec), formado por representantes<br />

dos Ministérios da<br />

Saúde, será responsável pela execução<br />

desse projeto.<br />

Para promover o diálogo e a<br />

ação conjuntos, instalou-se o Comitê<br />

Intergovernamental de Ciência,<br />

Tecnologia e Inovação em<br />

Saúde, integrado por delegados<br />

dos Países Membros, e seu regulamento<br />

foi levado à consideração<br />

dos governos. A Segunda Reunião<br />

do Comitê Intergovernamental foi<br />

realizada em Brasília. O comitê<br />

dará impulso aos programas, estratégias<br />

e atividades de acordo<br />

com critérios estabelecidos na definição<br />

das linhas prioritárias do<br />

Plano de Ação: perfil epidemiológico,<br />

situação das capacidades de<br />

CT&IS na Amazônia, interculturalidade,<br />

sustentabilidade e eqüidade,<br />

e redução de assimetrias.<br />

Esse comitê será também o<br />

facilitador e gestor da Rede Pan-<br />

Amazônica de Ciência Tecnologia<br />

e Inovação em Saúde, com o apoio<br />

da Fiocruz e OPAS. A rede, que<br />

conta com uma página web, convocou<br />

duas reuniões regionais e<br />

promoveu dois fóruns nesse período.<br />

O primeiro foi o Fórum Interamazônico<br />

sobre Doenças Tropicais<br />

e Determinantes Sociais face<br />

às mudanças climáticas na Amazônia,<br />

que contou com a participação<br />

de delegados dos Ministérios<br />

da Saúde, de institutos nacionais e<br />

laboratórios, representando uma<br />

oportunidade para o debate sobre<br />

questões relevantes em torno do<br />

controle e vigilância de doenças. O<br />

Fórum Interamazônico sobre Saúde<br />

Ambiental e Resiliência frente<br />

às Mudanças Climáticas na Saúde<br />

Humana discutiu a situação da<br />

malária, dos recursos hídricos, da<br />

capacidade de resposta dos países<br />

face ao aquecimento do planeta<br />

e conceitos relativos à resiliência,<br />

assim como a necessidade de estabelecer<br />

um plano de trabalho<br />

denominado Agenda de Manaus.<br />

Esta promoveu discussões sobre<br />

a questão da água em Manaus e<br />

abordou questões técnicas sobre a<br />

Malária, Desastres e trabalho em<br />

zonas de fronteira, com o apoio<br />

do programa de responsabilidade<br />

ambiental da Petrobras.<br />

As Ações Sanitárias no departamento<br />

de Bêni (Bolívia) foram<br />

uma importante atividade realizada<br />

em março de 2008 que mobilizou<br />

recursos da GTZ para evitar a<br />

transmissão de doenças por meio<br />

de medidas preventivas. Com ela,<br />

evitou-se que a água para consumo<br />

humano fosse contaminada<br />

nas zonas vulneráveis próximas à<br />

cidade de Trinidad, após as inundações<br />

ocorridas na Bolívia.<br />

No âmbito regional, a <strong>OTCA</strong><br />

participou da elaboração da Agenda<br />

Sul-Americana de Saúde, em<br />

coordenação com o Organismo<br />

Andino de Saúde (ORAS), visitou<br />

a sede da Comunidade do Caribe<br />

(Caricom) visando a estabelecer<br />

mecanismos de comunicação que<br />

apóiem os Países Membros da<br />

<strong>OTCA</strong> no campo da saúde, e assistiu<br />

às reuniões sub-regionais com<br />

o propósito de empreender ações<br />

sinérgicas conjuntas.<br />

Diante da necessidade de conduzir<br />

um trabalho articulado no<br />

campo da saúde, como eixo do<br />

32 |


desenvolvimento sustentável, vem<br />

sendo desenvolvida uma proposta<br />

de Terras Comunitárias de Origem<br />

(TCO) Lecos (Bolívia) com<br />

o propósito de reduzir os níveis de<br />

pobreza e atingir os ODM, baseada<br />

numa abordagem intersetorial<br />

e intercultural, incluindo uma proposta<br />

de ação sanitária amazônica,<br />

iniciativas de ações intersetoriais<br />

e atendimento primário de saúde.<br />

O programa pretende, a partir de<br />

uma fase de sensibilização sobre<br />

a importância dos ecossistemas,<br />

iniciar processos de planejamento<br />

estratégico local integral para o<br />

desenvolvimento sustentável.<br />

Com relação à importância da<br />

questão dos ambientes saudáveis, a<br />

Coordenação de Saúde contribuiu<br />

para o desenvolvimento de uma<br />

proposta de cooperação técnica entre<br />

países sobre Saúde e Turismo, a<br />

ser implementada entre o Sistema<br />

da Integração Centro-Americana<br />

(SICA), CARICOM e <strong>OTCA</strong>, visando<br />

ao estabelecimento de linhas<br />

de intercâmbio de experiências e<br />

ao desenvolvimento de ações conjuntas<br />

para promover o turismo na<br />

Amazônia no contexto de ações de<br />

prevenção e promoção da saúde e<br />

do turismo sustentável.<br />

h. Ciência e tecnologia<br />

A<br />

Coordenação de Ciência,<br />

Tecnologia e Educação trabalhou<br />

no sentido de apoiar e propor<br />

iniciativas com visão regional<br />

voltadas à proteção, geração, aplicação<br />

e divulgação dos conhecimentos<br />

científicos, tecnológicos,<br />

educativos e tradicionais relevantes<br />

para a conservação e desenvolvimento<br />

sustentável da Amazônia.<br />

Para tanto, ampliou a capacidade<br />

de visão e compreensão da complexidade<br />

dos processos, atores,<br />

instituições e problemas relacionados<br />

a sua missão na região, e<br />

propôs uma base conceitual para<br />

o trabalho da <strong>OTCA</strong> no setor.<br />

Os esforços da Coordenação<br />

se concentraram na divulgação<br />

das idéias e projetos da <strong>OTCA</strong> na<br />

área da ciência e tecnologia entre<br />

os atores governamentais e<br />

os cientistas mais importantes da<br />

região; no fortalecimento da presença<br />

da <strong>OTCA</strong> em fóruns, seminários<br />

e eventos científicos; e na<br />

proposição de iniciativas voltadas<br />

Sérgio Amaral<br />

| 33


Reunião da UNAMAZ e<br />

da <strong>OTCA</strong> em Brasília,<br />

05. 2007<br />

Coordenador de<br />

Ciência e Tecnologia,<br />

Secretário-Geral e<br />

Coordenador da<br />

Amazontech<br />

ao aperfeiçoamento dos processos<br />

e decisões internas para aprimorar<br />

a qualidade de suas ações na<br />

gestão dos conhecimentos panamazónicos.<br />

Nesse sentido, propôs um modelo<br />

de Gestão do Conhecimento<br />

para a <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>,<br />

cujas diretrizes são o compromisso<br />

dos Países Membros, o apoio e<br />

a construção de ações por meio de<br />

atores com visão pan-amazônica<br />

e capacidade de gerir o conhecimento.<br />

Além disso, considerou a<br />

necessidade de uma perspectiva<br />

estratégica na área de educação e<br />

de ciência, tecnologia e inovação.<br />

Desse aspecto decorre a necessidade<br />

de conduzir uma ampla e<br />

exaustiva consulta entre os atores<br />

envolvidos com o conhecimento<br />

amazônico a fim de definir tais estratégias.<br />

A Coordenação de Ciência,<br />

Tecnologia e Educação visitou os<br />

Países Membros e os estados amazônicos<br />

do Brasil com o propósito<br />

de explorar mecanismos de cooperação<br />

internacional, organizar<br />

e participar de eventos internacionais,<br />

fortalecer o diálogo com universidades,<br />

instituições e órgãos<br />

de C&T e educação, assim como<br />

de expor os projetos para o setor.<br />

Colaborou ainda na organização<br />

do encontro preparatório para a<br />

II Reunião Regional de Altas Autoridades<br />

e Ministros de Ciência<br />

e Tecnologia dos Países Membros,<br />

realizada em Puerto Ayacucho<br />

(Venezuela).<br />

Nas sete reuniões realizadas<br />

em seis países ao longo de 11 meses,<br />

professores e pesquisadores<br />

foram consultados sobre a possibilidade<br />

de criar a Universidade<br />

Amazônica Internacional, concebida<br />

como uma abordagem de redes<br />

com nós nos diferentes países<br />

interessados. Como resultado desse<br />

processo, preparou-se um documento<br />

denominado “Universidade<br />

Amazônica Internacional: utopia<br />

ou possibilidade”. Atualmente,<br />

tramita no Senado do Brasil uma<br />

proposta que visa à criação, no estado<br />

do Amazonas, de uma universidade<br />

amazônica.<br />

Por outro lado, avançou-se no<br />

processo de cooperação para o fortalecimento<br />

da Associação de Universidades<br />

Amazônicas (UNAMAZ),<br />

por considerá-la uma instituiçãochave<br />

para o desenvolvimento de<br />

uma visão pan-amazônica no setor,<br />

levando-se em consideração<br />

sua relevância regional. Em junho,<br />

discutiu-se o documento preliminar<br />

sobre a justificativa da agenda no<br />

Conselho Diretor da UNAMAZ, em<br />

Puerto Ordaz (Venezuela).<br />

Com o objetivo de elevar a qualidade<br />

e a freqüência do dialogo<br />

entre cientistas, políticos, formuladores<br />

de políticas e demais atores<br />

da Amazônia, a <strong>OTCA</strong> editou<br />

e publicou uma série de cadernos<br />

sobre diálogos políticos. O primeiro<br />

caderno, intitulado “UNAMAZ:<br />

Visões e Perspectivas Amazônicas”,<br />

encontra-se em fase de<br />

preparação e conta com o apoio<br />

da Universidade Bolivariana da<br />

Venezuela.<br />

Além da intensa agenda de<br />

trabalho com a UNAMAZ, a <strong>OTCA</strong><br />

está estudando a assinatura de<br />

convênios com a Associação Brasileira<br />

das Instituições de Pesquisa<br />

Tecnológica (Abipti), com o<br />

Conselho Nacional dos Secretários<br />

Estaduais para Assuntos de<br />

Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

(Consecti) e com a Universidade<br />

de Brasília (UnB).<br />

34 |


Estratégia de C&T para a Biodiversidade Amazônica<br />

Diante da necessidade de elaborar<br />

uma estratégia que ajude<br />

a desenvolver a C&T em toda a<br />

região e que possibilite o acesso<br />

a conhecimentos amplos e suficientes<br />

sobre a biodiversidade, a<br />

<strong>OTCA</strong> lançou a Estratégia de Ciência<br />

e Tecnologia para a Conservação<br />

e o Uso Sustentável<br />

da Biodiversidade Amazônica,<br />

que tem por objetivo fortalecer<br />

e desenvolver capacidades científicas,<br />

tecnológicas e de inovação,<br />

assim como potencializar<br />

os conhecimentos ancestrais e<br />

práticas tradicionais de que a<br />

região necessita na área de conservação<br />

e uso sustentável da<br />

biodiversidade amazônica. Ou<br />

seja, busca promover o estabelecimento<br />

das condições básicas<br />

necessárias para o desenvolvimento<br />

da pesquisa na região de<br />

maneira articulada, entre diversos<br />

atores dos Países Membros.<br />

Além disso, serão elaborados os<br />

programas regionais de pesquisa,<br />

definindo-se os alcances, insumos<br />

necessários, orçamentos,<br />

formas de colaboração e mecanismos<br />

de distribuição de responsabilidades<br />

e benefícios.<br />

O documento é produto de uma<br />

série de reuniões regionais e nacionais<br />

ao longo de 2006 e da<br />

Oficina Regional de Formulação<br />

da Proposta de Estratégia,<br />

ocorrida em Loja (Equador),<br />

em 2007. Foi enviado aos Países<br />

Membros para apreciação<br />

no primeiro semestre de 2008.<br />

i. Construção da agenda<br />

regional indígena<br />

A<br />

Coordenação de Assuntos<br />

Indígenas da <strong>OTCA</strong> trabalhou<br />

na construção de uma Agenda<br />

Regional Indígena, concentrandose<br />

em explorar as possibilidades<br />

de contribuir com iniciativas que<br />

aumentem a participação indígena<br />

na elaboração e aplicação de<br />

políticas pertinentes e nos processos<br />

de desenvolvimento regional.<br />

A Agenda Regional Indígena<br />

está sendo elaborada a partir das<br />

experiências recolhidas por ocasião<br />

de debates em reuniões, seminários,<br />

congressos e oficinas, e<br />

da realização de visitas oficiais aos<br />

Países Membros, nas quais o representante<br />

da <strong>OTCA</strong> foi recebido<br />

por autoridades da área. Assim,<br />

Sérgio Amaral<br />

| 35


Estudantes indígenas visitam a <strong>OTCA</strong><br />

Senador João Pedro, Coordenadora de<br />

Saúde, Presidente da Funasa e<br />

Coordenador de Assuntos Indígenas<br />

Equipe da <strong>OTCA</strong> é recebida pelo<br />

Presidente da FUNAI<br />

Reunião no Ministério de Povos<br />

Indígenas, Venezuela<br />

Reunião Binacional Brasil-Colômbia,<br />

Sao Gabriel de Cachoeira<br />

identificaram-se pontos focais nos<br />

governos, estabeleceu-se um marco<br />

geral de trabalho e reuniram-se<br />

as informações mais relevantes<br />

relativas à temática indígena, tais<br />

como aquelas sobre impactos das<br />

mudanças climáticas na região<br />

amazônica, direitos dos povos indígenas<br />

(sobre a terra, educação,<br />

saúde), alternativas de geração de<br />

renda, legislação e formação de<br />

parcerias.<br />

Ocorreram importantes encontros<br />

com dirigentes da COICA,<br />

PARLAMAZ e UNAMAZ, objetivando<br />

envolver esses atores na<br />

articulação da Agenda Regional<br />

Indígena. Para a <strong>OTCA</strong>, a aproximação<br />

aos dirigentes da COICA é<br />

de grande relevância, por se tratar<br />

da entidade amazônica de organizações<br />

indígenas mais representativa<br />

para discutir e adotar temas<br />

regionais pertinentes.<br />

O resultado de todo esse processo<br />

foi recolhido num documento<br />

preliminar que será levado<br />

a consideração dos Países Membros<br />

durante o Primeiro Encontro<br />

Regional de Assuntos Indígenas<br />

da <strong>OTCA</strong> e Autoridades da Região<br />

Amazônica “Consolidando a<br />

Agenda Regional Indígena”, previsto<br />

para o segundo semestre de<br />

2008, na Guiana. A reunião tem o<br />

objetivo de se constituir num novo<br />

espaço de diálogo oficial entre os<br />

Países Membros, para a definição<br />

de políticas e práticas de governo<br />

em prol de um desenvolvimento<br />

amazônico justo, eqüitativo e propício<br />

para seus povos. Além disso,<br />

esse trabalho está transformando<br />

a <strong>OTCA</strong> num importante ator no<br />

debate indígena amazônico.<br />

A <strong>OTCA</strong> visa a construir uma<br />

agenda de trabalho a partir das<br />

demandas comuns e convergentes,<br />

promover o intercâmbio de<br />

experiências e informações que<br />

melhorem os serviços e atenção<br />

ao público indígena da região, e<br />

constituir um fórum de diálogo<br />

sobre questões indígenas.<br />

Entre os resultados esperados<br />

estão a elaboração de um documento<br />

político que assinale coletivamente<br />

a posição dos países<br />

em relação à temática indígena,<br />

a constituição de uma agenda de<br />

longo prazo e de princípios comuns<br />

de trabalho para os povos indígenas<br />

amazônicos. Os temas que<br />

devem ser tratados no Primeiro<br />

Encontro Regional são: reconhecimento<br />

legal dos territórios indígenas,<br />

políticas de desenvolvimento<br />

dos territórios indígenas e de uso<br />

dos recursos naturais em regiões<br />

de fronteira e processos de consulta<br />

prévia segundo as convenções<br />

internacionais. Além disso,<br />

espera-se que a agenda incorpore<br />

as contribuições do PARLAMAZ,<br />

da UNAMAZ e da COICA.<br />

Por outro lado, a Coordenação<br />

identificou projetos indígenas relevantes<br />

para o âmbito regional<br />

em diversas fases - execução, preparação<br />

ou implementação -, participando<br />

ativamente na discussão<br />

sobre o tema.<br />

Ao mesmo tempo, uma proposta<br />

de Projeto Regional de Consolidação<br />

de um Sistema de Proteção<br />

dos Povos Indígenas Isolados e em<br />

36 |


Sérgio Amaral<br />

Contato Inicial da Amazônia e do<br />

Chaco está sendo analisada pelo<br />

BID para financiamento. Com ele<br />

será possível estabelecer as bases<br />

necessárias para vincular os<br />

países em que vivem esses povos,<br />

com o propósito de preservar sua<br />

integridade física e cultural. A<br />

iniciativa possibilitará ainda a articulação<br />

e coordenação entre os<br />

atores nacionais e regionais que<br />

promovem a proteção dos povos<br />

indígenas isolados.<br />

F<br />

j. Fortalecimento<br />

institucional<br />

ortalecer institucionalmente<br />

a SP e demais instâncias<br />

regionais afins é uma constante<br />

para a Direção da <strong>OTCA</strong>. No período,<br />

realizaram-se estudos sobre<br />

procedimentos internos, análises<br />

de alternativas de informatização<br />

e a revisão do manual de gestão<br />

com a finalidade de aperfeiçoar o<br />

funcionamento interno e a comunicação<br />

com os Países Membros.<br />

Além disso, os funcionários e colaboradores<br />

da <strong>OTCA</strong> se reuniram<br />

para discutir o planejamento das<br />

atividades e preparar os relatórios<br />

do período. A organização também<br />

manteve uma presença institucional<br />

relevante ao participar<br />

de eventos internacionais ligados<br />

a suas diversas áreas de ação.<br />

A <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> buscou<br />

impulsionar um processo de<br />

interlocução e de trabalho conjunto<br />

com a Associação de Universidades<br />

Amazônicas (UNAMAZ), o Parlamento<br />

Amazônico (PARLAMAZ)<br />

e a Coordenadora de Organizações<br />

Indígenas da Bacia Amazônica<br />

(COICA). Com isso, a <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong> somou esforços e colaborou<br />

ativamente na dinamização<br />

das redes e instâncias regionais<br />

que atuam na região, cuja consolidação<br />

e pleno funcionamento são<br />

fundamentais para tornar mais<br />

eficaz o desenvolvimento e cumprimento<br />

dos propósitos da <strong>OTCA</strong>.<br />

Considerado uma das instituições<br />

que terão um papel de destaque<br />

na promoção da cooperação<br />

regional, o Parlamento Amazônico<br />

vem sendo acompanhado<br />

pela <strong>OTCA</strong> e recebe o apoio desta<br />

para sua reativação. O pleno funcionamento<br />

desse organismo legislativo<br />

regional, formado pelos<br />

Congressos Nacionais dos Países<br />

Membros, permitirá a promoção<br />

de novas leis e normativas que<br />

decerto terão impactos positivos<br />

nas políticas públicas em defesa<br />

dos recursos naturais amazônicos.<br />

O PARLAMAZ também poderá<br />

ajudar a harmonizar as legislações<br />

dos respectivos Estados.<br />

Ao longo dos últimos anos, o<br />

Parlamento Amazônico vem somando<br />

esforços e tomando as providencias<br />

necessárias para traçar<br />

e aprovar seu Plano Estratégico,<br />

que consolidará as relações com a<br />

<strong>OTCA</strong>. Nesse mesmo sentido, um<br />

plano de ação deve ser elaborado,<br />

em sintonia com o trabalho das<br />

demais instituições pan-amazônicas.<br />

Por outro lado, está sendo<br />

discutida a reativação das Comissões<br />

do PARLAMAZ, que são grupos<br />

de trabalho legislativos sobre<br />

temas de interesse, entre os quais<br />

| 37


Esse projeto visa a promover<br />

o manejo florestal sustentável de<br />

florestas naturais com comunidades<br />

indígenas na zona centro-sul<br />

da região amazônica equatoriana.<br />

A iniciativa prevê a criação de capacidades<br />

técnicas nos produtores<br />

florestais para a produção de marecursos<br />

naturais, meio ambiente<br />

e povos indígenas.<br />

No período, uma delegação<br />

de parlamentares visitou Brasília<br />

em novembro de 2007, e foi organizado<br />

um encontro no Senado<br />

brasileiro, em julho do 2008, para<br />

debater o Plano Estratégico. Também<br />

houve reuniões em Cobija<br />

(Bolívia) e Lima (Peru).<br />

Em relação à UNAMAZ, a<br />

<strong>OTCA</strong> deu início a um programa<br />

de apoio institucional, levando<br />

em consideração a relevância e<br />

visão regional dessa associação<br />

que reúne mais de 60 universidades<br />

e instituições de ensino.<br />

A <strong>OTCA</strong> participou de encontros<br />

com membros da direção da<br />

UNAMAZ nos quais se analisaram<br />

a definição de uma nova estrutura<br />

organizacional e a formulação<br />

de um Plano Estratégico, assim<br />

como o conteúdo de uma agenda<br />

de trabalho <strong>OTCA</strong>-UNAMAZ, que<br />

sistematizará e organizará os mecanismos<br />

de consulta aos países,<br />

os procedimentos para a transferência<br />

de informação, a participação<br />

e as contribuições técnicas e<br />

financeiras.<br />

De igual forma, vem sendo estreitado<br />

o vínculo com a COICA,<br />

considerada um interlocutor destacado<br />

por reunir e representar as<br />

organizações indígenas da Amazônia<br />

e defender a proteção dos<br />

direitos e a autodeterminação de<br />

mais de 400 povos indígenas que<br />

vivem na região.<br />

A <strong>OTCA</strong> participou da XXI Reunião<br />

do Conselho de Coordenação<br />

e da XXVI Reunião do Conselho<br />

PARLAMAZ e <strong>OTCA</strong> visitam Presidente<br />

da Câmara dos Deputados do Brasil,<br />

Brasilia, 11. 2007<br />

Delegação do PARLAMAZ em reunião<br />

de trabalho com a <strong>OTCA</strong><br />

Debate da <strong>OTCA</strong>, COICA e PARLAMAZ<br />

na COP-9, Bonn, 05.2008<br />

Presidente<br />

da UNAMAZ<br />

Diretor da COICA, em Quito. A<br />

presença da <strong>OTCA</strong> foi um importante<br />

passo para atender à necessidade<br />

de aproximação institucional<br />

com a Coica, que foi enfatizada<br />

durante os encontros. Além disso,<br />

a Coordenadora de Organizações<br />

Indígenas da Bacia Amazônica<br />

participa da construção da Agenda<br />

Regional Indígena.<br />

A Coica já conta com um pla-<br />

no estratégico e um plano de ação<br />

aprovados, e está implementando<br />

projetos específicos em campo.<br />

Os dirigentes da COICA, que é<br />

sediada em Quito (Equador), participaram,<br />

com o apoio da <strong>OTCA</strong>,<br />

de vários fóruns internacionais,<br />

entre eles o Fórum <strong>Permanente</strong> da<br />

ONU sobre Assuntos Indígenas e a<br />

COP-9.<br />

A<br />

k. Projetos<br />

demonstrativos<br />

construção de projetos<br />

demonstrativos oferece a<br />

oportunidade de aplicar, na prática,<br />

os esforços de coordenação<br />

regional para abordar questões<br />

específicas ou para tratar assuntos<br />

de interesse comum no âmbito<br />

nacional que podem contribuir<br />

para o processo regional de desenvolvimento<br />

sustentável. As seguintes<br />

iniciativas estão em fase de estudo,<br />

formulação, implementação<br />

e execução:<br />

Equador<br />

Manejo florestal sustentável<br />

em florestas nativas e<br />

cadeias de comercialização<br />

de madeira legal no<br />

centro-sul amazônico<br />

38 |


Stefan Gatter<br />

Representante do governo da Bolívia (segundo da esquerda para a direita) visita<br />

projeto de manejo florestal das comunidades Shuar na floresta amazônica equatoriana<br />

deira legal (proveniente de bom<br />

manejo) e medidas para o apoio à<br />

comercialização dos produtos. Seu<br />

objetivo é vincular esses produtores<br />

ao mercado nacional e, assim,<br />

elevar as receitas dos atores da<br />

cadeia de madeira.<br />

O projeto explora um novo conceito<br />

de uso dos recursos naturais<br />

que visa ao “viver bem”, não à busca<br />

pela maximização dos lucros<br />

auferidos das operações florestais.<br />

Os benefícios socioeconômicos da<br />

adoção de uma base legal específica<br />

para o manejo comunitário<br />

também estão sendo explorados<br />

pela iniciativa.<br />

Ao estimular a preservação da<br />

cobertura florestal como fonte<br />

de receitas econômicas, a iniciativa<br />

representa uma contribuição<br />

concreta para a criação de uma<br />

cultura florestal no Equador, promovendo<br />

a conservação da floresta.<br />

Isso permitirá reduzir a exploração<br />

ilegal de madeira, que ainda<br />

é um grave problema na região<br />

Amazônica.<br />

Os principais beneficiários<br />

do projeto fazem parte do Conselho<br />

de Governo Shuar Arutam<br />

(CGSHA), formado por seis associações<br />

indígenas da etnia Shuar.<br />

Cerca de mil famílias assentadas<br />

na cordilheira do Condor, na fronteira<br />

com o Peru, e produtores colonos<br />

que aproveitam madeira de<br />

forma legal serão beneficiados.<br />

Por outro lado, serão criadas<br />

capacidades nos atores institucionais<br />

(governos locais, autoridades<br />

florestais, organizações de produtores)<br />

para avançar no bom manejo<br />

da floresta. Espera-se que as<br />

experiências e as lições aprendidas<br />

sejam disseminadas e aplicadas<br />

em outras regiões da Amazônia.<br />

O projeto é uma proposta da<br />

fundação Serviço Florestal Amazônico<br />

(SFA) e do CGSHA, com<br />

o apoio da Fundação Natura, e se<br />

| 39


Este projeto se propõe a implementar<br />

ações que contribuam<br />

para a consolidação do Fórum<br />

de Integração Fronteiriça Acre-<br />

Ucayali (Fifau), na região de<br />

fronteira entre Brasil e Peru, a<br />

partir do fortalecimento dos comitês<br />

nacionais de coordenação<br />

e dos grupos técnicos de apoio,<br />

com o qual será possível melhorar<br />

o manejo e a conservação dos recursos<br />

naturais.<br />

O desenvolvimento de outras<br />

iniciativas de conservação binacional<br />

na região acena para um<br />

contexto propício para a governabaseia<br />

no “regulamento florestal<br />

local”, estabelecido pelos Shuar,<br />

que receberam o apoio do Ministério<br />

do Ambiente do Equador.<br />

Colômbia<br />

Recuperação de solos por<br />

meio de um sistema de<br />

pecuária sustentável no<br />

Piemonte amazônico<br />

Este projeto se propõe a implementar<br />

ações voltadas à redução<br />

das áreas dedicadas à pecuária<br />

extensiva e ao cultivo de coca, por<br />

meio de sua reconversão aos ciclos<br />

naturais do ecossistema da região<br />

do Piemonte amazônico, no departamento<br />

de Putumayo. Ao implementar<br />

um sistema sustentável<br />

de pecuária ecológica e orgânica,<br />

espera-se contribuir para a estabilização<br />

da fronteira agrícola, a<br />

recuperação de solos e o aumento<br />

das rendas dos habitantes da<br />

Amazônia colombiana.<br />

A iniciativa também fortalecerá<br />

a organização de produtores<br />

em torno do chamado modelo<br />

ecológico. Com esse modelo, poderão<br />

aproveitar as vantagens<br />

da economia de escala proporcionadas<br />

por uma estrutura em<br />

cadeia para reduzir os custos de<br />

produção, contratar assistência<br />

técnica e introduzir de maneira<br />

competitiva os produtos regionais<br />

no mercado. Aproximadamente<br />

550 pequenos pecuaristas<br />

filiados à Sociedade de Pecuária<br />

de Leite e de Corte do Putumayo<br />

(Ecolac - Sociedad Láctea y Cárnica<br />

del Putumayo) serão diretamente<br />

beneficiados pelo projeto.<br />

Proposto pela Pontifícia Universidade<br />

Javeriana, pela Agência<br />

para a Ação Social e a Cooperação<br />

Internacional e pela ECOLAC,<br />

suas ações serão desenvolvidas de<br />

forma conjunta entre os governos<br />

nacional, departamental e local,<br />

o setor empresarial e instituições<br />

educacionais.<br />

Equador<br />

Desenvolvimento da<br />

Produção, Conservação<br />

e Comercialização<br />

de Produtos de<br />

comunidades Shuar<br />

O projeto de Desenvolvimento<br />

da Produção, Conservação e Comercialização<br />

de Produtos está<br />

sendo implementado na zona<br />

fronteiriça amazônica Transkutuku,<br />

no cantão de Taisha, localizado<br />

na província equatoriana de<br />

Morona Santiago, que é habitada<br />

por comunidades Shuar. A iniciativa<br />

possibilitará uma melhoria<br />

das receitas de pelo menos 20 comunidades<br />

Shuar e de 300 famílias<br />

diretamente envolvidas com<br />

a produção ecológica sustentável<br />

e compatível com as tradições locais,<br />

em um território de mais de<br />

600 mil hectares, dos quais 87%<br />

são cobertos por florestas tropicais<br />

e abrigam uma rica biodiversidade.<br />

A proposta inclui o desenvolvimento<br />

de atividades produtivas<br />

ecológicas com cacau, gengibre,<br />

amendoim, e o manejo da planta<br />

nativa Ishpink (Ocotea quixos).<br />

Assim, localmente são promovidas<br />

as boas práticas de implementação<br />

dos princípios do uso sustentável<br />

da biodiversidade, dando<br />

lugar a subsídios valiosos para o<br />

intercâmbio de experiências entre<br />

os Países Membros da <strong>OTCA</strong>,<br />

assim como para o diálogo político<br />

regional. A experiência piloto<br />

empreendida nas comunidades<br />

Shuar deverá ser sistematizada,<br />

documentada e disseminada na<br />

Amazônia.<br />

A execução do projeto está a<br />

cargo da Fundação Chankuap,<br />

numa parceria com o Ministério do<br />

Ambiente do Equador, o Governo<br />

Municipal do Cantão de Taisha, os<br />

Conselhos Paroquiais Tuutinensta<br />

e Macuma, entre outros<br />

Peru/Brasil<br />

Planejamento e implementação<br />

de ações de Manejo de<br />

Recursos Naturais na região<br />

fronteiriça Ucayali-Acre<br />

40 |


ilidade conjunta entre o Governo<br />

Regional de Ucayali (Goreu) e o<br />

Governo do estado do Acre. Por<br />

meio da cooperação e do intercâmbio<br />

de modelos de gestão, o<br />

projeto busca melhorar o manejo<br />

sustentável da floresta, o monitoramento<br />

e controle de ameaças<br />

e a governabilidade regional. A<br />

iniciativa, que terá uma duração<br />

de dois anos, conta com a participação<br />

ativa de organizações não<br />

governamentais (ONGs) e indígenas<br />

e prevê o estabelecimento de<br />

comissões técnicas e a realização<br />

de uma série de reuniões técnicas,<br />

lideradas pelas autoridades governamentais<br />

locais.<br />

Bolívia<br />

Manejo Florestal Integral no<br />

Floresta do TCO-Lecos de<br />

Larecaja<br />

O projeto tem o objetivo de<br />

aplicar normas simplificadas de<br />

manejo florestal na Terra Comunitária<br />

de Origem Lecos de Larecaja<br />

(TCO Lecos), localizada nos<br />

municípios de Guanay e Teoponte,<br />

no norte do Departamento de La<br />

Paz, Bolívia.<br />

A iniciativa criará capacidades<br />

técnicas e organizacionais entre<br />

os habitantes da TCO Lecos para<br />

produzir madeira legal, com medidas<br />

de apoio para agregar valor<br />

aos produtos madeireiros e não<br />

madeireiros e prestar o apoio à<br />

comercialização, vinculando os<br />

produtores diretamente ao mercado<br />

nacional.<br />

Dessa maneira, serão construídas<br />

as bases para a modificação<br />

da legislação atualmente vigente<br />

para o Manejo Florestal Comunitário<br />

(MFC) na Bolívia, a partir da<br />

política florestal do governo boliviano.<br />

O programa, além disso,<br />

multiplicará a renda das famílias<br />

da região, em boa parte procedentes<br />

da venda de madeira e da<br />

exploração sustentável da floresta<br />

nativa.<br />

O projeto, que será executado<br />

pelo Vice-Ministério de Biodiversidade,<br />

Recursos Florestais e Meio<br />

Ambiente da Bolívia, foi proposto<br />

também pela direção da Organização<br />

do Povo Indígena Lecos de<br />

Larecaja (Pilcol).<br />

Colômbia/Peru/<br />

Equador<br />

Conservação e desenvolvimento<br />

sustentável do Corredor<br />

de Gestão entre as Áreas<br />

Protegidas La Paya, Guëppí e<br />

Cuyabeno<br />

Sérgio Amaral<br />

Este projeto trinacional busca<br />

contribuir para a consolidação<br />

do Corredor de Gestão La Paya-<br />

Guëppí-Cuyabeno, como modelo<br />

de conservação e de desenvolvimento<br />

sustentável regional de<br />

áreas protegidas, por meio do gerenciamento<br />

conjunto e do manejo<br />

coordenado entre a Colômbia,<br />

Peru e Equador. A região tem um<br />

alto valor para a conservação da<br />

biodiversidade e seus recursos<br />

estão sujeitos a uma crescente<br />

pressão.<br />

A proposta visa ao desenvolvimento<br />

de um processo de planejamento<br />

conjunto, que inclui planos<br />

específicos de manejo de recursos<br />

e o ordenamento do uso das zonas<br />

tampão. Além disso, facilitará<br />

a capacitação e o intercâmbio de<br />

experiências a fim de compartilhar<br />

os pontos fortes em aspectos<br />

técnicos e de otimizar o uso dos<br />

recursos disponíveis e a cooperação<br />

in situ. Por último, o projeto<br />

fortalecerá as capacidades de<br />

operação conjunta entre as áreas<br />

protegidas, inclusive o desenvolvimento<br />

de instrumentos legais e<br />

operacionais e a documentação<br />

e sistematização de experiências<br />

para sua posterior divulgação e<br />

para a incorporação de seus produtos<br />

e resultados no Programa<br />

de Áreas Protegidas da <strong>OTCA</strong>.<br />

O projeto será executado<br />

em estreita colaboração com os<br />

fundos nacionais das três áreas<br />

protegidas: Fundo Ambiental Nacional<br />

do Equador (FAN), Fundo<br />

Peruano para as Áreas Protegidas<br />

(Profonanpe) e Fundo Patrimônio<br />

Natural da Colômbia (FPN).<br />

| 41


42 |


Sérgio Amaral<br />

5<br />

Parcerias e<br />

Cooperação<br />

Internacional


C<br />

om a instalação da <strong>Secretaria</strong><br />

<strong>Permanente</strong> da<br />

<strong>OTCA</strong> em Brasília, os oito Países<br />

Membros instituíram uma estrutura<br />

e espaço intergovernamental<br />

de fundamental importância<br />

para a promoção da cooperação<br />

regional e de consensos em torno<br />

de temas relevantes, assim como<br />

para buscar soluções aos desafios<br />

comuns entre os co-proprietários<br />

da Amazônia. A capacidade política<br />

desse organismo, criado para<br />

promover o desenvolvimento<br />

sustentável da região, foi complementada<br />

com os mandatos<br />

recebidos dos governos. Por esse<br />

motivo, no transcurso de quase<br />

seis anos de existência, a <strong>OTCA</strong><br />

se transformou num referencial<br />

para outros organismos internacionais<br />

e agências de cooperação<br />

que atuam ou pretendem<br />

atuar na região. Como resultado,<br />

a organização conseguiu atrair<br />

recursos técnicos e financeiros<br />

para implementar projetos, programas<br />

e iniciativas de grande<br />

importância.<br />

Os projetos e programas em<br />

execução, em processo de análise<br />

pelos agentes financiadores e<br />

em fase de preparação, buscam<br />

honrar o compromisso - assumido<br />

pelos Países Membros ao assinar<br />

o Tratado de Cooperação Amazônica<br />

(TCA) - de realizar esforços<br />

e ações conjuntas para promover<br />

o desenvolvimento harmônico de<br />

seus territórios amazônicos por<br />

meio da conservação e uso racional<br />

dos recursos naturais, com<br />

resultados eqüitativos e mutuamente<br />

vantajosos. Tais ações vão<br />

desde a criação de mecanismos e<br />

instrumentos eficazes para preservar<br />

o ecossistema amazônico e<br />

fortalecer a cooperação, até a execução<br />

de políticas pactuadas e a<br />

construção de posições regionais<br />

comuns em fóruns internacionais.<br />

Os programas e projetos são<br />

executados em plena sintonia com<br />

os mandatos e instrumentos de<br />

gestão da SP/<strong>OTCA</strong>, a qual norteia<br />

suas estratégias e propósitos<br />

no que se refere aos mandatos recebidos<br />

dos Países Membros. Além<br />

disso, a SP/<strong>OTCA</strong> encoraja os governos<br />

a participar ativamente em<br />

todas as etapas dos programas e<br />

projetos, da elaboração à execução<br />

e acompanhamento.<br />

A cooperação internacional,<br />

por sua vez, tem sua atuação fundamentada,<br />

entre outros compromissos<br />

internacionais, na Declaração<br />

de Paris sobre a Eficácia da<br />

Ajuda ao Desenvolvimento. Mais<br />

de 140 signatários (entre países<br />

e organismos) reconheceram, em<br />

2005, que é necessário aumentar<br />

o volume da ajuda e de outros recursos<br />

para atingir os Objetivos<br />

de Desenvolvimento do Milênio<br />

(ODM), ao mesmo tempo em que<br />

se deve aumentar a eficácia da<br />

ajuda para o desenvolvimento.<br />

Os compromissos da cooperação,<br />

adotados pela SP/<strong>OTCA</strong><br />

quando da seleção de fontes de<br />

cooperação, são: a apropriação,<br />

ou seja, a <strong>OTCA</strong> exerce uma autoridade<br />

eficaz sobre suas políticas<br />

e estratégias e coordena ações de<br />

desenvolvimento; o alinhamento,<br />

Sérgio Amaral<br />

isto é, a cooperação baseia seu<br />

apoio nas estratégias, instituições<br />

e procedimentos nacionais de desenvolvimento<br />

dos países parceiros;<br />

e a harmonização, ou seja, as<br />

ações da cooperação devem ser<br />

mais harmoniosas, transparentes<br />

e coletivamente eficazes.<br />

Hoje, vários são os projetos que<br />

superaram a fase inicial de preparação<br />

e aprovação e que começam<br />

a produzir resultados concretos,<br />

com o que a incorporação da dimensão<br />

regional na abordagem<br />

de trabalho dos organismos internacionais<br />

e de cooperação está<br />

sendo consolidada. Incentivando<br />

essa visão integrada como alicerce<br />

do trabalho na Amazônia, a<br />

<strong>OTCA</strong> conseguiu complementar<br />

os recursos disponíveis em seu orçamento<br />

anual e está ampliando<br />

sua ação na Amazônia. Entre seus<br />

principais projetos destacam-se:<br />

44 |


Programa Regional<br />

Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ<br />

O programa Uso Sustentável<br />

e Conservação das Florestas e da<br />

Biodiversidade na região Amazônica<br />

(Programa Regional Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ) foi criado com a<br />

finalidade de fortalecer a cooperação<br />

regional para a conservação e<br />

o manejo sustentável dos recursos<br />

naturais e de apoiar o trabalho da<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>.<br />

A iniciativa apóia a implementação<br />

do Plano Estratégico<br />

da <strong>OTCA</strong> por meio de atividades<br />

específicas, previstas nos Planos<br />

de Ação Bianuais da <strong>OTCA</strong>. Suas<br />

ações abrangem as áreas temáticas<br />

de florestas, biocomércio,<br />

turismo sustentável, assuntos<br />

indígenas e fortalecimento institucional.<br />

Sua natureza e conteúdo<br />

permitem à SP/<strong>OTCA</strong> utilizar<br />

esse instrumento para apoiar a<br />

participação, com uma posição<br />

coordenada, nas negociações internacionais<br />

sobre florestas e outros<br />

temas ambientais e em projetos<br />

concretos de biocomércio,<br />

como a promoção de cadeias de<br />

valor de ingredientes naturais da<br />

Amazônia. Além disso, o Programa<br />

Regional Amazônia <strong>OTCA</strong>-<br />

DGIS-GTZ apóia a elaboração e<br />

execução dos projetos demonstrativos.<br />

Financiado pelo Governo dos<br />

Países Baixos e pelo Ministério de<br />

Cooperação da Alemanha e administrado<br />

pela Cooperação Técnica<br />

Alemã, o programa tem uma<br />

duração de cinco anos, sendo que<br />

a primeira fase está prevista para<br />

concluir em dezembro de 2009,<br />

e a segunda em dezembro de<br />

2011.<br />

Projeto GEF Amazonas<br />

<strong>OTCA</strong>/PNUMA/OEA<br />

O projeto Manejo Integrado e<br />

Sustentável dos Recursos Hídricos<br />

Transfronteiriços na Bacia<br />

do Rio Amazonas considerando a<br />

Variabilidade Climática e as Mudanças<br />

Climáticas (Projeto GEF<br />

Amazonas <strong>OTCA</strong>/PNUMA/OEA)<br />

tem por objetivo fortalecer o<br />

marco institucional para planejar<br />

e executar, de maneira coordenada,<br />

as atividades de proteção e<br />

manejo sustentável dos recursos<br />

terrestres e aquáticos da bacia<br />

amazônica frente aos impactos<br />

resultantes das ações antrópicas<br />

e das mudanças climáticas verificadas<br />

na região.<br />

Iniciado em outubro de 2005,<br />

o projeto recebe apoio do Fundo<br />

Mundial para o Meio Ambiente<br />

(GEF) do Programa das Nações<br />

Unidas para o Meio Ambiente<br />

(PNUMA, organismo implementador<br />

do GEF), e da Organização<br />

dos Estados Americanos (OEA, organismo<br />

executor internacional).<br />

A <strong>OTCA</strong> é o responsável regional<br />

pela direção do projeto. Trata-se<br />

de uma iniciativa de grande importância<br />

para a Amazônia, porquanto<br />

propõe um programa de<br />

ações estratégicas de manejo da<br />

água baseado numa visão comum<br />

entre os países amazônicos.<br />

Programa <strong>OTCA</strong><br />

Biodiversidade<br />

O programa “Fortalecimento<br />

da Gestão Regional Conjunta para<br />

o Aproveitamento Sustentável da<br />

Biodiversidade Amazônica (Programa<br />

<strong>OTCA</strong> Biodiversidade) tem<br />

por objetivo fortalecer a <strong>OTCA</strong><br />

nas tarefas de coordenação e estímulo<br />

do conhecimento sobre a<br />

diversidade biológica e seus usos<br />

em potencial, apoiando tarefas<br />

de conservação e aproveitamento<br />

sustentável que necessitem de colaboração<br />

regional.<br />

Os objetivos do programa<br />

são: formulação de um marco<br />

estratégico e um plano de ação<br />

regional de biodiversidade; fortalecimento<br />

da capacidade para<br />

coordenar a pesquisa aplicada<br />

e gerar informação pública de<br />

acesso regional; e fortalecimento<br />

da capacidade para coordenar e<br />

apoiar ações de conservação em<br />

áreas prioritárias.<br />

A iniciativa contribui na construção<br />

de mecanismos e bases de<br />

gestão institucional regional que<br />

permitam gerar informação para<br />

uso compartilhado e facilita processos<br />

de coordenação e sinergia<br />

de ações conjuntas.<br />

Iniciado em 2006, o Programa<br />

<strong>OTCA</strong> Biodiversidade é financiado<br />

pelo Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento (BID) e se estenderá<br />

até 2009.<br />

O conjunto de projetos e<br />

propostas encontra-se detalhado<br />

nas tabelas das páginas<br />

seguintes.<br />

| 45


Projeto<br />

1. Agenda Comum<br />

Amazônica<br />

2. Elaboração de<br />

programa regional<br />

de áreas protegidas<br />

3. Fortalecimento<br />

da Gestão Regional<br />

Conjunta para o<br />

Aproveitamento<br />

Sustentável da<br />

Biodiversidade<br />

Amazônica<br />

4. GeoAmazônia<br />

5. Iniciativa de<br />

aplicação da<br />

legislação florestal<br />

- ALFA<br />

6. Ações Sanitárias<br />

no Bêni (Bolívia)<br />

PROJETOS EM EXECUÇÃO COM ADMINISTRAÇÃO DIRETA DOS RECURSOS FINANCEIROS<br />

Objetivos específicos<br />

Capacitação de técnicos<br />

dos Países Membros<br />

em monitoramento da<br />

cobertura florestal e manejo<br />

e exploração florestal de<br />

impacto reduzido.<br />

Apoiar a <strong>OTCA</strong> na<br />

elaboração de um<br />

Programa Regional de<br />

Áreas Protegidas.<br />

Fortalecer a <strong>OTCA</strong> nas<br />

tarefas de coordenação e<br />

estímulo do conhecimento<br />

sobre a biodiversidade<br />

regional e seu usos em<br />

potencial, apoiando<br />

tarefas de conservação<br />

e aproveitamento<br />

sustentável que<br />

necessitem de colaboração<br />

transfronteiriça.<br />

Produzir relatório sobre a<br />

situação do meio ambiente<br />

na região.<br />

Apoiar a <strong>OTCA</strong> no<br />

levantamento de<br />

informações relacionadas<br />

à aplicação da legislação,<br />

na elaboração de um<br />

documento síntese e na<br />

apresentação desses<br />

resultados aos Países em<br />

evento específico.<br />

Entrega de equipamento<br />

e insumos que serão<br />

usados pela Unidade<br />

de Saúde Ambiental do<br />

Serviço Departamental<br />

de Saúde (SEDES) do<br />

departamento do Bêni,<br />

Bolívia, na prevenção de<br />

surtos epidemiológicos<br />

pela contaminação da água<br />

decorrente das inundações<br />

ocorridas na região.<br />

TOTAL<br />

Programas em que<br />

contribui<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Socialização<br />

de tecnologia e<br />

informação ambiental.<br />

Fortalecimento<br />

institucional da SP/<br />

<strong>OTCA</strong>.<br />

Atualização do<br />

diagnóstico regional<br />

sobre redes de<br />

transporte.<br />

Socialização<br />

de tecnologia e<br />

informação ambiental.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Saúde<br />

Agente financiador<br />

Agência Brasileira de<br />

Cooperação<br />

(ABC/MRE)<br />

World Wildlife Fund<br />

(WWF)<br />

Banco Interamericano<br />

de Desenvolvimento<br />

(BID)<br />

Programa das Nações<br />

Unidas para o Meio<br />

Ambiente<br />

(PNUMA)<br />

Banco Mundial<br />

Governo dos Países<br />

Baixos e Ministério<br />

da Cooperação<br />

da Alemanha.<br />

Administrador:<br />

Cooperação Técnica<br />

Alemã (GTZ)<br />

Valor da contribuição financeira a<br />

receber (em US$)<br />

Quantia a ser<br />

Total 2007 desembolsada<br />

em 2008<br />

0.25<br />

MI<br />

0.04<br />

MI<br />

1.9<br />

MI<br />

0.08<br />

MI<br />

0.21<br />

MI<br />

0.01<br />

MI<br />

2.49<br />

MI<br />

0.23<br />

MI<br />

0.02<br />

MI<br />

0.8<br />

MI<br />

0.02<br />

MI<br />

0.17<br />

MI<br />

1.24<br />

MI<br />

0.02<br />

MI<br />

X<br />

0.7<br />

MI<br />

-<br />

0.04<br />

MI<br />

0.01<br />

MI<br />

1.46<br />

MI<br />

Conclusão<br />

Junho<br />

2007<br />

Dezembro<br />

2007<br />

Março<br />

2009<br />

Outubro<br />

2008<br />

Abril<br />

2008<br />

Março<br />

2008<br />

46 |


Projeto<br />

1. Manejo Integrado<br />

e Sustentável<br />

dos Recursos<br />

Transfronteiriços<br />

na bacia do<br />

Rio Amazonas<br />

considerando<br />

a Variabilidade<br />

Climática e<br />

as Mudanças<br />

Climáticas<br />

2. Programa<br />

Regional Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ<br />

Objetivo<br />

Reforçar o marco<br />

institucional para<br />

o planejamento e<br />

execução, de forma<br />

coordenada e integrada,<br />

de atividades para a<br />

proteção e o manejo<br />

sustentado dos recursos<br />

terrestres e aquáticos da<br />

bacia Amazônica<br />

(i) Apoiar esforços<br />

de conservação e<br />

uso sustentável dos<br />

recursos naturais;<br />

(ii) contribuir para<br />

aumentar a integração<br />

e a competitividade<br />

regional; (iii) apoiar a<br />

gestão do conhecimento<br />

e o intercâmbio de<br />

tecnologias; e (iv)<br />

fortalecer a SP/<strong>OTCA</strong>.<br />

PROJETOS EM EXECUÇÃO COM RECURSOS ADMINISTRADOS POR TERCEIROS<br />

TOTAL<br />

Programas em que<br />

contribui<br />

Gerenciamento<br />

integrado e<br />

sustentável dos<br />

recursos hídricos.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

Gerenciamento<br />

integrado e sustentável<br />

dos recursos hídricos.<br />

Regional para os<br />

povos indígenas.<br />

Socialização<br />

de tecnologia e<br />

informação ambiental.<br />

Ciência e Tecnologia.<br />

Fortalecimento<br />

institucional da SP/<br />

<strong>OTCA</strong><br />

Agente financiador<br />

Fundo Mundial para o<br />

Meio Ambiente (GEF)<br />

Programa das<br />

Nações Unidas para<br />

o Meio Ambiente.<br />

Administrador:<br />

Organização dos<br />

Estados Americanos<br />

Governo dos Países<br />

Baixos e Ministério<br />

da Cooperação<br />

da Alemanha.<br />

Administrador:<br />

Cooperação Técnica<br />

Alemã (GTZ)<br />

Valor da contribuição financeira a<br />

receber (em US$)<br />

Quantia a ser<br />

Total 2007 desembolsada<br />

em 2008<br />

0.70<br />

MI<br />

13.50<br />

MI<br />

14.20<br />

MI<br />

PROJETOS APROVADOS EM FASE INICIAL DE IMPLEMENTAÇÃO<br />

Projeto Objetivo Programas em que contribui Agente financiador<br />

1. Sistema de vigilância<br />

em saúde ambiental<br />

para prevenção,<br />

educação e mitigação de<br />

efeitos das mudanças<br />

climáticas<br />

Projeto<br />

1. Gestão integrada<br />

e sustentada dos<br />

recursos hídricos<br />

transfronteiriços na<br />

bacia do Rio Amazonas<br />

2. Monitoramento<br />

do Desmatamento,<br />

Exploração Florestal e<br />

Mudanças no Uso da<br />

Terra<br />

Institucionalização do Sistema<br />

de vigilância em saúde<br />

ambiental para prevenção,<br />

educação e mitigação dos<br />

efeitos das mudanças<br />

climáticas na saúde humana.<br />

Objetivo<br />

Integração, construção e fortalecimento de<br />

capacidades em saúde pública e ambiental.<br />

Prevenção, vigilância e controle de doenças.<br />

Promoção da saúde e desenvolvimento<br />

humano sustentável.<br />

0.39<br />

MI<br />

3.25<br />

MI<br />

3.64<br />

MI<br />

Banco<br />

Interamericano de<br />

Desenvolvimento<br />

(BID)<br />

PROJETOS EM FASE DE CONSULTA AGUARDANDO APROVAÇÃO FINAL<br />

Planejamento e execução, de forma<br />

coordenada e integrada, de atividades<br />

para a proteção e o manejo sustentado dos<br />

recursos terrestres e aquáticos da bacia<br />

Amazônica<br />

Melhorar a governabilidade na região<br />

Amazônica e fortalecer as plataformas de<br />

diálogo e coordenação vinculadas à <strong>OTCA</strong><br />

Programas em que<br />

contribui<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e florestas.<br />

Gerenciamento<br />

integrado e sustentável<br />

dos recursos hídricos.<br />

Conservação e<br />

uso sustentável da<br />

biodiversidade e<br />

florestas.<br />

X<br />

4.50<br />

MI<br />

4.50<br />

MI<br />

Custo<br />

estimado<br />

US$ 1.90<br />

MI<br />

Conclusão<br />

Junho<br />

2008<br />

Dezembro<br />

2009<br />

Situação<br />

Aprovado pelo<br />

BID e Países<br />

Membros<br />

Agente financiador Custo estimado Situação<br />

Fundo Mundial para o<br />

Meio Ambiente (GEF)<br />

Organização<br />

Internacional de<br />

Madeiras Tropicais<br />

(OIMT)<br />

US$ 7.5<br />

MI<br />

2.58<br />

MI<br />

Apresentado<br />

ao<br />

GEF-PNUMA<br />

em junho de<br />

2008<br />

Em fase de<br />

avaliação<br />

| 47


PROJETOS AGUARDANDO FINANCIAMENTO<br />

Projeto Objetivos Programas em que contribui<br />

Agente<br />

financiador<br />

Custo estimado<br />

Situação<br />

Água segura e escolas.<br />

Executar projeto piloto sobre promoção<br />

do acesso e uso racional da água em<br />

escolas rurais da Amazônia.<br />

Integração, construção e<br />

fortalecimento de capacidades em<br />

saúde pública e ambiental.<br />

Prevenção, vigilância e controle de<br />

doenças.<br />

Promoção da saúde e<br />

desenvolvimento humano<br />

sustentável.<br />

Em fase de<br />

identificação.<br />

US$ 0.30<br />

MI<br />

Aguardando<br />

recursos<br />

48 |


José Paulo Lacerda<br />

6<br />

Administração<br />

e Finanças


A<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> consolidou<br />

o funcionamento de<br />

seu escritório em Brasília durante o<br />

período, após a aprovação, pelo Congresso<br />

do Brasil em 2006, do acordosede<br />

com a <strong>OTCA</strong>.<br />

A operação e o planejamento<br />

das atividades da SP/<strong>OTCA</strong> estão<br />

regidas pelo Instrumento de Operação<br />

Administrativo-Financeiro. O<br />

orçamento anual é apresentado e<br />

aprovado pelos Países Membros nas<br />

reuniões do CCA, após serem analisados<br />

pela CCOOR, e os demonstrativos<br />

financeiros anuais da <strong>OTCA</strong><br />

são auditados desde 2003 por uma<br />

empresa multinacional especializada<br />

e mundialmente reconhecida.<br />

Os relatórios das cinco auditorias<br />

realizadas até o momento aprovaram<br />

seus resultados sem ressalvas.<br />

Para completar o processo de transparência<br />

total dos gastos, os Países<br />

Membros terão acesso, nos próximos<br />

meses, à execução financeira da<br />

<strong>OTCA</strong> (projetos e programação de<br />

custos) em tempo real, após a instalação<br />

de software de gerenciamento<br />

corporativo que está sendo adquirido<br />

pela <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> e que<br />

também facilitará o acesso a outras<br />

informações de interesse.<br />

No período de 2003 - quando<br />

da instalação da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

em Brasília - a 2008, os Países<br />

Membros efetuaram o pagamento<br />

de 92% das cotas anuais correspondentes,<br />

numa clara demonstração de<br />

seu compromisso com a <strong>OTCA</strong> e com<br />

seu adequado funcionamento. Contudo,<br />

apresentaram-se dificuldades<br />

na administração das necessidades<br />

da SP decorrentes de fatores econômicos<br />

que afetaram o valor real dos<br />

recursos financeiros previstos no orçamento<br />

anual. Entre esses fatores,<br />

a desvalorização do dólar americano<br />

frente ao real e a inflação acumulada<br />

no transcurso dos últimos seis anos.<br />

As alternativas para solucionar esse<br />

inconveniente já estão sendo estudadas<br />

pelos Países Membros.<br />

Orçamento<br />

Orçamento da SP/<strong>OTCA</strong> (em US$)<br />

Receitas<br />

O orçamento anual para o<br />

funcionamento e manutenção da<br />

<strong>OTCA</strong>, de US$ 1.139.600, e as cotas<br />

de contribuição anual de cada<br />

País Membro foram aprovados na<br />

VI Reunião de Ministros das Relações<br />

Exteriores.<br />

País<br />

% da escala<br />

das contribuições<br />

Valor (em US$)<br />

Bolívia 6,5 74.074,00<br />

Brasil 35 398.860,00<br />

Colômbia 16 182.336,00<br />

Equador 6,5 74.074,00<br />

Guiana 2 22.792,00<br />

Peru 16 182.336,00<br />

Suriname 2 22.792,00<br />

Venezuela 16 182.336,00<br />

Total 100 1.139.600,00<br />

Superávit de anos anteriores (saldo em caixa em 01.01.08) 520.581<br />

Cotas recebidas em 2008 784.013<br />

Cotas a receber dos Países Membros 554.558<br />

Previsão de outras receitas para administração direta<br />

disponíveis em caixa<br />

1.585.148<br />

Previsão de outras receitas para administração direta<br />

(ainda não disponíveis em caixa)<br />

632.370<br />

Previsão de recursos a serem aplicados nas atividades do<br />

Plano de Ação que não entram no caixa<br />

3.494.597<br />

Total de receitas 7.561.267<br />

Despesas<br />

Execução dos programas do Plano de Ação da SP/<strong>OTCA</strong><br />

e Funcionamento da Sede<br />

7.272.857<br />

Reserva de caixa 288.410<br />

Total de despesas 7.561.267<br />

50 |


Manual de Gestão<br />

A atual fase de crescimento e<br />

relevância política da <strong>OTCA</strong> torna<br />

indispensável que se conte com<br />

uma ferramenta administrativa<br />

que contenha informação ordenada<br />

e sistemática, na qual sejam<br />

estabelecidos claramente os objetivos,<br />

normas, políticas e procedimentos<br />

da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>.<br />

Por esse motivo, procedeu-se<br />

à revisão do Manual de Gestão da<br />

<strong>OTCA</strong>, que será levado à consideração<br />

dos Países Membros.<br />

O manual tem por objetivo informar<br />

e orientar a conduta dos<br />

funcionários da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>,<br />

unificando os critérios<br />

de desempenho e as medidas que<br />

deverão ser seguidas para atingir<br />

os objetivos traçados.<br />

O Manual de Gestão assinala as<br />

políticas organizacionais e estabelece<br />

os sistemas administrativos e,<br />

ao definir as funções e responsabilidades<br />

de cada unidade técnica<br />

ou administrativa, facilita a compreensão<br />

dos objetivos, políticas,<br />

estruturas e funções das áreas da<br />

<strong>OTCA</strong>. Dessa forma, os funcionários<br />

poderão ter acesso à informação<br />

necessária à realização das<br />

tarefas que lhes forem atribuídas,<br />

uniformizando, assim, os procedimentos<br />

de trabalho e atingido a<br />

eficiência e a qualidade requeridas<br />

pelos Países Membros.<br />

O manual inclui as normas<br />

legais, regulamentares e administrativas<br />

estabelecidas desde a<br />

instalação da SP em Brasília, bem<br />

como sua relação com os processos,<br />

funções e procedimentos e<br />

com a estrutura da organização.<br />

Centro de Documentação<br />

Entre setembro de 2007 e fevereiro<br />

de 2008, o acervo da <strong>OTCA</strong><br />

foi organizado, reunindo-se, assim,<br />

os documentos que se encontravam<br />

dispersos na instituição.<br />

Além de processar e organizar o<br />

material fisicamente, criou-se um<br />

sistema informatizado de padrão<br />

internacional, que permitirá que,<br />

no futuro, a biblioteca da <strong>OTCA</strong><br />

seja integrada a outras redes de<br />

consulta.<br />

A seleção do material bibliográfico<br />

partiu de 1.500 livros,<br />

documentos e publicações dispersos<br />

na <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong>,<br />

dos quais 1.240 foram incluídos<br />

no acervo. Esse trabalho foi realizado<br />

por uma bibliotecária, que<br />

também separou os volumes em<br />

coleções, tipos de documento e assuntos<br />

gerais.<br />

Usando os métodos da biblioteconomia,<br />

a <strong>OTCA</strong> identificou,<br />

classificou, indexou, catalogou,<br />

etiquetou e armazenou o material.<br />

Os documentos foram classificados<br />

em: acervo geral, documentos<br />

TCA, periódicos, eventos, anais,<br />

obras de referência e teses de conclusão<br />

de curso.<br />

| 51


52 |


Sérgio Amaral<br />

7<br />

Equipe<br />

da <strong>OTCA</strong>


direção da SP/<strong>OTCA</strong> é formada pelo Secretário-Geral e pelo Diretor Administrativo. Cinco Coordenações setoriais encontram-se em<br />

funcionamento: Meio Ambiente; Saúde; Transporte, Infra-estrutura, Comunicação e Turismo; Assuntos Indígenas; e Ciência, Tecnologia<br />

e Educação, cujo responsável concluiu sua gestão em junho de 2008.<br />

A <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong> conta com um quadro de funcionários formado por pessoal técnico e de apoio. Além disso, contrata empresas<br />

para serviços de informática, contabilidade e tradução, entre outros. Os programas da <strong>OTCA</strong> contam com equipes de consultores que trabalham<br />

de acordo com sua duração.<br />

54 |A<br />

Organograma Funcional da <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica – SP/<strong>OTCA</strong><br />

Secretário-Geral a .i<br />

Francisco J. Ruiz Marmolejo<br />

(Colômbia)<br />

Secretária Executiva<br />

Daniela Lanz (Venezuela)<br />

Assessoria Jurídica – por demanda<br />

Patrick Spinola (Brasil)<br />

Assessoria de Comunicação<br />

(vago)<br />

Programa Regional Amazônia <strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ<br />

Diretor do Programa: Gunter Simon (Alemanha)<br />

Diretora Adjunta e Coordenadora de Economia Ambiental:<br />

Claudia Mayer (Alemanha)<br />

Asistente Executiva: Constance Boutrolle (França)<br />

Administrador Financeiro: Antonio Espín (Equador)<br />

Asistente Técnica em Comunicação: Sammia Poveda (Equador)<br />

Coordenador do Programa no Peru: Luis Román (Peru)<br />

Assistente Técnica em Assuntos Indígenas: Natalia Ipince (Peru)<br />

Assistente Administrativa Peru: Begonia Garcia (Peru)<br />

Diretor Administrativo<br />

Flavio Sottomayor (Brasil)<br />

Diretor Executivo<br />

Francisco J. Ruiz Marmolejo (Colômbia)<br />

Controller<br />

Marcio Cabral (Brasil)<br />

Assistente<br />

(vago)<br />

Assistente Administrativa<br />

Paula Marques (Brasil)<br />

Recepcionista<br />

Érica Silva (Brasil)<br />

Coordenador de<br />

Transporte, Infra-estrutura,<br />

Turismo e Comunicação<br />

Donald Sinclair (Guiana)<br />

Coordenador de Saúde<br />

Jannette Aguirre (Bolívia)<br />

Coordenador de<br />

Meio Ambiente<br />

Luis Alberto Oliveros (Peru)<br />

Coordenador de<br />

Assuntos Indígenas<br />

Jan Tawjoeran (Suriname)<br />

Motorista<br />

Francisco Salles (Brasil)<br />

Coordenador<br />

de Educação,<br />

Ciência e<br />

Tecnologia<br />

(vago)<br />

Estagiária<br />

Fernanda<br />

Marques (Brasil)<br />

Estagiária<br />

Wina Gonzáles (Bolívia)<br />

Zelador<br />

Firmino Rodrigues (Brasil)<br />

Contabilidade<br />

Claudia Gonçalves (Brasil)<br />

Programa Regional Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS -GTZ<br />

Assessora Técnica de Turismo<br />

Anna Willingshofer (Brasil)<br />

Técnico de Informática<br />

Adriano F. Silva (Brasil)<br />

Programa <strong>OTCA</strong> Biodiversidad<br />

Coordenador do Programa<br />

Carlos Salinas (Peru)<br />

Sistemas de Informação<br />

Geográfica- SIG<br />

Dante Ramos (Peru)<br />

Assistente Técnica a Sistemas<br />

de Informação<br />

Regina Wendling (Brasil)<br />

Programa Regional Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ<br />

Coordenador do<br />

Componente Florestal<br />

Carlos Aragón (Peru)<br />

Assessora de Biocomércio<br />

Adriana Rivera (Colômbia)<br />

Assessor Florestal<br />

Cristian Guerrero (Peru)<br />

Aplicação da Legislação<br />

Florestal na Amazônia<br />

Gerente do Projeto<br />

Hans Thiel (Equador)<br />

Consultor para Estudo<br />

no Equador<br />

Walter Palacio (Equador)<br />

Consultor para Estudo<br />

na Colômbia<br />

Lombardo Tibaquirá (Colômbia)<br />

Programa Regional Amazônia<br />

<strong>OTCA</strong>-DGIS -GTZ<br />

Assessora em Assuntos Indígenas<br />

Ana Claudia Freitas Chaves (Brasil)<br />

Projetos/Consultores<br />

Serviço terceirizado<br />

Staff <strong>OTCA</strong>


Anexos


acompanhamento dos Mandatos recebidos<br />

das Declarações de Manaus e de Iquitos<br />

TEMA<br />

ESPECÍFICO<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

MANAUS - 2004<br />

O TCA é o principal instrumento para<br />

desenvolver políticas articuladas de<br />

desenvolvimento sustentável e integral<br />

da região (§ 1º).<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

IQUITOS - 2005<br />

A <strong>OTCA</strong> é o fórum adequado<br />

para promover a integração, o<br />

desenvolvimento sustentável e<br />

solidariedade (§ 1º).<br />

Articular, na medida do possível, redes<br />

nacionais de cooperação relacionadas<br />

aos assuntos da Cúpula de<br />

Johanesburgo (§ 16).<br />

SITUAÇÃO<br />

Deve-se manter e fortalecer o princípio<br />

de ação fundamental da SP/<strong>OTCA</strong>.<br />

A cooperação nos assuntos ligados ao<br />

desenvolvimento sustentável orientou<br />

a definição dos projetos e atividades<br />

previstos no Plano de Ação da <strong>OTCA</strong>.<br />

Projetos específicos de cooperação<br />

fronteiriça foram elaborados e estão<br />

sendo executados: Ex.: ODM-MAP, Acre-<br />

Ucayali, La Paya-Guepi-Cuyabeno, etc.<br />

Projetos específicos vêm sendo<br />

elaborados na Bolívia (manejo florestal<br />

comunitário), Suriname (financiamento<br />

do setor florestal) e ambos os países<br />

(saúde e turismo)<br />

Papel da <strong>OTCA</strong><br />

nos processos<br />

de integração e<br />

cooperação regional<br />

Relevância da cooperação fronteiriça<br />

em todas as áreas temáticas do Tratado<br />

e seu aprofundamento em programas e<br />

projetos (§ 27).<br />

Reafirma o compromisso de dedicar<br />

especial atenção à apreciação de<br />

iniciativas por parte da Bolívia, Guiana e<br />

Suriname (§ 18).<br />

Criação de um espaço de integração<br />

política e econômica deve se alicerçar<br />

nos mecanismos existentes de<br />

cooperação e requer o fortalecimento<br />

de canais de diálogo entre esstes (§ 12)<br />

Determina que a <strong>OTCA</strong> contribua<br />

para o progresso e aperfeiçoamento<br />

dos processos de integração dentro da<br />

Comunidade Sul-Americana de Nações<br />

(§ 2º)<br />

Articular-se com CAN, Mercosul, ALADI<br />

e CARICOM visando a coadjuvar na<br />

consolidação da Comunidade Sul-<br />

Americana de Nações (§ 2º).<br />

Cooperar no processo de revisão,<br />

aperfeiçoamento e implementação do<br />

Plano Estratégico (§ 10º).<br />

Abordar na reunião sobre segurança e<br />

defesa integral a questão das drogas e<br />

suas implicações sociais, ambientais e<br />

econômicas (§ 17).<br />

A <strong>OTCA</strong> não é convocada para<br />

participar dos eventos relacionados<br />

desde 2006.<br />

A articulação com a CAN foi realizada<br />

especificamente na agenda ambiental.<br />

Planejamento<br />

Estratégico<br />

Aprova o Plano Estratégico 2004-12<br />

(§ 6º).<br />

O Plano Estratégico está sendo<br />

executado e uma proposta de revisão<br />

intermediária vem sendo planejada.<br />

Diálogo político<br />

setorial<br />

Intensificar o diálogo político sobre<br />

questões de interesse dos Estados<br />

Membros, inclusive sobre segurança e<br />

defesa integral da região (§ 8º).<br />

Promover reuniões ministeriais<br />

temáticas com o propósito de avançar<br />

na interlocução política sobre questões<br />

específicas. Apontarou áreas indicativas<br />

de interesse (§ 10º).<br />

Renova o mandato de realizar reuniões<br />

Ministeriais sobre questões de interesse.<br />

Aponta áreas indicativas de interesse<br />

(§ 11).<br />

Realizou-se em 2006 a reunião de<br />

Ministros de Defesa, que abordou a<br />

questão das drogas.<br />

Realizaram-se Reuniões Ministeriais<br />

nas áreas de Saúde (2006), Meio<br />

Ambiente (2006 e 2008), Turismo<br />

(2007 e 2008) e Ciência e Tecnologia<br />

(2005); entretanto, faz-se necessário<br />

formalizar e ampliar seu alcance.<br />

Programa Regional de Biocomércio<br />

formulado e em processo de<br />

aprovação nos países desde fevereiro<br />

de 2008; as iniciativas nacionais<br />

de mecanismos financeiros para<br />

o manejo florestal sustentável são<br />

apoiadas; Fundo Semente para Áreas<br />

Protegidas encontra-se em processo de<br />

formulação.<br />

Produção<br />

sustentável e<br />

investimento.<br />

Aumentar fluxos comerciais, acesso a<br />

mercados e participação de produtos<br />

amazônicos (§ 13 e 14).<br />

Promover mecanismos que estimulem<br />

um maior fluxo de investimento de bens<br />

e serviços entre os países (§ 15).<br />

Criar um Programa de Biocomércio<br />

(§ 31).<br />

Propor instrumento institucional de<br />

captação de recursos para financiar<br />

o desenvolvimento sustentável e que<br />

contemple a adequada remuneração<br />

pelos serviços ambientais (§ 33).<br />

Não houve progresso na formulação<br />

de um mecanismo que inclua a<br />

remuneração por serviços ambientais.<br />

56 |<br />

Progresso satisfatório Progresso com dificuldades Com problemas


TEMA<br />

ESPECÍFICO<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

MANAUS - 2004<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

IQUITOS - 2005<br />

SITUAÇÃO<br />

Turismo<br />

Desenvolver mecanismos de incentivo<br />

ao investimento nas áreas de turismo e<br />

ecoturismo e patrocinar a divulgação do<br />

potencial da Região (§ 32)<br />

Elaborou-se o Programa Regional<br />

para o Desenvolvimento do Turismo<br />

Sustentável, dedicando atenção especial<br />

à divulgação dos potenciais da região,<br />

sendo este um dos primeiros passos<br />

para incentivar investimentos.<br />

Desenvolveu-se um programa de<br />

fortalecimento da UNAMAZ (2007).<br />

Formou-se o Comitê Intergovernamental<br />

de Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

em Saúde e sua Rede Pan-amazônica<br />

(2007).<br />

Elaborou-se a Estratégia de C&T para a<br />

Biodiversidade, que foi aprovada pelos<br />

países.<br />

O Congresso foi realizado em<br />

2006 e seus resultados devem ser<br />

implementados.<br />

Programa Regional de Áreas Protegidas<br />

aguarda aprovação por parte dos países<br />

desde janeiro de 2008. Mecanismo<br />

de Cooperação para Controle e<br />

Monitoramento do Tráfico de Fauna<br />

e Flora Silvestre aguarda aprovação<br />

por parte dos países desde fevereiro de<br />

2008. Plano Regional de Biodiversidade<br />

em formulação.<br />

Ciência, tecnologia e<br />

formação de recursos<br />

humanos<br />

Impulsionar a pesquisa científica,<br />

a geração de conhecimento, o<br />

desenvolvimento tecnológico e a<br />

formação de recursos humanos (§ 16).<br />

Coordenar com as CNPs e a UNAMAZ<br />

a formulação de políticas visando<br />

ao desenvolvimento científico e<br />

tecnológico e à formação de recursos<br />

humanos (§ 21).<br />

Convocar o Congresso Científico da<br />

Amazônia (§ 17)<br />

Compromisso de articular políticas para<br />

garantir a Proteção da biodiversidade<br />

(§ 18)<br />

Ampliar a cooperação regional e o<br />

intercâmbio de experiências relativas<br />

à gestão de áreas protegidas e<br />

conservação (§ 25).<br />

Conservação<br />

e Proteção da<br />

biodiversidade<br />

Promover a coordenação eficaz para<br />

combater a biopirataria (§ 19).<br />

Promover mecanismos que assegurem<br />

uma distribuição eqüitativa<br />

dos benefícios decorrentes do<br />

aproveitamento de conhecimentos<br />

tradicionais e recursos naturais (§ 20).<br />

Combater o corte e o comércio ilegais<br />

de madeira e promover a valorização e<br />

o uso sustentável dos recursos naturais<br />

mediante uma ativa cooperação (§ 22)<br />

Adotar medidas que contribuam ao<br />

controle e à mitigação de práticas<br />

ilícitas relacionadas ao uso de recursos<br />

naturais (§ 18).<br />

Mecanismo de cooperação para<br />

fortalecimento de capacidades em<br />

direitos de propriedade intelectual,<br />

conhecimento tradicional e acesso a<br />

recursos genéticos em elaboração com<br />

observações relevantes.<br />

Desenvolveu-se a Iniciativa de Aplicação<br />

da Legislação Florestal na Amazônia e<br />

estão sendo executadas ações nacionais<br />

específicas.<br />

Executar ações para a conservação<br />

do ecossistema, incluindo aquelas<br />

direcionadas a contrabalançar o<br />

problema do derretimento de<br />

geleiras (§ 7º).<br />

Continuar com o processo de<br />

implementação dos Indicadores de<br />

Tarapoto e com as decisões tomadas em<br />

seu âmbito (§ 20).<br />

Elaborar projetos de sistemas de<br />

informação geográfica de vigilância<br />

ambiental e monitoramento (§ 25).<br />

É necessário receber mandatos mais<br />

específicos vinculados às mudanças<br />

climáticas para avançar no tema.<br />

Executou-se o Projeto de Agenda<br />

Comum para o monitoramento da<br />

cobertura florestal e apresentou-se<br />

uma proposta de financiamento de sua<br />

continuidade.<br />

Assuntos<br />

Indígenas<br />

Conduzir políticas apropriadas de<br />

proteção e promoção dos direitos das<br />

comunidades indígenas (§ 21).<br />

Agenda Regional Indígena em processo<br />

participativo de construção. Definição<br />

da disponibilidade de recursos<br />

financeiros está pendente.<br />

Progresso satisfatório Progresso com dificuldades Com problemas<br />

| 57


TEMA<br />

ESPECÍFICO<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

MANAUS - 2004<br />

MANDATO/DECISÃO DE<br />

IQUITOS - 2005<br />

Prosseguir coordenando posições<br />

comuns nas áreas de meio ambiente e<br />

desenvolvimento sustentável nos fóruns<br />

internacionais (§ 14) e aprofundar a<br />

coordenação no âmbito da UNFCCC<br />

(§ 15).<br />

SITUAÇÃO<br />

Fóruns<br />

ambientais<br />

internacionais<br />

Promover o diálogo e a articulação para<br />

a participação dos países no FNUB (§<br />

24).<br />

Realizado com sucesso no âmbito do<br />

UNFF. Teve início no âmbito da CDB.<br />

Espera-se dar início à interação dos<br />

países no próximo evento associado à<br />

UNFCCC (Acra-Gana).<br />

Recursos<br />

Hídricos<br />

Criar grupo de trabalho para<br />

intensificar a cooperação relativa ao<br />

gerenciamento de recursos hídricos<br />

(§ 26).<br />

Desenvolver mecanismos de cooperação<br />

para a conservação da bacia (§ 7º).<br />

Saúda os progressos para a execução do<br />

Projeto de Gerenciamento integrado de<br />

Recursos Hídricos (§08).<br />

Projeto de Gestão Regional Integrada<br />

foi elaborado e apresentado<br />

para financiamento; o arranjo de<br />

implementação encontra-se pendente.<br />

Reconhecem a importância da IIRSA e<br />

ressaltam a necessidade de avanços na<br />

implementação de projetos prioritários<br />

(§ 28).<br />

Não está definida a participação da<br />

<strong>OTCA</strong> em questões relativas à IIRSA.<br />

Infra-Estrutura<br />

Formular regulamento sobre navegação<br />

fluvial (§ 29).<br />

Realizar estudo sobre a aplicação de<br />

novas tecnologias de transporte.<br />

Criar a Premiação <strong>OTCA</strong> e organizar a<br />

Expedição Amazônica para a Juventude<br />

(§ 34).<br />

Estudar mecanismos para incorporar a<br />

sociedade civil na geração de políticas e<br />

implementação de planos e projetos da<br />

<strong>OTCA</strong> (§ 36).<br />

Elaborar critérios e a proposta para a<br />

participação de observadores na<br />

<strong>OTCA</strong> (§ 39).<br />

Organizar a Cúpula Presidencial dos<br />

países da <strong>OTCA</strong> (§ 41).<br />

Colaborar na realização de estudos<br />

para o desenvolvimento de vias de<br />

navegação, hidrovias e outros meios de<br />

transporte no âmbito da IIRSA (§ 23).<br />

Realizar estudos sobre a aplicação de<br />

novas tecnologias de transporte (§09).<br />

Promover feiras amazônicas para<br />

estimular o intercâmbio comercial,<br />

cultural, turístico e acadêmico (§ 28).<br />

Não foram obtidos recursos para essa<br />

finalidade e há limitações de capacidade<br />

operacional para abordar os temas.<br />

Cultura<br />

Os eventos previstos foram realizados e<br />

apoiados, com restrições na área cultural.<br />

Realizar as consultas nacionais sobre<br />

participação da sociedade civil (§ 29).<br />

O processo não foi concluído devido a<br />

observações apresentadas por alguns<br />

países.<br />

O processo vem sendo discutido nos<br />

Países desde 2005.<br />

Acolhe com satisfação a oferta do<br />

Equador para realizar a Cúpula (§ 31).<br />

Abrir processo de negociação da Carta<br />

Amazônica (§ 5º).<br />

Reafirma a vontade de cooperar e<br />

oferecer assistência para fortalecer<br />

as Comissões Nacionais <strong>Permanente</strong>s<br />

(CNPs). (§ 12).<br />

Elaborar com as CNPs uma estratégia de<br />

coordenação entre estas e a SP (§ 13).<br />

Apoiar a realização da reunião dos<br />

Países em coordenação com a UNAMAZ<br />

e outras instituições acadêmicas (§ 27).<br />

A Cúpula não foi realizada.<br />

Fortalecimento<br />

Institucional<br />

Suspenso..<br />

As CNPs não estão em operação em<br />

todos os países.<br />

Realizada.<br />

Progresso satisfatório Progresso com dificuldades Com problemas<br />

58 |


Acompanhamento do cumprimento das Resoluções dos Ministros<br />

das Relações Exteriores da <strong>OTCA</strong><br />

Resolução Descrição Situação<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/01<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/02<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/03<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/04<br />

Reitera seu compromisso e apoio à <strong>OTCA</strong> e reconhece sua<br />

importância.<br />

Insta os países membros a efetuarem oportunamente o<br />

pagamento das contribuições.<br />

Aprova o Plano Estratégico 2004-2012.<br />

Aprova o Relatório de Gestão da SP/<strong>OTCA</strong><br />

Aprova o relatório e oferece apoio técnico e político ao processo<br />

de Tarapoto.<br />

Resolve encaminhar o relatório do processo à UNFF, bem como a<br />

Helsinque, Montreal e ITTO.<br />

As contribuições estão sendo regularizadas, faltando apenas<br />

um país.<br />

O Plano está sendo implementado.<br />

Ao aprovar as atividades em andamento, reforça sua execução e<br />

garante sua continuidade.<br />

A UNFF foi informada de todas as ações da <strong>OTCA</strong> na área de<br />

florestas e estabeleceu-se um canal de diálogo.<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/05<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/06<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/07<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/08<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/09<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/10<br />

RES/VIII<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/11<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/01<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de credenciar-se como observador junto<br />

a organismos internacionais, regionais e sub-regionais.<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de sondar parcerias com organismos de<br />

cooperação e integração.<br />

Expressa reconhecimento aos cooperantes da SP/<strong>OTCA</strong> CAF,<br />

GTZ, OEA, FAO, GEF, OPAS/OMS, UNCTAD, UICN e CIRAD.<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de continuar a sondar outras<br />

possibilidades de cooperação.<br />

Aprova os instrumentos de gestão administrativa e financeira.<br />

Apóia a assinatura do Acordo entre a <strong>OTCA</strong> e a OPAS/OMS,<br />

que contempla diversas modalidades de cooperação.<br />

Encomenda continuar a desenvolver um Programa de Trabalho<br />

a fim de apresentar, na próxima reunião de Chanceleres, uma<br />

proposta de Regulamento de Navegação Fluvial no Rio Amazonas.<br />

Resolve que se inicie um estudo com o propósito de avaliar as<br />

implicações técnicas, políticas e financeiras do estabelecimento de<br />

um instrumento institucional de captação de recursos; o referido<br />

documento deve incluir a análise de mecanismos que permitam a<br />

adequada remuneração dos serviços ambientais.<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de apresentar uma proposta de<br />

institucionalização do Prêmio <strong>OTCA</strong>, em conjunto com a CCOOR.<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de dar início, com empresa privada,<br />

ao programa de expedições para a juventude.<br />

Expressa seu reconhecimento pelos 25 anos do TCA, manifesta<br />

sua satisfação pelo nível de acordo atingido e renova a decisão de<br />

continuar trabalhando para atingir uma visão compartilhada para<br />

a integração e o desenvolvimento sustentável.<br />

A SP/<strong>OTCA</strong> credenciou-se junto a UNFF, CDB e UNFCCC.<br />

Sondagem realizada. Participou-se de iniciativas conjuntas com<br />

organizações da América Central e do Cone Sul. Os processos<br />

relativos à África (bacia do Congo) e à Ásia (Bacia do Mekong)<br />

tiveram início.<br />

Processo de sondagem prosseguiu e aproveitaram-se as<br />

oportunidades com propostas de projeto. A suspensão de alguns<br />

processos exige a revisão desta determinação.<br />

Até o presente momento, constitui o marco regulatório das<br />

atividades da SP/<strong>OTCA</strong><br />

Consolidou-se a cooperação com a OPAS/OMS.<br />

A CCA reuniu-se para discutir o tema, porém as discussões não<br />

foram concluídas.<br />

Estão sendo desenvolvidas propostas de mecanismos, sobretudo<br />

voltadas para a conservação de biodiversidade. Em relação à<br />

remuneração por serviços ambientais, participou-se da iniciativa<br />

da FAO que consolida os avanços a esse respeito na América<br />

Latina.<br />

Não foi realizado por restrições financeiras.<br />

Realizou-se a 1ª Expedição denominada “Conhecendo a<br />

Amazônia”. Não teve continuação devido a restrições financeiras.<br />

Progresso satisfatório Progresso com dificuldades Com problemas<br />

| 59


Resolução Descrição Situação<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/02<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/03<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/04<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/05<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/06<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/07<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/08<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/09<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/10<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/11<br />

RES/IX<br />

MRE-<strong>OTCA</strong>/12<br />

Aprova o Relatório de Gestão da SP/<strong>OTCA</strong> de setembro de 2004<br />

a outubro de 2005.<br />

Resolve fomentar a cooperação entre os Estados para<br />

implementar o Plano Estratégico.<br />

Resolve continuar dialogando em temas como comércio exterior,<br />

integração e outros.<br />

Encarrega a SP/<strong>OTCA</strong> de fazer o acompanhamento das<br />

conclusões da I Reunião de Autoridades de Propriedade<br />

Intelectual e de Ministros de Ciência e Tecnologia.<br />

Dispõe que as reuniões das CNPs ocorram uma vez por ano e que<br />

a SP/<strong>OTCA</strong> facilite as reuniões.<br />

Encomenda à SP/<strong>OTCA</strong> que prepare um Programa de<br />

Fortalecimento das CNPs, em conjunto com o CCA.<br />

Resolve continuar realizando reuniões de negociação em fóruns<br />

internacionais.<br />

Insta à SP/<strong>OTCA</strong> que continue a facilitar as referidas reuniões.<br />

Convoca reunião técnica para avançar na formulação de um<br />

Regulamento de Navegação Comercial e define que a referida<br />

reunião será realizada na cidade de Lima, em 2006.<br />

Manifesta que se poderão convidar quaisquer Estados,<br />

organizações internacionais e organismos governamentais para<br />

participar das reuniões na condição de observadores (Art.4º<br />

Regulamento da Reunião de Chanceleres).<br />

Renova o mandato da CCOOR de elaborar, com a SP/<strong>OTCA</strong>, uma<br />

proposta de critérios para participar como observadores.<br />

Separa a Coordenação de Saúde e de Assuntos Indígenas.<br />

Encomendar a formulação e execução de um Programa Regional<br />

de Promoção e Desenvolvimento do Turismo.<br />

Recomenda à SP/<strong>OTCA</strong> que identifique recursos financeiros e<br />

técnicos para a realização dos projetos do Programa.<br />

Oferece apoio técnico e político para assegurar o sucesso do<br />

projeto GEF Amazonas <strong>OTCA</strong>/PNUMA/OEA.<br />

Recomenda aos Governos promover e cooperar no fortalecimento<br />

da UNAMAZ e na execução dos projetos resultantes do Convênio<br />

<strong>OTCA</strong>/UNAMAZ.<br />

Reafirma a conveniência de aperfeiçoar e fortalecer o processo<br />

de cooperação por meio da revisão dos Regulamentos da <strong>OTCA</strong><br />

e cria Grupo de Trabalho no âmbito do CCA para apresentar<br />

propostas de modificação na próxima reunião.<br />

Ao aprovar as atividades em andamento, reforçam sua execução<br />

e garantem sua continuidade.<br />

Os Planos de Ação foram os instrumentos por meio dos quais<br />

está sendo executado o Plano Estratégico.<br />

Tais temas privilegiaram as discussões no âmbito bilateral.<br />

A Coordenação de Ciência e Tecnologia fez o acompanhamento<br />

das conclusões. Realizaram-se reuniões preparatórias para uma<br />

nova reunião de Ministros, mas esta não se concretizou por não<br />

haver sido convocada pelo país-sede.<br />

A última reunião ocorreu em 2006. Aguarda-se a eleição do<br />

Secretário-geral para realizar a próxima.<br />

A SP/<strong>OTCA</strong> realizou um diagnóstico; a elaboração de uma<br />

proposta de fortalecimento depende de uma análise do papel da<br />

CNPs à luz do contexto político institucional atual.<br />

Realizaram-se reuniões nos âmbitos do UNFF e do CDB, e será<br />

iniciado para a UNFCCC.<br />

A <strong>OTCA</strong> atuou como facilitadora e continuará a desempenhar<br />

essa função.<br />

A CCA reuniu-se para discutir o tema, porém as discussões não<br />

foram concluídas.<br />

A SP/<strong>OTCA</strong> apresentou uma proposta de critérios à CCOOR,<br />

em 2005.<br />

Realizado.<br />

Programa em execução.<br />

Obtiveram-se recursos, porém se espera que sejam<br />

complementados com o processo de captação em curso.<br />

O Projeto foi elaborado e aguarda definição da agência<br />

executora.<br />

Apoiou-se a reestruturação e o planejamento estratégico da<br />

UNAMAZ.<br />

A SP/<strong>OTCA</strong> está discutindo uma proposta de atualização dos<br />

regulamentos administrativos e financeiros, e a CCOOR avalia<br />

uma proposta de Resolução para apresentar na Reunião dos<br />

Chanceleres.<br />

Avance satisfactorio Avance con dificultades Con problemas<br />

60 |


Equipe da SP/<strong>OTCA</strong><br />

Direção<br />

Secretário-Geral<br />

Francisco José Ruiz Marmolejo<br />

Diretor Administrativo<br />

Flávio Sottomayor<br />

Coordenações<br />

Coordenador de Meio Ambiente<br />

Luis Alberto Oliveros Lakoma<br />

Coordenadora de Saúde<br />

Jannette Aguirre<br />

Coordenador de Ciência, Tecnologia e Educação Alirio Rafael Martínez (até 06/2008)<br />

Coordenador de Transporte, Infra-estrutura,<br />

Comunicação e Turismo<br />

Donald Sinclair<br />

Coordenador de Assuntos Indígenas<br />

Jan Fernando Tawjoeram<br />

Funcionários<br />

Quadro Técnico<br />

Controller<br />

Márcio Cabral<br />

Secretária Executiva<br />

Daniela Lanz<br />

Quadro de apoio<br />

Assistente Administrativa<br />

Paula Sampaio Marques<br />

Assessora de Comunicação Sandra Lefcovich (até 03/2008)<br />

Assistente Executiva Gilda Santos (até 02/2008)<br />

Assistente de Comunicação Leandro Ramos (até 12/2007)<br />

Técnico de informática (Empresa Vênula)<br />

Adriano Firmino da Siva<br />

Contadora (WA Auditores e Contabilidade)<br />

Cláudia Gonçalves<br />

Auxiliar Administrativa<br />

Érica Pereira da Silva<br />

Auxiliar de Serviços Gerais<br />

Firmino Rodrigues<br />

Motorista<br />

Evilásio de Almeida Soares<br />

Motorista<br />

Francisco Salles de Almeida<br />

Consultora Biblioteca<br />

Fernanda Monteiro<br />

Estagiários<br />

Estagiário em Comunicação Jairo Faria (11/2007 a 03/2008)<br />

Estagiário em Comunicação Flávio Forini (03/2007 a 11/2007)<br />

Estagiária na Coordenação de Meio Ambiente Francisco Eguiguren (02/2008 a 06/2008)<br />

Estagiária na Coordenação de Saúde Wina Gonzales (desde 03/2008)<br />

Estagiária na Coordenação de Turismo Fernanda Marques (desde 07/2008)<br />

Programa Regional Amazônia <strong>OTCA</strong>-DGIS-GTZ<br />

Diretor do Programa<br />

Gunter Simon<br />

Diretora Adjunta e Coordenadora do Componente<br />

Economia Ambiental<br />

Claudia Mayer<br />

Coordenador do Componente Florestal<br />

Carlos Aragón<br />

Assessora Técnica em Turismo<br />

Anna Beatrix Willingshofer<br />

Assessora Técnica em Assuntos Indígenas<br />

Ana Claudia Freitas Chaves<br />

| 61


Assessora Técnica em Biocomércio<br />

Adriana Rivera<br />

Assessor Técnico Florestal<br />

Cristian Guerrero<br />

Assistente Executiva<br />

Constance Boutrolle<br />

Assistente Técnica em Comunicação<br />

Sammia Poveda<br />

Coordenador do Programa no Peru<br />

Luis Román<br />

Assistente Técnica em Assuntos Indígenas - Peru<br />

Natalia Ipince<br />

Assistente Administrativa - Peru<br />

Begonia García<br />

Consultor do Programa na Guiana<br />

Ben ter Welle<br />

Administrador Financeiro<br />

Antonio Espín<br />

Motorista<br />

Pedro Nunez<br />

Auxiliar de escritório<br />

Diana Ribeiro de Sousa<br />

Programa Biodiversidade<br />

Coordenador do Projeto<br />

Carlos Salinas<br />

Coordenador do Componente 2 Jorge Meza (até 02/2008)<br />

Consultor de Sistemas de Informação Geográfica - SIG<br />

Dante Ramos<br />

Assistente Técnica de Sistemas da Informação<br />

Regina Wendling<br />

Consultor para o Estudo de País (Brasil) Cléber Alho (até 06/2008)<br />

Consultor para o Estudo de País (Suriname) Bard de Dijn (até 11/2007)<br />

Consultor para o Estudo de País (Venezuela) José Ochoa (até 06/2008)<br />

Consultor para o Plano de Ação Biodiversidade Néstor Ortiz (até 10/2008)<br />

Consultor do Mecanismo de Uso Sustentável Zulay Poggi (até 07/2008)<br />

Consultor em Ciência e Tecnologia Rafael Morales (até 10/2007)<br />

Consultor em Monitoramento e Tráfico de Fauna e Flora Silvestre Adriana Rivera (até 10/2007)<br />

Consultor em Áreas Protegidas Gustavo Suárez de Freitas (até 10/2007)<br />

Consultor em Bancos de dados Maria Eduardo Xavier da Costa (até 12/2007)<br />

Aplicação da Legislação Florestal na Amazônia (ALFA/BIRD)<br />

Gerente do Projeto<br />

Hans Thiel<br />

Consultor para o Estudo em Equador<br />

Walter Palacio<br />

Consultor para o Estudo em Colômbia<br />

Lombardo Tibaquirá<br />

62 |


Glossário de Siglas<br />

ABC - Agência Brasileira de<br />

Cooperação<br />

ABC/MRE - Agência Brasileira de<br />

Cooperação/Ministério das Relações<br />

Exteriores<br />

ABIPTI - Associação Brasileira das<br />

Instituições de Pesquisa Tecnológica<br />

ALADI - Associação Latino-<br />

Americana de Integração<br />

ALFA - Aplicação da Legislação<br />

Florestal na Amazônia- ALFA/BIRD<br />

AP - Áreas Protegidas<br />

BID - Banco Interamericano de<br />

Desenvolvimento<br />

BM - Banco Mundial<br />

BMZ - Ministério Federal<br />

da Cooperação Econômica e<br />

Desenvolvimento da Alemanha<br />

CAN - Comunidade Andina de Nações<br />

CARICOM - Comunidade do Caribe<br />

CCA - Conselho de Cooperação<br />

Amazônica<br />

CCAD - Comissão Centro-<br />

Americana de Meio Ambiente e<br />

Desenvolvimento<br />

CCOOR - Comissão de Coordenação<br />

do Conselho de Cooperação<br />

Amazônica<br />

CDB – Convenção sobre Diversidade<br />

Biológica<br />

CGSHA - Conselho de Governo<br />

Shuar Arutam<br />

CIFA - Centro de Pesquisas das<br />

Fronteiras Amazônicas<br />

CITES - Convenção sobre o<br />

Comércio Internacional de Espécies<br />

da Fauna e Flora Selvagens em<br />

Perigo de Extinção<br />

CNP - Comissão Nacional<br />

<strong>Permanente</strong><br />

COFLAC - Comissão Florestal para<br />

América Latina e Caribe<br />

COICA - Coordenadora de<br />

Organizações Indígenas da Bacia<br />

Amazônica<br />

CONSECTI - Conselho Nacional dos<br />

Secretários Estaduais para Assuntos<br />

de Ciência, Tecnologia e Inovação<br />

COP-9 - 9ª Conferência das Partes<br />

da Convenção sobre Diversidade<br />

Biológica<br />

COTEC - Comitê Técnico Regional<br />

CQNUMC - Convenção-Quadro<br />

das Nações Unidas sobre Mudanças<br />

Climáticas<br />

CT&IS - Ciência, Tecnologia e<br />

Inovação em Saúde<br />

C&T - Ciência e Tecnologia<br />

C&I - Critérios e Indicadores<br />

DGIS - Direção Geral de Cooperação<br />

Internacional dos Países Baixos<br />

ECOLAC - Sociedade de Laticínios e<br />

Carnes do Putumayo<br />

FAO - Organização da Nações<br />

Unidas para a Agricultura e a<br />

Alimentação<br />

FAN - Fundo Ambiental Nacional<br />

(Equador)<br />

FIFAU - Fórum de Integração<br />

Fronteiriça Acre-Ucayali<br />

FITUR - Feira Internacional do<br />

Turismo<br />

FIOCRUZ – Fundação Oswaldo Cruz<br />

FPN - Fundo Patrimônio Natural da<br />

Colômbia<br />

FSP - Projeto de Grande Escala<br />

GEF - Fundo Mundial para o Meio<br />

Ambiente (Global Environment<br />

Facility)<br />

GOREU - Governo Regional de<br />

Ucayali<br />

GTZ - Cooperação Técnica Alemã<br />

IIRSA - Iniciativa para a Integração<br />

da Infra-estrutura Regional Sul-<br />

Americana<br />

INPE - Instituto de Pesquisas<br />

Espaciais do Brasil<br />

KfW – Banco de Desenvolvimento<br />

Alemão<br />

MERCOSUL - Mercado Comum do Sul<br />

MFC - Manejo Florestal Comunitário<br />

MFS - Manejo Florestal Sustentável<br />

MMA - Ministério do Meio Ambiente<br />

(Brasil)<br />

MRE - Ministério das Relações<br />

Exteriores<br />

MYPOW - Plano de Trabalho<br />

Plurianual<br />

NLBI - Instrumento Juridicamente<br />

Não Vinculante para Florestas<br />

ODM - Objetivos de<br />

Desenvolvimento do Milênio<br />

| 63


OEA - Organização dos Estados<br />

Americanos<br />

OIMT - Organização Internacional<br />

de Madeiras Tropicais<br />

OMT - Organização Mundial do<br />

Turismo<br />

ONG - Organização Não-<br />

Governamental<br />

ONU - Organização das Nações<br />

Unidas<br />

OPAS - Organização Pan-Americana<br />

da Saúde<br />

ORAS - Organismo Andino da Saúde<br />

PAE - Programa de Ações<br />

Estratégicas<br />

PAS - Plano Amazônia Sustentável<br />

PARBA - Plano de Ação Regional<br />

para a Biodiversidade Amazônica<br />

PARLAMAZ - Parlamento<br />

Amazônico<br />

PILCOL - Direção da Organização<br />

do Povo Indígena Lecos de Larecaja<br />

PNUMA - Programa das Nações<br />

Unidas para o Meio Ambiente<br />

PROFONANPE - Fundo Peruano<br />

para as Áreas Protegidas<br />

ProNaturaleza - Fundação Peruana<br />

para a Conservação da Natureza<br />

REP - Resumo Executivo de Projeto<br />

SAA - Sala Andes-Amazônia<br />

SFA - Serviço Florestal Amazônico<br />

SICA - Sistema da Integração<br />

Centro-Americana<br />

SINCHI - Instituto Amazônico de<br />

Pesquisas Científicas<br />

SP - Secretária <strong>Permanente</strong><br />

SP/<strong>OTCA</strong> - <strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

da Organização do Tratado de<br />

Cooperação Amazônica<br />

UNASUL - União de Nações Sul-<br />

Americanas<br />

TCA - Tratado de Cooperação<br />

Amazônica<br />

TCO - Terras Comunitárias de<br />

Origem<br />

TCO Lecos -Terra Comunitária de<br />

Origem Lecos de Larecaja<br />

UCP - Unidade Coordenadora do<br />

Projeto<br />

UICN - União Mundial para a<br />

Natureza<br />

UNAMAZ - Associação de<br />

Universidades Amazônicas<br />

UnB - Universidade de Brasília<br />

UNCTAD - Conferência das<br />

Nações Unidas sobre Comércio e<br />

Desenvolvimento<br />

UNFF - Fórum das Nações Unidas<br />

sobre Florestas (United Nations<br />

Forum on Forests)<br />

WWF - Fundo Mundial para a<br />

Natureza<br />

64 |


Bolívia Brasil Colômbia Equador Guiana Peru Suriname Venezuela<br />

<strong>Secretaria</strong> <strong>Permanente</strong><br />

SHIS QI 05 Conj. 16 Casa 21<br />

Lago Sul CEP 71615-160<br />

Brasília - DF Brasil<br />

Telefone: (5561) 3248 4119<br />

Fax: (5561) 3248 4238<br />

www.otca.info

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