O gargalo para as revisões pag. 6 Acesso ao Banco de Ossos:
O gargalo para as revisões pag. 6 Acesso ao Banco de Ossos:
O gargalo para as revisões pag. 6 Acesso ao Banco de Ossos:
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
H<strong>as</strong>te modular x h<strong>as</strong>te monobloco,os<br />
ortopedist<strong>as</strong> discutem su<strong>as</strong> preferênci<strong>as</strong><br />
h<strong>as</strong>te monobloco é<br />
A geralmente a primeira escolha<br />
<strong>para</strong> uma revisão em <strong>de</strong>trimento<br />
da h<strong>as</strong>te modular, segundo<br />
quatro experientes ortopedist<strong>as</strong><br />
br<strong>as</strong>ileiros. Todos afirmam que<br />
enten<strong>de</strong>ndo a aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
cada <strong>de</strong>senho e começando por<br />
um planejamento pré-operatório<br />
bem executado, a escolha do<br />
implante será essencial <strong>para</strong><br />
o sucesso pós-cirúrgico e<br />
restabelecimento do paciente.<br />
Para darem sua opinião sobre<br />
o uso da h<strong>as</strong>te monobloco e<br />
modular, foram convidados <strong>para</strong><br />
comentar sobre su<strong>as</strong> prátic<strong>as</strong> em<br />
revisão os cirurgiões ortopédicos<br />
Fernando Pina Cabral, que ficou<br />
à frente do Departamento <strong>de</strong><br />
Cirurgia do Quadril do INTO<br />
por mais <strong>de</strong> uma década e que<br />
consta em sua vivência clínica<br />
mais <strong>de</strong> mil <strong>revisões</strong>; Paulo<br />
Alencar, cirurgião do Hospital<br />
<strong>de</strong> Clínic<strong>as</strong> <strong>de</strong> Curitiba, que<br />
montou o primeiro banco <strong>de</strong> ossos<br />
reconhecido pelo Ministério da<br />
Saú<strong>de</strong>. Falando <strong>de</strong> São Paulo,<br />
Edmilson Takata, ortopedista da<br />
Escola Paulista <strong>de</strong> Medicina, e cuja<br />
experiência em quadril ultrap<strong>as</strong>sa<br />
20 anos <strong>de</strong> prática e Luc<strong>as</strong> Leite<br />
Ribeiro, <strong>as</strong>sistente do Grupo <strong>de</strong><br />
Patologi<strong>as</strong> do Quadril da Unifesp,<br />
<strong>para</strong> quem o medo da fratura da<br />
h<strong>as</strong>te modular, “é um mito que<br />
não tem sentido após a evolução<br />
tecnológica na fabricação<br />
<strong>de</strong>ss<strong>as</strong> h<strong>as</strong>tes”.<br />
A discussão sobre o tipo<br />
<strong>de</strong> h<strong>as</strong>te <strong>para</strong> revisão ganha<br />
importância à medida que os<br />
especialist<strong>as</strong> preveem um<br />
crescimento exponencial<br />
d<strong>as</strong> <strong>revisões</strong>. Para<br />
Edmilson Takata, “o<br />
que acontece nos<br />
países <strong>de</strong>senvolvidos<br />
se repete no Br<strong>as</strong>il<br />
Edmilson Takata<br />
com anos <strong>de</strong> atr<strong>as</strong>o e vemos<br />
que na Europa, que envelheceu<br />
rapidamente, se multiplicarem os<br />
c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> <strong>revisões</strong>”. Pina Cabral<br />
acrescenta que se multiplicam<br />
“porque <strong>as</strong> próteses primári<strong>as</strong> do<br />
p<strong>as</strong>sado levavam a maior perda<br />
óssea e hoje estamos trocando<br />
próteses <strong>de</strong> 15 anos ou mais”.<br />
As primeir<strong>as</strong>,<br />
na década <strong>de</strong> 80<br />
Os entrevistados vivenciaram<br />
o início e a evolução d<strong>as</strong> h<strong>as</strong>tes <strong>de</strong><br />
revisão. Pina Cabral foi treinado<br />
por Heinz Wagner, que inventou<br />
a h<strong>as</strong>te monobloco, que leva seu<br />
nome, e <strong>as</strong>sim como Luc<strong>as</strong> Leite<br />
Ribeiro e Paulo Alencar preferem<br />
esta h<strong>as</strong>te por ter superfície<br />
pre<strong>para</strong>da <strong>para</strong> a ósteointegração,<br />
um formato cônico que impe<strong>de</strong> a<br />
migração distal e alet<strong>as</strong> que evitam<br />
a rotação, tornando-a muito estável.<br />
Aperfeiçoada <strong>para</strong> melhorar a<br />
angulação da parte proximal, há 80<br />
mil <strong>de</strong>ss<strong>as</strong> próteses implantad<strong>as</strong> e<br />
lembra que só a Zimmer, um dos<br />
maiores fabricantes <strong>de</strong> implantes<br />
ortopédicos, está há 20 anos neste<br />
mercado e produzindo cada vez<br />
mais.<br />
Para o c<strong>as</strong>o clínico <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
perda óssea, a h<strong>as</strong>te modular é<br />
boa opção, lembra Paulo Alencar,<br />
que confessa: “embora a prótese<br />
modular seja <strong>de</strong> mais fácil<br />
aplicação técnica, inicialmente<br />
houve relato <strong>de</strong> c<strong>as</strong>os <strong>de</strong> quebra<br />
<strong>de</strong> material”. Quinze<br />
anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> operar<br />
os primeiros c<strong>as</strong>os,<br />
com h<strong>as</strong>te modular <strong>de</strong><br />
Wagner, “nunca tive<br />
que trocar uma prótese<br />
por soltura e fico<br />
<strong>de</strong>vendo um<br />
elogio a esse<br />
material.”<br />
Atualmente<br />
Luc<strong>as</strong> Leite Ribeiro<br />
Pina Cabral<br />
Paulo Alencar<br />
tem utilizado cada vez mais h<strong>as</strong>tes<br />
modulares. Todos concordam que<br />
o avanço tecnológico tornou a<br />
h<strong>as</strong>te modular muito mais seguro,<br />
fato comprovado pela c<strong>as</strong>uística<br />
dos médicos, on<strong>de</strong> não houve<br />
registro <strong>de</strong> soltura ou fratura <strong>de</strong><br />
nenhum componente d<strong>as</strong> h<strong>as</strong>tes<br />
modulares não cimentad<strong>as</strong>.<br />
A opção pela h<strong>as</strong>te monobloco<br />
ou h<strong>as</strong>te modular <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />
planejamento pré-operatório,<br />
diz Pina Cabral, e <strong>de</strong>ve ser feito<br />
com muito cuidado. É durante<br />
o planejamento que se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />
que prótese usar e Takata lembra<br />
que há pouca oferta <strong>de</strong> prótese<br />
intercambiável no mercado.<br />
Depen<strong>de</strong>ndo do c<strong>as</strong>o, afirma:<br />
“a opção pela h<strong>as</strong>te modular<br />
é importante quando a perda<br />
óssea é significativa”. É também<br />
a colocação <strong>de</strong> Pina Cabral, que<br />
lembra os c<strong>as</strong>os em que “quando a<br />
parte proximal está insuflada,<br />
a prótese fica solta, então<br />
é preferível a opção<br />
modular”. Mesmo <strong>as</strong>sim o<br />
cirurgião confirma que<br />
a usou rar<strong>as</strong> vezes.<br />
18<br />
O Quadril Junho 2012