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Primeiros passos no slackline - Pós-Graduação em Atividades e ...

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<strong>Primeiros</strong> <strong>passos</strong> <strong>no</strong><br />

<strong>slackline</strong><br />

Primeros pasos en el <strong>slackline</strong><br />

First steps in <strong>slackline</strong><br />

*Mestre <strong>em</strong> Educação Física<br />

Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP<br />

**Bacharel <strong>em</strong> Educação Física<br />

Universidade Nove de Julho, São Paulo, SP<br />

Dimitri Wuo Pereira*<br />

João Marcelo Maschião**<br />

dimitri@rumoaventura.com.br<br />

(Brasil)<br />

Resumo<br />

A <strong>no</strong>vidade na Educação Física é o <strong>slackline</strong>, uma fita que esticada entre árvores e postes permite<br />

locomover-se sobre ela <strong>em</strong> equilíbrio. Esta prática se baseia na corda bamba circense e foi recriada por<br />

escaladores <strong>no</strong> deserto dos EUA. O objetivo desse estudo foi verificar como se aprende a manter o equilíbrio<br />

<strong>no</strong> <strong>slackline</strong> e quais as informações são necessárias para o início da prática. Esse estudo baseado na<br />

epist<strong>em</strong>ologia qualitativa de Gonzalez Rey, na qual os sujeitos juntamente com o pesquisador a partir do<br />

momento <strong>em</strong>pírico formulam idéias sobre uma experiência permitiu pensar nas dificuldades da<br />

aprendizag<strong>em</strong> e propor formas de melhorar o equilíbrio sobre o <strong>slackline</strong>. Os resultados mostram a<br />

importância de conhecer o equipamento a ser usado, indica a melhor forma de pisar sobre a fita, a posição<br />

dos braços estendidos é mostrada como auxiliar <strong>no</strong> equilíbrio, a postura do corpo deve ser a mesma <strong>em</strong><br />

relação ao andar sobre outros pisos, a s<strong>em</strong>iflexão dos joelhos facilita a prática inicial, e o auxílio de um<br />

colega é a melhor forma de começar a praticar evitando quedas que pod<strong>em</strong> ser lesivas, além disso, o uso de<br />

colchões e sobre a grama também aumenta a segurança na prática. Essas observações são úteis na<br />

aprendizag<strong>em</strong> e fornec<strong>em</strong> ao professores indicativos para a aplicação <strong>em</strong> escolas ou outras situações de<br />

aprendizag<strong>em</strong> do <strong>slackline</strong>.<br />

Unitermos: Slackline. Educação Física. Equilíbrio.<br />

Abstract<br />

The news in physical education is the <strong>slackline</strong>, a tape that stretched between trees and<br />

poles alow move on it in balance. This practice is based on circus has been recreated by climbers in the<br />

U.S. desert. The aim of this study was to see how we learn to maintain balance in <strong>slackline</strong> and<br />

what information is needed for the start practice. This qualitative study based on the epist<strong>em</strong>ology of<br />

Gonzalez Rey, in which subjects with the researcher as soon formulate ideas on <strong>em</strong>pirical experience<br />

allowed a thought of the difficulties of learning and propose ways to improve the balance on<br />

the <strong>slackline</strong>. The results show the importance of k<strong>no</strong>wing the equipment to be used, indicates the best way<br />

to step over the tape, the position of the outstretched arms is shown as an aid in balance, body<br />

posture should be the same for the other floors to walk on, the knee s<strong>em</strong>iflexion facilitates initial<br />

practice, and the aid of a friend is the best way of avoiding start practicing falls that may be harmful, in<br />

addition, the use of mattresses and the program also increases security in practice. These observations are<br />

useful in learning and teachers to provide indications for use in schools or other learning<br />

situations the <strong>slackline</strong>.<br />

Keywords: Slackline. Physical Education. Balance.<br />

EFDeportes.com, Revista Digital. Bue<strong>no</strong>s Aires - Año 17 - Nº 169 - Junio de<br />

2012. http://www.efdeportes.com/<br />

1 / 1<br />

Introdução<br />

Os esportes radicais são uma <strong>no</strong>va tendência esportiva, eles são diferentes das<br />

práticas tradicionais <strong>em</strong> relação aos seus objetivos ou locais de prática. Muitas<br />

pessoas estão começando a praticar motivadas pela mídia, pelos amigos, ou pela<br />

possibilidade de variar suas atividades diárias. Essas práticas reún<strong>em</strong> muitos<br />

participantes, principalmente por se vincular<strong>em</strong> ao lazer, que na sociedade atual de<br />

consumo e tec<strong>no</strong>logia é um b<strong>em</strong> precioso.


Acredita-se que essas modalidades agregam inúmeros benefícios, tanto físicos,<br />

como psicológicos que são levados para o dia a dia, e também pod<strong>em</strong> desenvolver<br />

nesses praticantes seus potencias motores, cognitivos, afetivos e sociais. A melhora<br />

da saúde <strong>em</strong> seu aspecto geral pode ser atingida, <strong>em</strong> se tratando da obesidade, do<br />

sedentarismo, da auto-estima, da confiança, do stress entre outros probl<strong>em</strong>as, que<br />

afetam a qualidade de vida das pessoas.<br />

Slackline <strong>em</strong> os Bosques de Palermo, Cidade de Bue<strong>no</strong>s Aires<br />

As práticas de aventura seguindo os ditames do mundo globalizado e<br />

tec<strong>no</strong>lógico se transformam e se recriam com grande velocidade. Tal qual um<br />

computador que recebe <strong>no</strong>vas ferramentas, surg<strong>em</strong> <strong>no</strong>vas práticas com objetivos<br />

próprios, porém baseadas <strong>em</strong> antigas vivências.<br />

O <strong>slackline</strong> é a mais recente entre elas. A história dessa prática provém da corda<br />

bamba do circo. Em Colorado Springs (EUA) <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1907 Ivy Baldwin<br />

atravessou num cabo de aço duas torres de arenito de 200 metros de extensão a<br />

180 metros de altura (NUNES, 2006). Mas o <strong>slackline</strong> como se conhece foi criado<br />

por escaladores na metade da década de 1970 <strong>no</strong> vale do Yos<strong>em</strong>ite <strong>no</strong>s Estados<br />

Unidos, ele é a <strong>no</strong>va geração da corda bamba do circo, que <strong>no</strong> lugar do cabo de<br />

aço utiliza fitas de poliéster estendida entre árvores ou postes, para que a pessoa<br />

atravesse <strong>em</strong> equilíbrio.


O surgimento do <strong>slackline</strong> entre escaladores se explica pelos benefícios que essa<br />

prática agrega (força, resistência, coordenação, equilíbrio) já observados por<br />

Ramos (1999) na prática da escalada e que ajudariam <strong>no</strong> treinamento para<br />

desafiar rochas e montanhas íngr<strong>em</strong>es pela s<strong>em</strong>elhança de estímulos. Essa prática<br />

entre escaladores além de desenvolver capacidades e habilidades é divertida<br />

motivando ainda mais os exercícios.<br />

Atualmente, os praticantes de <strong>slackline</strong>, usam fitas de poliéster com carga de<br />

ruptura de cerca de duas toneladas, e uma catraca para regular a tensão, esse<br />

equipamento é comumente utilizado por caminhoneiros para fixar cargas na<br />

carroceria, ou por grupos circenses para esticar lonas de circo, facilitando e<br />

popularizando a prática <strong>em</strong> todo mundo (MILANI, 2011). O <strong>slackline</strong> atualmente é<br />

praticado na versão highline, isto é, <strong>em</strong> grandes alturas ou com ma<strong>no</strong>bras <strong>em</strong><br />

me<strong>no</strong>r altura, porém com mais movimentos de dificuldade técnica e acrobacias.<br />

É a instabilidade sobre a fita e a constante tentativa de reequilibrar que chamam<br />

atenção para os estudos da área de Educação Física. Segundo Pereira e Armbrust<br />

(2010) todo processo de desenvolvimento passa por níveis de amadurecimento,<br />

experiências, elaborações e reflexões. É necessário ajustar os estímulos às<br />

expectativas e níveis de conhecimento aos interesses dos alu<strong>no</strong>s, dinamizando as<br />

vias de comunicação para despertar uma aprendizag<strong>em</strong> adequada. O <strong>slackline</strong> por<br />

sua característica de exercício físico e concentração mental conduz a essas relações<br />

de aprendizag<strong>em</strong>.<br />

O <strong>slackline</strong> é uma modalidade surgida entre escaladores usada como lazer e<br />

também como parte de treinamento para melhorar o equilíbrio, a coordenação e a<br />

controle psicológico sobre o medo. Nele o corpo vai se adaptando a fita, na qual se<br />

deve andar tornando o repertório gestual refinado e estimulando a sinestesia.<br />

O equilíbrio é necessário para desenvolver diversas atividades diárias, <strong>em</strong> todas<br />

as faixas etárias. Nesse esporte corpo e mente articulam-se como unidade<br />

inseparável conscientizando sobre os limites e criando alternativas para superá-los.<br />

Além disso, o <strong>slackline</strong> auxilia na sociabilização das pessoas envolvidas, pois<br />

quando praticado <strong>em</strong> grupos gera maior motivação e diversão.


Acredita-se também que a melhoria da postura pode ser adquirida com a prática<br />

do <strong>slackline</strong> pelo envolvimento de diversos grupos musculares na cintura pélvica e<br />

escapular durante o exercício.<br />

Segundo Verderi (2003), <strong>no</strong>ssa postura se define como a posição que o corpo<br />

adota <strong>no</strong> espaço tendo uma relação direta das suas partes com o centro de<br />

gravidade, para estar <strong>em</strong> boa postura é necessária harmonia do sist<strong>em</strong>a<br />

neuromusculoesquelético.<br />

Ainda segundo Verderi (2003), cada pessoa possui características individuais de<br />

postura que pod<strong>em</strong> ser influenciadas por alguns fatores como: a<strong>no</strong>malias<br />

congênitas e/ou adquiridas, má postura, obesidade, má alimentação, atividades<br />

físicas s<strong>em</strong> orientação e/ou inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrio<br />

muscular, frouxidão ligamentar, tipo de ambiente <strong>em</strong> que se vive, além de doenças<br />

psicossomáticas. Uma boa postura ajusta <strong>no</strong>sso sist<strong>em</strong>a musculoesquelético<br />

distribuindo e equilibrando todo o esforço de <strong>no</strong>ssas atividades diárias favorecendo<br />

a me<strong>no</strong>r sobrecarga <strong>em</strong> cada segmento corporal.<br />

O equilíbrio é a habilidade de adquirir e controlar as posturas necessárias para<br />

alcançar um objetivo, isso significa manter o centro de gravidade sobre a base de<br />

apoio, esse sist<strong>em</strong>a está <strong>em</strong> constante articulação com o ambiente sensorial<br />

presente (NEWTON, 2004).<br />

Faria e col. (2003) apontam que o envelhecimento causa a perda da eficiência<br />

dos tecidos entre elas a perda da força muscular. Ela ocorre pelo declínio da massa<br />

muscular de<strong>no</strong>minado sarcopenia. Observa-se que o desequilíbrio se dá por uma<br />

série de fatores, <strong>no</strong> qual a atividade física pode agir diretamente. Nesse sentido<br />

equilibrar-se sobre uma fita surge como uma ferramenta <strong>no</strong> combate ao<br />

desequilíbrio, perda de força muscular e má postura.<br />

Granacher e col. (2006 citados por PORTELA, 2010) diz<strong>em</strong> que a prevalência de<br />

uma lesão desportiva é elevada <strong>em</strong> adultos, pois há umDeficits in postural<br />

control/muscle strength represent important injury-risk factors. déficit <strong>no</strong> controle<br />

postura - força muscular. Em estudo com <strong>slackline</strong> os autores verificaram que após<br />

a retirada do estímulo sobre a fita houve diminuição do equilíbrio e<br />

conseqüent<strong>em</strong>ente da força.


Gallahue e Ozmun (2005) diz que o equilibrio é a qualidade física conseguida<br />

por uma combinação de ações musculares com objetivo de assumir e sustenar o<br />

corpo sobre uma base contra a lei da gravidade. O equilibrio estático se refere à<br />

habilidade do corpo <strong>em</strong> manter-se <strong>em</strong> certa posição estacionária, e o equilibrio<br />

dinâmico se refere à habilidade do individuo <strong>em</strong> manter o equilibrio quando <strong>em</strong><br />

movimento de um ponto a outro.<br />

Um estudo feito por Loth e col. (2008) d<strong>em</strong>onstra que uma das tarefas mais<br />

importantes do sist<strong>em</strong>a do controle postural huma<strong>no</strong> é o equilíbrio do corpo sobre<br />

a pequena base de apoio fornecida pelos pés. Os resultados desse estudo apontam<br />

correlação entre a variação da área de deslocamento do centro de gravidade e o<br />

centro de pressão. No <strong>slackline</strong> isso indica que o controle sobre o ponto de apoio<br />

dos pés na fita influencia fort<strong>em</strong>ente a obtenção do equilíbrio na fita.<br />

Sá e Pereira (2003) avaliaram o equilíbrio estático e dinâmico <strong>em</strong> crianças<br />

iniciantes do Judô. A análise d<strong>em</strong>onstrou que ambos os grupos melhoraram seus<br />

des<strong>em</strong>penhos de equilíbrio por meio do programa de treinamento físico paralelo às<br />

aulas de judô, d<strong>em</strong>onstrando que exercícios de equilíbrio fora da fita também<br />

pod<strong>em</strong> auxiliar <strong>no</strong> processo de aquisição da habilidade de andar sobre a fita.<br />

O <strong>slackline</strong> pelo desafio neuromuscular e motivacional que proporciona parece<br />

fornecer estímulos para a melhora do equilíbrio, ganho de força e para o incentivo<br />

a uma prática esportiva prazerosa.<br />

Objetivo<br />

• O objetivo desse estudo é verificar como se aprende a manter o equilíbrio<br />

<strong>no</strong> <strong>slackline</strong>, e quais as informações são necessárias <strong>no</strong> início da prática<br />

para facilitar o processo ensi<strong>no</strong> aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Método<br />

Essa pesquisa caracteriza-se pelo relato de experiência do tipo descritivo com<br />

abordag<strong>em</strong> qualitativa através da observação, conversação e registro <strong>em</strong> diário de<br />

campo realizado com dois grupos distintos.


Um dos grupos foi formado por professores de Educação Física, de uma rede de<br />

ensi<strong>no</strong> oficial, que durante a participação <strong>em</strong> um curso tiveram a oportunidade de<br />

praticar o <strong>slackline</strong>, e discutir com os pesquisadores sobre como aplicar essa<br />

atividade nas escolas que trabalham.<br />

O outro grupo foi formado por pesquisadores do Grupo de Estudos <strong>em</strong> Esportes<br />

de Aventura Escolar (GEEDAE) da Universidade Nove de Julho, que para<br />

compreender melhor como se pode ensinar o <strong>slackline</strong> para iniciantes decidiu<br />

praticar o equilíbrio sobre a fita e conversar <strong>em</strong> conjunto sobre as melhores formas<br />

de se ensinar o <strong>slackline</strong>.<br />

Ambos os grupos não tinham experiência prévia com essa prática, justificando a<br />

escolhas dos sujeitos <strong>no</strong> processo de resolução de probl<strong>em</strong>as como criação de uma<br />

metodologia a partir da própria vivência. Não se procurou um técnica de pesquisa<br />

pré definida, pois, segundo Pereira (1998) discutindo a diferença entre método e<br />

técnica de pesquisa, afirma que: “[...] as técnicas dev<strong>em</strong> ser aprendidas à medida<br />

que as necessidades for<strong>em</strong> surgindo, porque exist<strong>em</strong> muitas técnicas de que se<br />

val<strong>em</strong> os cientistas e elas variam muito, conforme a área de pesquisa e o probl<strong>em</strong>a<br />

que se pretende resolver (1998: 232)”.<br />

Essa pesquisa caracteriza-se pelo caráter construtivo interpretativo, pois<br />

segundo González Rey (2005) a partir da confrontação do momento <strong>em</strong>pírico com<br />

a produção teórica desenvolve-se modelos de inteligibilidade flexíveis, dinâmicos e<br />

complexos. O autor ainda define a organização do processo construtivointerpretativo<br />

como lógica configuracional, isto é, uma atividade reflexiva sobre o<br />

momento vivido.<br />

Pretende-se nessa pesquisa que os sujeitos a partir de sua experiência única de<br />

aprendizag<strong>em</strong> possam construir um modelo teórico sobre a aprendizag<strong>em</strong> capaz de<br />

auxiliar na criação de um método de ensi<strong>no</strong> possível de ser utilizado <strong>em</strong> escolas.<br />

O procedimento utilizado na pesquisa foi a experimentação livre do <strong>slackline</strong> <strong>em</strong><br />

uma sessão de prática, pelos m<strong>em</strong>bros do grupo, seguido de um sist<strong>em</strong>a de<br />

conversação, que permita uma reflexão sobre a prática, com sugestões de<br />

exercícios que facilit<strong>em</strong> a aprendizag<strong>em</strong> e posterior proposição de estratégias de<br />

ensi<strong>no</strong> a partir das dificuldades encontradas pelos praticantes. O registro das<br />

experiências foi realizado pelos pesquisadores <strong>em</strong> diário de campo.


Fonte: Beb<strong>em</strong>undo.com<br />

Resultados<br />

Os resultados obtidos na interação dos pesquisadores com os professores<br />

suger<strong>em</strong> que:<br />

• A escolha da fita e a fixação correta com tensão máxima ajudam na<br />

iniciação e <strong>no</strong> aspecto da segurança. Bartholdo e Andrade (2011) explicam<br />

a importância da correta colocação da fita para que se obtenha maior<br />

segurança e tensionamento para os alu<strong>no</strong>s <strong>em</strong> uma experiência que<br />

desenvolveram <strong>em</strong> uma escola. Avery (2011) mostra como utilizar fitas e<br />

mosquetões para envolver árvores e prender o <strong>slackline</strong>.<br />

• A posição dos pés deve ser alinhada com a fita para aumentar a área de<br />

apoio, a distribuição do peso e a percepção do apoio na fita. Acredita-se<br />

que esse procedimento pode se alterar quando o praticante adquire maior<br />

controle sobre o equilíbrio, mas verifica-se <strong>em</strong> iniciantes melhor controle<br />

sobre a postura quando os pés estão com maior área de apoio sobre a fita.<br />

• Os braços dev<strong>em</strong> estar estendidos com abdução do ombro, como se<br />

carregasse uma grande bola sobre a cabeça. Essa posição facilita a<br />

recuperação do equilíbrio.


• Deve-se manter a postura ereta do tronco e da cabeça, com o olhar fixo <strong>no</strong><br />

final da fita. Verderi (2003) comenta a necessidade de manter a harmonia<br />

do sist<strong>em</strong>a musculoesquelético para a manutenção do equilíbrio e a<br />

percepção dos professores segue nessa linha de raciocínio. Segundo<br />

Guyton e Hall (1998) a informação visual a respeito dos movimentos<br />

lineares ou rotativos do corpo, captadas pela visão também são utilizadas<br />

na manutenção do equilíbrio, corroborando os dados de Verderi e<br />

integrando as ações posturais musculares e neurais.<br />

• Os joelhos dev<strong>em</strong> estar s<strong>em</strong>iflexionados para aumentar a tensão muscular<br />

e conseqüent<strong>em</strong>ente a velocidade da resposta muscular permitindo manter<br />

o centro de gravidade sob controle da musculatura dos m<strong>em</strong>bros<br />

inferiores. Granacher e col. (2006 apud PORTELA, 2010) afirma que a<br />

prática do <strong>slackline</strong> favorece o ganho de força muscular, diminuindo a<br />

incidência de lesões <strong>no</strong>s m<strong>em</strong>bros inferiores. A manutenção de flexão de<br />

joelhos gera tensionamento muscular isométrico e conseqüent<strong>em</strong>ente mais<br />

força muscular.<br />

• A ajuda de um colega facilita a iniciação, principalmente se esse apoiar a<br />

pessoa que está <strong>em</strong> deslocamento segurando-a lev<strong>em</strong>ente pelo antebraço<br />

mantendo-o elevado na posição anteriormente descrita. Bartholdo e<br />

Andrade (2011) também suger<strong>em</strong> o uso de vídeos e da observação de<br />

outras pessoas praticando para facilitar a aprendizag<strong>em</strong>.<br />

• Pod<strong>em</strong>-se usar bancos para se iniciar na fita na mesma altura <strong>em</strong> que essa<br />

está esticada. A fita pode ser apoiada sobre o banco melhorando sua<br />

estabilidade e mantendo o corpo do praticante na mesma altura do início<br />

do movimento. Verificou-se que subir na fita é uma tarefa difícil para<br />

iniciantes.<br />

• A prática descalça auxilia na sensação do pé com a fita suger<strong>em</strong> os<br />

professores e também é encontrada como dica por praticantes experientes<br />

(NEREA, 2012).<br />

• O uso de colchões ou sobre a grama diminu<strong>em</strong> o impacto das quedas<br />

melhorando aspectos da segurança relatam os sujeitos. Bartholdo e<br />

Andrade (2011) concordam com o uso de colchões, como foi sugerido<br />

pelos professores dessa pesquisa. Outra idéia dos autores é o uso de<br />

banco sueco e outros locais me<strong>no</strong>s instáveis para iniciar a prática com<br />

maior estabilidade.


• Pensando <strong>no</strong>s dados coletados para a realização desse trabalho acredita-se<br />

que o <strong>slackline</strong> é um esporte onde o praticante está o t<strong>em</strong>po todo lidando<br />

com o equilíbrio dinâmico, estático e com o controle postural, por isso, os<br />

praticantes dessa atividade esportiva desenvolv<strong>em</strong> o equilíbrio através da<br />

experiência. É possível inserir essa modalidade nas escolas, clubes e<br />

acad<strong>em</strong>ias e dessa forma utilizar o <strong>slackline</strong> como mais uma ferramenta<br />

para desenvolver algumas habilidades necessárias ao dia a dia.<br />

Fonte: dtlux.com<br />

Considerações finais<br />

O <strong>slackline</strong> é uma dessas modalidades de esportes radicais que pode trazer<br />

inúmeros benefícios aos seus praticantes, desenvolvendo e melhorando algumas<br />

habilidades e ajudando na manutenção das mesmas.<br />

Vieira e Oliveira (2006) apontam que o processo de fadiga muscular interfere na<br />

manutenção da postura <strong>em</strong> período prolongado. A prática do <strong>slackline</strong>, nesse<br />

sentido, parece fornecer a quantidade de prática ideal para o aumento de força de<br />

m<strong>em</strong>bros inferiores, pois a aquisição do equilíbrio sobre a fita é ganha após muito<br />

treinamento, e não há momentos de pausa para a musculatura durante a prática,<br />

requisitando as fibras musculares de forma intermitente e constante.


Considera-se que essas observações são úteis na aprendizag<strong>em</strong>, e que após<br />

esse período a pessoa possa alterar sua forma de movimentação, inclusive porque<br />

as ma<strong>no</strong>bras usadas pelos praticantes mais experientes requer<strong>em</strong> outras posturas<br />

e posições corporais. As escolas pod<strong>em</strong> ter nessa atividade uma prática<br />

interessante para diversificar as aulas de Educação Física e levar os alu<strong>no</strong>s a<br />

adquirir melhor equilíbrio. Outros trabalhos são necessários para ampliar o<br />

conhecimento sobre o <strong>slackline</strong>, afinal acad<strong>em</strong>icamente são poucas as pesquisas<br />

nesse t<strong>em</strong>a.<br />

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