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a percepção do estresse nos instrutores de esportes de aventura e ...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA - UDESCCENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOS - CEFIDCOORDENADORIA DE TRABALHOS MONOGRÁFICOS - CTMCURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICAA PERCEPÇÃO DO ESTRESSE NOS INSTRUTORES DE ESPORTES DEAVENTURA E DA NATUREZA DE UMA OPERADORA DE TURISMO DEAVENTURA DE FLORIANÓPOLISLUIS HENRIQUE TORQUATO VANUCCIFLORIANÓPOLIS, 2006/2


1A PERCEPÇÃO DO ESTRESSE NOS INSTRUTORES DE ESPORTES DEAVENTURA E DA NATUREZA DE UMA OPERADORA DE TURISMO DEAVENTURA DE FLORIANÓPOLISTrabalho apresenta<strong>do</strong> à Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ria <strong>de</strong> TrabalhosMonográficos <strong>do</strong> Centro <strong>de</strong> Educação Física,Fisioterapia e Desportos da Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><strong>de</strong> Santa Catarina para obtenção <strong>do</strong> grau <strong>de</strong> Bacharelem Educação Física.Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Ms. Andrey PortelaFLORIANÓPOLIS, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006


2UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESCCENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DESPORTOSCURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICAA COMISSÃO EXAMINADORA ABAIXO ASSINADA APROVA A MONOGRAFIA:A PERCEPÇÃO DO ESTRESSE NOS INSTRUTORES DE ESPORTES DEAVENTURA E DA NATUREZA DE UMA OPERADORA DE TURISMO DEAVENTURA DE FLORIANÓPOLISElaborada porLuis Henrique Torquato VanucciCOMO REQUISITO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM EDUCAÇÃOFÍSICA E DESPORTOSCOMISSÃO EXAMINADORA________________________________________________________Prof. Ms. Andrey Portela (Orienta<strong>do</strong>r) – UDESC________________________________________________________Prof. Ms. Giselle Noceti Ammon Xavier – UDESC_________________________________________________________Prof. M<strong>do</strong>. Osval<strong>do</strong> André Furlaneto Rodrigues - UFSCFLORIANÓPOLIS (SC), 09 DE NOVEMBRO DE 2006.


3“Nossa equipe escalou a montanha mais altada região e a vista <strong>nos</strong> <strong>de</strong>ixou emociona<strong>do</strong>s. As experiências noalto das montanhas são magníficas. No entanto, nessa altitu<strong>de</strong> asárvores não conseguem sobreviver. No topo da montanha nadacresce, mas quan<strong>do</strong> olhamos para baixo notamos uma coisainteressante: to<strong>do</strong> o crescimento está <strong>nos</strong> vales”.Mark W. Baker


4AGRADECIMENTOSGostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a Deus, a toda minha família e a todas as pessoas que meajudaram para a conclusão <strong>de</strong> mais esta etapa da minha vida, em especial ao meu pai Paulo,“Brubão” e a Dona “Guta”, minha mãe querida, aos meus tios e tias, por todas as oportunida<strong>de</strong>s,ensinamentos e educação que me proporcionaram.Aos meus irmãos, Paulinho e Ana Paula, eu agra<strong>de</strong>ço pela paciência e respeito quetiveram por algumas <strong>de</strong>cisões e atitu<strong>de</strong>s tomadas.Aos meus amigos da turma, <strong>do</strong> trabalho, muito obriga<strong>do</strong> pela receptivida<strong>de</strong> em“Floripa” e por to<strong>do</strong> tempo dividi<strong>do</strong> entre tristezas e alegrias.Agra<strong>de</strong>ço também aos meus amigos inseparáveis <strong>de</strong> infância, que sempre estiverampresentes em cada momento <strong>de</strong>sta caminhada, mesmo estan<strong>do</strong> longe fisicamente.Ao professor Andrey Portela, pelo acompanhamento e ajuda primordial na elaboração<strong>de</strong>ste projeto.Aos membros da banca Profª. Giselle Noceti Ammon Xavier e Prof. M<strong>do</strong>. Osval<strong>do</strong>André Furlaneto Rodrigues por terem aceita<strong>do</strong> o meu convite.A toda galera da Recreação da Casa da Colina pela força, pelos empréstimos <strong>de</strong>computa<strong>do</strong>res e pelos momentos intensos <strong>de</strong> alegria compartilha<strong>do</strong>s.Enfim, a to<strong>do</strong>s que <strong>de</strong> alguma forma contribuíram para eu estar aqui, permanecer econcluir essa etapa da minha vida.MEU MUITO OBRIGADO!


5RESUMOTítulo: O <strong>estresse</strong> <strong>de</strong> <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis.Autor: Luis Henrique Torquato VanucciOrienta<strong>do</strong>r: Prof. Ms. Andrey PortelaOs <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza têm si<strong>do</strong> um atrativo crescente na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Florianópolis. O estu<strong>do</strong> teve como objetivo i<strong>de</strong>ntificar a relação <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> com os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza, se os mesmos apresentam <strong>estresse</strong> eleva<strong>do</strong> durante ou após aprática e se isto influencia no seu <strong>de</strong>sempenho profissional e pessoal. O estu<strong>do</strong> caracteriza-secomo <strong>de</strong>scritivo <strong>do</strong> tipo estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso. Os participantes foram escolhi<strong>do</strong>s através <strong>do</strong> processo <strong>de</strong>seleção não probabilística intencional. Os sujeitos da pesquisa são <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra<strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis com pelo me<strong>nos</strong> seis a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> prática, sen<strong>do</strong> cinco<strong>instrutores</strong>, to<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sexo masculino e com média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente vinte e seis a<strong>nos</strong>,nas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> paintball, rapel, arvorismo, trekking e mountain bike. O instrumentoutiliza<strong>do</strong> foi um questionário adapta<strong>do</strong> extraí<strong>do</strong> <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> (2001) e Martins (2006). Para otratamento estatístico utilizou-se a estatística <strong>de</strong>scritiva. A partir <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s conclui-se queos <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong>sta opera<strong>do</strong>ra possuem média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>26,4 a<strong>nos</strong> e tem como ativida<strong>de</strong> diária o trabalho e o estu<strong>do</strong>. Os participantes da pesquisaclassificaram o <strong>estresse</strong> como <strong>de</strong>sequilíbrio emocional e psicológico, e relataram que os <strong>esportes</strong>pratica<strong>do</strong>s “anulam” o <strong>estresse</strong>, ou seja, a prática <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s possui um efeito positivosobre o <strong>estresse</strong> e consequentemente nas condições <strong>de</strong> trabalho, relacionamento profissional esocial.PALAVRAS-CHAVES: Esportes <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, Natureza, <strong>estresse</strong>.


6LISTA DE ANEXOSAnexo 1 – Questionário aplica<strong>do</strong> aos <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong>turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis.............................................................................................63


7LISTA DE TABELASTabela 1 – Ida<strong>de</strong> geral....................................................................................................................44Tabela 2 – Grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>............................................................................45Tabela 3 – Esta<strong>do</strong> civil <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>...........................................................................................46Tabela 4 – Ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>.................................................................................46Tabela 5 – Esportes <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza que os <strong>instrutores</strong> praticam...................................48Tabela 6 – Tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>..................................................................................49Tabela 7 – As sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem durante a prática............................................50Tabela 8 – As sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem após a prática.................................................51


8SUMÁRIO1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 111.1 PROBLEMA ........................................................................................................................ 111.2 OBJETIVOS......................................................................................................................... 131.2.1 Geral ........................................................................................................................... 131.2.2 Específicos .................................................................................................................. 131.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 141.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO........................................................................................... 151.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................................... 152 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................... 162.1 O ESTILO DE VIDA DO HOMEM MODERNO............................................................... 162.1.1 Os benefícios da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas ......................................................... 172.1.2 Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no ambiente <strong>de</strong> trabalho ........................................................... 182.1.3 O aban<strong>do</strong>no da ativida<strong>de</strong> física ................................................................................ 192.1.4 Ativida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> lazer em contato com a natureza ............................................. 202.2 ESTRESSE ........................................................................................................................... 232.2.1 As causas <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> ................................................................................................. 232.2.2 Ativida<strong>de</strong> física e <strong>estresse</strong>.......................................................................................... 252.2.3 O <strong>estresse</strong> no ambiente <strong>de</strong> trabalho ......................................................................... 262.2.4 O <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho e <strong>do</strong>ença ............................................................................... 282.3 ESPORTES............................................................................................................................302.3.1 Esporte e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.......................................................................................31


92.4 ESPORTES DE AVENTURA ............................................................................................. 332.4.1 Trekking ...................................................................................................................... 342.4.2 Rapel ........................................................................................................................... 352.4.3 PaintBall ..................................................................................................................... 362.4.4 Arvorismo................................................................................................................... 372.4.5 Mountain Bike ............................................................................................................ 383 MÉTODO.................................................................................................................................. 403.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................. 403.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .............................................................................................. 403.3 INSTRUMENTOS DE ESTUDO ........................................................................................ 403.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOS ....................................................... 413.5 TRATAMENTO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.......................................................424 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...................................................434.1 CARACTERIZAÇÃO DOS INSTRUTORES DE ESPORTES DE AVENTURA.............434.1.1 Ida<strong>de</strong>............................................................................................................................434.1.2 Sexo..............................................................................................................................444.1.3 Grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>..................................................................................................444.1.4 Esta<strong>do</strong> civil..................................................................................................................454.1.5 Ativida<strong>de</strong> diária..........................................................................................................464.1.6 O que significa <strong>estresse</strong>...............................................................................................474.2 RELAÇÃO DOS INSTRUTORES, COM OS ESPORTES DE AVENTURA E DANATUREZA................................................................................................................................474.2.1 Os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza pratica<strong>do</strong>s pelos <strong>instrutores</strong>.....................48


104.2.2 Tempo <strong>de</strong> prática.........................................................................................................484.2.3 Sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem durante a prática..........................................494.2.4 Sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem após a prática................................................504.3 RELAÇÃO DA PRÁTICA DOS ESPORTES DE AVENTURA E DA NATUREZA COMO TRABALHO...........................................................................................................................514.3.1 A relação da prática com o <strong>estresse</strong>..........................................................................524.3.2 Motivação e satisfação no trabalho...........................................................................524.3.3 O ambiente familiar e o <strong>estresse</strong>................................................................................534.3.4 O relacionamento com os colegas no trabalho.........................................................534.4 RELAÇÃO DOS INSTRUTORES DE ESPORTES DE AVENTURA COM OESTRESSE..................................................................................................................................534.4.1 Auto-avaliação <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>..................................................................................544.4.2 Situações que mais provocam reações ao <strong>estresse</strong>...................................................544.4.3 Estratégias para controlar o <strong>estresse</strong>........................................................................544.4.4 Relação entre estilo <strong>de</strong> vida e o <strong>estresse</strong>....................................................................554.4.5 A empresa no combate ao <strong>estresse</strong>............................................................................555 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES.......................................................................565.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................575.2 SUGESTÕES.........................................................................................................................57REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 59ANEXO..........................................................................................................................................62


111 INTRODUÇÃO1.1 PROBLEMAHistoricamente os primeiros meios utiliza<strong>do</strong>s para a locomoção foram: o andar, o correre o nadar. Percorren<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s distâncias em busca <strong>de</strong> alimento, os homens da antiguida<strong>de</strong>,naturalmente realizavam exercícios consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s essenciais, concilian<strong>do</strong> entre obrigações e lazer,obten<strong>do</strong> também a manutenção <strong>do</strong> corpo.Num momento subseqüente houve mudanças no estilo <strong>de</strong> vida, nas exigências diárias eobrigações. Os homens que caçavam, pescavam, passaram a ter, por exemplo, seus alimentosencontra<strong>do</strong>s em comércios com muitas facilida<strong>de</strong>s. Esta evolução natural transformou asocieda<strong>de</strong> antiga, que <strong>de</strong>pendia muito <strong>do</strong> elemento corpo para sobrevivência, numa socieda<strong>de</strong> quemanufatura produtos, cultiva-os e conserva-os <strong>de</strong> forma mais consciente.Seguin<strong>do</strong> uma linha evolucionista, as transformações continuaram causan<strong>do</strong> mudançasna vida <strong>do</strong> homem. A revolução industrial e a globalização, por exemplo, criaram condições parauma “acomodação” <strong>do</strong> homem em relação à manutenção corporal. Atualmente muitas funçõessão <strong>de</strong>sempenhadas automaticamente por máquinas, pois as ativida<strong>de</strong>s tornaram-se realizáveiscom me<strong>nos</strong> força, exigin<strong>do</strong> mais capacitação, através <strong>de</strong> cursos especializa<strong>do</strong>s, formaçãoacadêmica, experiência profissional, etc. Isso implica também numa melhor e talvez precocepreparação das crianças e a<strong>do</strong>lescentes, que passam por processos <strong>de</strong> seleção e qualificaçãovisan<strong>do</strong> à obtenção <strong>de</strong> melhores empregos.Neste contexto, o homem tem-se <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> influenciar apenas pelo raciocínio lógico,condicionan<strong>do</strong>-se ao que a socieda<strong>de</strong> e a cultura impõem. O estilo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> homem mo<strong>de</strong>rno,com cobrança <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s, tensão, pressão para que haja maior rapi<strong>de</strong>z e conseqüentementemaior produção, transforma-o em um ser humano com alto nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, implican<strong>do</strong> numaansieda<strong>de</strong> relevante, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive alterar o <strong>de</strong>sempenho profissional. Conseqüentemente,este aspecto negativo situacional vai gerar um efeito também negativo, afetan<strong>do</strong> na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida <strong>do</strong> indivíduo, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive ocasionar distúrbios biopsicossociais. Outros fatores como


12alimentação ina<strong>de</strong>quada, a falta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física e o <strong>estresse</strong> no trabalho, po<strong>de</strong>m agravarainda mais estes distúrbios. Está claramente evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> que o aparecimento <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças aumentapor causa <strong>de</strong> uma elevação da falta <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física (WEINECK, 2003).Existem também fortes evidências <strong>de</strong> que indivíduos fisicamente ativos tenham maiorespossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> viver mais produtivamente e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente e, que os custos relativos àsaú<strong>de</strong> pública po<strong>de</strong>m ser sensivelmente menores em populações mais ativas fisicamente. Aeliminação <strong>de</strong>sse fator <strong>de</strong> risco não se encontra mais somente em nível <strong>de</strong> um interesse pessoal,mas sim <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ver social (NAHAS, 2003).A prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas como: caminhar, correr, nadar ou ainda, ativida<strong>de</strong>s maisespecíficas relacionadas aos <strong>esportes</strong> individuais ou em grupos e, em ambientes fecha<strong>do</strong>s ou ao arlivre, é <strong>de</strong> fundamental importância para a saú<strong>de</strong> assim como para a vida <strong>do</strong> ser humano.Segun<strong>do</strong> Romão e Pais apud Batista (2005), a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física relaciona<strong>do</strong> com anatureza possibilita ao praticante confrontar-se consigo mesmo, ultrapassar receios, <strong>de</strong>safios,estabelecer regras próprias <strong>de</strong> ação e <strong>de</strong>terminar quan<strong>do</strong>, <strong>de</strong> que forma e com quem quer praticar.O espaço natural, como local <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas, ou seja, rios, montanhas, mares,lagos, praias, <strong>de</strong>ntre outros, possibilita ao praticante exercitar suas capacida<strong>de</strong>s cognitivas efísico-motoras em ativida<strong>de</strong>s que envolvam <strong>aventura</strong>, risco, <strong>de</strong>scanso, contemplação, intimida<strong>de</strong>,convívio, além <strong>de</strong> exercícios pragmáticos <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> segurança, tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões,criativida<strong>de</strong>, prazer, conquistas, <strong>de</strong>ntre outras (BATISTA, 2005).Contu<strong>do</strong>, abordan<strong>do</strong> os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza e sen<strong>do</strong> o <strong>estresse</strong>,atualmente, foco <strong>de</strong> muitos distúrbios e <strong>do</strong>enças relacionadas ao trabalho, tem-se o intuito <strong>de</strong>realizar uma pesquisa que mostre o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.A idéia fundamental é tentar mostrar que a prática <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> e/ou <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e danatureza, provoca no praticante uma alteração no nível <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. A partir <strong>de</strong>stes fatosquestionamos: qual a relação <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> com os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza<strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis?


131.2 OBJETIVOS1.2.1 GeralI<strong>de</strong>ntificar a relação <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> com os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza<strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis.1.2.2 Específicos• I<strong>de</strong>ntificar, por meio da auto-avaliação, o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> Esportes <strong>de</strong>Aventura e da Natureza;• Verificar a influência da prática <strong>de</strong> Esportes <strong>de</strong> Aventura e da Natureza no <strong>estresse</strong><strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> da opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Turismo <strong>de</strong> Aventura;• Verificar se a aplicação <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza proporciona melhor<strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s praticantes no ambiente <strong>de</strong> trabalho;• Verificar a preocupação e/ou atuação das empresas opera<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong><strong>aventura</strong> no combate ao <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s seus funcionários.


141.3 JUSTIFICATIVAAs vivências <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s esportivas e ativida<strong>de</strong>s intimamente ligadas à natureza vêmtornan<strong>do</strong>-se uma nova perspectiva no âmbito <strong>do</strong> lazer, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> preenchimento dainquietação humana em busca da melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida existencial, especialmente no quetange a área <strong>de</strong> Educação Física cujo universo tem se amplia<strong>do</strong> em direção a novos segmentos <strong>de</strong>práticas, como por exemplo, os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza (TAHARA e SCHWARTZ,2002). Condizente com estes fatos houve um aumento na procura por ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza (Rafting, mountain bike, paintball, mergulho, arvorismo, rapel, trekkingsand-board, etc). Como estas modalida<strong>de</strong>s esportivas <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza a cada dia quepassa recebem mais a<strong>de</strong>ptos, torna-se importante conhecer mais sobre estas ativida<strong>de</strong>s,caracterizan<strong>do</strong> os aspectos influencia<strong>do</strong>s <strong>nos</strong> praticantes, inclusive em relação ao <strong>estresse</strong>, antes e<strong>de</strong>pois da prática das ativida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s ajudarem numa possível melhora naqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e no próprio trabalho.A compreensão <strong>de</strong>stes fatos e a realização <strong>de</strong>ste trabalho são importantes, pois, os<strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> Esportes <strong>de</strong> Aventura e da Natureza (EAN), <strong>de</strong> forma específica e outrostrabalha<strong>do</strong>res que vivenciam situações similares, com condições ergonômicas parecidas, aoanalisar o referencial teórico e os resulta<strong>do</strong>s da pesquisa po<strong>de</strong>m-se verificar qual a relação daprática <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza com o <strong>estresse</strong>, além <strong>de</strong> verificar a atuação dasempresas no “combate” ao <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s funcionários.A pesquisa, <strong>de</strong> forma geral, se esten<strong>de</strong> aos profissionais da área <strong>de</strong> Educação Física emgeral, e especificamente aos que trabalham ou preten<strong>de</strong>m trabalhar com <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>relaciona<strong>do</strong>s à natureza, pois ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste ramo, além <strong>de</strong> serem uma prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>física, abrem ainda um campo <strong>de</strong> trabalho importante, por exemplo, para ativida<strong>de</strong>s cooperativasem grupos empresariais. A pesquisa serve também <strong>de</strong> subsídios e comparação para outros estu<strong>do</strong>srelaciona<strong>do</strong>s ao estilo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>s profissionais atuais. Contu<strong>do</strong>, o principal objetivo da pesquisaé verificar o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.


151.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDOEste estu<strong>do</strong> foi direciona<strong>do</strong> a avaliar o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> eda natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis nas modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>paintball, rapel, arvorismo, mountain bike e trekking, sen<strong>do</strong> cinco participantes <strong>do</strong> sexomasculino, com ida<strong>de</strong> entre 22 e 31 a<strong>nos</strong>.A base teórica que aju<strong>do</strong>u na elaboração da pesquisa foi coletada nas bibliotecas <strong>do</strong>Centro <strong>de</strong> Educação Física Fisioterapia e Desporto – CEFID - UDESC, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Santa Catarina - UFSC, Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Sul <strong>de</strong> Santa Catarina – UNISUL, além <strong>de</strong> pesquisas nainternet e acervo pessoal.1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISAForam encontradas as seguintes limitações na pesquisa: restrições quanto à literaturasobre o tema, principalmente quanto aos <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, sen<strong>do</strong> que a maioria <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s<strong>de</strong>stes foi encontrada na internet; indisponibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo para a aplicação da parte prática.


162 REFERENCIAL TEÓRICOEste capítulo apresenta alguns tópicos que abrangem o estilo <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> homemmo<strong>de</strong>rno, os benefícios da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no ambiente <strong>de</strong>trabalho, o aban<strong>do</strong>no da ativida<strong>de</strong> física, fala ainda sobre o <strong>estresse</strong> relaciona<strong>do</strong> ao trabalho e suascausas, além <strong>de</strong> outros assuntos relaciona<strong>do</strong>s aos <strong>esportes</strong> e aos <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>. O intuitoprincipal <strong>de</strong>ste capítulo é apresentar conceitos, <strong>de</strong>finições e informações sobre os aspectosaborda<strong>do</strong>s na pesquisa.2.1 O ESTILO DE VIDA DO HOMEM MODERNONos dias <strong>de</strong> hoje, o homem envolve-se com muitas ativida<strong>de</strong>s, atarefan<strong>do</strong>-se ao máximoe muitas vezes estas atribuições se não realizadas, originam conseqüências inesperadas e<strong>de</strong>sagradáveis em relação à saú<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> Nahas (2003), o estilo <strong>de</strong> vida po<strong>de</strong> ser atribuí<strong>do</strong> aum conjunto <strong>de</strong> ações habituais que refletem as atitu<strong>de</strong>s, os valores e as oportunida<strong>de</strong>s na vidadas pessoas. No entanto, nem sempre as pessoas enfatizam as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um estilo <strong>de</strong> vidai<strong>de</strong>al, como: saú<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong> física regular, boa alimentação, etc. Esta “má conduta”proporcionam aos que não a respeitam conseqüências <strong>de</strong>sagradáveis, ou seja, quan<strong>do</strong> as pessoastornam-se “escravas” <strong>de</strong> tarefas cotidianas sofrem conseqüências das próprias atitu<strong>de</strong>s, muitasvezes inconscientemente. Muito se discute atualmente, sobre a qualida<strong>de</strong> total, ou seja, a or<strong>de</strong>m érefletir sobre a empresa, preocupan<strong>do</strong>-se com a satisfação real das pessoas envolvidas, enquanto avisão obstinada pelo lucro <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser priorida<strong>de</strong> nas cabeças <strong>do</strong>s empresários conscientes eevoluí<strong>do</strong>s (FRANCO, 2000). Nesta visão um pouco mais humanística, o homem teria um estilo<strong>de</strong> vida mais digno, mas este é um segmento ainda inicial e que possui uma gran<strong>de</strong> credibilida<strong>de</strong>no mun<strong>do</strong> empresarial. Atualmente, existe uma gran<strong>de</strong> preocupação com trabalho, por parte damaioria das pessoas. Desta forma, porque não fazer <strong>do</strong> trabalho uma “ponte” entre a obrigação e


17os <strong>de</strong>sejos pessoais? Muitos trabalham em busca <strong>de</strong> uma satisfação pessoal, entretantooutros acreditam que <strong>de</strong>vem cumprir sua missão enquanto ser humano, o importante é que setransforme o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> ocupação para vocação (FRANCO, 2000).2.1.1 Benefícios da prática da ativida<strong>de</strong> físicaA ativida<strong>de</strong> física apesar <strong>de</strong> se constituir em ativida<strong>de</strong> extremamente corriqueira na vidadiária, se revela <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista fisiológico, por <strong>de</strong>mais complexo, uma vez que envolveinteração <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os sistemas que compõem o organismo vivo, como sistemas neuromusculares,cardiorrespiratório, hormonal, digestório, renal, entre outros (GONÇALVES e VILARTA, 2004).Desta forma, supõe-se que o ser humano <strong>de</strong>ve manter-se prepara<strong>do</strong>, “treina<strong>do</strong>”, para arealização das ativida<strong>de</strong>s físicas e manutenção <strong>do</strong> organismo e to<strong>do</strong>s os sistemas envolvi<strong>do</strong>sdurante o movimento. Ainda assim muitas pessoas, por falta <strong>de</strong> tempo, vonta<strong>de</strong> ou ainda por<strong>de</strong>sgosto, abdicam da prática <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong> Física (AF), apresentan<strong>do</strong> quadros <strong>de</strong> <strong>de</strong>sânimo, mauhumor, indisposição, etc, e, muitos <strong>de</strong>stes comportamentos levam a pessoa ao <strong>estresse</strong>.Ainda segun<strong>do</strong> Gonçalves e Vilarta (2004), muitas situações que provocam <strong>estresse</strong> sãoinevitáveis. O ser humano vive em busca <strong>de</strong> relaxamento mental e físico que o conduza a liberarsuas tensões diárias provocadas por situações diversas. De acor<strong>do</strong> com Guiselini (1996) apudGonçalves e Vilarta (2004) recentes pesquisas têm da<strong>do</strong> importância significativa à prática <strong>de</strong> AFcomo meio <strong>de</strong> combatê-la. Ao participar <strong>de</strong> programa cuja meta é melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaverificou-se que o exercício ajuda controlar o <strong>estresse</strong> e reduz a tendência à <strong>de</strong>pressão, dásensação <strong>de</strong> energia, auxilia na realização das ativida<strong>de</strong>s diárias, ajuda a <strong>do</strong>rmir e repousarmelhor, etc.Os principais atributos que caracteriza um estilo <strong>de</strong> vida saudável é, sem dúvida, aprática regular <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas. Numa análise geral, a inclusão <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física nocotidiano <strong>do</strong> adulto trabalha<strong>do</strong>r exerce um papel importante, visto que, po<strong>de</strong>rá haver um maiorequilíbrio entre trabalho e lazer, oportunizan<strong>do</strong> uma reposição <strong>de</strong> energia, alívio <strong>de</strong> tensões,oportunida<strong>de</strong>s a novos relacionamentos, manutenção <strong>de</strong> aptidão física, diminuição <strong>de</strong> risco <strong>de</strong><strong>do</strong>enças relacionadas ao trabalho e, principalmente, aumento na freqüência da AF (ALVES,2004).


182.1.2 Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida no ambiente <strong>de</strong> trabalhoSegun<strong>do</strong> Nahas (2003), o conceito <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é diferente <strong>de</strong> pessoa parapessoa e ten<strong>de</strong> a mudar ao longo da vida <strong>de</strong> cada um. Entretanto existe o conceito <strong>de</strong> quequalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong>terminada por múltiplos fatores que moldam e diferenciam o cotidiano <strong>do</strong>ser humano. Associa-se também esta expressão fatores como: esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, longevida<strong>de</strong>,satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualida<strong>de</strong>.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> estes fatores relevantes para se obter uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida necessita-setambém, uma interação entre os mesmos. Ainda segun<strong>do</strong> Nahas (2003), <strong>de</strong>sta forma a perspectiva<strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida varia conforme ao estilo <strong>de</strong> vida, quanto, por exemplo, a hábitosalimentares, controle <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, ativida<strong>de</strong> física habitual, relacionamentos, entre outros, além <strong>de</strong>parâmetros sócio-ambientais como: moradia, transporte, segurança, educação, opções <strong>de</strong> lazer,meio-ambiente, etc. O processo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida inicia-se com a auto-valorização, ou seja, seuma pessoa tem em si, confiança, respeito, credibilida<strong>de</strong> e, <strong>de</strong> maneira holística, auto-estimaelevada, inicia-se neste ponto o “<strong>de</strong>senvolvimento” da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Quan<strong>do</strong> se olha para as<strong>nos</strong>sas qualida<strong>de</strong>s e para as <strong>nos</strong>sas “boas sementes” é que se tem mais chance <strong>de</strong> transformarestas chances em melhores oportunida<strong>de</strong>s, melhores satisfações, ou seja, melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida (FRANCO, 2000).Segun<strong>do</strong> Andra<strong>de</strong> (2001), o planejamento para a mudança organizacional visan<strong>do</strong> àpromoção da saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong>verá obrigatoriamente levar emconsi<strong>de</strong>ração os hábitos e padrões <strong>de</strong> conduta, envolven<strong>do</strong> alimentação, ativida<strong>de</strong> física, nível <strong>de</strong><strong>estresse</strong>, as relações no trabalho e lazer, entre outros.A saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ve ser avaliada <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s aspectos ocupacionais físicos,químicos, biológicos mecânicos, ergonômicos, psíquicos, sociais e, além disso, para <strong>de</strong>tectar umindivíduo <strong>do</strong>ente é necessário observar uma série <strong>de</strong> caracteres, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> a tarefa executadano trabalho, o ambiente <strong>de</strong> trabalho, as relações interpessoais, os hábitos <strong>de</strong> sono e alimentares, aaptidão física, entre outros (MENDES e LEITE, 2004). Quan<strong>do</strong> se fala em qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida,englobam-se muitos aspectos que po<strong>de</strong>m influenciar na mesma, assim como foi cita<strong>do</strong>. Porém,ainda assim po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> outros fatores extrínsecos. Em relação à atmosfera humana,


19<strong>de</strong>vemos <strong>nos</strong>sa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida a outras pessoas, pois ninguém vive sozinho, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>mos<strong>de</strong> realizações alheias a <strong>nos</strong>sa vonta<strong>de</strong> que irão <strong>nos</strong> auxiliar ou não, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> das situações. Arelação interpessoal é fundamental para a convivência e crescimento na socieda<strong>de</strong>. Um <strong>do</strong>sfatores, que sem dúvida alteram ou po<strong>de</strong>m influenciar na melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> umapessoa é o humor, uma pessoa bem humorada, sem dúvida atinge patamares mais interessantes <strong>de</strong>que outros, quebran<strong>do</strong> barreiras que para outros seriam intransponíveis. Além <strong>do</strong> fator físicopropriamente dito, muitas vezes discrimina<strong>do</strong> pelas pessoas <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> estas afastadas <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s físicas.Com uma exigência maior <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> e uma maior globalização, as empresas tiveram<strong>de</strong> se adaptar a essas condições e a<strong>do</strong>tar méto<strong>do</strong>s para minimizar prejuízos, como Programas <strong>de</strong>Qualida<strong>de</strong> Total (PQT), on<strong>de</strong> o intuito é tornar a economia mais competitiva, produtiva elucrativa, eliminan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sperdícios, sen<strong>do</strong> o maior <strong>de</strong>les a subtilização das pessoas, fatorconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> responsável. Além disso, segun<strong>do</strong> Men<strong>de</strong>s e Leite (2004), na década <strong>de</strong> 1950, algunspesquisa<strong>do</strong>res estudaram um mo<strong>de</strong>lo macro para agrupar o trinômio, indivíduo, trabalho eorganização, técnica <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida relacionada somente ao trabalho, mas nãoisola<strong>do</strong> da vida <strong>do</strong> indivíduo.Qualquer mudança no ambiente <strong>de</strong> trabalho gera um impacto negativo ou positivo sobrea percepção na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r, pois o trabalho ocupa o centro da vida daspessoas. Portanto, os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong>vem receber cuida<strong>do</strong>s quanto ao seu bem estar físicomental, visto que para o trabalha<strong>do</strong>r ter uma boa Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vida no Trabalho (QVT) énecessário ter boas condições <strong>de</strong> trabalho.2.1.3 O aban<strong>do</strong>no da ativida<strong>de</strong> físicaDes<strong>de</strong> a pré-história o homem realiza tarefas consi<strong>de</strong>radas primárias, funções cotidianasque po<strong>de</strong>m até hoje ser <strong>de</strong>nominadas ativida<strong>de</strong>s físicas, incluin<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o simples limpar seu“habitat” (casa, apartamento, etc), até os movimentos executa<strong>do</strong>s durante a caça, por exemplo.To<strong>do</strong>s estes “trabalhos” que já atarefavam o ser humano na antiguida<strong>de</strong> continuaram sen<strong>do</strong>realiza<strong>do</strong>s por muito tempo, mas naturalmente, seguin<strong>do</strong> uma evolução a<strong>de</strong>quada à necessida<strong>de</strong>,o próprio homem criava e aprimorava instrumentos e técnicas para reduzir os esforços exigi<strong>do</strong>spelas tarefas. Entretanto, da mesma forma que estas invenções diminuíam as dificulda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s


20indivíduos também alteravam o estilo <strong>de</strong> vida e modificavam toda uma seqüência <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s físicas naturais que conservavam, <strong>de</strong> certa maneira e, ajudavam a manter níveis <strong>de</strong>preparo físico, invejáveis, principalmente os homens, que tinham em seus afazeres, ativida<strong>de</strong>smais dinâmicas. Esta evolução iniciada na pré-história expandiu-se e transformou-se numavelocida<strong>de</strong> impressionante e <strong>nos</strong> dias atuais concebem-se novas propostas, novas idéias e técnicasque realizam “tarefas cotidianas” (lavar, passar, etc) numa rapi<strong>de</strong>z assusta<strong>do</strong>ra. Assim o mesmoser que subia em árvores, evoluiu e hoje se conce<strong>de</strong> ao luxo <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar-se ao piso superior <strong>de</strong> umprédio, shopping, por exemplo, com auxílio <strong>de</strong> uma escada rolante ou através <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong>res.Segun<strong>do</strong> Nahas (2003), a importância <strong>do</strong>s produtos tecnológicos e da informática para ahumanida<strong>de</strong> é inegável, pois esta propicia conforto, segurança, rapi<strong>de</strong>z em processos que nãoaconteceriam sem eles, porém o mais difícil e gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é saber tirar proveito <strong>de</strong>ssesavanços, sem per<strong>de</strong>r a médio e longo prazo, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que se po<strong>de</strong>m conseguir, emcurto prazo, com equipamentos e facilida<strong>de</strong>s que <strong>nos</strong> tornam me<strong>nos</strong> ativos e favorecem aobesida<strong>de</strong>. Para exemplificar melhor o nível <strong>de</strong> evolução po<strong>de</strong>m-se citar a utilização da internetpara compras, conversas, cursos, lazer, etc. Segun<strong>do</strong> Ribeiro (2005) nós somos o Universo e omesmo está em movimento. Mas o homem se “<strong>de</strong>sviou” e fugiu da essência <strong>de</strong> seu ser, buscan<strong>do</strong>mais conforto e comodida<strong>de</strong> e acabou chegan<strong>do</strong> a essa <strong>de</strong>sconfortável socieda<strong>de</strong> “aloprada” <strong>de</strong>virada <strong>de</strong> século e, tornou-se <strong>de</strong> repente, se<strong>de</strong>ntário, enfurna<strong>do</strong> em casa, locomoven<strong>do</strong>-se sobrerodas, usan<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong>res, etc.O movimento não é simplesmente uma coisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo, que <strong>de</strong>ve ser executa<strong>do</strong>mecanicamente por simples essencialida<strong>de</strong>, mas sim algo que <strong>de</strong>ve ser realiza<strong>do</strong> assim como <strong>nos</strong>alimentamos, <strong>do</strong>rmimos etc. O movimento possibilita ao homem, a manutenção <strong>de</strong> seu organismocomo um to<strong>do</strong>, não só fisicamente, mas também emocionalmente, ou seja, a importância daprática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física, além <strong>de</strong> comprovada po<strong>de</strong> ser sentida e é quan<strong>do</strong> verificamos arelevância <strong>do</strong>s movimentos para fins biopsicossociais.2.1.4 Ativida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> lazer em contato com a naturezaA busca pelo prazer e pela <strong>aventura</strong> representa, segun<strong>do</strong> Tahara e Schwartz (2003),elementos potenciais na perspectiva <strong>de</strong> mudanças e, principalmente valores e atitu<strong>de</strong>s, capazes <strong>de</strong>


21atingir mudanças <strong>de</strong> estilo almejadas no mun<strong>do</strong> contemporâneo.Desta forma, Teruya apud Tahara e Schwartz (2003) aponta maior possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sensações e estímulos <strong>de</strong> prazer nas modalida<strong>de</strong>s praticadas em contato com a natureza emconseqüência da fuga da rotina estressante e <strong>do</strong> caos urbano. Logo, <strong>de</strong>fine-se que as ativida<strong>de</strong>sfísicas <strong>de</strong> lazer em contato com a natureza estimulam uma integração entre as necessida<strong>de</strong>s e olazer/prazer, provin<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s diversos aspectos positivos das vivências em meio natural.Costa e Tubino apud Alves (2005, p.29), em análise das possibilida<strong>de</strong>s sociais <strong>do</strong>esporte, i<strong>de</strong>ntificam nove correntes <strong>de</strong>ste, entre as quais se <strong>de</strong>staca:Os <strong>esportes</strong> da natureza, como o nome já diz, são aqueles compromissa<strong>do</strong>s com a convivência como meio ambiente (Ex: os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> inverno, o vôo livre, caminhadas, corrida <strong>de</strong> orientação, etc.)Os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> são aqueles em que o risco está presente. (Ex: motocross, enduro,montanhismo, etc.).A <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s termos acima não parece a<strong>de</strong>quada, se consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que muitos<strong>esportes</strong> são pratica<strong>do</strong>s em contato com a natureza, mas nem to<strong>do</strong>s apresentam riscos, mesmo quecalcula<strong>do</strong>, fictício ou simula<strong>do</strong> (ALVES, 2005).Na visão <strong>de</strong> Romanini e Umeda apud Alves (2005) po<strong>de</strong>-se dizer que o termo “esporte<strong>de</strong> <strong>aventura</strong>” engloba toda modalida<strong>de</strong> esportiva praticada em meio à natureza, envolven<strong>do</strong>treinamento preparatório e equipamentos específicos.Na ótica <strong>de</strong> Ferreira (2003), o risco significa “perigo ou possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perigo”, sen<strong>do</strong>que perigo significa “esta<strong>do</strong> ou situação que inspira cuida<strong>do</strong>, gravida<strong>de</strong>”. Desta forma, fica claroque a <strong>aventura</strong> é uma experiência arriscada, incomum, perigosa, com <strong>de</strong>corrências incertas.Segun<strong>do</strong> Romanini e Umeda apud Alves (2005), no Brasil estes <strong>esportes</strong> são chama<strong>do</strong>spopularmente <strong>de</strong> “<strong>esportes</strong> radicais” ou <strong>de</strong> “ação” pelo fato <strong>de</strong> <strong>de</strong>safiarem os obstáculos naturais.Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, entre os objetivos das ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> lazer em contato com anatureza estão: o contato direto com paisagens naturais, o bem-estar proporciona<strong>do</strong> pela ativida<strong>de</strong>física e a superação <strong>do</strong>s limites físicos e psicológicos.Betrán (2003) apud Alves (2005) consi<strong>de</strong>ra estas práticas como sen<strong>do</strong> provenientes dasocieda<strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rna, a qual proporcionou a chegada da socieda<strong>de</strong> pós-industrial, sen<strong>do</strong> assim,fugin<strong>do</strong> da polissemia esporte, consi<strong>de</strong>ra-se então que:


22As ativida<strong>de</strong>s ligadas à natureza são práticas originais da atualida<strong>de</strong> e concepções físicasrecreativas <strong>do</strong> esporte, pelo mo<strong>de</strong>lo corporal em que se baseiam, pela motivação e as condições daprática, pelos objetivos a serem consegui<strong>do</strong>s ou pelo meio utiliza<strong>do</strong> para seu <strong>de</strong>senvolvimento.Portanto, neste mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e <strong>de</strong> natureza, essas práticas corporaisem meio à natureza e/ou radicais, receberam diversas <strong>de</strong>nominações, às vezes, em função dascaracterísticas das ativida<strong>de</strong>s, outras pelo local da prática. Indiferente disso existe a importânciatambém <strong>do</strong> comportamento diferencia<strong>do</strong> <strong>do</strong> indivíduo, caracterizan<strong>do</strong> o esporte pelos hábitos,pelas vestimentas, etc. O certo é que se forem analisa<strong>do</strong>s os nomes que estas ativida<strong>de</strong>sreceberam <strong>de</strong> vários autores, entida<strong>de</strong>s, associações, será possível observar que entre to<strong>do</strong>s estes,estão <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s em gran<strong>de</strong> proporção, as características e a natureza <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> prática, poiscada uma das <strong>de</strong>nominações proporciona uma visão distinta e, ao mesmo tempo, complementar<strong>de</strong>sse grupo. (BETRÁN apud ALVES, 2005).


232.2 ESTRESSEA palavra “stress” vem <strong>do</strong> inglês e significa o mesmo que pressão, tensão (WEINEICK,2003). Este termo foi transferi<strong>do</strong> para o homem através <strong>do</strong> médico cana<strong>de</strong>nse Hans Selye.Segun<strong>do</strong> Weineck (2003), o <strong>estresse</strong> é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como uma reação fisiológica ou psicológica <strong>do</strong>indivíduo a uma <strong>de</strong>terminada exigência. O <strong>estresse</strong> é uma “manifestação normal” que atua noorganismo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o caça<strong>do</strong>r da ida<strong>de</strong> das pedras e, até hoje o homem é submeti<strong>do</strong> aos efeitos <strong>do</strong>shormônios <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> quan<strong>do</strong> estes se colocam em situações que representam perigo ou exigemalgum rendimento. Os hormônios cita<strong>do</strong>s são os chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> adrenalina e noradrenalina, osquais estimulam o metabolismo, aumentan<strong>do</strong> a pressão sanguínea, o tônus muscular, a freqüênciacardíaca e respiratória, e em um tempo curto melhoram a capacida<strong>de</strong> individual <strong>de</strong> rendimentos emobilização <strong>de</strong> forças para enfrentar a luta contra o adversário ou a fuga. A gran<strong>de</strong> diferença <strong>do</strong><strong>estresse</strong> atual é que este prejudica mais os quadros psíquicos <strong>do</strong> que físicos <strong>do</strong>s seres huma<strong>nos</strong>. O<strong>estresse</strong> ainda po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> como “<strong>estresse</strong> bom” ou “<strong>estresse</strong> ruim”. O primeiro ocorreem situações agradáveis, como o sucesso, estar apaixona<strong>do</strong>, boas notícias, sentimentos <strong>de</strong>felicida<strong>de</strong>, etc, enquanto o “<strong>estresse</strong> ruim” po<strong>de</strong> ser a pressa, o barulho, aci<strong>de</strong>ntes, <strong>do</strong>r, me<strong>do</strong>,solidão, tristeza pela perda <strong>de</strong> outra pessoa próxima, etc. Entretanto po<strong>de</strong>mos concluir que existetanto o <strong>estresse</strong> físico como também o <strong>estresse</strong> psíquico. Ambos atuan<strong>do</strong> com uma distribuiçãoelevada <strong>do</strong>s hormônios <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, colocan<strong>do</strong> o organismo em uma situação superior quanto acapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rendimento em uma situação <strong>de</strong> alarme. Saben<strong>do</strong> que o “Distress” psicofísico oupsicossocial provoca inúmeras reações <strong>do</strong> corpo, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> as pessoas <strong>do</strong>entes. Deve-se eliminartanto na vida profissional, assim como na vida privada, fatores consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s estressantes, pois omun<strong>do</strong> atual, on<strong>de</strong> o trabalho é caracteriza<strong>do</strong> pelo <strong>estresse</strong>, pela pressa e pela concorrência, fazcom que quase to<strong>do</strong>s sejam “atingi<strong>do</strong>s” <strong>de</strong> alguma forma por esse fenômeno (WEINECK, 2003).2.2.1 As causas <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>Segun<strong>do</strong> Nahas (2001), o termo <strong>estresse</strong> originou-se <strong>do</strong> latim “Stringer”. No séculoXVII era emprega<strong>do</strong> na Inglaterra com o senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> adversida<strong>de</strong> ou aflição. No campo da física,<strong>estresse</strong> significa o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> que uma estrutura sofre quan<strong>do</strong> é submeti<strong>do</strong> a uma


24<strong>de</strong>terminada força. Para se enten<strong>de</strong>r o que é <strong>estresse</strong>, é preciso enten<strong>de</strong>r o que é homeostase.(esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> equilíbrio <strong>do</strong>s vários sistemas <strong>do</strong> organismo entre si e com o meio-ambiente). O queocorre é que este esta<strong>do</strong> é altera<strong>do</strong> por agentes estressantes (susto, frio, calor, esforço físico),assim ocorrem respostas que visam adaptar o organismo a uma condição <strong>de</strong>nominada homeostasedinâmica.O <strong>estresse</strong> é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como “um <strong>de</strong>sequilíbrio substancial entre <strong>de</strong>manda (físico e/oupsicológica) e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta, sob condições em que a falha em satisfazer aquela<strong>de</strong>manda tem importantes conseqüências” (McGRATH, 1970, apud WEINBERG e GOULD,2001).Segun<strong>do</strong> Kirsta, 1999, to<strong>do</strong>s os dias somos submeti<strong>do</strong>s a algum tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>safio fora dasexigências normais, isto po<strong>de</strong> acontecer em casa, no trabalho, em um jogo. O <strong>estresse</strong> é o esta<strong>do</strong><strong>de</strong> estímulo com o qual o corpo respon<strong>de</strong> a essas exigências. Nossa resposta aos <strong>de</strong>safios éimediata, rápida e eficiente, ou seja, quan<strong>do</strong> percebemos um <strong>de</strong>safio, uma reação em ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong>processos automáticos <strong>do</strong> corpo libera uma onda instantânea <strong>de</strong> energia e <strong>de</strong> força, <strong>nos</strong>preparan<strong>do</strong> para agir, encaran<strong>do</strong> ou recuan<strong>do</strong> à situação imposta. Enquanto causas <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>tiveram gran<strong>de</strong>s mudanças, <strong>nos</strong>sas respostas primitivas a ela se mantêm inalteradas. A civilizaçãocriou novas pressões que testam <strong>nos</strong>sa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobreviver (KIRSTA, 1999). Segun<strong>do</strong> estamesma autora, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagir a um estímulo é idêntica em diferentes situações, à respostaao enfrentarmos um trânsito caótico ou ao disputarmos uma final <strong>de</strong> campeonato seria a mesmo,ou seja, “lutar ou recuar”, isto é extremamente saudável, o que acontece é que se a energia criadanão é apropriada ou mantém-se por muito tempo, po<strong>de</strong> ocasionar o <strong>estresse</strong> prejudicial e a tensãonervosa.Tu<strong>do</strong> na vida po<strong>de</strong> ser trabalha<strong>do</strong>, a forma como encarar as situações, a maneira comorespon<strong>de</strong>r aos problemas, isto tu<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve-se consi<strong>de</strong>rar quan<strong>do</strong> se fala em <strong>estresse</strong>. O ser humanopossui capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver técnicas <strong>de</strong> relaxamento e concentração, que auxiliam nadiminuição <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. De acor<strong>do</strong> com um mo<strong>de</strong>lo que McGrath propôs, o <strong>estresse</strong> consiste <strong>de</strong>quatro estágios inter-relaciona<strong>do</strong>s, que são apresenta<strong>do</strong>s como: <strong>de</strong>manda ambiental, percepção da<strong>de</strong>manda, resposta ao <strong>estresse</strong> e conseqüências comportamentais (WEINBERG e GOULD, 2001).Segun<strong>do</strong> os mesmos autores existem duas fontes situacionais <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. A primeira ocorre porimportância <strong>de</strong> evento, ou seja, quanto mais relevante for o evento, maior será o <strong>estresse</strong> gera<strong>do</strong>,


25consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> também que um evento po<strong>de</strong> ser insignificante para uma pessoa, enquanto<strong>de</strong>terminante para outra. A segunda fonte situacional causa<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> é a incerteza, afinal,quanto maior a incerteza, maior o <strong>estresse</strong>. Ainda existem fontes pessoais <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> como aansieda<strong>de</strong>-traço, a auto-estima e a ansieda<strong>de</strong> física social.Os estímulos inter<strong>nos</strong> ou <strong>do</strong> meio-ambiente capazes <strong>de</strong> causar o <strong>de</strong>sequilíbrio no serhumano representam as fontes <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, referidas como agu<strong>do</strong>s e crônicos, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>do</strong>tempo <strong>de</strong> atuação e <strong>de</strong> como atuam (NAHAS, 2001). Ainda segun<strong>do</strong> o mesmo autor, os agentesestressantes também po<strong>de</strong>m ser classifica<strong>do</strong>s como físicos ou psicossociais, sen<strong>do</strong> os primeirosprovenientes <strong>do</strong> meio ambiente e incluem: luz, calor, frio, som, o<strong>do</strong>r, fumaça, drogas, etc.Enquanto os psicossociais incluem to<strong>do</strong>s os eventos que po<strong>de</strong>m alterar o curso <strong>de</strong> <strong>nos</strong>sas vidas,seja positivo ou negativo, ex: a separação, o casamento, as férias, a perda <strong>de</strong> emprego, etc.2.2.2 Ativida<strong>de</strong> Física e <strong>estresse</strong>A ativida<strong>de</strong> física <strong>de</strong>ve ser prazerosa e fazer bem, ou seja, é importante encontrar umaativida<strong>de</strong> que seja a<strong>de</strong>quada à sua personalida<strong>de</strong>, seus horários, suas capacida<strong>de</strong>s e seus objetivos.Não seria recomendável, por exemplo, realizar <strong>esportes</strong> competitivos com cargas <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> paraum estilo <strong>de</strong> vida já exigente. Enfim, para muitas pessoas, ativida<strong>de</strong>s como natação, ciclismo oucaminhada, são mais indicadas para o controle <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> (KIRSTA, 1999).O corpo humano em movimento sofre alterações fisiológicas explícitas, como oaumento da freqüência cardíaca e respiratória, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ar que penetra <strong>nos</strong> pulmões é vintevezes maior, o volume <strong>de</strong> sangue bombea<strong>do</strong> para o coração aumenta <strong>de</strong> quatro a seis vezes. Alémdisso, o que se po<strong>de</strong> acreditar é que o exercício leva as pessoas à “satisfação cerebral”. Em 1988,O Cambell’s Suryey on Wall-Being, realiza<strong>do</strong> no Canadá, revelou que as pessoas fisicamenteativas relatavam me<strong>nos</strong> <strong>de</strong>pressão e níveis positivos mais eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bem-estar <strong>do</strong> que osinativos. Um estu<strong>do</strong> da revista Runner’s World revelou que embora a maior parte das pessoascomece a correr para “melhorar a aptidão física”, a maioria continua a correr para “melhorar aaptidão mental” e para “aliviar o <strong>estresse</strong>”. O Dr. Tom Stephens, <strong>do</strong> Canadá, após a realização eavaliação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> quatro estu<strong>do</strong>s chegou à conclusão incontestável que a ativida<strong>de</strong> físicaestá associada positivamente com a boa saú<strong>de</strong> mental, o humor especialmente positivo, o bemestargeral e me<strong>nos</strong> ansieda<strong>de</strong> e <strong>de</strong>pressão (NIEMAN, 1999).


26Segun<strong>do</strong> Nieman (1999), a auto-estima po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como o grau <strong>de</strong> positivida<strong>de</strong>que o indivíduo sente em relação a si mesmo, ou seja, a sensação <strong>de</strong> bem-estar, a confiança esegurança no próprio potencial. Alguns especialistas i<strong>de</strong>ntificaram a auto-estima como a variávelpsicológica com maior potencial para ser melhora<strong>do</strong> com a prática <strong>de</strong> exercícios. Um estu<strong>do</strong>realiza<strong>do</strong> pelo Dr. James MacMaham, <strong>de</strong> Stanford University, mostrou que a prática <strong>de</strong> corrida oubasquetebol intenso durante duas horas semanais acarretou melhorias no humor e na auto-estimaem a<strong>do</strong>lescentes <strong>de</strong>linqüentes, que viviam em instituições <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção juvenil em Santa ClaraCountry, Califórnia. Com isso, os pesquisa<strong>do</strong>res concluíram que o exercício aeróbico vigorosoacarreta um benefício psicológico importante para os a<strong>do</strong>lescentes que apresentavamcomportamento anormal.De maneira geral não são to<strong>do</strong>s os tipos <strong>de</strong> movimentos e modalida<strong>de</strong>s esportivas quesão igualmente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s para a redução <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Segun<strong>do</strong> Weineck, 2003, o mo<strong>do</strong> e amaneira como é praticada uma ativida<strong>de</strong> ou modalida<strong>de</strong> esportiva <strong>de</strong>termina <strong>de</strong>cisivamente aeficácia <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>. Esportes como o tênis ou tênis <strong>de</strong> mesa, on<strong>de</strong> a pessoa se irritacom qualquer erro, ou então em outras modalida<strong>de</strong>s esportivas que estão associadas com um altonível <strong>de</strong> concentração e contribuem para a diminuição <strong>de</strong> glicose sanguínea e <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxoslivres, po<strong>de</strong>m produzir efeitos nocivos à saú<strong>de</strong>. Portanto, para que haja um aproveitamento <strong>do</strong>sefeitos relaxantes <strong>do</strong> esporte, <strong>de</strong>ve-se praticá-lo sempre <strong>de</strong> forma prazerosa, toman<strong>do</strong> sempre ocuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> verificar se está pratican<strong>do</strong> a modalida<strong>de</strong> esportiva correta, ou seja, as mais relaxantese me<strong>nos</strong> estressantes. Isto tu<strong>do</strong> também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> praticante inclusive em relaçãoao trabalho.2.2.3 O <strong>estresse</strong> no ambiente <strong>de</strong> trabalhoUma das gran<strong>de</strong>s preocupações nas empresas atualmente é manter o ambiente <strong>de</strong>trabalho agradável e harmônico para que haja naturalmente uma satisfação <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>resemprega<strong>do</strong>s e possíveis melhorias no atendimento e/ou rendimento da empresa e <strong>do</strong>s própriosfuncionários. Mesmo com toda esta preocupação ainda notam-se, tanto no setor industrial, <strong>nos</strong>etor <strong>de</strong> serviços ou outros, que as pessoas apresentam níveis eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, o que po<strong>de</strong>ocasionar <strong>do</strong>enças mais graves.


27Segun<strong>do</strong> Andra<strong>de</strong>, 2001, a qualida<strong>de</strong> no trabalho, ou ainda a vivência e realização <strong>de</strong>uma existência prazerosa e produtiva no trabalho, é uma meta teoricamente muito difundida ebastante discutida <strong>nos</strong> dias <strong>de</strong> hoje, mas ainda uma realida<strong>de</strong> distante na maioria dasorganizações. Isto ocorre, muitas vezes, por uma cultura já estagnada <strong>de</strong> formas ecomportamentos, que as pessoas reproduzem e transferem ao ambiente <strong>de</strong> trabalho como umcomportamento prejudicial à interação <strong>do</strong> grupo envolvi<strong>do</strong>. Desta forma, a cultura e as formas <strong>de</strong>comportamento <strong>de</strong> um grupo social, organização ou comunida<strong>de</strong>, estabelece parâmetros fortes <strong>de</strong>conduta para os suspeitos que os integram.O <strong>estresse</strong> relaciona<strong>do</strong> ao trabalho custa para as empresas milhões em <strong>de</strong>spesas to<strong>do</strong>s osa<strong>nos</strong>, seja na forma <strong>de</strong> falta <strong>do</strong>s funcionários, seja no mau <strong>de</strong>sempenho <strong>do</strong>s mesmos ou ambos(MENDES e LEITE, 2004).Segun<strong>do</strong> Greenberg (1999) os trabalha<strong>do</strong>res associam mais o <strong>estresse</strong> ao trabalhoquan<strong>do</strong> os objetivos da função não estão tão claros, quan<strong>do</strong> são exigi<strong>do</strong>s com conflitos, quan<strong>do</strong>tem baixa voz ativa para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e quan<strong>do</strong> necessitam se responsabilizar pelo<strong>de</strong>senvolvimento profissional <strong>de</strong> outros funcionários.A participação efetiva <strong>do</strong>s funcionários em <strong>de</strong>cisões, em processos <strong>de</strong> organizações daempresa, ou ainda quan<strong>do</strong> são consulta<strong>do</strong>s sobre questões <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> comportamento notrabalho, estão comprovadamente relaciona<strong>do</strong>s à satisfação com o emprego e a seus sentimentos<strong>de</strong> ameaça e <strong>de</strong> auto-estima. Enquanto o contrário também acontece, ou seja, trabalha<strong>do</strong>res quenão tem uma participação conjunta à empresa apresentam baixas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> física,consumo eleva<strong>do</strong> <strong>de</strong> bebidas alcoólicas, insatisfação com a vida, baixa motivação para o trabalho,etc. (GREENBERG, 1999).Este autor conclui que o <strong>estresse</strong> atribuí<strong>do</strong> ao trabalho como <strong>de</strong> difícil mensuração, emfunção <strong>do</strong>s estressores pessoais, <strong>do</strong>s locais <strong>de</strong> trabalho e das personalida<strong>de</strong>s e características <strong>de</strong>cada um. Mas mesmo assim conseguimos <strong>nos</strong> consi<strong>de</strong>rar ou perceber quan<strong>do</strong> estamos estressa<strong>do</strong>se ainda temos a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controlar estes <strong>estresse</strong>s através <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> emprego, novos<strong>de</strong>safios, técnicas <strong>de</strong> relaxamento, exercícios regulares, etc. No entanto, o que se po<strong>de</strong> fazerrealmente para superar o <strong>estresse</strong> é não passar a vida se queixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> emprego, <strong>do</strong> seu chefe, esim se ajudar, procuran<strong>do</strong> novas perspectivas para sua vida.


282.2.4 O <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho e <strong>do</strong>ençaAlguns estu<strong>do</strong>s têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho está liga<strong>do</strong> a enfermida<strong>de</strong> e<strong>do</strong>ença. No entanto, é difícil provar a ligação entre <strong>estresse</strong> <strong>de</strong> trabalho e <strong>do</strong>enças, principalmentepelas características específicas <strong>do</strong>s profissionais e estressores exter<strong>nos</strong> <strong>do</strong> local <strong>de</strong> trabalho(GREENBERG, 1999).Este mesmo autor cita ainda alguns estu<strong>do</strong>s que mostram que pilotos <strong>de</strong> aviãoapresentam batimentos cardíacos eleva<strong>do</strong>s e pilotos militares apresentam pressão sanguíneaaumentada durante a <strong>de</strong>colagem e aterrissagem, e estes níveis aumentam ainda mais para pilotosque pousam em porta-aviões, aumentan<strong>do</strong> ainda os níveis <strong>de</strong> colesterol sérico durante aaterrissagem.Com certeza, pilotar aviões po<strong>de</strong> produzir um <strong>estresse</strong> incomum, entretanto, empregoscujas máquinas <strong>de</strong>terminam o ritmo também alteram o funcionamento <strong>do</strong> organismo. Além disso,empregos que envolvem um ritmo rápi<strong>do</strong> e não são controla<strong>do</strong>s pelos trabalha<strong>do</strong>res, po<strong>de</strong>mocasionar a incidência <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença coronariana e <strong>de</strong> pressão sanguínea alta.Algumas outras conseqüências ou fatores associa<strong>do</strong>s ao <strong>estresse</strong> são: distúrbios <strong>de</strong> sono,distúrbios digestivos, problemas e mudanças comportamentais, sintomas psicopatológicos e/ousofrimento psíquico sem qualquer <strong>do</strong>ença mental, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> por um excesso <strong>de</strong> exigências“mentais” provenientes <strong>do</strong> trabalho e, mais especificamente, <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> trabalho(ANDRADE, 2001).Doenças cujo esta<strong>do</strong> mental aju<strong>do</strong>u, ou seja, foi um facilita<strong>do</strong>r para que a mesmaocorresse, são <strong>de</strong>nominadas psicossomáticas e envolvem tanto a mente quanto o corpo. Outrotermo utiliza<strong>do</strong> para estes distúrbios é psicofisiológico, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ainda ser psicogênico ousomatogênico. A primeira refere-se a uma <strong>do</strong>ença física causada por <strong>estresse</strong> emocional (ex:asma), a segunda (somatogênico) ocorre quan<strong>do</strong> a mente aumenta a suscetibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> organismoa algum microrganismo (ex: câncer) (GREENBERG, 1999).O <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>do</strong>enças e enfermida<strong>de</strong>s traz como fonte, o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho.A relação entre <strong>do</strong>ença cardiovascular e <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho tem si<strong>do</strong> encontrada com relativafreqüência em algumas pesquisas. Doenças cardíacas coronariana, hipertensão, diabetes e úlceras


29pépticas estão entre as quais têm si<strong>do</strong> liga<strong>do</strong> ao <strong>estresse</strong> <strong>do</strong> trabalho. A conseqüência ao<strong>de</strong>senvolver essas <strong>do</strong>enças ligadas ao <strong>estresse</strong>, é a aposenta<strong>do</strong>ria precoce, por exemplo. Além das<strong>do</strong>enças já citadas, o <strong>estresse</strong> no trabalho também tem conseqüências sobre a saú<strong>de</strong> psicológica,resultan<strong>do</strong>, por exemplo, em baixa autoconfiança, maior tensão e menor satisfação no emprego.


302.3 ESPORTESSegun<strong>do</strong> Moreira e Simões (2002), o termo esporte está longe <strong>de</strong> oferecer univocida<strong>de</strong> esim uma plurivocida<strong>de</strong>. O fenômeno esporte, em to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, converteu-se num setor <strong>do</strong>minanteda vida social, sem distinção <strong>de</strong> classe social nem <strong>de</strong> faixa etária. O homem sempre recorreu àsativida<strong>de</strong>s físicas por duas razões diferentes, primeiro para satisfazer suas necessida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong>alimentação e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesas, em forma <strong>de</strong> trabalho ou <strong>de</strong> guerra, respectivamente, o segun<strong>do</strong> paraexpandir suas emoções e sentimentos.Segun<strong>do</strong> Weineck (2003), o esporte é uma ativida<strong>de</strong> física caracterizada por umamodalida<strong>de</strong> esportiva específica e assim por uma varieda<strong>de</strong> infinita <strong>de</strong> formas. Desta formaWeineck coloca que o termo ativida<strong>de</strong> física é, portanto, “a forma básica <strong>de</strong> movimentar-se”,como, por exemplo, no âmbito das ativida<strong>de</strong>s diárias e o esporte em contrapartida seria umaforma mais especial <strong>de</strong> movimentar-se. Analisan<strong>do</strong> mais assiduamente, fica claro que algumasmodalida<strong>de</strong>s como o xadrez ou pesca esportiva influenciam o organismo <strong>de</strong> uma formacompletamente diferente, se compara<strong>do</strong>s com outras modalida<strong>de</strong>s como a ginástica olímpica oufutebol, ou seja, o termo esporte po<strong>de</strong> ser interpreta<strong>do</strong> <strong>de</strong> várias maneiras e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> comobjetivos, tipos <strong>de</strong> movimentos, etc. Nos <strong>esportes</strong> competitivos <strong>de</strong> rendimento, as associaçõesesportivas subdivi<strong>de</strong>m os <strong>esportes</strong> em ama<strong>do</strong>r, <strong>de</strong> rendimento, <strong>de</strong> alto rendimento e popular.Ainda assim é possível organizar os <strong>esportes</strong> por outros aspectos como o esporte militar, esportenas empresas, esporte universitário, para <strong>de</strong>ficientes ou para terceira ida<strong>de</strong>, etc. Esta classificaçãoabrange ainda mais a avaliação <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> afinal, existe uma gran<strong>de</strong> diferença entre asativida<strong>de</strong>s realizadas no alto rendimento e na terceira ida<strong>de</strong>.Relacionan<strong>do</strong> o esporte e saú<strong>de</strong>, verifica-se que to<strong>do</strong> esporte se pratica<strong>do</strong> <strong>de</strong> formaexcessiva po<strong>de</strong> inverter os efeitos positivos e conduzir para da<strong>nos</strong> à saú<strong>de</strong>, ou seja, <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>tempo foi algo saudável para uma pessoa po<strong>de</strong> se tornar nocivo à saú<strong>de</strong>. De acor<strong>do</strong> comWeineck, 2003, <strong>esportes</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s “saudáveis” po<strong>de</strong>m se tornar, com o passar <strong>do</strong> tempo,<strong>esportes</strong> “que fazem mal à saú<strong>de</strong>”. O importante sempre é manter uma regularida<strong>de</strong>, pratican<strong>do</strong>com continuida<strong>de</strong> as ativida<strong>de</strong>s escolhidas, <strong>de</strong> forma a suportar com tranqüilida<strong>de</strong> os esforçosexigi<strong>do</strong>s para que não haja lesões causadas, por exemplo, por sobrecarga. Esporte só po<strong>de</strong> se


31tornar um benefício para a saú<strong>de</strong> caso seja pratica<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma ativa, logo, o esporte por maissaudável que seja, não é remédio e também não serve como um trabalho compensatório <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>que é feito <strong>de</strong> erra<strong>do</strong> na vida, em relação aos vícios e alimentação (WEINECK, 2003). Portanto oesporte <strong>de</strong>ve ser trata<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma respeitável, tratan<strong>do</strong>-o com disciplina, tanto no alto rendimentoquanto no “condicionamento”, assim a prática <strong>de</strong> alguma ativida<strong>de</strong> ou modalida<strong>de</strong> esportivatorna-se mais prazerosa e eficiente, tanto no profissional quanto no lazer.2.3.1 Esporte e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidaQuan<strong>do</strong> se fala em esporte com fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, voltam-se os olhos à questão<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. O esporte, alia<strong>do</strong> à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, é um <strong>do</strong>s gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios atuais e o mesmo temsi<strong>do</strong> mostra<strong>do</strong> como o caminho para to<strong>do</strong>s aqueles que buscam uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vidasen<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os benefícios da prática esportiva alia<strong>do</strong>s à luta contra o se<strong>de</strong>ntarismo, e outroscausa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> males à saú<strong>de</strong> (MOREIRA e SIMÕES, 2002).Segun<strong>do</strong> o mesmo autor a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida através <strong>do</strong> esporte não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>exclusivamente <strong>do</strong> ambiente físico, mais sim <strong>de</strong> uma relação interpessoal estabelecida entre ospraticantes e da relevância que a ativida<strong>de</strong> assume para eles. Assim como <strong>de</strong>vemos escolher on<strong>de</strong>praticar, o que praticar e como praticar. Isso implica numa verda<strong>de</strong>, cujo esporte como direito <strong>de</strong>to<strong>do</strong>s, só acontece se tiver senti<strong>do</strong> para o indivíduo, inclusive <strong>de</strong> diversão. Alguns casos, porexemplo, <strong>de</strong> joga<strong>do</strong>res que por motivos <strong>de</strong> contusão, envelhecimento, etc, necessitam encurtarsuas carreiras e isso afeta não só a <strong>do</strong>r física, mas acarreta um sofrimento ocasiona<strong>do</strong> por umafrustração, levan<strong>do</strong> o joga<strong>do</strong>r às vezes à <strong>de</strong>pressão, às drogas, etc. Para que haja uma diminuiçãonestas “neuroses” é preciso realizar um trabalho <strong>de</strong> preparação para estes profissionais ouesportistas para que não ocorra nenhum problema psíquico em caso <strong>de</strong> afastamento <strong>do</strong> esporte,pois este é algo que <strong>de</strong>ve criar no corpo uma mediação radical <strong>de</strong> homem com o mun<strong>do</strong>,<strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> e ensinan<strong>do</strong> a ouvir, sentir o corpo, ser o corpo, cheirar, apalpar, para conhecerhumanamente o mun<strong>do</strong> (MOREIRA e SIMÕES, 2002). Desta forma fica claro, que quan<strong>do</strong>falamos em esporte, estamos envolven<strong>do</strong> corporeida<strong>de</strong>, motricida<strong>de</strong>s, relações e interaçõeshumanas. Associa<strong>do</strong> a isso, o esporte é, sem dúvida, apresenta<strong>do</strong> e aceito com uma formaconcentrada e a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> garantir uma boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Sen<strong>do</strong> o praticante <strong>de</strong> <strong>esportes</strong>


32afirmam:uma pessoa física, mental e moralmente saudável. Neste senti<strong>do</strong> Moreira e Simões (2002)É preciso dizer que não existe esporte e sim modalida<strong>de</strong>s esportivas que privilegiam certos tipos <strong>de</strong>ativida<strong>de</strong>s físicas, as quais, por sua vez, exigem uma participação parcial <strong>do</strong> corpo. Uma terceiraobservação é que a extensão <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> lazer, pelo me<strong>nos</strong> <strong>nos</strong> países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s e nas elites<strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais países, aju<strong>do</strong>u a criar, segun<strong>do</strong> Michael Bernard, “uma imagem mítica <strong>do</strong> homemprovi<strong>do</strong> <strong>do</strong> corpo harmonioso, livre, sadio e belo”. Entretanto, como o regime <strong>de</strong> trabalho,se<strong>de</strong>ntário ou não, está longe <strong>de</strong> proporcionar essa vida, ven<strong>de</strong>u-se à idéia <strong>de</strong> que o esporte seriacapaz <strong>de</strong> superar tal frustração <strong>do</strong> homem mo<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> ter visto no trabalho o caminho para umavida emancipada e <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>.Segun<strong>do</strong> Moreira e Simões (2002), a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida está vinculada às práticas<strong>de</strong>sportivas ou à vida atlética, sen<strong>do</strong> que o maior grau <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida atlética é alcançadapelos atletas <strong>de</strong> alto rendimento que atingem recor<strong>de</strong>s mundiais. No caso <strong>do</strong>s atletas, a escolha <strong>de</strong>uma vida <strong>de</strong>dicada ao esporte, um estilo <strong>de</strong> vida, que no seu enten<strong>de</strong>r, representa para ele aqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida almejada, alcançan<strong>do</strong> o máximo com o seu próprio corpo, ou seja, a satisfaçãopelos sucessos a serem atingi<strong>do</strong>s. Em contra partida, não se po<strong>de</strong> afirmar que o esporte é um fatorabsoluto <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, pois, por um la<strong>do</strong> existe uma única maneira <strong>de</strong> praticar <strong>esportes</strong>,portanto, não é no esporte que está a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, mas na maneira <strong>de</strong> praticá-lo.


332.4 ESPORTES DE AVENTURAO aparecimento e o crescimento das práticas esportivas <strong>de</strong> lazer sério e <strong>de</strong> competiçãocom <strong>aventura</strong>s e risco junto à natureza, ampliam a tensão esporte-espetáculo, realiza<strong>do</strong> emambientes cristaliza<strong>do</strong>s, e as práticas out<strong>do</strong>or, bem como entre ambiente e <strong>de</strong>senvolvimento,fazen<strong>do</strong> surgir na relação ecologia/esporte/turismo uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> diferentes grupos sociais,(COSTA, 2000). Este fato po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> com evidência nas corridas <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, quemesclam ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lazer, esporte e competição, to<strong>do</strong>s realiza<strong>do</strong>s por pessoas que a<strong>do</strong>ramesporte em meio à natureza. Um exemplo <strong>de</strong>ste esporte é um evento chama<strong>do</strong> “X-Terra” que seiniciou em 1996 em Maui, no Havaí, numa competição que incluía mountain bike, corridas emtrilhas e natação em mar aberto (GALEMBECK, 2005).De acor<strong>do</strong> com Costa (2000), os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> na natureza propiciam um gran<strong>de</strong>risco, sejam eles realiza<strong>do</strong>s na água, no ar, como vôos ou ainda em exploração por trilhas. Aprática <strong>de</strong>stes <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> na natureza (EAN) mobiliza o imaginário. As proprieda<strong>de</strong>ssimbólicas, físicas e técnicas <strong>de</strong>ssas práticas revelam-se na forma <strong>de</strong> percebê-las.Segun<strong>do</strong> Swarbrooke, a associação <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física à <strong>aventura</strong> talvez seja o maiscomum das percepções, sen<strong>do</strong> que o ambiente no qual ocorre, as áreas ao ar livre, combina bemcom <strong>aventura</strong>, porque a natureza <strong>nos</strong> proporciona recursos para muitas ativida<strong>de</strong>s que oferecemrisco, <strong>de</strong>safio, estímulo sensorial, novida<strong>de</strong>, etc.Para Costa (2000), a prática <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> na natureza está associada à idéia <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>carregada <strong>de</strong> um forte valor simbólico, e são umas tendências <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> diferentes partes <strong>do</strong>planeta a fazer coisas fora <strong>do</strong> comum. Ainda segun<strong>do</strong> Costa (2000) estes <strong>esportes</strong>, no movimentoecoturístico, possuem um caráter lúdico, uma vez que a atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong>s sujeitos que vivem a <strong>aventura</strong>no esporte é toma<strong>do</strong> <strong>de</strong> risco calcula<strong>do</strong>, colocan<strong>do</strong> toda confiança nas técnicas e na segurançapropiciada pela tecnologia.De acor<strong>do</strong> com Pereira (2003), as pessoas que praticam modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> na natureza, possuem personalida<strong>de</strong>s com predisposições biológicas para receberestímulos máximos e apresentam necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> experiências novas, complexas, com <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>correr riscos físicos e sociais por prazer, além <strong>de</strong> serem vistos pela socieda<strong>de</strong> como excêntricos eloucos. As ativida<strong>de</strong>s ligadas à natureza abrangem hoje um incontornável conjunto <strong>de</strong> vivências


34realizadas em cenário natural, possibilitadas pelo avanço tecnológico e impulsionadas pelai<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong> consumo da natureza. No Brasil, verifica-se a expansão recente e vigorosa <strong>de</strong>ssasmodalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forte apelo turístico (JESUS, 2003 apud ALVES, 2005).Para Bruhns (1997) apud Alves (2005), a opção pelas ativida<strong>de</strong>s físicas <strong>de</strong> lazer emcontato com a natureza, po<strong>de</strong> ser traduzida através <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> uma reconciliação com o meionatural, expressa numa experiência nunca antes vivenciada.2.4.1 TrekkingA palavra Trek significa migrar e possivelmente é uma herança da colonização inglesano mun<strong>do</strong>, principalmente na África e na América <strong>do</strong> Norte, on<strong>de</strong> os trekkers viajavam meses emsuas carruagens a boi, ou mesmo a pé, carregan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os seus pertences <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> para outro,semelhante aos nôma<strong>de</strong>s <strong>do</strong> oriente (RUPERTI, 2006).Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, justamente por esta <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> migração, mudança, viajar,“carregar a casa” e que o termo trekking é emprega<strong>do</strong> para esta ativida<strong>de</strong>. Também há os termos,backpacking e hiking, comumente utiliza<strong>do</strong>s na América. Como é uma ativida<strong>de</strong> inerente aohomem, não há um marco histórico <strong>do</strong> início <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong>, mas com as conquistas <strong>de</strong>montanhas ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, a prática <strong>do</strong> trekking já po<strong>de</strong>ria ser sinônimo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>.O trekking é uma ativida<strong>de</strong> física, aeróbica, com marcada presença no conjuntomuscular das pernas e quadril. Na tradução para o português a palavra trekking <strong>nos</strong> remete acaminhar, trilhar, andar. A mais remota e conhecida forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o homemascen<strong>de</strong>u à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> bípe<strong>de</strong>. A caminhada em si não faz senti<strong>do</strong> a não ser que estejaacompanhada <strong>de</strong> alguma motivação, seja ela física ou psíquica, propician<strong>do</strong>, muitas vezes, umaforma <strong>de</strong> relaxamento, prazer, convívio com a natureza ou consigo mesmo. Sen<strong>do</strong> uma ativida<strong>de</strong>que po<strong>de</strong> ser praticada por qualquer pessoa em qualquer ida<strong>de</strong> (sempre com cuida<strong>do</strong>s eprescrições <strong>de</strong> profissionais da área da saú<strong>de</strong>). O trekking é muito acessível <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vistafinanceiro e muito seguro quanto ao não comprometimento <strong>de</strong> alguma estrutura física <strong>do</strong>praticante, além <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r praticá-lo em qualquer ambiente e qualquer época <strong>do</strong> ano sem autilização <strong>de</strong> muitos acessórios (RUPERTI, 2005).


352.4.2 RapelTécnica <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida que o praticante utiliza para transpor obstáculos como prédios,paredões, cachoeiras, entre outros, com o uso <strong>de</strong> cordas ou cabos. O termo “rapel” vem <strong>do</strong>francês e significa trazer e recuperar. Apesar <strong>de</strong> não se saber exatamente quan<strong>do</strong> a técnica foicriada, ela foi utilizada por espeleólogos, que usavam <strong>de</strong>sse recurso para explorar cavernas(ROBERTO, 2006).Existe uma gran<strong>de</strong> discussão sobre se o rapel é um esporte ou apenas uma técnica. Osque acreditam se tratar <strong>de</strong> um esporte, encaram como uma ativida<strong>de</strong> divertida e que é utilizadasem outros fins, apenas por diversão. Já os que acreditam se tratar <strong>de</strong> uma técnica, geralmenteutilizavam-na como um meio <strong>de</strong> realizar outra modalida<strong>de</strong>, outro esporte ou mesmo a trabalho.Segun<strong>do</strong> o instrutor <strong>de</strong> rapel, Saulo Roberto (2006), a prática tem cresci<strong>do</strong> muito <strong>nos</strong>últimos a<strong>nos</strong>. “O número <strong>de</strong> pessoas interessadas na modalida<strong>de</strong> aumentou muito graças a gran<strong>de</strong>divulgação que o esporte tem consegui<strong>do</strong> junto à mídia”. Diferentemente <strong>de</strong> outros <strong>esportes</strong>, nãose sabe ao certo quan<strong>do</strong> o rapel surgiu exatamente. Mas os primeiros registros da técnica datam<strong>do</strong> século XIX. No final <strong>do</strong> século, alpinistas já utilizavam o rapel em suas escaladas. Porém, foicom os espeleólogos no início <strong>do</strong> século XX, que a técnica passou realmente a ser maisdifundida, e com o auxílio <strong>de</strong> cordas, esses explora<strong>do</strong>res conseguiram chegar a locais que antesnão podiam ter acesso.Segun<strong>do</strong> Saulo Roberto, o rapel po<strong>de</strong> ser pratica<strong>do</strong> em qualquer local, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> queofereça a segurança necessária e, esteja <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o seu nível <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>. O fundamentale imprescindível é não ultrapassar seus limites e respeitar os da natureza. “Só você sabe quais sãoos seus limites, respeite-os”. Indispensável é a escolha <strong>de</strong> um bom instrutor, experiente e comconhecimento <strong>do</strong> local, pois é este que vai dar todas as coor<strong>de</strong>nadas e ajuda, caso algumproblema aconteça. O mais importante na hora <strong>de</strong> praticar o rapel é estar atento a to<strong>do</strong>s os itens<strong>de</strong> segurança. É necessário estar acompanha<strong>do</strong> <strong>de</strong> um instrutor que conheça bem o local, utilizaros equipamentos corretos e em bom esta<strong>do</strong> e não <strong>de</strong>srespeitar a natureza, assim diminui-se muitoo risco <strong>de</strong> qualquer aci<strong>de</strong>nte.


362.4.3 PaintBallCria<strong>do</strong> <strong>nos</strong> Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, o paintball teve seu início da década <strong>de</strong> 70, começou comouma brinca<strong>de</strong>ira entre funcionários <strong>de</strong> uma empresa, utilizan<strong>do</strong> uma espécie <strong>de</strong> arma para atirarbolas <strong>de</strong> tinta. Estes trabalha<strong>do</strong>res, no final <strong>do</strong> expediente, aproveitavam para fazer um tipo <strong>de</strong>jogo muito popular <strong>nos</strong> Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, chama<strong>do</strong> "Capture the Flag" (Capture a Ban<strong>de</strong>ira). Nadécada <strong>de</strong> 1980, porém, o exército americano adaptou os marca<strong>do</strong>res e a técnica para seu uso, emtreinamentos especiais. O paintball acabou viran<strong>do</strong> brinca<strong>de</strong>ira entre os norte-america<strong>nos</strong> e logose espalhou pelo país, surgin<strong>do</strong> assim os primeiros campos para a prática. Com o sucesso <strong>do</strong>esporte, em 1993 foi fundada a National Paintball Premier League, liga profissional norteamericana.No Brasil, o paintball chegou no início <strong>do</strong>s a<strong>nos</strong> 90 e não <strong>de</strong>morou a se tornar manianas principais capitais brasileiras. Este “novo” esporte mistura espírito <strong>de</strong> equipe, união,planejamento, li<strong>de</strong>rança, organização e muita adrenalina em combates simula<strong>do</strong>s (EKOETE,2006).Segun<strong>do</strong> a Mega Play Paintball, o mesmo é um esporte <strong>de</strong> ação, muito diverti<strong>do</strong> eextremamente radical. Paintball po<strong>de</strong> ser joga<strong>do</strong> em qualquer tipo <strong>de</strong> campo, mas normalmente éjoga<strong>do</strong> em um campo retangular com obstáculos posiciona<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma simétrica. O tipo <strong>de</strong>campo mais popular é o "Air Ball", que consiste em obstáculos infláveis colori<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diferentesformas e tamanhos. No campo, jogam <strong>do</strong>is times com no mínimo quatro pessoas cada, sen<strong>do</strong> quecada time inicia o jogo <strong>de</strong> uma base, localizada nas extremida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> campo. Dentro <strong>do</strong> campoficam os juízes, que são responsáveis pelo jogo e principalmente por verificar a eliminação <strong>do</strong>sjoga<strong>do</strong>res. Um joga<strong>do</strong>r é elimina<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> uma bolinha atinge qualquer parte <strong>do</strong> seu corpo ouarma e estoura, causan<strong>do</strong> uma mancha <strong>de</strong> tinta. As bolinhas são especiais e na maioria das vezessão fabricadas com matéria prima bio-<strong>de</strong>gradável, não manchan<strong>do</strong> roupas e também não poluin<strong>do</strong>o meio ambiente.Cada joga<strong>do</strong>r leva consigo seu equipamento. To<strong>do</strong>s os joga<strong>do</strong>res e juízes são obriga<strong>do</strong>sa utilizarem máscaras e é absolutamente proibi<strong>do</strong> retirá-las <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> campo. As armas, chamadas<strong>de</strong> marca<strong>do</strong>res, são equipamentos <strong>de</strong> alta tecnologia, fabricadas geralmente <strong>nos</strong> EUA e Inglaterra.Estas funcionam com ar comprimi<strong>do</strong> e atiram as bolinhas em uma velocida<strong>de</strong> previamente


37ajustada, para que o impacto da bolinha no joga<strong>do</strong>r seja <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> padrão aceitável. Existemdiversos tipos <strong>de</strong> marca<strong>do</strong>res, com diversos tipos <strong>de</strong> ca<strong>nos</strong> e diversos tipos <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> arcomprimi<strong>do</strong>.No Brasil, o campeonato brasileiro é forma<strong>do</strong> por quatro etapas e composto por times<strong>de</strong> to<strong>do</strong> o Brasil. Existem também campeonatos regionais como Carioca e Paulista, campeonatos<strong>de</strong> trio, dupla e campeonatos exclusivos para iniciantes. Os campeonatos são importantes paraque os joga<strong>do</strong>res formem equipes e aprendam a competir, pois na competição é que as jogadasvão sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvidas com mais técnicas e precisão (MEGA PLAY, 2006).2.4.4 ArvorismoO arvorismo (passeio entre as copas das árvores) foi cria<strong>do</strong> em 1997, quan<strong>do</strong> ativistasecológicos, para impedir o <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> uma pequena floresta na Inglaterra, incentivaram asua exploração <strong>de</strong> uma forma não predatória, logo <strong>de</strong>pois passou a ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um esporte naNova Zelândia, enquanto outras fontes relatam o início <strong>do</strong> esporte po<strong>de</strong>ria ter si<strong>do</strong> na França.Com o auxílio <strong>de</strong> equipamentos a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s e <strong>de</strong> monitores especializa<strong>do</strong>s, as pessoaspo<strong>de</strong>m subir até as copas das árvores e andar entre elas por trilhas aéreas amarradas em bases ouplataformas construídas a alturas que variam em seis e 12 metros <strong>de</strong> altura.Para subir até as bases são feitas abordagens por escadas <strong>de</strong> toras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, escadas<strong>de</strong> cordas, pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> escalada e rapel. A passagem <strong>de</strong> uma árvore à outra é feita por percursos oumesmo por obstáculos para dar mais emoção. São re<strong>de</strong>s, troncos, túneis, pontes pênseis, escadas<strong>de</strong> corda, cordas bambas que dificultam o equilíbrio ("Falsa Baiana") etc.As plataformas chegam a ter até 12 metros <strong>de</strong> altura e assim é possível contemplar to<strong>do</strong>o panorama com uma visão aérea e sem riscos, pois são forneci<strong>do</strong>s kits com cinto <strong>de</strong> segurança,capacete, luvas, ca<strong>de</strong>irinha <strong>de</strong> escalada etc. O tempo to<strong>do</strong> a pessoa permanece segura por umcabo <strong>de</strong> aço. Alguns trajetos possibilitam o praticante <strong>de</strong> interromper o passeio a qualquermomento pelas pequenas plataformas que existem no circuito. Outras opções são os trajetosmenores cria<strong>do</strong>s para crianças.


382.4.5 Mountain BikeO Mountain Bike surgiu no final <strong>do</strong>s a<strong>nos</strong> 70, quan<strong>do</strong> um grupo <strong>de</strong> jovens ciclistascomeçou a freqüentar algumas trilhas nas montanhas da Califórnia (EUA). No início, bikers <strong>de</strong>estrada, começaram a buscar um novo estilo no ciclismo, uma alternativa para as bicicletasconvencionais utilizadas no asfalto. Segun<strong>do</strong> Tom Ritchey, uma lenda no esporte, o responsávelpela escolha da troca <strong>do</strong> "asfalto" pela "terra" foi Jobst Brandt, sen<strong>do</strong> o inspira<strong>do</strong>r <strong>de</strong>le e <strong>de</strong> maisoutros, como Gary Fisher. Existem relatos que já houve experiências anteriores (nas décadas <strong>de</strong>40 e 50) <strong>de</strong> utilizar bicicletas em trilhas, mas somente no final da década <strong>de</strong> 1970, que ocorreu a“explosão” das mountain bikes. (SATOSHI, 2006).Segun<strong>do</strong> Satoshi (2006), Tom Ritchey e Gary Fisher foram, além <strong>do</strong>s primeiros apraticar, os que <strong>de</strong>ram os primeiros passos para a comercialização <strong>do</strong> Mountain Bike. TomRitchey foi talvez quem mais contribuiu para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos quadros e materiaispara o esporte. Além <strong>de</strong> correr, construía e <strong>de</strong>senvolvia quadros e componentes artesanalmente,ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> Gary Fischer, que adaptou e <strong>de</strong>senvolveu vários componentes, como o câmbio.Para adaptar-se a prática <strong>do</strong> novo “esporte”, encaran<strong>do</strong> trilhas e morros e novos<strong>de</strong>safios, como não existiam quadros apropria<strong>do</strong>s, passaram a utilizar quadros <strong>de</strong> bikes cruisers.Logo, acrescentaram-se alguns componentes como câmbio, pneus maiores e freios maiseficientes, para dar início ao novo esporte, crian<strong>do</strong> assim, as formas tradicionais das mountainbikes. Com o tempo, os grupos <strong>de</strong> praticantes <strong>do</strong> mountain bike foram aumentan<strong>do</strong> em número etamanho. As provas foram sen<strong>do</strong> organizadas, e uma das primeiras competições <strong>do</strong> mountain bike(com registro) foi o Repack Downhill, um tipo <strong>de</strong> <strong>do</strong>wnhill realiza<strong>do</strong> aos finais <strong>de</strong> semana emMount Tamalpais, na Califórnia. A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão e assimilação <strong>do</strong> setor <strong>de</strong>terminouum novo ritmo no ciclismo. A cada ano, inovações são anunciadas, levan<strong>do</strong> as outras empresas aaperfeiçoarem cada vez mais os seus produtos. Isto <strong>nos</strong> leva a um alto nível <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,favorecen<strong>do</strong> tanto o consumi<strong>do</strong>r, como os atletas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um bom <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seuequipamento.No Brasil, na década <strong>de</strong> 1980, o mountain Bike apareceu como um esporte novo, sen<strong>do</strong>que alguns campeonatos começaram a surgir basea<strong>do</strong> <strong>nos</strong> campeonatos norte-america<strong>nos</strong>. Mas o


39mountain bike começou a ganhar impulso a partir <strong>do</strong> momento em que as empresas <strong>do</strong> setor<strong>de</strong> bicicletas <strong>do</strong> país perceberam o gran<strong>de</strong> potencial <strong>do</strong> esporte, em um merca<strong>do</strong> que era<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> pelas cruisers. Hoje, muitas competições acontecem pelo país, com a divulgação <strong>do</strong>esporte, e com muitas equipes profissionais, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> o bom nível técnico <strong>do</strong>scompeti<strong>do</strong>res. Mesmo que a técnica <strong>de</strong> <strong>nos</strong>sos atletas não atinja os níveis <strong>do</strong>s atletas <strong>de</strong> paíseson<strong>de</strong> o esporte está mais amadureci<strong>do</strong>, já <strong>de</strong>spontamos em vários campeonatos no exterior combons resulta<strong>do</strong>s inclusive com alguns representantes <strong>nos</strong> Jogos Olímpicos <strong>de</strong> Atlanta em 1996.(SATOSHI, 2006).O mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> mountain Bike não é só feito <strong>de</strong> competição. Existem grupos <strong>de</strong> pessoasque passaram a unir o prazer <strong>de</strong> pedalar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer novas paisagens. Destaforma surgiu o “cicloturismo”, ativida<strong>de</strong> em que ciclistas partem para viagens, utilizan<strong>do</strong> a bikecomo meio <strong>de</strong> transporte, on<strong>de</strong> provavelmente não se po<strong>de</strong>ria chegar <strong>de</strong> carro ou mesmo a pé.Hoje, há diversos grupos como esses, inclusive no Brasil. Embora seja também necessário algumpreparo, os “cicloturistas” enfrentam, geralmente, trechos <strong>de</strong> asfalto, <strong>de</strong> estradas <strong>de</strong> terra e, emalguns casos, algumas trilhas. Também há grupos que, mesmo sem competir, se reúnem pararodar pelas estradas <strong>de</strong> asfalto das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s, como os paulistas “Night Bikers” e o “SampaBiker”. O mountain bike contribui para a evolução <strong>do</strong> esporte ciclístico nacional e também àsocieda<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> que a bicicleta é um meio <strong>de</strong> transporte econômico e não poluente, preservan<strong>do</strong>o meio ambiente, melhoran<strong>do</strong> o condicionamento físico das pessoas, e uma alternativa à solução<strong>do</strong> caos provoca<strong>do</strong> pelo trânsito das gran<strong>de</strong>s cida<strong>de</strong>s (BLANQUER, 2006).


403 MÉTODONeste capítulo serão apresenta<strong>do</strong>s os seguintes procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>:caracterização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, população e amostra, instrumento <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, procedimentos para coleta<strong>de</strong> da<strong>do</strong>s e tratamento e interpretação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDOTrata-se <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong>scritiva <strong>de</strong> campo <strong>do</strong> tipo estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> caso, pois segun<strong>do</strong>Cervo e Bervian (2002) apud Mattos (2004), este tipo <strong>de</strong> pesquisa caracteriza-se pelapreocupação em estudar um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> grupo para investigar aspectos varia<strong>do</strong>s ou um eventoespecífico da amostra, sen<strong>do</strong> que um único caso é estuda<strong>do</strong> com profundida<strong>de</strong> para alcançar umamaior compreensão sobre outros casos similares.3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRAA população <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong> <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza<strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis, sen<strong>do</strong> cinco participantes <strong>do</strong> sexomasculino, com ida<strong>de</strong> entre 22 e 31 a<strong>nos</strong>.O estu<strong>do</strong> caracteriza-se como uma amostra não-probilística, pois este tipo <strong>de</strong>amostragem, segun<strong>do</strong> Marconi e Lakatos (2001), não faz uso <strong>de</strong> uma forma aleatória da seleção.A amostra é um grupo <strong>de</strong> sujeitos que terão suas características analisadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com asvariáveis nas quais, o estu<strong>do</strong> é conduzi<strong>do</strong>, ou seja, é uma parcela selecionada da população ou


41universo que se preten<strong>de</strong> estudar (THOMAS e NELSON apud MATTOS, 2004). Nestecaso, o estu<strong>do</strong> analisou um grupo <strong>de</strong> <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e a relação com o<strong>estresse</strong> <strong>nos</strong> mesmos.3.3 INSTRUMENTO DE ESTUDOO meio utiliza<strong>do</strong> para obtenção das informações foi um questionário misto adapta<strong>do</strong>,com perguntas abertas, fechadas e ainda combinação <strong>de</strong> múltipla escolha. O questionárioutiliza<strong>do</strong> foi elabora<strong>do</strong> com base no questionário utiliza<strong>do</strong> por Andra<strong>de</strong> (2001) no estu<strong>do</strong> daocorrência e controle subjetivo <strong>do</strong> stress na percepção <strong>de</strong> bancários ativos e se<strong>de</strong>ntários e noquestionário utiliza<strong>do</strong> por Martins (2006) no estu<strong>do</strong> da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física da natureza parauma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Segun<strong>do</strong> Andra<strong>de</strong> (1999) apud Ferreira (2003), o questionário éum conjunto <strong>de</strong> perguntas que o informante respon<strong>de</strong>, sem a necessida<strong>de</strong> direta da presença <strong>do</strong>pesquisa<strong>do</strong>r.A escolha <strong>do</strong> questionário como forma <strong>de</strong> avaliar os colabora<strong>do</strong>res <strong>de</strong>u-se pela maiorfacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> classificação e conseqüente tabulação e análise <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s. Segun<strong>do</strong> Cervo eBervian (2002), o “questionário é a forma mais utilizada para coletar da<strong>do</strong>s, possibilitan<strong>do</strong> medircom exatidão o que se <strong>de</strong>seja”. O questionário aborda questões relacionadas ao <strong>estresse</strong> e seráaplica<strong>do</strong> no próprio ambiente <strong>de</strong> trabalho <strong>do</strong>s participantes.3.4 PROCEDIMENTOS PARA A COLETA DE DADOSPara obtenção e registro das informações foram a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s os seguintes procedimentos:1. Contato com o proprietário da opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> para verificarinteresse e disponibilida<strong>de</strong> para participarem da pesquisa;2. Entrega <strong>do</strong>s questionários para o proprietário da empresa explican<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> esolicitan<strong>do</strong> a colaboração <strong>do</strong>s funcionários em participar da pesquisa;3. Explicação e familiarização <strong>do</strong>s participantes com os objetivos da pesquisa e com aaplicação da técnica e <strong>do</strong> questionário;


424. Aplicação <strong>do</strong> questionário, garantin<strong>do</strong> ao participante total sigilo <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.3.5 TRATAMENTO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.Os da<strong>do</strong>s foram separa<strong>do</strong>s em categorias, para análise e discussão <strong>do</strong> posicionamento<strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>s, e posteriormente coloca<strong>do</strong>s em tabelas <strong>de</strong> freqüência simples e percentual,utilizan<strong>do</strong> a estatística <strong>de</strong>scritiva.


434 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOSNesse capítulo são apresenta<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s os da<strong>do</strong>s referentes ao <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s<strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> Florianópolis,algumas características <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>, a relação <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> com as ativida<strong>de</strong>s, e também osefeitos que cada indivíduo sente por praticar esta ativida<strong>de</strong>.4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS INSTRUTORES DE ESPORTES DE AVENTURA E DANATUREZANesta categoria são apresentadas e analisadas as características <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis –SC, referentes à: ida<strong>de</strong>, sexo, esta<strong>do</strong> civil, grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, entre outros fatores.4.1.1 Ida<strong>de</strong>A tabela 1 apresenta a ida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.


44Tabela 1 – Ida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da naturezaIda<strong>de</strong> Freqüência %22 01 2024 01 2027 01 2028 01 2031 01 20Total 05 100Analisan<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da tabela 1, nota-se que a faixa etária varia entre 22 e 31 a<strong>nos</strong>,sen<strong>do</strong> a média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> 26,4 a<strong>nos</strong>. De acor<strong>do</strong> com Papalia e Olds apud Alves(2005), os “praticantes” po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s adultos jovens, <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s entre o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 20 a40 a<strong>nos</strong> e representa aproximadamente 20% da população brasileira.Ainda segun<strong>do</strong> os mesmos autores, os trabalha<strong>do</strong>res com me<strong>nos</strong> <strong>de</strong> 40 a<strong>nos</strong> ten<strong>de</strong>m aser me<strong>nos</strong> satisfeitos que os mais i<strong>do</strong>sos e, além <strong>de</strong> ganharem me<strong>nos</strong> são mais vulneráveis àmudança <strong>de</strong> emprego, no entanto, quan<strong>do</strong> reconheci<strong>do</strong>s profissionalmente, mostram-se maissatisfeitos.4.1.2 SexoEntre os <strong>instrutores</strong> que colaboraram com o estu<strong>do</strong>, 100% são homens. Analisan<strong>do</strong> osestu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s (1998) e Portela (2003) verifica-se a pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> sexo masculino naprática <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, sen<strong>do</strong> esse resulta<strong>do</strong> justifica<strong>do</strong> pelo fato que o homem, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> àquestão cultural da socieda<strong>de</strong>, possui uma tendência muito maior para a <strong>aventura</strong> e para se exporao risco <strong>do</strong> que as mulheres.4.1.3 Grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>natureza.A tabela 2 apresenta o grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da


45Tabela 2 – Grau <strong>de</strong> Escolarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da naturezaGrau <strong>de</strong> Escolarida<strong>de</strong> Freqüência %Ensino Médio Completo 01 20Superior Incompleto 02 40Superior Completo 01 20Especialista 01 20Total 05 100Analisan<strong>do</strong> a tabela 2, observou-se que <strong>do</strong>is <strong>instrutores</strong> possuem grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>superior incompleto, representan<strong>do</strong> 40% da amostra. Com grau <strong>de</strong> especialista, aparece apenasum <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>, com 20%. Os outros <strong>instrutores</strong> possuem grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong> superiorcompleto, 20% (01) e ensino médio completo, 20% (01). Os resulta<strong>do</strong>s mostram que osprofissionais <strong>de</strong> E.A.N. estão procuran<strong>do</strong> formação superior.De acor<strong>do</strong> com uma pesquisa realizada por Marinho e Ferreira apud Alves (2005), para osprofissionais que ministram cursos específicos, um <strong>do</strong>s critérios mínimos exigi<strong>do</strong>s é possuirescolarida<strong>de</strong>, sen<strong>do</strong> que o grau não foi menciona<strong>do</strong>, e apenas duas das <strong>de</strong>z empresas investigadasdão preferência a pessoas com curso secundário e superior em uma área <strong>do</strong> turismo. A pesquisaainda traz que qualquer pessoa interessada, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que possua condição física, afinida<strong>de</strong> e boasaú<strong>de</strong> para a prática das modalida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong>m participar <strong>do</strong> “processo <strong>de</strong> capacitação”. Porém osmesmos autores <strong>de</strong>stacam que a compreensão das terminologias “condição física e boa saú<strong>de</strong>”não foi <strong>de</strong>finida por aquelas que respon<strong>de</strong>ram a pergunta. Sen<strong>do</strong> assim, po<strong>de</strong> ocorrer algunsequívocos conceituais e até mesmo práticos, colocan<strong>do</strong> em questionamento os critérios para aparticipação ou não.4.1.4 Esta<strong>do</strong> CivilA tabela 3 mostra o esta<strong>do</strong> civil <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.


46Tabela 3 – Esta<strong>do</strong> civil <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da naturezaEsta<strong>do</strong> civil Freqüência %Solteiros 05 100Total 05 100Analisan<strong>do</strong> ao esta<strong>do</strong> civil <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>, observou–se que 100% (05) são solteiros.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente das modalida<strong>de</strong>s praticadas ou <strong>do</strong> cargo exerci<strong>do</strong> na empresa. Nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>Gue<strong>de</strong>s (1998), é visto que 74,28 % (26) são solteiros, discordan<strong>do</strong> da realida<strong>de</strong> da empresaanalisada nesta pesquisa.Segun<strong>do</strong> Papalia e Olds apud Alves (2005), durante as últimas décadas aumentou muitoa porcentagem <strong>de</strong> adultos jovens que ainda não se casaram, em todas as faixas etárias <strong>do</strong>s 20 aos39 a<strong>nos</strong>. Segun<strong>do</strong> os mesmos autores, alguns adultos jovens ficam solteiros para terem liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> correr riscos, experimentar e fazer mudanças <strong>de</strong> região, <strong>de</strong> profissão, aperfeiçoar suaformação, ou realizar um trabalho criativo, sem se preocupar se sua busca afeta outra pessoa.4.1.5 Ativida<strong>de</strong> diárianatureza.A tabela 4 mostra as ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e daTabela 4 – Ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da naturezaAtivida<strong>de</strong>s diárias Freqüência %Somente trabalha 02 40Trabalha e estuda 02 40Outra 01 20Total 05 100Dentro das práticas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s diárias, 40 % <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> eda natureza, relataram que somente trabalham. Outros 40% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s assinalaram com


47relação ao trabalho e estu<strong>do</strong>. Sain<strong>do</strong> das opções apresentadas, um instrutor se apresentou,além <strong>de</strong> instrutor, como professor, completan<strong>do</strong> os 20% restantes.4.1.6 O que significa <strong>estresse</strong>?Este tópico busca i<strong>de</strong>ntificar o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> segun<strong>do</strong> os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong><strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza. Os significa<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s pelos questiona<strong>do</strong>s possuem algumaspequenas diferenças, mas a maioria respon<strong>de</strong>u como o <strong>estresse</strong> sen<strong>do</strong> um cansaço provoca<strong>do</strong> peloexcesso <strong>de</strong> trabalho ou tarefas realizadas. Sen<strong>do</strong> que este cansaço, coloca<strong>do</strong> pelos <strong>instrutores</strong>,po<strong>de</strong> ser, mental ou físico.O termo “stress” (<strong>estresse</strong>) foi utiliza<strong>do</strong> pela primeira vez por Hans Seyle, mas segun<strong>do</strong>Greenberg (1999), o pesquisa<strong>do</strong>r Cannon i<strong>de</strong>ntificou primeiro esta reação <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> comoresposta <strong>de</strong> luta ou fuga, ou seja, seu corpo prepara-se ao ser confronta<strong>do</strong> por uma ameaça. HansSeyle <strong>de</strong>finiu o <strong>estresse</strong> como “a resposta inespecífica <strong>do</strong> corpo a qualquer coisa que lhe sejasolicitada”, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser os estressores, coisas boas ou ruins.O instrutor <strong>de</strong>finiu o <strong>estresse</strong> como: “um <strong>de</strong>sequilíbrio emocional e psicológico <strong>do</strong>sindivíduos por motivos diversos”. Outro instrutor <strong>de</strong>fine <strong>estresse</strong> como sen<strong>do</strong> “cansaço, excesso<strong>de</strong> trabalho sem controle, abuso mental”. Para Greenberg (1999), o esta<strong>do</strong> mental po<strong>de</strong> ser umfacilita<strong>do</strong>r para várias <strong>do</strong>enças, chamadas psicossomáticas, sen<strong>do</strong> essas <strong>de</strong>finidas popularmentecomo uma “coisa da sua cabeça”.4.2 RELAÇÃO DOS INSTRUTORES, COM OS ESPORTES DE AVENTURA E DANATUREZA.Nesta categoria são apresentadas e analisadas as relações <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza, com a prática <strong>do</strong>s mesmos, apresentan<strong>do</strong> também a relação e/ou efeitos<strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s no <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s participantes.A amostra contou com cinco <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza, sen<strong>do</strong>


48cinco representantes <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, que trabalham,principalmente, com as modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Trekking, Arvorismo, Paintball, Rapel e Mountain Bike.Além <strong>de</strong>ssas modalida<strong>de</strong>s mencionadas, os <strong>instrutores</strong> citaram outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza que são praticadas pelos mesmos e, também trabalhadas esporadicamentena opera<strong>do</strong>ra.4.2.1 Os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza pratica<strong>do</strong>s pelos <strong>instrutores</strong>natureza praticam.A tabela 5 mostra quais as modalida<strong>de</strong>s que os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e daTabela 5 – Esportes <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza que os <strong>instrutores</strong> praticamEsportes <strong>de</strong> Aventura Instrutores * %Arvorismo 03 60Rapel 03 60Mountain Bike 03 60Trekking 03 60Paintball 01 20Outros 03 60* Os participantes se enquadraram em mais <strong>de</strong> uma modalida<strong>de</strong>Nesta categoria os <strong>instrutores</strong> citaram muitos <strong>esportes</strong> pratica<strong>do</strong>s por eles, inclusivealguns que não praticam profissionalmente, somente por “hobby”, ou seja, os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza, praticam os mesmos, quan<strong>do</strong> não estão trabalhan<strong>do</strong>. Além <strong>do</strong>sapresenta<strong>do</strong>s na pesquisa, outros <strong>esportes</strong> como canoagem, rafting, escalada, foram cita<strong>do</strong>s como<strong>esportes</strong> pratica<strong>do</strong>s pelos <strong>instrutores</strong>.4.2.2 Tempo <strong>de</strong> práticaA tabela 6 apresenta o tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da


49natureza.Tabela 6 – Tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da naturezaTempo <strong>de</strong> prática Freqüência %04-06 02 4007-09 01 2010-12 01 2013-15 01 20Total 05 100A média <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> prática <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> é <strong>de</strong> 9,2 a<strong>nos</strong>. O instrutor com mais a<strong>nos</strong> <strong>de</strong>prática, está há quatorze a<strong>nos</strong> atuan<strong>do</strong>. O instrutor que apresenta me<strong>nos</strong> tempo <strong>de</strong> prática, temseis a<strong>nos</strong>. Nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Gue<strong>de</strong>s (1998), o tempo <strong>de</strong> prática da modalida<strong>de</strong> escalada é <strong>de</strong> 50%(4) <strong>do</strong>s escala<strong>do</strong>res apresentavam <strong>de</strong> 1 a 4 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> prática, e os outros 50% (4) apresentavammais <strong>de</strong> 4 a<strong>nos</strong> <strong>de</strong> prática da escalada.Segun<strong>do</strong> Martins (2006), a permanência <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> ou praticantes nas modalida<strong>de</strong>spo<strong>de</strong> ser justificada pelo fato, <strong>de</strong>sses se i<strong>de</strong>ntificarem com esse tipo <strong>de</strong> prática que possuicaracterísticas específicas como o contato com a natureza, com a incerteza, com a necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong>conhecimento <strong>de</strong> técnicas, <strong>de</strong> segurança, <strong>de</strong> equipamentos, ou seja, é realizada <strong>de</strong> maneiraconsciente.4.2.3 Sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem durante a práticaA tabela 7 apresenta as sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem durante a prática <strong>do</strong>s<strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.


50Tabela 7 – As sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem durante a práticaSensações Freqüência %Bem estar 01 20Liberda<strong>de</strong> 01 20Satisfação 01 20Me<strong>do</strong> 01 20Tranqüilida<strong>de</strong> 01 20Total 05 100Analisan<strong>do</strong> a tabela 7, po<strong>de</strong>mos notar que as sensações apontadas pelos <strong>instrutores</strong> sãobem distintas, ou seja, cada um tem uma sensação diferente durante a prática <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza. Segun<strong>do</strong> Gonçalves e Vilarta (2004), muitas situações que provocam<strong>estresse</strong> são inevitáveis. O ser humano vive em busca <strong>de</strong> relaxamento mental e físico que oconduza a liberar suas tensões diárias provocadas por situações diversas. Estas ativida<strong>de</strong>s fazemvivenciar um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> êxtase proporcionan<strong>do</strong> um encontro consigo mesmo, oportunizan<strong>do</strong> aoindivíduo comandar suas habilida<strong>de</strong>s e preferências, as quais ele mesmo <strong>de</strong>termina,proporcionan<strong>do</strong> assim total sensação <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. Segun<strong>do</strong> Tahara e Schwartz (2002), essasativida<strong>de</strong>s se caracterizam pela busca incessante <strong>de</strong> prazer, pela conquista <strong>de</strong> “estar livre”,fazen<strong>do</strong> concretizar um i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.Nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Zimmermann apud Martins (2006), foi visto que um elementoconstantemente evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> pelos praticantes é a liberda<strong>de</strong>. Muitas vezes ela po<strong>de</strong> estarrepresentada na fuga da rotina, aquele momento distante das obrigações <strong>do</strong> dia-a-dia, ou então,po<strong>de</strong> representar a constante adaptação <strong>do</strong> homem, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar os obstáculos.4.2.4 Sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem após a práticaA tabela 8 apresenta as sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem após a prática <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong><strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza.


51Tabela 8 – As sensações que os <strong>instrutores</strong> sentem após a práticaSensações Freqüência %Bem estar 01 20Sacieda<strong>de</strong> 01 20Paz 01 20Tranqüilida<strong>de</strong> 01 20Alívio 01 20Total 05 100Observa-se também que as sensações variam bastante, o que prova que os <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza proporcionam uma gama <strong>de</strong> sensações, tanto durante quanto após aprática. As sensações relatadas pelos <strong>instrutores</strong> foram: sacieda<strong>de</strong>, alívio, tranqüilida<strong>de</strong>, paz,bem-estar, etc. Um <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> escreveu: “Satisfação e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer <strong>de</strong> novo” (24).Essas sensações abordadas pelos <strong>instrutores</strong> são fatores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para umamelhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. A relação que eles estabelecem é que a prática, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a essassensações proporcionadas, tem gran<strong>de</strong> influência para interferir no <strong>estresse</strong> positivamente, ouseja, para evitar o mesmo.Nos estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Tahara e Schwartz (2002), que investigou a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>do</strong>spraticantes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> na natureza, é visto que um <strong>do</strong>s principais interesses nessaprática é a busca pela melhoria na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida com 46%. De acor<strong>do</strong> com Costa (2000), ospraticantes <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física da natureza possuem um gran<strong>de</strong> respeito pela natureza, aoincorporar essas ativida<strong>de</strong>s em seu estilo <strong>de</strong> vida, adquirin<strong>do</strong> não só admiração e respeito comotambém responsabilida<strong>de</strong> com a preservação da vida, num senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s ecológicas.4.3 RELAÇÃO DA PRÁTICA DOS ESPORTES DE AVENTURA E DA NATUREZA COM OTRABALHONesta categoria são apresentadas e analisadas as características <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis –


52trabalho.SC, referentes à relação <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza com o4.3.1 A relação da prática com o <strong>estresse</strong>Segun<strong>do</strong> os <strong>instrutores</strong> questiona<strong>do</strong>s, a relação é muito positiva, pois a prática <strong>do</strong>s<strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza alivia o <strong>estresse</strong>, proporcionan<strong>do</strong> uma fuga <strong>do</strong> mesmo, junto ànatureza. De acor<strong>do</strong> com um <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> existe uma relação <strong>de</strong> satisfação, preservação e <strong>de</strong>relaxamento emocional e psíquico, <strong>de</strong>sta forma segun<strong>do</strong> ele a prática “anula” o <strong>estresse</strong>.Para Costa (2000), essas práticas out<strong>do</strong>or, realizadas como lazer junto à natureza, elocais como rios, florestas e montanhas, por exemplo, são conhecidas por apresentarem umcuida<strong>do</strong> com o corpo, exigin<strong>do</strong> uma dieta e um condicionamento físico fundamental para a saú<strong>de</strong>e bem-estar. Esta postura e, uma interação com o meio ambiente, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ia uma percepçãodiferente <strong>de</strong> si mesmo, <strong>do</strong> espaço e da natureza.4.3.2 Motivação e satisfação no trabalhoVerifican<strong>do</strong> as respostas <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>, observa-se que <strong>do</strong>is <strong>de</strong>les sentem-se motiva<strong>do</strong>spara o trabalho a fim <strong>de</strong> proporcionar aos clientes a satisfação esperada, além da satisfaçãopessoal. Segun<strong>do</strong> Kirsta (1999), quanto mais felicida<strong>de</strong> e satisfação houver com seu trabalho,menor é a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sofrer <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>, sen<strong>do</strong> que muitos fatores influenciam nessasatisfação. Concordan<strong>do</strong> com Kirsta, a resposta <strong>de</strong> um instrutor foi que a satisfação está no que segosta <strong>de</strong> fazer, e isto conseqüentemente lhe traz tranqüilida<strong>de</strong>.A autora também coloca que os principais fatores que po<strong>de</strong>m influenciar na satisfaçãosão: o reconhecimento que recebe, o ambiente <strong>de</strong> trabalho, a pessoa para qual você trabalha, asegurança, o dinheiro e as perspectivas <strong>de</strong> promoção.Outros <strong>do</strong>is <strong>instrutores</strong> respon<strong>de</strong>ram que a satisfação também está no retorno financeiroe no ambiente interno da empresa (opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>), on<strong>de</strong> segun<strong>do</strong> ele existeum respeito mútuo entre os colabora<strong>do</strong>res e proprietários.


534.3.3 O ambiente familiar e o <strong>estresse</strong>Nesta categoria ficou bem explícito que to<strong>do</strong>s os <strong>instrutores</strong> possuem umrelacionamento familiar muito bom, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> claro que, neste caso, este fator não influencia no<strong>estresse</strong>.De acor<strong>do</strong> com Kirsta (1999), a confiança po<strong>de</strong> ser contagiosa, ou seja, se você é feliz econfiante nas próprias qualida<strong>de</strong>s, provavelmente terá uma vida familiar harmoniosa. As famíliasprecisam <strong>de</strong> disciplina, <strong>de</strong> amor e <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> regras. Esta, administrada <strong>de</strong> maneiracuida<strong>do</strong>sa, evita o caos <strong>do</strong>méstico e cria uma rotina mais harmoniosa e equilibrada.De acor<strong>do</strong> com Nahas (2003), o apoio social <strong>de</strong> familiares e amigos é um <strong>do</strong>s fatoresque predispõem ou dificultam a modificação comportamental como realizar ativida<strong>de</strong> física,mudança <strong>de</strong> hábitos alimentares entre outras.4.3.4 O relacionamento com os colegas no trabalhoAssim como nas repostas <strong>do</strong> item anterior, os <strong>instrutores</strong> foram bem enfáticos, poisto<strong>do</strong>s estão satisfeitos com o ambiente <strong>de</strong> trabalho e a relação com os colegas, e citam até queacontecem eventos <strong>de</strong> integração social <strong>do</strong>s colabora<strong>do</strong>res da opera<strong>do</strong>ra (empresa),proporcionan<strong>do</strong> aos mesmos uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> relação social.In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> ambiente, o local <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong> contribuir para o seu bemestarou acabar com o seu humor, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> ambiente cria<strong>do</strong> pelos próprios funcionários, istoenvolve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>coração até os relacionamentos sociais <strong>de</strong>ntro da empresa (KIRSTA, 1999).4.4 RELAÇÃO DOS INSTRUTORES DE ESPORTES DE AVENTURA E DA NATUREZACOM O ESTRESSENesta categoria são apresentadas e analisadas as características <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis –SC, referentes à relação <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> com o <strong>estresse</strong>.


544.4.1 Auto-avaliação <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong>Os <strong>instrutores</strong> se auto-avaliaram segun<strong>do</strong> os níveis <strong>de</strong>: ansieda<strong>de</strong>, tensão,competitivida<strong>de</strong>, ambição e perfeccionismo. As respostas foram as seguintes: três <strong>do</strong>s cinco<strong>instrutores</strong> se consi<strong>de</strong>raram pouco ansiosos. Outros três apontaram como características operfeccionismo, o que po<strong>de</strong> gerar <strong>estresse</strong> <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às contradições <strong>de</strong> idéias. Ainda nesta autoavaliação<strong>do</strong>is <strong>do</strong>s participantes da pesquisa relataram serem competitivos quan<strong>do</strong> necessário e,ambiciosos.4.4.2 Situações que mais provocam reações <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>Este aspecto é muito importante, pois as situações que provocam ou que irão provocar o<strong>estresse</strong> po<strong>de</strong>m ser evitadas. As repostas <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> foram mais relacionadas ao trabalho esempre envolven<strong>do</strong> “erros” huma<strong>nos</strong>, ou seja, problemas que po<strong>de</strong>riam ser evita<strong>do</strong>s.Segun<strong>do</strong> Andra<strong>de</strong> (2001), um estilo <strong>de</strong> vida ativo, com prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física,ajudam no controle e combate <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>.Dois <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> colocaram que a falta <strong>de</strong> comunicação interna é uma situação quepo<strong>de</strong> provocar <strong>estresse</strong> entre eles. Outros itens cita<strong>do</strong>s pelos <strong>instrutores</strong> foram os excessos <strong>de</strong>trabalho, assim como a cobrança sobre o mesmo, sen<strong>do</strong> estes fatores relevantes, segun<strong>do</strong> osquestiona<strong>do</strong>, e que po<strong>de</strong>m provocar o <strong>estresse</strong>.4.4.3 Estratégias para controlar o <strong>estresse</strong>Os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza (EAN), na maioria das vezes,segun<strong>do</strong> a <strong>de</strong>scrição <strong>do</strong>s próprios <strong>instrutores</strong>, praticam os EAN enquanto estão <strong>de</strong> folga comoestratégia para fugir <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>. Muitas vezes, o que acontece é que estes praticantes optam poroutras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> diferentes das que trabalham, ou seja, um instrutor <strong>de</strong> rapel, porexemplo, pratica canoagem como forma <strong>de</strong> regular ou “esquecer” <strong>do</strong>s problemas.


55Os <strong>instrutores</strong> participantes da pesquisas relataram as seguintes situações:“Viajar, mudar <strong>de</strong> cotidiano para que não caia na rotina” (22).“Quan<strong>do</strong> estou estressa<strong>do</strong> procuro praticar esporte que exija força física, e procuroficar calmo e controlar meus instintos” (27).Segun<strong>do</strong> Guiselini apud Martins (2006), o controle <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> está relaciona<strong>do</strong> àcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentar as circunstâncias diárias e lidar com sentimentos pessoais <strong>de</strong> maneirapositiva, otimista e construtiva.4.4.4 Relação entre o estilo <strong>de</strong> vida e o <strong>estresse</strong>Analisan<strong>do</strong> as respostas <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> po<strong>de</strong>mos notar que os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza <strong>de</strong>sta opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> vivem bem e têm seu trabalhocomo um estilo <strong>de</strong> vida, ou seja, eles trabalham com satisfação e alegria, o que proporciona umaqualida<strong>de</strong> boa no serviço e conseqüentemente em sua vida.Logo, concluímos que o estilo <strong>de</strong> vida tem uma relação relevante com o <strong>estresse</strong>. Deacor<strong>do</strong> com Costa e Tubino apud Martins (2006), a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física da natureza,possibilita a organização <strong>de</strong> um estilo <strong>de</strong> vida representa<strong>do</strong> por uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> manifestada emgestos, por aparelhagens utilizadas, por vestuários, pelo discurso e pelas ativida<strong>de</strong>s que daí são<strong>de</strong>rivadas, caracterizan<strong>do</strong> os praticantes.4.4.5 A empresa no combate ao <strong>estresse</strong>A opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> participante da pesquisa tem uma preocupação <strong>de</strong>integração entre os colabora<strong>do</strong>res, segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>is <strong>instrutores</strong>, porém, outros três acreditam quepo<strong>de</strong>ria haver uma forma <strong>de</strong> integração maior além <strong>de</strong> maiores perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso,principalmente <strong>nos</strong> finais <strong>de</strong> semana. Houve também uma sugestão <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> uma sala<strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso.


56Segun<strong>do</strong> Franco (2000), muito se discute atualmente, sobre a qualida<strong>de</strong> total, ouseja, a or<strong>de</strong>m é refletir sobre a empresa, preocupan<strong>do</strong>-se com a satisfação real das pessoasenvolvidas, enquanto a visão obstinada pelo lucro <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser priorida<strong>de</strong> nas cabeças <strong>do</strong>sempresários conscientes e evoluí<strong>do</strong>s, e nesta visão um pouco mais humanística, o homem teriaum estilo <strong>de</strong> vida mais digno. Este é um segmento ainda inicial, mas que possui uma gran<strong>de</strong>credibilida<strong>de</strong> no mun<strong>do</strong> empresarial.


575.CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES5.1 CONSIDERAÇÕES FINAISO envolvimento <strong>do</strong> ser humano com a prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s físicas é importantíssimo.Inúmeros são os benefícios proporciona<strong>do</strong>s durante e após as ativida<strong>de</strong>s. Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> quealgumas <strong>de</strong>stas ativida<strong>de</strong>s físicas, ou ainda alguns <strong>esportes</strong> po<strong>de</strong>m ser pratica<strong>do</strong>s em meio ànatureza torna-se ainda mais benéfico e interessante esta interação. Assim o homem consegueenriquecer ainda mais em seus aspectos fisiológicos, psicológicos e sociais.De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste estu<strong>do</strong> po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que os <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza, através da auto-avaliação, não se consi<strong>de</strong>raram estressa<strong>do</strong>s,pois se verificou que a prática profissional <strong>de</strong> <strong>esportes</strong>, mais especificamente <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza, ajuda, ou seja, influencia positivamente no controle <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>proporcionan<strong>do</strong> sensações, como: liberda<strong>de</strong>, satisfação, bem-estar, tranqüilida<strong>de</strong>, etc. Contu<strong>do</strong> oque se nota também é que as práticas <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> proporcionam, melhora <strong>de</strong><strong>de</strong>sempenho no próprio ambiente <strong>de</strong> trabalho.Com este estu<strong>do</strong> observou-se também que os <strong>instrutores</strong> possuem uma motivação maiorpara trabalhar e <strong>de</strong>monstrar satisfação ao cliente e satisfazer o mesmo. Da mesma forma existetambém uma sacieda<strong>de</strong> em relação ao grupo <strong>de</strong> trabalho, ou seja, os colabora<strong>do</strong>res da empresaestão com bom relacionamento entre eles, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma preocupação da própria empresa emcombater o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s seus funcionários.5.2 SUGESTÕESA partir das consi<strong>de</strong>rações finais, sugerimos:Ten<strong>do</strong> em vista que a prática <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza proporciona umcontrole <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>, além <strong>de</strong> ser uma ativida<strong>de</strong> física que permite uma vivência e contemplaçãocom o meio natural, po<strong>de</strong>ria haver maior número <strong>de</strong> locais para a prática <strong>do</strong> mesmo com


58segurança e responsabilida<strong>de</strong>.De acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong>, o <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> são controla<strong>do</strong>s ou“anula<strong>do</strong>s” pela prática, porém sugere-se a realização <strong>de</strong> outros estu<strong>do</strong>s com maior número <strong>de</strong>participantes, para que haja, comparação e análise <strong>do</strong> <strong>estresse</strong> <strong>do</strong>s <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong><strong>aventura</strong> e da natureza.Em relação aos <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, modalida<strong>de</strong>s que vem crescen<strong>do</strong> e toman<strong>do</strong> espaçono merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> turismo, sugere-se que elaborem ou proporcionem disciplinas específicas nasuniversida<strong>de</strong>s e maior número <strong>de</strong> literatura. Desta forma haverá melhor e maiores informação eformações <strong>de</strong> profissionais especializa<strong>do</strong>s na área.Aplicar o mesmo estu<strong>do</strong> a <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> outros <strong>esportes</strong> da natureza ou <strong>aventura</strong>, comoparaquedismo, asa-<strong>de</strong>lta, bungee-jump, rafting, entre outros, e fazer a comparação com o <strong>estresse</strong>.Outra área que po<strong>de</strong> ser explorada com essas ativida<strong>de</strong>s, EAN, é a área empresarial, queatualmente se preocupa cada vez mais com a diminuição <strong>de</strong> custos. Uma forma <strong>de</strong> conseguir estaredução é proporcionan<strong>do</strong> aos funcionários (colabora<strong>do</strong>res), melhores condições <strong>de</strong> trabalho,inclusive com informação e formação <strong>de</strong> profissional. Através <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que proporcionem aintegração <strong>do</strong>s grupos, po<strong>de</strong>-se conseguir e atingir estes objetivos. Para obtenção <strong>de</strong>stes, existehoje o chama<strong>do</strong> “treinamento empresarial” que trabalha com dinâmicas <strong>de</strong> grupo, li<strong>de</strong>rança,<strong>de</strong>safio pessoal, hierarquia <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s, entre outras.


59REFERÊNCIASALVES, Letícia Ferrari. Ativida<strong>de</strong>s Físicas <strong>de</strong> lazer em contato com a natureza: um estu<strong>do</strong><strong>de</strong> formação <strong>do</strong>s profissionais, 2005, Monografia (Bacharela<strong>do</strong> em Educação Física) –Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 2005.ALVES, Matheus Vaz. Motivos e barreiras relacionadas à prática <strong>de</strong> Ativida<strong>de</strong> Física:estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> bancários <strong>de</strong> uma agência <strong>de</strong> Florianópolis-SC, 2004, Monografia (Bacharela<strong>do</strong>em Educação Física) – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 2004.ANDRADE, Alexandro. Ocorrência e controle subjetivo <strong>do</strong> stress na percepção <strong>de</strong> bancáriosativos e se<strong>de</strong>ntários: a importância <strong>do</strong> sujeito na relação “ativida<strong>de</strong> física e saú<strong>de</strong>”. 2001(Tese <strong>de</strong> Doutora<strong>do</strong>) Centro Tecnológico, Curso <strong>de</strong> pós-graduação em Engenharia <strong>de</strong> Produção –UFSC.BATISTA, Luiz Alberto. Ativida<strong>de</strong>s físicas na natureza como conteú<strong>do</strong> programático <strong>de</strong> aulas <strong>de</strong>Educação Física. Revista Ação & Movimento. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2005.BLANKER, Jorge. Trilhas e Aventuras. Disponível em:. Acesso em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006.BRYANT, J. Cratty. Psicologia no esporte. Trad. Olívia Lustosa Bergier 2 ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro:Prentice-Hall <strong>do</strong> Brasil LTDA. 246p.CERVO, Ama<strong>do</strong> Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Meto<strong>do</strong>logia Científica. São Paulo: MakronBooks, 1996.CHAO, Cheng Hsin Nery. Relação homem/ natureza e o lazer como uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sensibilização da questão ambiental. Revista Motrivivência, Campo Gran<strong>de</strong>, ano XVI, nº 22, P.207-220, jun/2004.COSTA, Vera Lúcia <strong>de</strong> Meneses; Esportes <strong>de</strong> Aventura e risco em alta montanha. São Paulo:Editora Manole, 2000.EKOETE, Ekoeté. Disponível em: . Acesso em 26<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006.FENNELL, David. Ecoturismo: Uma introdução. São Paulo: Contexto, 2002. 281p.


60FERREIRA, Daniel Miguel. Caracterização <strong>do</strong> perfil sócio-econômico, motivacional, stressansieda<strong>de</strong> percebi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> competi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> corridas <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>. Florianópolis: CEFID/UDESC, 2003. Monografia <strong>de</strong> graduação.FRANCO, Gisela Sartori. Psicologia no esporte e na ativida<strong>de</strong> física: Uma coletânea sobre aprática com qualida<strong>de</strong>. São Paulo: Manole, 2000. 206p.GALEMBECK, Flávia. Aventure-se Out<strong>do</strong>or. Revista O2, São Paulo: Esfera BR. Ano 1 – 29Setembro. 2005. p 4-5GONÇALVES, A; VILARTA, R. Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e ativida<strong>de</strong> física: Exploran<strong>do</strong> teorias epráticas. 1 ed. Barueri: Manole, 2004. 287p.GREENBERG, J. S. Administração <strong>do</strong> <strong>estresse</strong>. 6 ed. Barueri-SP: Manole, 1999. 390p.GUEDES, Rodrigo Dutra. Um estu<strong>do</strong> sobre as características das ativida<strong>de</strong>s físicas nanatureza (AFAN) <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> seus praticantes em Florianópolis. 1998, Monografiaem Educação Física – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina – UDESC, Florianópolis, 1998.MARTINS, Marina V. A prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da natureza para uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida. 2006, Monografia (Bacharela<strong>do</strong> em Educação Física) – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> SantaCatarina – UDESC, Florianópolis, 2006.MATTOS, Mauro Gomes <strong>de</strong>. Teoria e prática da meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> pesquisa em EducaçãoFísica: Construin<strong>do</strong> sua monografia, artigo e projeto <strong>de</strong> ação. São Paulo: Phorte, 2004. 176p.MEGA PLAY. Mega play paintball. Disponível em:. Acesso em 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006.MENDES, Ricar<strong>do</strong> Alves; LEITE, Neiva. Ginástica Laboral: Princípios e Aplicações. SãoPaulo: Manole, 2004. 208p.MOREIRA, W. W.; SIMÕES, R. Esporte como fator <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Piracicaba-SP:Unimep, 2002. 378p.NAHAS, Markus Vinicius. Ativida<strong>de</strong> física, saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: conceitos e sugestõespara um estilo <strong>de</strong> vida ativam. Londrina: Midiograf, 2001.NAHAS, Markus Vinicius. Ativida<strong>de</strong> física, saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida: conceitos e sugestõespara um estilo <strong>de</strong> vida ativa. 3 ed. Londrina: Midiograf, 2003. 278p.PEREIRA, Daniel Miguel. Caracterização <strong>do</strong> perfil sócio-econômico, motivacional, <strong>estresse</strong> eansieda<strong>de</strong> percebi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> competi<strong>do</strong>res <strong>de</strong> corridas <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, 2003. Monografia(Bacharela<strong>do</strong> em Educação Física) – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Santa Catarina – UDESC,Florianópolis, 2003


61PORTELA, A. O uso <strong>de</strong> drogas ilícitas entre os praticantes <strong>de</strong> escalada em rocha, 2000, 96p.Monografia (Bacharela<strong>do</strong> em Educação Física) – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> SC, Florianópolis,2000.PORTELA, Andrey. Consumo <strong>de</strong> drogas lícitas e ilícitas por praticantes <strong>do</strong> esporte <strong>de</strong><strong>aventura</strong> – escalada em rocha. Florianópolis: UDESC, 2003. Monografia (especialização emTreinamento Desportivo e Personal Training).RIBEIRO, Nuno Cobra. A semente da vitória. 73 ed. São Paulo: Senac São Paulo, 2005. 223p.ROBERTO, Saulo; Oradical. Disponível em:. acesso em 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>2006.ROMÃO, P; PAIS, S. Revista Desporto. Porto: Porto, 2003.RUPERTI, Marcos Cida<strong>de</strong>; Zone. Disponível em:. Acesso em 25 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2006.SATOSHI, Fábio. Zone. Disponível em:.Acesso em: 26 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2006.SWARBROOKE, J. et al. Turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong>, conceitos e estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> casos.TAHARA, A. K., SCHWARTZ, G. M. Ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> na natureza: Investin<strong>do</strong> naqualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Motriz Jan-Jun. Vol. 9 n.1 2003.WEINECK, Jurgen. Ativida<strong>de</strong> física e esporte: para que?. Barueri: Manole, 2003. 254p.WEIBERG, Robert S.; GOULD, Daniel. Fundamentos da Psicologia <strong>do</strong> Esporte e <strong>do</strong>Exercício. Porto Alegre: Artmed, 2001.


ANEXOS62


63Anexo 1 Questionário aplica<strong>do</strong> aos <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> uma opera<strong>do</strong>ra<strong>de</strong> turismo <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> <strong>de</strong> Florianópolis.UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESCCENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA FISIOTERAPIA E DESPORTO – CEFIDACADÊMICO: Luis Henrique Torquato VanucciPROFESSOR ORIENTADOR: Andrey PortelaTÍTULO: O Estresse <strong>de</strong> Instrutores <strong>de</strong> Esportes <strong>de</strong> Aventura e da Natureza <strong>de</strong>uma Opera<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Turismo <strong>de</strong> Aventura <strong>de</strong> FlorianópolisEsta pesquisa preten<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar e <strong>de</strong>screver a relação entre <strong>estresse</strong> e <strong>instrutores</strong> <strong>de</strong><strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza. Está absolutamente garanti<strong>do</strong> o sigilo total dai<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s participantes <strong>de</strong>sta pesquisa.Sua participação e opinião são fundamentais para <strong>de</strong>senvolver este trabalho. Participe!Sua contribuição é muito importante. Obriga<strong>do</strong>!!ORIENTAÇÕES PARA O PREENCHIMENTOa) Responda todas as questões. Opte pela resposta que mais se aproxima <strong>de</strong> sua condição,opinião e atitu<strong>de</strong>;b) Seja totalmente honesto em suas respostas. Disto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m os bons resulta<strong>do</strong>s e ascorretas conclusões;c) Não escreva seu nome ou qualquer i<strong>de</strong>ntificação pessoal. Sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>ve serexposta, pois o que <strong>nos</strong> interessa é sua franca opinião.Q U E S T I O N Á R I O1 - Qual a sua ida<strong>de</strong>?R: ________________________a<strong>nos</strong>.2 - Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino3 - Qual é o seu grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>?( ) Analfabeto( ) Ensino fundamental incompleto( ) Ensino fundamental completo( ) Ensino médio incompleto( ) Ensino médio completo( ) Superior incompleto( ) Superior completo


64( ) Especialista( ) Mestra<strong>do</strong>( ) Doutora<strong>do</strong>( ) Outro: _________________________________4 - Qual é o seu esta<strong>do</strong> civil?( ) solteiro ( ) divorcia<strong>do</strong>( ) casa<strong>do</strong> ( ) viúvo( ) outro: __________________________________5 - Sobre sua ativida<strong>de</strong> diária, você?( ) Somente trabalha( ) Trabalha e estuda( ) Somente estuda( ) Outra.Qual?_______________________________________________________________6 - O que significa <strong>estresse</strong> para você?R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7 - Qual(is) é(são) o(s) esporte(s) <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza que pratica?R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8 - Quanto tempo faz que você pratica esporte(s) <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza (a<strong>nos</strong>)?R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________9 - Quais as sensações durante a prática <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza?R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________10 - Quais as sensações após a prática <strong>do</strong>s <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


6511 - Qual relação você estabelece entre sua prática <strong>de</strong> <strong>esportes</strong> <strong>de</strong> <strong>aventura</strong> e da natureza eseu <strong>estresse</strong>?R:___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________12 - Fale sobre sua motivação para executar seu trabalho? O que lhe proporciona maissatisfação no seu trabalho?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________13 - Fale sobre seu relacionamento familiar. O ambiente familiar te estressa <strong>de</strong> algumaforma?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________14 - Como é o clima <strong>de</strong> trabalho e seu relacionamento com os colegas?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________15 - Como você se auto-avalia com relação ao nível <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>; tensão,competitivida<strong>de</strong>, ambição e perfeccionismo?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________16 - Quais são as situações que mais provocam reações <strong>de</strong> <strong>estresse</strong> no trabalho e fora<strong>do</strong> trabalho?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________17 - Quan<strong>do</strong> você se sente sob pressão ou <strong>estresse</strong>, o que costuma fazer? Quaisestratégias pessoais você utiliza para controlar o seu <strong>estresse</strong>? Faça uma avaliação <strong>do</strong>seu controle <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>!R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


6618 - Existe alguma relação entre seu estilo <strong>de</strong> vida e o seu controle <strong>de</strong> <strong>estresse</strong>?Justifique!R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________19 - Como você avalia a ação da empresa no combate ao <strong>estresse</strong>? Quais sugestõesvocê daria?R:__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Outras observações, comentários ou sugestões:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________OBRIGADO POR SUA COLABORAÇÃO!!!

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