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Baby Food A crescer, apesar da crise

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Dossier<br />

38 Dh julho/agosto 2011<br />

<strong>Baby</strong> <strong>Food</strong><br />

A <strong>crescer</strong>, <strong>apesar</strong> <strong>da</strong> <strong>crise</strong><br />

O mercado de <strong>Baby</strong> <strong>Food</strong> é disputado por duas multinacionais, Danone e Nestlé, que<br />

apresentam uma gama diferencia<strong>da</strong> de produtos. Os consumidores continuam a preferir<br />

as marcas destes fabricantes, ain<strong>da</strong> que as dos distribuidores venham progressivamente<br />

a ganhar espaço. Sinal <strong>da</strong> <strong>crise</strong>? A ver<strong>da</strong>de é que com a saúde dos bebés não se brinca<br />

e, talvez por isso, a grande maioria <strong>da</strong>s categorias continua em crescimento.<br />

Quando falamos de produtos homogeneizados<br />

referimo-nos às embalagens<br />

de carnes, legumes, frutas, sobremesas,<br />

peixe, etc., especialmente<br />

concebi<strong>da</strong>s para os mais pequenos. Na ver<strong>da</strong>de,<br />

não é uma categoria que recolha a preferência<br />

<strong>da</strong> maioria dos consumidores, que<br />

tendem ain<strong>da</strong> a optar por refeições frescas.<br />

Apenas 16% dos lares de Portugal Continental<br />

compraram, em média, 7 uni<strong>da</strong>des<br />

em ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s 7 visitas feitas ao longo do<br />

último ano, gastando em ca<strong>da</strong> 4,33 euros,<br />

de acordo com o Nielsen HomeScan/Painel<br />

de Lares, para o período considerado.<br />

A grande procura, mais de metade, recai sobre<br />

as frutas, enquanto as sobremesas repre-<br />

sentam um quinto <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s deste produto<br />

e as carnes 14%. As ven<strong>da</strong>s dos restantes<br />

produtos são residuais.<br />

Ain<strong>da</strong> assim, foram vendi<strong>da</strong>s 43,5 milhões<br />

de uni<strong>da</strong>des, o que correspondeu a um volume<br />

de negócios de 25,5 milhões de euros,<br />

até à semana 16 do ano móvel de 2011, isto<br />

é, meados de abril, de acordo com <strong>da</strong>dos <strong>da</strong>


Nos produtos homogeneizados, quem está a <strong>crescer</strong><br />

são as marcas dos distribuidores, mais 76% no período<br />

considerado, enquanto os fabricantes viram as suas ven<strong>da</strong>s<br />

estagna<strong>da</strong>s.<br />

Nielsen Market Track (inclui LIDL). O que<br />

demonstra que este é um segmento em crescimento<br />

quer em volume, mais 5%, quer<br />

em valor, mais 3%, mas com uma particulari<strong>da</strong>de:<br />

quem está a <strong>crescer</strong> são as marcas<br />

dos distribuidores, mais 76% no período<br />

considerado, enquanto os fabricantes, ain<strong>da</strong><br />

que detenham a quase totali<strong>da</strong>de deste segmento<br />

(93%) viram as suas ven<strong>da</strong>s estagna<strong>da</strong>s.<br />

Efeitos <strong>da</strong> <strong>crise</strong>?<br />

“A nossa perspetiva para 2012 é positiva”<br />

A Danone está satisfeita com o posicionamento<br />

alcançado no ranking Market Track<br />

Nielsen?<br />

Estamos modera<strong>da</strong>mente satisfeitos, pois<br />

enquanto somos claros líderes no mercado<br />

de leites infantis com a marca Aptamil, no<br />

caso do mercado total de baby food ain<strong>da</strong><br />

não chegámos à liderança.<br />

Como avalia o ano de 2011 para a sua empresa<br />

e quais as vossas perspetivas para o<br />

segundo semestre do ano e para 2012,<br />

quando as medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> troika se farão sentir?<br />

O ano de 2011 tem sido desafiante pelas<br />

condições económicas que o país atravessa.<br />

Contudo, estamos preparados para estes<br />

desafios com planos sólidos e uma equipa<br />

coesa e motiva<strong>da</strong>, assim como produtos de<br />

alta quali<strong>da</strong>de e que são nutricionalmente<br />

a<strong>da</strong>ptados para bebés.<br />

Assim sendo, a nossa perspetiva para o segundo<br />

semestre de 2011 e para o ano de 2012<br />

é positiva, mas cautelosa tendo em conta a<br />

situação económica <strong>da</strong>s famílias. Acreditamos<br />

que os produtos para bebé devem ter uma taxa<br />

de IVA reduzi<strong>da</strong>, uma vez que são bens de<br />

primeira necessi<strong>da</strong>de e que não devem contribuir<br />

para onerar ain<strong>da</strong> mais os apertados orçamentos<br />

familiares do nosso país.<br />

A Danone tem já defini<strong>da</strong> alguma estratégia<br />

para minimizar a inevitável per<strong>da</strong> de poder<br />

de compra do consumidor e, eventualmente,<br />

a sua opção por produtos mais baratos,<br />

nomea<strong>da</strong>mente de marca do distribuidor?<br />

A per<strong>da</strong> de poder de compra <strong>da</strong>s famílias é<br />

uma preocupação, mesmo tendo em conta<br />

que, normalmente, os produtos para bebés<br />

são os últimos a sofrer cortes no orçamento<br />

familiar. Contudo, considerando que os nossos<br />

produtos são sempre nutricionalmente<br />

a<strong>da</strong>ptados a ca<strong>da</strong> fase de desenvolvimento<br />

do bebé até aos 36 meses, têm benefícios<br />

fun<strong>da</strong>mentais para os primeiros anos de vi<strong>da</strong>,<br />

são produzidos sob os mais altos padrões<br />

de quali<strong>da</strong>de e com ingredientes naturais<br />

e que visam tornar a vi<strong>da</strong> dos pais mais<br />

fácil, sendo práticos e convenientes, estamos<br />

seguros de ter as condições para oferecer<br />

de forma clara maior valor acrescentado<br />

aos pais na escolha dos nossos produtos<br />

Dossier<br />

Dados fornecidos por:<br />

Farinhas lácteas e não lácteas<br />

Foi a única categoria a de<strong>crescer</strong> no período<br />

considerado: as “farinhas lácteas” sofreram<br />

per<strong>da</strong>s de 5% em volume e 4% em valor, rendendo<br />

25,8 milhões de euros, pela ven<strong>da</strong> de<br />

quando se trata de cui<strong>da</strong>r do seu bem mais<br />

precioso – o seu bebé.<br />

A Danone planeia lançar novi<strong>da</strong>des a curto/<br />

/médio prazo, nesta categoria? Se sim, que<br />

inovação apresentam?<br />

A nossa empresa tem sido pioneira com inovação<br />

relevante e nutricionalmente a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong><br />

para bebés em muitos segmentos <strong>da</strong> alimentação<br />

infantil e continuará a manter essa dinâmica<br />

de inovação no curto/médio prazo,<br />

com o objetivo de oferecer produtos que<br />

contribuam para o desenvolvimento do bebé<br />

e que sejam a solução ideal para os pais.<br />

Ain<strong>da</strong> este ano, reforçámos a nossa oferta<br />

em leites de crescimento e lançámos produtos<br />

em formato poupança de forma a poder<br />

contribuir para o aumento do poder de compra<br />

na categoria.<br />

Como vê a evolução do mercado de baby<br />

food?<br />

Vemos o mercado de baby food com otimismo,<br />

mas ao mesmo tempo com cautela. Otimismo<br />

no sentido de estarmos convencidos<br />

que temos produtos que satisfazem as necessi<strong>da</strong>des<br />

dos bebés e pais e que contribuem<br />

para um melhor desenvolvimento nos<br />

primeiros anos de vi<strong>da</strong>, evitando riscos nutricionais<br />

futuros na vi<strong>da</strong> adulta. Cautelosos,<br />

na medi<strong>da</strong> em que o país atravessa tempos<br />

de turbulência económica e que nos coloca<br />

desafios adicionais a ultrapassar.<br />

Nuno Pena<br />

Marketing Director <strong>Baby</strong> Nutrition<br />

Danone<br />

julho/agosto 2011 Dh 39


Dossier<br />

4,5 tonela<strong>da</strong>s. É um mercado ain<strong>da</strong> dominado<br />

pelos fabricantes, que detêm quatro quintos<br />

<strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s, mas também aqui as marcas<br />

de distribuidor vão ganhando terreno. Assim,<br />

enquanto os distribuidores viram as suas ven<strong>da</strong>s<br />

<strong>crescer</strong>em 12%, os fabricantes foram confrontados<br />

com quebras na ordem dos 7%.<br />

19,3 milhões de euros foi quanto valeu a categoria<br />

de farinhas não lácteas, o que representou<br />

um crescimento de 6%. Crescimento<br />

que foi superior no caso <strong>da</strong>s marcas de<br />

distribuidores (mais um quarto de ven<strong>da</strong>s!)<br />

do que nas dos fabricantes que, ain<strong>da</strong> assim,<br />

<strong>crescer</strong>am 2%, num segmento onde detêm<br />

“Mercado <strong>da</strong> alimentação infantil depende de nascimentos”<br />

A Nestlé está satisfeita com o posicionamento<br />

alcançado no ranking Market Track<br />

Nielsen?<br />

A Nestlé é o líder em alimentação infantil, como<br />

tal, temos responsabili<strong>da</strong>des junto dos<br />

nossos consumidores e devemos comportar-nos<br />

como tal no que respeita à oferta dos<br />

produtos mais adequados às necessi<strong>da</strong>des<br />

de um grupo de consumidores muito especiais:<br />

os bebés portugueses.<br />

Como avalia o ano de 2011 para a Nestlé e<br />

quais as vossas perspetivas para o segundo<br />

semestre do ano e para 2012, quando as<br />

medi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> troika se farão sentir?<br />

O consumo de alimentos infantis depende<br />

muito do número de nascimentos. Em momentos<br />

em que a confiança dos consumidores<br />

diminui e a instabili<strong>da</strong>de económica e financeira<br />

<strong>da</strong>s famílias emerge pode, eventualmente,<br />

haver uma diminuição <strong>da</strong> taxa de<br />

natali<strong>da</strong>de e consequentemente do número<br />

de bebés. Obviamente que o mercado decresce<br />

quando o número de bebés diminui.<br />

A Nestlé tem já defini<strong>da</strong> alguma estratégia<br />

para minimizar a inevitável per<strong>da</strong> de poder<br />

de compra do consumidor e, eventualmente,<br />

a sua opção por produtos mais baratos,<br />

nomea<strong>da</strong>mente de marca do distribuidor?<br />

A Nestlé oferece uma gama completa de alimentos<br />

infantis indicados para ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s etapas do crescimento e desenvolvimento<br />

dos bebés. Existe<br />

uma grande varie<strong>da</strong>de disponível<br />

desde os leites<br />

infantis até às papas<br />

para bebés. No caso<br />

dos leites infantis, a<br />

recomen<strong>da</strong>ção médica<br />

é determinante<br />

e estamos a falar de<br />

alimentos cuja investigação<br />

e desenvolvimento<br />

são altamente<br />

especializados.<br />

Quanto a Cerelac, a oferta de<br />

papas lácteas e não lácteas adequa-se<br />

a todos as necessi<strong>da</strong>des e ou preferências<br />

e é possível elaborar uma refeição<br />

para o bebé com menos de trinta cêntimos.<br />

A Nestlé planeia lançar novi<strong>da</strong>des a curto/<br />

/médio prazo? Se sim, que inovação apresenta?<br />

Como líder em alimentação infantil, a Nestlé<br />

inova e renova constantemente a sua gama<br />

de produtos, a<strong>da</strong>ptando essa inovação às<br />

recomen<strong>da</strong>ções pediátricas mais recentes.<br />

Cerelac comemora este ano os seus 75 anos<br />

As marcas de distribuidor<br />

ain<strong>da</strong> não entraram<br />

no segmento do leite<br />

para lactentes.<br />

e lançou muito recentemente a varie<strong>da</strong>de<br />

Bolacha Maria e dois novos sabores de Cereais<br />

Líquidos Prontos a Tomar: Banana<br />

e Pera e a gama Frutíssima lançou<br />

dois novos sabores de<br />

fruta 100% (Maçã e Pera).<br />

Até ao final do ano,<br />

estão previstos ain<strong>da</strong><br />

novos sabores, sobretudo<br />

na área dos<br />

leites de crescimento,<br />

mas também<br />

em Cerelac.<br />

Como vê a evolução do<br />

mercado de baby food?<br />

O mercado de alimentação infantil<br />

depende muito do número de<br />

nascimentos. Apesar de um ligeiro aumento<br />

em 2010, o número de nascimentos tem vindo<br />

a diminuir nos últimos anos, acompanhando<br />

a tendência de outros países europeus.<br />

Por essa razão, o mercado encontra-<br />

-se em decréscimo, uma vez que a extensão<br />

de consumo de alimentos para além dos<br />

doze meses não é suficiente para compensar<br />

a diminuição de consumidores.<br />

Fernando Realista Carvalho<br />

Diretor Marketing<br />

Nestlé Nutrição Infantil


Ranking de marcas de baby food<br />

Segmento Marca<br />

Leite para Lactentes<br />

Produtos Homogeneizados<br />

Papas Lácteas<br />

Papas Não Lácteas<br />

Fonte: INA - Índice Nielsen Alimentar<br />

Ven<strong>da</strong>s em Quanti<strong>da</strong>de<br />

Ano móvel a terminar na semana 12 de 2011<br />

Milupa 1.º<br />

Nan 2.º<br />

Bledina 3.º<br />

Nidina 4.º<br />

Blédina 1.º<br />

Nestlé 2.º<br />

Iogolino 3.º<br />

Cerelino 4.º<br />

<strong>Baby</strong>bio 5.º<br />

Cerelac 1.º<br />

Milupa 2.º<br />

Milfarin 3.º<br />

Galacti 4.º<br />

Aptamil 5.º<br />

Nestum 1.º<br />

Cerelac 2.º<br />

Pensal 3.º<br />

Milupa 4.º<br />

Miluvit 5.º<br />

Dossier<br />

Em to<strong>da</strong>s as categorias<br />

de produtos baby food,<br />

exceto na de leite para<br />

lactentes, dois terços<br />

dos consumidores optam<br />

pelos supermercados para<br />

adquirirem estes produtos.<br />

uma posição dominante: 83%. No total foram<br />

vendi<strong>da</strong>s 4,8 tonela<strong>da</strong>s, mais 4% que<br />

no período homólogo anterior.<br />

Quase 30% <strong>da</strong>s famílias portuguesas adquiriram<br />

farinhas lácteas e não lácteas para<br />

criança, comprando quase um quilo em ca<strong>da</strong><br />

visita, no valor de 9,40 euros, fazendo<br />

num ano 8 visitas às lojas.<br />

Leite para lactentes<br />

Mais uma categoria em crescimento: as ven<strong>da</strong>s<br />

de leite para lactentes aumentaram 8%,<br />

atingindo um total de ven<strong>da</strong>s de 15,5 milhões<br />

de euros, com 927 mil quilos vendidos,<br />

mais 9% do que no período homólogo<br />

anterior. Nesta categoria, as marcas de distribuidor<br />

ain<strong>da</strong> não entraram.<br />

Em to<strong>da</strong>s as categorias de produtos baby<br />

food, exceto na de leite para lactentes, dois<br />

terços dos consumidores optam pelos supermercados<br />

para adquirirem estes produtos,<br />

enquanto quase 1 terço escolhe os hipermercados.<br />

As ven<strong>da</strong>s no comércio tradicional<br />

resumem-se a uma percentagem pouco<br />

relevante (menos de 10%).<br />

No caso do leite para lactentes, os supermercados<br />

representam 65% <strong>da</strong>s ven<strong>da</strong>s e os hipermercados<br />

35%, enquanto o comércio<br />

tradicional se manteve fora deste negócio.<br />

Sandra CoSta

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