Textos Globalização - Escola Interativa
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A cidade<br />
(Chico Science & Nação Zumbi)<br />
Sol nasce e ilumina as pedras evoluídas<br />
que cresceram com a força de guerreiros suicidas<br />
cavaleiros circulam vigiando as pessoas<br />
não importa se são ruins, não importa se são boas<br />
e a cidade se apresenta centro das ambições<br />
para mendigos ou ricos e outras armações<br />
coletivos, automóveis, motos e metrôs<br />
trabalhadores, patrões, policiais, camelôs<br />
a cidade não pára, a cidade só cresce<br />
o de cima, sobe e, o de baixo, desce<br />
a cidade se encontra prostituída<br />
por aqueles que a usaram em busca de saída<br />
ilusora de pessoas de outros lugares<br />
a cidade e sua fama vai além dos mares<br />
no meio da esperteza internacional<br />
a cidade até que não está tão mal<br />
e a situação sempre mais ou menos<br />
sempre uns com mais e outros com menos<br />
a cidade não pára, a cidade só cresce<br />
o de cima, sobe e, o de baixo, desce.
Matéria jornal Correio da Bahia, 17/10/04<br />
O ataque dos artistas de rua<br />
(Cláudia Lessa)
O mal que se desprende na guerra é a prepotência do<br />
poder, o ímpeto devastador e desmedido da força e da<br />
violência que, de propósito, são usadas para ferir e matar<br />
os homens, para devastar o mundo por eles tão<br />
arduamente construído e, a reboque, assolar a natureza.<br />
(Dulce Critelli. Folha de S. Paulo, 24/03/03)
"A repórter da Globo, voltando 10 anos depois ao Afeganistão,<br />
notou que as mulheres que antigamente caminhavam sempre<br />
meio metro atrás dos seus maridos, tinham passado a<br />
caminhar pelo menos 5 metros a frente deles.<br />
Interessadíssima nesta mudança de comportamento, ela<br />
imaginou que tal mudança de costumes deveria significar uma<br />
vitória feminina.<br />
Então aproximou-se de uma das mulheres e perguntou:<br />
– Isto é maravilhoso ! O que aconteceu aqui que fez com que se<br />
extinguisse esse costume absurdo de caminhar atrás dos<br />
maridos, e agora caminhar sempre a frente deles <br />
E a mulher respondeu:<br />
– Minas terrestres !"
Mas, o que é essa globalização e como é que ela se manifesta <br />
Não há uma definição que seja aceita por todos. Ela está definitivamente na moda e<br />
designa muitas coisas ao mesmo tempo. Há a interligação acelerada dos mercados<br />
nacionais, há a possibilidade de movimentar bilhões de dólares por computador em<br />
alguns segundos, como ocorreu nas Bolsas de todo o mundo, há a chamada<br />
"terceira revolução tecnológica"( processamento, difusão e transmissão de<br />
informações). Os mais entusiastas acham que a globalização define uma nova era<br />
da história humana.<br />
Qual a diferença entre Globalização, Mundialização e Internacionalização<br />
Globalização e Mundialização são quase sinônimos. Os americanos falam em<br />
globalização. Os franceses preferem mundialização. Internacionalização pode<br />
designar qualquer coisa que escape ao âmbito do Estado Nacional.<br />
Quando o mundo começou a ficar globalizado<br />
Novamente, não há uma única resposta. Fala-se em início dos anos 80, quando a<br />
tecnologia de informática se associou à de telecomunicações. Outros acreditam<br />
que a globalização começou mais tarde com a queda das barreiras comerciais.<br />
Globalização é poder comprar o mesmo produto em qualquer parte do mundo<br />
Não se pode confundir globalização com a presença de um mesmo produto em<br />
qualquer lugar do mundo. A globalização pressupõe a padronização dos produtos<br />
(um tênis Nike, um Big Mac) e uma estratégia mundialmente unificada de marketing,<br />
destinada a uniformizar sua imagem junto aos consumidores.<br />
Se as empresas globalizadas não tem país-sede, o que ocorre quando querem fazer<br />
um lobby<br />
A rigor, as empresas globalizadas preocupam-se muito mais com marketing, o<br />
grosso de seus investimentos. Se em determinado país as condições de seu<br />
fornecedor se tornaram desfavoráveis - os juros aumentaram, o que implica no<br />
aumento dos produtos -, a empresa globalizada procura outro fornecedor em outro<br />
país. Ela não perderá tempo em fazer lobby sobre determinado governo para que o<br />
crédito volte a ser competitivo.<br />
Por que dizem que a globalização gera desemprego<br />
A globalização não beneficia a todos de maneira uniforme. Uns ganham muito,<br />
outros ganham menos, outros perdem. Na prática exigem menores custos de<br />
produção e maior tecnologia. A mão-de-obra menos qualificada é descartada. O<br />
problema não é só individual. É um drama nacional dos países mais pobres, que<br />
perdem com a desvalorização das matérias-primas que exportam e o atraso<br />
tecnológico.<br />
A globalização vai deixar os ricos mais ricos e os pobres mais pobres<br />
Em seu relatório deste ano sobre o desenvolvimento humano, a ONU comprova que<br />
a globalização está concentrando renda: os países ricos ficam mais ricos, e os<br />
pobres, mais pobres. Há muitos motivos para isso. Alguns deles: a redução das<br />
tarifas de importação beneficiou muito mais os produtos exportados pelos mais<br />
ricos. Os países mais ricos continuam a subsidiar seus produtos agrícolas,<br />
inviabilizando as exportações dos mais pobres.
Poema à 11 de Setembro de 2001<br />
Desespero nas avenidas do West Side<br />
Um tiro no coração do mundo<br />
(A Ilha de Manhattan explode<br />
E os terroristas gritam Aleluias!)<br />
A América Rica, "xerife" do mundo<br />
Sofre atentados extraordinários<br />
(Seus totens capitalistas despencam<br />
Na globalização da violência)<br />
O mundo estupefato assiste<br />
O Grande Irmão sofrer retaliações<br />
(Por Granada, Vietnã, Hiroshima, Panamá<br />
Ou extremos orientes de fanáticos)<br />
O terror nas avenidas de Nova York<br />
Cidadãos desesperados (paisanos)<br />
Enquanto o coração do mundo é atacado<br />
Conjeturamos domínios e explorações<br />
A América Rica e sua "democracia"<br />
Só de dois partidos - poucos eleitores<br />
(Onde a mídia e o status mantêm<br />
O poder de sempre, sob controle)<br />
O neoliberalismo e a globalização<br />
(A miséria e a mentira são irmãs)<br />
Lucros injustos Riquezas impunes<br />
E um capital acumulativo, amoral<br />
O coração do mundo está ferido<br />
Seqüestros, ataques e irrazões<br />
(Talvez devamos repensar potentados<br />
De todos por todos, com humanismo)<br />
A América Rica em Nova York sangra<br />
E há um medo de uma outra guerra<br />
(A não-violência só prevalecerá<br />
Com uma paz justa sem excluídos!)<br />
Prof. Silas Corrêa Leite
Cacofonia Social<br />
Com a globalização<br />
dá-se dos pobres<br />
a exclusão<br />
acima dos médios<br />
a inclusão<br />
e destes - se ricos -<br />
a reclusão<br />
Carlos Vogt
A globalização está invadindo...<br />
Não nos dá chance para escolher.<br />
Estamos sendo devorados por suas ideologias<br />
Não pensamos no "outro"<br />
Não pensamos no comum<br />
Nossos sonhos estão congelados<br />
Tão frios quanto as nossas atitudes<br />
Esse individualismo maldito<br />
Está matando as emoções.<br />
Olhe as pessoas ao seu redor!<br />
Elas têm medo de sorrir, para não parecerem "palhaças".<br />
Têm medo de amar, para não parecerem ridículas.<br />
Têm vergonha de tentar ser feliz<br />
Fecham-se para as relações e não crescem como gente.<br />
Trabalham, estudam, têm filhos,<br />
Mas não se realizam,<br />
Pois não matam a fome do espírito:<br />
Fome de solidariedade,<br />
De união,<br />
Fome de amor!!!<br />
Shirley Pimentel de Souza
EU CREIO<br />
(Cora Coralina)<br />
Creio nos valores humanos<br />
e sou a mulher da terra.<br />
...<br />
Creio na força do trabalho<br />
como elos e trança do progresso.<br />
Acredito numa energia imanente<br />
que virá um dia ligar a família humana<br />
numa corrente de fraternidade universal.<br />
Creio na salvação dos abandonados<br />
e na regeneração dos encarcerados,<br />
pela exaltação e dignidade do trabalho.<br />
...<br />
Acredito nos jovens<br />
à procura de caminhos novos<br />
abrindo espaços largos na vida.<br />
Creio na superação das incertezas<br />
deste fim de século.
TEMPO DE CORVOS<br />
Francisco Simões<br />
Não, não é tempo de poetas<br />
É tempo de corvos, da gralha<br />
Que nos palácios se assoalha,<br />
Em úberes mananciais de tetas<br />
Sufragam a sugação do comum,<br />
Em verborreia se espalha<br />
Alvejando, desdourando,<br />
Exibindo em irônicos sorrisos<br />
O ludíbrio escabroso<br />
Da indiferença, do tenebroso.<br />
Não, não é tempo de poetas<br />
É mesmo tempo de corvos.<br />
Versífero, vejo meus versos,<br />
Dispersos, perseguirem algum sentido<br />
No injusto, no destrutivo,<br />
No lascivo, num universo<br />
Para poucos onde há muitos perdidos,<br />
Desorientados, estuprados,<br />
Com o rumo e a vida profanados<br />
E um abismo sem fundo nem reverso.<br />
Não, não é tempo de poetas,<br />
Pois, como falar de amor com a fome,<br />
De paz com a bala perdida,<br />
De fé com a mão estendida,<br />
De justiça com a força que esfola,<br />
De educação sem ter a <strong>Escola</strong>,<br />
De futuro sem ter a terra,<br />
De esperança sem ter o teto,<br />
De ordem e progresso sem o povo<br />
É, são tristes tempos de corvos
Caco Galhardo
HIP HOP
Disneylândia<br />
Titãs, gravada em seu CD Titanomaquia, em 1993.<br />
Filho de imigrantes russos casado na Argentina<br />
com uma pintora judia, casou-se pela segunda<br />
vez com uma princesa africana no México.<br />
Música hindu contrabandeada por ciganos<br />
poloneses faz sucesso no interior da Bolívia.<br />
Zebras africanas e cangurus australianos no<br />
Zoológico de Londres.<br />
Múmias egípcias e artefatos incas no museu de<br />
Nova York.<br />
Lanternas japonesas e chicletes americanos nos<br />
bazares coreanos de São Paulo.<br />
Imagens de um vulcão nas Filipinas passam na<br />
rede de televisão em Moçambique.<br />
Armênios naturalizados no Chile procuram<br />
familiares na Etiópia.<br />
Casas pré-fabricadas canadenses feitas com<br />
madeira colombiana.<br />
Multinacionais japonesas instalam empresas<br />
em Hong Kong e produzem com matéria prima<br />
brasileira para competir no mercado americano.<br />
Literatura grega adaptada para crianças<br />
chinesas da comunidade européia.<br />
Relógios suíços falsificados no Paraguay<br />
vendidos por camelôs no bairro mexicano de Los Angeles.<br />
Turista francesa fotografada semi-nua com o<br />
namorado árabe na baixada fluminense.<br />
Filmes italianos dublados em inglês com<br />
legendas em espanhol nos cinemas da Turquia.<br />
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos<br />
ingleses na Nova Guiné.<br />
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos<br />
na África do Sul<br />
pizza italiana alimenta italianos na Itália.<br />
Crianças iraquianas fugidas da guerra não<br />
obtêm visto no consulado americano do Egito<br />
para entrarem na Disneylândia.