A Simplicidade do Cotidiano
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A <strong>Simplicidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Cotidiano</strong><br />
“Quem é sábio ensina grandes verdades de maneira simples e agradável;<br />
quem é tolo só sabe ensinar o que não presta”.<br />
Pv 15.2<br />
O Filho de Deus vivia em perfeita felicidade, comunhão e participação no<br />
seio da Trindade. Mas Deus por amor nos envia seu Filho Único. Jesus deixa<br />
a Casa <strong>do</strong> Pai e vem a este mun<strong>do</strong>.<br />
Ele nos aparece com uma alma aberta e profunda. Tu<strong>do</strong> Nele é recolhimento<br />
silencioso e ao mesmo tempo to<strong>do</strong> o seu ser está de antenas ligadas com a<br />
vida, as pessoas, as coisas, os acontecimentos. Nada lhe passa<br />
desapercebi<strong>do</strong>.<br />
As suas Parábolas, suas comparações, suas observações são todas retiradas<br />
da simplicidade <strong>do</strong> cotidiano. Fala de tu<strong>do</strong> que vê, de tu<strong>do</strong> que vai surgin<strong>do</strong><br />
em seu caminho.<br />
Em tu<strong>do</strong> e para tu<strong>do</strong> e to<strong>do</strong>s, Ele tem um olhar, uma alma que admira e<br />
sabemos que, a admiração é o primeiro passo para o amor e a a<strong>do</strong>ração.<br />
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Dom Romer diz que o grande mal <strong>do</strong> homem moderno é que ele perdeu a<br />
capacidade de admirar, de contemplar.<br />
Rainer Maria Rilke diz: “A vida só lhe parece monótona se nela você não<br />
consegue descobrir nada na beleza e novidade que ela encerra no cotidiano”.<br />
No dia que, descobrires com Jesus e como Jesus essa beleza que o<br />
cotidiano encerra, sua vida vai mudar, vai ser diferente.<br />
O homem moderno busca segurança nas novidades que a cada momento vão<br />
surgin<strong>do</strong> e esquece, ou não conhece a “grande novidade” que nos veio trazer<br />
Jesus.<br />
Irineu Lião disse: “Depois da vinda de Jesus não houve mais novidade sobre<br />
a Terra! A grande novidade é Ele, Jesus de Nazaré”.<br />
Assim, na simplicidade <strong>do</strong> cotidiano que Jesus, “olhan<strong>do</strong> os pássaros <strong>do</strong> céu<br />
que não ceifam, nem recolhem nos celeiros, olhan<strong>do</strong> como crescem os lírios<br />
<strong>do</strong>s campos, que não trabalham, nem fiam”, tenta nos ensinar o que nos faz<br />
felizes, o que nos traz segurança e paz, saber crer, pois se: “Vosso Pai<br />
celeste tão bem cuida <strong>do</strong>s pássaros e <strong>do</strong>s lírios, quanto mais cuidará de nós,<br />
homens de pouca fé”. Desses pássaros e desses lírios é que Ele nos dá a<br />
grande lição para vivermos bem o nosso dia-a-dia, felizes e em paz.<br />
Ele parte sempre de fatos simples da vida cotidiana. Daquilo que ocorre a<br />
cada momento quan<strong>do</strong> algo “nasce” em nossa vida, como resulta<strong>do</strong> de um<br />
esforço, de um sofrimento.<br />
Esse é o “mistério” que muitos não compreendem e que só sabem aqueles que<br />
um dia encontraram, conheceram e experimentaram o Senhor Jesus, os que<br />
“saboreiam quão suave é o Senhor. Quem entende Só quem já saboreou.<br />
A prioridade da vida de Jesus foi o Reino, mas para ensinar a muitos essa<br />
prioridade, não deu cursos, nem conferencias, não fez congressos (nada<br />
contra, por favor - que bom que eles existem), Ele apenas usou de imagens<br />
simples, mas imperiosas e fortes, todas descritas nas chamadas Parábolas<br />
<strong>do</strong> Reino. E Ele dizia: “Aquele que tem ouvi<strong>do</strong>s para ouvir, ouça” Mas Jesus<br />
não os convidava a ouvir críticas, acusações. Jesus não violentava através<br />
das palavras, não procurava culpa<strong>do</strong>s, não enfraquecia a fé, não criava uma<br />
lama de ansiedade nas pessoas. Jesus era para aqueles que o ouviam um<br />
oásis de alegria, um rio onde fluía satisfação. Ele estava em sintonia com a<br />
humanidade.<br />
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Jesus tinha sensibilidade muito aguçada, nenhum sofrimento, necessidade<br />
alguma passava desapercebida. Ele apie<strong>do</strong>u-se da multidão sofrida, chorou<br />
sobre Jerusalém, chorou na morte de Lázaro. Jesus amava as crianças, os<br />
amigos.<br />
O amor de Jesus não era apenas um grande amor divino, mas era este além:<br />
“Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis Não fazem<br />
assim os publicanos” Amou o chefe <strong>do</strong>s recebe<strong>do</strong>res de impostos, Zaqueu,<br />
amou a peca<strong>do</strong>ra pública, aceitou suas lágrimas, seus beijos, seu perfume. E<br />
aproveitou a situação que escandalizava o fariseu Simão para lhe dar a<br />
grande lição de amor misericordioso: “Muitos peca<strong>do</strong>s lhe são per<strong>do</strong>a<strong>do</strong>s,<br />
porque demonstrou muito amor. Mas ao que pouco se per<strong>do</strong>a pouco se ama”.<br />
Ô Pai! Ainda teremos de aprender muito à luz <strong>do</strong> amor e da ternura de<br />
Jesus, a amar menos teoricamente e mais concretamente. Então a nossa<br />
teologia moral descobrirá algo que ela pouco conhece: a ternura e a<br />
compaixão. Precisamos ser discretos e mais delica<strong>do</strong>s com o próximo.<br />
Precisamos ser discretos e mais delica<strong>do</strong>s com a humanidade que sofre.<br />
Precisamos ser mais discretos e mais delica<strong>do</strong>s com aqueles que sofrem no<br />
corpo, na alma e na mente. Quem sofre precisa muito mais de ternura, de<br />
carinho, de compaixão <strong>do</strong> que de discursos e de sermões. Ninguém entende<br />
daquele sofrimento <strong>do</strong> qual não fez experiência pessoal.<br />
Quem sofre, sofre sempre um mal, assim só o amor e a ternura podem ser<br />
remédios para quem sofre.<br />
Jesus disse: “Eu sou o Bom Pastor que conheço as minhas ovelhas”, esse<br />
conhecimento, não é apenas algo que Ele conhece superficialmente, mas<br />
significa que entre Ele e suas ovelhas há uma relação íntima, existencial;<br />
supõe um contato pessoal impregna<strong>do</strong> de silêncio, de partilha, de diálogo, de<br />
presença. O “conhecer” de Jesus é o que há de mais profun<strong>do</strong> e mais cheio<br />
de amor. E porque Ele “conhece”, Ele nem julga, nem condena: “Nem eu tão<br />
pouco te condeno”, disse Jesus à mulher adúltera que ali estava diante dele<br />
arrasada, condenada por to<strong>do</strong>s.<br />
Jesus não veio ao mun<strong>do</strong> para condenar, para ridicularizar apontan<strong>do</strong> um<br />
grupo de peca<strong>do</strong>res e expon<strong>do</strong> seus peca<strong>do</strong>s. Jesus veio para salvá-los.<br />
Nós, porém, amamos pouco, conhecemos mal e julgamos e condenamos muito.<br />
Teresa de Jesus chama a imaginação (poluída) de a “<strong>do</strong>ida da casa”. Ninguém<br />
escolheria uma <strong>do</strong>ida como conselheira, escreve Salvatore Canals, uma <strong>do</strong>ida<br />
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que: “Nos comunica os seus temores e nos perturba com as suas apreensões,<br />
que nos sussurra ao ouvi<strong>do</strong> suspeitas infundadas que nos faz aban<strong>do</strong>nar a<br />
realidade com sonhos fantasiosos, cheios de euforia ou de pessimismo”.<br />
Jesus tinha um olhar profun<strong>do</strong>, penetrante: “os pensamentos <strong>do</strong> coração”:<br />
“Jesus, penetran<strong>do</strong>-lhes o pensamento, perguntou-lhes: Por que pensais mal<br />
em vossos corações”.<br />
Jesus tinha um olhar que observava, mas para elogiar e não condenar como o<br />
<strong>do</strong>s Escribas e Fariseus: “Jesus, levantan<strong>do</strong> os olhos, viu os ricos que<br />
deitavam as suas ofertas no cofre <strong>do</strong> Templo. Viu também uma viúva<br />
pobrezinha deitar duas pequenas moedas”. Aproveitan<strong>do</strong> logo o que viu para<br />
ensinar seus discípulos: “Aqueles deram o que lhes sobra; esta, porém deu<br />
da sua indigência, tu<strong>do</strong> o que lhe resta para seu sustento.<br />
Filha (o) no olhar de Jesus encontramos força, <strong>do</strong>çura, piedade,<br />
combatividade, exigência e ternura.<br />
Foi esse olhar exigente e terno que Ele se dirigiu ao jovem rico: “Fixan<strong>do</strong><br />
nele o olhar, Jesus o amou”.<br />
Ah! Como precisamos aprender com Jesus a fixar e a amar com o olhar! Mas<br />
como é difícil fixar esse olhar de amor, sobre to<strong>do</strong>s pobres e ricos, os que<br />
pensam como nós e os que diferem <strong>do</strong> nosso pensamento, os que acertam e<br />
os que erram. Temos muito, muito que aprender!<br />
Leonar<strong>do</strong> Boff disse: “Tão humano como Jesus, só Deus podia ser” é essa<br />
tal real humanidade de Jesus que nos ajuda a imitá-lo, porque vemos que Ele<br />
passou, experimentou tu<strong>do</strong> que passamos e experimentamos ao longo da<br />
vida.<br />
Meu bem Ele veio para ser modelo, para ser o caminho que nos leva ao Pai,<br />
Deus se fez homem para que o homem possa ser perfeito (maduro). Compete<br />
a cada um de nós tentarmos imitá-lo. Toda a nossa limitação deve ser<br />
assumida como Jesus-Homem assumiu a Dele.<br />
“Deus diviniza a nossa vida, à medida que nós a humanizamos”.<br />
Overbeck<br />
Oro para que seus corações sejam inunda<strong>do</strong>s de luz, a fim de que possam ver<br />
alguma coisa <strong>do</strong> futuro que Ele os chamou a partilhar.<br />
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Deus os abençoe!<br />
Regina Lopes<br />
reginabrazlopes@uol.com.br<br />
www.reginabrazlopes.blog.uol.com.br<br />
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