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"...homem e mulher os criou" - Reflexoes.diarias.nom.br

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"...<strong>homem</strong> e <strong>mulher</strong> <strong>os</strong> criou"Pr. Walter Sant<strong>os</strong> Baptista"Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o <strong>homem</strong> esteja só; farlhe-eiuma ajudadora que lhe seja idônea. Então o Senhor Deus fezcair um sono pesado so<strong>br</strong>e o <strong>homem</strong>, e este adormeceu; tomou-lhe,então, uma das c<strong>os</strong>telas, e fechou a carne em seu lugar; e da c<strong>os</strong>telaque o Senhor Deus lhe tomara, formou a <strong>mulher</strong> e a trouxe ao<strong>homem</strong>. Então disse o <strong>homem</strong>: Esta é agora <strong>os</strong>so d<strong>os</strong> meus <strong>os</strong>s<strong>os</strong>, ecarne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varãofoi tomada. Criou, pois, Deus o <strong>homem</strong> à sua imagem; à imagem deDeus o criou; <strong>homem</strong> e <strong>mulher</strong> <strong>os</strong> criou. Então Deus <strong>os</strong> abençoou elhes disse: Frutificai e multiplicai-v<strong>os</strong>; enchei a terra e sujeitai-a;dominai so<strong>br</strong>e <strong>os</strong> peixes do mar, so<strong>br</strong>e as aves do céu e so<strong>br</strong>e tod<strong>os</strong><strong>os</strong> animais que se arrastam so<strong>br</strong>e a terra". (Gn 2. 18, 21-23;1.27,28)"Homem e <strong>mulher</strong> <strong>os</strong> criou" diz a Escritura Sagrada e nessa pequenaexpressão está todo o mistério de ser adam, o ser humano comoDeus o criou. O <strong>homem</strong> e a <strong>mulher</strong> são iguais em dignidade e destin<strong>os</strong>o<strong>br</strong>enatural, mas tão paradoxais com respeito à natureza humana. Epor conta das diferenças, aliás, significativas diferenças, já houvequem dissesse que eles pertencem a planetas distint<strong>os</strong>: o <strong>homem</strong> éda Terra, mas a <strong>mulher</strong> veio de algum outro planeta... É umaalienígena! Pensa e reage de modo tão diferente! Há quem seja muitoferino com a <strong>mulher</strong>. Por exemplo, Catão, pensador romano, disse:"Consente que a <strong>mulher</strong>, uma só vez, chegue ao pé de igualdadecontigo [estava falando a um <strong>homem</strong>], e desse momento em diante,ela se tornará superior a ti". Vejam, porém, o que uma <strong>mulher</strong> dissea respeito das outras <strong>mulher</strong>es. Foi Mme. de Staél assim seexpressou: "Alegro-me por não ser <strong>homem</strong>, já que o sendo teria queme casar com uma <strong>mulher</strong>." No entanto, Plutarco opinou: "As<strong>mulher</strong>es, quando amam, põem no amor algo divino. Esse amor écomo o Sol que anima a Natureza." Que coisa linda disse ele arespeito do amor feminino!Nada disso invalida o relevante fato que <strong>homem</strong> e <strong>mulher</strong> têm visõesdiferentes do mundo, da vida, do amor, mas se completam. E umescritor evangélico d<strong>os</strong> n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> dias, o Pr. Jaime Kemp, também deu a


sua opinião dizendo que "Eva foi criada para ser a peça que faltavano que<strong>br</strong>a-cabeça da vida de Adão" .COMPREENDENDO AS DIFERENÇASHomem e <strong>mulher</strong> são iguais, mas são diferentes. Que contradição éessa? São iguais na mesma vida vegetativa e faculdades sensoriais,são iguais n<strong>os</strong> mesm<strong>os</strong> atribut<strong>os</strong> intelectuais e no mesmo destinonatural e so<strong>br</strong>enatural, nas mesmas causas comuns. E, no entanto,são tão divers<strong>os</strong>, visto que cada sexo tem características próprias. Seo <strong>homem</strong> tem maior força física, e é preparado para grandes esforç<strong>os</strong>nesse campo, a <strong>mulher</strong> tem muito mais força intrínseca, como quepreparada para não gemer enquanto sofre, nem cansar. A <strong>mulher</strong>tem graça, tem ternura, tem feitio delicado. E se o <strong>homem</strong> se doa aotrabalho, e dele faz o seu centro de interesse; a <strong>mulher</strong> se doaintegralmente a quem ama (marido, filh<strong>os</strong>), e faz do lar o seu centrode atenção. Se ele busca o exercício do poder, da chefia, daconquista do mundo exterior, da imp<strong>os</strong>ição de ideais; ela atua maisdiretamente so<strong>br</strong>e aqueles a quem ama. É de uma presençaimpressionante no seu lar. Se ele tem espírito de decisão, deiniciativa, uma visão segura e clara d<strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> (por isso, é "chefede família"), ela p<strong>os</strong>sui delicadeza, sensibilidade, dedicação, belezafísica, e o dom da maternidade física e espiritual (por isso é chamada"mãe de família").As diferenças não devem se tornar obstáculo ao amor. Pelo contrário,amb<strong>os</strong> devem conhecê-las, identificá-las, aceitá-las e não considerálascomo barreira, como pedra-no-meio-do-caminho do amor e docasamento. É verdade que desentendiment<strong>os</strong> até podem surgir porconta dessas diferenças. Acontece, e muito. Não esqueçam<strong>os</strong>, noentanto, que para o equilí<strong>br</strong>io do lar é fundamental que <strong>homem</strong> e<strong>mulher</strong> coexistam, e coabitem (mesmo que ela seja de outroplaneta!), mas vivam com suas características. Aliás, nem devem<strong>os</strong>olhar para isso, nem devem<strong>os</strong> olhar para as divergências, senão parao seu aspecto de complementação. Não foi assim que o Senhorprojetou?: "Não é bom que o <strong>homem</strong> esteja só; far-lhe-ei umaajudadora que lhe seja idônea". (Gn 2.18). Uma ajudadora, umaauxiliadora, uma complementação naquilo que o <strong>homem</strong> não sabenem pode fazer; ajudadora que esteja à sua altura, "que lhe sejaidônea", diz o texto. É por essa razão que tem<strong>os</strong> dentro de nós forçaspoder<strong>os</strong>íssimas que agem sem que, sequer, percebam<strong>os</strong>. E umadelas é a busca do caráter op<strong>os</strong>to. É a necessidade da antítese, eesse é o milagre do amor: são dois necessitad<strong>os</strong> que se completam.CONTINUANDO AS DIFERENÇASNietzche, filósofo extremamente racional do século passado, e, aomesmo tempo, muito cínico, desejando expressar a natureza da<strong>mulher</strong> deixou o seguinte: "Tudo na <strong>mulher</strong> é um enigma, e tudo na<strong>mulher</strong> tem uma solução: chama-se gravidez."


Há estruturas psíquicas bem distintas no <strong>homem</strong> e na <strong>mulher</strong>. Jásabem<strong>os</strong> que o <strong>homem</strong> pensa de um jeito, e a <strong>mulher</strong> pensa de outramaneira. Elas decorrem do fato que a natureza guiada por Deus nã<strong>os</strong>o<strong>br</strong>ecarrega as criaturas de atribut<strong>os</strong> de que não necessitam,. Issoquer dizer que em cada ser, em cada criatura, uma é forte eexpressiva nas qualidades de que precisa. Assim, o <strong>homem</strong> temcertas qualidades que não se encontram na <strong>mulher</strong>, e vice-versa. Aíse completam. Precisam disso para cumprir as suas tarefas, mas sãofrac<strong>os</strong>, razão porque um necessita do outro, completando-o. O<strong>homem</strong> tem tudo o que falta à <strong>mulher</strong>, e vice-versa. Ou seja,virtudes masculinas na <strong>mulher</strong> são defeit<strong>os</strong>, como mod<strong>os</strong> feminin<strong>os</strong>no <strong>homem</strong> não são convenientesEste não é um trabalho so<strong>br</strong>e psicologia científica. A ênfase há de sernão exatamente nas diferenças, mas em como conhecê-las eadministrá-las, ou como utilizá-las adequadamente, e assimenriquecer a vida do casal. E sabem o quê? Nem sempre a mesmapalavra ou expressão significa a mesma coisa para o <strong>homem</strong> e para a<strong>mulher</strong>. Por exemplo, que significado tem a expressão "lua de mel"para cert<strong>os</strong> homens? Que significa a mesma expressão para as<strong>mulher</strong>es? Quando faço as entrevistas pré-matrimoniais, essa é umadas perguntas. Exatamente isso: "Que significa para você, minhafilha, "lua de mel?" E, geralmente, vem uma idéia tão romanceadapara a moça, e ela pretende ficar em lua de mel toda a vida. O rapaz,quantas vezes, tem outra idéia, e discutim<strong>os</strong> as duas, e chegam<strong>os</strong> auma síntese.O traço basilar da natureza masculina é a dinâmica. E é por essemotivo que todo menino <strong>br</strong>inca pensando em um algo que o leve paralonge. "Você quer ser o quê?" E ele fala: "Aviador (marinheiro,astronauta, caminhoneiro)". Isso é coisa de menino: ele foi feito paraa ação, para a combatividade, para o trabalho pesado. Mas a <strong>mulher</strong>é delicada. É delicada mas não é fraca. É coraj<strong>os</strong>a diante da dor. Eum médico pediatra amigo meu dizia "Mãe não cansa." Mas não éuma questão de força física. É verdade que ela sofre variação no seutemperamento; é dada à depressão em cert<strong>os</strong> moment<strong>os</strong>; temalegria no outro momento. Aliás, o marido não deve se alarmar comisso, não; compreenda sua <strong>mulher</strong>: há moment<strong>os</strong> da vida em que elaestá altamente deprimida; talvez na hora seguinte ela estejadiferente e o marido que não conheça e compreenda essa diferençafeminina vai ter muit<strong>os</strong> problemas em casa, porque não vai entendera po<strong>br</strong>e da sua <strong>mulher</strong>. Conseqüências: ela espera do maridoproteção, segurança, estabilidade, e ele não as dá.Por outro lado, falando em tese, o pensamento masculino é devagar,abstrato, mas tem muita lógica. Já perceberam que <strong>os</strong> sistemasfil<strong>os</strong>ófic<strong>os</strong>, que as grandes teorias científicas, as fórmulas universaisvieram todas de homens com seus pensament<strong>os</strong> puxando à lógica e à


abstração? E aí a <strong>mulher</strong> vai exclamar amargurada: "Meu marido nãome compreende..." É difícil mesmo!... Nicolas Berdiaeff deixouregistrado que "existe uma profunda e trágica desinteligência, umaestranha e dolor<strong>os</strong>a incompreensão entre o amor do <strong>homem</strong> e da<strong>mulher</strong>." E dizem que a Esfinge propunha o seguinte enigma:"Decifra-me ou devoro-te" (não é de espantar que a Esfinge f<strong>os</strong>seuma <strong>mulher</strong>).O traço fundamental da natureza feminina é a estática. Daí que o<strong>homem</strong>, que é dinâmico, estaria perdido sem a <strong>mulher</strong> (como Deusfez tudo tão perfeito!) Seu pensar é intuitivo, e não é incomum, não éfora de comum, ouvirm<strong>os</strong> da esp<strong>os</strong>a: "Sinto que é assim." E aquelas<strong>mulher</strong>es que dizem para <strong>os</strong> marid<strong>os</strong>: "Tome cuidado com Fulano; eletem alguma coisa em que eu não confio." É muito próprio da <strong>mulher</strong>ser intuitiva. Desse modo, não foi por acaso que na Idade Médiamuitas <strong>mulher</strong>es foram queimadas como feiticeiras, somente porqueestavam exercitando o seu poder de intuição. Entre <strong>os</strong> greg<strong>os</strong>, aSabedoria era representada como ... uma <strong>mulher</strong>: Atenas. Em Delf<strong>os</strong>,havia um oráculo, uma profetisa, e era... uma <strong>mulher</strong>. Quem venceuSansão, aquele <strong>homem</strong> de força extraordinária debaixo do poder deDeus? Quem o venceu senão... uma <strong>mulher</strong> muito astuci<strong>os</strong>a. Césarlevou dezessete an<strong>os</strong> para vencer o Norte da Europa; Cleópatra ovenceu em dezessete dias... Isso é bem coisa de <strong>mulher</strong>.Pois é; são essas as filhas de Eva: sentid<strong>os</strong> mais agud<strong>os</strong> que <strong>os</strong> do<strong>homem</strong>, ouvido mais apurado que o do <strong>homem</strong>, e o povo até diz que"coração de mãe não dorme." E como dizia o médico n<strong>os</strong>so irmão emCristo, "mãe não cansa".O <strong>homem</strong> tem visão de conjunto, mas a esp<strong>os</strong>a tem visão dedetalhes. E ela se influencia mais facilmente e decide com o coração.Quantas vezes é impulsiva, tem juízo rápido; ele usa a reflexão,decide com a cabeça. E como conseqüência, pela visão global dascoisas, fixa normalmente <strong>os</strong> objetiv<strong>os</strong> remot<strong>os</strong>; enquanto a esp<strong>os</strong>a,pela dedicação, pelo senso do particular, pela acuidade realiza essesobjetiv<strong>os</strong>. Por isso, é preciso haver essa indissolubilidade, essasolidariedade entre ele e ela.AINDA AS DIFERENÇASO <strong>homem</strong> está mais preocupado em conquistar do que serconquistado, razão porque o Espírito Santo através de Paulo ordenaa<strong>os</strong> homens: "Marid<strong>os</strong>, amai a v<strong>os</strong>sas <strong>mulher</strong>es, como também Cristoamou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela" (Ef 5.25). É danatureza masculina o conquistar. Está pouco atento a<strong>os</strong> detalhes, eaté parece, apenas parece, desinteressado na esp<strong>os</strong>a.A <strong>mulher</strong> tem afetividade como centro da sua personalidade. A<strong>mulher</strong> é um grande coração! É mais receptora ao amor, e o exprime


através de certas coisas pequenas: a maneira como se veste, comocoloca flores na casa, como prepara <strong>os</strong> prat<strong>os</strong> na hora do almoço (asabedoria popular diz que "O coração do <strong>homem</strong> se alcança pelaboca"), e outr<strong>os</strong> pequen<strong>os</strong> detalhes. Meu irmão querido, observeessas coisinhas pequenas na sua casa porque a sua esp<strong>os</strong>a está lhedizendo não com palavras, "eu te amo".Lição: o marido deve procurar compreender essas pequenasdelicadezas, e manifestar o amor. Ao passo que não deve a esp<strong>os</strong>aarmar uma tragédia grega dizendo que ele não a ama se esqueceralguma data. Marido é muito desligado disso mesmo, de esquecerdatas! Já imaginou a data em que vocês se encontraram pelaprimeira vez, e ele se esqueceu desse dia tão importante na vida d<strong>os</strong>dois?! Em vez de armar um escândalo porque ele esqueceu, sugiraantes, dois dias antes: "Mas que bom, não é, que daqui a dois diasvam<strong>os</strong> completar o aniversário de n<strong>os</strong>so primeiro encontro..." Façauma sugestão de leve que dá muito mais resultado do que reclamardo esquecido do marido.Nós tem<strong>os</strong> atitudes diferentes quanto ao lar e quanto à sociedade. O<strong>homem</strong> é inclinado para o exterior. E mais uma coisa: reclamaçãonão prende o <strong>homem</strong> em casa! Não reclame, não: é pior; aí é que elequer sair mesmo. Reclamação não vai tirar o <strong>homem</strong> do baba (com<strong>os</strong>e diz Bahia), da pelada, ou de grup<strong>os</strong> ou de sociedades que elefreqüenta.Para a <strong>mulher</strong>, o centro vital é o lar, é quase como extensão de suacapacidade de ser mãe, um psicólogo completou dizendo que para a<strong>mulher</strong>, o lar é como se f<strong>os</strong>se uma extensão do seu útero! E como édolor<strong>os</strong>o desco<strong>br</strong>ir no começo do casamento que você não é o mundodo seu marido. Mas sua religião, sua espiritualidade é muito maissentimental e afetiva, e a prática religi<strong>os</strong>a se torna uma necessidadeespontânea dentro de casa. No caso, a espiritualidade dele é às vezesmais fria, e, às vezes, mais por dever do que por servir.Para harmonizar essas diferenças, necessário se torna o trabalhocontínuo, e o desejo de adaptação. Procure, portanto, não atribuira<strong>os</strong> gest<strong>os</strong> e palavras do outro um segundo significado. Há muitagente que quer fazer isso: Porque ele disse uma coisa, ela lê outra;ela disse uma coisa, ele escuta outra. Talvez não seja isso o que eleestá dizendo, não é o que ele queria dizer. Mas não use também ascaracterísticas próprias do sexo para enco<strong>br</strong>ir ou justificar defeit<strong>os</strong>individuais seus. O marido é professor, está no sofá lendo, meditandoou estudando. A esp<strong>os</strong>a chega e diz: "Já que você não está fazendonada, venha me ajudar com essa pia entupida (ou com essa escada,etc.)." Pronto; matou o casamento! Ele está fazendo alguma coisa:está se preparando, está estudando, está se melhorando; Não é quenão esteja fazendo nada. Ou no caso daquele outro que g<strong>os</strong>ta de


trabalhar com as mã<strong>os</strong>, pegar na tinta, no pesado. Quando sai, deixaa sujeira no chão. A <strong>mulher</strong> que se identifica tanto com a casa quenão pode ver sujeira, diz assim: "Sujou a casa, limpa depois." Ele,porque não compreende, também ridiculariza o quadro que elacomeça a pintar, o tapete que começa a tecer, e diz algo quemachuca a alma da esp<strong>os</strong>a.Os tip<strong>os</strong> human<strong>os</strong> são também, diferentes. Há <strong>os</strong> extrovertid<strong>os</strong> queamam sair, amam o movimento, são "rueir<strong>os</strong>"e festeir<strong>os</strong>. Há pessoasque são introvertidas, são tranqüilas, caseiras, mais apreciadoras deum livro do que de bater perna no shopping. Por instinto, um <strong>homem</strong>muito racional vai se casar com uma <strong>mulher</strong> muito sentimental. Issonão é problema, não. O problema é querer fazê-la entender alinguagem da razão, a linguagem objetiva, exata, e dizer que ela nãotem lógica quando explode sentimentalmente. Ela, por sua vez,reclama que o tom racional do marido esteriliza <strong>os</strong> sonh<strong>os</strong> e a própriavida. Na verdade, uma é a linguagem das ciências exatas, outra é alinguagem das metáforas. Jesus até a usou. Veja Mateus 13.1-23. Ametáfora está n<strong>os</strong> vers<strong>os</strong> 3 a 9. Ele não disse "quem tem ouvid<strong>os</strong>para ouvir ouça"? Mas, nem tod<strong>os</strong> tinham. Por isso, Ele explicou, erecontou-a n<strong>os</strong> vers<strong>os</strong> 18 a 23.Esses aparentemente díspares (<strong>os</strong> conceit<strong>os</strong> exat<strong>os</strong> e as expressõesmetafóricas) são perfeit<strong>os</strong> para a união do casal, para que secompletem. Talvez o casal não saiba administrar essa união, equando perderem o outro, vão dizer "Eu era feliz e não sabia".É verdade; há diferenças entre o <strong>homem</strong> e a <strong>mulher</strong>. Por isso senecessitam tanto, e, ao mesmo tempo, têm tanta dificuldade de seconhecerem. É o <strong>homem</strong> que discute o futuro, é a <strong>mulher</strong> que reageao momento presente ("Deixa de conversar bobagem - diz ela - evem ajudar o menino a fazer <strong>os</strong> deveres"). Creio que é esse g<strong>os</strong>topelo presente e por detalhes que faz com que a conversa nas rodasde <strong>mulher</strong>es casadas seja principalmente em um desses três temas:filh<strong>os</strong> (ou net<strong>os</strong>), empregadas ou cirurgia que já fizeram, ou precisamfazer. São assunt<strong>os</strong> imediat<strong>os</strong>, é coisa de <strong>mulher</strong>! Já o marido pega ojornal, pronto, ela se sente infeliz e abandonada.O USO DA PALAVRAE o uso da palavra? Para o <strong>homem</strong>, a palavra é expressão de idéias eexpressões. Mas para a <strong>mulher</strong>, é expressão de sentiment<strong>os</strong> eemoções, razão porque conta oito vezes a mesma história para omarido. Ela não quer informá-lo, não: quer descarregar a emoção. Láfora, usam dizer que <strong>mulher</strong> fala demais, "Fala pel<strong>os</strong> cotovel<strong>os</strong>", e umteólogo curi<strong>os</strong>o e criativo disse que no céu haverá um momento degrande tormento para as <strong>mulher</strong>es, descrito em Apocalipse 8.1:"Quando a<strong>br</strong>iu o sétimo selo, fez-se silêncio no céu, quase por meiahora." Uma tortura para as <strong>mulher</strong>es essa meia hora de silêncio!


A <strong>mulher</strong> quer a palavra. Foi perfeitamente pertinente, então, que apalavra se tenha feito carne no ventre de uma <strong>mulher</strong>. E porque apalavra significa emoção, ela quer ouvir do marido (não importa seduzentas vezes) a expressão mágica "Eu te amo". É o carinho dapalavra. E ela quer ouvir, apesar de o saber. Há uma historinha quediz que a esp<strong>os</strong>a reclamou do marido: "Você já não diz que meama..." E ele responde: "Olha, nós estam<strong>os</strong> casad<strong>os</strong> há 17 an<strong>os</strong>. Nodia do casamento eu disse que a amava e basta; não precisa dizermais; não já disse diante das testemunhas? " Ela quer ouvir, apesarde o saber, porque a <strong>mulher</strong> é conquistada e seduzida pelo ouvir. Nãofoi assim que a n<strong>os</strong>sa mãe primeira foi seduzida e conquistada pelapalavra da serpente? (cf. Gn 3.1-6).Por outro lado, há marid<strong>os</strong> que não sabem dizer "Eu te amo", masfalam como podem ou sabem: é aquele vestido que dá de presente, éaquele jantar fora um dia, e assim por diante.CASE-SE COM ELE E TAMBÉM COM...Minha irmã querida, case-se com ele e também com a profissão dele.O filósofo espanhol Ortega Y Gasset disse que o <strong>homem</strong> é ele e suassituações de vida ("Eu sou eu e as minhas circunstâncias"). Omédico, por exemplo, não tem hora; o pastor vive em função daigreja 24 horas no ar; o professor, da sala de aula; o comerciante, d<strong>os</strong>eu comércio. De modo que nunca fale da profissão dele comdesprezo; e nem fale da profissão dela, meu irmão, como coisadesnecessária.E mais uma coisa: não reclame se ela vai tanto ao salão de beleza. Épara você que ela está se embelezando; é para você que ela estáressaltando essa beleza. Ela quer que você a veja e aprecie. Vejamque encontro bonito descrito em Gênesis 24. 63-65:"Saíra Isaque ao campo à tarde, para meditar; e levantando <strong>os</strong> olh<strong>os</strong>,viu, e eis que vinham camel<strong>os</strong>. Rebeca também levantou <strong>os</strong> olh<strong>os</strong> e,vendo a Isaque, saltou do camelo e perguntou ao servo: Quem éaquele <strong>homem</strong> que vem pelo campo ao n<strong>os</strong>so encontro? Respondeu <strong>os</strong>ervo: É meu senhor. Então ela tomou o véu e se co<strong>br</strong>iu".Modéstia por um lado (a modéstia oriental, as <strong>mulher</strong>es se co<strong>br</strong>iamcomo o fazem ainda hoje n<strong>os</strong> países árabes), mas, ao mesmo tempo,ela se embelezou para Isaque. Por que não dizer para ela, então, noespírito do Cântico d<strong>os</strong> Cântic<strong>os</strong>: "Tu és toda form<strong>os</strong>a, amada minha,e em ti não há mancha. Quão doce é o teu amor, minha irmã, noivaminha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma d<strong>os</strong>teus ungüent<strong>os</strong> do que o de toda sorte de especiarias!" (4.7,10).Aliás, a <strong>mulher</strong> é por natureza vaid<strong>os</strong>a. Veja a reação das <strong>mulher</strong>esquando passam diante de um espelho. ("Espelho, espelho meu, existeoutra <strong>mulher</strong> mais bonita do que eu?").


Porque nós som<strong>os</strong> iguais e diferentes; porque tem<strong>os</strong> iguais ediferentes necessidades; porque a irmã necessita ser protegida,acariciada e amada: porque o irmão precisa de ser igualmenteelogiado, apreciado, é que há certas condições. Sim; a <strong>mulher</strong> querisso mesmo: ser amada e protegida (necessidade é o que cada umdeseja para se manter equili<strong>br</strong>ado), mas quer liberdade para exercer<strong>os</strong> seus papéis de mãe, esp<strong>os</strong>a e profissional, e as pequenasexpressões de carinho e interesse significam para a <strong>mulher</strong> muitomais, muito além do que nós, <strong>os</strong> homens, podem<strong>os</strong> imaginar. Eladeseja que o marido seja amante e companheiro, mas delicado.E o seu marido também, amada irmã, precisa saber que écompetente, é digno de confiança, deseja uma esp<strong>os</strong>a que cuide dolar, d<strong>os</strong> filh<strong>os</strong>, e que se interesse pelo seu trabalho, mas não reclamed<strong>os</strong> seus passatemp<strong>os</strong>. Queixas e reclamações não resolvem! Pelocontrário, o que eu encontro n<strong>os</strong> Provérbi<strong>os</strong> é até uma condenação:"As rixas da <strong>mulher</strong> são uma goteira contínua" (Pv 19.13b). Imagineuma goteira pingando durante toda a noite? E também: "Melhor émorar numa terra deserta do que com a <strong>mulher</strong> rix<strong>os</strong>a e iracunda."(Pv 21.19) Está na Escritura... Agora, só para as irmãs umsegredinho de um <strong>homem</strong> para as <strong>mulher</strong>es (<strong>os</strong> companheir<strong>os</strong> queme perdoem): o <strong>homem</strong> cede muito mais (muito, muito mais) a umasuave persuasão e um tratamento sedutor que às reclamações eexigências.DIÁLOGOMuito ajuste de diferenças se resolve com diálogo. Palavrinha boa!Diálogo significa "através (dia) da palavra (log<strong>os</strong>)". É o que alguémchamou de "O dever de sentar-se". É preciso sentar para conversar,sentar para trocar idéias, porque diálogo no casamento é o encontroda psicologia masculina com a feminina. Diálogo é avaliação. E umpensador disse que "Ainda não n<strong>os</strong> conhecem<strong>os</strong> porque não tivem<strong>os</strong>ainda a coragem de n<strong>os</strong> calar junt<strong>os</strong>" (Maeterlinck). O dever desentar-se e avaliar o casamento é a três: O Senhor n<strong>os</strong>so Deus e ocasal; é diálogo sob o olhar de Deus. E para esse diálogo hácondições:• é preciso respeitar o outro, por isso use linguagem afetu<strong>os</strong>a.• É preciso saber escutar, razão porque Jesus Cristo mandou quen<strong>os</strong> amássem<strong>os</strong>, e não que n<strong>os</strong> amassem<strong>os</strong> uns a<strong>os</strong> outr<strong>os</strong>.• Buscar compreender as necessidades do outro. Se alguém temsede, guaraná não serve. Se a esp<strong>os</strong>a precisa de atenção, nãoadianta dar uma pulseira. Aliás, dê a pulseira e atenção!Dialogar não é reclamar, (pode até sê-lo), mas é, realmente,sorriso, perdão, colocar na mesa problemas, sucess<strong>os</strong>, alegriase preocupações; é troca de idéias, e se insere na linha dacomunhão. No casamento e no diálogo, marido e <strong>mulher</strong> estãoem pé de igualdade; são companheir<strong>os</strong> ("companheiro" é


aquele que come pão comigo: co+panis ), e são camaradas("camarada" é quem habita a mesma câmara, o mesmoquarto). Diálogo é um encontro das psicologias masculina efeminina, já o dissem<strong>os</strong>. Outr<strong>os</strong>sim, além das palavras, aoração é diálogo, o passeio a dois é diálogo, o passeio com <strong>os</strong>filh<strong>os</strong> também é diálogo.Sim; orem junt<strong>os</strong>; escolham a melhor hora de conversar; procuremdefinir o problema básico. Onde há acordo? Onde está o desacordo?Ouça primeiro, e só depois responda, porque até para isso a Escrituratem uma recomendação: "Responder antes de ouvir, é estultícia evergonha." (Pv 18.13; cf. Tg 1.19). Como você pode contribuir pararesolver?Termino com este poema que diz:AMORÉs a minha amada,és minhae eu sou teu.Está escrito.Unirem<strong>os</strong>n<strong>os</strong>sas almas e corp<strong>os</strong>e ficarem<strong>os</strong> ligad<strong>os</strong>em corpo e almas.Está escrito.E nem o ventoque sopra do deserto,nem o tempoque desgasta,nem a morteque amedronta ,nem <strong>os</strong> sensat<strong>os</strong>que falam de razão,nada destruiráo n<strong>os</strong>so amor,porque o n<strong>os</strong>so amoré um baluartee <strong>os</strong> aguaceir<strong>os</strong>da vidanão poderiam extingui-loporque ele éuma chama de Deus,e o fogo de Deus


arde para alémde tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> dilúvi<strong>os</strong>.Está escrito:amaré penetrarnas fronteiras de Deus.Serem<strong>os</strong> uma porta aberta:a quem entrarservirem<strong>os</strong> a Festacom colaresengranzad<strong>os</strong> de nuvens,oferecer-lhe-em<strong>os</strong>o n<strong>os</strong>so risocomo presente para levar,a<strong>br</strong>ir-lhe-em<strong>os</strong>as mã<strong>os</strong>para receber em depósitotod<strong>os</strong> <strong>os</strong> fard<strong>os</strong>.Serem<strong>os</strong>uma só taça derramada,serem<strong>os</strong>um só corpo oferecido,entregar-n<strong>os</strong>-em<strong>os</strong>à festa da vida.Walter Sant<strong>os</strong> Baptista, Pastor da Igreja Batista Sião em Salvador,BA.Fonte: http://www2.uol.com.<strong>br</strong>/bibliaworld/igreja/estud<strong>os</strong>/soc006.htm

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