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Ficha de Leitura Comentada

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HABERMAS, J. Para o uso pragmático, ético e moral da razão prática. In: STEIN, E.; DE<br />

BONE, L. A. (Org). Dialética e liberda<strong>de</strong>. Petrópolis: Vozes; Porto alegre: UFRGS, 1987,<br />

p 288-306. Curso <strong>de</strong> Filosofia. Disciplina <strong>de</strong> Ética. Professor Manuel Moreira da Silva,<br />

Acadêmico/a Do Segundo Ano <strong>de</strong> Filosofia. Finalida<strong>de</strong>: Avaliação parcial <strong>de</strong> Ética.<br />

Semestre I, 2005.<br />

AUTOR<br />

Até os dias <strong>de</strong> hoje, as discussões teóricas<br />

sobre moral são <strong>de</strong>terminadas pelo<br />

confronto entre três posições: as<br />

argumentações transcorrem entre<br />

Aristóteles, Kant e o utilitarismo (p. 288).<br />

O ponto <strong>de</strong> vista moral – surge em geral dos<br />

pressupostos pragmático inevitáveis da<br />

argumentação, ela se filia à tradição fundada<br />

pela critica da razão prática (p. 288).<br />

A razão prática po<strong>de</strong> ser divida em três<br />

formas distintas; o uso pragmático da razão,<br />

o uso ético da razão, e o uso moral da razão<br />

(p. 289).<br />

O uso pragmático da razão <strong>de</strong>fine o agir<br />

orientado por fins (p. 289).<br />

o uso ético da razão baseia-se em outro<br />

principio: a busca do que é bom para o<br />

individuo como para a coletivida<strong>de</strong> (p. 289).<br />

Em contraposição a este dois usos, aparece<br />

O uso moral da razão prática (p. 289).<br />

LEITOR<br />

A análise <strong>de</strong> temas éticos e morais ocupa um<br />

lugar central no pensamento <strong>de</strong> jurgen<br />

Habermas, que vem exercendo significativa<br />

influência entre teóricos e profissionais das<br />

ciências humanas.<br />

Porém antes <strong>de</strong>vemos saber o significado do<br />

que é razão prática, ela é a razão humana, a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar e raciocinar enquanto<br />

está voltada para o agir. O termo prático tem<br />

este sentido, <strong>de</strong> mostrar qual o principio que<br />

a orienta Ao contrario, nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pensar e raciocinar voltada apenas para a<br />

afetivida<strong>de</strong> intelectual é <strong>de</strong>nominada é<br />

<strong>de</strong>nominada pr Kant <strong>de</strong> razão teórica.<br />

Po<strong>de</strong> ser usada pelo próprio sujeito segundo<br />

cada uma <strong>de</strong>ssas três formas. O que<br />

<strong>de</strong>termina a ação, em cada um dos três casos<br />

é a motivação mais fundamental ou interesse<br />

que a impulsiona.<br />

Nele o que impulsiona e <strong>de</strong>termina a ação é o<br />

resultado que o sujeito preten<strong>de</strong> obter: ex:<br />

comprar uma bicicleta ou tirar férias.quando<br />

a razão prática toma esta direção, não se<br />

questiona a respeito do conteúdo ético ou<br />

moral.<br />

A questão do uso ético da razão do ponto <strong>de</strong><br />

vista individual. Este entra em cena quando o<br />

individuo se pergunta como <strong>de</strong>ve agir<br />

coerente com seu projeto <strong>de</strong> vida. O uso ético<br />

da razão diz respeito ao bem viver: a razão,<br />

neste caso busca o que é bom.<br />

O uso moral da razão prática <strong>de</strong>sperta em<br />

função <strong>de</strong> um problema colocado pela<br />

comunida<strong>de</strong> e, além disso, somente através<br />

<strong>de</strong> um agir comunicativo po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolverse<br />

com, efeito a busca <strong>de</strong> princípios morais<br />

que sejam capazes <strong>de</strong> fundamentar normas <strong>de</strong>


A reflexão prática transcorre aqui no<br />

horizonte da racionalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fins com a<br />

meta <strong>de</strong> encontrar técnicas, estratégias ou<br />

programas a<strong>de</strong>quados (p. 290).<br />

Kant fala <strong>de</strong> regras <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong><br />

conselhos <strong>de</strong> prudência, <strong>de</strong> imperativos<br />

técnico e pragmático. Eles põem causas e<br />

efeitos em relação, segundo preferências <strong>de</strong><br />

valor e fixação <strong>de</strong> metas (p. 290).<br />

Em <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> importância vital, não sabe<br />

o que quer, perguntará por fim quem ele é e<br />

quem ele gostaria <strong>de</strong> ser. Decisões triviais<br />

ou fracas sobre a preferência não exigem<br />

fundamentação (p. 291).<br />

Decisões <strong>de</strong> valor grave são tratadas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Aristóteles, como questão clinica do bem<br />

viver. Uma <strong>de</strong>cisão ilusória, relacionamento<br />

com um parceiro errado, a escolha<br />

equivocada <strong>de</strong> alternativas profissionais (p.<br />

291).<br />

Será possível <strong>de</strong>cidir com melhores<br />

fundamentos entre um curso superior <strong>de</strong><br />

ação só acontece no diálogo, no qual estão<br />

envolvidos todos os interessados. Não há<br />

princípios morais pré-existentes à realida<strong>de</strong><br />

da interação comunicativa.<br />

Nesse momento, a razão prática rompe com<br />

as tradições e com as certezas ingênuas do<br />

mundo social nativo e se pergunta on<strong>de</strong> está a<br />

ação justa, ou que <strong>de</strong>ve ser feito para que a<br />

ação justa prevaleça. Dessa ruptura, as<br />

interações libertam-se <strong>de</strong> seu caráter local e<br />

históricos e torna-se particularmente abstrata.<br />

Isto significa que não se baseiam em<br />

nenhuma outra motivação a não ser à busca<br />

da justiça.<br />

Elas fazem parte <strong>de</strong> nosso dia-a dia toda vez<br />

que nos comunicamos com outros em vista<br />

do entendimento: a universalida<strong>de</strong>. Contra<br />

todas as discriminações, racismo, e divisões,<br />

o respeito pelo outro, a sincerida<strong>de</strong> a<br />

veracida<strong>de</strong> e o respeito pela verda<strong>de</strong> que<br />

exclui qualquer manobra procurando<br />

distorcer o processo <strong>de</strong> diálogo e <strong>de</strong> busca do<br />

verda<strong>de</strong>iro e do justo e finalmente, a renúncia<br />

a todas as formas <strong>de</strong> violência e <strong>de</strong> coação.<br />

Mas <strong>de</strong>vemos saber qual é compreensão <strong>de</strong> si<br />

<strong>de</strong> uma pessoa, como ela leva a vida que tem<br />

ou caráter <strong>de</strong>sta mesma, pois <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da<br />

valoração moral para que ela consiga entrar<br />

neste sistema que esta amarrada entre a<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um. Estes fatos não<br />

colocam tais importâncias nas <strong>de</strong>cisões<br />

existenciais.<br />

Isto po<strong>de</strong> ter conseqüências graves, como<br />

uma vida sem conseguir os seus objetivos,<br />

on<strong>de</strong> a razão prática teria que ter os seus<br />

objetivos não apenas no sentido apenas do<br />

que po<strong>de</strong> existir e o que é conveniente aos<br />

fins. Mas igualmente seria favorável se<br />

andássemos lado-a lado com o uso clássico<br />

da linguagem. Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> como uma<br />

pessoa consegue se compreen<strong>de</strong>r a si mesma<br />

não submetesse como ela se <strong>de</strong>screve.<br />

Assim para Kant, quando a razão prática se<br />

eleva até o ponto <strong>de</strong> vista moral e buscar


administração <strong>de</strong> empresas e uma<br />

preparação para teólogo, <strong>de</strong>pois que se<br />

tenha tornado claro quem se é e gostaria <strong>de</strong><br />

ser (p. 292).<br />

Valorações fortes orientam-se por uma meta<br />

posta como absoluta para mim, vale dizer,<br />

pelo Bem supremo <strong>de</strong> uma vida autárquico,<br />

que tem seu valor em si (p. 292).<br />

Tarefas pragmáticas colocam-se da<br />

perspectiva <strong>de</strong> um agente que parte <strong>de</strong> suas<br />

metas e preferência. Deste ponto <strong>de</strong> vista,<br />

os problemas morais não po<strong>de</strong>m surgir <strong>de</strong><br />

maneira alguma, porque as outras pessoas<br />

têm apenas a importância <strong>de</strong> meios ou<br />

condições restritivas, para a realização <strong>de</strong><br />

um plano <strong>de</strong> ação respectivo a cada<br />

individuo (p. 292).<br />

Também as questões éticas não exigem<br />

absolutamente uma ruptura completa com a<br />

respectiva egocêntrica; elas se se referem ao<br />

télos <strong>de</strong> minha vida (p. 293).<br />

Assim, o etos do individuo permanecia, para<br />

Aristóteles, referido e adstrito á pólis dos<br />

cidadãos. No entanto, as questões éticas têm<br />

uma direção inversa das questões morais<br />

pautar por ele a sua ação, ocorre que, <strong>de</strong>ntro<br />

do sujeito, à vonta<strong>de</strong> e a razão coinci<strong>de</strong>m.<br />

Nesse terceiro uso da razão prática a vonta<strong>de</strong><br />

não tem nenhum outro principio que o<br />

<strong>de</strong>termina a não ser a própria razão que é no,<br />

ser humano o principio do universal e do<br />

necessário. Por este motivo e somente nesse<br />

caso, a vonta<strong>de</strong> é livre, pois, se guia pela<br />

própria razão. Não se guia nem pelo principio<br />

do útil, nem pelo principio do bom. Não é o<br />

objeto que <strong>de</strong>termina a ação e sim o próprio<br />

eu em seu principio mais elevado que é a<br />

razão prática.<br />

Para que se tornem válidos os nossos<br />

objetivos <strong>de</strong>vemos estar concentrado no que<br />

realmente procuramos estabelecer como<br />

meta para nossa vida e procurarmos fazer o<br />

bem sem olhar a quem.<br />

Po<strong>de</strong>mos, levar em consi<strong>de</strong>ração a estratégia<br />

<strong>de</strong> cada um individuo, que à vezes não<br />

consi<strong>de</strong>ra os limites e só pensa nos seus<br />

interesses. Porém po<strong>de</strong>-se resolver esta briga<br />

<strong>de</strong> interesse se existir uma postura. Mas se<br />

também fazer parte <strong>de</strong> um conflito<br />

interpessoal entre os indivíduos envolvidos<br />

ele não po<strong>de</strong> ser colocado como um fato<br />

moral. Pois se eu posso arrumar dinheiro<br />

pelas vias <strong>de</strong> dissimilação <strong>de</strong> fatos isto é<br />

relevante o que realmente conta é o meu<br />

êxito <strong>de</strong> como persuadir<br />

Partindo <strong>de</strong> outro ponto <strong>de</strong> vista po<strong>de</strong>mos<br />

enten<strong>de</strong>r que existem várias pessoas com<br />

história diferente da minha e que seus<br />

interesses ganham numa forma <strong>de</strong> vida<br />

compartilhada. Já os meios <strong>de</strong> critérios que<br />

estou a usar na formação <strong>de</strong> um contexto nas<br />

tradições on<strong>de</strong> convivo com outras pessoas a<br />

minha i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ficará registrada e minha<br />

história estará também fixada na coletivida<strong>de</strong><br />

do contexto da vida.<br />

Segundo Aristóteles para o individuo po<strong>de</strong>r<br />

ser chamado <strong>de</strong> cidadão ele <strong>de</strong>veria cumprir<br />

com seus <strong>de</strong>veres com a polis e participar da<br />

vida política. Pois só po<strong>de</strong>ria ser chamado <strong>de</strong><br />

cidadão aquele que nascia na polis e se


(p. 293)<br />

Uma reflexão <strong>de</strong> natureza moral, embora<br />

ainda num sentido restrito. Porque o<br />

resultado <strong>de</strong>ssa reflexão sempre permanece<br />

preso á perspectiva pessoal <strong>de</strong> um indivíduo<br />

(p. 294).<br />

Portanto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> como o problema<br />

se põe, e a questão ´´que <strong>de</strong>vo fazer Ganha<br />

uns significados pragmáticos, éticos ou<br />

morais (p. 295).<br />

Trata-se <strong>de</strong> uma elucidação hermenêutica da<br />

compreensão <strong>de</strong> si <strong>de</strong> um individuo e da<br />

questão clinica do êxito ou não <strong>de</strong> minha<br />

vida. O termino a quem <strong>de</strong> um discurso<br />

ético-existencial correspon<strong>de</strong>nte é um<br />

conselho para a orientação correta na vida,<br />

para a realização <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong> vida (p.<br />

295).<br />

Um discurso prático moral correspon<strong>de</strong>nte é<br />

uma compreensão sobre a solução justa <strong>de</strong><br />

um conflito no âmbito do agir regulado por<br />

normas (p. 296).<br />

Os usos pragmáticos, éticos e morais da<br />

razão prática ten<strong>de</strong>, portanto, a indicações<br />

técnicas e estratégicas <strong>de</strong> ação, a conselhos<br />

clínicos e a juízos morais (p. 297).<br />

<strong>de</strong>dicava para se tornar virtuoso e com isso<br />

ser reconhecido como o tal.<br />

Isto significa que o juízo moral ou ato moral<br />

se <strong>de</strong>fine por seu conteúdo material e sim<br />

pela forma que assume o ato, do ponto <strong>de</strong><br />

vista dos sujeitos que o concebem. Para que<br />

fique mais claro, uma ação ou um juízo com<br />

o mesmo conteúdo, po<strong>de</strong> em um caso ser<br />

imoral e em outro moral, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da<br />

forma que assume: posso ajudar aos pobres<br />

para obter status e vantagens sociais. Nesse<br />

caso, embora o conteúdo, a matéria do meu<br />

ato seja positiva, o ato em si é moral.<br />

A moral serve para resolver as questões <strong>de</strong><br />

conflitos que po<strong>de</strong>m aparecer até mesmo<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma empresa: como por exemplo,<br />

quando um <strong>de</strong>terminado ven<strong>de</strong>dor está preste<br />

a fechar um gran<strong>de</strong> negócio que seria muito<br />

lucrativo para a empresa. Mas, porém alguém<br />

pe<strong>de</strong> a ele para dar a famosa camuflada que<br />

eu te pagarei por fora. É neste momento que<br />

ele vai saber lucra já ou faz isto em longo<br />

prazo não ce<strong>de</strong>ndo a chantagem.<br />

O discurso ético-existencial permanece<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do télos prévio <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong><br />

vida consciente. A ética do discurso não dá<br />

nenhuma orientação <strong>de</strong> conteúdo, mas sim<br />

um procedimento rico <strong>de</strong> pressupostos. Que<br />

<strong>de</strong>ve garantir a imparcialida<strong>de</strong> da formação<br />

do juízo <strong>de</strong> cada pessoal.<br />

O discurso prático é um processo, não para a<br />

produção <strong>de</strong> normas, mas sim para o exame<br />

da valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> normas consi<strong>de</strong>radas<br />

hipotéticas. É ai que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da moral que<br />

rege um grupo a partir <strong>de</strong> outro grupo que<br />

pratica as normas no seio <strong>de</strong> uma<br />

comunida<strong>de</strong>.<br />

Elas fazem parte do nosso dia-a dia toda vez<br />

que nos comunicamos com outros em vista<br />

do entendimento: a universalida<strong>de</strong>. contra<br />

todas as discriminações, racismo e divisões,<br />

o respeito pelo outro, a sincerida<strong>de</strong> a<br />

veracida<strong>de</strong> e o respeito pela verda<strong>de</strong> que


discurso pragmático, nos quais<br />

fundamentamos recomendações técnicas e<br />

estratégicas, têm uma certa afinida<strong>de</strong> com<br />

discursos empíricos (p. 297).<br />

Nos discursos ético-existenciais, a razão e<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminante mutuamente, <strong>de</strong> modo<br />

que permanecem inseridas no contexto que<br />

se torna tema <strong>de</strong>les (p. 298).<br />

No discurso prático morais exigem, ao<br />

contrario, o rompimento com todas as<br />

evidências da moralida<strong>de</strong> concreta tornada<br />

costumeira, como também o distanciamento<br />

em relação àqueles contextos <strong>de</strong> vida aos<br />

quais a própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> está<br />

indissoluvelmente ligada (p. 299-300).<br />

A vonta<strong>de</strong> empírica cindida da vonta<strong>de</strong><br />

autônoma <strong>de</strong>sempenha um papel digno <strong>de</strong><br />

nota na dinâmica <strong>de</strong> nosso processo <strong>de</strong><br />

aprendizado moral (p. 301).<br />

exclui qualquer manobra procurando<br />

distorcer o processo <strong>de</strong> dialogo e <strong>de</strong> busca do<br />

verda<strong>de</strong>iro e do justo e finalmente, a<br />

violência e <strong>de</strong> coação. O pragmático é<br />

representado pelo empirismo na a<strong>de</strong>quação<br />

entre meios e fins.<br />

Neste contexto elas servem para <strong>de</strong> valorizar<br />

as conseqüências <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que <strong>de</strong>vemos<br />

tomar a respeito <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> da ação do<br />

saber empírico on<strong>de</strong> as estratégias vão<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do receptor se vai se apoiar ou<br />

não. Pois o discurso pragmático refere-se a<br />

possível aplicação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da vonta<strong>de</strong> do<br />

agente mediante suas fixações <strong>de</strong> fim e <strong>de</strong><br />

suas preferências subjetivas.no on<strong>de</strong> os<br />

integrantes <strong>de</strong> um mundo vivido em comum<br />

são participantes potenciais que assumem o<br />

papel catalisador do critico <strong>de</strong>sinteressado<br />

nos processos <strong>de</strong> compreensão.<br />

No processo <strong>de</strong> se compreen<strong>de</strong>r o individuo<br />

não po<strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r da historia ou da forma<br />

<strong>de</strong> vida na qual vive, pois o ético-existencial<br />

permanece <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do télos <strong>de</strong> cada<br />

individuo que seja consciente.<br />

Quando a razão prática se eleva até o ponto<br />

<strong>de</strong> vista moral e buscar pautar por ele a sua<br />

ação, ocorre que, <strong>de</strong>ntro do sujeito, à<br />

vonta<strong>de</strong> e a razão coinci<strong>de</strong>m. Nesse terceiro<br />

uso da razão pratica a vonta<strong>de</strong> não tem<br />

nenhum outro principio do universal e do<br />

necessário. Por este motivo e somente nesse<br />

caso, a vonta<strong>de</strong> é livre, pois se guia nem pelo<br />

principio do bom. Não é objeto que<br />

<strong>de</strong>termina a ação e sim o próprio eu em seu<br />

principio mais elevado que é a razão prática.<br />

O principio fundamental da moral <strong>de</strong>ve ser<br />

segundo as normas morais on<strong>de</strong> cada<br />

individuo <strong>de</strong>ve aceitar por estar envolvido na<br />

situação em elas serão aplicadas. Pois<br />

segundo Sócrates se um individuo vive a sua<br />

vida inteira sobre as leis e as aceita. Porque<br />

quando a lei <strong>de</strong>ve ser executada contra ele<br />

<strong>de</strong>ve fugir e não as cumprir. Exige que as<br />

normas <strong>de</strong>correntes da aplicação <strong>de</strong>sse<br />

principio sejam aceitas sem coação por todos


Dessa circunstancia da pluralida<strong>de</strong> dos<br />

agentes e da condição da dupla contingência<br />

sob a qual a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong><br />

coinci<strong>de</strong> coma a realida<strong>de</strong> da outra resulta o<br />

problema da busca conjunta <strong>de</strong> metas<br />

coletivas, e o problema já conhecido da<br />

regulamentação da vida em comum põe-se<br />

<strong>de</strong> uma nova maneira sob pressão da<br />

complexida<strong>de</strong> social (p. 302).<br />

A partir <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista da teoria<br />

comunicativa <strong>de</strong>veríamos também encontrar<br />

uma resposta para a pergunta que há muito<br />

se põe por nossa analise até aqui. Ou<br />

<strong>de</strong>vemos falar ainda da razão pratica no<br />

singular, <strong>de</strong>pois que ela foi <strong>de</strong>sagregada em<br />

formas diversas <strong>de</strong> argumentação (p. 303).<br />

A unida<strong>de</strong> da razão prática po<strong>de</strong> fazer-se<br />

valer, <strong>de</strong> uma maneira inequívoca, apenas no<br />

contexto interno daquelas formas<br />

comunicativas, nas quais as condições <strong>de</strong><br />

formação racional da vonta<strong>de</strong> coletiva<br />

tomam figura objetiva (304).<br />

os concernidos.<br />

Quando o individuo leva para o seu interesse<br />

próprio ele tem que ser colocado em<br />

harmonia com o alheio, pois ele os aponta<br />

para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compromissos on<strong>de</strong><br />

nos discursos éticos e político trata-se <strong>de</strong><br />

elucidara as questões <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletivas,<br />

já os discursos pragmáticos apontam para a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compromisso <strong>de</strong> cada um.<br />

Nos discursos ético político trata-se da<br />

elucidação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> coletivas, que tem<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar espaço para a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

projetos individuais <strong>de</strong> vida. Nos discursos<br />

morais tem <strong>de</strong> se examinar não apenas a<br />

valida<strong>de</strong> e a a<strong>de</strong>quação dos mandamentos<br />

morais.<br />

Isto significa que é através da razão que se<br />

atinge o ponto <strong>de</strong> vista moral. Não há outra<br />

faculda<strong>de</strong> humana capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir a lei<br />

moral a na ser a razão. Não o coração ou<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> instinto ou intuição; a moral<br />

está ligada á razão, ao conhecimento. On<strong>de</strong><br />

os juízos morais têm um conteúdo cognitivo<br />

em que eles na se limitam a dar expressão ás<br />

atitu<strong>de</strong>s afetivas, preferenciais ou <strong>de</strong>cisões<br />

que po<strong>de</strong> haver no discurso <strong>de</strong> cada falante<br />

ou autor.<br />

Para se ter um significado on<strong>de</strong> o juízo<br />

moral ou ato moral se <strong>de</strong>fine por seu<br />

conteúdo material pela forma que se assume<br />

o ato, do ponto <strong>de</strong> vista dos sujeitos que o<br />

concebem. Para que fique mais claro, uma<br />

ação ou um juízo com o mesmo conteúdo,<br />

po<strong>de</strong> em um caso ser imoral ou o mesmo<br />

conteúdo moral, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da forma que<br />

assume: posso ajudar aos pobres para obter<br />

status e vantagens sociais. Nesse caso,<br />

embora o conteúdo, a matéria do meu ato<br />

seja positiva, o ato em si é moral.

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