22.01.2015 Views

AGENDA CULTURAL LISBOA

Conhecemo-las por varinas apenas porque os caprichos do uso e do tempo lhes retiraram uma letra que lhes traía a origem e indiciava uma história de migração. Começaram por ser Ovarinas, porque eram principalmente de Ovar, Murtosa e outras localidades perto de Aveiro, e vinham para Lisboa em busca de trabalho. Mulheres de têmpera rija, habituadas às durezas do campo e da pesca, tornaram-se num símbolo da cidade, com os seus pregões e as suas vestimentas características, e também com a sua relativa liberdade e esperteza afiada na vivência de rua e de bairro. Esta presença marcante não passou despercebida ao Estado Novo, que se apropria desta figura popular no seu discurso propagandístico. As varinas foram também, por mérito próprio, fonte de inspiração para gerações de artistas que as retrataram nos mais diversos meios. Uma seleção destas obras vai ser apresentada numa exposição organizada pelo Museu de Lisboa / Palácio Pimenta e pelo Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa. É o culminar de um trabalho de investigação e uma homenagem merecida a estas mulheres de Lisboa. No seu bairro mais característico, a Madragoa, fomos conversar com três ilustres e orgulhosas representantes desta profissão e ouvir as suas histórias.

Conhecemo-las por varinas apenas porque os caprichos do uso e do tempo lhes retiraram uma letra que lhes traía a origem e indiciava uma história de migração. Começaram por ser Ovarinas, porque eram principalmente de Ovar, Murtosa e outras localidades perto de Aveiro, e vinham para Lisboa em busca de trabalho. Mulheres de têmpera rija, habituadas às durezas do campo e da pesca, tornaram-se num símbolo da cidade, com os seus pregões e as suas vestimentas características, e também com a sua relativa liberdade e esperteza afiada na vivência de rua e de bairro. Esta presença marcante não passou despercebida ao Estado Novo, que se apropria desta figura popular no seu discurso propagandístico. As varinas foram também, por mérito próprio, fonte de inspiração para gerações de artistas que as retrataram nos mais diversos meios. Uma seleção destas obras vai ser apresentada numa exposição organizada pelo Museu de Lisboa / Palácio Pimenta e pelo Departamento de Património Cultural da Câmara Municipal de Lisboa. É o culminar de um trabalho de investigação e uma homenagem merecida a estas mulheres de Lisboa. No seu bairro mais característico, a Madragoa, fomos conversar com três ilustres e orgulhosas representantes desta profissão e ouvir as suas histórias.

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ANTÓNIO<br />

20<br />

LAGARTO<br />

DE MATRIX<br />

A BELA ADORMECIDA<br />

Texto ANA RITA VAZ Fotografias LUÍSA FERREIRA<br />

António Lagarto, figurinista e cenógrafo há mais de 30 anos,<br />

apresenta agora no MUDE alguns dos trabalhos que tem vindo<br />

a desenvolver ao longo da sua carreira. Durante as três últimas<br />

décadas, o artista, que fez criações para teatro, dança, ballet<br />

e ópera, deu corpo a várias figuras do universo dramatúrgico,<br />

não só nacional como internacional, vestindo alguns dos mais<br />

importantes atores, atrizes e bailarinos portugueses e estrangeiros.<br />

Em De Matrix a Bela Adormecida, António Lagarto expõe<br />

cerca de 200 figurinos completos, perfazendo um total<br />

aproximado de 300 peças, desde joias e sapatos, a trajos e<br />

adereços de cabeça e onde, paralelamente, são apresentadas<br />

30 fotografias que contextualizam o figurino. Esta mostra<br />

pretende dar a conhecer ao público a multiplicidade e a variedade<br />

do trabalho do artista, bem como a sua criatividade<br />

e exigência estética. A exposição, que se encontra organizada<br />

em torno de seis núcleos hipotéticos, revela o riquíssimo<br />

universo de referências, desde a arquitetura à escultura, passando<br />

pelo design e pela literatura.<br />

MUDE – MUSEU DO DESIGN E DA MODA. COLEÇÃO FRANCISCO CAPELO ATÉ 29 MARÇO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!