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Leia mais - Instituto Art Deco Brasil

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Fachada do edifício Guahy, na Ronald<br />

de Carvalho: com linhas geométricas<br />

em destaque, é uma das preciosidades<br />

do Lido<br />

coletivo”, afirma Carvalho. “Agora é diferente.” O exemplo<br />

espraia-se pelas adjacências, como é o caso dos edifícios Itaoca,<br />

na Rua Duvivier, e seu vizinho Itahy, na Avenida Nossa Senhora<br />

de Copacabana, autênticos representantes da vertente denominada<br />

marajoara, em que o movimento originário na França ganhou a<br />

influência indígena. No Itahy, a escultura de uma sereia silvícola<br />

enfeita o portão principal.<br />

Concebido na primeira década do século passado, o art déco<br />

foi consagrado na Exposição de <strong>Art</strong>es <strong>Deco</strong>rativas e Industriais<br />

Modernas, realizada em Paris em 1925. Na Europa, sua influência<br />

estendeu-se até o início da década de 30. Nos Estados Unidos, esse<br />

período foi um pouco maior, chegando aos idos de 1940. Com sua<br />

torre e visual característicos, o Chrysler Building, em Nova York, é<br />

um representante dessa escola. Por aqui, o movimento se propagou<br />

rapidamente, mas com a mesma velocidade viu alguns de seus<br />

exemplares ser desfigurados ou até demolidos. Espécie de guardião<br />

do estilo na cidade, o pesquisador e marchand carioca Márcio Alves<br />

Roiter dá consultoria a edifícios em via de ser restaurados, a fim<br />

de evitar a descaracterização de luminárias, corrimãos, mármores,<br />

elevadores, vitrais e portões de ferro. Apesar de seu esforço, ele<br />

aponta perdas significativas desse inestimável patrimônio carioca.<br />

Uma delas foi a “modernização” do Teatro João Caetano, ocorrida<br />

na década de 70. Outra, a destruição do teto com sancas iluminadas do Cinema<br />

Roxy. Roiter estima que apenas um terço dos nossos 300 imóveis do gênero<br />

esteja em bom estado de conservação, boa parte deles protegida pela Subsecretaria<br />

de Patrimônio Cultural do Município. Muitos abrigam estabelecimentos<br />

comerciais. No majestoso casarão Basbaum, na Urca, funciona um escritório<br />

de arquitetura. Já a Casa Daniel, na Rua Gonçalves Dias, no Centro, famosa<br />

por vender presentes finos a noivas na década de 40, foi revitalizada graças ao<br />

investimento de uma empresa de calçados.<br />

Com tanta tradição na cidade, não foi surpresa a escolha do Rio para acolher<br />

um congresso mundial sobre o tema, em agosto do próximo ano. Já realizado<br />

em Miami e Nova York (Estados Unidos), Melbourne (Austrália) e Toronto<br />

(Canadá), o evento deve trazer 250 arquitetos, decoradores e colecionadores<br />

internacionais, dando ainda <strong>mais</strong> gás ao movimento de resgate. Simultaneamente<br />

ao encontro está previsto o lançamento de Rio de Janeiro <strong>Art</strong> Déco,<br />

livro da editora Casa da Palavra. Mas não é só. No segundo semestre de 2011<br />

será reaberta a sede do <strong>Instituto</strong> <strong>Art</strong> Déco <strong>Brasil</strong>, no Jardim Botânico, do qual<br />

Roiter é presidente e fundador. Ele encara com desmedido otimismo a nova<br />

fase. “O Rio é abençoado pelo Cristo Redentor, a maior escultura dessa corrente<br />

no mundo”, diz. De fato, tal resgate vale a pena.

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