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Produção do jateikaá (Achyrocline alata L.) em cultivo solteiro e<br />

consorciado com rabanete (Raphanus sativus L.), sob dois arranjos <strong>de</strong><br />

plantas<br />

Caroline Leite Paes 1 ; Simone Priscila Bottega 1 ; Neriane <strong>de</strong> Souza Padilha 2 ; Maria do<br />

Carmo Vieira 3 ; Néstor Antonio Heredia Z. 3 ; José Hortêncio Mota 4<br />

<strong>UFGD</strong>-FCA, C. Postal 533, 79804-970 - Dourados-MS. E-mail: mcvieira@ufdg.edu.br; 1 Bolsista<br />

CNPq Balcão; 2 Bolsista PIBIC/CNPq;<br />

3 Professores <strong>UFGD</strong>, Bolsistas <strong>de</strong> Produtivida<strong>de</strong> em<br />

Pesquisa CNPq; 4 Bolsista <strong>de</strong> Desenvolvimento Científico Regional CNPq.<br />

RESUMO<br />

O gênero Achyrocline é popularmente conhecido como macela-do-campo,<br />

macelinha, camomila, losna-do-mato. O gênero, na medicina popular, tem sido indicado<br />

para tratamentos gastrintestinais, dor, náuseas e diarréia, O objetivo do trabalho foi<br />

avaliar a resposta produtiva do jateikaá, em cultivo solteiro e consorciado com o rabanete,<br />

sob dois arranjos <strong>de</strong> plantas. No <strong>de</strong>lineamento experimental <strong>de</strong> blocos casualizados, com<br />

quatro repetições, foram estudados seis tratamentos: duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas<br />

<strong>de</strong> 50,0 cm, duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong> 33,3 cm, três fileiras <strong>de</strong> rabanete,<br />

quatro fileiras <strong>de</strong> rabanete, duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong> 50,0 cm alternadas com<br />

quatro fileiras <strong>de</strong> rabanete e duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong> 33,3 cm alternadas<br />

com três fileiras <strong>de</strong> rabanete. As parcelas apresentaram área útil 2,0 m 2 (1,0 m largura x<br />

2,0 m <strong>de</strong> comprimento). Os espaçamentos para quatro e três fileiras <strong>de</strong> rabanete foram <strong>de</strong><br />

0,25 e 0,33 m, respectivamente. Os espaçamentos entre plantas foram <strong>de</strong> 3,0 cm para o<br />

rabanete e 40 cm para o jateikaá. As produções do jateikaá e do rabanete não foram<br />

influenciadas significativamente pelo consórcio nem pelo arranjo <strong>de</strong> plantas, exceto a<br />

produção <strong>de</strong> massa fresca <strong>de</strong> folhas das plantas <strong>de</strong> rabanete que foi influenciada pelo<br />

número <strong>de</strong> fileiras no canteiro.<br />

Palavras-chave: Planta medicinal, associação <strong>de</strong> culturas, arranjo <strong>de</strong> plantas<br />

INTRODUÇÃO<br />

No Brasil, a maioria das espécies medicinais cultivadas é exótica, apresentando<br />

características <strong>de</strong> plantas pioneiras. Para o cultivo <strong>de</strong> plantas medicinais, as espécies<br />

pioneiras ou pioneiras iniciais no processo <strong>de</strong> sucessão secundária são mais facilmente<br />

cultivadas, permitindo estratégias <strong>de</strong> cultivo como alternativas razoáveis para a obtenção<br />

<strong>de</strong> seus produtos. O gênero Achyrocline é popularmente conhecido como macela-docampo,<br />

macelinha, camomila, losna-do-mato. É um gênero tropical com espécies que se<br />

distribuem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o México até o Sul da América do Sul, e outras espécies na África e


2<br />

Madagascar. As plantas possuem <strong>de</strong>nsa capa <strong>de</strong> pêlos, talos eretos a muito ramificados.<br />

As folhas são simples, alternas e com lâminas mais largas do que estreitas. A<br />

inflorescência é formada por múltiplos capítulos e cada um <strong>de</strong>les é composto <strong>de</strong> poucas<br />

flores. As brácteas que subten<strong>de</strong>m as flores são <strong>de</strong> cor creme e as flores vistosas têm<br />

pétalas usualmente amarelas a brancas. Este gênero na medicina popular tem sido<br />

indicado para tratamentos gastrintestinais, dor, náuseas e diarréia (Correa, 1984;<br />

Langeloh, 1988; Reis et al., 2003).<br />

O rabanete (Raphanus sativus L.) é uma Brassicaceae <strong>de</strong> porte reduzido e<br />

que, nas cultivares <strong>de</strong> maior aceitação, produz raízes globulares, <strong>de</strong> coloração escarlatebrilhante<br />

e polpa branca. Adapta-se melhor ao cultivo no outono – inverno, tolerando bem<br />

o frio e as geadas leves. O <strong>de</strong>senvolvimento da raiz tuberosa é favorecido por<br />

temperaturas baixas e dias curtos, condições que mantêm as plantas vegetativas por<br />

mais tempo. O rabanete é intolerante ao transplante, necessitando ser semeado no<br />

canteiro <strong>de</strong>finitivo, em sulcos com 1,0 a 1,5 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>. O espaçamento entre as<br />

fileiras é <strong>de</strong> 20 a 25 cm. A colheita é feita <strong>de</strong> 3 a 6 semanas após a semeadura, quando<br />

atingem o ponto <strong>de</strong> colheita (Filgueira, 2000).<br />

O consórcio possibilita a diversificação <strong>de</strong> espécies vegetais em uma mesma área<br />

e apresenta alguns benefícios agronômicos que respaldam sua utilização pelos<br />

produtores, especialmente pelos pequenos, que associam a técnica do consórcio com a<br />

redução dos riscos. Pois, se uma das culturas tem sua produção reduzida a outra po<strong>de</strong><br />

compensar em produtivida<strong>de</strong> parte dos prejuízos, permitindo uma colheita razoável (Innis,<br />

1997). Cecílio Filho e May (2002) estudaram o consórcio do rabanete com a alface, em<br />

função da época do estabelecimento, e concluíram que a maior razão <strong>de</strong> área equivalente<br />

(1,6) foi obtida quando o rabanete foi semeado aos sete dias após o transplantio da<br />

alface.<br />

O objetivo do trabalho foi avaliar a resposta produtiva do jateikaá, em cultivo<br />

solteiro e consorciado com o rabanete, sob dois arranjos <strong>de</strong> plantas.<br />

MATERIAL E MÉTODOS<br />

O experimento foi conduzido no Horto <strong>de</strong> Plantas Medicinais – HPM, da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Gran<strong>de</strong> Dourados, em Dourados-MS. O solo é do tipo Latossolo<br />

Roxo distroférrico <strong>de</strong> textura argilosa e <strong>de</strong> topografia plana. No <strong>de</strong>lineamento experimental<br />

<strong>de</strong> blocos casualizados, com quatro repetições, foram estudados seis tratamentos: duas<br />

fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong> 50,0 cm, duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong> 33,3 cm,


3<br />

três fileiras <strong>de</strong> rabanete, quatro fileiras <strong>de</strong> rabanete, duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas <strong>de</strong><br />

50,0 cm alternadas com quatro fileiras <strong>de</strong> rabanete e duas fileiras <strong>de</strong> jateikaá espaçadas<br />

<strong>de</strong> 33,3 cm alternadas com três fileiras <strong>de</strong> rabanete. As parcelas apresentaram área útil<br />

<strong>de</strong> 2,0 m 2 (1,0 m largura x 2,0 m <strong>de</strong> comprimento). Os espaçamentos para quatro e três<br />

fileiras <strong>de</strong> rabanete foram <strong>de</strong> 25,0 e 33,3 cm, respectivamente. Os espaçamentos entre<br />

plantas foram <strong>de</strong> 3 cm para o rabanete e 40 cm para o jateikaá.<br />

A propagação do jateikaá foi por semeadura indireta, sendo as mudas<br />

formadas em ban<strong>de</strong>jas e transplantadas no local <strong>de</strong>finitivo quando apresentaram altura <strong>de</strong><br />

aproximadamente 15,0 cm. A propagação do rabanete foi por semeadura direta. As<br />

plantas <strong>de</strong> jateikaá foram colhidas cortando-as rente ao solo. Na colheita, avaliaram-se as<br />

massas frescas e secas das partes aéreas. As plantas <strong>de</strong> rabanete foram colhidas a partir<br />

dos 30 dias após a semeadura, à medida que alcançavam o ponto <strong>de</strong> colheita. Foram<br />

avaliadas a altura <strong>de</strong> plantas e as massas frescas <strong>de</strong> raízes comerciais e não-comerciais.<br />

Os dados foram submetidos á análise <strong>de</strong> variância e teste F, até 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

As produções do jateikaá e do rabanete não foram influenciadas significativamente<br />

pelo consórcio nem pelo arranjo <strong>de</strong> plantas, exceto a produção <strong>de</strong> massa fresca <strong>de</strong> folhas<br />

das plantas <strong>de</strong> rabanete que foi influenciada pelo número <strong>de</strong> fileiras no canteiro. Munarin<br />

et al. (2005), ao estudarem o consórcio <strong>de</strong> alface e jateikaá, observaram que nas plantas<br />

<strong>de</strong> jateikaá houve relação inversa entre as produções <strong>de</strong> parte aérea e <strong>de</strong> flores, tanto<br />

<strong>de</strong>ntro do arranjo <strong>de</strong> plantas como do número <strong>de</strong> fileiras no canteiro. As menores<br />

produções <strong>de</strong> massa fresca e seca <strong>de</strong> parte aérea e as maiores produções <strong>de</strong> massa <strong>de</strong><br />

flores foram das plantas sob consórcio ou sob três fileiras <strong>de</strong> plantas no canteiro.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Ao CNPq, pelas bolsas concedidas, <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> em pesquisa, DCR e<br />

Iniciação Científica, e à FUNDECT-MS, pelo apoio financeiro.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

CECILIO FILHO, A. B.; MAY, A. Produtivida<strong>de</strong> das culturas <strong>de</strong> alface e rabanete em<br />

função da época <strong>de</strong> estabelecimento do consórcio. Horticultura Brasileira, Brasília, v.20,<br />

n.3, 2002.<br />

CORREA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. v. 2. 2.<br />

ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Ministério da Agricultura-IBDF, 1984.


4<br />

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual <strong>de</strong> olericultura: agrotecnologia mo<strong>de</strong>rna na produção e<br />

comercialização <strong>de</strong> hortaliças. Viçosa: Editora UFV, 2000. 402 p.<br />

INNIS, D. Q. Intercropping and the scientific basis of the traditional agriculture. London:<br />

Intermediate Publications Ltda, 1997. 179 p.<br />

LANGELOH, A. Ativida<strong>de</strong> antiespasmódica do extrato alcoólico <strong>de</strong> macela (Achyrocline<br />

satureioi<strong>de</strong>s Lam, D.C.). Revista Vitalle, v. 3. edição n/d, p 66.1988<br />

MUNARIN, E. E. <strong>de</strong> O.; VIEIRA, M. C., HEREDIA Z., N, A., MOTA, J. H. Produção <strong>de</strong><br />

Achyrocline alata em cultivo solteiro e consorciado com alface cultivada com três ou<br />

quatro fileiras no canteiro In: Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Olericultura, 45/Congresso<br />

Brasileiro <strong>de</strong> Floricultura e Plantas Ornamentais, 15/Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Cultura <strong>de</strong><br />

Tecidos <strong>de</strong> Plantas, 2, 2005, Fortaleza - CE. <strong>Resumo</strong>s expandidos... Brasília - DF:<br />

Expressão Gráfica, 2005. v.23.<br />

REIS, M. S.; MARIOT, A. STEENBOOCK, W. Diversida<strong>de</strong> natural e aspectos<br />

agronômicos <strong>de</strong> plantas medicinais. In: SIMÕES, C. M. O. et al. (Org.). Farmacognosia:<br />

da planta ao medicamento. 5. ed. Porto Alegre:UFSC, 2003, p. 35-74.<br />

Tabela 1.- Produções <strong>de</strong> massas fresca e seca das partes aéreas do jateikaá, em cultivo<br />

solteiro e em consórcio com rabanete, sob 25,0 ou 33,3 cm entre fileiras.<br />

Fator<br />

Massa <strong>de</strong> folhas (g 4 plantas -1 )<br />

Fresca<br />

Seca<br />

Arranjo <strong>de</strong> plantas<br />

Solteiro 217,65 a 73,47 a<br />

Consórcio 171,68 a 56,33 a<br />

Espaçamentos entre fileiras (cm)<br />

25,0 221,84 a 70,29 a<br />

33,3 167,49 a 59,50 a<br />

C.V. (%) 51,42 46,94<br />

Médias seguidas pelas mesmas letras, nas colunas, não diferem, pelo teste F, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />

Tabela 2.- Altura <strong>de</strong> plantas, diâmetro da raiz e produções <strong>de</strong> massas frescas <strong>de</strong> folhas e<br />

<strong>de</strong> raízes, comercial e não-comercial <strong>de</strong> rabanete, em cultivo solteiro ou consorciado com<br />

jateikaá, sob três e quatro fileiras no canteiro.<br />

Fator Altura <strong>de</strong><br />

plantas (cm)<br />

Diâmetro<br />

da raiz (cm)<br />

Massa fresca<br />

<strong>de</strong> folhas<br />

Massa fresca <strong>de</strong> raiz<br />

(g parcela -1 )<br />

(g parcela -1 ) Comercial Não-comercial<br />

Arranjo <strong>de</strong> plantas<br />

Solteiro 25,63 a 2,69 a 100,44 a 79,13 a 53,50 a<br />

Consórcio 29,13 a 2,94 a 85,13 a 85,13 a 61,00 a<br />

Fileiras no canteiro<br />

Três 24,50 a 2,93 a 129,82 a 109,38 a 76,63 a<br />

Quatro 30,25 a 2,69 a 55,75 b 54,88 a 37,88 a<br />

C.V. (%) 20,46 15,40 62,18 69,94 68,04<br />

Médias seguidas pelas mesmas letras, nas colunas, não diferem, pelo teste F, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.

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