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COM CHEGADA DO INVERNO, CRESCE ... - Bem Paraná

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6<br />

CURITIBA, QUINTA-FEIRA, 18 DE JUNHO DE 2009<br />

Informática<br />

JORNAL <strong>DO</strong> ESTA<strong>DO</strong><br />

economia@jornaldoestado.com.br<br />

GAMES PARA TO<strong>DO</strong>S<br />

os perfis e gostos<br />

Variedade de produtos ofertados no mercado atrai pessoas de todas as idades<br />

Rafael Cabral e<br />

Jocelyn Auricchio<br />

Agência Estado<br />

Muito se engana quem acha<br />

que a cultura dos games atinge<br />

apenas um tipo de pessoa, o<br />

geek. Pelo contrário: os consumidores<br />

de jogos eletrônicos<br />

são, muitas vezes, exatamente<br />

opostos. O contador Moacyr<br />

Santos, 37 anos, por exemplo,<br />

é um fanático por consoles, enquanto<br />

a estudante Thalita Carbonini,<br />

20 anos, gosta apenas de<br />

alguns joguinhos de celular.<br />

Moacyr tem 120 videogames,<br />

de todas as procedências<br />

— alguns até repetidos, apenas<br />

com as cores trocadas. Sua coleção<br />

tem curiosidades como o<br />

Casio Loopy, um console feito<br />

para meninas, que tem uma impressora<br />

embutida para criar<br />

adesivos da imagem pausada na<br />

tela. Ou o Supergraphic, que<br />

durou apenas para ver o nascimento<br />

de quatro jogos.<br />

“Todos os meus amigos vieram<br />

por meio dos games. É a<br />

minha forma de sociabilidade”,<br />

diz o colecionador, que chegou<br />

a aprender japonês para decifrar<br />

os manuais dos consoles. O fanatismo<br />

é tamanho que, para<br />

comprar um protótipo do clássico<br />

Atari, ele entrou em um<br />

leilão disposto a gastar até US$<br />

5 mil — e ainda assim ficou<br />

sem a relíquia, que acabou arrematada<br />

por US$ 19 mil.<br />

Games, para Moacyr, são<br />

cultura. Por isso, ele faz parte<br />

de um grupo que reivindica uma<br />

redução da taxação sobre eles.<br />

“O game hoje é considera do<br />

‘jogo de azar’. É um absurdo.<br />

O imposto é mais caro que o dos<br />

caça-níqueis”, reclama.<br />

O engajamento contrasta<br />

com a atitude de Thalita, cujo<br />

interesse por games se restringe<br />

ao jogos de boliche e montanha<br />

russa do celular. “Jogo<br />

todo dia, principalmente para<br />

passar o tempo em aulas ruins”,<br />

diz ela, que nunca evoluiu para<br />

games mais complexos. Ela é<br />

uma “desencanada digital”, ao<br />

contrário do contador expert<br />

em tecnologia, que vê nos emuladores<br />

de games uma importância<br />

histórica.<br />

A falta de habilidade já fez<br />

Thalita passar por apuros. Sem<br />

muita destreza para manejar<br />

seu celular, certa vez enviou<br />

um SMS — originalmente para<br />

seu namorado — para mais de<br />

70 pessoas. “Gastei tanto que a<br />

operadora me ofereceu outro<br />

plano”, diverte-se ela, que precisa<br />

de ajuda até para ligar o<br />

Bluetooth do telefone: “não é<br />

que eu não sei, mas às vezes<br />

esqueço o caminho”.<br />

Em outro caso, ela inverteu<br />

sem querer a área de trabalho<br />

do computador e trabalhou por<br />

um tempo com ela de ponta cabeça,<br />

já que não conseguia mudar.<br />

A estudante é tudo o que<br />

Moacyr não é, mas ambos são<br />

consumidores assíduos de games,<br />

que não estão mais presos<br />

a estereótipos. São parte da<br />

mesma cultura, que já não tem<br />

barreiras para crescer.<br />

Jogos antigos — Os abandowares<br />

são jogos ou programas<br />

tão antigos que acabaram no limbo<br />

do direito autoral. Um game<br />

vira abandonware quando a empresa<br />

que o desenvolveu fecha e<br />

nenhuma outra compra os direitos<br />

de uso e atualização da marca,<br />

personagens ou programa.<br />

Como estão no limbo, os abandonwares<br />

podem ser baixados e<br />

instalados sem o risco de se infringir<br />

nenhuma lei.<br />

Um grande site de abandowares<br />

é o Home of the Underdogs<br />

(www. homeoftheunderdogs.<br />

net). Lá você encontra<br />

vários clássicos disponíveis para<br />

baixar. Para rodar os jogos antigos<br />

de <strong>DO</strong>S, instale o <strong>DO</strong>S-<br />

Box (www.dosbox.com) e reviva<br />

o passado.<br />

OS TIPOS DE JOGOS “SÉRIOS” DISPONÍVEIS NO MERCA<strong>DO</strong><br />

INFORMAÇÃO<br />

newsgaming.com/games/madrid<br />

Um exemplo de inovação em games jornalísticos é o<br />

Darfur is Dying, da Persuasive Games, em que você se<br />

torna um refugiado do Sudão para entender o confronto<br />

no país. Ou September 12th e Madrid, jogos que tratam<br />

das consequências dos ataques terroristas aos EUA e<br />

Espanha, feitos pelo desenvolvedor Gonzalo Frasca.<br />

À frente da newsgaming.com, o uruguaio é o grande nome<br />

dessa onda de games noticiosos mais elaborados. Para<br />

Frasca, a adaptação de matérias a essa narrativa está apenas começando: “O potencial é enorme.<br />

Os games ajudam a entender a realidade de uma forma diferente e fazem pensar. São o<br />

equivalente, no século 21, aos cartoons: um novo gênero jornalístico”.<br />

A retenção de informação com eles, diz o Poynter Institute, é de 70% a 80%. Outras<br />

combinações multimídia não passam de 50%. Já existem até jogos, como o Global Conflicts -<br />

Latin America, da Serious Games, que fazem que você seja o jornalista: o jogador que corra atrás<br />

da notícia.<br />

PUBLICIDADE<br />

www.minischin.com.br/index-pop.php<br />

Usar jogos como forma de divulgar um produto tem<br />

menos a intenção de vendê-lo e mais a de fazer um<br />

trabalho de “branding” (interação do consumidor com a<br />

marca, na língua dos publicitários). Bom exemplo é o<br />

game de fantasia desenvolvido para uma campanha do<br />

guaraná Schin para crianças, o Minischin<br />

(www.minischin.com.br).<br />

Como num RPG antigo, de livros, o jogador vai passando<br />

de fase conforme suas decisões e chega a diferente finais. A arquitetura criada pela agência<br />

IDTBWA fez que o tempo de permanência no site fosse de mais de meia hora, sem nem citar a<br />

marca Minischin. Estratégia diferente tem a Nike, que atrai interessados por tênis com o joguinho<br />

de customização NikeID (nikeid.nike.com). O consumidor cria o próprio produto ajudado por<br />

um designer, online.<br />

Segundo o Nielsen/NetRatings, 70% dos usuários acham que as marcas relacionadas tornam os<br />

jogos mais reais. “A estratégia é fazer o consumidor perceber bem a marca, não achar que é algo<br />

‘clique e compre’. Precisa fazer sentido”, diz o publicitário Igor Puga, da IDTBWA.<br />

TREINAMENTO<br />

beergame.mit.edu<br />

Todo mundo sabe que os pilotos de avião passam por<br />

infinitas horas de treinamento em simuladores de voo até<br />

finalmente botarem a mão na massa. A ideia por trás dos<br />

games de treinamento ou negócio é exatamente a mesma:<br />

preparar pessoas para executar as suas atividades futuras<br />

na prática, em ambientes que recriam de forma precisa a<br />

experiência real.<br />

Um dos mais famosos e pioneiro nesse segmento é o Jogo<br />

da Cerveja (beergame.mit.edu), desenvolvido no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT),<br />

nos EUA, na década de 60, e que simula uma cadeia de produção. Até hoje ele é usado em cursos<br />

de administração. “Pesquisas mostram que as pessoas se lembram de até 90% daquilo com o que<br />

interagem”, garante Fernando Chamis, diretor da Webcore Games, empresa especializada no<br />

desenvolvimento desse tipo de jogo e que atende empresas como Petrobrás e Grupo Solví.<br />

Você joga, mesmo sem perceber<br />

Rodrigo Martins<br />

Agência Estado<br />

Você joga videogame<br />

Para quem não tem um console<br />

de última geração em<br />

casa, a resposta automática<br />

pode ser não. Mas pare para<br />

pensar. Na fila do banco, você<br />

liga o celular para brincar de<br />

“cobrinha” Quando está sem<br />

nada o que fazer na frente do<br />

PC, não resiste em abrir o Paciência<br />

E se está no Orkut ou<br />

Facebook e vê um joguinho<br />

bobinho, mas que parece divertido,<br />

você clica para testar<br />

Então, caro leitor, como muitos,<br />

sem se dar conta, você<br />

joga videogame.<br />

Os jogos saíram do domínio<br />

exclusivo de consoles e de<br />

PCs tunados. De celular e<br />

Orkut ao iPod, é possível jogar,<br />

mesmo que seja um simples<br />

xadrez online e não aqueles<br />

games ultramodernos como<br />

os vistos na E3, maior evento<br />

mundial do setor. E, com essa<br />

diversificação, ampliou-se o<br />

público também. Uma pesquisa<br />

da Entertainment Software<br />

Association aponta que 60%<br />

dos norte americanos jogam.<br />

E que os games não são coisa<br />

de criança. A média de idade<br />

dos gamers é de 29 anos.<br />

Flávio Paschoal, 53 anos,<br />

é vendedor. Ele não tem um<br />

console. Na real, não tem vontade<br />

nenhuma de ter. Mas todos<br />

os dias, religiosamente, liga<br />

o computador só para brincar<br />

de mover as cartas virtuais do<br />

Free Cell. “Sou viciado”, assume.<br />

“Tenho de levar minha<br />

filha ao metrô às 7 horas e meu<br />

filho à escola às 8 horas. Nesse<br />

meio tempo, vou ao PC e jogo.”<br />

O vendedor não joga mais<br />

nenhum game virtual. “Mas, fisicamente,<br />

jogo cartas com<br />

meus amigos todos os dias.<br />

Além disso, faço cruzadinhas”.<br />

Para ele, que escuta músicas no<br />

YouTube enquanto manda ver<br />

no Free Cell, o barato do jogo<br />

no computador é o desafio.<br />

“Fico querendo bater os meus<br />

recordes a cada dia”, assume ele.<br />

PONTO<strong>COM</strong><br />

INSERT<br />

Josianne Ritz<br />

(josiane@jornaldoestado.com.br)<br />

Lei Sarkozy à brasileira<br />

Na primeira vez que baixar ou compartilhar músicas<br />

ou filmes na internet, você leva uma advertência<br />

por e-mail. Na segunda, recebe outra, avisando que, se<br />

reincidir, as medidas serão mais severas. Na terceira,<br />

sua conexão com a rede é cortada por três meses. Na<br />

quarta, é obrigado a ficar desconectado por seis meses.<br />

E, se houver uma quinta, é proibido permanentemente<br />

de entrar na web. Um projeto de lei que tramita na<br />

Câmara dos Deputados, há 10 dias quer punir com a<br />

perda do acesso à rede quem for pego baixando arquivos<br />

protegidos por direitos autorais, nos mesmos moldes<br />

da Lei Sarkozy. Se o PL 5361/2009 for aprovado<br />

como está, os provedores de internet que constatarem<br />

que baixa ou compartilha música, por exemplo, o usuário<br />

já será punido. Não precisa nem de ordem de juiz.<br />

O próprio provedor já teria autonomia para desplugar<br />

o usuário.<br />

Em tempo. A lei francesa foi aprovada em maio -<br />

e julgada inconstitucional na semana passada.O responsável<br />

pelo PL é o deputado Bispo Gê Tenuta (DEM-<br />

SP), da bancada evangélica e ligado à Igreja Renascer.<br />

Estraga filmes!<br />

O blog Estraga Filmes (http://www.estragafilmes.<br />

blog.br/) já diz tudo no título. Lá, você encontra os finais<br />

dos filmes em cartaz no cinema e daqueles da locadora.<br />

Um Atlas diferente<br />

No site Atlas Obscura (http://atlasobscura.com),<br />

o internauta encontra curiosidades do mundo todo.<br />

Há também muitas curiosidades esotéricas, sempre<br />

com muitas fotos e histórias. Em inglês.<br />

Para encontrar alguém<br />

Quer encontrar alguém O Pilp (http://pipl.com/) pode<br />

te ajudar. É só colocar o nome e a cidade da pessoa, que o<br />

site dá o mapa digital dela: com posts, sites de relacionamentos,<br />

fotos e afins.<br />

Quanto vale<br />

Quer saber quanto vale o seu site, o seu blog Consulte<br />

o http://www.webvaluer.org.<br />

NÓS TESTAMOS<br />

Wordnik<br />

O Wordnik (http://www.wordnik.com/) é um<br />

dos melhores sites-dicionários de inglês da atualidade.<br />

Além de poder descobrir os vários significados<br />

para uma só palavra, o internauta ainda pode<br />

treinar a pronúncia, ouvindo as palavras e frases.<br />

BIZARRO NA REDE<br />

Bebês bravos<br />

Fotos de bebês bravos você encontra no site<br />

Now That’s Nifty. Alguns baixinhos dão medo. Vá<br />

lá: http://nowthatsnifty.blogspot.com/2009/06/angry-babies.html<br />

O INDÚSTRIA<br />

BRASILEIRA DE<br />

JOGOS<br />

ELETRÔNICOS<br />

cresceu 31% no ano<br />

passado, e a tendência é<br />

continuar crescendo.<br />

A participação do Brasil<br />

no mercado<br />

internacional de games,<br />

porém, ainda é pequena<br />

— não chega a 1%.<br />

DELETE<br />

A PREFEITURA DE<br />

SÃO PAULO publicou<br />

na terça-feira, uma lista<br />

com os salários dos<br />

servidores públicos.<br />

Alguns cidadãos<br />

aprovam a<br />

transparência, outros<br />

pedem que a relação<br />

seja retirada do ar.<br />

Sindicatos questionam<br />

sigilo.

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