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Capa dissertação Mauriene - DSpace/UFPB (REI) - Universidade ...

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MAURIENE SILVA DE F<strong>REI</strong>TAS<br />

DISCURSOS DE CONSTITUIÇÃO DA BRASILIDADE LINGUÍSTICA:<br />

COLONIZAÇÃO, LITERATURA E LÍNGUA(S) NO BRASIL (XVI-XIX)<br />

JOÃO PESSOA, PB<br />

2010


MAURIENE SILVA DE F<strong>REI</strong>TAS<br />

DISCURSOS DE CONSTITUIÇÃO DA BRASILIDADE LINGUÍSTICA:<br />

COLONIZAÇÃO, LITERATURA E LÍNGUA(S) NO BRASIL (XVI-XIX)<br />

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-<br />

Graduação em Linguística da <strong>Universidade</strong><br />

Federal da Paraíba como requisito para a<br />

obtenção do título de mestre.<br />

Orientadora: Wilma Martins de Mendonça<br />

JOÃO PESSOA<br />

2010


MAURIENE SILVA DE F<strong>REI</strong>TAS<br />

DISCURSOS DE CONSTITUIÇÃO DA BRASILIDADE LINGUÍSTICA:<br />

COLONIZAÇÃO, LITERATURA E LÍNGUA(S) NO BRASIL (XVI-XIX)<br />

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-<br />

Graduação em Linguística da <strong>Universidade</strong><br />

Federal da Paraíba como requisito para a<br />

obtenção do título de mestre.<br />

Aprovada em ___/___/2010<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

_________________________________________________________<br />

Profa. Dra. Wilma Martins de Mendonça – <strong>UFPB</strong> (orientadora)<br />

_________________________________________________________<br />

Prof. Dr. José Magalhães Vaz Neto– <strong>UFPB</strong> (examinador)<br />

_________________________________________________________<br />

Profa. Dra. Virgínia Leal– UFPE (examinadora)<br />

_________________________________________________________<br />

Profa. Dra. Maria Cristina Assis (suplente)


Aos que sucumbiram neste combate


AGRADECIMENTOS<br />

À minha orientadora Wilma Martins de Mendonça, farol intelectual e humano para o<br />

meu crescimento acadêmico e, sobretudo, humanístico, por sua disponibilidade, empenho e<br />

paciência em me ajudar a construir esse trabalho com tanto primor.<br />

À professora Maria Cristina Assis pelas sugestões bibliográficas que tanto<br />

acrescentaram neste trabalho.<br />

Aos professores Dermeval da Hora e Marianne Cavalcante pelo incentivo.<br />

Às funcionárias Aparecida Silva e Vera Lima pelo carinho e atenção destes vários<br />

anos de convívio.<br />

Às meninas do Fórum de Mulheres da <strong>UFPB</strong> por toda compreensão e colaboração<br />

neste período.<br />

A todos do Gebras- Grupo de Estudos de Brasilidade, por nossas leituras e debates.<br />

A Capes, pela ajuda financeira concedida no mestrado.<br />

Aos meus pais que abdicaram de seus sonhos para me dar condição de escolher o que<br />

eu desejasse ser.<br />

Às minhas irmãs e meu irmão, pelo simples fato de comporem nossa família.<br />

À minha grande amiga Greiciane que quando as dificuldades encortinavam meu olhar,<br />

ela, gentilmente, os descortinavam.<br />

A Uirá que sempre me ajudou com a logística deste trabalho, e, sobretudo, nunca<br />

titubeou quando mais precisei, inclusive, escutando, pacientemente, as minhas lamúrias de<br />

amor.<br />

A Válter Luciano meu cúmplice de trabalho e de malandragens.<br />

A Hercílio que sempre me auxiliou na organização das disciplinas da EaD, para que eu<br />

pudesse organizar melhor meus horários.<br />

A Gualberto, pela ajuda com o abstract.<br />

À Rosilene, pela camaradagem.<br />

Às minhas amigas Juliana e Dayana companheiras de rodas de samba e amenidades,<br />

exorcismo de qualquer estresse.


RESUMO<br />

O trabalho acadêmico, Discursos de constituição da brasilidade linguística:<br />

colonização, literatura e língua (s) no Brasil (XVI-XIX) tratou do estudo, de cunho<br />

descritivo-analítico, acerca do percurso e dos modos com os quais a conquista e a colonização<br />

lusitanas efetivaram a expropriação e o encobrimento linguístico indígena, impondo a língua<br />

portuguesa como único código de comunicação entre nós, num processo claramente marcado<br />

pela fúria das guerras da conquista e da colonização, pela violência do desrespeito às gentes<br />

ameríndias e pelo violento eurocentrismo linguístico. A escolha desse objeto de estudo se<br />

justificou em face da recorrência dessa temática, ou seja, do debate interminável acerca de<br />

nossa identidade linguística. Frequente em nossos mais diversos discursos culturais,<br />

notadamente na literatura e na sociologia, a tematização das especificidades nacionais se<br />

constituem como molas-mestras, para os discursos literários e sociológicos, formando uma<br />

interdiscursividade, isto é, uma prática discursiva híbrida, inerente a todos os usos sociais da<br />

linguagem. Para a realização de nosso intento, elegemos, como corpus de análise, algumas<br />

amostras textuais, extraídas de obras coloniais, redigidas durante o nosso período<br />

colonizatório, mais precisamente entre os meados do século XVI às duas primeiras décadas<br />

do século XIX, quando ocorrerá a independência política do Brasil de Portugal, mas não o fim<br />

do embate linguístico-religioso. Nesse recorte histórico, nos debruçamos sobre o contexto<br />

escritural do período colonial brasileiro. Assim, nos voltamos, inicialmente, para as<br />

informações jesuíticas de Padre Manuel da Nóbrega e de José de Anchieta, acerca do século<br />

XVI, contexto marcada pelas guerras e aldeamentos jesuíticos. Para os estudos do contexto<br />

linguístico do século XVII, nos utilizamos, notadamente, dos escritos de Padre Antônio Vieira<br />

e do poeta Gregório de Matos. Em relação ao contexto escritural do século XVIII, época<br />

caracterizada pela expulsão dos jesuítas e pela proibição pombalina do uso da linguística<br />

indígena, nossa análise se fez através leitura dos textos árcades, em especial os de Basílio da<br />

Gama e Santa Rita Durão. No tocante as duas primeiras décadas do século XIX, marcadas<br />

pela presença de D. João VI e pelo afluxo de vários e importantes cientistas europeus ao<br />

Brasil, as observações linguísticas peculiares a esse período foram observadas através das<br />

narrativas dos alemães Spix e Martius e do francês Jean-Baptiste Debret. Nessa compreensão,<br />

consideramos os pressupostos teóricos e metodológicos de Fairclough como caminhos de<br />

importância capital para o nosso trabalho. Foi, pois, através da proposta de análise de discurso<br />

proposta por Fairclough, a análise de discurso textualmente orientada (ADTO), que<br />

procedemos a nossa descrição analítica dos discursos linguístico-identitários no Brasil,<br />

escritos à época colonial. À maneira de Fairclough, concebemos tais textos como<br />

constituidores e construtores de nossa brasilidade linguística. Dessa forma, se constituiu o<br />

nosso discurso literário e, em sua constituição, a brasilidade linguística, ou nossa nova língua<br />

geral, responsável, como afirma Antonio Candido, pela sedimentação de nossa unidade<br />

política. Dessa trajetória, marcada pelos signos da destruição/reconstrução/construção,<br />

linguística, se origina as nossas práticas discursivas, diferentes das de Portugal, pelo<br />

hibridismo que a informa, especialmente em suas formas orais. Esse hibridismo linguístico,<br />

como afirma, sugestivamente, Mário de Andrade, em Macunaíma (1928), representação<br />

literária de seu projeto linguístico, torna o Brasil prodigiosamente rico em expressão, a ponto<br />

de dispormos de duas línguas, uma com a qual se fala e outra, com a qual se escreve,<br />

conforme se vê na epígrafe que abre este trabalho. Essa condição linguística, que desperta,<br />

sem cessar, o interesse de nossos dos nossos mais diversos intelectuais, se constituindo,<br />

assim, como um traço discursivo recorrente de nossas elaborações textuais, preserva sua<br />

atualidade, como se procurou averiguar nesse trabalho.<br />

Palavras-chave: Linguística. Literatura. Colonização Linguística. Brasilidade.


ABSTRACT<br />

The scholarly work, Speeches for the Formation of Linguistic Brazilianness: colonization,<br />

literature and language (s) in Brazil (XVI-XIX) is a study done upon a descriptiveanalytical<br />

bottom about the course and the ways in which the Lusitan conquest and<br />

colonization implemented the expropriation and hiding of indigenous languages by imposing<br />

the Portuguese Language as the sole source of communication between us, within a process<br />

clearly marked by the fury of wars of conquest and colonization, by the violence of disrespect<br />

for the Native American people and by the violent linguistic eurocentrism. The choice of this<br />

object of study is warranted due to the recurrence of this theme, that is, the endless debate<br />

about our linguistic identity. It is very frequent in our various cultural discourses, especially in<br />

literature and sociology, the thematization of national characteristics as crucial, to literary and<br />

sociological discourses, forming a interdiscursivity, that is, a hybrid discursive practice,<br />

inherent to all social uses of language. To achieve our purpose we choose, as corpus analysis,<br />

some sample texts, extracted from colonial works, written during our period of colonization,<br />

more precisely between the mid-sixteenth century and the first decades of the nineteenth<br />

century, when the political independence of Brazil from Portugal occurs, but not the end of<br />

the religious-linguistic clashes. Upon this historical phase we will examine the scriptural<br />

context of the Brazilian colonial period. Thus, we turn initially to the information of Jesuit<br />

Father Manuel da Nóbrega and José de Anchieta, about the sixteenth century, a context<br />

marked by wars and Jesuit settlements. For studies of the linguistic context of the seventeenth<br />

century, we will use, especially, the writings of Father Antonio Vieira and Poet Gregorio de<br />

Matos. With regard to the scriptural context of the eighteenth century, a period characterized<br />

by the expulsion of the Jesuits and the prohibition, by the Marquis of Pombal, of the use of<br />

indigenous languages, our analysis will be done through the reading Arcadian texts, especially<br />

those by Basílio da Gama e Santa Rita Durão. Regarding the first two decades of the<br />

nineteenth century, marked by the presence of D. Joao VI and the influx of several important<br />

European scientists in Brazil, the linguistic remarks peculiar to this period will be observed<br />

through the narratives of Germans Spix and Martius and Frenchman Jean-Baptiste Debret. In<br />

this understanding, we consider Fairclough’s theoretical and methodological paths as of<br />

paramount importance for our work. It is therefore through the proposed discourse analysis<br />

proposed by Fairclough, the textually-oriented discourse analysis (TODA), that we proceed to<br />

our analytical description of the speech-language identity in Brazil, written during the colonial<br />

period. By way of Fairclough, we conceive such texts as constituters and builders of our<br />

linguistic Brazilianness.<br />

Keywords: Linguistics. Literature. Language´s colonization. Brazilianness.


Ora sabeis que a sua riqueza de expressão intelectual é<br />

tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem<br />

noutra.<br />

Mário de Andrade


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................1<br />

1 LINGUÍSTICA, LITERATURA E COLONIZAÇÃO EM DIÁLOGO.........................12<br />

2 LINGUÍSTICA, LITERATURA E DEPENDÊNCIA CULTURAL: CAMINHOS E<br />

IMPASSES................................................................................................................................29<br />

3 O BRASIL LINGUÍSTICO: NOS TEMPOS DA CONQUISTA E<br />

COLONIZAÇÃO......................................................................................................................52<br />

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................ .....91<br />

REFERÊNCIAS......................................................................................................................94<br />

APÊNDICE............................................................................................................................105


INTRODUÇÃO


C A P Í T U L O I


C A P Í T U L O II


CAPÍTULO III


CONSIDERAÇÕES FINAIS


APÊNDICE

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