O Quebra-Nozes - Companhia Nacional de Bailado
O Quebra-Nozes - Companhia Nacional de Bailado
O Quebra-Nozes - Companhia Nacional de Bailado
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
PROGRAMA04<br />
PROGRAMA06<br />
O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong><br />
Nova Produção em Estreia Absoluta<br />
Coreografia MEHMET BALKAN segundo PETIPA<br />
Orquestra Sinfónica Portuguesa e<br />
Coro do Teatro <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> São Carlos<br />
Direcção Musical JAMES TUGGLE<br />
DEZEMBRO . 2003<br />
Teatro Camões . orquestra e coro<br />
20, 22, 23 e 29 Dez. . 21H00<br />
26, 27 e 28 Dez. . 16H00<br />
JANEIRO . 2004<br />
Teatro Camões . música gravada<br />
3, 4, 9 e 10 Jan. . 21H00<br />
3, 4, 9* e 11 Jan. . 16H00<br />
* Escolas<br />
MAIS INFORMAÇÕES<br />
www.cnb.pt
EDP-Electricida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Portugal<br />
2
A beleza da Dança — para além do que <strong>de</strong>corre do evi<strong>de</strong>nte prodígio que é conseguir contar uma história apenas através<br />
do gesto, do movimento, sem recurso à palavra — resi<strong>de</strong> em transformar cada momento num hino à harmonia na diversida<strong>de</strong>;<br />
à busca do equilíbrio partindo <strong>de</strong> uma agitada re<strong>de</strong> <strong>de</strong> acções. E, ainda assim, fazendo com que cada interveniente<br />
se mantenha singular, original, inédito.<br />
Num perpétuo movimento <strong>de</strong> (mu)dança cumprimos, na EDP, dia-a-dia e há muitos anos, o milagre da luz. A liberalização<br />
do mercado traz-nos hoje numa roda-viva. Temos que ser mais competitivos; aumentar o nosso ritmo; cumprir as expectativas<br />
dos nossos clientes, <strong>de</strong> modo a que eles nos possam continuar a i<strong>de</strong>ntificar claramente por entre os acenos que<br />
outros lhes remeterão.<br />
Esta é a nossa arte e é talvez por isso que nos sentimos tão i<strong>de</strong>ntificados com a CNB, da qual somos Mecenas Exclusivo<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 31 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1998. Por isso e porque queremos sublinhar a nossa intenção <strong>de</strong> levar a cada recanto em que<br />
prestamos o nosso serviço a fluência luminosa que só se encontra na <strong>de</strong>monstração estética, organizada, <strong>de</strong> uma vonta<strong>de</strong><br />
indómita, obsessiva, <strong>de</strong> servir. Cada vez mais, cada vez melhor, cada vez com uma singularida<strong>de</strong> mais vincada apesar<br />
da abertura do mercado e do consequente surgimento <strong>de</strong> outros actores portadores <strong>de</strong> outras propostas e projectistas<br />
<strong>de</strong> outras ilusões.<br />
Temos connosco a soli<strong>de</strong>z <strong>de</strong> um passado ao qual po<strong>de</strong>mos ir buscar todos os argumentos que singularizam o nosso movimento.<br />
Daí também o nosso gesto – singular mas continuado – <strong>de</strong> apoio à CNB.<br />
Porque EDP também é Cultura, somos Mecenas Exclusivo da CNB.<br />
3
CNB<br />
<strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong><br />
A <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> foi criada em 1977<br />
por <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> David Mourão Ferreira, então Secretário<br />
<strong>de</strong> Estado da Cultura, ficando em regime <strong>de</strong> instalação<br />
provisória a partir <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Junho do mesmo ano, regime<br />
que foi institucionalizado pelo Decreto nº 460/82, <strong>de</strong> 26<br />
<strong>de</strong> Novembro. Integrada no Teatro <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> São Carlos<br />
em 1985, a CNB voltou ao regime anterior em 1992 e,<br />
em 1994, passou a integrar o Instituto Português<br />
do <strong>Bailado</strong> e da Dança. Em 1998 a <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> recuperou a sua autonomia.<br />
A CNB apresentou a primeira realização nacional <strong>de</strong> produções<br />
integrais <strong>de</strong> bailados como La Sylphi<strong>de</strong>, Raymonda,<br />
O Lago dos Cisnes, Coppélia, Dom Quixote ou Romeu<br />
e Julieta; recuperou outros clássicos como Pas-<strong>de</strong>-Quatre,<br />
Giselle, Les Sylphi<strong>de</strong>s, Petruchka, La Bayadère, O Pássaro<br />
<strong>de</strong> Fogo, O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, A Sagração da Primavera,<br />
As Bodas e La Fille Mal Gar<strong>de</strong>é, entre outros. Apresentou<br />
também obras <strong>de</strong> Balanchine, Lifar, Lichine, Joos, Limón,<br />
van Dantzig, Nebrada e Lubovitch e dos portugueses Armando<br />
Jorge, Fernando Lima, Carlos Trincheiras e Olga Roriz.<br />
Para além das digressões em território nacional, a CNB<br />
apresentou-se na Europa (Espanha, França, Suíça e Alemanha),<br />
Brasil, Bermudas e República Popular da China. Para a RTP,<br />
a CNB gravou vários bailados, como La Sylphi<strong>de</strong>, Romeu<br />
e Julieta, O Pássaro <strong>de</strong> Fogo e Pas-<strong>de</strong>-Quatre.<br />
Entre 1978 e 1993, a direcção artística da CNB esteve<br />
a cargo <strong>de</strong> Armando Jorge. Isabel Santa Rosa assumiu<br />
a direcção artística <strong>de</strong> 1994 a 1996.<br />
Em Junho <strong>de</strong> 1996, Jorge Salavisa foi convidado para<br />
reestruturar a CNB, tendo assumido, em Setembro <strong>de</strong>sse<br />
ano, o cargo <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>nte do Instituto Português<br />
do <strong>Bailado</strong> e da Dança, associação cultural que então<br />
tutelava a CNB.<br />
Jorge Salavisa foi Director-Geral da <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1998 a Abril <strong>de</strong> 2001.<br />
Luísa Taveira ocupou o cargo <strong>de</strong> Directora Artística da CNB<br />
<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1999 a Maio <strong>de</strong> 2000.<br />
De Janeiro <strong>de</strong> 2001 a Agosto <strong>de</strong> 2002, Marc Jonkers assumiu<br />
a direcção artística da CNB.<br />
Nos últimos anos, a CNB apresentou obras <strong>de</strong> coreógrafos<br />
como Michael Cor<strong>de</strong>r, William Forsythe, Anne Teresa<br />
De Keersmaeker (em estreia absoluta), e ainda <strong>de</strong> coreógrafos<br />
seleccionados nos sucessivos Estúdios Coreográficos<br />
entretanto realizados por David Fielding e Rui Lopes Graça.<br />
A CNB tem trabalhado regularmente com a Orquestra<br />
Sinfónica Portuguesa, Orquestra Metropolitana <strong>de</strong> Lisboa,<br />
Orquestra <strong>Nacional</strong> do Porto, Quarteto <strong>de</strong> Pianos<br />
<strong>de</strong> Amesterdão e ainda com diversos músicos e maestros<br />
portugueses.<br />
Ana Pereira Caldas foi nomeada Directora da <strong>Companhia</strong><br />
<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> em Maio 2001.<br />
Des<strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2002, a <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong><br />
tem como Director Artístico Mehmet Balkan.<br />
4
CNB<br />
5
TEATRO CAMÕES<br />
6
DIRECÇÃO DA CNB<br />
2003, um ano <strong>de</strong> activida<strong>de</strong><br />
A <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> é uma companhia<br />
<strong>de</strong> reportório, com a missão <strong>de</strong> assegurar a apresentação<br />
<strong>de</strong> obras do bailado clássico, mo<strong>de</strong>rno e contemporâneo<br />
em todo o território nacional. Em 2001, estreámos Romeu<br />
e Julieta <strong>de</strong> John Cranko, com cenário <strong>de</strong> João Men<strong>de</strong>s<br />
Ribeiro e figurinos <strong>de</strong> António Lagarto, no Centro Cultural<br />
<strong>de</strong> Belém e com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.<br />
Em 2002, e no âmbito 25º aniversário da criação da CNB,<br />
estreámos uma nova produção <strong>de</strong> Giselle com coreografia<br />
George Garcia, com cenários e figurinos <strong>de</strong> António<br />
Lagarto, no Teatro <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> São Carlos.<br />
Em 2001 e 2002, dançámos em Lisboa, Porto, Setúbal,<br />
Viseu, Évora, Coimbra, Serpa, Montemor-o-Novo, Damaia,<br />
Famalicão, Leiria, Faro, Lagos, Tavira, Castelo Branco,<br />
Sintra, Funchal, e também em Miami, Bruxelas, Viena,<br />
Rouen e Paris.<br />
No início <strong>de</strong> 2003, por Resolução do Conselho <strong>de</strong> Ministros,<br />
a gestão e a programação do Teatro Camões foi entregue<br />
à CNB. Ficou assim <strong>de</strong>finida a sala para a apresentação<br />
regular das nossas temporadas em Lisboa. Nessa perspectiva,<br />
e <strong>de</strong> Janeiro a Dezembro <strong>de</strong> 2003, a CNB apresentou<br />
seis programas distintos que incluiram:<br />
4 estreias absolutas: Glória <strong>de</strong> Rui Lopes Graça, Pedro<br />
e Inês <strong>de</strong> Olga Roriz, O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong> <strong>de</strong> Mehmet Balkan<br />
e Facing the Sky <strong>de</strong> Pierre Wyss;<br />
6 estreias em Portugal: Rondo Ala Turka <strong>de</strong> Beyhan<br />
Murphy, Concerto <strong>de</strong> Katarzina Gdaniec e Marco<br />
Cantalupo, Light Fandango e Entre Dos Aguas <strong>de</strong> Roberth<br />
North, Cinco Estações <strong>de</strong> Mehmet Balkan e Solo <strong>de</strong> Hans<br />
van Manen;<br />
1 estreia na CNB: Cinco Tangos <strong>de</strong> Hans van Manen;<br />
4 reposições: Apollo e Who Cares <strong>de</strong> George Balanchine,<br />
Troy Game <strong>de</strong> Roberth North e A Dama das Camélias<br />
<strong>de</strong> Mehmet Balkan.<br />
Em Maio, apresentámos o Estúdio Coreográfico 2003,<br />
uma aposta continuada em novos criadores para a dança<br />
e estreámos pela primeira vez na <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> obras <strong>de</strong> Hans van Manen. Em Julho ocorreu<br />
a estreia absoluta <strong>de</strong> Pedro e Inês, uma coreografia<br />
<strong>de</strong> Olga Roriz com cenários <strong>de</strong> João Men<strong>de</strong>s Ribeiro, figurinos<br />
<strong>de</strong> Mariana Sá Nogueira e <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> luz <strong>de</strong> Cristina<br />
Pieda<strong>de</strong>. Des<strong>de</strong> então, Pedro e Inês tem sido apresentado<br />
em digressão nacional e está em preparação uma<br />
digressão internacional.<br />
Neste mês <strong>de</strong> Dezembro, a CNB estreia uma nova produção<br />
do bailado em dois actos O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, com a colaboração<br />
da Escola <strong>de</strong> Dança do Conservatório <strong>Nacional</strong>, o Coro<br />
e a Orquestra do Teatro <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> São Carlos. Trata-se<br />
<strong>de</strong> uma nova produção em estreia que testou mais uma vez<br />
a capacida<strong>de</strong> organizativa e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> uma pequena<br />
equipa profissional. Sem falsas modéstias, orgulhamo-nos<br />
do resultado.<br />
Ao mesmo tempo que <strong>de</strong>correu a temporada regular<br />
da <strong>Companhia</strong> no Teatro Camões, <strong>de</strong>senvolvemos mais<br />
uma digressão nacional: estivemos em Serpa, Évora,<br />
Figueira da Foz, Santa Maria da Feira, Coimbra, Castelo<br />
Branco, Lagos e Arronches. A <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
7
DIRECÇÃO DA CNB<br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> tem vindo a <strong>de</strong>senvolver todos os anos digressões<br />
por todo o território nacional, incluíndo as ilhas, o que<br />
nos garante hoje um circuito mínimo <strong>de</strong> espectáculos em<br />
teatros municipais, universitários, cine-teratros ou pavilhões<br />
gimno<strong>de</strong>sportivos. Tal só é possível, graças ao apoio e interesse<br />
<strong>de</strong> muitas autarquias, do Europarque, da Culturporto,<br />
da Delegação Regional <strong>de</strong> Cultura do Alentejo, entre outros.<br />
O apoio mecenático da EDP tem-se revelado <strong>de</strong>cisivo para<br />
o <strong>de</strong>senvolvimento e crescimento da activida<strong>de</strong>s da CNB.<br />
De facto, e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998, a EDP tem sido um parceiro fundamental<br />
nesta estratégia <strong>de</strong> assegurar a apresentação<br />
<strong>de</strong> espectáculos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> não apenas em Lisboa, se<strong>de</strong><br />
da <strong>Companhia</strong>, mas também em todo o território nacional.<br />
Por isso, a EDP associou-se também a nós na remo<strong>de</strong>lação<br />
do Teatro Camões e no seu lançamento como Teatro<br />
da Dança. Num ano <strong>de</strong> fortes restrições orçamentais, a EDP<br />
renovou o seu apoio mecenático à <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong>, aumentando o valor anual atribuído:<br />
<strong>de</strong> ¤ 500.000,00 para ¤ 750.000,00.<br />
Ainda durante 2003, acolhemos no Teatro Camões<br />
a <strong>Companhia</strong> Olga Roriz, a CêDêCê-<strong>Companhia</strong> <strong>de</strong> Dança<br />
Contemporânea, a Ballet Contemporâneo do Norte,<br />
<strong>Companhia</strong> <strong>de</strong> Dança <strong>de</strong> Almada e também iniciativas <strong>de</strong>dicadas<br />
à dança do novíssimo Instituto das Artes.<br />
A CNB é um projecto em crescimento, com dinâmica e qualida<strong>de</strong><br />
artísticas asseguradas. Estamos em fase <strong>de</strong> reestruturação<br />
que é necessária e fundamental para mo<strong>de</strong>rnizar<br />
a estrutura da <strong>Companhia</strong> e prepara-la para uma nova fase<br />
que inclui o Teatro Camões.<br />
Neste final <strong>de</strong> ano, a Direcção da CNB agra<strong>de</strong>ce a todos<br />
os que tornaram possível esta realida<strong>de</strong>, a nossa programação,<br />
os nossos espectáculos na nossa nova casa em<br />
Lisboa mas também por todo o país. Uma palavra, em particular,<br />
para os administrativos, artístas e técnicos<br />
que compõem os quadros da <strong>Companhia</strong>: esta equipa,<br />
que somos todos nós, tem <strong>de</strong>monstrado que hoje é possível<br />
prestar um serviço público <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, com o qual<br />
o cidadão se i<strong>de</strong>ntifica: trabalhar em equipa e exigir<br />
a excelência, é, porventura, o segredo do nosso eventual<br />
sucesso.<br />
A todos um muito obrigado pelo trabalho <strong>de</strong>senvolvido<br />
e votos <strong>de</strong> um bom anos <strong>de</strong> 2004.<br />
A Direcção da <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong><br />
Conciliámos, por último, no Teatro Camões, a temporada regular<br />
da CNB com as referidas companhias e com uma forte<br />
activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> caracter comercial, que não sendo <strong>de</strong>cisiva é<br />
certamente <strong>de</strong>terminante como fonte alternativa <strong>de</strong> receitas.<br />
8
CNB<br />
FICHA TÉCNICA CNB<br />
Director Artístico Mehmet Balkan<br />
Directora Ana Pereira Caldas<br />
Subdirector Carlos Vargas<br />
Bailarinos Principais<br />
Inês Amaral, A<strong>de</strong>line Charpentier, Barbora Hruskova, Peggy Konik, Ana<br />
Lacerda, Filomena Pinto, Filipa Rola*, Didier Chazeau, Alexandre Fernan<strong>de</strong>s,<br />
Mário Franco, Alistair Main, Carlos Pinillos, Roman Vassiliev<br />
Solistas<br />
Isabel Galriça, Mariana Paz, Clau<strong>de</strong> Yammin, Luís d’Albergaria, Bruno Roque,<br />
Fernando Duarte, Rui Lopes Graça, Juan Hernán<strong>de</strong>z, Brent Williamson<br />
Corifeus<br />
Filipa Castro, Catarina Lourenço, Guiomar Machado, Maria João Pinto,<br />
Paulina Santos, Rui Alexandre, Tom Colin, Carlos Labiós, Armando Maciel<br />
Corpo <strong>de</strong> Baile<br />
Annabel Barnes, Paula <strong>de</strong> Castro, Virginya Chevalier, Marina Figueiredo,<br />
Isabel Fre<strong>de</strong>rico, Clare Figgins, Mónica García, Catarina Grilo, Etelvina<br />
Loureiro, Elsa Ma<strong>de</strong>ira, Helena Marques, Susana Matos, Myriam Mechaiek,<br />
Solange Melo, Charmaine du Mont, Maria Paiva, Irina <strong>de</strong> Oliveira, Carla<br />
Pereira, Margarida Pimenta, Andreia Pinho, Sílvia Santos, Anabel Segura,<br />
Marta Sobreira, Alba Tapia, Henriett Ventura, Can Arslan, Xavier Carmo, Philip<br />
Currel, Freek Damen, Nuno Fernan<strong>de</strong>s, Ediz Ergüç, Fre<strong>de</strong>rico Gameiro, Kürsat<br />
Killiç, Filipe Macedo, Pedro Mascarenhas, José Carlos Oliveira, João Carlos<br />
Petrucci, Álvaro Santos, Mehmet Yümak<br />
Mestres <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> Maria Palmeirim, João Miranda<br />
Ensaiadores Maria José Branco, Isabel Fernan<strong>de</strong>s, Kimberley Ribeiro<br />
Professora Emérita e Conselheira Pedagógica Violette Quenolle<br />
Professora Cristina Maciel<br />
Pianista Acompanhadora e Assistente Musical Ana Paula Ferreira<br />
Pianista Imelda Cartwright<br />
10<br />
* Estágio <strong>de</strong> Massoterapia<br />
Coor<strong>de</strong>nador Técnico João Carlos Andra<strong>de</strong><br />
Director Técnico João Paulo Xavier<br />
Director <strong>de</strong> Cena Henrique Andra<strong>de</strong><br />
Directora <strong>de</strong> Produção Maria Luísa Carles<br />
Coor<strong>de</strong>nadora Executiva Margarida Men<strong>de</strong>s<br />
Encarregado Geral Manuel Carvalho<br />
Assistente da Direcção <strong>de</strong> Produção Carla Almeida<br />
Assistente da Direcção Técnica e Contra-Regra Wanda França<br />
Chefe Maquinista Joaquim Maia<br />
Maquinista Alves Forte<br />
Chefe <strong>de</strong> Iluminação Vítor José<br />
Técnico Assistente <strong>de</strong> Iluminação Pedro Men<strong>de</strong>s<br />
Técnico <strong>de</strong> Som e Ví<strong>de</strong>o Hel<strong>de</strong>r Gomes<br />
Zeladora do Guarda-Roupa Maria José Pardal<br />
Mestra <strong>de</strong> Guarda-Roupa A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Marinho<br />
Costureira A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Pedro Paulo<br />
Osteopata José Campos, Acácia Coyac<br />
Massagista Vitor Passarinho<br />
Coor<strong>de</strong>nador Administrativo António Ferreira<br />
Assistente Administrativa Fátima Ramos<br />
Assistente Administrativa Especialista Isabel Ricarte<br />
Secretária da Direcção Lur<strong>de</strong>s Almeida<br />
Apoio Administrativo Laura Pinto<br />
Assessora Jurídica Leonor Pinto Ribeiro<br />
Relações Públicas Cristina <strong>de</strong> Jesus<br />
Apoio à Internet Fátima Brito<br />
Fundo Documental Marco Arantes<br />
Motorista João Alegria
PROGRAMA06<br />
O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong><br />
Nova Produção em Estreia Absoluta<br />
Lisboa, Teatro Camões, <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong>, 20 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2003<br />
Coreografia Mehmet Balkan segundo Marius Petipa<br />
Música P. I. Tchaikovsky<br />
Dramaturgia Mehmet Balkan e Olaf Zombebeck segundo E. T. A. Hoffman<br />
Cenários e Figurinos Olaf Zombeck<br />
Desenho <strong>de</strong> Luz Cristina Pieda<strong>de</strong><br />
Assistente do Coreógrafo Junko Hikasa<br />
Ensaiadores João Miranda, Maria José Branco, Isabel Fernan<strong>de</strong>s e Cristina Maciel<br />
Ensaiadores das crianças Isabel Fernan<strong>de</strong>s, Armando Maciel<br />
Assistente do Cenógrafo e Figurinista Natacha Fernan<strong>de</strong>s<br />
Execução A<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> Cena Leonel e Bicho, Guilherme Durão Cal, Lin<strong>de</strong>n<br />
Patrick Bell, Fernando Oliveira, Carlos Coxo<br />
Cabeleireiras e A<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> Cabeça Marian <strong>de</strong> Graef, Fátima Sousa<br />
Caracterização Sandra Pinto<br />
Aluguer <strong>de</strong> Guarda-Roupa Atelier Maria Gonzaga<br />
Costureiras Ana Marinho, Glória Bento, Celeste Santos, Fernanda Campos,<br />
Helena Moreira, Helena Sousa, O<strong>de</strong>te Oliveira, Esmeralda <strong>de</strong> Sousa, Carla Cruz,<br />
Alexandrina Con<strong>de</strong>, Antónia Costa, Helena Freitas, Conceição Miranda,<br />
Paula Marinho<br />
Equipa Técnica Central do Mitelo, Lda.<br />
Coro do Teatro <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> São Carlos<br />
Maestro Titular João Paulo Santos<br />
Orquestra Sinfónica Portuguesa<br />
Maestro Titular Zoltán Peskó<br />
Direcção Musical James Tuggle<br />
Para a Produção <strong>de</strong> O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong><br />
Execução <strong>de</strong> Cenários La Bottega Veneziana<br />
Execução <strong>de</strong> A<strong>de</strong>reços Leonel Bicho e..............<br />
Execução <strong>de</strong> Guarda Roupa A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Marinho (Oficina CNB)<br />
Execução <strong>de</strong> Cabeleiras e A<strong>de</strong>reços <strong>de</strong> Cabeça Patrick Bell e Li<strong>de</strong>n..............<br />
Caracterização Sandra Pinto<br />
Aluguer <strong>de</strong> Guarda Roupa Atelier <strong>de</strong> Maria Gonzaga e ....................<br />
Oficina CNB<br />
Costureiras<br />
Equipa técnica<br />
Técnicos<br />
01<br />
Cruzada Cristiano Varela, Nicolau Nunes, Pedro Campos, Cândido Santos, Vitor<br />
Pinto, Mário Silva, Luis Pires, Miguel Osório, Paulo Cesar, Rui Alves<br />
Lista <strong>de</strong> Agra<strong>de</strong>cimentos Adriano Coelho, Lda, Arnaud Transitários,<br />
Casa Batalha, Central do Mitelo, Lda, Luzeiro, Ourotexteis, Lda, Santo<br />
Con<strong>de</strong>stável, Sua Kay Arquitectos, Top Atlântico<br />
12
Peggy Konic e Fernando Duarte<br />
13
SINOPSE<br />
O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong><br />
Tempo <strong>de</strong> sonhar.<br />
Tempo para <strong>de</strong>ixar voar os pensamentos, voar muito além<br />
dos acontecimentos <strong>de</strong> Ontem, porque há sempre um<br />
Amanhã, voar para além dos horizontes e espantar-se<br />
através dos olhos <strong>de</strong> uma criança…<br />
Tempo mágico.<br />
Tempo <strong>de</strong> Natal.<br />
…passam nuvens no céu nocturno estrelado e a lua vagueia<br />
sobre a Terra.<br />
Guia-nos através da esfera da fantasia, abre o cortinado <strong>de</strong><br />
um Teatro mágico imaginário e conta-nos o segredo <strong>de</strong> Natal<br />
numa pequena cida<strong>de</strong>:<br />
Era uma vez…<br />
Perante os nossos olhos levanta-se o véu, encontramo-nos<br />
no meio <strong>de</strong> um tumulto alegre <strong>de</strong> pessoas ansiosas e em<br />
espírito <strong>de</strong> festa.<br />
Filipa Castro e Carlos Pinillos<br />
14 14
Prólogo<br />
As janelas das casas da cida<strong>de</strong> estão iluminadas com velas:<br />
É a Noite Santa.<br />
Visitantes tardios passam rapidamente, carregados <strong>de</strong><br />
prendas <strong>de</strong> Natal.<br />
Além, numa casa senhorial, abre-se a porta <strong>de</strong> entrada<br />
para <strong>de</strong>ixar entrar os convidados.<br />
Aí, da janela <strong>de</strong> sacada, uma menina olha com um ar<br />
pensativo para uma velhinha pobre que ven<strong>de</strong> as últimas<br />
castanhas por baixo das árvores.<br />
Começa a nevar. Agora as ruas estão vazias. Por todo<br />
o lado se prepara a consoada.<br />
A porta <strong>de</strong> entrada abre-se novamente, aparece a mesma<br />
menina, sai <strong>de</strong> casa e corre em direcção à velhinha; pe<strong>de</strong>-lhe<br />
para que a acompanhe e convida-a a passar a Noite <strong>de</strong> Natal<br />
no calor e carinho da sua família.<br />
1º Acto<br />
Cena I: A Consoada<br />
No interior da casa, uma sala <strong>de</strong>corada para o Natal,<br />
num brilho suave, recebe os seus últimos convidados.<br />
Os pais da menina dão as boas vindas à velhinha pobre<br />
e pe<strong>de</strong>m a Clara — assim se chama a filha — para a acompanhar<br />
até a poltrona, abrigando-a ao calor da lareira.<br />
As portas <strong>de</strong> vidro ainda estão ainda fechadas, e as crianças<br />
muito excitadas; finalmente, os avós sentam-se e, tal como<br />
tios e tias, todos os amigos e crianças esperam pela surpresa<br />
misteriosamente anunciada.<br />
Drosselmeier, o mágico, entra – um pouco cómico e sinistro!<br />
Ouvem-se sussurros: “parece que ele sabe enfeitiçar”...<br />
...e, então, abrem-se as portas <strong>de</strong> vidro!<br />
Vejam, como brilha a Árvore <strong>de</strong> Natal... e os inúmeros<br />
presentes e, como está linda a mesa <strong>de</strong>corada e cheia<br />
<strong>de</strong> iguarias!...<br />
Será que mágico, Drosselmeier consegiu este passo<br />
<strong>de</strong> magica<br />
Ou...<br />
A velhinha sorri enigmática e misteriosa...<br />
Fritz está feliz com um pequeno regimento <strong>de</strong> soldados –<br />
heróis corajosos sem dúvida — e a Clara<br />
Clara também recebeu um herói: é um <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong> lindo,<br />
o príncipe dos seus sonhos…<br />
Que noite tão divertida, transbordante <strong>de</strong> alegria e <strong>de</strong><br />
exuberância, com os avós a dançar, sem falar, saudosos<br />
dos tempos da sua juventu<strong>de</strong>.<br />
Parece que o mágico bebeu um copinho a mais: as suas<br />
marionetas <strong>de</strong>satam a correr, a fugir, Columbine e Pierrot<br />
dançam à sua volta.<br />
Cansado e esgotado ele sobe a escada para finalmente<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>scansar, que bem merece!<br />
Ai, o ponche, o vinho!<br />
Artistas da CNB<br />
15
Estão a fazer efeito e, já é tão tar<strong>de</strong>!<br />
Seguem-se as <strong>de</strong>spedidas: Boa noite! Feliz Natal! A<strong>de</strong>us!....<br />
Dorme bem Clara!…<br />
Cena II: Meia-Noite<br />
Agora é noite escura. A Árvore <strong>de</strong> Natal brilha misteriosamente<br />
à luz da lua e das estrelas.<br />
Será que Clara <strong>de</strong>sce e mansinho as escadas É mesmo:<br />
Ela vem à procura do seu novo amigo, o <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, é ele<br />
que vai proteger e guiar os seus sonhos.<br />
O relógio bate as doze badaladas. O ponteiro indica<br />
a Meia-Noite, hora em que se abrem as portas invisíveis…<br />
...alguma coisa se mexeu ali Será uma brinca<strong>de</strong>ira<br />
...quem está a sussurrar<br />
Uma ratazana …não po<strong>de</strong> ser! Outra, e mais outra...<br />
Socorro! Socorro!...<br />
Ao cimo da escada parece estar um fantasma! Ah mas<br />
é o Mágico! Acordou assustado e com uma vela na mão<br />
tenta <strong>de</strong>scer a escada com todo o cuidado...<br />
Clara e o Mágico assustados, chocam um com o outro:<br />
Ratazanas! Um exército <strong>de</strong> piratas! Socorro!...<br />
Então, uma figura mágica levanta-se da ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> braços —<br />
é a Fada do Mundo dos Sonhos que só aparece aos Homens<br />
na Noite <strong>de</strong> Natal.<br />
Com gestos <strong>de</strong>terminados ela afasta o pesa<strong>de</strong>lo... e vejam...<br />
Ah, a sala... tornou-se enorme e a Árvore <strong>de</strong> Natal cintilante<br />
cresceu também!<br />
Clara fica fascinada com toda esta mudança.<br />
Ouve-se o rufar dos tambores — o soar das trombetas.<br />
Os soldadinhos investem — nós já os conhecemos — são<br />
do regimento do pequeno Fritz que, comandados pelo<br />
<strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong> da Clara, corajoso e <strong>de</strong>terminado, atacam<br />
com um canhão <strong>de</strong> enorme.<br />
O fragor da batalha agita as tropas das ratazanas e dos<br />
soldados.<br />
As espadas brilham no meio do fumo da pólvora...<br />
Por momentos parece que os piratas ganham terreno:<br />
o terrível chefe Raterix, exige o máximo <strong>de</strong> todos!<br />
Mas a protectora Fada do Natal consegue heróico general da<br />
Clara, o <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, ponha o malvado bando <strong>de</strong> ratazanas<br />
em <strong>de</strong>bandada. O seu regimento consegui uma gran<strong>de</strong><br />
vitória!...<br />
Legenda<br />
16
Mas on<strong>de</strong> está o Mágico!<br />
Será que se escon<strong>de</strong>u na sua caixinha mágica cheio<br />
<strong>de</strong> medo!<br />
O fumo dissipa-se.<br />
No mais fundo da sua imaginação Clara vê surgir o seu protector<br />
transformado no seu Príncipe, Herói, Amigo<br />
do Coração – o seu <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>.<br />
Carinhosamente ele acompanha Clara ao Reino da Paz<br />
e dos bons sonhos.<br />
Cena III: Um conto <strong>de</strong> Inverno<br />
Flocos <strong>de</strong> neve pairam em silêncio, giram e rodopiam ao<br />
ritmo <strong>de</strong> uma melodia envolvente. Subitamente, Clara é<br />
levada a voar através <strong>de</strong> uma floresta cintilante no Inverno<br />
profundo. …Ao lado da sua boa Fada, a Fada do Natal, voa<br />
para um Mundo em que todos os <strong>de</strong>sejos são satisfeitos...<br />
2º ACTO<br />
Cena IV: Voo no céu estrelado<br />
A lua continua a percorrer o seu caminho. Não estão a ver<br />
Clara voa atrás das nuvens no céu cheio <strong>de</strong> estrelas…<br />
Um trenó leva-a para o país das maravilhas on<strong>de</strong> existe<br />
Beleza, Alegria, Brilho e Crianças felizes.<br />
Cena V: Na Primavera<br />
O mundo <strong>de</strong>sabrochou e está cheio <strong>de</strong> promessas.<br />
Clara enlevada observa os toureiros fogosos, a cortejar<br />
as suas senhoritas adoradas – será o pronuncio <strong>de</strong> uma<br />
tourada emocionante<br />
E, num piscar <strong>de</strong> olhos, Clara vê o pôr-do-sol no <strong>de</strong>serto<br />
egípcio;<br />
ora, encontra mandarins com as suas vaidosas concubinas,<br />
ora, encontra dois cossacos galhofeiros, que parecem querer<br />
mudar o mundo, doidos <strong>de</strong> alegria e vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver.<br />
Como é bom viver, não é<br />
Só faltam os doces <strong>de</strong>liciosos, as guloseimas….<br />
Chupa-chupas divertidos...<br />
Parece mesmo um verda<strong>de</strong>iro Circo!<br />
Por todo o lado há algo que pula, salta, rodopia numa confusão<br />
multicolor.<br />
Reina a alegria. E a Paz.<br />
Num relvado imenso <strong>de</strong> flores, Columbina dança com<br />
Pierrot e no meio das pétalas ondulantes, Clara, cheia <strong>de</strong><br />
felicida<strong>de</strong>, dança com o seu <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, o seu Príncipe.<br />
Figurinos Olaf Zomback<br />
17
Mas o seu sonho envolve-se numa magia conturbada:<br />
a Fada dos bons momentos, acompanhada do seu galã sorri<strong>de</strong>nte,<br />
chega ao seu reino; o Jardim das doces promessas.<br />
O Tempo e o Espaço transformam-se numa grandiosa apoteose.<br />
O par maravilhoso transforma a atmosfera enebriante<br />
<strong>de</strong> encantamento e graciosida<strong>de</strong>...<br />
Epílogo<br />
…mesmo o sonho mais bonito tem que acabar.<br />
A boa Fada sabe que tudo tem uma razão <strong>de</strong> ser.<br />
Clara acorda: nos seus braços segura o <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>…<br />
Que noite <strong>de</strong> Natal tão maravilhosa!<br />
Será que foi tudo um sonho Aí está a Árvore <strong>de</strong> Natal,<br />
as escadas…e lá, da poltrona levanta-se a velhinha…<br />
ela conhece o segredo da Noite Santa e da Mensagem<br />
da Reconciliação e da Solidarieda<strong>de</strong>...<br />
Foi assim Será sempre assim<br />
Sorri<strong>de</strong>nte, a velhinha observa as estrelas – a lua escon<strong>de</strong>se<br />
atrás <strong>de</strong> uma nuvem. Aperta o xaile à volta dos ombros<br />
e, <strong>de</strong>vagar, <strong>de</strong>svanece-se no escuro das ruelas adormecidas.<br />
Enquanto ela se afasta, Clara olha-a, cheia <strong>de</strong> melancolia.<br />
Na janela <strong>de</strong> sacada está o <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>, silencioso e sério<br />
fitando o mundo, com os olhos bem abertos: o herói dos<br />
sonhos reais.<br />
SE OS SONHOS SÃO REAIS, O QUE É, ENTÃO, A REALIADADE<br />
18<br />
Olaf Zombeck<br />
Ana Lacerda
ENSAIO<br />
O enigmático mundo interior <strong>de</strong><br />
“O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>”<br />
«'O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>' <strong>de</strong> Mikhail Baryshnikov é um estranho e<br />
maravilhoso bailado.» A citação é <strong>de</strong> um texto do<br />
"Washington Star" sobre a estreia, em 1976, em<br />
Washington (EUA), da versão <strong>de</strong> Baryshnikov <strong>de</strong>ste bailado,<br />
originalmente criado no século anterior na Rússia. Este<br />
olhar sobre «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» é um exemplo da recuperação<br />
da complexida<strong>de</strong> simbólica e <strong>de</strong> drama psicológico<br />
que está no texto que lhe <strong>de</strong>u origem, um conto <strong>de</strong> E.T.A.<br />
Hoffmann, «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong> e o Rei dos Ratos», do início do<br />
século XIX. O primeiro bailado «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» estreou<br />
em Dezembro <strong>de</strong> 1892, no Teatro Maryinsky, em São<br />
Petersburgo (Rússia). Segundo as memórias escritas <strong>de</strong><br />
Petipa («Mémoires», <strong>de</strong> Marius Petipa, 1990, Actes Sud):<br />
«Lev Ivanov compõe e encena, a partir do meu argumento,<br />
todas as danças do bailado 'O <strong>Quebra</strong>-nozes' sobre a música<br />
<strong>de</strong> Tchaikovski». O compositor inspirou-se na adaptação<br />
para conto infantil que Alexandre Dumas fez da história <strong>de</strong><br />
Hoffmann.<br />
Mikhail Baryshnikov e ...<br />
A versão <strong>de</strong> Petipa/Ivanov <strong>de</strong>senha uma opção pelo<br />
entretenimento, uma história ilustrada por momentos <strong>de</strong><br />
bailado simplesmente para distrair, retirando-lhe a dimensão<br />
psicológica inerente à essência dos contos <strong>de</strong> fadas.<br />
Esse potencial simbólico, que propõe pistas para a compreensão<br />
do mundo interior do ser, é recuperado com<br />
Baryshnikov, <strong>de</strong> acordo com as transcrições <strong>de</strong> críticas à<br />
peça constantes no livro «Balanchine's Complete Stories of<br />
The Great Ballets», <strong>de</strong> George Balanchine e Francis Mason<br />
(1977, Doubleday & Company), que dão conta <strong>de</strong> um<br />
mundo <strong>de</strong> fantasia que ilustra o dilema da existência interior<br />
da protagonista, Clara (em algumas versões chama-se<br />
Maria), que se encontra numa ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transição, da infância<br />
para a adolescência – no original <strong>de</strong> Petipa é uma criança<br />
que interpreta a menina, que tem um papel pouco<br />
activo na história. Esta opção culmina na alteração do<br />
momento chave do bailado: o famoso pas-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ux, que no<br />
original é dançado pela Fada do Açúcar e pelo seu cavaleiro,<br />
passa a ser um pas-<strong>de</strong>-trois dançado por Clara,<br />
Drosselmeyer (o enigmático padrinho que lhe oferece o<br />
boneco <strong>Quebra</strong>-nozes) e o príncipe (<strong>Quebra</strong>-nozes transformado).<br />
Outra diferença resi<strong>de</strong> no facto <strong>de</strong> que, na maior<br />
parte das versões, haver um conflito inicial entre Clara e o<br />
irmão, Fritz, quando este lhe parte o boneco que<br />
Drosselmeyer lhe oferece. No bailado <strong>de</strong> Baryshnikov o<br />
conflito estabelece-se a um outro nível, com um adulto,<br />
convidado da festa <strong>de</strong> natal da família Stahlbaum, que lhe<br />
quebra o boneco, completando a lógica do potencial <strong>de</strong><br />
drama psicoanalítico presente nos contos <strong>de</strong> fadas, uma<br />
vez que está implícito no sonho <strong>de</strong> Clara uma vingança dos<br />
adultos, vingança que significa superar a adversida<strong>de</strong><br />
sendo feliz. E é esta uma das utilida<strong>de</strong>s dos contos <strong>de</strong> fadas<br />
para a qual alerta Bruno Bettelheim no seu livro<br />
«Psicanálise dos Contos <strong>de</strong> Fadas» (10ª edição, 2003,<br />
Bertrand): «Para que uma história possa pren<strong>de</strong>r verda<strong>de</strong>iramente<br />
a atenção <strong>de</strong> uma criança, é preciso que ela<br />
distraia e <strong>de</strong>sperte a sua curiosida<strong>de</strong>. Mas, para enriquecer<br />
a sua vida, ela tem <strong>de</strong> estimular a sua imaginação; tem<br />
19
<strong>de</strong> ajudá-la a <strong>de</strong>senvolver o seu intelecto e esclarecer as<br />
suas emoções; tem <strong>de</strong> estar sintonizada com as suas<br />
angústias e as suas aspirações; tem <strong>de</strong> reconhecer plenamente<br />
as suas dificulda<strong>de</strong>s e, ao mesmo tempo, sugerir<br />
soluções para os problemas que a perturbam.»<br />
«O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» é claramente um caso em que Petipa<br />
(mesmo contando com a criativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ivanov), «com<br />
intenção <strong>de</strong> produzir gran<strong>de</strong>s efeitos cénicos, [ele] enche o<br />
espectáculo com solos e ensembles que pouco têm que ver<br />
com o seu conteúdo» – <strong>de</strong> acordo com a bailarina russa<br />
Tâmara Karsavina (nas «Mémoires», <strong>de</strong> Marius Petipa).<br />
Não é por acaso que a segunda parte do bailado original é<br />
composta por uma sequência <strong>de</strong> danças <strong>de</strong> diferentes culturas<br />
(espanhola, árabe, chinesa e russa), sintomaticamente<br />
integradas na categoria <strong>de</strong> «divertissement», que<br />
nada acrescentam à história e que não têm outra utilida<strong>de</strong><br />
que não seja a diversão. Apesar da crítica, Karsavina elogia<br />
o facto <strong>de</strong> Petipa se servir da coreografia, <strong>de</strong> um modo<br />
geral, «como um meio <strong>de</strong> penetração nas profun<strong>de</strong>zas psicológicas<br />
ao combinar com gran<strong>de</strong> talento a forma exterior<br />
com o sentido interno». O que raramente acontece nas<br />
versões <strong>de</strong> «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>», resultando num empobrecimento<br />
que <strong>de</strong>ve ser tido em consi<strong>de</strong>ração e que se aplica,<br />
<strong>de</strong> acordo com Bettelheim, à abordagem mais vulgarizada<br />
actualmente a este género <strong>de</strong> literatura infantil: «A maior<br />
parte das crianças <strong>de</strong> hoje toma conhecimento dos contos<br />
<strong>de</strong> fadas em versões embonecadas e simplificadas, as<br />
quais abrandam o seu sentido e lhes roubam qualquer significado<br />
mais profundo – versões tais como as dos filmes e<br />
espectáculos da TV, em que os contos <strong>de</strong> fadas se transformam<br />
em divertimentos esvaziados <strong>de</strong> sentido.»<br />
«O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» sobreviveu à ameaça do esquecimento,<br />
mesmo tendo um começo pouco auspicioso – até<br />
Tchaikovsky acreditava pouco no seu potencial, achava o<br />
tema «inferior» ao <strong>de</strong> «A Bela Adormecida», segundo o<br />
«Complete Book of Ballets», <strong>de</strong> Cyril W. Beaumont (1941,<br />
Legenda<br />
Gar<strong>de</strong>n City Publishing) – é hoje um clássico que se revisita<br />
frequentemente no Natal. A questão das opções dramatúrgicas<br />
e da riqueza <strong>de</strong> reflexão psicológica, constante no<br />
conto, pouco utilizada no bailado é apenas uma das perspectivas<br />
pelas quais vale a pena olhar para o «O <strong>Quebra</strong>-<br />
<strong>Nozes</strong>». A outra é entendê-lo como oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repensar<br />
o papel <strong>de</strong> Petipa na história da dança e este é também<br />
um universo complexo. Muitas críticas são feitas a Petipa,<br />
mas o nome tornou-se imortal, <strong>de</strong>ixando tatuada uma<br />
indiscutível influência no bailado clássico do final da<br />
segunda meta<strong>de</strong> do século XIX. «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>», mesmo<br />
não tendo sido totalmente concebido por este – juntamente<br />
com «A Bela Adormecida» (1890) e «O Lago dos<br />
Cisnes» (1895) – é uma das obras emblemáticas do reino<br />
do teatro imperial russo que o coreógrafo francês dominou<br />
na segunda meta<strong>de</strong> do século XIX. Para esta importância<br />
histórica contribuiu gran<strong>de</strong>mente a colaboração com um<br />
compositor, Tchaikovsky, autor das partituras das três<br />
peças.<br />
20
A relação mais próxima entre a composição musical e coreográfica<br />
é uma das contribuições <strong>de</strong> Petipa, quando até<br />
aqui a prática era que todos os elementos constituintes <strong>de</strong><br />
uma obra – música, dança, figurinos, cenário… – fossem<br />
criados separadamente, encontrando-se unicamente no<br />
final, com resultados «muitas vezes longe <strong>de</strong> ser satisfatórios»,<br />
segundo Beaumont. E esta mudança torna-se<br />
mais evi<strong>de</strong>nte nas obras em colaboração com Tchaikovsky,<br />
o que, segundo Tâmara Karsavina, po<strong>de</strong> explicar o facto <strong>de</strong>,<br />
nos bailados anteriores, não existir «uma tal diversida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> personagens, <strong>de</strong> nuances <strong>de</strong> sentidos subtis nos movimentos<br />
e <strong>de</strong> uma tradução da música em linguagem gestual,<br />
inspirando-a». Para Balanchine – «Mémoires», <strong>de</strong><br />
M.P. – Petipa leva para a Rússia «o requinte da elegância<br />
francesa, o sentido <strong>de</strong> perfeição absoluta da forma visual<br />
e um elevado simbolismo humanista. Ele faz sobressair o<br />
actor-bailarino, uma vez que a Europa oci<strong>de</strong>ntal tenta<br />
impor uma certa poética <strong>de</strong> convenção ao bailado que não<br />
era mais do que pantomima infantil a dar-se ares <strong>de</strong><br />
ópera». Tomaz Ribas atribui-lhe «a grandiosida<strong>de</strong> e o brilhantismo<br />
do bailado imperial como também a manutenção<br />
<strong>de</strong> pureza do Ballet como espectáculo» – no seu livro «O<br />
Que é o Ballet» (2ª edição, 1966, Arcádia) – e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> uma<br />
transposição «dos clichés da ópera lírica» para os bailados<br />
<strong>de</strong> Petipa: «os coros grandiosos são grandiosos corpos <strong>de</strong><br />
baile; a área mais ou menos virtuosa da diva correspon<strong>de</strong><br />
à ária <strong>de</strong> virtuosa técnica da ballerina-assoluta; ao dueto<br />
da diva e do tenor correspon<strong>de</strong> o pas-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ux; e a ária do<br />
tenor tem a sua correspon<strong>de</strong>nte nas variações do<br />
danseur-noble». A consequência, segundo Ribas, era, «se<br />
por um lado, elas serviam para a manutenção <strong>de</strong> uma<br />
tradição da técnica e do estilo académico-clássico, por<br />
outro lado, no ponto <strong>de</strong> vista da inspiração, tornaram-se<br />
banais sobretudo por Petipa, <strong>de</strong>ntro do convencionalismo<br />
do ambiente, ter que ajustar as suas obras aos gostos e às<br />
exigências do público que as apoiava. Assim, nesses ballets<br />
todas as estrelas tinham <strong>de</strong> ter o seu brilharete, pelo que<br />
Artistas da CNB<br />
o coreógrafo se via forçado a conceber danças, solos, pas<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ux<br />
em que os dons pessoais <strong>de</strong> cada uma das<br />
gran<strong>de</strong>s bailarinas fossem explorados ao máximo».<br />
Balanchine (nas já citadas «Mémoires») vê neste trabalho<br />
com «os dons pessoais» <strong>de</strong> cada bailarino/a uma qualida<strong>de</strong>:<br />
«ao valorizar a individualida<strong>de</strong> do intérprete graças<br />
a uma selecção <strong>de</strong> combinações <strong>de</strong> movimentos mais apropriados,<br />
Petipa aperfeiçoou <strong>de</strong> maneira indirecta todo o<br />
vocabulário da dança clássica, uma vez que os bailarinos<br />
aspiram a dilatar o léxico dos seus movimentos e a assimilar<br />
aquilo que lhes parecia impossível.»<br />
Fazendo a transição do romantismo para o início do século<br />
XX, a importância <strong>de</strong> Marius Petipa para a história do<br />
bailado é indiscutível, o que não anula as críticas que lhe<br />
foram feitas. A bailarina e coreógrafa russa Bronislava<br />
Nijinska (que chegou a dançar, ainda em menina, em bailados<br />
<strong>de</strong> Petipa), escreve, no livro «Mémoires», <strong>de</strong> Marius<br />
Petipa, que consi<strong>de</strong>rava a mímica que existia nos seus<br />
21
Legenda<br />
espectáculos «ridícula», criticava «a virtuosida<strong>de</strong> da dança<br />
clássica arremetida à acrobacia e não respon<strong>de</strong>ndo à<br />
acção do bailado». Acrescenta ainda: «As túnicas dos<br />
bailarinos, sempre as mesmas, pareciam-nos igualmente<br />
inapropriadas. Estávamos indignados com os absurdos<br />
geográficos, etnográficos e que iam simplesmente contra o<br />
bom senso». Tomaz Ribas, no seu livro, afirma: «os divertissements<br />
suce<strong>de</strong>m-se uns aos outros quase anacronicamente,<br />
sem nada que ver com a acção dramática ou a<br />
arquitectura coreográfica da obra». Mas por entre este<br />
panorama, o especialista <strong>de</strong> dança português <strong>de</strong>staca as<br />
três obras que contam com a criativida<strong>de</strong> musical <strong>de</strong><br />
Tchaikovsky: «estes bailados são gran<strong>de</strong>s poemas coreográficos,<br />
que proporcionam uma impressão <strong>de</strong> beleza,<br />
harmonia e graciosida<strong>de</strong>». E nesta <strong>de</strong>scrição situa-se o que<br />
Petipa consi<strong>de</strong>ra mais importante, como <strong>de</strong>finiu o bailarino<br />
e mestre <strong>de</strong> bailado Nicolas Legat, contemporâneo do<br />
coreógrafo, no livro <strong>de</strong> memórias: «Aspirar à beleza, ao<br />
encanto e à simplicida<strong>de</strong> e não reconhecer nenhuma outra<br />
lei.»<br />
«O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» situa-se na categoria <strong>de</strong> «bailadosfeérie»,<br />
que conhecem uma gran<strong>de</strong> expansão no final do<br />
século XIX, o que remete para o mundo das fadas, <strong>de</strong> contos,<br />
do sobrenatural. A obra tem sido abordada pelos mais<br />
diferentes coreógrafos, tanto numa perspectiva <strong>de</strong> reconstrução<br />
<strong>de</strong> uma nova obra, orientada pelas opções coreográficas<br />
originais ou assumindo uma autoria totalmente<br />
própria, mesmo que inspirada no conto <strong>de</strong> Hoffmann e com<br />
música <strong>de</strong> Tchaikovski, como aconteceu com o bailado <strong>de</strong><br />
Nureyev (1967, Royal Swedish Ballet), ou ainda como tentativa<br />
<strong>de</strong> reconstrução do original. Portugal não é<br />
excepção. A 3 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1971, Tomaz Ribas escrevia no<br />
"Diário <strong>de</strong> Lisboa": «O dia 2 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1971 ficará<br />
sendo, <strong>de</strong> certo modo, uma data assinalável da ainda<br />
pequena e pobre história do 'ballet' em Portugal pois será<br />
a data em que, pela primeira vez, uma companhia balética<br />
portuguesa apresentou uma versão integral do famoso<br />
bailado '<strong>Quebra</strong>-nozes'.» A companhia era o Grupo<br />
Gulbenkian <strong>de</strong> <strong>Bailado</strong> (actual Ballet Gulbenkian) e a coreografia<br />
era assinada por Anton Dolin. «Velho e enfadonho<br />
mas famoso», era assim que Tomaz Ribas <strong>de</strong>screvia esta<br />
obra, <strong>de</strong>stacando «os maravilhosos e esplendorosos<br />
cenários e figurinos <strong>de</strong> Artur Casais» e «as presenças <strong>de</strong><br />
dois notáveis bailarinos portugueses – Isabel Santa Rosa e<br />
Armando Jorge – que com Margery Lambert arcaram com<br />
a responsabilida<strong>de</strong> dos principais papéis». Em 1975, aquela<br />
versão <strong>de</strong> «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>» regressa ao Ballet<br />
Gulbenkian, mas com revisão coreográfica <strong>de</strong> Jorge Garcia,<br />
Carlos Trincheiras e Armando Jorge. A <strong>Companhia</strong> <strong>Nacional</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>Bailado</strong>, criada a 22 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1977, apresenta no<br />
seu primeiro programa (5 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong>sse mesmo ano),<br />
o famoso pas-<strong>de</strong>-<strong>de</strong>ux <strong>de</strong> «O <strong>Quebra</strong>-<strong>Nozes</strong>», peça que viria<br />
a ser revisitada, na íntegra, em 1984, com coreografia <strong>de</strong><br />
Armando Jorge e cenários e figurinos <strong>de</strong> Artur Casais, conhecendo<br />
agora uma nova versão, da autoria do actual<br />
director da CNB, Mehmet Balkan.<br />
22
Cenários e Figurinos <strong>de</strong> Artur Casais<br />
23