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Joao Luiz Moreira C Azevedo - Cirurgiaonline.med.br

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Vol. 31 - Nº 6, Nov. / Dez. 2004<<strong>br</strong> />

<strong>Azevedo</strong> et al.<<strong>br</strong> />

Cicatrização da Miotomia de Heller<<strong>br</strong> />

IE, segundo a fórmula (McAdams et al 33 ) IE = 100 (1 – 2A/<<strong>br</strong> />

B+C).<<strong>br</strong> />

Para a determinação do I’E’ foram <strong>med</strong>idos os perímetros<<strong>br</strong> />

externos do molde na TEG (A’) e em outros dois pontos<<strong>br</strong> />

situados cranialmente à mesma, sendo um deles (C’) a 2cm<<strong>br</strong> />

e o outro (B’) a 4cm. Para a determinação do I’E’, utilizou-se a<<strong>br</strong> />

mesma fórmula de McAdams 33 .<<strong>br</strong> />

Foi investigada a presença ou não de aderências<<strong>br</strong> />

peritoneais na região da miotomia.<<strong>br</strong> />

Para análise dos resultados foi aplicado o teste t de<<strong>br</strong> />

Student, o teste de Wilcoxon, o teste de Mann-Whitney e a<<strong>br</strong> />

análise de variância de Kruskal-Wallis. Fixou-se em 0,05 ou<<strong>br</strong> />

5% (α ≤ 0,05) o nível de rejeição da hipótese de nulidade assinalando-se<<strong>br</strong> />

com um asterisco os valores significantes.<<strong>br</strong> />

RESULTADOS<<strong>br</strong> />

Os animais de ambos os grupos não apresentaram<<strong>br</strong> />

sinais de dificuldade evidente na deglutição dos alimentos ou<<strong>br</strong> />

qualquer outro sinal clínico que pudesse levar a acreditar que<<strong>br</strong> />

os mesmos tivessem qualquer alteração do trânsito do bolo<<strong>br</strong> />

alimentar pelo esôfago.<<strong>br</strong> />

A duração das intervenções operatórias no<<strong>br</strong> />

grupo com miotomia isolada (grupo A, 45 minutos) foi<<strong>br</strong> />

significantemente menor que no grupo B (93 minutos), que<<strong>br</strong> />

teve fundocardioplastia associada.<<strong>br</strong> />

À necropsia, foi observado que os animais dos grupos<<strong>br</strong> />

A e B indistintamente apresentavam aderências<<strong>br</strong> />

peritoneais entre a região operada e a face visceral do fígado.<<strong>br</strong> />

O aspecto macroscópico na região da miotomia nos animais<<strong>br</strong> />

do grupo A era regular e evidenciava ausência de fi<strong>br</strong>ose (Figura<<strong>br</strong> />

1), enquanto que nos animais do grupo B notava-se fi<strong>br</strong>ose<<strong>br</strong> />

profusa na transição esôfago-gástrica (Figura 2)<<strong>br</strong> />

No estudo histológico qualitativo dos animais do<<strong>br</strong> />

grupo A, notou-se processo inflamatório discreto e ausência<<strong>br</strong> />

da túnica muscular do esôfago na região da miotomia, que foi<<strong>br</strong> />

substituída por tecido de reparação, recoberto por células de<<strong>br</strong> />

revestimento mesotelial, as quais puderam ser melhor<<strong>br</strong> />

visibilizadas em corte histológico tangencial à superfície cruenta<<strong>br</strong> />

da miotomia.<<strong>br</strong> />

Nos animais do grupo B foi encontrado intenso<<strong>br</strong> />

infiltrado linfoplasmocitário no local da miotomia, com tecido<<strong>br</strong> />

de granulação da superfície cruenta rico em capilares, leucócitos<<strong>br</strong> />

(linfócitos, neutrófilos e plasmócitos), macrófagos e fi<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

colágenas, não se notando epitelização por células mesoteliais.<<strong>br</strong> />

A análise estatística (teste t de Student) demonstrou<<strong>br</strong> />

que os elementos da inflamação considerados no estudo<<strong>br</strong> />

morfométrico (leucócitos, vasos neoformados e fi<strong>br</strong>as<<strong>br</strong> />

colágenas) foram significantemente mais numerosos (Gráfico<<strong>br</strong> />

1) após miotomia com fundocardioplastia (grupo B) que com a<<strong>br</strong> />

miotomia isolada (grupo A).<<strong>br</strong> />

Os índices de estenose na região da miotomia (IE)<<strong>br</strong> />

foram sempre negativos estatisticamente equivalentes entre si<<strong>br</strong> />

(teste de Wilcoxon) e menores que os indices de estenose (I’E’)<<strong>br</strong> />

da transição esôfago- gástrica, indicando que houve aumento<<strong>br</strong> />

idêntico da amplitude do lumen do esôfago tanto na região<<strong>br</strong> />

onde foi realizada a miotomia isolada quanto na região da<<strong>br</strong> />

miotomia com adição da plicatura gástrica (Tabela 1; Gráfico 2).<<strong>br</strong> />

A nível da transição esôfago-gástrica, ocorreu diminuição<<strong>br</strong> />

estatisticamente significante do lume esofágico (teste<<strong>br</strong> />

de Mann-Whitney) nos animais do grupo B quando comparados<<strong>br</strong> />

aos do grupo A (Tabela 1).<<strong>br</strong> />

Adicionalmente, o índice de estenose da transição<<strong>br</strong> />

esôfago-gástrica dos animais submetidos a miotomia com associação<<strong>br</strong> />

de fundocardioplastia (grupo B) foi o maior dentre<<strong>br</strong> />

todos os grupos (Tabela 2; Gráfico 2 e Figura 3).<<strong>br</strong> />

DISCUSSÃO<<strong>br</strong> />

A propósito da pertinência ou não da associação de<<strong>br</strong> />

procedimento anti-refluxo à miotomia esofagiana laparoscópica no<<strong>br</strong> />

tratamento da acalásia, recente metanálise 34 concluiu: “Baseados<<strong>br</strong> />

nos dados publicados, não podem ser feitas recomendações no<<strong>br</strong> />

sentido da adição de procedimento anti-refluxo à miotomia de<<strong>br</strong> />

Heller laparoscópica”.<<strong>br</strong> />

Quanto à adequação que a fundocardioplastia de Dor<<strong>br</strong> />

associada à miotomia traria à cicatrização da região da<<strong>br</strong> />

miotomia, impedindo escapes e evitando coaptação das bordas<<strong>br</strong> />

da incisão muscular, a presente pesquisa pretendeu contribuir<<strong>br</strong> />

para o esclarecimento da forma <strong>med</strong>iante a qual o repa-<<strong>br</strong> />

Figura 1- Fotografia da região miotomizada - setas (grupo A), constatando-se<<strong>br</strong> />

depressão acentuada no local da incisão cirúrgica do<<strong>br</strong> />

esôfago, com superfície regular e de aspecto nacarado.<<strong>br</strong> />

351<<strong>br</strong> />

Figura 2 - Fotografia de plicatura gástrica so<strong>br</strong>e a região da miotomia<<strong>br</strong> />

(grupo B), evidenciando fios de sutura (setas pontilhadas) e profusa<<strong>br</strong> />

fi<strong>br</strong>ose envolvendo a transição esôfago-gástrica (setas contínuas).

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