Edição 127 - Novembro/2009 - Unifenas
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Campus de Alfenas<br />
Informativo <strong>Unifenas</strong> - <strong>Novembro</strong>/<strong>2009</strong><br />
7<br />
Estudantes de Agronomia participam de jornada na <strong>Unifenas</strong><br />
Engenheiro agrônomo Jaime Maia Santos<br />
Professores e alunos envolvidos com a questão da sustentabilidade<br />
Everton Marques<br />
“O caminho da sustentabilidade” foi<br />
a questão colocada em debate durante<br />
a 6ª Jornada Agronômica da <strong>Unifenas</strong>.<br />
Durante três dias de evento, no salão<br />
azul, do campus de Alfenas, ocorreram<br />
palestras, com profissionais de outras<br />
instituições, que abordaram assuntos<br />
relacionados à temática proposta.<br />
Durante a jornada os estudantes de<br />
Agronomia participaram de oito palestras<br />
técnicas e uma motivacional. Segundo<br />
o coordenador geral do evento<br />
professor Francisco da Cunha Neto, o<br />
objetivo foi expor aos alunos discussões<br />
relevantes para a área.<br />
Alunos do 8º período foram responsáveis<br />
pela organização da 6ª Jornada<br />
Agronômica; uma atividade diferenciada,<br />
que também contribui para a formação<br />
acadêmica.<br />
Entrevista<br />
O engenheiro agrônomo Jaime Maia<br />
Santos proferiu a palestra de abertura<br />
da Jornada. Doutor em Agronomia e docente<br />
da Unesp (Universidade Estadual<br />
Paulista Júlio de Mesquita Filho), de Botucatu-SP,<br />
em entrevista, ele destacou<br />
que a agricultura tem que ser sustentável<br />
e que não pode ser uma atividade<br />
sem garantia de sobrevivência.<br />
Jaime afirma que há áreas no Brasil<br />
que, possivelmente, se tornarão imprestáveis<br />
para a agricultura, devido o solo<br />
ter recebido plantio convencional durante<br />
anos, com gradagem e arações sucessivas,<br />
além de ter sido arrasado pela<br />
erosão. “Problemas causados porque<br />
não se pensava na agricultura sustentável.”<br />
O engenheiro agrônomo define sustentabilidade<br />
como “trabalhar no solo fazendo<br />
o que for preciso para melhorá-lo<br />
e não o contrário”.<br />
Central de Jornalismo <strong>Unifenas</strong><br />
– Como o senhor vê a importância<br />
desta jornada que trata da sustentabilidade?<br />
Jaime Maia Santos – Esse é um<br />
assunto atual! A sustentabilidade é até<br />
uma palavra mágica, porque é o desfecho<br />
do avanço tecnológico. A agricultura<br />
tem que ser sustentável! Não pode ser<br />
uma atividade que não tenha garantia<br />
de sobrevivência.<br />
CJU - Esta é uma preocupação das<br />
grandes propriedades rurais brasileiras?<br />
JMS – Ainda não é de todas, mas este<br />
sentimento está chegando. O agricultor<br />
brasileiro, aquele tecnificado, aquela<br />
agricultura empresarial está acordando.<br />
Não é o só o Brasil, é o mundo! Você<br />
tem que trabalhar no solo e melhorá-lo<br />
com o tempo e não piorar como tem sido<br />
a história brasileira. E por que tem sido<br />
assim no Brasil, mais do que em outros<br />
países? Porque nós temos muita terra.<br />
Trabalhou-se aqui sem se preocupar<br />
com o solo.<br />
CJU – Existe alguma forma de se<br />
fiscalizar ou se exigir que o proprietário<br />
rural tome cuidado com o solo?<br />
JMS – Bem, o governo, que tem poder,<br />
pode legislar sobre muita coisa. Eu<br />
antevejo que vai ter que se fazer isso:<br />
ações de governo. Por exemplo, o produtor,<br />
por não ter o conhecimento e não<br />
ter recursos suficientes, não pode investir<br />
em conservação de solo. E especialmente<br />
na região de vocês, que o solo é<br />
muito inclinado, sujeito à erosão, tinha<br />
que haver incentivo de governo para tornar<br />
isso possível. Um exemplo seria tirar<br />
do produtor o imposto territorial, e que<br />
ele gastasse estes recursos na preservação<br />
do solo. Por que não? Isso seria<br />
benefício para a região e para toda a nação<br />
brasileira.<br />
CJU – O futuro passa pela sustentabilidade!<br />
JMS – Sem dúvida nenhuma! A agricultura<br />
caminha para isso. Em outros<br />
países vem sendo feita e no Brasil já começou<br />
com bastante entusiasmo. E eu<br />
vejo o futuro ai: nós fazermos com que a<br />
agricultura seja para nossos filhos, para<br />
os filhos dos nossos filhos [e assim sucessivamente].