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INPE-14650-TDI/1209<br />

OBTENÇÃO DE REGIMES MICROCLIMÁTICOS EM REGIÕES<br />

MONTANHOSAS COM DADOS DE SENSORES ORBITAIS E<br />

INTEGRAÇÃO DE MODELOS DISTRIBUÍDOS<br />

Pabrício Marcos Oliveira Lopes<br />

Tese de Doutorado do Curso de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto, orientada<br />

pelo Dr. Dalton de Morisson Valeriano, aprovada em 18 de abril de 2006.<br />

INPE<br />

São José dos Campos<br />

2007


Publicado por:<br />

esta página é responsabilidade do SID<br />

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)<br />

Gabinete do Diretor – (GB)<br />

Serviço de Informação e Documentação (SID)<br />

Caixa Postal 515 – CEP 12.245-970<br />

São José dos Campos – SP – Brasil<br />

Tel.: (012) 3945-6911<br />

Fax: (012) 3945-6919<br />

E-mail: pubtc@sid.inpe.br<br />

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Publicação Externa – É permitida sua reprodução para interessados.


INPE-14650-TDI/1209<br />

OBTENÇÃO DE REGIMES MICROCLIMÁTICOS EM REGIÕES<br />

MONTANHOSAS COM DADOS DE SENSORES ORBITAIS E<br />

INTEGRAÇÃO DE MODELOS DISTRIBUÍDOS<br />

Pabrício Marcos Oliveira Lopes<br />

Tese de Doutorado do Curso de Pós-Graduação em Sensoriamento Remoto, orientada<br />

pelo Dr. Dalton de Morisson Valeriano, aprovada em 18 de abril de 2006.<br />

INPE<br />

São José dos Campos<br />

2007


528.711.7<br />

Lopes, P. M. O.<br />

Obtenção de regimes microclimáticos em regiões<br />

montanhosas com dados de sensores orbitais e integração de<br />

modelos distribuídos / Pabrício Marcos Oliveira Lopes.- São<br />

José dos Campos: INPE, 2006.<br />

229p. ; (INPE-14650-TDI/1209)<br />

1.Modelo de radiação solar. 2.Sensor MODIS.<br />

3.Condições microclimáticas. 4.Modelo de elevação do terreno.<br />

5.Método Priestley-Taylor. 6.Simulador de microclima<br />

montanhoso. 7.Regiões montanhosas. I.Título.


“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.<br />

Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que<br />

se plantou; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo<br />

de está calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de aborrecer; tempo de<br />

guerra e tempo de paz”.<br />

LIVRO ECLESIASTE<br />

A meus pais,<br />

PAULO LOPES DE ARAÚJO e<br />

MARIA DE FÁTIMA OLIVEIRA LOPES.


AGRADECIMENTOS<br />

Ao meu amigo celestial, Senhor Jesus Cristo, que por fé tem abençoado todas as etapas<br />

desta tese, concedendo-me a vitória e cumprido sua Palavra na minha vida.<br />

A meus pais e familiares, pelo amor, apoio, incentivo e confiança.<br />

À Carla Padilha, pelo amor, carinho, atenção, incentivo e compreensão.<br />

À Dulcinéia Padilha , pela confiança e motivação.<br />

À Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (CAPES), pela<br />

concessão de bolsa de estudo.<br />

Ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), pela oportunidade do<br />

aprimoramento didático-científico.<br />

Ao Dr. Dalton de Morisson Valeriano, pela confiança, amizade, conhecimentos<br />

compartilhados e competência na orientação desta tese.<br />

Ao Dr. Nelson Jesus Ferreira, pelas sugestões e conhecimentos transmitidos.<br />

À turma SERE 2001, pela união, companheirismo, incentivo compartilhado e pela<br />

vitória, Parabéns.<br />

Aos amigos e colegas Rodrigo Rizzi, Enzo, Aragão, Daniela, Sílvia e Paulo Graça, pelo<br />

auxílio, discussões, sugestões e incansável disponibilidade.<br />

Aos colegas e amigos Paulo Sousa, Maldonado, Marinaldo, Brenner, Bottino<br />

(DSA/CPTEC), Egídio e Ramon, pelo auxílio na elaboração, modificação e execução de<br />

programas computacionais em várias linguagens.<br />

A meus irmãos e irmãs, que têm invocado a providência divina em meu favor.<br />

Enfim, a todos que contribuíram diretamente ou indiretamente para a conclusão desta<br />

tese.


RESUMO<br />

Este trabalho tem como objetivo representar a distribuição espacial do ambiente<br />

microclimático e a evapotranspiração (ETP) potencial mensal de região montanhosa da<br />

Serra da Mantiqueira. Foram integrados dados de sensoriamento remoto e os modelos<br />

MT-CLIM, TOPORAD e o método de Priestley-Taylor para produzir mapas de regimes<br />

microclimáticos e de ETP em escala mensal e escala espacial variável. Foi aprimorado<br />

um modelo de irradiância (TOPORAD) que está implementado para condições de céu<br />

claro com a incorporação de regimes de cobertura de nuvens derivado de dados do<br />

satélite GOES-12. Nesse aprimoramento foi requerida a parametrização por<br />

sensoriamento remoto do albedo da superfície em escala mensal. Com a parametrização<br />

dos atributos de superfície e de condições atmosféricas, o modelo MT-CLIM foi<br />

aplicado a pontos selecionados da área de estudo e depois interpolados por métodos de<br />

Krigagem. Os resultados mostraram que a partir do modelo MT-CLIM foi possível<br />

representar o padrão espacial do regime mensal das seguintes variáveis microclimáticas:<br />

temperaturas média, máxima e mínima e déficit de pressão de vapor d’água atmosférico.<br />

A partir de dados de sensoriamento remoto foi possível também representar<br />

espacialmente o albedo e a emissividade da superfície. Com os resultados do MT-<br />

CLIM, TOPORAD e os da análise de dados de sensoriamento remoto, foi possível<br />

mapear a intensidade dos componentes do balanço de radiação e aplicar estes produtos<br />

na estimativa da evapotranspiração potencial. As melhores estimativas foram as de<br />

temperatura máxima, irradiância e saldo de radiação. As maiores incertezas foram<br />

encontradas nas estimativas da temperatura mínima, déficit de pressão de vapor d’água<br />

atmosférico e evapotranspiração potencial. Os resultados deste trabalho atendem às<br />

necessidades de representação espacial em escala decamétrica de condições<br />

micrometeorológicas para fins de estudos ecológicos e biogeográficos.


THE SIMULATION OF THE MICROCLIMATIC REGIME IN MONTAIN<br />

REGION WITH ORBITALS SENSORS DATA AND INTEGRATION OF<br />

DISTRIBUITED MODELS<br />

ABSTRACT<br />

The objective of this work is to represent the spatial distribution of microclimatic<br />

environment and the monthly rate of potential evapotranspiration (PET) in a<br />

mountainous region in the Mantiqueira Mountain. Remote sensing data and MT-CLIM<br />

and TOPORAD models and the Priestley-Taylor method were integrated in order to<br />

produce maps of monthly microclimatic regimes and PET in variable spatial scales. An<br />

irradiance model (TOPORAD), which is implemented for clear skies conditions, was<br />

improved by the assimilation of cloud cover regimes derived from GOES-12 satellite<br />

data. The improvement of the irradiance model required also the remote sensing based<br />

parameterization of surface albedo in a monthly scale. With the parameterization of<br />

surface features and the atmospheric conditions the MT-CLIM model was applied to<br />

selected points in the study area and then interpolated by Krieging methods. The results<br />

show that through the MT-CLIM model it is possible to represent the spatial pattern of<br />

monthly regimes of the following microclimatic variables: mean, maximum and<br />

minimum temperatures and vapor pressure deficit. It was also feasible to represent<br />

surface albedo and emissivity with basis on remote sensing data. With the results from<br />

MT-CLIM and TOPORAD and the analysis of remote sensing data it was possible to<br />

map the components of the radiation balance and to apply these results in the estimation<br />

of potential evapotranspiration. The best estimates were obtainend for maximum<br />

temperature, irradiance and the net radiation. The highest levels of uncertainties were<br />

found in the estimation of minimum temperature, water vapor pressure deficit and<br />

potential evapotranspiration. The results of this work address the requirements of fine<br />

scale representation of micrometeorological conditions to be applied in ecological and<br />

biogeographical studies.


SUMÁRIO<br />

LISTA DE FIGURAS.......................................................................................................<br />

LISTA DE TABELAS.......................................................................................................<br />

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS .....................................................................<br />

LISTA DE SÍMBOLOS ...................................................................................................<br />

CAPÍTULO 1 ................................................................................................................ 33<br />

INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 33<br />

1.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 35<br />

1.2 Objetivos específicos................................................................................................ 36<br />

CAPÍTULO 2................................................................................................................ 37<br />

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................... 37<br />

2.1 Características gerais do modelo MT-CLIM............................................................ 37<br />

2.2 Os melhoramentos computacionais do MT-CLIM................................................... 39<br />

2.3 Descrição do modelo MT-CLIM.............................................................................. 41<br />

2.3.1 Irradiância solar incidente diária ( Φ↓).................................................................. 42<br />

2.3.2 Temperatura do ar.................................................................................................. 43<br />

2.3.3 Déficit de pressão de vapor d’água atmosférica.................................................... 45<br />

2.3.4 Precipitação ........................................................................................................... 46<br />

2.3.5 Uso do modelo MT-CLIM .................................................................................... 46<br />

2.4 Descrição do Modelo Toporad ................................................................................. 57<br />

2.4.1 Irradiância solar direta (Φ d )................................................................................... 60<br />

2.4.2 Irradiância difusa (Φ DF )......................................................................................... 61<br />

2.4.3 Irradiância refletida ou emitida pela vizinhança do terreno .................................. 63<br />

2.4.4 Particionamento da irradiância solar incidente...................................................... 64<br />

2.4.5 Irradiância solar total sob uma inclinação............................................................. 65<br />

2.4.6 Modelo TOPORAD sob condições de céu encoberto ........................................... 66<br />

2.4.7 Uso do modelo TOPORAD................................................................................... 66<br />

2.5 Considerações sobre o albedo da superfície terrestre............................................... 70<br />

2.5.1 Albedo derivado dos dados do sensor MODIS (MOD43B3)................................ 71<br />

2.6 Reflectância de nuvens do satélite GOES 12 ........................................................... 76<br />

2.7 Parâmetros atmosféricos do Modelo GADS (Global Aerosol Data Set).................. 77<br />

2.7.1 Componentes do Modelo GADS........................................................................... 78<br />

2.8 Evapotranspiração .................................................................................................... 79<br />

2.8.1 Evapotranspiração potencial (ETP)....................................................................... 81<br />

2.8.2 Método de Priestley e Taylor ................................................................................ 81<br />

2.8.3 Saldo de radiação na superfície (R n )...................................................................... 85<br />

2.9 Temperatura e emissividade da superfície (MOD11)............................................... 86<br />

2.9.1 Algoritmo Split-Window para o cálculo da TST com o sensor MODIS............... 87<br />

2.9.2 Algoritmo dia/noite para cálculo da TST obtida do sensor MODIS..................... 88<br />

2.9.3 Modelo de emissividade média ............................................................................. 88<br />

Pág.


2.10 Interpolação espacial .............................................................................................. 93<br />

CAPÍTULO 3 ................................................................................................................ 94<br />

MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................ 94<br />

3.1 Área de estudo .......................................................................................................... 94<br />

3.2 Solos ......................................................................................................................... 94<br />

3.3 Vegetação e uso da terra........................................................................................... 95<br />

3.4 Clima ........................................................................................................................ 95<br />

3.5 Banco de dados Mantiqueira .................................................................................... 96<br />

3.6 Plataforma de coleta de dados e estação meteorológica........................................... 97<br />

3.7 Geração do produto albedo do sensor MODIS/Terra............................................... 98<br />

3.8 Geração e validação dos produtos temperatura e emissividade da superfície terrestre<br />

a partir de dados do MODIS......................................................................................... 104<br />

3.9 Dados do sensor Imager do satélite GOES 12........................................................ 115<br />

3.10 Dados do Global Aerossol Data Set (GADS)....................................................... 119<br />

3.11 Modelo de irradiância desenvolvido para condições de céu limpo (TOPORAD) 122<br />

3.12 Incorporação ao modelo de irradiância solar de céu claro o regime de nuvens para<br />

os horários 09h00, 12h00 e 15h00................................................................................ 125<br />

3.13 Aplicação do modelo MT-CLIM de modo distribuído e com o modelo de<br />

irradiância solar incidente com as nuvens parametrizadas........................................... 128<br />

3.14 Evapotranspiração potencial determinada pelo método de Priestly e Taylor....... 131<br />

3.15 Produção de mapas de regime mensal da temperatura do ar, déficit de pressão de<br />

vapor e evapotranspiração potencial............................................................................. 133<br />

3.16 Comparação dos resultados da temperatura da superfície obtida do sensor MODIS<br />

com dados de PCDs...................................................................................................... 139<br />

CAPÍTULO 4 .............................................................................................................. 142<br />

RESULTADOS........................................................................................................... 142<br />

4.1 Albedo da superfície terrestre................................................................................. 142<br />

4.2 Comportamento do albedo ao longo das estações do ano obtido dos dados do sensor<br />

MODIS 146<br />

4.3 Modelo TOPORAD................................................................................................ 148<br />

4.3.1 Variáveis topográficas........................................................................................ 148<br />

4.3.2 Irradiância direta e difusa .................................................................................... 151<br />

4.3.3 Irradiação solar incidente em escala horária........................................................ 153<br />

4.3.4 Comparação dos fluxos solares horários ............................................................. 164<br />

4.3.5 Razão entre a irradiâncias solar incidente em encostas e plano horizontal......... 166<br />

4.4 Modelo MT-CLIM ................................................................................................. 167<br />

4.4.1 Extrapolações em locais planos........................................................................... 168<br />

4.4.2 Extrapolações em locais de diferentes elevações ................................................ 169<br />

4.4.3 Representação espacial do campo de temperatura máxima do ar ....................... 174<br />

4.3.4. Variabilidade da temperatura mínima do ar ....................................................... 177<br />

4.4.4 Amplitude térmica do ar...................................................................................... 178<br />

4.4.5 Déficit de pressão de vapor d’água atmosférica.................................................. 181<br />

4.5 Irradiância solar mensal simulada pelo MT-CLIM................................................ 185<br />

4.6 Modelagem da Evapotranspiração Potencial pelo Método de Priestley-Taylor


.................................................................................................................................187<br />

4.6.1 Emissividade média e temperatura da superfície ................................................ 187<br />

4.6.3 Componentes do balanço de radiação ................................................................. 196<br />

4.6.4Evapotranspiração potencial................................................................................. 199<br />

CAPÍTULO 5 .............................................................................................................. 206<br />

CONCLUSÕES........................................................................................................... 206<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 211<br />

APÊNDICE ................................................................................................................. 224


LISTA DE FIGURAS<br />

2.1 - Fluxograma do MT-CLIM para a estimativa diária de condições microclimáticas<br />

em regiões montanhosas. PSN, fotossíntese líquida positiva; DPV, Déficit de<br />

Pressão de Vapor d’água atmosférica; IAF. FONTE: Adaptado de Hungerford et<br />

al. (1989)................................................................................................................. 42<br />

2.2 - As três fontes de energia em uma encosta: 1) irradiância direta; 2) irradiância<br />

difusa do céu onde uma porção da abóbada celeste pode ser obstruída pela<br />

vizinhança do terreno; 3) irradiância refletida da vizinhança do terreno. O ângulo<br />

de iluminação (θi) e a profundidade óptica (τ)....................................................... 57<br />

FONTE: Adaptado de Dubayah e Rich (1995). ...................................................... 57<br />

2.3 - Efeitos dos termos dε e dNDVI na relação entre a emissividade e o NDVI<br />

(Equação 2.71)........................................................................................................ 92<br />

FONTE: Adaptado de Valor e Caselles (1996)...................................................... 92<br />

3.1 - Localização e composição colorida de imagem TM-Landsat 5 (TM3-B, TM4-G,<br />

TM5-R) da área de estudo. ..................................................................................... 94<br />

3.2 - Cobertura da terra na região da Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio Paraíba do<br />

Sul........................................................................................................................... 95<br />

FONTE: Adaptado de Silva (2003)........................................................................ 95<br />

3.3 - Localização das plataformas de coleta de dados e da estação meteorológica de<br />

Taubaté no Vale do Rio Paraíba do Sul e na Serra da Mantiqueira/SP. A área de<br />

interesse é representada no retângulo. .................................................................... 98<br />

3.4 - Fluxograma das etapas de obtenção do produto albedo MOD43B3 do sensor<br />

MODIS. .................................................................................................................. 99<br />

3.5 - Fluxograma das etapas de obtenção do albedo do sensor ETM+\Landsat7......... 101<br />

3.6 – Média mensal para o horário das 10h30 (hora local) do albedo Blue-sky derivado<br />

dos dados do sensor MODIS (10h30 hora local) nas localizações das PCDs de<br />

Cachoeira Paulista e Itajubá para o ano de 2003.................................................. 102<br />

3.7 - Fluxograma das etapas de obtenção e validação do albedo médio obtido dos dados<br />

do sensor MODIS na hora da passagem do satélite Terra para o ano de 2003. ... 104<br />

3.8 - Fluxograma das etapas de obtenção do produto temperatura da superfície terrestre<br />

do sensor MODIS. ................................................................................................ 105<br />

3.9 - Fluxograma geral das etapas de obtenção e validação da temperatura da superfície<br />

terrestre obtida do sensor MODIS........................................................................ 108<br />

3.10 - Aplicação do Modelo Diagnóstico Simples Regional (curva em azul) a dados de<br />

temperaturas máxima e mínima da PCD de Cachoeira Paulista-SP (pontos em<br />

verde) para a estimativa da temperatura do ar em 09 de janeiro de 2001 (a linha em<br />

vermelho indica o horário 10h30). ....................................................................... 110<br />

3.11 – Série temporal horária da temperatura do ar interpolada pelo Modelo Diagnóstico<br />

Simples Regional e temperatura da superfície do terreno obtida do produto<br />

MOD11A1 para o ano de 2001. ........................................................................... 111<br />

3.12 - Regressão linear entre a temperatura do ar interpolada pelo Modelo Diagnóstico<br />

Simples Regional (Eixo das abscissas) e a temperatura da superfície terrestre


obtida do produto MOD11A1 (Eixo das ordenadas) para 2001. Em cor rosa está<br />

representada a relação 1:1..................................................................................... 112<br />

3.13 - Fluxograma geral das etapas de obtenção e validação da emissividade da<br />

superfície terrestre obtida do sensor MODIS. ...................................................... 113<br />

3.14 - Emissividade da superfície obtida do sensor MODIS (Produto MOD11A1) para<br />

o período de 10 a 25 de junho de 2003. Os pontos indicam locais das PCDs...... 114<br />

3.15 - Emissividade média da superfície terrrestre derivada do NDVI obtido do sensor<br />

MODIS para o período de 10 a 25 de junho de 2003 (resolução espacial de 250m).<br />

.............................................................................................................................. 115<br />

3.16 - Fluxograma da reflectância de nuvens obtida dos dados do imageador do satélite<br />

GOES 12............................................................................................................... 117<br />

3.17 - Profundidade óptica para umidade relativa de <strong>80</strong>%, centrado em -20° 00’ 0” e -<br />

45° 00’ 00” com resolução espacial de 5° x 5° obtido do GADS. ....................... 120<br />

3.18 - Albedo simples do espalhamento para umidade relativa de <strong>80</strong>%, centrado em -20°<br />

00’ 00” e -45° 00’ 00” com resolução espacial de 5° x 5° obtido do GADS. ...... 120<br />

3.19 - Função de fase do espalhamento para umidade relativa de <strong>80</strong>%, centrado em -20°<br />

00’ 00” e -45° 00’ 00” com resolução espacial de 5° x 5° obtido do GADS. ...... 121<br />

3.21 - Fluxograma da irradiância solar (céu claro) obtida pelo modelo TOPORAD<br />

atenuada por nuvens. ............................................................................................ 127<br />

3.22 - Fluxograma do modelo MT-CLIM para a obtenção dos elementos climáticos<br />

atenuados por nuvens. .......................................................................................... 129<br />

3.23 - Taxa de decréscimo de temperatura do ar obtida de sondagens da estação<br />

meteorológica de São Paulo entre os níveis de 950 e 500 mb de janeiro a dezembro<br />

de 1989. ................................................................................................................ 130<br />

3.25 - Amostras escolhidas (pontos em branco) para a simulação do déficit de pressão<br />

de vapor, da evapotranspiração potencial e das temperaturas máxima e mínima do<br />

ar. .......................................................................................................................... 134<br />

3.26 - Histograma da temperatura máxima do ar dos 271 pontos pertencentes ao Parque<br />

Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003............................................................. 136<br />

3.27 - Gráfico de probabilidade normal da temperatura máxima do ar dos 271 pontos<br />

pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003....................... 136<br />

3.28 - Superfície de semivariograma da temperatura máxima do ar dos 271 pontos<br />

pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003....................... 137<br />

3.29. Semivariograma ajustado com os modelos esférico e gaussiano da temperatura<br />

máxima do ar dos 271 pontos pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para<br />

janeiro de 2003. .................................................................................................... 138<br />

3.30 - Krigeagem de dados de temperatura máxima do ar dos 271 pontos pertencentes<br />

ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003 a partir da PCD de Queluz. 139<br />

4.1 - Albedos da superfície terrestre obtidos pelos dados do: (a) sensor ETM+ do<br />

Landsat-7 em 27/02/03; (b) produto MOD43B3 do sensor MODIS para o período<br />

de 18/02/03 a 05/03/03 (os círculos representam a localização das PCDs). ........ 143<br />

4.2 - Precipitação pluviométrica (a) registrada em Cachoeira Paulista entre 17/02/03 a<br />

05/03/03; análise de regressão (b) entre a imagem de albedo obtida do sensor<br />

ETM+/Landsat 7 (27/02/03) e a imagem de composição do albedo calculado dos<br />

dados do MODIS produzida entre 18/02/03 a 05/03/03....................................... 145


4.3 - Comportamento do albedo ao longo das estações do ano na região da Serra da<br />

Mantiqueira e do Vale do Paraíba obtido dos dados sensor MODIS para 2003. . 147<br />

4.4 – Elevação (a) e inclinação (b) do terreno de uma porção do Vale do rio Paraíba do<br />

Sul e Serra da Mantiqueira. .................................................................................. 149<br />

4.5 - Fator de visada do céu (a) e configuração do terreno (b) da região do Vale do rio<br />

Paraíba do Sul e Serra da Mantiqueira. ................................................................ 150<br />

4.6 – Componentes da irradiância solar média mensal simulada para as 14h45 do mês de<br />

outubro de 2003: (a) direta e (b) difusa. ............................................................... 152<br />

4.7 - Irradiância solar incidente sob condições de céu claro nas datas dos Solstícios e<br />

dos Equinócios do ano 2003 para (a) Cachoeira Paulista (-22°40’50’’S e -<br />

45°00’09’’O) e (b) Parque Nacional do Itatiaia (-22°24’59’’S e -44°50’43’’O)<br />

modeladas pelo modelo TOPORAD. ................................................................... 154<br />

4.8 - Irradiância solar incidente (céu claro) em encostas voltadas para: norte (-<br />

45°17’30’’O e -22°57’13’’S), sul (-45°03’51’’O e -22°06’06’’S), leste (-<br />

45°03’34’’O e -22°06’02’’S) e oeste (-45°25’83’’O e -22°58’45’’S) com<br />

diferentes inclinações de encostas e na mesma altitude (1.888 m) no equinócio de<br />

primavera e solstícios de inverno e de verão para o ano de 2003. ....................... 156<br />

4.9 - Imagens de cobertura de nuvem, irradiância solar de céu claro e de céu nublado<br />

para o solstício de verão (21 de dezembro de 2003). ........................................... 159<br />

4.10 - Irradiância solar medida por piranômetro localizado em Cachoeira Paulista-SP (-<br />

22° 40’ 50”S e -45° 0’ 9”O) para a data de 21 de dezembro de 2003 (solstício de<br />

verão). Os x representam os valores simulados e as curvas tracejadas indicam o<br />

erro instrumental de ±6 W/m 2 (2% de erro em relação às medições). ................. 160<br />

4.11 - Irradiância solar horária observada e estimada para todas as condições de céu nas<br />

datas dos solstícios de verão e inverno e, equinócios de primavera e outono para o<br />

ano de 2003 (reta vermelha 1:1; preta tendência). ............................................... 163<br />

4.12 - Irradiância solar incidente calculada pelo modelo TOPORAD e medidas com um<br />

piranômetro Eppley instalado em Cachoeira Paulista, em condições de céu<br />

parcialmente nublado, encoberto e todas as condições. Pontos em vermelho estão<br />

na relação 1:1........................................................................................................ 165<br />

4.13 – Razão entre a irradiância solar incidente em encosta pela irradiância em terreno<br />

horizontal a uma dada elevação para os 271 pontos selecionados na região do<br />

Parque Nacional do Itatiaia no horário das 14h45................................................ 167<br />

4.14 – Ciclos de Tmáx, Tmin e Tmed estimados (EST) e observados (OBS) (a) para a<br />

PCD de Queluz inferidos a partir da PCD de Cachoeira Paulista; (b) para a estação<br />

meteorológica de Taubaté inferidos a partir da PCD de Cachoeira Paulista para<br />

2001. ..................................................................................................................... 168<br />

4.15 – Ciclos de Tmáx, Tmin e Tmed estimados (EST) e observados (OBS) para a PCD<br />

Campos do Jordão (a) inferido a partir da PCD Cruzeiro e (b) inferido a partir da<br />

PCD São José Barreiro para 2001. ....................................................................... 170<br />

4.16 - Ciclos sazonais de Tmáx, Tmin e Tmed estimados pelo modelo MT-CLIM e<br />

observados (OBS) pela PCD Campos do Jordão (a) inferido a partir do posto de<br />

Taubaté e (b) inferido a partir da PCD Cachoeira Paulista para o ano de 2001... 172<br />

4.17 - Raiz do erro quadrático médio das estimativas de temperatura em função das (a)<br />

distâncias horizontais e (b) das diferenças de elevações das PCD em relação a PCD


de Campos do Jordão, em que Tmax, Tmin e Tmed, temperaturas máxima, mínima<br />

e média.................................................................................................................. 173<br />

4.18 - Médias mensais da temperatura máxima para o ano de 2003............................ 175<br />

4.19 - Médias mensais da temperatura mínima para o ano de 2003............................. 178<br />

4.20 - Médias mensais da amplitude térmica do ar para os meses de 2003. ................ 179<br />

4.21 - Média mensal de DPV (kPa) (a) locais situados a -44°30’, -22°81’24” (460 m),-<br />

44°49’48” (2.555 m) e PCD Queluz (564 m) (b) média de 271 pontos na Serra da<br />

Mantiqueira em condição de céu com nuvens (cn) e céu claro (cc) simulado pelo<br />

MT-CLIM para o ano de 2003 comparada com medidas em Queluz. ................. 182<br />

4.22 - Médias mensais do déficit de pressão de vapor d’água atmosférica para os meses<br />

de 2003. ................................................................................................................ 184<br />

4.23 - Médias mensais da irradiância solar incidente para o ano de 2003. .................. 186<br />

4.24 - Emissividades espectrais médias da Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio<br />

Paraíba do Sul no período de verão: (a) no de inverno, (b) obtidas com o produto<br />

MOD13Q1 aplicado no programa de Valor e Caselles (1996). Os círculos<br />

correspondem à localização das PCDs. ................................................................ 188<br />

4.25 - Regimes mensais da precipitação pluvial medida por pluviômetros instalados em<br />

PCDs na Serra da Mantiqueira e no Vale do rio Paraíba do Sul-SP (a) e da<br />

emissividade média (b) para o ano de 2003. ........................................................ 190<br />

4.26 - Médias mensais da emissividade obtidas utilizando o NDVI do sensor MODIS e<br />

valores de emissividade do solo e da vegetação de medidas realizadas por Pacheco<br />

(1989) no modelo de Valor e Caselles (1996)...................................................... 191<br />

4.27 - Temperatura do ar interpolada pelo Modelo Diagnóstico Simples Regional (curva<br />

em preto) e temperatura da superfície do terreno obtida do produto MOD11A1. (a)<br />

marcha diária para as 10h30 e (b) média mensal para 2003................................. 193<br />

4.28 - Regressão linear entre a temperatura do ar interpolada pelo Modelo Diagnóstico<br />

Simples Regional e a temperatura da superfície do terreno obtida do produto<br />

MOD11A1............................................................................................................ 194<br />

4.29 - Temperatura e emissividade da superfície obtida do sensor MODIS para os meses<br />

de fevereiro e abril de 2003. ................................................................................. 195<br />

4.30 - Componentes do balanço de radiação solar: irradiância solar incidente (a),<br />

balanço de radiação de onda curta (b), balanço de radiação de onda longa (c) e<br />

saldo de radiação (d) para outubro de 2003.......................................................... 197<br />

4.31 - Semivariogramas ajustados ao modelo esférico para evapotranspiração potencial<br />

das 271 amostras do Parque Nacional do Itatiaia, em que |h| é à distância de lags<br />

em graus, Y(|h|) é o semivariograma..................................................................... 200<br />

4.32 - Evapotranspiração potencial diária modelada por krigeagem na região do Parque<br />

Nacional do Itatiaia............................................................................................... 203


LISTA DE TABELAS<br />

2.2 - Análise de regressão entre estimativas do modelo e valores observados em 11<br />

estações meteorológicas no oeste de Montana, Estados Unidos da América. D.P. -<br />

Desvio Padrão......................................................................................................... 48<br />

2.3 - Bandas espectrais do sensor MODIS utilizadas pelo produto albedo (MOD43B3).<br />

................................................................................................................................ 75<br />

2.4 - Valores do parâmetro α PT de Priestley-Taylor para diversas superfícies<br />

evapotranspirantes. ................................................................................................. 83<br />

2.5 - Variação de dε quando P s aumenta (aumento do ângulo de visada). .................... 90<br />

3.1 - Localização e altitude das PCDs utilizadas na pesquisa. ...................................... 97<br />

3.2 – Períodos das composições de imagens MODIS/produto Albedo (MOD43B3)<br />

utilizadas para determinação do albedo mensal para o ano de 2003.................... 102<br />

3.3 - Bandas do sensor MODIS usadas no algoritmo de temperatura e emissividade da<br />

superfície terrestre. ............................................................................................... 106<br />

3.4 – Características das imagens do satélite GOES Imager..................................... 116<br />

3.5 - Análise exploratória para a temperatura máxima do ar (°C) dos 271 pontos<br />

pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003....................... 135<br />

4.1 – Média das Raízes dos Erros Quadráticos da aplicação do modelo MT-CLIM em<br />

locais planos para o ano de 2001.......................................................................... 169<br />

4.2 - Médias mensais de (2003) da irradiância solar estimada (I↓), do albedo (α BS ), do<br />

balanço de radiação de onda longa (BOL), do saldo de radiação (Rn), da<br />

precipitação da PCD Queluz e da evapotranspiração potencial (ETP) pelo método<br />

de Priestly e Taylor, para todo Parque Nacional do Itatiaia-RJ............................ 201


LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

3-PG<br />

AVHRR<br />

BGC<br />

BIOME<br />

BOL<br />

BSRN<br />

CAJUS<br />

CAS<br />

CD<br />

- Process-based Forest Production Model<br />

- Advanced Very High Resolution Radiometer<br />

- BioGeochemical Cycles<br />

- Model of Biome Ecossystem Processes<br />

- Balanço de radiação de Onda Longa<br />

- Baseline Solar Radiation Network/WMO<br />

- Coeficiente de AJUSte de temperatura máxima do local de interesse<br />

- Capacidade de Armazenamento de água no Solo<br />

- Comprimento do dia<br />

COERAD - Coeficiente entre as irradiâncias solares em uma encosta inclinada e um<br />

plano horizontal<br />

DAYMET - Daily Meteorological model<br />

DAYTRANS - Daily Transpiration Photosynthesis<br />

DP<br />

DPV<br />

EFEDA<br />

ETP<br />

FDRB<br />

FIFE<br />

- Desvio Padrão<br />

- Déficit de pressão de vapor d’água atmosférica<br />

- Echival Field Experiment in a Desertification Threatened Area<br />

- Evapotranspiração Potencial<br />

- Função Distribuição de Reflectância Bidirecional<br />

- First ISLSCP (Internacional Satellite Land Surface Climatology Program)<br />

Field Experiment<br />

FOREST-BGC - Model of Forest Ecosystem Processes<br />

FPAR<br />

GADS<br />

- Fração de radiação fotossinteticamente ativa<br />

- Global Aerosol Data Set


GMT<br />

GOES<br />

GSSDD<br />

- Greenwich Mean Time<br />

- Geostationary Operational Environmental Satellites<br />

- Global Surface Summary of Day Data<br />

H20TRANS<br />

- Modelo Horário de Transpiração<br />

IAF<br />

IRI<br />

BOL<br />

- Índice de área foliar<br />

- International Research Institute for Climate Prediction<br />

- radiação de onda longa incidente<br />

LOWTRAN - Low Resolution Transmittance Code<br />

MISR<br />

MNT<br />

MOD13Q1<br />

MOD43B3<br />

MODIS<br />

MSS<br />

MT<br />

- Multi-angle Imaging Spectroradiometer<br />

- Modelo Numérico de Terreno<br />

- MODIS/Terra Vegetation Indices 16-Day L3 Global 250m ISIN Grid<br />

- MODIS/Terra Albedo 16-Day L3 Global 1km Global ISIN Grid<br />

- Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer<br />

- Multispectral Scanner System<br />

- Medições de Terreno<br />

MT-CLIM – Mountain Microclimate Simulation Model<br />

MTR<br />

NCDC<br />

NDVI<br />

NOAA<br />

PCD<br />

PSN<br />

- Método de Thornton e Running<br />

- National Climatic Data Center<br />

- Índice de Vegetação da Diferença Normalizada<br />

- National Oceanic and Atmospheric Administration<br />

- Plataformas de Coleta de Dados<br />

- Fotossíntese líquida positiva<br />

RHESSys - Regional Hidro-Ecological Simulation System<br />

RMEQ<br />

SWERA<br />

- Raiz Média do Erro Quadrático<br />

- Solar and Wind Energy Resources Assessment


SWIR<br />

TIROS<br />

TIR<br />

TM<br />

TR<br />

TST<br />

TSR<br />

- Shortwave Infrared<br />

- Television and Infrared Orbiting Satellite<br />

-Thermal Infrared<br />

- Thematic Mapper<br />

- Transferência Radiativa<br />

- Temperatura da superfície terrestre<br />

- Técnicas de Sensoriamento Remoto<br />

UNEP-GEF<br />

- United Nations Environment Program - Global Environment Facility<br />

UR<br />

VNIR<br />

- Umidade relativa do ar<br />

- Visible and Near Infrared


LISTA DE SÍMBOLOS<br />

A c<br />

A Ei<br />

A En<br />

A L<br />

- Reflectância das nuvens<br />

- Média anual da precipitação para a estação E<br />

- Média anual da precipitação para a estação n<br />

- Média climatológica da precipitação anual para o local de interesse<br />

A L - média climatológica da precipitação anual para o local de interesse<br />

C cF<br />

C ef<br />

C t<br />

d a<br />

E_est<br />

- Coeficiente efetivo de reflectância de nuvens<br />

- Coeficiente de cobertura efetivo<br />

- Fator de configuração do terreno<br />

- Dia do ano<br />

- – Elevação da estação meteorológica<br />

E_loc - Elevação do local de estudo<br />

e s<br />

- Pressão de saturação de vapor d’água<br />

e s (tdia) -<br />

Pressão de vapor parcial de vapor d’água<br />

ETP<br />

F<br />

- Evapotranspiração Potencial<br />

- Fator de reflectância<br />

F (τ ) ↑<br />

- Fluxo ascendente de radiação solar<br />

F (τ ) - Fluxo descendente de radiação solar<br />

↓<br />

G - Parâmetro de assimetria do espalhamento<br />

G<br />

- Fluxo de calor para o solo<br />

g c - Condutância do dossel


g o<br />

H φ<br />

Φ↓<br />

IAF<br />

Φ d<br />

Φ DF<br />

J<br />

R λ<br />

R claro<br />

R<br />

d<br />

L e<br />

Rmin<br />

- Aceleração gravitacional<br />

- Ângulo do horizonte local<br />

- Irradiância solar incidente<br />

- Índice de área foliar<br />

- Irradiância solar direta<br />

- Irradiância difusa<br />

- Função de fase do espalhamento.<br />

- Radiância espectral<br />

- Radiância refletida pela superfície que passa pela fração descoberta de nuvens<br />

- Radiância média descendente em uma superfície horizontal não obstruída<br />

- Calor latente de evaporação<br />

- Reflectâncias mínima e a máxima<br />

Rmax - Reflectâncias máxima<br />

R nuvem - Radiância refletida pela camada de nuvens<br />

P<br />

P o<br />

Pr<br />

Pr a<br />

Pr L<br />

Pr Ei<br />

R<br />

R<br />

- Pressão atmosférica do local de interesse<br />

- Pressão atmosférica ao nível do mar<br />

- Precipitação pluviométrica<br />

- Precipitação anual interceptada<br />

- Precipitação diária do local de interesse<br />

- Precipitação diária da estação i<br />

- coeficiente de correlação linear<br />

- Constante específica do gás


R 2<br />

R n<br />

S o<br />

T<br />

T a<br />

T CN<br />

Td<br />

Tdia<br />

Tdia_l<br />

oc<br />

T ko<br />

- Coeficiente de determinação<br />

- Saldo de radiação<br />

- Irradiância exoatmosférica ou constante solar<br />

- Transmitância hemisférica direcional<br />

- Temperatura do ar<br />

- Temperatura do corpo negro equivalente<br />

- Temperatura de ponto de orvalho<br />

- Temperatura média diária do ar<br />

- Temperatura média diária do ar do local de interesse<br />

- Temperatura absoluta<br />

Tmáx - Temperatura máxima<br />

Tmax_ - Temperatura máxima do local de interesse<br />

loc<br />

Tmed - Temperatura média do ar<br />

Tmed_<br />

loc<br />

Tmin<br />

Tmin_l<br />

oc<br />

V d<br />

- Temperatura média do local de interesse<br />

- Temperatura mínima do ar<br />

- Temperatura mínima do local de interesse<br />

- Fator de visada do céu<br />

Z - Altitude<br />

z área - Altitude entre a área de interesse e a estação<br />

z estação - Altitude da estação<br />

Z o<br />

Α BS<br />

- Altitude de referência<br />

- Albedo blue-sky (céu azul)


α PT<br />

Β<br />

γ<br />

- Fator de ajuste de Priestley-Taylor<br />

- Coeficiente de turbidez da equação de Angstrom<br />

- Constante psicrométrica<br />

γ t (z)<br />

- Metade da diferença do erro quadrado médio entre t amostras separadas por um lag<br />

z<br />

Γ - Taxa de decréscimo da temperatura<br />

Γmax - – Taxa de decréscimo da temperatura máxima com a altitude<br />

Γmin<br />

∆<br />

∆<br />

- Taxa de decréscimo da temperatura mínima com a altitude<br />

- Máscara de sombreamento binário<br />

- Declividade da curva de pressão de vapor<br />

ε(τ,Ω) - Densidade de energia difusa por unidade de ângulo sólido<br />

ε λ<br />

ε atm<br />

ε solo<br />

ε v<br />

- Emissividade espectral da superfície terrestre<br />

- Emissividade atmosférica<br />

- Emissividade do solo<br />

- Emissividade da vegetação<br />

η d (θ,β) - Fator de anisotropia do terreno<br />

θ<br />

θ i<br />

Θ<br />

- Ângulo zenital solar<br />

- Ângulo de iluminação<br />

- Ângulo de inclinação da encosta<br />

Λ - Comprimento de onda<br />

µ s - Coseno do ângulo de iluminação solar em uma encosta<br />

µ o - Coseno do ângulo zenital solar<br />

τ o - Profundidade óptica da atmosfera na direção nadir


φ<br />

Ψ<br />

Ω<br />

ω o<br />

- Latitude<br />

- Azimute do terreno<br />

- Versor na direção de propagação<br />

- Albedo de espalhamento simples


CAPÍTULO 1<br />

INTRODUÇÃO<br />

Condições microclimáticas, como regimes de irradiância, de temperatura e de umidade<br />

do ar de um determinado local, condicionam o padrão de diversos processos biofísicos<br />

em ecossistemas terrestres. A representação espacial e temporal de tais condições é<br />

fundamental para o entendimento da dependência de escala de processos ecológicos<br />

como as trocas de energia e massa entre a superfície terrestre e a atmosfera, os ciclos<br />

biogeoquímicos e também de padrões biogeográficos como a distribuição espacial de<br />

populações e comunidades. A representação espacial e temporal destas condições é<br />

essencial para o entendimento de como esses processos podem ser generalizados para<br />

escalas maiores a partir de medidas pontuais e com isso atender a questões científicas<br />

relacionadas às respostas da biota frente a mudanças climáticas.<br />

Por essas razões, há uma grande necessidade de se obter informações sobre a<br />

distribuição espacial em diversas escalas de parâmetros microclimáticos tais como a<br />

irradiância solar, a temperatura do ar, a umidade e a precipitação.<br />

No entanto, os bancos de dados climáticos baseados em estações meteorológicas são<br />

insuficientes normalmente para representar, em escalas finas (decamétricas e<br />

kilométricas), a variabilidade climática em regiões com várias formas de relevo e uso da<br />

terra. Geralmente, as observações meteorológicas são feitas em estações meteorológicas<br />

que distam umas das outras de 20 a 50 km ou mais (Geiger, 1965). Além disso, as<br />

estações meteorológicas medem as condições de pequena escala e não podem capturar a<br />

variabilidade espacial entre duas estações localizadas em uma região de topografia<br />

bastante acentuada (Hungerford et al., 1989). Este problema de exatidão de<br />

representação é mais perceptível em regiões montanhosas, onde a variabilidade<br />

ambiental é acentuada e a rede de estações meteorológicas é esparsa.<br />

33


Em resposta à escassez de dados climáticos necessários à modelagem de processos<br />

ecológicos, um simulador de microclima de regiões montanhosas foi projetado para<br />

possibilitar a extrapolação de medidas de estações meteorológicas levando em conta as<br />

condicionantes topográficas. O Modelo de Simulação de Microclima Montanhoso (MT-<br />

CLIM) infere, a partir de dados de uma estação meteorológica, condições<br />

microclimáticas em um local com diferente elevação. Entretanto, se a estação de<br />

medidas local e o de inferência estão distantes (> 20 km), as estimativas são afetadas<br />

pela variação do estado de cobertura de nuvens, das propriedades ópticas da atmosfera e<br />

do arranjo do relevo em volta do local de estudo. Extrapolações mais precisas podem<br />

ser obtidas combinando o modelo MT-CLIM com a variabilidade da irradiância solar<br />

incidente.<br />

A variabilidade no campo da radiação solar em terrenos montanhosos é modulada pela<br />

topografia e cobertura de nuvens. Sob condições de céu claro a topografia do terreno<br />

impõe uma variabilidade espacial e temporal ao fluxo radiativo incidente. Este efeito do<br />

terreno sobre a irradiância pode ser simulado pelo modelo TOPORAD (Dozier,1989). A<br />

partir de uma grade de elevação digital e de uma imagem de albedo, o modelo<br />

TOPORAD projeta, para cada momento do dia, a irradiância em cada elemento da grade<br />

com base nas seguintes propriedades locais: hora, ângulo de incidência local da<br />

irradiância, latitude, altitude, sombreamento pelo relevo e fatores de visada do céu e do<br />

terreno do local.<br />

As estimativas de irradiância produzidas pelo TOPORAD podem ser refinadas<br />

combinando informação de propriedades ópticas da atmosfera com dados de satélites de<br />

baixa resolução espacial e modelo de elevação digital para produzir mapas de insolação<br />

que melhor representem as influências da cobertura de nuvens e da topografia em<br />

grandes regiões (Dubayah et al., 1997).<br />

A formulação do modelo de irradiância solar de céu claro TOPORAD pode ser<br />

modificada considerando efeitos de absorção e reflexão por nuvens que podem ser<br />

representados em uma única camada (Gautier e Landsfeld, 1997). Estas informações<br />

podem ser derivadas do sensor Imager do satélite Geostationary Operational<br />

34


Environmental Satellite (GOES 12). Além disso, pode-se utilizar, como entrada no<br />

modelo TOPORAD, o albedo médio da superfície terrestre obtido do sensor<br />

MODIS/Terra e as estimativas de propriedades ópticas da atmosfera fornecidas pelo<br />

Global Aerosol Data Set (www.lrz-muenchen.de/~ uh234an / www/ radaer/ gads.html).<br />

A integração de métodos de interpolação, de modelagem ambiental e de dados de<br />

sensoriamento remoto possibilitará melhores estimativas de condições microclimáticas,<br />

de modo distribuído em regiões montanhosas. Para viabilizar esse método, escolheu-se<br />

uma porção da Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio Paraíba do Sul com as seguintes<br />

características: fortes gradientes ambientais; orientação leste-oeste (pequena variação<br />

latitudinal) adequada para avaliar a influência de efeitos estritamente topográficos<br />

(altitude, orientação de encosta, posição e tipos de superfícies); proximidade de grandes<br />

centros de estudo e pesquisa tais como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais<br />

(INPE), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Rio de Janeiro<br />

(UFRJ), a Universidade de Campinas (UNICAMP), a Universidade de Taubaté<br />

(UNITAU) e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA), onde<br />

existem dados meteorológicos para avaliar os resultados da modelagem das condições<br />

microclimáticas. Alem disso, possui duas grandes unidades de conservação, que são: o<br />

Parque Nacional do Itatiaia (30.000 ha) e o Parque Estadual de Campos do Jordão<br />

(8.341 ha), que se encontram dentro da Área de Proteção Ambiental da Serra da<br />

Mantiqueira (400.000 ha).<br />

1.1 Objetivo geral<br />

O objetivo geral deste trabalho é modelar as condições microclimáticas da região da<br />

Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio Paraíba do Sul com o modelo MT-CLIM,<br />

produzir mapas de regimes microclimáticos e de evapotranspiração potencial em escala<br />

mensal e em escala espacial variável (resoluções decamétrica a kilométrica) e comparar<br />

os resultados obtidas com produtos MODIS.<br />

35


1.2 Objetivos específicos<br />

1) Aprimorar e incorporar ao modelo de irradiância solar de céu limpo<br />

(TOPORAD) o regime de nebulosidade para horários locais (08h45, 11h45 e<br />

14h45) fornecidos pelo sensor Imager do satélite GOES 12 integrados em escala<br />

mensal e obtenção do albedo de superfície com base em produto do sensor<br />

MODIS;<br />

2) Integrar os modelos MT-CLIM e TOPORAD para produzir mapas mensais de<br />

temperaturas média, máxima e mínima, amplitude térmica e déficit de pressão<br />

de vapor d’água atmosférico;<br />

3) Estimar e produzir mapas de emissividade da superfície a partir de dados do<br />

sensor MODIS usados no modelo de Valor e Caselles (1996);<br />

4) Comparar os resultados de temperatura do ar obtidos de PCDs com a<br />

temperatura da superfície obtida pelo sensor MODIS (MOD11A1), e produzir<br />

mapas mensais de temperatura da superfície terrestre a partir de dados MODIS;<br />

5) Produzir mapas de regime mensal do saldo de radiação e balanço de onda longa;<br />

6) Representar a distribuição espacial da evapotranspiração potencial na área de<br />

estudo inferida a partir do método de Priestley-Taylor.<br />

Espera-se que este trabalho possa ser útil para: fornecer informações e auxiliar a<br />

interpretação das saídas de modelos agrometeorológicos; subsidiar estudos na Ecologia,<br />

Hidrologia e Meteorologia; auxiliar na seleção de locais que apresentem gradientes de<br />

temperatura e déficit de pressão de vapor d’água atmosférico para dar suporte a estudos<br />

ecológicos e de demarcação de novas áreas de proteção ambiental.<br />

36


CAPÍTULO 2<br />

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA<br />

Neste capítulo, serão apresentados os princípios e a discussão da bibliografia dos<br />

principais temas da tese. Os conceitos necessários para extrapolações de temperaturas e<br />

déficit de pressão de vapor d’água atmosférico com o modelo MT-CLIM são<br />

apresentados em (2.1). Neste trabalho, o modelo MT-CLIM é modificado para ser<br />

introduzido com saídas do modelo TOPORAD, descrito em (2.2). Serão também<br />

discutidas as bases para a comparação da temperatura do ar medida em estações<br />

meteorológicas com o produto de temperatura da superfície do terreno do sensor<br />

MODIS (2.3) e para a comparação do albedo derivado de dados do Landsat 5 com o<br />

produto albedo MOD43B3 (2.4.). Serão discutidos ainda os fundamentos e metodologia<br />

de estimativa da evapotranspiração potencial a partir dos resultados obtidos com os<br />

procedimentos anteriores (2.5). Finalmente, serão apresentadas e discutidas<br />

metodologias para interpolação de dados a partir de estimativas pontuais de variáveis<br />

micrometeorológicas (2.6).<br />

2.1 Características gerais do modelo MT-CLIM<br />

O modelo MT-CLIM é um simulador de microclima montanhoso que a partir de dados<br />

observacionais das temperaturas diárias máxima e mínima (Tmax e Tmin,<br />

respectivamente), e precipitação de uma estação meteorológica próxima infere<br />

temperaturas, precipitação e déficit de pressão de vapor d’água atmosférico para um<br />

outro local de interesse. A estação e o local de interesse podem estar em diferentes<br />

altitudes, inclinações e exposições solares.<br />

A lógica do MT-CLIM advém de dois modelos de pesquisas, H20TRANS e<br />

DAYTRANS/PSN (Running, 1984), que avaliam a transpiração e o estresse hídrico em<br />

escalas de tempo horária e diária, respectivamente. O modelo MT-CLIM foi projetado<br />

especificamente para fornecer entradas aos modelos ecológicos de evapotranspiração e<br />

37


de fotossíntese tais como o Daily Transpiration Photosynthesis (DAYTRANS/PSN)<br />

(Running, 1984), BioGeochemical Cycles (FOREST-BGC) (Running e Counghlan,<br />

1988), Regional Hidro-Ecological Simulation System (RHESSys) (Band et al., 1991 e<br />

1993), BIOME-BGC (Kimball et al., 1997a), DAYMET (Running e Thornton, 1997) e 3-<br />

PG (Landsberg e Waring, 1997).<br />

O MT-CLIM é composto por duas lógicas climatológicas: a climatologia topográfica,<br />

que extrapola as condições meteorológicas para o local de interesse e a climatologia<br />

diurna, que deriva informações meteorológicas adicionais dos dados de entrada. Este<br />

modelo negligencia as advecções de calor ou de vapor d’água, as inversões<br />

atmosféricas, a drenagem de ar frio (noturno) ou condições de vento, fatores que podem<br />

ser importantes para outras aplicações.<br />

As principais entradas no modelo MT-CLIM estão descritas na Tabela 1. Os dados<br />

fornecidos pela estação meteorológica são: temperaturas máxima e mínima do ar<br />

(diária), temperatura do ponto de orvalho (Td) (média 24 h, se não for disponível,<br />

Tmin = Td) e precipitação pluvial (diária). Do local de estudo, são necessários elevação,<br />

declividade, aspecto, ângulos horizontais leste e oeste, Índice de área foliar (IAF),<br />

identificação da estação meteorológica e a taxa de decréscimo de temperatura com a<br />

altura (Γ). Esta taxa é escolhida para valores publicados no intervalo médio de<br />

–7 a –9 °C/km, considerando a variação da taxa diária ocorrida em resposta ao<br />

movimento de massa de 111ar e precipitação. As saídas são valores diários de<br />

temperatura do ar (Tmax e Tmin em °C), de radiação solar incidente no intervalo de<br />

onda curta (0,4 - 2,5 µm) (W/m 2 ), déficit de pressão de vapor d’água atmosférico (Pa) e<br />

precipitação (cm).<br />

38


TABELA 2.1 – Exemplo de entrada do modelo mt-clim (versão 4.3) para extrapolação<br />

de dados meteorológicos da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) de<br />

cachoeira paulista para o local da estação meteorológica de Taubaté,<br />

2003.<br />

Exemplo de<br />

Escolha a entrada e/ou categoria<br />

entrada<br />

Variavéis de entrada<br />

365 Número de dias<br />

0 Temperatura do ponto de orvalho? (0=NÃO, 1=SIM)<br />

0 Saída de umidade do ar (0=VPD, 1=VP)<br />

520,0 Elevação da PCD de Cachoeira Paulista (m)<br />

150,0 Precipitação anual da PCD de Cachoeira Paulista (cm)<br />

-22,02 Latitude da estação meteorológica de Taubaté (°) (- para sul)<br />

520,0 Elevação da estação meteorológica de Taubaté (m)<br />

0,0 Inclinação da estação meteorológica de Taubaté (°)<br />

0,0 Aspecto da estação (°)(0=N,90=E,1<strong>80</strong>=S,270=W)<br />

140,0 Precipitação anual da estação meteorológica de Taubaté (cm)<br />

0,0 Ângulo horizontal leste da estação meteorológica (°)<br />

0,0 Ângulo horizontal oeste do posto de Taubaté (°)<br />

-5,0 Taxa de decréscimo de temperatura máxima (°C/km)<br />

-2,5 Taxa de decréscimo de temperatura mínima (°C/km)<br />

0,20 Albedo da PCD de Cachoeira Paulista<br />

0,60 TRANCF (Transmitância atmosférica ao nível médio do mar)<br />

0,45 TEMPCF (correção de temperatura para a aproximação senoidal)<br />

3,0 Índice de área foliar<br />

2.2 Os melhoramentos computacionais do MT-CLIM<br />

O código original do MT-CLIM foi escrito em liguagem FORTRAN por Hungerford et<br />

al. (1989), mais tarde foi para a linguagem de programação C. Desde estão, o modelo<br />

MT-CLIM, na versão original em linguagem C, vem sendo aperfeiçoado (Thornton,<br />

2000). As principais alterações e melhoramentos são descritos abaixo:<br />

a. Versão 1.0 para versão 2.0<br />

1) nenhuma opção de unidade inglesa;<br />

2) nenhuma opção de limiar de radiação;<br />

39


3) nenhuma correção de dias antes da chuva para transmissividade;<br />

4) nenhuma correção de radiação para temperatura do ar;<br />

5) nenhuma correção de LAI para temperatura do ar;<br />

6) só uma estação para a obtenção de precipitação era permitida;<br />

7) alguns parâmetros anteriores dos arquivos de inicialização estão agora no<br />

MTCLIM_const.h (biblioteca de constantes).<br />

b. Versão 2.0 para versão 3.1<br />

Foi modificado para incluir as seguintes melhorias no modelo MT-CLIM:<br />

1) melhorou o cálculo da transmissividade;<br />

2) melhorou o cálculo do comprimento do dia;<br />

c. Versão 3.1 para versão 4.0<br />

1) inclui um algoritmo iterativo para calcular a pressão de vapor d’água<br />

atmosférica e a irradiância solar incidente;<br />

2) a constante solar foi calculada como uma função analítica do dia do ano, em<br />

vez de valores mensais. Remoção da descontinuidade entre os meses.<br />

d. Versão 4.0 para versão 4.1<br />

1) O código original foi detalhado por Thornton e Running (1999).<br />

e. Versão 4.1 para versão 4.2<br />

1) Colocou-se o declive e correções de aspecto para a radiação solar incidente.<br />

Estes parâmetros tinham sido removidos durante o desenvolvimento do novo código de<br />

radiação. Isto inclui a estimativa de radiação difusa em superfícies inclinadas durante os<br />

períodos em que o Sol está acima do plano do horizonte, mas não fornece a radiação<br />

40


direta que atinge a encosta de uma montanha. As correções horizontais para a direção<br />

leste-oeste do local foram reintroduzidas.<br />

f. Versão 4.2 para versão 4.3<br />

As alterações foram feitas baseadas nos resultados de Thornton et al. (2000):<br />

1) adicionou-se ao modelo os efeitos de neve acumulada para corrigir a radiação<br />

solar incidente;<br />

2) acrescentou-se a correção de albedo para os cálculos de obstrução de<br />

horizonte local;<br />

3) o algoritmo de umidade depende da razão anual ETP/Pr:<br />

ETP/Pr < 2.5, o algoritmo usa Tmin = Td<br />

ETP/Pr > 2.5, a correção é dada pelo algoritmo de Kimball et al. (1997)<br />

em que Pr é a precipitação anual, ETP a evapotranspiração potencial anual, Tmin a<br />

temperatura mínima e Td a temperatura do ponto de orvalho.<br />

4) passou todos os parâmetros do modelo para o arquivo de parâmetros (.h).<br />

2.3 Descrição do modelo MT-CLIM<br />

O simulador MT-CLIM extrapola dados de uma estação meteorológica produzindo<br />

condições específicas em um local da montanha. As variáveis são calculadas para locais<br />

com características semelhantes (topografia e vegetação), definidas a priori. Os<br />

elementos climáticos para cada área de interesse são estimados de acordo com as<br />

variáveis medidas em apenas uma estação, com exceção da estimativa de precipitação,<br />

que pode ser baseada nos dados de duas estações. Cada variável é calculada por uma<br />

rotina separada (2.1), descrita sucintamente a seguir.<br />

41


FIGURA 2.1 - Fluxograma do MT-CLIM para a estimativa diária de condições<br />

microclimáticas em regiões montanhosas. PSN, fotossíntese líquida<br />

positiva; DPV, Déficit de Pressão de Vapor d’água atmosférica; IAF.<br />

FONTE: Adaptado de Hungerford et al. (1989).<br />

2.3.1 Irradiância solar incidente diária ( Φ↓)<br />

A estimativa Φ ↓ é efetuada em duas etapas. Na primeira, o modelo de radiação<br />

potencial, projetado por Garnier e Ohmura (1968) e Swift (1976), é usado para cálculo<br />

das irradiâncias direta e difusa. Este modelo calcula, para cada local, as diferenças em<br />

latitude, declividade e exposição solar da encosta, e efetua o cálculo do fluxo direto de<br />

irradiância solar para a direção leste-oeste, antes de considerar a superfície como plana e<br />

horizontal. A radiação solar potencial é reduzida pelo cálculo da transmissividade<br />

atmosférica produzindo uma estimativa final de Φ ↓ no local. O modelo de radiação<br />

potencial também é executado para uma superfície plana equivalente à elevação do<br />

local, produzindo uma razão entre as radiações incidentes pela superfície plana e pela<br />

inclinada. Esta razão é usada para ajustar as estimativas de temperaturas do ar no local.<br />

42


Finalmente, o comprimento do dia (CD) é calculado pelo sub-modelo de radiação para<br />

cada dia. O valor de CD (hora) é obtido a partir de uma equação senoidal do dia do ano<br />

(d a ), com uma fase de 79 dias e a amplitude sazonal depende da latitude (φ, graus). A<br />

equação de CD para cada local de estudo é dada por:<br />

( 7,<br />

42 + 0,<br />

0045×<br />

φ )<br />

[ sen( d − 79)<br />

× 0 01721] + 12<br />

CD = exp<br />

a<br />

,<br />

3600<br />

(h) (2.1)<br />

A Equação (2.1) calcula o CD para qualquer época do ano e em qualquer latitude, com<br />

um erro menor que 15 min (Running e Coughland, 1988).<br />

Na segunda etapa, a rotina de irradiância solar utiliza o algoritmo descrito por Bristow e<br />

Campbell (1984) que relaciona a amplitude de temperatura diurna do ar com a<br />

transmitância atmosférica que depende principalmente da cobertura de nuvens. Em suas<br />

análises, este algoritmo requer somente dados de temperaturas máxima e mínima e<br />

precipitação. A transmitância de céu claro é calculada para a elevação do local de<br />

interesse, assumindo a transmissividade óptica ao nível médio do mar como sendo 0,65,<br />

e aumentado de 0,008 por quilômetros. A relação entre a transmitância atmosférica e a<br />

amplitude de temperatura diurna é então calculada como uma função exponencial que<br />

define uma relação de transmissividade com variações de temperatura do ar diária.<br />

Multiplicando a radiação potencial pela transmitância atmosférica obtém-se uma<br />

estimativa da irradiância solar incidente (W/m²) na superfície.<br />

2.3.2 Temperatura do ar<br />

Inicialmente, a temperatura média diária do local de interesse (Tdia_loc) é calculada,<br />

assumindo que a função horária da temperatura tem forma senoidal, com Tmax_est e<br />

Tmin_est fornecidos pela estação meteorológica. A integração da função seno sobre os<br />

três quadrantes produz a seguinte equação para Tdia_loc expressa por Parton e Longan<br />

(1981):<br />

Tdia _ loc = 0 , 212× ( T max_ loc _ ajus −Tmed<br />

_ loc)<br />

+ Tmed _ loc [°C](2.2)<br />

43


T max_ loc _ ajus + T min_ loc<br />

Tmed _ loc =<br />

2<br />

[°C] (2.3)<br />

E _ loc − E _ est<br />

T max_ loc = T max_ est +<br />

1.000<br />

× Γ<br />

max<br />

[°C] (2.4)<br />

O fator entre as irradiâncias solares em uma encosta e um plano horizontal inclinado<br />

(COERAD) é usado de acordo com as seguintes condições (Hungerford et al., 1989):<br />

Se COERAD < 1,0<br />

1 ⎛ IAF ⎞<br />

CAJUS = × ⎜1<br />

+ ⎟<br />

COERAD ⎝ IAF max ⎠<br />

(2.5)<br />

T max_ loc _ ajus = T max_ loc − CAJUS [°C] (2.6)<br />

Se COERAD > 1,0<br />

1 ⎛ IAF ⎞<br />

CAJUS = × ⎜1<br />

− ⎟<br />

COERAD ⎝ IAF max ⎠<br />

(2.7)<br />

T max_ loc _ ajus = T max_ loc + CAJUS [°C] (2.8)<br />

E _ loc − E _ est<br />

T min_ loc = T min_ est +<br />

× Γ min [°C] (2.9)<br />

1.000<br />

em que a constante 0,212 é o coeficiente de ajuste aplicado à Tmed_loc; Tmed_loc,<br />

Tmax_loc e Tmin_loc, temperaturas média, máxima e mínima do local de interesse;<br />

Γmax e Γmi, taxas de decréscimo de temperatura para Tmin e Tmax adotadas para a<br />

região de interesse; E_est e E_loc são as elevações da estação e do local de estudo;<br />

CAJUS, fator de ajuste de temperatura máxima do local de interesse; Tmax_loc_ajus,<br />

temperatura máxima do local ajustada pelo índice de área foliar (IAF=3, pastagem) e o<br />

IAF máximo (IAFmax= 5, floresta densa ).<br />

44


A Tdia_loc é corrigida pela elevação usando a taxa de decréscimo de temperatura com a<br />

altura Γ de – 6,4 °C.km -1 para o verão, reduzindo de 10% em dias de céu claro e<br />

aumentando de 10% para dias de céu nublado (Finklin, 1983).<br />

O coeficiente COERAD da irradiância da superfície inclinada pela plana é usado como<br />

um multiplicador para ajustar a temperatura máxima do ar com base na diferença de<br />

energia radiante recebida pelas encostas do morro. A magnitude da diferença de<br />

temperatura é uma função das características da troca de energia das encostas dos<br />

morros. Em dosséis de floresta, a diferença de temperatura da superfície pode não<br />

existir quando a superfície vegetada está transpirando ativamente (Kaufmann, 1984).<br />

Conseqüentemente, a temperatura máxima do local é ajustada por um multiplicador<br />

baseado no IAF do local de estudo.<br />

2.3.3 Déficit de pressão de vapor d’água atmosférica<br />

Existem várias maneiras de expressar a umidade do ar, incluindo densidade de vapor,<br />

umidade relativa e o déficit de pressão de vapor (DPV). A densidade de vapor é<br />

simplesmente a massa de vapor d’água em uma unidade de volume e é conhecida como<br />

umidade absoluta (Oke, 1987), enquanto que a umidade relativa é definida como a<br />

relação entre a razão de mistura atual e aquela que prevaleceria em condições saturadas,<br />

à mesma temperatura do ar (Barry e Chorley, 1987). O déficit de pressão de vapor de<br />

uma parcela de ar é a diferença entre a pressão de vapor em condições de saturação<br />

e s (Tdia), e a pressão de vapor real e (tmin), com base na premissa de que a temperatura<br />

de orvalho é igual à temperatura mínima (Td = Tmin):<br />

DPV = es ( tdia)<br />

− e(<br />

t min) [kPa] (2.10)<br />

em que DPV é a medida de umidade mais usada, pois representa uma medida do “poder<br />

evaporante do ar”, o qual desempenha um importante papel na determinação das taxas<br />

relativas de transpiração em plantas (Monteith e Unsworth, 1990).<br />

Para locais com cobertura vegetal, Glassy e Running (1994) preferiram substituir a<br />

umidade relativa do ar (UR) pelo DPV como medida de umidade no MT-CLIM. As<br />

45


variáveis dos processos ecológicos que dependem da DPV incluem a evapotranspiração<br />

(ET), condutância estomática, dinâmicas da fotossíntese e relações de água na planta.<br />

Esta variável também desempenha um papel chave na condutância estomática (Gates,<br />

19<strong>80</strong>; Jarvis e Morison, 1981; Friend, 1991; Almeida e Landsberg, 2003) e na<br />

resistência aerodinâmica (Hunt et al., 1991).<br />

2.3.4 Precipitação<br />

Em regiões montanhosas, a precipitação (Pr) varia bastante em intensidade e duração. O<br />

modelo MT-CLIM calcula a Pr diária para o local de interesse baseada nas Prs de uma<br />

ou duas estações meteorológicas se os dados são disponíveis. A equação com base em<br />

dados de uma estação meteorológica é dada por:<br />

Pr L<br />

× A<br />

E1<br />

L<br />

= Pr [mm] (2.11)<br />

AE1<br />

E a equação utilizada para duas estações é expressa por (Hungerford et al. 1989):<br />

Pr<br />

L<br />

=<br />

⎛ PrE1×<br />

AL<br />

PrE<br />

2×<br />

A<br />

⎜ +<br />

⎝ AE1<br />

AE<br />

2<br />

2<br />

L<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

[mm] (2.12)<br />

em que Pr L e Pr En representam a precipitação diária do local de interesse e a da estação<br />

n, respectivamente; A L , a média climatológica da precipitação anual para o local de<br />

interesse obtida de estimativas de normais climatológicas (www.cptec.inpe.br/products,<br />

www.inmet.gov.br; ou www.worldclim.org ), e A En a média anual da precipitação para<br />

a estação n (dados da estação meteorológica para o ano de interesse).<br />

2.3.5 Uso do modelo MT-CLIM<br />

O modelo MT-CLIM foi aplicado e avaliado em regiões de topografia acentuada onde<br />

não existem informações meteorológicas necessárias à modelagem de processos<br />

ecológicos. Em 1987, o modelo MT-CLIM foi testado pela primeira vez por seus<br />

precursores (Running et al., 1987). Na oportunidade, os autores, avaliando o modelo<br />

46


MT-CLIM com medições meteorológicas em seis locais no oeste de Montana,<br />

encontraram um coeficiente de determinação R 2 de 0,85 para a Td e a Tmin em três<br />

locais pertencentes à floresta Experimental Lubrecht. Os coeficientes R 2 , para a<br />

umidade relativa, foram de 0,59, 0,43 e 0,60 para três locais de drenagem no oeste de<br />

Montana, Estados Unidos da América. As correlações de temperatura média do ar nos<br />

seis locais estiveram entre 0,88 e 0,92. Uma pequena tendência de superestimativas de<br />

temperaturas baixas e subestimativas de temperaturas altas foram evidentes nas análises<br />

estatísticas melhorando a importância da escolha do valor para a taxa de decréscimo de<br />

temperatura (Г). Running et al. (1987) observaram que taxas de altas de Г causaram<br />

erros nas temperaturas elevadas (>20°C) e inversamente, valores pequenos de Г<br />

provocaram erros para temperaturas menores do que 20°C. Entretanto, os erros padrões<br />

da estimativa da temperatura média do ar foram sempre menores que 0,5°C para os seis<br />

locais. A estimativa da umidade relativa do ar foi similar a da temperatura média do ar<br />

por causa da influência da temperatura na umidade. Superestimativas de valores baixos<br />

de umidade relativa foram resultantes de subestimativas da temperatura do ar em dias<br />

quentes quando a umidade é baixa. Em dias frios, superestimativas de temperaturas<br />

baixas causaram subestimativas de umidades altas. As correlações foram mais baixas do<br />

que da temperatura do ar, com valores de R 2 entre 0,63 e 0,72. As correlações baixas<br />

foram atribuídas aos erros aleatórios associados com os resultados de comparações de<br />

diferentes sensores de umidade, os quais são menos confiáveis do que os sensores de<br />

temperatura ou de radiação. Contudo, o erro padrão novamente não excedeu 15 % da<br />

umidade relativa. A diferença média entre os valores estimados e os observados de<br />

radiação solar foi menor do que 35 W/m 2 , e os erros padrões diários foram menores que<br />

100 W/m 2 para os seis locais. O coeficiente de determinação variou entre 0,60 e 0,78.<br />

Apesar disso, a radiação foi superestimada em dias nublados e subestimada em dias de<br />

céu claro.<br />

A primeira tentativa de usar as saídas do modelo MT-CLIM para alimentar modelos<br />

ecológicos do tipo Biogeoquímicos, foi realizada por Running e Counghlan (1988).<br />

Estes autores utilizaram o modelo MT-CLIM combinada com o IAF, a capacidade de<br />

armazenamento de água no solo (CAS) e condições climáticas distintas da América do<br />

47


Norte para caracterizar a transpiração e a evaporação de floresta de coníferas, simuladas<br />

pelo modelo FOREST-BGC. Os autores observaram que, em locais áridos, a evaporação<br />

não aumentou linearmente com o IAF e a precipitação anual interceptada (Pr a ) pelo<br />

dossel foi particionada entre transpiração (98% de Pr a , IAF de 6) e evaporação (2% de<br />

Pr a , IAF de 6). Isso não foi verificado nos outros locais, em que a transpiração e a<br />

evaporação aumentaram à medida que o IAF variou de 3 a 9.<br />

No ano de 1989, alguns pesquisadores liderados por Hungerford et al. (1989)<br />

desenvolveram o código computacional do modelo MT-CLIM para extrapolar para um<br />

local de interesse elementos climáticos (Tmin, Tmax, radiação solar incidente, umidade<br />

relativa e precipitação) observados em estações meteorológicas, corrigindo a diferenças<br />

de elevação, declividade e aspecto entre a estação e local de interesse. Estes<br />

pesquisadores usaram análise de regressão entre as estimativas do modelo com os<br />

valores observados em 11 estações meteorológicas no Oeste de Montana. De acordo<br />

com os resultados encontrados (Tabela 2.2), verifica-se que os dados concordaram com<br />

as estimativas das médias anuais da radiação solar incidente, temperaturas e umidade do<br />

ar. Os valores simulados (diários) foram bastante diferentes para radiação solar<br />

incidente. Este erro pode ser melhorado se os dados de entrada forem de uma estação<br />

bem próxima do local montanhoso em que se deseja fazer a simulação. Isto reduziria os<br />

erros introduzidos pela diferença de cobertura de nuvens sobre a estação meteorológica<br />

e o local montanhoso.<br />

TABELA 2.2 - Análise de regressão entre estimativas do modelo e valores observados<br />

em 11 estações meteorológicas no oeste de Montana, Estados Unidos<br />

da América. D.P. - Desvio Padrão.<br />

Temperatura<br />

(C°)<br />

I↓ (W.m -2 ) Tdia Tmax Tmin Umidade (%)<br />

D.P. 4,4-106 1,6-2,0 1,6-2,4 1,5-3,3 9,2 a 10,9<br />

R 2 0,38-0,55 0,87-0,93 0,89-0,94 0,61-0,91 0,43 a 0,60<br />

FONTE: Adaptado de Hungerford et al. (1989).<br />

O principal problema do uso de modelos biogeoquímicos aplicados a uma bacia<br />

hidrográfica é a falta de dados de parâmetros da vegetação, tal como o IAF que é uma<br />

das variáveis mais importantes que afetam os processos de ecossistemas (Waring e<br />

48


Running, 1998). Com o advento das Técnicas de Sensoriamento Remoto (TSR), o IAF<br />

pode ser estimado por meio de relações diretas entre os parâmetros de vegetação (tipos,<br />

densidade, condições, etc) e as propriedades espectrais do alvo (albedo, emissividade e<br />

temperatura da superfície). Mesmo estas técnicas não podem por si só quantificar os<br />

processos biofísicos do ecossistema (evapotranspiração, fotossíntese e outros), mas<br />

podem ser integradas com o modelo MT-CLIM e o Modelo Numérico de Terreno<br />

(MNT) dentro de uma modelagem aproximada para obter estimativas desses processos.<br />

O acoplamento entre os modelos MT-CLIM e TSR tem sido aplicado com sucesso<br />

desde então nos trabalhos realizados pelo grupo de pesquisa de Running et al. (1989).<br />

Estes pesquisadores desenvolveram uma modelagem que integra o modelo MT-CLIM,<br />

o MNT com TSR para calcular a evapotranspiração potencial (ETP) sob uma área de<br />

1.540 km 2 coberta por floresta de coníferas em Montana. As estimativas de<br />

evapotranspiração apresentaram boa concordância (R 2 = 0,85) com as medições<br />

realizadas com lisímetros.<br />

Em 1991, Running e Nemani (1991), usando o modelo MT-CLIM, o IAF derivado do<br />

sensor AVHRR/NOAA, a CAS e uma grade de elevação digital implementados no<br />

modelo FOREST-BGC, realizaram estudos de projeção da evapotranspiração potencial<br />

(ETP) de floresta de coníferas em Montana sob concentração de CO 2 atmosférico<br />

duplicada em relação à concentração pré-industrial. A temperatura do ar aumentou em<br />

+4°C e a precipitação de +10% em relação aos registros climáticos de 1985. Os autores<br />

projetaram aumentos de 10-20% no IAF e de 20-30% na ETP. As respostas sazonais da<br />

intensidade absoluta da ETP simuladas no vale (1.000 m) e na montanha (1.700 m),<br />

evidenciaram valores elevados na primavera devido ao aumento das temperaturas, da<br />

demanda evaporativa e do IAF. No entanto, no final do verão ocorreu uma queda na<br />

ETP resultante de estresse hídrico resultante da teoria de equilíbrio hidrostático imposta<br />

nas simulações.<br />

Na década de 90, o modelo MT-CLIM foi explorado pela comunidade científica<br />

interessada em regiões montanhosas. Novas avaliações das saídas do modelo MT-CLIM<br />

foram feitas por Glassy e Running (1994). Estes autores, comparando o DPV estimado<br />

49


pelo modelo MT-CLIM e observado em cinco transectos em Oregon, Estados Unidos da<br />

América, encontraram coeficiente de determinação (R 2 ) entre 0,66 a 0,84 com estatística<br />

F significativa ao nível de probabilidade de 1%, com três dos cinco locais apresentando<br />

R 2 > 0,<strong>80</strong>. Em geral, o modelo MT-CLIM superestimou DPV. Além disso, o DPV foi<br />

usado como a umidade relativa do ar medida em seis locais dos Estados Unidos, para<br />

ser avaliada a hipótese de que a temperatura mínima (Tmin) pode funcionar como<br />

substituta da temperatura do ponto de orvalho (Td). Nesse caso, os valores de R 2<br />

variaram de 0,83 até 0,96, exceto para ambientes áridos (Tucson, Arizona, R 2 = 0,55)<br />

em que Td é menor do que Tmin. Os autores afirmaram que estas correlações são<br />

fundamentais para a relação entre Tmin e Td, embora sejam limitadas aos ambientes<br />

áridos. Running et al. (1987) mostraram que a correlação entre Tmin e Td dimimui em<br />

ambientes áridos.<br />

Kimball et al. (1997a), avaliando a relação entre Tmin e Td em 52 locais de diferentes<br />

regimes climáticos nos Estados Unidos, constataram três tendências distintas. Nos<br />

locais áridos, a diferença da média anual entre Tmin e Td foi de 11°C, correspondendo a<br />

uma diferença média diária das pressões de vapor derivadas de Td e Tmin de 0,8 a 1,2<br />

kPa. Nos ambientes semi-áridos, a diferença média anual foi de 5°C e as diárias para o<br />

inverno foram de 2°C e de 0,1 kPa, sendo essa diferença diária maior no verão (7°C e<br />

0,6 kPa). Os locais de regimes climáticos úmidos subtropicais e os úmidos continentais<br />

mostraram uma diferença média anual entre Tmin e Td de 1°C e entre as pressões de<br />

vapor as diferenças foram menores do que 0,3 kPa. Os autores constataram que Td é<br />

maior do que Tmin se a quantidade de vapor d’água no ar aumentar durante o dia.<br />

Kaufmann (1984) confirmou esse fenômeno observando o aumento da umidade<br />

absoluta ao meio-dia para as estações meteorológicas do Colorado, Estados Unidos da<br />

América. Kaufmann também mostrou que a umidade absoluta do ambiente foi maior do<br />

que a umidade absoluta durante à noite ou início da manhã. Kimball et al. (1997b)<br />

apresentaram um método empírico para estimar Td utilizando dados diários de<br />

temperatura do ar, precipitação anual e estimativa de evapotranspiração potencial (ETP)<br />

e irradiância solar para corrigir as estimativas de Td para condições áridas. Esse método<br />

50


melhorou as estimativas de Td em relação às obtidas a partir da consideração de que<br />

Td = Tmin, originalmente implementada no MT-CLIM (Running et al., 1987).<br />

Os resultados apresentados por Kimball et al. (1997a) em ambientes áridos<br />

evidenciaram que o método reduziu os erros padrões da estimativa da pressão de vapor<br />

(e) de 1,0 para 0,7 kPa, representando uma redução dos erros de <strong>80</strong>% para 60% sobre os<br />

resultados não ajustados. Nos locais semi-áridos, o modelo empírico também reduziu os<br />

erros da estimativa da pressão de vapor de 0,4 para 0,1 kPa, o que representa reduções<br />

de erros de <strong>80</strong>% para 27% em relação aos resultados não ajustados. Estes autores<br />

utilizaram a razão entre a precipitação anual e a estimativa da ETP anual para<br />

diferenciar locais úmidos (ETP/P2,5). A precipitação<br />

anual maior do que 30% da ETP representam os locais de características climáticas<br />

marítima, continental úmido e subtropical úmido. Os locais em que a precipitação anual<br />

é menor do que 30% da evapotranspiração foram classificados com áridos ou semiáridos.<br />

Estimativas precisas de umidade diária podem ser obtidas usando dados<br />

observados de radiação solar diária.<br />

Kimball et al. (1997b) simularam a evapotranspiração produzida pelo modelo BIOME-<br />

BGC para cinco locais de floresta boreal pertencentes ao projeto internacional BOREAS<br />

(Boreal Ecosystem-Atmosphere Study). O modelo MT-CLIM foi usado para extrapolar<br />

radiação solar incidente (I↓) e DPV, os quais foram utilizados com estimativas de<br />

condutâncias do dossel nas equações de Penman e Penman-Monteith para derivar<br />

evapotranspição real (ETr). Durante o estádio de crescimento de 1994, os valores<br />

simulados de evapotranspiração real explicaram 62,3% (erro padrão de 0,6 mm.d -1 ) da<br />

variância dos dados medidos por lisímetros em floresta boreal. Individualmente, o DPV<br />

explicou 78% e I↓ 51% da variância da ETr diária, embora a temperaturas do ar e a<br />

densidade de fluxo de fótons fotossintética foram os principais fatores responsáveis por<br />

47 a 70% e 27 a 50% , respectivamente, de redução na condutância do dossel. Uma<br />

redução completa em gc ocorre quando o DPV se aproxima de 4,0 kPa. Em todos os<br />

locais desse estudo DPV médio foi de 1,1 kPa, com valor máximo diário de<br />

aproximadamente 1,4 kPa; gc foi pouco afetada por essas condições, e o VPD foi<br />

responsável por menos de 20% da redução na condutância do dossel. Os autores<br />

51


concluíram que ETr baixas podem somente servir para aumentar a temperatura do ar e<br />

condições de seca em escala regional, induzindo mais adiante estresse hídrico. Além<br />

disso, temperatura do ar elevada e estádio de desenvolvimento longo podem aumentar a<br />

taxa de ETr, embora em níveis baixos de DPV e redução de água no solo podem<br />

minimizar a ETr pela indução do estresse hídrico.<br />

A lógica do MT-CLIM foi desenvolvida para extrapolar dados meteorológicos de um<br />

posto para um local de interesse em montanha ou serra. Quando os domínios espaciais<br />

são maiores que 2.000 km 2 , é necessário interpolar os resultados do MT-CLIM entre um<br />

número não especificado de observações espaçadas heterogeneamente em terrenos<br />

complexos. Com base nessa idéia, Thornton et al. (1997) projetaram o modelo<br />

DAYMET, que combina algoritmos de interpolação com um conjunto de ajustes de<br />

taxas de decréscimo de elevação e de topografia, podendo ser aplicado simultaneamente<br />

a várias estações meteorológicas. O modelo DAYMET foi testado para produzir<br />

superfícies diárias de temperaturas máxima e mínima sobre uma área de<br />

aproximadamente 400.000 km 2 abrangendo 500 postos meteorológicos dos Estados<br />

Unidos. Os autores constataram que os Erros Absolutos Médios (EAM), para as<br />

temperaturas máxima e mínima diárias, foram de 1,8°C e 2,0°C, para as médias anuais<br />

de 0,7°C e 1,2°C com tendências de -0,1°C e +0,1°C, respectivamente. A amplitude<br />

térmica diária apresentou EAM de 2,3°C e a anual de 1,4°C com tendência na média<br />

anual de -0,1°C.<br />

Running e Thornton (1997) desenvolveram uma extensão lógica do modelo MT-CLIM,<br />

o MT-CLIM3D, o qual produz superfícies diárias dos elementos meteorológicos,<br />

incorporando um banco de dados topográficos e de observações de várias estações ou<br />

postos meteorológicos. Esta nova versão do modelo MT-CLIM foi testada para 215<br />

estações meteorológicas, espaçadas uma da outra em 38 km, distribuídas ao longo do<br />

Estado de Montana sob uma grade de 1.000 m de resolução espacial para o ano de 1990.<br />

A validação cruzada foi utilizada para produzir estimativas diárias de temperaturas<br />

máxima e mínima, e de precipitação. As estimativas anuais foram comparadas com as<br />

observadas, resultando em erros médios absolutos para estimativas diárias de<br />

temperaturas máxima e mínima de 0,69 e 0,98 °C/dia, respectivamente. A temperatura<br />

52


máxima apresentou uma tendência positiva, ou seja, a temperatura máxima estimada<br />

superestimou os valores observados. A temperatura mínima estimada subestimou a<br />

mínima observada (tendência de -0,052). O erro absoluto para a precipitação de<br />

tendência negativa de 0,03 cm/dia (11,83 cm/ano ou 20% da precipitação anual).<br />

O método de Bristow-Campbell (1984) demonstrou que existe uma relação entre<br />

amplitude térmica da temperatura do ar próximo à superfície e a radiação solar incidente<br />

diária na superfície. Esse método foi testado inicialmente para três locais no norte dos<br />

Estados Unidos, mostrando que as estimativas foram exatas e não tendenciosas. Assim,<br />

esse método tem sido implementado na lógica do MT-CLIM por Running et al. (1987) e<br />

usado por Glassy e Running (1994).<br />

Thornton e Running (1999) fizeram uma análise de sensibilidade do método de Bristow-<br />

Campbell aplicado em locais dos Estados Unidos da América que tinham dados de<br />

temperaturas extremas diárias e de radiação solar incidente. Ajustes foram feitos na<br />

estimativa dos parâmetros do método de Bristow-Campbell. Esses ajustes melhoraram a<br />

estimativa de radiação solar diária dentro de ±2,4 MJ.m -2 para 40 estações dos Estados<br />

Unidos cobrindo um intervalo de elevações e de condições climáticas diversificadas. O<br />

erro absoluto médio da estimativa da transmitância atmosférica diminui 28% em relação<br />

às estimativas do método original de Bristow-Campbell. A radiação global estimada<br />

para a estação de Miami de clima tropical apresentou erro absoluto médio diário de<br />

3,93 MJ.m -2 e tendência na irradiância diária foi negativa (-2,70 MJ.m -2 ) em relação às<br />

demais estações meteorológicas, inclusive as localizadas em climas semi-árido ou árido<br />

(erros diários de 2,0 MJ.m -2 , tendências -0,03 a -0,97 MJ.m -2 ). Os autores concluíram<br />

que estimativas precisas de radiação solar diária podem ser obtidas usando dados<br />

observados de umidade diária. A aplicação do Método de Thornton e Running (MTR)<br />

necessita de correções em regiões de clima tropical. O uso do método MTR em regiões<br />

montanhosas pode introduzir tendências que são relacionadas a gradientes de<br />

temperaturas máxima (Tmax) e mínima (Tmin) ocasionados pela diferença de elevação.<br />

Assim, o método MTR é sensível ao intervalo diurno de temperatura; portanto, as taxas<br />

de decréscimo das temperaturas Tmax e Tmin são diferentes.<br />

53


Thornton et al. (2000) avaliaram o método simples proposto por Running et al. (1997)<br />

(Tmin = Td) e o método mais complexo apresentado por Kimball et al. (1997)<br />

(tendências de correção de Tmin = Td, para climas áridos) ambos usados para<br />

estimativa da umidade (pressão de vapor). Os autores constataram que os erros das<br />

estimativas da umidade foram mais baixos com método simples (Erro Absoluto Médio -<br />

EAM e tendência de 85,6 e +28,2 Pa, respectivamente) do que com o método de<br />

Kimball et al. (1997) (EAM e tendências de 95,9 e -13,5 Pa, respectivamente). O<br />

comportamento sazonal das tendências dos dois métodos mostrou que a aproximação<br />

para correção árida produziu fortes tendências sazonais, com consistentes<br />

subestimativas de umidade na primavera e no início do verão, enquanto não existiu<br />

distribuição óbvia de tendências do método simples. O método de correção árida foi<br />

melhor que o simples para estações com uma razão entre evapotranspiração potencial e<br />

precipitação anuais maior que 2,5, e que a correção árida sempre permitiu resultados<br />

ruins para razões menores que 1,0.<br />

A combinação do método de Bristow-Campbell (1984) e o do Thornton e Running<br />

(1999) para estimar a radiação solar média mensal foi aplicada e avaliada por Coops et<br />

al. (2000) em terrenos com diferentes inclinações e aspectos da América do Norte e da<br />

Austrália. Esses autores constataram que os valores estimados de radiação solar<br />

incidente média mensal, em terrenos planos, concordaram com os observados com erros<br />

de 1 até 7% . Em superfícies inclinadas, as estimativas da radiação solar média mensal<br />

diferiram de 13% dos valores observados com um erro médio diário menor que<br />

2 MJ.m -2 .<br />

Os modelos MT-CLIM e DAYMET foram desenvolvidos em ambientes de latitude<br />

média. Em uma tentativa de oferecer uma solução para a região dos trópicos, Baigorria<br />

et al. (2000) desenvolveram um processo baseado em um modelo de interpolação para<br />

estimar Tmax e Tmin, precipitação e radiação solar. Este método originou-se das<br />

limitações dos modelos MT-CLIM e DAYMET aplicados na produção de dados<br />

meteorológicos em ambientes montanhosos das regiões tropicais. O modelo DAYMET<br />

foi desenvolvido em um ambiente computacional (SIG) que integra dados de três<br />

estações meteorológicas com um Modelo Numérico de Terreno (MNT) contendo<br />

54


informações de latitude, elevação, inclinação e exposição. O modelo de Baigorria et al.<br />

(2000) não usa métodos de interpolação para espacializar radiação solar, Tmax e Tmin,<br />

mas uma relação fundamental entre radiação solar líquida, temperatura e características<br />

da superfície do terreno e topográficas.<br />

Chiesi et al. (2002), comparando três anos de dados observados de Tmax, Tmin e<br />

precipitação com os extrapolados pelo modelo MT-CLIM, encontraram a raiz do erro<br />

quadrático médio (REQM), que varia de 1,71 a 1,87°C para Tmin, de 2,47 a 4,34°C<br />

para Tmax e de 6,21 a 7,41 mm para a precipitação. Os coeficientes de determinação da<br />

Tmin oscilaram de 0,61 até 0,91, da Tmax de 0,49 até 0,88 e da precipitação de 0,14 até<br />

0,35. Os autores constataram que a Tmax e Tmin foram inferidas com mais precisão que<br />

a precipitação. Isso pode ser explicado tendo em mente que Tmin e Tmax foram<br />

distribuídas homogeneamente sob a superfície terrestre, e dependeram principalmente<br />

do gradiente altitudinal, o qual foi considerado no modelo MT-CLIM. A precipitação<br />

mostrou maior variabilidade espacial e temporal e menor dependência com a altitude, o<br />

que explica a baixa precisão obtida pelo modelo MT-CLIM. Os autores afirmaram que<br />

Tmax, Tmin e precipitação foram aproximadamente melhores quando consideradas em<br />

períodos de tempo longo (uma semana ou mês).<br />

Mckenzie et al. (2003), avaliando a probabilidade de ocorrência de 14 espécies de<br />

coníferas, distribuídas espacialmente em Washington, como função dos elementos<br />

climáticos (Tmax, Tmin e precipitação) modelados pelo MT-CLIM e pelo DAYMET,<br />

identificaram representações de espécies de árvores associadas a locais de pronunciados<br />

gradientes de temperatura e de umidade. Além disso, seus resultados indicam que o<br />

nicho ecológico de uma espécie pode ser determinado por um único previsor<br />

(temperatura do ar ou precipitação). Os autores concluíram que, pela identificação de<br />

nichos ecológicos de múltiplas espécies, podem-se prever suas redistribuições na<br />

paisagem em resposta às mudanças climáticas.<br />

Interessados em investigar as tendências sazonais e temporais das Tmax, Tmin e DVP<br />

registradas em 250 estações climatológicas da Áustria, Hasenauer et al. (2003) usaram o<br />

modelo DAYMET para interpolar dados de Tmax e Tmin e derivar DVP para o período<br />

55


de 1960 a 1998. Esses pesquisadores observaram que os intervalos de erros sazonais<br />

médios para Tmax e Tmin em toda Áustria foram menores do que os erros de medições<br />

(


2.4 Descrição do Modelo Toporad<br />

Considere um local de paisagem arbitrária, no qual se deseja calcular a irradiância solar<br />

incidente. A equação geral de propagação da radiação solar em uma atmosfera planaparalela<br />

pode ser escrita (Chandrasekhar, 1960):<br />

( τ , θ,<br />

ψ )<br />

dR<br />

cosθ = −R( τ , θ,<br />

ψ ) + J ( τ , θ,<br />

ψ )<br />

(2.13)<br />

dτ<br />

em que R é a radiância para profundidade óptica (τ) nas direções θ e ψ; ψ é o ângulo<br />

azimutal; θ o ângulo zenital solar e J é a função fonte para espalhamento.<br />

O fluxo de radiação solar incidente é determinado pela soma de três componentes:<br />

irradiância direta, irradiância difusa do céu e irradiância direta e difusa refletida pela<br />

vizinhança do terreno (2.2). A radiação termal é negligenciada e a irradiância difusa<br />

resulta de reflexões atmosféricas.<br />

FIGURA 2.2 - As três fontes de energia em uma encosta: 1) irradiância direta; 2)<br />

irradiância difusa do céu onde uma porção da abóbada celeste pode ser<br />

obstruída pela vizinhança do terreno; 3) irradiância refletida da<br />

vizinhança do terreno. O ângulo de iluminação (θi) e a profundidade<br />

óptica (τ).<br />

FONTE: Adaptado de Dubayah e Rich (1995).<br />

57


As componentes da radiação solar são obtidas segundo a solução da equação de<br />

transferência radiativa atmosférica (2.13) através de uma simplificação baseada nos<br />

métodos de dois fluxos (“two-stream”, ”two-flux”). Denomina-se de “modelo de dois<br />

fluxos” as equações simplificadas que conduzem a expressões incluindo só a irradiância<br />

incidente e irradiância solar emergente como variáveis incógnitas.<br />

As hipóteses básicas, envolvidas no modelo de dois fluxos, são (Ceballos, 1986):<br />

a. a atmosfera é estratificada horizontalmente, com irradiância Φ = µ o<br />

So<br />

no<br />

topo da atmosfera, sendo<br />

µ = cosθ<br />

; S o é a irradiância solar exoatmosférica<br />

o<br />

perpendicular aos raios solares chamada de “constante solar”, que tem valor<br />

médio de 1.360 W/m 2 ;<br />

b. distribuição espacial de fluxos estacionárias, dependendo só de S o e θ e de<br />

variáveis atmosféricas eventualmente estacionárias para intervalos de tempo<br />

típicos de medição (desde alguns segundos, até poucos minutos);<br />

c. radiação direta espectral atenuada segundo a lei de Beer;<br />

d. atenuação por unidade de volume reparte-se em absorção, numa proporção (1-<br />

ω o ), e dispersão na proporção ω o (albedo de espalhamento). A radiação difusa<br />

produzida propaga-se verticalmente para baixo com fluxos descendente Φ (τ ) e<br />

↓<br />

ascendente F (τ ) , sendo a manifestação de uma distribuição de radiâncias<br />

↑<br />

R ( τ , Ω)<br />

ou de intensidades I ( τ , Ω)<br />

, com Ω = versor na direção de propagação.<br />

e. para uma camada homogênea, a solução da equação de propagação a dois<br />

fluxos requer duas condições de contorno. Não existe fluxo difuso no topo da<br />

atmosfera, ou seja, Φ↓(0)=0, e o limite horizontal inferior da atmosfera de<br />

profundidade óptica τ o é um refletor difuso com reflectância R o , isto é,<br />

−τ<br />

o<br />

⎡<br />

⎤<br />

µ o<br />

Φ ( τ ) = R ⎢Φ<br />

+ S e ⎥<br />

↑<br />

o<br />

( τ<br />

↓ o<br />

) µ<br />

o o<br />

(2.14)<br />

⎢⎣<br />

⎥⎦<br />

58


A solução do modelo de dois fluxos é dada por um par de equações diferenciais para<br />

uma atmosfera homogênea expressa por Meador e Weaver (19<strong>80</strong>):<br />

dΦ<br />

↑<br />

dτ<br />

( τ )<br />

= γ Φ<br />

( τ ) − γ Φ<br />

1 ↑ 2<br />

)<br />

↓<br />

( τ + γ ω S<br />

3<br />

o<br />

O<br />

e<br />

−τ<br />

µ<br />

O<br />

(2.15)<br />

dΦ<br />

↓<br />

dτ<br />

( τ )<br />

= γ Φ<br />

( τ ) − γ Φ<br />

2 ↑ 1<br />

)<br />

↓<br />

( τ + γ ω S<br />

4<br />

o<br />

O<br />

e<br />

−τ<br />

µ<br />

O<br />

(2.16)<br />

em que γ é parametrizada a partir da função de fase do espalhamento. O modelo de Mie<br />

é usado para calcular ω o , o parâmetro de assimetria g, e o valor γ como uma função de<br />

ω o , g e µ o .<br />

A solução das equações de dois fluxos para a transmitância hemisférica direcional T s<br />

através da atmosfera, equivale a que é medida por um piranômetro, expressa por 2.16<br />

(Dubayah et al., 1990):<br />

T<br />

⎛<br />

⎞<br />

⎡<br />

−τ<br />

−τ<br />

≡ ⎜<br />

s<br />

Φ↓<br />

o o o<br />

/<br />

o o<br />

2 o 1 4<br />

/<br />

⎜<br />

⎝<br />

o<br />

o<br />

µ o<br />

( ) ⎟<br />

µ o + − − + + − − +<br />

τ + µ S e µ S = ⎢2qξγ<br />

( µ α + γ ) + e ( P U − P U ) ⎥ ( P V − P V )<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎢⎣<br />

⎤<br />

⎥⎦<br />

em que:<br />

P<br />

±<br />

± ξτ o<br />

( γ ± ξ ) e<br />

= 1<br />

(2.17)<br />

2 2<br />

( 1 )<br />

q = ω − ξ µ<br />

(2.18)<br />

o<br />

/<br />

o<br />

( α ± ξγ )/( 1±<br />

)<br />

± ± ± ξτ o<br />

Q = V e<br />

ξµ<br />

2 3<br />

o<br />

(2.19)<br />

59


[ ω ( α ± ξγ )/( 1 )]<br />

±<br />

U = λ ± ξµ<br />

2<br />

−<br />

o 2 3<br />

o<br />

(2.20)<br />

( γ ξ )<br />

±<br />

V = λ − R ±<br />

(2.21)<br />

2 o<br />

2<br />

2<br />

ξ<br />

= γ − γ<br />

(2.22)<br />

2<br />

1<br />

2<br />

2<br />

α = +<br />

(2.23)<br />

1<br />

γ<br />

1γ<br />

4<br />

γ<br />

2γ<br />

3<br />

α = +<br />

(2.24)<br />

2<br />

γ<br />

2γ<br />

4<br />

γ<br />

1γ<br />

3<br />

O ponto inicial para a modelagem topográfica é estimar as irradiâncias direta e difusa<br />

incidentes em superfícies planas para uma dada elevação.<br />

2.4.1 Irradiância solar direta (Φ d )<br />

A irradiância direta sobre uma encosta de uma montanha pode ser calculada como uma<br />

função dos ângulos de inclinação e azimute do terreno, bem como dos ângulos zenital e<br />

azimutal do Sol. Esta componente é expressa pela lei de Beer e multiplicada por uma<br />

máscara de sombreamento binário (δ):<br />

−τ<br />

o<br />

Φ = δµ S o<br />

e<br />

o<br />

[W/m 2 ] (2.25)<br />

µ<br />

d s<br />

em que τ o é a profundidade óptica da atmosfera na direção nadir; µ s é o co-seno do<br />

ângulo de iluminação solar sob uma encosta, θ s (Sellers, 1965):<br />

( ψ − Θ)<br />

µ<br />

s<br />

= cos θs<br />

= µ<br />

o<br />

cos S + senθosenS<br />

cos<br />

o<br />

(2.26)<br />

60


em que ψ e Θ são os azimutes do Sol e da inclinação da encosta; S é o ângulo de<br />

inclinação da encosta. Para µ s < 0, o ponto da grade de elevação digital está sombreado<br />

(self-shadowed), isto é, os raios do Sol encontram-se abaixo do horizonte do ponto<br />

considerado devido à inclinação da encosta. Isto é diferente dos locais obscurecidos<br />

(cast-shadowed) causados pela bloqueamento dos raios solares pelo terreno sendo<br />

independentes de µ s . Por exemplo, uma área plana pode estar na sombra de uma<br />

montanha para ângulos zenitais solares pequenos (Dubayah e Rich, 1995). As castshadowed<br />

são encontradas calculado o ângulo horizontal de dados de MNT (Dozier e<br />

Frew, 1990) e multiplicado por uma máscara de sombreamento binário (δ). Se δ=0 temse<br />

sombra e δ=1 sem sombra. Nos dois casos de sombreamento, a irradiância direta é<br />

zero.<br />

2.4.2 Irradiância difusa (Φ DF )<br />

A irradiância difusa em uma encosta depende da reflectância da superfície<br />

circuvizinhante, da anisotropia do campo difuso e da obstrução do céu causada pela<br />

declividade e pela vizinhança do terreno. Em geral, a irradiância difusa, mesmo sob<br />

condição de céu claro, não é isotrópica. Isto é evidente especialmente sob condições de<br />

céu nublado, em que o fluxo difuso vindo do céu varia, dependendo se as nuvens estão<br />

presentes numa seção do céu. Esta anisotropia pode ser mais complicada pela topografia<br />

local. Uma porção do céu pode ser obstruída pela topografia, bloqueando a irradiância<br />

difusa nessa direção.<br />

A irradiância difusa do céu, espalhada ou emitida (Φ DC ), é expressa por (Dubayah et al.,<br />

1990):<br />

Φ DF = V d Φ ↓ (τ o )= πV d R [W/m 2 ] (2.27)<br />

d<br />

em que V d é o fator de visada do céu; Φ ↓ (τ o ) é o valor médio de irradiância difusa<br />

descendente que incide num plano horizontal de profundidade ótica τ o ;<br />

Rd<br />

é a radiância<br />

média descendente em uma superfície horizontal não obstruída. V d é definido como a<br />

61


azão entre a irradiância difusa em um ponto e aquela que incide em outro ponto<br />

pertencente a uma superfície horizontal não obstruída pelo terreno. O fator de visada do<br />

céu varia de 1 (não obstruída) para 0 (completamente obstruída). Esse fator é calculado<br />

para um ponto do terreno com inclinação e orientação cuja fração do céu seja visível<br />

nesse ponto. V d é derivado usando o ângulo do horizonte local em uma dada direção<br />

para cada ponto da grade de elevação digital (Dozier e Frew, 1990). Além disso, V d<br />

pode ser adaptado para cálculos de anisotropia da irradiância difusa, mas as equações de<br />

dois fluxos consideram que a irradiância difusa é isotrópica. O fator de anisotropia<br />

η d (θ,β) é definido como η d (θ,β) R =R(θ,β). Entretanto, η d é normalizado de modo que<br />

d<br />

sua projeção integrada hemisfericamente sobre uma superfície é igual a π, isto é:<br />

2π π 2<br />

( θ φ)<br />

∫∫ η , senθ<br />

cosθdθdφ<br />

=<br />

0 0<br />

d<br />

π<br />

(2.28)<br />

O cálculo de V d é feito para uma inclinação S com azimute ψ e pela projeção de cada<br />

elemento η d visível do céu que não é afetado pela inclinação da encosta, integrado para<br />

o hemisfério não-obstruído, isto é, abaixo do zênite do ponto de horizonte local, H φ ,<br />

para cada direção φ. Para uma superfície horizontal não-obstruída (livre do efeito de<br />

sombreamento da encosta) H φ =π/2. Considerando a isotropia, em que η d =1, a integral<br />

em (2.28), para um dado azimute, pode ser analiticamente desenvolvida e aproximada<br />

por:<br />

2 2<br />

1<br />

Vd = ∫∫ηd<br />

( θ,<br />

φ) sen[ cosθ<br />

cos S + senθsenS<br />

cos( φ −ψ<br />

)]<br />

dθdφ<br />

(2.29)<br />

π<br />

π π<br />

0 0<br />

logo,<br />

2π<br />

2<br />

∫[ cos Ssen Hφ<br />

+ senS cos( φ −ψ<br />

)( Hφ<br />

− senHφ<br />

cos Hφ<br />

)]<br />

1<br />

V d<br />

≈<br />

dφ<br />

(2.30)<br />

2π<br />

0<br />

62


2.4.3 Irradiância refletida ou emitida pela vizinhança do terreno<br />

A energia incidente pode ser refletida da vizinhança do terreno para o ponto de interesse<br />

sendo raramente isotrópica. Entretanto, um fator de configuração do terreno pode ser<br />

calculado (Dozier e Frew, 1990) por causa da complexidade das relações geométricas<br />

entre um local particular e todos os elementos da vizinhança do terreno. Este fator pode<br />

ser usado como um fluxo médio ascendente (refletido da superfície). Assim, a<br />

contribuição da radiação refletida da vizinhança do terreno é estimada por:<br />

Φ t = πC t R (2.31)<br />

t<br />

A irradiância média refletida ou emitida pela vizinhança do terreno é π R . O fator de<br />

configuração do terreno C t inclui os efeitos de anisotropia da radiação e da geometria do<br />

terreno entre o ponto de interesse e os outros elementos da vizinhança que são<br />

mutuamente visíveis. Ao contrário do fator de visada do céu, o fator C t estima a fração<br />

da vizinhança do terreno que é visível a um ponto de interesse, variando de 0 (nenhuma<br />

influência do terreno) a 1 (influência total do terreno). A contribuição de cada um<br />

desses elementos do terreno para cálculo de C t pode ser computada por algoritmos<br />

desenvolvidos por Siegel e Howell (1981). Contudo, a seguinte aproximação pode ser<br />

utilizada (Dozier e Frew,1990):<br />

t<br />

2πψ<br />

φ<br />

1<br />

C<br />

t<br />

= ∫∫ηυ<br />

( θ,<br />

φ) senθ[ cosθ<br />

cos S + senθsenS<br />

cos( φ − A)<br />

] dθdφ<br />

(2.32)<br />

π<br />

0 Hφ<br />

O valor de η v inclui efeitos geométricos do terreno quando for calculado, considerando<br />

a anisotropia da radiância emitida ou refletida da vizinhança do terreno. Os limites de<br />

integração para a integral interna (2.32) são do ângulo horizontal descendente em que<br />

um raio solar é paralelo à encosta do terreno:<br />

⎡<br />

ψ −<br />

φ<br />

= arctan<br />

1<br />

⎢<br />

⎣ tan S cos φ<br />

⎤<br />

( −ψ<br />

) ⎥ ⎦<br />

(2.33)<br />

63


Considera-se que acima da encosta o cos(φ-ψ) é negativo, assim ψ φ < π/2. Abaixo dela o<br />

cos(φ-ψ) é positivo, assim ψ φ > π/2. Do lado ou por traz da encosta, ψ φ = π/2.<br />

Cálculos rigorosos são difíceis, pois é necessário considerar cada face do terreno visível<br />

a um dado ponto em questão (Dubayah et al., 1990). Em contrapartida a irradiância do<br />

céu, a isotropia assumida é não realística porque a anisotropia resulta de efeitos<br />

geométricos do terreno, mesmo se a vizinhança do terreno é um refletor lambertiano ou<br />

um emissor “corpo-negro”. Dubayah et al. (1990) notaram que V d , para uma inclinação<br />

infinitamente longa, é expresso como (1+cosS)/2, e C t foi aproximado por:<br />

C<br />

( 1 cos S )<br />

⎡ +<br />

≈ ⎢<br />

⎣ 2<br />

⎤<br />

⎥ −<br />

⎦<br />

t<br />

V d<br />

(2.34)<br />

2.4.4 Particionamento da irradiância solar incidente<br />

A maioria dos produtos de radiação solar não particionam irradiância total em<br />

componentes direta e difusa, embora sejam partes integrantes dos algoritmos desses<br />

produtos. Se as componentes forem disponíveis podem ser usadas diretamente. Ao<br />

contrário, várias fórmulas climatológicas têm sido desenvolvidas para separar insolação<br />

total em fluxos direto e difuso. Erbs et al. (1982) têm apresentado o seguinte algoritmo<br />

de particionamento da irradiância solar incidente (Φ↓= Φ D + Φ DF ), baseado na<br />

transmitância total (T) definida como:<br />

Τ =<br />

(2.35)<br />

S cosθ<br />

o<br />

Φ ↓<br />

o<br />

em que S o é a irradiância exoatmosférica.<br />

Para T < 0,22<br />

( 1−<br />

0, × Τ)<br />

Φ<br />

DF<br />

= Φ 09<br />

(2.36)<br />

↓<br />

64


Para T ≥ 0,<strong>80</strong><br />

( 0, )<br />

Φ<br />

DF<br />

= Φ ↓<br />

165T<br />

Para todas as T<br />

2<br />

3<br />

4<br />

( 0,9511−<br />

0,1604T<br />

+ 4,388T<br />

−16,638T<br />

12,336T<br />

)<br />

Φ<br />

↓<br />

(2.38)<br />

DF<br />

= Φ<br />

+<br />

em que Φ DF é o fluxo difuso descendente. Olyphant (1984) sugeriu substituir 0,120 para<br />

0,165 (T≥0,<strong>80</strong>) para condições montanhosas, onde a difusa é sempre uma pequena<br />

porção da global. Este método pode aproximar a distribuição real dos fluxos, variando<br />

com condições atmosféricas específicas e em períodos longos (fluxos mensais<br />

comparados com os horários). Para regiões planas, o particionamento dos fluxos não é<br />

importante, pois nenhum efeito topográfico será diferente com o ajuste da elevação.<br />

Para superfícies complexas, o particionamento é significativo porque a natureza da<br />

correção topográfica varia como as mudanças de proporções dos fluxos diretos e<br />

difusos. O resultado do particionamento são duas imagens com insolação direta e difusa<br />

ao nível de 1.500m. Dubayah e Loechel (1997) sugeriram o nível do mar para<br />

realizarem o particionamento dos fluxos radiativos direto e difuso.<br />

2.4.5 Irradiância solar total sob uma inclinação<br />

A irradiância solar incidente (Φ↓) é a soma das três componentes dadas abaixo:<br />

−τ<br />

o<br />

µ o<br />

Φ = δµ<br />

sSoe<br />

+ πVd<br />

R d + πCt<br />

R<br />

↓<br />

t<br />

(2.39)<br />

Note que a formulação topográfica (Φ↓) depende das condições atmosféricas reinantes.<br />

Os efeitos topográficos dependem do fluxo incidente se for direto (caso em que o cosθ é<br />

dominante), difuso (em que V d dominaria) ou se a reflectância da superfície for alta (C t<br />

elevado).<br />

65


2.4.6 Modelo TOPORAD sob condições de céu encoberto<br />

O modelo TOPORAD pode ser adaptado para condições reais incluindo valores de<br />

medições de quantidade de nuvens nos cálculos da irradiância solar incidente (Φ↓). Isso<br />

pode ser feito calculando-se a razão entre a irradiância sobre uma encosta e aquela que<br />

atinge uma superfície horizontal. Se não existir informações sobre a cobertura de<br />

nuvens, que é um importante parâmetro para a separação de radiação difusa e direta, é<br />

possível derivar esse valor como uma razão da irradiância solar medida pela a<br />

quantidade máxima de irradiância solar modelada para o local de interesse.<br />

A formulação de irradiância pode ser modificada levando em conta a reflexão e a<br />

absorção por nuvens e pela superfície terrestre sob condições de céu claro. A irradiância<br />

solar sob condição de céu nublado (Φ c ) pode ser expressa por (Gautier e Landsfeld,<br />

1997):<br />

Φ<br />

c<br />

= Φ<br />

↓<br />

( 1 − Ac<br />

− α<br />

c<br />

)<br />

( 1 − A α )<br />

c<br />

BS<br />

[W/m 2 ] (2.40)<br />

em que Φ ↓ é a irradiância solar de céu claro, obtida pelo modelo TOPORAD (W/m 2 ); A c<br />

é o reflectância de nuvens; α BS é o albedo da superfície terrestre; α c é o parâmetro de<br />

absorção de radiação solar por nuvens. Neste caso, o parâmetro α c é ajustado e<br />

parametrizado como uma função da reflectância de nuvens. A parametrização usada<br />

pode ser determinada empiricamente ou ajustada por modelos de transferência radiativa,<br />

como o SBDART (Santa Barbara DISORT Atmospheric Radiative Transfer model)<br />

(Ricchiazzi et al., 1998). O parâmetro α c pode ser expresso como uma função linear da<br />

reflectância de nuvens multiplicada por 0,07 conforme Diak e Gautier (1983):<br />

α = 0, 07 ×<br />

(2.41)<br />

c<br />

A c<br />

2.4.7 Uso do modelo TOPORAD<br />

Dozier e Outcalt (1979) simularam a irradiação solar de céu claro baseado na teoria do<br />

equilíbrio térmico, temperatura da superfície e os ângulos de inclinação, de exposição e<br />

66


do horizonte para cada ponto de um terreno montanhoso, encontrando gradientes<br />

acentuados de irradiação solar incidente em locais de encostas que receberam pouca<br />

iluminação solar durante o dia. Os efeitos de diferentes superfícies foram observados,<br />

horariamente, em que os gradientes de temperatura da superfície coincidiram com a<br />

transição da superfície dos materiais. As simulações foram efetuadas sob condições de<br />

solo exposto ou pasto e céu claro. Em áreas de floresta, em que o dossel é definido, a<br />

atenuação da radiação pelo dossel teria de ser considerada e os processos convectivos<br />

no dossel teriam de ser modelados. Durante períodos nublados, a simulação de<br />

irradiância solar incidente torna-se mais difícil, necessitando de análises cuidadosas da<br />

distribuição horária da cobertura de nuvens.<br />

Dozier (19<strong>80</strong>) descreveu o modelo TOPORAD em sua versão espectral<br />

(monocromático) sob condições de céu claro para terrenos montanhosos coberto por<br />

neve. O modelo usava como entrada informações dos parâmetros de atenuação<br />

atmosférica do ozônio, do vapor d’água, dos expoentes e coeficientes de turbidez de<br />

Ångstrom, e da razão entre absortância e reflectância dos aerossóis atmosféricos. Além<br />

disso, o autor combinou o modelo de radiação com a elevação e os ângulos de<br />

inclinação, de exposição e de aspecto de cada ponto de um modelo numérico de terreno<br />

(TOPORAD) para produzir mapas de irradiância solar incidente. As irradiâncias foram<br />

integradas em qualquer intervalo de comprimento de onda curta (λ) entre 0,25 até 5,0<br />

µm, em escala de tempo horária. O autor afirmou que os efeitos geométricos do terreno<br />

não dependem do λ, conseqüentemente as equações similares àquelas propostas por<br />

Dozier (19<strong>80</strong>) para valores monocromáticos podem ser aplicadas para integrar os<br />

valores de irradiâncias. A análise de regressão entre os valores simulados e os<br />

observados por dois piranômetros (bandas 0,28 até 2,8 µm e 0,7 até 2,8 µm) mostrou<br />

boa concordância (coeficiente de determinação R 2 = 0,994). A falta de uma dependência<br />

de altitude em cálculos de radiação também pode conduzir a erros significativos.<br />

Mesmo com modelo usando funções de decaimento exponencial para conteúdo de vapor<br />

d’água e aerossóis e cálculos de pressão de ar para o espalhamento Rayleight, ele é<br />

capaz de usar medições de uma elevação contida em um intervalo de altitude para<br />

estimar a transmissividade através de todo intervalo. Por exemplo, sob condições típicas<br />

67


(vapor d’água de 10 mm, coeficiente de turbidez da equação de Angstrom de 2000,<br />

albedo de 1,3 e a razão entre absortância por refletividade de 0,5) a radiação solar<br />

incidente em 1.200 m foi 25% menor que a 4.000 km na Sierra Nevada. O autor<br />

observou que para todos os horários do ano o ângulo de horizonte reduziu o<br />

comprimento do dia efetivo por interceptação direto do fluxo radiativo para ângulos<br />

zenitais pequenos, e no inverno essa interceptação pode não ser restringida no início da<br />

manhã e final da tarde. O autor concluiu que o modelo TOPORAD pode ser aplicado<br />

para outras superfícies do terreno desde que seja modificado apropriadamente.<br />

Dozier e Frew (1981) apresentaram um método de correção atmosférica para imagens<br />

do sensor MSS/Landsat (Multispectral Scanner System) para terrenos montanhosos, no<br />

qual a radiância e a transmitância atmosférica foram calculadas pelo modelo<br />

TOPORAD na versão espectral, constatando que essas grandezas físicas variaram com a<br />

altitude da superfície, o ângulo zenital solar, o conteúdo de aerossóis e de vapor d’água<br />

e a reflectância espectral da superfície. As variações envolvidas não são triviais e podem<br />

ser calculadas explicitamente se forem derivados valores de excitância da superfície a<br />

partir de dados de sensores remotos.<br />

Dubayah et al. (1989) afirmaram que a variabilidade temporal e espacial da radiação<br />

solar incidente sob uma região montanhosa causada pela topografia pode ser grande em<br />

pequenas distâncias.<br />

Dozier e Frew (1990) desenvolveram métodos rápidos e tabelas “lookup table” para<br />

otimizar o tempo computacional de processamento dos parâmetros do terreno usados<br />

como entrada na estimativa da irradiância solar incidente sob condições de céu claro<br />

integrando dados de sensoriamento remoto.<br />

Dubayah et al. (1990) analisaram a distribuição espacial e temporal da irradiância solar<br />

sob condições de céu claro em uma região montanhosa de área de 256 km 2 pertencente<br />

ao experimento do FIFE (First ISLSCP - Internacional Satellite Land Surface<br />

Climatology Program-Field Experiment). As simulações foram feitas aplicando o<br />

modelo TOPORAD na versão “dois fluxos” em três grades de elevação, espaçadas de<br />

25 m, 50 m e 100 m. Também, o comportamento da variância foi explicado com relação<br />

68


à variabilidade da radiação direta num modelo simplificado. Este modelo considera os<br />

ângulos azimutais distribuídos uniformemente em todas as direções e o albedo e as<br />

inclinações do terreno constantes. De acordo com os resultados encontrados, a<br />

distribuição de freqüência da elevação variou com o espaçamento da grade. A exposição<br />

solar das encostas distribuiu-se uniformemente em todas as direções em cada grade.<br />

Quando o espaçamento da grade aumentou de 25 para 100 m, a percentagem de<br />

inclinações das encostas menores que 10° aumentou de 50 para <strong>80</strong>%. Os resultados<br />

evidenciaram que a variância espacial da radiação solar incidente é função da inclinação<br />

média do terreno para um dado ângulo zenital e da irradiância exoatmosférica. Em<br />

terrenos reais sempre existem diferentes inclinações que podem necessariamente<br />

contribuir para a variabilidade de irradiância solar. A variância da radiação solar<br />

diminuiu com o aumento da profundidade óptica da atmosfera. Este resultado é devido à<br />

irradiância difusa de céu que é isotrópica no modelo de dois fluxos, e independe da<br />

orientação do terreno. A pesquisa também indicou que a relação do ângulo zenital com<br />

variância da irradiância solar máxima dependeu exclusivamente da profundidade óptica,<br />

o seja, se o ângulo zenital for pequeno, os aumentos dos efeitos de sombras foram<br />

compensados pelo aumento da atenuação atmosférica. Para ângulo zenital alto, o<br />

decréscimo da atenuação foi compensado pela diminuição da sombra. A variância e a<br />

autocorrelação espacial da radiação simulada dependeram do ângulo zenital e do<br />

espaçamento da grade de elevação.<br />

Dubayah e Katwijk (1992) modificaram o modelo TOPORAD para simular a<br />

irradiância solar anual incidente (I↓) na bacia do Rio Grande, no Colorado, mostrando<br />

que a variabilidade topográfica influencia I↓ mesmo em escala de tempo anual. O<br />

intervalo de valores anuais dentro da bacia foi de 36 até 265 W/m 2 com média de 191<br />

W/m 2 e desvio padrão de 30 W/m 2 . Além disso, poucos pontos tiveram I↓ anuais<br />

menores do que 25 W/m 2 . Os autores observaram, ainda, que a relação entre a<br />

inclinação média e a variância da I↓ sugeriu que a variabilidade relativa entre os<br />

subsetores de áreas de 16 km 2 e de 100 km 2 pode ser inferida por suas inclinações (R 2 =<br />

0,61 e 0,63, respectivamente, ao nível de confiança de 0,01). As nuvens não foram<br />

incluídas no modelo TOPORAD provocando incertezas na modelagem da І↓, pois as<br />

69


medições foram pontuais, conseqüentemente não capturaram a variabilidade espacial da<br />

І↓ causada por presença ou ausência de nuvens dentro das bacias relativas aos locais de<br />

observações.<br />

Häntzschel et al. (2005), usando o ângulo do horizonte e o fator de visada do céu<br />

calculados pelo modelo TOPORAD, modelaram regimes microclimáticos a partir da<br />

irradiância solar incidente sob condições de céu claro e de céu nublado sob o vale Wilde<br />

WeiBeritz, na Alemanha (Bavária). Os autores observaram que as simulações com o céu<br />

nublado e ao meio-dia diminuíram a irradiância solar em mais da metade, comparado<br />

com condições de céu claro e no mesmo horário. As áreas com florestas se distinguem<br />

em relação à vizinhança com diferença no saldo de radiação de mais de 100 W/m²<br />

durante a manhã. A evapotranspiração acompanhou os efeitos do relevo e o uso da terra<br />

com diferenças de 1 mm/dia entre pastagem e abeto em áreas menos íngremes<br />

(quantidade de nuvens = 3/8).<br />

2.5 Considerações sobre o albedo da superfície terrestre<br />

O albedo da superfície é definido como a razão entre as radiações refletida e incidente.<br />

Em algumas aplicações, o albedo restringe-se aos comprimentos de onda do visível,<br />

enquanto que em outras ocasiões a definição é estendida para incluir a radiação de onda<br />

longa. Em geral, o termo albedo, usado na literatura meteorológica, considera a radiação<br />

de onda curta, aproximadamente entre 0,15 e 4,0 µm (Lockwood, 1985).<br />

O albedo é essencial para a determinação do balanço de radiação (Iqbal, 1983), da<br />

magnitude e da partição da energia solar absorvida em modelos climáticos (Dickinson,<br />

1992). Além disso, existe a necessidade de especificar o albedo como uma função do<br />

tipo de cobertura da terra e do ângulo zenital solar e, que seja distribuído no espaço e no<br />

tempo em uma grande região.<br />

Segundo Geiger (1965), Iqbal (1983), Oke (1987), Dickinson (1992), Correia et al.<br />

(2002), Moody e King (2005) os principais fatores que afetam o albedo da superfície<br />

são:<br />

70


a. condição da superfície: As superfícies úmidas decrescem o albedo; em geral,<br />

albedos mais altos estão associados com superfícies suaves, secas e coloração<br />

clara, ao passo que albedos mais baixos estão associados com superfícies<br />

rugosas, úmidas e coloração escura. No caso de áreas cobertas por vegetação, ele<br />

depende da altura das plantas, percentagem de cobertura do solo, do ângulo das<br />

folhas, do índice de área foliar, da estação climática e do estágio de<br />

desenvolvimento da planta;<br />

b. ângulo zenital do Sol: produz variações diurnas acentuadas;<br />

c. as condições do céu: com referência particular aos tipos e quantidades de<br />

nuvens;<br />

d. ângulo horizontal: particularmente se ele está na direção oposta ao Sol.<br />

O valor do albedo normalmente difere de superfície para superfície e também de uma<br />

estação climática para outra. Em áreas homogêneas, o albedo varia pouco em torno do<br />

meio dia solar, aumentando seu valor quanto mais próximo do nascer ou do pôr do Sol,<br />

quando a refletividade aumenta devido ao grande ângulo zenital solar (Gielow et al.,<br />

1999).<br />

2.5.1 Albedo derivado dos dados do sensor MODIS (MOD43B3)<br />

O produto MOD43B3 representa o albedo da superfície terrestre obtidos das sete<br />

primeiras bandas do sensor MODIS do satélite Terra. O produto albedo utiliza 6 (seis)<br />

subprodutos descritos abaixo:<br />

a. MODIS/Terra Observation Pointers Daily L2G Global 250m SIN Grid<br />

(MODPTQKM) que fornece a observação da cobertura da área do terreno, os<br />

pixels que sobrepõem à grade do tile, números de linha e de amostra do produto<br />

original do nível L2 (250 m) de cada observação. Os offsets são fornecidos para<br />

as observações correspondentes a resolução espacial de 500 m L2G<br />

(MODPTHKM, etc.) para permitir que os produtos de 250 m sejam produzidos<br />

usando a informação das baixas resoluções.<br />

71


. MODIS/Terra Observation Pointers Daily L2G Global 500m ISIN Grid<br />

(MODPTHKM) contém os parâmetros geofísicos de geometria (ângulos<br />

zenital solar, de visada do sensor, hora da passagem, entre outras) nível L2 e a<br />

informação para cada observação. As observações múltiplas armazenadas na<br />

estrutura L2G são analisadas pelo processo L3 para extrair somente as<br />

observações mais relevantes que estiverem sob cada célula da grade.<br />

c. MODIS/Terra Geolocation Angles Daily L2G Global 1km ISIN Grid Day<br />

(MODMGGAD) contém informações sobre os ângulos de iluminação solar e de<br />

visada do sensor. Estes ângulos podem ser usados para modelar a relação entre a<br />

distância geométrica entre a área da superfície imageada, do Sol e do sensor. Isto<br />

é requerido freqüentemente para executar correções atmosféricas para converter<br />

ou calibrar dados espectrais para radiâncias (absoluta) ou reflectâncias<br />

conhecidas.<br />

d. MODIS/Terra Surface Reflectance Quality Daily L2G Global 1km SIN Grid<br />

(MOD09GST) é uma versão reestruturada da versão inicial da qualidade dos<br />

dados do produto MOD09_L2. Este produto sintetiza a qualidade dos produtos<br />

MOD09, especificando as correções atmosféricas. O produto contém um arquivo<br />

que específica à qualidade dos dados quanto à nuvem e suas sombras, os limites<br />

da terra e água, os aerossóis e a origem das correções dos dados desenvolvidas<br />

no arquivo. O MOD09GST contém três séries de dados científicos (SDSs): os<br />

dados de reflectância que indicam a garantia da qualidade dos pixels; o número<br />

das observações realizadas e a cobertura da observação para cada pixel.<br />

e. MODIS/Terra Surface Reflectance Daily L2G Global 250m SIN Grid<br />

(MOD09GQK) é a reflectância da superfície com resolução espacial de 250m<br />

do sensor MODIS derivado das bandas 1 e 2 no nível 1B da superfície da terra<br />

(centrado em 648 e 858nm, respectivamente). O MOD09GQK é uma estimativa<br />

da reflectância espectral da superfície terrestre, para cada banda, que seria<br />

medida próximo ao solo, ou seja, desprezando os efeitos atmosféricos. Um<br />

processo de correção é aplicado a todos os pixels que passam pelo controle de<br />

72


qualidade do nível 1B reduzindo os efeitos dos gases atmosféricos, de aerossóis,<br />

e de nuvens pouco espessas como cirrus. O produto reflectância da superfície<br />

L2G 250 m de MODIS/Terra (MOD09GQK) é processado para todo globo<br />

diariamente usando o nível 2G 250m Pointer Files (MODPTQKM) localizando a<br />

reflectância nível 2 da superfície (MOD09) em uma grade geográfica. A<br />

qualidade dos dados do produto MOD09GQK é fornecida em três níveis<br />

diferentes: para cada pixel, banda espectral, e todo o arquivo da imagem. Os<br />

usuários são recomendados a usar com cuidado o produto MOD09GQK, pois<br />

está em fase de melhoramento o nível L1B, as correções para os aerossóis e os<br />

produtos máscara de nuvem.<br />

f. MODIS/Terra Surface Reflectance Daily L2G Global 500m SIN Grid<br />

(MOD09GHK) é um produto de 7 bandas derivado da bandas 1 a 7 nível 1B. O<br />

produto é uma estimativa da reflectância espectral da superfície para cada banda,<br />

desprezando os efeitos atmosféricos. São feitas correções para os efeitos dos<br />

gases atmosféricos, de aerossóis, e de nuvens cirrus sendo aplicado para todos os<br />

pixels do nível 1B que passarem pelo controle de qualidade do nível 1B. A<br />

correção atmosférica usa os produtos MOD04 e MOD05 para o vapor de água, a<br />

correção do aerossol e o NCEP para o ozônio para as 26 bandas do MODIS,<br />

detectando nuvens do tipo cirrus. Maiores detalhes destes produtos podem ser<br />

obtidos no site http://edcdaac.usgs.gov/modis/mod09 ghkv4.asp.<br />

O modelo do produto MOD43B3 foi desenvolvido por Strahler e Muller (1999). Esse<br />

algoritmo realiza correção atmosférica dos dados de reflectância à superfície para dois<br />

sensores, o MODIS e o MISR (Multi-angle Imaging Spectroradiometer), adaptados a 7<br />

bandas com 1.000 m de resolução espacial. O algoritmo do albedo utiliza o código de<br />

simulação de transferência radiativa atmosférica (6s) como uma função do ângulo<br />

zenital solar para efetuar a correção das bandas espectrais. Este modelo combina três<br />

algoritmos, tais como:<br />

73


a. algoritmo semi-empírico: que fornece os coeficientes do modelo semiempírico.<br />

Neste modelo, a reflectância pode ser modelada como a soma de três<br />

tipos de representações de espalhamentos:<br />

1. isotrópico;<br />

2. volumétrico, quando as folhas de um dossel são consideradas<br />

horizontais e homogêneas (Roujean et al.,1992; Nilson e Kuusk, 1989);<br />

3. espalhamento em uma superfície geométrica, quando as imagens<br />

contêm objetos em três dimensões que sombreiam e são mutuamente<br />

obscurecidos por ângulos de visada off-nadir (Wanner et al., 1995).<br />

b. algoritmo empírico: que estruturalmente é o mesmo que o algoritmo semiempírico<br />

diferenciando somente no modelo empírico da Função Distribuição de<br />

Reflectância Bidirecional (Walthall et al., 1985). Este modelo é do tipo kernel e<br />

fornece a reflectância da superfície terrestre de vários ângulos de visada.<br />

c. algoritmo mínimo: que fornece os identificadores do tipo de albedo<br />

encontrado (nuvens, terra ou água) e os valores de albedos black-sky<br />

(reflectância hemisférica direcional) e White-sky (reflectância bidirecional) nas<br />

bandas espectrais do azul, do vermelho, do infravermelho próximo e nas bandas<br />

largas do visível e do infravermelho próximo (Sthahler et al.,1999).<br />

Os algoritmos são executados simultaneamente, corrigindo feitos atmosféricos e<br />

selecionando os melhores pixels de um conjunto de 16 imagens diárias agrupando-os<br />

em uma imagem composta de valores médios de albedos. O produto MOD43B3<br />

encontra-se disponíveis em arquivos HDF-EOS na versão 4 (V004) nível 2G/nível 3,<br />

projeção de área Sinusoidal, tiles de 1.200 x 1.200 pixels, resolução espacial de 1.000<br />

m, resolução radiométrica de 16 bits e para 10 bandas distintas. O produto disponibiliza<br />

dois tipos de albedos para 7 bandas espectrais e 3 bandas largas: albedos Black-sky e o<br />

White-sky.<br />

74


TABELA 2.3 - Bandas espectrais do sensor MODIS utilizadas pelo produto albedo<br />

(MOD43B3).<br />

Número das bandas Bandas (µm) Região do espectro<br />

1 0,620-0,670 Vermelho<br />

2 0,841-0,876 Infravermelho próximo<br />

3 0,459-0,479 Azul<br />

4 0,545-0,565 Verde<br />

5 1,230-1,250 Infravermelho próximo<br />

6 1,628-1,652 Infravermelho médio<br />

7 2,105-2,155 Infravermelho médio<br />

8 0,400-0,700 Visível<br />

9 0,700-4,000 Infravermelho<br />

10 0,250-4,000 Onda-curta<br />

O albedo Black-sky é a componente direta do albedo da superfície captada pelo sensor<br />

MODIS em todas as direções e diferentes intensidades (integração hemisférica). Neste<br />

produto, o albedo Black-sky (α bs ) foi produzido somente para meio-dia solar de cada<br />

local. O albedo White-sky (α ws ) corresponde a componente difusa. Esta componente<br />

representa a integração dos albedos hemisféricos provenientes da atmosfera e da<br />

superfície que são detectados pelo sensor MODIS com a mesma intensidade e em todas<br />

as direções (isotrópica). O albedo Blue-sky (α BS ) pode ser modelado como uma<br />

interpolação entre a componente direta e a difusa em função da fração de luz difusa<br />

S(θ,τ(λ)) expressa por (Schaaf et al., 2002):<br />

( θ λ) [ − S ( θ,<br />

τ ( λ))<br />

] × α ( θ,<br />

λ) + S(<br />

θ,<br />

τ ( λ))<br />

× α ( θ λ)<br />

α = 1 ,<br />

(2.42)<br />

BS<br />

,<br />

bs<br />

ws<br />

Tabelas ‘’lookup table’’ foram produzidas com a ajuda do código 6S (wwwmodis.bu.edu/brdf/userguide/val.html).<br />

Esta tabela contém valores de S(θ,τ(λ)) em<br />

função dos tipos de aerossóis (continentais ou marítimos), profundidade óptica (0 a 1,<br />

variação 0,02) e ângulo zenital solar (0° a 89°, variação 1°). As imagens albedos Blacksky<br />

e White-sky são fornecidas em níveis de cinza devendo ser multiplicadas por 0,001<br />

(Schaaf, 2005).<br />

75


2.6 Reflectância de nuvens do satélite GOES 12<br />

A natureza aleatória do fluxo de radiação solar em qualquer condição de nebulosidade é<br />

incluída no modelo de irradiância solar sob condições de céu encoberto através do<br />

coeficiente efetivo de reflectância de nuvens (C cF ). Para determinação do coeficiente de<br />

reflectância de nuvens é necessária a composição de imagens de céu claro e de céu<br />

completamente nublado por meio de análise estatística de imagens do período de<br />

interesse (Martins, 2001).<br />

A cobertura e a reflectância de nuvens podem ser determinadas a partir de imagens do<br />

sensor Imager do satélite GOES 12. Este satélite fornece imagens de todo o Brasil a<br />

cada 1/2 hora. O sensor Imager possui 5 canais, sendo que o primeiro canal opera na<br />

região do visível (0,4-0,70 µm) e sua resolução espacial é de 1.000 m. As reflectâncias<br />

de nuvem e da superfície obtidas do Imager são calculadas em função da radiância<br />

espectral, do co-seno do ângulo zenital e da radiação extraterrestre.<br />

O valor de C cF é determinado a partir dos valores de medidos de radiância visível (R)<br />

detectada pelo sensor Imager do satélite GOES 12. Gautier et al. (19<strong>80</strong>) e Stuhlmann et<br />

al. (1990) em seus modelos assumiram que L de um determinado alvo pode ser expressa<br />

basicamente pela combinação linear da radiância (R claro ) refletida pela superfície que<br />

passa pela fração descoberta de nuvens e da radiância (R nuvem ) refletida pela camada de<br />

nuvens. Logo,<br />

C<br />

ef<br />

R − R<br />

R − R<br />

claro<br />

= (2.43)<br />

claro<br />

nuvem<br />

Ceballos et al. (2004) mostraram uma equação equivalente à (2.43) expressa por:<br />

A c<br />

R − R<br />

min<br />

= (2.44)<br />

Rmax<br />

− Rmin<br />

ρ<br />

R = (2.45)<br />

µ<br />

o<br />

76


πR<br />

ρ = (2.46)<br />

S GOES<br />

em que R é a estimativa da reflectância para a radiação visível no interior de um pixel; ρ<br />

é o fator de reflectância; R min e R max são as reflectâncias mínima e máxima,<br />

respectivamente. Ceballos et al. (2004) encontraram valores para R min de 0,093 e para<br />

R max de 0,465; S GOES é a densidade de fluxo espectral solar médio no topo da atmosfera<br />

incluída no intervalo do visível do GOES 12; µ o é o co-seno do ângulo zenital solar.<br />

2.7 Parâmetros atmosféricos do Modelo GADS (Global Aerosol Data Set)<br />

Os gases atmosféricos e os aerossóis contribuem para a absorção e o espalhamento da<br />

irradiância solar direta e da radiação refletida da superfície terrestre. A absorção reduz a<br />

quantidade de energia disponível em um dado comprimento de onda enquanto o<br />

espalhamento redistribui a energia pela variação da direção. Embora o espalhamento<br />

não altere as propriedades dessa radiação exceto o seu sentido, ele resulta em redução<br />

do contraste dos objetos observados causando borramento da imagem (decréscimo na<br />

magnitude da forma do limite).<br />

Os efeitos das forçantes radiativas no clima não são fáceis de serem quantificados e<br />

avaliados. Um dos motivos é que os aerossóis variam espacialmente e temporalmente na<br />

atmosfera terrestre. Entretanto, dados de aerossóis existem de diferentes medições e<br />

podem ser compilados em modelos físicos como no GADS.<br />

O modelo GADS é uma versão revisada do modelo de aerossóis climatológicos<br />

desenvolvido por d’Almeida et al. (1991). Este modelo utiliza dados compilados de 10<br />

tipos de aerossóis (continentais e marítimos) representativos de medições em diferentes<br />

condições atmosféricas com resolução espacial de aproximadamente 500 km (Koepke et<br />

al., 1997). As propriedades ópticas da atmosfera (profundidade óptica, albedo simple,<br />

parâmetro de assimetria e coeficientes de extinção, de absorção e de espalhamento) são<br />

calculadas por meio da teoria Mie entre os comprimentos de onda de 0,3 e 40 µm para 8<br />

valores de umidade relativa, se necessárias. As componentes dessas propriedades são<br />

disponíveis no Software Optical Properties of Aerosols and Clouds (OPAC). Para todo<br />

77


o globo, uma grade de 5° de latitude e longitude, com 7 perfis de alturas diferentes,<br />

ambos para o verão e para o inverno, compõem cada ponto de grade dos componentes<br />

dos aerossóis.<br />

2.7.1 Componentes do Modelo GADS<br />

A distribuição global das propriedades microfísicas dos aerossóis é armazenada em dois<br />

arquivos:<br />

• winter.dat: válido de setembro a fevereiro;<br />

• summer.dat: válido de março a agosto.<br />

Esses arquivos contêm a densidade numérica dos componentes dos aerossóis e um<br />

número, indicando o tipo de perfil de altitude usado para calcular a profundidade óptica,<br />

todos em uma grade de 5° x 5°. Os arquivos também possuem diversas colunas com<br />

informações sobre os tipos de aerossóis e a umidade relativa média. A abreviação do<br />

cabeçalho da tabela é descrita abaixo segundo Koepke et al. (1997):<br />

• LAT: latitude de 90° (N) a -90° (S). Para cada latitude todas as longitudes são<br />

listadas consecutivamente;<br />

• LON: longitudes de -1<strong>80</strong>° (W) a 175° (E);<br />

• NL: número de camadas de aerossóis. Geralmente, NL=1, mas em certos casos,<br />

existe uma camada de minerais transportando aerossóis em uma segunda camada<br />

(NL=2). Nos casos em que NL=2, a informação da segunda camada (iniciando<br />

com UNUSED) é fornecida na próxima linha;<br />

• PN: número do perfil (1 ... 7). Sete perfis diferentes são usados no GADS. Eles<br />

são definidos no arquivo profiles.dat;<br />

• UNUSED: As três colunas seguintes não são usadas na versão corrente do<br />

GADS;<br />

78


• N: densidade de número de partícula total à superfície em partículas por cm 3 ;<br />

• NC: número de componentes dos aerossóis. Até quatro componentes dos<br />

aerossóis são usados a cada ponto de grade. Os itens IC e MR descrevem o tipo<br />

e a razão de mistura em relação a cada um destes componentes. Se houver<br />

quatro componentes, o 4º entra na próxima linha;<br />

• IC: o número descreve o componente do aerossol;<br />

• MR: razão de mistura da componente real.<br />

Com ajuda do programa GADS pode-se produzir arquivos com distribuições globais de<br />

algumas das propriedades ópticas mais pertinentes do aerossol em pontos de grade.<br />

Estes arquivos têm o mesmo formato com respeito à distribuição global, como os<br />

arquivos winter.dat e summer.dat. Cada vez que o programa é executado produz-se um<br />

arquivo nomeado como aererg que contém as seguintes propriedades ópticas para um<br />

determinado comprimento de onda e uma umidade relativa do ar (Koepke et al.,1997):<br />

• ext.coef: coeficiente extinção [1/km]<br />

• sca.coef: coeficiente espalhamento [1/km]<br />

• abs.coef: coeficiente absorção [1/km]<br />

• sisc.alb: albedo simples<br />

• asym.par: parâmetro de assimetria<br />

• op.depth: profundidade óptica<br />

• li.ratio: razão lidar [sr]<br />

2.8 Evapotranspiração<br />

Numa superfície vegetada ocorrem, simultaneamente, os processos de evaporação e de<br />

transpiração. A evaporação é um fenômeno pelo qual uma substância passa da fase<br />

79


líquida (água) para a fase gasosa (vapor). A evaporação da água ocorre tanto numa<br />

massa contínua (mar, lago, rio, poça) como numa superfície úmida (planta, solo). É um<br />

fenômeno que exige o suprimento de energia sendo, portanto, um processo que utiliza<br />

essa energia do sistema e a transforma em calor latente (Pereira et al., 1997).<br />

A transpiração é a evaporação da água que foi utilizada em diversos processos<br />

metabólicos necessários ao crescimento e desenvolvimento das plantas. Essa<br />

evaporação se dá através dos estômatos, que são estruturas de dimensões microscópicas<br />

(< 50 µm) existentes nas folhas (de 5 a 200 estômatos/mm²) e que permitem a<br />

comunicação entre a parte interna da planta e a atmosfera. Através dos estômatos fluem<br />

gás carbônico, oxigênio e vapor d’água. Na maioria das plantas, os estômatos<br />

permanecem abertos durante o dia e fechados durante à noite e em condições de<br />

acentuado estresse hídrico. O estresse hídrico ocorre em duas situações: (1) quando o<br />

solo não contém água disponível às plantas; (2) quando o solo contém água disponível,<br />

mas a planta não é capaz de absorvê-la em velocidade e quantidade suficiente para<br />

atender à demanda atmosférica.<br />

A evapotranspiração é o termo que foi utilizado por Thornthwaite, no início da década<br />

dos 40, para expressar a ocorrência simultânea dos processos de transpiração e de<br />

evaporação. A evapotranspiração é controlada pela disponibilidade de energia, pela<br />

demanda atmosférica, pelo suprimento de água do solo às plantas (Pereira et al., 1997) e<br />

pelo estágio da cultura.<br />

Num terreno plano, o total diário de radiação solar é modulado pela época do ano, que<br />

determina o ângulo de incidência dos raios solares. Numa topografia acidentada,<br />

dependendo da estação do ano, encostas com declividade e exposição distintas terão<br />

disponibilidades diferentes de energia. A altitude também afeta diretamente as<br />

temperaturas do solo e do ar, e a pressão atmosférica, que são fatores que influenciam a<br />

evapotranspiração.<br />

<strong>80</strong>


2.8.1 Evapotranspiração potencial (ETP)<br />

A evapotranspiração potencial corresponde à água utilizada por uma extensa superfície<br />

vegetada, em crescimento ativo e cobrindo totalmente o terreno, estando este bem<br />

suprido de umidade, ou seja, em nenhum instante a demanda atmosférica é restringida<br />

por falta d’água no solo. Para Pennam (1948), a vegetação deve ser baixa e de altura<br />

uniforme. A grama foi prontamente tomada como padrão, pois esta é a cobertura<br />

utilizada nas estações meteorológicas. Assim definida, a ETP é um elemento climático<br />

fundamental que corresponde ao processo oposto à chuva (Thornthwaite, 1946), sendo<br />

expressa na mesma unidade de medida (mm).<br />

Um ponto que causa incompreensão e confusão no conceito de ETP é aquele referente<br />

ao tamanho da área vegetada, e a definição de Thornthwaite diz apenas que esta deve<br />

ser “extensa”. Não houve, na época, preocupação em definir as condições de contorno<br />

para que a evapotranspiração seja realmente potencial. O sentido de “área extensa”<br />

implica em área tampão suficiente grande para que a evapotranspiração seja resultante<br />

apenas das trocas verticais de energia e limitada apenas pela disponibilidade de radiação<br />

solar. Condições realmente potenciais ocorrem 1 a 2 dias após uma chuva generalizada,<br />

em que toda a região está umedecida e as contribuições advectivas são minimizadas,<br />

independentemente do tamanho da área vegetada (Pereira et al., 1997).<br />

Medir a ETP diretamente é difícil porque exige instalações e equipamentos especiais.<br />

Além disso, estas estruturas são de alto custo, justificando-se apenas em condições<br />

experimentais. No entanto, a ETP pode ser estimada usando métodos empíricos (Tanque<br />

Classe A, Thonrthwaite e Radiação solar), balanço de energia (Razão de Bowen),<br />

aerodinâmicos ou combinados (Método de Priestley-Taylor).<br />

2.8.2 Método de Priestley e Taylor<br />

Este método pode ser interpretado tanto como uma versão do método do balanço de<br />

energia como uma simplificação do método de Penman, em que se retém apenas o<br />

termo radiativo (diabático) corrigido por um coeficiente. Analisando dados de<br />

observações lisimétricas obtidas na ausência de advecção e com superfície úmida após<br />

81


uma chuva superior a 20 mm em até três dias antes das observações, Priestley e Taylor<br />

(1972) propuseram que a evapotranspiração potencial seja calculada pela equação:<br />

ETP<br />

⎧<br />

⎨α<br />

=<br />

⎩<br />

PT<br />

⎡ ∆ ⎤<br />

⎢<br />

⎣∆ + γ ⎥<br />

⎦<br />

L<br />

e<br />

( R −G)<br />

n<br />

⎫<br />

⎬<br />

⎭<br />

[mm] (2.47)<br />

em que α PT é um fator de ajuste, o qual tornou-se universalmente conhecido como<br />

parâmetro de Priestley-Taylor; ∆ é a declividade da curva de pressão de vapor (kPa/°C);<br />

γ é a constante psicrométrica (kPa/°C); R n é o saldo de radiação (MJ/m²); G é o fluxo<br />

de calor no solo (MJ/m²) e L e é o calor latente de evaporação (MJ/kg).<br />

O método de Priestley-Taylor é uma simplificação da aproximação de Penman-<br />

Monteith em que as resistências aerodinâmica do solo e estomática, para o movimento<br />

da água no sistema solo-planta-atmosfera, são representadas por um coeficiente<br />

adimensional, α PT . Priestley e Taylor mostraram que aproximadamente <strong>80</strong>% da taxa de<br />

evaporação é controlada pela disponibilidade de energia radiante (R n -G), enquanto a<br />

energia adiabática representa 21 a 22% da evaporação o que significa que α PT = 1,26,<br />

para uma superfície coberta de vegetação, bem suprida de água e extensa. Essas<br />

observações têm sido comprovadas por outros estudos para uma variedade de tipos de<br />

cobertura da superfície (Monteith e Unsworth, 1990).<br />

Vários conjuntos de dados micrometeorológicos resultam em valores de α PT entre 1,08 e<br />

1,34, com média de 1,26. Desde então, α PT igual a 1,26 tem sido admitido como o mais<br />

provável para estimar a evapotranspiração potencial. Alguns valores de α relatados na<br />

literatura são apresentados na Tabela 2.4.<br />

82


TABELA 2.4 - Valores do parâmetro α PT de Priestley-Taylor para diversas superfícies<br />

evapotranspirantes.<br />

α PT médio Cobertura Literatura<br />

1,26 Diversas Priestley e Taylor (1972)<br />

1,27 Gramado Davis e Allen (1973)<br />

1,16 Floresta Amazônica Viswanadham et al. (1991)<br />

1,05 Floresta de coníferas McNaughton e Black (1973)<br />

Através de considerações termodinâmicas rigorosas, envolvendo a igualdade das<br />

variações da energia de Gibbs para ambas as fases, líquida e gasosa, pode-se chegar à<br />

equação de Clausius-Clapeyron, a qual fornece a declividade da reta tangente à curva de<br />

saturação em um ponto qualquer. Essa variável pode ser estimada com base nos estudos<br />

realizados por Tetens (1930) e Murray (1967), expressa por:<br />

∆ =<br />

de<br />

dt<br />

s<br />

dia<br />

=<br />

L e<br />

R<br />

≅<br />

4098e<br />

e s<br />

s<br />

2<br />

vtdia<br />

dia<br />

3<br />

( t + 237, ) 2<br />

[kPa/°C] (2.48)<br />

em que L e é o calor latente de vaporização da água (2,5 x 10 6 J.kg -1 ); Rv, a constante<br />

especifica do vapor d’água (461,50 J.kg -1 .K -1 ); e a pressão de saturação do vapor d’água<br />

(kPa) é dada por:<br />

⎛ 17,27tdia<br />

⎞<br />

e =<br />

⎜<br />

⎟<br />

s<br />

0,6108exp<br />

[kPa] (2.49)<br />

⎝ tdia<br />

+ 237,3 ⎠<br />

em que t dia é a temperatura média diária do ar (°C).<br />

O calor latente de vaporização (L) é a quantidade de energia necessária para evaporar a<br />

massa de 1 g de água estando esta à temperatura t dia . Harrison (1963) expressou o calor<br />

latente de evaporação pela seguinte equação:<br />

e<br />

−3<br />

( 2,361×<br />

10 ) tdia<br />

L = 2 ,501−<br />

× [MJ/kg] (2.50)<br />

Pelo fato de o calor latente de evaporação variar muito pouco em condições normais de<br />

temperatura do ar, pode-se adotar um valor constante para L. Para t = 20°C,<br />

L e = 2,45 MJ/kg.<br />

83


A fator psicrométrica é estimada pela expressão proposta por Brunt (1952), como segue:<br />

c<br />

p<br />

P<br />

P<br />

γ = = 0,0016286 [kPa/°C] (2.51)<br />

η L<br />

L<br />

e<br />

e<br />

A pressão atmosférica à altura z é a pressão exercida pelo peso da coluna atmosférica. A<br />

evaporação em altitudes elevadas depende da pressão atmosférica, como expressa pelo<br />

fator psicrométrico. O efeito da pressão atmosférica é pequeno na evaporação e sendo<br />

considerado um valor médio de pressão atmosférica para um dado local. Assim, a<br />

pressão atmosférica pode ser estimada pela equação sugerida por Allen et al. (1998):<br />

P<br />

⎛T<br />

g<br />

( z − z ) ⎞ΓR<br />

ko<br />

o<br />

= Po<br />

⎜<br />

⎟ [kPa] (2.52)<br />

Tko<br />

⎝<br />

− Γ<br />

⎠<br />

em que P é a pressão atmosférica à altura z (kPa); P o a pressão atmosférica ao nível do<br />

mar (kPa); Z a altitude (m); Z o a altitude de referência (m); g a aceleração gravitacional<br />

(≈ 9,8 m/s²); R a constante universal do ar seco (287 J/kg/K); T ko a temperatura (K) à<br />

altura z o T ko = 273,16 + t(°C), Г= taxa de decréscimo de temperatura para o ar saturado<br />

= 0,0065(K/m).<br />

Quando se assume, P o = 101,3 kPa e T ko = 293 K = 20°C<br />

5,<br />

256<br />

293 0,<br />

0065<br />

1013 ,<br />

⎛ − × z<br />

P = ×<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎟ [kPa] (2.53)<br />

⎝ 293 ⎠<br />

A pressão parcial de vapor é definida como a pressão de saturação de vapor à<br />

temperatura do ponto de orvalho (e d ). Na ausência de dados de umidade relativa, podese<br />

estimar a pressão de vapor assumindo-se como sendo a temperatura mínima igual à<br />

temperatura do ponto de orvalho (Allen et al., 1998), equivalente a:<br />

⎛ 17,<br />

27T<br />

min ⎞<br />

e d<br />

= 0,<br />

6108exp⎜<br />

⎟ [kPa] (2.54)<br />

⎝Tmin<br />

+ 237,<br />

3⎠<br />

em que Tmin é a temperatura mínima do ar (°C).<br />

84


2.8.3 Saldo de radiação na superfície (R n )<br />

O balanço de energia representa a contabilidade das interações dos diversos tipos de<br />

energia com a superfície. Em condições atmosféricas normais, o suprimento principal<br />

de energia para a superfície é dado pela radiação solar. Em função do comprimento de<br />

onda dos raios solares, a radiação solar é denominada de onda curta (Φ↓). Parte da<br />

radiação incidente é refletida (Φ ↑ ), de acordo como o albedo (α) da superfície. Portanto,<br />

num dado instante o balanço de radiação de onda curta (Φ) é dado por:<br />

Φ=Φ −Φ =Φ (1−α) [W/m 2 ] (2.55)<br />

↓ ↑ ↓<br />

Outra fonte de energia radiante para a superfície é a radiação emitida pela atmosfera.<br />

Pela lei de Stefan-Boltzmann essa radiação é proporcional à quarta potência da<br />

temperatura absoluta da atmosfera, ou seja, ε ar σT 4 ar, em que ε ar é a emissividade média<br />

da atmosfera (0< ε ar


( < H > )<br />

2<br />

V f<br />

=<br />

φ<br />

cos (2.58)<br />

O co-seno da declividade da irradiância difusa é igual a cos 2 (ψ/2), em que ψ é a<br />

declividade do terreno. Logo, estabelece-se um balanço de radiação de onda longa<br />

(BOL) para um local de interesse expresso por Dozier e Outcalt (1979):<br />

BOL<br />

4<br />

[ ε σT<br />

]<br />

ψ<br />

( )( 1−V<br />

) × Φ + ( V −1)<br />

2<br />

= Φ<br />

oL<br />

− Φ<br />

oL<br />

= cos<br />

↓ ↑<br />

2 d oL ↓ d s<br />

[W/m 2 ] (2.59)<br />

Portanto, o saldo de radiação da superfície (R n ) é dada por:<br />

R<br />

n<br />

4<br />

[ ε σ ]<br />

ψ<br />

( )( 1−V<br />

) × Φ + ( V −1)<br />

2<br />

= Φ 1−α)<br />

+ cos<br />

2 d oL ↓<br />

(<br />

d s<br />

T [W/m 2 ] (2.60)<br />

↓<br />

Parte do Rn é usado no aquecimento do solo e para simplificações de cálculos, o fluxo<br />

de calor para o solo (G) foi considerado igual a 10% de R n (Campbell, 1977). Desde que<br />

a média do fluxo de calor diário para períodos de 10 a 30 dias é relativamente pequena,<br />

ele pode ser normalmente desprezado, então G ≈ 0 (Allen et al., 1998).<br />

O método de Priestley-Taylor pode ser usado para fornecer uma aproximação da<br />

demanda evaporativa diária em cada local de interesse. Esse método é relativamente<br />

simples; porém, não considera as contribuições adicionais de fluxo evaporativo causado<br />

por advecção.<br />

2.9 Temperatura e emissividade da superfície (MOD11)<br />

O produto MOD11 utiliza como dados de entrada: radiância (MOD021KM),<br />

geolocalização (MOD03), máscara de nuvens (MOD35_L2), qualidade da cobertura do<br />

terreno (MOD12Q1) e neve (MOD10_L2). O arquivo de saída contém o SDSs de TST<br />

(temperatura da superfície Terrestre), a garantia de qualidade (QA) dos pixels, o erro em<br />

TST, as emissividade das bandas 31 e 32, os ângulos zenitais, resolução espacial de<br />

1.000 m, atributos locais e globais. Este produto utiliza o algoritmo split-window TST<br />

(Wan e Dozier, 1996) que tem sido validado com dados do sensor MAS (MODIS<br />

Airborne Simulator) e medições de campo, o algoritmo dia/noite de Ts, que foi<br />

86


projetado especificamente para o sensor MODIS (Wan e Li, 1997). A precisão do<br />

algoritmo MODIS TST é de 1 K.<br />

2.9.1 Algoritmo Split-Window para o cálculo da TST com o sensor MODIS<br />

O algoritmo “Split-Window” para a TST corrige efeitos atmosféricos e da emissividade<br />

da superfície (Price, 1984; Sobrino et al., 1991; Vidal, 1991). As principais vantagens<br />

são: não requer perfis atmosféricos precisos; não necessita de simulações de<br />

transferência radiativa pixel a pixel e sua precisão depende do conhecimento da<br />

emissividade da superfície (Wan, 1999). A temperatura é estimada para cada pixel da<br />

imagem e em condição de céu claro. A expressão geral proposta por Wan e Dozier<br />

(1996) para dados do sensor MODIS é dada por:<br />

T s<br />

⎛ 1−<br />

ε ∆ε<br />

⎞ T31<br />

+ T32<br />

⎛ 1−<br />

ε ∆ε<br />

⎞ T31<br />

− T32<br />

= C + ⎜ A1<br />

+ A2<br />

+ A3<br />

+ B<br />

2<br />

⎟ ⎜ 1<br />

+ B2<br />

+ B3<br />

2<br />

⎟<br />

⎝ ε ε ⎠ 2 ⎝ ε ε ⎠ 2<br />

(2.61)<br />

em que ε = 0,5(ε 31 +ε 32 ) e ∆ε = ε 31 -ε 32 são a média e a diferença de emissividade da<br />

superfície nas bandas 31 e 32; T 31 e T 32 são as temperaturas de brilho nessas duas<br />

bandas. Os coeficientes C, Ai e Bi, i = 1, 2, 3, são dados de interpolação recuperados de<br />

uma tabela look-up table multidimensional (LUT). Os LUTs foram obtidos pela<br />

regressão linear dos dados simulados do MODIS de cálculos de transferência radiativa<br />

para várias condições de superfície e atmosfera.<br />

Melhorias para a generalização do algoritmo Split-Window de TST incorporado no<br />

estabelecimento dos LUTs incluem dependências do ângulo de visada, da coluna de<br />

vapor d’água e da temperatura próxima ao solo (Wan et al., 2004). A dependência do<br />

ângulo de visada é conhecida nas dimensões do LUTs para estabelecer um ângulo de<br />

visada de toda a cobertura do MODIS. A informação de vapor d’água fornecida no<br />

produto MODIS atmosférico é usado como o intervalo mais provável de vapor d’água<br />

em vez de seu valor exato por causa de incertezas na quantificação do vapor d’água<br />

atmosférica serem muito grandes. Similarmente, a informação da temperatura próxima<br />

ao solo fornecida pelo produto atmosférico do MODIS é também usada para derivação<br />

da TST.<br />

87


2.9.2 Algoritmo dia/noite para cálculo da TST obtida do sensor MODIS<br />

O algoritmo dia/noite é a primeira operação capaz de corrigir as incertezas nos perfis de<br />

temperatura e do vapor d’água atmosférico recuperando a emissividade e a TST sem<br />

prejuízos significativos. Este método usa imagens obtidas de dia e de noite na região do<br />

infravermelho termal para a mesma data e resolução espacial de 5 km. A TST e as<br />

emissividades médias são simuladas para sete bandas do MODIS sem necessitar do<br />

conhecimento da temperatura do ar e dos perfis de vapor d’água (Wan e Li, 1997). O<br />

algoritmo dia/noite é semelhante ao algoritmo proposto por Li e Becker (1993) que<br />

estima a emissividade e a TST usando uma imagem durante o dia e outra a noite, na<br />

mesma data obtidas com o sensor AVHRR. Por usar esse par em sete bandas do<br />

MODIS são feitas 14 observações (sete durante o dia e sete durante a noite) (Wan,<br />

1999; Vermote et al., 2002).<br />

As emissividades nas bandas 31 e 32 são estimadas baseadas no método de classificação<br />

da emissividade (Snyder and Wan, 1998) de acordo com o tipo de cobertura da terra em<br />

um determinado pixel usando os dados de entrada do MOD12Q1 e MOD10_L2. No<br />

primeiro ano do produto MODIS TST, o produto cobertura da terra usou o algoritmo do<br />

grupo IGBP da Universidade de Maryland baseado nos dados do AVHRR. Desde junho<br />

de 2001, o produto “cobertura do terreno” é usado no processamento do MODIS TST.<br />

Pode existir um erro no cálculo das emissividades em áreas semi-áridas e áridas. Assim,<br />

a qualidade do produto MOD11_L2 pode ser baixa nestas áreas. Os usuários são<br />

aconselhados a usar como precaução os dados do MOD11_L2 para aplicação do<br />

projeto, especialmente em áreas semi-áridas e áridas. A banda 22 (4 a 11µm) foi testada<br />

para determinar a nebulosidade presente em pixels por meio do algoritmo “máscara de<br />

nuvens”.<br />

2.9.3 Modelo de emissividade média<br />

O conhecimento da emissividade de uma superfície qualquer obtida de dados de satélite<br />

é o principal problema para a determinação da temperatura da superfície. A<br />

emissividade pode ser calculada usando duas superfícies padrões de emissividades<br />

conhecidas. Esta consideração tem sido proposta por Caselles e Sobrino (1989) que na<br />

88


ocasião utilizaram imagens NOAA-AVHRR para estimar a emissividade em uma região<br />

da Espanha. O método é um modelo teórico que determina a emissividade efetiva para<br />

uma área parcialmente coberta por vegetação por meio da seguinte relação:<br />

ε<br />

( θ ) ε P + ε P ( θ ) + ε P ( θ ) dε<br />

( θ )<br />

= (2.62)<br />

t t s s g g<br />

+<br />

em que θ é o ângulo zenital de observação; ε t , ε s e ε g são as emissividades no topo da<br />

vegetação, no interior da vegetação e no solo da superfície rugosa (terreno),<br />

respectivamente; e P t , P s (θ) e P g (θ) são as proporções desses elementos observados<br />

pelos radiômetros. Caselles e Sobrino (1989) observaram que a soma P t +P s (θ)+P g (θ) é<br />

igual a 1. Considerando que o topo e o interior da superfície rugosa correspendem à<br />

vegetação, com uma emissividade ε v =ε t =ε s , a equação (2.62) pode ser reescrita como<br />

(P v (θ)=P t +P s (θ)):<br />

ε<br />

( θ ) ε P ( θ ) + ε [ − P ( θ )] dε<br />

( θ )<br />

= 1 (2.63)<br />

v v g v<br />

+<br />

em que dε(θ) é um termo adicional que corrige a reflexão entre as partes diferentes do<br />

sistema e é dada por:<br />

( θ ) = ( − ε )( 1−<br />

P ( θ )) ε F + ( 1−<br />

ε )( ε G + ε F′<br />

) P ( θ )<br />

d ε 1 ×<br />

(2.64)<br />

g<br />

v<br />

v<br />

v<br />

g<br />

v<br />

s<br />

em que F, G e F’ são os fatores que determinam, respectivamente, as proporções de:<br />

radiância do lado da vegetação que chega no solo; radiância do solo que atinge a<br />

vegetação; e radiância da vegetação que atinge vegetações adjacentes. Assim, dε(θ) é<br />

um termo que depende da estrutura da rugosidade da superfície observada. Os fatores<br />

geométricos (F, G e F’) podem ser modelados se a altura e a separação entre as áreas<br />

vegetadas são conhecidas. A geometria da área parcialmente vegetada pode ser<br />

simplificada de acordo com o modelo lambertiano de caixa infinitamente longa sugerido<br />

por Sutherland e Bartholic (1977). Então, F, G e F’ podem ser calculados por (Valor e<br />

Caselles, 1996) :<br />

( 1+<br />

H / S) − 1+<br />

( H S) 2<br />

F = /<br />

(2.65)<br />

89


1<br />

( ) ( ) ⎤<br />

⎢⎣<br />

⎡ +<br />

2<br />

G = 1+<br />

S / H − 1 H / S<br />

(2.66)<br />

2<br />

⎥ ⎦<br />

( H / S) 2 − S H<br />

F ′ = 1+<br />

/<br />

(2.67)<br />

em que H e S são os valores médios da altura e do comprimento das diferentes caixas<br />

que substituem a área vegetada.<br />

Em geral, o termo dε(θ) não é desprezível. P t permanece constante, pois o sensor<br />

observa, em cada caso, a mesma proporção do topo da superfície independente de θ.<br />

Quando θ aumenta, P s e P v também aumentam. Isto deve-se ao fato de que o primeiro<br />

termo do lado direito da equação (2.64) é pequeno, e o segundo é grande,<br />

proporcionando um efeito global para decréscimo de dε com o aumento do ângulo<br />

zenital. Valor e Caselles (1996) calcularam os valores destes termos para duas estruturas<br />

de vegetação, com valor constante para P t , variando P s (θ) (Tabela 2.5).<br />

TABELA 2.5 - Variação de dε quando P s aumenta (aumento do ângulo de visada).<br />

H L S ε v ε s P t P s ε o d ε<br />

1 1 1 0,99 0,97 0,3 0,0 0,976 0,012<br />

1 1 1 0,99 0,97 0,3 0,2 0,9<strong>80</strong> 0,010<br />

1 1 1 0,99 0,97 0,3 0,4 0,984 0,008<br />

1 1 1 0,99 0,97 0,3 0,6 0,988 0,006<br />

5 1 1 0,99 0,95 0,3 0,0 0,962 0,031<br />

5 1 1 0,99 0,95 0,3 0,2 0,970 0,024<br />

5 1 1 0,99 0,95 0,3 0,4 0,978 0,017<br />

5 1 1 0,99 0,95 0,3 0,6 0,986 0,010<br />

FONTE: Adaptado de Valor e Caselles, 1996.<br />

Uma Equação similar a 2.63 pode ser escrita para o NDVI de áreas parcialmente<br />

vegetadas, expressa por (Caselles et al, 1995):<br />

( ) = NDVI P ( θ ) + NDVI ( − P ( θ )) dNDVI<br />

NDVI θ 1 (2.68)<br />

v v<br />

g v<br />

+<br />

em que o NDVI v e NDVI g são os índices de vegetação de diferença normalizada das<br />

áreas de vegetação e de solo exposto, respectivamente; dNDVI é o termo de correção do<br />

90


NDVI, que depende da proporção da cobertura de vegetação (Price,1990). Da equação<br />

2.68 pode-se obter a proporção da área vegetada por:<br />

( θ )<br />

NDVI − NDVI<br />

g<br />

− dNDVI<br />

Pv<br />

( θ ) =<br />

(2.69)<br />

NDVI − NDVI<br />

v<br />

g<br />

em que NDVI g e NDVI v são os valores mínimo e máximo da imagem de NDVI,<br />

respectivamente (P v =0 e P v =1, respectivamente). Re-escrevendo a equação 2.69 de<br />

acordo com Price (1990), tem-se que:<br />

( )<br />

NDVI − NDVI<br />

NDVI − NDVI<br />

min<br />

P v<br />

θ =<br />

(2.70)<br />

max<br />

min<br />

em que NDVI min é o valor mínimo do NDVI para a área de interesse (P v =0) e NDVI max<br />

correspondem ao valor máximo do NDVI (P v =1).<br />

A combinação da Equação 2.63 com a 2.69 produz a seguinte relação:<br />

Comα<br />

=<br />

( θ ) ( θ ) b( θ )<br />

ε =aNDVI +<br />

(2.71)<br />

( ε<br />

v<br />

− ε<br />

g<br />

)<br />

e<br />

( NDVI<br />

v<br />

− NDVI<br />

g<br />

)<br />

[ ε<br />

g<br />

( NDVI<br />

v<br />

+ dNDVI ) − ε<br />

v<br />

( NDVI<br />

g<br />

+ dNDVI )]<br />

( NDVI − NDVI )<br />

b = { } + dε<br />

( θ ) .<br />

v<br />

g<br />

Logo, um mapa de emissividade pode ser obtido de uma imagem de NDVI usando a<br />

Equação 2.71, quando as emissividades da vegetação e do solo são conhecidas e os<br />

termos dNDVI e d(θ) são estimados de acordo com Price (1990) e equação 2.64. Valor<br />

e Caselles (1996) observaram que o termo b(θ) não é constante, pois dNDVI varia com<br />

P v (θ) e dε(θ) com a estrutura da superfície. Deste fato, percebe-se que a relação entre<br />

ε(θ) e NDVI, a princípio, não é linear, dependendo das características de cada área.<br />

Esses autores mostraram o efeito desses dois fatores (2.3). A linha contínua mostra o<br />

comportamento linear da Equação 2.71 nos casos em que b(θ) é constante (quando dε e<br />

dNDVI são constantes em áreas homogêneas ou são desprezados). A linha pontilhada<br />

91


inferior representa o efeito da variabilidade do termo dNDVI; A linha superior mostra o<br />

efeito de dε sendo o oposto de dNDVI. Assim, em alguns casos um efeito pode ser<br />

compensado pelo outro, mas o efeito da emissividade, em geral, é mais importante.<br />

FIGURA 2.3 - Efeitos dos termos dε e dNDVI na relação entre a emissividade e o<br />

NDVI (Equação 2.71).<br />

FONTE: Adaptado de Valor e Caselles (1996).<br />

A Equação 2.71 fornece a emissividade para regiões homogêneas, isto é, com mesmo<br />

tipo de solo em toda área. Em geral, esta restrição é bastante forte. Entretanto, no caso<br />

particular da banda 31 (10,5 a 12,5 µm) vários tipos de solo têm emissividades similares<br />

e, avaliando a influência de ε sob ∆ε (equação 2.62), é possível usar a Equação 2.71<br />

como uma boa aproximação para estimar a emissividade nesta região, em que ε g<br />

representa a emissividade média dos solos expostos da área de interesse (Valor e<br />

Caselles, 1996).<br />

Numa região de savana em Botswana, Van de Griend e Owe (1993) encontraram<br />

coeficientes de regressão linear (a = 0,047 e b = 1,009) entre as emissividades medidas<br />

pelo método da caixa emissiva e as estimadas pelo NDVI obtido do sensor AVHRR. No<br />

entanto, a aplicação desta equação linear só é valida para a savana com NDVI variando<br />

entre 0,16 a 0,74 (ε o entre 0,923 a 0,995). Além disso, pode-se notar que estes<br />

coeficientes não são validos para corpos d’água que apresentam um NDVI baixo e uma<br />

emissividade alta (ε o de 0,99 e 1,0).<br />

92


2.10 Interpolação espacial<br />

Os processos de ecossistemas (evapotranspiração e fotossíntese) e os elementos<br />

climáticos (temperatura mínima e máxima, umidade relativa, irradiância solar) variam<br />

espacialmente como resultado da heterogeneidade espacial, da disponibilidade de água,<br />

das propriedades físicas do solo e da cobertura da vegetação. A escala de variabilidade<br />

dos processos de ecossistemas e dos elementos climáticos pode ser pequena (uma fração<br />

de um metro) e escalas temporais de minutos podem ser significativas. O conhecimento<br />

da área média dos processos do ecossistema e dos elementos do clima é uma<br />

componente essencial em estudos hidrológicos e meteorológicos em escala regional. Do<br />

ponto de vista estatístico, uma técnica de interpolação comumente usada para<br />

espacialização de dados climáticos e da evapotranspiração é conhecida como a<br />

Krigeagem. Este método é baseado em duas funções: o variograma e o covariograma<br />

que descrevem a dependência espacial dos dados (Genton e Gorsich, 2002).<br />

Um semivariograma pode fornecer uma descrição concisa da extensão da variabilidade<br />

espacial, permitindo representar quantitativamente a variação de um fenômeno<br />

regionalizado no espaço (Huijbregts, 1975). A semivariância de observações de<br />

temperatura do ar (t) coletada a uma distância z, γ t (z), pode ser expressa como a<br />

diferença quadrática média entre todas as amostras separadas por uma distância (h) que<br />

é comumente referida como lag:<br />

n<br />

( h) = 1<br />

∑ [ t( x ) − t( x + h)<br />

]<br />

γ<br />

t<br />

i i<br />

(2.72)<br />

2n<br />

i = 1<br />

2<br />

em que n representa o número de pares de amostras e X ¡ é posição de uma amostra ¡.<br />

O grau de variabilidade espacial dos dados climáticos e dos processos de ecossistemas<br />

varia com a escala. Uma área é estatisticamente homogênea, se a escala de observação<br />

excede o comprimento de correlação (Gelhar, 1993). A semivariância expressa a<br />

variabilidade interna do parâmetro considerado.<br />

93


CAPÍTULO 3<br />

MATERIAIS E MÉTODOS<br />

3.1 Área de estudo<br />

A área de estudo compreende uma porção da Serra da Mantiqueira e do Vale do rio<br />

Paraíba do Sul com 5.000 Km 2 , localizada entre as coordenadas -44º 30’ e -45º 30’ e -<br />

22º15’ e -22º45’, representada pelas seguintes cartas topográficas na escala de 1:50.000:<br />

Itajubá, Virgínia, Passa Quatro, Agulhas Negras, Delfim Moreira, Lorena, Cruzeiro e<br />

São José do Barreiro (3.1).<br />

FIGURA 3.1 - Localização e composição colorida de imagem TM-Landsat 5 (TM3-B,<br />

TM4-G, TM5-R) da área de estudo.<br />

3.2 Solos<br />

De acordo com o mapa pedológico do Estado de São Paulo na escala 1:500.000, os<br />

solos da serra da Mantiqueira são classificados como Cambissolos Húmicos ou<br />

Háplicos (textura argilosa e média). Na porção do Vale do rio Paraíba do Sul há<br />

predominância de latossolos vermelho-amarelos ou amarelos (Oliveira et al., 1999). Em<br />

geral, estes tipos de solos apresentam reflectâncias espectrais médias na região do<br />

vermelho (0,63 a 0,69 µm) de 0,16 e na do infravermelho próximo (0,77 a 0,90 µm) de<br />

0,22 (Epiphanio et al., 1992).<br />

94


3.3 Vegetação e uso da terra<br />

A vegetação predominante dos fragmentos florestais encontrados no alto da serra é a<br />

Floresta Pluvial Montana, que reveste as serras entre <strong>80</strong>0 e 1.700 m de altitude. Rizzini<br />

(1979) observou campos de altitudes em áreas acima da cota de 1.<strong>80</strong>0 m e algumas<br />

manchas de Floresta Ombrófila Mista localizando-se em uma região montanhosa que<br />

varia de 700 a 2.100 m de altitude. A 3.2 mostra a classificação da área de interesse<br />

realizada por Silva (2003). Segundo esses autores, a Serra da Mantiqueira apresenta 4<br />

tipos de coberturas da terra, a saber: pastagem de altitude, áreas de reflorestamento e<br />

Florestas primária e secundária. A região do vale é caracterizada principalmente por<br />

pastagem e por áreas antrópicas.<br />

FIGURA 3.2 - Cobertura da terra na região da Serra da Mantiqueira e do Vale do Rio<br />

Paraíba do Sul.<br />

FONTE: Adaptado de Silva (2003).<br />

3.4 Clima<br />

O Vale do Rio Paraíba do Sul e a Serra da Mantiqueira, devido às suas localizações<br />

longitudinais, caracterizam-se por apresentar clima subtropical, com comportamento<br />

térmico do tipo mesotérmico brando, superúmido com subsecas de acordo com a<br />

classificação de Nimer (1979).<br />

Essa região é afetada por sistemas sinóticos (frentes frias, massas de ar quente e de ar<br />

frio, sistemas de alta e de baixa pressão, vórtices ciclônicos em altos nívies, cavados,<br />

Zona de Convergência do Atlântico Sul entre outros), com algumas diferenças em<br />

termos de intensidade e sazonalidade do sistema (Quadro et al., 2004). Os cavados<br />

invertidos atuam principalmente durante o inverno, provocando condições de tempo<br />

95


moderados, principalmente sobre o Mato Grosso do Sul e São Paulo (Fernandes, 1994).<br />

Vórtices ciclônicos em altos níveis, oriundos da região do Pacífico, organizam-se com<br />

intensa convecção associada à instabilidade causada pelo jato subtropical. Linhas de<br />

instabilidade pré-frontais, geradas a partir da associação de fatores dinâmicos de grande<br />

escala e características de meso escala são responsáveis por intensa precipitação<br />

(Cavalcanti,1982). Durante os meses de maior atividade convectiva, a Zona de<br />

Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) é um dos principais fenômenos que influenciam<br />

no regime de chuvas dessa Região (Quadro, 1993).<br />

Essa região é caracterizada também pela presença de intensa atividade convectiva nos<br />

meses de maior aquecimento radiativo. No limite entre o vale e a serra da Mantiqueira<br />

um forte gradiente térmico é resultado do deslocamento das massas frias de altas<br />

latitudes.<br />

Na Serra da Mantiqueira, o inverno é frio e o verão é brando, com temperatura média<br />

anual do ar variando de 18 a 19°C, umidade relativa do ar superior a 70%, irradiação<br />

global de 4.700 a 4.900 Wh/m 2 (INMET, 1998). As baixas temperaturas estão<br />

relacionadas ao aparecimento de vegetação subtropical, como a ocorrência de araucárias<br />

nas florestas subtropicais e dos campos em altitudes, que caracterizam linhas abruptas.<br />

A precipitação média anual varia em torno de 1.500 a 2.000 mm (Nimer, 1979).<br />

3.5 Banco de dados Mantiqueira<br />

O conteúdo do banco de dados da Mantiqueira, exposto por Maia (2002) que será<br />

utilizado, é composto de curvas de nível e rede de drenagem digitalizadas das cartas<br />

topográficas na escala de 1:50.000. A 3.1 mostra o retângulo envolvente que define a<br />

área de estudo. Silva (2004) adicionou a esse banco de dados recortes do local do<br />

mosaico de imagens Landsat-5 ortorretificadas disponibilizadas pela NASA. Este autor<br />

produziu mapas temáticos representando o uso do solo obtido por classificação não<br />

supervisionada, seguindo a metodologia aplicada no SPRING por Santos (2002).<br />

96


3.6 Plataforma de coleta de dados e estação meteorológica<br />

Nesta pesquisa foram utilizados dados da estação meteorológica de Taubaté (TB) do 7°<br />

DMMA (Distrito de Meteorologia do Ministério da Agricultura) e das PCDs<br />

(Plataformas de Coleta de Dados) de Cachoeira Paulista (CP), Queluz (QL), Cruzeiro<br />

(CR), Campos do Jordão (CJ) e São José do Barreiro (SJB) do Centro de Previsão do<br />

Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), concernentes aos anos de 2001 a 2003. A<br />

localização e altitude das PCDs utilizadas neste trabalho estão apresentadas na Tabela<br />

3.1. A estação meteorológica de Taubaté encontra-se a uma altitude de 577 m.<br />

TABELA 3.1 - Localização e altitude das PCDs utilizadas na pesquisa.<br />

Estação / Local UF Latitude (S) Longitude (O) Altitude (m)<br />

Cachoeira Paulista SP -22°40'50,0'' -45°00'09,0'' 520<br />

Campos do Jordão SP -22°45'01,0'' -45°36'26,0'' 1<strong>80</strong>0<br />

Cruzeiro SP -22°34'52,0'' -44°58'01,0'' 540<br />

Itajubá MG -22°24'37,0'' -45°26'58,0'' 857<br />

Queluz SP -22°32'42,0'' -44°46'26,0'' 520<br />

São José do Barreiro SP -22°38'42,0'' -44°35'03,0'' 509<br />

As PCDs coletam temperaturas máxima e mínima a cada três horas, amostradas a cada<br />

minuto. A precipitação corresponde ao valor acumulado a cada três horas e é integrado<br />

mensalmente, zerando o acumulador automaticamente todo dia 01 de cada mês<br />

(http://tempo.cptec.inpe.br:90<strong>80</strong>/ PCD/). Os dados registrados às 06h00, 09h00 e 15h00<br />

foram utilizados para inicializar o modelo MT-CLIM (Simulador de Microclima<br />

Montanhoso). A 3.3 mostra a localização das PCD e da estação meteorológica de<br />

Taubaté. O retângulo representa a área de estudo.<br />

97


FIGURA 3.3 - Localização das plataformas de coleta de dados e da estação<br />

meteorológica de Taubaté no Vale do Rio Paraíba do Sul e na Serra<br />

da Mantiqueira/SP. A área de interesse é representada no retângulo.<br />

Antes de apresentar os métodos aplicados nos modelos TOPORAD e MT-CLIM e<br />

também na estimativa da evapotranspiração potencial, foram realizadas avaliações<br />

iniciais das imagens de temperatura e emissividade da superfície derivadas do sensor<br />

MODIS, de reflectância de nuvens obtida do sensor Imager/GOES-12 e dos parâmetros<br />

atmosféricos fornecidos pelo GADS.<br />

3.7 Geração do produto albedo do sensor MODIS/Terra<br />

O produto albedo Blue-sky foi usado na modelagem da irradiância solar sob condições<br />

de céu claro (modelo TOPORAD). Em função disso, foram obtidas imagens compostas<br />

de albedo (MOD43B3) na versão 4.0, desde janeiro de 2003 até dezembro de 2003. O<br />

fluxograma das etapas de obtenção do albedo do sensor MODIS/Terra é apresentado na<br />

3.4.<br />

98


Produto albedo<br />

MODIS/Terra<br />

Imagens<br />

Albedo Black - sky<br />

banda 10<br />

1.000m<br />

Imagens<br />

Albedo White - sky<br />

banda 10<br />

1.000m<br />

Recortar área de<br />

interesse<br />

Projeção<br />

WGS84<br />

Use look-up table<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para albedo<br />

Importar<br />

albedos .TIF<br />

para SPRING<br />

Interpolação<br />

Albedo<br />

Blue - sky<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Blue-sky<br />

1.000m<br />

FIGURA 3.4 - Fluxograma das etapas de obtenção do produto albedo MOD43B3 do<br />

sensor MODIS.<br />

Foram obtidos compostos de imagens de 16 dias (composição) do produto MOD43B3<br />

do sensor MODIS, sob as formas dos albedos White-sky (componente direta) e o Blacksky<br />

(componente difusa), a partir de janeiro até dezembro de 2003. Além disso, para ser<br />

utilizada no TOPORAD a informação espectral deve, necessariamente, estar sob a<br />

forma de albedo Blue-sky.<br />

O produto MOD43B3 encontra-se disponível em arquivos HDF-EOS na versão 4<br />

(V004) nível 2G/nível 3, projeção de área Sinusoidal com tiles de 1200x1200 pixels<br />

com resolução espacial de 1.000 m, resolução radiométrica de 16 bits e 10 bandas<br />

espectrais (ver capítulo 2). As imagens albedos Black-sky e White-sky da banda 10<br />

(0,25 a 4,0 µm) foram recortadas em relação a área de interesse e salvas com projeção<br />

WGS84 (compatível com o software SPRING) e formato GEOTIF. Na etapa<br />

subseqüente, as imagens foram importadas para o SPRING. Essas imagens são<br />

fornecidas em níveis de cinza devendo ser multiplicadas por 0,001<br />

(http://edcdaac.usgs.gov/modis/mod11a1v4.asp). Daí, elas foram transformadas em<br />

imagens albedo Blue-sky (α BS ) como uma interpolação entre a componente direta e a<br />

99


difusa em função da fração de luz difusa expressa por Schaaf et al. (2002) de acordo<br />

com a equação 2.42.<br />

Tabelas look-up table estão disponíveis em pacotes computacionais do produto<br />

MOD43B3 (www-modis.bu.edu/brdf/userguide/val.html). Essas tabelas contêm valores<br />

de fração de luz difusa S(θ;τ(λ)) em função do tipo de aerossóis (continentais ou<br />

marítimos), profundidade óptica (0 a 1, variação 0,02) e ângulo zenital solar (0° a 89°,<br />

variação de um grau) corrigidas dos efeitos atmosféricos (código 6S). O albedo Blue-sky<br />

foi calculado no intervalo de (0,25 a 4,0 µm) aplicando a equação 2.42 em que:<br />

S(θ;τ(λ)) = 0,74, τ(θ) = 0,2 para θ = 89° (Lewis e Barnsley, 1994; Lucht et al., 2000).<br />

Para verificar se as imagens do produto MOD43B3 poderiam ser usadas na modelagem<br />

da irradiância solar, estimou-se o albedo do sensor ETM+/Landsat 7 conforme<br />

fluxograma da 3.5. Inicialmente, obteve-se uma imagem do Landsat 7 que estivesse<br />

dentro do intervalo de composição do produto MOD43B3. A imagem selecionada na<br />

ausência de nuvens e que estivesse dentro do intervalo de composição do albedo do<br />

MODIS (18 de fevereiro a 05 de março de 2003) foi a da data 27 de fevereiro de 2003.<br />

As bandas 3, 4, 5 e 7 foram georreferenciadas e importadas para o ambiente<br />

computacional SPRING. Uma correção atmosférica foi aplicada nessas bandas baseada<br />

no método do pixel escuro (Chavez et al., 1990). Um programa em linguagem Legal do<br />

SPRING foi desenvolvido para transformar nível de cinza em radiância espectral e, em<br />

seguida, na reflectância da superfície. As imagens de reflectância foram aplicadas no<br />

algoritmo desenvolvido por Dugay e LeDrew (1992) para a obtenção do albedo da<br />

superfície (3.5).<br />

100


Albedo do Landsat 7<br />

Imagens<br />

bandas 3, 4 , 5 e 7<br />

30m<br />

Importar<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

SPRING<br />

Correção<br />

atmosférica<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

Imagens<br />

reflectâncias<br />

3,4,5 e 7<br />

30m<br />

Algoritmo<br />

albedo da<br />

superfície<br />

Georreferenciar<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

SPRING<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para radiância<br />

Transformar<br />

radiância para<br />

reflectância<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Landsat 7<br />

30m<br />

Agregar albedo<br />

30m para 1.000m<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Landsat 7<br />

1.000m<br />

FIGURA 3.5 - Fluxograma das etapas de obtenção do albedo do sensor<br />

ETM+\Landsat7.<br />

Uma avaliação inicial dos albedos do produto MOD43B3 e do algoritmo de Dugay e<br />

LeDrew (1992) aplicado a imagem Landsat 7 demonstrou boa concordância (R²= 0,79)<br />

entre estes resultados e, conforme será discutido no Capítulo 4, as diferenças podem ser<br />

creditadas às condições de umidade do solo nas datas de aquisição dos dados.<br />

Após a avaliação, o albedo MOD43B3 com 56 linhas x 111 colunas (área de estudo) foi<br />

redimensionado para 1.848 linhas x 3.435 colunas para ser utilizado como dado de<br />

entrada no modelo TOPORAD. Os compostos de imagens de 16 dias utilizados para<br />

calcular o albedo mensal de 2003 estão representados na Tabela 3.2. Os valores de<br />

albedo dos meses que não tiveram imagens disponíveis por presença de ruídos foram<br />

inferidos com a aplicação de métodos de interpolação simples entre os meses vizinhos.<br />

101


TABELA 3.2 – Períodos das composições de imagens MODIS/produto Albedo<br />

(MOD43B3) utilizadas para determinação do albedo mensal para o<br />

ano de 2003.<br />

Composição<br />

Período utilizado na composição<br />

1 Imagens com ruídos em janeiro de 2003<br />

2 18 de fevereiro a 05 de março 2003<br />

3 Imagens com ruídos em março de 2003<br />

4 23 de abril a 08 de maio de 2003<br />

5 09 de maio a 24 de maio de 2003<br />

6 10 de junho a 25 de junho de 2003<br />

7 12 de julho a 27 de junho de 2003<br />

8 28 de julho a 12 de agosto de 2003<br />

9 13 de agosto a 29 de agosto de 2003<br />

10 14 de setembro a 30 de setembro de 2003<br />

11 Imagens com ruídos em outubro de 2003<br />

12 Imagens com ruídos em novembro de 2003<br />

13 Imagens com ruídos em dezembro de 2003<br />

Além disso, extraíram-se valores pontuais de albedo das imagens instantaneas (10h30,<br />

hora local) para locais das PCDs Cachoeira Paulista e Itajubá com o objetivo de<br />

avaliação o comportamento sazonal do albedo Blue-sky ao longo do ano de 2003. A<br />

média mensal do albedo às 10h30 para a localização das PCDs Cachoeira Paulista e<br />

Itajubá foi em média de 15 a 17% com desvio padrão de 1 até 5% (3.6).<br />

FIGURA 3.6 – Média mensal para o horário das 10h30 (hora local) do albedo Blue-sky<br />

derivado dos dados do sensor MODIS (10h30 hora local) nas<br />

localizações das PCDs de Cachoeira Paulista e Itajubá para o ano de<br />

2003.<br />

102


Notou-se que o albedo no decorrer de cada estação do ano variou, em média, entre 14 e<br />

17% (3.6). Assim, produziu-se uma imagem de albedo médio para o horario da<br />

passagem do satélite Terra (10h30, hora local) para cada uma das estações do ano que<br />

foram usadas na inicialização do modelo TOPORAD. Essas imagens foram<br />

redimensionadas 56 linhas x 111 colunas para 1.848 linhas x 3.435 colunas com o<br />

intuito de compatibilizá-las para ser empregadas no modelo TOPORAD. A 3.7 mostra<br />

todas as etapas que envolverem a obtenção e validação do albedo da superfície.<br />

103


Albedo do Landsat 7<br />

Imagens<br />

bandas 3, 4 , 5 e 7<br />

30m<br />

Produto albedo<br />

MODIS/Terra<br />

Importar<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

SPRING<br />

Georreferenciar<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

SPRING<br />

Imagens<br />

Albedo Black - sky<br />

banda 10<br />

1.000m<br />

Imagens<br />

Albedo White - sky<br />

banda 10<br />

1.000m<br />

Correção<br />

atmosférica<br />

bandas 3,4,5 e 7<br />

Imagens<br />

reflectâncias<br />

3,4,5 e 7<br />

30m<br />

Algoritmo<br />

albedo da<br />

superfície<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para radiância<br />

Transformar<br />

radiância para<br />

reflectância<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Landsat 7<br />

30m<br />

Recortar area de<br />

interesse<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para albedo<br />

Use look-up table<br />

Projeção<br />

WGS84<br />

Importar<br />

albedos .TIF<br />

para SPRING<br />

Agregar albedo<br />

30m para 1.000m<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Landsat 7<br />

1.000m<br />

Interpolação<br />

Albedo<br />

Blue - sky<br />

Imagens<br />

Albedo da superfície<br />

Blue-sky<br />

1.000m<br />

Grade<br />

Albedo.txt<br />

1.848 lin. x 3.435 col.<br />

Produzir e<br />

exportar grade<br />

Albedo.txt<br />

Imagens<br />

Albedo médio<br />

MODIS<br />

1.848 lin. x 3.435 col.<br />

Comparação<br />

Análise de<br />

regressão<br />

Cálculo do albedo<br />

médio<br />

1.848 lin. x 3435 col.<br />

Redimensionar<br />

albedo do MODIS<br />

56 lin. x 111 col.<br />

Extrair pontos<br />

Albedo.txt<br />

Pontos<br />

Albedo.txt<br />

Avaliação<br />

sazonal<br />

FIGURA 3.7 - Fluxograma das etapas de obtenção e validação do albedo médio obtido<br />

dos dados do sensor MODIS na hora da passagem do satélite Terra para<br />

o ano de 2003.<br />

3.8 Geração e validação dos produtos temperatura e emissividade da superfície<br />

terrestre a partir de dados do MODIS<br />

O produto temperatura e emissividade da superfície terrestre (MOD11A1-MODIS/Terra<br />

Land Surface Temperature/ Emissivity Daily L3 Global 1km SIN Grid) foi usado na<br />

modelagem do balanço de radiação de onda longa. Para este propósito, foram obtidas<br />

104


imagens diárias da temperatura e emissividade (MOD11A1) na versão 4.0, desde<br />

janeiro de 2001 até dezembro de 2003.<br />

A 3.8 mostra o fluxograma dos procedimentos para obtenção da temperatura e<br />

emissividade da superfície terrestre obtida do sensor MODIS/Terra. Os valores de<br />

radiâncias emitidas da superfície terrestre foram coletados pelo sensor MODIS/Terra no<br />

horário das 10h30(hora local).<br />

Produtos do MODIS<br />

temperatura (Ts)<br />

Imagem.hdf<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

1.000m<br />

c<br />

Projeção<br />

WGS84<br />

Importar<br />

Imagens .TIF<br />

para SPRING<br />

Calcular<br />

temperatura<br />

mensal<br />

Imagem<br />

Temperatura da<br />

superfície mensal<br />

1.000m<br />

Extrair pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

Recortar área de<br />

interesse<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para Ts / e<br />

Imagem<br />

Temperatura da<br />

superfície (10:30h)<br />

1.000m<br />

Redimensionamento<br />

56 lin. x 111 col. para<br />

1.848 lin. x 3435 col.<br />

Extrair pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

Pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície (10:30h)<br />

Pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície mensal<br />

Cálculo da<br />

radiâção de onda<br />

longa da<br />

superfície<br />

FIGURA 3.8 - Fluxograma das etapas de obtenção do produto temperatura da superfície<br />

terrestre do sensor MODIS.<br />

A obtenção do produto MOD11A1 é feita através do site<br />

do EOS. As imagens produtos MOD11A1 possuem<br />

105


esolução espacial de 1.000 m (atual 930 m), projeção Sinusoidal, resoluções<br />

radiométricas de 16 bits (Unsigned Integer) para a temperatura da superfície (diária ou<br />

noturna) e 8 bits para emissividades disponíveis no formato HDF-EOS. Estas<br />

informações adicionadas aos produtos do sensor MODIS tais como geolocalização,<br />

radiância, máscara de nuvens, temperatura atmosférica, vapor d’água, neve e cobertura<br />

do terreno são processadas diariamente em um algoritmo de temperatura e de<br />

emissividade da superfície (http://modis.gsfc.nasa.gov/data/atbd/atbd_mod11.pdf).<br />

Além disso, esse algoritmo efetua composições médias de oito dias dos melhores pixels.<br />

As bandas do sensor MODIS utilizadas para os cálculos da temperatura e da<br />

emissividade são apresentadas na Tabela 3.3.<br />

TABELA 3.3 - Bandas do sensor MODIS usadas no algoritmo de<br />

temperatura e emissividade da superfície terrestre.<br />

Número da Banda Bandas (µm)<br />

20 3,660-3,840<br />

22 3,929-3,989<br />

23 3,929-3,989<br />

29 8,400-8,700<br />

31 10,7<strong>80</strong>-11,2<strong>80</strong><br />

32 11,770-12,270<br />

FONTE: Adaptada de Wan (1999).<br />

O produto MOD11A1 contém 12 Scientific Data Set (SCD) que incluem temperaturas<br />

da superfície terrestre (dia/noite), qualidade dos pixels, hora da observação, ângulo de<br />

observação, emissividades (bandas 31 e 32), cobertura do céu e número de linha por<br />

coluna em grade global (www.icess.ucsb .edu/ modis/ LstUsrGuide/).<br />

A área da imagem produto MOD11A1 é de aproximadamente 1.100 km x 1.100 km<br />

(1.200 linhas x 1.200 colunas) devendo-se recortar a região de interesse. As imagens<br />

temperatura e emissividade da superfície foram salvas em projeção WGS84, formato<br />

TIF e importadas para o SPRING. Elaborou-se um programa em linguagem Legal para<br />

transformar níveis de cinza em temperatura e emissividade da superfície de acordo com<br />

as relações abaixos, conforme instrução contida em www.icess.ucsb .edu/ modis/<br />

LstUsrGuide/.<br />

106


[( LST _ DAY _1 ) × 0,02] − 273, 15<br />

T = km<br />

[°C] (3.2)<br />

O intervalo válido para a equação 3.2 é de -123°C a 1.037°C (150 a 1.311 K). As<br />

imagens temperatura da superfície têm resolução radiométrica de 16 bits, assumindo<br />

valor zero (0) quando os dados forem inválidos. Nesta pesquisa foram usadas imagens<br />

diárias de temperatura da superfície dos anos de 2001 a 2003. Estas imagens foram<br />

redimencionadas de 1.000 para 30 m para serem comparadas com dados de temperaruta<br />

do ar medidos em PCDs. Além disso, foram efetuadas médias mensais de temperatura<br />

da superfície obtidas na hora da passagem do satélite Terra (10h30, hora local). Os<br />

procedimentos para a geração dos produtos temperatura e emissividade a partir de dados<br />

MODIS e validação do produto temperatura estão apresentados na 3.9.<br />

107


Produtos do MODIS<br />

temperatura (Ts)<br />

emissividade (e)<br />

NDVI<br />

Imagem.<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

1.000m<br />

c<br />

Imagem<br />

Emissividade da<br />

superfície<br />

1.000m<br />

c<br />

c<br />

Imagem<br />

NDVI<br />

250m<br />

Projeção<br />

WGS84<br />

Recortar área de<br />

interesse<br />

Importar<br />

Imagens .TIF<br />

para SPRING<br />

Transformar<br />

Nível de cinza<br />

para Ts , e , NDVI<br />

Imagens<br />

Emissividade<br />

MODIS<br />

1.000m<br />

Imagens<br />

NDVI<br />

MODIS<br />

1.000m<br />

Calcular<br />

temperatura<br />

mensal<br />

Imagem<br />

Temperatura da<br />

superfície mensal<br />

1.000m<br />

Imagem<br />

Temperatura da<br />

superfície (10:30h)<br />

1.000m<br />

Redimencionar<br />

1.000m para 30m<br />

Pontos<br />

Temperatura média<br />

do ar (Tar) a cada 3h<br />

PCDs<br />

Modelo<br />

Diagnóstico<br />

Regional Simples<br />

Extrair pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

Extrair pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície<br />

Pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície (10:30h)<br />

Pontos<br />

Tar na hora da<br />

passagem do satélite<br />

Terra (10h30)<br />

comparação por<br />

análise de<br />

regressão<br />

Pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície mensal<br />

Cálculo da<br />

radiação de onda<br />

longa da<br />

superfície<br />

FIGURA 3.9 - Fluxograma geral das etapas de obtenção e validação da temperatura da<br />

superfície terrestre obtida do sensor MODIS.<br />

Comparou-se a temperatura da superfície com dados de temperatura do ar coletada por<br />

termômetros instalados na estação meteorológica de Taubaté-SP e nas PCDs<br />

selecionadas para a pesquisa na hora da passagem do satélite Terra. No entanto, as<br />

observações de temperatura do ar na estação meteorológica são feitas nos horários<br />

sinóticos (9GMT, 18GMT e 21GMT), enquanto que as PCDs registram, calculam e<br />

transmitem, via Satélite de Coleta de Dados (SCD), valores instantâneos de temperatura<br />

do ar a cada três horas e a mínima e a máxima das últimas 24h, sendo amostrados a cada<br />

108


minuto. Estes dados foram disponibilizados pelo Instituto Nacional de Meteorologia<br />

(INMET) e pelo Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) no<br />

endereço eletrônico (Cptec.inpe.br/dados_observados). A validação ou compararão do<br />

produto MOD11A1 requer dados de temperaturas do ar ou de superfície terrestre<br />

(termômetro instalado em contato com o solo) na hora da passagem do satélite Terra.<br />

Assim, a interpolação baseada em séries de Fourier foi aplicada para obter a temperatura<br />

do ar na hora da passagem do satélite Terra.<br />

Foi aplicado aos dados da estação meteorológica e das PCDs o Modelo Diagnóstico<br />

Simples Regional (MDSR) para condições de céu claro desenvolvido por McCutchan<br />

(1976) e modificado por Soares (1981) para a região do Vale do Rio Paraíba do Sul e<br />

Serra da Mantiqueira<br />

O MDSR foi desenvolvido com base em um modelo matemático para diagnosticar e<br />

prever a marcha diária de temperatura na superfície para qualquer hora do dia<br />

(McCutchan, 1976). Este modelo usa os dois primeiros harmônicos da série de Fourier.<br />

Os coeficientes de Fourier foram considerados como uma função linear da temperatura<br />

média diária (X 1 ) e amplitude diária da temperatura (X 2 ), obtidos de acordo com a<br />

técnica de regressão Stepwise (Soares, 1981). O MDSR pode ser expresso por (Soares,<br />

1981):<br />

T t<br />

πt<br />

πt<br />

πt<br />

πt<br />

= 0,278+<br />

0,948X<br />

1<br />

+ 0,305X<br />

2<br />

cos −0,339X<br />

2sen<br />

+ 0,084X<br />

2<br />

cos + 0,095X<br />

2sen<br />

(3.3)<br />

12 12<br />

6<br />

6<br />

em que T t (°C) é a temperatura no tempo t (hora ou minutos). Os coeficientes numéricos<br />

foram adaptados para a região do sul de Minas Gerais.<br />

A 3.10 ilustra o ciclo diário da temperatura do ar obtido pelo modelo MDSR no local da<br />

PCD de Cachoeira Paulista.<br />

109


FIGURA 3.10 - Aplicação do Modelo Diagnóstico Simples Regional (curva em azul) a<br />

dados de temperaturas máxima e mínima da PCD de Cachoeira<br />

Paulista-SP (pontos em verde) para a estimativa da temperatura do ar<br />

em 09 de janeiro de 2001 (a linha em vermelho indica o horário<br />

10h30).<br />

Durante o período da manhã o modelo MDSR acompanhou bem os dados de<br />

temperatura do ar da PCD de Cachoeira Paulista. Á tarde, com a entrada de uma frente<br />

fria, ocorrem um afastamento entre os dados estimados pelo modelo MSDR e os valores<br />

medidos da PCD. Vale ressaltar que o principal objetivo de apresentar apenas 1 dia foi<br />

mostra que os dados de temperatura do ar, medidos por PCD a cada três horas, podem<br />

ser interpolados pelo modelo MDSR para se obter a temperatura do ar na hora da<br />

passagem do satélite Terra (10h30, hora local) e, em seguida, realizar a comparação<br />

com os dados de temperatura da superfície terrestre do sensor MODIS.<br />

A 3.11 mostra série temporal da temperatura do ar na hora da passagem do satélite Terra<br />

(10h30, hora local) interpolada pelo Modelo Diagnóstico Simples Regional e<br />

temperatura da superfície do terreno obtida do produto MOD11A1 para o ano de 2001.<br />

110


FIGURA 3.11 – Série temporal horária da temperatura do ar interpolada pelo Modelo<br />

Diagnóstico Simples Regional e temperatura da superfície do terreno<br />

obtida do produto MOD11A1 para o ano de 2001.<br />

Observa-se que a temperatura da superfície (MOD11A1) acompanhou a temperatura do<br />

ar com diferenças médias horárias variando de 1 a 8 o C. Além disso, as estimativas do<br />

produto MOD11A1 são sistemáticas e superiores a do modelo MDSR, pelo fato de que<br />

a temperatura do ar, usada no modelo MSDR para a interpolação entre 09h0 e 11h00<br />

(10h30, hora local), é medida por um sensor de temperatura abrigado ao nível de 2 m de<br />

altura em relação ao solo, enquanto que a temperatura da superfície do terreno obtida do<br />

MODIS é aquela estimada sobre a superfície do terreno. Na hora da passagem do<br />

satélite, essa temperatura é maior que a do ar.<br />

A avaliação da temperatura da superfície terrestre com dados de temperatura do ar<br />

registrados e medidos por termômetros em PCDs e estação meteorológica mostrou uma<br />

coeficiente de correlação de 0,52 e 0,71, respectivamente (Figuras 3.12a e 3.12b).<br />

111


FIGURA 3.12 - Regressão linear entre a temperatura do ar interpolada pelo Modelo<br />

Diagnóstico Simples Regional (Eixo das abscissas) e a temperatura da<br />

superfície terrestre obtida do produto MOD11A1 (Eixo das ordenadas)<br />

para 2001. Em cor rosa está representada a relação 1:1.<br />

A 3.13 apresenta o fluxograma do processamento de dados para a produção de imagem<br />

de emissividade derivada de dados MODIS através do algoritmo de Valor e Caselles<br />

(1996) e comparação com o produto emissividade do MOD11A1:<br />

112


Produto<br />

MOD13Q1 - NDVI<br />

Cálculo da<br />

emissividade<br />

Imagens<br />

NDVI<br />

MODIS<br />

(16dias) 250m<br />

NDVmax e NDVImin<br />

R.verm. solo e da veg.<br />

R.infra. solo e da veg.<br />

Emi. solo e da veg.<br />

Emissividade<br />

Valor e Casseles<br />

Imagens<br />

Emissividade<br />

MODIS<br />

1.000m<br />

Imagens<br />

Emissividade<br />

MODIS<br />

250m<br />

Redimencionar<br />

emissividade de<br />

250m para 30m<br />

comparação por<br />

visual<br />

Cálculo da<br />

radiação de onda<br />

longa da<br />

superfície<br />

Pontos<br />

Emissividade media<br />

superfície<br />

Extrair pontos<br />

de emissividade<br />

Calcular a<br />

Emissividade<br />

mensal<br />

FIGURA 3.13 - Fluxograma geral das etapas de obtenção e validação da emissividade<br />

da superfície terrestre obtida do sensor MODIS.<br />

As imagens de emissividade nas bandas 31 e 32 do MOD11A1 de resolução<br />

radiométrica de 8 bits foram re-escalonados conforme as relações abaixo:<br />

( _ 31) × 0,002 0, 49<br />

ε (3.4)<br />

31<br />

= Emis<br />

+<br />

( _ 32) × 0,002 0, 49<br />

ε (3.5)<br />

32<br />

= Emis<br />

+<br />

A emissividade da superfície varia no intervalo de 0,942-1,000 conforme<br />

www.icess.ucsb.edu/modis/LstUsrGuide/. A imagem deste produto está apresentada na<br />

3.14. Observa-se uma baixa variabilidade espacial da emissividade.<br />

113


FIGURA 3.14 - Emissividade da superfície obtida do sensor MODIS (Produto<br />

MOD11A1) para o período de 10 a 25 de junho de 2003. Os pontos<br />

indicam locais das PCDs.<br />

Para avaliar a possibilidade de se ter uma estimativa melhor da distribuição espacial da<br />

emissividade a partir de dados do sensor MODIS, efetuou-se o cálculo da emissividade<br />

média espectral da superfície pelo modelo de Valor e Caselles (1996). Neste modelo,<br />

foi aplicado o NDVI (Índice de Vegetação de Diferença Normalizada) derivado do<br />

sensor MODIS (produto MOD13Q1 versão 4.0). O NDVI é obtido multiplicando o<br />

produto MOD13Q1 por 0,001.<br />

Os valores máximos e mínimos de NDVI obtidos do sensor MODIS (MOD13Q1,<br />

resolução espacial 250 m), as reflectâncias no infravermelho e no vermelho,<br />

emissividades do solo exposto e da vegetação obtidas de Pacheco (1989) e as imagens<br />

NDVIs dos dois sensores foram utilizados para inicialização do programa<br />

computacional de Valor e Caselles (1996). Este programa produziu imagens de<br />

emissividade média da superfície terrestre com resolução espacial de 250 m (3.15).<br />

Observa-se uma riqueza maior de detalhamento na variabilidade espacial da<br />

emissividade, que varia em função de heterogeneidade da vegetação (por exemplo, as<br />

diferenças entre áreas florestadas e de campos de altitude) de feições causadas por<br />

ações antrópicas (agricultura, estradas, etc.)<br />

114


FIGURA 3.15 - Emissividade média da superfície terrrestre derivada do NDVI obtido<br />

do sensor MODIS para o período de 10 a 25 de junho de 2003<br />

(resolução espacial de 250m).<br />

Os dados de temperatura e emissividade da superfície terrestre obtidos do sensor<br />

MODIS e do algoritmo de Valor e Caselles (1996), repectivamente, foram utilizados<br />

para determinar o balanço de radiação utilizado na estimativa da evapotranspiração<br />

potencial de uma porção do Vale do Rio Paraíba do Sul e da Serra da Mantiqueira.<br />

3.9 Dados do sensor Imager do satélite GOES 12<br />

Uma imagem do sensor Imager do satélite Geostationary Operational Environmental<br />

Satellite (GOES 12) pode ser pensada como uma matriz com M linhas x N colunas<br />

(http://satelite.cptec.inpe.br/htmldocs/classificacao/ Nota-metodo.htm). Cada elemento<br />

ou pixel (m,n) da matriz fornece um dado sobre uma área da superfície, em 5 canais<br />

(comprimentos de onda característicos), conforme mostrada na Tabela 3.4.<br />

115


TABELA 3.4 – Características das imagens do satélite GOES Imager.<br />

Canais Banda e comprimento da Res. espacial Informações<br />

banda central (µm) (km)<br />

1 0,55 - 0,75<br />

Fator de reflectância<br />

1,0 x 1,0 Cobertura e<br />

reflectância de nuvens<br />

2 3,9<br />

4,0 x 4,0 Nuvens à noite<br />

Temperatura de brilho<br />

3 6,4<br />

4,0 x 4,0 Vapor d’água<br />

Temperatura de brilho<br />

4 10,50<br />

Temperatura de brilho<br />

4,0 x 4,0 Temp. da superfície e<br />

do topo de nuvens<br />

6 13,60<br />

Temperatura de brilho<br />

4,0 x 4,0 Temp. do mar e vapor<br />

d’água<br />

FONTE: http://satelite.cptec.inpe.br/htmldocs/classificacao/ Nota-metodo.htm<br />

Nesta pesquisa foram utilizadas as imagens do canal 1 (visível) do sensor Imager do<br />

satélite GOES-12. As imagens foram fornecidas pelo INPE/CPTEC para os horários<br />

locais das 05h45, 08h45, 11h45, 14h45 e 17h45.<br />

A 3.16 mostra o fluxograma dos procedimentos envolvidos para a obtenção da<br />

reflectância de nuvens a partir de imagens do satélite GOES-12.<br />

116


Reflectância<br />

do satélite GOES 12<br />

Imagens<br />

banda visível<br />

agregada<br />

1.000 para 4.000m<br />

Transformação<br />

Rad. para Fator<br />

de reflectância<br />

Fator de reflectância<br />

nuvens<br />

C=(R-Rmin)/(Rmax-Rmin)<br />

Verificar arquivos<br />

Verificar arquivos<br />

Recortar área de<br />

interesse<br />

Imagem<br />

Reflectância nuvens<br />

Imager/GOES<br />

4.000m<br />

converter<br />

reflectância para<br />

arquivo .TXT<br />

converter<br />

arquivos<br />

.TXT para .SPR<br />

Verificar arquivos<br />

Imagem<br />

Reflectância.spr<br />

4.000m<br />

Redimencionar<br />

reflectância.spr<br />

4.000m para 30m<br />

Importar<br />

arquivos .SPR<br />

para SPRING<br />

Imagem<br />

Reflectância.spr<br />

30m<br />

Verificar arquivos<br />

Exportar grade<br />

Reflectância.txt<br />

c<br />

Grade<br />

Reflectância.txt<br />

30m<br />

FIGURA 3.16 - Fluxograma da reflectância de nuvens obtida dos dados do imageador<br />

do satélite GOES 12.<br />

As imagens do GOES 12 são recebidas no CPTEC/INPE pelo conjunto receptorsoftware<br />

‘Terascan’ instalado numa estação de trabalho, onde as imagens são recebidas,<br />

recortadas e transferidas para a área de interesse. O Terascan processa o sinal original<br />

em números digitais e transforma-o em radiâncias (em Wm -2 µm -1 ster -1 ) de acordo com<br />

calibração padrão (Weinreb et al., 1997). O mesmo utilitário permite avaliar fator de<br />

reflectância para o canal 1 e temperatura de brilho para os outros canais. Os valores<br />

gravados em arquivos binários correspondem diretamente ao fator de reflectância em<br />

117


porcentagem e a temperatura de brilho em Kelvin, em palavras de 2 bytes com uma<br />

precisão de até duas casas decimais. O fator de reflectância, ρ, considerado é expresso<br />

por:<br />

πR<br />

ρ = (3.6)<br />

S o<br />

em que R é a radiância (Wm -2 µm -1 ster -1 ) e S o é a constante solar (1367 Wm -2 ).<br />

Entretanto, os arquivos utilizados para estimar a nebulosidade foram produzidos em<br />

reflectância R na hipótese de a radiância ser isotrópica, dada por:<br />

ρ<br />

R =<br />

(3.7)<br />

cosθ<br />

em que cosθ é o cosseno do ângulo zenital solar. Esses arquivos foram projetados para<br />

uma grade de latitude e longitude regular.<br />

Um programa em Fortran foi elaborado para ler o arquivo de reflectância entre duas<br />

latitudes e longitudes (relação direta com linha e coluna), e estimar a nebulosidade (C)<br />

pela equação (Ceballos et al., 2004):<br />

R − Rmin<br />

R − 0,<br />

093<br />

C =<br />

=<br />

(3.8)<br />

R − R 0,<br />

465 − 0,<br />

093<br />

max<br />

min<br />

em que R min e R max são as reflectâncias mínima e máxima, respectivamente. A<br />

nebulosidade e a reflectância foram escritas como texto. Os limiares de céu claro e de<br />

céu coberto na expressão de C foram avaliados por Bottino (1998) com 0,06 e 0,30<br />

respectivamente, e, quando necessário, corrigidos por uma equação de correção de<br />

degradação (Ceballos et al., 2004) resultam em 0,093 e 0,465.<br />

Acompanhando o conjunto de imagens (cinco canais) de um determinado setor e<br />

horário, são gravados outros dois arquivos de posicionamento, um correspondendo à<br />

latitude e outro à longitude de cada elemento da imagem. Estas imagens binárias foram<br />

convertidas em arquivos ASCII e importadas para o software SPRING 4.1. Um<br />

118


programa Legal foi projetado para reamonstrar de 4.000 para 30 m, converter e exportar<br />

a imagens reflectância em arquivo ASCII.<br />

3.10 Dados do Global Aerossol Data Set (GADS)<br />

O banco de dados de aerossóis do GADS (www.lrz-muenchen.de/~ uh234an / www/<br />

radaer/ gads.html) contém médias mensais dos seguintes parâmetros ópticos da<br />

atmosfera: profundidade óptica, albedo de esplhamento simples e assimetria do<br />

espalhamento em função do comprimento de onda, da umidade relativa do ar e do local<br />

e época do ano (Koepke et al.,1997).<br />

O GADS disponibiliza dados compilados de 10 tipos de aerossóis (continentais e<br />

marítimos) representativos de medições em diferentes condições atmosféricas com<br />

resolução espacial de 5°.<br />

Neste trabalho, a umidade relativa média mensal do ar foi considerada igual a <strong>80</strong>% com<br />

base nos dados dos sensores instalados em plataforma de coleta de dados localizados em<br />

Cachoeira Paulista/SP e em Campos do Jordão/SP para os anos de 2002 e 2003. A 3.17<br />

mostra os dados de profundidade óptica em função do comprimento de onda (0,25 a<br />

3,00 µm), para as coordenadas de -20° 00’ 00’’ e -45° 00’ 00’’ em grade de resolução<br />

espacial de 5º x 5º. Em geral, a profundidade óptica decresce com o comprimento de<br />

onda. A profundidade óptica média no período de outono e inverno foi de 0,20 (março a<br />

agosto) e de 0,18 na primavera e verão (setembro a fevereiro).<br />

119


Profundidade óptica<br />

0.60<br />

0.56<br />

0.52<br />

0.48<br />

0.44<br />

0.40<br />

0.36<br />

0.32<br />

0.28<br />

0.24<br />

0.20<br />

0.16<br />

0.12<br />

0.08<br />

0.04<br />

0.00<br />

0.3 0.4 0.6 0.7 0.9 1.0 1.2 1.3 1.5 1.6 1.8 1.9 2.1 2.2 2.4 2.5 2.7 2.8 3.0<br />

Comprimento de onda<br />

Setembro a Fevereiro Março a Agosto<br />

FIGURA3.17 - Profundidade óptica para umidade relativa de <strong>80</strong>%, centrado em -20°<br />

00’ 0” e - 45° 00’ 00” com resolução espacial de 5° x 5° obtido do<br />

GADS.<br />

A 3.18 ilustra o albedo de espalhamento simples disponibilizado pelos dados do GADS.<br />

Similarmente à profundidade óptica, o albedo de espalhamento simples varia com o<br />

comprimento de onda e a estação do ano.<br />

Albedo simples<br />

1<br />

0.9<br />

0.8<br />

0.7<br />

0.6<br />

0.5<br />

0.4<br />

0.3<br />

0.2<br />

0.1<br />

0<br />

0.3 0.4 0.6 0.7 0.9 1.0 1.2 1.3 1.5 1.6 1.8 1.9 2.1 2.2 2.4 2.5 2.7 2.8 3.0<br />

Comprimento de onda<br />

Setembro a Fevereiro Março a Agosto<br />

FIGURA 3.18 - Albedo simples do espalhamento para umidade relativa de <strong>80</strong>%,<br />

centrado em -20° 00’ 00” e -45° 00’ 00” com resolução espacial de<br />

5° x 5° obtido do GADS.<br />

120


A função de fase do espalhamento (P(Θ) foi estimada conforme Paltridge e Platt (1976):<br />

P ( Θ)<br />

= 0,603 + 0,719cos<br />

2 ( Θ)<br />

(3.9)<br />

em que: Θ é o ângulo de espalhamento entre o fluxo direto incidente e a linha de visada<br />

do satélite (“line-of-sight”). A 3.19 ilustra a função de fase do espalhamento Rayleigh.<br />

Percebe-se que a função de fase apresenta dois máximos (0,99 e 0,93) e dois mínimos<br />

(0,87 e 0,89). Como os outros parâmetros acima, a função de fase varia com o<br />

comprimento de onda.<br />

FIGURA 3.19 - Função de fase do espalhamento para umidade relativa de <strong>80</strong>%,<br />

centrado em -20° 00’ 00” e -45° 00’ 00” com resolução espacial de<br />

5° x 5° obtido do GADS.<br />

Neste trabalho, os valores dos parâmetros atmosféricos variaram conforme<br />

comprimento de onda central, ou seja, 20 intervalos de comprimento de ondas com<br />

variação de 0,5 µm entre 0,25 e 3,0 µm. Assim, o modelo TOPORAD foi executado<br />

para as regiões ultravioleta, visível e infravermelho próximo, separadamente;<br />

posteriormente, os resultados em cada faixa do espectro são integrados.<br />

121


3.11 Modelo de irradiância desenvolvido para condições de céu limpo (TOPORAD)<br />

O modelo de irradiância solar (TOPORAD) foi operacionalizado para as condições de<br />

terreno da área de estudo para cada hora ao longo de qualquer dia do ano. Isto<br />

possibilitou avaliar o comportamento da irradiância de céu claro ao longo do dia e obter<br />

valores próximos ao horário da passagem do sensor MODIS. Os valores horários de<br />

irradiância total de céu claro foram integrados para atingir o valor médio mensal da<br />

irradiância de céu claro para os horários locais de imageamento do satélite GOES 12, ou<br />

seja, 11h45, 14h45 e 17h45 (hora local). Estes valores correspondem a irradiância de<br />

céu claro distribuídos pela área de estudo para o ano 2003. A 3.20 mostra os<br />

procedimentos para a extração espacial da irradiância de céu claro horária, utilizando<br />

como principal componente em todas as etapas a grade de elevação do terreno.<br />

122


Modelo TOPORAD<br />

céu claro<br />

MNT<br />

Elevação.txt<br />

Res. espacial<br />

30m<br />

Grade<br />

Albedo.txt<br />

redimencionado<br />

30m<br />

Imagem<br />

Inclinação.ipw<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Pontos<br />

Azimute solar<br />

Informe<br />

data, ano, mês, dia<br />

Ângulo zenital<br />

Informe<br />

latitude, longitude,<br />

hora, minutos<br />

Imagem<br />

Elevação.ipw<br />

30m<br />

Converter<br />

arquivos<br />

.TXT para . IPW<br />

Imagem<br />

Imagem<br />

Inclinação.ipw<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Particionamento<br />

inclinação<br />

aspecto<br />

Import ar<br />

arquivos . IPW<br />

Imagem<br />

Inserir<br />

cabeçalho em<br />

imagens . IPW<br />

Imagem<br />

Albedo do MODIS<br />

redimensionado<br />

Constante solar<br />

Inclinação.ipw<br />

30m<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Modelo GADS<br />

profundidade óptica<br />

albedo simples<br />

parâmetro assimetria<br />

Imagem.ipw<br />

Ângulo de iluminação<br />

30m<br />

Irradiância solar<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

c<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância solar sem<br />

correção de elevação<br />

Particionamento<br />

Direta/Difusa<br />

Imagem<br />

fator de configuração<br />

terreno<br />

30m<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância direta<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

Fator visada do céu<br />

30m<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância difusa<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

Correção de<br />

elevação<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância direta com<br />

correção de elevação<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância difusa<br />

com correção de<br />

elevação<br />

Correção<br />

topográfica<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância solar<br />

ajustada<br />

FIGURA 3.20 - Fluxograma do cômputo da irradiância solar (céu claro).<br />

123


O modelo TOPORAD está implementado com uma ferramenta de processamento de<br />

imagens do Image Processing Workbench (IPW) (Frew, 1990) que requer um<br />

conhecimento dos comandos básicos do sistema Unix. Os arquivos úteis ao IPW devem<br />

estar em formato binário, podendo ser convertidos a partir de arquivos ASCII comuns<br />

(sem cabeçalho), utilizando comandos de importação disponíveis no IPW. Além disso, é<br />

necessária a indicação das coordenadas do primeiro pixel da grade. É considerado o<br />

pixel da extremidade superior esquerda da imagem como pixel inicial.<br />

As coordenadas da grade são utilizadas para os cálculos da posição do sol em seu<br />

movimento aparente nas diferentes horas do dia. Estes dados são inseridos no cabeçalho<br />

da imagem e a partir daí podem ser realizados os cálculos de sombreamento e de<br />

incidência da luz solar. O cabeçalho contém a resolução espacial da imagem (30 m), o<br />

numero de linha e de coluna (1.840 x 3.435), os valores máximo e mínimo da grade de<br />

elevação do terreno, os comandos que foram utilizados na importação, no<br />

georreferenciamento e na inclusão do cabeçalho. Os comandos do IPW estão descritos<br />

em www.icess.ucsb.edu, além da ajuda fornecida pelo próprio software, quando<br />

instalado.<br />

A data e o intervalo espectral são necessários para a obtenção do valor da irradiância<br />

solar exoatmosférica (constante solar). Uma imagem é produzida contendo os valores<br />

do co-seno do ângulo de iluminação solar para cada pixel da imagem de elevação. Além<br />

disso, as informações de latitude, longitude, data, mês, dia, hora e minuto são<br />

necessários para o cálculo dos ângulos zenital e azimutal solares.<br />

Os valores de irradiância solar total sem correção de elevação para um dia de céu claro<br />

são processados quando o IPW recebe as informações da data, ano, mês, dia, constante<br />

solar, os dados dos GADS, e as imagens da elevação e do ângulo de iluminação. A saída<br />

é uma imagem composta de duas bandas, uma para a irradiância direta normal aos raios<br />

solares e outra para a irradiância difusa que atinge uma superfície horizontal. Um<br />

particionamente pode ser feito para separar a irradiância solar total em irradiância direta<br />

e em irradiância difusa sem correção de elevação. A imagem elevação é novamente<br />

124


aplicada sob a irradiância solar total (sem correção) para efetua-se a correção dos efeitos<br />

topográficos.<br />

A partir da grade de elevação produz-se as imagens de aspecto e inclinação do local. A<br />

seguir, dessas bandas são produzidas duas novas grades que representam os fatores de<br />

visibilidade do céu e de configuração do terreno. Estas são separadas e a imagem<br />

irradiância difusa já calculada é multiplicada pelo fator de visibilidade do céu, obtendose<br />

assim a irradiância difusa normal ao horizonte.<br />

A etapa final do processo de obtenção da irradiância solar total é realizar a correção<br />

topográfica da mesma. Para isso, utiliza-se o IPW para calcular a distribuição<br />

topográfica da radiação solar para um único horário, utilizando como entrada uma única<br />

imagem composta de 6 (seis) outras imagens (bandas): a irradiância direta e a difusa,<br />

ângulo de iluminação local, fatores de visibilidade do céu e de configuração do terreno<br />

produzidos dentro do TOPORAD e o albedo da superfície representado pelo produto<br />

MOD43B3 do MODIS médio para cada estação do ano, processado conforme método<br />

apresentado na seção 3.2.1 e 3.20.<br />

3.12 Incorporação ao modelo de irradiância solar de céu claro o regime de nuvens<br />

para os horários 09h00, 12h00 e 15h00<br />

Nesta etapa do projeto, as condições de nuvens foram incorporadas no modelo<br />

TOPORAD. Com esta etapa procurou-se incorporar os valores da reflectância de nuvens<br />

obtidas do satélite GOES 12 efetuando-se a correção dos efeitos de nuvens na<br />

irradiância solar total. A reflectância de nuvens derivada dos dados do GOES 12 foi<br />

obtida conforme procedimentos descritos na seção 3.2.3 com dados disponíveis para os<br />

horários locais de 08h45, 11h45 e 14h45, próximos aos das observações meteorológicas<br />

(09h00 12h00 e 15h00). Em seguida, foi obtida a reflectância de nuvens para cada<br />

imagem destes horários do ano de 2003.<br />

A 3.21 mostra os procedimentos de obtenção da irradiância solar total atenuada por<br />

nuvens. Os processos de inclusão da reflectância de nuvens no modelo TOPORAD<br />

foram similares aos da elevação e do albedo da superfície obtido dos dados do sensor<br />

125


MODIS. A imagem absorção por nuvens foi obtida multiplicando a imagem reflectância<br />

de nuvens por 0,07 (conforme o algoritmo de Diak e Gautier (1983), descrito na seção<br />

2.5). Com esta informação, o modelo TOPORAD foi corrigido para produzir valores de<br />

irradiância solar incidente contabilizando o efeito da cobertura de nuvens assumindo<br />

como período da manhã das 06h00 às 12h00 e da tarde das 13h00 às 18h00 e,<br />

integrados diariamente e mensalmente. Além disso, determinou-se um coeficiente entre<br />

a irradiação solar total atenuada por nuvens e a irradiância solar de céu claro incidente<br />

em um plano horizontal para ser aplicado no MT-CLIM.<br />

126


Modelo TOPORAD<br />

céu claro<br />

MNT<br />

Elevação.txt<br />

Res. espacial<br />

30m<br />

Grade<br />

Albedo.txt<br />

Redimenciondo para<br />

30m<br />

Grade<br />

Reflectância.txt<br />

Redimenciondo para<br />

30m<br />

Imagem<br />

Inclinação.ipw<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Pontos<br />

Azimute solar<br />

Informe<br />

data, ano, mês, dia<br />

Ângulo zenital<br />

Informe<br />

latitude, longitude,<br />

hora, minutos<br />

Imagem<br />

Elevação.ipw<br />

30m<br />

Imagem<br />

Converter<br />

arquivos<br />

.TXT para . IPW<br />

Imagem<br />

Inclinação.ipw<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Particionamento<br />

inclinação<br />

aspecto<br />

Imagem<br />

Import ar<br />

arquivos . IPW<br />

Incerir<br />

cabeçalho em<br />

imagens . IPW<br />

Imagem<br />

Albedo do MODIS<br />

30m<br />

Reflectância de<br />

nuvens do GOES<br />

30m<br />

Constante solar<br />

Inclinação.ipw<br />

30m<br />

Aspecto.ipw<br />

30m<br />

Modelo GADS<br />

profundidade óptica<br />

albedo simples<br />

parâmetro assimetria<br />

Imagem.ipw<br />

Ângulo de iluminação<br />

30m<br />

Irradiância solar<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância solar sem<br />

correção de elevacao<br />

Particionamento<br />

Direta/Difusa<br />

Imagem<br />

fator de configuração<br />

terreno<br />

30m<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância direta<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

Fator visada do céu<br />

30m<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância difusa<br />

sem correção de<br />

elevação<br />

absorção pelas<br />

nuvens<br />

Correção de<br />

elevação<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância direta com<br />

correção de elevação<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância difusa<br />

com correção de<br />

elevação<br />

c<br />

Correção<br />

topográfica<br />

Imagem.ipw<br />

Irradiância solar<br />

ajustada<br />

Cálculo da<br />

Razão<br />

Imagem.ipw<br />

razão entre<br />

irradiancias<br />

FIGURA 3.21 - Fluxograma da irradiância solar (céu claro) obtida pelo modelo<br />

TOPORAD atenuada por nuvens.<br />

127


3.13 Aplicação do modelo MT-CLIM de modo distribuído e com o modelo de<br />

irradiância solar incidente com as nuvens parametrizadas<br />

O modelo MT-CLIM foi utilizado para extrapolar as temperaturas máxima e mínima e o<br />

déficit de pressão de vapor do ar para a área de estudo a partir de medidas<br />

meteorológicas de PCDs instaladas no Vale do rio Paraíba do Sul para locais<br />

pertencentes ah Serra da Mantiqueira. Os resultados do MT-CLIM foram validados por<br />

comparações entre estimativas derivadas de uma das PCDs e do posto meteorológico de<br />

Taubaté e medidas de outras PCDs.<br />

No programa do modelo MT-CLIM desenvolvido por Thornton et al. (2000) foi<br />

incluído o coeficiente de irradiância solar incidente atenuado por nuvens. Um arquivo<br />

ASCII foi montado contendo uma matriz de 4 colunas e 365 linhas. A versão 4.1 do<br />

MT-CLIM contém apenas 3 colunas de parâmetros. As três primeiras colunas<br />

representam os dados de temperatura mínima, temperatura máxima, precipitação<br />

observados nas PCDs ou no posto meteorológico localizados no vale. A última coluna,<br />

adicionada ao programa por este trabalho, é a razão entre a irradiância incidente<br />

atenuada por nuvens pela irradiância de céu claro que chega a um plano horizontal. Esta<br />

razão foi utilizada para atenuar a estimativa da temperatura máxima do ar.<br />

A 3.22 representa o fluxograma do modelo MT-CLIM para a obtenção dos elementos<br />

climáticos atenuados por nuvens.<br />

128


Modelo MT-CLIM<br />

céu nublado<br />

c<br />

Imagem.ipw<br />

razão entre<br />

irradiâncias<br />

Extrair pontos<br />

de interesses<br />

Pontos<br />

NÃO<br />

Razão < 1,0 ?<br />

razão_ irradiância.txt<br />

Razão<br />

Informe<br />

Índice de área<br />

foliar IAF = 1<br />

IAFmax = 10<br />

Incremento<br />

(1 - IAF/IAFmax)<br />

SIM<br />

Incremento<br />

(1/raz)*(1+IAF/ IAFmax)<br />

Informe<br />

Tmin observada<br />

PCDs<br />

Informe<br />

taxa decréscimo de<br />

Tmin<br />

Algoritmo para<br />

Temperatura<br />

mínima (Tmin)<br />

Informe<br />

taxa decréscimo de<br />

Tmax<br />

Diferença de<br />

elevação<br />

Algoritmo para<br />

Tmax<br />

Informe<br />

Tmax observada<br />

PCDs<br />

ETP/P > 2,5 ?<br />

Pontual<br />

Temperatura mínima<br />

local de interesse<br />

Amplitude térmica<br />

Temperatura média<br />

Pontual<br />

Temperatura máxima<br />

local de interesse<br />

Sim<br />

Faça Tmin = Td<br />

Algoritmo<br />

pressão de<br />

vapor<br />

Pontual<br />

Amplitude térmica<br />

local de interesse<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Temperatura média<br />

local de interesse<br />

Temperatura<br />

diária<br />

Pontual<br />

Pressão de vapor<br />

local de interesse<br />

Informe<br />

altitude local<br />

Pressão<br />

atmosférica<br />

Déficit pressão vapor<br />

Algoritmo<br />

déficit<br />

pressão vapor<br />

Constante<br />

psicrométrica<br />

Calor latente<br />

evaporação<br />

Algoritmo<br />

pressão vapor<br />

à saturação<br />

Pontual<br />

Pressao vapor<br />

à saturação<br />

local de interesse<br />

Declive da<br />

curva de<br />

pressão<br />

Pontual<br />

Algoritmo<br />

emissividade<br />

atmosférica<br />

Pontual<br />

Emissividade<br />

atmosférica<br />

local de interesse<br />

Razão de declive curva<br />

pressão pela constante<br />

psicrométrica<br />

FIGURA 3.22 - Fluxograma do modelo MT-CLIM para a obtenção dos elementos<br />

climáticos atenuados por nuvens.<br />

Inicialmente, os valores pontuais foram extraídos das imagens de razão entre as<br />

irradiância para todas as datas e no horário local de 14h45 (horário mais aproximado à<br />

temperatura máxima do dia) para o ano de 2003. Os pontos escolhidos estão localizados<br />

nas mesmas coordenadas das PCDs para se efetuar as validações das estimativas<br />

produzidas pelo MT-CLIM. O incremento da temperatura máxima do local de<br />

129


estimativa foi calculado com base no procedimento da versão 1.0 do MT-CLIM que<br />

utiliza o coeficiente de irradiância solar e o índice de área foliar no cálculo da<br />

extrapolação conforme descrito nas equações 2.2 a 2.8. Este procedimento foi<br />

incorporado à versão 4.1 utilizada neste trabalho. A temperatura máxima (Tmax) do<br />

local de interesse foi estimada usando o incremente de Tmax, a diferença de elevação<br />

entre o posto e o local e a taxa de decréscimo de temperatura. Simultaneamente, a<br />

temperatura mínima do local de interesse foi extrapolada utilizando dados de Tmin das<br />

PCDs, diferença de elevação e taxa de decréscimo de temperatura. Este último<br />

parâmetro foi obtido de radiossondagens realizadas na cidade de São Paulo (3.23), cujo<br />

valor médio foi de -5,0 ºC/km entre os níveis de pressão de 950 e 500 mb (Oliveira e<br />

Menezes, 1989).<br />

-6,0<br />

Atmosfera de São Paulo entre 950 a 500mb<br />

Taxa de decréscimo de temperatura do ar<br />

(°C/km)<br />

-5,8<br />

-5,6<br />

-5,4<br />

-5,2<br />

-5,0<br />

-4,8<br />

-4,6<br />

-4,4<br />

-4,2<br />

Min. = -5,3°C/km<br />

Máx.= -4,8°C/km<br />

Med. = -5°C/km<br />

DP = 0,2 °C/km<br />

-4,0<br />

J F M A M J J A S O N D<br />

FIGURA 3.23 - Taxa de decréscimo de temperatura do ar obtida de sondagens da<br />

estação meteorológica de São Paulo entre os níveis de 950 e 500 mb<br />

de janeiro a dezembro de 1989.<br />

A Tmin foi utilizada para a determinação da pressão parcial de vapor, da amplitude<br />

térmica e da temperatura média do ar (tmed). Na ausência de dados de temperatura do<br />

ponto de orvalho (Td), faz-se Tmin=Td, desde que a ETP/P seja menor que 2,5 (ETP<br />

evapotranspiracão potencial e P precipitação anuais), para o cálculo da pressão de vapor<br />

d’água (PV). A pressão de saturação do vapor d’água foi obtida da temperatura diária<br />

do local de interesse (Tdia_loc, Equação 2.2) conforme equação 2.10.<br />

130


A Tdia_loc foi utilizada para o cálculo do declive da curva de pressão (∆), do calor<br />

latente de evaporação (L e ) e da emissividade atmosférica (ε a ). A constante psicrométrica<br />

(γ) foi determinada por L e e pela pressão atmosférica (P o ) (função da altitude do local).<br />

Por ultimo é calculado a razão entre ∆ e ∆ +γ para ser aplicada no cálculo da<br />

evapotranspiração potencial.<br />

3.14 Evapotranspiração potencial determinada pelo método de Priestly e Taylor<br />

O fluxograma para a determinação da evapotranspiração potencial é mostrado na 3.24.<br />

131


Evapotranspiração<br />

potencial<br />

diária (mm)<br />

Radiação de<br />

onda longa<br />

atmosférica<br />

Radiação de<br />

onda longa<br />

supefície terrestre<br />

Balanco<br />

de radiacao de<br />

onda curta<br />

radiação onda<br />

longa<br />

atmosférica<br />

Pontual<br />

Temperatura média<br />

mensal<br />

local de interesse<br />

Pontual<br />

Emissividade<br />

atmosférica<br />

local de interesse<br />

Pontos<br />

Emissividade<br />

superfície (10:30h)<br />

redimencionada<br />

Pontos<br />

Temperatura da<br />

superfície (10:30h)<br />

redimencionada<br />

Constante de<br />

Stefan-Boltzmann<br />

Radiação onda<br />

longa superfície<br />

Pontual<br />

Radiação de onda<br />

longa atmosférica<br />

Pontual<br />

Fator de visada do<br />

céu<br />

Balanço de<br />

radiação de<br />

onda longa<br />

Pontual<br />

Radiação onda longa<br />

superfície<br />

Pontual<br />

Quadrado do co-seno<br />

da inclinação do<br />

local de interesse<br />

Pontual<br />

Pontual<br />

Balanço de radiação<br />

de onda longa<br />

Radiação onda curta<br />

MT-CLIM<br />

Pontual<br />

Albedo da superfície<br />

terrestre<br />

MODIS<br />

Cálculo do<br />

Saldo de<br />

radiação<br />

Balanço de<br />

radiação<br />

onda curta<br />

Pontual<br />

Balanço de radiação<br />

de onda curta<br />

Pontual<br />

Fluxo de calor para o<br />

solo (G)<br />

Fluxo de calor<br />

para o solo 10%<br />

de Rn<br />

Pontual<br />

Saldo de radiação<br />

Rn<br />

Pontual<br />

Diferença entre<br />

Rn e G<br />

alfa = 1,26<br />

n. de dias = 28, 30 ou<br />

31<br />

Pontual<br />

Evapotranspiração<br />

potencial<br />

Razão de declive curva<br />

pressão pela fator<br />

psicrometrica<br />

Cálculo da<br />

Evapotranspiração<br />

FIGURA 3.24 - Fluxograma da obtenção da evapotranspiracão potencial.<br />

132


A primeira etapa consiste em determinar o saldo de radiação que representa o somatório<br />

dos balanços de radiação de onda longa e de onda curta. A radiação de onda longa da<br />

atmosfera foi estimada usados os dados mensais de tdiária, ε a e constante de Stefan-<br />

Boltzmann (δ). Para a radiação de onda longa da superfície terrestre utilizou-se a<br />

emissividade da atmosfera (ε ar ), δ e a Ts. Adicionando-se as componentes da radiação<br />

de ondas longas juntamente com o fator de visada do céu tem-se o balanço de ondalonga.<br />

Estes porcedimentos estão descritos nas Equações 2.56 a 2.59.<br />

O balanço de onda curta efetua-se pelo produto entre o albedo da superfície e a radiação<br />

solar incidente. O albedo da superfície terrestre foi obtido do produto MOD43B3 do<br />

sensor MODIS reamostrado para 30 m de resolução espacial. A radiação solar incidente<br />

diária foi obtida do modelo MT-CLIM. O saldo de radiação é determinado somando o<br />

balanço de radiação de onda curta com o balanço de onda longa (Equação 2.60). O<br />

fluxo de calor para o solo foi considerado igual a 10% do saldo de radiação. O fator de<br />

ajuste α usado foi de 1,72 para a floresta (Viswanadham et al., 1991). Todos estes<br />

componentes foram utilizado no método de Priestly e Taylor para a determinação da<br />

evapotranspiração potencial (Equação 2.47).<br />

3.15 Produção de mapas de regime mensal da temperatura do ar, déficit de pressão<br />

de vapor e evapotranspiração potencial<br />

Os dados observados de temperaturas máxima e mínima e o coeficiente de irradiância<br />

solar em relação à PCD de Queluz foram usados no modelo MT-CLIM para inferir<br />

dados meteorológicos em 271 pontos distribuídos sob a área do Parque Nacional do<br />

Itatiaia (3.25). Os pontos selecionados estão distribuídos ao longo das escarpas da serra<br />

e dos córregos de rios. Os dados de latitude, longitude e altitude de cada ponto foram<br />

extraídos para serem utilizados no arquivo de entrada do modelo MT-CLIM.<br />

133


FIGURA 3.25 - Amostras escolhidas (pontos em branco) para a simulação do déficit de<br />

pressão de vapor, da evapotranspiração potencial e das temperaturas<br />

máxima e mínima do ar.<br />

O modelo MT-CLIM foi executado para todos os pontos selecionados produzido 271<br />

matrizes com 365 linhas e 8 colunas (dia Juliano, temperaturas diária, máxima e mínima<br />

do ar, déficit de pressão de vapor, irradiação solar incidente, comprimento do dia e<br />

precipitação).<br />

No sistema Unix foi desenvolvido num Script para separar, em arquivos, as colunas de<br />

temperaturas máxima, mínima e diária, déficit de pressão de vapor do ar, irradiância<br />

solar incidente, totalizando para cada uma dessas variável 271 arquivos. Esses arquivos<br />

foram exportados para o programa computacional MATLAB para serem processadas as<br />

médias mensais.<br />

A análise exploratória dos dados foi efetuada usando estatística univariada. Estas<br />

estatísticas forneceram um meio de organizar e sintetizar o conjunto de dados<br />

meteorológicos, realizado através do histograma. A Tabela 3.5 mostra um exemplo de<br />

análise exploratória para a temperatura máxima do ar. De acordo com as observações<br />

dos valores estatísticos, verificou-se uma distribuição aproximadamente simétrica em<br />

torno da média, pois a média (26,44) e a mediana (26,41) estão muito próximas, além de<br />

134


estarem aproximadamente na metade entre o valor mínimo (25,75) e máximo (27,19).<br />

Portanto, não há nenhuma ocorrência de valores anômalos - “outliers”.<br />

TABELA 3.5 - Análise exploratória para a temperatura máxima do ar (°C) dos 271<br />

pontos pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de<br />

2003.<br />

E S T A T Í S T I C A S: tmax_jan03<br />

Número de amostras 271<br />

Número de pontos válidos 271<br />

Média<br />

26,4°C<br />

Variância<br />

0,12°C<br />

Desvio padrão<br />

0,35°C<br />

Coeficiente de variação 0,01<br />

Coeficiente de assimetria 0,23<br />

Coeficiente de curtose 2,273<br />

Valor mínimo<br />

25,75°C<br />

Quartil inferior<br />

26,17°C<br />

Mediana<br />

26,40°C<br />

Quartil superior<br />

26,72°C<br />

Valor máximo<br />

27,19°C<br />

A 3.26 mostra o histograma da temperatura máxima do ar para o mês de janeiro de<br />

2003. O valor da assimetria foi próximo de zero (0,231) indicando boa simetria, e o<br />

coeficiente de curtose (achatamento) foi de 2,271, ligeiramente com distribuição<br />

platicúrtica (curva de freqüência mais achatada que a curva de Gauss), ou seja, pouco<br />

menor que 3.<br />

135


FIGURA 3.26 - Histograma da temperatura máxima do ar dos 271 pontos pertencentes<br />

ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003.<br />

O gráfico de probabilidade normal acumulado (3.27) mostra os pontos com bom ajuste a<br />

uma reta, o que indica uma distribuição próxima da normal. Portanto, não há<br />

necessidade de nenhuma transformação, log-normal, por exemplo, que justifique ser<br />

executada para se fazer às análises posteriores.<br />

FIGURA 3.27 - Gráfico de probabilidade normal da temperatura máxima do ar dos 271<br />

pontos pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de<br />

2003.<br />

136


Nesta etapa foi utilizado o pacote estatístico Variowin (Pannatier, 1996) para a<br />

determinação do semivariograma e posteriormente a execução da krigeagem sob o<br />

recorte da área de estudo.<br />

O Variowin é composto por 4 módulos: PREVARD2D, VARIO2DP, MODEL,<br />

GDISPLAY. No primeiro módulo são computados todos os pares de dados possíveis e<br />

as distâncias entre si e os 271 pontos selecionados servindo como pré-processamento<br />

para produzir os semivariogramas. O VARIO2DP efetua a elaboração de um<br />

semivariograma “ominidirecional” para maximizar o número de pares em cada intervalo<br />

de distâncias, produzindo um variograma mais suavizado. Neste módulo são informados<br />

os parâmetros do lags (número, espaçamento e tolerância) e os da direção (direção,<br />

tolerância da direção e comprimento de banda máximo). O VARIO2DP também<br />

permite detectar a anisotropia através da superfície do semivariograma (3.28). Este<br />

semivariograma é um gráfico 2D que fornece uma visão geral da variabilidade espacial<br />

do fenômeno em estudo. Ele permite identificar facilmente os eixos de anisotropia, isto<br />

é, as direções de maior e menor continuidade espacial de uma variável qualquer. O<br />

resultado é apresentado em uma tela gráfica.<br />

FIGURA 3.28 - Superfície de semivariograma da temperatura máxima do ar dos 271<br />

pontos pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de<br />

2003.<br />

137


Como observado na 3.28 existe uma anisotropia para a temperatura máxima do ar.<br />

Logo, o semivariograma da temperatura máxima do ar pode ser ajustado por meio de<br />

dois modelos teóricos.<br />

O semivariograma ominidirecional foi utilizado para definir os modelos de ajustes<br />

(3.28). O ajuste foi feito no módulo MODEL usando os seguintes modelos teóricos<br />

conhecidos: esférico, gaussiano, exponencial e potencial. Estes modelos fornecem o<br />

valor do efeito pepita, do alcance e da contribuição do ajuste do semivariograma<br />

experimental. Para obter melhores ajustes procura-se reduzir ao máximo o número de<br />

lags definido no VARIO2DP.<br />

Vale ressaltar que o ajuste do semivariograma experimental deve ser o mais próximo<br />

possível do gráfico de um dos modelos teóricos. Isto garante que o ajuste será mais<br />

representativo, isto é, que o modelo ajustado represente a tendência de γ (h) em relação<br />

à h. Deste modo, as estimativas obtidas a partir da krigeagem serão mais exatas e,<br />

portanto, mais confiáveis. Neste sentido, os modelos esférico e gaussiano foram os que<br />

apresentaram melhores ajustes para a temperatura máxima do ar, como mostra a 3.29.<br />

FIGURA 3.29. Semivariograma ajustado com os modelos esférico e gaussiano da<br />

temperatura máxima do ar dos 271 pontos pertencentes ao Parque<br />

Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003.<br />

Os parâmetros dos modelos esférico e gaussiano foram utilizados como entrada para<br />

efetuar a krigeagem dos dados de temperatura máxima do ar no programa<br />

138


computacional SURFER módulo GRID/Data. O resultado da krigeagem da temperatura<br />

máxima do ar para o mês de janeiro está ilustrado na 3.30. Os mesmos procedimentos<br />

acima foram utilizados para as demais variáveis meteorológicas e evapotranspiração.<br />

-22.25<br />

JANEIRO 2003<br />

°C<br />

31<br />

-22.30<br />

29<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

27<br />

25<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

Longitude (°)<br />

FIGURA 3.30 - Krigeagem de dados de temperatura máxima do ar dos 271 pontos<br />

pertencentes ao Parque Nacional do Itatiaia para janeiro de 2003 a<br />

partir da PCD de Queluz.<br />

3.16 Comparação dos resultados da temperatura da superfície obtida do sensor<br />

MODIS com dados de PCDs<br />

Os mapas de temperatura da superfície obtidos pela simulação em escala de tempo<br />

mensal foram comparados com os produtos de temperatura fornecidos pelo sensor<br />

MODIS. Foram examinados os efeitos de altitudes e de exposição do sol em escalas<br />

local (relativa à área de estudo) e local.<br />

Dados observados não incluídos na parametrização dos modelos são considerados<br />

essenciais para o teste dos resultados, já que são utilizados para a comparação da<br />

previsão do modelo. São tidos, portanto, como dados independentes. Ao correlacionar<br />

valores estimados com aqueles observados pela análise de regressão, pode-se considerar<br />

os seguintes índices de validação das equações: precisão (r) e concordância ou exatidão<br />

(d). A precisão, dispersão dos valores em torno da média é dada pelos coeficientes de<br />

correlação (r) ou de determinação (R²). Conforme descreve Camargo e Camargo (2000),<br />

23<br />

21<br />

139


esses são índices estatísticos que indicam o grau de dispersão dos dados obtidos, ou<br />

seja, o erro aleatório.<br />

Os coeficientes de correlação poderão indicar alta precisão da estimativa, embora<br />

possibilitem apresentar vício de origem, com grande erro sistemático, podendo resultar<br />

em informação precisamente errada. A concordância refere-se à exatidão ou à<br />

aproximação dos dados estimados com os observados e pode ser avaliada graficamente<br />

pelo afastamento dos pontos lotados no gráfico de regressão em relação à reta de valores<br />

iguais 1:1. Para quantificar matematicamente essa aproximação, foi desenvolvido por<br />

Willmott et al. (1985) um coeficiente designado concordância ou exatidão, representado<br />

pela letra d. Seus valores variam de 0,0 para nenhuma concordância e 1,0 para<br />

concordância perfeita entre eles. O modelo pode ser assim apresentado:<br />

d<br />

⎡<br />

1−<br />

⎢<br />

⎢<br />

⎣∑<br />

( P − O )<br />

2<br />

∑ i i<br />

=<br />

2<br />

( ) ⎥ ⎥ Pi<br />

−O<br />

+ Oi<br />

− O ⎦<br />

⎤<br />

(3.12)<br />

em que: P i são os valores estimados; O i são os valores observados e O é a média dos<br />

valores observados. Outras medidas de desempenho do modelo são os erros sistemáticos<br />

ou aleatórios (E a ), os quais são componentes das raízes quadradas do erro médio e do<br />

erro médio absoluto (EAM), uma medida da magnitude entre as diferenças entre os<br />

valores estimados e os reais (Camargo et al., 1994). Os testes de Willmott et al. (1985) e<br />

da ANOVA foram aplicados para comparar:<br />

• Dados medidos com piranômetro de irradiância solar incidente com os<br />

modelados pelo TOPORAD;<br />

• Dados observados de temperatura do ar e déficit de pressão de vapor d’água<br />

versus os simulados pelo modelo MT-CLIM;<br />

• Dados observados com os produtos do sensor MODIS;<br />

• Os valores simulados pelo modelo MT-CLIM com os obtidos dos produtos do<br />

sensor MODIS;<br />

140


Desta maneira, buscou-se caracterizar as discrepâncias entre os dados simulados com os<br />

medidos e produzidos por outros métodos.<br />

141


CAPÍTULO 4<br />

RESULTADOS<br />

Neste trabalho são modelados os campos de condições meteorológicas como<br />

irradiância solar incidente de céu claro e atenuada por nuvem, temperaturas máxima e<br />

mínima, amplitude térmica, déficit de pressão de vapor, balanço de onda longa, saldo de<br />

radiação e simulada a ETP em escalas horária ou mensal. No entanto, antes de modelar<br />

estas variáveis, foram feitas avaliações dos produtos: albedo, emissividade e<br />

temperatura da superfície terrestre derivada de dados do sensor MODIS; dos efeitos<br />

radiativos de nuvens; dos parâmetros do terreno (inclinação, fator de visada do céu,<br />

configuração do terreno) e das componentes direta e difusa.<br />

4.1 Albedo da superfície terrestre<br />

A imagem do produto albedo da superfície (MOD43B3) foi utilizada para calcular os<br />

fluxos difusos e as componentes do balanço de radiação à superfície. Assim, buscou-se<br />

validar o produto albedo do sensor MODIS (MOD43B3) com o albedo derivado do<br />

algoritmo de Dugay e LeDrew (1992) aplicado sob uma imagem Landsat-7/ETM+.<br />

As Figuras 4.1a e 4.1b ilustram o albedo “blue-sky” do produto MOD43B3 e o albedo<br />

derivado de dados ETM+/Landsat 7 na região da Serra da Mantiqueira e do Vale do rio<br />

Paraíba do Sul.<br />

142


(a)<br />

(b)<br />

FIGURA 4.1 - Albedos da superfície terrestre obtidos pelos dados do: (a) sensor ETM+<br />

do Landsat-7 em 27/02/03; (b) produto MOD43B3 do sensor MODIS<br />

para o período de 18/02/03 a 05/03/03 (os círculos representam a<br />

localização das PCDs).<br />

A imagem albedo do sensor ETM+ apresentou valores no intervalo de 0,0 a 0,33 (média<br />

0,25), enquanto que a do sensor MODIS de 0,0 a 0,20 (média 0,16). No entanto, o<br />

desvio padrão do albedo obtido com os dados do sensor ETM+ foi de 0,03347 e com os<br />

do MODIS foi de 0,02897. A variação no albedo depende do ângulo zenital, do dia do<br />

ano e do conteúdo de umidade sob o solo (Geiger, 1965; Idso et al., 1975; Zhou et al.,<br />

2003). O albedo derivado dos dados do Landsat para diferentes datas foi avaliado no<br />

Estado do Colorado sob uma mesma superfície, apresentando erros em torno de 0,02 em<br />

relação às medições (Duguay e LeDrew, 1992). Oliphant et al. (2003), realizando<br />

medições horárias de albedo em vários tipos de cobertura em dias de céu claro e<br />

143


comparando com valores estimados de um MNT, constataram que o albedo variou<br />

durante o dia em relação ao ângulo zenital solar. Isto sugere que o albedo não varia<br />

somente em função das alterações da cobertura do terreno (Wickland, 1989). A<br />

distribuição diurna do albedo varia significativamente entre tipos de superfícies. Além<br />

disso, a imagem Landsat 7 foi adquirida em uma data (27 de fevereiro de 2003)<br />

diferente das datas do MODIS. Isso resultou em maiores amplitude e variabilidade<br />

espacial no albedo do Landsat 7 do que no do MODIS. Outro aspecto que merece<br />

destaque refere-se à resolução espacial dos sensores ETM+ e MODIS. O sensor ETM+<br />

possui uma resolução espacial de 30 m, ou seja, maior capacidade de diferenciar alvos<br />

(água, solo e vegetação), enquanto que o sensor MODIS integra esses alvos dentro de<br />

pixels de 1 km x 1 km.<br />

Para avaliar a influência da umidade da superfície sobre o albedo foram investigadas as<br />

condições de precipitação na época de aquisição dos dados de sensoriamento remoto. A<br />

4.2a mostra a precipitação medida por pluviômetros instalados na PCD de Cachoeira<br />

Paulista no período de 18/02/03 a 05/03/03. Neste período choveu 73,0 mm, dos quais<br />

28,5 mm foram registrados até a data 21/02/03.<br />

144


FIGURA 4.2 - Precipitação pluviométrica (a) registrada em Cachoeira Paulista entre<br />

17/02/03 a 05/03/03; análise de regressão (b) entre a imagem de albedo<br />

obtida do sensor ETM+/Landsat 7 (27/02/03) e a imagem de<br />

composição do albedo calculado dos dados do MODIS produzida entre<br />

18/02/03 a 05/03/03.<br />

A imagem do sensor ETM+ foi adquirida seis dias depois da última precipitação<br />

registrada (21/02/03), tempo suficiente para ocorrer à evaporação da água depositada<br />

sob as superfícies das plantas e do solo. Com base nos metadados do produto<br />

MOD43B3, o albedo derivado do sensor MODIS foi produzido usado os dados das<br />

datas 18/02/03, 23/02/03, 28/02/03, 02/03/03 e 05/03/03. O cálculo do produto albedo<br />

MOD43B3 foi afetado pela precipitação total registrada no período (18/02/03 a<br />

05/03/03) e nas datas selecionadas pelo algoritmo que gera o produto. Isto fez com que<br />

as superfícies do terreno úmido sob o vale (imagem albedo do sensor MODIS) ficassem<br />

mais escuras do que as da imagem albedo do sensor ETM+. Idso et al (1975)<br />

145


observaram que o albedo de um solo argiloso variou entre 12 a 38% dependendo<br />

principalmente do conteúdo de água, enquanto que em solo seco o albedo aumentou.<br />

Isto também justifica o afastamento da reta 1:1 em relação à de regressão (4.2b). Os<br />

dados do albedo do sensor MODIS concordaram com os do ETM+ (R² = 0,64; r = 0,79)<br />

ao nível de confiança de 99%. Uma tabela de valores de albedo médio dado por<br />

Brutsaert (1982) para uma variedade de tipos de superfícies mostrou que o albedo da<br />

superfície pode variar de ±10% (em média) para um tipo de superfície particular.<br />

Stroeve et al. (2005) avaliaram o produto MOD43B3 em áreas homogêneas (neve) e<br />

heterogêneas (neve e vegetação) na Groenlândia demonstrando boa concordância com<br />

dados de campo. Schaaf (2005) advertiu que antes de utilizarem o produto MOD43B3<br />

em pesquisas, deve-se examinar a qualidade do produto, pois o algoritmo deste produto<br />

na versão 4.0 ainda está sendo testado.<br />

4.2 Comportamento do albedo ao longo das estações do ano obtido dos dados do<br />

sensor MODIS<br />

Como o estado da superfície se altera diariamente e anualmente, há também períodos de<br />

variação do albedo. Além disso, a topografia influencia na quantidade de luz refletida<br />

do terreno em ambientes montanhosos (Cline, 2005). A 4.3 mostra o comportamento do<br />

albedo da superfície terrestre ao longo das estações do ano na área de interesse.<br />

VERÃO<br />

146


OUTONO<br />

INVERNO<br />

PRIMAVERA<br />

FIGURA 4.3 - Comportamento do albedo ao longo das estações do ano na região da<br />

Serra da Mantiqueira e do Vale do Paraíba obtido dos dados sensor<br />

MODIS para 2003.<br />

147


No verão, o albedo do Vale do rio Paraíba do Sul variou entre 10 e 30%, com exceção<br />

da represa de furnas (2 até 10%), enquanto que na região da Serra da Mantiqueira<br />

oscilou entre 13 e 19%. Quando a superfície está úmida, a maior parte da energia<br />

absorvida é usada para secar a superfície (Dickinson, 1992), resultando em menos fluxo<br />

refletido da vizinhança do terreno e, portanto, menor albedo.<br />

Na estação de inverno, o albedo da Serra da Mantiqueira (média 10%) diferenciou<br />

bastante do Vale do rio Paraíba do Sul (média 24%). No outono e na primavera, o<br />

albedo apresentou características similares, ou seja, valores baixos na serra (10%) e<br />

elevados no vale (17 até 30%).<br />

Do exposto acima, verificou-se que o albedo da superfície terrestre foi mais elevado no<br />

Vale do rio Paraíba do Sul (média 24%) do que na Serra da Mantiqueira (média 17%)<br />

em todas as estações do ano. Essa diferença foi devido ao fato de que no vale a<br />

predominância de áreas com pastagens e arroz e floresta nas encostas, ao contrário do<br />

que se observavou na serra. Essse resultado concorda com as observações e medições<br />

relatadas na literatura (Oke, 1987; Dickinson, 1992; Oliphant et al., 2003). O albedo<br />

também acompanhou as formas do relevo da área de estudo ao longo das estações do<br />

ano.<br />

4.3 Modelo TOPORAD<br />

4.3.1 Variáveis topográficas<br />

O modelo TOPORAD requer mapas de inclinação, exposição, fator de visada do céu e<br />

configuração do terreno que são obtidos a partir de uma grade de elevação digital. Estes<br />

parâmetros do terreno são produzidos no próprio modelo TOPORAD por rotinas<br />

computacionais desenvolvidas por Dozier e Frew (1990). Um exemplo de grade de<br />

elevação e seus derivados que são utilizados no cálculo da irradiância solar horária são<br />

mostrados nas Figuras 4.4 e 4.5. Os dados de elevação (4.4a) foram usados para<br />

produzir imagens de inclinação (4.4b), de fator de visada do céu (4.5a) e de<br />

configuração do terreno (4.5b). Estes parâmetros tiveram grande variabilidade, mesmo<br />

em escala espacial pequena. Na Serra da Mantiqueira, observou-se locais com máxima<br />

148


influência dos terrenos adjacentes sobre o fator de visada do céu (Vd = 0,0) e outros sem<br />

nenhuma influência (Vd = 1,00) (4.5a). Os locais da serra que apresentaram Vd entre<br />

0,20 a 0,60 estão associados a altas elevações (4.4a) e inclinações superiores a 50%,<br />

como pode ser observado no mapa da inclinação do terreno (4.4b).<br />

Elevação (a)<br />

Inclinação (b)<br />

FIGURA 4.4 – Elevação (a) e inclinação (b) do terreno de uma porção do Vale do rio<br />

Paraíba do Sul e Serra da Mantiqueira.<br />

Fator de visada do céu (a)<br />

149


Configuração do terreno (b)<br />

FIGURA 4.5 - Fator de visada do céu (a) e configuração do terreno (b) da região do<br />

Vale do rio Paraíba do Sul e Serra da Mantiqueira.<br />

A maior quantidade de céu obstruído ocorreu entre a base das encostas da serra e do<br />

vale. O fator de visada do céu (Vc) no Vale do rio Paraíba do Sul variou entre 0,<strong>80</strong> até<br />

1,00, enquanto que a inclinação do terreno entre 0 e 20%. Isto pode resulta em perdas de<br />

irradiância difusa de até 25% no vale. Dubayah e Rich (1995) observaram que o fator de<br />

visada do céu foi maior (terrenos não obstruídos) no topo do Colorado Plateau,<br />

correspondendo a valores altos de radiação solar incidente, mesmo sob condições de céu<br />

encoberto, quando a componente difusa é dominante. Häntzschel et al. (2005),<br />

estimando o Vc para um região montanhosa da Bavária, encontraram perdas de<br />

irradiância difusa de aproximadamente 30% no vale do rio Wilde WeiReritz.<br />

150


Para cada ponto do terreno, a radiação refletida pela sua vizinhança pode ser estimada.<br />

Um método para fazer isto é calcular o termo médio de radiação refletida e ajustá-lo<br />

pelo fator de configuração do terreno (Dubayah e Rich, 1995). Esse fator de<br />

configuração do terreno (C t ) inclui ambos os efeitos da anisotropia da radiação e os<br />

efeitos geométricos entre um local particular e cada um dos outros locais do terreno que<br />

são mutuamente visíveis. O C t para a área de interesse (4.5b) variou de 0,19 a 0,69 na<br />

serra e de 0,0 a 0,19 no vale. Isto implica que maior quantidade de irradiância direta e<br />

difusa refletida pela vizinhança do terreno ocorre nos locais mais elevados da serra do<br />

que no vale. Há locais do vale que a vizinhança do terreno não tem nenhuma influência,<br />

ou seja, (C t = 0,0) e, portanto, não recebem irradiância direta e difusa refletida que vem<br />

da vizinhança.<br />

4.3.2 Irradiância direta e difusa<br />

Para cada local, a formulação da irradiância solar incidente (ver 2.1) requer uma<br />

estimativa das componentes direta e difusa em uma dada elevação. A obtenção desses<br />

valores pode ser difícil, especialmente para o fluxo difuso. O modelo TOPORAD<br />

permite estimar separadamente a variabilidade espacial desses dois fluxos em regiões<br />

montanhasas. A 4.6 mostra as imagens de média mensal de outubro das irradiâncias<br />

solar direta e difusa simuladas para as 14h45 da data 23/09/02.<br />

151


(b)<br />

FIGURA 4.6 – Componentes da irradiância solar média mensal simulada para as 14h45<br />

do mês de outubro de 2003: (a) direta e (b) difusa.<br />

A imagem irradiância solar direta apresenta um contraste de iluminação entre a serra e o<br />

vale (4.6a). Isto foi causado pelos efeitos de obscurecimento “Shading” e sombreamento<br />

“shadowing”. O primeiro efeito é dependente de como os raios solares incidem<br />

diretamente sob as inclinações de um terreno, ou seja, é uma função do co-seno do<br />

ângulo de iluminação solar sobre uma encosta. Entretanto, a vizinhança do terreno pode<br />

sombrear o ponto de interesse, independente do co-seno do ângulo de iluminação solar<br />

para esse ponto. Dubayah e Rich (1995) chamaram este efeito de sombreamento, para<br />

distinguir de obscurecimento. Para determinar se o ponto está na sombra, o ângulo<br />

zenital para o horizontal do ponto é calculado e comparado com o ângulo zenital solar.<br />

Se o ângulo zenital solar for maior do que o ângulo horizontal, aquele ponto não pode<br />

ser iluminado diretamente pelo Sol e estará na sombra com co-seno do ângulo de<br />

iluminação igual a zero. A exemplo disto na 4.6a, observa-se que os tons mais claros<br />

representam valores maiores de co-seno do ângulo de iluminação solar,<br />

152


conseqüentemente valores elevados de irradiância direta no intervalo de 0 (preto) a 1<br />

(branco). Ao contrário disto, tem-se o sombreamento provocado pela intervenção<br />

topográfica aos raios do Sol que é independe do co-seno do ângulo de iluminação solar,<br />

sendo determinado por comparação entre o ângulo horizontal na direção dos raios<br />

solares com o ângulo zenital solar. Aqueles pontos que não podem ser iluminados<br />

diretamente pelo Sol são mascarados da imagem do co-seno do ângulo de iluminação<br />

solar.<br />

A componente difusa da irradiância solar é mostrada na 4.6b. As regiões mais baixas<br />

apresentam valores mais elevados de irradiância difusa (tons claros), enquanto que nas<br />

áreas de grande altitude observam-se valores relativamente mais baixos (tons escuros).<br />

Em geral, a irradiância difusa variou rapidamente com a inclinação. Estas oscilações<br />

podem estar associadas aos gradientes de inclinação (Kondratyev, 1965; Williams et al.,<br />

1972). A irradiância difusa depende da geometria solar, pressão (elevação),<br />

propriedades dos absorvedores e espalhadores atmosféricos. Além disso, dois outros<br />

fatores podem ser considerados: a anisotrópica dos campos de irradiância difusa, ou<br />

seja, varia dependendo da direção do espalhamento dos raios solares no céu; A<br />

quantidade de céu visível por um ponto (fator de visada do céu). No entanto, assume-se<br />

que a irradiância difusa que vem do céu é isotrópica (Dubayah e Rich, 1995).<br />

4.3.3 Irradiação solar incidente em escala horária<br />

A irradiância solar incidente varia em função do ângulo zenital solar, das propriedades<br />

ópticas da atmosfera, da topografia e da cobertura de nuvens. Sob condições de céu<br />

claro, a topografia é o principal modulador da irradiância, que varia em função do<br />

albedo, inclinação, exposição, ângulo de iluminação solar, ângulo horizontal, V d e C t .<br />

Como ilustração, a 4.7 mostra a variação diurna da irradiância solar sob condições de<br />

céu claro simulada para um local do Parque Nacional do Itatiaia pertencente à Serra da<br />

Mantiqueira (declividade 51,37°; exposição -36,56° oeste; V d = 0,65; C f = 0,28) e para<br />

o local da PCD de Cachoeira Paulista que está em local plano e não obstruído pelo<br />

terreno circunvizinho.<br />

(a)<br />

153


(b)<br />

FIGURA 4.7 - Irradiância solar incidente sob condições de céu claro nas datas dos<br />

Solstícios e dos Equinócios do ano 2003 para (a) Cachoeira Paulista (-<br />

22°40’50’’S e -45°00’09’’O) e (b) Parque Nacional do Itatiaia (-<br />

22°24’59’’S e -44°50’43’’O) modeladas pelo modelo TOPORAD.<br />

A irradiância solar incidente foi modelada nas datas dos Solstícios de verão (21/12/03) e<br />

de inverno (22/06/03) e dos Equinócios de outono (21/03/03) e de primavera (23/09/03)<br />

com totais médios diários para o parque de 728, 496, 219 e 462 W/m², e de 798, 548,<br />

508, e 676 W/m² para Cachoeira Paulista, respectivamente (Figuras 4.7a e b). No<br />

Solstício de verão, o início da manhã acontence por volta das 05h00 (hora local) em<br />

ambos os locais. No entanto, a irradiância solar incidente que chega na PCD de<br />

Cacheira Paulista (local plano horizontal) aumenta rapidamente ao longo da manhã. No<br />

local do parque (inclinado e no vale entre duas encosta) ocorre um pequeno aumento até<br />

as 06h00 (4.7b) segindo de um crescimento rápido até o meio dia e decréscimo em<br />

seguida. No solstício de inverno, a irradiancia solar incidente direta passa a atingir a<br />

154


PCD partir das 07h00, enquanto que no parque a um retardamento maior de entrada de<br />

irradiância solar direta por volta das 09h00. Esse fenômeno de retardamente da<br />

irradiância que atinge um ponto depende do ângulo horizontal do local. Esse fenômeno<br />

também foi evidenciado em simulações no Konza Prairie com exposições distribuídas<br />

aleatoriamente (Dubayah et al., 1990), variando em função da profundidade óptica<br />

(Oliphant et al., 2003) e do ângulo horizontal local (Dozier, 19<strong>80</strong>).<br />

Nas Figuras 4.7 a e b, observou-se que o ângulo horizontal local formado entre os raios<br />

solares e as encosta da montanha reduziu o comprimento do dia efetivo, ou seja, a luz<br />

solar direta foi interceptada no início da manhã e no final da tarde em situações de<br />

ângulos zenitais solares menores que 20° (4.7a) em todos os casos. No inverno, a<br />

interceptação de luz solar pelas encostas da montanha não foi restringida somente ao<br />

início da manhã e ao final da tarde, mas prolongou-se das 05h00 às 07h00 na PCD e das<br />

05h00 às 09h00 no ponto do Parque. À tarde, a interceptação de luz iniciou as 17h00 em<br />

ambos locais ocorrendo diminuição do fotoperíodo. Isto pode ser observado pela<br />

inclinação da curva de radiação solar (Figuras 4.7a e 4.7b). A mudança brusca na<br />

irradiância solar total foi devido à emergência do Sol na abóbada celeste causando o<br />

desaparecimento do efeito difuso provocado pela encostas da serra. Dozier (19<strong>80</strong>)<br />

observou este efeito em um local da Serra de Nevada.<br />

Para caracterizar se um terreno inclinado é necessário compreender o efeito do ângulo<br />

de inclinação (ou declive) e a direção para o qual está voltado. Estas duas grandezas<br />

determinam a situação ou exposição das encostas quanto ao desenvolvimento de certas<br />

variedades de plantas e de animais no ambiente montanhoso. A fim de compreender<br />

como se comportar as várias posições das encostas quanto à incidência de luz durante as<br />

horas do dia, produziu-se a 4.8 a partir do modelo TOPORAD para o ano de 2003, em<br />

condições de céu claro. Os números inscritos nos gráficos correspondem a três<br />

exposições e 4 inclinações de encostas voltadas para norte (declividade 9°, exposição<br />

56,25°; V d = 0,94; C t = 0,02), sul (declividade 33°; exposição -71,72°; V d = 0,78; C t =<br />

0,19), leste (declividade 27°; exposição 157,5°; V d = 0,85; C t = 0,13) e oeste<br />

(declividade 46°; exposição -160,31°; V d = 0,81; C t = 0,13) para a elevação de 1.888 m.<br />

155


FIGURA 4.8 - Irradiância solar incidente (céu claro) em encostas voltadas para: norte<br />

(-45°17’30’’O e -22°57’13’’S), sul (-45°03’51’’O e -22°06’06’’S),<br />

leste (-45°03’34’’O e -22°06’02’’S) e oeste (-45°25’83’’O e -<br />

22°58’45’’S) com diferentes inclinações de encostas e na mesma<br />

altitude (1.888 m) no equinócio de primavera e solstícios de inverno e<br />

de verão para o ano de 2003.<br />

No dia 23/09/03 (primavera), quando o Sol nasce exatamente a leste e se põe a oeste, os<br />

raios solares aparecem às 06h00 (hora local) nas encostas viradas para o norte, qualquer<br />

156


que seja a sua inclinação (aumento rápido da irradiância solar), e esse instante é o do<br />

nascer do Sol.<br />

No verão, o nascer do sol na encosta norte acontece mais cedo. Ao contrário do solstício<br />

de inverno, o Sol leva mais tempo para se deslocar para leste do seu azimute de noroeste<br />

(Vianello e Alves, 1991) e subir o suficiente para passar por acima do plano da encosta<br />

norte, e poder assim começar a iluminá-la. No inverno, o nascer e o ocaso do Sol<br />

verificam-se ao mesmo tempo para todas as inclinações. Na encosta exposta à norte, a<br />

intensidade máxima de luz ocorreu às 12h00 (hora local), mas em relação à inclinação,<br />

o máximo na encosta sul verificou-se às 13h00 no verão e primavera, mas no inverno às<br />

14h00 (observe o deslocamento da curva da encosta voltada para o sul). A quantidade<br />

de energia recebida pelas encostas voltadas para o norte foi sempre maior que as<br />

voltadas para o sul. Isto pode ser observado pelas áreas dos gráficos das encostas<br />

expostas norte-sul, sendo que as primeiras apresentam uma distribuição<br />

aproximadamente simétrica. Geiger (1965) comenta que a nebulosidade reduz essas<br />

diferenças.<br />

As encostas das exposições leste-oeste (nascente e poente) diferenciam das encostas<br />

norte e sul porque o máximo da intensidade de radiação varia com a inclinação e com a<br />

época do ano. Nestes casos, tal como verificado para a encosta sul, verifica-se um sutil<br />

deslocamento do máximo de irradiância solar das encostas leste e oeste. O amanhecer<br />

do Sol é simultâneo para todos os sentidos das encostas, mas o poente verifica-se tanto<br />

mais cedo quanto mais inclinada for uma encosta. Observa-se que as encostas de<br />

exposição nascente-poente recebem aproximadamente as mesmas quantidades de<br />

energia, mas, nas primeiras, a energia é recebida, sobretudo de manhã, e nas segundas à<br />

tarde.<br />

Como esperado, a distribuição de irradiância solar incidente sob condições de céu claro,<br />

modelada pelo TOPORAD, pode ser avaliada de acordo com a inclinação e exposição<br />

das encostas de uma montanha. Constatou-se que as encostas voltadas para o norte são<br />

sempre mais aquecidas do que as voltadas para o sul. Existiu suprimento de energia para<br />

a encosta exposta a sul em relação a norte em função da inclinação do local de interesse.<br />

157


Para as encostas leste-oeste a distribuição de calor foi similar, mas diferença de calor<br />

recebida pela encosta a leste de manhã foi compensada a tarde pela encosta oeste. A<br />

implementação de nuvens no modelo TOPORAD pode modificar estes resultados.<br />

Além da topografia, a cobertura de nuvens também é um outro modulador de irradiância<br />

solar incidente sobre o terreno. Os campos de nuvens dominam a variabilidade espacial<br />

da irradiância solar sob condições de céu parcialmente nublado. Entretanto, é a<br />

topografia que freqüentemente causa variabilidade da radiação solar em diferentes<br />

escalas espaciais, quando o céu encontra-se claro ou encoberto por nuvens. Uma<br />

imagem de baixa resolução espacial do satélite GOES-12 combinada com dados de alta<br />

resolução espacial de uma grade de elevação digital e de albedo do produto do sensor<br />

MODIS produz mapa de irradiância que representa a influência da cobertura de nuvens<br />

e da topografia.<br />

A 4.9 representa o resultado do modelo TOPORAD, sob condições de céu claro e de<br />

céu encoberto, nos horários das 08h45, 11h45 e 14h45 para a data 22/12/2003 (solstício<br />

de verão).<br />

158


Cobertura<br />

de nuvens<br />

Irradiância solar<br />

céu claro<br />

Irradiância solar<br />

céu encoberto<br />

08h45<br />

08h45<br />

08h45<br />

11h45 11h45 11h45<br />

14h45 14h45 14h45<br />

FIGURA 4.9 - Imagens de cobertura de nuvem, irradiância solar de céu claro e de céu<br />

nublado para o solstício de verão (21 de dezembro de 2003).<br />

Às 08h45 da manhã, o céu está coberto de nuvens, com pequenas aberturas em locais<br />

específicos (manchas escuras). A imagem de irradiância solar de céu claro apresentou<br />

valores entre 1 e 1.145 W/m 2 . Valores baixos são atribuídos às áreas sombreadas em<br />

que predominam somente radiação difusa e refletida pela vizinhança. Neste horário,<br />

valores altos de irradiância são observados em encostas íngremes de faces voltadas para<br />

a direção do Sol. Dubayah e Rich (1995) afirmaram que a variabilidade da irradiância<br />

direta é responsável também pelas oscilações na radiação solar incidente, em condições<br />

de céu claro. Com a inclusão da cobertura de nuvem no modelo, a irradiância variou<br />

entre 1 e 624 W/m 2 , reduzindo a irradiância de céu claro em aproximadamente 55 %.<br />

Às 11h45 da manhã, as nuvens se dissiparam quase totalmente sob o Vale do rio Paraíba<br />

do Sul. Para este horário, a irradiância de céu claro variou de 1 a 1.254 W/m 2 , e de céu<br />

nublado aproximadamente de 1 a 1.163 W/m 2 . No entanto, nas escarpas da Serra da<br />

159


Mantiqueira, observou-se à presença de nuvens orográficas que reduzem a irradiância<br />

total, principalmente na área do Pico do Itatiaia.<br />

No horário das 14h45, a irradiância solar incidente de céu claro variou de 0 a 1.132<br />

W/m 2 , com a inclusão da cobertura de nuvem no modelo, a irradiância oscilou entre de<br />

0 a 1.037 W/m 2 . Observou-se que as nuvens diminuiram a diferença entre radiação<br />

difusa e direta em qualquer horário, reduzindo a variabilidade espacial da radiação solar<br />

incidente nas áreas sob sombras de nuvens.<br />

A comparação da irradiância solar incidente medida por piranômetro e estimada com o<br />

modelo TOPORAD combinado com dados do GOES 12 a cada hora do dia de solstício<br />

de verão de 2003 são apresentadas na 4.10.<br />

1400<br />

Solstício de verão<br />

21 22 de de dezembro de 2003<br />

Irradiância solar (W/m²)<br />

1200<br />

1000<br />

<strong>80</strong>0<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20<br />

Hora do dia<br />

FIGURA 4.10 - Irradiância solar medida por piranômetro localizado em Cachoeira<br />

Paulista-SP (-22° 40’ 50”S e -45° 0’ 9”O) para a data de 21 de<br />

dezembro de 2003 (solstício de verão). Os x representam os valores<br />

simulados e as curvas tracejadas indicam o erro instrumental de ±6<br />

W/m 2 (2% de erro em relação às medições).<br />

Nesta data, o meio dia solar verificou-se por volta de 12h30 (pico máximo). Observa-se<br />

que, nas primeiras horas da manhã, o céu estava coberto de nuvens. Observa-se que as<br />

estimativas seguem a curva de irradiância solar para os horários nas quais as imagens do<br />

GOES 12 foram adquiridas. O erro atribuído ao piranômetro é da ordem de 4 a 6 W/m 2<br />

(Gautier et al., 19<strong>80</strong>; Ceballos, 2000). Isto representa aproximadamente 2% do valor<br />

160


médio da irradiância solar medida para esta data (linhas tracejadas). O desvio médio<br />

entre os valores estimados e observados foi de 14 W/m 2 . Essa série temporal mostrou<br />

alta freqüência de variabilidade das medições do piranômetro, que resultam da presença<br />

de pequenas nuvens. Os melhores casos são para as condições de céu claro e de céu<br />

parcialmente nublado. Isto está de acordo com os resultados apresentados por Gautier e<br />

Landsfeld (1997). Em condições de céu nublado, as estimativas de irradiância solar,<br />

combinada com dados do satélite GOES 12, capturaram as mudanças no fluxo solar<br />

(devido a variações na nebulosidade) medidas por piranômetro. No entanto, os casos de<br />

discrepâncias entre estimativas e medidas correspondem a momentos de irradiância<br />

solar baixo causados por nuvens pouco espessas como as nuvens do tipo cirrus.<br />

Segundo Irons et al. (1989), as nuvens cirrus podem não ser captada por sensores que<br />

operam na banda do visível, mas somente nas bandas do infravermelho termal devido à<br />

baixa temperatura desse tipo de nuvem.<br />

Além desse caso, existem as oscilações nas medições do piranômetro sob condição de<br />

céu parcialmente nublado que saem de fase com as estimativas de irradiância solar com<br />

dados do GOES-12. Isto acontece quando o piranômetro mede fluxos solares baixos e as<br />

estimativas de irradiância indicam valores altos (4.10). Pinker et al. (1994) têm<br />

mostrado que uma área de 50km 2 pode ser mais representativa dos fluxos horários<br />

medidos por piranômetros do que por estimativas de irradiância com dados do GOES<br />

para uma bacia de 150 km 2 no Arizona. Dubayah e Loechel (1997), avaliando os erros<br />

entre as irradiâncias observadas por piranômetros e as derivadas de dados do GOES em<br />

vários tamanhos de grades, sugeriram que tais estimativas podem ser boas para derivar<br />

fluxos horários usando horários padrões de observações de satélites em terrenos<br />

montanhosos. Mas, são necessários mais estudos para determinar o tamanho e a forma<br />

apropriada para a integração da grade. Segundo Dubayah e Rich (1995) existem erros<br />

associados com todas as etapas de modelagem da radiação solar:<br />

1) associados com os cálculos de transferência radiativa, ou seja, a aproximação<br />

pelo método de dois fluxos produz erros da ordem de 10 a 15%;<br />

161


2) associados com interpolações e extrapolações empíricas de medições no<br />

terreno;<br />

3) associados com registros entre a reflectância e o MNT;<br />

4) associados com aproximações particulares para um modelo físico.<br />

A baixa qualidade de modelo numérico de terreno produz erros nos cálculos de<br />

inclinação e de aspecto afetando os valores de ângulos horizontais e os fatores de visada<br />

do céu e de configuração do terreno. Isto em seu turno afeta também as estimativas de<br />

irradiância solar direta e difusa. Além disso, quanto mais acentuada for a topografia do<br />

terreno, maior o decréscimo da irradiância solar incidente, e há um aumento no<br />

intervalo dessa variável em função do obscurecimento provocado pelo terreno (Oliphant<br />

et al., 2003). Variações no albedo de superfícies naturais resultam em erros de<br />

irradiância solar incidente de 50 W/m 2 para valores diários de radiação refletida da<br />

superfície e superior a 100 W/m 2 para valores instantâneos ao meio dia (Brutsaert,<br />

1982).<br />

Para quantificar a diferença entre a simulação e as observações, os resultados de<br />

irradiância solar horária foram analisados estatisticamente. A 4.11 mostra a regressão<br />

linear entre os valores estimados e os observados para todas as datas e horários em que<br />

foram feitas estimativas de irradiâncias solar horária.<br />

162


Irradiância solar estimada (W/m²)<br />

1400<br />

1200<br />

1000<br />

<strong>80</strong>0<br />

600<br />

400<br />

200<br />

Y = 0,8335X + 167,59<br />

R 2 = 0,84<br />

n = 42<br />

0<br />

0 200 400 600 <strong>80</strong>0 1000 1200 1400<br />

Irradiância solar observada (W/m²)<br />

FIGURA 4.11 - Irradiância solar horária observada e estimada para todas as condições<br />

de céu nas datas dos solstícios de verão e inverno e, equinócios de<br />

primavera e outono para o ano de 2003 (reta vermelha 1:1; preta<br />

tendência).<br />

Existem poucos “outliers” e tendência de superestimativa foi verificada. Isto deve ser<br />

decorrente da parametrização do coeficiente de absorção por nuvens que, segundo<br />

Gautier e Landsfeld (1997), ainda precisa ser melhorado. O coeficiente de correlação<br />

linear r foi de 0,916, não significativa a 99%. O teste de Willmott et al. (1985) resultou<br />

em 0,96 indicando que o ajuste dos R 2 foi preciso. Percebeu-se, ainda, maior<br />

concentração de pontos com irradiância entre 100 a 400 W/m 2 (período da manhã) e,<br />

também entre 1.000 a 1.200 W/m 2 (ao meio dia solar). O RMSD (Raiz Quadrada do<br />

Quadrado Médio dos Desvios) foi de 132 W/m 2 e o desvio médio horário de 41 W/m 2 .<br />

Dubayah e Loechel (1997) encontraram erros da ordem 163 W/m 2 para um período de<br />

15 dias consecutivos em três locais das montanhas Rochosas. Pode-se verificar que o<br />

modelo superestima os valores de irradiância solar observados. Entretanto, a relação foi<br />

consistente e correlacionada com as validações de Gautier e Landsfeld (1997) e<br />

Dubayah e Loechel (1997), mas os erros em alguns horários foram grandes.<br />

A contaminação de nuvens pode aumentar a irradiância solar abaixo do nível da nuvem,<br />

conduzindo a superestimativa dos efeitos da nuvem (Arking et al., 1992). Os erros<br />

atribuídos à irradiância solar resultam, principalmente, das variações nos ângulos<br />

163


zenitais solares e das nuvens (Gautier et al., 19<strong>80</strong>). Uma maior precisão das estimativas<br />

depende do conhecimento de fatores locais como água precipitável, profundidade óptica<br />

e tipo de aerossol (Ceballos, 2000).<br />

4.3.4 Comparação dos fluxos solares horários<br />

As condições de nuvens têm sido particionadas em dois regimes: céu parcialmente<br />

nublado e encoberto. Este critério de partição pode ser utilizado para várias horas do<br />

dia. Assim, classificaram-se as condições do céu em claro, encoberto e parcialmente<br />

nublado (Gautier e Lansderfeld, 1997). A 4.12 mostra as comparações de irradiância<br />

solar medida e calculada para diferentes tipos de cobertura de nuvens nos horários das<br />

08h45, 11h45 e 14h45, do mês de outubro de 2003.<br />

164


FIGURA 4.12 - Irradiância solar incidente calculada pelo modelo TOPORAD e<br />

medidas com um piranômetro Eppley instalado em Cachoeira<br />

Paulista, em condições de céu parcialmente nublado, encoberto e<br />

todas as condições. Pontos em vermelho estão na relação 1:1.<br />

Não houve condições de céu claro (cobertura de nuvens menor que 5%) nesse mês. As<br />

condições de céu parcialmente nublado (cobertura de nuvens de 5 a 90%) tiveram um<br />

165


erro próximo de 126 W/m 2 (ou aproximadamente 28 % da média das medições). Neste<br />

mesmo estado do céu, Dubayah (1992) encontrou erros maiores que 235 W/m 2 entre os<br />

valores de irradiância solar medidos e estimados. Isto pode ocorrer devido aos<br />

piranômetros medirem a irradiância solar incidente hemisférica, isto é, não podendo<br />

capturar a variabilidade espacial causada por blocos de nuvens individuais. Em<br />

condições de céu encoberto (cobertura de nuvens de 100%), a irradiância solar incidente<br />

foi simulada com um erro de aproximadamente 24 W/m 2 (ou 5,4 % da média dos<br />

valores medidos 437 W/m 2 ).<br />

A pequena inclinação (0,72) determinada pelo ajuste linear entre os dados simulados e<br />

medidos em condições de céu encoberto, junto com a inspeção dos dados plotados,<br />

sugeriu que a aproximação teve um tendência de superestimar a irradiância solar em<br />

condições de céu com nuvens, principalmente para momentos de baixa irradiância.<br />

4.3.5 Razão entre a irradiâncias solar incidente em encostas e plano horizontal<br />

A razão entre a irradiância solar incidente nas encostas de uma montanha e aquela que<br />

incide em uma estação meteorológica horizontal foi utilizada como fator multiplicado<br />

da temperatura máxima do ar (Hungerford et al., 1989). A 4.13 exibe a variabilidade<br />

mensal média desta razão obtida em 271 pontos distribuídos na área de estudo para o<br />

horário de 14h45 relativa às medidas da PCD de Queluz.<br />

166


FIGURA. 4.13 – Razão entre a irradiância solar incidente em encosta pela irradiância<br />

em terreno horizontal a uma dada elevação para os 271 pontos<br />

selecionados na região do Parque Nacional do Itatiaia no horário das<br />

14h45.<br />

Não foi possível obter valores de razões às 14h00 (temperatura máxima do ar) devido<br />

aos horários de passagem do satélite GOES 12 (14h15, 14h45 e 15h15) e falta de dados.<br />

Observa-se na 13 que a razão de irradiâncias foi menor em janeiro (0,49) aumentando<br />

gradativamente até junho (0,89), diminuído novamente até dezembro (0,67), sofrendo<br />

pequenas oscilações. Em todos os meses de 2003, constatou-se que a média mensal da<br />

irradiância solar incidente na Serra da Mantiqueira é entre 50 a 90% da irradiância solar<br />

incidente na PCD de Queluz. Além disso, a máxima atenuação de irradiância solar<br />

incidente sob as encostas de uma montanha aconteceu nos meses de verão devido à<br />

formação e concentração de nuvem de origem orográfica.<br />

4.4 MODELO MT-CLIM<br />

O modelo MT-CLIM foi avaliado para duas situações distintas: estação meteorológica<br />

versus PCD e PCD versus PCD na mesma elevação; e estação meteorológica versus<br />

PCD e PCD versus PCD em elevações diferentes, em condição de céu claro. Neste<br />

estágio de verificação da robustez do modelo, as avaliações foram feitas com condições<br />

de céu claro para evitar a contaminação da análise pelos efeitos de regimes de nuvens<br />

diferentes entre as áreas consideradas para fonte de dados e locais de extrapolações.<br />

167


4.4.1 Extrapolações em locais planos<br />

O modelo MT-CLIM foi aplicado em locais planos, ou seja, quando a estação<br />

meteorológica e a PCD estão aproximadamente na mesma elevação. As Figuras 4.14a e<br />

4.14b mostram os dados de temperaturas máxima, mínima e média diárias inferidos a<br />

partir da PCD Cachoeira Paulista para a de Queluz e para a estação meteorológica de<br />

Taubaté para o ano de 2001. As PCDs Cachoeira Paulista e Queluz estão elevadas a 563<br />

e 564 m, enquanto que a estação de Taubaté a 577 m em relação ao nível médio do mar.<br />

Observou-se que as curvas de temperaturas do ar possuem comportamentos similares ao<br />

do padrão climático da região.<br />

FIGURA 4.14 – Ciclos de Tmáx, Tmin e Tmed estimados (EST) e observados (OBS)<br />

(a) para a PCD de Queluz inferidos a partir da PCD de Cachoeira<br />

Paulista; (b) para a estação meteorológica de Taubaté inferidos a partir<br />

da PCD de Cachoeira Paulista para 2001.<br />

168


A Tabela 4.1 mostra a Média das Raízes dos Erros Quadráticos (MREQ) para Tmax,<br />

Tmin e Tmed para o ano de 2001. O erro da Tmax entre PCDs foi de 2,5°C e PCDposto<br />

de 2,0°C. A Tmin apresentou MREQ de 1,4°C (PCD e PCD) e 1,6°C (PCD e<br />

posto) enquanto que a Tmed do ar, em geral, foi de 1,5°C para ambos os casos. O erro<br />

em Tmax pode está associado à cobertura de nebulosidade e a cobertura de vegetação<br />

que não foram considerados no modelo MT-CLIM.<br />

TABELA 4.1 – Média das Raízes dos Erros Quadráticos da aplicação do modelo MT-<br />

CLIM em locais planos para o ano de 2001.<br />

PCD Cachoeira<br />

Paulista<br />

Tmax (°C) Tmin(°C) Tmed (°C)<br />

PCD Queluz 2,5 1,4 1,5<br />

Posto M. Taubaté 2,0 1,6 1,5<br />

4.4.2 Extrapolações em locais de diferentes elevações<br />

A precipitação e as temperaturas mínima e máxima da estação meteorológica de<br />

Taubaté foram usadas para inferir as temparaturas média, máxima e mínima e umidade<br />

relativa do ar na PCD de Campos do Jordão. A média das raízes dos erros quadráticos<br />

(MREQ) encontradas são de 2,57°C para a estimativa da temperatura máxima. Este<br />

valor representa 12% da média das temperaturas máximas medidas em Campos do<br />

Jordão. Os resultados para as temperaturas média e mínima não foram tão bons, com<br />

MREQ de 2,98 e 3,85 °C, representando 24% e 20% da média anual destes dois valores,<br />

respectivamente. Os resultados para umidade relativa foram muito mais incertos, com<br />

MREQ de 25,24% , o que representa 42% da média anual deste parâmetro. Segundo<br />

Hungerford et al. (1989), a temperatura mínima é difícil de estimar devido aos fluxos de<br />

ar frio, inversões de temperatura e efeitos de resfriamento intenso da superfície<br />

provocando nevoeiros. Running et al. (1987), avaliando o MT-CLIM para seis locais em<br />

Montana, encontraram valores de R 2 de 0,85 para Tmin, de 0,88 a 0,92 para a Tmed.<br />

Por outro lado, as umidades relativas do ar estimadas em Running et al. (1987)<br />

explicaram somente 16 a 40% dos valores observados.<br />

169


As incertezas nas estimativas de variáveis meteorológicas em função da distância e das<br />

diferenças de altitude entre estação de medida e local de estimativa foram avaliadas pela<br />

comparação de estimativas feitas para Campos do Jordão a partir de dados de diferentes<br />

localidades. Aplicou-se os dados das PCDs de Cruzeiro e São José Barreiros para inferir<br />

com base no MT-CLIM as condições meteorológicas medidas na PCD de Campos do<br />

Jordão. Os ciclos sazonais das temperaturas do ar inferidas a partir das PCDs Cruzeiro e<br />

São José Barreiros em relação aos valores observados na PCD Campos do Jordão são<br />

ilustrados nas Figuras 4.15a e 4.15b.<br />

35<br />

Temperatura do ar (°C)<br />

Temperatura do ar (°C)<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

(a)<br />

(b)<br />

J F M A M J J A S O N D<br />

Meses do ano<br />

Tmax(OBS) Tmax (EST) Tmed(EST)<br />

Tmed(OBS) Tmin(EST) Tmin(OBS)<br />

FIGURA 4.15 – Ciclos de Tmáx, Tmin e Tmed estimados (EST) e observados (OBS)<br />

para a PCD Campos do Jordão (a) inferido a partir da PCD Cruzeiro e<br />

(b) inferido a partir da PCD São José Barreiro para 2001.<br />

170


Vale ressaltar que o ano de 2001 foi caracterizado como ano de Lã Nina moderado<br />

(Climanálise, 2001). Este fenômeno acarreta que o ar fique mais frio no verão e mais<br />

seco no inverno sobre a região de estudo. Observou-se que o modelo MT-CLIM<br />

superestimou a temperatura média do ar apresentando MREQ de 5,1 e 5,4°C com um R 2<br />

de 0,60 e 0,69 para as estimativas derivadas das estações de Cruzeiro e São José do<br />

Barreiro, respectivamente. O modelo comportou-se bem quanto à estimativa da<br />

temperatura máxima do ar com MREQ variando entre 2,0 a 2,2°C. Quanto à<br />

temperatura mínima do ar, o modelo MT-CLIM resultou em valores sempre maiores<br />

que os medidos, com MREQ de 5,1 e 5,4°C. A umidade relativa do ar oscilou entre 24,6<br />

e 32%. O erro na estimativa da umidade é uma conseqüência da tendência do modelo de<br />

subestimar temperaturas do ar elevadas quando a umidade é baixa. Assim, os erros na<br />

estimativa de temperatura do ar influenciam na estimativa da umidade relativa do ar.<br />

As marchas mensais de Tmax, Tmin e Tmed simuladas a partir do posto de Taubaté e<br />

da PCD Cachoeira Paulista para a de Campos do Jordão são mostradas nas Figuras<br />

4.16a e 4.16b.<br />

171


35<br />

Temperatura do ar (°C)<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

(a)<br />

Temperatura do ar (°C)<br />

0<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

(b)<br />

J F M A M J J A S O N D<br />

Meses do ano<br />

Tmax(OBS) Tmax (EST) Tmed(OBS)<br />

Tmed(EST) Tmin(EST) Tmin(OBS)<br />

FIGURA 4.16 - Ciclos sazonais de Tmáx, Tmin e Tmed estimados pelo modelo MT-<br />

CLIM e observados (OBS) pela PCD Campos do Jordão (a) inferido a<br />

partir do posto de Taubaté e (b) inferido a partir da PCD Cachoeira<br />

Paulista para o ano de 2001.<br />

Observa-se que o modelo subestimou Tmax, e superestimou os valores de Tmin e<br />

Tmed. No entanto, as Tmed (MREQ = 3,9 e 4,9°C) e Tmin (MREQ = 3,0 e 5,0°C)<br />

observadas e estimadas apresentaram boas correlações lineares (Tmed de 0,64 e 0,82 e<br />

Tmin de 0,71 e 0,82, para estimativas feitas a partir de Taubaté e Cachoeira Paulista,<br />

respectivamente), enquanto que as Tmax estimadas afastaram-se dos valores observados<br />

em 2,57 e 3,4°C, apresentando coeficiente de correlação linear de 0,63 a 0,78 para<br />

estimativas feitas a partir de Taubaté e Cachoeira Paulista, respectivamente. Estes<br />

valores de concordância são menores que os obtidos em Running et al. (1987), que<br />

avaliou o MT-CLIM para seis locais em Montana, e encontrou valores de R 2 de 0,85<br />

para Tmin, de 0,88 a 0,92 para a Tmed.<br />

172


As Figuras 4.17a e 4.17b ilustram a raiz do erro quadrático médio em função das<br />

distâncias horizontais e das diferenças de elevações das PCDs e do posto meteorológico<br />

em relação a PCD de Campos do Jordão. Percebe-se que os erros nas estimativas das<br />

temperaturas aumentam com a distância e a diferença de elevações entre as PCDs em<br />

relação à PCD Campos do Jordão. Constatou-se, ainda, que quanto mais distante as<br />

PCDs estão da de Campos do Jordão maior os MREQ das estimativas de Tmed e Tmin<br />

sendo que observa-se uma estabilidade no MREQ da Tmax em função da distância e da<br />

diferença de altitude.<br />

Raiz do Erro Quadrático Médio (°C)<br />

6<br />

(a)<br />

5,5<br />

5<br />

4,5<br />

4<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

0<br />

0 30 67 74 96 115<br />

CJ TB<br />

CP CR QL SJB<br />

Distância horizontal em relação a PCD Campos do Jordão (km)<br />

PCD – Campos do Jordão - CJ<br />

Estação – Taubaté - TB<br />

PCD – Cachoeira Paulista - CP<br />

PCD – Cruzeiro - CR<br />

PCD – Queluz - QL<br />

PCD – São José do Barreiro - SJB<br />

Raiz do Erro Quadrático Médio (°C)<br />

6<br />

(b)<br />

5,5<br />

5<br />

4,5<br />

4<br />

3,5<br />

3<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

0<br />

0 1223 1216 1217 1260 1291<br />

CJ<br />

TB<br />

CP QL<br />

CR SJB<br />

Diferença de elevação em relação a PCD Campos do Jordão (m)<br />

Tmax Tmin Tmed<br />

FIGURA 4.17 - Raiz do erro quadrático médio das estimativas de temperatura em<br />

função das (a) distâncias horizontais e (b) das diferenças de elevações<br />

das PCD em relação a PCD de Campos do Jordão, em que Tmax,<br />

Tmin e Tmed, temperaturas máxima, mínima e média.<br />

As razões para as incertezas nas estimativas são diversas: diferença entre métodos de<br />

medidas entre estações, como tempo de integração e calibração dos instrumentos e<br />

173


diferença em condições de nebulosidade que não foram consideradas. Com estas<br />

limitações em mente, prosseguiu-se a espacialização das condições<br />

micrometeorológicas.<br />

4.4.3 Representação espacial do campo de temperatura máxima do ar<br />

A espacialização da Tmax sob condições de céu claro e de céu nublado foi feita usando<br />

interpolação por krigeagem. Os semivariogramas experimentais de Tmax estão<br />

apresentados no Anexo A. Como dado de entrada para a krigeagem, foram simuladas,<br />

com o uso do MT-CLIM alimentado com dados do TOPORAD e para o ano de 2003, as<br />

condições meteorológicas em 271 pontos distribuídos uma sub-região da área de estudo<br />

que cobre os picos do Itatiaia e da Pedra da Mina, ambos com mais de 2.700 m de<br />

altitude. Os dados foram ajustados simultaneamente aos modelos teóricos esférico e<br />

gaussiano.<br />

Estes dois modelos foram utilizados para espacializar a média mensal da Tmax sob<br />

condições de céu claro e de céu nublado (4.18).<br />

174


Sem nuvens<br />

Com nuvens<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

JUNHO - 2003<br />

JUNHO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

OUTUBRO - 2003<br />

OUTUBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

4 8 12 16 20 23 24 26 28 30 32 34<br />

4 8 12 16 20 23 24 26 28 30 32 34<br />

FIGURA 4.18 - Médias mensais da temperatura máxima para o ano de 2003.<br />

No mês de fevereiro, sob condições de céu claro, a Tmax oscilou de 23,85 a 34,33°C.<br />

Com a introdução da cobertura de nuvens, observou-se uma diminuição no intervalo de<br />

Tmax de 22,98 a 32,01°C. Neste mês, a diferença média absoluta entre os valores de<br />

Tmax de céu claro e nublado foi de 1,68°C. A Tmax foi mais elevada no vale e<br />

175


decresceu para locais de altitudes elevadas nas duas situações. O gradiente de<br />

temperatura com a altitude é mais intenso em condições de céu limpo do que em<br />

condições reais de nebulosidade. Este padrão pode ser observado nos mapas de<br />

fevereiro e junho, o que permite inferir que as nuvens causam um amortecimento no<br />

efeito da altitude sobre as condições de temperatura máxima do ar.<br />

No mês de março, observou-se uma diminuição do intervalo de Tmax provocado por<br />

atenuação de nuvens de 19,97 a 30,45°C sob condições de céu claro, com valor médio<br />

25,29°C, e de 20,34 a 29,37°C em condições de céu nublado, com valor médio 24,89°C.<br />

Percebe-se que os maiores valores de Tmax estão distribuídos no vale, com<br />

temperaturas da ordem de 30,45°C. A diferença média entre os valores de Tmax de céu<br />

claro e de céu nublado foi de 0,53°C. Similarmente ao mês de fevereiro, observou-se em<br />

março que os locais próximos às encostas voltadas para o norte estão mais aquecidas<br />

que as voltadas para o sul (diferença de aproximadamente 2°C). Estas constatações<br />

concordam com as observações realizadas por Bolstand et al. (1998) nas montanhas<br />

Apalaches da América do Norte. Estes autores constataram que o aumento em Tmax foi<br />

devido à exposição solar dos locais de elevação baixa próximos às encostas.<br />

Em junho, as nuvens contribuíram para diminuição da Tmax, que passou do intervalo de<br />

19,93 a 30,41°C (sem nuvens, média 25,18°C) para 18,37 a 28,85°C (com nuvens,<br />

média 23,68°C). Verificou-se que a diferença média entre as duas condições foi de<br />

1,59°C. Essa discrepância pode ser explicada em relação à insolação atenuada pela<br />

cobertura de nuvens, reduzindo a diferença potencial de temperatura devido à variação<br />

em locais expostos ao Sol (Bolstad et al., 1998).<br />

O mês de outubro foi similar ao mês de junho, ou seja, a presença de nuvens diminuiu o<br />

intervalo de variação da Tmax passando de 22,04 a 32,52°C para 19,56 a 30,04°C com<br />

uma diferença média absoluta de 2,48°C. Constatou-se que as faces voltadas para norte<br />

apresentaram maiores valores de Tmax que as voltadas para o sul. O aumento da<br />

insolação em locais voltados para o norte pode ser convertido em calor latente,<br />

reduzindo a diferença de exposição relativa a climas secos determinados ou observados.<br />

176


Em geral, constatou-se que a Tmax diminuiu com a altitude nas duas condições de céu<br />

avaliadas. Observou-se, ainda, que as nuvens contribuíram para aumentar as diferenças<br />

das Tmax das faces das encostas voltadas para o norte em relação às voltadas para o sul.<br />

Estas diferenças devem ser devidas ao padrão de formação de nuvens de origem<br />

orográficas, que tendem a se acumular nas faces sul da Serra da Mantiqueira, que são<br />

mais íngremes do que a sua face norte.<br />

De acordo com Running et al. (1989) o coeficiente de irradiância solar incidente em<br />

uma encosta inclinada e uma plana contribui para aumentar a temperatura do ar das<br />

encostas voltadas para o Sol e decresce a das encostas voltadas para o lado oposto ao<br />

Sol, relativa à superfície plana naquela elevação. Entretanto, a magnitude da diferença<br />

de temperatura é uma função das características das trocas de energia da superfície das<br />

encostas (McNaughton e Jarvis, 1983). A diferença de temperatura máxima da<br />

superfície das encostas expostas podem exceder 10°C, mas dosséis de florestas podem<br />

não exibir nenhuma diferença de temperatura das encostas quando a superfície<br />

representa um dossel transpirando ativamente (Kaufmann, 1984). Conseqüentemente, a<br />

estimativa da temperatura máxima é ajustada por um multiplicador baseado no IAF do<br />

local de interesse. Por exemplo, se a face voltada para sul de IAF = 1,0 recebe duas<br />

vezes mais radiação incidente que a de uma superfície plana, a Tmax tem um aumento<br />

de 2,0°C, mas no mesmo local de IAF 5,0 não teria aumento de temperatura (Running et<br />

al., 1989). Valores imprecisos de índice de área foliar (IAF) podem produzir estimativas<br />

errôneas de temperatura máxima do ar afetando conseqüentemente a radiação solar de<br />

onda longa atmosférica (Oliphant et al., 2003).<br />

4.3.4. Variabilidade da temperatura mínima do ar<br />

A distribuição espacial da média mensal de Tmin foi feita usando os modelos esférico e<br />

gaussiano, como mostrado no Anexo B. As médias mensais de Tmin para o ano de 2003<br />

são ilustradas na 4.19. O cálculo de condições de Tmin não leva em consideração os<br />

efeitos de nuvens.<br />

177


-22.25<br />

-22.30<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

MARÇO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

JUNHO - 2003<br />

OUTUBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude<br />

4 8 11 13 15 17 20 24 28 32 4 8 11 13 15 17 20 24 28 32<br />

FIGURA 4.19 - Médias mensais da temperatura mínima para o ano de 2003.<br />

Em fevereiro, a Tmin diminui com o aumento da elevação, oscilando entre 13,8 e<br />

19,1°C, com média de 16,48°C. No outono, o intervalo da Tmin ficou entre 13,49 e<br />

18,73°C (média 16,10°C). Em junho de 7,34 a 12,58°C (média 9,95°C) e outubro entre<br />

11,26 e 16,50°C (média 13,87°C). Em geral, observou-se que as Tmin das manhãs de<br />

verão oscilaram entre 15 a 20°C e as de invernos frias de 4 a 11°C reduzindo-se com o<br />

aumento da elevação. As encostas nortes esfriam mais que as voltadas para o sul.<br />

4.4.4 Amplitude térmica do ar<br />

Similarmente às variáveis Tmax e Tmin, a amplitude térmica também tem<br />

comportamento assimétrico, sendo ajustada pelos modelos esférico e gaussiano (Anexo<br />

C). A 4.20 mostra a amplitude térmica média mensal para o ano de 2003 para condições<br />

de nuvens no cálculo de Tmax.<br />

178


-22.25<br />

-22.30<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

MARÇO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

ABRIL - 2003<br />

5<br />

JULHO - 2003<br />

-22.30<br />

0<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

5<br />

0<br />

5<br />

0<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

AGOSTO - 2003<br />

OUTUBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

NOVEMBRO - 2003<br />

DEZEMBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

6 7 8 9 1011 12 13 14 15 16 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16<br />

FIGURA 4.20 - Médias mensais da amplitude térmica do ar para os meses de 2003.<br />

Em todos os meses, foi observado que as amplitudes térmicas diminuem como o<br />

aumento da elevação. Bolstad et al. (1998) afirmaram que a amplitude térmica também<br />

179


é influenciada pela estação do ano, forma do relevo e exposição do local aos raios<br />

solares.<br />

A amplitude térmica de dezembro oscilou entre 8,05 e 13,29°C (média de 10,71°C),<br />

enquanto que a de fevereiro foi de 10,01 a 15,25°C (média de 12,67°C). A diferença<br />

média entre esses dois meses foi de 1,96°C. O decréscimo da amplitude térmica com a<br />

elevação, em média, foi de 14,27°C a 460,4 m, para 6,93°C a 2.555,<strong>80</strong> m (diferença de<br />

7,34°C). As tabelas fornecidas por Allison e Bennett (1976) na montanha Irian Jaya<br />

evidenciaram que a amplitude térmica do ar em 2 m foi de 5,1°C e decrescendo para<br />

2,7°C na altitude de 4.251 m. Barry (1981) concluiu que o ciclo diurno de temperatura<br />

geralmente decresce com a altitude.<br />

No outono (março e abril) a amplitude térmica diminuiu, mas manteve-se o mesmo<br />

padrão observado no verão, ou seja, as faces voltadas para o sul com menores<br />

amplitudes decaindo com a elevação. Em março, a amplitude térmica média foi de<br />

9,14°C, tendo um pequeno aumento de 0,74°C no mês de abril. Mas a diferença média<br />

entre a menor e a maior elevação foi de 5,23°C. Pinto e Alfonsi (1974), desenvolvendo<br />

equações de regressão linear usando dados do Estado do Paraná, encontraram<br />

decréscimo na amplitude térmica com a altitude de 2,2 °C/km, em um intervalo de 50 a<br />

1.700 m.<br />

Nos meses de julho e agosto, a amplitude térmica foi bastante elevada. No mês de julho,<br />

o intervalo de amplitude térmica foi de 11,27 a 16,51°C (média de 13,93°C) enquanto<br />

que em agosto variou entre 9,22 a 14,46°C (média de 11,88°C). Em 460,4 m, a<br />

amplitude média foi de 16,51°C e em 2.555,<strong>80</strong> m de 11,27°C. Na primavera, a<br />

amplitude térmica também acompanhou a tendência observada nas outras estações do<br />

ano, com valores médios de 10,96°C para outubro e 10,28°C em novembro. Linacre<br />

(1982) observou que a amplitude térmica do ar aumenta com a distância ao mar. Isto<br />

conduz a um aumento da amplitude com a altitude entre 0 e 200 m. De 200 a 700 m de<br />

altitude, há uma tendência em reduzir o intervalo com o aumento da elevação, devido à<br />

variação diurna da temperatura acima da superfície. Nesta camada, a amplitude térmica<br />

pode ser influenciada por ventos fortes e nuvens orográficas, as quais novamente<br />

1<strong>80</strong>


eduzem a amplitude térmica. Estes fatores aparentemente dominam entre 700 a 3.400<br />

m. Acima de 3.400 m, a amplitude volta a crescer devido a um aumento no intervalo de<br />

radiação provocado por atenuação atmosférica, a qual tenderia a aumentar a amplitude<br />

térmica com a altitude. Isto está de acordo com Bolstad et al. (1998) que encontraram<br />

amplitude térmica média de 13°C a 700 m decrescendo para 6,6°C a 1.440 m.<br />

4.4.5 Déficit de pressão de vapor d’água atmosférica<br />

O déficit de pressão de vapor (DPV) controla a variação da transpiração. O DPV tem<br />

dois efeitos na transpiração:<br />

1) aumento de DPV causa maior difusão de gases;<br />

2) aumento de difusão de gases acarreta perda de turgescência e fechamento dos<br />

estômatos.<br />

No entanto, valores muito baixos de DPV inibem o desenvolvimento das plantas<br />

(Campbell e Norman, 1998).<br />

Antes da espacialização dos dados, foi avaliado o efeito da cobertura de nuvens sobre<br />

esta variável. Estimativas de DPV foram calculadas para dois locais de diferentes<br />

altitudes (460 e 2.555 m) e comparadas com medidas da PCD de Queluz. Os resultados<br />

desta análise estão apresentados na 4.21a.<br />

181


3,5<br />

cn460m cc460m cn2555m cc2555m Queluz<br />

3<br />

DPV (kPa)<br />

2,5<br />

2<br />

1,5<br />

1<br />

0,5<br />

(a)<br />

0<br />

(b)<br />

FIGURA. 4.21 - Média mensal de DPV (kPa) (a) locais situados a -44°30’, -22°81’24”<br />

(460 m),-44°49’48” (2.555 m) e PCD Queluz (564 m) (b) média de<br />

271 pontos na Serra da Mantiqueira em condição de céu com nuvens<br />

(cn) e céu claro (cc) simulado pelo MT-CLIM para o ano de 2003<br />

comparada com medidas em Queluz.<br />

Em 460 m, observa-se um aumento na média de DPV de 1,48 kPa (céu claro,cc) para<br />

2,48 kPa (céu com nuvens, cn). Este comportamento inverte-se na elevação de 2.555 m<br />

em que DPV média diminui de 1,75 kPa (cc) para 1,38 kPa (cn). Durante o mês de<br />

fevereiro, observou-se que a diferença de DPV entre as duas condições de céu para a<br />

elevação de 460 m foi de 1,15 kPa e de 0,59 kPa para a de 2.555 m, embora tenha sido<br />

registrada na PCD Queluz 62,25 mm de chuva. A diferença entre DPV das medidas da<br />

PCD Queluz e o do local de elevação 460 m (céu nublado) apresentaram um valor de<br />

1,78 kPa.<br />

A análise de DPV média para a Serra da Mantiqueira, sob condições de céu claro e de<br />

céu nublado, é mostrada na 4.22b. O DPV em condições de céu claro foi de 2,20 kPa e<br />

182


de 2,40 kPa para céu nublado (diferença de 0,2 kPa). No entanto, esta diferença reduz-se<br />

para 0,18 kPa no inverno e novamente eleva-se com o aumento da temperatura do ar. O<br />

DPV na PCD Queluz foi menor que os estimados para a Serra sob condições de céu<br />

nublado e de céu claro. Estes resultados são conseqüências dos erros sistemáticos nas<br />

estimativas de Tmin e Tmed produzidas pelo MT-CLIM.<br />

Para avaliar a distribuição espacial de DPV, foram produzidos mapas usando técnicas<br />

de interpolação por krigeagem. De acordo com o semivariograma experimental,<br />

percebeu-se que DPV também possuiu um comportamento assimétrico, sendo ajustado<br />

conforme os modelos do tipo esférico e gaussiano (Anexo D). A 4.22 mostra o déficit<br />

de pressão de vapor mensal simulado pelo modelo MT-CLIM sob condições de céu<br />

claro e de céu nublado.<br />

183


-22.25<br />

-22.30<br />

Céu claro<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

Céu com nuvens<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

JUNHO - 2003<br />

JUNHO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

OUTUBRO - 2003<br />

OUTUBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

DEZEMBRO - 2003<br />

DEZEMBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

kPa<br />

LONGITUDE (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

kPa<br />

Longitude (°)<br />

1.0 1.3 1.6 2.0<br />

0.0 0.8 1.6 2.4 3.0<br />

FIGURA 4.22 - Médias mensais do déficit de pressão de vapor d’água atmosférica para<br />

os meses de 2003.<br />

Em fevereiro, o DPV variou de 2,03 a 2,33 kPa (média 2,19 kPa) para condições de céu<br />

claro)e de 1,74 a 3,18 kPa (média 2,39 kPa) para céu com nuvens. Neste mês, uma<br />

pequena diferença existiu entre o vale e a serra em condições de céu claro. Este<br />

gradiente aumenta quando o DPV foi modelado para céu nublado. Similar a Tmax e a<br />

Tmin, o déficit de pressão de vapor decresce com o aumento da elevação. Campbell e<br />

Norman (1998) observaram que durante o dia, a pressão parcial de vapor é elevada<br />

184


próximo à superfície do solo ou da planta e decresce com a altitude. À noite, a pressão<br />

parcial de vapor tende a ser baixa próxima a superfície e aumenta com a elevação.<br />

No mês de junho, a diferença média entre o intervalo de DVP para céu nublado e céu<br />

claro foi de 0,22 kPa, mesmo assim DPV foi maior na presença de nuvens. Apesar<br />

disso, as escarpas da serra podem ser visualizadas em relação ao vale quando o modelo<br />

MT-CLIM foi executado para céu claro. As nuvens combinadas com a topografia<br />

diferenciam bem os locais de deficiência de vapor d’água atmosférico.<br />

Na primavera, o DVP aumentou tanto no vale quanto na montanha devido à elevação da<br />

temperatura do ar. Em condições de céu claro, o DVP oscilou de 1,27 a 1,52 kPa (média<br />

1,41 kPa) em condições de céu claro e de 1,52 a 2,78 kPa para céu nublado. A diferença<br />

média entre essas duas situações foi de 1,26 kPa. Os valores do DPV para as encostas<br />

voltadas para o norte foram maiores do que as voltadas para o sul.<br />

No início do verão, o DPV continua a elevar-se em resposta ao aumento da temperatura<br />

do ar. No entanto, as nuvens mais uma vez foram o principal responsável pela diferença<br />

de intervalo entre as condições de céu claro (1,76 a 2,06 kPa) e de céu nublado (1,53 a<br />

2,85 kPa).<br />

4.5 Irradiância solar mensal simulada pelo MT-CLIM<br />

O método usado pelo modelo MT-CLIM para calcular irradiância solar incidente (I↓)<br />

sob um local é adaptado de Bristow e Campbell (1984). Este método fornece irradiância<br />

incidente diária com base no intervalo diurno de temperatura que serve para calcular a<br />

transmitância atmosférica (Glassy e Running, 1994). A média mensal da I↓ foi usada<br />

para o cálculo do balanço de radiação de ondas curtas. A distribuição da média mensal<br />

da irradiância solar incidente foi realizada utilizando os modelos esférico e gaussiano<br />

(Anexo E). A 4.23 mostra I↓ para os alguns meses de 2003 sob condições reais de<br />

nebulosidade.<br />

185


-22.25<br />

-22.30<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

MARÇO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

W/m²<br />

W / m²<br />

550 560 570 5<strong>80</strong> 590 600<br />

420 430 440 450 460<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

JUNHO - 2003<br />

OUTUBRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

W / m²<br />

Longitude (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

W / m²<br />

Longitude (°)<br />

420 430 440 500 510 520 530 540 550<br />

FIGURA 4.23 - Médias mensais da irradiância solar incidente para o ano de 2003.<br />

No verão (fevereiro), a quantidade de Φ↓ variou de 550 a 650 W/m 2 (média 577 W/m 2 )<br />

que atinge a região da Serra da Mantiqueira. Percebe-se que a Φ↓ aumenta do vale para<br />

o topo da Serra. Os gradientes acentuados de Φ↓ estão presentes nas escarpas mais<br />

íngremes da serra e entre morros. As encostas voltadas para o norte recebem mais Φ↓<br />

do que as voltadas para sul.<br />

Em março, início do outono, Φ↓ oscila entre 420 a 465 W/m 2 (média de 440 W/m 2 ), ou<br />

seja, a incidência dos raios solares na região diminui gradualmente até o inverno.<br />

Observaram-se gradientes acentuados de radiação solar provocados pela topografia. As<br />

encostas voltadas para o norte continuam recebendo mais radiação solar do que as<br />

voltadas para o sul.<br />

186


No inverno, quando o Sol está culminando zenitalmente em localidades do hemisfério<br />

Norte, a irradiância solar incidente reduz oscilando entre 420 e 445 W/m 2 (média de 432<br />

W/m 2 ). Em outubro, mais ou menos a metade da primavera, o Sol desloca-se para o<br />

hemisfério Sul iluminando com mais intensidade as encostas voltadas para o norte. O<br />

intervalo de Φ↓ variou de 500 a 550 W/m 2 (média de 531 W/m 2 ). Oliphant et al. (2003)<br />

observaram que o decréscimo da irradiância solar mensal não foi em função da<br />

complexidade da paisagem.<br />

Assim, observou-se que as faces das encostas voltadas para o norte recebem mais Φ↓ do<br />

que as de face sul. A Φ↓ decresce com o aumento da altitude. A topografia condiciona<br />

fortes gradientes de Φ↓.<br />

4.6 Modelagem da Evapotranspiração Potencial pelo Método de Priestley-Taylor<br />

Para a realização da modelagem da evapotranspiração potencial (ETP), são necessárias<br />

como entradas de dados: a descrição do albedo da superfície e das condições<br />

meteorológicas produzidas nas atividades acima descritas e também das representações<br />

espaciais da temperatura e emissividade da superfície terrestre. O procedimento para a<br />

obtenção e a análise destas duas últimas variáveis é apresentado a seguir.<br />

4.6.1 Emissividade média e temperatura da superfície<br />

A emissividade da superfície terrestre obtida dos dados do sensor MODIS (MOD11A1)<br />

foi considerada inadequada para este trabalho por não conseguir diferenciar paisagens<br />

distintas como as áreas florestadas da serra e as áreas antropizadas do vale do Rio<br />

Paraíba do Sul. Conforme a discussão da 3.12, a resolução espacial de 1.000 m e o<br />

baixo intervalo dinâmico dos dados fazem com que este produto apresente baixa<br />

variabilidade no infravermelho termal (10,5 -11,5 µm) para qualquer mês do ano.<br />

Para obter a emissividade em resolução espacial mais fina (250 m), utilizou-se o modelo<br />

de Valor e Caselles (1996) aplicado ao NDVI obtido do sensor MODIS (MOD13Q1 -<br />

MODIS/Terra Vegetation Indices 16-Day L3 Global 250m ISIN Grid), nas bandas<br />

(0,620 a 0,670 µm) e (0,841 a 0,876 µm). Esse índice foi combinado com valores de<br />

187


emissividades da vegetação (ε v =0,98) e do solo latossolo vermelho (ε solo =0,95) medidos<br />

por Pacheco (1989), no intervalo de 8 a 14 µm, mantidos constantes em toda área de<br />

interesse. As Figuras 4.24a e b representam as emissividades espectrais médias no<br />

período de 18/02/03 a 05/03/03 (período úmido e quente) e no de 20/06/03 a 05/07/03<br />

(período seco e frio) para o ano de 2003.<br />

(a) 18/02/2003 a 05/03/2003<br />

(b) 20/06/2003 a 05/07/003<br />

FIGURA 4.24 - Emissividades espectrais médias da Serra da Mantiqueira e do Vale do<br />

Rio Paraíba do Sul no período de verão: (a) no de inverno, (b) obtidas<br />

com o produto MOD13Q1 aplicado no programa de Valor e Caselles<br />

(1996). Os círculos correspondem à localização das PCDs.<br />

Observa-se que nas áreas de florestas primárias e secundárias a emissividade variou<br />

entre 0,970 a 0,9<strong>80</strong> durante os dois períodos (ver mapa de cobertura da terra no capítulo<br />

3). Estes valores estão de acordo como os reportados por Oke (1987) e Pacheco (1989)<br />

no intervalo de 8 a 14 µm em florestas coníferas e decíduas (0,970 a 0,9<strong>80</strong>) e em<br />

188


folhagem de pinheiro (0,96 a 0,98), respectivamente. Para Lillesand e Kiefer (2000)<br />

quando a vegetação está verde e sadia a emissividade varia de 0,96 a 0,99.<br />

Nos locais de pastagem de altitude, a emissividade oscilou entre 0,950 a 0,970. No<br />

período úmido e quente (4.25a), a emissividade da pastagem foi de 0,972 a 0,9<strong>80</strong>,<br />

enquanto que no intervalo seco e frio (4.25b) variou de 0,950 a 0,969. Oke (1987)<br />

afirma que em pastagem de altura entre 0,02 e 1,00 m a emissividade variou entre 0,90 a<br />

0,95, respectivamente. Conforme Valor e Caselles (1996), a emissividade espectral de<br />

floresta oscila entre 0,985±0,007 e em solo exposto 0,960±0,010 no intervalo de 10,5 a<br />

12,5 µm.<br />

No período úmido, foi registrado em Cachoeira Paulista 73,0 mm de precipitação,<br />

enquanto que no período seco não ocorreu chuva. A umidade no solo e na cobertura da<br />

vegetação foi um dos responsáveis pela diferença de emissividade entre a Serra da<br />

Mantiqueira e o Vale do rio Paraíba do Sul (4.24a e 4.24b). As médias mensais de<br />

precipitações e emissividades médias nos locais das PCDs são ilustradas nas 4.25a e<br />

4.25b, respectivamente.<br />

189


400<br />

Precipitação (mm)<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

a<br />

50<br />

0<br />

JAN FEVMARABR MAI JUN JULAGOSETOUTNOVDEZ<br />

C. Paulista S. J. Barreiros Itajubá Queluz Cruzeiro<br />

Emissividade média<br />

0,98<br />

0,975<br />

0,97<br />

0,965<br />

0,96<br />

0,955<br />

0,95<br />

0,945<br />

0,94<br />

JAN FEVMARABR MAI JUN JUL AGOSET OUTNOVDEZ<br />

C. Paulista S. J. Barreiros Itajubá Queluz Cruzeiro<br />

b<br />

FIGURA 4.25 - Regimes mensais da precipitação pluvial medida por pluviômetros<br />

instalados em PCDs na Serra da Mantiqueira e no Vale do rio Paraíba<br />

do Sul-SP (a) e da emissividade média (b) para o ano de 2003.<br />

Em geral, a emissividade acompanhou o comportamento sazonal da precipitação. No<br />

verão, a chuva variou entre 100,0 a 350,0 mm influenciando nos valores de<br />

emissividade que oscilaram entre 0,950 a 0,975. Pouca chuva foi registrada no inverno<br />

(


Fevereiro 2003 Abril 2003<br />

Maio 2003 Junho 2003<br />

Julho 2003 Agosto 2003<br />

Setembro 2003 Novembro 2003<br />

FIGURA 4.26 - Médias mensais da emissividade obtidas utilizando o NDVI do sensor<br />

MODIS e valores de emissividade do solo e da vegetação de medidas<br />

realizadas por Pacheco (1989) no modelo de Valor e Caselles (1996).<br />

O intervalo de variação da emissividade média variou de 0,95 (solo exposto) a 0,98<br />

(vegetação) para banda infravermelha termal (8-14 µm). As áreas em branco<br />

(emissividade média igual a 0,95) estão associadas aos valores de NDVI ≤ 0,2 (água ou<br />

solo exposto).<br />

Comparando-se a precipitação média mensal (4.25b) com o mapa de emissividade<br />

média de fevereiro, percebeu-se que o vale esteve mais seco que a serra. O efeito do<br />

vigor da cobertura vegetal sobre a emissividade pode ser observado na comparação das<br />

191


emissividades de fevereiro e de abril. Fevereiro de 2003 foi um mês seco, mas a<br />

emissividade média deste mês é ainda maior que a de abril, devido ao acúmulo<br />

vegetativo causado pelas chuvas dos meses anteriores. Já abril, mesmo com precipitação<br />

comparável à de fevereiro, tem emissividade mais baixa devido a senescência das<br />

plantas que se inicia no outono.<br />

Em maio, a emissividade média teve um pequeno aumento apesar de ter chovido pouco,<br />

possivelmente respondendo ao pico de precipitação que se verificou em março. Durante<br />

os meses de inverno e início da primavera, pouca chuva foi registradas pelas PCDs<br />

deixando a área das pastagens no vale bastante seca, verificada pela diminuição da<br />

emissividade média. Em outubro, a precipitação aumentou bruscamente e a<br />

emissividade também. Mas, em novembro a emissividade voltou a diminuir novamente.<br />

Antes de aplicar a temperatura da superfície terrestre (TST) no cálculo do balanço de<br />

ondas longas, comparou-se a TST do produto MOD11A1 com a temperatura média do<br />

ar (Tmed) medida e ajustada para a hora da passagem do satélite Terra com o Modelo<br />

Diagnóstico Simples Regional (MDSR) de Soares (1981).<br />

A 4.27a ilustra a série temporal diária da Tmed do MDSR e a TST do produto<br />

MOD11A1, respectivamente, para Campos do Jordão-SP. A temperatura do ar variou de<br />

13,8 a 23,4°C para a série do modelo MDSR enquanto que para o produto MOD11A1, a<br />

Tmed atingiu um mínimo de 15,1°C e máximo de 30,6°C. Os ciclos diários das Tmed e<br />

da Ts apresentaram comportamentos similares, mas TST apresentou alguns picos,<br />

causados possivelmente pela presença de nuvens, vegetação, solo, ou água no local.<br />

Vale ressaltar que o sensor MODIS registra a energia integrada dentro de um pixel de<br />

1.000 m de resolução espacial podendo envolver, além de nuvens, outros tipos de<br />

cobertura do terreno. Os termômetros instalados em PCDs estão abrigados a uma altura<br />

de 1,5 m do solo e que, obviamente, registram temperaturas do ar menores do que TST.<br />

192


FIGURA 4.27 - Temperatura do ar interpolada pelo Modelo Diagnóstico Simples<br />

Regional (curva em preto) e temperatura da superfície do terreno<br />

obtida do produto MOD11A1. (a) marcha diária para as 10h30 e (b)<br />

média mensal para 2003.<br />

As médias mensais de Tmed e TST para a PCD Campos do Jordão são ilustradas na<br />

4.27b. Percebeu-se que curva de Tmed do produto MOD11A1 acompanhou o<br />

comportamento típico da Tmed ao longo das estações do ano. Como esperado TST foi<br />

sempre maior do que Tmed, exceto em maio. A diferença média mensal entre TST e<br />

Tmed foi de 1,3°C. A temperatura da superfície pode ser usada para inferir dados de<br />

temperatura do ar para Campos do Jordão, pois o coeficiente de determinação entre TST<br />

e Tmed foi de R 2 igual a 0,415, não significativa a 99%. A principal dificuldade em<br />

193


estimar a TST reside em separar a emissividade da temperatura da superfície obtidas de<br />

observações radiométricas por causa do número de variáveis ser sempre maior que o<br />

número de medições (Becker et al., 19<strong>80</strong>). Além disso, é necessário o desenvolvimento<br />

de correções atmosféricas, particularmente na região tropical onde a atmosfera é<br />

bastante úmida e quente (Becker e Li, 1990).<br />

A análise de regressão entre a Tmed do modelo MDSR e a TST do produto MOD11A1<br />

para todas as PCDs do Vale e da Serra é mostrada na 4.28.<br />

FIGURA 4.28 - Regressão linear entre a temperatura do ar interpolada pelo Modelo<br />

Diagnóstico Simples Regional e a temperatura da superfície do terreno<br />

obtida do produto MOD11A1.<br />

De acordo com os resultados, a diferença média absoluta foi de 3,8°C entre os dados de<br />

TST em relação à Tmed aplicados para as PCDs de Cachoeira Paulista-SP, Itajubá-MG,<br />

Queluz-SP, Cruzeiro-SP, São José Barreiros-SP, Silveira-SP, Campo do Jordão-SP. O<br />

desvio padrão (DP) foi estimado em 3,21°C para uma amostra de 516 pares. Os dados<br />

apresentaram coeficientes de determinação R 2 de 0,415 e de correlação r de 0,64.<br />

Para obter representação detalhada da área do Parque Nacional do Itatiaia, foram<br />

selecionados 271 pontos amostrados de imagens de temperatura e emissividade da<br />

superfície. Estas duas variáveis foram espacializadas usado interpolação por krigeagem<br />

(Anexo F). Os modelos esférico e gaussiano foram utilizados para a TST enquanto que<br />

para a emissividade somente foi preciso o modelo esférico. As médias mensais da<br />

194


temperatura e emissividade da superfície para os meses de fevereiro e de abril em uma<br />

porção do Parque Nacional do Itatiaia são ilustradas na 4.29.<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

FEVEREIRO - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

Longitude (°)<br />

°C<br />

36.9 37.3 37.7 38.1<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

0.950 0.960 0.970 0.9<strong>80</strong><br />

-22.25<br />

-22.30<br />

ABRIL - 2003<br />

ABRIL - 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

°C<br />

Longitude (°)<br />

Longitude (°)<br />

11.5 13.5 15.5 17.5 19.5 21.5<br />

0.950 0.960 0.970 0.9<strong>80</strong><br />

FIGURA 4.29 - Temperatura e emissividade da superfície obtida do sensor MODIS<br />

para os meses de fevereiro e abril de 2003.<br />

Em fevereiro, a TST mensal diminui com a elevação, atingindo valor mínimo de 36,9 e<br />

máximo de 38,3°C, enquanto a emissividade oscilou entre 0,95 (solo exposto) e 0,985<br />

(média 0,98). Estas duas variáveis acompanharam a topografia do terreno, mas valores<br />

elevados da emissividade correspondem a valores baixos de TST. Isto é causado porque<br />

a emissividade depende fortemente do tipo de material, do intervalo de comprimento de<br />

onda e da umidade da superfície.<br />

No mês de abril, a TST variou entre 11,5 e 23,5°C e a emissividade entre 0,95 a 0,98<br />

(média 0,98). Neste mês, não foi possível distinguir a serra do vale pelo mapa de<br />

emissividade. O motivo para esta dificuldade pode ter sido causado pela quantidade de<br />

chuva que caiu no mês de março.<br />

195


4.6.3 Componentes do balanço de radiação<br />

As principais componentes do balanço de radiação à superfície são: a irradiância solar<br />

incidente, a radiação refletida e o balanço de ondas longas. Estas componentes<br />

determinam o saldo de radiação (Rn) que será utilizada nos processos de<br />

evapotranspiração, respiração e fotossíntese. Os dados de entrada para a análise e<br />

representação do balanço de radiação foram: a temperatura da superfície do produto<br />

MOD11A1, a emissividade derivada do NDVI do MODIS transformado pelo modelo de<br />

Valor e Caselles (1995), a emissividade atmosférica derivada da temperatura do ar<br />

modelada pelo MT-CLIM a declividade do terreno fornecida pelo TOPORAD,<br />

conforme Equação 2.60. Os semivariogramas das componentes do balanço de radiação<br />

estão no Anexo G. Os semivariogramas da radiação refletida e do balanço de onda<br />

longa foram ajustados usando os modelos esférico e gaussiano; o do saldo de radiação<br />

foi ajustado com o modelo esférico.<br />

Os mapas destas variáveis foram produzidos utilizando o método de krigeagem<br />

ordinária. Os resultados são apresentados na 4.30 para a região do Parque Nacional do<br />

Itatiaia em outubro de 2003. A simulação da irradiância solar incidente (4.30a) contém<br />

um intervalo de valores entre 513,8 a 546,64 W/m 2 (média 523,14 W/m 2 ) com desvio<br />

padrão de 7,72 W/m 2 (1,5% da média). A densidade de fluxo de radiação aumentou com<br />

a elevação.<br />

196


(a)<br />

-22.25<br />

IRRADIÂNCIA SOLAR INCIDENTE<br />

(b)<br />

RADIAÇÃO REFLETIDA<br />

-22.30<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

(c)<br />

-22.50<br />

W/ m²<br />

500 510 520 530 540 550<br />

BALANÇO DE RADIAÇÃO ONDA LONGA<br />

-22.25<br />

W/ m²<br />

40 50 60 70 <strong>80</strong> 90<br />

(d)<br />

RADIAÇÃO Saldo SOLAR de radiação<br />

LÍQUIDA<br />

-22.30<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

W/ m²<br />

Longitude (°)<br />

-165 -145 -125 -105 -85 -65<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

W/ m²<br />

Longitude (°)<br />

260 300 340 3<strong>80</strong> 420<br />

FIGURA 4.30 - Componentes do balanço de radiação solar: irradiância solar incidente<br />

(a), balanço de radiação de onda curta (b), balanço de radiação de onda<br />

longa (c) e saldo de radiação (d) para outubro de 2003.<br />

A distribuição espacial da radiação solar refletida foi bastante heterogênea,<br />

apresentando núcleos isolados tanto na serra quanto no vale (4.30b). Os valores<br />

variaram entre 48,17 a 88,90 W/m 2 (média 67,31 W/m 2 ) e desvio padrão de 6,66 W/m 2 ,<br />

por causa do número e da distribuição dos pontos (271 pontos). O albedo da região do<br />

Parque Nacional do Itatiaia oscilou entre 0,09 e 0,17, que resulta em valores da radiação<br />

refletida de 48,17 a 88,90 W/m 2 . De acordo com Oliphant et al. (2003), a variabilidade<br />

da radiação refletida está associada com as variações na irradiância solar incidente e<br />

com a heterogeneidade da cobertura do terreno.<br />

O resultado dos cálculos do balanço de radiação de onda longa (BOL) para outubro de<br />

2003 é mostrado na 4.30c. Os valores de BOL variaram de -45,12 a -165,57 W/m 2 com<br />

desvio padrão de -24,42 W/m 2 e média de -109,03 W/m 2 . Em geral, o BOL aumentou<br />

197


com a elevação, com exceção de um pequeno decréscimo na longitude de -44,65° e -<br />

22,40° no intervalo de -155 a -125 W/m 2 . No topo do cume do Parque Nacional do<br />

Itatiaia (2555,8 m; -44,83° e -22,43°; T s = 26,22°C e T ar = 17,27°C), o valor de BOL foi<br />

de -108,55 W/m 2 enquanto que na menor elevação (460,4 m;-44,65° e -22,49°; T s =<br />

32°C e T ar = 26,31°C) foi de -120,34 W/m 2 . Está discrepância está fortemente<br />

relacionada com a diferença de temperatura da superfície e a do ar tanto no vale quanto<br />

na montanha. Vários fatores locais, tais como inclinação, aspecto, nuvens, persistência<br />

de nevoeiro e taxas de decréscimo de temperatura podem afetar o BOL. Oliphant et al.<br />

(2003) afirmaram que estimativas de radiação de onda longa da atmosfera geralmente<br />

são superestimadas durante o dia por causa de subestimativa da temperatura da coluna<br />

de ar atmosférico pela temperatura do ar medida em 3m. À noite, a situação inverte-se.<br />

Em condições de céu claro, o BOL geralmente decresce com o aumento da elevação<br />

por causa da taxa decréscimo de temperatura da superfície que foi menor do que a taxa<br />

de decréscimo da temperatura do ar (Oliphant et al., 2003). Os valores de BOL<br />

geralmente são negativos e relativamente pequenos (-75 a -125 W/m 2 ), se as<br />

temperaturas da superfície e do ar são aproximadas (Oke, 1987). Se a superfície está<br />

mais quente do que o ar, o balanço de radiação de onda longa decresce (Oke, 1987), isto<br />

é, a superfície emitirá mais radiação de onda longa do que a atmosfera.<br />

Durante o dia, tem-se uma menor variabilidade espacial do balanço de radiação de onda<br />

longa. A presença de nuvens, geralmente reduz o BOL, mas também pode causar<br />

aumento. A emissão de nuvens depende da temperatura da base da nuvem, porém, o<br />

efeito de nuvens Stratus (baixa e relativamente quente) é muito maior do que Cirrus<br />

(alta e fria) (Miller, 1981; Oke, 1987). Valores imprecisos do índice de área foliar<br />

(IAF), usado para estimar a temperatura do ar, podem produz erros significativos no<br />

BOL tendo um baixo impacto na variabilidade espacial da radiação de onda longa<br />

atmosférica.<br />

A distribuição espacial do saldo de radiação é apresentada na 4.30d. O saldo de radiação<br />

variou entre 274,33 a 420,69 W/m 2 com desvio padrão de 30,33 W/m 2 e média de<br />

354,<strong>80</strong> W/m 2 . O saldo de radiação seguiu o aumento da elevação. Isto está de acordo<br />

com as observações de Konzelmann et al. (1997). No entanto, Wenzel et al. (1997)<br />

198


encontraram um decréscimo no saldo de radiação com a elevação. Oliphant et al.<br />

(2003), estudando a magnitude e as causas da variabilidade espacial dos fluxos<br />

radiativos da superfície numa bacia da Nova Zelândia, concluíram que os valores<br />

médios dos componentes da radiação podem ser mais ou menos lineares com relação à<br />

elevação, mas a variabilidade espacial difere drasticamente em função da complexidade<br />

do terreno.<br />

4.6.4 Evapotranspiração potencial<br />

A evapotranspiração é o processo do ecossistema que controla a perda de água por<br />

evaporação e por transpiração dos vegetais. Na ausência de advecção, a estimava da<br />

evapotranspiração potencial (ETP) pode ser feita usando o método de Priestly-Taylor.<br />

Este método foi aplicado para pontos selecionados do Parque Nacional do Itatiaia e em<br />

seguida interpolados por krigeagem.<br />

Apresentam-se a seguir os resultados das análises geoestatísticas aplicadas sobre a<br />

evapotranspiração potencial (ETP) estimada pelo método de Priestly-Taylor. Na 4.31<br />

mostram-se os semivariogramas obtidos sobre a área do Parque Nacional do Itatiaia.<br />

199


FIGURA 4.31 - Semivariogramas ajustados ao modelo esférico para evapotranspiração<br />

potencial das 271 amostras do Parque Nacional do Itatiaia, em que |h| é<br />

à distância de lags em graus, Y(|h|) é o semivariograma.<br />

Em geral, os valores dos semivariogramas mensais aumentam com a distância, exibindo<br />

flutuações mais ou menos aleatórias em torno de um valor constante. O modelo teórico<br />

que se ajustou melhor ao semivariograma experimental foi o tipo esférico. O método de<br />

Priestly e Taylor foi escolhido para fornecer uma estimativa da evaporação da área<br />

saturada, que se aplica à evaporação de uma superfície líquida grande o suficiente para<br />

200


que seja desprezível o efeito das bordas de transição. Entretanto, algumas incertezas<br />

existem quanto à performance desse método para cada ponto escolhido devido ao clima<br />

e as condições de umidade de cada local que variam durante o ano. Como conseqüência,<br />

podem ser esperados erros nos valores da ETP variando de local para local e de mês<br />

para mês. Note que o efeito pepita variou de 0,02 (fevereiro), 0,10 (abril), 0,03 (junho),<br />

0,12 (agosto), 0,14 (outubro) e 0,21 (novembro), ou seja, foi baixo nos meses de<br />

fevereiro, abril e junho e moderado em agosto, outubro e novembro, acompanhando a<br />

variabilidade da ETP diária. Resultados similares foram encontrados por MartínezCob e<br />

Cuenca (1992) aplicando o método de Penman e Montheith para obter ETP em Oregon,<br />

Estados Unidas da América.<br />

As médias mensais estimadas de irradiância solar incidente, do albedo, do balanço de<br />

radiação de onda longa, do saldo de radiação e da ETP para o ano de 2003 encontram-se<br />

na Tabela 4.2.<br />

TABELA 4.2 - Médias mensais de (2003) da irradiância solar estimada (I↓), do albedo<br />

(α BS ), do balanço de radiação de onda longa (BOL), do saldo de<br />

radiação (Rn), da precipitação da PCD Queluz e da evapotranspiração<br />

potencial (ETP) pelo método de Priestly e Taylor, para todo Parque<br />

Nacional do Itatiaia-RJ.<br />

Mês I↓<br />

(W/m 2 )<br />

α BS BOL<br />

(MJ/m 2 )<br />

R n<br />

(MJ/m 2 )<br />

ETP<br />

mm<br />

Pr<br />

(mm)<br />

ETP<br />

mm/dia<br />

Fev 577,8 0,14 -9,8 13,0 181,6 70,3 6,5<br />

Abr 436,7 0,12 -7,5 8,3 112,9 49,3 4,0<br />

Jun 432,5 0,12 -11,9 2,7 38,8 20,5 1,3<br />

Ago 401,4 0,12 -10,7 3,6 47,8 15,0 1,7<br />

Out 532,2 0,13 -9,9 11,1 151,8 215,8 5,4<br />

Nov 516,3 0,13 -7,3 13,9 191,8 155,8 6,8<br />

A ETP variou, respectivamente, de 38,8 a 191,8 mm ao mês, em junho e novembro,<br />

sendo mais alta nos meses de verão e baixa nos de inverno. No mês de junho, a perda de<br />

radiação para o espaço foi de -11,9 MJ/m 2 , resultante de dias de céu claro, que favorece<br />

maior saída de radiação de onda longa. Ao contrario do que acontece nos meses de<br />

fevereiro (-9,8 MJ/m 2 ) e outubro (-9,9 MJ/m 2 ) que apresentarm valores de Balanço de<br />

radiação de onda longa (BOL) alto, mas foram bem supridos por irradiância radiação<br />

solar incidente. Observou-se que o saldo de radiação (Rn) diminuiu nos meses de junho<br />

(2,7 MJ/m 2 ) e agosto (3,6 MJ/m 2 ), e aumentou nos outros. Nos meses de inverno, a<br />

201


precipitações medida na PCD de Queluz foi de 15,0 e 20,5 mm para junho e agosto,<br />

respectivamente, resultando na diminuição das ETP (38,8 e 47,5 mm). Nos meses de<br />

primavera e verão, a precipitação oscilou de 215,8 mm (outubro) a 70,3 mm (fevereiro),<br />

enquanto que a ETP também aumentou atigindo o valor de 191,8 mm em novembro. A<br />

variabilidade da ETP dependente extremamente das componentes do saldo de radiação.<br />

Oliphant (2000) também observou um forte controle na variação espacial da ETP com<br />

as componentes de Rn na bacia de Tekapo na Nova Zelândia.<br />

Os mapas de ETP mensais e de elevação interpolados por krigagens ordinárias são<br />

mostrados na 4.32. De forma genérica, os contornos krigados foram suaves, seguindo as<br />

principais feições da topografia.<br />

202


Latitude (°)<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

ETP - FEVEREIRO 2003<br />

ETP - JUNHO 2003<br />

ETP - ABRIL 2003<br />

ETP - AGOSTO 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-22.25<br />

-22.30<br />

ETP - OUTUBRO 2003<br />

ETP - NOVEMBRO 2003<br />

Latitude (°)<br />

-22.35<br />

-22.40<br />

-22.45<br />

-22.50<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

mm/dia<br />

Longitude (°)<br />

-45.00 -44.90 -44.<strong>80</strong> -44.70 -44.60 -44.50<br />

Longitude (°)<br />

mm/dia<br />

FIGURA 4.32 - Evapotranspiração potencial diária modelada por krigeagem na região<br />

do Parque Nacional do Itatiaia.<br />

A distribuição espacial da ETP diária do fevereiro variou entre 5,5 e 7,5 mm ao dia,<br />

com valor médio de toda a área de 6,5 mm (Tabela 4.2). Pode-se notar marchas<br />

homogêneas que abrangem a serra e o vale. Em abril, o intervalo de variação da ETP<br />

oscilou entre 2,1 e 6,0 mm (média 4,1 mm), mesmo assim a ETP, ainda diferencia a<br />

serra do vale. No início do inverno, a ETP atingiu valor mínimo de 0,1 a 2,9 mm. A<br />

variabilidade da ETP em junho foi bastante acentuada. Em agosto, o intervalo de<br />

variação da ETP variou entre 0,1 a 3,7 mm (média 1,7 mm), mas observa-se que a ETP<br />

da serra é menor do que a vale.<br />

203


Nota-se claramente a diferença entre a serra e vale em outubro, pois a ETP acompanhou<br />

a variação da elevação variando de 3,0 a 7,5 mm (média de 5,4 mm). Finalmente, em<br />

novembro o regime da ETP da serra é bem mais inferior a do vale apresentando valores,<br />

em geral, entre 4,3 e 9,1 mm.<br />

De acordo com os resultados, a ETP diária obtida pelo método de Priestley-Taylor<br />

acompanhou a topografia local decrescendo das baixas para as altas elevações. Os<br />

valores de ETP foram moderados quando comparado com os obtidos por Sansigolo<br />

(2002) para Piracicaba no verão (4,5 mm/dia) e próximos a 1,0 mm/dia no inverno. De<br />

acordo com Stull (1988), o método de Priestley-Taylor pode produzir fluxos incorretos<br />

quando a advecção for negligenciada. Embora uma possível solução seja aumentar o<br />

valor do fator de ajuste de Priestley-Taylor (α PT ), alguns pesquisadores preferem<br />

adicionar o termo de advecção (Morton, 1975; Singh e Taillefer, 1986).<br />

204


205


CAPÍTULO 5<br />

CONCLUSÕES<br />

Esta pesquisa demonstra que é possível viabilizar a integração dos modelos MT-CLIM e<br />

TOPORAD com produtos dos satélites Terra e GOES 12, para modelar as condições<br />

microclimáticas de uma região montanhosa. O código do modelo MT-CLIM é flexível,<br />

permitindo introduzir informações da irradiância solar incidente atenuada por nuvem,<br />

dados de estações meteorológicas e de satélites. Os elementos climáticos de um local<br />

modelados pelo MT-CLIM são inferidos a partir das condições reinantes da estação<br />

meteorológica, ou seja, das temperaturas mínima e máxima, precipitação e do<br />

coeficiente de irradiância atenuada por nuvens no local da estação. Observou-se que o<br />

modelo MT-CLIM superestima os valores de temperatura mínima (20%).<br />

A temperatura mínima estimada é função somente da taxa de decréscimo de temperatura<br />

com a altura, não sendo consideradas parametrizações das condições de resfriamento<br />

radiativo noturno que governa as trocas de energia próximas à superfície. Isto pode<br />

causar erros nessa estimativa da temperatura mínima do ar. Sugere-se a utilização de<br />

imagens de temperatura da superfície terrestre noturnas obtidas dos dados do sensor<br />

MODIS para modelar o comportamento da trocas de energia superfície-atmosfera por<br />

meio do balanço de onda longa para, em seguida, determinar um fator de correção que<br />

possa minimizar a discrepância dos valores observados e estimados de temperatura<br />

mínima do ar estimada pelo modelo MT-CLIM.<br />

A temperatura máxima do ar simulada pelo modelo MT-CLIM antes da modificação<br />

dependia somente da taxa de decréscimo de temperatura máxima. O modelo MT-CLIM<br />

foi aprimorado considerando a irradiância solar incidente derivada do TOPORAD,<br />

campos de nuvem e cobertura do terreno. O modelo MT-CLIM foi modificado de modo<br />

que atendesse a variabilidade no campo de irradiância solar incidente provocada por<br />

nuvens. As imagens de cobertura de nuvens são fornecidas pelo satélite GOES 12 a<br />

cada 30 min e nos horários que não coincidem com a hora da temperatura máxima do ar<br />

206


(14h00). Assim, as médias mensais da cobertura e da reflectância de nuvens foram<br />

derivadas dos dados do sensor Imager/GOES 12 do horário das 14h45 para o ano de<br />

2003, ou seja, 45 min após a temperatura do ar atingir o seu valor máximo.<br />

Estas limitações causaram erros grosseiros na estimativa de irradiância solar incidente<br />

conseqüentemente afetando a estimativa da temperatura máxima do ar no MT-CLIM.<br />

Além disso, a irradiância solar incidente modelada pelo TOPORAD utiliza dados de<br />

albedo do sensor MODIS e do banco de dados de propriedades atmosféricas regionais,<br />

GADS. Para fins de escala espacial local, os dados do albedo do MODIS são bons para<br />

atender a modelagem da irradiância solar, mas precisam ser utilizados com cautela,<br />

pois, ainda, encontram-se em fase de melhoramento. Já o GADS, por abranger a mesoescala,<br />

não representa as condições reinantes do local de estudo. Neste caso, uma<br />

alternativa seria utilizar dados de parâmetros atmosféricos derivados do sensor MODIS<br />

com resolução espacial de 10 km.<br />

A cobertura do terreno, representada pelo índice de área foliar (IAF), também<br />

influênciou a estimativa da temperatura máxima do ar. Nesta pesquisa, o IAF foi<br />

mantido constante para os 271 pontos amostrados da Serra da Mantiqueira. Este valor é<br />

não realístico, pois a área apresenta diferentes tipos de cobertura tais como: afloramento<br />

rochoso, floresta de Montana e pastos. Sugere-se a utilização de imagens de IAF<br />

derivadas do sensor MODIS para obtenção de valores mais realísticos de IAF desta<br />

área.<br />

As estimativas das taxas de decréscimo de temperaturas mínima e máxima com<br />

elevação foram baseadas nos dados de radiossondagens de São Paulo. O ideal seria<br />

estimar as taxas de decréscimos de temperatura usando dados de temperaturas mínima e<br />

máxima de diversas estações em diferentes altitudes distribuídas no vale e na serra.<br />

Atualmente, na Serra da Mantiqueira, existem apenas duas PCDs instaladas que podem<br />

ser usadas para determinar as taxas de decréscimo de temperatura com a altitura.<br />

Tendo em mente as fontes de incertezas e as possibilidades de melhorias futuras, foram<br />

produzidos mapas de regimes microclimáticos e de evapotranspiração em escala<br />

temporal mensal. Em geral, temperaturas máxima, mínima, irradiância solar incidente,<br />

207


déficit de pressão de vapor e amplitude térmica do ar acompanharam as feições do<br />

terreno montanhoso e suas variabilidade de cobertura da terra. A temperatura média do<br />

ar resultante da modelagem do modelo MT-CLIM foi comparada com produto de<br />

temperatura da superfície correspondente do sensor MODIS. Isto demonstra o potencial<br />

do acoplamento dos modelos MT-CLIM e TOPORAD combinados com técnicas de<br />

sensoriamento remoto na modelagem das condições micrometeorológicas, que foram<br />

utilizadas para estimar evapotranspiração potencial.<br />

O produto emissividade do sensor MODIS não consegue detectar variações nas feições<br />

do terreno devido à resolução espacial e, também pelo fato do algoritmo utilizar um<br />

único tipo de cobertura da terra para caracterizar a emissividade. Uma alternativa foi<br />

estimar e produzir mapas de emissividade da superfície a partir de dados do NDVI do<br />

sensor MODIS usados no modelo de Valor e Caselles (1996). A principal limitação<br />

desse método é a falta de medidas de refletâncias nas bandas do vermelho e do<br />

infravermelho próximo do solo exposto e da vegetação na área. Outro problema<br />

observado é que para NDVI ≤ 0,2, o modelo de Valor e Caselles não conseguiu<br />

diferenciar água de solo exposto. A emissividade média espectral espacializada<br />

representou melhor a topografia do terreno, com valores compatíveis com os observados<br />

na literatura. Mesmo assim, esse modelo precisa ser aprimorado para regiões de<br />

topografia acentuada, uma vez que o modelo de Valor e Caselles (1996) foi<br />

desenvolvido para calcular a ETP de culturas agrícolas em regiões planas. Sugere-se a<br />

realização de campanhas de campos para obtenção das reflectâncias espectrais do solo<br />

exposto e da vegetação para avaliar as incertezas da emissividade modelada por Valor e<br />

Caselles. A validação da emissividade em alguns locais da serra será útil para saber o<br />

erro da emissividade derivada dos dados do MODIS.<br />

A comparação dos resultados de temperatura do ar obtido de PCDs com a temperatura<br />

da superfície dos produtos do sensor MODIS (MOD11) foi realizadas para saber se o<br />

ciclo da temperatura da superfície terrestre acompanha o da temperatura do ar na hora<br />

da passagem do satélite Terra. Os resultados confirmaram este comportamento. A<br />

temperatura da superfície terrestre (TST) na hora da passagem do satélite foi<br />

considerada como igual à média diária e, integraram-se todas as imagens diárias de TST<br />

208


cada mês para obter a média mensal da temperatura da superfície. Isto produz incertezas<br />

nas estimativas do balanço de radiação e, conseqüentemente, na evapotranspiração<br />

potencial.<br />

As estimativas mensais de saldo de radiação e do balanço de onda longa foram<br />

derivadas dos dados de temperaturas mínima e média, irradiância solar obtidas do<br />

Modelo MT-CLIM, enquanto que o albedo, a emissividade e a temperatura da superfície<br />

obtida do sensor MODIS e inclinação e fator de visada do céu do modelo TOPORAD.<br />

A emissividade atmosférica influenciou bastante a estimativa do balanço de radiação,<br />

pois varia em função dos constituintes atmosféricos. As componentes do balanço de<br />

radiação aumentaram com a elevação. O fluxo mensal de calor do solo foi considerado<br />

igual à zero.<br />

A modelagem da evapotranspiração potencial (ETP) é importante para se ter uma<br />

estimativa do consumo hídrico de floresta e pastagem presentes na serra da Mantiqueira.<br />

Modelar a evapotranspiração não é fácil, pois é um processo que varia extremamente<br />

em função das condições atmosféricas, da topografia e, sobretudo da advecção de calor<br />

sensível. A ETP foi estimada utilizando-se o método de Priestley-Taylor que por sua<br />

vez não considera a advecção. A ETP decresceu com a elevação. Para produzir<br />

modelagens mais realísticas de ETP sugere-se a introdução de um fator de correção para<br />

advecção.<br />

Uma fonte de incerteza para a ETP diária são os dados derivados de imagens de satélite<br />

tais como: o albedo, a emissividade e a temperatura da superfície terrestre, os quais são<br />

produzidos para as 10h30 (hora local). No cálculo diário da ETP foi considerado o<br />

albedo, a NDVI, a emissividade e a temperatura da superfície terrestre para esse horário.<br />

Para melhorar a modelagem de ETP, sugere-se o uso de dados dos sensores MODIS<br />

(10h30) e ACQUA (13h30 hora local) do satélite Terra para encontrar valores médios<br />

diários de albedo e emissividade temperatura da superfície terrestre.<br />

Além das considerações feitas anteriormente e com base nos resultados obtidos para as<br />

condições impostas à aplicação dos modelos TOPORAD e MT-CLIM e suas<br />

modificações, constatou-se, ainda, que:<br />

209


1) A água depositada sobre superfície foi uma das responsáveis pela diferença<br />

de intervalos entre o albedo do produto MOD43B3 e o do Landsat-7;<br />

2) A comparação entre a irradiância solar horária estimada pelo modelo<br />

TOPORAD com a medida por um piranômetro demonstrou boa<br />

concordância ao nível de confiança de 99%;<br />

3) A validação do modelo MT-CLIM em locais horizontais planos apresentou<br />

diferenças entre PCDs na temperatura máxima do ar de 2,5°C e de 2,0°C de<br />

PCD para Posto de Taubaté; a temperatura mínima do ar de 1,4°C (PCD e<br />

PCD) e 1,6°C (PCD e posto), enquanto que a temperatura média do ar de<br />

1,5°C para ambos os casos; Em diferentes elevações, o modelo superestimou<br />

a umidade relativa, as temperaturas mínima, máxima e a média do ar entre<br />

PCDs;<br />

4) Os melhores resultados foram obtidos de extrapolações da estação<br />

meteorológica de Taubaté para a PCD Campos do Jordão apresentando boas<br />

correlações lineares de temperatura média do ar de 0,64 a 0,82 (erros de 3,7 a<br />

4,9°C), de temperatura mínima do ar de 0,71 a 0,82 (erros de 3,5 a 5,0°C), de<br />

temperatura máxima do ar de 0,63 a 0,78 (2,3 a 3,4°C) e da umidade relativa<br />

do ar variou de 9,9 a 24,8%. Os erros nas estimativas das temperaturas<br />

aumentaram com a distância e a diferença de elevações entre as PCDs em<br />

relação à PCD Campos do Jordão.<br />

5) O déficit de pressão de vapor e as temperaturas máxima e mínima do ar<br />

decresceram com o aumento da elevação sob condições de céu claro ou de<br />

céu nublado;<br />

6) Os valores de emissividades espectrais das áreas de florestas e de pastagens<br />

estão de acordo com os valores típicos encontrados na literatura;<br />

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223


APÊNDICE<br />

Semivariogramas<br />

A) Temperatura máxima do ar<br />

Com nuvem<br />

Sem nuvem<br />

224


B) Temperatura mínima do ar<br />

225


C) Amplitude térmica do ar<br />

226


D) Defícit de pressão de vapor<br />

Ccéu claro<br />

Céu nublado<br />

E) Radiação solar incidente<br />

227


F) Temperatura e emissividade da superfície<br />

228


G) Componentes do balanço de radiação<br />

229


PUBLICAÇÕES TÉCNICO-CIENTÍFICAS EDITADAS PELO INPE<br />

Teses e Dissertações (TDI)<br />

Manuais Técnicos (MAN)<br />

Teses e Dissertações apresentadas<br />

nos Cursos de Pós-Graduação do<br />

INPE.<br />

Notas Técnico-Científicas (NTC)<br />

São publicações de caráter técnico<br />

que incluem normas, procedimentos,<br />

instruções e orientações.<br />

Relatórios de Pesquisa (RPQ)<br />

Incluem resultados preliminares de<br />

pesquisa, descrição de equipamentos,<br />

descrição e ou documentação de<br />

programa de computador, descrição de<br />

sistemas e experimentos, apresentação<br />

de testes, dados, atlas, e documentação<br />

de projetos de engenharia.<br />

Propostas e Relatórios de Projetos<br />

(PRP)<br />

Reportam resultados ou progressos de<br />

pesquisas tanto de natureza técnica<br />

quanto científica, cujo nível seja<br />

compatível com o de uma publicação<br />

em periódico nacional ou internacional.<br />

Publicações Didáticas (PUD)<br />

São propostas de projetos técnicocientíficos<br />

e relatórios de acompanhamento<br />

de projetos, atividades e convênios.<br />

Publicações Seriadas<br />

Incluem apostilas, notas de aula e<br />

manuais didáticos.<br />

Programas de Computador (PDC)<br />

São os seriados técnico-científicos:<br />

boletins, periódicos, anuários e anais<br />

de eventos (simpósios e congressos).<br />

Constam destas publicações o<br />

Internacional Standard Serial Number<br />

(ISSN), que é um código único e<br />

definitivo para identificação de títulos<br />

de seriados.<br />

São a seqüência de instruções ou<br />

códigos, expressos em uma linguagem<br />

de programação compilada ou interpretada,<br />

a ser executada por um<br />

computador para alcançar um determinado<br />

objetivo. São aceitos tanto<br />

programas fonte quanto executáveis.<br />

Pré-publicações (PRE)<br />

Todos os artigos publicados em<br />

periódicos, anais e como capítulos de<br />

livros.

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