tradicionalmenteinovador - Brazil Buyers & Sellers

TRADICIONALMENTEINOVADOR
O único com Tecnologia NT
Eco Comunicação
Dithane* NT é o fungicida que acompanha a velocidade das mudanças!
[ * ] – Marcas Registradas de Dow AgroSciences.
Tradicionalmente inovador é usado por gerações no controle
preventivo de diversas doenças da cultura da Batata, Maçã, Tomate e Uva.
Dithane* NT tem maior aderência – resiste à lavagem pelas águas da chuva.
Dithane* NT é proteção também para mais de 30 culturas.

Inor Ag. Assmann
1

EXPEDIENTE . Publishers and editors
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor Presidente: André Luís Jungblut
Diretor de Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor Comercial: Raul José Dreyer
Diretor Administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor Industrial: Paulo Roberto Treib
Ficha
Rua Ramiro Barcelos, 1.224,
CEP: 96.810-900,
Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: redacao@anuarios.com.br
comercial@anuarios.com.br
Site: http://www.anuarios.com.br
Anuário Brasileiro de Hortaliças 2011
Editor: Romar Rudolfo Beling
Editora assistente: Angela Zamberlan Vencato
Textos: Benno Bernardo Kist e Erna Regina Reetz
Colaboração: Angela Zamberlan Vencato, Cleiton Santos, Cleonice de Carvalho,
Erna Regina Reetz, Heloísa Poll e Romar Rudolfo Beling
Supervisão: Romeu Inacio Neumann
Tradução: Guido Jungblut
Fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann) e divulgação de empresas e entidades
Projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado
Arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila
Edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado e Juliane Mai
Marketing: Maira Trojan Bugs, Andréa Lenz e Rafaela Jungblut
Supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado
Distribuição: Simone de Moraes
Impressão: Coan Gráfica e Editora, Tubarão (SC)
ISSN 2178-0897
É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited.
A636
Anuário brasileiro de hortaliças 2011 / Benno Bernardo
Kist ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul:
Editora Gazeta Santa Cruz, 2011.
88 p. : il.
ISSN 2178-0897
1. Horticultura - Brasil. 2. Hortaliças. I. Kist, Benno Bernardo.
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
CDD : 635
CDU : 635
Sílvio Ávila
2

SUMÁRIO . Summary
06 >> Apresentação . Introduction
10 >> PRODUÇÃO . Production
26 >> MERCADO . Market
38 >> AS PRINCIPAIS . Main
70 >> TECNOLOGIA . Technology
84 >> EVENTOS . Events
Sílvio Ávila
4

Sopa de
legumes
A diversidade de climas e de solos
nas dimensões continentais do Brasil
permite a produção, no território nacional,
nas mais diferentes épocas do
ano, de praticamente qualquer espécie
de hortigranjeiro em que se pretenda
investir. Essa condição, estratégica num
cenário global, favorece os produtores
brasileiros em sua meta de responder
pelo abastecimento do enorme mercado
doméstico, caracterizado por
quase 200 milhões de consumidores.
Além de a cadeia ter como perspectiva
imediata a demanda significativa
e crescente dentro do próprio País, a
infraestrutura montada para o cultivo,
para o escoamento e para a industrialização
cada vez mais autoriza a confiar
na expansão das clientelas internacionais.
Amplitude no mix de produtos e
regularidade na oferta são argumentos
que pesam a favor dos hortigranjeiros
“made in Brazil”.
E uma vez que esses produtos típicos
de hortas ou de ambientes de
granja constituem alimentos básicos
na dieta de qualquer pessoa, é evidente
que a economia apoiada na produção
dessas espécies também assume
um... colorido todo especial. De norte a
sul, de leste a oeste, os brasileiros têm
suas preferências e consomem hortaliças
que, aos olhos dos demais, muitas
vezes soam exóticas. Em alguns casos,
imigrantes oriundos de diferentes
regiões do planeta, e que aqui aportaram
ao longo dos séculos XIX e XX,
trouxeram suas guloseimas e suas...
surpresinhas, hoje perfeitamente incorporadas
à dieta regional.
Mas é evidente que, a exemplo de
outras nações, os brasileiros têm no
topo de consumo as grandes vedetes
comerciais. É o caso de: folhosas, tomate,
batata, batata-doce, aipim, cebola,
cenoura e alho, dentre outras. A essas
segue-se uma extensa lista, que
vai muito além de 100 itens,
facilmente identificáveis
em supermercados, feiras
rurais, centrais de abastecimento
e mercearias de
bairro. Em cor, sabor, aroma
e benefícios à saúde,
o que se sabe é que não
pode haver qualidade de
vida sem que haja algum
desses hortigranjeiros na
mesa.
Justamente para assegurar que não
falte nem qualidade nem quantidade
nas hortaliças, em condições de alimentar
a população interna e chegar
aos mercados demandantes no exterior,
os segmentos de apoio se unem.
Em pesquisa e inovação tecnológica, a
preocupação é responder rapidamente
às necessidades levantadas na produção
e na industrialização.
Aproximando e fortalecendo toda
essa estrutura, as entidades e as instituições
que representam o setor se
organizam a fim de compartilhar conhecimento
e difundir novas técnicas.
O Anuário Brasileiro de Hortaliças
2011, na segunda edição deste título
no portfólio da Editora Gazeta, alia-se
a este importante esforço de divulgação.
No final de tudo, o objetivo de cada
u m
desses
atores é –,
a exemplo
do que, lá no
campo, persegue
o produtor
– um só: garantir
alimento nutritivo
e saboroso, que deixe
sempre um gostinho de... quero
mais. Não por acaso, uma das
preferências absolutas do brasileiro, e
certamente de todos que prezam uma
refeição completa, é a famosa sopa de
legumes. O povo sabe o que é bom.
6

Inor Ag. Assmann
7

Legume
soup
The different climates and soils in
Brazil’s continental dimensions allow
for the production, in national territory,
during all seasons of the year, of almost
any chosen horticultural crop. Such a
condition, strategic in a global scenario,
favors the Brazilian growers in their targets
to supply all the domestic needs,
characterized by almost 200 million
consumers.
Besides the perspectives for soaring
and significant demand in the domestic
market, the infrastructure created for
the cultivation, transportation and industrialization
of the products heralds
a new era in the scenario of our international
clients. A vast mix of products
and regular supplies are arguments
that deeply support all horticultural
products made in Brazil.
And as these typical products from
gardens and farms constitute basic
staples in the diet of any human being,
it goes without saying that any economy
that counts on these products also
assumes a…very special color. From
north to south, west to east, Brazilians
have their preferences and go for vegetables
that, in the eyes of other people,
often sound exotic. In some cases, immigrants
from remote corners of the
planet, who arrived here during the
19 th and 20 th centuries, brought their
delicacies and their ... little surprises,
now perfectly incorporated into our
regional diets.
It is quite obvious that, following on
the heels of other nations, the commercial
highlights are mostly consumed by
8

Sílvio Ávila
the Brazilian people. Within this context,
the following horticultural products
come in: leafy vegetables, tomatoes, potatoes,
sweet potatoes, cassava, onions,
carrots and garlic, and others. These are
followed by a vast list that comprises
upwards of 100 items, all of them easily
detected in supermarkets, rural fairs,
supply centers and local grocery stores.
In color, taste, aroma and health benefits,
what is known is that there could
possibly be no quality of life without
some of these products on the table.
To make sure that there is no shortage
of quality or quantity of vegetables
to fill the needs of the domestic market,
thus avoiding imports, the support segments
join efforts. In terms of research
and technological innovation, the concern
is to respond fast to the production
and industrialization needs.
Approaching and strengthening
this structure, entities and institutions
that represent the sector get organized
in order to share knowledge and spread
expertise. The Brazilian Vegetable
Yearbook 2011, now at its second edition
at the portfolio of Editora Gazeta,
joins this relevant publicity effort.
After all, the goal of each of these
actors is, - just like what out there in
the field the growers pursue – just one:
to ensure the supply of nutritious and
delicious food that leaves an aftertaste
of … want more. Not by chance, one of
the preferences by Brazilian people, and
all those who go for a full meal, is the
renowned legume soup. People know
what is good.
9

PRoDUÇÃo . Production
Voo
planado
RECEITA GERADA
EM 2009 CHEGOU
A R$ 24 BILHÕES
A
10

CULTIVo de hortaliças, que teve grande incremento em três
décadas, encontra-se estabilizadO nos últimos anos no Brasil
Inor Ag. Assmann
A produção brasileira de hortaliças
alçou voos altos nos últimos 30 anos,
graças a grandes aumentos de produtividade
por área proporcionados
pela adoção de novas tecnologias. A
área praticamente não se alterou e até
diminuiu um pouco, ficando em torno
de 800 mil hectares nesse período
e tendo atingido o máximo em 1998,
quando chegou a 838 mil ha. No período,
o rendimento físico por unidade
de área mais que dobrou, alcançando
a 102% de acréscimo ao passar de
10,905 toneladas por hectare em 1980
para 22,029 t/ha em 2009.
Os últimos dados oficiais do setor
como um todo, disponíveis em meados
de 2011, são transmitidos pela Embrapa
Hortaliças, sediada em Brasília
(DF), e referem-se a 2009. A produção
naquele ano atingiu a 17,8 milhões de
t, das quais oito produtos selecionados
(batata, tomate, cebola, alho, cenoura,
batata-doce e as chamadas frutas olerícolas
– melancia e melão) representam
73% do total.
O volume diminuiu 7,63% em relação
a 2008, ocorrendo redução em batata
(inglesa e doce), alho e outras culturas
devido a fatores climáticos, entre
outros. O valor recebido, contudo, cresceu,
passando de R$ 20,2 bilhões para
R$ 24,2 bilhões, reafirmando a grande
representatividade econômica do setor,
que também se estende ao social,
com a geração de mais de 7,3 milhões
de empregos.
Em relação a 2010, identifica-se reação,
pelo menos nas principais culturas
e nas suas áreas de produção mais expressivas,
conforme levantamentos de
equipe do Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,
vinculada à Universidade de São
Paulo (Cepea/Esalq/USP). As hortaliças
pesquisadas – cebola, batata, cenoura
e tomate – apresentaram crescimento
médio de área na ordem de 8,7%, por
conta do bom desempenho financeiro
anterior. A previsão é de manutenção
do mesmo nível de investimentos em
2011.
>> MAIOR QUE POPULA-
ÇÃO Dado levantado pela Embrapa
Hortaliças mostra que, em três décadas,
a produção olerícola avançou mais
que a população (99,4% contra 61,5%).
Assim, a disponibilidade de hortaliças
passou de 75,400 quilos/habitante/
ano para 93,112 kg/hab/ano. Essa situação
certamente contribuiu para estabilizar
a produção, juntamente com
dados recentes de leve redução no
consumo. Esse fato faz colocar as campanhas
para atração de consumidores
entre as principais estratégias atuais
do setor, visto que o mercado interno
responde por mais de 98% do destino
dos produtos. A exportação ainda é
fraca, enquanto as importações têm
aumentado, o que igualmente preocupa.
Na comercialização se inserem
também propostas de valorização e
modernização dos canais públicos e
introdução de novas formas de atendimento
das exigências do mercado,
além de se buscar, em todo o setor
produtivo, a ocupação de espaços
ainda abertos, a atenção ao adequado
uso dos recursos naturais, a redução
de perdas, as melhorias logísticas e a
organização cada vez maior. Além disso,
pretende-se destacar o importante
perfil socioeconômico do setor, para
que possa receber a devida atenção e
ter as condições adequadas de sustentabilidade
e desenvolvimento.
11

Gliding flight
>> Production of vegetables
soared considerably
over the past three decades
and has now reached a
stable position in Brazil
Brazil’s vegetable production business has been flying
high over the past 30 years, thanks to rising productivity rates
per area derived from the use of new technologies. The planted
area has even decreased slightly, remaining at around 800
thousand hectares during this period, and reached its peak in
1998, when it rose to a total of 838 thousand hectares. Over
this period, yields per hectare almost doubled, soaring 102%
and jumping from 10.905 tons per hectare in 1980 to 22.029
t/ha in 2009.
The most recent data of the sector as a whole were released
in mid 2011, by Embrapa Vegetables, located in Brasília
(FD), and refer to 2009. Back then, production reached 17.8
million tons, of which, eight selected crops (potato, tomato,
onion, garlic, carrot, sweet potato and the so-called oleric fruit
– watermelon and melon) represented 73% of the total.
The volume went down 7.63% from 2008, and the highest
reductions occurred with the Irish and sweet potato crops,
along with smaller garlic volumes and other vegetables,
induced by climatic factors, for the most part. Nonetheless,
revenue generated by vegetables went up, jumping from R$
20.2 billion to R$ 24.2 billion, attesting to the huge economic
representativeness of the sector, reflecting on the social side
with the creation of upwards of 7.3 million jobs.
As for 2010, indications point to the reaction of the most
important crops and their more expressive planted areas,
according to a survey conducted by the Center for Advanced
Studies on Applied Economics of the Luiz de Queiroz College
of Agriculture, a division of the University of São Paulo (Cepea/Esalq/USP).
The surveyed vegetables – onion, potato,
carrot and tomato – showed an average planted area increase
of 8.7%, on account of the previous good financial
performance. The same amount of investments is expected
for 2011.
>> OUTSTRIPPING THE POPULATION Data released
by Embrapa Vegetables show that, over the past three
REVENUE
GENERATED IN
2009 AMOUNTED
TO R$ 24 BILLION
decades, the horticultural production volumes outstripped
the growth rate of the population (99.4% against 61.5%).
Therefore, consumption per person a year soared from 75.400
kilos to 93.112 kg. Such a situation certainly contributed towards
stabilizing the production volumes, along with recent
data pointing to slight reduction in consumption. This reality
includes the vegetable consumption campaigns, one of the
sector’s major strategies at the moment, since the domestic
market accounts for upwards of 98% of the destination of the
vegetables. Exports are still in their fledgling stage, while imports
have been rising, which is equally a cause for concern.
12

Sílvio Ávila
On the commercialization side, suggestions include value
adding proposals and the modernization of the public channels,
besides the introduction of new initiatives intended to
meet market requirements, along with efforts by the productive
sector geared towards moving into unchartered markets,
without overlooking the need to use the natural resources
appropriately, thus reducing losses, while seeking logistic
improvements and well planned moves. What is also worth
mentioning is the relevant socioeconomic profile of the sector,
grabbing all the attention it needs, while making sustainability
and development its preferred targets.
>> SEM SOBRESSALTOS . Smoothly
Evolução das hortaliças no Brasil
Ano
Área Produção Produtiv. Disponibilid.
(mil ha) (mil t) (t/ha) (kg/hab/ano)
1980 820 8.940 10,905 75,400
1990 789 11.710 14,835 79,882
2000 799 14.858 18,591 86,744
2001 802 16.077 20,044 92,493
2002 824 17.768 21,556 100,732
2003 817 18.115 22,166 101,210
2004 780 17.591 22,554 96,872
2005 786 17.379 22,115 95,395
2006 800 18.278 22,839 99,460
2007 817 18.940 23,194 102,957
2008 808 19.302 23,899 104,928
2009 809 17.829 22,029 93,112
Fontes: IBGE/FAO/Embrapa Hortaliças
13

Em busca
de saídas
>> Exportação brasileira de produtos
da horticultura ainda é muito pequena,
enquanto as importações seguem crescendo
Para se sobressair em terra estrangeira,
os produtos olerícolas nacionais
têm muito a avançar. Isso porque
menos de 2% do que é produzido
no Brasil é enviado ao exterior, o que
significou o embarque de 262,3 mil
toneladas em 2010 e receita de US$
213 milhões. Comparando os dados
de produção e exportação existentes
de 2009, o índice fica em 1,60%. As importações
do segmento, entretanto,
são maiores, mantendo e reforçando
o saldo negativo na balança comercial
do setor: atingiram volume de
865,5 mil t em 2010, levando ao dispêndio
de US$ 902,5 milhões.
Os números da venda externa vêm
apresentando redução desde 2007,
quando se alcançou a maior quantidade
exportada na década (366,2 mil t),
e 2008, ano em que se obteve o maior
valor nas operações (US$ 260,7 milhões).
Em relação a 2006, a economista
Nirlene Junqueira Vilela, da Embrapa
Hortaliças, de Brasília (DF), destaca que
houve crescimento: nestes cinco anos,
o montante enviado ao exterior é um
pouco superior (2,54%) e o valor chega
a apresentar evolução de 32,27%.
Quanto ao decréscimo verificado
recentemente e à pouca expressão
ainda registrada no comércio externo
da horticultura brasileira, a pesquisadora
comenta que a crise mundial e o
problema cambial têm isoladamente
seus efeitos, mas a oferta do mercado
mundial é decisiva. Entende, no
entanto, que o principal entrave às
exportações é a política comercial
protecionista dos outros países, que
cada vez mais lançam barreiras não
tarifárias no comércio internacional,
em particular aos produtos agrícolas,
nos quais a segurança alimentar é rigorosamente
exigida.
>> POR ITEM Os principais
produtos vendidos ao exterior são as
frutas também inseridas na olericultura:
melão e melancia, destacando-
14

Sílvio Ávila
se especialmente o primeiro, do qual
em 2010 foram exportadas 177,8 mil
toneladas, 6 mil a menos que no ano
anterior. Na venda de melancia ao
mercado externo, foram 10,7 mil t a
menos, ficando em 28,3 mil t. O tomate
também está entre os principais
itens embarcados, recuperando no
ano passado parte do volume destinado
ao exterior e alcançando a 11,2
mil t, mas ainda distante das quantias
exportadas no início da década.
Há ainda outros produtos menos
expressivos no consumo nacional que
encontram espaço em campo estrangeiro,
como o milho-doce, que recuperou
níveis do ano de 2007, com volume
negociado de aproximadamente 12,3
mil t no último ano. É o caso também
de gengibre e ervilha, que tiveram incremento
nos volumes embarcados
em 2010, chegando, respectivamente,
a 6,2 mil t e a 4,1 mil t. O capsicum
(pimentas e pimentões), de presença
sempre destacada, mostrou recuo nesse
período: ficou em 2,3 mil t.
Nas importações, batata, cebola e
alho continuam liderando o ranking
das operações que buscam suprir carências
na oferta local. A batata, que
estava na segunda colocação em 2009,
ocupa a primeira em 2010, com 276 mil
t compradas, ante 173,3 mil t do ano
anterior. Trocou posição com a cebola,
que registrou elevação em volumes
vindos do exterior, atingindo a 242,4 mil
t, contra 180,6 mil t do ano antecedente.
O alho ficou em níveis semelhantes de
uma temporada para outra, passando
de 151,7 mil t para 154,5 mil.
Tomate, ervilhas e lentilhas ainda
figuram em 2010 entre os itens com
quantias consideráveis e crescentes
de importação. Nessa lista constam as
sementes de hortaliças, apesar de terem
apresentado pequena redução. De
modo geral, a entrada de hortaliças de
outros países cresce a cada ano. Comparando
2010 com 2006, os números
totais elevaram-se em 57,40% no que
tange a volumes e 193,85% em receita.
A relação com o mercado externo,
pelos números que apresenta, é
mais um desafio importante para o
setor olerícola, na busca de soluções e
aproveitamento de oportunidades, de
modo a aumentar a saída e reduzir o
ingresso de produtos. A isso a crescente
organização e mobilização do setor
precisará dedicar sua atenção.
15

In pursuit of solutions
>> Brazilian exports of
agricultural products are
lagging behind, while imports
are on the rise
To work their way into foreign countries, Brazilian horticultural
products still have a long way to go. The fact is, less than
2% of what is produced in Brazil is sent abroad, which, nonetheless,
translated into the shipment of 262.3 thousand tons
abroad in 2010 and revenue of US$ 213 million. Comparing
the production and export figures of the year 2009, the rate
remains at 1.60%. The imports of the segment, nevertheless,
are bigger, maintaining and strengthening the negative trade
balance of the sector: imports reached a volume of 865.5 thousand
in 2010, at the cost of US$ 902.5 million.
The foreign sales figures have been declining since 2007,
the year that marked the highest amount sent abroad over
the decade (366.2 thousand tons), and in 2008, the year that
marked the highest revenue from exports (US$ 260.7 million.
With regard to 2006, economist Nirlene Junqueira Vilela, of Embrapa
Vegetables, in Brasília (FD), maintains that there was an
increase: over these five years, the amounts sent abroad were
slightly higher (2.54%) and revenue was up 32.27%.
As to the recent receding volumes and the negligible expression
of the Brazilian horticultural products in foreign trade operations,
the researcher comments that the global economic
downturn and the exchange rate policy have each their individual
share in this question, but global supplies play a decisive
role. Nevertheless, she understands that a major hurdle to
exports is the commercial protectionist policy in force in other
countries, which are increasingly launching non-tariff barriers
in the international marketplace, and such barriers overwhelmingly
involve agricultural products, where food safety is
strictly required.
>> BY ITEM The leading products shipped abroad are
fruit, which also fit into the horticultural context: melon and
watermelon, where the former stands out, of which, in 2010,
177.8 thousand tons were exported, down 6 thousand from
the previous year. Water melon shipments abroad suffered a
reduction of 10.7 thousand tons, remaining at 28.3 thousand
tons. Tomatoes are also included in the major export items, and
last year recovered part of the volume destined for abroad, with
a total of 11.2 thousand tons, but still distant from the amounts
exported at the beginning of the decade.
There are also several other products, though less expressive
in national consumption terms, finding their way into other
countries, like sweet corn, which recovered its 2007 export levels,
with a negotiated volume amounting to approximately
12.3 thousand tons last year. This is also the case of common
ginger and peas, which also celebrated the shipment of higher
volumes abroad, reaching 6.2 thousand tons and 4.1 thousand
tons, respectively. Capsicum plants (pepper and red pepper),
normally standing out in terms of volume, receded over the period:
reaching 2.3 thousand tons.
On the import side, potato, onion and garlic continue leading
these operations, and they fill the gap on the national supply
side. Potato exports, ranking second in 2009, have now climbed
to the first position, reaching 276 thousand tons in 2010, against
173.3 thousand the previous year.
Potatoes have exchanged positions with onions, which
registered higher volumes coming from abroad, totaling 242.4
16

thousand tons, against 180.6 in the previous year. Garlic imports
remained almost stable from one season to the next,
soaring from 151.7 thousand tons to 154.5 thousand.
Tomatoes, peas and lentils showed no changes in their import
trend in 2010 and are still on the list of the most imported
horticultural products, with volumes on the rise. The same list
also contains vegetable seed imports, though a small decline
was detected on that score. In general, imports of vegetables
from abroad have been rising year after year. Comparing 2010
to 2006, the total figures went up 56.40% in terms of volume
and 193.85% in revenue.
As far as the foreign market is concerned, judging from the
real figures, it is just one more challenge for the olericulture sector,
in pursuit of solutions and business opportunities, in an attempt
to ship bigger volumes abroad, while curbing the entrance of
vegetables. There lies the need for the sector to devote its attention
towards organizing and mobilizing its entire structure.
Inor Ag. Assmann
>> VIAJADAS . On the move
Exportações brasileiras de hortaliças em 2010
Produtos
Volume (kg)
Melão 177.828.525
Melancia 28.261.716
Milho-doce 12.267.621
Tomate 11.210.323
Gengibre 6.237.834
Ervilhas 4.146.628
Batata-doce 2.905.878
Capsicum 2.287.004
Cebola 1.239.531
Batata 999.425
Cenoura 546.671
Mostardas 530.841
Berinjela 147.666
Pepinos 118.687
Alho 92.336
Morangos 54.859
Grão-de-bico 48.411
Outras 13.426.357
Total 262.350.313
Fonte: Secex/MDIC
>> CHEGADAS . Arrivals
Importações brasileiras de hortaliças em 2010
Produtos
Volume (kg)
Batata 272.020.504
Cebola 242.414.164
Alho 154.511.542
Tomate 61.337.725
Ervilhas 47.950.760
Lentilhas 14.009.019
Sementes 11.614.568
Morangos 8.109.199
Grão-de-bico 6.983.064
Cogumelos/trufas 6.943.724
Mostardas 1.644.324
Milho-doce 1.428.715
Capsicum 1.138.983
Outras 31.434.500
Total 865.540.791
Fonte: Secex/MDIC
17

Inor Ag. Assmann
Brilho
ofuscado
>> Pesquisas APONTam que o consumo
de olerícolas no Brasil ainda é baixo,
o que mostra que há potencial
para incrementar a demanda
O setor olerícola tem no mercado
doméstico a quase totalidade do destino
de seus produtos, mas o consumo
não vem aumentando e inclusive
registrou pequeno decréscimo nos
últimos anos, apesar dos indicativos
de melhoria de renda da população.
A realidade traz desafios para o desenvolvimento
da atividade e motiva
iniciativas de estímulo a esse saudável
hábito alimentar.
Pesquisas de Orçamentos Familiares
do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), feitas nos anos
de 2002 e 2008, identificam recuo de
6,6% no consumo de hortaliças nesse
período. A média per capita anualmente
adquirida diminuiu de 29,00
quilos para 27,08 kg entre um ano e
outro. Produtos importantes na área
tiveram redução, como a batata inglesa,
na ordem de 23% (sem considerar
o item batata não especificada), enquanto
outros de relevância, como o
tomate, conseguiram praticamente
manter a performance. As frutas consideradas
também como olerícolas
nas estatísticas da Embrapa Hortaliças,
como melancia e melão, obtiveram
incrementos, o que no geral se
verificou na fruticultura, setor no qual
os apelos por maior consumo já surtiram
efeito.
Outro dado da pesquisa mostra
que houve avanço significativo, na ordem
de 37%, em aquisição de alimentos
preparados e misturas industriais.
Passou de 2,6 quilos por habitante
ao ano para 3,5 kg/hab/ano no ciclo
pesquisado, evidenciando uma opção
por alimentos prontos, enquanto as
hortaliças normalmente precisam ser
18

preparadas. Por outro lado, apurou-se
o incremento das refeições fora do lar,
o que pode influenciar nos números
de demanda apurados.
>> QUATRO CANTOS Em
termos de regiões, a aquisição de
produtos hortícolas foi menor na
maioria, com ênfase para o Sudeste e
seus grandes centros urbanos, onde
houve diminuição de 13,7% – queda
de 32,4 kg/hab/ano para 28,0 kg.
A maior região consumidora, o Sul,
também mostrou pequeno decréscimo
(de 39,3 kg/hab/ano para 38,6
kg), o mesmo ocorrendo nas de menor
consumo, Nordeste e Norte, que
ficaram, respectivamente, em 22,1
kg/hab/ano e 19,4 kg/hab/ano. A exceção
foi o Centro-Oeste, que registrou
incremento de 14,5%, passando
de 23,3 kg/hab/ano para 26,7 kg.
No foco restrito da renda, com outro
parâmetro de pesquisa do IBGE,
equipe na área de hortifruti do Centro
de Estudos Avançados em Economia
Aplicada da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada
à Universidade de São Paulo
(Cepea/Esalq/USP), observa que as
despesas com hortaliças tiveram leve
aumento entre a população mais pobre,
classe social na qual o consumo
per capita anual é de 19,02 kg. Entre
as classes média e rica, os volumes se
mantiveram e registraram, respectivamente,
29,35 kg/hab/ano e 39,71
kg/hab/ano. O grupo intermediário,
com renda entre três e 10 salários
mínimos, concentra o maior contingente
de pessoas e representa 49%
da demanda.
19

Shining faintly
>> Surveys show
that consumption of
horticultural products in
Brazil is sluggish, attesting
that there is potential for
boosting up demand
The horticultural sector is almost entirely focused on the
domestic market, where consumption has not been soaring,
but has receded slightly over the past years, in spite of the rising
purchasing power of the population. Reality represents a challenge
for the development of the activity and triggers the desire
to adhere to this healthy eating habit.
Family Budget Surveys conducted by the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE) in 2002 and 2008, identified
a reduction of 6.6% in the consumption of vegetables over the
period. The per capita average of annual purchases of these
products dropped from 29 kilos to 27 kilos, from 2002 to 2008.
Several related products, like Irish potatoes, receded 23% (without
considering the non-specified potato item), while other
relevant products, like tomatoes, managed to repeat their performance.
Such fruit as watermelons and melons, also taken
as olericultural products by Embrapa Vegetables, celebrated
higher sales, which was also the case of the fruit business in
general, a sector that has begun reflecting the campaigns that
make fruit more alluring to people.
Another facet of the survey points to significant strides,
about 37%, in the acquisition of pre-prepared foods and industrial
preparations. There was an increase from 2.6 kilos per
person a year to 3.5 kilos over the period in question, attesting
to the option for ready to eat foods, while vegetables, as a rule,
need to be prepared. On the other hand, the number of people
Inor Ag. Assmann
20

eating out has also gone up, which could have an influence on
the demand side.
>> FOUR CORNERS Considering the different regions,
the acquisition of horticultural products declined in the majority
of them, particularly in the Southeast and its huge urban
centers, where there was a decline of 13.7% — from 32.4 kg/
person/year to 28.0 kg. The leading consumer region, the South,
experienced a slight decrease (from 39.3 kg/person/year to
38.6 kg), and the same occurred in the smallest consumption
regions, Northeast and North, where consumption remained at
22.1 kg/person/year and 19.4 kg/person/year, respectively. The
exception was the Center-West, where consumption soared
14.5%, from 23.3 kg/person/year to 26.7 kg.
Regarding the restrict income side, based on another IBGE
survey parameter, the team of the Hortiftruti department at the
Center for Advanced Studies on Applied Economics, run by the
Luiz de Queiroz College of Agriculture, linked with the University
of São Paulo (Cepea/Esalq/USP) observe that the acquisition
of horticultural products experienced a slight increase among
the poor, a social class where per capita consumption reaches
19.02 kg a year. In the middle and upper classes volumes remained
stable at 29.35 kg/person/year and 39.71 kg/person/
year. The intermediate group, where income ranges from 3 to
10 minimum wages, is home to the biggest number of people
and represents 49% of total demand.
>> MÚLTIPLA ESCOLHA . Multiple choice
Consumo de hortaliças no Brasil (em kg/habitante/ano)
Culturas 2002 2008
Batata* 6,56 5,60
Tomate 5,00 4,92
Melancia 2,46 3,37
Cebola 3,47 3,23
Mandioca 2,27 1,77
Cenoura 1,75 1,55
Abóbora 1,20 1,19
Repolho 0,99 1,03
Alface 0,64 0,91
Chuchu 0,79 0,79
Batata-doce 0,75 0,64
Pimentão 0,62 0,58
Alho 0,40 0,49
Pepino fresco 0,48 0,48
Beterraba 0,42 0,48
Melão 0,36 0,46
Abobrinha 0,35 0,38
Inhame 0,42 0,37
Couve 0,13 0,33
Total 29,00 27,08
Fonte: POF/IBGE e Embrapa Hortaliças
*Inclui dados de batata inglesa e não especificada

Brigando por espaço
>> Ações nacionais de incentivo ao setor buscam impulsionar a
demanda por produtos olerícolas, atualmente considerada baixa
Importantes para a saúde humana,
as hortaliças ainda não garantiram
o espaço que deveriam na mesa dos
brasileiros, o que tem motivado ações
de estímulo ao consumo desses produtos
junto à população. Uma campanha
forte nessa direção, cujo slogan é
Consuma hortaliças diariamente: sua
saúde agradece, foi lançada em 2011
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa), por meio
da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
de Hortaliças. A iniciativa conta com
o apoio direto do novo Instituto Brasileiro
de Horticultura (Ibrahort) e do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae), além de
todos os organismos vinculados à Câmara,
como a Embrapa Hortaliças, de
Brasília (DF), e a Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab).
A Embrapa Hortaliças tem o tema
entre seus projetos, como o de Estratégias
de comunicação como ferramenta
de incentivo ao consumo de
hortaliças pelo público infantil. O foco
são as escolas públicas do Norte e Nordeste,
regiões que apresentam o menor
consumo. A Conab, por meio do
Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA), valoriza a compra de hortaliças
das regiões de produção, aliando-se
ao Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), no qual há obrigação
legal de inserção de produtos da agricultura
familiar. Nesse sentido, somamse
ações da companhia de apoio ao
fortalecimento do comércio familiar
de produtos básicos, como as feiras
livres e a revitalização das Centrais de
Abastecimento (Ceasas), via Programa
Brasileiro de Modernização do Mercado
Hortigranjeiro (Prohort).
Para o aumento do consumo, é
relevante a industrialização de mais
produtos e a pesquisa de mais variedades
para esse fim, além de melhorar
a logística de distribuição. Mas sempre
se reforça, como aponta o Instituto de
Tecnologia de Alimentos (Ital), de São
Paulo, a necessidade de responder às
tendências levantadas mundialmente
em termos de alimentos, como saudabilidade
e bem-estar, conveniência e
praticidade, e sensorialidade e prazer.
Nesse contexto, indicam-se produtos
funcionais (enriquecidos com
fibras e vitaminas), integrais, orgânicos,
com pouco açúcar e sódio, à base de
flores, plantas medicinais e com propriedades
cosméticas, com selos de
qualidade. Destaca-se também a preparação
de produtos em pequenas
porções ou embalados para consumo
individual (monodoses). São recomendados
ainda itens de maior valor
agregado (gourmet e premium), com
receitas regionais e aspectos diferenciados
(em sabor e embalagem, entre
outros).
>> VITAIS De modo geral, enfatiza-se
cada vez mais o que foi proposto
no 5º Congresso Pan-americano
de Incentivo ao Consumo de Frutas e
Hortaliças para a Promoção da Saúde,
realizado em setembro de 2009, em
Brasília (DF), pelo Ministério da Saúde
e outros parceiros, integrando-se também
a Associação Brasileira de Horticultura
(ABH). No seu relatório, é observado
que, de acordo com pesquisas,
o aumento do consumo de frutas e
hortaliças é uma das recomendações
nutricionais relacionadas à prevenção
e ao controle das doenças crônicas
não transmissíveis (obesidade, câncer,
diabetes mellitus e doenças cardiovasculares),
responsáveis pelas principais
causas de morbidade e mortalidade
no Brasil e por 70% dos gastos do Sistema
Único de Saúde (SUS).
É indicado que a pessoa consuma
pelo menos 400 gramas desses produtos
ao dia, mas o índice médio fica
bem abaixo no País – em torno de 132
gramas diários. No referido evento, o
expositor Carlos Augusto Monteiro, da
Universidade de São Paulo (USP), atestou
que a reduzida inclusão de frutas e
hortaliças na dieta é único fator de risco
com evidências confiáveis e quantificáveis
relacionadas às doenças e
mortes no mundo.
Robispierre Giuliani
22

Fighting for space
>> Nationwide actions seek
to drive the demand for
horticultural products,
now at sluggish pace
Important to human health, vegetables have not yet conquered
the space they should have on the Brazilian kitchen
tables, a fact that has triggered campaigns focused on encouraging
the consumption of these products. A very persuasive
campaign to this end, whose slogan is “Hold on to your
daily portions of vegetables: your health will be grateful for
it”, was launched by the Ministry of Agriculture, Livestock and
Food Supply (Mapa) in 2011, through the Sectorial Council of
the Vegetable Supply Chain. The initiative relies on the direct
support from the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort)
and from the Brazilian Service of Support to Micro and Small
Companies (Sebrae), besides all organs linked to the Council,
including Embrapa Vegetables, based in Brasília (DF), and the
National Supply Company (Conab).
Embrapa Vegetables has incorporated the theme into its
projects, like Communication strategies as a tool for encouraging
the consumption of vegetables by children. The main focus
are the public schools in the Northeast and North, regions where
consumption is lagging behind all other states. The Conab,
through the Foods Acquisition Program (PAA), gives priority to
purchasing the horticultural products in the regions where they
are produced, in line with the National School Meals Program
(PNAE), whereby it is mandatory to include products from family
farming operations. Within this context, also noteworthy are
the initiatives of the company towards strengthening the sales
of products from small-scale farms in fairs, along with the revitalization
of the Supply Centers (Ceasas), through the Brazilian
Program for Modernizing the Horticultural Market (Prohort).
If the idea is to boost consumption, this will require efforts
towards the industrialization of these products, together with
research works on more varieties destined for this purpose, besides
improving the distribution logistics. Furthermore, what
should never be overlooked, according to the Food Technology
Institute (Ital), in São Paulo, is the need to respond to the worldwide
trends in terms of food, such as healthiness and well-being,
convenience and practicality, sensoriness and pleasure.
Within this context, functional products are recommended
(enriched with fibers and vitamins), whole products, organic,
with little sugar and salt, flower-based products, plants with
medicinal and cosmetic properties, all bearing a quality label.
There is also a variety of small portion preparations or packed
for individual consumption (monodoses). Also recommended
are items of higher added value (gourmet and premium),
based on regional recipes and distinct aspects (in taste and
packaging, among others).
>> VITAL People are increasingly taking into consideration
what was proposed in the 5th Pan-American Congress on the
Consumption of Fruit and Vegetables for the Promotion of Health,
held in Brasília (DF) in September 2009, by the Ministry of Health
and other partners, jointly with the Brazilian Horticulture Association
(BHA). In its report, it is observed that bigger daily portions of
fruit and vegetables is one of the nutritional recommendations
related to the prevention and control of non-contagious chronic
diseases (obesity, cancer, diabetes mellitus and cardiovascular
conditions), responsible for the major causes of morbidity and
death in Brazil and for 70% of all money spent by Brazil’s National
Health Service (SUS).
The recommendation is for a person to consume at least
400 grams of these products a day, but the average in the
Country remains way below – something about 132 grams
a day. In the said event, exhibitor Carlos Augusto Monteiro, of
the University of São Paulo (USP), attested that the reduced inclusion
of fruit and vegetables in the daily diet is the only risk
factor that boasts reliable and quantifiable evidence related to
diseases and deaths around the globe.
23

À frente
>> Instituto Brasileiro da Horticultura (Ibrahort)
inicia ações na representação da cadeia produtiva
Diante da necessidade de um organismo
maior, com abrangência nacional,
para representar a cadeia produtiva
da horticultura e apresentar um
perfil socioeconômico do setor no País,
foi criado, no fim de 2010, o Instituto
Brasileiro da Horticultura (Ibrahort). A
constituição da entidade deu-se no
âmbito da Câmara Setorial da Cadeia
Produtiva de Hortaliças do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), a partir de oficina do
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae), e originou-se
da transformação do Instituto
de Desenvolvimento do Agronegócio
(Ideagro), que atuava desde 2006 na
Região do Alto Tietê, em São Paulo.
O Ibrahort propõe-se a consolidar a
organização social da cadeia hortícola,
por meio do conhecimento pleno do
setor para o seu desenvolvimento com
planejamento estratégico e valorização
da função social na geração de emprego
e renda. Reúne desde empresas, associação
de sementes e mudas, produtores
de insumos agrícolas e fornecedores
de embalagens, a varejistas, restaurantes,
cozinhas industriais e entidades
públicas. A entidade pretende oferecer
representação técnica, política e social,
bem como organizar a inteligência tecnológica
e mercadológica.
O marco inicial e histórico é fazer o
projeto Perfil Socioeconômico da Olericultura
no Brasil, que deverá trazer
a medida real e ampla do setor, com
uma tomada completa de informações
nas cinco regiões do Brasil. Os
dados levantados deverão servir de
base para as políticas públicas e os investimentos
privados na área, destaca
Carlos Schmidt, o primeiro presidente
eleito do Ibrahort.
Schmidt atua na gerência executiva
da Associação de Produtores e
Distribuidores de Hortifruti do Estado
de São Paulo (Aphortesp), criada em
2004, com sede no Sindicato Rural de
Mogi das Cruzes. Abrange a região do
Alto Tietê, Ibiúna, Vargem Grande Paulista,
São Roque, Piedade e arredores, e
é considerada exemplar na organização
do setor. Reúne 11 associados, um
também da região de Pouso Redondo
(MG), que atendem às exigências de
um rigoroso perfil profissional e legal,
além da parceria de cerca de 600 produtores
rurais da região, para os quais
buscam dar a melhor orientação.
Na consultoria do Ibrahort encontra-se
Renato Abdo, que era responsável
pelo Ideagro e preside a Câmara
Setorial de Hortaliças, Cebola e Alho do
Estado de São Paulo. O Ibrahort, acrescenta
Schmidt, tem ações também na
Agenda Estratégica do Mapa no período
2010-2015, juntamente com a
Câmara Setorial da Cadeia Produtiva
de Hortaliças. Ao mesmo tempo, está
apoiando, junto com o Sebrae, a campanha
Consuma hortaliças diariamente:
sua saúde agradece, desenvolvida
pelo ministério.
>> REFORÇO O setor registra
o lançamento recente, em junho de
2011, da Frente Parlamentar Mista em
Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros
(Pró-Horti), no Congresso
Nacional, com o apoio de mais de 200
parlamentares. Segundo o presidente,
o deputado federal Junji Abe, de São
Paulo, o grupo trabalha pela implantação
de políticas públicas direcionadas
às cadeias produtivas de verduras,
legumes, tubérculos, bulbos, frutas,
champignons, mel e derivados, aves
e ovos, pecuária de leite de pequeno
porte, flores e outros itens destinados
ao abastecimento do mercado interno,
para dar “mais atenção a essas categorias
excluídas de incentivos”.
A iniciativa, completa Abe, vai lutar
pela adoção de dispositivos que beneficiem
toda a cadeia produtiva, desde
pesquisa, desenvolvimento de variedades
e extensão rural, passando pela
fabricação e venda de insumos até canais
de comecialização dos produtos
finais.
24

At the front
through a thorough knowledge of the sector, for its development
through strategic planning, whilst valuing the social
role in the generation of jobs and income. It includes
companies, seedling and seed associations, producers of
farm inputs and suppliers of packaging, along with retailers,
restaurants, industrial kitchens and public entities. The
>> Brazilian Horticulture
entity intends to provide technical, political and social representation,
as well as organize market-oriented and technology-oriented
intelligence.
Institute (Ibrahort) engages
in granting the productive
The initial and historical mark is to work out the Socioeconomic
Profile of the Horticultural Chain in Brazil, which
chain a representative status
is supposed to contain the real and wide range of the sector,
with a complete set of information in the five regions across
Brazil. All data that is surveyed should serve as foundation
for public policies and private investments in the area, says
Carlos Schmidt, first elected president of the association.
Schmidt works in the executive management department
of the Hortifruti Association in the State of São Paulo
(Aphortesp), created in 2004, with its place of business at
the Rural Union Office in Mogi das Cruzes. It encompasses
the Alto Tietê region, Ibiúna, Vargem Grande Paulista, São
Roque, Piedade and surroundings, and is viewed as an exemplary
entity in the organization of the sector. The association
comprises 11 members, one from the region of Pouso
Redondo (MG), and they all comply with the requirements
of a strict professional and legal profile, besides the partnership
with approximately 600 growers in the region, who are
given the best directives.
Renato Abdo is Ibrahort’s consultant, and he used to be
responsible for the Ideagro and also presides over the Sectorial
Chamber of Vegetables, Onion and Garlic of the State of
São Paulo. The Ibrahort, Schmidt adds, is also engaged with
Mapa’s Strategic Agenda, over the 2010-2015 period, along
with the Sectorial Chamber of the Vegetables Productive
Chain. In the meantime, jointly with the Sebrae, it is lending
support to the campaign, “Consume vegetables every day:
your health will be grateful”, devised by the ministry.
In view of the need for a major organism, with a national
scope, to represent the horticulture production chain and
provide a socioeconomic profile for the sector in the Country,
the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) was created
in late 2010. The entity was constituted within the range
of the Sectorial Chamber of the Vegetable Production Chain
linked with the Ministry of Agriculture, Livestock and Food
Supply (Mapa), based on a workshop run by the Brazilian
Service of Support to Micro and Small Companies (Sebrae),
and it originated from the transformation of the Agribusiness
Development Institute (Ideagro), which had been operating
in the Alto Tietê region, in São Paulo, since 2006.
Ibrahort undertakes to consolidate the social organization
movement of the horticulture production chain,
Inor Ag. Assmann
>> REINFORCEMENT The sector registers the recent
launch, in June 2011, of the Joint Parliamentary Front for
the Defense of the Horti-Fruti-Flower Segment (Pró-Horti),
in National Congress, with the support from upwards of 200
parliament members. According to Junji Abe, president and
federal deputy for São Paulo, the group are engaged in implementing
public policies geared towards the production
chains of vegetables, legumes, tubers, bulbs and fruit, honey
and honey-based products, poultry and eggs, small-scale
dairy cattle operations, flowers and other items destined
for the domestic market, so as “to capture more attention to
these categories excluded from any incentive program”.
The initiative, Abe adds, is going to fight for the introduction
of devices that benefit the entire production chain,
from research to the development of varieties, and rural extension
services, including the manufacturing and sales of
inputs and commercial channels for final products.
25

Mercado . Market
Resultados
máximos
NOVIDADES OFERECEM
PRATICIDADE, PORÉM
CUSTAM MAIS
Sílvio Ávila
26

Produtos diferenciados, como
as mini-hortaliças, são oferecidos
ao consumidor e apresentam bom
retorno financeiro
O segmento de hortaliças, diante dos desafios de demanda
para sua produção, vem criando novas alternativas para conquistar
o interesse dos consumidores. Além de tentar avanços
no plano industrial, há alguns anos vêm se inserindo no mercado
produtos hortícolas minimamente processados, ou seja,
modificados fisicamente, mas mantidos em seu estado fresco.
Em direção semelhante, mas focado especificamente na redução
de tamanhos, estão aparecendo com ênfase as chamadas
mini-hortaliças e também as baby, tendo boa aceitação e valorização
entre consumidores interessados em itens de fácil uso.
As mini-hortaliças são criadas por meio de melhoramento
genético e suas sementes são, na maioria, híbridas e importadas,
enquanto as baby são obtidas utilizando-se artifícios no
manejo da cultura, como a colheita antecipada e, no caso das
folhas jovens, recebem a denominação baby leaf. A explicação
é dada por Luis Felipe Villani Purquerio, do Centro de Horticultura
do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), e Paulo César
Tavares de Melo, do Departamento de Produção Vegetal da
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada à Universidade
de São Paulo (Esalq/USP).
Entre os produtos miniaturizados, além dos próprios minimamente
processados de tamanho reduzido, como as minicenouras,
o mais conhecido é o tomate-cereja. Mas também se
apresentam nessa condição abóbora, alface, berinjela, chuchu,
couve-flor, pepino, pimentão e melancia, entre outras hortaliças.
O tomate-cereja aparece ainda em uma nova versão conhecida
como tomate-uva, com formato parecido a um bago
dessa fruta, de cor vermelho intenso e sabor muito doce. Vem
tendo sucesso, mesmo custando cerca de R$ 3,00 a caixeta de
180 gramas. Da mesma forma, a minimelancia, de dois a três
quilos, sem sementes e de coloração vermelho forte, atinge valores
até seis vezes superior aos do produto convencional.
As folhas baby também são comercializadas com altos preços,
chegando a R$ 5,00 as caixetas com 120 gramas do mix
de folhas de alface, agrião, beterraba, couve mizuna e mostarda
wakami, uma das formas de venda. Essa combinação propicia
alto valor nutricional ao produto, atestam Purquerio e Melo.
Nas baby leaf, destaca-se a praticidade, com produto embalado,
sanitizado e pronto para ser consumido.
Especialistas do setor veem nesses nichos de mercado um
bom potencial de expansão, visto que cresce cada vez mais nos
centros urbanos o número de casais sem filhos e de pessoas
morando sozinhas, que buscam essas opções. Para o setor produtivo,
ampliam-se as oportunidades de cultivo de hortaliças
e, para o setor técnico-científico, novas exigências de estudos e
geração de conhecimentos para desenvolver o setor.
27

Maxi results
>> Distinguished products, like mini-vegetables, are
available and bring in good financial results
Sílvio Ávila
28

The segment of vegetables, in view
of the production challenges posed by
demand, has been coming up with new
alternatives to attract new consumers.
Besides attempting to make strides on the
industrial side, the segment has embarked
on the minimally processed horticultural
products, that is to say, physically modified,
but kept in their fresh state. Bound to
a similar direction, but specifically focused
on size reductions, the so-called mini vegetables
are now steadily making it to the
market, and so are baby vegetables, and
they enjoy great popularity and are highly
valued by consumers that go in for easy
to use items.
The mini vegetables are created
through genetic enhancement programs
and their seed, in most cases is
hybrid and imported, while baby vegetables
result from crop management
practices, like anticipated harvest and,
in the case of young leaves, they are
known as baby leaf. The explanation
is given by Luis Felipe Villani Purquerio,
of the Center for Horticulture run by
the Agronomic Institute of Campinas,
and Paulo César Tavares de Melo, of
the Vegetable Production Department
controlled by the well known Luiz de
Queiroz College of Agriculture, linked
with the University of (Esalq/USP).
Among the miniaturized products,
besides the minimally processed and
smaller in size, like the mini-carrots, the
best known is the cherry tomato. Other
horticultural products that enjoy the
same status include pumpkin, lettuce,
eggplant, chayote, cauliflower, cucumber,
pepper and watermelon, and
others. The cherry tomato also comes
in another version known as grape tomato,
with a shape similar to a grape
berry, deep red color and a very sweet
taste. It is selling briskly, although a box
of 180-grams sells for R$ 3. Likewise, the
mini watermelon, weighing from two to
three kilos, seedless, deep green, fetches
up to six times higher prices than traditional
watermelons. Baby leaves also
sell for high prices, sometimes fetching
R$ 5 per 120-gram box of lettuce,
NOVELTIES OFFER
PRACTICALITY, BUT
WEIGH HEAVY ON
THE POCKET
watercress, beet, mizuna cabbage and
wakame mustard. This combination
imparts a high nutritional value to the
product, Purquerio and Melo confirm.
What characterizes the baby leaf is
practicality, with a packaged product,
sanitized and ready to consume.
Specialists of the sector envision in
these market niches a potential for expansion,
since the number of childless
couples and people living alone is on
the rise in big centers, and they all seek
options. For the productive sector, it
translates into a chance for expanding
their vegetable cultivations and, for the
technical-scientific sector, it represents
new requirements for further studies
and the generation of knowledge for
developing the sector.

A peso de ouro
>> As especiarias, indispensáveis na culinária mundial, foram capazes
de mudar o rumo da história e ainda hoje seguem valorizadas
Fotos: Divulgação
Atualmente, é impossível imaginar
o preparo de um bom prato sem o uso
de temperos e condimentos, substâncias
que conferem sabor e aroma muito
peculiares às receitas. A culinária é
uma verdadeira alquimia e as especiarias
integram esse mágico ritual como
componentes indispensáveis, mas
que nem sempre tiveram acesso fácil.
A busca por esses produtos foi capaz
de mudar a história da humanidade,
literalmente.
Até a Idade Média, as especiarias
eram encontradas somente no Oriente.
Nos impérios da Europa, o sal era
o único ingrediente disponível para
conservar os alimentos. Monarcas organizavam
expedições para buscar os
temperos, que chegavam ao Ocidente
em pequenas quantidades e valendo
mais que o ouro. Algumas cidades, comos
as italianas Gênova e Veneza, enriqueceram
em função desse comércio,
desenvolvido por rotas terrestres e que
demandavam muitos dias de viagem.
Anos mais tarde, coube a um pequeno
país protagonizar a maior façanha
da história em busca das preciosas
especiarias orientais. Em 1497,
o rei D. Manuel I, de Portugal, confiou
uma importante missão ao navegador
Vasco da Gama. Com apenas três embarcações,
ele saiu de Lisboa e acabou
descobrindo o caminho marítimo que
o levaria à Índia, contornando a costa
da África. Essa aventura consolidou a
presença marítima e o domínio das rotas
comerciais por Portugal. A partir de
então, as refeições para os povos europeus
passaram a ser mais aromáticas.
>>VALORIZAÇÃO Mesmo sendo
indispensáveis, as especiarias não
possuem um grande consumo, até
porque basta uma pitadinha para se
acentuar o sabor dos alimentos. O
engenheiro agrônomo Célio Kursel
do Sacramento, professor pleno da
Universidade Estadual de Santa Cruz
(Uesc), em Ilhéus (BA), possui vários estudos
sobre esses produtos. Ele destaca
que por esses condimentos serem
usados por todo o mundo, o mercado
é bastante amplo, porém estabilizado.
No Brasil, explica ele, são produzidas
praticamente todas as especiarias.
“O cravo-da-índia é cultivado no País
somente na Bahia, sendo a única área
no Ocidente a produzi-lo comercialmente”,
observa. Os demais produtos
estão espalhados pelo País. A pimentado-reino
possui maiores áreas no Pará,
no Espírito Santo e na Bahia. Na pimenta
hortícula destacam-se os estados
de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio
de Janeiro, Espírito Santo e Ceará. A
pimenta-da-jamaica, o cardamomo e a
noz-moscada são plantadas na Bahia e
a baunilha, na Bahia e no Pará. O gengibre
pode ser encontrado em Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo e alguns estados
do Nordeste.
Segundo Sacramento, as especiarias
são cultivadas em pequenas áreas,
que variam de 0,5 a 100 hectares. Alguns
condimentos são muito valorizados.
Ele lembra que a baunilha chega
a custar US$ 300,00 o quilo da cápsula
beneficiada e o cardamomo, no mercado
nacional, pode valer R$ 600,00 o
quilo. “O Brasil sofre grande concorrência
de outros países produtores, como
Indonésia, Índia e Malásia. A mão de
obra barata naqueles locais faz com
que os produtos sejam importados a
preços muito baixos”, observa.
30

Worth its weight in gold
>> Spices are an indispensable ingredient in global
culinary concepts, and they even changed the
course of history and still enjoy great popularity
Nowadays, there is no way imagining the preparation
of a delicious dish without using spices or condiments, substances
that impart peculiar flavor and aroma to recipes.
Cooking is a real alchemy and spices are an integral part of
the magic ritual and come in as indispensable ingredients,
which had to go a long way until they reached popularity.
The search for these products literally changed the history
of humanity.
Up to the Middle-Ages, spices were found only in the
East. In the European Empires, salt was the only ingredient
available for preserving food. Monarchs used to organize
expeditions in search of these spices, which used to arrive
in western countries worth their weight in gold. Some cities,
like Genoa and Venice in Italy, made a lot of money from this
trade, which was carried out through land routes which required
many traveling days.
Years later, one small country entered into history as the
protagonist of the biggest deed on record in search of these
eastern spices. In 1497, King D. Manuel I, of Portugal, entrusted
navigator Vasco da Gama with an important mission. With
just three vessels, he left Lisbon and ended up discovering the
maritime route to India, surrounding the African Coast. This
adventure made Portugal consolidate its maritime presence
and the domain over the commercial routes. From then onwards,
the meals in Europe turned more aromatic.
>> VALUE Although being indispensable, spices are
not consumed in great amounts. The fact is, a tiny portion is
enough to impart flavor and taste to all kinds of food. Agro-
nomic engineer Célio Kursel do Sacramento, professor at the
State University of Santa Cruz (Uesc), in Ilhéus (BA), keeps a
collection of studies on these products. He explains that, as
spices are popular all over the world, the market is vast but
stabilized. In Brazil, he says, almost all spices are produced.
“The clove is cultivated only in Bahia, which is also the only
area in the West that grows commercial crops of this spice”, he
observes. All other spices are grown throughout the Country.
Black pepper is produced in huge areas in Pará, Espírito Santo
and Bahia. Garden pepper producers include the states of
São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo
and Ceará. Allspices, cardamom and nutmegs are common
in Bahia, while vanilla is produced in Bahia and Pará. Ginger
is found in Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Espírito Santo and some states in the Northeast.
According to Sacramento, spices are cultivated in small
areas, which range from 0.5 to 100 hectares. Some spices
are highly valued. He recalls that vanilla fetches up to US$
300 per kilo in processed capsules and cardamom, in the
national market, could fetch R$ 600 per kilo. “Brazil suffers
huge competition from other countries, like Indonesia, India
and Malaysia. Cheap labor in these countries result into imports
at very low prices”, he observes.
>> MENU . Menu
As principais especiarias são:
The main spices are:
*Pimenta-do-reino . Black Pepper
*Cravo-da-índia . Clove
*Canela . Cinnamon
*Cardamomo . Cardamom
*Pimenta-da-jamaica . Allspices
*Noz-moscada . Nutmeg
*Baunilha . Vanilla
*Pimenta hortícula . Garden pepper
*Gengibre . Ginger
*Açafrão . Saffron
Fonte: Engenheiro agrônomo Célio Kersul do Sacramento (Uesc)
Source: Agronomic Engineer Célio Kersul do Sacramento (Uesc)
31

Em xeque
>> Cadeia de hortaliças luta por melhorias
na complexa estrutura de produção,
distribuição e comercialização
Não é de hoje que a logística das
hortaliças é reconhecidamente precária
no País, observa o presidente da
Associação Brasileira de Horticultura
(ABH), Paulo César Tavares de Melo. Ele
lamenta as altas perdas que ocorrem no
setor, da ordem de 30% a 35%, desde o
momento da colheita até a mesa do
consumidor. Observa que há tempos
se adverte sobre o acondicionamento
dos produtos em embalagens inapropriadas
e o manuseio incorreto na fase
pós-colheita, incluindo classificação, técnicas
de cargas e descargas obsoletas,
transporte em veículos inadequados e
armazenamento impróprio.
O quadro, segundo ele, complicouse
com a migração de regiões produtoras
tradicionais, especialmente no Sudeste,
para outras áreas de boa aptidão
para o cultivo, porém mais distantes dos
principais centros de consumo, aumentando
o caminho percorrido e o preço
para o cliente. O alto custo do frete, frisa,
é outro gargalo enfrentado de maneira
geral pelo agronegócio brasileiro, diretamente
relacionado à deficiente infraestrutura
logística no País, com destaque
para a má conservação de rodovias
e a inadequação da maioria dos portos.
A chefe do Centro de Controle de
Qualidade em Horticultura da Companhia
de Entrepostos e Armazéns Gerais
de São Paulo (Ceagesp), Anita de Souza
Dias Gutierrez, comenta que a área de
produtos hortícolas frescos é caracterizada
pela fragmentação de produção
e origem: milhares de produtores, áreas
pequenas de cultivo, diferentes regiões
de produção com distintas épocas de
colheita e pequenas colheitas a cada
dia. O alimento colhido não passa por
nenhum processo de transformação e
todas as mudanças e melhorias devem
ser articuladas da produção ao consumo.
O esforço de um elo pode ser destruído
facilmente pelo outro.
Por isso, hortaliças e frutas frescas exigem
uma logística complexa voltada ao
pequeno (produção, varejo e serviço de
alimentação), o perecível, a comercialização
de curtíssimo prazo, o esforço de
preservação da qualidade da colheita ao
consumo, a diversidade de origem ao
longo do ano e a grande diversidade de
espécies, variedades e metabolismos.
>> MUDANÇAS Vivenciando os
problemas logísticos do principal mercado
atacadista do País, Anita de Souza
Dias Gutierrez, do Ceagesp, enxerga um
reflexo da “desorganização de toda a
cadeia, a inexistência de política pública
para o setor e de policiamento para
a obediência às exigências legais existentes”.
Contudo, ressalta grandes mudanças
ocorridas nos últimos anos por
iniciativa de produtores e atacadistas e
exigência dos varejistas, como adoção
de melhores embalagens, utilização de
máquinas de classificação sofisticadas,
que classificam por cor, tamanho e qualidade,
construção de marcas, e utilização
de refrigeração e paletização.
Alguns problemas sérios, reforça
Anita, precisam ser enfrentados, como
a infraestrutura ultrapassada das centrais
de abastecimento (as Ceasas), a
falta de adoção de uma linguagem de
caracterização mensurável do produto,
a precariedade e, na maioria das vezes, a
inexistência da cadeia de frio, além da
dificuldade de adoção da unitização da
carga, da paletização e da fragilidade
comercial do horticultor.
O presidente da ABH, Paulo César Ta-
vares de Melo, confirma que “a maioria
das centrais de abastecimento possui
infraestrutura obsoleta e não oferece
tecnologia compatível com as características
dos produtos, nem com as
exigências do mercado consumidor”.
Ao mesmo tempo, louva iniciativa de
produtores paulistas que têm apostado
na diversificação da produção e na
comercialização de hortaliças folhosas
prontas para o consumo. Relata que são
devidamente higienizadas, cortadas e
embaladas em sacos plásticos e vendidas
diretamente a supermercados e
varejões, aumentando a rentabilidade e
reduzindo as perdas.
Melo entende que falta um elo que
articule e coordene a cadeia de hortaliças.
“As grandes redes varejistas têm
assumido esse papel, mas é preciso que
os pequenos produtores se organizem
para ter acesso a essa nova realidade de
comercialização e o papel do Estado
torna-se relevante como planejador e
definidor de prioridades e ações permanentes
para o setor.”
32

consumer prices up. The high transport cost, he insists, is just one
more bottleneck faced, in general, by most Brazilian agribusiness
operations, directly linked to the insufficient arrangements of the
Country’s logistic structures, where roads in poor condition and
inadequate ports seem to be the rule.
The head of the Center for Quality Control in Horticulture of
the General Warehousing and Storage Stations of São Paulo
(Ceagesp), Anita de Souza Dias Gutierrez, comments that the
idea of fresh agricultural products is characterized by the fragmentation
of origin and production: thousands of producers,
small cultivation areas, different production regions, with distinct
harvesting periods and small daily harvests. The food that
is harvested does not go through any transformation process
and all changes and improvements must be articulated from
production to consumption. The efforts of one link could easily
be destroyed by the other link.
That is why, fresh vegetables and fruit require an extremely
complex logistics geared towards the small producers (production,
retail and food services), the perishable side, sales in a very
short period of time, the efforts for preserving all quality traits
from harvest to consumption, the diversity of origin over the year
and the huge diversity of species, varieties and metabolisms.
At stake
>> Vegetable chain fights for
improvements to the complex
production, distribution and
sales structure
The vegetable logistics has long been utterly precarious
throughout the Country, observes the president of the Brazilian
Horticultural Association (BHA), Paulo César Tavares de Melo. He
regrets the huge losses the sector suffers, something like 30% to
35%, from harvest to consumer table. He also recalls that warnings
have been issued for years regarding the accommodation
of products in improper packaging and incorrect handling in the
post-harvest stage, including grading, loading and unloading
techniques, transportation in inadequate vehicles and improper
warehousing.
In his opinion, the picture got even more complicated with
the migration of traditional producing regions, especially in the
Southeast, to other areas that offer good aptitude for the cultivation
of vegetables, but more distant from huge consuming
centers, extending the transportation distance and pushing
Inor Ag. Assmann
>> CHANGES Living through the logistic problems of the
leading wholesale markets in the Country, Anita de Souza Dias
Gutierrez, of Ceagesp, views a reflection of the “lack of organization
that pervades the entire chain, the inexistence of public policies
for the sector, the failure to enforce the existing legal requirements.”
Nonetheless, she mentions great changes that occurred
over the past years, at the initiative of producers and wholesalers
and the requirements regarding the retailers, consisting in the
adoption of better packaging, the use of sophisticated grading
machines, which grade the products by color, size and quality, the
building of brands, and the use of refrigeration and palletization.
Some serious problems, Anita adds, must be faced, like the
old-fashioned structure of the supply centers (known as Ceasas),
the non-adoption of a product measurable characterization
language, the precariousness and, in most cases, the inexistence
of a cold chain, besides the difficulty in introducing a cargo unification
system, the lack of palletization and the commercial fragility
of the vegetable growers.
The president of the BHA, Paulo César Tavares de Melo, confirms
that “the majority of the supply centers are equipped with
obsolete infrastructure and do not offer technology compatible
with the characteristics of the products, nor with the requirements
of the consumer market”. In the meantime, he speaks
highly of the initiative taken by the producers in São Paulo, who
have bet on production diversification and on the sales of readyto-consume
leafy vegetables. She maintains that these products
are duly hygienized, cut and packed in plastic bags and sold
directly to supermarkets and wholesalers, boosting the income
and reducing the losses.
Melo has it that a link is missing, the one that articulates
and coordinates the vegetable production chain. “The big retail
chains have undertaken this role, but the small-scale farmers
should get organized if they wish to have access to this new reality
in commercialization terms, while the role of the State becomes
relevant as a definer and planner of priorities and permanent
actions for the sector.”
33

Sílvio Ávila
Pró-renovação
>> Programa voltado ao mercado de
hortigranjeiros conta com apoio do
governo federal para revitalizar as ceasas
O Programa Brasileiro de Modernização
do Mercado Hortigranjeiro (Prohort)
foi instituído pelo Ministério da
Agricultura, Pecuária Abastecimento
(Mapa) em março de 2005, como resposta
ao desejo dos agentes do setor
e dirigentes de centrais de abastecimento
(Ceasas) que se sentiam desprotegidos
em relação às plataformas
governamentais federais, após a descentralização
do sistema em 1988. “O
ministério achou justo o reingresso do
governo federal no segmento, já não
mais como gestor, mas como apoiador
e interlocutor, buscando o seu desenvolvimento”,
assinala Newton Araújo
Júnior, gerente do programa, que é
vinculado à Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
Inicialmente, relata, buscou-se um
termo de adesão que formalizasse a
intermediação federal junto às Ceasas
do País. Começou-se com 54 unidades
e, atualmente, são 58 integradas, com
a intenção de chegar, num prazo em
torno de dois anos, a 77 postos articulados.
O propósito, frisa Araújo Júnior, é
apoiar o setor junto à área federal, dentro
de uma perspectiva de aumento de
renda ao produtor, particularmente o
pequeno, da agricultura familiar, que
responde por 70% do abastecimento
e, por isso, deve ter tratamento adequado;
e de abastecimento da população
com produtos de qualidade, dentro do
conceito de segurança alimentar.
O Prohort vem se somar a outras
ações da Conab voltadas aos agricultores
de pequeno porte, como o Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA), e
está focado em aspectos importantes,
como a qualificação do pós-colheita.
De acordo com o gerente, procura-se
induzir iniciativas de boas técnicas de
gestão e oferecer informações que
auxiliem no planejamento de atividades
– produção e comercialização –,
podendo evitar, por exemplo, sobreposições
e equilibrar melhor a oferta.
Optou-se por iniciar o trabalho nas
Ceasas, que respondem por cerca de 50%
do movimento na área, e com um banco
de dados em termos de volume produzido
e comercializado, origem da produção
e preços praticados, que podem ser
conferidos no site www.ceasa.gov.br. Em
relação a 46 entrepostos, a informação
é de que o movimento em 2010 atingiu
aproximadamente a 14 milhões de tone-
34

ladas, ao valor de R$ 16 bilhões.
No campo informativo, o programa
realizou há dois anos um diagnóstico
sobre o setor, com levantamentos até
2007, que deverá ser atualizado em 2011
com dados até 2010, para servir de base
para ações e apoios. Nesse sentido, o gerente
destaca que está sendo buscada a
inclusão de pleitos no Plano Plurianual
2012-2015 do governo federal, no qual
se sobressai a alocação de recursos para
a cadeia do frio, que possibilite a ampliação
de ambientes refrigerados nas áreas
de comercialização para diminuir perdas
e ofertar produtos de melhor qualidade.
Também se prevê respaldo às organizações
dos produtores em opções de
venda, como “Barracões ou Pavilhões do
Produtor”, e na logística do transporte,
com veículos adequados.
lidação e distribuição dos produtos,
bem como de informação, desenvolvimento,
capacitação, controle de qualidade
e de apoio ao pequeno produtor,
pequeno varejo e pequeno serviço de
alimentação, eliminando ou diminuindo
as atuais distorções em favor dos
grandes e favorecendo a concorrência
leal.” A afirmação é feita por Anita de
Souza Dias Gutierrez, chefe do Centro
de Controle de Qualidade em Horticultura
da Companhia de Entrepostos
e Armazéns Gerais de São Paulo (Cea-
>> À VENDA . For sale
Comercialização em centrais de abastecimento nacionais (Ceasas)
Unidades
Ano
Volume (kg)
Hortigranjeiros
Valor (R$)
46 2010 13.949.523.692 16.090.569.370,70
Ceagesp 2010 3.118.691.936 4.389.264.896,80
Fonte: Conab/Gerência de Modernização do Mercado de Hortigranjeiros (Gehor)
>> EFICIÊNCIA “As Ceasas precisam
ser centros eficientes de consogesp),
a maior unidade de comercialização
de hortigranjeiros no País.
Anita complementa que o fortalecimento
dos pequenos depende da
existência de um centro logístico de
recebimento, consolidação e distribuição
eficiente, com regras de comércio
justas e transparentes, um sistema de
informação que apoie as tomadas de
decisão ao longo da cadeia e um sistema
de controle de qualidade que garanta
a segurança e a qualidade do alimento.
Destaca o início da revitalização
das centrais de abastecimento com o
Prohort e, em relação à Ceagesp, informa
que a companhia está fazendo um
grande investimento na infraestrutura
da Ceasa paulistana, com a parceria
dos atacadistas no Fundo de Modernização
do Mercado.
Quanto à sua área específica do
controle qualitativo, Anita lembra que
o trabalho começou em 1997, com a
operacionalização do Programa Paulista
de Melhoria dos Padrões Comerciais
de Hortigranjeiros, hoje transformado
no Programa Brasileiro para a Modernização
da Horticultura. Menciona normas
desenvolvidas para classificação
de frutas e hortaliças frescas, que respondem
por mais de 80% do volume
total, e trabalhos com capacitação, bem
como desenvolvimento de ferramentas
específicas para cada agente de
produção e de comercialização.
Entre outros projetos em execução,
sublinha o Barracão do Produtor da Ceagesp,
que apoia grupos organizados
em melhorar a competitividade e construir
marca; o Programa Hortiescolha,
voltado aos serviços de alimentação; e
a Escola do Sabor, que, com atividades
prazerosas e atrativas, introduz frutas e
hortaliças frescas na alimentação escolar
e aproxima a criança da agricultura.
35

Renewal-oriented
>> Program focused on the horticultural market relies on support
from the federal government to revitalize the Ceasas
Sílvio Ávila
The Brazilian Program for the Modernization
of the Horticultural Market
(Prohort) was created by the Ministry of
Agriculture, Livestock and Food Supply
(Mapa), in March 2005, in response to
the agents of the sector and officials of
the supply centers (Ceasas), who felt unprotected
against the platforms of the
federal government, after the system was
decentralized in 1988. “The ministry considered
it acceptable for the federal government
to join the segment again, not
as a managing party, but as a supporter
and interlocutor, seeking its development”,
says Newton Araújo Júnior, manager of
the program, which is linked with the National
Supply Company (Conab).
In his words, initially, an adhesion term
was considered, as a manner to formalize
the federal intermediation at all ceasas
throughout the Country. The beginning
included 54 units and, currently, there are
58, in an integrated system, with the intention
to reach a number of 77 articulated
posts within a period of two years. The
purpose, Araújo Júnior insists, is to lend
support to the sector in all matters that
involve the federal government, within a
perspective aimed at improving the profits
at producer level, particularly the income
of the small-scale farmers, who are
responsible for 70% of all supply volumes
and, therefore, should be given appropriate
treatment; and at meeting the supply
needs of the population with quality
products, within the food safety concept.
The Prohort is just one more initiative
by Conab geared towards the small-scale
farmers, like the Food Acquisition Program
(PAA), and is focused on relevant topics,
like post-harvest qualification. According
to the manager, what is sought is the
introduction of initiatives related to best
management practices, whilst providing
information regarding the correct planning
of activities – production and sales
–thus avoiding, for example, superposition,
in order to balance the supply side.
The option was for starting the work at
the Ceasas, which account for about 50%
of the movement in the area, and with a
database featuring volumes produced
and traded, origin of the production and
prices practiced, which can be accessed
at site www.ceasa.gov.br. Regarding the
46 trade centers, there is information that
businesses reached approximately 14
36

million tons, valued at R$ 16 billion.
With regard to the informative field,
two years ago the program carried out a
diagnosis on the sector, with surveys including
the year 2007, but is supposed to
be updated in 2011 containing data up
to 2010, to serve as basis for actions and
support moves. Within this context, the
manager points out that petitions are to
be included in the 2012-2015 Pluriannual
Plan of the federal government, where the
predominant petition consists in the allocation
of resources for the cold chain, expanding
the refrigerated environments in
the sales areas so as to reduce losses and
supply high quality products. Support to
producer organizations sales options, like
“Producer Tents or Pavilions”, and transport
logistics, with appropriate vehicles.
>> EFFICIENCY “All ceasas should
be efficient centers for the consolidation
and distribution of products, as well as
sources of information, development, capacity
building, quality control, support
to family farmers, small retail outlets and
small food services, eliminating or reducing
the current distortions that benefit
the commercial growers, whilst promoting
fair and loyal competition.” This is the
idea expressed by Anita de Souza, Head of
the Horticulture Quality Control Center of
the Trade Centers Company and General
Warehouses of São Paulo (Ceagesp), the
biggest horticulture trading Center in the
Country.
Anita complements that the strengthening
of the small-scale producers depends
on the existence of a logistic delivery
Center, efficient consolidation and
distribution, with fair and transparent
trading rules, a decision making system
that lends support to the productive chain
and a quality control system that attests
to the safety and quality of the food. She
refers to the beginning of the revitalization
process under the coordination of
the Prohort and, with regard to Ceagesp,
she reveals that the company is making
a huge investment in the infrastructure
of the Ceasa in São Paulo, jointly with the
wholesalers at the Market Modernization
Fund.
As to her specific quality control area,
Anita recalls that work started in 1997,
when the São Paulo Program for the Improvement
of the Horticultural Trading
Patterns started operating, a program
that has been transformed into the Brazilian
Program on Horticulture Modernization.
She mentions standards developed
for grading fresh fruit and vegetables,
which are responsible for more than 80%
of the total, and capacity building oriented
works, as well as the development
of specific tools for every production and
sales agent.
Among other projects underway, she
underlines the Ceagesp Producer Tent,
which lends support to organized groups
focused on improving competitiveness
and building a brand; the Hortiescolha
Program, geared toward food services;
and Escola do Sabor (School of Taste),
which, through amusing and attractive
activities, introduces fruit and vegetables
in the school meals and brings children in
contact with agriculture.

AS PRINCIPAIS . Main
>> Alho . Garlic
Concorrência
temperada
VOLUME DE IMPORTAÇÕES
SUPERA PRODUÇÃO
NACIONAL
Inor Ag. Assmann
38

Alhi
>> Alho nacional busca reação, mas
enfrenta dificuldades devido às
Oimportações, que predominam no
abastecimento interno
O setor da produção de alho no
Brasil convive há alguns anos com a
concorrência direta e forte das importações,
que dominaram o mercado
nacional do tempero a partir da
segunda metade da década de 1990
e continuam em volumes elevados,
beneficiadas pelo câmbio favorável.
Essas transações, entretanto, estão
sendo questionadas sob aspectos da
legalidade pela Associação Nacional
dos Produtores de Alho (Anapa).
Em 2009, a entrada de produto
estrangeiro, vindo principalmente
da China e da Argentina, alcançou a
151,7 mil toneladas. Enquanto isso,
o Brasil produziu 87 mil t, que correspondem
a 36,4% do total consumido,
ou 31,9%, se forem excluídos
15% da produção como reserva de
semente, de acordo com cálculo
dos pesquisadores Waldemar Pires
de Camargo Filho e Felipe Pires de
Camargo, do Instituto de Economia
Agrícola da Agência Paulista de Tecnologia
dos Agronegócios (IEA-Apta).
No período 1991-94, o índice era
de 65,5%, segundo a mesma fonte.
A cultura destaca-se entre as hortaliças
pelo alto valor unitário, que
em 2009 foi de R$ 4.250,00 a tonelada,
conforme levantamento da
Embrapa Hortaliças, de Brasília (DF),
rendendo no total perto de R$ 370
milhões. No ano anterior, o valor por
tonelada era de R$ 3.500,00. A valorização
fez reagir a produção nacional,
que em 2010 teria chegado a 104,6
mil t, de acordo com estimativas do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), com incremento de
produtividade para 9,9 t por hectare.
Mas a importação se manteve alta
em 2010, com 154,5 mil t adquiridas
do exterior.
Em relação a 2011, o IBGE também
prevê pequeno aumento de
área, ficando ao redor de 11 mil ha
e com leve recuo no rendimento
físico. O agrônomo Marco Antônio
Lucini, da Empresa de Pesquisas
Agropecuárias e Extensão Rural
(Epagri) de Santa Catarina e presidente
de honra da Anapa, observa
manutenção de boa produtividade
neste ano. Só para a região do Cerrado,
onde se expandiu a produção
nos últimos anos, ele prevê a oferta
de mais de 72 mil t com alta qualidade.
Os maiores produtores atualmente
são os estados de Goiás,
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina.
>> MAIOR CONSUMO O cultivo
do alho no Brasil se acomodou
nas regiões com possibilidade de
maior uso tecnológico para o aumento
da produtividade, que se expandiu
com taxa média de 4,57% ao
ano nas últimas duas décadas, conforme
destacam os pesquisadores
do IEA-Apta. Chamam atenção também
para o aumento do consumo,
ainda na década de 1990, devido ao
acréscimo na aquisição de alimentos
proporcionado pela implantação do
Plano Real, após 1994, e pelo incremento
da industrialização. Pesquisas
do IBGE em 2002 e 2008 apontam
crescimento de 21% na compra per
capita de alho nesse período, passando
a 0,49 quilos por habitante ao
ano.
O produtor brasileiro luta para
voltar a ocupar maior parcela dessa
demanda. Nessa direção, busca soluções
por meio da Anapa, que se esforça
para que venha a ocorrer “uma
concorrência leal” com o importador,
particularmente o chinês, o maior
fornecedor, a partir da superação de
questões legais que são encaminhadas
no governo e na justiça.
39

Mild competition
>> Garlic in Brazil is
gradually reacting,
but faces difficulties
because of imports
that supply the
domestic market
40

The garlic production sector in Brazil has for years been
putting up with direct and strong competition from imports,
which have been the main source of supply since the second
half of the 1990s and continue high and taking advantage
of the favorable exchange rate. The legal status of these
transactions, nonetheless, is being challenged by the National
Association of Garlic Producers (Anapa).
In 2009, total purchases from abroad, particularly from
China and Argentina, amounted to 151.7 thousand tons. In
the meantime, Brazil produced 87 thousand tons, accounting
for 36.4% of the Country’s needs, or 31.9%, if 15% of the
crop is excluded as seed reserve, according to the calculations
by researchers Waldemar Pires de Camargo Filho and
Felipe Pires de Camargo, of the Agricultural Economy Institute,
an organ run by the Agribusiness Technology
Agency of São Paulo (IEA-Apta). Over the 1991-94
period, the rate was 65.5%, according to the same
source.
The crop stands out among the vegetables for
its high unitary value, which in 2009 reached R$ Ano
4,250 per ton, according to a survey by Embrapa
Vegetables, of Brasília (DF), generating R$ 370 million
in revenue. The year before, a ton sold for R$
3,500.
The high value prompted the national crop to
react, and in 2010 it is believed to have progressed
to 104.6 thousand tons, according to estimates by
the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), with yields soaring to 9.9 tons per hectare.
Imports, nevertheless, continued high throughout
2010, with 154.5 tons acquired from abroad.
With regard to 2011, IBGE sources also anticipate
a small increase in planted
area, estimated at 11 thousand
hectares, with yields receding
slightly. Agronomist Marco Antônio
Lucini, of the Rural Extension and Agricultural
Research Corporation (Epagri)
of Santa Catarina and honorary president
of Anapa, foresees good productivity
rates for this year. For the Cerrado region
alone, which experienced hefty production
expansions over the past years, he announces
the production of upwards of 72 thousand
tons of high quality garlic. Currently, the leading
producers are Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul and Santa Catarina.
beginning in the 1990s, due to the population’s rising purchasing
power induced by the implementation of the Real
Plan, in 1994, when food purchases began to make strides,
and also because industrialization began to thrive. According
IBGE surveys, conducted in 2002 and 2008, per capita
consumption of garlic soared 21% over the period, reaching
0.49 kilos per person a year.
The Brazilian producers are sparing no effort to regain
the major portion of this market. To this end, they have gone
in pursuit of solutions from Anapa, with the aim to embark
on a “loyal competition” trip with the leading exporters, particularly
China, the leading supplier, once legal questions
have been surmounted, with a petition filed in the government
and the justice department.
>> POUCAS CABEÇAS . Few cloves
Evolução do alho no Brasil
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 12 40 3,263 0,340
1990 17 71 4,145 0,485
2000 13 84 6,341 0,491
2001 14 102 7,127 0,586
2002 16 114 7,282 0,649
2003 15 123 8,153 0,688
2004 11 86 8,139 0,471
2005 10 86 8,319 0,473
2006 10 88 8,368 0,478
2007 11 99 8,794 0,538
2008 10 92 8,967 0,498
2009 10 87 8,621 0,453
Fontes: IBGE/PAM 2010 e Embrapa Hortaliças
>> RISING CONSUMPTION Garlic cultivations in
Brazil settled down in regions where technology is available
for boosting the productivity rates, which has been rising
at a rate of 4.57% a year over the past two decades, from
figures released by the IEA-Apta researchers. They also point
to soaring consumption rates, a phenomenon that had its
IMPORT VOLUMES
OUTSTRIP THE
NATIONAL CROP
Sílvio Ávila
41

Batata . Potato
Três vezes
líder
N
Inor Ag. Assmann
42

Batata ocupa o maior espaço cultivado com olerícolas no País,
além de estar à frente na geração de empregos e no consumo
Na linha de frente da horticultura
no Brasil e com três safras anuais, a
batata ocupa com folga a maior área
plantada, que no ano de 2009, último
com dados consolidados, foi de 139
mil hectares, com pequena redução
em relação ao ano anterior, segundo
informações do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) e da Embrapa
Hortaliças, de Brasília (DF). Para
2010 e 2011, o Levantamento Sistemático
da Produção Agrícola do IBGE,
divulgado em maio de 2011, apontava
recuperação para números próximos
de 142 mil e 151 mil hectares, respectivamente,
graças à remuneração melhor
recebida em colheitas anteriores,
que foram menores devido a problemas
climáticos.
O valor da produção também se
destaca na cultura, prospectando-se
o total de R$ 4,3 bilhões em
2009. Mas a importância
socioeconômica
se sobressai ainda
mais e de modo
especial na
geração de
empregos,
pois o
s e g -
mento
lidera
c o m
1,25
milhão
de oportunidades
de trabalho
oferecidas.
A produção de
batata, de acordo com
os números oficiais de 2009,
ficou em 3,44 milhões de t. Mas,
com acréscimos previstos para os
anos seguintes, especula-se a possibilidade
de até ultrapassar o recorde
obtido em 2008, quando alcançou a
3,68 milhões de t. A região Sudeste,
em especial Minas Gerais, tem a maior
participação no total, com grande
concentração nas regiões do sul do
Estado, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba,
além de áreas como em Várzea
Grande (SP). Também destaca-se a
presença da cultura nos estados do
sul do Brasil.
A área total já foi maior e chegou a
passar de 200 mil hectares, nos anos
1970, mas priorizou-se a melhoria da
produtividade, que cresceu significativamente
nos anos seguintes. Em três
décadas, o rendimento físico aumentou
mais de 132%. Houve aprimoramento
na tecnologia de produção e
também foi importante a presença de
áreas novas em Goiás (na segunda safra)
e na Bahia (terceira safra), que apresentam
menores custos de produção,
clima mais estável e uso de irrigação,
avaliam os pesquisadores Waldemar
Pires de Camargo Filho e Felipe Pires
de Camargo, ambos do Instituto de
Economia Agrícola da Agência Paulista
de Tecnologia dos Agronegócios
(IEA-Apta).
>> ESTRANGEIRA Apesar da alta
produção, a batata comparece sempre
>> PRESENÇA MARCANTE . Marking presence
Evolução da batata no Brasil
Ano
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 181 1.940 10,711 16,359
1990 158 2.234 14,108 15,238
2000 150 2.561 17,020 14,953
2001 154 2.849 18,501 16,388
2002 161 3.126 19,404 17,724
2003 150 3.070 20,481 17,153
2004 143 3.047 21,341 16,780
2005 143 3.130 21,947 17,181
2006 141 3.152 22,378 17,150
2007 148 3.551 24,022 19,301
2008 145 3.677 25,372 19,985
2009 139 3.444 24,830 17,795
Fontes: IBGE/PAM 2010 e Embrapa Hortaliças
entre os principais itens da olericultura
importados anualmente, além do
ingresso regular de batatas sementes.
Em 2010, a cultura liderou a entrada de
hortaliças no País, com 276 mil toneladas,
bem acima das 173 mil t do ano
anterior. Entre os principais produtos
trazidos estão as batatas congeladas
pré-fritas e pouco frescas ou refrigeradas.
Por essa razão, tem sido indicado
o incremento no processamento industrial
em âmbito nacional valendose
da produção local.
Essa se apresenta como uma das
formas de melhorar o consumo do
produto brasileiro, que também nesse
aspecto está na liderança do segmento.
Porém, constata-se redução
na quantidade consumida, que, de
acordo com pesquisas do IBGE, entre
os anos de 2002 e 2008 caiu de 5,27
para 4,04 quilos por habitante ao ano,
no caso da batata inglesa, ou incluindo
os dados da não especificada, de
6,56 kg para 5,60 kg. O fato leva a
buscar alternativas de atrair o consumidor
para esse tradicional item da
dieta alimentar.
43

Three times
a leader
>> Potatoes occupy the biggest areas planted to olericultural
crops in the Country, and they are front-runners in
consumption and in the generation of jobs
44

Potatoes emerge as front runners
in Brazilian horticulture and with three
crops a year, they occupy by far the biggest
planted area, which in 2009, latest
data available, reached 139 thousand
hectares, down slightly from the previous
year, according to data released
by the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE) and Embrapa Vegetables,
in Brasília (DF). For 2010 and
2011, the Systematic Agricultural Production
Survey, conducted by the IBGE
and disclosed in May 2011, pointed to
a recovery in planted area, projected
to reach 142 thousand hectares and
151 thousand, respectively, thanks to
the better prices in the previous crops,
which had receded in size due to climatic
problems.
The value of the production also
stands out in this crop, with the prospect
for a total of R$ 4.3 billion in 2009.
But what is really noteworthy in this
crop is its socioeconomic importance,
particularly in terms of job generation,
where the sector is a leader, offering 1.2
million opportunities.
The production of potatoes, according
to the official numbers in 2009, remained
at 3.44 million tons, but with
projected increases for the following
years, with estimates pointing to the
possibility to outstrip the record 2008
crop, when 3.8 million tons were harvested.
The Southeast, particularly
the State of Minas Gerais, boasts the
biggest share in the total production
volumes, mostly concentrated in the
southern portion of the State, Triângulo
Mineiro and Alto Paranaíba, besides areas
like Várzea Grande (SP). The crop is
also widely spread across the southern
states of Brazil.
The total planted area was bigger
in the 1970s, when it reached upwards
of 200 thousand hectares, but then priority
was given to productivity, which
soared significantly over the subsequent
years. In three decades, yields
improved 132% or more. According to
researchers Waldemar Pires de Camargo
Filho and Felipe Pires de Camargo,
of the Agricultural Economy Institute
and Agribusiness Technology Agency
of São Paulo (IEA-Apta), production
technology was improved and new areas
were devoted to the crop in Goiás
(second crop) and in Bahia (third crop),
where production costs are lower, climate
conditions are stable and irrigation
is available.
>> FROM ABROAD Although
celebrating high production volumes,
potatoes are always a major item in the
annual imports of horticultural products,
which also include the purchase of
potato seed from abroad. In 2010, the
crop ranked first in horticulture imports,
with 276 thousand tons, much below
last year’s 173 thousand tons. Major imports
include frozen pre-fried potatoes,
semi-fresh or frozen. For this reason, the
recommendation is for expanding the
industrial processing operations of potatoes
produced in Brazil.
This is one of the ways to boost the
consumption of the Brazilian crop,
which is also a front runner in this specific
matter. Nonetheless, there has
also been a reduction in the amount
consumed, which, according to IBGE
surveys, conducted from 2002 to 2008,
dropped from 5.27 to 4.04 kilos per
person/year, in the case of the Irish potato,
or with the inclusion of the nonspecified
data, from 6.56 to 5.60 kilos.
This fact suggests alternatives to allure
consumers who want the traditional
potato in their diets.
Inor Ag. Assmann
45

Batata-DOCE . Sweet potato
Sílvio Ávila
Energia
>> Batata-doce perdeu espaço no País, mas tem
potencial para buscar maior valorização, seja
na área de alimentos, seja em biocombustíveis
U
46

subutilizada
Uma cultura olerícola que ultrapassava
2 milhões de toneladas de
produção nos anos 1960 e 1970 no
Brasil, a batata-doce decaiu gradativamente
e se consolidou em torno
de 500 mil t anuais na década de
2000. Planta de consumo tradicional
das populações rurais, teve seu uso
reduzido com o avanço do êxodo
para os centros urbanos e as mudanças
de hábitos alimentares, mas continua
a representar excelente fonte
de energia e proteínas para muitas
famílias. Seu cultivo envolve em torno
de 253 mil produtores, principalmente
da agricultura familiar.
A produção mantém-se especialmente
no Sul e no Nordeste do País,
conforme os dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 477 mil t colhidas em 2009, os
estados sulinos concentraram 203,5
mil t e o Rio Grande do Sul, 157 mil
t (onde desponta o município de
Santa Cruz do Sul, com 23 mil t). O
Nordeste responde por 187,6 mil t,
com vários estados representativos,
liderando a Paraíba, com 50 mil t. No
Sudeste, São Paulo tem a maior produção
(45 mil t) do total de 84 mil t,
mas Minas Gerais anuncia incremento
da oferta.
Nas estatísticas do IBGE de 2009,
a produção mineira ainda estava em
18.940 t, mas o Estado já divulga safra
de 38 mil t em 2010 e novo aumento
na ordem de 30% para 2011, apesar
de estar enfrentando problema com
a doença mal-do-pé. O incentivo
para essa reação é a melhoria de preço,
conforme a Secretaria de Estado
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Seapa). Aliás, cotação melhor
já era identificada em 2009 no levantamento
da Embrapa Hortaliças, de
Brasília (DF), que indicava alta de R$
1.010,00 para R$ 1.300,00 a tonelada
no País, resultando num valor total
de safra de R$ 620 milhões.
>> MAIS TECNOLOGIA A cultura
da batata-doce, com predomínio
da agricultura familiar, ainda apresenta
baixo nível tecnológico. A produtividade,
de modo geral, permanece
nos mesmos patamares alcançados
nas décadas de 1960 e 1970, ao redor
de 12 t por hectare. Mas já existem
áreas com rendimentos mais altos,
aproveitando variedades mais produtivas
que são lançadas, particularmente
pela Embrapa, e atendendo às
>> PERDENDO TERRENO . Losing ground
Evolução da batata-doce no Brasil
Ano
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
recomendações técnicas.
Trata-se de uma planta rústica, de
fácil adaptação e manutenção nas
mais diversas regiões do País, de alto
valor nutritivo e energético, com uso
na alimentação humana e animal
in natura, na sua quase totalidade,
bem como em farinhas, amidos e
doces. O consumo anual per capita
em 2008, conforme levantamento
do IBGE, estava em 0,64 quilo, com
redução de quase 15% em relação
a 2002. O produto está subutilizado,
destacam técnicos que atuam no setor,
em razão do potencial que tem,
podendo ser ampliado seu uso com
maior industrialização, tanto na área
de alimentos, como também de biocombustíveis.
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 84 762 9,054 6,127
1990 63 637 10,166 4,343
2000 44 484 11,035 2,828
2001 43 485 11,349 2,788
2002 44 498 11,346 2,824
2003 43 533 12,395 2,978
2004 47 539 11,376 2,966
2005 45 514 11,331 2,819
2006 44 519 11,677 2,822
2007 44 530 12,022 2,879
2008 46 548 12,028 2,981
2009 42 477 11,304 2,494
Fontes: IBGE/PAM 2010 e Embrapa Hortaliças
47

Underutilized
energy
>> The sweet potato has lost
space in Brazil, but stands
the potential to recover its
value, whether in the
area of food or biofuels
A horticultural crop with a production of upwards of 2 million
tons in the 1960s and 1970s throughout Brazil, the cultivation
of sweet potatoes began to recede gradually and stabilized
at about 500 thousand tons a year in the 2000s. Traditionally
consumed by rural populations, the crop was greatly affected
by rural-urban drift movements and by changes in the eating
habits, but is still an excellent source of energy and proteins
for lots of families. There are about 253 thousand producers in
Brazil, most of them family farmers. Most production areas are
located in the South and in the Northeast, according to data
from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE).
Of the 477 thousand tons harvested in 2009, the southern
states were responsible for 203.5 thousand. In the state of Rio
Grande do Sul, the sweet potato crop amounted to 157 thousand
tons, where the municipality of Santa Cruz do Sul comes
in as a major producer, with 23 thousand tons. The Northeast
accounts for 187.6 thousand tons, comprising several states,
where Paraíba is the leading producer, with 50 thousand tons.
In the Southeast, São Paulo alone produces 45 thousand tons
of the total of 84 thousand tons, but Minas Gerais is announcing
higher production volumes.
According to statistical numbers disclosed by the IBGE in
2009, Minas Gerais produced 18,940 tons, but in 2010, the
volume had reached 38 thousand tons, with projections for
a 30-percent increase for 2011, in spite of severe outbreaks of
the disease known as mal-do-pé (a pathogen caused by the
fungus Plenodomus destruens). What caused this reaction was
the price, say sources from the State Secretariat of Agriculture,
Livestock and Supply (Seapa). As a matter of fact, more remunerating
prices had already been identified in 2009 by a survey
conducted by Embrapa Vegetables, of Brasília (DF), which
pointed to prices jumping from R$ 1,010 to R$ 1,300 per ton in
the Country, pushing the value of the total crop to R$ 620 million.
>> MORE TECHNOLOGY Sweet potatoes are mostly
48

grown by family farmers, where, as a rule, low technology levels
prevail. In general, productivity remains at the same levels
achieved back in the 1960s and 1970s, around 12 tons per hectare.
Nonetheless, in some areas productivity rates have soared
considerably, especially where the farmers take advantage of
the new varieties launched by Embrapa, and where recommended
technologies are in place.
Sweet potatoes are rustic plants and they adapt well to
most regions across the Country. Used as food for humans or
animals, they are known for their nutritional and energetic
properties. They are also consumed as flours, starches and
sweets. According to a survey by IBGE, the annual per capita
consumption in 2008 reached 0.46 kg, down 15% from 2002.
This horticultural product is underutilized, say technicians of
the sector, because its potential could be expanded through
industrialization, both for the purpose of food and biofuels.
Inor Ag. Assmann
49

cebola . Onion
De olho
no vizinho
A
Inor Ag. Assmann
50

Produção nacional evoluiu nos últimos anos,
mas o abastecimento continua a depender,
em parte, de bulbos vindos da Argentina
A cebola está entre os produtos
hortícolas mais consumidos no País,
embora com pequena redução (na
ordem de 7%) entre 2002 e 2008, para
3,23 quilos por habitante ao ano. A
produção, com ganhos na produtividade,
tem crescido e, no mesmo período,
evoluiu aproximadamente 12%.
Contudo, a dependência parcial da
importação, em sua grande maioria da
vizinha Argentina, se mantém.
O total produzido em 2009, último
ano com dado oficial divulgado,
chegou a 1,51 milhão de toneladas,
a maior safra já obtida até então. Em
relação a 2010, estimativas feitas pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em maio de 2011, davam
conta de mais um pequeno acréscimo,
para 1,55 milhão de t, porém, seguido
de redução para cerca de 1,43 milhão
de t no corrente ano, em razão atribuída
por analistas do setor à diminuição
de preços por aumento da oferta. Inclusive
pesquisa do governo referente
ao Valor Bruto de Produção (VPB) de
2011 revela queda forte na cultura, na
ordem de 62,6% em comparação com
o ano passado.
Ainda em 2009, o valor da safra
apurado pela Embrapa Hortaliças, de
Brasília (DF), chegou perto de R$ 1,7
bilhão, destacando a relevância da
atividade. É também uma das que
mais utiliza mão de obra, empregando
quase 800 mil pessoas no ano em
referência. As áreas produtoras, que
então alcançaram a 68 mil hectares,
situam-se principalmente no Sul, com
destaque para Santa Catarina (região
de Ituporanga) e Rio Grande do Sul
(São José do Norte). Tem presença
forte também na Bahia (Vale do São
Francisco e Irecê) e São Paulo (São
José do Rio Pardo).
>> AVANÇOS Com antecipação
da safra paulista e valorização do real
em relação ao peso argentino, a importação
voltou a crescer em 2010, segundo
avaliação do analista Rafael Augustto
Tapetti, do Centro de Estudos
Avançados em Economia Aplicada da
Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, vinculada à Universidade de
São Paulo (Cepea/Esalq/USP). Retornou
a patamares mais elevados, atingindo,
de acordo com dados da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), 242,4 mil toneladas,
34% a mais do que o apurado
no ano antecedente.
Mas ainda sem incluir 2010, a comparação
entre a década 2000-2009
com a anterior, feita pelos pesquisadores
Waldemar Pires de Camargo Filho
e Felipe Pires de Camargo, do Instituto
de Economia Agrícola da Agência
Paulista de Tecnologia dos Agronegócios
(IEA-Apta), constata importação
menor. Enquanto no período 1990-99
a operação atingia média anual de
265,6 mil t, na década seguinte ficou
em 151,8 mil t.
Na avaliação dos pesquisadores, o
setor da cebola no Brasil teve avanços
para melhorar a produção e competir
com os bulbos importados. Em todo o
País, ressaltam, os cultivos foram melhorados
com a utilização de novas
variedades e híbridos, a intensificação
dos tratos culturais com insumos
modernos e a difusão da irrigação,
aumentando expressivamente a produtividade.
>> SEM CHORO . No tears
Evolução da cebola no Brasil
Ano
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 67 695 10,360 5,858
1990 75 869 11,643 5,928
2000 66 1.142 17,223 6,666
2001 64 1.050 16,430 6,043
2002 69 1.222 17,746 6,928
2003 67 1.187 17,637 6,632
2004 58 1.158 19,835 6,375
2005 58 1.138 19,448 6,245
2006 63 1.346 21,241 7,324
2007 64 1.360 21,361 7,395
2008 65 1.367 20,979 7,430
2009 66 1.512 22,902 7,896
Fontes: IBGE e Embrapa Hortaliças
51

Keeping an eye on
the neighbor
>> National production has soared over the past years, but
supplies, in part, still depend on the onions from Argentina
Onions are one of the most consumed horticultural products
in the Country, although a slight reduction (about 7%)
occurred from 2002 to 2008, to 3.23 kilos per person a year.
Due to rising yields, production volumes equally soared over
the same period, about 12%. Nevertheless, a partial dependence
on imports, coming mostly from neighboring Argentina,
still holds.
Total production in 2009, latest official data available,
reached 1.51 million tons, the biggest crop on record. With
regard to 2010, surveys conducted by the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE), disclosed in May
2011, estimated the crop at 1.55 million tons, but followed
by a decrease to about 1.43 million tons in the current year,
which, according to analysts, was caused by lower prices
induced by oversupply. A survey conducted by the government
regarding the Gross Production Value (GPV) of 2011,
also attests to a steep decline in the production volumes,
some 62.6% from the previous year. Still in 2009, the value
of the crop ascertained by Embrapa Vegetables, in Brasília
(DF), amounted to nearly R$ 1.7 billion, clearly attesting to
the relevance of this activity. Onion crops are also very labor
intensive, employing almost 800 thousand workers in the
year of reference. The production areas, which then reached
68 thousand hectares, are located in the South, for the most
part, particularly in Santa Catarina (Ituporanga region)
and Rio Grande do Sul (São José do Norte). Onions are also
52

Inor Ag. Assmann
widely cultivated in Bahia (Vale do São Francisco and Irecê)
and in São Paulo (São José do Rio Pardo).
>> ADVANCES With the anticipation of the crop in
São Paulo and the high value of the real against the Argentine
peso, imports began to soar again in 2010, says analyst
Rafael Augustto Tapetti, of the Center for Advanced Studies
on Applied Economics, a division of Luiz de Queiroz College
of Agriculture, linked with the University of São Paulo (Cepea/Esalq/USP).
Imports made a comeback to the higher
volumes of the past and, according to the Brazilian Secretariat
of Foreign Trade (Secex), they amounted to 242.4
thousand tons, up 34% from the previous year.
Without the inclusion of 2010, the comparison between
the 2000-2009 decade and the previous one, ascertains
smaller import volumes. While over the 1990-99 period the
operation reached an annual average of 265.6 thousand
tons, in the following decade it remained at 151.8 thousand
tons.
The researchers maintain that the Brazilian onion segment
has made strides towards improving its production
systems to compete with the imported bulbs. All over the
Country, they note, cultivations were enhanced through the
use of new varieties and hybrids, cultural practices were intensified
with modern inputs, irrigation systems were introduced
and, as a result, yields soared expressively.
53

CENOURA . Carrot
Firme na terra,
>> Cenoura mantém boa produção na última década,
enquanto visa a incrementar o consumo nacional
S
54

instável na mesa
Situada tradicionalmente entre as
hortaliças mais presentes na alimentação
dos brasileiros, a cenoura registrou
grande crescimento no final do século
passado e, após estabilização, continua
mantendo ultimamente leves acréscimos
de produção. O consumo mostra
pequeno recuo nos últimos anos, o
que motiva a estimular formas de atração
ao produto.
Informações reunidas pela Embrapa
Hortaliças, de Brasília (DF), junto à
área produtora indicam que as safras
chegaram a ter evolução na ordem
de 430%, se for feita comparação com
o ano de 1980. Nesta década e na de
1990, ocorreram grandes incrementos
tanto em área como em produtividade,
com a aplicação de novas tecnologias.
Depois a produção se estabilizou,
mas ainda mostra pequeno e gradativo
avanço desde 2008, chegando em
2009 ao maior volume já produzido
até então: 796 mil toneladas.
Nesse ano, verificou-se igualmente
aumento nos preços recebidos pela
cenoura, que passaram de R$ 1.040,00
para R$ 1.200,00 a tonelada, resultando
numa renda total de R$ 955,2 milhões.
A cultura emprega em torno de
159 mil pessoas no País, segundo informações
fornecidas pela Embrapa.
Análises veiculadas pelo Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada
da Escola Superior de Agricultura
Luiz de Queiroz, vinculada à Universidade
de São Paulo (Cepea/Esalq/USP),
sobre os principais campos de produção,
confirmam manutenção de boa
rentabilidade e crescimento de área,
pelo menos na safra de verão (maior)
da temporada 2010/11.
Despontam no plantio da cultura
regiões de Minas Gerais (São Gotardo,
Santa Juliana e Uberaba), assim como
da Bahia (Irecê e João Dourado), do
Paraná (Marilândia do Sul, Apucarana
e Califórnia), do Rio Grande do Sul (Caxias
do Sul e Antônio Prado) e de Goiás
(Cristalina).
Em termos de consumo nacional,
Pesquisas de Orçamentos Familiares
feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), em 2002 e
2008, revelam que a aquisição por habitante
ao ano diminuiu de 1,75 quilo
para 1,55 kg. O dado preocupa e deve
levar a incrementar as formas de conquistar
o consumidor, o que vem sendo
feito com processamento mínimo
para a apresentação do produto em
formas diferenciadas e mais práticas,
caminho no qual se deve avançar.
Sílvio Ávila
>> AVANÇO PONDERADO . Slow strides
Evolução da cenoura no Brasil
Ano
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 10,698 150,090 l4,030 1,266
1990 13,549 290,910 21,471 1,984
2000 25,850 690,523 26,713 4,031
2001 27,700 750,000 27,076 4,315
2002 27,399 755,258 27,565 4,282
2003 26,420 758,125 28,695 4,236
2004 27,000 785,000 29,074 4,323
2005 26,000 765,778 29,453 4,203
2006 25,550 750,045 29,356 4,081
2007 25,433 751,143 29,534 4,083
2008 26,200 784,240 29,933 4,262
2009 26,500 796,000 30,038 4,157
Fonte: Embrapa Hortaliças
55

Soaring production,
sluggish consumption
>> Carrots have maintained their production
levels over the decade, in the meantime, the idea is
to drive up the national consumption levels
Normally occupying a prominent
position among the most consumed
vegetables in Brazil, carrot crops went
up considerably in the final years of
the past century and, after stabilizing,
have lately kept a slightly rising path.
Consumption has been moving sluggishly
over the past years, which calls
for campaigns intended to make this
56

vegetable more alluring.
Data gathered by Embrapa Vegetables,
based in Brasília (DF), from
the producers’ side, indicate that carrot
crops expanded 430%, in comparison
to 1980. During that decade
and the next, in the 1990s, there were
considerable increases both in planted
area and productivity rates, due to the
implementation of new technologies.
The production volumes stabilized, but
they have still been slightly and gradually
rising since 1980, leading to the
biggest volume on record, in 2009: 796
thousand tons.
Back then, carrot prices also soared
considerably, from R$ 1,040 to R$ 1,200
a ton, which generated total revenue
of R$ 955.2 million. According to Embrapa,
the crop generates 159 thousand
Jobs throughout the Country.
Analyses released by the Center for
Advanced Studies on Applied Economics,
a division of Luiz de Queiroz College
of Agriculture, linked with the University
of São Paulo (Cepea/Esalq/USP), on
the main production fields, confirm the
continuity of the good yields and area
increases, at least in the summer crop
of the 2010/11 season.
Regions that stand out for their
production volumes are spread
throughout Minas Gerais (São Gotardo,
Santa Juliana and Uberaba), Bahia
(Irecê and João Dourado), Paraná
(Marilândia do Sul, Apucarana and
Califórnia), Rio Grande do Sul (Caxias
do Sul and Antônio Prado) and Goiás
(Cristalina).
In terms of national consumption,
Family Budget Surveys conducted by
the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE), in 2002 and 2008,
point to a decrease in per capita consumption
from 1.75 kilos to 1.55 kilos
a year. This realization is cause for concern
and should prompt campaigns intended
to conquer consumers, a move
that is already underway, consisting in
minimal processing initiatives, whereby
the product is presented in distinct
and more practical packaging, which
is taken as the right course for getting
consumption back on track.
Inor Ag. Assmann
57

folhosas . Leafy
todasA
Espaço
para
Inor Ag. Assmann
58

Segmento de folhosas e florais mostra aumento de consumo,
com destaque para o desempenho da alface e da couve
Ao contrário das hortaliças em
geral, que sofreram leve recuo na demanda
interna nos últimos anos, as
chamadas folhosas vêm sendo mais
procuradas pelos consumidores nacionais.
Pesquisas do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE),
realizadas em 2002 e 2008, revelam
crescimento de 29% nesse período
na aquisição alimentar domiciliar de
“hortaliças folhosas e florais”, que passou
para 3,23 quilos por habitante ao
ano em 2008.
O repolho tem o maior peso nesse
grupo, com a fatia de 1,03 kg/hab/ano,
quantidade que registrou mínima elevação.
Bem próximo desse item, com
0,91 kg, está a alface, cujo incremento
foi de 41,52% nos seis anos. A couve
apresentou a evolução mais
expressiva, de
156%,
mas a participação per capita anual é
de 0,33 kg.
A couve-brócolis, da mesma forma,
foi mais demandada, passando a 0,15
kg/hab/ano, assim como o cheiro-verde,
para 0,22 kg/hab/ano. A couve-flor
teve pequena redução, assim como a
acelga e o agrião, de menor participação.
No entanto, as enquadradas em
“outras” do mesmo grupo tiveram aumento
de 108%, completando o bom
resultado do segmento.
A alface foi tema de reunião técnica
promovida pela Embrapa Hortaliças,
em Brasília (DF), no início de junho
de 2011, que enfocou os problemas e
os desafios na produção e na comercialização.
O professor Fernando César
Sala, da Universidade Federal de
São Carlos, no Estado de São Paulo,
lembrou que é a hortaliça folhosa
mais consumida no mundo
e se destaca no Brasil,
onde representa um
dos principais
mercados
de sement
e s
no segmento, com movimento anual
ao redor de R$ 27 milhões.
No País, segundo ele, o principal
desafio da pesquisa é a tropicalização
da cultura, pois existe demanda
do mercado por variedades com esse
perfil para o cultivo problemático no
verão, assim como por recomendações
para as diferentes regiões do
Brasil e por tecnologias de produção
de sementes. Fatores limitantes,
como chuvas, temperatura, umidade,
baixa luminosidade e algumas doenças,
foram levantados pelo agrônomo
Romério de Andrade, da Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural
(Emater) do Distrito Federal.
A Embrapa Hortaliças, por meio
do pesquisador Fábio Suinaga, apresentou
programa de melhoramento
iniciado pela empresa para desenvolver
novos materiais de alface crespa e
americana, que respondem por 65%
e 20% das vendas, respectivamente.
Deverão atender também às exigências
da tropicalização, bem como a
questões relacionadas ao manejo no
sistema orgânico.
Ainda em relação ao mercado, o
professor Fernando César Sala apontou
o gargalo do sistema de comercialização,
que considerou ultrapassado e
responsável por grande parte das perdas
na cultura. “O transporte da produção
ainda é feito em caixas de madeira
(caixa k) e não existe uma cadeia do frio”,
destacou. Mereceu atenção também o
destino da alface para processamento,
setor em crescimento e altamente exigente
no qual, segundo o pesquisador
Jony Eishi Yuri, da Embrapa Semiárido,
d e Petrolina (PE), o sistema hoje
utilizado, com plasticultura,
fertirrigação e sementes
importadas, apresenta
alto custo.
59

Room for all
>> Segment of leafy and floral
vegetables points to a rising
consumer trend, where lettuce
and cabbage stand out for
their performance
Contrary to vegetables in general, which experienced slight
reductions in consumption over the past years, the so-called
leafy vegetables are in great demand in the domestic market.
Surveys by the Brazilian Institute of Geography and Statistics
(IBGE), conducted in 2002 and 2008, reveal a 29-percent increase
in the acquisition of “leafy and floral vegetables” in most
households, over the period in question, advancing to 3.23 kilos
per person a year in 2008.
Cabbage weighs the most in this group, with a share of 1.03
kg/person/year, amount that registered the least increase. Lettuce
is very close to this item, with 0.91, and it evolved 41.52%
over the six-year period. Coles and rapes grew the most over
the period, reaching 156%, but their annual per capita share
remains at 0.33 kg.
Broccolis was also highly demanded, progressing from 0.15
kg/person/year, just like parsley, to 0.22 kg/person/year. Cauliflower
shrank slightly, and so did beet and watercress, with a
negligible share. Nonetheless, those vegetables classified as
“others” of the same group soared 108%, a final touch to the
good performance of the segment.
Lettuce was the subject of a technical meeting promoted by
Embrapa Vegetables, in Brasília (DF), in early June 2011, which addressed
the production and commercialization challenges of this
vegetable. Professor Fernando César Sala, of the Federal University
of São Carlos, in the State of de São Paulo, recalled that it is the leafy
vegetable most consumed in the world and occupies a prominent
position in Brazil, where it represents a major seed market of the
segment, involving an amount of about R$ 27 million.
In the Country, according to him, a major challenge of research
is the tropicalization of this crop, since there is demand
in the market for varieties of this profile for problematic cultivations
in summer time, as well as for recommendations for different
regions in Brazil and for seed production technologies. Limiting
factors, including rainfalls, humidity levels, temperature,
little sunshine and some diseases, were addressed by agronomist
Romério de Andrade, of the Rural Extension and Technical
Assistance Corporation (Emater), of the Federal District.
60

Researcher Fábio Suinaga, of Embrapa Vegetables, presented
the enhancement program started by the corporation for
the development of new crispy and American lettuce varieties,
which account for 65% and 20% of all sales, respectively. They
shall also comply with all tropicalization requirements, as well
as with matters related to organic management practices.
Still with regard to the market, professor Fernando César
Sala pointed to the bottleneck of the sales system, deemed old
fashioned and responsible for huge production losses. “The
product is still transported in wood boxes (k Box) and there is
no cold chain”, he noted. What also deserved attention was the
destination of lettuce for processing, a sector now on the rise
and highly exacting, at which, according to researcher Jony Eishi
Yuri, of Embrapa Semiarid, in Petrolina (PE), the system now
in use , with plastic cover, ferti-irrigation and imported seed
presents a very high cost.
Inor Ag. Assmann
61

mandioca . Cassava
A volta à raiz
A mandioca (também conhecida
como aipim ou macaxeira), já presente
no descobrimento do Brasil e durante
toda a sua história, continua a mostrar
números expressivos, mas não tem a
valorização desejada pelos agentes
do setor, que buscam maior espaço
para a tradicional cultura. Enquanto a
população brasileira vem crescendo,
a produção da raiz tem permanecido
estável nos últimos anos, o que se reflete
em pesquisas sobre consumo,
que decresceu de 2,27 quilos para
1,77 kg por habitante ao ano entre
2002 e 2008, conforme a Pesquisa
de Orçamentos Familiares do Instituto
Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE/POF).
O total produzido tem
oscilado entre 22,0 milhões
e 26,6 milhões de toneladas
nas últimas
>> Cadeia produtiva da mandioca busca revalorização do
tradicional alimento na agricultura nacional
três décadas. A
área plan-
62

tada apresentou redução, mas foi
compensada por aumento de produtividade,
que em 2011 pode atingir o
índice mais alto – 14,8 t por hectare. A
Embrapa Mandioca e Fruticultura, sediada
em Cruz das Almas (BA), dispõe
de previsões nesse sentido feitas pelo
IBGE em junho deste ano.
Assim, a produção, que ocorre em
todos os estados brasileiros, atingiria
a 26,3 milhões de t, acréscimo de 8,2%
em comparação à 2010, quando, pelas
estimativas feitas, ficou em 24,3 milhões
de t. Além de avanço na produtividade,
também voltaria a ocorrer um
leve crescimento de área, para 1,781
milhão de hectares. Como maiores
produtores aparecem os estados do
Pará, com 4,6 milhões de t, do Paraná
(4,4 milhões de t) e da Bahia (3,6 milhões
de t). Os três deverão ter aumentos
de área, quesito no qual o primeiro
lidera com 294 mil ha. Pará e Bahia deverão
ter maior rendimento por hectare,
item em que se destaca o Paraná.
Em 2011, no entanto, registra pequena
redução, de 23 para 22 t/ha, ao mesmo
tempo em que amplia o cultivo, subindo
de 172 mil para 202 mil ha.
A recuperação verificada deve-se à
melhoria de preços da mandioca em
2010, ano de produção menor e que se
refletiu nos derivados: amido (fécula) e
farinha. Calcula-se que, em função das
dificuldades de oferta de matéria-prima,
a fabricação de amido tenha sido
entre 2% e 5% inferior à de 2009, período
até o qual vinha crescendo e chegou
a 583,85 mil t. O Paraná é o principal
produtor, respondendo
(23,8%), de acordo com números da
Associação Brasileira dos Produtores
de Amido de Mandioca (Abam) e do
Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada
à Universidade de São Paulo (Cepea/
Esalq/USP).
Dados da Secretaria de Comércio
Exterior (Secex), por sua vez, revelam
menores exportações de fécula in
natura, que não chegaram a 6 mil t, e
incremento das importações, que passaram
de 11 mil t. Por outro lado, houve
bom resultado na venda externa de
amidos modificados, que alcançaram
os maiores números da década: 36,7
mil t, rendendo US$ 39,4 milhões.
Na remuneração e no desempenho
do setor, interfere e concorre diretamente
o amido de milho, que também
registrou preços elevados no período. O
pesquisador Carlos Estêvão Cardoso, da
Embrapa Mandioca e Fruticultura, de
Cruz das Almas (BA), comenta que o setor
de fécula tem capacidade para duplicar
ou elevar ainda mais a produção,
o que não ocorre especialmente devido
ao embate com o mesmo produto do
milho. Na Bahia, onde integra a Câmara
Setorial do Estado na Cadeia Produtiva
de Mandioca, Cardoso comemora
justamente a entrada nesse segmento
industrial, com a ativação recente de fecularia
no Recôncavo Sul (município de
Laje), com capacidade para processar
200 t por dia, e outra em implantação
no sudoeste (Vitória da Conquista).
Abastecimento (Mapa), na qual enfatiza
duas ações de interesse direto
para a área. Inicialmente, a chamada
Agenda Estratégica, que envolve vários
segmentos e poderá melhorar,
segundo ele, a disponibilidade de
informações mais precisas e rápidas
para tomadas de decisão, bem como
as oportunidades de pesquisa e desenvolvimento
da cadeia. Outra discussão
considerada relevante para
o setor, especialmente no Paraná, é
direcionada à possibilidade de registro
de produtos fitossanitários para
raízes e tubérculos também para a
mandioca.
De modo geral, busca-se valorizála
como alimento e energia. Na alimentação,
entende Cardoso, pode
ocupar espaços na gastronomia fina e
diferenciada, incluindo pão de queijo,
tapioca e beijus. Ressalta, de modo especial,
que o amido feito da raiz pode
ser consumido sem problemas por
celíacos. Quanto à finalidade energética
específica, observa que os debates
estão se iniciando e há potencial,
particularmente, para álcool fino.
Dentro dos esforços para maior
valorização do produto, foi criado
pela Embrapa o Dia da Mandioca,
lembrado em 18 de abril. No evento
alusivo, realizado em 2011 em Cruz
das Almas, destacou-se a mandioca
como Raiz do Brasil – Símbolo maior
da agricultura nacional. O pesquisador
Joselito Mota palestrou
sobre o tema,
Inor Ag. Assmann
por 71%
do total, e o setor de
papel e papelão, o maior consumidor
>> ESTRA-
TÉGICA O pesquisador
da Embrapa Carlos Estêvão Cardoso
participa também da Câmara Setorial
da Mandioca e Derivados no
Ministério da Agricultura, Pecuária e
acalentando um
sonho em vista da proximidade da
Copa Mundial de Futebol no Brasil:
“Pela importância social, econômica
e cultural, esse produto versátil, exótico
e orgânico poderá se tornar o
maior símbolo nacional em 2014 no
país do futebol”.
63

Back to the origin
>> Cassava supply chain seeks to revitalize this
traditional staple in national agriculture
Cassava (also known as Yuca or manioc), has been extensively
cultivated in Brazil since the Country was discovered, and
continues as an expressive crop, but has not yet earned the recognition
desired by the agents of the sector, who are seeking
more space for the traditional crop. While the Brazilian population
continues on the rise, the production of this root has
remained steady over the past years, which, according to the
Family Budget Survey conducted by the Brazilian Institute of
Geography and Statistics (IBGE), has reflected on consumption
receding from 2.27 kilos to 1.77 kilos per person a year, from
2002 to 2008.
Total production has oscillated from 22 to 26.6 million tons
over the past three decades. The planted area has gone down,
but was compensated by higher yields, which could hit record
highs in 2011 – 14.8 t per hectare. All the projections estimated
by the IBGE in June this year are available at Embrapa Cassava
and Fruit Farming, based in Cruz das Almas (BA).
Thus, total production in all Brazilian states is estimated
at 26.3 million tons, up 8.2% from 2010, when, according to
estimates, it remained at 24.3 million tons. Besides advances
in yields, a slight increase
in the planted area is also
supposed to occur, to 1.781
million hectares. The follow-
Inor Ag. Assmann
64

ing States are the leading producers: Pará, with 4.6 million tons,
Paraná (4.4 million tons) and Bahia (3.6 million tons). The three
states are projected to increase their planted areas, an item at
which the first of them leads with 294 thousand hectares. Pará
and Bahia are expected to harvest more per hectare, a topic
where Paraná stands out. In 2011, nevertheless, the state experiences
a slight reduction, from 23 to 22 tons per hectare, but, at
the same time, the state is announcing an area expansion from
172 thousand to 202 thousand hectares.
The better prices are credited with the area recovery in 2010,
a year when production volumes were smaller, a fact that had
reflections on the production of starch and flour. It is reckoned
that, by virtue of the shortage of raw material, the production
of starch was down 2% to 5% from 2009, when it had peaked
to 583.85 thousand tons. Paraná is a major producer, and accounts
for 71% of the total, and the sector of paper and cardboard
is the biggest consumer (23,8%), according to numbers
from the Brazilian Association
of Cassava and
Starch
Producers
(Abam) and from the
Center for Advanced Studies
on Applied Economics at Luiz de
Queiroz College of Agriculture, linked with
the University of São Paulo (Cepea/Esalq/USP).
Data from the Brazilian Secretariat of Foreign Trade
(Secex), in turn, reveal smaller fresh starch exports, which remained
below 6 thousand tons, while imports of the product
soared to 11 thousand tons. On the other hand, good results
were achieved with foreign sales of modified starch, which
achieved the highest numbers in the decade: 36.7 thousand
tons, bringing in US$ 39.4 million.
Regarding the remuneration and performance of the sector,
direct interference and competition comes from corn starch,
which registered high prices over the period. Researcher Carlos
Estêvão Cardoso, of Embrapa Cassava and Fruit Farming,
in Cruz das Almas (BA), comments that the starch sector has
the capacity to double its production volumes, which does not
occur particularly because of the competition from the same
product made of corn. In Bahia, where he is a member of the
Cassava Productive Chamber of the State, Cardoso celebrates
the decision to join this industrial segment, with the recent inauguration
of a starch factory in Recôncavo Sul (municipality
of Laje), with the capacity to process 200 tons a day, and another
factory now being constructed in the Southwest (Vitória
da Conquista).
>> STRATEGY Embrapa researcher Carlos Estêvão Cardoso
is also a member of the Cassava Sectorial Chamber and
Byproducts at the Ministry of Agriculture, Livestock and Food
Supply (Mapa), where he insists on two initiatives of interest
to the area. Initially, the so-called Strategic Agenda, which involves
several segments and could improve the availability of
precise and fast information for decision taking, as well as research
and development opportunities of the chain. Another
debate taken as relevant for the sector, particularly in Paraná,
is geared towards the chance of getting a register of phytosanitary
products for roots and tubers and also for cassava. In
general, cassava is valued as energy or food. In the food area,
Cardoso understands, it could join the sector of fine and distinguished
gastronomy, including cheese bread, tapioca and other
confections. He stresses that, in general, starch made from
root can be consumed by celiac sufferers, without any problem.
As for the energetic purpose, he observes that the debates are
just starting, but there is potential, in particular, for fine alcohol.
Among the efforts towards adding more value to the product,
Embrapa created the Cassava Day, which is celebrated
on 18th April. On this special event, held in Cruz das Almas in
2011, cassava was introduced as Brazil’s Root Symbol – the
most relevant symbol in our national agriculture. Researcher
Joselito Mota gave a lecture on the subject, cherishing a dream
in light of the Coming World Soccer Cup in Brazil: “For its social,
economic and cultural importance, this very versatile crop, exotic
and organic could turn into the biggest national symbol in
2014 in the land of soccer”.
>> CONSTÂNCIA . No interruption
Evolução da mandioca no Brasil
Anos
Área colhida
(ha)
Produção
(t)
Rendimento
(t/ha)
1980 2.015.857 23.465.649 11,64
1990 1.937.567 24.322.133 12,55
2000 1.708.875 23.040.670 13,48
2001 1.667.453 22.580.282 13,54
2002 1.678.029 23.148.303 13,79
2003 1.633.568 21.961.082 13,44
2004 1.754.875 23.926.553 13,63
2005 1.901.535 25.872.015 13,61
2006 1.896.509 26.639.013 14,05
2007 1.894.458 26.541.200 14,01
2008 1.888.859 26.703.039 14,14
2009 1.760.578 24.403.981 13,86
Fontes: IBGE/PAM 2009 e Embrapa Mandioca e Fruticultura
65

tomate . Tomato
Rei do
pedaço
>> Tomate firmou-se como a hortaliça de maior
produção e valor no Brasil e o produto destinado à
industrialização vem ganhando destaque
Ocupando fatia superior a 24% do
total de hortaliças ofertadas no Brasil,
o tomate contrariou o quadro geral
do setor e apresentou crescimento de
11,43% em 2009. Isso porque a produção
(de mesa e industrial) ultrapassou
4,3 milhões de toneladas. O valor
de comercialização acompanhou a
tendência e levou o item ao topo no
ranking, antes ocupado pela batata,
chegando a quase R$ 6,5 bilhões. Para
tanto, contribuiu a elevação expressiva
do preço por tonelada, que passou de
R$ 1.090,00 para R$ 1.500,00, de acordo
com dados levantados pela Embrapa
Hortaliças, de Brasília (DF).
Para 2010, informações divulgadas
inicialmente pela área de hortifruti do
Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz, vinculada
à Universidade de São Paulo (Cepea/
Esalq/USP), sobre as principais regiões
de cultivo, mostravam manutenção
de crescimento em área na ordem de
4,6%. Na temporada de verão 2010/11,
por outro lado, devido à oscilação e à
baixa de preços a partir de julho de
2010, estimava recuo em níveis semelhantes
(4,2%) e um pouco maior na
de inverno (6,3%).
O Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), em seu Levantamento
Sistemático da Produção Agrícola
de maio de 2011, identificava para
2010 a retomada dos números de área
e produção semelhantes aos de 2008
e a manutenção em 2011. As principais
regiões produtoras, com áreas mais expressivas
na cultura, localizam-se em
Itapeva e Mogi-Guaçu, no Estado de
São Paulo; Araguari, em Minas Gerais;
Caçador, em Santa Catarina; e Caxias
do Sul, no Rio Grande do Sul.
A maior produção de tomate é
voltada à mesa dos brasileiros, mas a
destinada para a indústria de processamento
(o chamado tomate rasteiro)
66

vem chamando a atenção por sua retomada
e importância. O presidente
da Associação Brasileira de Horticultura
(ABH), Paulo César Tavares de Melo,
também professor do Departamento
de Produção Vegetal da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), da Universidade de São Paulo
(USP), levantou estatísticas de 2010
nesse segmento e constatou produção
de 1,8 milhão de t, incremento
significativo de 58% se comparado ao
ano 2000. Com o avanço, o Brasil passou
a ocupar a quinta posição entre os
maiores países produtores desse item
e retornou a condição de membro oficial
do Conselho Mundial do Tomate
para Processamento Industrial (WPTC),
para o qual Melo foi designado delegado
oficial do País no órgão.
O destaque nesse produto é o Estado
de Goiás, com 1,466 milhão de t obtidas
em 16.382 hectares (rendimento
de 89,5 t/ha). A produtividade média
no País, computando dados desde
1985, apresenta notável aumento de
150%, atribuído à maior concentração
no Cerrado goiano e à expansão
do uso de híbridos de alto potencial
produtivo, além da estratégia contratual
das empresas processadoras para
financiar os insumos necessários ao
plantio.
O setor, comenta o dirigente da
ABH, atravessa um momento de crescimento
significativo também pela
consolidação de Goiás como o mais
importante polo de agroprocessamento
do Brasil e da América do Sul.
Das 23 fábricas voltadas ao segmento,
12 localizam-se em municípios goianos.
Verifica-se grande concorrência
na área, com aproximadamente 350
marcas e forte investimento no segmento
de food service, bem como de
embalagens mais modernas. Comparando
2000 e 2010, a fabricação de derivados
de tomate passou de cerca de
350 mil t para 530 mil t e o valor quase
dobrou, pulando de R$ 1,1 bilhão para
R$ 2,1 bilhões.
>> CRESCENTE . On the rise
Evolução do tomate no Brasil
Ano
Área
(mil ha)
Produção
(mil t)
Produtividade
(t/ha)
Disponibilidade
(kg/hab/ano)
1980 50 1.535 30,643 12,950
1990 61 2.261 37,143 15,423
2000 56 2.983 53,263 17,414
2001 57 3.103 53,982 17,853
2002 63 3.653 58,428 20,709
2003 61 3.641 59,231 20,345
2004 60 3.516 58,238 19,360
2005 61 3.453 56,943 18,953
2006 59 3.363 56,968 18,298
2007 59 3.431 58,578 18,652
2008 61 3.868 63,378 21,021
2009 68 4.310 63,760 22,511
Fonte: IBGE/PAM 2010
>> ALTA DEMANDA O professor
da USP e presidente da ABH, Paulo
César Tavares de Melo, cita dados da
empresa ACNielsen de que os derivados
de tomate são a sétima categoria
mais importante de produtos alimentícios
não perecíveis na mesa do brasileiro.
Cresceu o consumo de atomatados,
sobretudo nos últimos anos, o que
por sua vez influenciou o incremento
substancial de importações de polpa
concentrada, bem como de produtos
acabados.
As importações passaram de 61 mil
toneladas em 2010, chegando a crescer
789% desde 2006, para cobrir déficits
de produção de matéria-prima,
que em média ficou em 1,2 milhão
de t no período. Também contribuiu
no processo o câmbio altamente favorável.
Nesse cenário, observa Melo,
coloca-se o bom resultado da safra de
2010, que, se por um lado demonstrou
o interesse das empresas na expansão
da oferta nacional de tomate industrial,
por outro gerou excedentes que podem
estar influenciando as projeções
de redução de área plantada em 2011,
entre outros fatores. Quanto às exportações,
pelo mesmo fator da política
cambial, vêm perdendo competitividade
na segunda metade da década.
O dirigente da ABH destaca, junto às
conquistas alcançadas no País, a necessidade
de superar gargalos que continuam
ameaçando a sustentabilidade
e a expansão. Aponta o grande desafio
do setor produtivo em continuar avançando
tecnologicamente no manejo
cultural, buscando incremento ainda
maior em produtividade e qualidade,
redução de custos e aumento da rentabilidade.
Todos esses fatores devem
estar aliados à preservação ambiental
e à racionalidade no uso de água
de irrigação e agrotóxicos. Levanta
também a questão da capacidade de
processamento das fábricas, diante de
perdas na última safra por esse fator, e
o desequilíbrio entre oferta e demanda
de energia, que precisa ser enfrentado
em âmbito governamental.
Sílvio Ávila
67

Inor Ag. Assmann
The king of the area
>> Tomato is economically the
most important horticultural
crop produced in Brazil and its
destination for industrialization
is gaining momentum
With a share of upwards of 24 percent of total vegetable
supplies in Brazil, the tomato crop contradicted the general
picture of the sector and soared 11.43% in 2009. This happened
because the volume produced (both table and industrial tomatoes)
exceeded 4.3 million tons. The sales value kept pace
with the trend and pushed the commodity to the top position,
previously occupied by the potato crop, reaching almost R$ 6.5
billion. What contributed to this end was the expressive rise in
the price per ton, from R$ 1,090 to R$ 1,500, according to data
released by Embrapa Vegetables, in Brasília (DF).
For 2010, information initially disclosed by the team of the
Hortiftruti department at the Center for Advanced Studies on
Applied Economics, run by the Luiz de Queiroz College of Agriculture,
linked with the University of São Paulo (Cepea/Esalq/
USP), on the leading cultivation regions, attested to the continuity
of the regular 4.6-percent increase in area. The 2010/11
summer season, on the other hand, due to unstable prices as
of July 2010, pointed to similar reductions (4.2%), whilst for the
winter season it reached higher levels (6.3%).
The Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE),
in its Systematic Agricultural Production Survey, conducted in
May 2011, concluded that the 2010 season, in terms of area
and production, had made a comeback to the levels of the
2008 season, and predicted the maintenance of these levels
throughout 2011. The leading producing regions, with more expressive
planted areas, are located in Itapeva and Mogi-Guaçu,
in the State of São Paulo; Araguari, in Minas Gerais; Caçador, in
Santa Catarina; and Caxias do Sul, in Rio Grande do Sul.
The bulk of the Brazilian tomato crop is destined for the
dining table, but the amounts destined for the industry (the socalled
trailing tomatoes) are capturing the attention for their
commercial relevance. The president of the Brazilian Horticultural
Association (BHA), Paulo César Tavares de Melo, also a
professor at the Vegetable Production Department at the Luiz
de Queiroz College of Agriculture (Esalq), a division of the University
of São Paulo (USP), came up with statistical figures of the
year 2010 pointing to a production volume of 1.8 million tons,
up 58% from the year 2000. This increase in volume pushed
Brazil to the fifth position among the top global producers,
earning an official membership status in the World Processing
Tomato Council (WPTC), an organ to which Melo officially
serves as Brazil’s nominated delegate.
The leading tomato producer in Brazil is the State of Goiás,
with 1.466 million tons from a planted area of 16,382 hectares
(yields of 89.5 t/ha). The average productivity in the Country is
up 150% from 1985, a fact that is attributed to the concentra-
68

PANORAMA . Panorama
Produção brasileira de tomate em 2009
Variáveis Unidades Mesa Industrial* Total
Produção mil t 2.971,3 1.339,2 4.310,5
Área mil ha 49,0 18,6 67,6
Produtivid. t/ha 60,6 72,0 63,6
Fonte: IBGE/Levantamento Sistemático da Produção
*Estimativa das indústrias processadoras
Elaboração: Embrapa Hortaliças
>> PROCESSADO . Processed
Desempenho do tomate industrial
Ano
Área
(ha)
Produção
(t)
Produtividade
(t/ha)
1985 16.850 565.000 33,5
1990 27.082 935.400 34,5
1995 20.270 930.000 45,9
2000 14.860 993.500 66,9
2005 15.970 1.214.000 76,0
2010 21.258 1.816.384 85,4
Fonte: Indústrias de processamento
Elaboração: Paulo César Tavares de Melo (USP)
tion of the crop in the Cerrado region, plus the use of hybrid
varieties of high productive potential, besides the integrated
production system adopted by the processing companies,
whereby they finance the necessary inputs for the crop.
In the words of the BHA official, the sector is experiencing
a moment of significant growth, while the State of Goiás has
consolidated its position as a major tomato agro-processing
hub in Brazil and South America. Of the 23 factories focused
on the segment, 12 are located in municipalities throughout
Goiás. There is tight competition in the area, comprising approximately
300 different brands and hefty investments in the
segment of food service, as well as in modern packaging. Comparing
the year 2000 to 2010, the manufacturing of tomatobased
products jumped from 350 thousand tons to 530 thousand
and the value almost doubled, soaring from R$ 1.1 billion
to R$ 2.1 billion.
>> DEMAND ON THE RISE USP professor and president
of BHA, Paulo César Tavares de Melo, cites data released
by ACNielsen, a company of the sector, which confirm that
tomato-based products are the seventh most important nonperishable
foods on the Brazilian dining tables. The consumption
of tomato-based foods has been rising steadily over the
past years, which, in turn, exerts a substantial influence on the
ever-increasing imports of tomato paste concentrate, as well
as finished products.
Imports exceeded 61 thousand tons in 2010, representing
an increase of 789% from 2006, to make up for the deficits of
raw material, which remained at 1.2 million tons over the period,
on average. The highly favorable exchange rate was also a
factor in this process. Within this scenario, Melo observes, what
comes in is the excellent crop in 2010. Nonetheless, if on the one
hand it demonstrated the interest of the companies in the expansion
of the national supplies of tomatoes to the industries,
on the other hand, it generated surpluses that could have an influence
on the planned reductions in planted area in the 2011
crop year. As to exports, the same exchange rate policy that
has been pushing up imports is responsible for the companies’
week competitiveness in the second half of the decade.
The BHA official stresses that, side by side with the conquests
achieved by the Country, there are bottlenecks that need to be
surmounted, as they are threatening both the sector’s sustainability
status and its expansion initiatives. He understands that
the great challenge of the sector consists in continuing making
strides in technology-oriented cultural practices, seeking
progress in productivity and quality, whilst reducing production
costs and boosting profits. All these factors should be in
line with environmental preservation concerns, which include
the rational use of water for irrigation and careful agrochemical
applications. He also raises the question of the industries’
processing capacity, in light of last year’s losses induced by this
factor, and the imbalance between offer and demand of energy,
a problem that requires immediate action from the government.
69

tecnologia . Technology
Salada
domada
MELHORAMENTO
GENÉTICO TEVE INÍCIO
NA DÉCADA DE 1940
70

Pesquisadores adaptaram
as variedades de hortaliças
trazidas pelos imigrantes
europeus e japoneses ao
clima tropical
Inor Ag. Assmann
O consumo de hortaliças no Brasil teve início com a chegada
dos imigrantes europeus e japoneses, no início do
século 20. Os estrangeiros trouxeram as sementes na bagagem
e aqui passaram a cultivar os alimentos que faziam
parte da sua dieta. Somente algumas décadas depois é que
a pesquisa científica se voltou para a olericultura.
Foi na década de 1940 que o engenheiro agrônomo
Marcílio Dias (1915-1974), professor do Departamento de
Genética da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq), vinculada à Universidade de São Paulo (USP), dedicou-se
ao melhoramento genético de olerícolas. Formado
na própria instituição, ele havia trazido da Europa sementes
de tomate, alface, brócolis, couve-flor, cenoura, cebola e berinjela,
e submeteu-as a técnicas de adaptação ao clima tropical.
Se antes as hortaliças eram colhidas apenas no inverno
e em regiões frias, depois das pesquisas passaram a ser
cultivadas em todo o Brasil e em qualquer época do ano.
Na sequência outras instituições dedicaram-se ao tema,
como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Universidade
Federal de Viçosa, em Minas Gerais. Também tiveram
importância os estudos conduzidos no Instituto Agronômico
de Pernambuco (IPA), principalmente com cebola
e tomate, para abastecer a indústria de processamento na
região do município de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco.
Em 1981, foi fundada a Embrapa Hortaliças, com sede
em Brasília (DF).
O pesquisador Leonardo Boiteux, da Embrapa Hortaliças,
lembra que a tropicalização das cultivares regularizou
a oferta e fez com que muitas empresas de sementes pudessem
produzir com tecnologia nacional. O melhoramento
genético foi responsável também pelo aumento
da produtividade e a redução do custo de produção, com
a diminuição do uso de insumos. “O Brasil possui um banco
de germoplasma único, adaptado às regiões tropicais, que
já está auxiliando regiões da África Equatorial e da América
Latina”, observa.
Conforme Boiteux, passada a fase de adaptação das variedades
ao clima tropical, a pesquisa brasileira se direciona
ao refinamento dos materiais. Assim começam a ser produzidas
hortaliças com algumas características voltadas aos
hábitos saudáveis da população, como as cenouras com
pró-vitamina A e os tomates com maior quantidade de licopeno.
Na opinião do pesquisador da Embrapa, uma das
vantagens do melhoramento em hortaliças é que a tecnologia
já vai embutida na semente, melhorando a produtividade
e a qualidade do alimento.
71

Tamed salad
>> Researchers adapted the varieties of vegetables brought by the
European and Japanese immigrants to tropical climate conditions
Inor Ag. Assmann
The consumption of vegetables in Brazil started with the
arrival of the European and Japanese immigrants, in the early
years of the 20th century. The foreigners brought the seed with
them and started cultivating the foods that were part of their
diet in their homelands. It was only some decades later that scientific
research was devoted to olericulture.
In the 1940s, agronomic engineer Marcílio Dias (1915-
1974), professor at the Genetic Department at Luiz de Queiroz
College of Agriculture (Esalq), linked with the University of São
Paulo (USP), began to do research on the genetic enhancement
of horticultural crops. A graduate from the institution, he
had brought from Europe a variety of seeds, including tomato,
lettuce, broccolis, cauliflower, carrot, onion and eggplant and
submitted them to tropical climate conditions. If in the beginning
vegetables were harvested only in winter time and in cold
regions, after the conclusion of the research works they found
their way into all regions across Brazil and began to be cultivated
all year round.
Following on the heels of these first research works, other
institutions like the Agronomic Institute of Campinas (IAC) and
the Federal University of Viçosa, in Minas Gerais, began to devote
time to the subject. Also noteworthy are the studies conducted
in the Agronomic Institute of Pernambuco (IPA), especially
on onions and tomatoes, with the aim to supply the pro-
72

cessing industry in the region of Pesqueira, located in Agreste
de Pernambuco. In 1981, Embrapa Vegetables was founded,
with its place of business in Brasília (DF).
Researcher Leonardo Boiteux, of Embrapa Vegetables, recalls
that the adaptation of the cultivars to tropical climate conditions
provided for regular supplies and made it possible for many seed
companies to produce their own seed using national technologies.
Genetic enhancement was credited with higher yields and
lower production costs, with a reduction in the use of inputs.
“Brazil runs a unique germ plasm database, adapted to tropical
regions, now assisting regions in Equatorial Africa and Latin
American countries”, he observes. According to Boiteux, now that
GENETIC ENHANCEMENT
STARTED IN THE 1940s
the varieties have been adapted to tropical conditions, Brazilian
research works have shifted their focus on variety refinement.
This has given rise to the production of vegetables bearing some
characteristics geared toward the population’s healthy habits,
like carrots with pro-vitamin A and tomatoes with a higher content
of lycopene. The Embrapa researcher maintains that one
advantage from enhanced vegetables lies in the fact that the
technology is imbedded in the seed, improving both the productivity
rates and the quality of the food.
73

Justa homenagem
>> Nova variedade
de tomate, nomeada
BRS Couto, lembra
o primeiro chefegeral
da Embrapa
Hortaliças
A Embrapa Hortaliças, com sede em
Brasília (DF), completou 30 anos em 19
de maio de 2011. Para comemorar a data,
ocorreu o lançamento de uma variedade
de tomate. A BRS Couto é uma homenagem
ao pesquisador Flávio Augusto
D’Araújo Couto, que foi o responsável
pela montagem do centro de pesquisa,
a partir de 1975, e o primeiro chefe-geral
da unidade, entre 1981 e 1985. Na década
de 1960, ajudou a fundar a Sociedade
Brasileira de Olericultura, transformada
em Associação Brasileira de Horticultura
(ABH). Couto, que atualmente está aposentado,
trabalhou com o melhoramento
genético do tomateiro.
A nova cultivar é um híbrido do segmento
mini-italiano, com frutos alongados
e peso variando entre 40 e 80 gramas.
Entre as características do produto
está a múltipla resistência a doenças,
sendo um dos poucos materiais com
tolerância ao geminivírus, um dos principais
problemas da cultura do tomateiro.
Além disso, a variedade é resistente
ao nematoide-das-galhas e tolerante
ao ataque de pulgões. Outra característica
é a resistência a alguns fungos. A
expectativa é que ainda em 2011 o material
possa ganhar o mercado, sendo a
Embrapa Transferência de Tecnologia,
também de Brasília, a responsável pela
produção das sementes.
A batata-doce também merece destaque
em 2011 com o lançamento de
três variedades – BRS Amélia, BRS Rubissol
e BRS Cuia, desenvolvidas pela Embrapa
Clima Temperado, de Pelotas (RS).
Os materiais apresentam produtividade
superior a 32 toneladas por hectare, o
que representa quatro vezes a média nacional.
A Amélia é rica em pró-vitamina A,
com alto teor de suculência. A Rubissol é
ideal para consumo de mesa e também
industrial, com uniformidade das raízes.
A Cuia ganha destaque devido à uniformidade
e ao tamanho relativamente
grande das batatas, também se adaptando
bem ao processo industrial.
Os produtores podem contar ainda
com a variedade de batata-doce
Beauregard, introduzida no Brasil pela
Embrapa por meio do Centro Internacional
de La Papa, no Peru. O produto
integra o programa Biofort, iniciativa
que congrega 11 centros de pesquisa
da estatal, além de entidades parceiras.
O material apresenta dez vezes mais
carotenoides pró-vitamina A que as
principais concorrentes.
>> ALTERNATIVAS O Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) também
está colocando no mercado novas
variedades de batatas. Os genótipos IAC
6090 (Ibituaçu) e IAC 2.5 (Vitória) estão
em fase de registro no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) e devem estar disponíveis aos
produtores ainda em 2011 ou, o mais
tardar, em 2012.
O IAC 6090 é indicado para processamento
industrial, especificamente
para produção de batatas chips. A variedade
apresenta alto teor de matéria
seca e elevado potencial produtivo, podendo
ser cultivada em ambientes de
alta umidade e temperaturas amenas.
Possui resistência às principais doenças
da folhagem. A cultivar IAC 2.5 também
é resistente a doenças, tolerante às principais
viroses de batata e moderadamente
à seca. É indicada para consumo
de mesa.
74

A well-deserved homage
>> New variety of tomatoes,
called BRS Couto, was
named after the first
chief-executive director of
Embrapa Vegetables
Embrapa Vegetables, based in Brasília (DF), completed 30
years on 19th May 2011. To celebrate the occasion, a new variety
of tomatoes was launched. BRS Couto pays homage to researcher
Flávio Augusto D’Araújo Couto, who was responsible
for building the Research Center, a work that started in 1975,
and he was also the first chief-executive director of the unit, a
term that extended from 1981 to 1985. In the 1960s, he was a
co-founder of the Brazilian Horticultural Association (BHA).
Couto, who has already retired, spent a lot of his time working
on tomato genetic enhancement programs.
The new cultivar is a hybrid of the Mini-Italian segment,
with elongated fruit weighing from 40 to 80 grams. A major
characteristic of this variety is its resistance to an array of diseases,
and is one of the few varieties tolerant to giminiviruses, a
major problem that affects tomato crops. Furthermore, the variety
is resistant to root-gall nematodes and to mite outbreaks.
Another characteristic is its resistance to several strains of fungi.
It is expected that the new variety will reach the market before
the end of this year, and Embrapa Technology Transference,
also based in Brasília (DF), is responsible for the production of
seeds.
Sweet potatoes also made headlines in 2011 with the
launching of three new varieties — BRS Amélia, BRS Rubis-
sol and BRS Cuia, developed by Embrapa Temperate Climate,
based in Pelotas (RS). The varieties produce upwards of 32 tons
per hectare, four times the national average. BRS Amélia is rich
in pro-vitamin A, with a high level of succulence. BRS Rubissol is
ideal for consumption at the dining table and also for industrial
purposes, characterized by uniform roots. BRS Cuia is famous
for its uniformity and the rather big size of the potatoes, and
adapts well to industrial processes.
The sweet-potato Beauregard variety is also available to
the growers, introduced into Brazil by Embrapa through the
International La Papa Center in Peru. The product is part of the
Biofort program, an initiative that comprises 11 research centers
of the state corporation, besides private entities. The variety
boasts 10 times as many pro-vitamin A carotenodes as its major
competitors.
>> ALTERNATIVES The Agronomic Institute of Campinas
(IAC) is also launching new varieties of potatoes into the
market. Genotypes
IAC 6090 (Ibituaçu) and IAC 2.5 (Vitória) are now being registered
in the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply
(Mapa) and should be available to the growers late this year or,
in early 2012, at the latest.
IAC 6090 is indicated for industrial processing purposes,
specifically for the production of chips. The variety stands out
for its high content of dry material and high productive potential,
and performs well in extremely humid environments and
mild temperatures. It is resistant to all major leaf diseases. IAC
2.5 is also resistant to diseases, tolerant to major potato virus
diseases and moderately tolerant to drought conditions. It is
recommended for dining table consumption.
Sílvio Ávila
75

Com jeitinho
>> Do campo até a mesa, algumas etapas precisam ser
cumpridas para comercializar as hortaliças com qualidade
A fim de garantir que os alimentos cheguem à mesa do
consumidor fresquinhos e com segurança, o setor olerícola
faz uso de uma série de etapas nas quais, dependendo
da cultivar, são envolvidas tecnologias mais sofisticadas ou
processamento manual. De acordo com a pesquisadora
do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC) Juliana Sanches, as hortaliças
requerem diferentes tipos de manuseio pós-colheita. “Para
facilitar o entendimento dos procedimentos, deve-se separá-las
de acordo com as estruturas botânicas utilizadas
na alimentação humana: frutos, folhosas, raízes, tubérculos,
bulbos, rizomas e túberas”, observa.
A pesquisadora explica que existem diferentes sistemas
de manuseio pós-colheita, com algumas operações
básicas comuns, como colheita, embalagem e transporte.
“No Brasil, a maior parcela das hortaliças é lavada, principalmente
aquelas cujas partes comerciais são subterrâneas,
ou que se situam perto do solo, caso da alface”, assinala.
De maneira geral, conforme Juliana, as etapas que asseguram
uma pós-colheita eficiente são: colheita, carregamento,
transporte até o packing house, descarga, lavação, seleção
e classificação, embalagem, rotulagem, carregamento
e transporte até os centros de distribuição.
Dentre as tecnologias que colaboram para o desenvolvimento
do setor olerícola, Juliana chama a atenção
para os produtos minimamente processados, que têm
76

se tornado cada vez mais populares pela conveniência
que oferecem. A pesquisadora lembra que a utilização
desse tipo de produto no Brasil é recente, mas com
grande potencial de crescimento, devido à economia de
tempo e de trabalho que proporciona, tanto em nível
doméstico como em redes de alimentação rápida e em
restaurantes.
Outra vantagem é a possibilidade de processamento
nas regiões produtoras. “Isso contribui para a diversificação
das indústrias regionais, reduzindo as perdas pós-colheita,
melhorando o manejo dos resíduos, facilitando o
transporte e eliminando problemas de ordem fitossanitária”,
enfatiza. Além disso, ressalta que essa nova opção disponível
aos horticultores permite maior aproveitamento
da produção, agrega valor, é bastante adequada às micro
e pequenas empresas familiares e possibilita a fixação de
mão de obra nas regiões identificadas com o cultivo.
Sílvio Ávila
Properly and
tactfully
>> From field to table, some steps
must be followed for qualityoriented
vegetable sales
To make sure all foods reach the consumer table fresh and
in safe condition, the horticulture sector resorts to a number
of steps, in which, depending on the cultivar, more sophisticated
technologies are involved, or manual processing is
implemented. According to the researcher for the Engineering
and Automation Center run by the Agronomic Institute of
Campinas (IAC), Juliana Sanches, vegetables require distinct
post-harvest handling services. “So as to make it easier to
figure out the procedures, they should be split in accordance
with the botanic structures utilized at the human feeding
process: fruit, leafy vegetables, roots, tubers, bulbs, rhizomes
and truffles”, he observes.
The researcher maintains there are different post-harvest
handling systems, with some common basic operations, like
harvesting, packaging and transport. “In Brazil, most vegetables
are washed, particularly the ones whose commercial
portions grow underground, or close to the ground, such as
lettuce”, he mentions. In general, according to Juliana, the
steps that ensure an efficient post-harvest operation are as
follows: harvesting itself, loading, transport to packing house,
unloading, rinsing, selection and grading, packaging, labeling,
loading and transport to the distribution centers.
Among the technologies that collaborate towards the development
of the horticultural sector, Juliana points out the
minimally processed foods, which have become increasingly
popular due to their convenience. The researcher recalls that
the use of this type of products in Brazil has been introduced
recently, but with a great potential for soaring even further,
because they save time and work at home, in fast food chains
and restaurants.
Another benefit lies in the fact that they can be processed
in the regions where they are produced. “This gives a huge
contribution towards the diversification of the regional
industries, reducing post-harvest losses, improving waste
management practices, facilitating transport operations and
eliminating problems related to phytosanitary questions”, she
recalls. Furthermore, she stresses that this new option available
to vegetable growers leads to a better use of the production,
adds value, is very appropriate to micro and small family
operations and retains the workforce in the regions identified
with this type of cultivations.
77

Improdutivo
>> Perdas pós-colheita atingem, em média,
35% da produção nacional de hortaliças e
são um dos principais problemas a serem
solucionados
Um dos grandes desafios do setor
de hortaliças no Brasil está relacionado
às perdas após a colheita. Conforme a
pesquisadora do Centro de Engenharia
e Automação do Instituto Agronômico
de Campinas (IAC) Juliana Sanches, estudos
apontam que os níveis médios
de perdas pós-colheita são da ordem
de 35%, chegando a até 40% em várias
situações, enquanto em outros países,
como os Estados Unidos, não passam de
10%. “A significativa quantidade perdida
seria suficiente para abastecer 29,3% da
população brasileira”, ressalta.
De acordo com a pesquisadora, no
campo o índice de desperdícios é de
aproximadamente 10%, enquanto no
manuseio e no transporte podem alcançar
até 50%. “As perdas no transporte variam
de acordo com as estações do ano,
sendo mais intensas em épocas chuvosas”,
explica. “O mau estado de conservação
das estradas, associado às altas temperaturas
que ocorrem no País, acelera a
deterioração”, observa.
A lista de prejuízos segue nas Centrais
de Abastecimento e Comercialização,
que colaboram com até 30% do montante
destinado ao descarte. Supermercados
e consumidores, por sua vez, são
responsáveis por 10%. “Em relação ao
setor de refeições coletivas, como restaurantes,
refeitórios industriais, redes
de fast-food, refeitórios de hospitais e
merenda escolar, estimam-se perdas de
15% por falta de treinamento em manuseio
correto de hortaliças”, acrescenta a
especialista.
Para evitar esses desperdícios, Juliana
ressalta que, durante a condução da
cultura, todos os cuidados de manejo
devem ser observados. O ponto ótimo
de colheita deve ser respeitado e ele
varia de acordo com a cultivar, o clima e
o solo. Em relação às folhosas, as folhas
78

Sílvio Ávila
muito desenvolvidas (próximas da senescência)
não devem ser colhidas por
possuírem alto teor de fibras, sendo pouco
agradáveis ao paladar, apresentando
muitas vezes sabor amargo e folhas endurecidas.
A pesquisadora também ressalta
que é importante dar preferência às
horas mais frescas do dia para a realização
da colheita. Além disso, as hortaliças
devem ser mantidas à sombra e ser resfriadas
o mais rápido possível. “É fundamental
lembrar que o manuseio, a préhigienização,
o acondicionamento e o
transporte inadequados até a planta de
processamento podem comprometer a
qualidade e a segurança do produto, favorecendo
o incremento da população
inicial de micro-organismos”, alerta.
>>OBEDECENDO O SCRIPT
Em relação à fase de pós-colheita,
conforme a pesquisadora Juliana Sanches,
do IAC, não é possível melhorar a
qualidade dos alimentos que vêm do
campo. O que se pode é preservá-la pelo
maior tempo possível até seu consumo
final. Para isso, descreve algumas recomendações
mínimas que produtores,
distribuidores e comerciantes devem
serguir:
n Manuseio adequado e cuidadoso;
n Manter limpos e higienizados maquinários,
mesas classificadoras e demais
equipamentos utilizados na colheita e
no galpão de beneficiamento (packinghouse);
n O galpão de beneficiamento deve
estar próximo à produção, ser coberto,
de fácil acesso e dispor de água e energia
elétrica;
n Logo após a colheita, os produtos
devem ser classificados, eliminando os
doentes;
n Acondicionar os produtos em embalagens
adequadas para evitar danos
mecânicos. Independentemente da embalagem
a ser utilizada, deve-se respeitar
a capacidade máxima de produto a ser
acondicionada;
n As embalagens devem ser paletizáveis,
isto é, de medidas sub-múltiplas
de 1,00 m x 1,20 m;
n Devem ser armanezados imediatamente,
de preferência sob refrigeração.
Uma vez refrigerados, os produtos devem
permanecer sob a cadeia do frio.
79

Unproductive
>> Post-harvest losses amount to 35%, on average,
over the total production volumes in the Country and
constitute a major problem calling for a solution
One of the challenges of the vegetable sector in Brazil
is the problem of post-harvest losses. According to Juliana
Sanches, researcher for the Automation and Engineering
Center at the Agronomic Institute of Campinas (IAC), studies
point to average post-harvest losses of 35%, reaching
40% in some circumstances, while in other countries, like
the United States, these losses barely reach 10%. “The significant
amounts that are lost could supply 29.3% of the entire
Brazilian population”, she notes.
According to the researcher, at field level these wastes
amount to 10%, while at handling and transportation they
might rise to 50%. “Transportation losses vary in accordance
with the seasons of the year, and are more intense during
rainy periods”, she explains. “Roads in poor conditions, along
with high temperatures throughout the Country, speed up
the deterioration process even further”, she observes.
The list of damages does not stop there and continues
throughout the Trading and Supply Centers, responsible for
30% of the amounts that end up in the waste basket. Supermarkets
and consumers, in turn, are responsible for 10% of
the losses. “Collective meal sectors, including restaurants, industrial
dining halls, fast-food chains, hospital dining halls
and school meals account for 15% of the losses, caused by
poor handling operations caused by poorly trained employees”,
the specialist adds.
In an attempt to avoid these losses, Juliana insists that,
during the development stage of the crop, all management
cares must be complied with. The optimum harvesting point
must be respected and it varies in accordance with the cultivar,
climate and soil conditions. Regarding the leafy vegetables,
the lushly developed leaves (near senescence) should
not be harvested because of their high content of fiber, and
little pleasing taste, which is frequently characterized by a
bitter flavor and hardened leaves.
The researcher also maintains that harvesting should
predominantly be conducted during the fresh hours of the
day and as fast as possible. “It is very relevant to recall that
improper handling, pre-hygienization, inadequate transportation
to the processing unit could jeopardize the quality
and the safety of the product, triggering the growth of
the initial population of microorganisms”, she warns.
>> COMPLYING WITH THE SCRIPT
Regarding the post-harvest stage, in the words of
80

Inor Ag. Assmann
researcher Juliana Sanches, of IAC, it is no longer possible
to improve the quality of the foods that come
from the fields. What is possible is to preserve them
for the longest time possible until their final consumption.
To this end, she details some minimum recommendations
that producers, distributors and retailers
should follow:
n Appropriate and careful handling;
n Keep clean and sanitized all machinery, grading tables
and other equipment used at harvesting and at processing
(packing-house);
n The packing-house should be located not far away
from the production sites, and should have a good cover,
access routes, water and electricity facilities;
n Right after harvest, it is time to grade the products and
eliminate the flawed ones;
n Accommodate the products in appropriate packaging
to avoid mechanical damage. Regardless of the type
of packaging, the maximum capacity for product storing
should be respected;
n Packaging should be palletable, that is to say, consisting
of submultiples of 1.00 m x 1.20 m;
n Vegetables should be immediately stored, if possible,
in refrigerated rooms. Once refrigerated, the products must
remain as such.
>> PROCURA-SE . Wanted
Hortaliças que mais sofrem perdas pós-colheita
Item
Percentual
Couve-flor 48%
Alface 43%
Pimentão 42%
Tomate 41%
Alho 36%
Repolho 31%
Cebola 29%
Cenoura 27%
Batata 24%
Chuchu 16%
Fonte: Pesquisadora Juliana Sanches, do Centro de Engenharia e Automação do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC)
81

Por etapas
>> Especialistas do IAC identificam as causas que acarretam
prejuízos pós-colheita e apontam como corrigir os problemas
Após a colheita, as hortaliças sofrem
perdas significativas, que começam no
campo e prosseguem ao longo de
toda a cadeia, incluindo packing-houses,
centrais de abastecimento e outros
atacadistas, rede varejista e consumidores.
A pesquisadora do Centro de
Engenharia e Automação do Instituto
Agronômico de Campinas (IAC) Juliana
Sanches explica o que são consideradas
perdas. “É a parte da produção
que não é destinada ao consumo, em
virtude de depreciação da qualidade
dos produtos, devido à deterioração,
causada por amassamentos, cortes,
podridões e outros fatores”, observa.
Dentre as principais causas dos desperdícios
estão manuseio, embalagens
e transporte inadequados, não utilização
de cadeia do frio, falta de classificação,
desconhecimento das técnicas de
manuseio pré e pós-colheita, comercialização
a granel e excesso de manuseio
por parte dos consumidores,
bem como acúmulo de produtos nas
gôndolas de exposição ou deficiências
nos centros atacadistas.
As perdas pós-colheita, no entender
de Juliana, são divididas em fisiológicas,
por injúria mecânica e fitopatológicas.
“As fisiológicas ocorrem devido à respiração,
à transpiração, ao amadurecimento
e à senescência das hortaliças,
bem como por temperaturas muito
altas ou muito baixas e baixa umidade
relativa”, enfatiza. “As perdas por injúrias
mecânicas ocorrem em toda a cadeia
das hortaliças e as fitopatológicas são
verificadas quando há ataques de micro-organismos
em pré e pós-colheita”.
No Laboratório de Pós-colheita de
Frutas, Hortaliças e Plantas Ornamentais,
do Centro de Engenharia e Automação
do IAC, inaugurado em julho
de 2009, os estudos envolvem técnicas
de conservação pós-colheita e classificação
de hortaliças. As culturas estudadas
são beterraba, batata, quiabo,
brócolis, folhas jovens ou baby-leaf de
rúcula, alface e agrião, morango, milho
verde e tomate.
82

Stage by stage
>> IAC specialists identify the causes of the post-harvest
losses and show the wayout of the problem
Vegetables are subject to significant
after-harvest losses, which start in the
field and continue all the way along
the chain, including packing-houses,
supply centers, wholesale stores, retail
outlets and consumers. Juliana Sanches,
researcher for the Automation and
Engineering Center at the Agronomic
Institute of Campinas (IAC) explains
what these losses are all about. “A loss
is the part of the crop that is not destined
for consumption, by virtue of the
depreciation of the quality, caused by
a deterioration process, crushing, cuts,
rot and other factors”, she observes.
For the most part, waste is produced
by poor handling, improper packaging
or transportation, the lack of refrigeration,
ignorance about the harvest and
post-harvest handling practices, sales
in bulk and excessive handling by final
buyers, as well as by the accumulation
of products on the supermarket
display shelves or deficiencies in the
wholesale posts.
Post-harvest losses, explains Juliana
Sanches, are split into physiological,
mechanical injury and phytopathological.
“Physiological losses in vegetables
occur due to such problems
as respiration, transpiration, ripening
and senescence, but they could also be
induced by excessively warm or cold
temperatures and low relative humidity”,
she notes. “Mechanically-induced
losses occur all the way along the productive
chain, while phytopathological
damages are caused by outbreaks
of micro-organisms at pre or post harvest
time”.
At the Fruit, Vegetables and Ornamental
Plant Post-Harvest Laboratory,
run by the IAC Automation and Engineering
Center, inaugurated in July
2009, the studies involve post-harvest
conservation techniques and vegetable
grading operations. The crops undergoing
studies are as follows: beet,
potato, okra, broccolis, ruccula babyleaf,
lettuce, watercress, strawberry,
green corn and tomato.
Inor Ag. Assmann
83

Eventos . Events
Muita
vitalidade
DESAFIOS DA SAÚDE E
SUSTENTABILIDADE
SÃO DEBATIDOS
O
84

Associação Brasileira de Horticultura comemora 50 anos e
realiza o 51º Congresso Brasileiro de Olericultura
Inor Ag. Assmann
O ano de 2011 será marcado por
acontecimentos importantes no setor
de hortaliças e diretamente relacionados:
a Associação Brasileira de Horticultura
(ABH) está completando 50
anos de existência e realiza o 51º Congresso
Brasileiro de Olericultura (CBO),
que ocorre anualmente desde 1961,
quando, na primeira edição, foi fundada
a instituição congregadora do setor.
O evento ocorre entre 25 e 29 de julho,
na Universidade Federal de Viçosa
(UFV), em Minas Gerais, que também
sediou a edição inicial. O tema central
do encontro comemorativo é Hortaliças:
da origem aos desafios da saúde e
sustentabilidade.
“O trabalho árduo, abnegado e persistente
na busca por qualidade, empreendido
pelas comissões executivas
e científicas dos congressos desde
1961 até o presente ano, é a chave do
sucesso alcançado, de forma que constitui
o mais importante conclave científico
de hortaliças, plantas herbáceas
medicinais, aromáticas e condimentares
da América do Sul”, afirma Paulo
César Tavares de Melo, presidente da
ABH, cargo ocupado em dois mandatos
– desde 2005 até 2011. Melo também
é professor do Departamento de
Produção Vegetal da Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq),
da Universidade de São Paulo (USP).
A associação foi criada com o objetivo
de integrar pessoas e organismos
com interesses voltados à olericultura
e, passados 50 anos, é uma entidade
consolidada, de utilidade pública, reconhecida
pelo Ministério da Justiça,
observa o dirigente. O Congresso
Brasileiro de Olericultura, destaca, é
um dos pilares que lhe dá sustentação
científica e tecnológica, além da
Revista Horticultura Brasileira e do
site www.abhorticultura.com.br. Melo
acrescenta que a comemoração evoca
o passado, dá espaço privilegiado
para pensar o presente e preparar o
futuro à luz das lições aprendidas nas
décadas passadas, quando professores,
pesquisadores, extensionistas,
técnicos, estudantes e representantes
do setor provedor de insumos escreveram
a história da associação e da
olericultura.
>> AVANÇOS O congresso de
fundação da ABH, em 1961, reuniu 18
pessoas e apresentou 14 ações. No 50º
evento, realizado em julho de 2010 em
Guarapari (ES), chegou-se a 800 participantes
e 661 trabalhos científicos,
conferindo-se prêmios aos destaques.
O encontro de 2011 enfatiza os avanços
verificados nesse período, que resultaram
em melhoria na qualidade
de vida do consumidor, da renda dos
produtores e da sustentabilidade do
agronegócio de hortaliças. Na programação,
workshops sobre as principais
espécies, além de simpósios sobre
nutrição e adubação, fisiologia póscolheita
e cultivo orgânico.
Paralelamente, ocorre o 3º Simpósio
Latino-americano de Produção de
Plantas Medicinais, Aromáticas e Condimentares,
além de um fórum sobre o
papel da assistência técnica e extensão
rural na área. Incluem-se ainda o tradicional
Dia do Produtor e, pela primeira
vez, o Dia do Consumidor, quando é
destacada a importância do consumo
de hortaliças para a saúde humana e
as estratégias para seu incremento.
85

In full swing
>> Brazilian Horticultural Association (BHA) completes 50
years and holds the 51st Brazilian Olericulture Congress
Sílvio Ávila
HEALTH AND SUSTAINABILITY
CHALLENGES ARE ON THE AGENDA
The year 2011 will be marked by important
events in the sector of vegetables
and related matters: the Brazilian
Horticultural Association (BHA) completes
50 years and holds the Brazilian
Olericulture Congress (BOC), which has
occurred on an annual basis since 1961,
when, at its first edition, the association
of the sector was founded. The event has
been scheduled for 25 – 29 July, at the
Federal University of Viçosa (UFV), in Minas
Gerais, which was equally the venue
of the first edition. The core subject is Vegetables:
from their origin to the health
and sustainability challenges.
“The hard, altruistic and persistent
work in pursuit of quality, conducted by
the executive and scientific commissions
of all the congresses since 1961until now,
is the key to the success achieved so far,
turning it into the most relevant scientific
conclave focused on vegetables,
aromatic and medicinal herbaceous
plants and spices in South America”, says
Paulo César Tavares de Melo, who served
two terms as president of the BHA, from
2005 to 2011. Melo is also a professor at
the Vegetable Production Department
at the Luiz de Queiroz College of Agriculture
(Esalq), a division of the University of
São Paulo (USP).
The association was created with
the aim to bring together people and
organs with interests geared towards
olericulture and, after 50 years, it is a
consolidated and public utility entity,
acknowledged by the Ministry of Justice,
the official recalls. The Brazilian Olericulture
Congress, in his opinion, is one of
the pillars that provides for scientific and
technological support, publishes the Brazilian
Horticulture Magazine and has its
own web site www.abhorticultura.com.
br. Melo adds that the event evokes the
past, provides for privileged space, thinks
the present and prepares the future in
the light of lessons learned from past
decades, when professors, researchers,
extension workers, technicians, students
and representatives of the inputs supplying
sector wrote the history of the association
and of olericulture.
>> ADVANCES The BHA founding
congress, in 1961, attracted 18 people
and came up with 14 actions. In the 50th
event, carried out in July 2010, in Guarapari
(ES), the number of participants rose
to 800 and 661 scientific papers were
presented, and prizes were given to the
most relevant papers. The 2011 event
feature the advances witnessed over this
period, which resulted into consumer
well-being and quality of life, higher remuneration
for the producers and sustainability
to the vegetable agribusiness.
On the schedule, workshops on the different
species, symposiums on nutrition
and fertilization, post harvest physiology
and organic cultivations.
The event also features the 3rd Latin
American Symposium on the Production
of Medicinal, Aromatic and Spicy Plants,
and a forum on the role of technical assistance
and rural extension services in
the rural setting. The traditional Producer’s
Day is also held and, for the first time,
the Consumer’s Day, focusing on the
health-related benefits from consuming
vegetables and strategies for spreading
this habit.
86

Ponto de encontro . Venue
51º Congresso Brasileiro de Olericultura
Data: 25 a 29 de julho
Local: Viçosa (MG)
Contato: 19 3202-1725 – www.abhorticultura.com.br
6º Encontro Brasileiro de Hidroponia
Data: 23 e 24 de setembro
Local: Florianópolis (SC)
Contato: 48 4052-8089 - contato@encontrohidroponia.com.br – www.encontrohidroponia.com.br
14º Congresso Brasileiro de Mandioca e 1ª Feira Brasileira da Mandioca
Data: 16 a 19 de novembro
Local: Maceió (AL)
Contato: www.mandioca2011.com.br
5º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial e 5ª Feira de Produtos e Negócios
Data: 23 a 25 de novembro
Local: Goiânia (GO)
Contato: 62 3241-3939 - tomate@wincentraldeeventos.com.br – www.congressotomate.com.br
19ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas
Data: 20 a 22 junho de 2012
Local: Holambra (SP)
Contato: 19 3802-4196 - vendas@rbbeventos.com.br – www.hortitec.com.br
Sílvio Ávila
88

Ponto de encontro . Venue
51º Congresso Brasileiro de Olericultura
Data: 25 a 29 de julho
Local: Viçosa (MG)
Contato: 19 3202-1725 – www.abhorticultura.com.br
6º Encontro Brasileiro de Hidroponia
Data: 23 e 24 de setembro
Local: Florianópolis (SC)
Contato: 48 4052-8089 - contato@encontrohidroponia.com.br – www.encontrohidroponia.com.br
14º Congresso Brasileiro de Mandioca e 1ª Feira Brasileira da Mandioca
Data: 16 a 19 de novembro
Local: Maceió (AL)
Contato: www.mandioca2011.com.br
5º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial e 5ª Feira de Produtos e Negócios
Data: 23 a 25 de novembro
Local: Goiânia (GO)
Contato: 62 3241-3939 - tomate@wincentraldeeventos.com.br – www.congressotomate.com.br
19ª Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas
Data: 20 a 22 junho de 2012
Local: Holambra (SP)
Contato: 19 3802-4196 - vendas@rbbeventos.com.br – www.hortitec.com.br
Sílvio Ávila
88