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BATALHA ESPIRITUAL<br />
geralmente nos trazem dor e sofrimento. E podemos até mesmo começar a<br />
questionar se a disciplina espiritual é de algum valor para quebrarmos o poder<br />
dos hábitos pecaminosos em nossas vidas, já que acreditamos que estes se<br />
resolvem pela expulsão de entidades espirituais responsáveis pelos mesmos.<br />
Temor doentio. Pessoas que percebem a vida cristã exclusivamente em<br />
termos de batalha espiritual, logo começam a ver conexões sinistras e<br />
macabras entre os eventos do dia a dia e a atividades de demônios, o que<br />
pode levá-las ao pânico ou a um comportamento paranóico.<br />
Ilusão. Pessoas que experimentam umas poucas vezes a "vitória" sobre o<br />
inimigo podem adquirir uma falsa sensação de superioridade, de orgulho ou a<br />
ilusão de terem "poder". Entretanto, a vitória pertence a Deus. Devemos nos<br />
lembrar que a maioria dos problemas que os cristãos experimentam procedem<br />
de suas próprias faltas, defeitos, incoerências, idiossincrasias e enfermidades<br />
espirituais. Não estou negando que Satanás usa essas coisas para prejudicar<br />
nossas vidas, apenas destacando que elas tem origem em nossa natureza<br />
decaída.<br />
Se porém permanecermos confiantes na exclusividade e na suficiência do<br />
ensino da Escritura e permanecermos firmes no que ela nos ensina, poderemos<br />
entrar no combate espiritual perfeitamente equipados e tendo a perspectiva<br />
correta do que está acontecendo. Esse é um princípio fundamental que<br />
devemos manter a todo custo quanto ao tema da batalha espiritual.<br />
3. O homem é um ser decaído e debaixo do justo juízo de Deus<br />
Um terceiro princípio fundamental para colocarmos o assunto de "batalha<br />
espiritual" na perspectiva correta é lembrarmos do verdadeiro estado da<br />
humanidade diante de Deus. Creio que na raiz de uma demonologia defeituosa<br />
e inadequada, como a abraçada pelo moderno movimento de "batalha<br />
espiritual", encontra-se uma visão incorreta acerca da extensão dos efeitos do<br />
pecado na natureza humana e do estado do homem diante de Deus. Em outras<br />
palavras, falta o conceito bíblico de que o homem é um ser decaído moral e<br />
espiritualmente e debaixo do justo juízo divino.<br />
Uma das grandes disputas durante a Reforma protestante versou sobre a<br />
natureza e a extensão do pecado original. Ele afetou Adão somente, ou todo o<br />
gênero humano? A vontade do homem decaído é ainda livre ou escravizada ao<br />
pecado? No século V Pelágio havia debatido ferozmente com Agostinho sobre<br />
este assunto. Agostinho mantinha que o pecado original de Adão foi herdado<br />
por toda a humanidade e que, mesmo que o homem caído retenha a<br />
habilidade para escolher, ele está escravizado ao pecado e "não pode não<br />
pecar". Por outro lado, Pelágio insistia que a queda de Adão afetara apenas a<br />
Adão, e que se Deus exige das pessoas que vivam vidas perfeitas, Ele também<br />
dá a habilidade moral para que elas possam fazer assim. Ele reivindicou mais<br />
adiante que a graça divina era desnecessária para salvação, embora facilitasse<br />
a obediência.<br />
Agostinho teve sucesso refutando Pelágio, mas o pelagianismo não<br />
morreu. Várias formas de pelagianismo recorreram periodicamente através dos<br />
séculos. Lutero escreveu um livro "A Escravidão da Vontade" em resposta a<br />
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